10/01/2020
Os irmãos estão em pecado I
Não sou afeito à teologia. Meu alcance é restrito neste assunto. Fui leitor de livros sagrados – na tentativa de ampliar o conhecimento geral; tudo apenas para dialogar, interagir e se contrapor nos extremos, aos espertos. Li a Bíblia, a Torá e muito recentemente, o Alcorão. A resiliência, percebi, entretanto, é um ponto comum dos escritos sagrados aos de fé. Ela guia e estimula à crença dos seus rebanhos diante dos revezes e injustiças (profundas). O que a política partidária de Gaspar, “recheada” de evangélicos pentecostais – numa terra berço de padres, bispos e arcebispo - faz ou se omite com o “irmão” suplente de vereador, José Ademir Moura? Tortura! Ele foi tirado na marra PSC da noite para o dia e jogado aos “leões” e manipuladores do PP. Tudo contra à sua vontade. É algo bárbaro e indecoroso; não apenas à lei de Deus. Este ato de força, mostra bem a cara e como age poder de plantão, liderado pelo evangélico, Kleber Edson Wan Dall, MDB. Fez isso, só para esconder o que se quer esclarecer à comunidade. Será Moura resiliente? Só a um resiliente será permitido entender e superar à deformação dos homens, dos irmãos...
Os irmãos estão em pecado II
Moura,835 votos, como primeiro suplente da coligação PP/PSC está (ou estava, não se sabe mais) no lugar do mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, 927 votos, presidente do Samae. Melato bateu na trave na reeleição, até então tida como fácil e certa. O vencedor na coligação foi o novato, médico, funcionário público municipal, evangélico da Assembleia de Deus e então apadrinhado do irmão congregado de mesmo templo, Kleber, Silvio Cleffi, PSC, 936 votos. Moura passou quase três anos na Câmara. Foi interrompido pelo segundo suplente da coligação, Pablo Fachini, PP, 807 votos; e duas vezes pelo terceiro suplente, Cleverson Ferreira dos Santos, PP, 693 votos. Moura, também fiel da Assembleia de Deus, mas em outro templo, foi, verdadeiramente, esse tempo todo, um zumbi político na Câmara. Era esse o papel dele. Guardava a “vaga” do Melato; obrigava-se, cegamente, ao voto ao poder de plantão. Falar? O menos possível e só a favor de Kleber. Opinião própria? Zero! E mais: teve que empregar no gabinete como assessor o cabo eleitoral do Melato, José Carlos Spengler. É, aquele que foi pego a passeio à Terra Santa e Roma, em pleno horário expediente, tudo devidamente abafado, com a ajuda do Silvio quando ele era o presidente da Casa. Meu Deus!
Os irmãos estão em pecado III
Três anos de submissão incondicional aos donos do poder de plantão e no papel de bobo no Legislativo não poderiam ter destino pior. Moura, agora, chora. Lágrimas de verdade. Quem é o único culpado disso? Ele próprio. Moura não foi às sessões Câmara desde àquela tarde de novembro, em que os do poder de plantão fizeram ele assinar documentos desistindo do PSC e se “filiando” no PP, para formar o blocão MDB, PP, PDT e PSDB de proteção do governo Kleber na CPI da Rua Frei Solano. A CPI tenta apenas esclarecer às dúvidas da drenagem tocada pelo Samae do Melato e que se arrastaram por mais de um ano – e da re-pavimentação, tocada pela secretaria de Obras e Serviços Urbanos, de Kleber depois que inventaram culpas para tirar a empreiteira Engeplan. Manipularam ao extremo o boneco Moura. A máquina de poder que se instalou na prefeitura Gaspar jogou no fundo do poço a dignidade de Moura perante à família, à comunidade, o partido e os próprios irmãos eleitores dele. Impressionante! Tudo para a CPI não funcionar. A pergunta que não quer se calar é: o que de tão grave se esconde, para se aplicar humilhação articulada tão vil contra Moura, um aliado manso e fiel?
Os irmãos estão em pecado IV
O suplente de vereador, Moura acuado, desmoralizado e feito um joão-bobão, até decidiu pelo suicídio político. Foi ao presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, com a carta de renúncia do mandato. Ciro pressentiu a bomba. Moveu mundos e fundos para Moura não protocolar o documento. Evitou o escândalo, a notícia, a verdade e o debate. Ciro, neste caso, trabalhou por Kleber, MDB e a favor do governo nas manobras na CPI. E olha que prometeu à oposição que seria isento. Fez de tudo para Moura ficasse calado, sumido, sem autonomia. Questionado, Ciro até disfarçou sobre a ausência de Moura nas sessões: “ele está com o pai muito doente no Oeste”. Só se for de vergonha pelo que acontecia por aqui com o seu filho. Ciro, mais tarde, pego pelas incoerências, fatos e testemunhos, abrandou. “Eu falei ao Moura que se renunciasse, não voltaria mais [como vereador]”. Ameaça? Mas, a pergunta que não quer calar é: quem é que disse ao Ciro que Moura quer voltar a ser vereador-boneco para Kleber, Melato, CPI e o blocão? Se Melato não voltar para salvar a sua própria pele, quem fará isso obsequiosa e resilientemente no lugar de Moura? Pablo? Dificilmente! Cleverson? É preciso testar e conferir! Acorda, Gaspar!
Em 2020, ano que poderá ser decisivo nas mudanças que se iniciaram nas urnas de outubro de 2018, o lema abaixo continuará sendo o meu compromisso com os leitores e leitoras que me garantem a liderança da audiência e credibilidade:
"Mérito maior não há que viver buscando a verdade, mas sem pretender jamais ser o dono dela", do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, hoje aposentado. Ele é de um tempo em que o STF era a face de referência e respeito da Justiça brasileira
A criatura se tornou maior e absorveu a criadora. A notícia que esta coluna deu em primeira mão na imprensa catarinense na semana antes do Natal de que a Seara comprou a unidade de margarinas de Gaspar da Bunge, montada pioneiramente pela Ceval no então parque industrial da sua sede no Poço Grande, poderá ter desdobramentos nada agradáveis na área de arrecadação a Gaspar.
A Seara era um frigorífico familiar (dos Paludos) nascido na cidade do meio oeste catarinense e que lhe empresta o nome. Na década de 1980, a Ceval o adquiriu para diversificar o seu portfólio de negócios, restrito às proteínas vegetais.
A Seara chegou a possuir sede em Gaspar, dividindo com a Ceval o espaço do Centro Administrativo Renato Manoel Peixoto. Arrojada, ao estilo da Ceval capitaneada pelo executivo Vilmar de Oliveira Schürmann, a marca Seara “incomodou”, de verdade, as líderes Sadia e Perdigão, hoje apenas marcas de produtos da BR Foods.
É um mundo empresarial dinâmico, atual, influente seja no Brasil ou no mundo, com cifras bilionárias em dólares e que nada lembram às dificuldades e o romantismo familiar da origem de todas essas marcas e frigoríficos nas expansões e incorporações iniciadas na década de 1970.
Quando a bicentenária holandesa Bunge comprou a líder brasileira Ceval –comercialização, industrialização e exportação de grãos - em 1997 da controladora Cia Hering, de Blumenau, vendeu a Seara à norte-americana Cargill em 2004, coincidentemente, a empresa que “disputou” com a Bunge a compra da própria Ceval. A Bunge alegou para isso, o tal foco estratégico na área de commodities.
Durou pouco. Isso mostra a dinâmica nesse ambiente de negócios que lhes pontuei. A Cargill que lida com proteínas vegetais e animais no mundo todo, por sua vez, vendeu a Seara à Marfrig em 2009 e a sede da Seara ficou em Itajaí. A Cargill alegou para isso, o tal foco estratégico em commodities no Brasil.
Já em 2013 – favorecida por uma política expansionista dos governos petistas, com as tais campeãs nacionais, alavancadas com recursos do BNDES – a JBS comprou da Marfrig, as marcas e as unidades da Seara e a tornou líder de verdade no seu segmento. Hoje a JBS é a maior industrializadora de proteínas animais no mundo.
Agora, a Seara como marca e unidade industrial – e não como sede - volta a Gaspar, mas naquilo que não era dela, a produção de margarinas, que foi o início da diversificação da antiga Ceval e que não tinha nada a ver com a Seara: a margarina, cremes vegetais e maioneses.
Aliás, o desenvolvimento de tudo isso nas marcas Bonna, All Day, Ciclus e Miletto (todas descontinuadas pela Bunge, só a Soya ainda está no mercado) tem muito a ver com a engenheira química gasparense, Amélia Wehmuth, ainda moradora na cidade, e há muitos anos afastada dessa atividade.
E qual a razão das dúvidas desse negócio para Gaspar – que foi estudado no seu ambiente logístico, produtivo e de rentabilidade? O fiscal. A Bunge Alimentos dava o status de ser a maior empresa de Santa Catarina nesse ambiente. Agora, tudo é incerteza – mesmo diante dos comunicados oficiais. E as certezas? A dinâmica que envolvem cifras milionárias, produtividade, atualização, poder e competitividade a favor dos acionistas.
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