20/08/2018
Hoje, com tantos assuntos locais (Gaspar e Ilhota, o alvo dos leitores e leitoras deste espaço), vou fugir um pouco dos temas gasparenses. São muitos. Ficam na prateleira, mesmo em época da cibernética e onde tudo vai parar nas “nuvens”.
Sexta-feira saíram duas pesquisas ao governo do estado. A do Ibope para os veículos da NSC e a do Instituto Mapa, para a “festa” do pessoal do PSD que a espalhou rapidamente para neutralizar a do Ibope. Em tempos de campanha isso é assim mesmo! Sobram os ágeis, os espertos e bem armados. Pesquisa eleitoral é, ao mesmo tempo, uma ferramenta (para os condutores das campanhas e que as usam com todo o segredo na qualitativas) e uma arma (que a projetam na quantitativa para a guerra de fatos públicos, na esperança delas tocarem ou mudarem mentes e corações).
Com o passar das semanas, as pesquisas da propaganda ficam parecidas. Elas se adaptam ou retratam à realidade. Os institutos, escaldados, tendem a não passar recibos e vergonha. Tem sido assim com os mais acreditados.
No Ibope, o deputado Federal Décio Lima, PT, saiu na frente com 16%; o deputado Federal Mauro Mariani, MDB, veio com 11% num suposto empate técnico com Décio; e em terceiro, dos três que estão na disputa de verdade, veio o deputado estadual, Gelson Merísio, PSD, com 6%. Está escrito, então, a princípio, que haverá segundo turno.
Na pesquisa do Instituto Mapa usada massivamente na rede de jornais do interior ligados a Adjori, bem como nos blogs chamados de independentes, Mauro Mariani está na frente com 17,6%, Décio Lima em segundo 12,6% e Gelson Merísio, com 12,1%.
Ou seja, todos, supostamente estão empatados tecnicamente. Sintomático. Leitura óbvia disso tudo? O “jogo” está apenas começando. E confundir é a primeira tática até tudo ficar mais claro e não poder ser mais tapeado. Ainda mais, numa campanha de tiro tão curto, onde pouca coisa pode ser consertada com o avião em pleno ar. E todos os aviões já levantaram voo. E para o segundo voo, só existem dois assentos para três que buscam a fivelas deles neste trecho.
Os “vencedores” dessas duas pesquisas, e que pouca gente fala, até aqui, foram os que se declararam votar em branco ou nulo: com 34% e os indecisos, 23%, no Ibope, e respectivamente, 19,6% e 26,4% no Instituto Mapa.
Por aí, vê-se o tamanho da encrenca e ao mesmo tempo, da oportunidade para os candidatos; à distância deles dos eleitores e eleitoras; bem como à margem de ajustamento que possuem os institutos de pesquisas até às eleições nos números e cenários que vão “apurar”. E nas últimas disputas eleitorais, eles têm apanhado como poucos. Ou não aprenderam às lições, ou não perceberam bem o cansaço dos eleitores e eleitoras nos políticos, na política, nos governos, nos discursos, nas atitudes, nos resultados e nos próprios institutos.
RENOVAÇÃO ZERO
Muito dos votos brancos, nulos e o elevado percentual de eleitores indecisos está na insistência dos velhos partidos e políticos em não ousar, mudar e renovar, mesmo os que vendem isso para o seu próprio público. Todos têm donos, filas e sucessores marcados.
Veja o que aconteceu com o PSDB, que é filhote supostamente ético do velho MDB, mas em Santa Catarina, depois de Jacó Anderle e Wilson de Souza, especialmente por aqui, virou o filhote do MDB que definhou, o liderado pelo ex-deputado Federal e ex-prefeito de Blumenau, nascido em Gaspar, Renato de Mello Vianna. O MDB de Blumenau que já foi uma referência estadual, praticamente inexiste.
E do PSDB de Blumenau, o nanico do já então raquítico MDB, surgiu Napoleão Bernardes. Foi meteórico naquilo em que se meteu desde os tempos de estudante. O que era bom, tornou-se, na verdade, um problema aos donos do MDB e aos do PSDB. Nesta eleição, Napoleão chegou até ser a “carta” na manga para o “chapão” que unia a cobra e o sapo. Bobagem. Foi usado. E Napoleão virou a mosca do sapo e que já está no papo da cobra.
Vice de Mariani, Napoleão vai repetir a história que o ex-presidente nacional do MDB, ex-ministro de Ciência e Tecnologia, ex-senador, ex-deputado e ex-governador, Luiz Henrique da Silveira, nascido em Blumenau e feito prefeito de Joinville, fez com o então “novo” e o fenômeno de votos a partir de Balneário Camboriú, Leonel Pavan, saído do PDT para no ninho tucano.
Pavan trocou uma possibilidade de ser o jogador, para ser reserva rejeitado no banco. Se contentou ser vice. Ao final, para preservar o foro privilegiado, teve que se candidatar a deputado estadual porquê lhe faltava votos até no seu próprio reduto, onde tentou a prefeitura e foi derrotado.
Se Mariani for eleito, Napoleão tem tudo para repetir a história de Pavan para os tucanos que exibiram vistosas penas. Queriam o voo solo, quando perceberam, nem penugem tinham. Incrível!
Incrível, entretanto, foi a conversa que tive com um tucano de plumagem respeitada. Exibido, ele até participou desse jogo para a suposta composição do partido como se fosse um player. Na verdade, ao fim, sabe-se, tramou também pelo enfraquecimento do partido em Santa Catarina e o enfraquecimento do potencial do partido chamado Napoleão. Questionado sobre esse jogo, ele não escondeu nada e me respondeu o seguinte:
“Napoleão tem tempo para participar das seguintes inaugurações: Colégio Estadual Esperidião Amin, Ginásio Raimundo Colombo, Rua Paulo Bauer, Avenida Eduardo Pinho Moreira, Hospital Leonel Pavan, ambulatório Paulo Bauer. E quando tudo isso acontecer... Ele terá dez anos a menos que você tem hoje. Ou seja ... tempo para esperar ... é dócil... obediente”.
Só para lembrar: nome de pessoas em equipamentos públicos, só são permitidas quando elas estiverem mortas.
Ou seja, os próprios tucanos colocaram Napoleão, pelo jeito, não no banco de reservas, mas numa sepultura. Meu Deus!
Se o pai dele, o Acácio – um vendedor de livros jurídicos que virou um advogado criminalista referência lutando exatamente contra os famosos que se achavam cativos dessa prerrogativa - fosse vivo e visse isso, sei muito bem do que ele seria capaz...
Entretanto, penso que Napoleão como a sua irmã Célia (que nada tem a ver com a política e preferiu o caminho da jurisdição), quando comparados na história de vida deles, assemelham-se muito ao pai Acácio, cuja amizade e trajetória a conheço bem antes deles nascerem. Os políticos velhos, matreiros e cheios de truques que se cuidem...
E para encerrar: os políticos dizem não entender a apatia dos eleitores e eleitoras. É que os eleitores e eleitoras compreendem bem o que eles fazem contra a sociedade e a favor de si próprios, num clube bem reservado onde jovens, audaciosos e renovadores não possuem oportunidade. Basta lembrar que renovação no parlamento será circunstancial e todos os políticos que estão pedindo votos, estão fazendo com milhões que estão faltando à saúde, segurança, educação, obras como a duplicação da BR 470 e empregos. E quem decidiu isso, sem consultar os eleitores e eleitoras pagadoras de pesados impostos e dessa quizumba toda? Eles, os políticos que estão no Senado e na Câmara Federal.
No sábado na porta da noite, o portal Cruzeiro do Vale, foi invadido por crackers. Eles estamparam seu protesto. Até agora, não bem entendido contra ou a favor do que. Aparentemente, parecia não ter ele cunho político, ideológico, religioso, social ou sobre qualquer reportagem ou opinião expressa pelo ou por meio do portal e até do jornal impresso, o mais antigo e de maior circulação em Gaspar e Ilhota.
O pessoal do portal ficou "chateado". Eu, sinceramente, não. Uma investigação especializada deve apontar a origem dessa intervenção e assim compreende-la melhor. No mundo digital, quase tudo é rastreável hoje em dia.
A invasão e postagem pirata da página pelo cracker, mostrou e sublinhou à importância e o alcance desse veículo líder. O portal Cruzeiro do Vale é o mais antigo, o mais atualizado, acessado e de credibilidade em Gaspar e Ilhota. E só por isso, foi alvo de quem, por meio criminoso, queria se comunicar. Ninguém chuta cachorro morto. E tem gente morta que se finge de viva nesse meio.
O portal Cruzeiro do Vale possui importância fundamental nos formadores de opinião de Gaspar e Ilhota É fato. É pesquisa. É realidade. Não há concorrência.
Se alguém quer ter sucesso, inclusive retorno nos anúncios comerciais, terá que obrigatoriamente, valer-se e publicá-los no jornal ou portal Cruzeiro do Vale.
E para encerrar e esclarecer a diferença:
De uma forma geral, hackers são indivíduos que elaboram e modificam softwares e hardwares de computadores, seja desenvolvendo funcionalidades novas ou adaptando as antigas. Já cracker é o termo usado para designar quem pratica a quebra (ou cracking) de um sistema de segurança.
O deputado e presidente da Alesc, Aldo Schneider, MDB, morto no domingo devido a uma longa enfermidade de um câncer na coluna, e que será cremado hoje, teve uma importância relevante para Gaspar. Ele foi apresentado aos eleitores e eleitoras daqui pelo ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, depois que perdeu a corrida para reeleição e queria preservar o seu eleitorado.
Aldo conhecia bem a dinâmica e principalmente as dificuldades das prefeituras das pequenas cidades. É que ele, oriundo de Ibirama, foi duas vezes prefeito da vizinha Victor Meirelles. Aldo trocou de cabo: o vereador Ciro André Quintino, MDB, iria colocar à prova à sua condição de coordenador da campanha por aqui. Não deu tempo.
Essa condição inconciliável da saúde do deputado Aldo e do trabalho já era algo bem conhecido de todos que o cercavam. Tratei disso, ainda na coluna de sexta-feira feita especialmente edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, pois só naquela semana tinha-se revelado oficialmente, esta condição. Coisas da política partidária, dos políticos, seus ativos e espólios eleitorais.
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