ILHOTA EM CHAMAS. LEI PARA CONTRATAR ESTAGIÁRIOS TERÁ SUA CONSTITUCIONALIDADE CONTESTADA NA JUSTIÇA - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

ILHOTA EM CHAMAS. LEI PARA CONTRATAR ESTAGIÁRIOS TERÁ SUA CONSTITUCIONALIDADE CONTESTADA NA JUSTIÇA - Por Herculano Domício

23/05/2018

É uma atrás da outra. O prefeito de Ilhota, Érico Oliveira, MDB, vai bater o recorde de inquéritos e Ações Civis Públicas contra ele, contra a sua gestão e o município. Desta vez, uma representação do advogado Aurélio Marcos de Souza -que possui escritório em Gaspar onde já foi procurador do município (na gestão de Adilson Luiz Schmitt, MDB) e assessor jurídico da Câmara de Ilhota na legislatura passada -, ao Ministério Público do Trabalho e o de Santa Catarina vai apurar a inconstitucionalidade de uma lei proposta por Érico e aprovada pela Câmara.

Diante da farta e consistentes provas, o subprocurador geral de Justiça para assuntos jurídicos do MPSC, Pedro Sérgio Steil, anunciou que a 2ª Promotoria de Gaspar, liderada por Andreza Borineli,  a quem está afeta a área de “controle da constitucionalidade”, além da “moralidade administrativa” na Comarca de Gaspar, vai ajuizar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra Ilhota por ela estar admitindo estagiários estudantis baseado na lei 1827/2017, supostamente feita de vícios, como admitiu o Ministério Público do Trabalho, mas não é da sua competência à verificação da perfeição desse ato.

Pela lei criada por Érico, a contratação se dava, segundo se argumentou e se constatou “sem a realização de processo seletivo, e na forma direta pelos agentes políticos, possibilitando assim excluir candidatos afrodescendentes, portadores de deficiência física, e os residentes de outros municípios”.

Resumindo, segundo Aurélio Marcos, a escolha dos estagiários se dava pela “cor partidária, pela conveniência e à proximidade dos interesses pessoais e políticos dos envolvidos no poder de plantão”.

Isso ficou claro na petição que protocolou ao Procurador do Trabalho na 12ª região, Alfredo Hack. Os vícios apontados são notórios. Entre eles está o relatado por Aurélio Marcos como a falta de “qualquer processo seletivo público, que pudesse ter garantido o mínimo de igualdade e isonomia, uma vez que se sabe que Érico de Oliveira, somente contratou afiliados políticos ou parentes destes, e simpatizantes da atual gestão municipal”.

Somam-se à falta de publicidade (até semana passada por exemplo, desconhecia-se publicamente a relação de contratados), transparência, também os de caráter discriminatórios como a não contração de afrodescendentes, portadores de deficiências físicas e os moradores em outros municípios.

E para complicar, segundo Aurélio Marcos na petição que dirigiu ao MPT, “também se desconhece qual a instituição de ensino intermediadora da relação de estágio com a Administração Pública Municipal, e, por conseguinte, também inexiste qualquer professor orientador como responsável para acompanhar e avaliar as atividades desempenhadas pelos estagiários ora contratados, sendo estes requisitos materiais para a validade do estágio”.

Vai demorar. A declaração de inconstitucionalidade da lei é o primeiro passo que o MPE pedirá a Justiça aqui na Comarca. Haverá recursos. Esgotados, virá a segunda parte: a Ação de Improbidade Administrativa que vai interromper as contratações hoje levadas ao MPT e MPE por suposto vício Constitucional. No ato seguinte, vai punir os gestores públicos e até pedir o ressarcimento do dano que tenham causado ao erário público.

REPITO: TENHO UM LADO SIM. OU: A MINHA INDEPENDÊNCIA ESTÁ ATRELADA ÀQUILO QUE ACREDITO E MUITOS TÊM A OBRIGAÇÃO DE DISCORDAR DESSA CRENÇA E VALORES

Há coisas que poucos entendem. Uma delas como posso não ter um lado em Gaspar e Ilhota. Aqui é assim: ou você preto ou branco, ou é vermelho ou amarelo, ou é azul ou verde... Vou repetir, eu sempre tive um lado: o da transparência dos agentes públicos, a coerência dos políticos e governantes e o do pagador de pesados que não percebe, à mínima, a contrapartida para a sociedade, independente da minha cor de preferência. Quem não reconhecer isso nos meus escritos e argumentos das conversas informais, ou não está lendo o que estou escrevendo, ou não está ouvindo e entendendo o que falo e estou argumentando.

Recentemente, no Stammtisch de Gaspar organizado pelo jornal e portal Cruzeiro do Vale, socialmente eu me encontrei com Pedro Inácio Bornhausen, PP, chefe de Gabinete do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. “Muitas coisas você acerta, outras não”, ponderou-me referindo aos meus escritos. Não fomos adiante neste assunto, até porque, lá não era o ambiente adequado para tal. Era de festa, zoação, não de trabalho ou para dialética séria sobre visões distintas. Ficou o convite dele para um café no paço, já feito no ano passado pelo então secretário de Fazenda e Administração, Carlos Roberto Pereira, local que tenho certa resistência para o café.

Ora, se “muitas eu acerto” e assim ajudaria o poder de plantão, “outras não” e aí contrario o poder de plantão que gostaria de ganhar todas, isso quer dizer, então, que está tudo dentro da normalidade. Afinal, não posso querer ser infalível, muito menos agradar a todos. A moeda tem dois faces. Ainda mais, que, o meu trabalho é o de comentar fatos e contextos sob a minha ótica e não exatamente de reportá-los, onde estaria obrigado à exatidão. E quem comenta ao sabor crítico, certamente nunca terá, nem deveria esperar à unanimidade favorável. Sempre, penso, corre o risco muito grande se ser estigmatizado desfavoravelmente.

A QUEM INTERESSA A UNANIMIDADE? AO FRACO, AO QUE IMPÕE

Político também nunca deve esperar a unanimidade. Ele supostamente, defende ideias, ideais e causas. Gestor público igualmente, pois deveria atender interesses prioritários numa agenda de escolhas, a qual desagradaria sempre uma parcela. Ambos, são reféns de cobranças pertinentes e também rançosas de seus liderados. Mas, é assim que o mundo funcionou, funciona e funcionará.

Eu não nasci ontem. Sou um casca grossa nesse assunto. Entretanto, quando alguém fala comigo e diz que não estou agradando-o totalmente, diz também coisas do tipo assim: “você pode melhorar a nosso favor” e me obriga à uma revisão crítica; ou “vou ensaboá-lo com meu sabonete cheiroso” e me obriga a ser mais exigente com as fontes, fatos e interpretação para deixar claro nos artigos que afetem o meu interlocutor, o domínio e a fundamentação da minha percepção.

É lícito ao interlocutor meu tentar me desviar, convencer e se estabelecer como um parceiro nos seus interesses. É do jogo. Aceito. Não crio e não tenho verdades. Quase tudo é mutável. O que não é lícito, é eu aceitar e não esclarecer ao meu distinto público sobre os meus laços de interesses e resultados pessoais ou até corporativos, do meu ponto de vista ou dos interesses do meu interlocutor alvo.

Os políticos também não nasceram ontem, mesmo os que se dizem novos na política. Eles são persistentes nas tramas que armam para si, contra seus adversários e contra a sociedade, mesmo que no discurso jurarem estar a favor dessa sociedade plural. É do jogo.

Os políticos e os agentes públicos sabem, todavia, que a transparência é um calo contra eles. Não preciso ir longe, basta olhar para a Lava Jato. E à medida que tudo se esclarece, quem se nega a esse exercício se enfraquece. Então, qual o jogo que os políticos se lançam: cumprir mesmo que falseadas as suas promessas de campanhas. E o poder de plantão em Gaspar sabe que está devendo resultados concretos e reiterados à sociedade.

Então o que “não acerto”, na opinião de Bornhausen, é exatamente as que eu a desnudo. E aí a propaganda do político que vive de discursinhos, entrevistas sem perguntas, fotos de papelinhos, viagem para aqui e acolá, fotos nas redes sociais, se fragiliza. Abre brecha para a suposta oposição, que também anda num mar de incoerência de dar dó. E por estar desorganizado, sendo cobrado, o poder de plantão não tem como aproveitar dessas incoerências. E esse é, no fundo, o questionamento.

E na regra punitiva, primeiro vem o café; depois a vingança.

No governo do PT, PDT, PCdoB e outros, ele me lançou direto na vingança – e que afetou até os meus bens materiais. A razão disso? Eu sempre tive claramente um lado e que não é tão elástico assim para as composições. Julguei como desastres o que se zombava. Os resultados das urnas de outubro de 2016 não deixaram nenhuma dúvida.

No governo do MDB e PP, contudo, às incoerências levaram-me à qualidade de indesejável, mas ainda como direito um café. Não se perdeu ao menos a janela de oportunidade que se estabelece na dissonância. Normal, afinal eu tenho um lado: o da transparência dos agentes públicos, a coerência dos políticos e governantes, bem como dos pagadores de pesados impostos que não percebem à mínima contrapartida para a sociedade. E esse lado é inegociável com qualquer cor ou poder de plantão. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1852 - quarta-feira

Comentários

Sujiru Fuji
24/05/2018 18:34
MEDO DO TRABALHO (Cláudio Humberto) tudo uns vagabundos, não tem um que presta naquela m@rd@.
vlad
24/05/2018 17:18
Estou repassado

Pauta dos caminhoneiros:

Para evitar as mentiras da imprensa, segue abaixo a pauta dos caminhoneiros:

A) Frete mínimo nacional.

B) Corte total do Imposto PIS/CONFINS sobre o diesel e Gasolina.

C) redução dos pedágios para caminhoneiros.

D) Fim da CIDE ( Parcialmente cumprido pelo governo)

E) Renegociação das dividas dos caminhoneiros.

F) Estradas em bom estado.

Essa é nossa pauta e o governo nada fez, apenas cortou a CIDE, porém não são 3 centavos que vai fazer o movimento parar.

O prazo para o governo atender nossas reivindicações é até segunda feira, dia 28, mas com caminhoneiros paralisando vias de acessos. A partir do dia 29 iremos radicalizar e paralisar ainda mais o governo. A partir de terça, caso todas as pautas nao sejam atendidas iremos:

1) bloquear totalmente todas as estradas federais, deixando apenas veículos de polícias, ambulâncias e bombeiros passararem.

2) Paralização total dos portos e aeroportos.

E nova pauta a ser incluída além das pautas de A a F, vamos incluir:

G) renúncia do presidente.

H) renúncia dos presidentes do senado e Câmara.

I) Eleições antecipadas.

Quem quebrou a economia do país foi o roubo de vocês políticos. Acabou a brincadeira.

O prazo está dado e o relógio correndo.

Vocês políticos quando querem desviar recursos, aprovam até leis, porque não agora, aprovam leis para benefício do povo?
Cadê o povo brasileiro pra apoiar os caminhoneiros, o gigante não havia acordado? Cadê os agricultores com suas máquinas na pista ou não usam óleo diesel? Cadê os professores, médicos, polícia, cadê o povo brasileiro pra se unir e lutar pelo Brasil ? Não é só o caminhão que pede socorro, mas sim a população brasileira! Acorda povo, vamos pra rua, tem que ser agora ou estaremos todos ferrados !!!

Faça a sua parte, ajude ao menos a compartilhar essa mensagem! Mostre a sua indignação!
Mariana
24/05/2018 15:08
E os privilégios continuam acontecendo na Escola Luiz Franzói.

A ex diretora, agora somente professora de artes continua sendo beneficiada pelo atual diretor. Enquanto nenhum funcionário ou aluno foi dispensado do trabalho devido a ao movimento que vem ocorrendo pelo país, a Ex diretora foi a única a ganhar este beneficio, inclusive o diretor colocou uma ESTAGIARIA para substitui-la.
Gaspar realmente é um grotão onde os amigos tem os privilégios e nem sequer são punidos por não cumprirem com suas obrigações. UMA VERGONHA para o diretor e para a SEMED que mesmo sabendo de tudo que vem ocorrendo nesta escola não toma nenhuma providencia.
Sidnei Luis Reinert
24/05/2018 12:21
quinta-feira, 24 de maio de 2018
Farinha pouca, meu combustível primeiro...



Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Parafraseando o kamarada Karl Marx, bisavô do Delfim Netto, no Brasil, tudo que parece sólido (mas não é) desmancha no ar. Bastaram quatro dias de greve dos caminhoneiros para comprovar quão frágil é a economia brasileira ?" em estagflação ou em ritmo de depressão. A galinha econômica nem voa, nem sai de cima. O desemprego é gigantesco (fala-se em 24 milhões). A inadimplência subindo novamente. A indústria fulminada. Especuladores prontos para comprar estatais na bacia das almas. A única coisa boa? A população acorda para a realidade crítica que parecia mascarada pelo discurso e propaganda oficiais.

Foi só faltar combustível, para gerar um tumulto de dimensão inimaginável. O problema tirou o temerário desgoverno do sério e levou o cidadão comum a correr para os postos e proclamar, no desespero: "Farinha pouca, meu combustível primeiro". Alguns postos aproveitaram a correria para aumentar, na malandragem canalha, o preço da gasolina, do diesel e até do álcool. Basta botar a culpa nos caminhoneiros e faturar alto em cima dos otários precipitados ou dos realmente necessitados por combustível. Não há previsão de quando os postos voltam a ser abastecidos. That's Brazil...

O movimento grevista dos caminhoneiros era sucesso na divulgação via Internet. A paralisação foi ignorada até ontem pela patética mídia tradicional. Foi só ganhar destaque no noticiário para o desespero ser instaurado. O caos logístico chegou rapidinho. O impacto já é direto na distribuição de alimentos ?" sobretudo os perecíveis. Frigoríficos e abatedouros estão "na roça" (paralisados)... Depressa, começam a faltar produtos básicos. Rapidamente, o preço de tudo começa a subir. O fantasma do retorno da inflação já ronda e apavora o mercado. Ações de estatais despencam, para serem vendidas, brevemente, a preço de banana.

O efeito político da greve dos caminhoneiros se tornou desastroso. A Câmara dos Deputados aprovou a retirada da Pis/Cofins do diesel até o final do ano. O governo prometeu a retirada da Cide sobre o Diesel. A Petrobrás deu uma baixada de 10% no preço do diesel nas refinarias. O impacto é de menos R$ 0,23 nas refinarias e menos R$ 0,25 no preço final da bomba para o consumidor. Por trás da medida, os parlamentares resolveram aumentar outros impostos, com a desculpa esfarrapada de compensar a eventual perda na arrecadação federal. A tal "reoneração" vai ferrar empresários e, no final das contas, o povão assalariado.

O movimento dos caminhoneiros tem tudo para ficar mais forte nesta quinta e sexta-feira. E tudo indica que vai muito além do mero preço dos combustíveis. Basta observar uma das pautas de reivindicação: "Cumprimento integral da lei do voto impresso em urnas eletrônicas ou adoção do voto impresso em urnas de lona, com apuração a cargo das Forças Armadas. Em caso de descumprimento, nos somaremos ao clamor popular por intervenção militar".

Só falta combinar com os russos... ops, com os militares... Enquanto isso, vamos curtindo ou suportando nossa temporada pré-venezuelana... Mas, como diz um amigo, não pode é faltar álcool nos botecos... Aí a revolução começa...
Herculano
24/05/2018 08:41
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO MARÉ INDÉDITA ESPECIAL PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO E DE MAIOR CIRCULAÇÃO EM GASPAR E ILHOTA
Herculano
24/05/2018 08:39
da série: os políticos - deputado e senadores - irresponsáveis, populistas e candidatos de outubro enganam os analfabetos,ignorantes e desinformados mais uma vez. Cortam os impostos dos combustíveis para ganhar votos fáceis e colocam esses mesmos impostos para todos nós pagarem. São os impostos para pagá-los nos altos salários, mordomias, e estruturas e até mesmo a campanha eleitoral de R$2 bilhões, além do buraco bilionário e aposentadorias precoces para políticos, e uma casta de funcionários públicos nos três poderes e que eles se negam cortar na reforma da previdência.

CÂMARA APROVA CORTE DO PIS/CONFINS SOBRE DIESEL E REONERAÇÃO DA FOLHA

Projeto deve ser analisado pelo Senado em duas semanas

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (23) em votação simbólica uma versão desidratada do projeto de lei que prevê a reoneração da folha de pagamento. A emenda ao projeto que zera o PIS/Cofins sobre o diesel até o final do ano também teve aprovação.

O projeto ainda tem de ser analisado pelo Senado. O presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE), prevê que o texto vá a plenário em duas semanas.

Pelo texto do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), serão reonerados a partir deste ano 28 dos 56 setores hoje desonerados. Somente a partir de 2021 haverá a oneração da outra metade.

Inicialmente, a Fazenda pretendia manter o benefício para apenas três setores.

O impasse entre governo e parlamentares travava a votação do texto há meses na Câmara. O relator já havia aceitado subir o número de setores beneficiados para 20 afim de conseguir um acordo no plenário.
O novo acordo, costurado às pressas, veio como resposta à crise gerada pela greve dos caminhoneiros, que chega ao terceiro dia causando desabastecimento nas cidades e aeroportos do país.

O governo anunciou na terça-feira (22) que zeraria a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre caso o Congresso aprovasse o projeto.

Em um cabo de guerra com o Executivo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) anunciou que incluiria no projeto a liquidação do PIS/Cofins sobre o diesel até o final do ano.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Orlando Silva consultaram o economista Adriano Pires, que calculou em R$ 3,5 bilhões o impacto os cofres públicos com a isenção de PIS/Cofins até 31 de dezembro de 2018.

A conta do governo é diferente: o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), veio à Câmara no início da noite de quarta-feira para tentar retirar o artigo sobre o PIS/Cofins do texto. Após consultar o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, Marun afirmou que o impacto é de R$ 12 bilhões.
Apesar disso, mesmo partidos da base do governo defenderam a aprovação do texto, que teve todas as emendas rejeitadas e não foi votado nominalmente como é costume em projetos polêmicos.

Mesmo depois de aprovado o texto, Marun ainda discutia com o relator do projeto sobre o tamanho do impacto.

"Se eu estiver errado, parabéns. Se eu estiver certo, vamos ter que buscar uma correção, vamos ter que ir ao Senado, avaliar o que fazer", disse Marun, antes de se dirigir a Orlando Silva:

"Acho que vocês cometeram um grande erro, um erro de cálculo que impacta neste momento. Se eu estiver errado, vou admitir, mas vou me sentir constrangido por ter causado este constrangimento."

Depois da reunião com o ministro, Maia voltou a criticar o governo: "Ele é ministro do governo e tem que tomar cuidado porque aqui está todo mundo trabalhando de forma séria, querendo acertar, querendo ajudar. Aliás, muito mais do que o governo quis se ajudar, ajudar o Brasil nestes últimos meses", afirmou.

Maia disse que os números da redução de preço do diesel anunciada pela Petrobras nesta quarta são muito parecidos com os do projeto aprovado pela Câmara.

"A conta para uns vale, para outros não vale. Talvez o governo queria ter um protagonismo exclusivo desnecessário", afirmou.

A política de desoneração teve início em 2011. Os setores autorizados podem deixar de pagar a contribuição à Previdência de 20% sobre a folha de pagamentos e recolher de 1% a 4,5% do faturamento.

Com a derrota, Marun disse que o governo terá que reavaliar se irá mesmo editar decreto com a isenção da Cide, como havia sido anunciado no dia anterior.

?
"Não sei como vai ficar. Com esse erro de cálculo, eles liberaram um troço que não tem mais espaço nesta reoneração para a questão da Cide. Tudo agora tem que ser reavaliado", disse o ministro à Folha.
Herculano
24/05/2018 08:29
TRANSPORTADORA REALIZAM SONHO DE LULA: PARALISAM O PAÍS E ENCURRALAM TEMER, por Josias de Souza

Chamar de greve de caminhoneiros uma paralisação que não existiria sem o apoio das empresas transportadoras de carga é o mesmo que chamar de negociação uma chantagem. Seja qual for o desfecho da crise provacada pela alta dos combustíveis, ficou entendido que o Brasil, com sua predileção pelo transporte rodoviário, está nas mãos do empresariado que controla a frota de caminhões e contrata os serviços de caminhoneiros autônomos.

Nem CUT nem o "Exército do Stédile". Quem demonstrou força para paralisar o país e encurralar Michel Temer foi o baronato do setor de transportes. Três dias de bloqueios nas estradas foram suficientes para provocar desabastecimento em todas as regiões do país. Não é a primeira vez. Nem será a última. Dá pena a enrascada em que se meteu o presidente. Fraco e impopular, Temer não governa os acontecimentos. É desgovernado pelos fatos.

Em reunião no Planalto, Temer pediu uma trégua de três dias aos representantes do tumulto. Foi prontamente desatendido. Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, presidentes da Câmara e do Senado, se juntaram para tirar uma lasca do governo. A pretexto de arrumar dinheiro para compensar a isenção dos impostos que encarecem o diesel, Maia e Eunício decidiram fazer o favor de colocar para andar a proposta de reoneração da folha de pagamento.

Abre parêntese: a reoneração da folha era solicitada por Temer desde o ano passado. Seus aliados no Congresso deram de ombros. Com os cofres em situação de penúria, o governo avançou sobre o contribuinte. Aumentou, por exemplo, PIS e Cofins, que incidem sobre os combustíveis. Agora, com os caminhões atravessados nas rodovias, os congressistas se dispõem a fazer por pressão o que não fizeram por opção. Fecha parêntese.

A toque de caixa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) comandou, na noite desta quarta-feira, a aprovação do projeto que tributa a folha salarial de 28 dos 56 setores que desfrutam de isenção. Em combinação com Maia, o relator da proposta, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), enfiou um jabuti dentro do texto: um artigo que reduz a zero a alíquota do PIS/Cofins sobre o diesel. Alegou-se que a perda de receita será compensada com o dinheiro resultante da retributação das folhas salariais.

O diabo é que, na véspera, Maia combinara com o governo que a grana que virá das folhas serviria para zerar não o PIS/Cofins, mas a Cide, contribuição que também incide sobre o diesel. Ao farejar o cheiro de queimado, Temer enviou à Câmara o trator que ele chama de coordenador político: Carlos Marun. Numa evidência da falência da autoridade de Temer, os deputados tratoraram o emissário do presidente, ignorando-o. Aprovado em votação simbólica, o projeto vai ao Senado.

Como se fosse pouco, o desentendimento envenenou a calculadora. Pela conta do Planalto, a renúncia fiscal aprovada pelos deputados produzirá um buraco de R$ 12 bilhões. Que o Ministério da Fazenda diz não ter como tapar. Na conta de Maia e do relator Orlando, o custo será de R$ 3,5 bilhões. Alguém cometeu um erro de cálculo do tamanho de R$ 8,5 bilhões. Há no lance eleição demais e sensatez de menos.

Enquanto o Planalto se estanhava com seus pseudo-aliados em Brasília, a Petrobras anunciou no Rio de Janeiro uma redução de 10% no preço do diesel. Pelo telefone, o presidente da estatal, Pedro Parente, comunicou a novidade a Temer cinco minutos antes do anúncio. O refresco tem prazo de validade de 15 dias. Espera-se que em duas semanas o governo consiga produzir um entendimento.

Alheios aos esforços, os bloqueadores de estradas afirmaram que os caminhões continuarão atravessados no asfalto. A Advocacia-Geral da União obteve ordem judicial para desobstruir as vias na marra. Radicalizando-se a fuzarca, a mistura pode acabar mal. Esse é um tipo de briga em que a sociedade brasileira entra com a cara.
Herculano
24/05/2018 08:25
BATIDA DE CAMINHÃO NA CRISE NACIONAL, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Tumulto detonado pelo preço de combustíveis é um laboratório do que está por vir

Bastou uma greve de caminhoneiros de três dias para que ficasse explícito o emaranhado de crises brasileiras.

É um laboratório do que está por vir em 2019, ano em que começa o conflito aberto em um país de cobertores curtos e de reis nus, de lideranças políticas com vergonhas expostas.

Um conflito que seria de natureza privada, no fundo, imediatamente explodiu no colo de um governo falido. A reação da elite política à crise ressaltou seu oportunismo limítrofe.

Caminhoneiros e transportadores em geral se queixam no fundo de que não conseguem repassar o aumento do custo de combustíveis, do diesel, para seus preços, os fretes. Por quê?

Além de problemas nos contratos do setor, persiste um problema evidente desde 2015: há caminhoneiros e caminhões sobrando. Houve superinvestimento em capital, facilitado pelo crédito subsidiado no governo anterior, problema agravado por, vejam só, melhorias logísticas.

Em conversas informais, caminhoneiros dizem que está duro negociar aumento de frete, que indústria, agropecuaristas e empresas negociantes de commodities alegam que a crise estreitou as margens delas também.

O aumento rápido e imprevisível de custos, devido à nova política de preços da Petrobras, agrava o problema, decerto. A alta carga de impostos facilita uma curiosa coalizão. Caminhoneiros e associações empresariais, várias delas contratadoras de fretes, pedem menos tributos. Todos se juntam contra a Petrobras.

A Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores), organização empresarial, diz que a greve é legítima. Critica a proposta de governo e Congresso de reonerar empresas (voltar a cobrar contribuições mais pesadas para a Previdência, que haviam sido desoneradas por Dilma Rousseff).

Quer revisão nos reajustes da Petrobras, pois o diesel, dizem, deve ter tratamento diferente, dado seu impacto geral nos preços, mas "sem que isso represente ingerência ou um retrocesso no processo de recuperação da Petrobras". É a quadratura do círculo.

A Aprosoja Brasil (Associação dos Produtores de Soja) apoia a reivindicação caminhoneira, diretamente interessada que é; a CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) apoia o movimento.

O governismo majoritário na Câmara dos Deputados fazia corpo mole quanto a reformas, o programa de Michel Temer, sabotando particularmente medidas que remendariam o cofre furado do governo, como a reoneração da folha de pagamentos. Para piorar, fazia favores e perdoava dívidas gordas de setores empresariais.

De súbito, liderada por Rodrigo Maia (DEM) recorre à reoneração a fim de tapar o buraco que será deixado pela desoneração dos combustíveis (fim ou redução da cobrança de Cide e PIS/Cofins). De resto, Maia, candidato a presidente deste país quebrado, passa a dizer que há "folga" no Orçamento deste ano.

A Petrobras, que recusava interferência em sua política de preços, por sua vez dá uma gorjeta de 10% no preço do diesel, temporária.

É uma conjunção de oportunismos rasteiros para lidar com problemas de fundo, conversinha referendada pelo "bloco no poder". É outro movimento concertado para dizer, em suma, que os ajustes econômicos (fiscal, de preços etc.) são necessários, desde que seja no couro dos outros.

Em 2019, 2020, a farinha será pouca, quase nenhuma, e a luta para manter o pirão será feia. A crise de agora é uma amostra pequena do que virá
Herculano
24/05/2018 08:22
PARENTE PôS FOGO NO PAÍS DOLARIZANDO A GASOLINA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje no Brasil.

A desastrosa decisão do presidente da Petrobras, Pedro Parente, de impor ao Brasil a dolarização da gasolina detonou uma grave crise que deve se agravar, provocando um nível de desabastecimento inédito no País. O presidente Michel Temer não quer demitir Parente, a quem andou elogiando, mas seu pedido de demissão seria recebido com "grande alívio", dizem fontes do governo. E deixaria quem o nomeou à vontade para encontrar a solução para o problema que ele criou.

HUMILHAÇÃO INÉDITA
Assessores não perdoam Parente pela auto-humilhação pública de Temer pedindo "trégua" aos caminhoneiros.

NÃO É DO MESMO TIME
Em Brasília, terça (22), Pedro Parente nem sequer ajudou a definir uma solução para o problema que ele próprio criou, tipo "se virem".

VELHA MENTIRA
Parente diz que a Petrobras apenas "reconhece" a alta do barril e a alta do dólar, mas 80% da composição dos seus preços são em reais.

IRRESPONSABILIDADE
Parente fez a Petrobras se impor à política econômica, ressuscitando a ameaça de aumentos diários no transporte de pessoas e cargas.

MAIA PODE APOIAR LIBERTAÇÃO DO ETANOL DA PETROBRAS
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, admitiu à coluna nesta quarta (23) apoiar iniciativas para libertar o etanol do controle da Petrobras e distribuidoras. A ideia seria favorecer a livre concorrência, permitindo que produtores vendam seu etanol diretamente aos postos, como em todo o mundo. Com isso, o produto nacional teria condições de concorrer com a gasolina no abastecimento dos automóveis flex.

CONCORRÊNCIA DESLEAL
Para impedir a competitividade do etanol, a Petrobras reajusta seu preço juntamente com a gasolina, cuja rentabilidade fica assegurada.

FISCALIZAÇÃO E CONTROLE
Rodrigo Maia chama a atenção para a necessidade de criação de mecanismos que garantam etanol de boa qualidade nos postos.

ATRAVESSADORES
Projeto do deputado JHC (PSB-AL) suspende a portaria 43 da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que entrega o etanol aos atravessadores.

SENHOR DA TREVAS
Pedro Parente faz o estilo tecnocrata insensível aos dramas que os governantes provocam. No apagão de energia no governo FHC, que coordenou, não por acaso ganhou o apelido de "senhor das trevas".

VAIAS E APLAUSOS
O deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi vaiado durante sabatina da Confederação Nacional dos Municípios. Dos pré-candidatos presentes, incluindo Alckmin e Meirelles, só Guilherme Afif (PSD) foi aplaudido.

DIRETO AO PONTO
Em dura nota, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), presidida pelo ex-senador Clésio Andrade, criticou as mentiras da Petrobras e a política equivocada e desastrosa de Pedro Parente.

É GRAVE A CRISE
Enquanto o preço do diesel sobe sem parar, caminhoneiros que atuam entre Rio e São Paulo viram o preço do serviço cair mais de 50% desde fevereiro, segundo a CargoX, que tem 250 mil veículos cadastrados.

MEDO DO TRABALHO
Com a crise no abastecimento de querosene de aviação, deputados tentaram acordo para evitar obstrução da oposição e votar tudo ontem mesmo. Queriam se mandar enquanto havia voos saindo de Brasília.

OPORTUNISMO CRIMINOSO
A política de reajuste de preços da Petrobras provocou os bloqueios dos caminhoneiros e, nesse caos, houve postos do Recife cobrando criminosos R$9 por um litro de combustível. Ninguém foi preso.

EXISTE PRECEDENTE
Em 2012, a 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça gaúcho condenou um posto a indenização de R$ 45 mil por crime contra a economia popular, por aumentar preços na véspera do feriado de Páscoa.

TEM QUE TER MOTIVO
De acordo com o artigo 39, X, do Código de Defesa do Consumidor, é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusiva, "elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços".

PENSANDO BEM...
...ao custo de R$ 10 mil por dia, segundo a Polícia Federal, a prisão especial de Lula já nos custou uns 100 mil litros de gasolina
Herculano
24/05/2018 08:20
EMBORA A DIREITA XUCRA APLAUDA A GREVE, RESTA CLARO QUE ESSE É O CAMINHO QUE PAVIMENTA, OU QUE INCENDEIA, A VOLTA DAS ESQUERDAS AO PODER, por Reinaldo Azevedo, de Veja, por Reinaldo Azevedo

Um passeio rápido pelas redes sociais - e fui bem rápido mesmo porque não tenho a dose necessária de psico-sociopatia para suportar muito tempo - dá conta da era do desatino em que vivemos. A greve dos caminhoneiros está sendo vista, muito especialmente pelos idiotas, como mais um recado da sociedade aos políticos - aqueles, vocês sabem, que parte considerável dos brasileiros aprendeu a detestar, sem matizes, com o advento da Lava-Jato. Da extrema-esquerda à extrema-direita, há uma espécie de gozo perverso com a greve. A síntese poderia ser esta: "É isso mesmo! Tem mais e de ir por pau!". E há nesse gozo perverso doses distintas de cálculo. A esquerda faz o seu jogo. E a direita também faz o jogo da... esquerda.

Ora, os esquerdistas aproveitaram para fazer o óbvio - do colunismo às línguas negras das redes sociais: a situação que ai esta seria consequência da, como é mesmo?, política "neoliberal" que teria sido aplicada na Petrobras por Pedro Parente. A que se chama "neoliberalismo"? A decisão tecnicamente correta do presidente da empresa de fazer o preço dos combustíveis flutuar de acordo com a cotação internacional do barril de petróleo. Sim, Dilma agia de modo diferente, não é mesmo? E provocou um rombo na empresa de R$ 70 bilhões. Quando a sua popularidade rondava a casa dos 70%, o buraco estava ali pelos R$ 50 bilhões.

A Petrobras foi retirada dos escombros por Temer-Parente. E isso, obviamente, é imperdoável a um governo que, afinal de contas, e impopular - impopularidade essa de que a imprensa, no mais das vezes, se faz mera cronista, sem reconhecer ao presidente da República um miserável mérito. Leiam os jornais de hoje. Leiam os portais. Prestem atenção ao noticiário.

Os setores à direita e de extrema-direita, ora vejam!, também aplaudem os métodos adotados pelos ditos grevistas, que nada mais fazem do que repetir, numa escala muitas vezes ampliada, a prática de extremistas de esquerda como MST e MTST, a saber: "Ah, o governo não quer atender à nossa reivindicação? Então a gente fecha estradas, mete fogo em pneus, impede o direito de ir e vir. Continuam imbecilizados pela repulsa à política, cegados pelo pega-pra-capar da Lava Jato, que tem sido uma fonte geradora de ódios. E isso nada tem a ver com o necessário trabalho de combate à corrupção.

Estamos a pouco mais de quatro meses da eleição. Essa soma de maus espíritos está indo para as urnas. Sim, há cretinos de direita que acreditam que esse clima vai lhes fazer bem. Não! Como tenho advertido desde o fim de 2016, esse é o caminho que pavimenta - ou que incendeia - a volta das esquerdas ao poder.

Não por acaso, Ciro Gomes, o pré-candidato do PDT e real candidato do PT à Presidência, já direcionou seu canhão contra o governo Temer e contra a Petrobras.

É isso aí. Quem dorme com o excomungado, com farrapeiro, com o fioto, fiquem certos, acorda ao lado do capiroto, do porco-sujo, do satanás
Herculano
24/05/2018 08:10
PREÇO NÃO FAZ ACORDO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Com governo premido por greve, Petrobras anuncia barateamento temporário do diesel

Não é surpresa, ainda mais em ano eleitoral, que políticos se rendam à pressão de uma greve de caminhoneiros e saiam em busca de medidas emergenciais para conter a alta dos preços dos combustíveis.

O risco, que se deve evitar a todo custo, é uma recaída no controle populista de preços, que, aliado a gestão irresponsável e corrupção, levou a Petrobras à breca ?"a estatal ficou no vermelho por quatro anos consecutivos, até 2017.

Nos últimos meses, o petróleo passou por valorização aguda. Desde meados do ano passado, o barril saltou de US$ 45 para quase US$ 80 nos mercados internacionais ?"em razão de maior consumo, contenção da oferta por parte da Opep (cartel que reúne alguns dos grandes países produtores) e tensões geopolíticas.

O problema foi agravado pela alta do dólar nos últimos meses. Como a política da Petrobras agora é repassar aos preços tais variações, tem-se no momento o pior dos mundos para o consumidor.

Em menos de um ano, a gasolina e o óleo diesel encareceram em mais de 50% - a alta do segundo desencadeou o movimento dos caminhoneiros autônomos, que já causa desabastecimento.

Com o Palácio do Planalto sob pressão, a Petrobras anunciou nesta quarta (23) uma redução de 10% do diesel nas refinarias por 15 dias, alegando que assim se facilita a negociação com os grevistas.

Ganha-se tempo, mas as alternativas permanecem poucas.

A alta do petróleo sinaliza escassez em escala global. É por meio desse sinal de mercado que se obterá redução do consumo e novos investimentos em campos que não seriam viáveis noutro cenário.

Desde que se respeite a realidade dos preços, é legítimo que o governo considere outras ações. Cabe, por exemplo, avaliar se a estatal utiliza seu monopólio para cobrar além da conta, o que configuraria abuso de poder econômico.

Não parece ser esse o caso, porém. Mais palpável é o peso da carga de impostos sobre os derivados, que motiva uma correria de congressistas encabeçada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O primeiro alvo deve ser a Cide, um tributo de natureza regulatória que visa justamente adequar o custo dos combustíveis. Entretanto o impacto seria modesto.

Outras taxações, como as do PIS e da Cofins, federais, e do ICMS estadual representam uma fatia bem maior dos preços, em torno de 28% no caso do diesel. Mas nem a União nem os estados têm condições financeiras para grandes renúncias de receita no momento.

Não existem, pois, soluções indolores a serem oferecidas à sociedade ou aos caminhoneiros. Abusos como o bloqueio de estradas não mudarão os efeitos dos fluxos de oferta e demanda no mundo.
Herculano
23/05/2018 22:13
BOLSONARO EXIBE ÉTICA FLEXÍVEL EM ATO DE PREFEITOS, por Josias de Souza

Jair Bolsonaro vai se revelando um presidenciável peculiar. As poucas ideias que tem não são boas. E algumas nem são dele. Quando discursa, o candidato passa a impressão de que apenas repete o que a plateia deseja ouvir. Nesta quarta-feira, falando para prefeitos, Bolsonaro defendeu a flexibilização dos rigores do Ministério Público no trato com gestores municipais em litígio com a lei.

Disse Bolsonaro: "Temos de ter coragem de falar sobre o Ministério Público. Faz um bom trabalho? Em parte, sim. Mas tem seus problemas. Que prefeito não fica com medo ou preocupado respondendo por improbidade administrativa? Temos de mudar isso."

Como assim? "Não é dizer que não vai ter mais fiscalização, não é isso. Mas temos de ser prefeitos, governadores e presidente sem medo. Todos nós podemos errar. E não é do erro que vem acontecendo, vem uma lapada em cima da cabeça da gente." Sem medo, chegou-se ao mensalão, punido com cadeia pelo STF. Com medo, produziu-se o petrolão. Mas Bolsonaro quer um Ministério Público "parceiro". Pelo bem do "desenvolvimento do Brasil."

Os repórteres estranharam a falta de nexo, pois Bolsonaro apresenta-se na campanha enrolado na bandeira do combate à corrupção. E o candidato: Não "tem nada a ver uma coisa com outra. Tem que ter bom senso. Até um simples fiscal não pode chegar num estabelecimento e meter a mão na caneta. Orienta num primeiro momento. Quem nunca reclamou de uma multa de trânsito? Esta é a intenção. O combate à corrupção tem que continuar".

Bolsonaro sentiu a necessidade de esmiuçar um pouco mais seu raciocínio. "Por exemplo: quando fala de propriedade rural, está lá a emenda constitucional do trabalho escravo. Ninguém é a favor de trabalho escravo. Tem gente do Ministério Público, do Judiciário, que entende que o trabalho análogo à escravidão também é escravo. Tem que botar um ponto final nisso. Análogo é uma coisa e escravo é outra."

Quer dizer: a pretexto de justificar um absurdo - o relaxamento na fiscalização de malfeitos municipais - Bolsonaro se alinhou com outras três temeridades: desmereceu o trabalho de fiscais fazendários, estimulou a rebelião contra inspetores de trânsito e revelou-se condescendente com a exploração de mão de obra no campo. Fez tudo isso num instante em que negocia uma aliança com o PR de Valdemar Costa Neto, o ex-presidiário do mensalão.

Nesse ritmo, o ex-capitão vai acabar ensinando ao seu eleitorado que não se deve confundir um certo candidato com o candidato certo. Não é que o Bolsonaro seja contra o combate à corrupção. Não, não. Absolutamente! Ele apenas ostenta princípios éticos flexíveis. Natural. Acabar com a corrupção sempre foi a prioridade de todos os que ainda não chegaram ao poder.
Roberto Sombrio
23/05/2018 20:37
OI, Herculano.

Quem decide o preço dos combustíveis no mundo são os que tem petróleo em abundância.
No Brasil são os que tem petróleo em abundância e o governo e políticos ladrões que precisam manter suas regalias.
Sugiro que o "inteligente" deputado Décio Neri de Lima solte Lula e leva-lo para cavar a 7 mil metros de profundidade na Bacia de Campos e extrair o petróleo que segundo ele faria do Brasil o maior país do mundo.
Roberto Sombrio
23/05/2018 20:09
Décio Lima [deputado federal, presidente do PT e pré-candidato a governador de Santa Catarina] cita "Lula Livre, presidente do Brasil" como saída para redução de combustível.
É nessa hora que um político mostra a sua imbecilidade. Essa é uma solução idiota e só pode ter vindo de alguém do PT.
Herculano
23/05/2018 19:24
O PROBLEMA É DO GOVERNO OU DO CARÁTER DAS PESSOAS

Tem posto de combustíveis em Gaspar cobrando até R$5 o litro da gasolina. Aposta no caos e no desabastecimento para explorar e ganhar dinheiro extra. Então... Acorda, Gaspar!
Maria de Fátima Albino
23/05/2018 18:41
Sr. Décio Lima:

"Lula Livre, presidente do Brasil" como saída para redução de combustível.

Que coisa horrorosa!
Isto mostra a enorme perversão que é o seu partido, cuja proscrição urge.
Herculano
23/05/2018 17:29
QUEM É MAIS IRRESPONSÁVEL?

O político populista, e oportunistas de sempre que é capaz de enganar os seus analfabetos, ignorantes, desinformantes e fanáticos ou o veículo de comunicação que dá voz para algo que ele sabe ser fantasioso, como se todos os seus leitores fossem também analfabetos, ignorantes e desinformados?

Décio Lima [deputado federal, presidente do PT e pré-candidato a governador de Santa Catarina] cita "Lula Livre, presidente do Brasil" como saída para redução de combustível, estampa o Notícia do Dia, do Grupo Ric, da família paranaense Petrelli (Mário, o pai, e o Marcelo que toca a rede em Santa Catarina)
Teresa
23/05/2018 16:43
Boa tarde Herculano.
Sobre o texto postado dias 23/05/2018 as 13:46.

Em determinado ponto você esclarece toda a verdade sobre o alto preço do combustível no Brasil.
Não é a variação do dólar ou ações do governo americano que é nosso maior impactante no preço, são as regalias dadas a estrutura montada na petrobras e no sistema político, todos os itens sem excessão, (corrupção, os altos salários e mordomias, diárias dos políticos e de uma casta de funcionários nas estruturas dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário), bem como as altas aposentadorias).
Tudo isso faz com que a população brasileira pague esse preço absurdo no combustível.

Parabéns por ajudar a mostrar a verdade as pessoas que muitas vezes acreditam no que esses políticos e imprensa corrompida mostram e falam.


Mardição
23/05/2018 16:05
Do jornalista Políbio Braga:
Azeredo entrega-se à PF. Tucanos dizem que não farão acampamento em Belo Horizonte.

É que os tucanos não tem barraca, só casa.
Herculano
23/05/2018 16:01
AZEREDO SE ENTREGA À POLÍCIA E VAI CUMPRIR PENA EM QUARTEL DA PM

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) se entregou à Polícia Civil de Minas Gerais na tarde desta quarta-feira, 23. Por determinação da Justiça, ele não vai para uma prisão comum. O tucano conseguiu na Justiça o direito de ficar preso em unidade da Polícia Militar de Minas Gerais sem a necessidade da utilização de uniforme do sistema prisional do Estado. A decisão é do juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, da Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte. A Justiça ainda proibiu o uso de algemas.

Azeredo foi considerado foragido na manhã de quarta-feira, 23. Os defensores do ex-governador e a Polícia Civil negociavam desde a noite da terça-feira as condições para ele se apresentar após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negar o último recurso cabível na condenação do tucano a 20 anos e um mês de prisão no mensalão mineiro.

No despacho, o juiz da Vara de Execuções Penais afirmou que "a situação é inédita, nunca vista anteriormente em Minas Gerais, ou seja, a prisão de um ex-chefe de Estado. Além de ex-governador, o sentenciado possui vasta participação na vida política nacional por força de democrática escolha popular, sendo inegável o respeito que se deve dispensar a esta vontade, outrora exercida, e por isto mesmo há regramento próprio de proteção a pessoas que desempenharam funções relevantes na República".

Ainda segundo a decisão, Azeredo tem status de ex-chefe de Estado e, por isso, pode ser colocado em uma prisão diferente. "O ex-governador reclama segurança individualizada, bem como tem prerrogativa de manter-se em unidade especial como a Sala de Estado Maior, que deverá estar instalada no Comando de Batalhão Militar".

"É fato notório que as unidades penitenciárias mineiras passam por problemas de toda sorte, sendo que na região metropolitana, as masculinas encontram-se com centenas de pessoas (e em alguns casos milhares) em cumprimento de pena", diz o magistrado.

O juiz determinou ainda que a chefia do Batalhão disponibilize agentes carcerários para apoiar e atender Azeredo, além de cadastrar a família de Azeredo para visitas. A decisão livra ainda o ex-governador do uso de uniformes prisionais e proíbe o uso de algemas.
Herculano
23/05/2018 15:55
O HOMEM COM A CHAVE PARA ABRIR A PORTA DA CADEIA PARA GENTE PODEROSA, RICA E CHEIA DE ESPERTEZA

O ministro Gilmar Mendes, tirou da prisão o empresário Arthur Machado, presidente da ATG (Américas Trading Group), empresa que tentava implementar uma nova bolsa de valores no Brasil, e alvo da Operação Rizoma, desdobramento da Lava Jato
Herculano
23/05/2018 15:53
ALCKMIN CONTINUA SENDO CHUCHU, Só QUE DE XEPA, por Josias de Souza

Espremido em sabatina, o tucano Geraldo Alckmin exibiu uma retórica feita 50% de evasivas e 50% de mesmices. O resultado da soma das duas partes é um presidenciável 100% incapaz de responder às duas principais demandas do eleitorado em 2018: limpeza e esperança.

O candidato do PSDB ao Planalto foi evasivo ao responder às perguntas sobre o atacadão de corrupção. Saiu-se com mais do mesmo ao prometer reformas ambiciosas sem esmiuçar uma estratégia para colocá-las em pé. Ao contrário, reconheceu que o próximo presidente terá de lidar com um Congresso fragmentado.

Deixando-se de lado a roubalheira comprovada ou sob investigação ?"que inclui um Azeredo condenado, um Aécio com nove processos, um Serra com arcas suíças, um Paulo Preto com fortuna nas Bahamas e o próprio Alckmin com o cunhado na caixa registradora das campanhas -, sobram as reformas que o candidato diz que fará: política, tributária, do Estado e da Previdência.

Falar é mais fácil do que fazer. FHC e Lula também prometeram reformar a política e o sistema tributário. Cada um passou oito anos no Planalto. Na política, reformaram-se a si mesmos, rendendo-se ao toma-lá-dá-cá. Nos tributos, avançaram sobre o bolso do contribuinte sempre que o caixa do Tesouro ficou vazio. Na Previdência, ambos conseguiram arrancar do Congresso apenas remendos, não reformas.

Na seara ética, Alckmin se esforçou para preservar a pose de limpinho: "Moro no mesmo apartamento. Então, eu me sinto indignado, porque há uma tendência agora no Brasil de defenestrar a política, dizer que é todo mundo igual. Não, não é. Quem enricar com política é ladrão", declarou, antes de soletrar: "L-a-d-r-ã-o''. Pode ser um ótimo desabafo. Mas não resolve.

O problema não é a incapacidade da imprensa ou do eleitorado de enxergar moralidade na política. A questão é que os políticos são incapazes de demonstrá-la. Alckmin é presidente nacional do PSDB. Ele deslizou ao tratar das malfeitorias partidárias porque não tem nada de novo a oferecer. Se tivesse, já teria colocado sobre a mesa o pedido de expulsão de Azeredo, um ofício enviando o réu Aécio para o conselho de ética partidário e meio quilo de explicações convincentes sobre sua própria situação.

Adhemar Ribeiro, o cunhado de Alckmin, frequenta dois inquéritos como coletor de verbas sujas carreadas para campanhas do tucano. Instado a dizer algo a respeito, o candidato definiu o irmão de sua mulher assim: "Ele é casado com uma banqueira, dono de financeira, simpatizante do partido, nada mais do que isso. Não tem nenhuma relação com o governo."

Alckmin teria soado mais convincente se dissesse algo assim: "Chamei meu cunhado para uma conversa. Perguntei: que história é essa de que você apanhou, em meu nome, parte dos R$ 10 milhões da Odebrecht e R$ 5 milhões da concessionária CCR? Ele me disse que não pegou. Portanto, se eu não pedi o dinheiro e ele não recolheu, os delatores são mentirosos. Serão processados por mim."

Tomado pelas respostas que ofereceu na sabatina, Alckmin continua sendo o mesmo chuchu de sempre. A diferença é que seu receituário ficou mais aguado e ele perdeu o frescor ético. Virou parte da xepa.
Erva Doce
23/05/2018 15:49
Oi, Herculano

"OS 52 SEGUNDOS DE BOLSONARO"

Bolsonaro não precisa de televisão, ninguém assiste horário político para decidir em quem votar, ainda mais que Bolsonaro já está eleito.
Grilo Falante
23/05/2018 15:41
"... socialmente eu me encontrei com Pedro Inácio Bornhausen, PP, chefe de Gabinete do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. "Muitas coisas você acerta, outras não", ponderou-me referindo aos meus escritos. Não fomos adiante neste assunto, até porque, lá não era o ambiente adequado para tal".

Herculano, sabe o que isso me lembra?
Quando um cara sem desconfiômetro ou seria um pitoco? Encontra um médico numa festa e já vai querendo fazer consulta de graça.
Herculano
23/05/2018 14:58
O MUNDO DOS TROUXAS QUE PAGAM AS CONTAS DOS ESPERTOS.O NOVO NOME DO IMPOSTO SINDICAL

Conteúdo de O Antagonista. Sindicatos que tentam restabelecer o imposto sindical, derrubado na reforma trabalhista, conseguiram um precedente importante no Tribunal Superior do Trabalho, registra o Valor.

"O vice-presidente da Corte ministro Renato de Lacerda Paiva, homologou acordo que permite à Vale descontar e repassar o equivalente a meio dia de trabalho de cada empregado ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias dos Estados do Maranhão, Pará e Tocantins.

Com a negociação, a contribuição sindical - que legalmente equivale a um dia de trabalho do empregado - ganhou um outro nome. Foi batizada de 'cota negocial'. Empregados não filiados não são obrigados a aderir."
Herculano
23/05/2018 14:29
Do deputado Jair Bolsonaro, PSL, pré-candidato a presidente no Twitter

Geraldo Alckmin me rotula de atrasado por meus votos no passado. Um dos votos que mais me orgulha foi o contra a reeleição de FHC. Não aceitei a propina do seu partido PSDB. Concluo, Sr Alckmin, estou aguardando alguém da sua laia me chamar de corrupto.
Herculano
23/05/2018 14:18
De Flavio Rocha, presidente licenciado do Conselho de Administração das Lojas Riachuelo, e pré-candidato a presidente da República, no Twitter

Vc lembra das notícias sobre o Petrolão? Sobre propinas em navios sondas de 300%? Refinarias orçadas em 4 bi que custaram 40? A conta chegou. Está no preço dos combustíveis!
Herculano
23/05/2018 14:16
De Ricardo Noblat, de Veja, no Twitter

O PT está inconformado com a prisão de Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Precisava dele solto para desqualificar a Lava Jato. Como antes precisava de Eduardo Cunha na presidência da Câmara para desqualificar o impeachment de Dilma.
Herculano
23/05/2018 14:09
De J.R. Guzzo, de Veja, no twitter

Pedro Parente entende muito de petróleo - o suficiente, ao menos, para expulsar os políticos da Petrobras e salvar a empresa da falência. Eunício de Oliveira, presidente do Senado, só entende de se dar bem na vida. Diz que está a favor dos "consumidores" e contra Parente. Claro.
Herculano
23/05/2018 13:58
MOBILIZAÇÃO DO SINTE TESTA GOVERNO EMEDEBISTA, por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, da NSC, Florianópolis

Nos sete anos em que comandou Santa Catarina, o ex-governador Raimundo Colombo (PSD) teve nos sindicatos, especialmente na educação, sua maior e mais organizada oposição. Muitas das reformas que o pessedista chegou a anunciar que faria, como extinção de benefícios, foram deixadas de lado para evitar os conflitos. Outras, como a reforma previdenciária e a nova tabela do magistério, foram aprovadas com a Assembleia Legislativa sitiada.

Nesta terça-feira, será a vez de ver como será a oposição sindical ao governo de Eduardo Pinho Moreira (MDB). O Sinte/SC está convocando a categoria para uma paralisação em frente ao Centro Administrativo, às 14 horas. Pedem que toda a categoria receba os 6,81% do reajuste do piso nacional, a descompactação da tabela salarial de acordo com a lei aprovada em 2015, anistia de faltas decorrentes de greves, paralisações e assembleias, e aumento do vale-refeição.

Desde que Colombo e o ex-secretário Eduardo Deschamps (PSD) conseguiram aprovaram em 2015 o plano de carreira que adaptou o piso nacional às tabelas locais - prevendo os reajustes da categoria até o fim deste ano - o Sinte/SC tem dificuldades de mobilizar os professores. É possível dizer que Pinho Moreira e a nova secretária Simone Schramm (MDB) devem se beneficiar deste contexto.

Em abril, o governador emedebista anunciou em entrevista coletiva que Santa Catarina ultrapassara os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, e que por isso ele teria que demitir 20% de comissionados e funções gratificadas e que não poderia conceder nenhum reajuste salarial este ano. A exceção, frisou-se, era o que já estivesse estabelecido em lei, como a descompactação da tabela salarial dos professores. Para este ano, 5% em maio - já pagos - e outros 5% em novembro.

Foi naquele encontro que ficou clara espécie de semi-rompimento com o legado de Colombo, quando Pinho Moreira reclamou de suposta excessiva generosidade da gestão do antecessor na concessão de reajustes salariais.

Talvez as Secretarias da Fazenda e da Educação tenham sido aquelas em que o governo Colombo mais mostrou sua cara nos sete anos passados. Ambas estão passando por um forte processo de despessedização de cargos. Na Educação, embora Deschamps tenha enchido a sucessora de elogios, há até uma auditoria em andamento. Na Fazenda, qualquer indício de ligação com o ex-secretário Antonio Gavazzoni (PSD) tem levado a exoneração.

É nesse contexto e em meio a esse clima de divórcio - ou rompimento de sociedade - entre emedebistas e pessedistas que o Sinte/SC tenta levar seu bloco para a rua. É um teste para ambos. De mobilização para os sindicalistas, de enfrentamento a uma oposição barulhenta para o novo governo.
Herculano
23/05/2018 13:50
OS 52 SEGUNDOS DE BOLSONARO

Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro negou ter se reunido com o mensaleiro Valdemar Costa Neto para negociar um acordo com o PR.

"Mas dois emissários do presidenciável do PSL", diz a Folha de S. Paulo, "estiveram com Valdemar na última semana para discutir uma possível aliança".

O jornal calculou o tempo de TV de Jair Bolsonaro caso o acordo fosse fechado:

"Em um PSL mirrado, o presidenciável teria oito segundos em cada bloco da propaganda eleitoral ?" menos do que o folclórico Enéas teve na campanha de 1989. O PR pode catapultar esse tempo para 52 segundos. Bolsonaro ficaria atrás de boa parte de seus adversários, mas conseguiria chamar a atenção de mais eleitores."
Herculano
23/05/2018 13:46
AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS? VOCÊ TEM A SOLUÇÃO? OS POLÍTICOS POSSUEM DISCURSOS PARA ENGANAR OS DESINFORMADOS, IGNORANTES E ANALFABETOS

Você compra um produto por R$10,00, por quanto você venderia? Por menos de R$10,00? É? E quem bancaria o seu prejuízo? Você ou outros que nada tem a ver com o seu negócio?

Quem aumentou o combustível mundialmente? Foi o governo de Michel Temer, MDB? Não! Foi uma conjuntura e que remete ao modo de governar e se relacionar comercialmente dos Estados Unidos.

Quem aumentou desvalorizou o Real perante o dólar? Foi o governo de Michel Temer, MDB? Não! Foi um conjuntura e que remete ao modo como os Estados Unidos estão protegendo e se isolando nos seus negócios no mundo.

É só o Brasil que está sofrendo com esses aumentos, então? Não! A desvalorização das moedas é um fenômeno passageiro e mundial. O preço do petróleo é igual para todos no mundo. Ambos influenciam no preço e negócios. Fazem inflação, retraem negócios, afetam todas as economias. E as mais fracas, como a do Brasil, sofrem mais.

Ah, mas precisa diminuir o preço dos combustíveis? Isso precisa, entretanto, só o mercado da oferta e da procura, da demanda, vai permitir que isso aconteça naturalmente.

Mas outros governos brasileiros conseguiram mexer nos preços dos combustíveis em outros tempos. Conseguiram! Quebraram a Petrobrás e agora, o governo está metendo a mão no bolso dos brasileiros para levantá-la da quebradeira.

É preciso diminuir os impostos. Ah, sim, isso é preciso.

Contudo, a corrupção, os altos salários e mordomias, diárias dos políticos e de uma casta de funcionários nas estruturas dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário), bem como as altas aposentadorias dessa casta de servidores públicos, impedem à diminuição dos impostos pagos pela maioria dos pobres e classe média.

E quando esse assunto das reformas previdenciária e tributária chega ao Congresso, e até mesmo à Assembleia e Câmara Municipais, os nossos representantes, não querem tirar os privilégios deles próprios e de uma minoria que vive como marajás do serviço público federal, estadual e municipal. E a conta vem para todos. E os combustíveis são uma forma do governo meter a mão na bolso para salvar esses privilégios de gente organizada, que influencia deputados, senadores, vereadores...para que eles não discutam e votem mudanças.

Diminuir o preço dos combustíveis por mero populismo, é transferir a conta para quem nem usa carro ou até ônibus, é tirar dinheiro escasso na Saúde, Educação, Segurança e Obras.

É assim que os políticos fazem. Preservam suas mordomias e privilégios deles próprios, da casta de servidores e empobrecem ainda mais os há pobres. Isso quando não aumentam os impostos que só alcançam os pobres e a classe média, os que pagam os prejuízos de quem compra por R$10 e tem que vender por menos do que isso. Wake, up, Brazil. Então: em outubro não perca a peleja e não reeleja
Herculano
23/05/2018 12:43
RENAN PREVÊ QUE MEIRELLES NÃO SERÁ CANDIDATO, Josias de Souza

No serpentário do MDB, a candidatura de Henrique Meirelles ao Planalto é vista como uma iniciativa natimorta. O personagem dispõe de dois meses para demonstrar alguma viabilidade eleitoral. Seus aliados ruminam muitas dúvidas. Os adversários cultivam a certeza de que o nome do ex-ministro da Fazenda não será avalizado pela convenção nacional do partido. O senador alagoano Renan Calheiros, que tenta a reeleição escorado em Lula, inaugurou o coro anti-Meirelles.

"O presidente da República, que tinha 1% nas pesquisas, anunciou a retirada da sua candidatura e colocou no seu lugar o ex-ministro da Fazenda, que levou o país a essa situação", disse Renan, no microfone do plenário do Senado. "Não acredito que o PMDB homologue uma candidatura como essa, porque a candidatura do Meirelles vai rebaixar o PMDB em todos os Estados. [?] Essa pré-candidatura não vai passar do 'pré', pelas maldades que ao longo desses meses eles têm conseguido fazer com o povo brasileiro".

Ao discursar no evento em que declarou apoio a Meirelles, Michel Temer mostrou a porta de saída aos descontentes: "Nós nos gabamos por sermos um partido democrático. Tudo bem. Por isso é que conseguimos essa unidade absoluta. Temos que aproveitar a campanha eleitoral para mostrar a unidade. Vamos parar com essa história de eu não apoio o Meirelles. Dizer: 'Ah, eu não apoio o Meirelles?' Saia do partido! Temos que ter unidade absoluta, não podemos contemporizar. O povo brasileiro está atento."

Renan deu de ombros. Queixou-se dos efeitos da radioatividade do governo Temer sobre o partido. Segundo ele, deixaram o MDB sete senadores e 15 deputados federais. Meirelles logo se dará conta de que prever o resultado da convenção do partido é quase tão difícil quanto antecipar o comportamento do PIB.
Herculano
23/05/2018 12:32
ESMOLA ELEITOREIRA COM A GASOLINA, por Vinicius Torres Freira, no jornal Folha de S. Paulo

Sete centavos. É quanto pode baixar o preço da gasolina caso seja repassada para o consumidor a zeragem da Cide, imposto cobrado sobre combustíveis. No caso do diesel, cinco centavos.

Hum.

Esse desconto deve ser diluído na cadeia de distribuição. Se não sumir por aí, bastam uns três reajustes da Petrobras para que esses centavos escorram pelo ralo.

É no que vai dar a promessa dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB), combinada com Michel Temer, adiantada no caso do diesel, "tentativa" na gasolina.

Zerando a Cide sobre todos os combustíveis, o governo federal vai perder cerca de R$ 4,1 bilhões em receita de impostos, em um ano. Estados e municípios, R$ 1,7 bilhão. É o custo do populismo.

GASOLINA TRIBUTADA
Em São Paulo, onde o preço da gasolina é menos salgado, o litro custava em média R$ 3,95 no começo de maio, segundo a ANP. Cerca de 34% desse valor é imposto indireto (PIS/Cofins, Cide e ICMS), o equivalente a R$ 1,34.

No Rio, onde a gasolina é cara, o litro saía por R$ 4,70, em média, com 42% de imposto indireto, o equivalente a R$ 1,97. Por falar no assunto, o imposto sobre a gasolina é maior nos estados mais falidos: Rio, Minas e Rio Grande do Sul.

Em julho do ano passado, o governo federal, na pindaíba, aumentou o PIS/Cofins sobre a gasolina. Passou a cobrar mais R$ 0,33 por litro de gasolina misturada a etanol. Desde então, a margem ("lucro") das empresas distribuidoras de combustíveis diminui um pouco. Os sete centavos de Maia e Oliveira podem alegrar essas empresas.

Sim, o preço da gasolina da Petrobras é alto, dada a nossa relativa pobreza de país de renda média que paga de resto imposto "europeu" sobre combustíveis. Mas está mais ou menos em linha com os do mercado mundial, uns 10% abaixo, no cálculo de alguns especialistas.

Bulir com preços tem efeito em geral ruim. Alguém paga o favor e, enfim, é uma distorção econômica estimular o consumo de um bem que está caro, passando a conta para alguém.

A Petrobras pagou essa conta, sob Dilma Rousseff, e foi à ruína, o que agravou a recessão. O governo pode pagar a conta, via subsídios disfarçados, baixando impostos (privilegiando quem tem carro). Como o governo está quebrado, vai ter de cortar mais gasto ou fazer mais dívida.

Sim, a Cide é um imposto regulatório, que servia justamente para atenuar os reajustes por um tempo. Quando o preço da Petrobras subia, baixava-se o imposto, e vice-versa.

A petroleira poderia assim cobrar preço de mercado; o governo absorvia as variações, por um tempo. A Cide era uma espécie de fundo regulador de preços.

Dentro de certos limites de variações de preços mundiais, era possível estabilizar o custo para o consumidor, evitar choques, um paliativo conveniente para uma economia torta como a do Brasil. Mas, se o preço mundial mudava muito por muito tempo, era preciso repassar a variação, para cima ou para baixo. Dilma zerou a Cide e acabou com o atenuante; Temer a imita.

É possível fazer algo mais? Os impostos federais sobre combustíveis são um valor fixo por litro (por exemplo, R$ 0,65 por litro de gasolina com etanol). O ICMS, estadual, é uma porcentagem, método de cobrança que amplifica a variação dos preços. Mas, caso os estados aceitassem a mudança, fixariam o valor do imposto pelo teto.

Mexer em preço é ruim. Saídas, só de médio prazo. A concorrência de energia mais limpa pode ajudar (mesmo o etanol), temos de usar menos carro, os veículos têm de ser mais eficientes.
Herculano
23/05/2018 12:29
GASOLINA NO INCÊNDIO, por Carlos Brickmann

Temer já sabia que ganhar as eleições seria tarefa impossível. E, com a parada dos caminhões e a alta do combustível, é bom nem falar em votos.

Não é por falta de erros que Temer está em baixa. Mas cai até quando não é sua culpa. A alta do diesel e da gasolina tem vários pais. E uma mãe.

A mãe é Dilma: ao segurar o preço dos combustíveis no país abaixo do custo do petróleo, quebrou as usinas de álcool e endividou a Petrobras. Hoje, a Petrobras vende combustíveis a preços que cobrem o custo do petróleo, do prejuízo que teve, dos juros que paga. O preço varia dia a dia, conforme a cotação do petróleo. Em 12 meses, a gasolina subiu 17,96% (a inflação esteve por volta de 2%). Aí aparece o primeiro pai da alta: o dono dos postos, Quando a Petrobras baixa o preço (e isso aconteceu algumas vezes), o posto o segura lá em cima. Concorrência entre postos? Então tá!

E vai subir mais: o dólar se valoriza e o petróleo marcha para US$ 90 o barril. É o outro pai da crise: a Venezuela já reduziu a produção à metade, por desorganização. O Irã está mais preocupado em mandar na Síria e sofre com as sanções americanas. Menos petróleo, mais preço. Há quem estime que a gasolina chegue a R$ 5,10 se câmbio e petróleo mantiverem o rumo.

Outro pai é o Governo, em todos os níveis: os vários impostos são mais de 40% do preço do litro. Resultado: o litro, para os americanos, custa menos de R$ 2; no Brasil, o custo é de R$ 4,75. E Temer paga em votos.

TEMER FORA

Ou não paga mais. Deixou a conta para seu ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que disputará o voto de centro com Geraldo Alckmin. Dado o carisma de ambos, pode parecer engraçada a frase seguinte: existe a possibilidade de que um deles seja eleito: basta chegar ao segundo turno, e beneficiar-se do radicalismo do adversário, seja Bolsonaro, seja o poste que Lula escolher. Alckmin, que conhece o jogo faz tempo, tem mais chances que Meirelles, cuja força é a capacidade de pagar sozinho a campanha. O MDB de Meirelles é forte, mas desde 1994 não disputa a Presidência. Se sempre se deram bem aderindo ao vitorioso, por que mudar justo agora?

PEDRA NO CAMINHO

Há um grupo de parlamentares que tenta convencer Josué Alencar (cujo nome é Josué Gomes da Silva, mas resolveu se lembrar da herança política do pai, José Alencar) a sair para a Presidência, pelo centro ?" desde que pague sua própria campanha. O líder do grupo é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Se der certo, Alckmin e Meirelles terão mais dificuldades.

O OLÍMPICO

Rodrigo Maia tenta também lançar Eduardo Paes para o Governo do Rio. Ele era o prefeito do Rio na época dos Jogos Olímpicos, lembra?

PERDEMOS TODOS

Um dos grandes jornalistas brasileiros, Alberto Dines, morreu ontem aos 86 anos. Dines foi repórter, editor, diretor (mandava mais no Jornal do Brasil do que o dono ?" e merecia), escritor, professor em Princeton, criador do Observatório da Imprensa em TV e site. Foi um dos mestres deste colunista, que escreve sobre ele para a Folha de S.Paulo (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05/depoimento-nunca-foi-possivel-ser-imparcial-diante-de-alberto-dines.shtml ?" só para assinantes); e, com leitura livre, http://www.chumbogordo.com.br/18854-alberto-dines-enquanto-houver-memoria-por-carlos-brickmann/

AZEREDO LÁ

O Tribunal de Justiça de Minas rejeitou os recursos do ex-governador Eduardo Azeredo, ex-presidente nacional do PSDB, e ordenou sua prisão. Azeredo foi condenado a 20 anos e 1 mês por participação no Mensalão mineiro, uma espécie de ensaio do que viria a ser o Mensalão petista, e que incluiu até a participação do publicitário Marcos Valério. Azeredo pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça, mas não em liberdade.

ONDE ESTÁ O DINHEIRO

A servidora Mirella Menezes Celestino pediu aposentadoria voluntária do Tribunal de Justiça da Bahia. Com a aposentadoria, a funcionária terá "proventos integrais de R$ 39.936,17", segundo despacho do presidente do TJ baiano, desembargador Gesivaldo Brito. O salário propriamente dito (o nome oficial é "vencimento básico") é de R$ 8.276,67. O restante, que põe seu salário acima dos pagos aos ministros do Supremo, são penduricalhos: "vantagem pessoal AFI símbolo", R$ 17.802,72; "vantagem art. 263", R$ 7.127,57. O desembargador determina que, na implantação dos proventos, deverá ser observado "o limite do teto constitucional - R$ 30.471,10".

Ou seja, com redução e tudo, uma economista de um Tribunal de Justiça estadual tem direito a ganhar quase tanto quanto um ministro do STF; mais de 90% dos vencimentos dos onze magistrados mais importantes do país - e, não esqueçamos, dentro da lei. Há algum risco de o país dar certo?
Herculano
23/05/2018 12:25
DISCUSSÃO SOBRE COMBUSTÍVEIS REVELA FRAGILIDADE DO AMBIENTE INSTITUCIONAL, por Alexandre Schwartsman, economistas e ex-diretor do Banco Central, para o jornal Folha de S. Paulo

Regras existem para dar previsibilidade, e não apenas econômica, para quem vive em sociedade

Enquanto escrevo, caminhoneiros protestam contra o aumento do diesel, poucos dias depois de o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, afirmar que o governo quer discutir a política de preços dos combustíveis.

Segundo o ministro, "está subindo demais", aventando a possibilidade de reavaliação dos impostos, além da política de preços da Petrobras. São ambas péssimas ideias, embora possam, como é, infelizmente, comum no Brasil, prosperar ambas.

A origem da questão é o aumento dos preços internacionais de petróleo e derivados. O barril de Brent subiu de US$ 45 para perto de US$ 80 de meados do ano passado para cá, na esteira de problemas geopolíticos (a crise com o Irã), bem como o colapso da produção na Venezuela. A ele se soma a valorização global do dólar, cujas repercussões domésticas analisamos na semana passada.

Nesse contexto, deveria a Petrobras ignorar o ocorrido e manter os preços de derivados isolados dos mercados internacionais? A resposta é um sonoro não, por pelo menos dois motivos.

Do ponto de vista da empresa, essa política seria ruinosa. Não se trata de especulação, mas simples observação dos efeitos destrutivos dessa mesma posição adotada durante o governo anterior para evitar aceleração ainda maior da inflação. Foram anos de perdas multibilionárias para a empresa, R$ 81 bilhões (a preços de 2017), acumuladas entre 2014 e 2016, que contribuíram para transformá-la na empresa de petróleo mais endividada do mundo.

Já do ponto de vista de funcionamento de mercados, há problemas com esse tipo de política. Preços mais elevados de uma mercadoria sinalizam a necessidade de reduzir seu consumo em nome da eficiência econômica. Quando se impede o funcionamento dessa sinalização, o consumo não cede e precisamos entregar mais mercadorias em troca daquela, mercadorias que poderiam ser destinadas à aquisição de produtos que entregassem o mesmo bem-estar, ou ainda mais.

Note-se que essa mesma crítica se aplica a medidas de redução da carga tributária sobre combustíveis fósseis, pois interferem com a reação de mercado. Sim, há sempre a possibilidade de argumentar que a tributação em si já afeta o funcionamento do mercado, mas noto que:

a) há consequências negativas no uso de combustíveis fósseis (poluição, por exemplo) que não são integralmente capturadas nos preços, justificando em alguns casos a tributação;

e b) uma coisa é discutir o nível correto da tributação de combustíveis, outra, bastante distinta, é alterar impostos para mascarar a flutuação de preços sem maiores ponderações sobre seus efeitos colaterais.

Por fim, muito embora os R$ 5,7 bilhões/ano arrecadados pela Cide representem parcela irrisória (cerca de 0,5%) da receita do governo federal, o quadro fiscal é grave o suficiente para não justificar medidas de renúncia tributária, ainda mais no caso da gasolina, que beneficiaria desproporcionalmente a parcela mais rica da população.

Mesmo que essas propostas não se concretizem, essa discussão é reveladora da fragilidade do ambiente institucional brasileiro.

Regras existem precisamente para dar previsibilidade, e não apenas econômica, para quem vive em sociedade. Se formos discutir mudança de regras em reação a cada evento que nos contrarie, não é difícil concluir que o quadro institucional não é estável.

E ainda há quem procure a razão do baixo investimento no país...
Herculano
23/05/2018 12:21
Ao que se escondeu como Pedro Paulo.

O que tem a ver se o advogado Aurélio Marcos estar ou não desempregado - o que não é verdade pois ele vive do seu escritório de advocacia e essa afirmação postada mostra o caráter do comentarista e do comentário -, com o que fez contra a cidade, a lei e a ética um ato irregular do prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira?

Pedro Paulo, deve ser assessor do prefeito e ambos culpados pelo erro e discriminação que se apura no Ministério Público. Políticos sempre têm trombetas em defesa da sacanagem perpétua no poder de plantão.
Herculano
23/05/2018 11:54
EXCLUSÃO DA CIDE SERÁ 'ZERADA' ANTES DAS ELEIÇõES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta quarta-feira.

A exclusão do imposto dos combustíveis Cide do preço da gasolina, do diesel e do etanol será neutralizada em poucos meses, com a política de reajustes adotada pela Petrobras há dez meses. Estimativas oficiais apontam para cerca de 30% de aumento desde julho de 2017. Só este ano, até agora, foram quase 9%. Assim, os 10% da Cide podem ser neutralizados pela ganância da petroleira antes mesmo das eleições.

PRAZO DE VALIDADE
A ideia de "zerar" a Cide sem mexer na política da Petrobras não passa de um gesto eleitoral com prazo de validade: cinco meses.

A VIDA É EM REAIS
A Petrobras cita "cotação internacional", mas a composição de preço ignora que seus salários, energia, insumos e o Tesouro são nacionais.

DÍVIDA PENDENTE
Aliás, a Petrobras deveria abater dos seus preços tudo o que sacou a descoberto do Tesouro Nacional, na História, para tapar seus rombos.

IMPOSTO IMPOPULAR
Em 2002, o então candidato Anthony Garotinho perguntou a Lula, num debate, se ele sabia o que é Cide. Começou ali a série "eu não sabia".

ETANOL SOFRE BOICOTE OFICIAL COMO OPÇÃO À GASOLINA
Petrobras e distribuidoras não gostam de lidar com o etanol porque o produto brasileiro é a maior ameaça à hegemonia da gasolina e do diesel. Ontem, com a alta abusiva da gasolina tornando o etanol mais vantajoso, faltou o produto. Vários postos de Brasília e outras cidades estenderam faixas avisando que o etanol acabou. Ao cobrar o produto, importante dono de postos de Brasília ouviu o desdém da distribuidora: "Nós somos distribuidores de petróleo e não de álcool, pô, não enche!"

MEDO DA CONCORRÊNCIA
A Petrobras alega "leis do mercado" para impor reajustes criminosos. Mas teme a concorrência do etanol com a gasolina que produz.

ISSO ELES NÃO TOPAM
Pelas "leis de mercado", a Petrobras deveria enfrentar não apenas a livre concorrência do etanol, mas também da gasolina importada.

BOICOTE AO ETANOL
O etanol sofre aumentos para não ficar mais vantajoso que a gasolina. Mas para o produtor o preço é o mesmo há mais de um ano: R$1,54.

ARROGÂNCIA ESCLARECEDORA
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, acabou com a encenação do Planalto, revelando que o governo "jamais cogitou" alterar a política cruel de reajustes diários. Em bom português, "quem manda sou eu".

RATINHOS COM AFIF
Pré-candidato do PSD a presidente, Guilherme Afif recebeu apoio, em Curitiba, do apresentador Ratinho e o filho, deputado Ratinho Júnior, candidato ao governo do Paraná, e mais 25 outros políticos do partido.

ANTIGA ALIANÇA
DEM e PSDB realizam encontro nesta sexta-feira (25), no Hotel Fiesta, em Salvador (BA), para divulgar as candidaturas dos dois partidos ao governo estadual e Senado. ACM Neto está fora, desistiu da batalha.

LUSH ABANDONA O ATRASO
A marca britânica de cosméticos Lush, amada pela clientela, vai fechar fábrica e lojas em agosto, no Brasil, alegando a alta carga tributária, a recessão e a instabilidade política. Além disso, a Lush é "vegana" e se recusa a testar seus produtos em animais, como exige a lei brasileira.

NÃO SOBRA NEM PARA GIZ
O MEC liberou R$1,034 bilhão para ajudar o Distrito Federal a "superar dificuldades emergenciais". Quase tudo será para pagar salários, que consomem mais de 90% do orçamento da Secretaria de Educação.

FIM DA LOROTA
A defesa de Lula e PT apelaram ao Comitê de Direitos Humanos da ONU por uma "condenação internacional" à prisão do detento que cumpre por corrução. Iniciativa inócua, o comitê não tem relevância e nem é instância de recurso judicial. Mesmo assim, perdeu de novo.

TANINOS E AROMAS
A Comissão de Agricultura da Câmara vai discutir a carga tributária do setor vinícola, mas não fará isso na Câmara. Os deputados preferem verificar in loco, na região vinícola no Rio Grande do Sul. Claro.

CONVENIÊNCIA
Até por coerência, os petistas deveriam protestar contra a prisão do ex-governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB). Afinal, têm em comum a crítica à prisão após a segunda instância. Mas optaram pelo silêncio.

PENSANDO BEM...
...mais um político que se gabava de ser "o mais íntegro" já está preso.
Herculano
23/05/2018 11:51
da série: vale a pena reverenciar no jornalismo, pena que ele não tenha o diploma específico, nem formação nessa área, apesar de ter sido professor e contribuído decisiva para o mundo acadêncico

ALBERTO DINES INFLUENCIOU O JORNALISMO DE DIVERSAS FORMA NA SUA CARREIRA, por Carlos Eduardo Lins da Silva, professor do Instituto de Relações Internacionais da USP, para o jornal Folha de S. Paulo

Percursor da crítica na imprensa, jornalista morreu nesta terça (22) aos 86 anos em São Paulo

Qualquer pessoa que tivesse dado ao jornalismo apenas uma das contribuições que Alberto Dines legou à profissão já teria tido razões suficientes para se sentir realizado e veria seu nome inscrito na história da imprensa brasileira.

Dines será sempre lembrado por diversas grandes realizações que até hoje influenciam positivamente a atividade no país.

Ele foi o criador de um dos primeiros veículos jornalísticos a usar exclusivamente a plataforma da internet, o Observatório da Imprensa, que continua no ar, criado em 1996, dedicado ao debate aberto sobre a mídia e à sua crítica.

O Observatório for o corolário de uma série de produtos a que se dedicou para a autorreflexão jornalística, entre os quais o periódico Cadernos de Jornalismo e Comunicação do Jornal do Brasil, a coluna Jornal dos Jornais, nesta Folha, precursora do ombudsman, o Jornal da Cesta no semanário Pasquim e depois na revista Imprensa.

Dedicou-se ao estudo acadêmico em diversas fases. Criou em 1963 na PUC do Rio a disciplina chamada Jornalismo Comparado, que depois foi incorporada a praticamente todos os currículos das escolas de Comunicação pelo país.

Quase 30 anos depois, foi um dos fundadores, com Carlos Vogt e José Marques de Melo, na Unicamp, do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, o Labjor, centro de referência nacional e latino-americano para pesquisa e formação em divulgação da ciência e da cultura.

Na direção do Jornal do Brasil no início da década de 1960, consolidou a extraordinária reforma gráfica e editorial do diário, iniciada quase uma década antes por Odylo Costa, filho, e continuada depois por Janio de Freitas.

O JB se tornou, após a reforma, um modelo para o jornalismo impresso diário no Brasil, e serviu de inspiração para todas as mudanças posteriores realizadas por seus concorrentes e sucedâneos.

À frente do JB, Dines estabeleceu métodos e técnicas com que tivera contato em suas viagens pelos EUA. Entre as heranças desse período, inclui-se o departamento de pesquisa do JB, classificado por Fernando Gabeira (que lá trabalhou no início da carreira) como "uma espécie de Google da era analógica".

Em vez de simples arquivo para consultas, o departamento virou célula de produção de material de apoio para se integrar a reportagens e análises e lhes dar contexto histórico e conjuntural.

Com diversas reedições revistas e ampliadas (a mais recente em formato digital), o livro "O Papel do Jornal", originalmente de 1974, é talvez o mais influente sobre o jornalismo jamais publicado no país.

Com sua permanente inquietação intelectual, Dines o manteve atual à medida que a profissão era obrigada a reinventar-se diante dos desafios que a tecnologia e as mudanças do mercado lhe impuseram desde o fim do século passado.

Além de todas essas intervenções diretas na prática jornalística, Dines ainda se destacou em outro gênero, o da biografia, com o seu clássico "Morte no Paraíso" sobre Stefan Zweig, cuja primeira edição é de 1981 e a mais recente de 2004.?

Ele foi provavelmente o inaugurador da "biografia jornalística", que se difere da tradicional, como lembra o especialista em biografia Sérgio Villas-Boas, por utilizar mais fontes orais, ser mais atenta às contradições e lacunas na história de seus personagens, menos rígida em relação aos métodos históricos.

Quando Dines completou 80 anos de vida 60 de profissão, em 2012, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) realizou um seminário sobre sua contribuição ao "conhecimento científico do jornalismo no Brasil", o título do evento.

Durante um dia inteiro várias dessas atividades de Dines foram analisadas por pesquisadores e jornalistas. Ao final, o painel comprovou que muito poucos"se é que alguém" poderiam ser comparados a ele em termos da relevância do patrimônio que construiu.

Continuar a construir sobre este patrimônio é a melhor homenagem que seus amigos, discípulos e admiradores poderão lhe prestar.
Herculano
23/05/2018 11:38
PETROBRÁS FAZ O QUE TEM DE FAZER COM O PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS, E TOME INDIGNAÇÃO, QUE A IMPRENSA VEICULA. VIVA DILMA; QUEBROU A ESTATAL, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Greve de caminhoneiros, uma gritaria infernal na imprensa, aquelas reportagens de TV que começam sempre com o testemunho de alguém indignado com o aumento do preço dos combustíveis... Até parece que existirá um consumidor que diga em entrevista: "É, a Petrobras está mesmo fazendo a coisa certa; afinal, o mais racional é fazer o preço dos combustíveis variar de acordo com a cotação internacional do petróleo, já que o óleo, afinal, é uma commodity e, como tal, sabe o jornalista, essa variação é, literalmente, o preço a pagar pela escolha mais racional no longo prazo"...

Que coisa, né? Especialistas em macroeconomia nunca estão ao lado da bomba. Só dá entrevista o indignado microeconômico.

É claro que apelo a alguma ironia para evidenciar um troço absurdo que está em curso. A Petrobras está fazendo o que lhe cabe fazer. Quem quebrou a estatal segurando preço de combustíveis foi Dilma Rousseff, que produziu um buraco na empresa de R$ 70 bilhões, maior do que qualquer roubalheira. Explica-se o desatino: qualquer reajuste do combustível incidiria numa inflação que já estava furando o teto da meta. A que temos está bem abaixo do centro, roçando na banda inferior dela. Logo, nesse particular, há espaço para arcar com o custo do reajuste.

Isso não quer dizer que as pessoas devam ficar satisfeitas. Mas, nessas horas, eu me pergunto: o papel da imprensa é simplesmente ficar colhendo depoimentos dos insatisfeitos com o preço do combustível, da batata ou do tomate? Quantas reportagens nós, da imprensa, fizemos com a população feliz com uma inflação de menos de 3%? "E quem disse que essa felicidade era visível, Reinaldo?" Pois é... Ocorre que, quando os preços estão comportados ou abaixo do esperado, não aparece para dar entrevista o oposto do indignado, que é o entusiasmado. Logo, é preciso ser mais parcimonioso ao veicular indignações.

Dilma levou a Petrobras à lona com a sua política de preços de combustíveis, e o seu Zé e a dona Maria não apareciam ao lado da bomba para lamentar: "Pois é, a gasolina esta barata, né? Isso esta quebrando a Petrobras".

A imprensa tem mais do que a obrigação de apenas reportar as opiniões. Ela não pode se dispensar de sua função didática. Sei que é difícil renunciar ao populismo na cobertura, mas é uma imposição moral.

Ou, então, vamos aplaudir Dilma! Esta, sim, teve a coragem de impor o preço dos combustíveis e de quebrar a Petrobras!
PEDRO PAULO
23/05/2018 11:36
Esse Aurélio Marcos..... estar desempregado, e não ter nenhuma causa á defender deve ser difícil, pois sobra o ócio.
Herculano
23/05/2018 11:33
da série: até que enfim, e tarde demais.

O TCU PODERÁ ABRIR A CAIXA DA OAB, por Élio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Entidade se mete em tudo, vive de cobrança compulsória, não mostra suas contas e preserva a eleição indireta

A notícia é boa, resta saber se vai adiante. A repórter Daniela Lima revelou que o Tribunal de Contas da União pretende abrir a caixa-preta do cofre da Ordem dos Advogados do Brasil. Estima-se que ele movimente a cada ano R$ 1,3 bilhão. Cada advogado é obrigado a pagar cerca de R$ 1 mil em São Paulo e no Rio, e a administração do ervanário é mantida a sete chaves.

Se isso fosse pouco, o presidente do Conselho da Ordem é eleito indiretamente. Em 2014, seu titular, o doutor Marcus Vinicius Coêlho, prometeu realizar um plebiscito entre os advogados para saber se eles preferiam uma escolha por voto direto. Disse também que colocaria as contas da OAB na internet. Prometeu, mas não fez.

A Ordem foi uma sacrossanta instituição, presidida no século passado por Raymundo Faoro. De lá para cá, tornou-se um cartório de franquias.

Em 2015, na qualidade de presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) condenou o instituto legal da colaboração dos réus da Lava Jato: "Delação premiada não é pau de arara, mas é tortura."

Ele tem todo o direito de dizer isso como cidadão, mas uma ordem de advogados não tem nada a ver com isso. A OAB defendeu o financiamento público das campanhas eleitorais e meteu-se na discussão dos limites de velocidade no trânsito de São Paulo. Esses assuntos não são da sua esfera, como não o são do sindicato dos médicos, e disso resulta apenas uma barafunda.

Cada advogado pode ter as ideias que quiser, mas nem a Ordem nem suas seções estaduais devem se meter em temas tão genéricos e controversos. Coroando as interferências divisivas da Ordem, ela defendeu a deposição de Dilma Rousseff.

Uma ordem de advogados pode tomar posição em questões gerais, como a OAB de Faoro desmontando o Ato Institucional nº 5. Mesmo nesse caso não custa lembrar que o texto do instrumento ditatorial foi redigido pelo então ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e Silva, ex-diretor da Faculdade de Direito da USP, sucedido no cargo por Alfredo Buzaid, outro diretor das Arcadas.

Ao contrário do que ocorre com os médicos, comprometidos com a saúde dos pacientes, o compromisso dos advogados com o direito é politicamente volúvel.

A Constituição da ditadura do Estado Novo foi redigida por Francisco Campos, um dos maiores juristas do seu tempo. Felizmente, naquele Brasil, havia também um advogado como Sobral Pinto defendendo Luiz Carlos Prestes com a Lei de Proteção aos Animais.

Quando os juízes da Corte Suprema dos Estados Unidos chegam ao aeroporto de Washington tomam táxis. Quando os conselheiros da OAB chegam a Brasília têm à espera corollas pretos com motorista.

Esse mimo é extensivo à diretoria da instituição. (O juiz Antonin Scalia dirigia sua BMW. Seu colega Harry Blackmun andava de fusca, e nele viajaram suas cinzas para o cemitério.) Num outro conforto, se a OAB recebe um convite para participar de um evento na Bulgária, seu representante viaja com a fatura coberta pelos advogados brasileiros.

Não se pode pedir que a sigla da OAB deixe de ser usada como mosca de padaria, mas será entristecedor vê-la defendendo o sigilo de suas contas.

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