MDB ENCAÇAPOU O PSDB CATARINENSE. OS PRÓPRIOS TUCANOS COLOCARAM NAPOLEÃO NA FILA DOS ESQUECIDOS. QUEM MANDA ELE SER JOVEM, TER SORTE, COMPETÊNCIA E VOTOS - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

MDB ENCAÇAPOU O PSDB CATARINENSE. OS PRÓPRIOS TUCANOS COLOCARAM NAPOLEÃO NA FILA DOS ESQUECIDOS. QUEM MANDA ELE SER JOVEM, TER SORTE, COMPETÊNCIA E VOTOS - Por Herculano Domício

20/08/2018

Hoje, com tantos assuntos locais (Gaspar e Ilhota, o alvo dos leitores e leitoras deste espaço), vou fugir um pouco dos temas gasparenses. São muitos. Ficam na prateleira, mesmo em época da cibernética e onde tudo vai parar nas “nuvens”.

Sexta-feira saíram duas pesquisas ao governo do estado. A do Ibope para os veículos da NSC e a do Instituto Mapa, para a “festa” do pessoal do PSD que a espalhou rapidamente para neutralizar a do Ibope. Em tempos de campanha isso é assim mesmo! Sobram os ágeis, os espertos e bem armados. Pesquisa eleitoral é, ao mesmo tempo, uma ferramenta (para os condutores das campanhas e que as usam com todo o segredo na qualitativas) e uma arma (que a projetam na quantitativa para a guerra de fatos públicos, na esperança delas tocarem ou mudarem mentes e corações).

Com o passar das semanas, as pesquisas da propaganda ficam parecidas. Elas se adaptam ou retratam à realidade. Os institutos, escaldados, tendem a não passar recibos e vergonha. Tem sido assim com os mais acreditados.

No Ibope, o deputado Federal Décio Lima, PT, saiu na frente com 16%; o deputado Federal Mauro Mariani, MDB, veio com 11% num suposto empate técnico com Décio; e em terceiro, dos três que estão na disputa de verdade, veio o deputado estadual, Gelson Merísio, PSD, com 6%. Está escrito, então, a princípio, que haverá segundo turno.

Na pesquisa do Instituto Mapa usada massivamente na rede de jornais do interior ligados a Adjori, bem como nos blogs chamados de independentes, Mauro Mariani está na frente com 17,6%, Décio Lima em segundo 12,6% e Gelson Merísio, com 12,1%.

Ou seja, todos, supostamente estão empatados tecnicamente. Sintomático. Leitura óbvia disso tudo? O “jogo” está apenas começando. E confundir é a primeira tática até tudo ficar mais claro e não poder ser mais tapeado. Ainda mais, numa campanha de tiro tão curto, onde pouca coisa pode ser consertada com o avião em pleno ar. E todos os aviões já levantaram voo. E para o segundo voo, só existem dois assentos para três que buscam a fivelas deles neste trecho.

Os “vencedores” dessas duas pesquisas, e que pouca gente fala, até aqui, foram os que se declararam votar em branco ou nulo: com 34% e os indecisos, 23%, no Ibope, e respectivamente, 19,6% e 26,4% no Instituto Mapa.

Por aí, vê-se o tamanho da encrenca e ao mesmo tempo, da oportunidade para os candidatos; à distância deles dos eleitores e eleitoras; bem como à margem de ajustamento que possuem os institutos de pesquisas até às eleições nos números e cenários que vão “apurar”. E nas últimas disputas eleitorais, eles têm apanhado como poucos. Ou não aprenderam às lições, ou não perceberam bem o cansaço dos eleitores e eleitoras nos políticos, na política, nos governos, nos discursos, nas atitudes, nos resultados e nos próprios institutos.

RENOVAÇÃO ZERO

Muito dos votos brancos, nulos e o elevado percentual de eleitores indecisos está na insistência dos velhos partidos e políticos em não ousar, mudar e renovar, mesmo os que vendem isso para o seu próprio público. Todos têm donos, filas e sucessores marcados.

Veja o que aconteceu com o PSDB, que é filhote supostamente ético do velho MDB, mas em Santa Catarina, depois de Jacó Anderle e Wilson de Souza, especialmente por aqui, virou o filhote do MDB que definhou, o liderado pelo ex-deputado Federal e ex-prefeito de Blumenau, nascido em Gaspar, Renato de Mello Vianna. O MDB de Blumenau que já foi uma referência estadual, praticamente inexiste.

E do PSDB de Blumenau, o nanico do já então raquítico MDB, surgiu Napoleão Bernardes. Foi meteórico naquilo em que se meteu desde os tempos de estudante. O que era bom, tornou-se, na verdade, um problema aos donos do MDB e aos do PSDB. Nesta eleição, Napoleão chegou até ser a “carta” na manga para o “chapão” que unia a cobra e o sapo. Bobagem. Foi usado. E Napoleão virou a mosca do sapo e que já está no papo da cobra.

Vice de Mariani, Napoleão vai repetir a história que o ex-presidente nacional do MDB, ex-ministro de Ciência e Tecnologia, ex-senador, ex-deputado e ex-governador, Luiz Henrique da Silveira, nascido em Blumenau e feito prefeito de Joinville, fez com o então “novo” e o fenômeno de votos a partir de Balneário Camboriú, Leonel Pavan, saído do PDT para no ninho tucano.

Pavan trocou uma possibilidade de ser o jogador, para ser reserva rejeitado no banco. Se contentou ser vice. Ao final, para preservar o foro privilegiado, teve que se candidatar a deputado estadual porquê lhe faltava votos até no seu próprio reduto, onde tentou a prefeitura e foi derrotado.

Se Mariani for eleito, Napoleão tem tudo para repetir a história de Pavan para os tucanos que exibiram vistosas penas. Queriam o voo solo, quando perceberam, nem penugem tinham. Incrível!

Incrível, entretanto, foi a conversa que tive com um tucano de plumagem respeitada. Exibido, ele até participou desse jogo para a suposta composição do partido como se fosse um player. Na verdade, ao fim, sabe-se, tramou também pelo enfraquecimento do partido em Santa Catarina e o enfraquecimento do potencial do partido chamado Napoleão. Questionado sobre esse jogo, ele não escondeu nada e me respondeu o seguinte:

Napoleão tem tempo para participar das seguintes inaugurações: Colégio Estadual Esperidião Amin, Ginásio Raimundo Colombo, Rua Paulo Bauer, Avenida Eduardo Pinho Moreira, Hospital Leonel Pavan, ambulatório Paulo Bauer. E quando tudo isso acontecer... Ele terá dez anos a menos que você tem hoje. Ou seja ... tempo para esperar ... é dócil... obediente”.

Só para lembrar: nome de pessoas em equipamentos públicos, só são permitidas quando elas estiverem mortas.

Ou seja, os próprios tucanos colocaram Napoleão, pelo jeito, não no banco de reservas, mas numa sepultura. Meu Deus!

Se o pai dele, o Acácio – um vendedor de livros jurídicos que virou um advogado criminalista referência lutando exatamente contra os famosos que se achavam cativos dessa prerrogativa -  fosse vivo e visse isso, sei muito bem do que ele seria capaz...

Entretanto, penso que Napoleão como a sua irmã Célia (que nada tem a ver com a política e preferiu o caminho da jurisdição), quando comparados na história de vida deles, assemelham-se muito ao pai Acácio, cuja amizade e trajetória a conheço bem antes deles nascerem. Os políticos velhos, matreiros e cheios de truques que se cuidem...

E para encerrar: os políticos dizem não entender a apatia dos eleitores e eleitoras. É que os eleitores e eleitoras compreendem bem o que eles fazem contra a sociedade e a favor de si próprios, num clube bem reservado onde jovens, audaciosos e renovadores não possuem oportunidade. Basta lembrar que renovação no parlamento será circunstancial e todos os políticos que estão pedindo votos, estão fazendo com milhões que estão faltando à saúde, segurança, educação, obras como a duplicação da BR 470 e empregos. E quem decidiu isso, sem consultar os eleitores e eleitoras pagadoras de pesados impostos e dessa quizumba toda? Eles, os políticos que estão no Senado e na Câmara Federal.

 

OS CRACKERS NÃO INVADEM PORTAIS SEM AUDIÊNCIA


No sábado na porta da noite, o portal Cruzeiro do Vale, foi invadido por crackers. Eles estamparam seu protesto. Até agora, não bem entendido contra ou a favor do que. Aparentemente, parecia não ter ele cunho político, ideológico, religioso, social ou sobre qualquer reportagem ou opinião expressa pelo ou por meio do portal e até do jornal impresso, o mais antigo e de maior circulação em Gaspar e Ilhota.

O pessoal do portal ficou "chateado". Eu, sinceramente, não. Uma investigação especializada deve apontar a origem dessa intervenção e assim compreende-la melhor. No mundo digital, quase tudo é rastreável hoje em dia.

A invasão e postagem pirata da página pelo cracker, mostrou e sublinhou à importância e o alcance desse veículo líder. O portal Cruzeiro do Vale é o mais antigo, o mais atualizado, acessado e de credibilidade em Gaspar e Ilhota. E só por isso, foi alvo de quem, por meio criminoso, queria se comunicar. Ninguém chuta cachorro morto. E tem gente morta que se finge de viva nesse meio.

O portal Cruzeiro do Vale possui importância fundamental nos formadores de opinião de Gaspar e Ilhota É fato. É pesquisa. É realidade. Não há concorrência.

Se alguém quer ter sucesso, inclusive retorno nos anúncios comerciais, terá que obrigatoriamente, valer-se e publicá-los no jornal ou portal Cruzeiro do Vale.

E para encerrar e esclarecer a diferença:

De uma forma geral, hackers são indivíduos que elaboram e modificam softwares e hardwares de computadores, seja desenvolvendo funcionalidades novas ou adaptando as antigas. Já cracker é o termo usado para designar quem pratica a quebra (ou cracking) de um sistema de segurança.

 

 A IMPORTÂNCIA DE ALDO SCHNEIDER PARA GASPAR

O deputado e presidente da Alesc, Aldo Schneider, MDB, morto no domingo devido a uma longa enfermidade de um câncer na coluna, e que será cremado hoje, teve uma importância relevante para Gaspar. Ele foi apresentado aos eleitores e eleitoras daqui pelo ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, depois que perdeu a corrida para reeleição e queria preservar o seu eleitorado.

Aldo conhecia bem a dinâmica e principalmente as dificuldades das prefeituras das pequenas cidades. É que ele, oriundo de Ibirama, foi duas vezes prefeito da vizinha Victor Meirelles. Aldo trocou de cabo: o vereador Ciro André Quintino, MDB, iria colocar à prova à sua condição de coordenador da campanha por aqui. Não deu tempo.

Essa condição inconciliável da saúde do deputado Aldo e do trabalho já era algo bem conhecido de todos que o cercavam. Tratei disso, ainda na coluna de sexta-feira feita especialmente edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, pois só naquela semana tinha-se revelado oficialmente, esta condição. Coisas da política partidária, dos políticos, seus ativos e espólios eleitorais.

 

Edição 1865

Comentários

Herculano
22/08/2018 08:02
DAQUI A POUCO, COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, ATUALIZADO E ACESSADO DE GASPAR E ILHOTA
Herculano
22/08/2018 08:01
LULA CHEGA A 39%, APONTA DATAFOLHA; SEM ELE, BOLSONARO LIDERA, MAS PERDE EM QUASE TODOS OS CENÁRIOS NO SEGUNDO TURNO

Pesquisa mostra dificuldade de Haddad em herdar voto lulista; Alckmin melhora índices no segundo turno

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Igor Gielow. Preso condenado por corrupção e virtualmente inelegível, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 39% das intenções de voto na primeira pesquisa do Datafolha realizada após os registros das 13 candidaturas ao Palácio do Planalto.

No cenário mais provável, já que a condenação em segunda instância enquadra o petista na Lei da Ficha Limpa e deverá provocar sua inabilitação, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) surge à frente da disputa, com 22%.

O Datafolha ouviu 8.433 pessoas em 313 municípios, de 20 a 21 de agosto. A margem de erro do levantamento, uma parceria da Folha e da TV Globo, é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Na simulação da disputa com Lula, Bolsonaro mantém uma estabilidade no seu eleitorado, com 19% no segundo lugar. Aparecem embolados no terceiro posto Marina Silva (Rede, com 8%), Geraldo Alckmin (PSDB, 6%) e Ciro Gomes (PDT, 5%).

Sem Lula, Marina e Ciro dobram suas intenções de voto, ficando atrás de Bolsonaro com 16% e 10%, respectivamente. Alckmin também sobe para 9%, empatando na margem com Ciro.

Com o petista no páreo, brancos e nulos somam 11%, com 3% de indecisos. Sem ele, os índices sobem respectivamente para 22% e 6%.

O nome ungido por Lula para substitui-lo em caso de inabilitação, o de seu candidato a vice Fernando Haddad (PT), não tem uma largada muito promissora na missão de herdar votos do mentor: tem apenas 4%, empatado com o senador Alvaro Dias (Podemos), no cenário sem o ex-presidente.

A explicação para isso pode estar no fato de que 48% dos ouvidos não votaria num candidato indicado por Lula. Já 31% o fariam, enquanto 18% anotam um "talvez" quando questionados sobre o tema.

Por fim, Haddad tem um potencial: não é conhecido por 27% dos eleitores, contra 59% que já ouviram falar do ex-prefeito paulistano. Em comparação, Lula é conhecido de 99% dos ouvidos, Marina, por 93% e Alckmin, por 88%. Assim, Haddad registra baixa rejeição: 21%.

Essas variáveis estarão na conta petista na hora de elaborar as peças da propaganda eleitoral gratuita, que começa no rádio e na TV no dia 31 - é incerto se a Justiça Eleitoral decidirá o futuro da candidatura de Lula antes disso.

Os 39% que o ex-presidente amealha, ainda que não comparáveis diretamente, são acima do que qualquer outro índice recente por ele atingido e refletem a exposição do registro de sua candidatura após um período mais reservado, com a Copa do Mundo dividindo atenções do público.

Bolsonaro demonstra ter um eleitorado estável, embora haja dúvidas acerca de sua capacidade de expansão.

Atinge 15% nas citações espontâneas dos eleitores, contra 12% do levantamento anterior, de junho. Nesse item, Lula dobrou seu índice, de 10% para 20%, provavelmente pela publicidade em torno de seu registro ?"os outros candidatos patinam entre 1% e 2%.

O maior problema do deputado é ser o candidato mais rejeitado, com 39% de eleitores dizendo que nunca votariam nele. É seguido por Lula (34%) e, num patamar mais abaixo, Alckmin (26%), Marina (25%) e Ciro (23%).

O deputado já é conhecido de 79% dos ouvidos. Aqui, o fato de ter um tempo mínimo de horário gratuito poderá dificultar sua vida para atingir os 21% restantes - como está em campanha nas redes sociais há dois anos, é possível especular que tenha atingido algum limite.

Sua fraqueza, como foi explorado em debate por Marina, é o eleitorado feminino. Entre mulheres, o capitão reformado tem 13% de intenção de voto, contra 30% entre homens, no cenário sem Lula. A candidata da Rede, por sua vez, tem 19% do voto feminino e 13%, do masculino.

No mais, seguem inalterados parâmetros observados em levantamentos anteriores, ainda que incomparáveis estatisticamente por apresentar cenários diferentes.

Nos cenários sem Lula, Alckmin tem muita dificuldade em um antigo quintal do PSDB, o Sul (6%), onde se destacam Bolsonaro (30%) e Dias (13%).

Marina e Ciro se dão melhor no Nordeste. No campo de batalha com maior colégio eleitoral, o Sudeste, Bolsonaro tem 22%, Marina, 19%, e o ex-governador paulista, 12%. Na capital paulista, Alckmin empata com o deputado.

A pesquisa explicita como o impopular presidente Michel Temer (MDB) tornou-se radioativo. Segundo ela, 87% nunca votariam em alguém apoiado por ele, contra 3% que o fariam ?"não por acaso, seu candidato, Henrique Meirelles (MDB), fica entre 1% (com Lula) e 2% (sem Lula).

No bloco dos nanicos, o destaque em relação a levantamentos anteriores é João Amoêdo (Novo), que obteve 2% com e sem Lula - neste, empata tecnicamente com o plano B petista, Haddad.

No segundo turno, Lula segue à frente de todos os seus adversários. Sem o petista e se conseguir chegar lá, contudo, Alckmin é quem colhe as melhores notícias nesta rodada.

O tucano saiu do empate e derrota Bolsonaro (38% a 32%) e Ciro (37% a 31%), e melhorou um pouco seu placar na derrota para Marina (41% a 32%).

Seu resultado mais vistoso é contra Haddad. Aqui, o tucano bate o petista por 43% a 20%. Haddad também é derrotado por Bolsonaro (38% a 29%).

Ciro, por sua vez, empata na margem com Bolsonaro, que perde de Marina (45% a 33%).
Herculano
21/08/2018 18:23
SEGUNDA TURMA DO STF MANTÉM LIBERDADE PLENA E IRRESTRITA DE JOSÉ DIRCEU, APESAR DA CONDENAÇÃO EM 2ª INSTÂNCIA A 30 ANOS DE PRISÃO

Conteúdo do Diário do Poder. Por três votos a dois, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter em liberdade plena e irrestrita o ex-ministro José Dirceu, condenado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) a 30 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da Lava Jato. Os ministros também mantiveram a liberdade do ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu.

A maioria dos ministros, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, alegou "plausibilidade jurídica" nos recursos impetrados pelas defesas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o entendimento, haveria possibilidade de redução das penas ou mesmo a revisão da condenação.
Herculano
21/08/2018 16:12
"GRAVE DISTORÇÃO DA REALIDADE", DIZ FHC EM RESPOSTA A LULA

Conteúdo da revista IstoÉ. Ao jornal inglês 'Financial Times', ex-presidente Fernando Henrique Cardoso contesta que Brasil estava sem direção quando Lula assumiu

Em artigo publicado nesta terça-feira, 21, pelo jornal inglês "Financial Times", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rebate as afirmações feitas pelo seu sucessor na Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em texto divulgado semana passada no "The New York Times". Na publicação, o petista condenado e preso pela Operação Lava Jato afirma que há um golpe de direita em andamento no Brasil para que ele não concorra às eleições deste ano.

FHC afirma que Lula retrata o País como uma "democracia em ruínas", na qual a lei foi usada de maneira arbitrária para minar o petista e seu partido, o que, segundo ele, não seria verdade.

Em outro trecho, Fernando Henrique também responde à declaração de Lula sobre a situação brasileira em 2003.

"Também não é verdade, como Lula afirma, que o Brasil não tinha direção antes de ele assumir a Presidência, em 2003. É preciso lembrar que a estabilização depois de anos de hiperinflação começou com o Plano Real, lançado pelo ex-presidente Itamar Franco, e continuou no meu governo. Esse também foi um período marcado pelo estabelecimento de programas de bem-estar social que Lula posteriormente iria expandir", ressalta o tucano.

Em seguida, FHC diz que a visão de Lula "é uma versão peculiar das últimas décadas da história do Brasil, na qual ele, às vezes, aparece como o salvador do povo e, às vezes, como vítima de uma conspiração de "elite".

O ex-presidente escreve ainda que o caso de Lula não é isolado e que, no Brasil, há políticos de todos os partidos na prisão. E finaliza: "É uma grave distorção da realidade, no entanto, dizer que há uma campanha direcionada no Brasil para perseguir indivíduos específicos. Meu país merece mais respeito."
Miguel José Teixeira
21/08/2018 13:37
Senhores,

Estudo do Diap mostra que 75% dos deputados federais devem se reeleger.

Apesar dos escândalos e de políticos mal falados, renovação será baixa.

Estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra que 79% dos 513 deputados federais tentarão a reeleição em outubro. Projeção da entidade aponta que 75% deles devem se reeleger. O levantamento foi feito após o registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com o Diap, o número de candidatos à reeleição (407) na Câmara ficou um pouco abaixo da média dos últimos sete pleitos (408), porém maior que na eleição de 2014, quando 387 tentaram renovar seus mandatos.

Dos 106 que não vão se recandidatar para a Câmara, 31 não vão concorrer a nenhum cargo neste pleito e 75 disputam outros cargos. Destes, 40 concorrem ao Senado; 11 são candidatos a vice-governador; nove disputam o governo do estado; sete tentam vaga de deputado estadual; seis são suplentes de candidatos ao Senado; e dois são candidatos à Presidência da República.

Na avaliação do analista político Neuriberg Dias, um dos autores do levantamento, a expectativa e o sentimento da população por renovação na Casa serão "frustrados"neste pleito.

Segundo Neuriberg Dias, o alto índice dos que vão tentar novo mandato com a continuidade dos grupos políticos (bancada rural, empresarial, evangélica, da bala e de parentes) que já estão no poder traz o risco de que a próxima composição da Câmara seja mais conservadora que a atual. "O perfil do Congresso Nacional será mantido. Esses grupos detêm muitos seguidores e pode ter até retrocesso", disse o analista político.

Além de emendas parlamentares, os que estão se recandidatando têm outras vantagens em relação a um novo candidato: nome e número conhecidos, bases eleitorais consolidadas, cabos eleitorais fiéis, acesso mais fácil aos veículos de comunicação, estrutura de campanha, com gabinete e pessoal à disposição, em Brasília e no estado.

O levantamento também indica que as mudanças na legislação que reduziram o tempo de campanha de 90 para 45 dias e do período eleitoral gratuito de 45 para 35 dias são outros dos motivos para a baixa renovação da Câmara.

"As mudanças na legislação eleitoral com a criação do fundo eleitoral e a janela partidária (período no qual foi permitida a troca de partido sem perda de mandato) permitiram aos deputados e senadores negociarem melhores condições na disputa da reeleição, como prioridade no horário eleitoral e na destinação dos recursos do fundo eleitoral", avalia o Diap.(fonte: diário do poder, hoje).
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Mas, como diria o Baleia (12.666): "não está morto quem peleia. . ."

Em outubro:

1) NÃO MANDE SEU VOTO PRA CADEIA e
2) não perca a peleja: não reeleja!
Herculano
21/08/2018 10:38
da série: cada vez mais está claro o radicalismo que toma conta dos apoiadores de Jair Bolsonaro, que se assemelha ou até mais expressivo do que os petistas e da esquerda do atraso. Até entre a direita, isto é visto como um ponto a ser domado urgentemente

NOVO EMBATE ENTRE "JACOBINOS" E "GIRONDINOS" DA DIREITA, por José Fucs, no BR18

Depois da cisão ocorrida na greve dos caminhoneiros, uma publicação de um "bolsominion" no Twitter, que defendia a queima de livros do pedagogo Paulo Freire em caso de vitória de Jair Bolsonaro, provocou novas fissuras entre "jacobinos" e "girondinos" da direita. Segundo representantes dos "girondinos", a intransigência e o radicalismo dos "jacobinos" pode comprometer o apoio dos moderados a JB e aproximá-los de Geraldo Alckmin, do PSDB.

"Liberais e conservadores de boa estirpe alertam: militantes fanáticos vão afastar moderados de Bolsonaro e ninguém vence sem os moderados", diz o economista Rodrigo Constantino, um dos trombones dos "girondinos", no Facebook. "Bolsonaro não é o verdadeiro inimigo. O verdadeiro inimigo é o pensamento totalitário - gnóstico - que se instaura dentro de nós e do qual não temos consciência", afirma Martim Vasques da Cunha, doutor em filosofia política pela USP e também "porta-voz" dos "girondinos", no Twitter.
Herculano
21/08/2018 10:28
da série: há dúvidas sérias sobre isso neste momento e o marketing político precisa ser reinventado. As reações coletivas, num ambiente de acesso digital facilitado, a manda vira de direção em segundos e às tendências são poeiras...

PETISMO E ANTIPETISMO, por Diogo Mainardi, de O Antagonista

Os marqueteiros insistem que o eleitorado vai se dividir entre PT e PSDB.

A disputa, porém, é entre petismo e antipetismo.

Nesse campo, ninguém é páreo para Jair Bolsonaro, como mostra a análise de seu movimento nas redes sociais, feita por O Globo:

"No Facebook, o que mais beneficia Bolsonaro é o antipetismo. Foi durante a crise política que levou ao impeachment que ele mais conseguiu atrair novos seguidores. Na semana do dia 13 de março de 2016, que começou com uma manifestação que pedia a saída de Dilma Rousseff, foram 178 mil novas curtidas. O segundo melhor desempenho foi no mês seguinte, na semana do dia 17, após a votação do impeachment na Câmara, com 92 mil novas curtidas. Logo atrás, com 91 mil novos seguidores, vem a semana o dia 21 de janeiro de 2018, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Os dados de curtidas são semelhantes aos das interações (soma de curtidas, comentários e compartilhamentos nas publicações). As duas semanas com melhores números também foram em março e abril de 2016."
Herculano
21/08/2018 10:21
O PROTESTO FAKE

Conteúdo de O Antagonista. Lula e Dilma Rousseff sempre ignoraram os relatórios da ONU.

Diz Merval Pereira:

"A reação dos petistas à recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU relativa à candidatura de Lula nas próximas eleições é exemplar do dito popular 'faça o que eu digo, não faça o que eu faço'.

Enquanto neste momento há um movimento articulado para espalhar que o governo brasileiro é obrigado a cumpri-la, liberando Lula para ser candidato à presidência da República, em outros o governo petista agiu justamente ao contrário, alegando que comitês tanto da ONU quanto da OEA não têm capacidade de intervenção em questões internas do país.

Assim como hoje, chefiado pelo tucano Aloysio Nunes Ferreira, o Itamaraty no tempo de Lula ou Dilma afirmava que as conclusões do comitê têm caráter de recomendação e não possuem efeito juridicamente vinculante.

Em 2011, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos recomendou a suspensão imediata da Hidrelétrica de Belo Monte (...).

O governo da presidente Dilma, em retaliação ao que considerou uma intromissão em assuntos internos, suspendeu o repasse de verba à entidade, de US$ 800 mil.

A diplomacia brasileira classificou a medida de 'precipitada e injustificável', e ainda chamou o embaixador brasileiro de volta, o que, em linguagem diplomática, significa um protesto em nível máximo".
Herculano
21/08/2018 10:16
GENTE CARA DE PAU

Fernando Haddad, no papel de poste, hoje no twitter

A Rede Globo seria ilegal em qualquer país do mundo. Em qualquer país tamanha concentração seria uma coisa absurda. Tem democracia assim?

Volto, e explico

A Globo é - por enquanto - modelo de competência empresarial antes de ser editorial, coisa que o PT não possui e nunca terá.

Basta ver que até o candidato a presidente da República do PT é um presidiário,com aval de um intelectual (Haddad),destinado ser poste da ignorância e do analfabetismo com que o PT melhor fala e se relaciona, e é a maioria dos eleitores e eleitoras brasileiras.

A incompetência é tamanha no PT,que a imprensa oficial (EBC) que ele próprio criou com os pesados impostos dos brasileiros, altos salários, e uma estrutura pesada e que vive de atestados médicos, dinheiro que está faltando à saúde, segurança, obras, creches... não tem audiência alguma nem entre os petista e seus aliados da esquerda do atraso.

O que o PT tem medo, como a maioria de todos os políticos e de todos os partidos, é da imprensa livre, a qual só é boa quando esclarece as falcatruas e jogadas dos adversários
Pedro do Bela Vista
21/08/2018 09:26
cara de sorte esse ciro. nunca arrumou um voto pro aldo. no ano em que tinha que mostrar serviço, o candidato dele morre. e ciro foi o que mais chorou! será? homem sem sorte, mesmo, é esse adilson. deus me livre dele!vai picar pedra de novo com um político desconhecido, fazê-lo representante daqui, para entregar de bandeja a um ciro da vida. kkk
Herculano
21/08/2018 08:15
LULA CRESCE NA CELA, BOLSONARO DURO NA QUEDA E GERALDO REZA PARA A SANTA TV, por Helena Chagas, em Os Divergentes

E o Ibope que acaba de sair traz quadro muito semelhante ao CNT/MDA de hoje pela manhã: Lula com 37%, Bolsonaro com 18%, Marina com 6%, Ciro e Alckmin com 5% cada um. A novidade é que o Ibope pesquisou também o cenário sem Lula. Nesse caso, Bolsonaro tem 20%, Marina sobe a 12%, Ciro para 9%, Alckmin fica com 7% e Fernando Haddad chega a 4%.

O que quer dizer tudo isso? Em primeiro lugar, a coincidência dos números dos dois institutos dá certa confiança de que a situação seja mesmo essa. O crescimento de Lula mostra o acerto da estratégia de insistir em sua candidatura, e aponta que a polêmica em torno do registro no TSE, que ainda vai durar alguns dias, pode manter essa trajetória.

Para alguns, Fernando Haddad, quando colocado no lugar de Lula, deveria ter subido mais. Mas ele ainda não foi ungido por Lula como seu substituto, e já está em empate técnico (dois para lá, dois para cá) com Alckmin. Na hora em que isso acontecer é que se terá uma ideia de seu tamanho.

O trio parada dura aparece menos embolado do que na versão MDA, mas ainda assim formando um segundo pelotão que pode alimentar certas esperanças. Por ser a única que tem a característica de Lula de falar com os pobres, Marina supera os outros dois. Ciro mostra razoável resistência diante do isolamento político a que foi submetido ao perder o apoio dos partidos do Centrão para Alckmin e do PSB para o PT. O ex-governador de SP, por sua vez, mostra que só a Santa TV pode salvá-lo, já que sua competente articulação para formar uma ampla aliança e a escolha de uma boa vice parecem não ter lhe rendido votos.
Herculano
21/08/2018 08:12
A PROVA DE QUE NÃO É ESTADISTA, NÃO PENSA E NÃO MEDE AS CONSEQUÊNCIAS, DE QUE NÃO ESTÁ PREPARADO, OU COMO POPULISTA QUE É, ALIMENTA FANÁTICOS, INTERVENCIONISTAS, RADICAIS, ENGANA ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS. VIVE DE ATOS FALHOS QUE DESMASCARADOS, PROVIDENCIALMENTE OS CORRIGE QUANDO LHE INTERESSA. E NESTE CASO DEMOROU DOIS DIAS PARA FAZER ISSO, QUANDO DEVERIA, DE TÃO ESTÚPIDO QUE ERA,TER SIDO FEITO EM MINUTOS, AINDA MAIS QUANDO SE É CANDIDATO

DIANTE DA REPERCUSSÃO NEGATIVA, BOLSONARO DIZ QUE COMETEU ATO FALHO E QUE JAMAIS PENSOU EM SAIR DA ONU

Presidenciável diz que declaração se referiu ao conselho de direitos humanos da entidade

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Talita Fernandes, da sucursal de Brasília.Dois dias depois de ter afirmado que sairia da ONU caso seja eleito presidente, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, voltou atrás e disse à Folha ter cometido um ato falho em Resende (RJ), no sábado (18).

"Em Resende eu não falei conselho, houve um ato falho meu e ai já se começou dizendo que eu sairia da ONU. Eu jamais pensaria em sair da ONU. É sair do conselho de direitos humanos da ONU", disse.

Ao participar de uma cerimônia de cadetes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), na cidade fluminense, o candidato se referiu como antro de comunistas. "Não serve para nada essa instituição", disse, ao criticar uma recomendação feita pelo comitê de direitos humanos da ONU em favor do ex-presidente Lula.

Antes de dar a declaração sobre o caso do petista, o deputado federal havia publicado mensagem em sua conta no Twitter, afirmando que deixaria o conselho da ONU, sem especificar a qual conselho se referia. "Há mais ou menos 2 meses falei em entrevista que já teria tirado o Brasil do conselho da ONU, não só por se posicionarem contra Israel, mas por sempre estarem ao lado de tudo que não presta. Este atual apoio a um corrupto condenado e preso é só mais um exemplo da nossa posição", escreveu.

Em conversa por telefone com a Folha nesta segunda-feira (20), o presidenciável disse que se referia, na verdade, ao comitê de direitos humanos apenas.

"Eu vomitei aquilo sem falar de conselho de direitos humanos. Ai é onde houve uma falha minha."

O capitão reformado propõe exatamente o que fez o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, há dois meses, quando anunciou a retirada do país do conselho de direitos humanos da ONU. Os outros países que não fazem parte do organismo são Irã, Coreia do Norte e Eritreia

Questionado sobre a crise migratória de venezuelanos em Roraima, Bolsonaro defendeu que o Brasil adote postura mais dura contra o governo de Nicolás Maduro e propôs a criação de um campo de refugiados, que seria auxiliado pela ONU.

"Quando você fala em refugiados você tem que buscar a ONU para apresentar uma alternativa", afirmou. Ele disse concordar com a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), em relação à sobrecarga dos serviços públicos estaduais com a chegada dos venezuelanos. Mas discorda dela sobre o fechamento de fronteiras, afirmando que isso não é possível.

"Tem que abrir um campo de refugiados, você não pode simplesmente deixar um pessoal habitar lá todos os espaços vazios de Pacaraima, de Boa Vista. Não pode deixar o pessoal jogado na rua, deixar o pessoal fazendo necessidades fisiológicas na rua. Ficar na rua praticando atos de vandalismo ou de crimes", afirmou.

O presidenciável disse também não ser favorável à política de interiorização feita pelo governo de Michel Temer, que tem transferido voluntariamente refugiados de Roraima para outros estados do Brasil.

"O próprio venezuelano, no fundo, não quer vir para dentro do Brasil. Ele quer ficar próximo à fronteira para poder retomar pro seu pais na primeira oportunidade."

Segundo ele, não haveria espaço para os venezuelanos no mercado de trabalho já que o país tem cerca de 13 milhões de desempregados.

A fala de Bolsonaro, contudo, vai na mão das estatísticas levantadas pelo governo brasileiro. Pelo menos 8 a cada 10 venezuelanos que entraram no Brasil por Pacaraima (RR) desde junho manifestaram intenção de ir para outras regiões do país.

O dado faz parte de relatório do centro de triagem de Pacaraima e leva em conta 7.015 pessoas que foram acolhidas na fronteira de 18 de junho a 12 de agosto.

"Quando você faz um campo de refugiados você vai deixar esse pessoal lá em standby, pow. E buscar soluções para [eles voltarem] para o seu país. A primeira medida é essa. O governo tem que mostrar para a Venezuela o seguinte: não concordamos com o que está acontecendo ai. Tentar fazer com que esse governo do Maduro seja deposto legalmente."
Herculano
21/08/2018 07:59
A FUNÇÃO DE FISCALIZAR É ANTIPÁTICA POR NATUREZA

"A função da imprensa tem um relevo antipático, hostil. Estou convencido de que os jornais existem, se é para simplificar, é para falar mal. A função da imprensa é de interpelação, de fiscalização" , Otávio Frias Filho, diretor de redação do jornal Folha de S. Paulo, Otávio Frias Filho (1957-2018).

Então...
Herculano
21/08/2018 07:55
HADDAD VAI À VITRINE ANTES DO VETO DO TSE A LULA, por Josias de Souza

A estratégia eleitoral do PT entra nesta semana numa fase que poderia ser batizada de "me engana que eu gosto." Enquanto sustenta no TSE o pedido de registro da candidatura-fantasma de Lula, o PT exibe Fernando Haddad em sua principal vitrine: a região Nordeste. Até o próximo sábado, Haddad desfilará sua desconhecida figura em pelo menos cinco Estados nordestinos: Bahia, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão.

Pesquisa do instituto MDA ajuda a entender por que o petismo adianta o relógio da campanha de Haddad, colocando o substituto na rua antes da impugnação do titular. Lula continua liderando a corrida presidencial, com 37,3% das intenções de voto. Mas esse eleitorado de Lula não cairá no colo de Haddad por gravidade.

Hoje, apenas 17,3% dos votos atribuídos a Lula seriam transferidos para Haddad. Marina herdaria 11,9%. Ciro levaria 9,6% desses votos. Para colocar Haddad no segundo turno, o PT precisa grudar no rosto dele uma máscara do Lula. Ou seja: para dar certo, Haddad precisa mostrar que não é um candidato, mas uma caricatura de Lula.

Os rivais do PT dirão que o país já conhece esse filme. Eles enfatizarão que o filme não tem final feliz.
Herculano
21/08/2018 07:53
UM DIA SIGNIFICATIVAMENTE TRISTE PARA O JORNALISMO BRASILEIRO - ÉTICO, PLURAL, INVESTIGATIVO E EMPRESARIAL. PERCEBEU MINIMAMENTE À INESPERADA E RÁPIDA MUDANÇA TECNOLóGICA QUE TRAGOU O SETOR -, NA MINHA OPINIÃO.

MORRE AOS 61 OTÁVIO FRIAS FILHO, DIRETOR DE REDAÇÃO DA FOLHA

Vítima de câncer, o jornalista, dramaturgo e ensaísta comandou a Folha durante 34 anos e modernizou a imprensa brasileira

Conteúdo e texto da redação do jornal Folha de S. Paulo. Morreu nesta terça-feira aos 61 anos Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha. Mentor do Projeto Folha, que modernizou o jornalismo brasileiro na década de 1980, ele foi vítima de um câncer originado no pâncreas.

À frente do jornal por 34 anos, Otavio foi diagnosticado com a doença em setembro de 2017. Morreu às 3h20 desta terça-feira no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O velório ocorrerá a partir das 11h30, e a cerimônia de cremação, às 13h30, ambos no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra.

Deixa Fernanda Diamant, editora da revista literária Quatro Cinco Um, com quem teve as filhas Miranda e Emilia, e os irmãos Maria Helena, médica, Luiz, presidente do Grupo Folha, e Maria Cristina, editora da coluna Mercado Aberto.

Sob a direção de Otavio, a Folha se tornou o maior e mais influente jornal do Brasil, líder em circulação e em audiência, posições que veio mantendo desde então. O veículo consolidou-se como uma referência no jornalismo apartidário, pluralista, crítico e independente.

Esses princípios foram recentemente atualizados na versão de 2018 do "Manual da Redação", cuja confecção Otavio liderou. Em texto de 25 de fevereiro último, intitulado "Jornalismo, um mal necessário", na coluna mensal que mantinha na Ilustríssima, escreveu:

"O jornalismo, apesar de suas severas limitações, é uma forma legítima de conhecimento sobre o nível mais imediato da realidade. Para afirmar sua autonomia, precisa cultivar valores, métodos e regras próprios".

Antes mesmo de assumir o principal cargo do jornal, o que aconteceria em maio de 1984, Otavio participou de momentos cruciais no processo que desaguaria no Projeto Editorial da Folha.

Em sua última versão, de 2017, o texto preconiza o jornalismo profissional como antídoto para a notícia falsa e a intolerância. "Caberá ao conjunto dos veículos semelhantes à Folha enfatizar sua condição de praça pública, em que se contrapõem os pontos de vista mais variados e onde o diálogo em torno das diferenças é permanente."

Em 1974, aos 17 anos, sob a gestão de seu pai, Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), depois publisher da Folha, participou da decisão de abrir as páginas do jornal para diferentes correntes de opinião, incluindo os opositores da ditadura militar.

Essa vocação para a abertura viria a se cristalizar na campanha pelas Diretas Já, em 1983, da qual o jornal foi protagonista na imprensa brasileira. Em artigo do último dia 17 de junho para a mesma coluna da Ilustríssima, reafirmou seu otimismo em relação à democracia no Brasil.

"Foi na trabalhosa maturação dessa 'abertura' que se consolidou, nas camadas politizadas, a profunda consciência democrática, expressa num pacto não escrito de não violência, hoje posta sob desafio", escreveu então, a propósito de clamores, da parte de grupos radicais, por uma nova intervenção militar.

"Há um momento em que a trama das relações econômicas e sociais se torna complexa demais para caber na lógica simplória da caserna, há um ponto em que a democracia passa a ser o único sistema capaz de regular uma sociedade atravessada por incontáveis interesses contraditórios."

Nascido em São Paulo em 7 de junho de 1957, primogênito do casal Octavio e Dagmar Frias de Oliveira (1925-2008), Otavio Frias Filho bacharelou-se em direito na USP, onde também cursou pós-graduação em ciências sociais. Lançou os livros de ensaio "De Ponta Cabeça" (2000), "Queda Livre" (2003) e "Seleção Natural" (2009), entre outros.

Como dramaturgo, teve peças encenadas em São Paulo, entre elas "Típico Romântico", "Rancor" e "Don Juan". Uma versão teatral de "O Terceiro Sinal", texto em que narra sua experiência como ator, esteve em cartaz no Teatro Oficina até maio, com a atriz Bete Coelho.

Nos últimos 11 meses, Otavio reduziu sua rotina de pautar e aprovar os editoriais diariamente e de participar de reuniões semanais com o comando da Redação, onde tomava as principais decisões.

Otavio deixa pronto um livro infantil, "A Vida é Sonho e Outras Histórias para Pensar", e uma coletânea de artigos publicados nos últimos anos. Otavio deixa inacabado um livro em que pretendia traçar um quadro, entre ensaístico e biográfico, dos tempos e da vida de seu pai, entremeando-os com suas próprias experiências atuais.
Herculano
21/08/2018 07:43
OPOSIÇÃO DE JUCÁ EM RORAIMA IMPEDE AJUDA OFICIAL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O senador Romero Jucá, influente Líder do Governo e presidente do MDB, é acusado por adversários em Roraima de impedir ajuda federal ao Estado, na crise social da invasão de venezuelanos. Jucá estaria mais interessado em desgastar a governadora Suely Campos (PP), candidata à reeleição, a fim de viabilizar o próprio candidato, ex- governador Anchieta Júnior (PSDB). Ontem, ele propôs a Michel Temer manter aberta a fronteira com a Venezuela, exceto em Pacaraima.

PROPOSTA ESPERTA
A proposta de Jucá é pura esperteza: venezuelanos continuariam a ser admitidos livremente no Brasil, exceto pela fronteira com Roraima.

NINGUÉM AGUENTA
Só no domingo, mais de 900 venezuelanos ingressaram em Roraima. A Polícia Militar do Estado tem um contingente de 1.600 integrantes.

NÚMEROS IRRISóRIOS
Os números da "ajuda" federal chegam a ser ridículos: 36 voluntários para atuar em saúde e 60 membros da Força Nacional de Segurança.

SENADOR SE CALA
Romero Jucá não respondeu ao pedido para se manifestar sobre a acusação impedir ajuda federal a Roraima, com objetivos eleitorais.

BOLSONARO JÁ DEFINIU DOIS MINISTROS IMPORTANTES
Passou batida nos meios políticos a inconfidência do candidato Jair Bolsonaro (PSL) no debate da Band, o primeiro da corrida presidencial: seu ministro da Casa Civil já está escolhido. Em caso de vitória, será ?"nix Lorenzoni, experiente deputado do DEM-RS a quem caberá a articulação política. Outro ministro que já confirmado, em eventual governo de Bolsonaro, é o economista Paulo Guedes (Fazenda).

LIBERALISMO EM PAUTA
Paulo Guedes é o autor do programa econômico de Bolsonaro que está encantando os setores produtivos, baseado no liberalismo.

DISCUTINDO A RELAÇÃO
Segundo o próprio Bolsonaro, no debate da Band, Onyx Lorenzoni se encarregará do relacionamento do governo com o Congresso.
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GENERAL CIVIL
A definição de Onix Lorenzoni frustra a expectativa de apoiantes de Bolsonaro que esperavam o general Augusto H
JUNGMANN PAGOU MICO
O ministro Raul Jungmann (Segurança) perdeu uma grande chance de manter a boca fechada, ao condicionar o Exército em Roraima a um pedido da governadora. Ele não sabia: o pedido foi feito há 4 meses.

REPULSA AO FUNDÃO
Levantamento CNT/MDA aponta que 77,1% dos eleitores são contra o financiamento público, o tal fundão eleitoral de R$1,7 bilhão que os políticos inventaram para não terem polícia na porta.

PRESIDENCIÁVEIS
Após inaugurar a série de entrevistas com os presidenciáveis com João Amoêdo (Novo) no dia 17, a TV Brasil entrevista esta semana Marina Silva (Rede) na quinta (23) e Henrique Meirelles (MDB) na sexta (24).

Só TEM A PERDER
O candidato a presidente Jair Bolsonaro ignorou a antiga "lei eleitoral" que dá o direito ao líder nas pesquisas de recusar convites para participar de debates na TV no primeiro turno. Só tem a perder.

HONESTIDADE DÁ VOTOS
Antes a principal exigência de um futuro presidente da República, "ser novo no meio eleitoral" agora está apenas em 4º lugar para o eleitor, diz a CNT/MDA. Ser honesto é a maior exigência: 75,9% do total.

PROBLEMA ERRADO
Projeto de Marcelo Delaroli (PR-RJ) cria pena de até 6 anos para quem divulgar imagem de violência sexual em transporte público. Já o tarado que molesta mulheres continuará sendo preso e solto em minutos.

MELHORA CONTÍNUA
Apesar de tudo, a economia continua a apresentar resultados melhores que os do ano passado, ao menos no setor imobiliário. Os lançamentos de imóveis subiram 119,7% e as vendas 32,1%, no segundo trimestre.

PIONEIRISMO
A tenente-coronel Andréa Firmo, do Exército, será a primeira mulher brasileira a comandar uma base militar da ONU, em Mikek, nos confins do Saara Ocidental. A mais de 6 mil quilômetros do Rio de Janeiro.

VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA
Enquanto um ditador aflige os venezuelanos, há brasileiros querendo um presidiário de volta ao cargo no qual chefiou uma quadrilha.
Herculano
21/08/2018 07:35
O ENIGMA DAS REDES, por Marco Aurélio Ruediger, no jornal Folha de S. Paulo

Se as redes moverem de 1% a 3% de opiniões, podem mudar o destino do país

Adaptando uma famosa frase de Churchill, é possível dizer que nos dias de hoje as redes sociais para a política são uma charada envolta em um mistério dentro de um enigma.

Especialistas avaliam as candidaturas sobretudo pela capilaridade partidária e pelos recursos, sejam financeiros ou de tempo de vocalização nas mídias tradicionais. São condições necessárias, porém não mais suficientes. O impacto das mídias sociais é uma variável potencialmente disruptiva dessa forma canônica de análise.

Acontecimentos recentes na vida nacional exemplificam o xeque das estruturas formais de poder político frente a movimentos sociais, por dois fatores: a ausência de centralidade e a diminuição dos custos de ação coletiva pela velocidade de circulação de informação, ambas facilitadas pelas redes sociais. Foram os casos das chamadas jornadas de junho de 2013 e da recente greve de caminhoneiros, mapeados pela FGV DAPP.

Evidencia-se, em ambos os casos, um descompasso entre a ação política tradicional e a interlocução com movimentos sociais fluidos e conectados. Em outros momentos dramáticos da vida política brasileira recente, as redes foram decisivas na formação da opinião pública, sobretudo no impeachment.

A política pelas redes gera turbulências na construção de visões de mundo de curto e longo prazo.

Se movimentos sociais eclodiram e se propagaram rapidamente, alterando rumos aparentemente previsíveis do embate político e das correlações de forças entre atores-chave, perturbações subterrâneas mais lentas no campo da cultura geraram alterações substantivas no quadro político.

Isso pode ocorrer, como observado por Helen Margetts, da Universidade de Oxford, porque há uma diminuição do custo de oportunidade de "microdoações" de tempo que, em escala, causam largas mobilizações nas redes e com reflexos no mundo real.

Por exemplo, a partir das jornadas de junho, houve a emergência de uma direita mais orgânica e desafiadora, distanciando-se do centro ao qual anteriormente, por décadas, foi subalterna no Brasil.

A fragmentação na esquerda segue padrão assemelhado. Não só pela clivagem política, mas também pela de grupos de interesse, como associações religiosas, que influenciam a agenda pública.

A exemplo de outras nações, a polarização no caso brasileiro não é exceção. Porém, a essa dicotomia entre esquerda e direita em nosso contexto soma-se uma fragmentação intracampos.

Ou seja, o PSDB é empurrado mais ao centro pela direita, tendo de readequar o discurso a uma versão menos privatista, enquanto o PT tem de fazer um cerco tão acirrado a competidores no seu próprio campo que arrisca perdê-los em um eventual segundo turno.

Essa disputa simultaneamente polarizada entre campos e fragmentada intracampos é um elemento novo, acelerado pelas redes em tempo real, e a elas pode ser creditada a capacidade de mobilização de temas e identidades antes submersas e que preenchem déficits identitários, num contexto em que globalização e falta de confiança na política e nas instituições afetam tanto o cidadão quanto o mercado.

Se repetirmos 2014, quando a eleição foi decidida no fotochart, e se as redes potencialmente moverem de 1 a 3% de opiniões, será o bastante para mudar o destino do país e alterar análises.

Mercado e sociedade lidam hoje, portanto, com uma velha questão aplicada às redes: decifra-me ou serás devorado.
Herculano
21/08/2018 07:30
Só PARA LEMBRAR: quem está pagando esta campanha eleitoral é você desempregado, empregado informal, empregado de salário mínimo, mesmo assim pagador pesados impostos.

Os deputados federais e senadores que estão pedindo a reeleição ou atrás de outros cargos públicos, tiraram R$1,7 milhão da saúde, da segurança, das creches, das obras, como a duplicação da BR 470, para distribuírem entre eles para pedir votos para eles próprios.
Herculano
21/08/2018 07:26
ENQUANTO CÁRMEN BERRAVA O "MORRO FOI FEITO DE SAMBA", O SANGUE CORRIA NO MORRO. OU AINDA: BRASÍLIA COMO O TÚMULO DO ESTADO DE DIREITO, por Reinaldo Azevedo, da Rede TV

Se, por alguma razão, Deus lhe conceder a graça de um único pedido, não hesite: que o Altíssimo jamais permita que você perca o senso do ridículo. Nesta segunda, enquanto o pau comia no Rio, em Roraima e em toda parte; enquanto o país pisava no acelerador do pacto com o indeterminado; enquanto o presidente do TRF-4, desembargador Thompson Flores, concedia uma palestra no Clube Militar a convite do general Hamilton Mourão - vice de Jair Bolsonaro -, a ministra Carmen Lúcia, presidente do STF, soltava a voz, tentava remexer os quadris e mandava ver, a plenos pulmões: "Não deixa o samba morrer/ não deixe o samba acabar...".

A criação de Edson Conceição e Aloísio Silva ainda é o maior sucesso da cantora Alcione e marcou, em 1975, a sua estreia para o grande público. Lá se poetiza:
"Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De samba pra gente sambar"

Aquilo a que se assiste no vídeo, pra começo de conversa, é uma usurpação da frase de Vinicius de Moraes. O túmulo do samba, até esta segunda, era São Paulo. Não mais! A lápide oficial, agora, é Brasília. Mas a ironia era mais macabra. Nesta segunda, o morro era feito de sangue e bala. Informava O Globo:

"O Comando Militar do Leste confirmou, no início da noite desta segunda-feira, que mais um militar foi morto à tarde, durante a megaoperação iniciada durante a madrugada em conjuntos de favelas da Zona Norte. O soldado João Viktor da Silva, de 22 anos, foi atingido num confronto, no interior do Complexo da Penha, no fim da tarde. Mais cedo, o cabo do Exército Fabiano Oliveira Santos morreu baleado na ação, realizada na Penha, na Maré e no Alemão."

Na chamada megaoperação, morreram ainda cinco suspeitos e um outro militar foi ferido...

Quem sambou no morro nesta segunda, ainda que no morro metafórico, sambou sobre cadáveres.

"Não deixe o samba morrer..."

Como se explica o vídeo? É que o Conselho Nacional de Justiça promoveu, nesta segunda, no STF, o seminário "Elas por Elas", cujo tema era "A Mulher no Poder Estatal e na Sociedade". Alcione era uma das convidadas. Suponho que estivesse lá por causa de seu poder na sociedade - e também para justificar o vídeo?

Um samba que se canta só, e mal!, é só um autoengano. Um samba que se canta mal e em grupo pode ser sintoma de uma era, um engano coletivo. A ideia, acho eu, foi juntar mulheres poderosas num encontro para evidenciar que o Brasil mudou. Como sabem Roraima, o Rio e Thompson Flores.

Além de Cármen - com um vestido salmão e um espécie de toga (!) da mesma cor - e Alcione (à frente, de calça comprida), estrelam o vídeo a presidente do STJ, Laurita Hilário Vaz (de óculos, atrás de Carmen); a advogada-geral da União, Grace Mendonça (de casaquinho branco); a procuradora-geral da República, Raquel Dodge (de vestido estampado); Lúcia Braga, presidente da Rede Sarah (loura, atrás de Dodge); Betânia Tanure, da Betânia Tanure Associados (atrás de Dodge, ao lado de Lúcia), a empresária Luiza Helena Trajano (de vermelho) e, de relance, à esquerda, a procuradora-geral do Ministério Público junto ao TCU, Cristina Machado. Estiveram ainda no evento Rosa Weber, presidente do TSE; Maria Silva Bastos Marques, presidente da Goldman Sachs, e Ana Maria Machado, membro da Academia Brasileira de Letras.

Quem baba de ódio contra o que chama "ideologia de gênero" é Jair Bolsonaro, não eu. O que me incomoda é outra coisa. Eu não acredito numa "justiça feminina", num "poder feminino", numa "literatura feminina", numa "química feminina", numa "física feminina", numa "pintura feminina". Acho isso tudo uma trapaça intelectual. Aposto efetivamente na igualdade de gêneros na vida intelectual, social e pública, identifico e acuso a desigualdade e acho que esta tem de acabar. Que se faça, pois, o seminário sobre o papel crescente da mulher no Estado e na sociedade, mas que não se dê a entender, como resta subjacente, que o gênero muda o direito, as artes, a filosofia ou, sei lá, o capitalismo.

Até porque estão em curso óbvias agressões à Constituição e ao estado de direito. E tais agressões se dão durante o reinado de mulheres, quando não são promovidas por elas ou se exercem com a sua conivência. E não creio que o gênero esteja na raiz da omissão ou da ação desastrada.

"Ah, mas que mau humor, Reinaldo! Era tudo brincadeira!"

Pois é... Lamento se assim parecer. O fato é que o país passa por uma situação grave o bastante para que se cobre mais circunspecção de poderosos e poderosas.

A necessária igualdade de gênero também passa por não admitir que as mulheres poderosas têm direito à banalidade ou à alienação, ainda que afetada. Nem as mulheres têm o direito de fazer isso com a mulher.

Quero é saber que medida tomará a presidência do Conselho Nacional de Justiça no caso do desembargador Thompson Flores. E, ao escrever tal coisa, não indagado o sexo de quem está no comando do órgão.

Brasília pode até ser o novo túmulo do samba. Mas não pode ser o túmulo do estado de direito.
Herculano
21/08/2018 07:19
O QUE O LULA FEZ COM O PT E HADDAD. NO IBOPE, 60% DOS PESQUISADOS QUE SE DIZEM ELEITORES DE LULA, AFIRMAM QUE NÃO VOTARIAM EM FERNANDO HADDAD DE JEITO NENHUM.

E LULA, SEUS ADVOGADOS E DEVOTOS CONTINUAM APOSTANDO NO ESPETÁCULO CIRCENSE PARA ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS E FANÁTICOS DE QUE É POSSÍVEL TORNAR UM PRESIDIÁRIO CANDIDATO A PRESIDENTE DO BRASIL

MOSTRAM TAMBÉM COM ISSO QUE NÃO EXISTE PARTIDO, MAS LULA COM UM PARTIDO DE FACHADA PARA ELE.
Herculano
21/08/2018 07:08
CRISE DE IMIGRAÇÃO VENEZUELANA SUCUMBE À EXPLORAÇÃO POLÍTICA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Governantes agem como nanicos e negligenciam proteção humanitária de refugiados

Ao cruzar a fronteira com o Brasil, a crise de imigração venezuelana sucumbiu à exploração política. Há meses, governantes batem boca enquanto famílias fogem do colapso econômico do país vizinho e do regime de Nicolás Maduro.

Candidata à reeleição, a governadora Suely Campos (PP) pediu à Justiça o fechamento da fronteira em Roraima para evitar a entrada de novos imigrantes. Dizia que o estado não tem condições de atender a tantas pessoas e acusava Brasília de "manter o caos" por "politicagem".

O alvo era Romero Jucá (MDB), líder do governo Michel Temer e seu principal oponente. O senador, que disputa a reeleição, reagiu: foi ao Planalto, propôs também o fechamento da fronteira e acusou a rival de "aproveitamento político eleitoral".

O Brasil se vende como gigante regional, mas alguns de seus políticos se comportam como nanicos. Ao aderir a pactos internacionais, o país recebe um dever de proteção humanitária. Mas só no papel.

A imaturidade não tem coloração partidária. Em 2014, quando haitianos entraram em massa no Acre, o governo local, do PT, trocou acusações com os paulistas do PSDB. Tucanos culpavam petistas pelo envio ao estado de milhares de imigrantes.

A Venezuela tem ainda uma contaminação extra. Por anos, o PT fechou os olhos para os problemas no país vizinho por questões ideológicas.

A omissão de governantes leva a absurdos, como a formação de milícias criminosas para expulsar venezuelanos de Pacaraima (RR), e a propostas fajutas, como a montagem de campos de refugiados e o fechamento da fronteira.

O chanceler Aloysio Nunes diz que bloquear a entrada no país é "inviável" e que a saída é levar os refugiados para outros estados. "Tem que baixar a bola, evitar a politização do assunto. Essa explosão é resultado de um mal-estar da população."

Para agir como líder regional decente, o Brasil não pode se comportar como a Itália, que ameaçou bloquear seus portos enquanto imigrantes morriam no Mediterrâneo.
Miguel José Teixeira
20/08/2018 17:58
Senhores,

Trump, Lula, os fatos...

PLÁCIDO FERNANDES VIEIRA

Publicação: 20/08/2018 04:00

Tão diferentes. E tão parecidos. Muito antes de Trump popularizar expressões como fato alternativo, verdade paralela, pós-verdade e fake news, Lula e petistas já abusavam do termo "golpista", no Brasil, para demonizar a imprensa e toda e qualquer informação que considerassem desfavorável aos interesses do líder ou do partido. A ofensiva ganhou força a partir do mensalão. E se intensificou, em escala geométrica, após a popularização das redes sociais, com ataques para tentar intimidar ou destruir reputações e desqualificar todo e qualquer meio de comunicação ou jornalista que não se mostrasse simpático às "causas" petistas.

Desde então, o universo paralelo abduzido pela "seita", expressão usada pelo ex-ministro Antonio Palocci para descrever a "militância" petista, tomou dimensões que desafiam o mundo real. Ultrapassou as fronteiras do surrealismo. Na sexta-feira passada, por exemplo, o Comitê de Direitos Humanos da ONU chegou ao absurdo de determinar que o Brasil deve não apenas aceitar a candidatura de um presidiário a presidente da República, precisa assegurar todos os meios para que ele faça campanha do local onde está detido. Nunca, na história da humanidade, a própria ONU e o Brasil passaram por situação tão vexatória.

Nos EUA, 380 jornais de 49 estados declararam guerra a Trump, que dia sim outro também abre fogo contra a mídia. Aqui, apesar de ataques e ameaças a jornalistas e de invasões a redações de emissoras de tevê, nunca houve reação semelhante. Pelo contrário, as "verdades paralelas" petistas até ganham ares de verdade em setores da mídia tradicional, como a tese estapafúrdia de que o impeachment de Dilma foi "golpe". Ou que Lula, em vez de político preso, é "preso político", algo que só poderia ocorrer se o Brasil estivesse sob regime autoritário.

Além de condenado em segunda instância a 12 anos de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex, Lula é réu em outras seis ações penais e alvo de duas denúncias. Sem contar que, até aqui, investigações da Lava-Jato o apontam como um dos principais suspeitos de liderar o megaesquema de corrupção que teria desviado mais de R$ 40 bilhões da Petrobras. Ao longo do processo do triplex, acompanhado pela mídia do mundo inteiro, o petista teve amplo direito de defesa e contou com alguns dos mais renomados e caros advogados do país.

Inelegível pela Lei da Ficha Limpa, Lula comanda da prisão a artilharia aos juízes que o condenaram. Ataca também a mídia que noticia o que acontece, e não o que ele gostaria. Mas, ao contrário de Trump, vive sendo paparicado por jornalistas. Está convencido de que, muito antes do que determina a lei, o STF o tirará da cadeia e poderá disputar a eleição ou colocar nas urnas a própria imagem e eleger um novo poste. Para isso, pôs o Supremo numa sinuca: caso derrube a própria jurisprudência que autoriza a prisão em segunda instância, já referendada três vezes pelo plenário do tribunal, o STF estará declarando que ninguém pode ser considerado culpado nem preso até que se esgote o último recurso na mais alta corte de Justiça do país. É uma patacoada sem paralelo no mundo. Se estivesse em vigor, hoje, nenhum dos mais 700 mil presos no Brasil poderiam estar atrás das grades. Todos eles, claro, aguardam ansiosamente pela Lei Lula.

Em outubro:
1) não mande seu VOTO PARA A CADEIA e
2) não perca a peleja: não reeleja!!!
Herculano
20/08/2018 16:32
O MINIMI CONTINUOU ESTA TARDE NAS MANCHETES ARMADA PELO PT. É UMA MÁQUINA DE PURO MARKETING. NÃO TEM MEDO DE PASSAR VERGONHA E ALIMENTAR A MAIORIA DE ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS.

QUEREM QUE A JUSTIÇA BRASILEIRA RECONHEÇA UM COMITÊ DE M... DA ONU, JÁ AMPLAMENTE DESMASCARADO NA INCAPACIDADE DE INTERFERIR POR AQUI. MAS...

Vamos lá!

Para que serve a Constituição Brasileira feita pela maioria do Congresso, e que se diga, o PT não queria assiná-la? Não queria Constituição. É só resgatar os discursos... Ou seja, tinha que ser do jeito deles, ou nada, só bagunça

O que é feita da nossa soberania,a autodeterminação, o Legislativo e o Judiciário, se eventualmente querem excluir o Executivo, por ele ser supostamente golpista?

Respondo-lhes: para serem jogados no lixo só para atender uma teimosia, um capricho e uma interpretação particular de um partido, de um candidato?

Gente sabida, com bandeira e causa, sede de poder, incapaz de temporariamente ser oposição, de pagar as penas das mesmas leis que querem para seus opositores. Fazem-nos de tolos, tontos e até culpados diante de seus crimes, suas teimosias, bizarrices e estultices. Wake up, Brazil!
Paulo
20/08/2018 14:31
Utilidade Pública - Agricultores de Gaspar

Os agricultores ou proprietários de pequenos imóveis rurais que este ano não pagaram a contribuição sindical devido a não obrigatoriedade estão recebendo uma ligação do Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais) da agricultura) informando da pendência da contribuição (na verdade dizem que é imposto).

Na verdade não é mais obrigatório o pagamento da contribuição sindical conforme a nova lei trabalhista, que foi validado plenário do STF.

Segue análise jurídica:

Logo se vê que após a reforma trabalhista a CSR não ostenta mais o requisito da compulsoriedade, pois, de acordo com o artigo 579 da CLT, a Contribuição Sindical Rural agora depende de "autorização prévia e expressa" de seus contribuintes.

Assim, não havendo mais norma jurídica que alcance compulsoriedade à CSR, esta não preenche mais os requisitos necessários para possuir natureza tributária.

A Contribuição Sindical Rural agora se aproxima da contribuição associativa, também conhecida como "taxa confederativa", bem como das mensalidades sindicais. Todas estas exações têm um ponto em comum que as distancia e muito dos tributos: exigem a concordância do sujeito passivo para sua instituição e cobrança.

Aliás, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que é inconstitucional impor a contribuição assistencial a quem não for sindicalizado, conforme entendimento recentemente reafirmado pelo Plenário Virtual do STF, em março de 2017, no julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo 1.018.459, com Repercussão Geral reconhecida e de relatoria do ministro Gilmar Mendes.

Portanto, chegamos à conclusão de que a Contribuição Sindical Rural, apesar de prevista em lei, perdeu sua natureza jurídica de tributo, equiparando-se aos demais mecanismos de financiamento do sistema sindical brasileiro por não preencher mais os requisitos do artigo 3º do Código Tributário Nacional, especificamente quanto à compulsoriedade.

Cuidado não seja coagido a pagar essa contribuição, é desespero do sindicato.
Herculano
20/08/2018 12:26
CNT/MDA: BOLSONARO SOBE 2 PONTOS, MARINA DESCE 2

Conteúdo de O Antagonista. Na pesquisa CNT/MDA, Jair Bolsonaro subiu de 16,7% em maio para 18,8% das intenções de voto, uma variação de 2,1 pontos percentuais.

Marina Silva teve queda de 2 pontos, passando de 7,6% para 5,6%; e Ciro Gomes de 1,3, passando de 5,4% para 4,1%.

Geraldo Alckmin teve leve variação positiva, de 4% para 4,9%.

Bolsonaro ainda subiu 2,7 pontos na pesquisa espontânea, passando de 12,4% para 15,1%.

Alckmin subiu de 1,3% para 1,7%; e Marina de 1% para 1,1%.

Ciro caiu de 1,7% para 1,5%.
Herculano
20/08/2018 11:53
BOLSONARO POUCO À FRENTE DE ALCKMIN EM EVENTUAL SEGUNDO TURNO

Conteúdo de O Antagonista.A pesquisa CNT/MDA também mostra que em eventual segundo turno entre Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin, a disputa ficaria assim:

Bolsonaro: 29,4%

Alckmin: 26,4%
Herculano
20/08/2018 11:43
HADDAD LIDERA HERANÇA DE VOTOS DE LULA

Conteúdo do BR 18.Quando perguntados em qual candidato votariam caso Lula seja impedido de concorrer nas eleições para presidente, 17,3% dos entrevistados responderam Fernando Haddad, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda, 20. Em segundo, vem Marina Silva, com 11,9%; Ciro Gomes, com 9,6%, Jair Bolsonaro, com 6,2%, e Geraldo Alckmin, com 3,7%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 18 de agosto de 2018. Foram ouvidas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões do País. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sob o número BR-09086/2018.
Herculano
20/08/2018 11:26
LULA LIDERA ISOLADO COM 37%, MOSTRA PESQUISA CNT/MDA

Conteúdo de Veja, texto de Guilherme Venaglia Preso há quatro meses, o ex-presidente lidera com o dobro das intenções de voto do segundo candidato, Jair Bolsonaro (PSL)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera o cenário eleitoral para 2018, com 37,3% das intenções de voto, segundo nova pesquisa do instituto MDA revelada pela CNT nesta segunda-feira, 20. Na sequência aparecem Jair Bolsonaro (PSL) com 18,3%, Marina Silva (Rede) com 5,6%, Geraldo Alckmin (PSDB), com 4,9%, Ciro Gomes (PDT), com 4,1% e Alvaro Dias (Podemos), com 2,7%. Os demais candidatos não alcançaram 1% das intenções de voto.

A pesquisa foi realizada pelo instituto MDA a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Foram ouvidas 2.002 pessoas entre os dias 15 e 19 de agosto em 137 municípios de 25 unidades da federação. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. O levantamento junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob a identificação BR-09086/2018.
Herculano
20/08/2018 10:55
FHC: "HADDAD É VISTO COMO MARIONETE DO LULA", por Josias de Souza

Num instante em que o PT começa a exibir Fernando Haddad na vitrine como virtual cabeça de chapa na corrida presidencial, o grão-tucano Fernando Henrique Cardoso grudou no potencial substituto de Lula a pecha de boneco: "Tenho uma boa relação pessoal com o Haddad. O que acho complicado é que ele está sendo visto como marionete do Lula. Um presidente tem que ter força própria para governar."

A declaração foi feita em entrevista ao repórter Bernardo Mello Franco, veiculada na edição desta segunda-feira de O Globo. FHC repete com Haddad uma tática que empregara contra Dilma Rousseff. Na sucessão de 2010, o presidente de honra do PSDB chamara a então candidata petista de "boneca de ventríloquo". Uma boneca cujos movimentos eram comandados por Lula.

Num artigo publicado em julho de 2010, FHC como que acomodara na cabeça de Lula um sombreiro. Insinuara que, à revelia do PT, o então presidente petista escolhera Dilma à moda dos velhos mandachuvas do mexicano PRI: no "dedazo". Referia-se ao Partido Revolucionário Institucional, agremiação política que exerceu uma hegemonia longeva no México. Entre 1929 e 2000, todos os presidentes mexicanos eram do PRI. "O presidente indicava sozinho o candidato a sucedê-lo", recordou FHC no artigo de 2010.

A diferença é que, em 2010, Lula estava inelegível porque acabara de concluir o segundo mandato consecutivo. Hoje, sua inelegibilidade decorre da condenação que amargou na segunda instância do Judiciário pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Preso em Curitiba, Lula tornou-se um candidato-fantasma à espera do provável indeferimento do pedido de registro de sua candidatura no TSE.

Perguntou-se a FHC se ele concorda com a pregação do PT segundo a qual "eleição sem Lula é fraude". E ele: "Não. Vai haver eleição, e o PT vai concorrer. (...) O Comitê de Direitos Humanos da ONU declarou que o Lula deve ser candidato. Qual a base para isso? Querem que desrespeite as leis brasileiras? A lei é clara. Ele não tem, pela lei, a qualificação para ser candidato. Como é que o tribunal vai registrar?"

Na opinião de FHC, "há uma tentativa de desmoralizar o sistema." Ele realça: "Quem sancionou a Lei da Ficha Limpa foi o Lula. Se você foi condenado em segunda instância, não está em condições de ser candidato. Tem que cumprir a lei."

FHC considera improvável a reedição da polarização entre PT e PSDB na atual campanha: "O PT acha que o segundo turno vai ser Haddad e Alckmin. Eu acho que pode ser Bolsonaro e Alckmin".

E se o PSDB ficar fora? "Não farei objeção a que o PT nos apoie", respondeu o ex-presidente tucano. "Naturalmente, isso significa também que não haveria objeção ao contrário. Mas nós pensamos de forma diferente. O que acho é que isso deve se dar dentro de uma visão democrática."

Indagado sobre a dificuldade de Geraldo Alckmin de alçar voo, FHC atribuiu o desempenho precário do presidenciável tucano não à fadiga de materiais do PSDB, mas à "poeira" levantada pelo fenômeno Bolsonaro. "A mídia presta atenção em tudo o que é novo ou extravagante. Quando surgiu o Bolsonaro, eu disse: Vai subir. Até que o Geraldo ultrapasse a poeira, é difícil. Mas ele sempre ultrapassou."

Para enfatizar a suposta confiança que deposita no projeto de Alckmin, FHC evocou seu próprio histórico: "Em abril de 1994, eu virei candidato. Em maio, falei com a Ruth: Vou desistir. Eu tinha 12%, o Lula tinha 40%. As pessoas não acreditavam. Em agosto, comecei a crescer. Em outubro, ganhei no primeiro turno. É claro que tinha o Plano Real. Mas não é só o que você faz. É o que você fala. Tem que cacarejar."

FHC empilhou qualidades que, a seu juízo, Alckmin poderia cacarejar: "O Geraldo ganhou várias vezes em São Paulo. Ele é médico, tem experiência, não enriqueceu na política, não é gastador. Tem que mostrar isso. Não basta ser simpático, tem que ser confiável."

Recordou-se a FHC que um ex-colaborador de Alckmin, Laurence Casagrande, está preso preventivamernte sob a suspeita de ter patrocinado desvio milionário nas obras do Rodoanel. Sem levar as mãos ao fogo pelo preso, FHC concedeu um habeas-gogó ao correligionário: "São Paulo faz muita obra. É possível que funcionários tenham ganhado alguma coisa. Mas não vi nada indo para o Alckmin. Nada que possa prejudicar a imagem dele."

A candidatura de Bolsonaro "assusta" FHC. Falta-lhe "experiência e a visão democrática de aceitar o outro com facilidade", avaliou. "O pior, para mim, é que ele tem soluções simplistas e autoritárias. Eu não acredito nisso. Acredito que as coisas são complicadas e que você precisa convencer. Num país diverso como o nosso, como é que você governa sem capacidade de juntar?"

Provocado, FHC comentou a declaração de Marina Silva de que, se eleita, cogita governar com os melhores. "Tudo bem. Boa intenção ajuda. Especialmente no convento, na universidade? Na política, você tem que ter um certo grau de realismo. Gosto da Marina, me dou com ela, mas não acho que vá para o segundo turno. Ela tem pouco tempo de TV. Há uma certa fragilidade na candidatura, nela mesma. O povo sente isso."

Tomado pelas palavras, FHC parece considerar que o erro de Marina não é o de tentar distinguir os bons dos maus. Seu problema seria a incapacidade de perceber que o Brasil só avançará se os bons tiverem maldade suficiente para impor sua bondade. "Ela tem uma causa, é aberta, mas falta um pouco de malignidade", disse FHC, antes de arrematar, entre risos: "Esse negócio de ser presidente da República não é fácil. Eu não sei por que tanta gente quer..."
Herculano
20/08/2018 10:52
ANÁLISE: FAKE ONU, por Carlos Alberto Sardenberg, no jornal O Globo

Fake News não são apenas mentiras deslavadas. Quer dizer, muitas são, mas facilmente desmentidas. As que produzem efeitos fortes são as fake mais elaboradas, com base em algumas verdades e muitas distorções.

Há um jeito simples de entendê-las: buscar a história em sua fonte original, ali de onde partiu a informação posteriormente manipulada.

O caso de hoje, claro, é o comunicado do Comitê de Direitos Humanos da ONU, pedindo que o Brasil tome as medidas necessárias para garantir que Lula, mesmo preso, participe das eleições presidenciais com todos os direitos de candidato.

Aqui já temos um ponto: o primeiro comunicado é do Comitê de Direitos Humanos, um órgão formado por 18 "especialistas" independentes - acadêmicos em geral - e que não tem nenhum poder decisório ou mandatório. Está lá no site da ONU: a função do Comitê é "supervisionar e monitorar" o cumprimento dos acordos internacionais de defesa dos direitos humanos. E fazer recomendações, sempre em entendimento e consultas com os países envolvidos.

Esse comunicado não foi divulgado oficialmente, mas saiu em matéria da BBC, na última sexta-feira. Um vazamento.

Depois, saiu uma nota do Escritório de Direitos Humanos, no site oficial da ONU, com o título "Information note" sobre o Comitê de Direitos Humanos. Ali se explica que não se deve confundir o Comitê com o Conselho de Direitos Humanos - este um órgão de alto nível, formado por representantes (diplomatas) de 47 países e que se reporta à Assembleia Geral da Nações Unidas, o órgão máximo da entidade. E este Conselho não decidiu absolutamente nada sobre esse caso.

Vai daí que são fake todas as notícias do tipo: ONU manda, determina, exige que Lula participe da eleição; Conselho da ONU decide a favor de Lula, (forçando uma confusão do Comitê com o Conselho, por ignorância ou má fé); decisão do Comitê é obrigatória.

Tem mais. O próprio texto oficial da ONU faz as ressalvas que denunciam indiretamente aquelas fake news. Diz: "é importante notar que esta informação, embora seja emitida pelo Escritório das Nações Unidas para Direitos Humanos, é uma decisão do Comitê de Direitos Humanos, formado por especialistas independentes. (Logo) esta informação deve ser atribuída ao Comitê de Direitos Humanos".

Por que a ressalva? ?"bvio, para deixar claro que não se trata de decisão da ONU, nem do Conselho de Direitos Humanos, nem do Alto Comissariado, muito menos da Assembleia Geral.

E isso, claro, faz diferença. Pode-se dizer que o comunicado do Comitê é um primeiro passo para um longo procedimento, inclusive de consultas, antes de qualquer decisão conclusiva.

Também é preciso ressaltar que a segunda nota, a oficial, é uma resposta à repercussão da primeira.

E, de novo, é um órgão superior descompromissando a ONU da decisão do Comitê.

Além do mais, a própria nota do Comitê tem um jeitão de fake news. Por exemplo: pede que o "Brasil" ou o "Estado brasileiro" garanta os direitos eleitorais de Lula. De que se trata? Do executivo? Do Legislativo? Do Judiciário? Todo mundo sabe, ou deveria saber, que o caso está no Judiciário, que é independente, e que os demais poderes não podem fazer nada.

Logo, o Comitê deveria ter se dirigido ao Judiciário. Mas como não pode fazer isso formalmente, sai com esse vago "o Brasil" ou o "Estado". Mostra que busca repercussão política e não efeitos práticos.

Além disso, o Comitê endossa totalmente a tese da defesa de Lula. Diz que o ex-presidente deve ser candidato com plenos direitos, como uma medida liminar, uma cautela - "até que todos os recursos pendentes de revisão contra sua condenação sejam completados em um procedimento justo e que a condenação seja final".

Ora, todo mundo sabe que, pela decisão vigente do STF brasileiro, o condenado em segunda instância vai para a cadeia cumprir pena, mesmo que ainda possa recorrer ao STJ e STF.

E, atenção: a função do Comitê é supervisionar o cumprimento dos direitos humanos previstos nos diversos tratados patrocinados pela ONU.

E em nenhum desses tratados está escrito que cumprir pena depois da segunda instância é uma violação de direitos humanos. Reparem: nenhum tratado internacional condena a execução da pena em segunda instância. Nem em primeira instância - como ocorre em grande parte dos países, assunto que nunca mereceu a atenção do Comitê de Direitos Humanos da ONU.

Resumindo: a nota do Comitê é uma fake news, que originou outras fake news.
Herculano
20/08/2018 10:42
BOLSONARO PROVA: TRUMP NÃO É DE NADA; MOSTRA QUE MACHO QUE É MACHO NÃO COME MEL,, MAS CHUPA A ABELHA: "MITO" QUER ROMPER COM A ONU, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República, já não basta mais emular Donald Trump. Apenas emparelhar-se com o presidente dos EUA parece ambição que não mais sossega a sua vaidade. É preciso superar os rompantes daquele que, sem dúvida, serve de modelo ao presidenciável brasileiro chamado de "mito" por seus seguidores - apelido que, até agora, não encontra explicação nos fatos. Vamos ver.

No dia 19 de junho, os EUA retiraram-se do Conselho de Direitos Humanos da ONU, acusando-o de "hipócrita".

Neste sábado, Bolsonaro demonstra que Trump não é de nada e que macho que é macho não come mel, mas chupa a abelha. Depois de participar da solenidade de formatura de cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), onde ele próprio estudou, deixou clara a intenção de levar o Brasil a uma situação realmente singular no mundo. Seriamos o único país do planeta, entre os 193 reconhecidos pelas Nações Unidas, a não mais integrar este, digamos, clube mundial.

Bolsonaro prometeu:

"Se eu for presidente, eu saio da ONU. Não serve pra nada essa instituição. Sim, saio fora, não serve pra nada a ONU. É um local de reunião de comunistas e gente que não tem qualquer compromisso com a América do Sul pelo menos".

Ulalá! Já imaginaram? Segundo entendi, o Brasil nem mesmo poderia se juntar ao Vaticano e à Palestina, considerados "Estados Observadores Não-Membros". Nada disso! Seríamos o único país do planeta, gozando de pleno reconhecimento internacional, com fronteiras definidas e independência não-contestada por ninguém, a se declarar rompido com a ONU. Até Kosovo, que anunciou em 2008 a sua independência da Sérvia - e tem o reconhecimento de 111 dos 193 países; o Brasil não está entre eles - quer pertencer à entidade.

O "mito" mostraria aos demais 192 países com quem eles estão lidando.

E por que este novo gênio da raça que se alevanta nas Américas tomaria decisão tão drástica?

Porque ele está injuriado com o Comitê de Direitos Humanos da entidade, que recomendou, em decisão liminar (provisória), que o Estado brasileiro permita que o petista Luiz Inácio Lula da Silva dispute a eleição. Já expliquei aqui a natureza do comitê, formado de observadores independentes. Também já deixei claro que a exortação tem, obviamente, um peso político - tanto é que foi notícia mundo afora -, mas não obriga o Poder Judiciário brasileiro a se subordinar a ela.

Não tem jeito! Quanto mais se evidencia o despreparo de Bolsonaro para exercer a Presidência, mais a sua retórica se exacerba. A declaração vem a público um dia depois de ter ficado claro que ele não tem noção do que é, por exemplo, dívida interna e das dificuldades que o país enfrenta em razão dela. Da mesma sorte, seus militantes na Internet vão elevando a temperatura da boçalidade, pregando, entre outras delicadezas, a queima de livros de autores considerados impróprios e o enquadramento, seja lá o que isso signifique, de todos aqueles que não se subordinarem às diretrizes da "nova ordem". Até os neutros seriam considerados inimigos. É um pensamento que tem história e pode usar o bigodinho de Hitler ou bigodão de Stálin.

Em tempo: Bolsonaro, se presidente, pode retirar o Brasil da ONU? Não! Isso feriria o Artigo 4º da Constituição, em especial os Incisos V, VI, VII e IX. A iniciativa seria, claro! Barrada pelo Supremo, e o valentão estaria cometendo crime de responsabilidade, incidindo nos seguintes atos previstos no Artigo 5º da Lei 1.079, a Lei do Impeachment:

Art. 5º- São crimes de responsabilidade contra a existência política da União:

3) cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade;

6) celebrar tratados, convenções ou ajustes que comprometam a dignidade da Nação;

11) violar tratados legitimamente feitos com nações estrangeiras.

Ah, em tempo: a ONU, por onde quer que se olhe, está longe de ser o caminho do paraíso. Afirmar que o Brasil deve romper com a entidade porque esta se constitui num antro de comunistas é uma estupidez que estabelece um marco novo no próprio bolsonarismo
Herculano
20/08/2018 10:33
da série: a imprensa feita de reações da esquerda do atraso, entende, mas, teima em se enganar ou enganar os seus leitores: o Centrão apenas cedeu o seu espaço de TV ao Geraldo Alckmin, PSDB. Se ele perder, o Centrão continuará ditando as cartas, os espaços e até o impeachment de quem vencer. Simples assim.

CENTRÃO APOIA, MAS NÃO APóIA ALCKMIN, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S.Paulo

Gesto de Ciro Nogueira a favor de Lula e falta de apoio nos estados devem preocupar tucano

A campanha nem começou direito e a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ao Palácio do Planalto está sendo boicotada dentro de sua própria coligação com transmissão ao vivo via rede social.

O gesto público veio do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, partido da senadora Ana Amélia (RS), candidata a vice do tucano.

Na última sexta (17), Nogueira participou de uma caminhada em Teresina com o petista Fernando Haddad, vice-presidente na chapa de Lula, e Wellington Dias (PT), que disputa a reeleição para governador.

Em vídeo divulgado por Haddad, Nogueira destaca a presença do ex-prefeito de São Paulo, faz o sinal do "L" e diz que está "lutando ao lado de Lula". "Lula presidente", afirma.

No dia 26 de julho, ele estava ao lado de Alckmin na mesa em que foi anunciado o apoio dos partidos do centrão, incluindo o PP, à candidatura do ex-governador paulista.

Candidato à reeleição ao Senado, Nogueira não surpreende. É daqueles parlamentares que forjam a carreira política na sombra, negociando cargos e espaços em um governo federal seja qual for o presidente.

O episódio de sexta-feira, além de constrangedor para a chapa de Alckmin, sinaliza que o tucano terá dificuldades em transformar em votos o caro apoio que negociou com o aglomerado de partidos do centrão.

Levantamento da Folha, publicado no sábado (18), mostra que metade dos aliados de Alckmin estará ao lado de coligações regionais que apoiam presidenciáveis adversários. De 216 diretórios estaduais, somente 96 apoiarão o ex-governador.

O MDB de Henrique Meirelles questionou no TSE possíveis falhas na burocracia de registro da chapa do PSDB. O partido de Michel Temer quer anular as alianças e diminuir o tempo de TV de Alckmin, o ativo mais relevante de sua campanha.

Falta de apoio nos estados, traição pública por parte de aliado importante e risco de punição na Justiça Eleitoral. Uma largada preocupante para quem busca desempacar e subir nas pesquisas rapidamente
Herculano
20/08/2018 10:26
ESTÁ NA REDE E UM LEITOR OFERECEU. TOSCO, MAS UMA BOA LEITURA

Se os candidatos fossem carros:

Cabo Daciolo: Opala de arrancadão - só faz barulho, mas não serve pro dia a dia!

Ciro Gomes: Ambulância - ajuda, mas ninguém quer andar com ela!

Bolsonaro: Jeep - Foi feito pro exército, mas impõe respeito na cidade!

Henrique Meirelles: Landou 1929 - todos admiram, mas ninguém confia para uma viagem longa!

Marina: Carro no GNV - faz bem pra natureza, mas quando precisa de força não tem!

Alckmin: Rolls-Royce - Um Clássico, mas custa muito caro manter!

Álvaro Dias: Carro Tunado - Só de olhar pra lata vc vê que foi alterado!

Amoedo: Tesla - moderno e tecnológico, mas todo mundo tem medo de deixar a direção com ele!

Boulos: Saveiro rebaixada de escape aberto - ninguém sabe pra que serve essa merda mas tem quem gosta!

Lulla: Veículo com a documentação irregular, tá apreendido!
Herculano
20/08/2018 10:24
CALANDO A HISTóRIA, por J.R. Guzzo, na revista Veja

A extrema esquerda quer proibir que Hugo Studart fale sobre o Araguaia

O jornalista e historiador Hugo Studart, de Brasília, escritor premiado em seus livros sobre o regime militar e merecedor do apreço de organizações que agem em defesa dos direitos humanos, é um exemplo admirável do tipo de perseguido político que haveria num Brasil governado pelas forças de esquerda que estão hoje por aí. Em seu último livro, "Borboletas e Lobisomens", que está sendo lançado neste momento, Studart faz uma reconstituição altamente minuciosa da chamada "Guerrilha do Araguaia" - na qual um pequeno grupo armado de extrema esquerda, centrado no PCdoB, tentou derrotar em combate as Forças Armadas do Brasil, nas décadas de 60 e 70, em confins perdidos na região central do país. Hoje, mais de 50 anos depois, organizações que se definem como "progressistas" ou de "ultra-esquerda", entraram em guerra contra o livro de Studart. Se estivessem no poder, proibiriam a publicação de "Borboletas e Lobisomens" e aplicariam uma punição exemplar ao autor - alguma pena prevista, possivelmente, nos mecanismos de "controle social dos meios de comunicação" que prometem adotar em seu futuro governo. Como não podem fazer isso, colocaram em ação o sistema de difamação, sabotagem e notícias falsas que mantém na mídia e nas redes sociais para tumultuar o lançamento. Ao mesmo tempo, sua tropa foi posta na frente da livraria escolhida para a noite de autógrafos, no Rio de Janeiro, com a missão de intimidar os presentes e perturbar seu acesso ao local.

O delito de Studart foi mencionar em seu livro algumas realidades incontestáveis e incômodas para os interessados em manter de pé lendas e mitos sobre o que entendem ser o heroísmo dos "combatentes" da aventura do Araguaia. Basicamente, o jornalista escreve que diversos membros da guerrilha trocaram rapidamente de lado, assim que foram acossados pela tropa do governo - e fizeram acordos com os militares para delatar os companheiros e ajudar os militares na sua captura e destruição. Refere-se, também, à uma lista de "guerrilheiros" que, em troca da delação, receberam identidades falsas e se beneficiaram de programas de proteção a testemunhas operados pelos serviços de repressão; encontram-se, até hoje, entre os "desaparecidos" do Araguaia. Studart cita ainda uma das líderes do movimento que, na verdade, era amante de um agente das Forças Armadas e agia a seu serviço na guerra contra os companheiros. Registra assassinatos cometidos entre eles - as chamadas "execuções" ou "justiçamentos". Enfim, no que talvez seja o ponto no qual mais irrita os inimigos do seu livro, o autor demonstra que o longo culto ao Araguaia pela esquerda é, em boa parte, uma questão de dinheiro. Tem a ver com a operação do sistema de indenizações e benefícios que o contribuinte brasileiro paga até hoje, e continuará pagando pelo resto da vida, para pessoas que conseguiram se certificar como "vítimas do regime militar".

"Borboletas e Lobisomens" é um livro de 658 páginas, com uma lista de 101 obras consultadas pelo autor, tanto sobre o episódio do Araguaia em si como sobre História em geral; entra na relação até a "Metafísica" de Aristóteles. Studart ouviu depoimentos de 72 participantes e familiares, consultou 29 documentos de militantes da operação e teve acesso a cinco documentos militares, inclusive de classificação confidencial e secreta. Ao logo de todo o livro, trata os envolvidos, respeitosamente, como "guerrilheiros" ou "camponeses". O relato de delações, homicídios e colaboração com os militares ocupa apenas uma porção modesta do vasto conjunto da obra. Mas a Polícia do Pensamento que opera na esquerda brasileira não admite a publicação de nenhum fato que possa contrariar sua visão oficial de que houve no Araguaia um conflito entre heróis do PCdoB e carrascos das Forças Armadas - principalmente se esse fato é verdadeiro. Este é o único tipo de liberdade de expressão que entendem.
Herculano
20/08/2018 10:21
FUNDÃO ELEITORAL CRIOU 'MAGNATAS' NOS PARTIDOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O fundão eleitoral de mais de R$1,7 bilhão, que financiará a campanha deste ano, foi produto de acordão dos presidentes de sete partidos - MDB, PSDB, DEM, PSB, PP, PR e PSD. Foi uma invenção demoníaca. Proibidos de vender favores no governo em troca de financiamento eleitoral, os partidos criaram o fundão para tirar dinheiro do contribuinte sem o risco de Polícia Federal da porta. Assim, os "sete magnatas" multiplicaram o poder sobre "vida e morte" dos próprios correligionários.

RENOVAÇÃO? ESQUEÇA
Bancando a própria campanha ao governo do DF, Ibaneis Rocha critica a criação do fundão. Segundo ele, impossibilita a renovação política.

SOBREVIVE QUEM ELE QUER
O presidente do MDB, Romero Jucá, por exemplo, foi logo avisando que somente ajudaria a bancar campanhas de candidatos "viáveis".

SENHORES DO DINHEIRO
Ciro Nogueira (PP) e Valdemar Costa Neto (PR), montados na grana, definem as candidaturas nas quais os partidos investirão nos estados.

OLHA A FORÇA DELES
Só os partidos que apoiam Alckmin (PSDB, PP, PTB, PR, SD, PPS, PSD, PRB, DEM) embolsarão R$830 milhões, quase 49% do fundão.

'POLÍCIA DO CONHECIMENTO' PERSEGUE HISTORIADOR
O historiador Hugo Studart tem sido perseguido por radicais, que o jornalista José Roberto Guzzo chama de "Polícia do Conhecimento", pela ousadia de relatar no livro "Borboletas e Lobisomens" (ed. Record) fatos que negam o "heroísmo" de guerrilheiros do Araguaia. "Atos de escracho" intimidam noites de autógrafo. O livro revela, por exemplo, que René Silveira (Duda), irmão de Elizabeth Silveira, do grupo Tortura Nunca Mais, aos 22 anos fez delação premiada para não ser morto.

OS MORTOS-VIVOS
O livro mostra que "desaparecidos" aderiram a programas de proteção a testemunhas. Além de Duda, há mais três: Edinho, Piauí e Tobias.

HISTóRIA CONHECIDA
Em 1980, a dirigente no PCdoB Elza Monerat flagrou no Rio Hélio Luis (Edinho). A guerrilheira Regilena Carvalho encontrou Tobias Pereira Jr.

FAHRENHEIT 451
Falta aos novos fascistas de esquerda queimar "Borboletas", como no clássico "Fahrenheit 451", filme dirigido por François Truffaud.

PAÍS SEM PARTIDOS
O instituto Paraná Pesquisa apurou que 87,4% dos brasileiros não se sentem representados por qualquer partido. Entre aqueles com ensino superior completo, o índice vai a 91%.

TUDO A VER
Além de Lula, há apenas outro ex-presidente preso em todo o mundo: Ollanta Humala, do Peru, corrompido pela empreiteira brasileira Odebrecht, a mesma empreiteira símbolo do PT no poder.

CAMPANHA NO TINDER
Tempo reduzido na TV leva a isso: o candidato ao governo do DF pelo Novo, Alexandre Guerra, inscreveu-se nos sites de relacionamento Tinder e Happning como estratégia para se aproximar das pessoas.

CONSTRUÇÃO DE MAIORIA
Os partidos que apoiam Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente representam atualmente 274 dos 513 deputados federais, 22 deputados além do necessário para ter maioria absoluta.

PAÍS BARNABÉ
O Patriarca José Bonifácio atrasou a Independência do Brasil porque tinha três empregos públicos em Lisboa. Aguardou a transferência das matrículas das boquinhas para o Brasil para concordar com Gonçalves Ledo, deflagrando o projeto da maçonaria de Independência do Brasil.

TÁ TUDO CERTO
Seis meses, R$ 1,2 bilhão e 2,6 mil assassinatos depois, Hugo Leal (PSD-RJ), chefe da comissão da Câmara que monitora a intervenção federal no Rio, não partilha das críticas e vê a situação como positiva.

NO PAÍS DO COCALEIRO
O chanceler Aloysio Nunes visita La Paz nesta segunda (20) para se reunir com Fernando Huanacuni, ministro da ditadura Evo Morales. Paciência. A Bolívia é o principal fornecedor de gás ao Brasil.

DE OLHO NA PROPORÇÃO
O dia 7 de setembro é o prazo final para a direção de partidos políticos preencherem as vagas remanescentes para as eleições proporcionais, obedecendo pré-requisitos de proporção de candidatos e candidatas.

PENSANDO BEM...
...Ciro acusar o PT de "radicalismo" é como o Corinthians acusar o juiz de favorecer o adversário.
Herculano
20/08/2018 10:13
FEITO DO SANGUE DO SATANÁS, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

O desejo é livre hoje? Eu arriscaria o oposto: nunca o desejo foi tão reprimido

"O desejo pinga", famosa frase de Nelson Rodrigues. Mas, para além do óbvio, o que ela quer dizer? Há uma matéria concreta no desejo que escorre, por exemplo, pelas pernas das mulheres. Eu sei. Dirão os inteligentinhos que vivemos na época da liberação do desejo, inclusive das mulheres. Eu arriscaria o oposto: nunca o desejo foi tão reprimido.

Mesmo em meio à inquisição havia mais respeito pelo desejo. Por quê? Porque não há forma mais honesta de reconhecer o desejo do que temê-lo. Qualquer pessoa que tenha visto o desejo escorrer pelas pernas, molhando a saia, sabe que o mundo público é, por definição, hostil ao desejo.

Enganamo-nos declarando que o direito ao desejo é um direito universal. Apenas os ingênuos ou os mentirosos creem nisso. Há aqueles mesmo que creem no ensino do desejo nas escolas. Não. O melhor ensino acerca do desejo é seu silêncio. O desejo cresce no silêncio e na escuridão. A luz é seu habitat natural muito raramente. Luz demais mata o desejo, já sabiam os vampiros.

Mas, onde reside a pior forma de repressão já criada contra o desejo? Reside, entre outras coisas, na criação de uma política do desejo. A civilização só respira graças ao temor que alimenta em relação ao desejo. Qual a diferença entre a repressão, digamos, medieval, ao desejo, e a contemporânea?

A contemporânea decidiu que o desejo é "saudável" e é "um direito de todo cidadão", e, dessa forma, o transformou em matéria constitucional. O Sapiens, talvez já cansado de toda sua evolução, chegou à conclusão de que o desejo só pode existir se for balanceado caloricamente.

Seria possível imaginar um mundo sem desejo? Claro que sim. Basta torná-lo absolutamente correto e seguro. Eis o pecado máximo do desejo: não cabe na geometria do contrato social. Quando o soltamos numa praia deserta cheia de pessoas que chegaram ao estágio de não odiar ninguém, já vivemos no mundo sem desejo. Alguém conhece um lugar com menos desejo do que os clubes de nudismo dos anos 1960?

A pornografia reversa é a condição de um mundo em que o desejo virou matéria constitucional. O resultado, nos cantinhos que restam de escuridão, serão mulheres indo trabalhar sem calcinha para, no silêncio das suas pernas, sonhar que alguém sabe de sua condição. Nas músicas de má qualidade, em que o desejo é cantado como um "estado natural", encontramos uma das faces da sua miséria.

Para além de seu estado de líquido que escorre, só há dois modo de relação com ele: sua condenação ou nossa misericórdia. Por isso, a tradição religiosa é mais sábia do que a política de direitos ou arte liberada da vergonha. Onde não há vergonha, não há desejo.

A modernidade, em meio às suas inúmeras qualidades, carrega uma, disfarçada de amor: sua decisão de eliminar as sombras, de uma vez por todas. O desejo cresce e se torna robusto quando o caçam pelas ruas. Quando o lançam às chamas do inferno, quando lhe negam o direito a respirar.

Há uma economia muito sofisticada nessa forma de vida, pouco comum num mundo que escolheu o bem-estar como paradigma. Não existe tal coisa chamada de "desejo do bem".

Não me entendam mal. Não faço aqui uma oração pela destruição do bem-estar. Os inteligentinhos, na sua tradicional incapacidade de entender qualquer coisa que não seja traduzida na forma da razão militante, certamente me entenderão mal. Mas não há como falar de desejo sem incorrer no risco de ser compreendido como algum tipo de Sade cansado. Morremos de medo do desejo, por isso decidimos vesti-lo de roupas coloridas e determinar que é Carnaval o ano inteiro e que, se você cansar da música e da festa ruidosa, você é contra o desejo.

Uma das formas mais típicas de destruição de desejo é dizê-lo como o "desejo do outro". Pois este é sempre meu, nunca do outro. O outro é sempre objeto, Ou melhor: o outro e eu, movidos pelos mesmo líquido que escorre pelas pernas em direção à vergonha pública.

Nas formas de organização racional moderna, típicas do mundo do dinheiro, os que teorizaram sobre a liberação do desejo contra a repressão burguesa deste foram seus repressores mais bem-sucedidos.

Falando em nome do "é proibido proibir", inauguraram a maior e mais extensa forma de negação do próprio desejo, porque o declararam um bem público. Enquanto ele era pecado, feito do sangue do Satanás, sobrevivia no seu elemento natural, o medo. Quando saiu para as ruas, tornou-se banal como um suco de frutas natural.

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