Hoje servidores municipais orientados pelo Sintraspug decidem se aceitam o tal ?prêmio assiduidade? no lugar do cartão do vale alimentação - Jornal Cruzeiro do Vale

Hoje servidores municipais orientados pelo Sintraspug decidem se aceitam o tal 'prêmio assiduidade' no lugar do cartão do vale alimentação

10/09/2018

Da esquerda para a direita: o prefeito Kleber quer dar o “Prêmio Assiduidade”, a presidente do Sintraspug, Lucimara conduzirá a discussão com os servidores para trocá-lo com o Vale Alimentação; ele virou um polêmico cartão quando Roberto Pereira era secretário da Fazenda e Gestão Administrativa de Kleber.

Caso perdido I

Palanque eleitoral e chicanas, apenas!

Será mais uma semana quente e controversa para o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP – este servidor público municipal licenciado, é agente de trânsito. Estará em jogo uma manobra do Executivo para tentar colocar panos quentes num dos pontos da relação conflituosa do governo com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar – Sintraspug - e quase todos os servidores municipais.

Simplificando tudo: é jogo para a plateia. Estamos em época de campanha eleitoral. E o que se faz e se quer é aumentar ainda mais a confusão, animar eleitores, ampliar erros e fragilizar quem não possui timming, estratégia e liderança. Enquanto os outros da imprensa preferem não mexer nesse abelheiro, para desespero dos que montam e desmontam esses circos, eu explico tudo de novo aos meus leitores e leitoras.

O Sindicato, os servidores e a oposição – que já foi algoz impiedosa do Sintraspug e dos servidores – fazem o papel deles. Dizem terem direitos adquiridos e lutam por eles. Não os questiono.

Quem falha porque foi arrogante, talvez imprudente, ficou em minoria na Câmara por sua própria culpa, não possui habilidade política e nem interlocutor qualificado para as crises, muito menos estratégia, comunicação, transparência, autoridade e foco, é o Executivo. Normal no atual governo! Quem perde? Todos e principalmente, os gasparenses pagadores de pesados impostos.

A INTRANSIGÊNCIA

Volto. Desde que o prefeito de fato e ex-todo-poderoso secretário de Fazenda e Gestão Administrativa e hoje na secretaria da Saúde, o advogado Carlos Roberto Pereira, MDB, resolveu substituir por simples ato administrativo o pagamento em dinheiro do “Vale Alimentação” pelo sistema de cartão, as coisas azedaram na relação do poder Executivo com os servidores de Gaspar.

Dois lados iniciaram a medição de forças. E o Executivo já piscou várias vezes. Então...

A prefeitura, fez aparentemente o certo: aplicou a lei que se desrespeitava, por vários prefeitos, desde 1994 quando se criou o tal Vale Alimentação, exatamente para não se indispor com os servidores ou fazer média política e eleitoral. E com o dinheiro dos gasparenses.

Do jeito que estava não era Vale Alimentação, um benefício pago ao trabalhador como ele foi criado na legislação trabalhista e na lei municipal, mas salário na veia, pois esse “vale” se incorporava, malandramente, até para “aumentar” a aposentadoria, para saldo médio dos empréstimos ou nos crediários dos servidores e gerava até descontos previdenciários e de Imposto de Renda, quando era o caso.

O Sindicato e os servidores quando viram o “corte” do que tinham como líquido e certo há anos, e no papel deles, gritaram e foram à luta: segundo eles é um direito adquirido, mesmo que por omissão ou erro administrativo dos prefeitos anteriores, erro ou omissão bancados como sempre, com o dinheiro da população.

Bingo. A decisão de mudar o que se julgava errado foi no ano passado. Foi administrativa. Na caneta e quando a oposição estava em minoria na Câmara. Este ano, mudou: ela é majoritária. Então a oposição por intermédio de um dos quatro servidores representantes no Legislativo gasparense, Cícero Giovane Amaro, PSD, com apoio do Sintraspug, propôs em abril o Projeto de Lei 22/2018, para continuar tudo como era antes: o Vale Alimentação em dinheiro e incorporado aos vencimentos dos servidores.

Depois de perambular sob todas as tentativas de acordo nos bastidores, o PL ilegal e inconstitucional – pois este tipo de PL não pode ser proposto por vereadores e só pelo prefeito -, como definiu as assessorias técnicas na Câmara, mesmo assim ele foi aprovado por unanimidade, há três semanas. Até a minoritária situação de apoio a Kleber preferiu “não se desgastar” no embate e votou a favor do PL ilegal e inconstitucional como lhes relatei na coluna de segunda-feira passada. Triste!

Neste momento, este Projeto de Lei “repousa” sobre a mesa do prefeito Kleber para ser sancionado ou rejeitado. A decisão sairá depois da Assembleia do Sintraspug de hoje a noite.

Se Kleber sancioná-lo, e contrariando a sua própria procuradoria geral, vai responder por improbidade administrativa. Simples assim!

Se rejeitar, que parece ser o caminho – mas, com Kleber tudo é possível -, o PL volta para a Câmara. Como a oposição detém a maioria de sete dos 13 votos, em teses, derrubaria o veto do prefeito e caberia então ao presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC, médico, funcionário público municipal, que era da situação e agora está na oposição, promulgar o tal PL.

Silvio poderá ficar assim de bem com o seu povo servidor público, mas ele vai ter que assumir todas as consequências jurídicas do seu ato, após tantos pareceres de ilegalidade e inconstitucionalidade contra o PL.

Um bom momento para aferir essa “coragem”!

KLEBER, O BONDOSO

Na mesma terça-feira enquanto os servidores públicos tomavam a Câmara naquela noite e ela aprovava o PL 22/2018, o prefeito Kleber, iluminado não se sabe bem por quem, teve outra “ideia” para ampliar a confusão e principalmente o seu desgaste e dos seus vereadores, cada vez maior com os servidores.

Ele anunciou o tal “Prêmio Assiduidade” em substituição ao polêmico “Vale Alimentação”.

Kleber, de viva voz, num aplicativo de mensagens, mandou e espalhou para os funcionários comissionados e de confiança, religiosos e lideranças políticas envolvidas com o seu governo, ordens expressas para ocupar as redes sociais e nelas propagar tal “novidade”, elogiá-la, combater a crítica e os críticos, tudo com prazo (“até a meia-noite”), seguidas de ameaças de possíveis punições (?) aos “omissos”, numa clara tipificação de assédio.

Inaugurou o “fake coments”. Já se sabia disso pelos comentários perturbados nas redes sociais. O áudio vazado, apenas confirmou.

Kleber quando criticado numa decisão de governo – mesmo quando está aparentemente certo - ele não suporta e tem recuado em vários casos. Acaba criando desgastes para o seu governo, vereadores e os apoiadores.

Com o tal “Prêmio Assiduidade”, nascido do nada, “queria” ele forçar e criar um “clima favorável” para “desmoralizar” a majoritária oposição para algo que ele próprio não explicitou, não discutiu com os servidores, com a sua base, não foi transparente com a sociedade e o próprio Legislativo em si.

Outro tiro num barril de pólvora. Ingenuidade? Ou proposital?

Quem mesmo o orienta Kleber? O prefeito está certo que este “orientador ou orientadora” se trata de um aliado ou aliada dele e do governo que ele devia liderar? Meu Deus!

Perguntas sem respostas para a incoerência ambulante que enfraquece ainda mais o governo.

1. Se o Vale Alimentação pago em dinheiro desde 1994 era irregular como sustentou até então, qual a razão para substituí-lo agora, pelo tal “Prêmio Assiduidade” em dinheiro? Judicializa a questão do Vale e paga para ver. Ou não devia ter começado a mexer nesse vespeiro...

2. Se a troca do dinheiro por cartão no caso do Vale Alimentação foi feira com base legal e regularidade administrativa como se alega, qual a razão para ter recuado e proposto a metade do valor do Vale em dinheiro e a outra em cartão para dar legalidade e constitucionalidade ao então ilegal e inconstitucional PL 22/2018 do vereador Cícero? Judicializa a questão do Vale e paga para ver. Ou não devia ter começado a mexer nesse vespeiro...

3. Onde o prefeito e a sua turma querem chegar quando dizem que estão propondo “economia” para os cofres da prefeitura e propõem substituir o Vale Alimentação, seja ele em dinheiro ou cartão, pelo tal “Prêmio Assiduidade”? Se tem gente que falta demais ao serviço, é preciso colocar o dedo nesta ferida. É outro assunto. É outro problema. Não tem a ver com alimentação. A presidente do Sindicato, Lucimara Rosanski Silva, reclama com razão: “não há dados estatísticos e o governo não aponta quem são faltosos contumazes no serviço público municipal? São comissionados, efetivos, os com empregos públicos ou ACts?. Onde estão e por que”

4. Onde as duas coisas – Vale e “Prêmio” - são iguais? Não estariam Kleber e os seus luas-pretas criando mais confusão e abrindo oportunidade para no futuro – devido a política corporativista natural do Sindicato e a costumeira moleza dos políticos de plantão com o dinheiro dos outros - se ter as duas despesas para o povo pagar e benefícios para os servidores receberem legalmente? Ou acham que os servidores não conhecem os seus direitos, as oportunidades e os caminhos de pressão política ou jurídica para ampliar privilégios?

5. Supondo que os servidores aceitem esta noite o “Prêmio Assiduidade”, quem garantirá que neste governo ou em outro, não seja ressuscitado o tal Vale Alimentação? Afinal, um não tem a ver com o outro, não é mesmo? E para complicar: a questão do Vale Alimentação já não está judicializada pelos servidores por meio do Sintraspug? Então por que não deixa rolar, defende-se e espera o resultado para um novo passo e decisão?

6. E por que as duas despesas podem vir cumulativamente ainda neste governo? Primeiro pela mesma razão que a Câmara aprovou e pode promulgar uma lei ilegal e inconstitucional. A oposição possui a maioria de sete votos dos 13 – e nela, quatro vereadores-funcionários numa exagerada desproporcionalidade. Então oposição modifica e aprova o que ela quer. Segundo, não há impedimento legal no acúmulo dos dois benefícios. Quem regulariza um, recria o outro.

7. E por que isso é factível? O Sindicato está agarrado num parecer monocrático do Tribunal de Contas. Ele indica uma possível implantação irregular do cartão do Vale Alimentação sem os ritos obrigatórios. Era preciso uma lei, segundo esse parecer. A mudança foi numa canetada do ex-secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira.

8. Com esse parecer provisório do TCE acendeu a esperança nos servidores e a luz vermelha no paço. Que confusão, heim? Belo palanque. E o governo na defensiva. E ao invés de água, mais gasolina na fogueira com esse tal “Prêmio Assiduidade”. Se tivesse a maioria na Câmara, Kleber já teria feito uma lei e colocado tudo mais claro para todos no Vale Alimentação como cartão. Errou no ano passado em não fazer isso quando tinha a maioria na Câmara. Não queriam acender o estopim. Agora, arde na fogueira. Errou também porque apostou que não daria zebra na eleição da presidência da Câmara. E deu. E aí para consertar o que fez sem cuidados no passado ficou mais difícil...ou impraticável!

Então qual é a jogada de Kleber e os seus com o “Prêmio Assiduidade”? Esclarecer a cidade, nada; os funcionários, muito menos. E na falta de transparência, sofre ataques, recua e reclama, inclusive de parte da imprensa que não está obediente aos seus assédios . A que está em silêncio ou publicando as suas versões, está desacreditada e ganha um baile das redes sociais. Elas desnudam todas as jogadas, alimentam boatos, ampliam o palanque do Fla-Flu eleitoral em reta final de campanha. Uma pena!

O Ofício 620/2018, do dia 27 de agosto, assinado pelo prefeito ao Sintraspug dá 20 dias para ele decidir sobre esta questão controversa e cheia de dúvidas. E a decisão será hoje, possivelmente.

Os R$430,00 pagos pelo Vale Alimentação na prefeitura de Gaspar – em dinheiro ou em cartão – no tal “Prêmio Assiduidade” manteria a proporcionalidade de descontos à todas as faltas justificadas como é hoje, mas uma falta não justificada, o servidor receberia a metade desses R$430,00 e no caso de duas, nada. Ficariam de fora da regra, apenas os ACTs com contratos em vigor. Já os novos contratados seriam enquadrados nas regras do “Prêmio Assiduidade”.

Hoje é dia de comício. Armado por Kleber, Luiz Carlos, Pereira, MDB, PP, PSC.... contra eles mesmos. Acorda, Gaspar!

Caso perdido II

Hoje é dia de eleição do Conselho Tutelar em Gaspar. Há mistura de aparelhamento, política e possíveis irregularidades

A vulnerabilidade social em Gaspar é tratada como um caso de disputa política – e até ideológica - para o poder de plantão. Hoje é dia de eleição para escolher um titular – o mais votado - para o Conselho Tutelar de Gaspar e seus suplentes, na ordem crescente de votos recebidos. Concorrem Clarisse de Oliveira da Luz, Márcio Sansão, Yohana Oneda, Franciel José Ganancini, João Gabriel Campregher Probst, Mayndra Tonet Francisco e Vanessa Fabiane Scheidt.

Qualquer gasparense munido do seu título de eleitor daqui do município pode participar dessa eleição. Os votos serão colhidos das 9h às 16h, na secretaria de Assistência Social e que fica no Gascic, no Centro.

E por que a vulnerabilidade da criança e do adolescente é mais vulnerável em Gaspar?

Primeiro o governo Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, nomeou para ser secretário de Assistência Social um leigo na área, amigo, ex-assessor seu no gabinete quando vereador e presidente do PSC local, Ernesto Hostin. Ele já saiu, por recomendação médica. Está no seu lugar, um técnico, funcionário de carreira, Santiago Martin Navia.

Num dos primeiros atos do seu governo, Kleber propôs cortar a verba do Fundo da Infância e Adolescência, baseadas nas receitas do município. Depois de muito bafafá, teve que recuar parcialmente. E ainda fez propaganda desse recuo forçado como se fosse uma conquista da sociedade e do governo.

Recentemente, esvaziou e tentou fechar a Casa Lar Sementes do Amanhã. Outro bafafá. Ainda, não deu certo. E dizia que cumpria ordens do Ministério Público e da Justiça. Foi desmentido. E agora renovou o contrato com a nova gestora, por cinco anos, exatamente nos mesmos custos que se negava com a anterior alegando estar acima do que poderia pagar. Mas, este assunto para outro artigo.

Na sexta-feira mostrei como a página virtual do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e dos Adolescentes – CMDCA – ao invés de se preocupar com assuntos da área, preferiu propagandear nela o Festival da Cerveja, líquido naturalmente impróprio para a faixa etária a que está obrigado a zelar o CMDCA.

Agora, o governo está metido numa outra encrenca: o de aparelhar o Conselho Tutelar e fazer vistas grossas para procedimentos considerados irregulares.

Segundo alguns especialistas da área consultados pela coluna, a “disputada” eleição do Conselho Tutelar que se faz hoje – e se parece com retoques de contenda política partidária - possui vários vícios e erros. Todos denunciados à Comissão Eleitoral ou ao Ministério Público. Houve apenas uma manifestação até o fechamento da coluna neste domingo.

O candidato Franciel Ganacini, bacharel em direito, é apoiado pelo MDB. Um dos componentes da comissão Renato da Costa Brambilla o apoia publicamente. Mesmo após denúncia formal feita no dia seis de setembro à presidente da Comissão Eleitoral, Maiara Polla dos Santos, o CMDCA nada decidiu e o candidato segue na nominata para eleição de hoje.

É ilegal? Não! Mas, não é normal, nem moral. É privilégio o apoio vindo de um dos membros da Comissão.

Outra candidata Yohana Oneda, também bacharel em direito e apoiada pelo PT, apresentou atestado firmado por Médico do Trabalho sendo que o Edital e a Resolução, exigem que esse documento seja expedido por médico com especialidade em saúde mental. A denúncia foi levada ao Ministério Público (anônima) e ao CMDCA, plenamente identificada como se exige no edital e também no dia seis de setembro. Entretanto, a candidata segue habilitada e apta a concorrer na eleição de hoje.

João Gabriel Campregher Probst, bacharel em direito, candidato, é filho da presidente do CMDCA, Eloiza Campregher Probst. O edital 2018 e a Resolução 006/2018 são muito claras acerca do parentesco

A resolução no seu artigo 11 diz o seguinte: “estão impedidos de compor as Mesas Eleitorais, bem como ter acesso ou tomar qualquer tipo de decisão no processo eleitoral parentes até o terceiro grau, assim como os cônjuges, filhos (as), companheiros (as), sogros (as), genros, noras, cunhados, concunhado, tios, sobrinhos, padrastos e madrastas dos candidatos do Conselho Tutelar. Parágrafo único – O grau de parentesco de que trata o caput deste artigo será aferido mediante declaração dos membros da Mesa Eleitoral, colhidas no ato da sua instalação”.

O CMDCA neste caso já se manifestou. Alegou que o edital dava dúbia interpretação sobre o caso e então João Gabriel segue apto para a votação de hoje. Esta dubiedade se fundamenta no item 1.8 do edital que diz em relação ao Conselho Tutelar e não à sua relação com o CMDCA, como querem os denunciantes para desqualificar o candidato João Gabriel: “são impedidos de servir no mesmo Conselho Tutelar os cônjuges, companheiros, mesmo que em união homoafetiva ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade até o terceiro grau”. Além disso, há provas de que fez propaganda antecipada.

Para encerrar. Tudo isso acontece por uma vaga de titular no Conselho Tutelar, com obrigação de 30 horas semanais, a razão de R$2.342,54, mais os plantões e por apenas dois anos. E na outra ponta há quem exija obediência dos mortais às regras e moralidade na política.

Nos bastidores, uma intensa movimentação para que eu não comentasse ou explicitasse esses fatos. Não é a primeira vez nessa. E exatamente num assunto, aparentemente, menor. Muito estranho. Tudo isso está à mostra nas redes sociais e só a imprensa é que não deve mexer nele?

O problema é a imprensa, ou o processo que não se esclarece no devido tempo e nas dúvidas que se apresentam? Transparência é tudo, mas difícil de praticá-la por quem está no poder ou está em defesa de interesses Acorda, Gaspar!

Comentários

Herculano
11/09/2018 20:16
BOLSONARO ASSUSTA O MERCADO, por Germano Oliveira é editor de política da revista ISTOÉ

O Ibope divulgou sua nova pesquisa para presidente nesta terça-feira 11 que está assustando o mercado financeiro, sobretudo porque o candidato que eles haviam escolhido para apostar, o tucano Geraldo Alckmin, não está deslanchando e, pior, está estagnado com 9% já há algumas semanas. Nem o fato de ter metade do tempo do horário eleitoral alavancou o candidato do PSDB. Para irritar ainda mais o humor do chamado "mercado" (financistas, donos de bancos, empresários etc), quem está numa tendência de crescimento, cada vez mais consolidada, é o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que nesta pesquisa do Ibope aparece com 26%. Nas pesquisas anteriores ele tinha 20% (dia 19 de agosto) e depois cresceu para 22% no dia 5 de setembro. Ou seja, cresceu 6% em pouco mais de 20 dias. O humor do mercado caiu porque o candidato dos financistas, Alckmin, está ficando inviável. Alckmin tinha 7%, subiu para 9% e se manteve em 9%. Parou. Entre os demais candidatos, a tendência de alta também é do petista Fernando Haddad. Ele tinha 4%, cresceu para 6% e agora está com 8%. Ascendente. Os outros dois candidatos com chances também estão oscilando dentro da margem de erro. Marina tinha 12%, permaneceu com 12% e agora caiu para 9%. Tendência de queda. Já Ciro Gomes estava com 9%, subiu para 12% e agora caiu para 11%. Está estabilizado. Como a margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos, atualmente pode-se assegurar que Bolsonaro está no segundo turno. A outra vaga será disputada com unhas e dentes por Ciro, Alckmin, Marina e Haddad. Sempre considerando que a tendência de alta é de Haddad, que agora passou a ser o candidato oficial do PT, com o apoio de Lula. Isso pode fazer alguma diferença. Portanto, o mercado entrou em pânico nesta terça-feira com a possibilidade de haver um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Ou seja, dois extremos.Um de direita e outro de esquerda, que pode significar a volta do PT ao poder. Dessa forma, a bolsa caiu hoje 2,3%, que é uma queda forte. E o dólar subiu 1,55%, para R$ 4,16, que também é uma alta forte. O dólar turismo já está em R$ 4,34. Ou seja, a eleição no Brasil pode estar entrando num salve-se quem puder. Principalmente para quem tem empresas como ações na bolsa. O mercado está apavorado.
Herculano
11/09/2018 11:58
da série: como se falseia aos analfabetos, ignorantes, desinformados e se alimenta os fanáticos e radicais

A CARTA DE BOLSONARO

Conteúdo de O Antagonista.O marqueteiro de Michael Bloomberg defende que Jair Bolsonaro "abandone o discurso agressivo e escreva, do leito do hospital, uma carta à Nação deixando claro que apoia a democracia e que não levará ao Planalto uma agenda racista e homofóbica".

Segundo Sônia Racy, o contato com o marqueteiro foi feito por alguém da ala de Luiz Philippe de Orleans e Bragança e "tem como objetivo combater a rejeição de Bolsonaro".
Herculano
11/09/2018 11:54
"CIRO É PERIGOSAMENTE PARECIDO COM DILMA E TRUMP" por Pedro Menezes, na Gazeta do Povo, Curitiba

De tão frequentes, as referências à academia nos últimos discursos de Ciro Gomes (PDT) parecem até fruto de pesquisas qualitativas. Seja qual for o motivo, o candidato quer se vender ao povo brasileiro como professor, pesquisador rigoroso, em contraste com os políticos comuns que nunca estudaram os problemas do país.

Exatamente o oposto do que aconteceu na carreira de Ciro Gomes. O ex-professor de direito da UVA e UNIFOR abandonou a docência antes da queda do Muro de Berlim, em 1985. Não tem histórico de publicações em periódicos com rigor acadêmico ou pós-graduação. De acordo com um perfil da revista Piauí deste mês, Ciro frequentemente "cai em imprecisões ou erros factuais ao despejar dados em cascata".

Nos últimos 33 anos, Ciro fala para obter poder político, não para refletir seriamente sobre qualquer coisa. Quem esquece disso corre alto risco de ser engabelado pelo candidato. Apesar de bem articulado, como Donald Trump, Ciro Gomes não tem medo de mentir, como Trump, se for necessário para adoçar seu discurso.

Afirmar que metade do orçamento é destinado ao pagamento de juros para bancos, como faz o candidato, é uma mentira grosseira, derivada de um uso nonsense da palavra "orçamento".

Ciro conflaciona, propositalmente, gasto público e dinheiro movimentado pelo governo. Mas nunca informa que metade das receitas também vem dos bancos, por operações financeiras do governo. Se o que ele chama de "orçamento" representasse o tamanho do governo federal, a carga tributária necessária para estabilizar a dívida pública brasileira seria maior que a dos países escandinavos, ao redor de 60% do PIB. Só é possível compreender a afirmação através da politicagem, admitindo que o candidato quer vender uma solução fácil para o ajuste fiscal ?" voluntarismo contra banqueiros.

Mesmo assim, precisaríamos considerar que boa parte dos juros não vai pros bancos. Fundos de pensão e seguradoras estão entre os maiores detentores da dívida pública. Parte importante dos depósitos na sua conta corrente, por exemplo, podem estar assegurados por títulos públicos. Ao discurso de Ciro, portanto, falta justamente o estudo e as informações que ele alega ter de sobra.

O paralelo que faço com Trump se dá principalmente pela crônica alergia a fatos. Mas se fosse apenas isso, estaríamos bem.

Ciro já disse, por exemplo, que as metas de inflação só existem no Brasil, sendo uma picaretagem neoliberal que só nós engolimos ?" na verdade, é o regime monetário mais adotado no mundo, apoiado por alguns dos principais economistas de esquerda do planeta, cujos defensores originais foram premiados com o Nobel. Se lhe parece uma tecnicalidade, saiba que basta um decreto presidencial ?" uma canetada, sem discussão parlamentar ?" para acabar com o regime de metas, o que Ciro já prometeu fazer.

A acusação genérica de combater a "picaretagem ideológica neoliberal" é um salvo-conduto frequente de Ciro para ignorar economistas acadêmicos e as evidências por eles acumuladas em suas pesquisas. Diversas pesquisas apontam um virtual consenso sobre os danos do protecionismo ao bem-estar econômico ?" como Trump, Ciro ignora um virtual consenso científico propondo proteção ao empresariado nacional, enquanto acusa os outros de ideologia.

Críticas à ortodoxia econômica, como as recentemente formuladas por André Lara Resende e John Cochrane, tem sido citadas por Ciro em sentido oposto ao que esses economistas defendem ?" os próprios já disseram que não se trata de salvo-conduto para baixar juros na canetada. O candidato ignora ainda que o gasto federal cresceu em 2015 e 2016, e culpa a austeridade (qual, se a demanda do governo aumentou?) pela crise.

Em suma, o presidenciável estudioso trabalha diuturnamente para rebaixar o debate público, como Trump. Para isso, conta com a ignorância da população sobre assuntos técnicos, como Trump, e até defende pautas próximas ao presidente americano - há mais trumpismo na política comercial de Ciro do que na de Bolsonaro.

Nem tudo são semelhanças. Trump propôs, de modo irresponsável, cortes de impostos para o mais ricos. Ciro defende o contrário, num ponto de sensatez do seu programa econômico. Na relação com o empresariado, entra a semelhança com Dilma Rousseff.

Em diversos momentos da campanha, como no debate da Band, Ciro citou setores nominalmente, detalhando intervenções com a precisão de um passe do Iniesta. Assim como Dilma, Ciro quer desenhar novos mercados com canetadas. Novamente, tem tudo para dar errado ?" a quantidade de consequências não-intencionais e imprevistas costuma ser grande demais, levando à destruição de outros setores.

Há, no candidato, muita disposição para políticas econômicas expansionistas, destinadas a aumentar o emprego no curto prazo. Pouco diz sobre seus custos e as distorções resultantes. Segundo o candidato, o alívio em dívidas do SPC consumiria cerca de R$ 60 bilhões, aproximadamente dois anos de Bolsa Família. Esse tipo de política pública, com estímulos de curto prazo ao emprego formulados com mais vontade do que avaliação, foram uma marca dilmista.

Foi com ideias assim, que pareciam razoáveis e tinham custos subestimados através do envolvimento de bancos estatais, que o Brasil chegou na atual situação fiscal. O subsídio ao lucro de grandes empresários (no caso, bancos) é outro traço dilmista nas ideias de Ciro para o SPC.

Afastar-se de Dilma é uma preocupação frequente de Ciro, que se pretende original em seu desenvolvimentismo, mas as semelhanças são grandes demais para serem ignoradas. A proposta de reduzir os juros indo para cima dos bancos, ignorando que apenas 14% do spread bancário correspondem à margem de lucro, segundo cálculos do Banco Central, é mais uma proposta com tudo para dar errado. O uso de reservas do Banco Central para financiar o BNDES, num período em que Argentina e Turquia pagam caro por restrições externas, sugere um comportamento arrojado que não se recomenda a endividados.

A seu favor, Ciro garante um histórico responsável quando teve orçamentos sob seu comando. Garante, portanto, ser diferente de Dilma, lembrando de críticas à irresponsabilidade fiscal da presidente. Mas Dilma tinha tudo isso: nas eleições de 2010, a própria tinha a seu favor superávits primários nos tempos de Casa Civil, e em 2011 comandou um breve ajuste fiscal enquanto trouxe Antonio Palocci de volta ao governo.

Planos duram até a primeira intempérie. Caso eleito, Ciro enfrentará crises e será obrigado a mudar de ideia. Quando um imprevisto acontecer, os conselheiros econômicos do presidente provavelmente serão economistas desenvolvimentistas da FGV paulista. Nos últimos anos, o candidato vem se aproximando desse grupo, através de economistas como Nelson Marconi e Bresser-Pereira. Com essa informação, será que o leitor que consegue adivinhar as filiações acadêmicas de Guido Mantega, Nelson Barbosa e Márcio Holland?"
Herculano
11/09/2018 11:51
VAMPIROS

Hoje é dia de sessão noturna na Câmara de Gaspar. Quem desta vez vai se ausentar para fazer campanha eleitoral enquanto deveria estar na sessão, que recebe para tal dos pagadores de pesados impostos, defendendo os interesses dos dos seus eleitores e eleitoras?

Campanha a noite é coisa de Vampiro. Meu Deus!
Herculano
11/09/2018 11:48
QUAL É A NOVA BOLA FORA QUE O GOVERNO DE KLEBER EDSON WAN DALL, MDB, E LUIZ CARLOS SPENGLER, PP, VAI ANUNCIAR DEPOIS DA REPROVAÇÃO DO TAL "PRÊMIO ASSIDUIDADE"?

FALTAM RESPOSTAS, SOBRAM PERGUNTAS E DE UMA REALIDADE INCONTESTÁVEL. ACORDA, GASPAR!
Herculano
11/09/2018 09:45
REJEIÇÃO DE MULHERES A BOLSONARO SOB DE 43% PARA 49%; ENTRE OS MAIS POBRES, DE 41% PARA 46%; REJEITAM-NO 40% DOS PARDOS E 51% DOS NEGROS, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, oscilou dois pontos para mais na pesquisa Datafolha feita, tabulada e divulgada nesta segunda. Passou de 22% no dia 22 de agosto para 24% agora. No segundo turno, perderia para todos adversários testados. A diferença em favor de seus contendores aumentou. A dúvida seria Fernando Haddad. Ainda assim, estão em empate técnico: 38% a 37% para o petista. A rejeição passou de 39% para 43%, a mais alta entre os candidatos. É evidente que os partidários do deputado não contavam com a facada desferida por Adelio Bispo de Oliveira no dia 6, em Juiz de Fora, Minas, mas não me parece menos verdadeiro que os partidários do capitão reformado foram com muita sede ao pote na exploração eleitoreira do evento criminoso. E o resultado está muito longe das apostas feitas.

O que foi mesmo que afirmei aqui, na manhã de ontem? Eu lembro:

"Bolsonaro, segundo os institutos, vem conseguido suas melhores marcas entre os universitários e os mais ricos. São segmentos importantes porque tendem a ser formadores de opinião, mas esses grupos não decidem uma eleição. Tudo vai depender de como os mais pobres vão registrar o episódio. Também vai pesar o comportamento das mulheres, grupo em que a rejeição a seu nome é alta. Se houver mudanças significativas nesses estratos, as chances de Bolsonaro crescem bastante."

Pois é? Quem ficou atento apenas à reação nos segmentos em que o candidato mantém seus melhores resultados acabou tendo uma impressão distorcida dos fatos. Segundo o Datafolha, a rejeição das mulheres a Bolsonaro cresceu de 43% para 49%. No eleitorado que tem apenas o ensino fundamental, oscilou para cima: de 37% para 39%. Entre os que ganham até dois salários mínimos, também houve crescimento: de 41% para 46%. Na faixa de 2 a 5, não votariam nele de jeito nenhum 42%. Eram 38% há três semanas. Ele também é o mais rejeitado por aqueles que se dizem pardos: 40%. Entre os que se identificam como negros, esse número chega a 46%. No Nordeste, o "não" ao candidato oscilou de 50% para 51%.

Por razões que os estrategistas de Bolsonaro deveriam trabalhar - se ele os tivesse -, a candidatura do deputado está sendo vista como hostil às mulheres, aos pobres, aos pardos e negros, aos nordestinos e aos de menor escolaridade. Em coerência com esses dados, ele se mantém estável entre os que ganham mais de 10 mínimos (de 33% para 31%), embora a rejeição tenha crescido de 35% para 43%. Lidera entre os homens, oscilando de 30% para 32%, embora 37% não votem nele de jeito nenhum. Tem a dianteira entre os universitários, variando de 27% para 30%, mas 48% nesse grupo também se recusam a lhe dar o voto.

Esses dados explicam por que se frustraram aqueles que esperavam que a facada desferida por um criminoso ou por um doidivanas poderia decidir o destino da Presidência da República. Como já afirmei aqui, Bolsonaro até pode se eleger, mas não será por causa daquele crime.

Houve ainda uma reação despropositada de seus militantes e de seus homens fortes. O presidente interino do partido, Gustavo Bebiano, chegou a anunciar: "Agora é guerra". O deputado Onyx Lorenzoni acusou uma conspiração do Foro de São Paulo. Ainda entorpecido, no leito da UTI do Albert Einstein, gravou-se um vídeo com o deputado. O senador Magno Malta exibiu a ferida da cirurgia, e o próprio Bolsonaro se deixou fotografar fazendo, mais uma vez, a mímica de uma arma. Eduardo Bolsonaro, seu filho, chegou a dizer, ninguém sabe com base em quê, que um tiro de revólver teria provocado menos danos a seu pai. Uma imagem que circula entre seus seguidores mostra Jesus tirando-o das águas com o texto: "Segure em minhas mãos, capitão? Ainda temos que salvar um país inteiro?"

Parece que parte considerável da população - na verdade, a maioria, especialmente entre os mais pobres - não cedeu a essa abordagem, mantendo a opinião que tinha sobre o candidato, embora certamente repudie a agressão.

Os bolsonaristas vão ter de voltar à prancheta.
Guilherme
11/09/2018 09:30
Finalmente o Bairro Arraial d'Ouro irá ser contemplado com uma via asfáltica. Mesmo não sendo a totalidade da via, mas apenas o trecho de 1km próximo a comunidade Nossa Senhora Aparecida (500 metros antes e 500 metros depois), tal fato é comemorado pela comunidade, que sempre sofreu com o pó em suas casas. Sendo que o pó não se trata apenas um problema de infraestrutura do bairro, como de saúde publica para a população que neste bairro reside.

Dito isto, devemos alertar a própria secretaria de obras, que ao invés de asfaltar 500 metros antes da capela nossa senhora aparecida (localidade onde não possui casas a beira da via, tendo apenas arrozais as margens com maquinários pesados que podem danificar a via), que seria mais inteligente e eficiente economizar neste trecho e asfaltar um pouco mais acima da capela onde existe habitação e casas a beira da Rua José Junges.

Acredito assim, que a aplicabilidade dos princípios da eficiência, eficácia e da economicidade da administração pública estariam sendo, de certa forma, mais respeitados e honrados, e claro, a população mais servida.
Herculano
11/09/2018 09:01
SALVO PELO SUS, BOLSONARO NÃO PRETENDE AUMENTAR RECURSOS PARA O SISTEMA, por Cláudio Collucci

Constatação está em análise feita por pesquisadores da USP, UFRJ e Fiocruz

"Se um dia você sofrer um acidente grave, um tiro ou uma facada e tiver condições de falar, peça para te levarem ao Hospital das Clínicas. Não importa que o seu convênio dê direito ao Sírio e ao Einstein. No hospital público estarão os profissionais mais experientes para cuidar desses casos porque fazem isso o tempo todo."

Na última quinta (6), tão logo soube da facada da qual foi vítima o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), lembrei-me dessa recomendação feita anos atrás por um médico amigo, quando me mudei para São Paulo.

?Bolsonaro foi levado à Santa Casa de Juiz de Fora (MG). A rapidez com que foi atendido e a eficiência da equipe médica foram fundamentais para salvar a vida do candidato. Ele chegou à emergência do hospital, localizado a menos de 1 km do local do atentado, dez minutos após ser esfaqueado.

Ficou na sala vermelha menos de dez minutos e, depois de estabilizado, foi levado para fazer ultrassom de abdômen e uma tomografia, que mostraram um intenso sangramento na cavidade abdominal. A cirurgia foi imediata. No dia seguinte, o candidato foi transferido para o hospital Albert Einstein (SP).

Na Santa Casa de Juiz de Fora, tudo foi pago pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo a revista Piauí, a equipe médica receberá R$ 367,06 pelo tratamento cirúrgico de lesões vasculares traumáticas do abdômen, conforme a tabela. E o hospital, R$ 1.090,80.

Assim como outras instituições filantrópicas do país, o hospital enfrenta dificuldades financeiras, especialmente pela defasagem da tabela de repasses do SUS. Relata prejuízos que ultrapassam R$ 27 milhões, segundo levantamento de 2017.

Mas a julgar pelas proposições para a saúde contidas no programa que inscreveu formalmente no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Bolsonaro não pretende aumentar os recursos para o SUS. Ele considera excessivos os atuais gastos com saúde.

É o que aponta a análise "A saúde nos programas dos candidatos à Presidência da República do Brasil em 2018", feita pelos pesquisadores Mario Scheffer (USP), Ligia Bahia (UFRJ) e Ialê Falleiros Braga (Fiocruz), a partir das proposições oficiais para a área de todos os candidatos à Presidência da República.

Segundo os autores, Bolsonaro fundamenta seu diagnóstico em dados mal interpretados de um gráfico desatualizado que faz uma comparação de gastos em saúde de diversos países.

Talvez a experiência que teve na Santa Casa de Juiz de Fora faça o candidato e outros presidenciáveis a mudar de ideia sobre o SUS e seu crônico subfinanciamento. Obviamente que isso não elimina a necessidade urgente de o sistema se tornar mais eficiente e conter desperdícios e fraudes.

O atendimento exitoso prestado ao candidato pela Santa Casa de Juiz de Fora reforçou ao país um SUS que funciona, um SUS que atende a todos independentemente das posições ideológicas, orientação sexual, condições socioeconômicas, credo ou cor. Um SUS que vai completar 30 anos no próximo mês e ainda não foi reconhecido pelo brasileiro como um sistema para chamar de seu.
Herculano
11/09/2018 07:43
da série: não há meias soluções, gradualismos quando se têm problemas graves e se quer corrigir e dar soluções nas áreas econômicas e administrativas.

A AGONIA ECONôMICA DA ARGENTINA, editorial da Gazeta do Povo, de Curitiba

O presidente Mauricio Macri herdou uma economia devastada e errou ao tentar uma solução gradual e suave para o gravíssimo quadro de problemas

Inflação anual superior a 30%, déficit fiscal de 5,1% do PIB, desvalorização de 50% da moeda nacional (o peso) frente ao dólar, queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 de 1%, elevação da taxa básica de juros para 60% ao ano e, por fim, a súplica ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para conseguir que o órgão antecipe a liberação do empréstimo de US$ 50 bilhões. Esses são alguns dos aspectos mais recentes da Argentina, os quais mostram que a crise econômica está longe de ser superada. O estrago sofrido pela estrutura econômica argentina nos últimos 50 anos foi de tal natureza que não há milagre capaz de consertar a situação no prazo curto. 

O presidente Mauricio Macri herdou uma economia devastada e, se há um erro que lhe pode ser atribuído, é o de ter tentado uma solução gradual e suave para o gravíssimo quadro de problemas. O FMI já havia emitido alerta sobre o tamanho e a gravidade do déficit nas contas públicas, para o qual o tratamento gradual acabaria se provando um erro, e o governo iria amargar as consequências de sua decisão de não adotar tratamento radical contra o desequilíbrio das contas. A ironia está no fato de os alertas do FMI dizerem que o fracasso do caminho suave para tão grave situação viria em forma de inflação alta, insuficiência de dólares para manter as importações, crise cambial e explosão da taxa de juros ?" exatamente o que está ocorrendo atualmente.

A saída fora da austeridade e do controle do déficit fiscal é pura demagogia 

Os efeitos do grave conjunto de problemas terminariam agravados pela perda de confiança na economia do país tanto por parte dos agentes econômicos internos quanto pelos investidores estrangeiros, com fuga de capitais. Esse quadro iria obrigar o governo Macri a mendigar liberação de empréstimos em moeda estrangeira e a tomar as medidas duras que se recusara a tomar quando assumiu seu mandato, em 2016. Vale relembrar que a Argentina é uma das economias mais dolarizadas do mundo, como resultado de práticas repetidas de confiscos de renda e patrimônio, moratória de dívida pública interna, negação de dívidas externas e confrontação com os organismos internacionais, principalmente o FMI. 

Agora, com o anúncio de aumento de impostos, corte de gastos e pedido de socorro ao FMI, o presidente Macri toma uma decisão desesperada e que lhe custará perda de popularidade, até porque ele chegou ao poder prometendo que não haveria ajuste, discurso estranho para um país que se meteu em um buraco fundo, com máquina estatal inchada e gastadora, e déficits crônicos. O governo argentino acaba de impor retenção de 10% de cada dólar obtido pelos exportadores e anunciou eliminação de 13 dos 23 ministérios, além de outras medidas de contenção de gastos. Tudo isso para tentar ganhar a confiança do mercado, coisa que se apresenta difícil a julgar pelo histórico do país de não cumprir suas promessas de austeridade. 

Leia também: A?Argentina de volta ao passado (editorial de 15 de maio de 2018)

Leia também: O?Mercosul e o comércio exterior (editorial de 20 de março de 2018)

Ao comentar o pacote de medidas duras, o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, admitiu que elas têm um caráter recessivo neste ano, cujo PIB está com previsão de cair 1%. Para acalmar os ânimos das camadas mais pobres da população, o governo anunciou que manterá os orçamentos dos programas sociais. Quando confrontado com as críticas de que não faz sentido aumentar impostos e cortar gastos em um período recessivo, o governo argumenta que o país não tem saída e que, com a liberação dos US$ 50 bilhões pelo FMI e a recuperação de alguma confiança do mercado, o país poderá manter o fluxo regular das importações, estimular a entrada de capital estrangeiro, conter a desvalorização do peso, frear a inflação e fazer o PIB voltar a crescer. Macri vem dizendo que a saída fora da austeridade e do controle do déficit fiscal é pura demagogia de quem não tem a responsabilidade de consertar a danificada economia nacional e o desastroso estado das contas do governo, que ele diz ter herdado dos governos anteriores. 

O governo afirma que, infelizmente, quando o atual presidente tentou fazer a Argentina voltar à vida normal e promover a reinserção do país na economia internacional, ele pegou o mundo na contramão, com aumento do protecionismo comercial (inclusive nos Estados Unidos), saída de capitais em busca de melhores juros (também nos Estados Unidos), redução da confiança dos agentes nas economias emergentes (em parte pelos problemas ocorridos na Turquia, cuja moeda teve desvalorização de mais de 80% neste ano, em decorrência de déficits comerciais e do estremecimento das relações com os Estados Unidos) e um quadro de recessão em vários países da América Latina. O cenário internacional adverso pode ter contribuído para a crise argentina, mas o fato é que as bases da crise foram construídas dentro do próprio país. Se as medidas anticrise vão dar certo ou não, só o tempo dirá."
Herculano
11/09/2018 07:37
GASPAR FAZENDO ESCOLA?

Pelo menos quatro delegados que atuaram e se destacaram em Gaspar se tornaram delegados regionais de Blumenau.

Juraci Darolt e Paulo Norberto Koerich, que nasceram aqui, bem como Ademir Serafim e agora, Egídio Ferrari, com passagem destacada aqui e em Blumenau na Divisão de Investigações Criminais.
Herculano
11/09/2018 07:27
UM RETRATO PERFEITO, OU SEJA, TODA A UNANIMIDADE É BURRA

Encontro no jornal Folha de S. Paulo, um título e subtítulo de João Pereira Coutinho, escritor e sociólogo português, que se encaixa bem para alguns políticos e principalmente a administração de Gaspar, a que quer que a imprensa, e as redes sociais sejam na sua totalidade uma bajulação só.

"A escuridão perpétua
O chicote refina um autor; o elogio fácil alimenta nele uma excelência infundada"
Herculano
11/09/2018 07:22
NO TUCA, HADDAD É QUASE-CANDIDATO

Conteúdo do BR18. No Tuca, Haddad é quase-candidato

Faltando poucas horas para a provável oficialização de Fernando Haddad como candidato do PT à Presidência da República, aliados do ex-prefeito praticamente "anteciparam" o anúncio. Em ato no teatro Tuca, em São Paulo na noite de segunda-feira, 10, nomes como o candidato ao governo do Estado, Luiz Marinho, membros de partidos aliados como do PCdoB e do Pros, defenderam Haddad na cabeça da chapa e Manuela D'Ávila como sua vice. Foi também lida uma carta de Lula.

"Minha voz é a voz de Fernando Haddad e de todos os companheiros em nossa jornada destemida para resgatar a dignidade nacional", disse Lula na carta. "Nosso time está montado com Haddad e Manuela", afirmou o vice-presidente nacional do PCdoB Walter Sorrentino, como informa o Estadão. Haddad deve ser oficializado nesta terça-feira, 11, como determinou o TSE.
Herculano
11/09/2018 07:18
EX-GOVERNADOR DO PARANÁ,O TUCANO BETO RICHA É PRESO

Conteúdo do portal G1. Esposa de Beto Richa, Fernanda Richa, e Deonlison Roldo, que é ex-chefe de gabinete do ex-governador, também foram presos.

O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi preso nesta terça-feira (11), em Curitiba. Ele é candidato ao Senado.

A esposa de Beto Richa, Fernanda Richa, e Deonlison Roldo, que é ex-chefe de gabinete do ex-governador, também foram presos.

As três prisões são temporárias, com validade de cinco dias. Os mandados de prisão foram cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

O G1 tenta contato com a defesa defesa deles.

Nesta manhã, também foi deflagrada a 53ª fase da Operação Lava Jato que cumpre três mandados de prisão em Curitiba. Mas, até o momento, não se sabe quais são os alvos.

53ª fase da Lava Jato
Batizada de "Piloto", a 53ª etapa da Lava Jato cumpre 36 mandados judiciais em Salvador (BA), São Paulo (SP), Lupianópolis (PR) Colombo (PR) e Curitiba (PR).

De acordo com a Polícia Federal (PF), o objetivo da investigação é a apuração de suposto pagamento milionário de vantagem indevida no ano de 2014, pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht.
Herculano
11/09/2018 07:15
PERDA DE CANDIDATURA ABATE MAIS LULA QUE PRISÃO, por Josias de Souza

Preso há cinco meses e quatro dias, Lula emite os primeiros sinais de abatimento. Na avaliação de um dirigente do PT, o desânimo não foi provocado pela prisão longeva, mas pela troca compulsória do figurino de candidato pelo de cabo eleitoral de Fernando Haddad. A despeito do baque, Lula comanda desde a cadeia cada detalhe da própria substituição, a começar pela escolha do cenário. Deslocou o palco de São Paulo para Curitiba.

A profusão de recursos judiciais revelou-se inútil. Embora ainda sonhe com o milagre da obtenção de uma liminar de última hora no Supremo, Lula reconheceu que sua candidatura está no buraco. E autorizou Haddad a substitui-lo antes que a Justiça Eleitoral comece a jogar terra em cima nesta terça-feira, quando vence o prazo para a troca.

O eleitor de Lula já havia farejado o movimento, informa o Datafolha. Na primeira pergunta de sua nova pesquisa, o instituto pediu aos entrevistados que dissessem espontaneamente o nome do presidenciável preferido. As menções a Lula despencaram 11 pontos. Na pergunta estimulada, quando o pesquisador exibe um cartão com os nomes dos candidatos, o preso de Curitiba foi excluído. E o pupilo Haddad saltou de 4% para 9% antes mesmo da formalização da troca.

Haddad entrou automaticamente na briga pela vaga de adversário de Jair Bolsonaro no segundo turno. De acordo com a pesquisa, Haddad, Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin estão tecnicamente empatados no intervalo entre 9% a 13% das preferências do eleitorado.

Embora tenha colecionado novos eleitores, subindo cinco pontos na pesquisa em apenas 20 dias, Haddad não ignora que o único eleitor capaz de levá-lo ao segundo round está preso em Curitiba. E Lula cuidará para que ele não esqueça a origem dos seus votos.

Assim como os filmes, as biografias também têm suas trilhas sonoras. Lula escolheu sua música num discurso palaciano de 2007. Exercia seu primeiro reinado. Evocou Raul Seixas: "?Eu prefiro ser considerado uma metamorfose ambulante, ou seja, estar mudando na medida em que as coisas mudam."

A mudança atual não chega a ser original. No mesmo papel de carregador de postes, Lula já revelou uma força de estivador. Fez isso duas vezes com Dilma Rousseff em âmbito nacional. Repetiu o feito com o próprio Haddad, na seara municipal. Fracassou na reeleição de Haddad para o posto de prefeito de São Paulo. Pela primeira vez, testa seu poder de transferência de votos como cabo eleitoral preso.
Herculano
11/09/2018 07:13
SABER E CONCILIAR INTERESSES SÃO VIRTUDES, NÃO VÍCIOS, NA POLÍTICA, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista e mestre em filosofia, para o jornal Folha de S. Paulo

O Brasil tem que tomar decisões muito difíceis para evitar um colapso

A facada em Bolsonaro foi a conflagração trágica da patologia que nos acomete. Passado o momento de crise, é um bom momento para a reflexão por parte da sociedade: fomos longe demais.

O esfaqueador dá mostras de ser um indivíduo mentalmente desequilibrado - o que não exclui ter planejado o ataque -, mas as crenças que o moviam, delírios conspiratórios e projeção de tudo que há de mal na direita (cujo símbolo é Bolsonaro), são relativamente comuns. A diferença é que a maioria dos indivíduos, por mais radicalizados que estejam, não recebem um chamado de Deus para matar o objeto de seu ódio. Falta-lhes o parafuso a menos necessário para colocar essas ideias em prática. Mas as ideias são as mesmas.

Isso pôde ser observado nas reações das pessoas à cobertura da mídia. O ponto de partida de ambos os lados é que a mídia mente sempre, e um áudio de um desconhecido compartilhado em grupos de WhatsApp é mais confiável do que o trabalho de jornalistas profissionais sujeito ao escrutínio público.

Para a esquerda, todo o atentado foi uma farsa para ajudar Bolsonaro, o que exigiria uma mentira concertada entre milhares de policiais, jornalistas e médicos. Para a direita, foi um plano muito bem arquitetado pelas lideranças políticas do país. Se qualquer uma das hipóteses for verdadeira, cabe indagar: facadas e tiros são mesmo uma reação despropositada?

A loucura tem que parar. Não somos uma cultura naturalmente polarizada. A adesão cega a projetos políticos - estar disposto a matar ou a morrer por um líder ou um partido?" é muito mais rara entre nós do que em nossos vizinhos hispânicos. Portugal foi sempre mais pragmático do que a Espanha. Também não somos como os EUA, onde é comum que eleitores de um partido sequer conheçam eleitores do outro; a divisão é profunda, geográfica e entre os dois pólos há um abismo de incompreensão e ódio mútuos.

Por aqui, o caráter não ideológico de muitos partidos (e de muitos políticos mesmo dentro dos partidos ideológicos) refletem o convívio entre os diferentes. Além disso, garantem que a tomada de decisão no Estado não obedecerá a lógica da ideologia pura: terá que ser negociada e matizada. Essa "velha" forma de fazer política tem sido pintada como o grande mal do país, mas sem ela provavelmente estaríamos ainda pior, mergulhados em algum pesadelo tirânico.

Saber negociar, ceder e conciliar interesses diferentes são virtudes, não vícios, na política. É o que nos salva da guerra. Com uma Justiça mais atuante, podemos reduzir a corrupção desse jogo. Com uma população mais consciente, podemos reduzir o fisiologismo descarado: ter um pouco menos de negociação de cargos (embora essa sempre vá existir também, dado que indivíduos e partidos têm interesses), um pouco mais de negociação de propostas.

O Brasil tem diante de si um caminho longo e decisões muito difíceis para evitar um colapso ainda pior do que a crise que vivemos desde 2014. A população está cansada de tanta briga e gritaria; precisa ter alguma esperança novamente. A cacofonia histérica e emburrecedora das redes sociais não pode ter a última palavra. Merecemos um país que funcione. E, para isso, será preciso governar para todos; com o sistema para torná-lo melhor, e não numa negação ineficaz dele. Se este momento não servir como um sinal da necessidade de conciliação; se mesmo assim optarmos por candidatos que polarizem a sociedade; bem, vamos seguir colhendo o que plantamos.
Herculano
11/09/2018 07:08
VICE DE BOLSONARO DIZ NÃO SER UM 'CÃO RAIVOSO', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O general Hamilton Mourão, candidato a vice de Jair Bolsonaro, assumiu nesta segunda-feira (10) um tom moderado, afirmando não ser "nenhum cão raivoso". Em entrevista ao programa "Bastidores do Poder", da Rádio Bandeirantes, ele admitiu reduzir benefícios a militares aposentados na reforma da previdência e disseque jamais cogitou medidas extremas como fechar o Congresso.

MENOS MINISTÉRIOS
Mourão confirmou ainda que um eventual governo Bolsonaro haverá diminuição do número de ministérios.

FRONTEIRAS ABERTAS
Ele é contra o fechamento da fronteira com a Venezuela e defende a distribuição de refugiados do país vizinho pelo território nacional.

PARA INVASõES, A LEI
Mourão afirmou ainda que um eventual governo Bolsonaro vai tratar questões como reforma agrária e invasões do MST como manda a lei.

'CAVALÃO' RESISTIRÁ
Ele disse confia plenamente na recuperação de Bolsonaro. "É forte, foi atleta, no Exército era chamado de 'Cavalão', pela resistência física".

PESQUISADOR VISADO POR DEMOLIR MITOS DA GUERRILHA
Perseguido após fazer revelações constrangedoras sobre "heróis" da guerrilha do Araguaia, o historiador Hugo Studart denuncia que militantes do PCdoB pediram a dois procuradores a apreensão dos documentos nos quais ele fundamentou a pesquisa de doutorado que resultou no livro "Borboletas e Lobisomens". Alguns "desaparecidos", segundo o autor, apenas mudaram de nome após acordo de delação. Mais de 15 mil páginas de documentos sigilosos integram o acervo.

MINISTRO DEU OS PAPÉIS
A maior parte dos documentos foi entregue pelo então ministro da Justiça Nelson Jobim, segundo o pesquisador Hugo Studart.

BUSCA DE RETALIAÇÃO
Elizabeth Silveira e Vitória Grabois seriam autoras do pedido de busca. Procuradas através do Grupo Tortura Nunca Mais, não responderam.

TESTEMUNHA PROTEGIDA
Elizabeth é irmã do desaparecido Luiz René Silveira que, de acordo com Studart, ingressou no programa militar de proteção a testemunhas.

PT INSISTE EM MENTIRA
O PT insiste que o Comitê, um dos dez órgãos de apoio ao Alto Comissariado das ONU Direitos Humanos, tem autoridade para anular decisão da Justiça brasileira. Não tem. É mentira. O comitê é um dos "órgãos de tratados", compostos por técnicos, sem autoridade formal.

CAMPANHA É OUTRA
A propaganda de Geraldo Alckmin (PSDB) no horário eleitoral sugere que ele está em campanha à reeleição ao governo de São Paulo. Ou para reduzir eventual vexame em seu próprio Estado.

POLUIR É PRIORIDADE
Em vez de estimular a geração de energia limpa (eólica e solar), o governo continua fazendo suspeita opção por termelétricas. O ministro Moreira Franco se reuniu com o presidente da Petrobras para discutir formas de "agilizar" o gás para as termelétricas, caras e poluentes.

ADORADORES DE BOQUINHAS
Incapaz de instituir brigadistas contra incêndios, a turma do PSOL que controla a UFRJ não quer perder o Museu Nacional para o MEC a fim de não abrir mão das esplêndidas boquinhas de até R$28 mil por mês.

A CHEGADA DOS BONS
Valente procuradora que meteu na cadeia Jorgina de Freitas e ajudou a recuperar milhões desviados pela fraudadora do INSS, a advogada Meire Mota (MDB) é candidatada a deputada federal em Brasília.

MÃO NA RODA
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lançou nesta segunda (10) o site publique-se.org.br, para busca de ações contra políticos. O site reúne 30 mil processos de 10 mil políticos.

ATENTADO ATRAIU SEGUIDORES
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, ganhou 508 mil seguidores nas 48h após o esfaqueamento. É o que mostram dados do Instituto MAPA e Mr. Predictions, sobre engajamento nas redes sociais.

ALô, TSE
A Associação Brasileira de Fintechs elegerá a diretoria com blockchain, tecnologia usada em criptomoedas. Será seis vezes mais barata, sua transparência é total, 100% auditável, e ainda mantém o sigilo do voto.

PENSANDO BEM...
...não parece, mas tem jogo do Brasil nesta terça, na TV.
Herculano
11/09/2018 06:59
da série: como no 11 de setembro dos Estados Unidos, hoje é dia de derrubar uma das torres gêmeas: Luiz Inácio Lula da Silva e o cinismo contra as instituições e leis vigentes no Brasil.

SAÍDA DE LULA DA DISPUTA EMBARALHA A ESQUERDA

Ataque a Jair Bolsonaro gerou oscilações positivas para candidato do PSL especialmente em nichos específicos, por Mauro Paulino e Alessandro Janoni, diretores do DataFolha, no jornal Folha de S. Paulo

São tantos os fatores com potencial de impacto sobre os resultados divulgados nesta segunda (10) pelo Datafolha, que as mudanças verificadas no quadro eleitoral podem parecer até modestas.

Além da intensificação da cobertura jornalística após o registro das candidaturas, episódios de grande repercussão despertaram o eleitorado na última semana.

O início da propaganda gratuita no rádio e na TV, a decisão do TSE em barrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atentando contra Jair Bolsonaro (PSL) pautaram debates e mobilizaram a opinião pública.

O saldo desse período percebe-se logo nas intenções de voto espontâneas, primeira pergunta do questionário aplicada pelo Datafolha e onde não há apresentação dos nomes dos candidatos para os entrevistados.

Nessa situação, menções a Lula despencaram 11 pontos, citações a Bolsonaro subiram cinco, Ciro Gomes também melhorou seu desempenho e Fernando Haddad, que deve assumir o lugar do petista, aparece pela primeira vez, com 4%.

Quando o cartão com os candidatos é apresentado, Bolsonaro é apontado como preferido por cerca de um quarto dos brasileiros. O ataque que sofreu em Juiz de Fora gerou oscilações positivas para o candidato do PSL em diversos estratos do eleitorado, mas com maior expressão em nichos específicos como entre os que têm de 45 a 59 anos e os que ganham de 5 a 10 salários mínimos.

O episódio, no entanto, foi insuficiente para sensibilizar de maneira importante conjuntos de grande peso quantitativo. Bolsonaro continua reprovado por quase metade do segmento feminino e pela maior parte dos que têm renda familiar mensal de até dois salários mínimos. O primeiro corresponde a 53% do eleitorado e o segundo a 46%.

Se por um lado o atentado não provocou uma onda bolsonarista, por outro parece ter inibido efeitos dos ataques que vinha recebendo da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano, além de continuar no mesmo patamar do levantamento anterior, vê-se rodeado pelo imbróglio esquerdista provocado pela inelegibilidade de Lula.

Empatado com o ex-governador já aparece Fernando Haddad, alavancado por seu principal cabo eleitoral na propaganda no rádio e na TV. A maioria dos brasileiros diz ter assistido ao horário gratuito, pouco mais de um terço diz votar em candidato apoiado por Lula e a taxa de conhecimento sobre o ex-prefeito de São Paulo cresceu seis pontos.

Numericamente à frente do paulista, mas estatisticamente empatados, Marina Silva (Rede) sucumbe ao conhecimento crescente de Haddad e ao bom desempenho de Ciro Gomes (PDT) na TV.

Os que hoje votam em Ciro Gomes correspondem a um dos estratos que mais valoriza o horário eleitoral e que mais considera o noticiário como fonte para decisão do voto. Talvez por isso, o pedetista tenha crescido em segmentos com maior acesso à informação, como os jovens, e entre os que têm pelo menos escolaridade e renda médias. Também ganhou apoio no Nordeste e no Centro-Oeste.

Nenhum outro dado ilustra melhor a pulverização da esquerda do que a evolução das intenções de voto entre os simpatizantes do PT.

Antes da decisão do TSE, na pesquisa de 21 de agosto, quando se substituía Lula por Haddad, diante da possibilidade de impedimento de sua candidatura, 27% dos petistas diziam votar em branco ou nulo, 19% optavam por Marina, 14% por Ciro Gomes e apenas 11% por Haddad.

Hoje, a taxa dos que dizem anular o voto nesse estrato caiu dez pontos percentuais, a opção por Haddad subiu 19 pontos (foi para 30%), a vontade de votar em Ciro oscilou positivamente para 18%, enquanto Marina perdeu nove pontos (tem 10% do estrato, hoje).

Mas, apesar da maior parte do eleitorado se dizer decidida quanto ao candidato que escolheu, tendência verificada especialmente entre eleitores de Bolsonaro e Haddad, nada pode ser descartado sobre o futuro dessa eleição. Como esse futuro é curto, tanto as estratégias de Alckmin para atrair o eleitorado tradicional do PSDB - mais rico e escolarizado- , hoje votando em um Bolsonaro vitimizado, quanto os discursos dos nomes à esquerda para desempatar o páreo diante de um forte cabo eleitoral, exigem de ambos ações contundentes, imediatas, certeiras, porém cautelosas. Desafios para as campanhas.
Herculano
11/09/2018 06:53
MESSEÂNICO

Domingo, durante um comício de desagravo e idololatria à vítima, feito na orla do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, candidato a senador, afirmava para a sua ultra fanática militância de que tentaram mantar seu pai, porque ele estava a caminho de vencer no primeiro turno.

A pesquisa do DataFolha o desmentiu isso um dia depois da declaração. Ela jogou água fria nessa militância que perdeu a perigosa a noção da realidade, como a perdeu o criminoso que tentou contra a vida de Jair Bolsonaro, PSL.

As pesquisas mostram, isso sim, que se não ganhar no primeiro turno, Jair Bolsonoro corre um sério risco de não levar esta eleição.
Herculano
11/09/2018 06:47
DESQUALIFICAÇÃO

De Ricardo Noblat, de Veja, no Twitter

Os bolsonaristas estão tontos com os resultados da pesquisa Datafolha. Em breve, começarão a desqualificá-la. Esperam apenas a orientação que virá de cima. Quando ela chegar, a repetirão até aparecerem calos nos seus dedos.
Herculano
11/09/2018 06:46
LAVA JATO PRENDE BETO RICHA
SALVAR

Conteúdo de O Antagonista. Beto Richa foi preso na 53° fase da Lava Jato.

Diz o G1:

"Batizada de 'Piloto', esta nova etapa cumpre 36 mandados judiciais em Salvador, São Paulo, Lupianópolis, Colombo e Curitiba."
Herculano
11/09/2018 06:43
da série: há 20 dias do pleito, uma eleição totalmente aberta, esquisita e perigosa

APóS A FACADA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro se consolida na liderança, mas atentado não teve efeito expressivo, mostra o Datafolha

Uma série de novidades antecedeu a pesquisa Datafolha sobre intenção de votos para presidente realizada nesta segunda-feira (10).

A propaganda eleitoral teve início no dia 1º de setembro, debates e sabatinas ocorreram com maior frequência, a divulgação do nome de Luiz Inácio Lula da Silva como candidato petista foi vetada e, por fim, mas não menos importante, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) sofreu um atentado a faca na quinta-feira (6), em Juiz de Fora.

Os resultados mostram que, embora o cenário da disputa não tenha apresentado mudanças drásticas, alguns movimentos parecem ganhar consistência. Sem a presença de Lula, consolida-se a liderança de Bolsonaro, que oscilou de 22% no levantamento anterior, de 21 e 22 de agosto, para 24%.

Dessa fatia, 74% afirmam que não pretendem abandonar o candidato, que continua, por outro lado, sendo o mais rejeitado. São 43% os que afirmam que não votariam de jeito nenhum em seu nome. O percentual sobe para 49% entre as mulheres e chega a 55% entre os mais jovens.

Não por acaso, Bolsonaro não supera nenhum concorrente nas simulações de segundo turno.

Embora tenha oscilado positivamente, a variação, dentro da margem de erro, sugere que o impacto eleitoral da violência sofrida pelo capitão reformado não foi intenso como muitos chegaram a supor.

Nas demais posições, verifica-se disputa acirrada entre os quatro candidatos que, além de Bolsonaro, mostram chances mais palpáveis de chegar ao segundo turno. O que mais cresceu foi Fernando Haddad, ainda não declarado formalmente presidenciável petista. O ex-prefeito de São Paulo vinha, todavia, de um patamar baixo, subindo de 4% para 9%.

Ciro Gomes (PDT) parece em tendência de alta, passando de 10% para 13%, o que lhe garante numericamente a segunda posição, embora dentro da margem de erro.

Já Marina Silva (Rede) é a única a mostrar clara trajetória de queda, com suas preferências caindo de 16% para 11%. Num quadro de tantos nomes, e com tempo irrisório no rádio e na TV, reverter tal perda não será trivial.

Ela parece dispor de menos condições do que o pedetista para disputar votos no território da esquerda e da centro-esquerda , já congestionado ?"um terço dos entrevistados afirma que votaria com certeza no nome indicado por Lula.

O tucano Geraldo Alckmin tem pouco a comemorar. Se chegou ao patamar simbólico dos dois dígitos (10%), não cresceu acima da margem de erro, mesmo contando com o maior tempo de propaganda.

Em tal cenário, é de imaginar que chegará rapidamente ao fim a trégua concedida pelos adversários a Bolsonaro após o abominável esfaqueamento da semana passada.
Herculano
10/09/2018 22:32
DATAFOLHA: AINDA VOLTAREI AO ASSUNTO: AGRESSÃO NÃO FAVORECE BOLSONARO: OSCILA Só 2 PONTOS; 2º TURNO É RUIM, E REJEIÇÃO VAI DE 39% A 43%, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Saíram os números da pesquisa Datafolha. Há muita coisa a comentar a respeito. Ainda volto ao assunto. Agora, um apanhado geral com alguma leitura política.

Não aconteceu o que os bolsonaristas e mesmo não-bolsonaristas esperavam. Uma facada - um ato criminoso! - não vai decidir quem vai ocupar a Presidência da República. Se Jair Bolsonaro, do PSL, vencer, será por outro motivo. É claro que ainda voltarei ao assunto. Vamos agora a uma síntese dos números. Em relação ao levantamento do dia 22 de agosto, o candidato do PSL oscilou apenas dois pontos para cima: de 22% para 24%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Portanto, não se pode ter a certeza de que cresceu. Nota: Pesquisa divulgada pelo Ibope nesta segunda também registra uma pequena oscilação de Bolsonaro: de 22% para 23%.

Do ponto de vista numérico, Ciro Gomes (PDT) está em segundo lugar, com 13% - tinha 10% na jornada anterior. Está tecnicamente empatado com Marina Silva (11%). Marina caiu 5 pontos. Tinha 16% no levantamento divulgado no dia 22 de agosto. Geraldo Alckmin (PSDB) oscilou de 9% para 10%. E todos estão empatados com Fernando Haddad (PT), que também deu um salto: de 4% para 9%. Ainda voltarei ao tema.

O Datafolha fez várias simulações de segundo turno. Bolsonaro continua a perder de todos os candidatos. Só está em empate técnico com o ainda desconhecido Haddad. O resultado é bastante ruim.

São as seguintes as simulações de segundo turno:
Marina 43% x 37% Bolsonaro (branco/nulo: 18%; não sabe: 2%)

Ciro 39% x 35% Alckmin (branco/nulo: 23%; não sabe: 3%)

Alckmin 43% x 34% Bolsonaro (branco/nulo: 20%; não sabe: 3%)

Marina 38% x 37% Alckmin (branco/nulo: 23%; não sabe: 2%)

Ciro 45% x 35% Bolsonaro (branco/nulo: 17%; não sabe: 3%)

Alckmin 43% x 29% Haddad (branco/nulo: 25%; não sabe: 3%)

Haddad 39% x 38% Bolsonaro (branco/nulo: 20%; não sabe: 3%)

Ciro 41% x 35% Marina (branco/nulo: 22%; não sabe: 2%)

Marina 42% x 31% Haddad (branco/nulo: 25%; não sabe: 3%).

Rejeição a Bolsonaro oscila para cima
Em relação à pesquisa de 22 de agosto, a rejeição a Bolsonaro deve ter crescido: era de 39% e agora é de 43%. Marina Silva foi parar em segundo lugar do ranking, indo de 25% para 29%. A de Geraldo Alckmin oscilou para baixo: de 26% para 24%. Eis os números.

Bolsonaro: 43%

Marina: 29%

Alckmin: 24%

Haddad: 22%

Ciro: 20%

Cabo Daciolo: 19%

Vera: 19%

Eymael: 18%

Boulos: 17%

Meirelles: 17%

João Goulart Filho: 15%

Amoêdo: 15%

Alvaro Dias: 14%

Rejeita todos/não votaria em nenhum: 5%

Votaria em qualquer um/não rejeita nenhum: 2%

Não sabe: 6%

O Datafolha ouviu 2.804 eleitores em 197 municípios nesta segunda.
Herculano
10/09/2018 22:29
COMOÇÃO NÃO PEGA, E ERROS SE SOMAM A REJEIÇÃO NO CAMINHO DE BOLSONARO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Igor Gielow. As dúvidas iniciais sobre os efeitos eleitorais do drama vivido por Jair Bolsonaro desde que foi esfaqueado em plena campanha eleitoral na quinta (6) começaram a se dissipar com a pesquisa do Datafolha. A resultante não é boa para o capitão reformado, ora internado numa UTI em São Paulo.

A oscilação positiva, de dois pontos, indica que era mesmo exagerado o temor das candidaturas rivais de que o atentado fosse um carimbo no passaporte de Bolsonaro para o segundo turno. Ele segue um robusto candidato a uma das vagas, mas seu caminho tem vários obstáculos.

Que a comoção jornalística e política do incidente não havia se tornado uma onda no eleitorado, isso era um dado com que o PSDB e o MDB já trabalhavam no dia seguinte ao atentado, por meio de pesquisas qualitativas. Não foi por acaso que o tucano Geraldo Alckmin foi o primeiro a modular o tom de sua empatia, sendo seguido por Ciro Gomes (PDT).

Ainda assim, a variação dentro da margem de erro é frustrante para o campo bolsonarista. Há duas explicações para isso.

Primeiro, a enorme rejeição do deputado, de 43%. Ela se mostrou firme: ainda que seja incomparável do ponto de vista metodológico, pois no levantamento anterior Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava incluído na pergunta sobre quem o eleitor rejeitava, é um patamar compatível com a rejeição pré-atentado (39%).

O fato de que ele fracassa em todas as simulações de segundo turno, com uma exceção em curva desfavorável no embate com Fernando Haddad (PT), apenas comprova a teoria Marine Le Pen, segundo a qual o deputado seria uma versão tropical da líder da extrema direita francesa: pode chegar à disputa final, mas invariavelmente acabará derrotado.

Isso deverá servir de alimento para as campanhas rivais, particularmente a tucana, que dispõe de espaço generoso de inserções de rádio e TV. Com a dificuldade óbvia de criticar um convalescente muito abertamente, é um caminho a mais para miná-lo.

O fator adicional concorrendo contra o deputado é a sucessão de erros de sua descentralizada campanha. Como a Folha mostrou, não existe um comando político unificado a tocar o barco de Bolsonaro, primariamente capitaneado pelo próprio. Assim, com o comandante derrubado fisicamente, o barata-voa instalado ofertou vários passos em falso.

Fotos do candidato fazendo o seu sinal emulando uma arma empunhada após sofrer uma violência, os inúmeros vídeos com o senador Magno Malta (PR-ES) a orar junto a um agônico Bolsonaro, fotos de cicatriz, nada disso parece ter alcançado aqueles que não são seus eleitores fiéis.

Daqui para a frente, sem a presença física de Bolsonaro, as dificuldades de comunicação tendem a se acentuar. Obviamente, ele segue competitivo, com a intenção espontânea de voto subindo cinco pontos. Mas aí também pode haver um soluço inicial ligado ao atentado, fora o fato de que é um índice que circula pelo que parece ser seu teto.

No embolado segundo pelotão da disputa, há boas notícias para Haddad, Ciro e, em menor escala, Alckmin. O petista ainda nem foi lançado oficialmente como poste de Lula e viu dobrar sua intenção de voto, comprovando as teses daqueles que veem racionalidade no processo político.

A queda na intenção espontânea de voto do ex-presidente também indica que a ficha caiu para seus apoiadores de que ele não terá como ser candidato contra a lei.

Mas Haddad talvez não contasse com a resiliência de Ciro. Sem estrutura ou espaço de propaganda decente, o pedetista logrou subir acima da margem de erro. Se ele captar uma parte razoável do espólio nordestino do voto de Lula, poderá dar trabalho ao PT, que mal consegue cerrar fileiras em torno do contestado ex-prefeito paulistano.

A situação de Alckmin é ambígua. Ele é o potencial maior beneficiário de uma eventual queda de Bolsonaro no pós-atentado, e o desempenho competitivo no segundo turno dará argumentos àqueles que acreditam que o tsunami de propaganda eleitoral à sua disposição irá render dividendos.

Mas o próprio comando tucano havia se concedido dez dias de horário eleitoral para algum tipo de mudança significativa de cenário. Assim, a estagnação ainda registrada é, para ser gentil, agoniante para o comando da campanha. Se permanecer assim até semana que vem, os rumores de cristianização da candidatura voltarão com força.

Por fim, Marina Silva. A presidenciável da Rede viu seu apoio derreter. Até seu bom desempenho de segundo turno se perdeu. A manter a linha atual de campanha, parece bastante difícil que ela consiga reverter os efeitos da queda.
Herculano
10/09/2018 22:26
FACADA NÃO SURTIU EFEITO DE ANABOLIZANTE ELEITORAL, por
Josias de Souza

A montanha de expectativas que se formou após o atentado contra a vida de Jair Bolsonaro produziu uma grande decepção para quem planejava converter facada em anabolizante eleitoral. O Datafolha informa que o índice de intenção de votos do capitão não explodiu. Apenas oscilou dentro da margem de erro, de 22% para 24%.

A aversão a Bolsonaro revelou-se mais forte do que a comoção. A taxa de rejeição ao candidato subiu quatro pontos. Hoje, 43% dos eleitores declaram que jamais votariam nele. Em consequência, o capitão perde para qualquer adversário que se defronte com ele no segundo turno, exceto o petista Fernando Haddad, com quem está empatado. Quer dizer: Bolsonaro continua sendo um adversário dos sonhos para um segundo round.

As novidades mais relevantes da pesquisa estão no pelotão intermediário, onde quatro candidatos se engalfinham pela vaga de adversário de Bolsonaro no segundo turno. Nesse meio de campo, Ciro Gomes foi de 10% para 13%, ultrapassando Marina Silva, que despencou de 16% para 11%. Mantida a tendência, apesar das rasteiras que recebeu de Lula, Ciro tende a se tornar um osso duro de roer para o PT.

Eis outra novidade relevante: como esperado, Fernando Haddad tomou o elevador depois que Lula foi retirado do páreo pela Justiça Eleitoral: o estepe subiu de 4% para 9%. Encostou em Geraldo Alckmin, cujo desempenho continua pífio. Com todo o seu latifúndio no horário eleitoral, o presidenciável tucano só conseguiu fertilizar em sua horta um ponto percentual, subindo de 9% para 10%. Logo, logo retomará as estocadas em Bolsonaro, que lhe rouba votos preciosos.
Herculano
10/09/2018 22:23
CASO PERDIDO IV

O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Gaspar vem atalhando caminhos tortos, mas ao mesmo tempo não pode reclamar da sorte.

O resultado da eleição de hoje para a escolha de um Conselheiro Tutelar, o livrou, parcialmente, de ser questionado diretamente se o resultado fosse outro, como abordei no artigo de hoje e causou preocupações bem antes dele ser publicado.

Os três candidatos que sofriam algum tipo de dúvida, ficaram nas três últimas colocações para suplentes. Então...

Amanhã, terça-feira, dia 11 de setembro, fatídico por causa daquele atentado nos Estados Unidos, o CMDCA de Gaspar vai se reunir para, entre outras coisas, descobrir quem é que está traindo e passando informações tão detalhadas da área para esta coluna, desassossegando a sua presidente Eloiza Campregher Probst e o recém chegado secretário de Assistência Social, Santiago Martin Navia.

O tempo que deveria ser gasto para corrigir e dar transparência num ambiente vital e tão cheio questionamentos, será gasto, mais uma vez, para criar fantasmas e até, culpar este escriba.

Vanessa Fabiane Scheidt, com 400 votos, foi eleita Conselheira titular. Ela vai substituir Elzira Lemfers. Já Márcio Sansão, com 212 votos, é o primeiro suplente e ele substituirá a também suplente, Juçara Spengler.

Os demais resultados foram estes: Mayndra Tonet Francisco, ganhou 192 votos; Clarisse de Oliveira da Luz,187 votos: Yohana Oneda, 181 votos; Franciel José Ganancini, 156 votos e João Gabriel Campregher Probst, 126 votos.
Herculano
10/09/2018 20:41
da série: gente sem limites e não se sabe quem é o pior fanático, o da esquerda do atraso ou da direita xucra

ADVOGADOS DE ADÉLIO QUEREM PROTEÇÃO POLICIAL

Conteúdo de O Antagonista. Os advogados responsáveis pela defesa de Adelio Bispo de Oliveira, que tentou assassinar Jair Bolsonaro, querem proteção policial.

Segundo o jornal "Estado de Minas", o pedido foi formalizado nesta segunda-feira por Fernando Magalhães e Zanone Manuel de Oliveira Júnior nas polícias Civil e Militar em razão de "ameaças de morte sofridas por ambos via telefone, WhatsApp e Facebook".
Herculano
10/09/2018 20:12
CASO PERDIDO III

ASSEMBLEIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE GASPAR ACABA DE REJEITAR A PROPOSTA DO GOVERNO DE KLEBER EDSON WAN DALL, MDB, E LUIZ CARLOS SPENGLER FILHO, PP - este funcionário público municipal licenciado, é agente de trânsito - DE TROCAR O "VALE ALIMENTAÇÃO" PELO TAL "PRÊMIO ASSIDUIDADE".

ESTAVA NA CARA. O ARTIGO DE HOJE NA COLUNA - veja acima e entenda o assunto - ANTECIPAVA O RESULTADO DESTA NOITE DIANTE DE TANTOS ERROS, ARROGÂNCIA E FALTA DE TRANSPARÊNCIA DO EXECUTIVO EM ASSUNTO MAL ESTRUTURADO, COMUNICADO E APLICADO NUM AMBIENTE TOMADO POR CONFLITOS. ACORDA, GASPAR!
Herculano
10/09/2018 19:51
"O PT NÃO PERDOA QUE NO GENERAL VILLAS BOAS TENHA RECUSADO JOGAR OS TANQUES CONTRA O POVO NA RUA"

Conteúdo de O Antagonista. De um observador da cena política, sobre a nota do PT contra o general Villas Boas, por causa da entrevista do comandante do Exército ao Estadão:

"O PT não perdoa que Villas Boas tenha recusado a decretação inconstitucional do Estado de Defesa, para jogar os tanques contra o povo na rua, durante a campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff. Nem que tenha sinalizado que não aceitaria o golpe de Estado, armado contra o Senado, na abertura do impeachment."
Herculano
10/09/2018 19:42
GUERRILOHA JUDICIAL DE LULA GANHA ARES SURREALISTAS, por Josias de Souza

Nas últimas horas, Lula e seus advogados revelaram-se mais surrealistas do que o habitual. Há dez dias, a Justiça Eleitoral concedeu ao PT um prazo para a substituição do seu candidato ao Planalto: 11 de setembro. Ou seja, faltam poucas horas. Fernando Haddad se equipa para assumir a cabeça da chapa. Simultaneamente, o ex-candidato-presidiário e sua defesa rodopiam em torno de uma liminar do comitê de direitos humanos da ONU como se o TSE já não tivesse renegado a peça pelo expressivo placar de 6 a 1.

O comitê reafirmou a liminar pró-Lula nesta segunda-feira, trombetearam os advogados Cristiano Zanin e Valeska Zanin Teixeira na saída de uma visita a Lula na cadeia. Nessa versão, o órgão teria sustentado que as instituições do Brasil estão, sim, obrigadas a acatar a decisão que reconheceu o direito de Lula de disputar a Presidência da República. Ai, ai, ai?

A suposta nova manifestação do tal comitê foi requerida pelos advogados de Lula. É tão destituída de valor jurídico quanto a anterior. E foi subscrita, de novo, por apenas dois dos seus 18 membros do órgão. Não há na peça juízo de valor sobre a condenação que fez de Lula um ficha-suja. Sobre isso, o comitê só irá se manifestar no ano que vem. É surrealista.

No voto que prevaleceu no TSE, o ministro Luís Roberto Barroso esquartejou respeitosamente a liminar do comitê da ONU. Sustentou que o órgão é administrativo, sem competência jurisdicional. Não reflete posições da ONU. Tampouco determina coisa nenhuma, apenas recomenda. E "suas recomendações não têm caráter vinculante".

Como se fosse pouco, o comitê concedeu liminar a Lula sem ouvir previamente a posição do Estado brasileiro. E a defesa do condenado petista deseja que o Supremo subordine uma condenação unânime de segunda instância e uma deliberação ultramajoritária da Corte máxima da Justiça eleitoral brasileira a uma liminar mambembe, subscrita por dois membros de um comitê que nem sequer avaliou se houve ou não violações no julgamento de Lula.

Além de surreal, a guerrilha judicial de Lula tornou-se cansativa. Colecionadores de derrotas, seus advogados engatam um recurso atrás do outro. Transformaram o STF em STL, Supremo Tribunal do Lula. Nas palavras de um ministro da Suprema Corte, "o excesso de petições é sintoma da anemia do direito de quem recorre." Com sua insistência, Lula constange o pupilo Haddad e o PT. Se der ouvidos ao preso, restituindo sua candidatura, o Supremo constrangerá o pedaço do Brasil que ainda julga ter direito a uma sucessão moralmente sustentável.

Essa movimentação ocorre a poucas horas do vencimento do prazo para a substituição do candidato-presidiário. Nos subterrâneos, petistas informam que Lula já redigiu até a carta-testamento. Mesmo para os padrões brasileiros, é tudo muito pateticamente surrealista.
Ariane Cristina Pereira
10/09/2018 14:06
Caro colunista, boa tarde!

Antes de publicar suas indagações e indignações, favor ouvir todos os lados.

Quando a "informação" é eivada de vícios de interesse não podemos dizer que se trata de noticia, e sim FOFOCA!
Herculano
10/09/2018 12:45
OS JOVENS, ESSES INFELIZES, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

Arriscaria dizer que as escolas estão entre as instituições mais perdidas no mundo

Os jovens estão sofrendo. Não confio muito no povo das humanas para pensar nisso: muita ideologia e pouca abertura para pensar a realidade. Trabalho com jovens há 22 anos. Eles estão cada vez mais sofridos: mais inseguros, ansiosos, medicados. Pesquisas de comportamento apontam para o mesmo diagnóstico.

Acho que alguns elementos dificultam a abordagem do tema. Cito um: a eterna indagação metodológica --há de fato uma piora na condição psicológica dos mais jovens (mais depressão, mais ansiedade, mais suicídios) ou o que temos são mais dados e mais acesso a medicamentos?

Mesmo tipo de dúvida: existem mais gays ou os gays se mostram mais? Tem mais mulher apanhando ou mais mulher denunciando que apanha?

O fato é que os jovens - principalmente os de classe social mais alta, mas não somente - têm ao seu dispor uma maior quantidade de ferramentas e profissionais especializados neles. Com isso, um maior "discurso do mestre", como diria Lacan, sobre a "condição jovem".

Mas o fato é que, muitas vezes, parece que esse aumento de discurso especializado apenas piora a questão: uma tagarelice gigantesca enche os nossos ouvidos sobre, por exemplo, se os pais devem ou não dizer X aos filhos. Quais as consequências de mandar o filho calar a boca? Você precisa ser PhD para educar os filhos.

A especialização nos jovens parece ter criado um sintoma novo na humanidade: ser jovem é um sintoma em si. À medida que cresce o mercado de especialistas em jovens, aumenta a geração e a circulação de dinheiro "graças" ao sintoma que ser jovem implica em si mesmo. Com isso, não assumo que haja má-fé nesses profissionais, apenas descrevo um circuito de discurso e dinheiro que se autoalimenta.

Nelson Rodrigues apontava, nos anos 1960, o surgimento da "razão do jovem" como sendo o fato de que um jovem teria razão sobre qualquer absurdo (tipo, devemos abandonar tudo e ir para a então guerra do Vietnã) apenas porque era jovem. A juventude fazia dele um oráculo a priori.

Essa lembrança nos remete diretamente a algo hoje plenamente instalado em nossa cultura que é a ideia de que jovens de 15 anos têm a capacidade de emitir opiniões críticas sobre temas complexos como amor, justiça, política, família, economia, ética e afins.

Jovens, pela própria condição (com algumas exceções), pouco entendem dessas coisas pelo simples fato de que não tiveram tempo de acumular experiências de vida.

Outra questão é a diminuição do número de filhos, logo, de jovens. Os pais, neuróticos e ansiosos, afogados no que o sociólogo Zygmunt Bauman (1925 - 2017) chamava de "medo líquido", vigiam esses infelizes todo o tempo. Atormentam os coitados, com demandas de "evolução" por parte desses mesmos infelizes. Vigiados o tempo todo, esses infelizes devem dar conta de tudo que a humanidade não deu até hoje: salvar o mundo, ser ético todo o tempo, ter afetos corretos e limpos, profissões sustentáveis ecologicamente, opiniões certas sobre temas incertos.

Tendo um ou dois filhos no máximo, esses pais inseguros e infantis (o amadurecimento é recurso escasso no mundo parque temático em que vivemos) concentram todas as suas taras e projeções narcísicas sobre os ombros desses infelizes.

As escolas em geral, por sua vez, cedem ao marketing escondendo a miséria contemporânea dos jovens.

Prometendo jovens cada vez melhores, fazem uma mistura grotesca de preparação para uma vida futura sem preconceitos, com a inteligência artificial como parceira, ao lado do ato de abraçar árvores como ética espiritual superior.

Arriscaria dizer que as escolas estão hoje entre as instituições mais perdidas na face da Terra. Não avançam um milímetro além da autoajuda e da pedagogia positiva (nome diferente para a miséria motivacional praticada em palestras no mundo corporativo).

O mundo "em rede" só piora a demanda de ser aceito. Se, antes, a ansiedade do reconhecimento e do afeto era uma "obrigação" que os ligava a um máximo de 30 pessoas a sua volta, hoje, com todos os "likes", esses jovens viram um poço de ansiedade por reconhecimento, relevância e afeto. Até a pizza que comem deve ser reconhecida como uma "pizza que vale no Instagram" ("instagramworthy").

Enfim: talvez a primeira coisa a ser feita é reconhecer que nunca existiram tantos jovens infelizes caminhando sobre a Terra. Engraçado: justamente quando o mundo se transformou num parque temático de "inteligência", riqueza, direitos, tolerância e esbanjando gente bacana.
Herculano
10/09/2018 12:28
É O GOVERNADOR QUE TEM A CANETA NA MÃO, NÃO A COLIGAÇÃO

Entrevistado neste meio-dia, no Jornal do Almoço, da NSC TV, o candidato a governador de Santa Catarina, Mauro Mariani, MDB, escorregou na verdade.

Para a afirmação de que o MDB teve a maioria dos cargos comissionados no governo do PSD, de Raimundo Colombo e ele é agora um crítico dos resultados do governo de Colombo, Mauro, esperto e a esperteza é um dom dele há muito tempo - que diga o presidente Michel Temer, afirmou que o MDB não tinha a caneta na mão e sim o PSD e o governador Colombo.

Correto.

Então está dito pelo próprio Mauro Mariani, se ele ganhar, o PSDB que está na coligação será e continuará a ser o bobo da história. Eu já tinha escrito isso, quando se definiu a chapa. E teve gente que torceu o nariz.

Agora está claro. Está gravado.

O ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, seu vice, é apenas um garoto propaganda para facilitar a eleição do MDB e Mauro. E este, segundo se entendeu pela resposta de Mauro Mariani, este será o papel dele e olhe lá! Pois a caneta estará com Mauro...
Jota de Barros
10/09/2018 12:19
Valas da Discórdia!!

Pelos comentários aqui nos corredores da Câmara de Gaspar já está tudo definido no assunto da "valas". Oposição e situação já entraram em acordo e o samae vai assumir a maior parte dos custos para dar destino as aguas de chuva e cavar e desentupir as valas.
Mais uma vez quem sai perdendo é o contribuinte e consumidor que vai ver o valor pago na conta de agua sendo jogado literalmente na vala.
Com mais essa responsabilidade o samae vai deixar de investir mais de 3 milhões no tratamento, distribuição e reservação de agua no próximo exercício.
Mas segundo as informações do diretor presidente isso não fará falta, pois o superavit de 9 milhões está garantido.
Herculano
10/09/2018 11:54
APóS ATAQUE, BOLSONARO TEM 30% DAS INTENÇõES, MAS VÊ REJEIÇÃO PASSAR DE 50%

Dados são de pesquisa BTG/FSB divulgada na manhã desta segunda-feira (10/9). Ciro aparece em segundo, seguido de Marina, Alckmin e Haddad

Conteúdo do Correio Braziliense. Texto de Deborah Fortuna.Após ser vítima de uma facada durante campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) atingiu 30% das intenções de voto, segundo pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (10/9).

O índice, que considera a consulta estimulada, é 4 pontos percentuais maior que o mostrado na pesquisa do Ibope divulgada na última semana. Na pesquisa espontânea (quando os nomes dos candidatos não são mostrados para os entrevistados), Bolsonaro tem 26%. A rejeição do candidato também parece ter subido: chega a 51%, enquanto no levantamento do Ibope era de 44%.

Ainda de acordo com o cenário estimulado, Ciro Gomes (PDT) segue em segundo lugar no ranking, com 12% das intenções de voto, seguido por Marina Silva (Rede), com 8% - empatada com Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT).

Os votos brancos/nulos chegam a 3%, e o percentual de entrevistados que afirmaram não votar em ninguém é de 13%.

A pesquisa foi realizada entre 8 e 9 de setembro. Foram ouvidos 2 mil eleitores com idade a partir dos 16 anos, nas 27 unidades da federação.

Já no cenário espontâneo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma queda de 21% para 12% e, agora, ocupa o segundo lugar nas pesquisas. Ciro aparece com 7%, seguido por João Amoêdo (Novo), com 3% ?" empatado com Alckmin, Marina e Fernando Haddad (PT).

Nesse cenário, 20% respondeu que ainda não sabe em quem votar, e 13% disse que não votaria em ninguém.

Voto definitivo
A pesquisa também questionou se o voto era definitivo, ou seja, se havia chance de mudar até outubro. Nesse sentido, Bolsonaro também é quem lidera a fidelidade do eleitor, com 78% de "certeza". Em seguida, vem Haddad, com 68%.

Lula e Haddad
Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrar a candidatura de Lula ao Planalto, 20% dos eleitores do ex-presidente afirmaram que votariam em Haddad, caso o vice assuma a chapa. Outros 12% responderam que "poderiam votar", e 63% disseram que "não votariam de jeito nenhum" no ex-prefeito de São Paulo.

Rejeição
Marina Silva (Rede) é a candidata com mais rejeição, com 64%, seguida por Alckmin, com 61%, e Meirelles, com 52%.

Desconhecimento
Guilherme Boulos (PSol), Vera Lúcia (PSTU) e João Goulart Filho (PPL) seguem como candidatos menos "conhecidos" entre o público.
Herculano
10/09/2018 11:28
da série: velho teimoso

FOI LULA QUEM MANDOU PEDIR MAIS TEMPO, por Helena Chagas, de Os Divergentes

Clima de certa apreensão no PT. Todo mundo sabe que Fernando Haddad tem que ser oficializado de hoje para amanhã. Mas ninguém se anima a falar isso diretamente com Lula. A orientação aos advogados para pedir mais tempo para substituição nos tribunais partiu do próprio Lula, que continua esticando a corda.

Ninguém tem coragem de ir lá e dizer a ele que não há mais opção, diz um cacique petista, definindo o momento delicado. Lula sozinho definiu e impôs a estratégia. Espera -se ansiosamente pelo resultado da conversa de hoje de Haddad com o ex-presidente.
Herculano
10/09/2018 10:55
NÃO REELEJA NINGUÉM? por Bruno Carraza, doutor em Direito e mestre em Economia, é autor de "Dinheiro, Eleições e Poder: as engrenagens do sistema político brasileiro" (Companhia das Letras) e do blog "O E$pírito das Leis", no jornal Folha de S. Paulo

Descrença com a política e desconhecimento das regras eleitorais podem ser tiro no pé.

Tornaram-se comuns nas redes sociais postagens de notícias de denúncias contra políticos tradicionais virem acompanhadas do pedido "não reeleja ninguém". Apenas no Instagram, as hashtags #nãoreelejaninguém, #nãoreelejacorrupto, #nãoreelejabandido e afins já contam com mais de 10 mil publicações.

Após quatro anos de Operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff e com o atual presidente da República apresentando índices irrisórios de popularidade é compreensível que boa parte da população anseie uma completa renovação de nossos quadros políticos.

De acordo com pesquisa Datafolha realizada em junho deste ano, os percentuais da população que afirma não confiar nos partidos políticos, no Congresso Nacional e na Presidência da República estão nos níveis mais altos da história: 68%, 67% e 64%, respectivamente. Como diz o ditado, toda crise traz em si oportunidades - e o crescimento do número de novatos nas eleições deste ano parece ser uma resposta a essa demanda por renovação na política.

Segundo o banco de dados do TSE, neste ano mais de 40% dos candidatos a uma cadeira na Câmara dos Deputados nunca pediram votos antes, um patamar bem superior ao das últimas três eleições.

O grande obstáculo a essa tão desejada renovação no Congresso Nacional está, contudo, no custo das campanhas. Ser eleito no Brasil, em geral, é muito caro. Para começar, as disputas são realizadas nos estados, que são imensos. Além disso, nossos partidos dizem muito pouco ao cidadão, fazendo com que a campanha seja personalista - o que exige ainda mais dinheiro para um candidato se diferenciar na multidão de concorrentes.

Para piorar, os grandes líderes controlam o fluxo de dinheiro arrecadado pelos partidos para financiar as campanhas dos seus candidatos. Era assim na época em que as grandes empresas podiam doar e assim permaneceu depois que se criou um fundo bilionário de recursos públicos destinado a esse fim. Dessa forma, se um candidato não tiver fortes conexões com a direção de seu partido ou se não dispuser de recursos próprios para bancar sua propaganda eleitoral, provavelmente ficará à míngua.

Nesse contexto de custos elevados e dificuldades de obter recursos, as barreiras para um novato se eleger são imensas no Brasil. Ainda assim, na média, 10% das vagas na Câmara dos Deputados vêm sendo preenchidas por candidatos estreantes em eleições - um percentual elevado para os padrões internacionais. Esse resultado, porém, é bastante enganoso.

Analisando o perfil dos 55 deputados federais que se elegeram de primeira em 2014, vemos que 25 são herdeiros de políticos tradicionais. No Brasil atual, ser filho(a), neto(a) ou esposa de político garante não apenas prestígio junto ao eleitorado, mas sobretudo acesso privilegiado a recursos partidários em função de seus laços de parentesco.

O restante dos deputados eleitos contornou as restrições financeiras e o fato de ser desconhecido do eleitorado por outros meios. Onze deles eram empresários que bancaram a maior parte dos gastos de suas campanhas. Outros seis conseguiram um lugar ao sol por serem pastores evangélicos ou líderes de outras denominações religiosas ?" posições que garantem um grande rebanho de eleitores. Completam o grupo radialistas, dirigentes de clubes de futebol e servidores públicos; todos com audiências próprias que os permitem superar a necessidade de recursos.

Além de demonstrar o quão difícil é, para um neófito, ser eleito no Brasil, os números acima são também um alerta para a bem-intencionada campanha do "não reeleja ninguém".

Sempre é bom lembrar que quando votamos em alguém para deputado federal, estadual e vereador estamos antes de tudo votando no seu partido ou coligação. É da soma dos votos recebidos pela totalidade dos candidatos de uma legenda que é determinado o número de vagas que serão preenchidas com seus membros mais votados.

Com a pulverização de candidaturas nos partidos, é bem provável que boa parte dos votos depositados em "não políticos" acabará levando justamente à reeleição da atual casta política, pois é ela que detém dinheiro e conexões eleitorais nos estados.

Por esse motivo, antes de embarcar no #nãoreelejaninguém e votar naquele candidato bem-intencionado que nunca foi político, é bom verificar qual é o seu partido e quais são os seus colegas de chapa. Você pode estar votando numa lebre e elegendo uma velha raposa.
Herculano
10/09/2018 10:41
UMA CERTEZA E UMA INCERTEZA PERMANENTE

Do livreiro, Carlos Andreazza, no twitter:

"Gravar agora que um candidato já está no segundo turno é desconhecer profundamente a dinâmica eleitoral. Com essa ressalva, o mais perto que chego é dizer que Haddad tem ótimas chances de estar lá. E que Bolsonaro é favorito para a outra vaga.

Mais
Registro ainda que acredito no crescimento de Alckmin. A situação não é confortável. Mas ele tem estrutura - musculatura política - para ascender nas próximas semanas. É prematuro descartá-lo. O tempo opera contra, mas, em eleição, 28 dias são uma eternidade. Sugiro prudência.
Herculano
10/09/2018 10:37
INCONSOLÁVEL

De Ricardo Noblat, de Veja, no Twitter. "De hoje para amanhã, Lula viverá horas de muita agonia. Não se conforma em ter que indicar Haddad para substitui-lo como candidato. Não quer sair de cena. Não quer ser esquecido. Mesmo que Haddad se elegesse, ele, Lula, perderia o comando do PT e da esquerda. Está inconsolável".
Herculano
10/09/2018 10:36
NÃO HOUVE DEMISSõES NO MUSEU. NEM NA UFRJ, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

O Ministério da Educação aguarda apenas a conclusão da perícia e do inquérito da Polícia Federal para abrir procedimento administrativo para apurar responsabilidades dos gestores do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, que foi destruído pelo fogo. São consistentes indícios de desleixo e omissão da reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e de gestores do Museu, mas ao MEC resta apenas esperar.

MEC ESTÁ DE OLHO
Incapazes de providências simples, como criar equipe de brigadistas, o reitor Roberto Leher e a direção do Museu estão na mira.

CARRAPATOS NOS CARGOS
A expectativa era que a cúpula da UFRJ pedisse demissão, como o fazem gestores públicos que preservam a dignidade.

MEU PIRÃO PRIMEIRO
O Museu quase não recebia recurso da UFRJ, mas o reitor ganha R$ 28 mil por mês e o diretor do Museu, R$ 24 mil. E nunca atrasa.

SEM SURPRESA, NEM DEMISSõES
O Ministério da Cultura e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) também tentam fingir surpresa desde o incêndio devastador.

'TREM-BALA' DA ALEGRIA ATROPELA O TETO DE GASTOS
A direção da federação de trabalhadores do Judiciário da União tenta emplacar um "megatrem da alegria" para elevar para nível superior a escolaridade de 85 mil técnicos judiciários de nível médio em todo o país. Simples assim. Sem concurso publico ou previsão legal, a ideia da manobra é equiparar os seus salários àqueles pagos a 45 mil analistas judiciários de nível superior. A conta, como sempre, é nossa.

SEMPRE OS SALÁRIOS
Segundo a Anajus, entidade dos analistas, a proposta dos técnicos deve aumentar em R$ 4,5 bilhões por ano as contas públicas.

Só QUEREM AUMENTO
A entidade de classe planeja um protesto no dia 13, durante a posse de Dias Toffoli, para apresentar a "pauta". Leia-se pedido de aumento.

FAZ SENTIDO
Os técnicos judiciários querem aproveitar a "mão aberta" dos ministros do STF que aprovaram aumento de quase 17% para eles mesmos.

VERGONHA ALHEIA
O candidato do PT, Fernando Haddad esteve em Maceió ao lado do senador Renan Calheiros e do filho governador, mas ao publicar fotos da visita nas redes sociais, cortou os dois. Vergonha de quê?

CONDENADO XINGA JULGADORES
Francisco Valdeci Cavalcante (Fecomércio-PI) ficou valente referindo- se ao Tribunal de Contas da União, que o declarou inelegível: "Nós vencemos essa canalha toda. Vencemos tribunais, Justiça, partidos e Ministério Público". A arrogância chocou juízes e ministros do TCU.

FINANCIAMENTO À SAÚDE
A agenda da Câmara dos Deputados desta semana tem apenas uma reunião marcada: a discussão da Medida Provisória 848, que cria linha de crédito do FGTS para hospitais filantrópicos e santas casas.

PARCERIA COM A ONU
Com foco em mulheres vítimas do tráfico e migrantes vulneráveis nas fronteiras, a Organização Internacional para as Migrações, das Nações Unidas, e a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) firmaram acordo para capacitar juízes a garantir o acesso de estrangeiros à Justiça.

SINCERÃO
O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) concedia entrevista ao site Diário do Poder quando se deu o ataque a Bolsonaro, em Minas. Ao ser informado da facada, exclamou "Elegeram o presidente, pronto".

PATRÃO DESATENTO
O governo federal puniu desde 2003 7.014 funcionários, dos quais 5.838 foram demitidos; 594 a aposentadoria cassada; e 582 afastados das funções comissionadas. No total, são 1,3 milhões de servidores.

FACILITOU MUITO
Uma pequena novidade agradou em cheio na primeira sessão do Superior Tribunal de Justiça sob o comando do ministro João Otávio de Noronha: retroprojetor mostra o número do processo em julgamento.

CHICANA
A chicana jurídica da pode, em tese, prejudicar Fernando Haddad. Mas o objetivo não é soltar Lula e sim mantê-lo "vivo politicamente", melhorando as chances de transferência de votos.

PENSANDO BEM...
...pela primeira vez na História do Brasil é unânime: a violência é intolerável.
Herculano
10/09/2018 10:29
ESPECULAÇÃO E TERRORISMO

O Instituto Datafolha está na rua. A noite ele mostra uma pesquisa e que reflete o atentado de Jair Bolsonaro.

O mercado abriu nervoso. Por mecanismos próprios, quase todos especulativos, ele diz que Bolsonaro disparou. Ciro se isolou na segunda posição absorvendo votos de Lula e da esquerda de todos os tipos, Marina cai e empata no quarto lugar com Alckmin, que não decola de jeito nenhum. O resto é figuração.
Herculano
10/09/2018 10:26
AS CONSEQUÊNCIAS DO IMPONDERÁVEL, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Hipótese mais plausível do pós-atentado aponta para fortalecimento da polarização entre bolsonaristas e petistas

Sobram teorias políticas sobre as consequências eleitorais do atentado cometido contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

A primeira delas é a queda da alta rejeição do deputado e um crescimento considerável a seu favor nas pesquisas estimuladas. É um cenário que, se for confirmado, o colocará facilmente no segundo turno.

Aliados e familiares de Bolsonaro ousam em apostar em uma vitória dele já no primeiro turno - algo bem improvável diante da fragmentação competitiva entre os demais nomes, sobretudo em relação aos que atuam no campo de esquerda.

A outra teoria diz que a repugnante facada em Bolsonaro atrapalhou os planos de Geraldo Alckmin (PSDB) de mirar na desconstrução do capitão reformado para conquistar parcela de seu eleitorado e, assim, ter chances de não ficar pelo caminho.

O primeiro movimento do tucano foi deixar de lado os ataques ao candidato do PSL, repudiar a agressão a faca, e adotar um tom de conciliação política. Se dará certo, é outra história. Alckmin não sabe como lidar com Bolsonaro, que antes do ocorrido na quinta-feira (6) vinha apresentando sinais de um piso consistente, nem como brigar com os outros candidatos pela vaga no segundo turno contra o deputado do PSL.

Uma hipótese - a mais plausível -? do pós-atentado aponta para fortalecimento da polarização entre bolsonaristas e petistas. Prestes a assumir a vaga de titular do PT à Presidência, Fernando Haddad pode herdar a maior parte dos que dizem votar no ex-presidente Lula. Um fluxo de votos não necessariamente imediato e que deve seguir uma lógica de transferência mais visível nas duas últimas semanas de campanha.

Fato é que os rumos de cada cenário acima dependerão dos capítulos da novela de quatro semanas que resta até o dia do primeiro turno.

É natural a reação instantânea do eleitorado a um episódio sério, grave e de impacto como o de Juiz de Fora. Assim como o debate político tende a retornar à normalidade passada a comoção inicial com o atentado.
Herculano
10/09/2018 10:21
SERÁ QUE PT, DEPOIS DE AGRESSÃO SOFRIDA POR BOLSONARO, PODE CONTINUAR A IGNORAR CANDIDATO, COMO FAZIA, PREFERINDO BATER EM TEMER? por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Fernando Haddad (PT), é verdade, já se comporta como candidato do partido, mas dizendo-se ainda um "vice". Vamos ver o que dirá a pesquisa Datafolha nesta segunda. Até a semana passada, um contingente mínimo de lulistas havia escolhido o nome de Haddad. O horário eleitoral do primeiro turno termina no dia 4 de outubro. Até lá, os presidenciáveis terão apenas 12 programas para levar ao ar, já que aparecem em dias alternados. Trata-se de uma aposta de altíssimo risco.

Nesta segunda, o Datafolha faz, tabula e divulga uma nova pesquisa. Cinco programas com os candidatos a presidente terão sido veiculados. Mais relevante do que tudo isso: o levantamento vai dizer também os efeitos da agressão sofrida por Jair Bolsonaro. Até agora, os petistas têm ignorado o capitão reformado. O partido elegeu como alvos o governo Temer, o desmonte de conquistas sociais que estaria em curso, a conivência dos tucanos com aquilo a que chamam "golpe", a volta da suposta Idade de Ouro que o país teria vivido sob o governo Lula etc. Bolsonaro, na leitura que o PT vinha fazendo do quadro - e estava tecnicamente correta - era um problema de Geraldo Alckmin e dos não-esquerdistas que disputam com o candidato do PSL o eleitorado à direita.

Será que o partido poderá continuar com essa estratégia? Caso Bolsonaro amplie de maneira significativa a vantagem, passa a ser também um problema dos petistas porque o antibolsonarismo pode se ver tentado a fazer um voto útil em quem julga em condições de enfrentar o nome da extrema-direita. À parte alguma decisão tomada pelo eleitorado por razões insondáveis, não há motivos palpáveis para Haddad ter tido algum crescimento significativo nesse levantamento. A pesquisa não traz mais o nome de Lula, e o próprio PT, por enquanto, se nega a tratar o ex-prefeito de São Paulo como candidato.

Seria conveniente, não para o PT, mas para a diminuição das tensões na disputa, que o STF tomasse a sua decisão o mais rapidamente possível. Até porque não restam dúvidas, segundo a Lei da Ficha Limpa - deixando-se de lado a forma como Lula foi condenado -, de que o ex-presidente é mesmo inelegível.

É preciso pôr um fim a essa novela, ainda que se tenha percorrido até aqui todos os caminhos da heterodoxia, o que ainda cobrará seu preço num futuro mais distante. Vamos, de qualquer modo, resolver o que está num futuro mais próximo.
Herculano
10/09/2018 10:18
CASO PSIQUIÁTRICO

Quando se olhava os debates ideológicos, apaixonados e doentios nos ambientes acadêmicos da esquerda do atraso, tinha-se como até normal.

Com o atentado de Jair Bolsonaro, PSL, ainda não devidamente esclarecido, surgiu um debate histórico que não é ideológico, nem apaixonado, mas apenas fruto de uma doença onde a ninguém é permitido minimamente discordar. Isso não vai dar certo.

Agora, o que é certo é que isso é culpa da esquerda do atraso. Ela semeou e embalou esse ódio animal, desproposital e irracional entre os da direita xucra. A história da civilização conta em múltiplos exemplos como isso terminou em tragédia para vários povos.
Herculano
10/09/2018 10:11
ESQUERDA PERDE MONOPóLIO DAS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO, Vinicius Mota, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

Surge com Bolsonaro outra corrente que denuncia complôs, questiona legitimidade do pleito e avilta a imprensa

A batalha simbólica em torno da tentativa de assassinar Jair Bolsonaro escancara uma mudança notável na arena política brasileira. A esquerda perdeu o monopólio das narrativas conspiratórias.

Não espanta a reação imediata, epidérmica, de militantes esquerdistas ao esfaqueamento. Aquilo haveria de ser armação para beneficiar o próprio candidato do PSL, uns sugeriam, outros declaravam mesmo.

O preenchimento instantâneo, com os fragmentos que estiverem à mão, do longo e acidentado caminho entre um fato e a sua causa é uma faculdade do cérebro humano. Provavelmente nos ajudou mais que atrapalhou no curso de centenas de milhares de anos de evolução.

Seu uso político sistemático nas últimas três décadas no Brasil se restringia na prática a correntes oriundas do socialismo. O marxismo, ao pressupor uma engrenagem subterrânea e um conflito binário como motores da história, facilita a tarefa.

Segundo a fábula, antes de Lula ser eleito um complô das elites sabotava o desejo do povo. Depois, a crítica e a oposição ao governo tornaram-se armas de quem não queria dividir aeroportos com a ralé.

Bolsonaro rompeu a monotonia. A facada, espalham seus seguidores, foi uma tramoia entre os esquerdistas e a mídia, infestada deles, para evitar o triunfo eleitoral do capitão.

O PT já não faz monólogo quando insinua que só a eleição do seu candidato redimirá o processo de outubro de ser considerado fraude. Bolsonaristas dizem que qualquer resultado diferente da vitória de seu ídolo terá sido produzido pela manipulação dolosa das urnas eletrônicas.

A coisa é tão curiosa que os dois lados agora compartilham inimigos. Ambos escolhem como alvos grandes veículos da imprensa e o Supremo Tribunal Federal, por exemplo.

Se alguém quer ver o circo dos contos do vigário pegar fogo, torça para um embate final entre Bolsonaro e Haddad. Eu, que sofro encostos episódicos do espírito de porco, às vezes me divirto a pensar nessa hipótese.

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.