19/03/2020
As prometidas obras úteis e necessárias são os carros chefes da propaganda de governo da administração de Kleber, mas ao mesmo tempo devido à falta de transparência e transtornos, são elas que despertam dúvidas, reclamações e questionamentos da sociedade.
O governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB; do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP; e principalmente do prefeito de fato Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB gasparense, ex-coordenador da campanha de Kleber e secretário da toda poderosa pasta da Fazenda e Gestão Administrativa, talhada na Reforma Administrativa para ele, acaba de descobrir o seu próprio “coronavírus”, para não fugir da palavra da moda. É invisível, mas que, espalha-se sem controle. O vírus de verdade paralisou a vida e a economia dos poderosos mundiais nos últimos dias e continuará sendo uma dúvida para os próximos tempos. No caso gasparense, Carlos Roberto Pereira foi simples e providencialmente isolado para não contaminar o que já está vulnerável no governo.
A tentativa é uma armação de fachada do poder de plantão. É para salvar a imagem doente do governo Kleber perante o eleitorado. E por que? É que governo vai ser testado nas urnas em quatro de outubro deste ano. E está injuriado. As pesquisas internas mostram que ele não vai bem na avaliação, mesmo diante de tantas obras, cooptações, empreguismo desenfreado e propaganda oficial onde o próprio Kleber é o permanente repórter dos feitos e de si próprio. E a cada dia, sabe-se quais os principais calos e causas. Então para o lugar de Carlos Roberto na “articulação” e para superar os desgastes, assumiu outro Pereira, a quem Carlos Roberto fez apostas de bastidores para deixa-lo fora do governo: Jorge Luiz Prucinio. O evangélico Jorge, amigo de Kleber, foi levado – em manobra bem-sucedida realizada pela vereadora Franciele Daiane Back contra a ex-vereadora Andreia Simone Zimmermann Nagel - a ser presidente do PSDB. Tudo para reentrar no jogo e virar, a contragosto de Carlos Roberto, chefe de gabinete de Kleber no lugar do “homem” confiança de Carlos Roberto, Roni Jean Muller, MDB.
O “vírus” que tira o sono da reeleição de Kleber não está totalmente controlado. Ele se alastrou repentinamente depois que se abriu à temporada de traições e acomodações. Ela vai até três de abril. Nesta brecha, vereadores e candidatos podem se filiar e trocar de partidos. Inicialmente Kleber usou a máquina para empregar e fortalecer as alianças que o elegeu. Em 2018 e 2019 tratou de trazer o PDT e PSDB para dentro do governo; e se livrar de quem não quis trazer votos em outubro de 2018. Conseguiu retomar a maioria na Câmara por barbeiragem dele, de Carlos Roberto e do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP; retomo-a, com margem, neste ano depois de três aventuras malsucedidas para emplacar o presidente da Casa, como se lá fosse um puxadinho da prefeitura.
Agora, o governo Kleber está na fase de acomodar o desgarrado Silvio Cleffi, PSC; ele vai ter que ir para o partido que Kleber, seu criador político, o obrigar. O governo abriu à sepultura para enterrar, tecnicamente, a CPI das dúvidas das obras da Rua Frei Solano, no Gasparinho. Faz isso, entretanto, em cova rasa como venho detalhando em sucessivos artigos – em função de se ter mais espaços - no portal do Cruzeiro do Vale; há uma grande chance deste e outros fedores perdurarem até outubro; não é bom. Kleber sabe onde dói. As pesquisas apontam isso, há muito tempo. E por isso, desesperadamente, tenta uma solução para a caótica situação da saúde; pela quinta vez, em três anos, muda a gestão do Hospital de Gaspar sob sua intervenção. Enquanto isso, toureia as queixas do PP, o qual não é doido em se desgarrar; cuidou do PSL para ser seu, via os deputados Ricardo Alba e Ismael dos Santos, PSD; colocou trancas no PRTB para não perder os conservadores, evangélicos e os de direita. Agora monitora com mão de ferro o PL que se encorpa e o ainda minguado DEM. Tudo para ninguém ser uma terceira via de verdade. É que do PT, o governo Kleber aposta – e curiosamente nas mesmas pesquisas que o mostra infectado pelo vírus da desconfiança - no desgaste da sigla, incluindo o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi.
O que encuca os especialistas da política à moda antiga, foi o ato de Kleber e o MDB chamar o presidente do PSD, ex-vereador, ex-candidato a prefeito derrotado, Marcelo de Souza Brick para sócio da corrida à prefeitura. Brick aparecia nas pesquisas como um potencial candidato para derrotar Kleber. Então a arte foi para desarmar e somar. Agora, que se declararam pares com a possibilidade de Brick ser o vice de Kleber, nas pesquisas, esta parceria não somou. Ficou na margem de erro o crescimento. E pode estar aí, o verdadeiro efeito do “vírus” que ronda a política local. Brick era a esperança para mudar, e não para se juntar ao que se decepciona, impõe e desafia à transparência. Ao se declarar Kleber, Brick se contaminou e os eleitores se afastaram, como faz a maioria ao descobrir um portador do verdadeiro coronavírus. Kleber e os seus, esperam que esse contágio passe logo. Acorda, Gaspar!
Frase. Assistia um dos capítulos da terceira temporada “Boardwalk Empire” – ou Império do Contrabando -, que trata da máfia americana início do século 20, disponível na HBO-GO streaming, quando um personagem, bandido, concluiu: “o mundo será tomado pela ignorância, corrupção e sordidez”. É preciso comentar alguma coisa sobre esta atualidade?
É impressionante como na Câmara de Gaspar, defensores do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, para justificar o que se cobra de eventualmente errado pelos adversários, alegam que os governos petistas também fizeram a mesma coisa, com os mesmos vícios ou dúvidas.
Perguntar não ofende: Kleber não foi eleito exatamente porque não concordava e dizia aos eleitores dele que iria mudar este estado de coisas? Então é o próprio governo que incuba e propaga o “vírus” de uma nova mudança para não se repetir os conhecidos erros do passado. É difícil para os do poder de hoje compreenderem algo tão óbvio e simples?
Demetrius Wolff, do futuro “Aliança pelo Brasil”, em Gaspar, organizou à bem-sucedida manifestação contra os congressistas espertos, vadios, chantagistas e cheios de privilégios, no domingo passado, nas escadarias da Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo superando até, boicotes explícitos no próprio arco-ideológico.
O vídeo de Demetrius foi parar nas redes sociais do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido. Ele comemorou. A publicação dele foi curtida por mais de 500 mil internautas em apenas em dois dias, informou. Ora, se Gaspar tem menos de 70 mil habitantes e 47 mil são eleitores, sobraram ilusões.
O presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, fez uma aposta não apenas equivocada, mas totalmente errada contra o coronavírus, ouvindo os filhos doidos, um guru horoscopista e a militância gado. Pior, desprezando um técnico reconhecidamente eficaz, seu ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta. É cedo, mas poderá afetar o seu patrimônio e até as eleições de outubro.
Os deputados federais catarinenses que depois do veto ao que se permitia matreiramente o Legislativo passar a mão em R$30 bilhões do Orçamento da União, espetou, por vingança ao presidente da República, outros R$20 bilhões por ano para ampliar o BPC, na conta dos brasileiros, sem indicar fontes de recursos. Os irresponsáveis são: Ângela Amin, PP; Carmem Zanotto, Cidadania; Celso Maldaner, MDB; Geovânia de Sá, PSDB; Hélio Costa, Republicanos; Pedro Uczai, PT; e Rodrigo Coelho, PSB.
Receita extra. Pouco se divulgou, mas Gaspar recebeu R$1,5 milhão do excedente da partilha do pré-sal leiloado no ano passado.
Valorizando o passe. O presidente da Câmara, Ciro André Quintino, deverá permanecer no MDB. Quem garante isso são os deputados Carlos Chiodini (Federal) e Jerry Comper (estadual) tutores do vereador no partido e para quem Ciro é cabo eleitoral por aqui.
Novos hábitos? As sucessivas greves dos bancários apressaram, a necessária digitalização dos serviços. Hoje ir à agência é uma perda de tempo. O coronavírus poder indicar que as empresas podem diminuir os custos de locação e transferir os serviços para as casas dos seus empregados ou contratados.
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