14/02/2018
Na quarta-feira passada, dia sete, aqui, com o título “Um retrato de Gaspar”, mostrei um vídeo em que um solitário e despreocupado gasparense, estacionou tranquilamente o seu carro sobre a “recém-aberta” ponte do Vale – hoje a principal ligação da cidade e região com a BR-470. E dali foi pescar robalo no Rio Itajaí Açú, como ele próprio informava aos autores do vídeo. A pescaria se frustrou por dois aspectos. Primeiro porque a linha era pouca para a altura entre a ponte e o Rio; segundo, porque, avisada, a Ditran apareceu para multar e obrigar o motorista-pescador na retirada do seu veículo.
O vídeo de hoje é decorrente, por vias tortas, do que mostrei naquela quarta-feira. Ele foi feito e postado na terça-feira da semana passada na rede social do comunicador Rudinei Cavalheiro, e que trabalha na Rádio Comunitária Vila Nova. Rudinei fez o vídeo do seu apartamento na Rua Luiz de Franzoi, na Margem Esquerda. A narração que ele faz dos caminhões, origem dos congestionamentos, em determinados horários, na Hercílio Fides Zimmermann, Luiz de Franzoi e ponte Hercílio Deecke, fala por si só do problema. Mas vou esticá-la.
Este é o retrato da falta de planejamento e ação não apenas da Ditran (estranhamente ligada ao prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa), mas do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, incluindo a secretaria de Planejamento Territorial. É esta secretaria deveria cuidar desse assunto. Mas, o prefeito resolveu desmoralizar o técnico titular dela, o engenheiro Alexandre Gevaerd. É a sua secretaria que “planeja a circulação de tráfego, de veículos e pedestres, e a modernização do Sistema Viário”, em Gaspar.
Este vídeo, na verdade, é a repetição de um outro semelhante, feito pelo próprio Rudinei, do mesmo local. Ele foi-me passado há meses, quando a prefeitura anunciou que, finalmente a ponte do Vale substituiria a velha ponte Hercílio Deecke, aqui no congestionado Centro, como a principal entrada e saída com a BR-470 para os caminhões pesados de longo curso. Quando vi este vídeo da coluna de hoje na semana passada, até questionei se não era o mesmo de meses atrás. Não era! Pior: era a prova de que nada mudou.
É uma crônica de sucessivos erros anunciados. É mais um daquela série onde a soma de pequenos problemas se tornam um grande problema e da qual já escrevi outras vezes. A desculpa de que o atual governo não possui experiência ou que está no “início” da gestão, é algo que beira a piada. Já se passaram 14 meses da “nova” administração. Isso sem contar a preparação que durou quatro anos de campanha, observação, críticas e discursos sobre soluções que tinham. Cuidado. Em 30 meses estará tudo terminado com uma eleição avaliação. E isso chegará bem rápido. Se não acordar...
Para encurtar. Essa crônica começa com o fechamento da ponte do Vale, após ela ter sido ela inaugurada de araque às vésperas do Natal de 2016 pelo ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Kleber e os seus souberam disso logo em janeiro, quando depois de promete-la abrir em 15 dias, só foi possível cumprir a promessa quase seis meses mais tarde. Então sobrou tempo suficiente para planejar e conscientizar a retirada da passagem dos caminhões da ponte Hercílio Deecke para a do Vale. Quando a ponte do Vale reabriu, descobriu-se que não poderia se fazer isso. Faltava o básico, o essencial: a sinalização orientativa. Meu Deus!
Resolvido isso (confecção e fixação da sinalização que demorou quase dois meses), vê-se pelo vídeo da semana passada e mais outros quatro meses depois de “implantada” a determinação, que falta ação e fiscalização de quem deveria fazer isso. E o problema continua. Pergunta básica: o prefeito, o vice, os secretários, o superintendente e os agentes da Ditran passam por lá? Ainda não enxergaram o quer todos enxergam?
Com eles – o vídeo e o problema – entende-se melhor a razão pela qual a secretaria de Planejamento Territorial não funciona num de seus atributos e onde o seu titular engenheiro, importado exatamente por isso, é reconhecido pelo seu passado: o “planejamento da circulação de tráfego, de veículos e pedestres, e a modernização do Sistema Viário”.
A tal mudança viária prometida para ser implantada entre o Natal e o Ano Novo está esquecida. É apenas lembrada aqui. E olha que se estudou ela por quase um ano. Kleber ao ouvir a gritaria paroquial, adversários e os amigos admitiu desfigura-la. Parecem o presidente Michel Temer, MDB, com a necessária e obrigatória Reforma da Previdência. Poderá, até implanta-la, mas à meia boca.
Ou seja, não resolverá os problemas e criará novos. Os resultados projetados para a coletividade, não virão, provavelmente. Mas, estará achando que garantirá a “paz” entre os amigos e até adversários.
Eles, por sua vez, provavelmente, sentir-se-ão empoderados e até “confortáveis” nos congestionamentos desde que suas ideias empíricas prevaleçam sobre as técnicas ou à realidade. Mais uma vez os interesses pequenos, políticos e particulares estarão atendidos.
Vai se repetir o que o vídeo recente de Rudinei mostra e prova: a da Gaspar que se atrasa por conta dos políticos. Então é de se perguntar, o que ainda faz em Gaspar Alexandre Gevaerd? Vai esperar ser expelido do governo de Kleber como incapaz como foi a outra técnica Dilene Jahn dos Santos, na Saúde? Ela saiu. E o problema da Saúde, até gora, oito meses depois está pior. Acorda, Gaspar!
Hoje é quarta-feira de Cinzas. É quando o sagrado, na lenda cristã, supera o tempo profano. Entramos na Quaresma. E hoje é dia de sessão na Câmara de Gaspar, sempre feita as terças-feiras. Ontem, entretanto, foi de folia e fantasias.
Falta de sintonia? O projeto de lei do ex-presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, obrigando pelo menos um funcionário de escolas e creches de Gaspar à formação de primeiros socorros e prevenção de acidentes, contraria, em tese, o discurso feito pelo prefeito de fato, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do MDB de Gaspar, Carlos Roberto Pereira.
Pereira, teoricamente certo, está caçando e tentando evitar brechas para penduricalhos pagos a funcionários públicos. Evandro Carlos Andrietti, MDB, é o relator. Um bom teste para ver se esta tese é verdadeira ou não. A dita oposição, agora em maioria, está ávida pelo parecer favorável do relator. Votará em bloco a favor do funcionalismo.
Quando eu escrevo aqui, o ranço me crucifica, como se o erro e o vício fossem algo impossível aos homens públicos. Esta cena é da sessão da Câmara da semana passada. Estava na Ordem do Dia – ou seja, se sabia antecipadamente da liturgia que o ato exigia - a leitura do parecer do relator do projeto de lei 76/2017, de Silvio Cleffi, PSC, que institui em Gaspar a Semana de Conscientização do Tabagismo.
Chama-se o relator, vereador Cicero Giovani Amaro, PSD, para da tribuna ler o “seu” parecer sobre o PL. Ele não o tinha. Uma assessora técnica que estava atrás da mesa diretora resolveu o embaraço. Ofereceu o papelinho com o tal relatório. Quando Cícero leu e pediu aos demais vereadores a sua aprovação, ficou evidente que não conhecia o texto. E eu que sou o errado quando relato isso aos meus leitores e leitoras.
Perguntar não ofende. O vereador Silvio Cleffi, PSC, é prefeito de Gaspar, ou por enquanto apenas o presidente da Câmara?
O deputado Jean Jackson Kuhlmann, PSD, com os vereadores do partido aqui em Gaspar (Wilson Luiz Lenfers e Cícero Giovani Amaro), o presidente local do partido, Paulo Wandalen, e seu ex-assessor Marcelo de Souza Brick, pendurado numa teta do governo de Raimundo Colombo, foi posar com um papelinho, dizendo que era a prova de uma verba que arrumou para ajudar a construção de um CDI na Coloninha, território de Cícero.
Antes, o deputado já tinha passado pela imprensa com o mesmo discurso e propósito. Resumindo: só propaganda de campanha eleitoral em lugar errado. O lugar de comunicar e entregar tal verba é na prefeitura, ao prefeito. São eles que vão executar e gerir a obra. Como estão supostamente todos do PSD na dita oposição temporária, estão usando o pesado imposto do povo para promoção política pessoal e partidária.
A coluna retrata o dia-a-dia da política, dos políticos e dos gestores públicos. E aí sobram fatos, faltam espaços para desespero e ira dessa gente. A vereadora Franciele Daiane Back, PSDB do MDB, é uma das mais ferrenhas defensoras do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Por conta disso, queria e lhe prometeram a presidência da Câmara, mas foi “traída” e todos já sabem disso faz tempo.
Franciele, cheia de mágoas, continua fiel a Kleber. Entretanto, isso está lhe custando alguns desacertos no curral eleitoral do Distrito do Belchior, bem como nas redes sociais. Neste final de semana, Franciele, que é jornalista, ao posar com o vereador Rafael Pfuetzenreiter, de Pomerode, e fazer o natural mimimi de apoios mútuos, o clima esquentou na propaganda.
Também pudera. Kleber não o ajuda Franciele, por mais que jure que esteja fazendo isso por ela e o Belchior. Na Câmara na semana passada, Franciele contou como fez para chegar naquele dia à sessão. Foi sincera, mas ao mesmo tempo, ingênua.
Segundo ela, só chegou a sessão depois de quase se perder com o seu carro em meio à poeira da Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo, a qual foi obrigada a tomar por estar fechada a BR 470, numa detonação de rochas programada e avisada com antecedência. Os motoristas tomaram as providências; a prefeitura não. E mais uma vez, naquilo que se tornou rotina no problema e não na esperada solução por parte gestores públicos. É outro retrato de Gaspar.
A vereadora e a moradora do Belchior Franciele, sentiu na pele, o que sentem os de lá defendidos por ela. Eles reclamam e não são atendidos. Uma parte da Rua Vidal Flávio Dias vira um inferno nesses dias, mas mesmo avisada, a superintendência não é capaz de programar a passagem do caminhão pipa para molhá-la na parte que é de barro. E na outra, a asfaltada, a Ditran, não aparece para colocar ordem na alta velocidade aos apressadinhos, naquela região de escape da BR 470.
Esse assunto, de administração pública óbvia, num plano de crise, já foi tema desta coluna várias vezes, mas ninguém lá leu, apesar de alfabetizados; foi tema de sugestões dos moradores de lá do Belchior dezenas de vezes por vários canais e intermediários, mas ninguém na prefeitura ou superintendência parece entender o que está se pedindo; foi tema de sucessivas reclamações na tribuna pelo vereador Rui Carlos Deschamps, PT, ex-superintendente do Belchior e que por isso, entende desse riscado; mas como é de oposição...
Por fim, esse mesmo assunto foi tema de apelos, como relata, da própria Franciele por ser do governo, ao pé do ouvido do prefeito Kleber. Ele, como se prova parece estar surdo. O que mais precisa ser feito para os moradores da Rua Vidal Flávio Dias serem respeitados quando os usuários da BR 470 invadem aquela via?
Definitivamente, uma conclusão óbvia: o prefeito Kleber está acabando politicamente com Franciele nos seus próprios domínios e em plena ressaca da derrota dela para a presidência da Câmara. Só a vereadora ainda não enxergou o que todos constatam.
E para completar o ciclo de que o culpado, para os políticos e os gestores públicos, é o outro: mãe da vereadora, inconformada com as cobranças dos eleitores para com a filha, ainda avisa de que a vereadora jornalista, poderá processar os internautas que criticam ou cobram nas redes sociais, ação e coerência na representatividade da vereadora com o Distrito. Hum!
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