Kleber, MDB e PP, ao tentarem fazer da Câmara um puxadinho da prefeitura de Gaspar, criaram a figura do vereador-boneco para inviabilizar a CPI da rua Frei Solano - Jornal Cruzeiro do Vale

Kleber, MDB e PP, ao tentarem fazer da Câmara um puxadinho da prefeitura de Gaspar, criaram a figura do vereador-boneco para inviabilizar a CPI da rua Frei Solano

10/01/2020

Os irmãos estão em pecado I
Não sou afeito à teologia. Meu alcance é restrito neste assunto. Fui leitor de livros sagrados – na tentativa de ampliar o conhecimento geral; tudo apenas para dialogar, interagir e se contrapor nos extremos, aos espertos. Li a Bíblia, a Torá e muito recentemente, o Alcorão. A resiliência, percebi, entretanto, é um ponto comum dos escritos sagrados aos de fé. Ela guia e estimula à crença dos seus rebanhos diante dos revezes e injustiças (profundas). O que a política partidária de Gaspar, “recheada” de evangélicos pentecostais – numa terra berço de padres, bispos e arcebispo - faz ou se omite com o “irmão” suplente de vereador, José Ademir Moura? Tortura! Ele foi tirado na marra PSC da noite para o dia e jogado aos “leões” e manipuladores do PP. Tudo contra à sua vontade. É algo bárbaro e indecoroso; não apenas à lei de Deus. Este ato de força, mostra bem a cara e como age poder de plantão, liderado pelo evangélico, Kleber Edson Wan Dall, MDB. Fez isso, só para esconder o que se quer esclarecer à comunidade. Será Moura resiliente? Só a um resiliente será permitido entender e superar à deformação dos homens, dos irmãos...

Os irmãos estão em pecado II
Moura,835 votos, como primeiro suplente da coligação PP/PSC está (ou estava, não se sabe mais) no lugar do mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, 927 votos, presidente do Samae. Melato bateu na trave na reeleição, até então tida como fácil e certa. O vencedor na coligação foi o novato, médico, funcionário público municipal, evangélico da Assembleia de Deus e então apadrinhado do irmão congregado de mesmo templo, Kleber, Silvio Cleffi, PSC, 936 votos. Moura passou quase três anos na Câmara. Foi interrompido pelo segundo suplente da coligação, Pablo Fachini, PP, 807 votos; e duas vezes pelo terceiro suplente, Cleverson Ferreira dos Santos, PP, 693 votos. Moura, também fiel da Assembleia de Deus, mas em outro templo, foi, verdadeiramente, esse tempo todo, um zumbi político na Câmara. Era esse o papel dele. Guardava a “vaga” do Melato; obrigava-se, cegamente, ao voto ao poder de plantão. Falar? O menos possível e só a favor de Kleber. Opinião própria? Zero! E mais: teve que empregar no gabinete como assessor o cabo eleitoral do Melato, José Carlos Spengler. É, aquele que foi pego a passeio à Terra Santa e Roma, em pleno horário expediente, tudo devidamente abafado, com a ajuda do Silvio quando ele era o presidente da Casa. Meu Deus!

Os irmãos estão em pecado III
Três anos de submissão incondicional aos donos do poder de plantão e no papel de bobo no Legislativo não poderiam ter destino pior. Moura, agora, chora. Lágrimas de verdade. Quem é o único culpado disso? Ele próprio. Moura não foi às sessões Câmara desde àquela tarde de novembro, em que os do poder de plantão fizeram ele assinar documentos desistindo do PSC e se “filiando” no PP, para formar o blocão MDB, PP, PDT e PSDB de proteção do governo Kleber na CPI da Rua Frei Solano. A CPI tenta apenas esclarecer às dúvidas da drenagem tocada pelo Samae do Melato e que se arrastaram por mais de um ano – e da re-pavimentação, tocada pela secretaria de Obras e Serviços Urbanos, de Kleber depois que inventaram culpas para tirar a empreiteira Engeplan. Manipularam ao extremo o boneco Moura. A máquina de poder que se instalou na prefeitura Gaspar jogou no fundo do poço a dignidade de Moura perante à família, à comunidade, o partido e os próprios irmãos eleitores dele. Impressionante! Tudo para a CPI não funcionar. A pergunta que não quer se calar é: o que de tão grave se esconde, para se aplicar humilhação articulada tão vil contra Moura, um aliado manso e fiel?

Os irmãos estão em pecado IV
O suplente de vereador, Moura acuado, desmoralizado e feito um joão-bobão, até decidiu pelo suicídio político. Foi ao presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, com a carta de renúncia do mandato. Ciro pressentiu a bomba. Moveu mundos e fundos para Moura não protocolar o documento. Evitou o escândalo, a notícia, a verdade e o debate. Ciro, neste caso, trabalhou por Kleber, MDB e a favor do governo nas manobras na CPI.  E olha que prometeu à oposição que seria isento. Fez de tudo para Moura ficasse calado, sumido, sem autonomia. Questionado, Ciro até disfarçou sobre a ausência de Moura nas sessões: “ele está com o pai muito doente no Oeste”. Só se for de vergonha pelo que acontecia por aqui com o seu filho. Ciro, mais tarde, pego pelas incoerências, fatos e testemunhos, abrandou. “Eu falei ao Moura que se renunciasse, não voltaria mais [como vereador]”. Ameaça? Mas, a pergunta que não quer calar é: quem é que disse ao Ciro que Moura quer voltar a ser vereador-boneco para Kleber, Melato, CPI e o blocão? Se Melato não voltar para salvar a sua própria pele, quem fará isso obsequiosa e resilientemente no lugar de Moura? Pablo? Dificilmente! Cleverson? É preciso testar e conferir! Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Em 2020, ano que poderá ser decisivo nas mudanças que se iniciaram nas urnas de outubro de 2018, o lema abaixo continuará sendo o meu compromisso com os leitores e leitoras que me garantem a liderança da audiência e credibilidade:

"Mérito maior não há que viver buscando a verdade, mas sem pretender jamais ser o dono dela", do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, hoje aposentado. Ele é de um tempo em que o STF era a face de referência e respeito da Justiça brasileira

A criatura se tornou maior e absorveu a criadora. A notícia que esta coluna deu em primeira mão na imprensa catarinense na semana antes do Natal de que a Seara comprou a unidade de margarinas de Gaspar da Bunge, montada pioneiramente pela Ceval no então parque industrial da sua sede no Poço Grande, poderá ter desdobramentos nada agradáveis na área de arrecadação a Gaspar.

A Seara era um frigorífico familiar (dos Paludos) nascido na cidade do meio oeste catarinense e que lhe empresta o nome. Na década de 1980, a Ceval o adquiriu para diversificar o seu portfólio de negócios, restrito às proteínas vegetais.

A Seara chegou a possuir sede em Gaspar, dividindo com a Ceval o espaço do Centro Administrativo Renato Manoel Peixoto. Arrojada, ao estilo da Ceval capitaneada pelo executivo Vilmar de Oliveira Schürmann, a marca Seara “incomodou”, de verdade, as líderes Sadia e Perdigão, hoje apenas marcas de produtos da BR Foods.

É um mundo empresarial dinâmico, atual, influente seja no Brasil ou no mundo, com cifras bilionárias em dólares e que nada lembram às dificuldades e o romantismo familiar da origem de todas essas marcas e frigoríficos nas expansões e incorporações iniciadas na década de 1970.

Quando a bicentenária holandesa Bunge comprou a líder brasileira Ceval –comercialização, industrialização e exportação de grãos - em 1997 da controladora Cia Hering, de Blumenau, vendeu a Seara à norte-americana Cargill em 2004, coincidentemente, a empresa que “disputou” com a Bunge a compra da própria Ceval. A Bunge alegou para isso, o tal foco estratégico na área de commodities.

Durou pouco. Isso mostra a dinâmica nesse ambiente de negócios que lhes pontuei. A Cargill que lida com proteínas vegetais e animais no mundo todo, por sua vez, vendeu a Seara à Marfrig em 2009 e a sede da Seara ficou em Itajaí. A Cargill alegou para isso, o tal foco estratégico em commodities no Brasil.

Já em 2013 – favorecida por uma política expansionista dos governos petistas, com as tais campeãs nacionais, alavancadas com recursos do BNDES – a JBS comprou da Marfrig, as marcas e as unidades da Seara e a tornou líder de verdade no seu segmento. Hoje a JBS é a maior industrializadora de proteínas animais no mundo.

Agora, a Seara como marca e unidade industrial – e não como sede - volta a Gaspar, mas naquilo que não era dela, a produção de margarinas, que foi o início da diversificação da antiga Ceval e que não tinha nada a ver com a Seara: a margarina, cremes vegetais e maioneses.

Aliás, o desenvolvimento de tudo isso nas marcas Bonna, All Day, Ciclus e Miletto (todas descontinuadas pela Bunge, só a Soya ainda está no mercado) tem muito a ver com a engenheira química gasparense, Amélia Wehmuth, ainda moradora na cidade, e há muitos anos afastada dessa atividade.

E qual a razão das dúvidas desse negócio para Gaspar – que foi estudado no seu ambiente logístico, produtivo e de rentabilidade? O fiscal. A Bunge Alimentos dava o status de ser a maior empresa de Santa Catarina nesse ambiente. Agora, tudo é incerteza – mesmo diante dos comunicados oficiais. E as certezas? A dinâmica que envolvem cifras milionárias, produtividade, atualização, poder e competitividade a favor dos acionistas.

 

Comentários

Herculano
13/01/2020 11:30
Ao que se diz Romildo:

Leitura interessante e a respeito sobre a insistência na plantação de fake news, usando-se o poder das verbas públicas. Mais que oportunismo, há um jogo chantagens, porque voto de verdade o oportunista político já provou nas últimas eleições que não possui.
Romildo da Silva
13/01/2020 06:42
Estive lendo o jornal concorrente, na coluna do dono do Jornal fala em possível saída do mais longevo vereador de Gaspar para o novo partido do Pr Bolsonaro.

O que isto significa, mostra a esperteza de um homem experiente em ser oportunista, pois tenta se salvar numa onda Bolsonarista, tal onde pode nao acontecer nativamente, comunidade está atenta, mas se ele sai, é porque alguém está entrando, adivinhem quem?? Marcelo Brick, provavelmente deixaria o PSD e estaria entrando no PP para ser o candidato a vice do prefeito Kleber, ruim a jogada?? Não, são as cartas na mesa, Marcelo só tem uma chance, no seu atual time não tem força, teria que se juntar ao um partido maior, depois do MDB de Gaspar, só tem o PP.
Herculano
12/01/2020 15:22
da série: gente sabida, rica e poderosa enrolada e o povo pagando a pesada conta de coisa mal explicada.

AUDITORIA QUESTIONA ELO DO DPVAT COM PESSOAS PRóXIMAS A MINISTROS DO STF

Relação de seguradora com agentes públicos não atendeu boas práticas corporativas, aponta consultoria

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Bruna Narcizo, Diego Garcia e Nicola Pamplona, de São Paulo e Rio de Janeiro.

Auditoria nas contas da Seguradora Líder, responsável pela gestão do seguro DPVAT, questionou uma série de procedimentos na gestão da empresa, incluindo pagamentos por prestação de serviços para pessoas próximas a políticos, a integrantes do governo federal ou ligadas a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), muitas vezes sem os devidos detalhamentos e controles.

A auditoria foi realizada pela consultoria KPMG, a pedido da atual gestão da seguradora. A análise dos documentos e processos abarca o período que vai de 2008 a 2017.

O documento, com cerca de mil páginas, foi obtido pela reportagem da Folha. Parte dele avalia o envolvimento da Líder com o que a KPMG chama de "pessoas politicamente expostas".

São considerados politicamente expostos, segundo definição redigida pelo Coaf (Conselho de Atividades Financeiras), os agentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado, nos últimos cinco anos, no Brasil ou em países estrangeiros, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus representantes, familiares e colaboradores.

Pelo manual de boas práticas corporativas, empresas, alinhadas com a lei anticorrupção no Brasil e no exterior, devem ter controles internos para evitar que o contato com agentes públicos leve a atos de corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes, tráfico de influência ou conflito de interesse.

A KPMG destacou no relatório ter identificado que a relação da Líder com vários agentes públicos não atendeu boas práticas corporativas e apresentava "risco de sanções por descumprimento à lei anticorrupção".

A consultoria destacou, por exemplo, as relações com o escritório Barroso Fontelles, Barcellos, Mendonça e Associados. De 2009 a 2016, a Líder fez ao escritório 21 pagamentos, totalizando R$ 3,67 milhões. Esse escritório foi constituído em 2013, como sucessor do escritório Luís Roberto Barroso & Associados, do qual o ministro do STF Luís Roberto Barroso era sócio ?"ele se desligou ao se tornar ministro da corte, em junho de 2013. Rafael Barroso Fontelles, que dá nome à banca, é sobrinho do ministro.

Os sócios atuaram na defesa da Líder no STF em duas ADIs (Ação Direta de Inconstitucionalidade) que alteravam regras do DPVAT. A KPMG afirmou que, apesar de a quantia ser elevada, a seguradora não tinha detalhes sobre a prestação dos serviços. A decisão dos julgamentos das duas ADIs foi a favor da Líder.

A KPMG destaca que em 2012, enquanto ainda não havia sido nomeado ministro, o escritório
que levava o nome de Barroso recebeu da Líder R$ 100 mil para fazer um parecer contrário à ADI 4.823 como amicus curiae (que participa do processo como parte interessada).

O contrato, diz o relatório, previa pagamento de mais R$ 400 mil em honorários a título de êxito.

A consultoria destacou que em 2014, quando Barroso já era ministro, essa ADI foi declarada improcedente na corte: "Importante destacar que, para a ADI 4.823, não houve julgamento, uma vez que o relator, ministro Luiz Fux, declarou não ter conhecimento da ação direta de inconstitucionalidade. O fato, em todo caso, favoreceu a seguradora Líder", afirma um dos trechos.

No julgamento da outra ADI, a 4.350, que tramitou de 2009 a 2014, Barroso também não participou por estar impedido.

Outra relação com pessoa politicamente exposta destacada pela KPMG envolve o advogado Mauro Hauschild, procurador de carreira do INSS que atuou como assessor do ministro José Antonio Dias Toffoli, hoje presidente do STF.

Toffoli foi advogado-geral na AGU (Advocacia-Geral da União) de março de 2007 a outubro de 2009. Em maio de 2007, Hauschild assumiu como coordenador-geral do gabinete de Toffoli na AGU. Em fevereiro de 2008, passou a ser diretor da escola da AGU. De agosto a outubro de 2009, Hauschild foi advogado-geral adjunto na mesma AGU.

Quando Toffoli assumiu como ministro do STF, em outubro de 2009, Hauschild o acompanhou para atuar como seu assessor e chefe de gabinete. Ele assessorou Toffoli até o início de 2011, quando deixou o posto no STF para ser presidente do INSS, onde ficou até outubro de 2012.

Em janeiro de 2013, ele assumiu como procurador do INSS em Lajeado (RS), onde ficou por sete meses.
Desde 2014, tem seu próprio escritório de advocacia.

A auditoria da KPMG detalha que a Líder transferiu R$ 3 milhões a Hauschild de 2012 a 2016. Nesse período, ele já não atuava diretamente com Toffoli e ocupou cargos no INSS.

Os pagamentos foram feitos por meio do escritório Stelo Advogados. A KPMG ainda destaca que o Stelo Advogados foi alvo de operação da Polícia Federal por suspeita de envolvimento num esquema de pagamento de propinas para evitar o fechamento de uma seguradora no Rio Grande do Sul.

A KPMG também destacou uma doação da Líder para financiar a realização de um seminário sobre seguros da Escola de Magistratura, em São Paulo, em outubro de 2011. O recurso cobriu despesas do evento promovido pela Associação dos Magistrados Brasileiros e Escola Nacional de Seguros. Os ministros do STF Ricardo Lewandowski e Barroso participaram do evento.

O governo de Jair Bolsonaro tenta acabar com o DPVAT alegando que sua operação tem custos muito elevados quando comparados ao do mercado privado e que há indícios de fraude na gestão. A defesa do DPVAT tem gerado discussões jurídicas que terminam por serem resolvidas pelo STF.

Em 11 de novembro, Bolsonaro editou uma MP (medida provisória) extinguindo o DPVAT. O partido Rede Sustentabilidade a questionou no STF. No dia 19 de dezembro, a corte, em sessão virtual do plenário, suspendeu a MP.

O relator da ação, o ministro Edson Fachin, entendeu que o seguro DPVAT não pode ser tratado por MP, mas apenas por lei complementar, e foi seguido por cinco colegas: Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello, Rosa Weber, Dias Toffoli.

O ministro Luiz Fux também foi contra a MP, mas por outra razão. Argumentou que a extinção do DPVAT sobrecarregaria o SUS e, por conseguinte, o orçamento da saúde, pois o sistema público passaria a arcar sozinho com as despesas dos acidentes.

Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello rejeitaram o pedido de suspensão da medida provisória. A ministra Cármen Lúcia não participou do julgamento. Luís Roberto Barroso declarou-se impedido.

Em 27 de dezembro, em nova ofensiva contra o seguro obrigatório, o Conselho Nacional de Seguros Privados, ligado ao Ministério da Economia, aprovou a redução dos valores do DPVAT a partir de 2020.

A redução foi questionada pela Líder no STF. Em 31 de dezembro, Toffoli concedeu uma liminar provisória mantendo os valores originais mais elevados.

No fim da manhã da quinta-feira (9), Toffoli voltou atrás na decisão e restituiu os descontos. No início da noite de quarta-feira (8), a reportagem da Folha havia procurado a assessoria do gabinete do ministro para pedir o posicionamento sobre os temas tratados nesta reportagem.

LÍDER AFIRMA TER ADOTADO MELHORIAS SUGERIDAS PELA KPMG
A Seguradora Líder, em nota, afirmou que, no segundo semestre de 2016, a administração, "ciente da sua relevância na prestação de serviços de seguro no país e comprometida com a efetiva lisura e idoneidade de suas operações, por sua exclusiva iniciativa, contratou uma consultoria internacional de renome para a realização, de maneira absolutamente isenta e independente, de um amplo e minucioso trabalho de auditoria de suas operações".

Destacou que, após receber o relatório, seguiu as recomendações da KPMG: "Foram adotadas todas a medidas administrativas e de compliance cabíveis, alinhadas com os valores de retidão e transparência que norteiam a Administração da Seguradora Líder".

Disse que, "em razão de o referido documento conter alguns temas que, administrativamente, não cabiam à Seguradora Líder avaliar, ele foi encaminhado, de forma espontânea e reservada, à Susep [Superintendência de Seguros Privados]".

Por fim, disse que nas demonstrações financeiras de 2017, publicadas e disponibilizadas em seu site, reportou o trabalho realizado.

A assessoria do presidente do STF, Dias Toffoli, disse que, no período citado, o ex-assessor Mauro Hauschild já não atuava no gabinete do ministro. "Entendo que, por isso, não há o que comentar. E a decisão de classificar o presidente como PPE [pessoa politicamente exposta] deve ser dirigida à seguradora."

A assessoria do ministro Luís Roberto Barroso disse que ele "se desligou inteiramente do seu antigo escritório ao tomar posse no STF, em junho de 2013, com ele não mais mantendo qualquer relação. Após a sua saída, o escritório, inclusive, mudou de nome. O ministro não atuou em nenhum dos casos do DPVAT, tendo se dado por impedido".

A assessoria do ministro Ricardo Lewandowski disse que ele não tem nenhum envolvimento com a Líder.
O advogado Mauro Hauschild, por sua vez, disse desconhecer a auditoria da KPMG, possivelmente pelo caráter sigiloso do documento. Mas explicou sua atuação em relação à Líder.

"Fui consultor/advogado da empresa [Líder], tendo prestado regularmente meus serviços durante três anos, analisando e contribuindo na elaboração das teses jurídicas de defesa perante o Poder Judiciário", disse Hauschild.

Afirmou ainda que "era sócio com apenas 1% das quotas sociais daquele escritório no RS [o Stelo Advogados] e desconhecia os termos do contrato, apenas realizava o trabalho de consultoria/advocacia".

Ele também disse que está fora da AGU e de cargos em governo desde julho de 2013. Afirmou ter pedido licença para interesse particular do cargo de procurador federal e que o contrato de consultoria e advocacia é posterior à sua licença. Por fim, acrescentou que o conceito de pessoa politicamente exposta permanece por mais cinco anos após o afastamento do cargo.

A Folha procurou o ministro Luiz Fux e o Stelo Advogados, mas não conseguiu contato até a conclusão desta reportagem.
Herculano
12/01/2020 09:50
ATÉ A GUERRA HOJE É FAKE, por Carlos Brickmann,

Doze foguetes com cabeças explosivas, todos no alvo. Tanto iraquianos quanto americanos, alojados dentro do alvo, saíram do ataque sem precisar sequer de um band-aid. Serão os mísseis iranianos tão fracos assim? Não: os mísseis iranianos utilizados pelos terroristas do Hezbollah e do Hamás, na Síria e em Gaza, levaram Israel a desenvolver um avançado e caro sistema antimísseis. Ruins de pontaria os iranianos não são: os mísseis atingiram seu objetivo. Ou - e essa talvez seja a explicação correta - pode ser que tenham sido tomadas todas as precauções, por ambos os lados, para que a represália ocorresse - uma questão de orgulho acional iraniano - mas sem levar os Estados Unidos a novas ações. O Irã pode ser orgulhoso, mas sabe direitinho que não tem condições de enfrentar uma superpotência como os EUA.

E há informações sobre isso. Fontes do Departamento de Estado dizem ter recebido do Iraque informações sobre data e horário do lançamento, para que pudesse proteger seu pessoal (é preciso lembrar que os EUA e o Iraque têm relações próximas desde que o regime sunita de Saddam Hussein caiu após uma invasão americana, que entregou o poder aos xiitas). Os iraquianos comentam discretamente que "souberam" dos planos iranianos, e puderam assim proteger seu pessoal. Trump diz que a ausência de baixas americanas indica que o Irã não quer guerra. Resultado: as Bolsas subiram, o petróleo caiu, o ouro (o investimento dos tempos ruins) voltou ao nível normal.

NOVIDADE ANTIGA

É importante lembrar que a política externa é uma das áreas mais sujeitas ao lema de que verdade é o que interessa ao país. Hitler enganou os ingleses, prometendo paz em troca da autorização para invadir a Tchecoslováquia; e enganou os soviéticos, dividindo a Polônia com eles, meio a meio. A guerra já era fake, e cabia a cada país compreender as intenções do futuro inimigo.

QUESTÃO DE FUTURO

Mas há sempre o problema do futuro: pode haver ações de terror contra alvos ocidentais, não obrigatoriamente no Oriente Médio (o ataque às Torres Gêmeas ocorreu no coração de Nova York). O Irã semeou, armou e treinou células de terror por boa parte do Oriente Médio: milícias xiitas no Iraque e na Síria, o Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza, os houthis no Iêmen (que jogaram bombas de um drone na maior refinaria saudita). Há também remanescentes do Estado Islâmico e o Boko Haram, que age por sua própria conta e se dedica principalmente a escravizar crianças. Cada um dos grupos pode agir para ganhar visibilidade ou para se destacar diante dos iranianos. Ou o próprio Irã pode mobilizá-los, alegando depois que não sabia de nada. Caberá aos serviços secretos monitorar a movimentação do terror e dar base a ações de seus governos. De vez em quando pode sumir um líder do terror.

QUEM ALVEJOU O AVIÃO?

Sempre pode haver alguma falha, já que a investigação é controlada pelo Governo do Irã, sem participação plena do fabricantes do avião, da empresa aérea, dos países cujos cidadãos morreram na queda. Mas tudo indica (inclusive uma foto) que o Boeing 737-800 da Ukrainian Airlines foi atingido por um míssil antiaéreo iraniano, pouco depois da rajada do Irã contra as bases do Iraque em que deveriam estar alojados soldados americanos. Há especialistas, em minoria, que dizem ter reconhecido um foguete russo. Mas tudo indica que tenha sido iraniano, disparado por erro.

ADISCURPE NOÇA FÁLIA

Este colunista sempre achou que o principal problema do ministro Abraham Weintraub fosse o nome de seu Ministério: carregado de diplomas, ele deveria ser ministro do Ensino, já que da Educação, conforme se cansou de demonstrar por seus twitters e comportamento público, não poderia ser. Discutir no Twitter chamando a mãe do parceiro de "égua desdentada" não é coisa de quem tenha bons modos. Mas este colunista estava enganado: um ministro do Ensino não pode escrever "imprecionante", como o fez nesta semana. Nem "insitaria", nem "paralização", como já fez antes.

Ou ceja, não poderia também ezersser o quargo de ministro do Encino do noço Braziu.

IMPOSTANDO

Não adianta nem proteger os bolsos: hoje, às 12h50, o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo comprova que cem bilhões de reais já saíram de nossos bolsos e foram para os cofres do Governo. Economia? Bem, em doze dias já nos foi tungada a mesma quantia que no ano passado levou treze dias para sair. Pouca coisa? É um aumento de quase 10%, mais do que o rendimento da poupança, mais que o rendimento do Fundo de Garantia, e o suficiente para mostrar que, mesmo com a lenta recuperação da economia, a arrecadação de impostos continua subindo e vai bem, obrigado.

LUZ DE GRAÇA

E essa de Bolsonaro de oferecer luz de graça a templos? Não basta a isenção de impostos? Fiel que é fiel não se importa de orar no escuro.
Herculano
12/01/2020 09:40
ILHOTA ESTÁ EM CHAMAS. POLÍTICOS ARDEM

Aquele churrasco de políticos do MDB para comemorar a prisão do ex-prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, em operação do Gaeco, em meados 2017, está queimando a carne do atual prefeito Érico de Oliveira, MDB.

Há seis anos cunhei a frase Ilhota em Chamas, ela nunca foi tão apropriada para os resultados das administrações de ambos.
Herculano
12/01/2020 09:28
da série: essa imprensa é mesmo inconveniente com os políticos e gestores públicos. É preciso acabar com ela. Chega. Só que ai, o que os incomodados são desmascarados pelas redes sociais e aplicativos de mensagens, e ai,? Perdem a razão e a valentia. Veja este caso. É ilustrativo. E não está longe de nós

CONVIDADA PARA FESTA NA CASA DA AGRONôMICA QUE A RETIRADA DE VÍDEO QUE COMPROVA A REALIZAÇÃO DO EVENTO,por Marcelo Lula, no SC em Pauta.

A dentista da cidade de Tubarão, Amanda de Mello, mandou a seguinte mensagem ao SCemPauta, pedindo a retirada do vídeo que relata um momento de uma das festas realizadas na residência oficial do Governo do Estado, em evento promovido pelo governador, Carlos Moisés da Silva (PSL).

"Boa noite.

Venho me manifestar a respeito da reportagem sobre uma tal "balada da agronômica". Em primeiro lugar, antes de mais nada, SOLICITO A RETIRADA DO VÍDEO CONSTANTE DA MESMA, haja vista que é de MINHA AUTORIA, e em MOMENTO ALGUM AUTORIZEI a divulgação do mesmo por terceiros. Trata-se de um caso nítido de uso abusivo de imagem. Em contrapartida, aproveito da ocasião para esclarecer que houve sim uma confraternização, mas apenas UM JANTAR para pouquíssimos casais de amigos íntimos do Moisés, estes da cidade de Tubarão, na qual ele residia, e se tratava de uma reunião de amigos no fim de ano. Muito pacata, inclusive, o que corresponde uma enorme INVERDADE esta reportagem tendenciosa.

No mais, reitero a RETIRADA DO MEU VÍDEO DO SITE DE VOCÊS de forma pacífica, para não necessitar tomar meios judiciais." - Att., Amanda de Mello.

Resposta

O SCemPauta não divulga informações tendenciosas, apenas se atém aos fatos. Antes de pedir a retirada de um vídeo que comprova um verdadeiro abuso do dinheiro público, mesmo que tenha sido para um "Jantar para pouquíssimos casais amigos íntimos de Moisés da cidade de Tubarão", conforme relata a reclamante, ela deveria, assim como os demais convidados, ter tido a consciência de que o Palácio não foi feito para esse tipo de evento privado. O local deve servir para que o governador more durante o seu mandato e para a realização de reuniões e eventos oficiais.

Se Carlos Moisés da Silva (PSL) quer oferecer jantares regados a boas bebidas e muita música aos seus amigos e alguns servidores, que pague com o seu próprio dinheiro, pois não acredito que a sociedade concorde em bancar os banquetes da Agronômica.

É lamentável que um governo que prega uma nova política, haja de uma forma tão perdulária com o dinheiro público ao promover eventos dessa natureza. O fato é que essa nova política cheira a naftalina de tão velha que tem sido, não somente nos casos de eventos, mas também em outros atos contestáveis de um governo que até o momento apresentou poucos bons resultados.

Em relação a "balada na Agronômica", não é ao SCemPauta que deveria ter sido feito o questionamento, mas diretamente para a defensora pública geral de Santa Catarina, Ana Cavalin, que fez a postagem. A questão é: Ou Amanda estava no mesmo evento e não percebeu que estava numa balada, ou é a prova de que as festas são constantes e quem paga é você, contribuinte.

PITACO I

O fato repercutiu, porque tenta se esconder uma prática e ainda se acha normal nos tempos de mudanças. O vídeo inunda os aplicativos de mensagens e redes sociais. Propagou-se com mais velocidade, exatamente depois que a convidada achou-se no direito de pedir a imprensa, sob ameaça, de esconder um fato.

Entre as repercussões, está no Facebook do deputado Ivan Naatz, sem partido, de Blumenau.

"Não tem nada de mais o governador Carlos Moisés receber amigos em sua casa. O problema é que o governador rega as suas constantes e habituais festas com o meu, o seu dinheiro, o dinheiro do contribuinte. Cada vez mais o Governo de Santa Catarina Espalha atos atos da velha política.O Palácio não é custeado pelo contribuinte para as constantes "festinhas" dos "amigos da família" regadas à boa comida, bebida s e musica custeada por cada um de nós. O jornalista Marcelo Lula tem plena e total razão. É obrigação de cada catarinense se indignar"

PITACO II

O eleitor e eleitora do "Comandante Moisés" votou nele exatamente para mudar esse hábito de compadrio entre poucos e com o dinheiro de todos, estigmatizado nos derrotados, contumazes dessa prática quando no poder.

E a imprensa não é o problema. O problema é de quem prometeu mudar e não mudou, de quem acha que intimidando e censurando vai esconder o problema grave e que deve ser extinto da sociedade transparente com os nossos pesados impostos e em mudança, do qual, o governador eleito Carlos Moisés da Silva, PSL, é tido como um representante.

A pressão para esconder -intimidação, constrangimento, afinidade, proteção ou compensação com verbas públicas - até podia acontecer há alguns anos, ainda mais em Santa Catarina onde a RBS fez do jornalismo um balcão de trocas.

Hoje, com o mundo digital e instantâneo, o que a imprensa esconde por incapacidade, intimidação e censura, as redes sociais e aplicativos de mensagens fazem melhor o papel, que começa pela desmoralização ou descrédito da imprensa e do bom jornalismo.

Pior do que isso, nas redes e aplicativos, o fake news abunda e piora tudo, o que não aconteceu na imprensa.
Herculano
12/01/2020 08:52
RETRATO I

ENFIM, UMA GOVERNADORA DE SC. AINDA POUCO, por Upiara Boschi, nas revistas da NSC que engoliram os três principais jornais diários de Santa Catarina

?Com duas semanas de interinidade, Daniela Reinehr (PSL) é a primeira mulher a governar Santa Catarina. Mas ainda há muito caminho a percorrer em busca do protagonismo das mulheres na política de SC.

Na tarde da última segunda-feira, sob olhar atento e até mesmo orgulhoso de Carlos Moisés da Silva (PSL), a vice-governadora Daniela Reinehr (PSL) tornou-se a primeira mulher em toda a história de Santa Catarina a assinar o livro de posse dos governadores do Estado. Colônia, Império, República; eleitos, substitutos, indicados, interinos - só homens comandaram a terra catarinense.

Embora sua capital esteja parcialmente sediada em uma, Santa Catarina não é uma ilha. Em toda a política brasileira as mulheres ainda buscam espaço de protagonismo. No entanto, é inegável que nesse quesito os catarinenses andam a passos mais lentos que muitos de seus colegas de federação.

Os 14 dias de interinidade de Daniela Reinehr nas férias de Carlos Moisés tem um valor simbólico muito maior do que possíveis atos práticos que a bolsonarista possa tomar com a caneta de governadora na mão. Não ter, até este momento, nenhuma mulher sequer como interina no comando Estado é uma condição causada não só pelo fato de que os catarinenses nunca elegeram uma governadora e que só agora tem sua primeira vice.

Elas também nunca chegaram à presidência da Assembleia Legislativa. No Tribunal de Justiça, apenas por três meses entre 1989 e 1990, quando a desembargadora Thereza Grisólia Tang assumiu o comando da instituição.

O Legislativo e o Judiciário estão na linha de sucessão de governo e seus dirigentes são frequentemente agraciados por interinidades que servem para mostrar prestígio junto aos governadores titulares. Fora da linha de sucessão, o Tribunal de Contas do Estado nunca teve uma conselheira efetiva.

O espaço destinado pela Assembleia Legislativa para homenagear todas as deputadas estaduais que Santa Catarina já teve, inclusive suplentes, a chamada "galeria lilás", tem apenas 15 retratos - de Antonieta de Barros nos anos 1930 até a antifeminista Ana Campagnolo (PSL) eleita em 2018. É pouco.

Em 1994, Santa Catarina ficou a 40 mil votos de eleger uma mulher governadora. Era a deputada federal Angela Amin (PP), derrotada no segundo turno por Paulo Afonso Vieira (MDB). Mulher do ex-governador e hoje senador Esperidião Amin, ela fazia o primeiro voo como protagonista. Dois anos depois seria eleita prefeita de Florianópolis, reeleita em 2000. Tentou o governo do Estado novamente em 2010, quando ficou em segundo lugar, atrás de Raimundo Colombo (PSD). No auge do PT no poder nacional, a ex-senadora Ideli Salvatti também encarou a disputa pelo governo, ficando em terceiro lugar naquele mesmo 2010.

Hoje, não há no cenário político nenhuma mulher na linha de frente dos principais partidos para pré-candidaturas ao governo. A construção da primeira mulher eleita governadora de Santa Catarina precisa ser feita na base, com a eleição de vereadoras, vice-prefeitas e prefeitas este ano, com a consolidação da liderança das deputadas estaduais e federais. Em 2018, elegemos as maiores bancadas femininas da história do Estado, esta é a semente.

Olhe bem, leitor, para nomes como os das deputada federal Caroline de Toni (PSL) e Geovânia de Sá (PSDB) e das deputadas estaduais Luciane Carminatti (PT) e Paulinha (PDT). A seus modos, estilos e ideologias, cada uma delas apresenta características que podem fazer com que um dia assinem o livro de posse dos governadores catarinenses como titulares do cargo.

RETRATO II

Da governadora em exercício, prestando contas na sua rede social. Mostra apenas que passeou e fez demagogia. Perdeu tempo precioso e desmanchou o escrito de Upiara.

Percorri quase mil quilômetros pelas BRs e SCs que cortam a região, circulando pelas rodovias e conversando com as pessoas, e agora vou em busca dos recursos para viabilizar a infraestrutura de Santa Catarina

No vídeo eu faço um relato da semana. Então, dê um play e confira.
Herculano
12/01/2020 07:15
AMIGOS DE BOLSONARO FAZEM FESTA DEMAIS NO PAÍS DE BIFE DE OURO E DE FÁBRICA PARADA, por Vinjicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Gente de mercado faz bullying contra quem observa os poréns

Ainda não há inflação, no sentido de alta persistente ou generalizada de preços, apesar do salto do IPCA no fim de 2019. Mas os preços da vaca, do frango, do feijão ou do ovo assustam o brasileiro comum, o habitante deste país em que a renda média do trabalho é de uns R$ 2.000, sempre convém lembrar.

A inflação da comida ("alimentação no domicílio") voltou para perto de uns 8% ao ano, nível em que passa a incomodar o brasileiro médio de modo notável, com algum efeito político, a julgar por pesquisas de opinião. Não há inflação, pois, mas a vida é dura.

A produção da indústria decresceu 1,3% nos 12 meses contados até novembro, dado mais recente, divulgado na semana que passou. É um decréscimo regular desde meados de 2019, apesar das palmas para uma suposta recuperação industrial, festinha que se via fazia uns meses entre gente da finança e seus porta-vozes.

Os indícios do crescimento no fim do ano passado são de convalescença, de lenta recuperação. Como já se escreveu aqui tantas vezes, as condições para alguma recuperação são agora as melhores desde 2014. No entanto, trata-se de coisa ainda pouca, e falta muito o que fazer para que a economia se torne mais resistente a recaídas. Gente do mercado financeiro está fazendo uma algazarra juvenil e "bullying" contra quem observa os poréns.

A indústria continua mal pelos mesmos motivos desde janeiro do ano passado. O grosso da recaída na recessão industrial se deve:

a) à desaceleração violenta da produção de veículos, que crescia a 15,5% ao ano em novembro de 2019 e agora se arrasta ao ritmo de 1,4% ao ano. A recessão da Argentina, cliente dos nossos carros e peças, derrubou o que ainda é o centro da produção industrial brasileira;

b) ao desastre assassino da Vale em Brumadinho, que derrubou a indústria extrativa, ora em recessão de mais de 8%. A indústria extrativa e a de veículos têm, cada uma, uns 11% do total da produção industrial, embora o efeito das montadoras no restante da economia seja bem maior.

Há também algum problema ruim, faz pelo menos um ano, na indústria têxtil, de vestuário e móveis; fabricantes de bens de "informática" e eletrônicos também vão mal.

É possível que seja retomada em breve a produção de minérios; que a indústria de carros pelo menos pare de desacelerar. Mas não haverá Carnaval nas fábricas ou alegria maior antes da Semana Santa.

A carestia da comida parece recuar um pouco neste início do ano. Pelo menos, para de subir loucamente o preço do feijão, embora a arroba do boi gordo ainda aumente a 25% ao ano (em dezembro, 36,5%).

E daí?

Esses dados comezinhos da economia da mesa e do chão de fábrica ajudam a temperar de realismo delírios e propagandas sobre o que se passa nessa maçaroca imensa chamada de PIB.

Há gente, em especial de oposição, que acredita fanaticamente em estagnação ou degradação geral e ainda maior de condições de vida. Trata-se de desinformação e de análise errada, que tende a ter consequências políticas graves.

Na propaganda governista, oficial ou colaboracionista, há euforia política e financeiramente interessada.

Há recuperação e condições até para alguma aceleração maior, a depender dos ânimos insondáveis de empresários, das confusões da política mundial e da biruta bolsonariana. Mas ainda estamos lutando morro acima para fazer com que a economia avance meros 2,5%, o que ainda nem nos tira do buraco em que caímos na recessão.
Herculano
12/01/2020 07:09
VETO A BRASILEIROS NO MÉXICO PREOCUPA ITAMARATY, por Claudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

O Ministério das Relações Exteriores demonstrou preocupação com o aumento do número de brasileiros barrados ao tentar entrar no México. Relatos de viajantes falam em detenções em condições de cárcere por dias, sem direito a telefonema e, em alguns casos, sem água e comida. O consulado brasileiro no país admite que o tratamento tem sido como o visto nos EUA, com separação de homens, mulheres e crianças, sem garantias de que uma família possa aguardar unida o retorno ao Brasil.

COMO CRIMINOSOS

Quem tem a entrada negada, tem os pertences apreendidos, inclusive celulares, e dormem em colchonetes plásticos ou bancos de concreto.

TURISTA NA MÃO

Sem exigência de visto, brasileiros só sabem se vão entrar no México quando estão lá. E não há reembolso de passagens, hospedagens etc.

HABLAS ESPA?'OL?

Apesar de estarem detendo turistas estrangeiros, todas as informações prestadas pelas autoridades são transmitidas apenas em espanhol.

É O MÍNIMO

O consulado brasileiro afirmou ter aberto tratativas para "reduzir o número de inadmissões e exigir melhores condições de alojamento".

APLICATIVO AUTOMATIZA E AGILIZA O ABASTECIMENTO

Uma empresa de tecnologia de Brasília desenvolveu um aplicativo que pode representar um marco nas relações de consumo. Feito pelo celular, o abastecimento é mais barato. O aplicativo Fuel'n Go permite que o usuário defina quanto vai gastar no abastecimento do seu carro e a opção de pagamento, por cartões ou em espécie. O cliente poderia operar a bomba, como na Europa e Estados Unidos, mas uma lei dos cafundós do atraso, em vigor, proíbe postos self-service no Brasil.

MULTA INSANA

A lei do atraso, proposta por Aldo Rebelo e sancionada por FHC, multa postos self-service em R$1 mil diários por "bico" de abastecimento.

ISSO VAI PEGAR

O aplicativo expõe sem querer o ridículo da Lei do Atraso, e funciona já em 13 postos da bandeira V-Tex, em Brasília. Promete se espalhar.

REVOGAÇÃO PROPOSTA

Projeto do deputado Vinicius Poit (Novo-SP) revoga a Lei do Atraso, que nega ao consumidor a opção por pagar menos no posto.

POR QUE SERÁ?

A bancada do Piauí foi a que mais destinou emendas parlamentares em 2019. Do total de R$ 5,74 bilhões pagos em emendas, o maior valor dos últimos cinco anos, a bancada de dez deputados e três senadores piauienses emplacou R$ 169,62 milhões.

UMA POR CONTRACHEQUE

O presidente da República, Jair Bolsonaro, teve uma medida provisória convertida em lei por mês, em média, no primeiro ano de governo. Na prática, ele criou uma lei para cada salário recebido, incluindo o 13º.

PERDEU A CONTA

São tantas frentes no Congresso que existem duas "frente parlamentar mista em Defesa da Indústria Brasileira de Bebidas". Uma coordenada por Fausto Pinato (PP-SP) e outra por Guiga Peixoto (PSL-SP).

FALTA POUCO PARA MUITO

A partir deste domingo (12) faltam 267 dias para as eleições municipais de 2020. Serão eleitos mais de 5.560 prefeitos em todos o País e cerca de 57 mil vereadores. A estimativa é de mais de 470 mil candidatos.

MENOS APROVEITADORES

Até novembro de 2019, o governo cancelou 1,3 milhão de cadastros com irregularidades no Bolsa Família. A economia com aproveitadores foi de R$ 1,3 bilhão. É mais dinheiro para quem realmente precisa.

HISTóRIA REPETIDA

A infame saidinha de presidiários para "curtir" as várias folgas previstas em lei precisa ser reavaliada. Apenas em São Paulo, mais de 1,4 mil bandidos passaram o réveillon livres e não voltaram para a prisão.

ALô, BB

Clientes do Banco do Brasil reclamam de inundação de mensagens falsas, de números desconhecidos, no fim do ano, pedindo "atualização cadastral" através de link malicioso, que rouba os dados do cliente.

HAITI, 10 ANOS

Neste domingo (12) completa dez anos o terremoto no Haiti, uma das maiores tragédias naturais da História, que registrou magnitude de 7 na escala Richter e causou a morte de cerca de 200 mil pessoas.

PENSANDO BEM...

...celebridades presas em protestos virou moda.
Herculano
12/01/2020 06:57
NIKOLA.TESLA@EDU PARA BOLSONARO, por Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Se o senhor estimular a pesquisa de brasileiros, coisas boas acontecerão

Senhor presidente,

Talvez o senhor me conheça por causa do nome do carro elétrico. O dono dessa fábrica resolveu me homenagear, pois essa foi uma das muitas ideias que eu tive entre o final do século 19 e o início do 20. Meu nome é Nikola Tesla, e dei ao mundo coisas como o motor elétrico e as atuais redes de distribuição de energia. Previ que a humanidade poderia se comunicar instantaneamente, com objetos sem fio que caberiam no bolso, mas as pessoas já tinham me rebaixado da condição de gênio à de cientista louco e, mais tarde, apenas louco.

Outro dia o senhor disse o seguinte: "Em fevereiro vou estar nos Estados Unidos, vou lá visitar empresários, que são militares... Vão me apresentar transmissão de energia elétrica sem meios físicos. Se for real, de acordo com a distância, que maravilha! Vamos resolver o problema de energia elétrica de Roraima passando por cima da floresta".

Cuidado, presidente. O problema está no "de acordo com a distância", e foi nele que eu me danei. Transmitir eletricidade sem fios é coisa real, eu consegui, em maio de 1891. Em Nova York, acendi lâmpadas a meio metro de distância da fonte geradora.

Quem conversa muito comigo sobre esse assunto é um brasileiro que se chama Pedro de Alcântara. (Ele não gosta de ser chamado de imperador.) O Pedro foi uma das primeiras pessoas a usar o telefone e tem enorme curiosidade científica. Quando conversamos sobre sua fala, ele desaconselhou que lhe escrevesse, repetindo a frase que disse ao ser embarcado para o exílio: "Os senhores são uns doidos".

Pedro me contou que vocês tiveram um presidente capaz de dizer que Napoleão foi à China e hoje têm um ministro da Educação meio monarquista que não sabe português. Ele escreve "suspenção", "imprecionante" e "antessessores".

Como seu nome tem 13 letras, resolvi escrever-lhe para dizer que sua visita à empresa americana está na categoria dos espetáculos. Fiz muitas apresentações para visitantes ilustres e sei do que falo. Não estimule esse tipo de coisa. Energia elétrica passando por cima da floresta de Roraima não será coisa para seu tempo. Se, em vez de ir ver o que não entende, o senhor estimular a pesquisa de brasileiros, coisas boas acontecerão.

Eu tive a ideia de criar um motor elétrico enquanto andava com um amigo em Budapeste. Era um ninguém. O Brasil tem milhares de ninguéns. Em 1950, quando foi criado o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, os comunistas da China davam os primeiros passos em direção a uma das maiores fomes de todos os tempos. Hoje a China é o que é porque cuidou de seus cientistas. A Tesla acreditou no carro elétrico e seu valor de mercado ultrapassou o da General Motors e da Ford, somadas.

Respeitosamente,

Nikola Tesla

ESCALADA DE EUA E IRÃ NO IRAQUE MOSTRA VALOR DE ENSINAMENTO DE CHACRINHA

'Eu não vim pra explicar, vim pra confundir' vale mais que julgar acontecimentos a partir de ligações ideológicas e automáticas

A última escalada da encrenca dos Estados Unidos com o Irã no Iraque mostra que o ensinamento do Chacrinha ("Eu não vim pra explicar, vim pra confundir") vale mais que todas as certezas das pessoas que julgam os acontecimentos a partir de suas ligações ideológicas e automáticas.

Em 2003, quando George Bush, o Jovem, invadiu o Iraque e enforcou Saddam Hussein, os sábios da Casa Branca achavam que construiriam a primeira grande democracia da região. Passados 16 anos, o governo do Iraque pediu aos Estados Unidos que deixem o país. (Nessa aventura já morreram centenas de milhares de iraquianos e 5.000 americanos.)

Depois que Donald Trump mandou matar o general iraniano Qassim Suleimani, os aiatolás ordenaram um ataque de mísseis contra três bases americanas. Não morreu ninguém. Já nas grandes manifestações ocorridas em Teerã durante o funeral de Suleimani, morreram pelo menos 56 pessoas. (Em 1953, durante o funeral de Stalin, morreram mais de cem.)

Para confirmar que Chacrinha sabia mais que os sábios, diante da possibilidade de uma guerra com os Estados Unidos (o "Grande Satã"), os iranianos fizeram filas diante de casas de câmbio para comprar dólares ou euros.

Se tudo isso fosse pouco, o maior número de mortes (176 pessoas) aconteceu porque os iranianos teriam derrubado um avião da Ucrânia que acabara de decolar em Teerã.

GHOSN FOI VISITADO NA CADEIA PELO CôNSUL BRASILEIRO, COISA QUE NÃO ACONTECE COM A IMIGRANTES DETIDOS

Talvez ele quisesse que a Viúva defendesse seus interesses

O andar de cima de Pindorama acha que os servidores do Estado brasileiro são seus empregados. Depois de fugir do Japão dentro de uma caixa, numa operação conduzida por uma milícia supranacional, o empresário Carlos Ghosn queixou-se: "Esperava mais ajuda do governo brasileiro".

Ghosn foi visitado na cadeia pelo cônsul brasileiro, coisa que não acontece aos milhares de imigrantes que são detidos pelo governo americano. Depois de se tornar um empresário-celebridade como presidente da Renault-Nissan, ele é acusado de ter malversado milhões de dólares para lustrar seu estilo de vida. Tendo escapado para o Líbano, tornou-se apenas uma foragido da Justiça.

Ghosn nasceu no Brasil, onde viveu como criança, e tem duas outras nacionalidades, a francesa e a libanesa. Talvez ele quisesse que a Viúva defendesse seus interesses. Admitindo-se que isso tivesse sido feito, sua fuga colocaria os diplomatas brasileiros no papel de palhaços.

CONSERVADORISMO BRASILEIRO

Há os conservadores e há os atrasados. Quando a Casa de Rui Barbosa resolve organizar eventos em torno de grandes conservadores como a inglesa Margaret Thatcher e o americano Ronald Reagan, roça a macaquice.

Faria muito melhor discutindo figuras do conservadorismo brasileiro como Carlos Lacerda, Francisco Campos, Eugênio Gudin e Roberto Campos.

Macaqueando, pela direita faz-se um evento para Ronald Reagan e pela esquerda pode-se fazer outro para Jean-Paul Sartre. Tudo coisa de gente letrada, no país presidido por Jair Bolsonaro, no estado de Wilson Witzel e na cidade de Marcelo Crivella.

PORTA DOS FUNDOS

Eremildo é um idiota e acha que o desembargador Benedicto Abicair não fez nada demais ao escrever que a "suspenção" do vídeo natalino do Porta dos Fundos é benéfica. Afinal, o çom é o mesmo e o ministro da Educassão também escreve assim.

O que o cretino não entende é que em 2017 o mesmo magistrado tenha assegurado a Jair Bolsonaro o direito de sugerir que casamentos de brancos com negros são "promiscuidade". Segundo seu voto na ocasião: "Tudo é direito de cada cidadão, desde que não infrinja dispositivo constitucional ou legal".

O vídeo do Porta dos Fundos, com um Cristo gay amancebado com Lúcifer e Maria fumando maconha, é coisa muito diferente, mas o doutor não explicou qual dispositivo constitucional ou legal foi violado. O ministro Dias Toffoli não conseguiu achá-lo.

SABEDORIA
De um veterano advogado, diante do vai-e-volta de ministros do Supremo e de magistrados: "Estão falando muito que isso ou aquilo traz insegurança jurídica. Seria melhor se começassem a aparecer decisões que trazem segurança jurídica".
Herculano
11/01/2020 11:39
A REALIDADE, TRISTE. É FATO. É CONSTATAÇÃO

De Rubinho Nunes, coordenador nacional do MBL, no twitter:

EUA elimina 1 terrorista do Irã:
- Plantão nos jornais
- Youtubers especialistas dando lição de moral
- Felipe Neto indignado
- Terceira Guerra Mundial
- Discurso da Maria do Rosário
Lula no Twiter

Irã admitir ter abatido um avião e matado 176 pessoas:
- Silêncio
Herculano
11/01/2020 08:03
PERGUNTAR NÃO OFENDE

1. Se esta coluna não é lida por ninguém e eu não tenho credibilidade alguma, qual é mesmo a razão do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, prefeito de Gaspar, perder tempo e estar se explicando nas suas redes sobre assuntos só abordados aqui?

2. Se o Samae duplicou a capacidade de armazenamento de água potável em Gaspar na gestão do mais longevo dos vereadores e administrador revelação, o presidente José Hilário Melato, PP, qual é a razão para faltar água na cidade? Gente com sede não quer saber de propaganda e explicações, quer água para a sede, para lavar roupa, louça... Outubro está chegando. Acorda, Gaspar!
Herculano
11/01/2020 06:55
ILHOTA EM CHAMAS. PREFEITO ARDE

Estou de alma lavada. Uma delação premiada de um empresário do ramo imobiliário acaba de colocar de cócoras, o prefeito Érico de Oliveira, MDB, o partido que está visivelmente nu em Santa Catarina, fruto do reinado sem limites do ex-presidente nacional do partido, ex-ministro de Ciência e Tecnologia, ex-deputado estadual, federal, senador e governador, o advogado Luiz Henrique da Silveira - nascido em Blumenau e com carreira a partir da base feita em Joinville -,por dois mandatos e já falecido.

O que se revela agora, não se restringe aos atos dos mandatos que se escondiam da vida cotidiana dos cidadãos-eleitores e pagadores de pesados impostos, mas principalmente, naquilo que se protegia no corpo fechado, devido as relações de poder e entre interesses e poderosos. É assim que se move a política e os políticos, mas se fantasia nos discursos e na propaganda por nós e que cria uma cortina para tudo esconder no palco e cenários.

A imprensa tem sua parcela - e não é pouca - de culpa nisso tudo: por incompetência, medo, aproximação do poder e troca até de favores para alcançar as verbas públicas de propaganda

Volto. Foi necessária uma delação premiada feita no ambiente do Gaeco, para que o Ministério Público de Gaspar, finalmente se obrigasse a denunciar prefeito à Justiça Eleitoral, naquilo que a cidade inteira sabia há muito tempo não só por esta coluna, mas pelas evidências, atitudes e provas que abundavam.

Ainda voltarei ao tema.
Herculano
11/01/2020 06:27
O AGENTE LARANJA, A GRIPE E A FUMAÇA, por Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shanghai (China) e da Fundação Dom Cabral. É doutor em economia pela UFRJ.

Guerra, poluição e doenças; o ano promete, e não temos certeza de que seja pra bem

A preocupação é com a guerra, mas algo de concreto contra a sociedade iraniana os EUA já fizeram: sanções econômicas. A proibição de comércio e transferências financeiras, entre outras medidas, funciona muito bem; em punir os pobres.

Sanções nunca funcionaram para desestabilizar um regime autocrático. Os EUA já as colocaram contra Coreia do Norte, Cuba, Irã, Síria, Sudão e Venezuela. Nenhum regime caiu por causa delas, mas sanções já geraram até crises humanitárias.

Ameaças e sanções podem, raramente, desestabilizar regimes eleitos democraticamente, de acordo com estudos como o de Amanda Licht. Mas não no caso de regimes autocráticos: a única forma é mesmo a guerra. O PIB iraniano é menor do que seria sem sanções. Mas deixemos claro: sanções econômicas gerais devem acabar (algumas sobre certos indivíduos, como a claque de Maduro ou oligarcas russos, não fazem mal).

E no caso de ocupações militares? O que os americanos fizeram com Afeganistão e Iraque é criminoso. E não no sentido militar. O crescimento anual do PIB per capita iraquiano desde 2000 é de 1%, e não por causa da guerra. A economia afegã patina desde 2010, tendo PIB menor hoje que então.

Como gestores econômicos no exterior, os americanos são incompetentes. Não precisamos ter medo da "influência" americana na América Latina. Já somos donos do nosso nariz. O problema é quando os americanos dão de salvador da pátria e vêm com tanques e consultores "reconstruir" o que destruíram. Deixam o caos e se mandam (os europeus, no quesito sanções, não são melhores: as sanções sobre a Rússia somente deixaram os russos mais pobres, sem afetar a permanência de Putin no poder).

A fumaça australiana que chegou ao Brasil não nos ameaça diretamente, mas nos faz lembrar de como a poluição afeta a população de forma insidiosa.

Estudos recentes mostram que neurotoxinas e poluentes do ar têm efeitos muito piores do que antes imaginado. Nos EUA, o número de indivíduos com QI abaixo de 70 é 3,4 milhões maior, e de pessoas com QI acima de 130,

3,6 milhões menor, por causa do uso do chumbo na gasolina e outros poluentes, algo comum até pouco tempo.

A poluição atmosférica também causa muito mais mortes do que pensávamos. No Brasil, estimativas chegam a 60 mil mortes por ano por causa da poluição atmosférica. Nas cidades grandes, considerável parte da poluição vem de carros.

No Rio de Janeiro, em algumas partes da cidade, todos os dias deste ano tiveram poluição com indicador (AQI) acima do nível aceitável de 50, em relação a dois tipos partículas suspensas (menores que 2,5 e que 10 micrômetros). Em Copacabana, o AQI era de 180 às 23h do dia 9. Em Xangai, acima de 200 o recreio na área externa das escolas é cancelado.

Fomos um dos primeiros países do mundo a retirar o chumbo da gasolina (em 1989), mas poucos sabem que, em São Paulo, há cerca de dois dias por mês, em média, em que o AQI passa de 150.


Aqui em Xangai, poluição é problema velho e conhecido (muita gente tem filtro de ar em cada cômodo da casa), mas o que assusta é a nova gripe, que causa pneumonia rapidamente, tem afetado os moradores de Wuhan e pode se espalhar pelo mundo. O governo chinês está respondendo da mesma forma que no caso da Sars, no passado: coloca qualquer pessoa com sintomas em quarentena forçada.

Ou seja, guerra, poluição e doenças: o ano novo promete, e não temos certeza de que seja pra bem.
Herculano
11/01/2020 06:22
CARTEL DE ATRAVESSADORES CONTA COM AJUDA DA ANP, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Contando com aliados na agência reguladora da ANP, os magnatas de distribuição de combustíveis pretendem assumir o controle total do setor, até para aumentar seus lucros explorando o consumidor. Eles adquiriram na ANP uma resolução que proíbe as usinas de vender seu etanol direto aos postos, tornando-os sócios do negócio sem produzir uma gota de coisa alguma, nem agregar valor ao produto. Ganharam tanto dinheiro que passaram a comprar usinas. Atualmente, as demais usinas são obrigadas a entregar seu etanol aos próprios concorrentes.

AQUI NINGUÉM TASCA

A influência dos distribuidores/atravessadores na ANP ficou clara em 2009, com resoluções que chocam por favorecê-los em demasia.

AGÊNCIA É ALIADA DE FÉ

Enquanto os novos ricos do setor adquiriam usinas, as distribuidoras faziam a ANP se recusar a revogar suas resoluções suspeitas.

NADA MAIS IMPORTA NA ANP

A ANP desrespeita o Cade, que alertou para o cartel das distribuidoras, e até pareceres da própria área técnica pela revogação das resoluções.

ESTRATÉGIA DE DOMINAÇÃO

Com a ANP quieta, distribuidores viraram os maiores financiadores individuais da eleição de 2018, com objetivo de eleger uma bancada.

QUEDA DE AVIÃO É ATRIBUÍDA A ATO TERRORISTA DO IRÃ

Acusada de financiar terroristas e de tornar um deles ("general" Qasem Soleimani) comandante do seu exército, a ditadura do Irã é acusada de derrubar o avião ucraniano que levava 176 pessoas, como denunciou o governo do Canadá e atestou um vídeo divulgado ontem. Há várias teorias sobre as razões do ato de terrorismo iraniano, como o fato de o avião transportar muitos ocidentais. Mas a rigor não há explicação razoável para quem faz o mal sem olhar a quem, senão a covardia.

BAJULAÇÃO CÚMPLICE

Apesar do terrorismo e da violenta repressão a intelectuais, artistas e opositores, a ditadura do Irã recebe paparicos da esquerda brasileira.

PONTARIA SELETIVA

Certeiro no míssil contra o avião, na véspera o Irã não conseguiu atingir duas bases dos EUA no Iraque: os mísseis caíram a 33km de distância.

PONTARIA COVARDE

Especialistas em armamento e estratégia militar suspeitam que o Irã errou os alvos americanos de propósito, para não irritar Donald Trump.

NARRATIVA FALSA CONTINUA

Continua emplacando em jornais e na TV a falsa narrativa de que os incentivos à energia solar elevam a conta de luz. Ninguém cita redução no uso de termelétricas, muito poluentes e origem da bandeira tarifária.

CONLUIO DO ATRASO

O Detran-DF fez conluio com os cartórios para obrigar o comprador de veículo, mesmo contratando despachante, a ir ao cartório reconhecer firma autorizando despachante realizar os serviços em seu nome. É a indústria da desconfiança, expressão máxima do atraso, faturando alto.

SEMENTES NA NORUEGA

O Brasil enviou 3.438 sementes à Noruega, mas não foi uma ajuda para o reflorestamento daquele país, como se sugeriu no ano passado. Foram apenas amostras genéticas para o banco mundial de sementes.

CARTÃO POSTAL

Os deputados estão de férias há cerca de um mês, mas os gastos com a cota parlamentar continuam sendo registrados. Os "serviços postais" foram responsáveis por gastos R$17.421,43 apenas no mês de janeiro.

ECONOMIA FORTE

A alta de 7,5% na fabricação de caminhões fez a equipe econômica sorrir de orelha a orelha. Em um país onde o transporte rodoviário de cargas é primordial, são mais oito mil veículos transportando riquezas.

PASSARINHO, 100 ANOS

Ex-ministro do Trabalho, da Educação e da Justiça e ex-presidente do Senado, Jarbas Passarinho completaria cem anos hoje (11). Mesmo os críticos mais ácidos admiravam sua inteligência e sua cultura.

WOODSTOCK NO CHINELO

Há exatos 35 anos, o Brasil estava na iminência da redemocratização e surpreendeu o mundo com o maior festival de música já realizado no planeta. Em 11 de janeiro de 1985, começou o primeiro Rock in Rio.

PAUTA INÚTIL

Pronta para votação, a criação do Dia Nacional da Ovinocultura é outro projeto da série "não fede nem cheira". Pior é: no próprio Congresso há quem se atrapalhe ao tentar definir do que se trata a ovinocultura.

PENSANDO BEM...

... tem muita gente que torce por guerra e mortes apenas para apontar os culpados.
Herculano
11/01/2020 06:14
da série: o discurso da separação deve valer para os dois lados e desde ontem, não apenas desde agora, como se isso fosse uma descoberta muito recente.

O ESTADO QUE NOS EDUCA, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo no jornal Folha de S. Paulo

Brasil confunde dever estatal de financiar a educação com moldar discurso dos professores

Quando o presidente decidiu pontificar sobre livros didáticos, formou-se um pequeno escândalo sobre o periférico. As opiniões de Bolsonaro, boçais como de costume (um "lixo", "um montão de amontoado de muita coisa escrita"), não movem nenhum moinho.

Já o principal - a promessa de que, a partir de 2021, os livros escolares "serão feitos por nós" - passou como pretensão legítima. Acostumamo-nos com a ideia de que o Estado tem o direito de educar o povo.

Um quarto de século atrás, não era assim. Os livros didáticos postos no mercado pelas editoras eram submetidos à escolha dos professores. Tínhamos uma saudável diversidade de obras, de qualidade bastante desigual, que refletiam as diferentes abordagens teóricas e pedagógicas em voga nas universidades.

O sistema de mercado, porém, excluía a maioria das escolas públicas, cujos alunos não podiam pagar pelos livros. A solução encontrada - a compra pública federal e centralizada - abriu o caminho das salas de aula às ideologias estatais.

Nos EUA, os livros são patrimônio das escolas e passam de uma turma de alunos à seguinte, em longos ciclos. Por aqui, o Estado preferiu estabelecer ciclos curtos de renovação dos livros. De um lado, a cara opção gera óbvios dividendos eleitorais. De outro, prende a indústria editorial de didáticos à órbita do poder público.

O MEC converteu-se no comprador quase monopolista: o verdadeiro patrão das editoras. Nessa condição, adquiriu a prerrogativa de esculpir as narrativas pedagógicas.

Os governos do PT utilizaram esse poder para conduzir uma revolução em marcha lenta, revestida por uma fina película de saber acadêmico. As comissões de "especialistas" formadas nas universidades federais para selecionar obras "de qualidade" foram, regra geral, colonizadas por professores-ativistas.

As análises "técnicas" contaminaram-se de (pre)conceitos políticos. Aos poucos, num processo que jamais se completou, eliminaram-se inúmeras obras "desviantes".

A revolução escolar atingiu livros de exatas e biológicas - mas, claro, teve impacto maior nos de humanas. Na era pós-Muro de Berlim, um marxismo outonal, diluído em caldos de anti-imperialismo, terceiro-mundismo e multiculturalismo, passou a impregnar a maior parte dos livros de história e geografia.

Siga o dinheiro: as editoras jamais reclamaram ?"antes, pelo contrário, assumiram o papel de correias de pressão sobre autores recalcitrantes.

As obras "de qualidade" deviam trafegar pelos circuitos do antiamericanismo ritual, da denúncia da "história ocidental", da idealização romântica da África pré-colonial. A política identitária desceu como uma sombra sobre os textos escolares.

A escravidão moderna passou a ser explicada pela chave do racismo, não pela lógica do sistema mercantil colonial. A campanha abolicionista foi expulsa do palco iluminado da história brasileira. Zumbi dos Palmares transformou-se no ícone absoluto da luta antiescravista.

Confundimos o dever estatal de financiar a educação pública com o poder abusivo reivindicado pelo governo de invadir as salas de aula e moldar o discurso dos professores.

O Estado-Educador é, sempre e inevitavelmente, o Partido-Educador. Na proclamação presidencial de que os livros didáticos "serão feitos por nós", o "nós" indica o núcleo ideológico que rodeia Bolsonaro.

A obra "suavizada" dos sonhos dessa turma é um manual nacionalista, autoritário e ultraconservador, anticientífico, de fortes colorações religiosas. Nele, evaporariam tanto a ditadura militar quanto as mudanças climáticas e o lugar do evolucionismo seria ocupado pelo criacionismo.

O projeto provavelmente fracassará, pois Bolsonaro carece das redes de legitimação acadêmica conferidas por brigadas universitárias de professores-ativistas. Mas o risco existe, num país que não aprendeu a separar o Estado da sala de aula.
Herculano
11/01/2020 06:05
O DEFENSOR DE DITATORES

De Arthur do Val, do Mamãe Falei, no twitter:


0 pessoas estão chocadas com o "artigo" do Lula defendendo Soleimani e o Irã.

Lula sempre foi aliado de ditaduras pelo mundo. Usou o dinheiro dos pagadores de impostos para financiar Cuba, Venezuela, Congo, Guiné Equatorial...

Me surpreenderia com Lula atacando ditaduras.
Herculano
10/01/2020 20:30
INFILTRADOS. OPERAÇÃO CHABU FEZ MP-SC MUDAR PROCEDIMENTOS NO GAECO PARA EVITAR VAZAMENTOS,por Upiara Boschi, no NSC Total, Florianópolis

A Justiça ainda avalia o inquérito final da Polícia Federal sobre a Operação Chabu, mas o caso já rendeu efeitos práticos. A revelação de que havia um agente infiltrado no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para vazar informações sobre investigações em andamento fez o Ministério Público de Santa Catarina mudar procedimentos para evitar que o problema se repita.

Procurador-geral de Justiça, Fernando Comin admite que sem a operação da Polícia Federal não haveria a identificação do policial rodoviário federal Marcelo Winter, apontado como integrante do suposto esquema. A Operação Chabu investigou as relações entre empresários, políticos e integrantes de órgãos de investigação para antecipar e sabotar operações da Polícia Federal e do Gaeco. Entre os indiciados pela PF está o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), que nega participar do esquema.

Leia a conversa com Fernando Comin:
A Operação Chabu apontou um agente infiltrado no Gaeco para vazar informações das operações em andamento. Foi feita alguma mudança de procedimento para evitar que isso se repita?

A Operação Chabu revelou a existência de um agente cedido de outro órgão, mas que estava trabalhando no Gaeco da Capital há muitos anos, e que vazou informações sobre operações em andamento. Nós não teríamos alcançado essa identificação não fosse a Operação Chabu. Foi algo positivo nesse aspecto, porque nós não desligados esse policial rodoviário federal, como instauramos um procedimento de sindicância interna para apurar todos os protocolos que eram adotados e poderiam ser modificados para que a gente alcançasse o maior sigilo e segurança da informação que tramita dentro do Gaeco. A partir daí, sim, houve uma série de alterações nas rotinas internas. Obviamente não posso detalha-las, mas partem de um maior compartilhamento das informações. Nenhum agente da equipe vai ter acesso a toda a informação da operação.

Acredita que investigações do Gaeco aqui na região tenham sido prejudicadas?
Identificamos duas operações que foram prejudicadas pela atuação desse agente. Nenhuma delas aqui na Grande Florianópolis.

Deu para retomar o fio da meada dessas investigações?
Deu para retomar. Claro que não com a celeridade que a gente gostaria de dar a resposta, mas elas virão. Não houve prejuízo nesse aspecto. O crime quando deixa vestígios, mais cedo ou mais tarde, eles aparecem. Embora tarde, nós vamos mostrar as provas desses casos.
Herculano
10/01/2020 19:38
UMA AMOSTRA DE COMO AS NOSSAS UNIVERSIDADES ESTÃO CHEIOS DE PROFESSORES DO ACHISMOS, TUDO PARA DEFENDER IDEOLOGIAS

Márcio Pochmann é professor e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica. Excelente. É economista. Melhor ainda. Mas, parece que ele anda desplugado do mundo em mudanças onde está,

No twitter ele escreveu:

Nos últimos 5 anos, os assinantes de TV paga decresceram 19,7%, passando de 19,8 milhões, em 2014, para 15,9 milhões, em 2019. Dos 3,9 milhões de assinantes perdidos, quase 40% ocorreu somente em 2019, o 1° ano do governo Bolsonaro. E era só tirar o PT prá tudo melhorar.

O que uma coisa tem a ver com a outra? Ele não explica, pois trata todos os alunos, leitores e leitoras deles, analfabetos, ignorantes e desinformados.

Melhor foi mesmo alguns comentários que recebeu ao comentário no twitter:

Do Instituto Liberal de S. Paulo

E quantos milhões de CDs e DVDs deixaram de ser vendidos durante o governo do PT? Quantos milhões de desktops foram substituídos por notebooks durante a era petista? Malditos Lula e Dilma!
Não é à toa que você é professor de "economia" na Unicamp, só fala bobagem.

Fernando Souza, foi direto:

Os petistas não são para serem entendidos, mas, sim, para serem estudados.
Qual o nexo da "análise"?
Seria mais compreensível se fosse proposta uma reflexão sobre as votações do PT antes e depois de enfrentarem
@jairbolsonaro
.
Ooops ... aí seria necessário pensar

Outro no twitter completou

Nos anos PT as assinaturas de telefone fixo despencaram; no governo Sarney, fábricas de máquinas de escrever fecharam; no de Collor, a indústria de radiadores entrou em colapso. Este é o economista do PT, daí concluímos o porque
de arrasaram tudo o que tocam exceto suas contas.

Então é de se concluir:

Professor!Este seu comentário é uma zoação?Se ñ for,o sr deveria ser submetido urgentemente a uma banca p provar esta tese do atraso.O mundo mudou.Eo universo acadêmico da PUC parou no tempo??' conseguiu se plugar no mundo digital?Imagina-se a qualidade e competências dos egressos

Roberto Basei
10/01/2020 11:35
Muitos secretários estão fazendo visitas técnicas para se inspirar nestas boas experiências, buscando adaptá-las para seus territórios. É o que precisa ser feito: olhar para o que dá certo no Brasil, pisar no acelerador e coordenar este esforço em âmbito nacional.

Eu particularmente penso que não tem segredo, mas como eu não escrevi nenhum artigo sobre o assunto espero que não me levem em consideração.

Em qualquer lugar, existe dicas valiosas para que o professor não se torne ultrapassado, pois se isso ocorrer perderá o encanto do educando.

E como ele consegue isso? Trabalhando diariamente em 2 ou 3 escolas, dando atenção a família e tendo que fazer pesquisa, planejar aula, corrigir trabalhos e provas e fazer os serviços administrativos como diários presenças, conteúdos e manter o calendário.
Herculano
10/01/2020 11:23
EXEMPLO DE CENSOR, TOFFOLI AGORA DERRUBA CENSURA, por Josias de Souza, no Uol

Tomado pela frequência com que troca de opinião, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, revela-se um magistrado firme como gelatina. É a favor de tudo e absolutamente contra qualquer outra coisa. No vaivém, às vezes progride. No ano passado, comportou-se como deus, criando a censura em causa própria. Agora, derrubou a censura imposta por um desembargador do Rio de Janeiro a um filme estrelado por Jesus Cristo gay.

Em abril de 2019, valendo-se de um inquérito secreto aberto por ele mesmo, Toffoli pediu providências ao relator que ele próprio indicou - Alexandre de Moraes -, contra uma reportagem em que ele mesmo figurava como protagonista. Acionado, Moraes mandou a revista eletrônica Crusoé e o site O Antagonista retirarem do ar uma notícia que pedia explicações de Toffoli, não censura.

Nesta quinta-feira, um novo Toffoli emergiu em Brasília. De plantão no recesso do Judiciário, o ministro revogou, a pedido da Netflix, a censura que um desembargador do Rio de Janeiro havia imposto na véspera ao agora badalado especial de Natal dos humoristas do Porta dos Fundos. Toffoli evoluiu da condição de mau exemplo para a posição de protetor do texto constitucional.

A reportagem que despertou os instintos de censor do presidente da Suprema Corte baseara-se num documento. Tratava-se de uma resposta de Marcelo Odebrecht à Polícia Federal. Instado a revelar o nome que se esconde atrás do pseudônimo "amigo do amigo do meu pai", mencionado em e-mail de 13 de julho de 2007, apreendido em seu computador, Odebrecht disse tratar-se de Dias Toffoli. Na época, Toffoli era advogado-geral da União do governo Lula.

Pressionado, Alexandre de Moraes revogou a censura. Antes, Toffoli deu entrevista para justificar o injustificável. Disse coisas assim: "Se você publica uma matéria chamando alguém de criminoso, acusando alguém de ter participado de um esquema,e isso é uma inverdade, tem que ser tirado do ar. Ponto. Simples assim".

De fato, era tudo muito simples. Simples como o ABC. Só que na contramão do que alegava Toffoli. A, Marcelo Odebrecht foi instado pela Polícia Federal a informar quem é o "amigo do amigo do meu pai". B, o delator disse que o nome escondido atrás do pseudônimo é o de Toffoli. C, a imprensa foi censurada por divulgar os fatos. A posição de Toffoli, por insustentável, teve de ser revista.

No caso da censura ao filme do Porta dos Fundos, requerida por uma entidade católica, Toffoli anotou: "Não se descuida da relevância do respeito à fé cristã (assim como de todas as demais crenças religiosas ou a ausência dela). Não é de se supor, contudo, que uma sátira humorística tenha o condão de abalar valores da fé cristã, cuja existência retrocede há mais de 2.000 anos, estando insculpida na crença da maioria dos cidadãos brasileiros".

Nas palavras do novo Toffoli, a liberdade de expressão é um direito pleno e universal, previsto no artigo 5º da Constituição. Louve-se a flexibilidade conceitual. Há nove meses, Toffoli tropeçava na dificuldade de se expressar. Hoje, defende a liberdade de expressão. Alvíssaras!
Herculano
10/01/2020 11:14
PARAÍSO FISCAL SEM CONTRAPARTIDA PARA A SOCIEDADE

De Ricardo Amorim, no twitter:

Brasileiros já gastam R$22 bi a mais q deveriam c subsídios na energia elétrica e Bolsonaro vai encarecer + a conta de luz criando + um subsídio para as instituições religiosas, que já são isentas de IPTU, IR, COFINS, ICMS e ITCMD entre outros impostos?!
Herculano
10/01/2020 11:11
APRENDER COM O QUE JÁ FAZEMOS CERTO, por Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial, no jornal Folha de S. Paulo.

A divulgação dos últimos resultados do Pisa trouxe a confirmação do gigantismo do nosso desafio de assegurar que todos os meninos e meninas no Brasil não só estejam na escola, mas que ali aprendam sem que se aprofundem ainda mais as desigualdades educacionais. Sim, tivemos uma pequena melhora, mas não o suficiente para nos tirar do terço inferior do ranking, e comparamo-nos mal com Chile e Costa Rica, só para citar dois países latino-americanos.

Em outros artigos, tenho enfatizado o que precisa ser feito para superar essa situação, como tornar a carreira de professor mais atrativa, investir em uma formação docente mais conectada com a prática, conforme as diretrizes recém-aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação, alfabetizar com base nas melhores evidências científicas, melhorar a gestão educacional e produzir material de qualidade, consistente com a Base Nacional Comum Curricular, para apoiar a ação dos mestres.

Mas, logo depois da divulgação dos resultados, as redes sociais foram inundadas de propostas que nenhum dos melhores países no Pisa adotou e que a ciência definitivamente não respalda, a maior parte voltada a ressuscitar a educação que tínhamos no passado, percebida como excelente, embora na verdade se destinasse a bem menos da metade das crianças e adolescentes.

Aprendemos muito, nas últimas décadas, sobre como incluir milhares de crianças e jovens nas escolas. Agora precisamos fazer com que todos aprendam, especialmente os jovens de meios mais vulneráveis. Neste último sentido, não basta olhar para as práticas que os melhores países adotam agora. É preciso aprender a fazer a transição da situação atual para a sonhada.

O que mais falta ao Brasil talvez seja aprender consigo mesmo. Aqui no país, o Ceará tem sido o que mais avançou em alfabetização. Como? Investe em pré-escola de qualidade, alfabetiza de acordo com o que a ciência recomenda e faz sólida avaliação de aprendizagem. No ensino médio, Pernambuco é referência. Aumentou a jornada escolar ?"nenhum dos melhores países têm só 4 horas de aula?" e focou o protagonismo dos jovens. Em dez anos, passou da penúltima posição no ranking dos estados no Ideb para a terceira. Outros estados avançaram no ensino técnico ?"como São Paulo, com resultados excepcionais, ou a Paraíba, mais recentemente.

Muitos secretários estão fazendo visitas técnicas para se inspirar nestas boas experiências, buscando adaptá-las para seus territórios. É o que precisa ser feito: olhar para o que dá certo no Brasil, pisar no acelerador e coordenar este esforço em âmbito nacional.
Herculano
10/01/2020 11:07
CHORO TARDIO

O suplente de vereador José Ademir de Moro chora, agora, tardiamente.

Ele já fez gente chorar quando lá traz fez do PSC de Gaspar um puxadinho do MDB, na proteção do irmão Kleber Edson Wan Dall, MDB.

Para quem não lembra da história e não a contei por falta de espaço, quem montou e foi om primeiro presidente do PSC, em Gaspar, foi Roberto Basei. E quem indicou Moura ao partido, foi nada mais, nada menos, do que o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, nascido e eleito no MDB. Até que caiu em desgraça e Moura fez a festa.... Basei dançou....
Herculano
10/01/2020 11:03
da série: os milicianos fazem de tudo por uma boquinha e proteção dos irmãos. Não entendendo, Moro já fez muito mais do que os especialistas críticos de plantão. Então...

"O MORO NÃO TEM CONHECIMENTO NENHUM SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA"

Conteúdo de O Antagonista. Um dos principais defensores da cisão dos ministérios da Justiça e da Segurança Pública, com o propósito de desidratar Sergio Moro, é o ex-deputado federal Alberto Fraga, informa a Crusoé.

Coronel reformado da Polícia Militar de Brasília, ele não é apenas amigo e conselheiro do presidente. Apelidado no Planalto de "23º ministro", Fraga integra a chamada "turma da maçaneta", aquela que entra no gabinete presidencial sem precisar bater à porta nem marcar horário.

Ele disse para a Crusoé:

"O Moro pode conhecer muito de justiça, mas não tem conhecimento nenhum sobre segurança pública, com todo o respeito. Seria importante termos alguém com mais vivência na área criminal, com mais bagagem. O presidente tem ouvido todos os argumentos, mas acha que não é o momento de mexer nisso."
Herculano
10/01/2020 10:55
DPVAT JÁ NÃO CONSEGUE ENGANAR TOFFOLI E O STF, por Claudio Humberto, na coluna que ele publicou nesta sexta-feira nos jornais brasileiros

O noticiário reproduz a alegação de lobistas de que o DPVAT "ajuda os pobres" pagando remédios e assistência hospitalar, e indeniza vítimas de acidentes nos casos de morte ou invalidez. É uma meia verdade com odor de tapeação, logo percebida pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que restabeleceu novos valores do seguro obrigatório, até 85% menores. Criado por seguradoras espertas há 46 anos, o DPVAT é hoje apenas um "cartório" privado que fatura R$ 2 bilhões por ano.

NEGóCIO DA CHINA

Espertalhões inventaram o seguro obrigatório para garantir faturamento bilionário sem sair do lugar. Nem precisam de vendedores de seguro.

DIREITO Só DE PAGAR

O cidadão recebe o boleto do DPVAT sem nem mesmo saber o nome da seguradora designada por uma "Líder" para tomar seu dinheiro.

DECISÃO ACERTADA

Enfrentar o poder das seguradoras foi decisão acertada de Bolsonaro. O errou foi fazer parecer retaliação a Luciano Bivar, presidente do PSL.

PODE ISSO, MINISTRO?

Seguradoras esconderam de Toffoli o fabuloso saldo de R$8,9 bilhões. Houve um tempo no Brasil em que dava cadeia mentir à Justiça.

ESPECIALISTA EM AVIAÇÃO: 'ENGANO' NO IRÃ É IMPROVÁVEL

Especialista em controle aéreo acha improvável um "engano" no caso da derrubada do avião ucraniano abatido no Irã. É que antes de o avião decolar, o código do transponder é relacionado ao prefixo da aeronave ou número do voo, tudo fica visível pelo radar. Não há margem para "enganos". E o avião havia decolado e se distanciava de Teerã, enquanto eventual míssil hostil teria trajetória de aproximação. O avião seguia para deixar o espaço aéreo iraniano quando foi abatido.

TODOS SABIAM

Antes de decolar, o avião recebe várias autorizações incluindo centros de controle, que no Brasil, por exemplo, estão sob comando militar.

COISAS BEM DIFERENTES

"Em princípio, não há como confundir um avião com um míssil", disse um especialista que não quis se identificar.

MUITO DIFÍCIL

O especialista não descarta, apesar de remota, a possibilidade do erro. "É necessário avaliar o funcionamento do sistema de defesa iraniano".

MUITO BOM, MAS...

O governador João Doria (PSDB-SP) anunciou liberação de R$1 bilhão no "pacote de melhorias" de escolas públicas estaduais. Mas desse total, R$630 milhões já foram repassados às mais de 5 mil escolas.

COBRANÇA INCONSTITUCIONAL

O Podemos foi ao STF para tentar derrubar a cobrança de tarifa do cheque especial. O partido quer que a medida, classificada como "absurda" pelo líder Alvaro Dias, seja considerada inconstitucional.

RECEIO DO RECESSO

O meio jurídico teme que o recesso parlamentar esfrie a discussão da medida provisória que cria o contrato Verde Amarelo, mesmo com a tramitação em regime de urgência na volta de deputados e senadores.

NA HORA CERTA

Donald Trump e o pré-candidato democrata Michael Bloomberg terão vídeo de um minuto no intervalo do SuperBowl, final do campeonato de futebol americano. Segundo a imprensa local, cada um pagou US$ 10 milhões para cortejar audiência estimada em 100 milhões de pessoas.

MELHOR QUE OS OUTROS

Vice do Facebook, Andrew Bosworth reconheceu que a rede social foi vital para a eleição de Trump, mas não por intervenção russa. "Ele executou a melhor campanha de anúncios digitais que eu já vi", disse.

TEMPLO DE OBVIEDADES

Parece mentira, mas o Brasil precisou aprovar uma lei para determinar que a Marinha seja responsável por licenciar e fiscalizar embarcações de propulsão nuclear. A burocracia óbvia veio antes do submarino.

VITóRIA IMPORTANTE

A lei que cria a identidade do autista, sancionada esta semana, é uma vitória de quem enfrenta condição, imperceptível na maioria das vezes. A prioridade no atendimento vem para facilitar a vida de muita gente.

NA SANTA CASA

O professor e médico especialista em otorrinolaringologia José Eduardo Lutaif Dolci será empossado Diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo no próximo dia 7 de fevereiro.

PENSANDO BEM...

... censura é censura, independentemente do que é censurado.
Herculano
10/01/2020 10:47
POR QUE BOLSONARO FALA TANTO DE IMPEACHMENT?, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente usa perigo como válvula de escape e fabrica ideia de perseguição

Em seu quinto mês no cargo, Jair Bolsonaro pronunciou a palavra impeachment pela primeira vez. Quando estudantes protestaram contra o bloqueio de verbas da educação, em maio, o presidente disse que o congelamento era necessário para que ele não fosse derrubado.

"Quem decide corte não sou eu. Ou querem que eu responda a um processo de impeachment no ano que vem por ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal?", perguntou.

Não era bem assim. Bolsonaro sabia que o Orçamento era apertado quando resolveu se candidatar. Sabia também que sua assinatura determinaria as áreas afetadas pelos ajustes nas contas. O presidente, na verdade, quis explorar o risco de destituição como uma artimanha política.

O truque tem duas funções. Em geral, o perigo do impeachment é usado como válvula de escape para medidas amargas ou atos que contrariem a fatia mais barulhenta do eleitorado cativo de Bolsonaro.

Foi o que ocorreu na terça (7), quando o presidente afirmou que poderia sofrer impeachment se vetasse a destinação de R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral. Ele argumentou que a lei define como crime de responsabilidade o uso do poder para impedir a execução da lei eleitoral.

Bolsonaro inventou a balela para sair de um enrosco criado por ele mesmo. O próprio governo estabeleceu aquele valor na lei orçamentária, mas passou a ser pressionado a vetar o trecho por sua base mais fiel.
Relutante em contratar esse desgaste com os parlamentares, Bolsonaro passou a espalhar a tese do crime --uma farsa, já que o presidente é livre para vetar projetos.

O segundo propósito da ameaça é pintar Bolsonaro como um personagem injustamente cercado por arapucas dos políticos tradicionais. O presidente reproduz, mais uma vez, a figura do candidato antissistema.

De quebra, também vulgariza o risco de impeachment para criar uma blindagem caso o risco surja, de fato, no futuro. Um processo desse tipo não está no radar, mas Bolsonaro insiste em testar os limites da lei.
Herculano
10/01/2020 10:45
UM ESCLARECIMENTO

Aos que estranharam a falta desta coluna no portal nesta manhã, informo-lhe que se deveu a falta de programação da Redação, trabalhando sob regime de mutirão. Desculpa-nos.

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