20/06/2019
Como funciona de verdade o governo do prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall e do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira? Ele contrasta à propaganda oficial, é vingativo e deixa mais vulneráveis os já expostos. Então é por isso, que ambos estão trocando pela quarta vez a assessoria de comunicação ao invés de mudar comportamentos, conteúdos e que estão lhes deixando a pé na busca de reconhecimento para a reeleição. Quer mais um exemplo? Era possível ler na pauta da sessão da terça-feira passada da Câmara esta informação: “Lei nº 3.978/2019, promulgada pelo vice-presidente desta edilidade, Dionísio Luiz Bertoldi, datada de 06/06/2019, que dispõe sobre o ‘plano de evacuação em situações de risco nos estabelecimentos da rede municipal de ensino do município de Gaspar. Destino: a Lei nº 3.978/2019 vai aos Arquivos da Casa, à disposição dos Senhores Vereadores. Publicada no DOM (Diário Oficial dos Municípios de Santa Catarina) na data de 10/06/2019. Encaminhe-se a referida Lei ao Executivo Municipal”. Uau!
Só na sexta-feira me foi possível assistir à gravação da sessão. Bingo. A única menção a este fato aconteceu por leitura obrigatória pelo secretário, Silvio Cleffi, PSC. Nem o autor, o vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, nem o vereador petista que a promulgou no lugar do presidente Ciro André Quintino, MDB, nem Ciro, nem o líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, nem ninguém, tocou no assunto ou justificou à razão dessa anomalia procedimental, mas permitida pela Lei Orgânica e o Regimento Interno da Câmara. E olha que tanto Anhaia, Cícero e Dionísio foram protagonistas de frontais debates em defesa e contra o governo Kleber durante naquela sessão. Como um prenúncio de que isto aconteceria – e isso é um indicativo de como sou assertivo nas manhas e tramas da política e dos políticos de Gaspar e Ilhota -, no dia seis de maio, uma segunda-feira, ou seja, um mês antes, fiz a seguinte manchete na coluna do portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, mais acessado e atualizado de Gaspar e Ilhota. “Falta a sanção do prefeito. Agora, Gaspar possui um Projeto de Lei aprovado na Câmara – e de origem Legislativa – que obrigada à rede municipal de ensino implantar o plano de evacuação de risco à vida das pessoas. E precisava ser tão tardiamente diante de tantas evidências? Resumindo: era muito bom para ser verdade.
E por que ressaltei naquele artigo que Gaspar possuía um PL aprovado na Câmara? Porque como informei no mesmo artigo, a repercussão na imprensa, nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens, tinha sido mínima sobre este assunto, como foi com este desdobramento. Era, antecipava, muito “estranho em algo que lida com a vida de milhares das nossas crianças”. Ressaltei ainda naquele artigo: “na prefeitura houve quem coçasse a cabeça diante de tal obrigação mínima que pode virar lei. E se isso acontecer, ela valerá só para o ano que vem. Sintomático a reação dos políticos. Não é a primeira vez que isso acontece. Essa preocupação com a vida das pessoas em ambientes públicos vem desde 2013. Lá a ex-vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, diante da tragédia daquele 27 de janeiro, 242 jovens, basicamente, morreram e outras 680 pessoas se feriram no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Andreia fez discursos contundentes e propôs ações práticas para obrigar o poder público a sinalizar, ter equipamentos preventivos e a dar o mínimo de segurança nas rotas de fugas nos prédios públicos daqui. Resumindo e bingo pela segunda vez: o PT de Pedro Celso Zuchi trabalhou contra só porque Andreia era uma adversária que não lhe dava tréguas. Alegou custos, impossibilidades e até inconstitucionalidade. Uma barbaridade".
Bom, o que aconteceu com Kleber? Seus vereadores não combateram a ideia e o PL de Cícero quando estava na Câmara. Ficava ruim perante os gasparenses. Quando o PL 08/2019 aprovado chegou ao seu gabinete, Kleber ficou providencialmente quietinho, apesar de um monte de caros assessores e advogados que possui para orientá-lo. Ao invés de sancionar o PL, ou vetá-lo total ou parcialmente, sem argumentos e coragem para não ficar com outra má imagem na comunidade, deixou o prazo se esgotar, silenciosamente. E qual a razão disso? O autor do PL é um vereador oposicionista, Cícero Giovani Amaro, PSD, funcionário público (Samae). Os louros não seriam do governo que não teve esta iniciativa, apesar de fácil, necessária e óbvia. Não se tratava de uma obra cara para discursos, papelinhos e inaugurações. Consultado por que não promulgou (ato que se dá na Câmara quando o prefeito não sanciona um projeto aprovado no Legislativo), o presidente Ciro alegou que perdeu o prazo, apesar da cara e competente assessoria que o cerca. Na verdade, Ciro não quis se indispor com o poder de plantão. Lavou as mãos em algo tão vital a funcionários, crianças, professores gasparenses das escolas. E por que Dionísio assinou? Porque lhe deram para assinar, depois de abrir um novo suposto prazo para isso, logo ele do PT que também já falhou neste tipo de assunto pela vida. E por que Cícero ficou calado na sessão sobre algo seu, tão estranho no procedimento regimental, mas ao mesmo tempo tão importante para a cidade e as pessoas. “Era tanta coisa que faltou tempo”. Finalizando: perdeu uma oportunidade de ouro para se posicionar. Acorda, Gaspar!
As mudanças no varejo promovidas por Kleber Edson Wan Dall, MDB, na estrutura do seu governo visam unicamente à formação de alianças políticas partidárias para lhe dar suporte às eleições do ano que vem, ao mesmo tempo que aposta e quer que elas não aconteçam se a PEC do deputado Rogério Peninha Mendonça, MDB, passar.
Próximos ao próprio poder de plantão de Gaspar, no entanto, temem que as indicações possam enfraquecer ainda mais à entrega de resultados prometidos em campanha e que já vinha sendo percebida por parte da população. É que a prefeitura virou um comitê eleitoral.
E a troca, pela quarta vez, da estrutura de comunicação tem esse sentido. A nova titular que não é de Gaspar, Amanda Weber, trabalhava na secretaria de Turismo de Bombinhas. Passou pelas prefeituras de Itapema, Balneário Camboriú e Itajaí. Ou seja, é do ramo à beira-mar. Nas redes sociais era Ciro e Paulinha, e contra Bolsonaro, liderando inclusive o tal “Ele Não”.
A comunicação realmente era falha, feita por gente não experimentada, mas principalmente mandada por curiosos. A nova titular vai ter que vencer essa barreira, depois encontrar e criar conteúdos para convencerem os eleitores.
A prestação de contas imprensa que Kleber inventou para distribuir à cidade, além de mostrar que a comunicação digital falhou, como comentei na coluna da sexta-feira passada, mostra também que nem revisão essa gente é capaz. A prestação é de 2017/2018, que já passou faz tempo, com coisa de 2019, para uma gestão que 2018/2023, como mostro no detalhe. Estão contando com o ovo na galinha? Acorda, Gaspar!
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