10/01/2019
Marcelo de Souza Brick, PSD, estava marcado para estar no DEM. E antes da eleição de outubro passado. É do DEM de onde ele planeja liderar uma chapa para ser outra vez candidato a prefeito de Gaspar. Conversa e faz promessas. E já está sendo engolido pelos fatos e armações. A ida dele para o DEM foi costurada com o deputado Federal, ex-prefeito de Blumenau e vice-governador derrotado, João Paulo Kleinunbing, ex-PSD e o “novo dono” do DEM catarinense. Marcelo pediu um tempo. Antes queria ser candidato a deputado Federal – recebeu 12.513 votos em Santa Catarina, dos quais 10.009 em Gaspar. Tinha que “ajudar” o outro santo a quem serve: o deputado Jean Jackson Kuhlmann, PSD, de Blumenau, e que não se reelegeu. Foi engolido por representar o velho modo de fazer política.
O jogo de Marcelo é para ter um emprego público. Nunca foi além disso. Não percebeu que os tempos mudaram. Mais: o PSD como o DEM, representam o velho. Além disso, a história de gente nova ser uma suposta renovação, já não cola mais, ainda mais com o exemplo do grupo que administra Gaspar. O jogo de Marcelo é fingir ser cabeça de chapa e com isso reunir o máximo em redor dele; depois “vender” esse ativo, a alguém bem posicionado em 2020 para ser um vice na reeleição de Kleber Edson Wan Dall, MDB, nas alternativas de Carlos Roberto Pereira, Ciro André Quintino, ou até, de um nome que possa surgir no PSL evangélico, se Carlos Moisés da Silva der certo. No próprio PSD de Gaspar ele acaba de causar um desconforto sem precedentes. Andou passando o pires em diversos ambientes para completar uma suposta dívida de campanha de R$800, alegando estar sem dinheiro e sem emprego. Agora, descobriu-se que está empregado no agoniante gabinete de Kuhlmann. Receberá até o dia 31 de janeiro, R$9.161,08, mensais. E se empregou lá no dia 11 de outubro, ou seja, quatro dias após as eleições.
E como se descobriu isso? É que o presidente do PSD de Gaspar, Paulo Wandalen, era lotado no gabinete de Kuhlmann. Quando em novembro foi atrás de um valor menor como “assessor parlamentar à distância”, viu que não tinha pingado nada na sua conta dele. Soube da troca. Um mal-estar sem tamanho. Marcelo é um jogador e sua fama, por atitudes como esta, começou a trabalhar contra ele próprio. Foi vereador – o mais votado em 2012 com 1.439 votos - e presidente da Câmara de Gaspar num acordo com o minoritário PT; disfarçou e facilitou a vida do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi. Foi candidato a prefeito e dividiu o PSD para o seu amigo partidário Giovânio Borges, também alinhado com Zuchi, ir para o PSB e de lá, ser seu vice. Conseguiu 9.210 contra 13.290 votos do vencedor Kleber. Com a eleição ameaçada do sucessor de Zuchi, Lovídio Carlos Bertoldi e que se antecipava nas pesquisas, o PT e a esquerda do atraso de Gaspar fez de Marcelo em 2016 o seu Plano B; nem disfarçou. Marcelo se coligou com PCdoB que esteve no governo Zuchi.
Mesmo empregado no gabinete de Kuhlmann, Marcelo pediu ajuda e mapeava o seu futuro em várias canoas como o PSD. Ela afundou com a derrota de Gelson Merísio. A do DEM de Kleinubing, está cada vez mais desconfiada com o jogo duplo. Marcelo já se aproximou do deputado eleito pelo PDT de Blumenau, Ivan Naatz; sondou à possibilidade de uma indicação por meio do gabinete dele. Marcelo que foi registrado como Brick Souza e depois trocou por Souza Brick, numa história familiar, complicada e longa, começou no emprego público em 2005 como encarregado da oficina mecânica da secretaria de Obras de Gaspar e depois, encarregado de compras da mesma secretaria até dezembro de 2008 no governo de Adilson Luiz Schmitt, MDB. De fevereiro de 2009 a 2012 foi assessor de Kuhlmann na Assembleia e de 2013 a 2016 foi vereador pelo PSD em Gaspar. De 2017 até abril de 2018, quando teve que se desincompatibilizar, foi assessor da SC Participações no governo de Raimundo Colombo, PSD. Reza a lenda que nunca apareceu para agradecer a quem lhe indicou. Como se vê, jovem, mas um político profissional e nas armações ilimitadas. Tetas nunca lhe faltaram. Num ambiente político brasileiro em suposta mudanças, esse currículo é um mau presságio. Acorda, Gaspar!
Este frame é de um vídeo postado pelo ex-presidente do Samae, Lovídio Carlos Bertoldi, PT, na rede social, perguntando quanto dinheiro estava sendo desperdiçado com a água jorrando por mais de quatro horas seguidas na Rua Frei Solano, no Gasparinho, isso depois da autarquia ter sido devidamente avisada, várias vezes. Quando o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, entender que há um sistemático boicote dos funcionários contra o gestor da autarquia, o mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP?.
Depois do prédio embargado que avançou sobre a Área de Preservação Permanente das margens do Ribeirão Gasparinho, vem aí o engordamento da foz do Ribeirão Gaspar Grande que se comemorava por não ter dado em nada no MP daqui. Sabe-se agora qual o caminho das pedras.
Se o secretário de Saúde, o advogado Carlos Roberto Pereira, não é o prefeito de fato, qual a razão para ele estar presente na secretaria de Planejamento Territorial tomando parte das decisões?
Ilhota em chamas. Érico da Silva, MDB, antes de Kleber, começou a limpeza política do seu staff de confiança. De uma só vez foram exonerados dez. Ele está com a planilha de resultados eleitorais na mão conferindo quem realmente possui votos para cacifar empregos de confiança e comissionados.
Quem viu, ficou impressionado com o embate de Daco (Gelásio Muller) diretor na secretaria de Obras e Serviços Urbanos com o sobrinho Roni Muller, superintendente da Gestão Compartilhada. Tio e sobrinho.
Bingo. A melhor frase da semana foi do prefeito Kleber, que a tira-colo com o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB, e que está estacionado na Saúde, afirmou com toda a segurança de que “2019 será o ano de ouro da administração”. Sintético. Perfeito.
Em uma semana de governo, o deputado estadual Jessé Lopes, PSL, de Lages, conseguiu demover duas indicações do governador Carlos Moisés da Silva, PSL. Os deputados federais estão pedindo a cabeça do presidente do partido, Lucas Esmeraldino. E o presidente de Gaspar, Marciano da Silva, não quer não ver ninguém do partido discutindo tudo isso nas redes sociais.
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