Kleber diz na sua rede social que não tem dúvidas que está no caminho certo - Jornal Cruzeiro do Vale

Kleber diz na sua rede social que não tem dúvidas que está no caminho certo

24/01/2019

O prefeito Kleber, sem Equipamento de Proteção Individual, acompanhando a obra com assessor fotógrafo, fiscalizando trabalhadores de empreiteira contratada e operando sem EPIs

 

Diante da inesperada repercussão negativa nas redes sociais quando do anúncio na semana passada da criação dos parques municipais e do mirante do Centro, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, mudou o foco, queixou-se e trouxe imediatamente o debate para as suas principais obras do momento: a re-pavimentação da Nereu Ramos e Anfilóquio Nunes Pires, bem como a drenagem do Gasparinho.

Surpreendido pelas enxurradas de verão deste ano que não perdoaram não só Gaspar, mas como os nossos vizinhos, Kleber tratou de lavar as mãos. Escreveu sobre a foto abaixo, o seguinte: “as obras de drenagem e pavimentação da rua Frei Solano é uma das reinvindicações mais antigas dos moradores do Gasparinho em breve a primeira etapa (drenagem) estará concluída. Espero não ver novamente certas cenas lamentáveis dos últimos dias”.

Kleber, foi mais além: livrou-se da culpa que tem na cena que considerou “lamentável” e a transferiu para outros governos e principalmente aos vereadores da oposição que dificultaram, segundo ele, a “passagem” desse trabalho, uma obrigação original da prefeitura na secretaria de Obras e Serviços Urbanos, para o Samae. “Vencemos a burocracia e os entraves políticos para dar início à execução dessa obra. Infelizmente alguns com a visão pequena que só conseguem enxergar o próprio umbigo, fizeram com que a obra atrasasse”.

Primeiro: os que Kleber acusou de enxergarem somente o próprio umbigo, estão calados. Então não serviu a carapuça.

Segundo: este problema como bem salientou o prefeito é antigo, e fez parte das suas promessas não desta, mas da campanha que perdeu em 2012. Ou seja, quando ganhou em 2016, sabia o que tinha que fazer na Rua Frei Solano, em 2017, quando assumiu. Não fez.

Terceiro: Esperou 2018 chegar para economizar dinheiro o Orçamento da prefeitura e repassar esta obrigação e os custos das obras, para o Samae. E para isso, precisou ir ao embate na Câmara, onde por um erro político e estratégico dele próprio, que só viu o seu umbigo, criou um entrave político e perdeu a maioria; assistiu à sua cria política, o vereador Silvio Cleffi, PSC, contra a intenção e má-articulação do criador Kleber, ser eleito presidente da Casa. Simples assim.

Quarto: Então quando Kleber escreve para se justificar perante o seu eleitorado e transfere os erros para colo dos outros, falta-lhe a verdadeira reflexão sobre o papel dele nisso tudo. Nesta cena da foto em que a água invade a rua, as obras e inferniza os moradores da Frei Solano, a prefeitura como ente ordenador da ocupação urbana que não exerceu o seu papel por politicagens de seus ocupantes no poder de plantão, todos os prefeitos anteriores e inclusive ele, são parte desse resultado que Kleber classifica como “lamentável”.

Concluindo: Kleber poderia ter resolvido isto antes fazendo a obra, ou quando em maioria em 2017 poderia ter passado o projeto de lei que tira dinheiro da expansão da rede de água tratada para o Samae fazer valas no lugar da secretaria de Obras e Serviços Urbanos. Kleber errou duas vezes. E porque olhou para o seu próprio umbigo.

E duas observações sobre este assunto: técnicos já advertiram que há problemas nesta obra, então ela pode ficar pronta e não servir para a solução. A outra, é que esses temporais, cada vez mais intensos, teimam em desafiar essas drenagens. Ou seja, quem garante a solução de todos os problemas aos eleitores, corre um sério risco de ter que fazer um novo discurso para arrumar outros ou novos culpados. O caminho certo, que se demorou para encontra-lo, pode não ser a solução. Acorda, Gaspar!

 

Gaspar está concorrendo ao prêmio de cidade verde

Logo que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, tomou posse, iniciou-se um processo – sem projeto e continuidade – de se plantar flores pela cidade. Era uma vontade pessoal da primeira-dama. Não deu certo pelo óbvio. Em pouco tempo as flores foram “engolidas” pelo mato como mostrei neste espaço com fartas provas em fotos. Diante da realidade, a cidade trocou as flores murchas – por que exige cuidados e replantio permanentes - e o mato pela capinação mínima.

Agora a cidade virou um “canteiro de obras”, segundo a atual administração. Se faz de um lado coisas novas, é obrigação e por planejamento, manter o que já se possui. Mas, não. O mato está crescendo por todos os lados da nossa cidade. E não é para se parecer ser ecologicamente corretos como atestam os avanços que se fez ou se permite sobre Áreas de Preservação Permanente, com casos parando no Ministério Público.

Ora, se a secretaria de Obras e Serviços Urbanos de Gaspar já não tem mais a obrigação com a drenagem, qual a razão para ela não se concentrar naquilo que sobrou para suas atividades obrigatórias e rotineiras, entre outras, a capinação das ruas da cidade? Ou isso também vai ser transferido para outro setor da prefeitura ou depende de alguma aprovação na Câmara de gente que olha só para o seu umbigo, por simplesmente exercer um ponto de vista diferente daquele do poder de plantão? Acorda, Gaspar!

Samae inundado. Péssimos comportamentos sinalizam o exemplo de um ente público na eficiência e resultados no relacionamento público

Na coluna de segunda-feira tinha este título acima e este texto abiaxo de abertura:

“Esta foto é do estacionamento do Samae de Gaspar na parte reservada especialmente para consumidores, fornecedores e visitantes. Quatro veículos que estão nela são de seus funcionários: um Polo da comissionada Janete da Silva, diretora administrativa, ou seja, a que devia exigir que isso não acontecesse; a Tucson do celetista pastor Carlos Antônio Schmitz, chefe da frota, que sabe perfeitamente que ali servidor não estaciona; o Meriva, do diretor de Contabilidade, Tesouraria e Patrimônio, Marcelo Heizen, bem esclarecido sobre isso; e um quarto, o Clio, é do engenheiro temporário admitido em meados de dezembro e que já aprendeu com os exemplos dos outros a desrespeitar o óbvio. Uma rotina. Sintomático a tudo que é feito pela autarquia à cidade”.

Sobre os fatos narrados, é preciso se fazerem dois registros:

O primeiro é de que os funcionários do Samae – a contragosto e alguns deles estimulados pelas chefias praguejando a coluna - tomaram tento. Passaram a respeitar à prioridade da área de estacionamento para os consumidores, visitantes e fornecedores. E precisava passar por esta? É preciso ver quanto tempo vai durar.

O segundo é necessário fazer uma correção. O pastor Carlos Antônio Schmitz, disse que nunca viu uma Tucson na vida dele. Ver, ele viu nos últimos os dias quando trabalhava no Samae, pois pediu para sair no dia 17 deste janeiro. Só que ao contrário da informação que escrevi, a Tucson não é dele ou dirigida por ele. Eu errei. E por isso peço desculpas aos leitores e leitoras pela informação equivocada, bem como ao pastor por esta falha. O utilitário do pastor é prata.

A Tucson que se vê na foto abaixo e publicada na segunda-feira aqui, é dirigida Salésio Antônio da Conceição, que entrou em novembro para ser o Coordenador Geral de Ligações de Água. O carro está estacionando em lugar errado e ele é comissionado. O veículo placas MJH 1081 não está no seu nome.

Trapiche

É cada vez mais relevante a influência do advogado Valmor Beduschi Junior nas mudanças administrativas e políticas que se articulam na prefeitura e no poder de plantão em Gaspar.

Depois de tentar aproximação para se empregar no gabinete do deputado Ivan Naatz, PV (Blumenau), Ana Paula da Silva, a Paulinha do PT (Bombinhas), e Laércio Schuster, PSB (Timbó), o ex-vereador, ex-presidente da Câmara e candidato derrotado a prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, PSD, está participando de processo para instituir uma aliança de interesses com o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB.

Tenta-se um blocão para garantir à reeleição de Kleber e ao mesmo tempo, eliminar dependências na Câmara, onde Kleber, aparentemente recuperou a maioria, mas ela parece ser volátil e ter um preço caro. É que houve quebra de confiança tanto naquilo que se conhece como base e também na oposição. Enquanto isso, está cada vez mais atrasada as mexidas arquitetadas e alteradas nos gabinetes, sobre a refundação do governo de Kleber.

Qual o nó a ser desatado nesta nova arrumação de interesses se ela vingar? O papel do PP e do neo-situacionista Roberto Procópio de Souza, PDT, e que perdeu a presidência da Câmara na malsucedida articulação do MDB e Kleber, bem como o reposicionamento de um dos mais ferrenhos vereadores oposicionistas, o funcionário público lotado no Samae, Cícero Giovane Amaro, PSD.

O PSL de Gaspar logo depois da vitoriosa e surpreendente eleição de outubro do ano passado, formou a sua comissão provisória, numa solenidade na Sociedade Alvorada. Anunciou a filiação de mais de 300 pessoas. Oficialmente, até ontem, eram apenas seis.

O PSL de Gaspar tem até abril para fichar e homologar os seus novos filiados.

A consulta ao sistema de filiação partidária mostra que somente estão no PSL de Gaspar Elizangela da Silva Oliveira, Michael de Souza Correia, Pablito Cleiton Fausto, Taise Parma Fernandes Mafra, Wagner Mannes e Willian Dalsochio dos Santos.

O MDB é disparadamente o que possui mais filiados em Gaspar: 1.255. Ele é seguido por PP, 780; PT, 522; DEM, 516; PSDB, 409; PTB, 385; PPS, 237; PSD, 222; PDT, 201; PRB, 136; PSB, 110; PR, 91; PCdoB, 83; PV, 74; PSC, 63; PHS, 13; PPL, sete; PSDC e PSOL três cada uma; PTN, PTC e PNN, três cada um; PRTB e PRB um cada um.

O desaparecido vice-prefeito de Gaspar, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, apareceu esta semana. Para uma foto com o casal Esperidião Amim Helou Filho (senador) e Ângela Heinzen Amim (deputada Federal), ambos do PP. Foi buscar uma camionete para ser usada pela Vigilância em Saúde.

O ex-todo-poderoso chefe de Gabinete do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, o professor Doraci Vanz, vai dar menos aulas este ano. A carga horária foi reduzida de 40 para 30 horas semanais que se dividirão 15h na Dolores Krause, dez na Luiz de Franzoi e cinco horas na Zenaide Costa.

Na outra ponta, a ex-vice-prefeita e atual vereadora Mariluci Deschamps Rosa, PT, vai voltar para ser berçarista no CDI Vovó Lica. Foi revogada a sua licença para atividades políticas, concedida em dezembro de 2016.

 

Edição 1885

Comentários

Herculano
20/02/2019 10:22
ABAIXO UM TEXTO DO JORNALISTA MOACIR PEREIRA, NA SUA COLUNA NO DIÁRIO CATARINENSE, DA NSC FLORIANóPOLIS DESTA QUARTA-FEIRA. ESCOLHI PROPOSITADAMENTE UM JORNALISTA DE LONGA E ANTIGA MILITÂNCIA QUE COBRE O PODER POLÍTICO DA ILHA DA FANTASIA

O TEXTO É AUTO-EXPLICATIVO E SE ESTABELECE COMO SE FOSSE UMA SURPRESA AOS OUVIDOS PARLAMENTARES O QUE O SECRETÁRIO PAULO ELI MOSTROU ONTEM NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA. MAS, QUEM É LEITOR E LEITORA DESTA COLUNA DE INTERIOR DO INTERIOR - GASPAR E ILHOTA - DE UM JORNAL QUE NÃO DEPENDIA DO ESQUEMA GOVERNAMENTAL E FALSA PREMIAÇõES DA ADJORI - SEMPRE SOUBE QUE SANTA CATARINA ESTAVA À BEIRA DA FALÊNCIA, PRINCIPALMENTE E A PARTIR DO GOVERNO DE PAULO AFONSO EVANGELISTA VIEIRA, MDB, UM EGRESSO FUNCIONÁRIO DA PRóPRIA SECRETARIA DA FAZENDA, ONDE ESTÁ PAULO ELI.

LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA, MDB, COM ASTÚCIA E DINAMISMO, Só DEU MAIS CRIATIVIDADE À GASTANÇA PARA TER PODER E O SILÊNCIO SOBRE AQUILO QUE NUNCA SAIU DO BOLSO DELE, MAS DOS CATARINENSES. SOBRE RAIMUNDO COLOMBO, PSD, É DIFÍCIL ATÉ FALAR QUE ELE TENHA SIDO GOVERNADOR, QUANDO O PRIMEIRO ATO DELE, FOI SE ISOLAR DO ESTRATEGISTA E DE QUEM SE DIZIA AMIGO FRATERNO, O ECONOMISTA UBIRATAN REZENSE.

ORA SE EU TINHA ESSAS INFORMAÇõES E A MAIORIA DOS DADOS SEMPRE FOI PÚBLICA - OU NÃO TÃO DIFÍCIL DE ACESSÁ-LA -, QUAL A RAZÃO PARA A GRANDE IMPRENSA, PRINCIPALMENTE A DOMINADA PELA FALECIDA RBS E OS PEQUENOS ORGANIZADOS EM TORNO DA ADJORI OU DA ACAERT - NO QUE TOCA À RÁDIO E TV - RARAMENTE TEREM TOCADO NESSE CHOCANTE ASSUNTO: A FALÊNCIA DO MODELO ECONôMICO CATARINENSE?

RENOVO A MINHA CONCLUSÃO ANTIGA SEMPRE EXPRESSA AQUI: A IMPRENSA CATARINENSE -E NÃO TÃO DIRETAMENTE OS JORNALISTAS - É TAMBÉM CULPADA POR ESSE QUADRO NEGRO QUE SE TERÁ QUE ENFRENTAR, ONDE SE CORRER O BICHO PEGA, SE FICAR O BICHO COME.

TIRAR SUBSÍDIOS E INCENTIVOS - COMO SE QUER E QUE FORAM APROVADOS NA ASSEMBLEIA AO CONTRÁRIO DOS DECRETOS QUE FOI POR CANETADA - PODE REPRESENTAR UM AUMENTO DE ARRECADAÇÃO NUM PRIMEIRO INSTANTE PARA COBRIR AS MAZELAS DE DÉCADAS DE GOVERNOS E INSTITUIÇõES IRRESPONSÁVEIS - TODOS ESCOLHIDOS PELA MAIORIA DOS CATARINENSES. NO OUTRO INSTANTE, ESTARÁ À DIMINUIÇÃO DA ATIVIDADES ECONôMICAS, EMPREGOS, RENDA E A IMPOSSIBILIDADE DE SUSTENTAR ÀS OBRIGAÇõES CRIADAS POR UM ESTADO PERDULÁRIO, SEM PLANEJAMENTO E FUTURO.

A seguir o artigo de Moacir Pereira:

SECRETÁRIO DA FAZENDA AFIRMA QUE SITUAÇÃO FINANCEIRA DE SC ESTÁ À BEIRA DO PRECIPÍCIO
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O secretário da Fazenda, Paulo Eli, fez uma exposição didática, serena, clara e com dados contundentes durante sessão especial da Assembleia Legislativa, convocada para tratar dos polêmicos decretos que cancelaram incentivos fiscais e elevaram alíquotas do ICMS em diversos produtos catarinenses. Mas recebeu um bombardeio de críticas aos atos.

Defendeu os cortes nos incentivos fiscais, sob alegação de que há privilégios e desigualdades em vários setores que não recolhem tributos ou pagam alíquotas menores, a maioria sem justificativa social.

Alertou que "a situação financeira do governo é crítica" e que há necessidade de um amplo debate com a Alesc para estudo profundo das 20 mil páginas sobre incentivos fiscais em SC.

A seguir, declarações textuais do secretário.

"O governo tem situação pré-falimentar. O déficit mensal está em R$ 210 milhões e o deste ano é superior a R$ 2,5 bilhões".

"A dívida pública é impagável. O Estado está sem condições financeiras para pagar a dívida".

"O sistema de previdência pública faliu. Terá um déficit este ano de R$ 3,8 bilhões".

"A carga tributária é elevada e mal distribuída".

"A Secretaria da Fazenda não é contra os incentivos fiscais. É a favor da isonomia e contra a desigualdade".

"A situação financeira de Santa Catarina é muito perigosa. Está na beira do precipício".

Contra
Todos os deputados que ocuparam a tribuna da Assembleia durante a exposição do secretário Paulo Eli manifestaram-se contra os decretos de Eduardo Pinho Moreira (MDB) que cancelaram incentivos e elevaram alíquotas do ICMS. Houve até sugestões concretas de que a revogação passa por decreto legislativo. Até porque a revisão dos incentivos passa pelo Legislativo e terá que ser feita até 31 de julho.

O debate
Secretário da Fazenda fez um comentário singular quando respondeu às críticas da deputada Paulinha (PDT), que considerou sua exposição marcada de "ironia" e "personalismo". Paulo Eli falou - no que está correto - que todo este debate sobre incentivos e renúncia fiscal só está acontecendo porque os decretos foram assinados.
Herculano
20/02/2019 06:57
da série: o STF continua o mesmo. Quando o Brasil vai mudar se os brasileiros não mudam?

O PRESENTE DE TOFFOLI A MANTEGA

Conteúdo de O Antagonista. O presente de aniversário de Dias Toffoli a Guido Mantega é o engavetamento de seu processo.

"Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em ação penal da Lava Jato, o ex-ministro petista Guido Mantega fará aniversário de 70 anos dentro de 46 dias, em 7 de abril", diz Josias de Souza. "Os prazos de prescrição dos crimes atribuídos a ele serão cortados pela metade. Com essa novidade, Mantega está na bica de se livrar da punição referente ao pedaço do processo em que é acusado de receber propina de 50 milhões de reais da Odebrecht. Deve-se o desfecho ao ministro Dias Toffoli (...).

Em decisão individual e provisória, Toffoli trancou ação penal aberta no ano passado pelo então juiz Sergio Moro contra Mantega e o casal do marketing petista João Santana e Monica Moura. E retarda há quatro meses o julgamento de pedidos de revisão desse despacho."
Herculano
20/02/2019 06:53
PREVIDÊNCIA NO CONGRESSO; BOLSONARO VAI BRINCAR DE FORTE APACHE COM CARLUXO? E UM EX-DILMA VIRA LÍDER DO "CAPITÃO"!!!, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Fernando Bezerra: ex-ministro de Dilma e ex-líder de Temer, ele vai ser líder do governo no Senado. Só não pode esquecer de pedir autorização para a pensadora Damares Alves e para Olavo de Carvalho para usar essa gravata, meio rosada, com laivos de marxismo cultural pelo que tem de vermelho. Sei não...

Haverá reforma da Previdência. A questão é saber qual. O presidente Jair Bolsonaro entrega hoje a sua proposta ao Congresso. A sabedoria convencional indica que a proposta deveria ter sido ao menos debatida com lideranças da base de apoio. Bolsonaro, no entanto, como revelou o episódio Gustavo Bebianno, não é convencional. E se considera um sábio do tipo grande demais até para a Academia de Platão. Assim, aqueles que integram o bolsonarismo - seja lá o que isso signifique - sabem do texto o que todos sabem: quase nada. A proposta chega ao Legislativo no dia seguinte a uma derrota sofrida na Câmara que é relevante, por paradoxal que pareça, justamente por sua irrelevância. Bolsonaro vai ter de fazer uma escolha.

Nesta terça, a Casa votou em favor da derrubada do decreto presidencial - sim, assinado por Hamilton Mourão no exercício da Presidência, mas não de sua lavra - que aumentava brutalmente o número de funcionários do primeiro escalão que podiam impor sigilo a documentos oficiais. Reitere-se: Mourão não tirou aquela estrovenga autoritária da sua cabeça. Era decisão de governo, com a chancela da Casa Civil e, pois, do presidente Jair Bolsonaro.

O Projeto de Decreto Legislativo para derrubar o decreto presidencial é de autoria do deputado Eliel Machado (PSB-PR). Foi incluído de manhã na pauta por sugestão do líder do PP, Arthur Lira (AL). O major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Casa, ainda tentou resistir. Não deu certo. O PSL foi o único partido a encaminhar contra o regime de urgência para o texto, que o remete diretamente para plenário, sem passar por comissões. Foi derrotado por 367 votos a 57. Nessa votação, diga-se, para não acusar o golpe, Vitor Hugo preferiu liberar seus, vamos dizer, aliados. Pelo resultado, a gente vê que liberados eles já se sentiam.

Um dado curioso: dos 57 votos, 50, com efeito, eram do PSL, mas dois deputados da sigla prefeririam votar contra o governo: Luciano Bivar (PE) e Coronel Tadeu (SP). Bivar é nada menos do que o presidente do partido e havia estado com presidente poucas horas antes. Mais tarde, ele disse ter-se enganado. A aprovação do PDL se deu em votação simbólica. Por esse modelo, o presidente da Casa convida os que concordam com a proposição a permanecer sentados. Os derrotados podem pedir verificação de votação. Os governistas prefiram deixar pra lá. Agora o texto segue para o Senado. Só para lembrar: para derrubar um decreto presidencial, é necessário ter maioria absoluta: metade mais um do total de parlamentares - na Câmara, 257. A votação do regime de urgência deixou claro que seria bobagem insistir: havia 110 votos a mais do que o mínimo necessário.

Quem reagiu com bom humor e alguma ironia ao resultado foi Hamilton Mourão. Afirmou:

"Perdi. Perdeu, playboy. O pessoal do Congresso não gosta de mim. Se fosse o presidente, ia passar". Emendou em seguida: "Falei de brincadeira. Derrubaram porque, sei lá, queriam mostrar a posição deles. Isso é uma democracia."

É claro que a Câmara mandava um recado a Bolsonaro. Ou ele põe fim ao amadorismo constrangedor com que pretende exercer o cargo de presidente da República, ou as coisas vão se complicar para ele e para o país. Não! Gustavo Bebianno não era o herói secreto de ninguém. Tampouco se considera bonito o laranjal do PSL, pelo qual ele diz não ser o responsável. Pouco importa. O ponto é outro: o que vaza das conversas que o presidente manteve com o seu então ministro é um misto de primitivismo político com prepotência. Cada parlamentar que vai dar a cara ao tapa na defesa da reforma da Previdência, por exemplo, sentiu-se na pele de Bebianno, tendo como vigia Carlos Bolsonaro e suas idiossincrasias.

O presidente pode estar acordando para a realidade. Decidiu indicar Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) como líder do governo no Senado. É um profissional da política. Já exerceu essa função em 2018, no governo Temer. Antes, ora vejam, foi ministro da Integração Nacional de Dilma Rousseff.

A Câmara acendeu o sinal vermelho: Bolsonaro vai ter de escolher se governa o país ou brinca de Forte Apache com Carluxo e Leo Índio. Vai ser o quê?
Herculano
24/01/2019 17:28
Liderança consolidada:

Até mesmo quando esteve sob "intervenção" dos crackers digitais, o portal do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, acessado, atualizado, continuou líder de acesso, mesmo diante da impossibilidade técnica de atualização, imposta pelos invasores. O que é isso? fidelidade e credibilidade. Acorda, Gaspar!
Herculano
24/01/2019 17:24
PETROBRÁS VENDE DIESEL ABAIXO DE PREÇO INTERNACIONAL, por Maria Cristina Frias, na coluna Mercado Aberto, do jornal Folha de S. Paulo

No Nordeste, o combustível importado foi em média R$ 0,13 mais caro que o produto da estatal

A Petrobras vendeu diesel a preços abaixo dos parâmetros internacionais nos primeiros 22 dias deste ano, segundo dados de uma entidade desse mercado.

Os valores de comercialização do barril e o de preço de paridade variam de acordo com a região do país. No Nordeste, o importado foi R$ 0,13 mais caro que o produto da Petrobras, na média.

Em outras partes do Brasil, a diferença foi menor, mas ainda assim inviabiliza a venda do diesel de fora, de acordo com um executivo que prefere não se identificar.

A expectativa de comercializadoras é que as referências internacionais norteiem a estratégia da estatal.

A Petrobras, em nota, reafirma os princípios da sua política de preços, que leva em conta o custo para vender, em diferentes pontos do país, combustível importado.

Para fazer o cálculo, a companhia estima como é a equação de precificação dos concorrentes que não refinam petróleo no Brasil.

Os valores reais do diesel de fora variam conforme características de cada importadora, como a infraestrutura logística e escala, segundo a empresa brasileira.

"Desta forma, é importante reforçar que o PPI (preço de referência) não é um valor absoluto, único e percebido da mesma maneira por todos os agentes", afirma a estatal.

A Petrobras flexibilizou as remarcações de preços para eliminar volatilidade, mas aproveita para comercializar o barril mais barato que os importadores, de acordo com um analista.

A tática deve ter limites para não destruir valores dos acionistas, de acordo com ele.
Herculano
24/01/2019 17:15
da série: um olhar diferente

GUTERRES PEDE INVESTIGAÇÃO SOBRE VÍTIMAS EM PROTESTOS NA VENEZUELA

Conteúdo do JN, de Portugal. O secretário-geral da ONU, António Guterres [português], manifestou-se esta quinta-feira preocupado com os relatos de vítimas no contexto das manifestações e dos distúrbios ocorridos nos últimos dois dias na Venezuela, pedindo uma investigação "transparente e independente" dos incidentes.

Numa declaração divulgada em Davos (Suíça), onde está a decorrer o Fórum Económico Mundial, o porta-voz do secretário-geral das Nações Unidos afirmou que Guterres está "preocupado com os relatos de vítimas no contexto de manifestações e distúrbios na Venezuela e pede uma investigação transparente e independente" desses incidentes.

Na mesma nota, o porta-voz indicou que António Guterres, que hoje interveio no Fórum Económico Mundial, pede igualmente que "neste momento crítico, todos os atores reduzam as tensões e procurem todos os esforços para evitar a violência e evitar qualquer escalada".

Relatos de organizações não-governamentais indicam que em dois dias de protestos na Venezuela pelo menos 14 pessoas morreram. Também existem informações que indicam que mais de 200 pessoas terão sido detidas.

Ainda em Davos, e à margem do fórum, Guterres já tinha apelado para o diálogo na Venezuela.

"Esperamos que o diálogo seja possível para evitar uma escalada que conduza a um conflito que será um desastre para a população do país e para a região", afirmou Guterres.

António Guterres adiantou também na mesma ocasião que "todos os governos soberanos têm a possibilidade de escolher o que querem", quando se trata de reconhecer qual dos dois é o presidente legítimo.

O presidente da Assembleia Nacional (parlamento venezuelano), Juan Guaidó, de 35 anos, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas na capital do país, Caracas.

Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela comunidade internacional.

Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a maioria dos países da América Latina, à exceção de México, Bolívia, Nicarágua e Cuba - que se mantêm ao lado de Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

Rússia, China, Turquia e Irão manifestaram também o seu apoio a Nicolas Maduro.

A União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que "os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis".

Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela "vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro "compreenda que o seu tempo acabou" e apelou para a realização de "eleições livres".

A Venezuela, país onde residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Herculano
24/01/2019 17:08
O CONSTRANGIMENTO DE MORO, por Helena Chagas, em Os Divergentes

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, já dizia Caetano Veloso na deliciosa letra de Dom de Iludir. Só o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, saberá o que sente agora. Vinte e quatro dias depois de assumir como superministro encarregado do combate à corrupção e ao crime organizado, Moro encara o constrangedor caso Coaf ?" órgão a ele subordinado -, que vai se transformando em caso Flávio (Bolsonaro) e ganhando tinturas mais fortes com o envolvimento de milicianos do Rio de Janeiro. E agora, Moro?

Depois de dias de silêncio, nesta quinta Moro deu rápida entrevista em Davos, dizendo que não haverá interferência do governo nas investigações, que segundo ele estão em estágio preliminar. Não poderia dizer outra coisa, evidentemente - até porque, como ministro da Justiça, não está no comando dessas apurações.

Imagina-se, porém, o constrangimento das conversas a bordo do Airbus presidencial na volta de Davos para o Brasil esta noite. O presidente Jair Bolsonaro, que ontem de manhã disse que, se errou, Flávio terá que pagar, mas que à noite deu outra entrevista defendendo o filho, parece achar que o 01 está sendo injustiçado nas investigações que começaram no Coaf ?" que não era ainda, mas agora é responsabilidade de Moro.

A relação com as milícias, que também fazem parte do crime organizado e tiveram seus integrantes homenageados pela família Bolsonaro, também será certamente outro ponto delicado dessa conversa.

Com menos de um mês de governo, este não foi o único ponto de divergência. Já no decreto que flexibilizou a posse de armas, sugestões de Moro foram ignoradas. E é evidente sua discordância em relação à próxima etapa dos planos de Bolsonaro, que é reduzir também restrições para a posse de armas.

Por tudo o que se viu até agora, inclusive decreto editado hoje que enfraquece a lei do Acesso à Informação e os planos do Banco Central para suspender a vigilância sobre parentes de políticos, Moro pode acabar isolado no governo. Não há sinais de que haverá apoio efetivo à agenda Moro. A legislação que o ministro da Justiça está elaborando e quer mandar ao Congresso torna mais duras as penas da legislação penal contra o crime organizado e a corrupção. Depois do caso Flávio, será que o Planalto vai bancar essas mudanças?

As dúvidas no entorno de Moro são muitas, e o entusiasmo inicial da República de Curitiba com a nova missão começa a dar lugar a certa cautela. Dependendo do rumo das coisas, não haverá surpresa se o Planalto apressar as articulações para nomeação de Moro para o STF, a pedido do próprio, inclusive negociando a antecipação da aposentadoria de algum de seus atuais membros.
Herculano
24/01/2019 13:19
da série: chama o ex-presidente Michel Temer, MDB, pois o atual de Jair Messias Bolsonaro, PSL, não tem autonomia para assumir coisas obscuras que prometeu combatê-las

COMO ASSIM, MOURÃO?

Conteúdo de O Antagonista. A assessoria de Hamilton Mourão alegou que o decreto que estendeu ao segundo escalão o poder de decretar o sigilo de documentos do governo foi deixado pronto por Michel Temer como se isso eximisse o atual presidente em exercício de responsabilidade por ter assinado?

É só uma pergunta.
Herculano
24/01/2019 13:16
BC DE BOLSONARO QUER PARENTES DOS POLÍTICOS LIVRES DE MONITORAMENTO DO COAF. OS CORRUPTOS APLAUDIRAM ESSE "NOVO BRASIL", por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Li o que vai abaixo na Folha. É de cair os olhos da cara. Prestem atenção. Comento em seguida:

O Banco Central quer excluir parentes de políticos da lista de monitoramento obrigatório das instituições financeiras. A autarquia propõe ainda derrubar a exigência de que todas as transações bancárias acima de R$ 10 mil sejam notificadas ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

As propostas entraram em consulta pública na quinta-feira da semana passada (17). Fazem parte de uma atualização das normas que o BC impõe aos bancos e demais instituições financeiras para combater a lavagem de dinheiro.

Pelas regras em vigor desde 2009, pais, filhos, companheiros e enteados de pessoas consideradas politicamente expostas, entre elas os políticos, são alvo de uma vigilância mais rigorosa dos bancos, com o objetivo de monitorar e coibir eventual lavagem de dinheiro com origem em desvio de recursos do Estado.
(...)

Comento
Bem, não deve haver corrupto no país que não tenha aplaudido essa disposição? Que coisa, não? É para isso que o presidente Jair Bolsonaro nomeou Sérgio Moro o xerifão do país.

Chega a ser pornográfico que isso esteja sendo debatido em meio ao "Flaviogate". Ou alguém ignora que os parentes ainda são os laranjas preferenciais de safados que se escondem na política? Será que o novo Banco Central consegue apontar a razão técnica que o levou a fazer essa escolha? O que Moro pensa a respeito?

"Ah, mas não é justo que as pessoas sejam investigadas sem que haja uma suspeita?" O Coaf não investiga ninguém. Detecta a movimentação atípica e a encaminha os órgãos de investigação, que podem fazê-la ou não a depender do conjunto de dados.

Seria realmente encantador o governo Bolsonaro mudar uma prática que tem contribuído para combater a corrupção que foi instituída no governo petista e que está entregue a um órgão técnico.

Digam-me cá: que urgência tem isso para ao Banco Central? Em que tal prática está atrapalhando o seu trabalho? O que o Brasil ganha efetivamente com essa mudança?
Herculano
24/01/2019 13:12
A ERA DA IRRELEVÂNCIA, por Fernando Schüller, professor do Insper e curador do projeto Fronteiras do Pensamento, no jornal Folha de S. Paulo

Irrelevâncias e não acontecimentos se tornaram uma espécie de pão nosso de cada dia, no debate atual

Um dos subprodutos mais curiosos da democracia digital é o gosto generalizado pela tagarelice e pelos assuntos irrelevantes, que parece ter tomado conta, como uma erva daninha, do debate público.

Assuntos irrelevantes são essas coisas que geram bate-boca e algum calor, em regra na internet, por 24 ou 36 horas, e depois simplesmente desaparecem, sem deixar rastro.

Foi o caso do debate sobre a cor da roupinha das crianças, a partir de um vídeo da ministra-pastora dos Direitos Humanos. Li muita gente argumentando, em tom aparentemente sério, que aquilo tudo era bastante grave, escondia um atroz preconceito e fatalmente levaria a mais violência contra populações trans e LGBT.

Durante a campanha, lembro do debate próximo à histeria sobre uma suposta proliferação de grupos nazifascistas que andariam pela ruas do país atacando mulheres e homossexuais. Gente muito boa sugeriu que havíamos voltado aos anos 30, na Alemanha, com base no episódio da moça que teria sido marcada com uma suástica, no Sul do Brasil.

Depois se descobriu que era tudo falso, mas ninguém pareceu preocupado ou se desculpou. Partimos alegremente para a próxima besteira.

Na transição, por um ou dois dias, discutimos o hábito do novo presidente cumprimentar todo mundo fazendo continência. Primeiro foi com um assessor americano, depois foi a um jogador do Palmeiras. Depois disso o assunto perdeu a graça.

Antes da posse, discutimos intensamente se o presidente iria desfilar em carro aberto ou fechado, entre a Catedral e o Congresso Nacional. Depois discutimos o que fazia o primeiro-filho sentado na traseira do Rolls-Royce, e logo depois (com direito à manchete no The Washington Post) o significado da "saudação militar" feita pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro (que no fim era apenas um movimento com a mão, no discurso em Libras).

Na última semana, dedicamos intensos dois ou três dias fazendo graça com a viagem dos novatos deputados do PSL à China e seu bate-boca com Olavo de Carvalho.

E ainda ontem, muita gente graduada discutia, com ares de grande coisa, a gravíssima atitude do presidente almoçar em um bandejão de supermercado, no centro de Davos, e o fato de ele ter usado um teleprompter em seu pronunciamento.

A lista é saborosa e poderia ir longe. Irrelevâncias e não acontecimentos se tornaram uma espécie de pão nosso de cada dia, no debate atual.

É evidente que não há como definir bem estas coisas. A aprovação de um rombo na Lei de Responsabilidade Fiscal, pelo Congresso, é mais ou menos importante do que o último desmentido presidencial? O que vale mais, discutir a independência do Banco Central ou a troca de farpas da ministra da Agricultura com Gisele Bündchen?

Desconfio que, no fundo, temos uma boa noção sobre isto. Se o debate público valesse alguma coisa, levaríamos as coisas mais a sério. O sujeito que é acionista da empresa não gasta seu tempo, na reunião do conselho, tagarelando sobre o barraco da festa de final do ano.

Não o faz por uma razão simples: sua opinião pesa e ele não irá perder seu tempo com besteira. Na democracia, é o contrário: a opinião do cidadão vale muito pouco. Seu incentivo para levar alguma coisa realmente a sério é quase nenhum.

Isto sempre foi assim, nas democracias, mas o fato é que a emergência das mídias digitais deu uma outra dimensão ao fenômeno.

Uma razão para isto diz respeito ao custo da informação. Há 30 anos, emitir uma opinião dava muito mais trabalho. Implicava em escrever um artigo, dar uma entrevista na rádio ou imprimir alguma coisa por conta própria e depois distribuir na fila do cinema ou do posto de saúde.

Me lembro de tudo isto, nos anos 80.

A democracia digital explodiu essas coisas. O debate público se tornou vítima do instantâneo. Há informação demais, discussões demais, sem permitir que o tempo se encarregue de depurar os acontecimentos e separar o que importa daquilo que não passa de lixo em forma de palavras e imagens.

Há duas notícias preocupantes aí: a primeira é que isto não faz bem à democracia. A qualidade do debate público, por óbvio, afeta a escolha pública. Quanto mais toxina ideológica espalhamos por aí, mais perdemos tempo e capacidade de gerar consensos e fazer as coisas que importam andar pra frente.

A segunda notícia é que se trata de um estado de coisas que veio para ficar. O modus operandi das mídias sociais contaminou a todos, a liderança política, os intelectuais e (ao menos boa parte) da mídia profissional.

E mais: fez com que o eleitor, agora transformado em um ativista digital, passasse a se comportar como um pequeno político, usando da retórica e reproduzindo, um a um, todos os vícios que ele vê nos políticos contra os quais esbraveja.

Estamos diante de um problema sem saída. Todo mundo conhece o vaticínio de Umberto Eco, segundo o qual a internet fez com que o idiota da aldeia fosse promovido a portador da verdade.

O que imagino nem Umberto Eco esperasse era o efeito inverso: que também a elite usualmente tida como portadora da verdade passasse a se comportar, no dia a dia, como o idiota da aldeia.
Herculano
24/01/2019 13:08
da série: como os nossos pesados impostos sustentam um governo falido, cheio de privilégios e que se quer perpetuar, aposentando gente aos 45 anos com sal[ário integral e que vai de R$10 mil a mais de R$100 mil por mês, enquanto que 65% dos brasileiros se aposentam em média aos 66 anos com apenas um salário mínimo.

LOUCURA, por Cacau Menezes, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis.

Contas de luz da Celesc que mais do que se quadruplicaram neste mês da janeiro: nas redes sociais surgem os exemplos de um desses consumidores. Mas são milhares. Sua onta de luz chegou no valor de R$ 203,57.

Ele discriminou a fatura. Energia comprada pra consumo: R$ 49,47. Agora vamos para as taxas. Serviço de distribuição. Distribuição? R$ 47,70. Serviço de transmissão: R$ 8,53. Encargos setoriais. Setoriais? R$ 8,88. Impostos diretos e encargos. Diretos e encargos? O que é isso? ICMS? R$ 60,54.

Para as perdas de energia: R$ 11,56. Somando tudo, pagamos muito mais de taxas e impostos do que a luz que consumimos. Vai pagar R$ 203,57 por usar apenas R$ 49,47 de energia. É isso? Ainda paga R$ 2,45 de bandeira amarela, mais R$ 6,03 da bandeira vermelha e mais R$ 15,89 de iluminação pública!
Herculano
24/01/2019 12:05
NOVO PATAMAR, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Revelação de fatos que sugerem ligação de Flávio com suspeito de chefiar milícia agrava crise

Se já era desconfortável a situação do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), ela ficou ainda pior com a revelação de que seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro mantinha como funcionárias a mãe e a mulher de um ex-policial militar suspeito de comandar uma milícia na zona oeste carioca.

A descoberta põe a crise em outro patamar porque não se trata mais de desconfiar que Flávio, como deputado estadual, integrasse um esquema banal de desvio de recursos públicos. Não que fosse um pecadilho perdoável, mas pelo menos o escândalo reproduziria práticas há muito conhecidas na política.

Nada tem de banal, porém, a ligação de um legislador brasileiro com um sujeito apontado como chefe de uma das quadrilhas mais perigosas do Rio, acusada de sequestrar, torturar e assassinar pessoas, além de explorar mercado imobiliário clandestino e extorquir moradores de comunidades carentes.

Tampouco é prática conhecida, e muito menos aceitável, a proximidade do próprio presidente da República com gente que parece pertencer a uma organização criminosa armada. Pois, por mais que o governo federal tente atribuir apenas ao filho de Jair Bolsonaro (PSL) qualquer responsabilidade nesse caso, há indícios de sobra a apontar na direção do pai.

Se por mais não fosse, Fabrício Queiroz, pivô dessa teia deplorável, é amigo de longa data não de Flávio, mas do atual presidente.

Entre as movimentações milionárias em sua conta que chamaram a atenção do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) está um cheque de R$ 24 mil repassado à primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O presidente se encarregou de afirmar que o montante chegava a R$ 40 mil e que o dinheiro se destinava a ele.

O mesmo Queiroz, cuja lista de atividades indecorosas não para de crescer, estaria por trás da contratação da mãe e da mulher do ex-PM suspeito de ser miliciano ?"e isso de acordo com Flávio. A crer na declaração, o senador eleito confessou ter delegado a seu motorista o poder de decidir como usar recursos do contribuinte fluminense.

Não é preciso ser muito cético, no entanto, para conjecturar que ele tenha se disposto a assumir o que soa como culpa menor para tentar esconder algo mais grave: um envolvimento profundo com indivíduos da pior espécie. A esta altura, em nada ajudam a família Bolsonaro os inúmeros discursos feitos em defesa de milícias.

No caso de Flávio, há ao menos outro episódio em que seu nome se misturou com o de gente dessa laia. No ano passado, a polícia desbaratou uma quadrilha especializada em extorsões. Entre os presos estavam dois ex-PMs que teriam atuado como segurança em eventos do então candidato a senador.

Diante do acúmulo de fatos incompatíveis com o discurso moralizador do presidente, seria de esperar que ele aproveitasse Davos para apresentar a sua versão.

Em vez disso, cancelou a entrevista coletiva que daria, e o fez sob justificativas distintas ?"a última foi a troca da bolsa de colostomia, a primeira foi a "abordagem antiprofissional da imprensa".

Antiprofissional é, numa democracia, o presidente imaginar que uma situação dessa gravidade possa ficar sem explicações convincentes.
Herculano
24/01/2019 12:03
GOVERNO QUER MESMO ACABAR A JUSTIÇA DO TRABALHO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A prioridade é a reforma da Previdência, mas o governo trabalha para viabilizar a extinção da Justiça do Trabalho, "justiça jabuticaba" que não existe em qualquer país desenvolvido. Aos olhos do governo, virou um monstro que devora dinheiro público e afugenta investidores geradores de empregos. Ações raramente são julgadas improcedentes: juízes ativistas preferem "distribuir renda", tomando dinheiro do "rico", mesmo uma dona de casa de classe média, em vez de fazer justiça à luz da Lei.

VIROU JUSTIÇAMENTO
Aparelhada por vários ativistas nas diversas instâncias, parte da Justiça do Trabalho tem sido acusada de promover "justiçamentos" abusivos.

EMPREGOS SE MANDAM
A Justiça do Trabalho tem afugentado grandes empregadores. O Brasil somava 97% das demandas do Citibank no mundo. O banco foi embora.

MINISTROS PEDEM EXTINÇÃO
Defendem a Justiça do Trabalho quem vive dela, como advogados, mas até ministros do Tribunal Superior do Trabalho já pedem sua extinção.

MORTE POR INANIÇÃO
No governo, há quem defenda a extinção "natural", com a modernização da legislação. Mas isso atrasaria o crescimento sobretudo do emprego.

PRESIDENTE DO INMETRO ACUSADO DE FRAUDE MILIONÁRIA
O presidente do Inmetro, Carlos Augusto Azevedo, responde a inquérito civil milionário por fraude e improbidade no aluguel da sede do órgão, em Brasília. A acusação é de suspeita de favorecimento da empresa Harpia Negócios Imobiliários no aluguel de quatro salas, por cinco anos, em contrato de R$ 7,7 milhões fechado às pressas e sem licitação, mesmo após notificação da necessidade de mudança seis meses antes.

RÉU CONFESSO
Azevedo foi condenado por irregularidades na contratação de empresa terceirizada na Fundação de Apoio à Escola Técnica. Sem contestação.

É COSTUME
O presidente do Inmetro responde a mais de uma dezena de inquéritos civis por fraudes ou improbidade no Ministério Público Federal do RJ.

SEM CONTESTAÇÃO
Questionado por meio de sua assessoria, o presidente do Inmetro não se pronunciou até o fechamento desta edição.

GLUTÃO REVELADO
Pegou fogo a política do Amazonas após Ronaldo Tiradentes, voz mais corajosa do rádio manauara, revelar que "Glutão", personagem da "lista da Odebrecht", seria o senador e ex-ministro Eduardo Braga (MDB-AM).

FANTASMA DE SEVERINO
Deputados mais experientes começam a achar que, dando segundo turno, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) pode levar a presidência da Câmara. Repetindo a surpresa de Severino Cavalcanti (PP-PE).

CRUZADA INFANTIL
Jornalistas em Davos produziram matérias coléricas sobre a coletiva cancelada de Bolsonaro. Como se o presidente fosse obrigado a ajoelhar e rezar. Entrevista é concedida, o resto é interrogatório.

ISSO NÃO PARA NUNCA?
Após usar a seca como pretexto para acionar usinas térmicas, caras e poluentes, que deveriam ter sido desligadas ainda no governo FHC, agora, com reservatórios cheios, a desculpa dos lobistas espertalhões é o "efeito ar-condicionado", para acionamento no período chuvoso.

VIVA A REFORMA
Ao contrário do que sindicalistas e políticos esquerdistas preconizavam na discussão da reforma trabalhista, o número de empregos somente cresceu, apesar dos tempos bicudos da crise.

LADO ESQUERDO DO PEITO
Jair Bolsonaro parece não ter gostado da exclusão do diretório do PSL-MS do amigo e deputado estadual Coronel David, atribuída à senadora eleita Soraya Tronike. Foi Coronel quem a apresentou a Bolsonaro.

LOROTA DA PELEGADA
No DF, jovens deputados são assediados pelos sindicalistas que os hostilizaram na campanha, para anular o novo modelo de gestão no Hospital de Base, o maior da cidade. Gente que se lixa para pobres agonizando nas filas; querem a regalia de ganhar (bem) sem trabalhar.

PACTO FIRMADO
Após reunião com o ministro José Múcio, presidente do TCU, o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) disse que dará prioridade a projetos para destravar gargalos do setor e ajudar na recuperação da economia.

SAMBA DE UMA NOTA Só
A esta altura, já deve ter gente sugerindo a Flávio Bolsonaro para usar o sobrenome da mãe.
Herculano
24/01/2019 11:53
MADURO SE AGARRA AO PAPO FURADO DE CONSPIRAÇÃO GLOBAL CONTRA REGIME, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Brasil ganha pontos na crise venezuelana se deixar de imitar Trump em tudo

Às vésperas das eleições de 2002 na Bolívia, o embaixador americano em La Paz pediu à população que votasse em qualquer candidato menos Evo Morales. O esquerdista era o quarto colocado nas pesquisas, com 11%. Após a declaração, saltou para 21% e ficou em segundo lugar.

No início do milênio, o sentimento antiamericano ainda fazia sucesso na região. Morales não se elegeu, mas o empurrãozinho do diplomata ajudou sua carreira política.

Nicolás Maduro agora tenta se segurar no poder na Venezuela com fiapos desse mesmo simbolismo, já ultrapassado. Depois que EUA, Brasil e outros se uniram para reconhecer um novo governo no país, ele tenta convencer o povo de que é vítima de uma conspiração internacional.

A ladainha é tão furada quanto os buracos que o regime autoritário deixou na economia e na democracia. Embora os americanos tenham adotado uma retórica ofensiva (seguida de maneira tola pelos brasileiros), os manifestantes que tomaram as ruas do país nesta quarta (23) não receberam Big Macs da Casa Branca para pedir a derrubada de Maduro.

O movimento internacional contra o regime ajudou a alimentar os protestos porque deu respaldo a Juan Guaidó, que se declarou empossado na Presidência. Maduro perdeu força, mas lançou um contragolpe para testar os limites da retórica antiamericana e do apelo à soberania.

O ditador tenta tirar proveito de sua promoção ao status de vilão internacional. Ao transformar a luta pelo poder em matéria global, Maduro se agarra a um discurso que soa bem entre militares e nacionalistas. O palavrório não neutraliza, é claro, a deterioração da economia e das instituições democráticas.

A crise deve se aprofundar. A ação estrangeira e a previsível reação de Maduro bloqueiam os já escassos caminhos para uma solução negociada. Trump disse que não descarta uma intervenção militar no país, mas os generais brasileiros se apressaram em rejeitar o plano. O Brasil pode ganhar pontos se desistir da ideia de imitar Washington em tudo.
Maria José
24/01/2019 10:38
Se realmente existe oposição neste município está na hora de se manifestarem,pois esta administração já provou que é incompetente.Tenho minhas dúvidas se é por incapacidade ou propositalmente.A tendência é piorar.....
Alexandre Campos
24/01/2019 10:28
Bom dia

Depois dessa, no próximo vídeo vai tá igual boneco, já é boneco de Olinda, só espera, capacete, óculos, máscara (já usa),Lucas, botas. Ele já anda equipado, poucos enxergam. Mas agora vai exagerar.
Máscara sempre usou.
Parabéns pelo importante papel que fazes em prol do cidadão, e quanto outros veículos de comunicação cheios diplomas e troféus pagos, deitam em berços esplêndidos do poder em troca de afagos e dançam conforme toca o poder.
Herculano
24/01/2019 10:06
NADA FOI POR ACASO

Esta é a tradicional coluna de quarta-feira. Ela só pode ir ao ar nesta quinta-feira pela manhã, porque o administrador do portal Cruzeiro do Vale, foi invadido e raqueado por crackers da internet que impediam a atualização e aprovação de conteúdos. Na quarta à noite, mostraram isso de forma explícita onde por quatro horas quando ficou exposto a marca do invasor.

Nada foi por acaso. Como na internet não há crimes sem que se deixe rastro, sabe-se a origem e a razão, o que confirma que o Cruzeiro do Vale possui credibilidade e não sendo comprado, é calado na marra. Acorda, Gaspar!

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