30/01/2018
Robson Antônio Dias, jornalista e bacharelado em Direito, ativista, presidente do PV em Balneário Camboriú, é segundo suplente de vereador da sua coligação lá, foi um dos que o PMDB de lá empregou em Ilhota. O advogado de campanha de Érico de Oliveira, MDB, Eduardo Ribeiro, esposo da candidata derrotada a prefeitura de Balneário e apoiada pelo ex-prefeito Edson Renato Periquito Dias, Jade Martins Ribeiro, MDB, foi nomeado Chefe de Gabinete em Ilhota. Depois de uma denúncia de fatos no Ministério Público sobte o seu passado, Eduardo foi embora.
Agora foi a vez de Robson. Ele começou como secretário da Agricultura. Nunca teve experiência nessa área. Nem conhecida Ilhota. Este fluminense agregou na sua secretaria as funções do meio ambiente, uma área calamitosa e praticamente inexistente em Ilhota. Depois, Robson, na reestruturação administrativa do prefeito Érico, e para remediar o que estava virado num pântano, bem como para diminuir a pressão do Ministério Público, tornou-se apenas secretário do Meio Ambiente. Na quarta-feira da semana passada, o Diário Oficial dos Municípios, aquele que se esconde na internet e não tem hora para sair, publicou a sua saída, a pedido do próprio Robson. Todos quietos.
A saída dele foi surpresa para esta coluna? Não! Robson demorou demais, penso, nesta tomada de decisão.
Quanto mais tempo Robson ficasse nesta função em Ilhota, mais exposto e conivente ele ficaria com algo que não combina com o seu ativismo, partido e discurso. Tudo está errado, apesar do prefeito Erico estar obrigado, pelas circunstâncias, a consertar. Já deu até cadeia (o ex-prefeito Daniel Christian Bosi, PSD) nesse assunto cabeludo dos loteamentos, até então feitos ou liberados sem seguir as exigências do Estatuto das Cidades, separação e preservação de áreas verdes, áreas comunitárias, compensações entre outras. Até carro velho foi dado no lugar de área verde. E aceito.
Resumindo: está se fazendo às pressas arrumações na legislação, a qual praticamente não exista para esse assunto (até criaram a “Secretaria” de Meio-Ambiente). Entretanto, o velho, o jeitinho, a falta de conscientização, as pressões políticas dos políticos e dos empresários são muito grandes como se as exigências fossem algo de opositores ou passageiras. Na outra ponta, o Ministério Público está cada vez mais próximo dos problemas e ele não tem dado tréguas. Os políticos, parecem que ainda não perceberam o perigo e à armadilha que construíram contra eles mesmos próprios.
E antes que a água chegasse ao gogó e pudesse afoga-lo, Robson, preferiu ir embora. Por enquanto não está falando. Mas, quem conviveu com ele, sabe que Robson está salvando parte da sua pele enquanto ainda há tempo.
Quando alguém o cutuca sobre as razões da sua saída, Robson disfarça.
“Desde o começo, meu acordo com o prefeito Dida era esse: criar a secretaria do Meio Ambiente, formalmente. Desde sua concepção legal, como seus atos protocolares e ritos administrativos. Me foi incumbido também formar equipe pessoal técnica qualificada, bem como instituir fiscalização e estrutura material prá isso. Além disso, me foi incumbido dar destino para o impasse do Parque Natural do Baú. Enfim, tudo foi cumprido com esmero. Quem é de Ilhota e conviveu no cotidiano desta secretaria nestes quase dose meses em que estive a frente da pasta sabe destas transformações”.
E Robson está certo! Formalmente fez apenas aquilo que já deveria estar feito e pronto há muito tempo e antes dele chegar a Ilhota. Menos mal! Agora foi instituído, e na marra. Pior: muitos dos políticos de Ilhota, de velhos hábitos nos jeitinhos, só querem que tudo isso esteja apenas no papel, não funcione, principalmente contra eles e a favor da comunidade, da sociedade. E esta é a verdadeira razão para saída de Robson da secretaria e de Ilhota. Porque se não funcionar como diz a legislação, vai dar problemas graves não apenas para os políticos de Ilhota, mas para os empresários metidos nesse lucrativo negócio, bem como para os gestores públicos como Robson. E Robson, claramente, não quer estar junto, apesar de que neste quase um ano terá que responder por aquilo que tocou e permitiu nesse período.
E para onde vai Robson? Nem ele mesmo sabe direito. “Penso que o prefeito Dida precise agora identificar alguém de Ilhota e que contemple seus partidos coligados para alocar no cargo. Senti que o momento de sair era agora. Em compasso existem duas oportunidades a frente também. Um convite na iniciativa privada para trabalhar com o Direito Ambiental e um convite para assumir uma posição na Fatma, o órgão ambiental estadual, que ainda estamos definindo em qual gerência seria”. Em ambos, seja qual for a opção, diz que vai voltar a estudar, num mestrado na área ambiental.
Resumindo: a saída de Robson mostra uma briga do certo e do errado em Ilhota. Os políticos estão resistindo ao certo. E um novo secretário mais maleável, digamos assim, e disposto a levar no lombo às responsabilidades, puxador de votos para o grupo. Este é o perfil que os políticos no poder de plantão em Ilhota e empresários de lá, procuram para a secretaria de Meio Ambiente. Quem se candidata?
O vice-presidente da Assembleia, Aldo Schneider, MDB, faz hoje, às 14h na Câmara de Vereadores de Rio do Sul, uma coletiva de imprensa. Aldo se recupera de um câncer na coluna vertebral. Pelo acordo que fez, ele será o presidente da Assembleia este ano.
O site da Câmara de Gaspar mudou no visual. Tudo para promover os senhores vereadores. Todavia, no essencial, ele continua com o vício antigo: o de esconder informações, ou ao menos, o de dificultar o acesso do povo às informações. Os responsáveis asseguram que isso está mudando. Como e quando, não se sabe. Acorda, Gaspar!
Pegando gancho do comentário acima sobre Ilhota. Santa Catarina foi surpreendida neste final de semana com a notícia da interdição do Bombinhas Summer Beach – um hotel de luxo e caro – porque ele lançava esgotos na rede pluvial, na praia e no mar onde seus próprios clientes – com o quais lucra -, se banhavam. E isso não é de hoje, não!
Bombinhas cobra a tal taxa de meio ambiente e que agora é constitucional para dar aos visitantes uma praia, supostamente, livre de poluição. O Summer Beach já tinha o desaguadouro de esgoto clandestino lacrado. Inventou outro, mais escondido. O gerente e o proprietário ao invés de anunciarem a imediata auto-interdição, lutam para que tudo se espiche. A prefeitura quer a desocupação dele em cinco dias. Os empresários em 30, quando a alta temporada terminar.
O deslizamento de terra que interditou por completo um trecho da Rua Nova Iguaçu, no bairro Distrito do Belchior Alto, é um aviso aos políticos na caça de votos e que querem a liberação das áreas ainda sob interdição do Sertão Verde, após os estragos causados pelo desastre ambiental severo de novembro de 2008. Tudo isso é uma questão técnica, e não política. Quem vai se responsabilizar por mais estragos e mortes? O destino? Hum!
O MDB de Gaspar mandou apertar o cerco aos comissionados e seus arredores. O partido vai ter candidatos e todos que estão no governo vão ser cabos eleitorais sob severa orientação. Nada de fazer xixi fora do penico. Alguns temem serem envolvidos em denúncias falsas.
Se não as soluções e as obras novas não chegam, vêm antes, então, os problemas para colar na marca de Kleber Edson Wan Dall, MDB, prefeito de Gaspar. A foto fala mais do que qualquer textão meu. O que, surpreendentemente aconteceu neste final de semana? O pontilhão da Rua José Schmitt Sobrinho, no Vale da Fumaça, no Distrito do Belchior Alto, foi interditado. E por que? Falta de manutenção. A estrutura estava apodrecida. Faltou fiscalização, faltou prevenção. Resumindo: faltou a superintendência fazer o básico e que é a sua obrigação. Depois, resta posar de vítima.
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