MDB LOTEIA GASPAR COM O MAIOR NÚMERO DE CANDIDATOS PARAQUEDISTAS - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

MDB LOTEIA GASPAR COM O MAIOR NÚMERO DE CANDIDATOS PARAQUEDISTAS - Por Herculano Domício

21/06/2018

DEPUTADOS OU VEREADORES I

Há em Santa Catarina 295 municípios. Na Assembleia há apenas 40 vagas para deputados na representação dos catarinenses. Já na Câmara, 16 e o Senado, três (neste ano, apenas duas vagas estão disponíveis). Então, os números mostram que não é possível se eleger um deputado por município como alguns apregoam por aqui e ainda mais com os apenas nossos 45 mil eleitores. E muito menos identificá-lo com uma região, como a do Médio Vale do Itajaí onde estamos. É que os próprios políticos quando tiveram essa possibilidade em nosso nome, rejeitaram-na no Congresso para Distritão ou Distrito Misto. E por que? Simples. Isso permitiria colocar em cheque velhos esquemas que reelegem sempre os mesmos ou os que estão numa fila entre poucos. É um jogo brutal entre (natural e necessário) e até mesmo dentro dos partidos. Eleitores são meros detalhes e usados para validar esses esquemões. Vence o candidato que se criou com verbas, funções e cargos públicas; o herdeiro político; o assertivo no uso das mídias ou o que representa alguma corporação, igrejas ou de artistas, esportistas e apresentadores... mas com o votos de todos, sem identificação e compromissos com a região onde ganhou votos.

DEPUTADOS OU VEREADORES II

Essa ideia de um município se fechar e ter um “candidato dele” a deputado estadual é um tanto utópica (hoje se precisa em torno ou mais de 46 mil votos para ser deputado estadual). Na maioria dos casos é até uma bobagem. Vários fatores conspiram, a começar pela necessária pluralidade de interesses e ideias na comunidade. Mas, Gaspar já teve o seu deputado: Francisco Mastella, nascido em nova Veneza, ex-líder estudantil na Capital, ex-funcionário público no governo do Estado em Florianópolis, ex-diretor financeiro da extinta Ceval aqui, ex-presidente da Acig e da Facisc. Ele conseguiu 36.646 votos e se elegeu pelo nanico PDC para o mandato 1987 a 1991, quando morreu. Só se elegeu porque se saiu bem daqui, mas principalmente porque teve a grande maioria dos votos fora de Gaspar, articulados a partir da Facisc e da própria Ceval em polos no Planalto, Meio Oeste, Extremo Oeste e Norte.

DEPUTADOS OU VEREADORES III

Pedro Inácio Bornhausen, PP, como diretor regional da Celesc em Blumenau, num esquema corporativo próprio para tal, também quase se elegeu deputado estadual em 2002, com 20.227 votos, dos quais 12.012 vieram dos gasparenses num colégio eleitoral da metade de hoje; 2.677 de Blumenau e 1.362 de Ilhota. Só para comparar e ratificar aquilo que já afirmei sobre o brutal jogo e esquemas corporativos, em 2006, o mesmo Pedro, para a mesma vaga, conseguiu apenas 8.639 votos em todo o estado. O PT de Pedro Celso Zuchi não deixou Bornhausen se criar em casa e dividiu a cidade em 2002 com sua esposa Liliane Zuchi com 6.504 votos no estado e com Mariluci Deschamps Rosa, em 2006 por 8.373 votos no estado. No outro exemplo, mas de união comunitária, a então pequena Pomerode elegeu Ralf Knaesel – num esquema empresarial – e depois quatro vezes seu filho Gilmar  como estadual e herdeiro da sua imagem política, que se somou aos esquemas corporativos da fiscalização estadual,  assim como o próprio João Alberto Pizzolatti Júnior para deputado Federal por três vezes, todos oriundos do PP. Este sem esquema, apenas com fama, bom momento partidário e da também então pequena cidade, quem surpreendeu a estadual foi o médico Nilo de Freitas, MDB, ex-prefeito de Indaial (1973/77).

DEPUTADOS OU VEREADORES IV

O MDB e o PP são o poder de plantão em Gaspar. Eles não querem colocar à prova com um candidato a sua “força” eleitoral diante de tantos questionamentos que eles próprios criaram em tão pouco tempo de governo. Disfarçam. Então o MDB loteou o município, não para os candidatos da região, mas para os de bem longe. Cada vereador, cada grupo possui um candidato a seu gosto e para marcar seu terreno ou suposta “força” política. A deputada Dirce Heidercheid, de Palhoça, tem a benção de uma parcela ponderável do diretório; o deputado e presidente da Alesc, Aldo Schneider, de Ibirama, e que foi trazido em 2012 por Adilson Luiz Schmitt, está com o vereador Ciro André Quintino; o deputado Luiz Fernando Cardoso, o Vampiro, de Criciuma, tem como cabo eleitoral o vereador Francisco Solano Anhaia; a deputada Ada Faraco De Luca, de Criciúma, é da cota do vereador Evandro Carlos Andrietti. E o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB? Sua força será no campo familiar e da igreja evangélica pentecostal para o desaparecido deputado Ismael dos Santos, do PSD. Ou seja, nem do MDB é.

DEPUTADOS OU VEREADORES V

Se não bastasse essa lista, o MDB de Gaspar ainda vai trabalhar para a eleição improvável do presidente da Câmara de Joinville, Rodrigo Fachini. O cabo eleitoral é nada menos que Roni Muller, o que trabalha nas comunidades de Gaspar ouvindo-as para dar verbas e obras, e foi o cabo eleitoral e assessor parlamentar do vereador Ciro André Quintino com quem agora está medindo forças para um embate futuro. E quem apareceu aqui há poucos dias como registra a foto feita no gabinete do prefeito Kleber? O deputado Mário Marcondes. Ele é de São José. E não apareceu à toa por aqui. Foi ele quem vem questionando a compra por R$83 milhões do prédio anexo da Alesc. Há uma semana combateu a contração de terceirizados de altos salários (mais de R$12 mil) para atender telefonemas e mandar e.mails pela Assembleia, tudo autorizado por Aldo Schneider e sem consultar a mesa diretora da qual Mário faz parte. Aldo teve que recuar em 24 horas. Adilson que se divorciou de Aldo é o mais novo cabo eleitoral de Mário Marcondes. Sintomático, não?

TRAPICHE

Cinco deputados federais catarinenses, entre 190 – a maioria do PT, MDB e PP -, assinaram um documento para uma CPI destinada a esculachar a Lava Jato, procuradores e juízes firmes e legalistas contra a corrupção dos políticos.

Só depois que o assunto veio à imprensa nacional, timidamente em Santa Catarina, e caiu nas redes sociais com atestado de notícia verdadeira, com grande repercussão negativa para os que assinaram o documento, alguns deputados correram para retirar a assinatura, dizendo-se enganados.

Entre os que assinaram e bateram em retirada está Rogério Peninha Mendonça, MDB, identificado com Gaspar e Ilhota. Os deputados não foram enganados como afirmam, achando que todos os eleitores são analfabetos, ignorantes e desinformados. Até porque com os nossos pesados impostos, eles dispõem de bem pagos assessores para ajudá-los nos esclarecimentos.

E se os deputados foram “enganados” por outros espertos, é preciso trocá-los por gente que não se deixa enganar. E outubro está aí. Essa é mais outra enganação própria de ano de eleições. Os deputados só perceberam que houve um estrago e recuaram, fingindo ouvir seus eleitores e eleitoras sem voz nos outros anos.

Afinal o advogado Carlos Roberto Pereira é ou não secretário de Saúde de Gaspar? Ou ainda está na secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa e sendo o prefeito de fato? O que estava ele fazendo, desfazendo e ordenando para diminuir a lambança (documentada) das obras no CDI Vovó Leonilda?

Aliás, a cidade está cheia de lambanças como aquela das máquinas da secretaria de Agricultura, sem controle, no uso particular e operadas por terceiros. A oposição dormindo ou choramingando à espera do Ministério Público (e até esta coluna) fazer o que é de responsabilidade dela fiscalizar? Acorda, Gaspar!

 

Edição 1856

Comentários

Weliton G. Lins
25/06/2018 10:27
Corrigindo o colunista, o presidente da Câmara de Vereadores de Joinville é o vereador Fernando Krelling (MDB) e não o vereador Rodrigo Fachini, conforme o colunista escreveu.
Herculano
24/06/2018 10:12
EXPECTATIVAS DE VIDA, por Drauzio Varella, médico cancerologista, para o jornal Folha de S. Paulo

Assistência médica à população que envelhece envolverá custos insuportáveis

Os brasileiros vivem cada vez mais. Quem nasceu em 1940 tinha expectativa de viver em média 45,5 anos. Entre os que vieram ao mundo em 2016, a média será de 75,8 anos. Se tiverem a sorte de nascer em Santa Catarina, a expectativa aumenta para 79,1; no azar do Maranhão, cai para 70,6.

De 1940 para cá, o ganho médio de 30 anos na duração da vida ocorreu principalmente graças ao saneamento básico, à melhora da nutrição, às vacinas e aos antibióticos, avanços que reduziram as mortes por doenças infecto-parasitárias e fizeram a taxa de mortalidade infantil recuar de 146 em cada mil nascimentos, em 1940, para 13, nos dias atuais.

Futuros aumentos da longevidade serão bem menos expressivos, uma vez que exigirão intervenções complexas para reduzir a mortalidade por ataques cardíacos, derrames cerebrais, diabetes, câncer e infecções por bactérias resistentes, combater o fumo, as epidemias de sedentarismo e obesidade e encontrar soluções para transtornos psiquiátricos e as demências da velhice.

A assistência médica à população que envelhece ?"e envelhece mal?" envolverá custos que a economia brasileira será incapaz de suportar. Não há alternativa: ou evitamos que os mais velhos fiquem doentes ou não haverá dinheiro que chegue.

Veja o exemplo dos Estados Unidos, o país que mais investe em descoberta de drogas, equipamentos, modernização de hospitais e tecnologia médica. O investimento americano em saúde é campeão mundial: 17,1 % do PIB.

Como o PIB deles é de US$ 19 trilhões (quase R$ 67 trilhões), faça a conta: dá aproximadamente US$ 3,2 trilhões (cerca de R$ 11,9 trilhões), ou seja, destinam à saúde 60% mais do que o nosso PIB inteiro (equivalente a US$ 2 trilhões, ou R$ 7,5 trilhões).

Tanto dinheiro para resultados medíocres. A expectativa de vida dos americanos é de 78,7 anos, a mais baixa dos países industrializados. Em Santa Catarina é mais alta. Na classificação geral de longevidade, o americano médio ocupa a 31ª colocação, embora gaste US$ 9.400/ano.

Os Estados Unidos oferecem ao mundo a oportunidade de entender que o foco das políticas públicas de saúde deve estar centrado na prevenção. Custa os olhos da cara tratar das doenças degenerativas crônicas responsáveis pelas taxas de mortalidade atuais.

Uma análise conjunta de 15 estudos (metanálise) com mais de 500 mil participantes de vários países desenvolvidos, seguidos durante 13 anos, revelou que 60% das mortes prematuras poderiam ser atribuídas a estilos de vida insalubres: cigarro, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, dietas pobres e obesidade.

Essa metanálise demonstrou que, em países como Japão, Noruega, Alemanha, Canadá, Dinamarca e Reino Unido, as expectativas de vida poderiam aumentar de 7,4 a 17,9 anos, caso a população adotasse hábitos mais saudáveis.

Neste ano, a revista Circulation publicou o estudo mais completo sobre a influência do estilo de vida na longevidade dos americanos. Foram colhidos dados periódicos sobre cinco práticas ligadas ao estilo de vida: fumo, dieta, índice de massa corpórea (IMC = peso/altura x altura), prática de atividade física e consumo de álcool, de 79 mil mulheres acompanhadas durante 34 anos e de 44 mil homens acompanhados por 27 anos (números arredondados).

Os participantes foram classificados na categoria de baixo risco, quando: nunca fumaram; mantiveram o IMC na faixa entre 18,5 e 24,9; praticavam pelo menos 30 min/dia de exercícios de intensidade moderada ou vigorosa (andar rápido ou correr); bebiam álcool com moderação (mulheres: de 5 a 15 g/dia; homens: de 5 a 30 g/dia); estavam entre os 40% dos que se alimentavam da forma mais próxima de uma dieta com ênfase em vegetais (Alternate Healthy Eating Index).

Os autores estimaram a expectativa de vida das mulheres e homens que chegaram aos 50 anos, com estilos de vida sem nenhum desses fatores de baixo risco, isto é, foram sedentários, fumantes, com excesso de peso, consumiram mais álcool e dietas menos saudáveis. Concluíram que a expectativa média das mulheres desse grupo foi a de viver mais 29 anos, e a dos homens mais 25,5.

No extremo oposto, naquele dos que chegaram aos 50 anos respeitando os cinco fatores de baixo risco citados, essas expectativas aumentaram para mais 43 e 37 anos respectivamente.

Portanto, prezado leitor, adotando um estilo de vida de baixo risco você viverá em média até os 87 anos. E você, querida leitora, poderá chegar aos 93. Não está bom?
Herculano
24/06/2018 08:22
O FATOR TUCANO NA DESISTÊNCIA DE PINHO MOREIRA, por Upiara Boschi, no jornal Diário Catarinense, da NSC Florianópolis

Se Luiz Henrique da Silveira estivesse vivo, todos diríamos que o apoio do governador Eduardo Pinho Moreira à pré-candidatura do deputado federal Mauro Mariani ao governo era mais uma de suas bem-sucedidas articulações políticas para unir o MDB - mesmo que não fosse. Como LHS não está mais entre nós, ainda estamos tentando entender a desistência do governador em disputar a reeleição.

A decisão pegou de surpresa até mesmo os mais próximos correligionários, mas reflete inúmeros fatores que ficaram claros nas últimas semanas e que se concretizaram no discurso de Pinho Moreira às lideranças emedebistas na manhã de segunda-feira. Ele relatou a incompatibilidade de gerir um Estado em crise financeira e a agenda da pré-candidato. A greve dos caminhoneiros promoveu um baque na arrecadação, é um dado da realidade.

No entanto, esse dado já estava posto na semana anterior, quando Pinho Moreira avançou sobre o PSDB na tentativa de consolidar uma aliança. O governador sabia que somente um fato político de expressão poderia sensibilizar Mauro Mariani a retirar sua pré-candidatura. Partiu para o tudo ou nada com os tucanos e voltou com a impressão de que se eles abrirem mão da pré-candidatura do senador Paulo Bauer não será para abraçar os emedebistas.

Sem o fato político contundente para apresentar, com a máquina administrativa com pouco fôlego, Pinho Moreira saiu do tabuleiro - premiando a persistência de Mariani. Pela segunda vez - a primeira foi em julho do ano passado quando foi oficializado pré-candidato único -, o deputado federal ganha o cheque em branco para negociar seu palanque. Os emedebistas já têm o PTB e negociam com o PPS de Carmen Zanotto e o PR de Jorginho Mello - este quer uma das vaga ao Senado e que o MDB não preencha a outra. A disposição do ex-governador Paulo Afonso Vieira e do deputado federal Valdir Colatto de disputarem o cargo praticamente fecha essa porta se a condição for inegociável.

Lembrei de Luiz Henrique no começo. Muitas das articulações atribuídas ao líder emedebista morto em 2015 ele foram costuradas pelo ex-deputado estadual Júlio Garcia, líder do bloco anti-Gelson Merisio no PSD. Semana passada, ele tomava café com os tucanos Marcos Vieira e Gilmar Knaesel no Centro de Florianópolis. Pelo que se ouviu ali, talvez Esperidião Amin consiga levar para o PP aquele fato político que Pinho Moreira não conseguiu apresentar na segunda-feira.
Herculano
24/06/2018 08:11
PAÍS AMA E ODEIA A COPA, NEYMAR E O 7 A 1

Datafolha mostrou desinteresse pela Copa, mas jogos batem recordes de audiência

Desde 1994, o desinteresse pela Copa não era tão grande, disseram os brasileiros ao Datafolha neste mês: 53% afirmavam não ter interesse algum pelo Mundial.

Teria mudado o Natal ou mudamos nós, para emendar o sonetinho de Machado de Assis? O país do futebol não é mais? Ou apenas estamos fulos e fartos de tanto 7 a 1, na política, na economia e, por tabela, até no futebol?

Na manhã da sofrência de sexta-feira (22) contra o time da Costa Rica, 82% das TVs ligadas mostravam o jogo pela Globo, na Grande São Paulo; no Rio, 85%. A TV por assinatura não entra na conta. Foi a maior audiência desde 2006, quando os recordes foram um final de novela e o jogo entre Brasil e França pela Copa daquele ano.

Embora os dados não sejam comparáveis, parece haver uma bola dividida aí.

Por vezes, uma resposta a pergunta de pesquisa de opinião expressa preocupação com algo diferente. Por exemplo, a expectativa de alta de preços que aparece nas pesquisas do Datafolha nem sempre reflete temor real quanto à inflação, mas ansiedade com o noticiário de crises políticas, motivo de medo de que a vida piore em geral.

Entre 1994 e 2010, a demonstração de "grande interesse" pela Copa do Mundo ficava entre a casa dos 50% e dos 40%. Em 2014, na casa dos 30%. Neste 2018, em torno de 20%. Parece haver uma tendência aí, embora a série de pesquisas seja curta.

Talvez houvesse mais interesse pelo futebol nos tempos de opções de entretenimento mais escassas.

Quem tem perto de 50 anos se lembra do vício dos meninos em futebol. A diversão era toda analógica e em carne viva, sem games, celulares ou mesmo videocassetes.

Até meados dos anos 1980, os melhores jogadores não haviam migrado, fora um e outro (apenas a partir de 1990 a seleção passa a ter mais de 50% de expatriados). Ainda havia memória viva dos times estelares de 1958 a 1970.

Cerca de 140 milhões dos 208 milhões de brasileiros de agora não tinham nascido ou idade para ter vivido essa época com lembranças mais fortes. Note-se que, segundo o Datafolha, o time mítico de 1970 tem tantos votos (22%) quanto os de 1994 e 2002 na eleição de melhor seleção da história. O escrete brilhante de 1958 levou só 1% dos votos.

A explicação parece bonitinha, mas não cola. Sim, o futebol é uma brincadeira entre tantas outras, cada vez mais marginal. Mas ainda em 2010 havia interesse grande pela Copa, diz o Datafolha, mesmo que não tenhamos mais relação maníaca com o esporte. De resto, o interesse pelo futebol dos mais velhos não é tão maior que o de mais jovens.

O futebol não é mais um "fato social total", para usar de modo sarcástico uma expressão da etnografia, mas nos serve de metáfora, dos 7 a 1 às pantomimas cadentes de Neymar. O jogador é um superstar totêmico, emblema de características e anseios nacionais, por bem e por mal.

Admira-se seu talento e seu sucesso, tido como ostentatório e popularesco. É motivo de inveja, mas também bode expiatório de males como a malandragem que burla regras do jogo, tão brasileirinha. Neymar, seus luxos, sua namorada estrela, seu choro, seu meião rasgado e seus tombos são assunto do país e motivo de debates sobre o caráter nacional brasileiro.

Talvez amemos a Copa, Neymar e mesmo o 7 a 1, pois motivam esperanças secretas e exageradas de vingança, de redenção de tantos desastres. Também os detestamos: enquanto a revanche não vem, temos raiva.
Herculano
24/06/2018 07:58
ALCKMIN DIZ QUE SEU VICE DEVE SER UM NORDESTINO, por Josias de Souza

De passagem pela cidade paraibana de Campina Grande, o presidenciável tucano Geraldo Alckmin sinalizou a intenção de acomodar um nordestino como número 2 de sua chapa. Declarou neste sábado que a escolha de um vice do Nordeste "é até mais natural, porque é a segunda região mais populosa depois do Sudeste."

Na sucessão de 2014, o PSDB compôs uma chapa "puro-sangue". O vice do então candidato Aécio Neves foi Aloysio Nunes, um tucano de São Paulo. Alckmin informou que seu companheiro de chapa "certamente não será do PSDB." Acrescentou: "Quem deve indicar são os partidos aliados."

Otimista, Alckmin afirmou que sua coligação será ampla. "Acho que vamos ter seis, sete, podendo chegar até a oito partidos." No momento, o candidato tucano disputa com o rival Ciro Gomes (PDT) o apoio do DEM e dos partidos do chamado centrão. Entre eles PP, PR, PRB e Solidariedade.

Na última quarta-feira, Alckmin reuniu-se em Brasília com o presidente do DEM, o prefeito de Salvador ACM Neto. O encontro ocorreu no apartamento funcional do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), ex-ministro da Educação do governo de Michel Temer.

Mendonça sempre foi mencionado como uma opção de vice para Alckmin. Mas a demora na costura da aliança levou o deputado a formalizar sua candidatura ao Senado, numa coligação encabeçada pelo senador Armando Monteiro, que disputará o governo de Pernambuco pelo PTB.

Numa das entrevistas que concedeu em Campina Grande, Alckmin foi questionado sobre a hipótese de Mendonça ser o seu vice. Elogiou o deputado. Mas evitou acomodar o carro adiante dos bois. Disse que, por ora, o DEM mantém a candidatura ao Planalto do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

O tucano se aborreceu quando lhe perguntaram sobre o jantar que reunira Maia, Michel Temer e Aécio Neves, na noite de quinta-feira. Classificou de "fake news" a notícia segundo a qual o tema do repasto foi a hipótese de trocar a sua candidatura pela do tucano João Doria

Alckmin voou para o Nordeste a pretexto de prestigiar as festas de São João. Além de Campina Grande, visitou, na noite de sexta-feira, a cidade pernambucana de Caruaru. A incursão insere-se num esforço do tucano para se fazer notar numa região em que seu prestígio é esquálido.

Segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, a taxa de intenção de votos de Alckmin no Nordeste é de ínfimos 2%. O político mais popular entre os nordestinos é Lula. Nos cenários que excluem o candidato inelegível do PT, Alckmin está na rabeira, perdendo para Jair Bolsonaro (PSL), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede).

Esforçando-se para recuperar terreno, Alckmin afirmou que pretende priorizar o Nordeste no seu plano de governo. "O Brasil não vai crescer se o Nordeste não crescer", afirmou. "Aqui tem 55 milhões de pessoas. É a região onde o investimento mais rapidamente gera resultado. [...] Vamos concentrar fortemente aqui. Estamos fazendo um programa de governo muito voltado ao Nordeste."

Alckmin cuidou de tomar distância de Michel Temer, um político que consegue ser mais impopular do que ele entre os nordestinos. Perguntaram-se sobre os vínculos do PSDB com o governo Temer. Embora o tucanato tenha desembarcado do governo, o tucano Aloysio Nunes continua no Itamaraty.

"Quem escolheu o Temer não fomos nós, foi o PT", disse Alckmin, numa referência ao fato de que o presidente mais impopular da história, com 82% de reprovação no Datafolha, foi guindado ao trono porque era o vice de Dilma Rousseff, deposta em 2016. O tucano aproveitou para alfinetar Temer.

Sob Temer, disse Alckmin, o governo "praticamente se ausentou do financiamento da saúde pública". Para corrigir a falha, o candidato tucano afirmou que, se eleito, reajustará a tabela de repasses de verbas federais para o SUS. É uma forma de "aliviar o peso que hoje carregam Estados e municípios."

Além de criticar as falhas alheias, Alckmin viu-se compelido a se explicar. Foi abalroado por uma pergunta sobre o aliado Laurence Casagrande, preso pela Polícia Federal na última quinta-feira, na Operação Pedra no Caminho. Ex-presidente da Dersa, estatal que cuida das rodovias em São Paulo, Casagrande é acusado de desviar verbas da obra do Rodoanel, menina dos olhos do tucanato. Alckmin manifestou o desejo de que a investigação seja rápida. E defendeu o investigado.
Herculano
24/06/2018 07:51
DIVIDIDO ENTRE MERCADO E ELEITOR, BOLSONARO ESCONDE PROPOSTAS, por Bruno Boghossian

Presidenciável quer evitar debates na TV e expõe divergências com seu economista

Jair Bolsonaro (PSL) não quer participar de debates no primeiro turno. O presidenciável também se recusa a discutir sua proposta de reforma tributária e diz que não vai mostrar o pacote de medidas econômicas preparado por sua equipe, "para não levar pancada por aí".

Faltam 105 dias para a eleição, e o candidato que lidera boa parte das pesquisas ainda é um enigma. Bolsonaro ganhou o selo do livre mercado sem esforço, graças a sua aliança com economistas liberais, mas seu comportamento na corrida indica que ele esconde algumas surpresas.

Dissonâncias entre o candidato e seu guru Paulo Guedes se tornaram mais evidentes nos últimos meses. Em abril, o economista indicou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que Bolsonaro resistia a defender uma reforma da Previdência mais dura durante a campanha.

"Pô, Paulo, você faz o que quiser depois, mas se eu fizer isso, nem chego lá. O Lula está falando que vai mexer na Previdência? O Alckmin?", disse Bolsonaro, segundo Guedes.

Apontado como possível ministro da Fazenda do presidenciável, o economista acrescentou que vai insistir em uma agenda de corte de despesas e privatizações. "Se ele quiser, aprova. Se não aprovar, não vou."

Dividido entre um discurso amigável ao mercado e uma plataforma mais suave para conquistar votos, Bolsonaro agora prefere o silêncio. Repete que seus planos serão apresentados "em momento oportuno" e sonega informações para não assustar nem eleitores nem investidores.

O presidenciável do PSL age assim porque atingiu um potencial de votos que poderá levá-lo ao segundo turno sem muita exposição a riscos. Ao fugir de confrontos, ele omite também eventuais falhas e contradições em sua plataforma.

Nenhum candidato tem um plano de governo completo a esta altura, mas a intenção de Bolsonaro de evitar os debates na TV e de esconder o que planeja para o país é uma manobra proposital. Assim, ele confunde o eleitor e o mantém no escuro enquanto for possível.
Herculano
24/06/2018 07:47
LULA, TEJE SOLTO OU TEJE PRESO? por Carlos Brickmann

O próximo capítulo da novela "Prisão com Lula é górpi" estava marcado para esta terça. A Segunda Turma do Supremo julgaria pedido de suspensão da condenação de Lula e sua libertação imediata. Julgaria: o mesmo ministro Édson Fachin que pedira a votação mandou suspendê-la. Motivo: o TRF-4 de Porto Alegre encaminhara o processo ao STJ, e o STF não deveria interferir no tema. Dever, não deveria, mas já tinha interferido, lançando dúvidas em todo o país.

Ou melhor, mais dúvidas. Seria julgada só a libertação ou também a proibição de se candidatar? Dúvidas havia até na defesa de Lula: o advogado Sepúlveda Pertence, em Brasília, pedira ao Supremo que, se não anulasse a sentença, transferisse Lula para prisão domiciliar; o advogado Cristiano Zanin, em São Paulo, dizia não ser aceitável que Lula continuasse preso, por considerá-lo vítima de injustiça.

Alguma previsão lógica? Se no Brasil nem o passado é previsível, imagine o futuro. Mesmo que houvesse certeza sobre a votação, não haveria sobre o seu alcance. Mesmo derrotada a tese da anulação da sentença que o condenou, alguma concessão - como prisão domiciliar - já representaria uma vitória política para Lula.

Se o pedido fosse integralmente rejeitado, sem concessões, ficaria mais claro ainda que Lula não poderia disputar eleições. Mas as turmas do STF são formadas por cinco ministros, há muitas decisões por 3? - 2, e na Segunda Turma estão pessoas que já foram muito ligadas a Lula ou ao PT. Isso não significa que seu pedido seria aceito - nem essa certeza existe - mas que seria possível algum tipo de atenuante da punição.

Previsível é apenas a posição de Lula: continuará dizendo que é candidato, até que seu registro seja negado.

O ADVERSÁRIO 1

Quem será o candidato de Lula à Presidência? Muita gente pensa que, depois da falta de gentileza de Dilma, que fez questão de se candidatar à reeleição em vez de ceder a vez a Lula, ele preferiria escolher algum nome de outro partido, que não pudesse disputar com ele o comando do PT. Pode ser; e, afinal, Jaques Wagner, fiel entre os fiéis, tem conversado muito com Ciro Gomes, o que não faria sem a aprovação de Lula.

Mas as coisas são mais complexas: se Ciro ganha, passa a liderar toda a ala bolivariana da política brasileira, e Lula fica em segundo plano. O PT vai conversar com Ciro até o último instante; mas seu candidato deve ser do partido, alguém abertamente fiel a Lula e que não tenha ambições futuras. Haddad, talvez.

O ADVERSÁRIO 2

O candidato tucano Geraldo Alckmin continua parado: não teve novos apoios, não subiu nas pesquisas, não se tornou empolgante. Mas, apesar de tudo, pode chegar ao segundo turno. E, se tiver a sorte de disputar contra radicais, pode ganhar a eleição. Meirelles, emparedado (se for apresentado como candidato do Governo, é ruim; se for apresentado como oposição, é pior), não tem onde buscar apoio e é ainda menos empolgante do que Alckmin. A tendência da maior parte do MDB - não unânime, já que haverá emedebistas dando apoio de Ciro Gomes a Bolsonaro - é aliar-se a Alckmin. O mesmo ocorre com o DEM, o PSD, e os partidos do Centrão, PR, PTB, PP, eventualmente o PRB.

Isso dá voto? Não, claro; mas dá tempo de TV e ajuda no essencial trabalho de acompanhar de perto a campanha e as apurações. Urnas venezuelanas têm seus mistérios.

OS LÍDERES

Há ainda Bolsonaro. Líder nas pesquisas, em ascensão, falta-lhe a base partidária. Seu tempo de TV é minúsculo. Pode chegar ao segundo turno (como Ciro também pode), mas precisará demonstrar sua força eleitoral. Por enquanto, vai bem; quando a campanha começar, como fica, sem TV?

Marina é empolgante, pessoalmente, mas não tem base. Como um cometa, aparece de quatro em quatro anos, brilha e some. Falta-lhe o trabalho de base, a ser realizado no intervalo das eleições. E Ciro vai bem, mas não resiste à tentação de ofender pessoas e grupos, até que se perca.

PS AÇICERCES

Quem começa a trabalhar as bases, não para essas eleições, mas para o futuro, são dois grupos: o Partido Novo (que tem candidato, João Amoedo, mas cuja força virá da proposta de um governo baseado no mérito, e não só em acordos políticos); e o RenovaBR, que busca formar líderes políticos para o futuro, independentemente de sua ideologia. O RenovaBR dá cursos de seis meses, mais ajuda de custo, a 133 bolsistas que se comprometam com combate à corrupção, sustentabilidade e gestão fiscal responsável.

O RenovaBR foi criado pelo empresário Eduardo Mufarej (Tarpon Investimentos), com apoio de Nizan Guanaes, Armínio Fraga, Luciano Huck e outros. É trabalho bem montado: utiliza uma plataforma Canvas, da Instructure, já testada por sólidas instituições de ensino, num ambiente virtual de aprendizado que abrange todo o país. Os dois projetos podem funcionar - o que seria ótimo para o Brasil, num futuro não muito distante.

COMO DIZIA O PODETA

O PT pensa em Dilma para o Governo de Minas, em vez de Pimentel. Como disse Drummond, "quer ir para Minas, Minas não há mais".
Herculano
24/06/2018 07:39
JUÍZES SEM TETO

Indefinição sobre o auxílio-moradia impôs ao país os custos de um privilégio indefensável

Uma decisão tomada há quase quatro anos pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, já custou mais de R$ 4 bilhões aos cofres públicos sem que a controvérsia em torno da legalidade da medida fosse solucionada pela corte.

Em setembro de 2014, como relator de três ações movidas por juízes, Fux estendeu a todos os magistrados do país o auxílio-moradia, benefício concebido originalmente apenas para os que atuassem em comarcas longínquas.

Desde então, até profissionais com casa própria e que residem na mesma cidade em que trabalham ganharam direito a um adicional de R$ 4.377 mensais, livre de tributos e do teto imposto pela Constituição aos vencimentos dos servidores - atualmente, o salário dos ministros do Supremo, R$ 33,7 mil.

Fux concedeu a dádiva por meio de liminares, ou seja, decisões de caráter provisório. Seus efeitos prevalecem até hoje porque as ações sobre o assunto não foram julgadas no plenário do STF.

Em março, quando os integrantes do tribunal se preparavam para examiná-las, Fux atendeu a um pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros e suspendeu o julgamento, remetendo o caso a uma câmara de conciliação coordenada pela Advocacia-Geral da União.

A ideia era que as partes envolvidas se reunissem até encontrar uma solução consensual para o problema, mas o esforço foi inútil. Passados três meses, a AGU jogou a toalha na última terça (19), informando ao Supremo que a tentativa de conciliação fracassara.

A AGU considera ilegal a extensão indiscriminada do auxílio-moradia e fincou pé na posição. As associações de magistrados que participaram das discussões também não se mostraram dispostas a ceder.

Surgiram no processo duas sugestões para contornar o problema. A primeira seria incorporar o valor do penduricalho aos rendimentos dos juízes e, para acomodá-lo, aumentar o teto salarial dos funcionários públicos.

A outra ideia seria propor ao Congresso a criação de outro adicional para os magistrados, proporcional ao tempo de serviço na carreira, que substituiria o auxílio-moradia.

É fácil perceber que as duas propostas só atendem ao interesse das corporações, que se recusam a abrir mão dos seus ganhos, e não resolvem o problema do governo, que não tem dinheiro e teme alimentar pressões de outras categorias se satisfizer os magistrados.

Cabe agora ao STF decidir o que fazer. Considerando os custos da indefinição para o contribuinte, é desejável que o faça logo.

Não deveria ser uma escolha difícil. Num momento em que juízes e ministros do STF proclamam suas virtudes no combate aos privilégios dos poderosos, o auxílio-moradia se tornou moralmente insustentável.
Herculano
24/06/2018 07:34
MINISTÉRIO DA SAÚDE FAZ VERGONHA NA VACINAÇÃO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Ministério da Saúde tem desapontado a tradição brasileira de dar exemplos ao mundo de como se imuniza de doenças toda uma população. Este ano, alcançou o pior desempenho de vacinação contra gripe desde 2001. A meta era imunizar mais de 95% da população-alvo, mas não chegou a 70% de bebês de até um ano, por exemplo. E cresceu a morte de crianças por complicações relacionadas à gripe.

CAINDO ANO A ANO
Em 2017 o Ministério da Saúde bateu recorde negativo de cobertura de vacinação, depois de despencar em 2015 e cair mais ainda em 2016.

FRACASSO MATA
O fracasso da vacinação contra gripe tem sido apontado como a causa da morte de 535 pessoas com a doença, somente este ano.

SUDESTE POR BAIXO
Região mais endinheirada, o Sudeste tem a menor cobertura vacinal contra a gripe este ano: 77,2%. No Rio de Janeiro, não passou de 62%.

CENTRO-OESTE COBERTO
As regiões Norte (78,4%), Sul (84,8%) e Nordeste (89,3%) têm boa cobertura, mas é no Centro-Oeste a melhor: 96,5%.

PALOCCI PODERÁ 'SEPULTAR' LULA E ENREDAR DILMA
"Italiano" nas planilhas da Odebrecht, o agora delator Antonio Palocci foi quem revelou ao juiz federal Sérgio Moro a existência de um "pacto de sangue" entre Lula e a Odebrecht para abastecer a conta corrente da corrupção de R$300 milhões. Além de complicar de vez Lula, ajudando a mantê-lo presos por muitos anos, a delação deve implicar também a ex-presidente Dilma na roubalheira na Petrobras. Palocci é testemunha e cúmplice de dez em cada dez safadezas na era PT.

PACTO DE SANGUE
Em depoimento a Moro em setembro de 2017, Palocci denunciou o pacto de corrupção entre Lula e o empreiteiro Emílio Odebrecht.
8
PACOTE DE PROPINAS
O acerto de Emilio Odebrecht com Lula rendeu um "pacote de propinas" para o petista, incluindo o terreno que seria do Instituto Lula.

ORDEM PELA ROUBALHEIRA
Palocci também revelou encontro de Dilma com Lula e Sérgio Gabrielli, ex-Petrobras, em 2010, para acertar a continuidade da roubalheira.

NÃO POR ACASO
Advogado dos funcionários, que vão tomar R$15 bilhões da Petrobras, o ex-presidente da OAB Cézar Britto sempre se associou a bandeiras sindicalistas, sua clientela, com o ataque à reforma trabalhista. Pudera.

PRIVATIZAÇÃO, JÁ
Está na pauta da Câmara nesta terça-feira (26) o requerimento de urgência para o projeto do governo que autoriza a privatização de seis distribuidoras de energia controladas pelas Eletrobras.

SENADORES GASTõES
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) é um gastador militante da verba de ressarcimento de despesas. Ele já apresentou este ano 52 notas fiscais para receber R$259,9 mil. Paulo Paim (PT), o 2º, R$ 216 mil.

LEI PARA ENGANAR TROUXAS
O deputado Ezequiel Fonseca (PP-MT) apresentou projeto permitindo que a indústria automobilística lance modelos do ano seguinte a partir de 1º de abril. No início de 2019 já haveria carros "modelo" 2020.

SETE VETOS EM PAUTA
Sessão do Congresso terça (26), vai analisar sete vetos do presidente Michel Temer, todos deste ano. Como o governo já não está com essa bola toda, ainda mais em ano eleitoral, poderá sofrer várias derrotas.

COTÃO NA NOSSA CONTA
O campeão do cotão parlamentar nesta legislatura é Edio Lopes (PR-RR). Já levou R$1,83 milhão em ressarcimentos por 1.914 notas fiscais desde 2015. Só com a Gol foram R$663 mil, com a LATAM, R$505 mil.

PSDB, 30 ANOS
Neste domingo (24) o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) completa 30 anos desde sua fundação com o ex-governador Mário Covas como seu primeiro presidente, em 1988.

DIA BOM PARA VENCER
No próximo dia 29 de junho os dois primeiros títulos mundiais da Seleção fazem aniversário: a vitória sobre a Suécia por 5? - 2, em 1958 no país europeu, e o 3? - 1 contra a Tchecoslováquia, no Chile, em 1962.

PENSANDO BEM...
...os boatos sobre a libertação de Lula são tão verdadeiros quanto aqueles sobre a prisão de ministros do STF.
Herculano
23/06/2018 17:27
POLÍTICA EXTERNA DE GENTE GRANDE, por Marco Antônio Villa, historiador, na revista Istoé

Não é novidade dizer que vivemos uma crise de lideranças. O atual processo eleitoral é uma demonstração inequívoca. Não há registro na história republicana de uma carência tão significativa de líderes como agora. Esse processo não é produto do acaso. Deve-se a uma estrutura política que rejeita a novidade e novas formas de ação política. Até o momento, o arcaico vence de goleada o moderno. A ruptura entre a sociedade civil e o Estado e seus braços ?" como os partidos políticos ?" se aprofundam. E o maior prejudicado é o cidadão que encontra por todos os lados a frustração.

Os presidenciáveis possuem enorme dificuldade de ter uma visão de totalidade dos dilemas que o País enfrenta. Abusam de clichês, de soluções que não são soluções. Dão a impressão que desconhecem o que está ocorrendo no mundo. São provincianos. E quanto se referem ao exterior é sempre de forma subserviente. Insistem alguns na importância da globalização, da liberdade comercial, mas em nenhum momento tocam na questão geopolítica. A inserção do Brasil no mundo é no campo das mercadorias. Isso como se o planeta vivesse em paz e, pior, para todo o sempre. Os conflitos que ocorrem no mundo, as áreas de influência que foram redefinidas com o fim da Guerra Fria, as contradições, entre outros exemplos, entre Estados Unidos e China, são absolutamente ignorados.

Dada a importância econômica do País, sua extensão territorial, a presença no hemisfério sul, além de estar distante das zonas mais conflituosas do mundo, dão ao Brasil a necessidade de estabelecer uma política externa que combine a presença econômica, seu poderio militar e os interesses estratégicos do país. O Itamaraty, que poderia ser esse corpo permanente de Estado ?" e não de governo - para elaborar propostas de interesse nacional, de há muito abandonou o papel de indutor da política externa. É uma tradicional repartição pública. Um escritório burocrático, cinzento, modorrento. Sua principal preocupação são as festas, coquetéis e intrigas internas que desservem à República.

É urgente que o País tenha uma política externa de, no mínimo, médio prazo. Um passo positivo foi ter abandonado a relação de amizade e aliança com os países bolivarianos. Mas só isso não basta. É necessário pensar grande, pensar do tamanho do Brasil. A nossa inserção no mundo não pode ocorrer de forma subordinada. Precisamos ter um diálogo de igual para igual com as potências de um mundo multipolar.

Um passo positivo foi ter abandonado a relação de amizade e aliança com os países bolivarianos. Mas só isso não basta
Herculano
23/06/2018 16:00
da série: a verdade da ladroeira, incompetência e sacanagem como os pesados impostos dos brasileiros que desmonta o discurso da seita petista em qualquer ambiente

ESQUELETOS FóSSEIS, por Míriam Leitão, no jornal O Globo

A conta de R$ 17 bilhões que a Petrobras foi condenada a pagar a 51 mil funcionários ativos e aposentados é mais um esqueleto deixado pela gestão petista. A quantia é uma enormidade. Para se ter a ideia, toda a receita estimada pelo estado do Espírito Santo este ano é de R$ 16,8 bilhões. É equivalente a 23 vezes o Orçamento do Ministério da Cultura, antes dos cortes impostos pelo governo.

O acordo foi feito pela Petrobras quando ela era presidida por José Sérgio Gabrielli e tinha um sindicalista na diretoria de Recursos Humanos. Foi considerado muito generoso na época e os dois lados comemoraram os resultados da Remuneração Mínima de Nível e Regime. Os jornais dos sindicatos explicaram como se calculava o piso e era exatamente como a empresa estava executando. E ao contrário do que foi dito por alguns ministros do TST, não trata o trabalhador em área de risco da mesma forma que o do escritório. Há diferenças de pisos. O acordo coletivo foi confirmado em 2009 e só virou um problema três anos depois de assinado, quando os sindicatos perceberam que o texto continha brechas que permitiriam outro entendimento. E, obviamente, passaram a requerer mais. Esse é o papel dos representantes sindicais.

A empresa deveria ter analisado o problema, redigido um bom acordo, feito o balanço dos riscos de maneira mais acurada ao longo dos últimos anos. O comitê que decide sobre provisionamento inclui as áreas jurídica, contábil e de conformidades e riscos. Esse comitê avaliou que não era provável que a empresa perdesse a ação. Era apenas "possível". Assim recomendou que a estatal não fizesse a provisão. E ela deveria ter feito, tanto que perdeu a ação no TST.

A Petrobras vai recorrer e diz que tem esperança de conseguir inverter o resultado. Continua confiando na vitória apesar de o presidente do TST, ministro Brito Pereira, ter lembrado que o tribunal é a última instância em questões trabalhistas e avisado que a sentença terá que ser cumprida tão logo o acórdão seja publicado. Resta à Petrobras recorrer ao próprio TST, mas que argumentos levariam os ministros a mudar o entendimento? A empresa poderá recorrer ao STF, se houver uma questão constitucional envolvida.

Essa quantia despenca sobre a companhia quando ela se esforçava para reduzir os custos e resolver conflitos e passivos que haviam ficado das gestões anteriores do governo do PT. A empresa foi atingida pela corrupção que provocou entre outros problemas ações no exterior contra a companhia e que já custou um enorme volume de recursos para serem resolvidos. Teve também que suportar o ônus de investimentos decididos por razões políticas e que foram abandonados por serem inviáveis. Tudo teve que ser lançado a prejuízo. Aguentou por anos o custo do subsídio aos preços dos combustíveis. E agora, se for confirmada a derrota nessa ação bilionária, terá que pagar o preço de um acordo mal feito, mal redigido e mal executado. São muitos os esqueletos que ficaram da gestão petista na estatal e eles ainda não foram todos equacionados.

Os erros cometidos na administração do governo passado custaram no mínimo US$ 80 bilhões. Metade disso foi o custo de ser obrigada a vender combustível com preço controlado muito abaixo da paridade internacional. No Comperj, foram investidos US$ 13 bilhões sem retorno. O custo de Abreu e Lima que não será recuperado é calculado em US$ 10 bilhões. As duas refinarias premium que foram lançadas a prejuízo representaram US$ 1,5 bi. Tem ainda o que foi lançado como perdas por corrupção de R$ 6,2 bilhões. A compra de Pasadena representou uma perda de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão. Na compra da refinaria Okinawa no Japão foram queimados outros US$ 400 milhões. Esses são apenas alguns dos esqueletos deixados na companhia. Bilhões em passivos tributários têm sido equacionados. Essa ação trabalhista é mais um desses esqueletos.

Apesar de a Petrobras não precisar desembolsar os recursos imediatamente, a avaliação de especialistas é de que isso cria uma insegurança jurídica para novas ações trabalhistas contra a companhia. No entanto, a empresa permanecia ontem confiante de que conseguirá provar que cumpriu exatamente o que foi negociado na ação coletiva.
Herculano
23/06/2018 16:00
da série: a verdade da ladroeira, incompetência e sacanagem como os pesados impostos dos brasileiros que desmonta o discurso da seita petista em qualquer ambiente

ESQUELETOS FóSSEIS, por Míriam Leitão, no jornal O Globo

A conta de R$ 17 bilhões que a Petrobras foi condenada a pagar a 51 mil funcionários ativos e aposentados é mais um esqueleto deixado pela gestão petista. A quantia é uma enormidade. Para se ter a ideia, toda a receita estimada pelo estado do Espírito Santo este ano é de R$ 16,8 bilhões. É equivalente a 23 vezes o Orçamento do Ministério da Cultura, antes dos cortes impostos pelo governo.

O acordo foi feito pela Petrobras quando ela era presidida por José Sérgio Gabrielli e tinha um sindicalista na diretoria de Recursos Humanos. Foi considerado muito generoso na época e os dois lados comemoraram os resultados da Remuneração Mínima de Nível e Regime. Os jornais dos sindicatos explicaram como se calculava o piso e era exatamente como a empresa estava executando. E ao contrário do que foi dito por alguns ministros do TST, não trata o trabalhador em área de risco da mesma forma que o do escritório. Há diferenças de pisos. O acordo coletivo foi confirmado em 2009 e só virou um problema três anos depois de assinado, quando os sindicatos perceberam que o texto continha brechas que permitiriam outro entendimento. E, obviamente, passaram a requerer mais. Esse é o papel dos representantes sindicais.

A empresa deveria ter analisado o problema, redigido um bom acordo, feito o balanço dos riscos de maneira mais acurada ao longo dos últimos anos. O comitê que decide sobre provisionamento inclui as áreas jurídica, contábil e de conformidades e riscos. Esse comitê avaliou que não era provável que a empresa perdesse a ação. Era apenas "possível". Assim recomendou que a estatal não fizesse a provisão. E ela deveria ter feito, tanto que perdeu a ação no TST.

A Petrobras vai recorrer e diz que tem esperança de conseguir inverter o resultado. Continua confiando na vitória apesar de o presidente do TST, ministro Brito Pereira, ter lembrado que o tribunal é a última instância em questões trabalhistas e avisado que a sentença terá que ser cumprida tão logo o acórdão seja publicado. Resta à Petrobras recorrer ao próprio TST, mas que argumentos levariam os ministros a mudar o entendimento? A empresa poderá recorrer ao STF, se houver uma questão constitucional envolvida.

Essa quantia despenca sobre a companhia quando ela se esforçava para reduzir os custos e resolver conflitos e passivos que haviam ficado das gestões anteriores do governo do PT. A empresa foi atingida pela corrupção que provocou entre outros problemas ações no exterior contra a companhia e que já custou um enorme volume de recursos para serem resolvidos. Teve também que suportar o ônus de investimentos decididos por razões políticas e que foram abandonados por serem inviáveis. Tudo teve que ser lançado a prejuízo. Aguentou por anos o custo do subsídio aos preços dos combustíveis. E agora, se for confirmada a derrota nessa ação bilionária, terá que pagar o preço de um acordo mal feito, mal redigido e mal executado. São muitos os esqueletos que ficaram da gestão petista na estatal e eles ainda não foram todos equacionados.

Os erros cometidos na administração do governo passado custaram no mínimo US$ 80 bilhões. Metade disso foi o custo de ser obrigada a vender combustível com preço controlado muito abaixo da paridade internacional. No Comperj, foram investidos US$ 13 bilhões sem retorno. O custo de Abreu e Lima que não será recuperado é calculado em US$ 10 bilhões. As duas refinarias premium que foram lançadas a prejuízo representaram US$ 1,5 bi. Tem ainda o que foi lançado como perdas por corrupção de R$ 6,2 bilhões. A compra de Pasadena representou uma perda de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão. Na compra da refinaria Okinawa no Japão foram queimados outros US$ 400 milhões. Esses são apenas alguns dos esqueletos deixados na companhia. Bilhões em passivos tributários têm sido equacionados. Essa ação trabalhista é mais um desses esqueletos.

Apesar de a Petrobras não precisar desembolsar os recursos imediatamente, a avaliação de especialistas é de que isso cria uma insegurança jurídica para novas ações trabalhistas contra a companhia. No entanto, a empresa permanecia ontem confiante de que conseguirá provar que cumpriu exatamente o que foi negociado na ação coletiva.
Herculano
23/06/2018 09:25
ALCKMIN IRONIZA A FUGA DE BOLSONARO DOS DEBATES, por Josias de Souza

Jair Bolsonaro, o presidenciável que lidera as pesquisas de intenção de voto nos cenários sem Lula, cogita ausentar-se dos debates televisivos. Estacionado nas sondagens eleitorais na casa de um dígito, o tucano Geraldo Alckmin avalizou a divulgação nas redes sociais de um vídeo ironizando a fuga do capitão. A peça exibe uma montagem com a cabeça de Bolsonaro e o corpo de uma criança. Abaixo da imagem, a provocação: "Adivinha quem vai fugir dos debates."

No Brasil, debates eleitorais têm serventia duvidosa. As assessorias dos candidatos impõem aos organizadores regras draconianas, que favorecem a cenografia em detrimento do conteúdo. De resto, a história mostra que um bom debatedor não é necessariamente um gestor qualificado. Seja como for, é no mínimo constrangedor que um candidato à Presidência queira chegar ao trono brincando de esconde-esconde.
Herculano
23/06/2018 09:22
CIRO, UMA ANÁLISE DE TEXTO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

O homem que fala como quem desfere tiros nunca teve que escolher entre a fidelidade a suas ideias e a segurança pessoal.

Jacques Derrida, o filósofo célebre pela desconstrução semiótica, imaginava que "nada existe fora do texto". Não é preciso rezar pela cartilha dele para reconhecer a importância da linguagem, na política ou na literatura. Diz-se de Ciro Gomes, um compulsivo franco-atirador de adjetivos insultantes, que é boquirroto.

O irmão, Cid, interpreta seu destempero nos registros da "franqueza" e da "sinceridade" (Folha, 21/6). Tomo a sugestão de Cid como guia de análise das palavras escolhidas por Ciro, no Roda Viva (28/5), para qualificar a oposição venezuelana: "Fascista, neonazista, entreguista". O tema está longe do centro do debate eleitoral brasileiro, mas o curto texto esclarece muito sobre o candidato.

Apesar de Derrida, o contexto sempre importa. No plano da ética pessoal, dirigir insultos a correntes políticas que operam num sistema democrático não é o mesmo que fazê-lo contra opositores perseguidos por um regime autoritário. A opção de poupar o regime chavista de sua artilharia verbal, desviando-a para figuras que enfrentam a repressão, a prisão ou o exílio, desvenda um traço de caráter. A biografia de Ciro ajuda a iluminá-lo.

A carreira política de Ciro começou no movimento estudantil, nos anos anteriores à Lei de Anistia (1979). Havia perigo, mas não para ele, que pertencia à Arena Jovem, base da chapa pela qual concorreria à vice-presidência da UNE.

Ciro jamais experimentou a condição de opositor de uma ditadura. Da política estudantil, seguiu para o PDS, o sucessor da Arena, antes de migrar para o MDB. O homem que fala como quem desfere tiros nunca teve que escolher entre a fidelidade a suas ideias e a segurança pessoal. Isso, antes de tudo, o distingue dos venezuelanos que ele ofende.

Alexander Soljenítsin, um dos mais destacados dissidentes soviéticos, era um nacionalista grão-russo; Václav Havel, dissidente tcheco que se tornaria presidente, um democrata liberal; Vladimir Herzog, assassinado na prisão pela ditadura brasileira, um comunista.

É possível, sem comungar com as ideias deles, defender o direito de expressá-las, que se confunde com o direito das sociedades de debater livremente seu futuro. Ciro optou por outro caminho, repetindo as senhas cunhadas pelo regime venezuelano para suprimir a oposição.

A repressão política vale-se da linguagem, tanto quanto do cassetete e do calabouço. O governo soviético crismava Soljenítsin como fascista. O governo comunista tcheco qualificava Havel como agente da CIA. O governo militar no Brasil classificava Herzog como agente da KGB.

Não existe nenhuma indicação de que os líderes opositores venezuelanos sejam fascistas ou neonazistas. Henrique Capriles pertence ao Primero Justicia, um partido-ônibus que abrange de social-democratas a liberais. Leopoldo López fundou o Voluntad Popular, um partido filiado à Internacional Socialista.

Henri Falcón, candidato oposicionista às eleições farsescas de maio, é um chavista histórico que cindiu com o regime em 2012. O general Raúl Baduel, que cumpre uma segunda sentença de prisão, foi um íntimo colaborador de Chávez entre 1982 e 2007. No Roda Viva, Ciro falou como porta-ofensa de Maduro.

Derrida não deixaria escapar a palavra "entreguista". Diferente de fascista ou neonazista, "entreguista" não descreve uma ideologia e, rigorosamente, nada significa - mas cumpre função decisiva na linguagem do chavismo.

O termo destina-se a marcar um opositor como agente de interesses estrangeiros, senha crucial para forjar processos judiciais e justificar encarceramentos. Ciro pode ter falado taticamente, a fim de granjear as simpatias do PT. Ou pode ter exercitado a "franqueza" e a "sinceridade".

Na primeira hipótese, o candidato mostra-se capaz de sacrificar qualquer valor no altar de sua campanha eleitoral. Na segunda, revela que, uma vez Arena, sempre Arena.?
Herculano
23/06/2018 09:15
da série: o nosso ridículo

Título de uma reportagem na edição deste sábado do jornal Folha de S. Paulo: Cidades de Santa Catarina travam guerra por título de mais fria do país. Em Urupema, Urubici e São Joaquim, na Serra Catarinense, menos é mais
Herculano
23/06/2018 09:11
TRUMP É "A DIREITA DE TWITTER". PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS É UM ARRUACEIRO INTERNACIONAL, UM PARANóICO E UM INIMIGO DO LIVRE MERCADO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O presidente dos EUA, Donald Trump, pode até surpreender alguns admiradores seus, parte deles talvez até meio assustada. Se chegava a ter um lado até meio divertido provocar os esquerdistas e politicamente corretos com o elogio a um troglodita, a coisa fazia algum sentido quando se imaginava que ele não se levasse tão a sério. Mas ele se leva, sim. Trump, no entanto, não surpreende seus críticos, em especial aqueles que não são de esquerda. A melhor frase sobre Jânio Quadros foi dita por alguém do campo ideológico que o elegeu: Afonso Arinos.

O dito imortal: "Janio é a UDN de porre". Sobre o presidente americano, pode-se afirmar: "Trump é a direita de Twitter". Os EUA estão sem presidente. No momento, quem ocupa a Casa Branca é um arruaceiro da ordem internacional, um inimigo do livre mercado, um paranoico de circo, uma personagem inventada pelo esgoto da comunicação de massas, porém alçado à Presidência da nação mais rica da Terra pelos juízos ágrafos, de uma ignorância lapidar, que as redes sociais ajudam a popularizar.

"Oh, como Reinaldo Azevedo se atreve a criticar Donald Trump, o homem que responde pelo bom momento da economia americana?" Ainda que fosse verdade, não me obriguem a listar aqui as vezes em que cretinos e ditadores arrumaram a economia de seus respectivos países. São inúmeras. A democracia é um pouco mais do que isso, não? Em segundo lugar, a Trump pode-se atribuir, no máximo, não ter atrapalhado a retomada econômica. As medidas estruturais de saneamento foram feitas no governo Obama. E quem entende do assunto já identificou uma bolha de consumo que ainda vai cobrar o seu preço. Mas tudo a seu tempo. De todo modo, acho indecoroso que se usem os números da economia como redutores das escolhas políticas feitas pelo presidente americano. A direita democrática tem de exigir mais do que isso.

Donald Trump é um desordeiro da ordem mundial - ordem que gravita, sim, ainda em torno dos EUA. A sua decisão de romper o acordo nuclear com o Irã, com a ligeireza com que o fez e baseando-se em documentos falsos, é coisa de falastrão irresponsável. Não menos estupefaciente foi o seu namoro com um delinquente internacional como Kim jong-un. Aquilo a que se assistiu, que é nada, só serviu aos propósitos do ditador. Mas Trump não é apenas um fanfarrão que resolve estrear no tabuleiro da política internacional levando ainda mais desordem ao Oriente Médio e flertando com um terrorista atômico. É também o presidente que decidiu desorganizar a economia globalizada, conforme as regras que foram saudavelmente estabelecidas pelos próprios EUA. Trump não fechou a fronteira apenas aos imigrantes. Ele também levantou um muro para separar do resto do mundo a economia americana. No seu universo mental, que tem sido chamado de "mercantilista", os EUA produzem em solo pátrio aquilo de que precisam os americanos, tentam ganhar mercado no resto do mundo, sufocando os locais e recebe as divisas das multinacionais sediadas no país. E o resto da Terra que se dane. Afinal, é isso o que quer o seu público. É isso o que quer a sua audiência. Os taradinhos das redes sociais que veem um ato de coragem em humilhar os já humilhados cobram dele "tolerância zero".

Não deixa de ser curioso acompanhar as manifestações, no Brasil, dos admiradores de Donald Trump. Por aqui, os mais entusiasmados com ele, claro!, são os bolsonaristas.

Até faz sentido. Também estes odiassem o liberalismo - caso viessem a descobrir o que é. Também estes se consideram nacionalistas e acham que há estrangeiros roubando as nossas riquezas; Trump, no caso, vê o mundo roubando os empregos americanos. Também estes, por aqui, entendem que os estratos mais frágeis da sociedade são, na verdade, vagabundos. Também estes fazem da intolerância uma cultura política. Também estes odeiam a imprensa, que só existiria para conspirar contra os desígnios dos homens verdadeiramente de bem. Um dos filhos de Bolsonaro pôs na Internet um vídeo em que aparece cercado de fuzis, fazendo a apologia da venda livre de armas. Isso no país que teve, em 2016, 63 mil homicídios, 45 mil praticados por armas de fogo. Isso no país em que centenas de favelas são reféns do narcotráfico. De fuzil na mão.

Os problemas na economia americana não vão se revelar tão cedo. É possível que haja tempo de Donald Trump se reeleger. E ele já está em plena campanha, dobrando a aposta. Os campos de concentração que criou com filhos de imigrantes, separados de seus pais, dão conta de que o depredador da ordem capitalista e liberal não reconhece limites. Quando se imagina que já pode ter atingido o nefando, nós vemos a fazer um pouco mais. Sim, esses campos de concentração já fazem parte de sua campanha eleitoral.

A carta que veio a público da embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, culpando as ONGs pelo fato de os EUA terem se retirado do Conselho de Direitos Humanos da entidade é asquerosa. Sim, o organismo sempre foi um antro de ditaduras. Respira-se anti-israelismo no conselho há muitos anos. Mas o país que é o centro de gravidade da ordem internacional, em casos assim, não se retira, não sai e bate a porta. Ora, a própria embaixadora deixou claro: as propostas americanas para reformar o conselho só receberam críticas de ONGs e entidades ligadas á área. "Ah, é assim? Então pego a bola e vou embora". E, claro!, como não poderia deixar de ser, a representante do país que hoje abriga campos de concentração infantis afirmou que os EUA continuarão a ser "líderes mundiais na exigência de [respeito aos] direitos humanos para todas as pessoas e em chamar atenção do mundo para atrocidades maciças". Parece piada macabra. Mas essa gente se leva a sério.

Será que Donald Trump e sua súcia se importam? Sua mulher, Melania Trump, foi visitar um abrigo para crianças no Texas com uma espécie de jaquetão que trazia nas costas, em letras garrafais, a seguinte expressão: "I really don't care, do u?". Ou: Eu realmente não me importo. E você?" Mas ela não se importa com o quê? Sua assessora afirmou que Melania não estava se referindo ao desastre humanitário das crianças imigrantes; que tudo foi mera coincidência. Trump se encarregou de desmenti-la e de, uma vez mais, deixar claro de que tipo de gente estamos falando. Segundo ele, trata-se de um recado à imprensa, que se ocuparia apenas de "fake news" - vejam quem fala! Sua mulher estaria deixando claro que não se importa é com essa imprensa. Que é, como se sabe, crítica das ações do governo nesse particular. Até a Fox News ficou chocada. Vale dizer: não se importar com a crítica, nesse caso, é não se importar com as crianças que ela visitava.

De resto, pergunte-se, dado que a vestimenta era uma peça de marketing: que presidente é esse cuja mulher, ao visitar o abrigo que reúne vítimas de um drama causado pelo próprio marido, resolve sobrepor a sua guerra contra a imprensa à solidariedade ainda que formal, ainda que viciosa, ainda que hipócrita?

Uma coisa a gente tem de admitir: eles não disfarçam seu primitivismo moral.
Herculano
23/06/2018 08:53
UM ANO SEM DESPACHO, Julianna Sofia, secretária de Redação da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

TCU e Ministério da Justiça investigam se preços das passagens caíram com cobrança de bagagem despachada

Cada vez que um cidadão brasileiro tenta, sofridamente, acomodar suas tralhas dentro de uma pequena mala de viagem para embarcar em um voo deve matutar quanto pagou a menos pela passagem aérea para justificar o suplício.

Com esse argumento - bilhetes mais baratos - , governo e companhias defenderam a liberação da cobrança por bagagem despachada em trechos nacionais e internacionais, inovação que virou prática em junho do ano passado.

A medida provém das novas regras de direitos dos passageiros, de 2016, e da empulhação de abrir caminho para que as chamadas empresas low cost atuem no país. Um entrave para a chegada dos concorrentes de fora: a proposta que permite a ampliação do capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras - hoje limitado em 20% e que poderá chegar a 100% - está empacada no Congresso Nacional.

Em setembro de 2017, um departamento da Secretaria Nacional do Consumidor decidiu averiguar informações sobre uma queda de até 30% nos preços em voos domésticos, segundo avaliação das empresas. O setor deixava no ar que, afora a cobrança no despacho, outros fatores poderiam estar contribuindo para a baixa.

Menos de um mês depois, a secretaria viu indícios suficientes para abrir um processo para investigar a conduta das aéreas, diante de um viés de alta nos valores das passagens verificado em pesquisas de preços.

Desde então, pouco se sabe sobre avanços na apuração e há boatos de que os investigadores do caso caíram em desgraça no Palácio do Planalto. O processo pode resultar em multas em torno de R$ 10 milhões para os envolvidos. Agora, o Tribunal de Contas da União quer auditar a regra para checar se houve de fato economia para o consumidor.

Um ano após o início da cobrança, proliferam questionamentos sobre o suposto benefício de passagens mais em conta. E você, passageiro, continue socando tudo na maleta de bordo. Ou pague (caro) pelo despacho.
Herculano
23/06/2018 08:49
MINISTROS DO PT CONDENARAM A PETROBRAS NO TST, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Foram nomeados nos governos do PT, de Lula e Dilma, doze dos treze ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que condenaram a Petrobras a pagar R$15 bilhões por supostos direitos a um grupo de funcionários. É mais do dobro que os R$ 6,8 bilhões roubados da Petrobras por integrantes dos mesmos governos e seus aliados na política e no setor privado, segundo estimativa da operação Lava Jato.

DUVIDOSOS DIREITOS
Os "direitos" que resultaram na condenação da Petrobras são tão discutíveis que a votação foi bem apertada no TST: 13? - 12 votos.

VOTO DE DESEMPATE
Dos ministros que condenaram a Petrobras, só um foi nomeado no governo tucano de FHC: Brito Pereira, o próprio presidente do TST.

PARECE CASO PENSADO
Curiosamente, o que motivou a decisão do TST, que abala as finanças da Petrobras, decorre de acordo coletivo... celebrado no governo Lula.

AGORA ESTÁ CLARO
Ministros do TST ligados ao PT e advogados da área criticam o que a reforma trabalhista tem precisamente de melhor: respeito aos acordos.

'CABIDE' DE AGÊNCIAS REGULADORAS CUSTA R$1,5 BILHÃO
As "agências reguladoras", frequentemente acusadas de beneficiar empresas que deveriam normatizar, custam ao País R$1,575 bilhão por ano somente com o imenso cabide de empregos que criaram. No total, são dez agências ocupando quase 6 mil cargos. A mais cara delas é a de vigilância sanitária (Anvisa), com um orçamento total de R$535 milhões por ano. A de telecomunicações (Anatel) é a mais barata, custa R$38,9 milhões anuais, e nem por isso é a menos ineficiente.

OITO BALCõES
O Brasil tem mais oito "agências reguladores", algumas atuando como se fossem associação de defesa das empresas que deveriam fiscalizar.

VAZADOURO
Onde há dinheiro público há "agência reguladora": planos de saúde, água, aviação civil, energia elétrica, cinema, petróleo, transportes etc.

ATÉ PROPAGANDA
As "agências reguladoras" castigam o dinheiro público em propaganda: Ancine R$15 milhões, ANS R$4,2 milhões e ANP R$12 milhões anuais.

PARLA, ITALIANO!
Tem mais de 50 anexos a "delação do fim do mundo" do ex-ministro Antonio Palocci, que está preso desde setembro de 2016 na Polícia Federal em Curitiba (PR). A poucos metros de Lula, principal alvo.

PT PODE ATÉ SER EXTINTO
Palocci vai contar todos os detalhes da doação de US$1 milhão feita pelo ditador da Líbia Muamar Kadafi à campanha de Lula, em 2002. Doação de estrangeiros é crime e pode resultar na extinção do PT.

POVO, ESSE CHATO
A Câmara inventou um novo jeito de desrespeitar quem a sustenta. O cidadão que liga ao número geral e pede para falar com alguém da presidência da Casa, a telefonista diz que não pode transferir a ligação.

TRÂMITE MAIS CURTO
Ganhando urgência, o projeto de decreto legislativo de JHC (PSB-AL), que libera a venda direta do etanol aos postos, encurtaria a tramitação do projeto semelhante aprovado no Senado por 47? - 2. Mas na Câmara falou mais forte o lobby dos distribuidores ou atravessadores.

PROTEGENDO O ERÁRIO
Os dois ministros nomeados pelo presidente Michel Temer para o Tribunal Superior do Trabalho (TST) votaram a favor da Petrobras: o paranaense Breno Medeiros e o catarinense Alexandre Luiz Ramos.

PESOU A FICHA
Fernando Haddad venceu a "batalha" com Jaques Wagner para ser o candidato do PT a presidente, em 2018. A decisão foi de Lula, que gosta mais de Wagner, mas avaliou que ficha limpa será fundamental.

CARA DIVULGAÇÃO
O deputado César Hallum (PRB-TO) é o mais novo campeão de gastos com a "divulgação de atividade parlamentar", este ano. Receberá ressarcimentos que totalizam R$178,4 mil. A firma é rica.

MOROSIDADE À BRASILEIRA
O Comissão de Relações Exteriores do Senado emitiu nota criticando a separação de pais e filhos imigrantes nos EUA. Donald Trump já findou a separação, mas a nota da CRE ainda precisa ser votada no plenário.

PENSANDO BEM...
...o sofrimento contra a Costa Rica fez lembrar que foram tantas as gravações de comerciais para TV que faltou tempo a Tite para treinar.
Herculano
23/06/2018 08:26
RELIGIÃO PETISTA

Absolvição de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo cria um mal-estar retórico

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, Paulo Bernardo, foram absolvidos das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro que lhes haviam sido imputadas pela Procuradoria-Geral da República no âmbito da Lava Jato.

Não há o que questionar na decisão da 2ª Turma do STF. A peça acusatória não ia além de empilhar declarações de réus que aderiram à delação premiada, o que é insuficiente para condenar alguém. A absolvição, porém, cria um mal-estar retórico para alguns petistas que, desde o início da Lava Jato, vêm insistindo que a operação e a própria Justiça brasileira têm um viés contra o partido.

Ora, se tudo não passa mesmo de uma conspiração das elites para frustrar a redistribuição de renda iniciada no governo Lula, como explicar que a presidente nacional do partido tenha escapado?

A nova decisão do STF não representou, evidentemente, o primeiro buraco na teoria conspiratória. O discurso de perseguição já se vira em dificuldades antes, com condenações e prisões de gente graúda de outros partidos, como Sérgio Cabral e Eduardo Cunha, do MDB, Eduardo Azeredo, do PSDB, e Paulo Maluf, do PP - os dois últimos por casos anteriores à Lava Jato. A Procuradoria também não tem dado folga a Michel Temer e seu entorno.

Quando confrontados com as evidências de que as condenações são mais ecumênicas do que supunham, alguns desses petistas afirmam, não sem uma ponta de paranoia, que é tudo parte do plano. A Justiça faz isso para manter a aparência de imparcialidade e, assim, tentar dar credibilidade à condenação de Lula.

É um discurso tão autorreferente que se torna difícil contestá-lo com argumentos. Como atitude, porém, essa cepa de militantes me lembra os criacionistas da Terra jovem que, depois de apresentados a uma miríade de fósseis muito mais velhos do que a idade que atribuem ao planeta, dizem que Deus plantou esses materiais no mundo só para confundir os homens.
Herculano
22/06/2018 18:33
TEMER E AÉCIO SE REÚNEM NA CASA DE MAIA E COGITAM USAR INDICIAMENTO DE EX-PROCURADOR PARA ANULAR PROVAS DA JABS

Conteúdo do Congresso em Foco.Na mira da Operação Lava Jato e de outras investigações, o presidente Michel Temer (MDB) e o senador Aécio Neves(PSDB-MG) pretendem usar o indiciamento do procurador Marcelo Muller, pela Polícia Federal, para anular o acordo de delação premiada fechado por Joesley Batista, um dos donos da JBS, e do ex-executivo da empresa Francisco de Assis. Temer e Aécio foram denunciados no ano passado por crimes diversos pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, a quem Muller era subordinado, depois da ação coordenada que culminou na gravação de ambos em conversas suspeitas.

Nos áudios, entre outras questões comprometedoras, Aécio pede R$ 2 milhões a Joesley, o que seria negociação de dinheiro ilícito com exigência de contrapartida para a JBS - a entrega de parte do dinheiro (R$ 500 mil) foi filmada pela PF e compõe o conjunto probatório contra o tucano. Já Temer, entre outros pontos também suspeitos, é gravado ao pedir que Joesley mantivesse, por meio de repasses de dinheiro, o silêncio de Eduardo Cunha (MDB-RJ), condenado e preso na Lava Jato, com o objetivo de impedir uma eventual delação premiada do ex-deputado.

Essa e outras estratégias de defesa podem ter sido discutidas na noite de ontem (quinta, 21), na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em compromisso fora das respectivas agendas oficiais, segundo o blog da jornalista Andréia Sadi. Quem também passou pela residência do deputado foi o ministro Moreira Franco (Minas e Energia), igualmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e um dos membros do chamado "quadrilhão do PMDB", nas palavras da própria PGR.

A investigação debatida na casa de Maia quer saber se Marcelo Miller auxiliou, com interesses não esclarecidos, os executivos JBS. Segundo investigadores, já ficou claro, no entanto, que o ex-procurador não agiu para produzir provas ou com o objetivo de orientar Joesley no que diz respeito, especificamente, à realização de grampos de iniciativa individual do empresário feitos antes da ordem judicial para a execução das ações controladas.

"A linha [de defesa] deles é a de que o indiciamento reforça a ideia de que Muller fez jogo duplo durante a negociação da delação da JBS. Portanto, querem anular as provas do acordo. Cabe ao ministro Fachin a decisão final sobre a rescisão do acordo", informa Sadi, referindo-se ao relator da Lava Jato no STF e acrescentando que, hoje (sexta, 22), Temer tinha reservado compromisso em São Paulo com o advogado Antonio Claudio Mariz, que o defende das denúncias da PGR.

A versão oficial é de que o encontro, com direito a jantar, teve como menu exclusivo o atual cenário político. A formação de alianças para o pleito eleitoral de outubro também esteve à Mesa.

Dupla função

A relação do ex-procurador Marcelo Miller com os irmãos Joesley e Wesley Batista o colocaram na condição de suspeito depois que o próprio conteúdo dos áudios de Joesley veio a público. Depois de sair da PGR, Miller passou a atuar no escritório Trench, Rossi & Watanabe Advogados, no Rio de Janeiro, contratado pela JBS para negociar a leniência, acordo na área cível complementar à delação premiada dos Batista.

A decisão de Miller de deixar o Ministério Público Federal e partir para a área privada da advocacia foi tomada às vésperas da conversa entre Joesley e Temer, gravada em 7 de março de 2017 no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República.

O ex-procurador era um dos principais auxiliares de Rodrigo Janot no grupo de trabalho da Lava Jato. Assim que as delações vieram à tona, a PGR foi obrigada a esclarecer que Marcelo Miller não assessorou Joesley nas negociações do acordo de delação com os antigos colegas, embora tenha atuado nas tratativas do acordo de leniência da JBS.
Herculano
22/06/2018 18:26
PALOCCI É ÁGUA NO CHOPE PETISTA, por Vera Magalhães, no BR18

O PT tinha tentado pegar um embalo na absolvição da senadora Gleisi Hoffmann para criar um clima de pressão pela soltura de Lula na próxima terça-feira, pela Segunda Turma do STF.

A decisão do TRF-4 de homologar a delação de Antonio Palocci ainda nesta semana joga água no chope do partido e volta a levar pânico às hostes petistas. O ex-todo-poderoso ministro de Lula e Dilma Rousseff já deu pílulas do potencial explosivo de sua delação em depoimentos recentes e em carta ao antigo partido.
Herculano
22/06/2018 18:23
IMPRESSA BRITÂNICA CRITICA NEYMAR: "MIMADO, RESMUNGÃO, DRAMÁTICO E TRAPACEIRO"

Portais e TVs da Inglaterra não pouparam o ponta esquerda brasileiro

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. A imprensa britânica, que já tinha registrado repúdio a ações de alguns brasileiros que foram à Rússia para a Copa do Mundo e não apresentaram exatamente um comportamento exemplar em relação aos episódios de assédio às mulheres locais, agora faz críticas também ao comportamento dos brasileiros dentro de campo. O principal alvo nesta sexta-feira foi o jogador da transação mais cara da história do futebol, Neymar, citado nas reportagens como mimado, resmungão, dramático e até trapaceiro depois da vitória por 2 a 0 sobre a Costa Rica, em São Petersburgo, na Rússia.

No início da transmissão da partida feita pela iTV, que compartilha as exibições dos jogos com a BBC no Reino Unido, o narrador encerrou o primeiro tempo do jogo, quando nem Brasil nem Costa Rica tinham conseguido alterar o placar, ressaltando que até então o que se viu em campo foi um "início de Copa frustrante para Neymar e Brasil". Quando Philippe Coutinho fez o primeiro gol e, finalmente, a seleção brasileira conseguiu abrir o placar, o mesmo locutor comemorou: "Esse é o Brasil!".

No final do jogo, que terminou com vitória brasileira por 2 a 0 e eliminou o país da América Central da competição, outra dúvida surgiu quando o atacante do Paris Saint-Germain se ajoelhou no campo e começou a chorar: "Seriam lágrimas de crocodilo ou de alívio?". Após alguns segundos, continuou: "Apenas Neymar saberá...". Na reportagem da BBC na internet, a rede britânica até deu uma trégua ao camisa 10. "O talismã do Brasil chorou após o apito final - a vitória foi um alívio tanto para ele quanto para sua nação."

O site do jornal The Guardian, no entanto, não poupou o desempenho do time e do principal atacante da seleção brasileira. A reportagem começa dizendo que a vitória "veio tarde" e foi "quase feia" em São Petersburgo, com os gols sendo marcados apenas nos acréscimos. "Foi um dia agitado para o jogador mais caro do mundo, fonte de atritos constantes, que resmungou, gemeu e se jogava no chão constantemente, podendo ter sido expulso por uma combinação de desentendimentos e trapaça", trouxe a publicação. "Neymar chorou dramaticamente no gramado ao apito final, com os ombros tremendo e as mãos protegendo seu rosto do mundo", acrescentou.

O ponto decisivo para o juiz holandês Bjorn Kuipers, conforme o The Guardian, foi quando consultou o VAR (arbitragem de vídeo) para verificar se o Brasil tinha ou não direito a um pênalti depois que Neymar foi ao chão dentro da área adversária em um lance no segundo tempo do confronto.

"Nos 60 minutos anteriores, Neymar vinha falando, tagarelando, gemendo, contorcendo-se, enlouquecendo os ouvidos, enfurecido com o tratamento rude da defesa retrancada da Costa Rica", pontuou. "Enquanto o Brasil defendia um escanteio, Kuipers podia ser visto dizendo ao capitão do Brasil para ficar quieto da maneira como um pai exasperado fala com um adolescente mal-humorado e mimado", ilustrou.

O The Telegraph também seguiu o caminho das críticas, dizendo que Neymar e Coutinho - eleito por todos como o melhor da partida - demoraram para agir e levaram uma vitória mal-humorada sobre a Costa Rica. O texto do jornal na internet salientou que o jogo desta sexta-feira será lembrado como "o dia em que o Brasil escapou de um lugar ao lado da Argentina na zona de perigo". Salientando que o País é o favorito no torneio, o Telegraph destacou que o "Brasil foi sugado pelos dramas privados de Neymar".

"Neymar reclamou constantemente do árbitro no jogo da Costa Rica e pouco tocou na bola durante a maior parte do jogo." A reportagem enfatizou ainda que ele se abaixou no gramado no fim da partida, enquanto companheiros de equipe o abraçavam. "Essa fixação por Neymar não vai desaparecer", avaliou, acrescentando que a justiça venceu no jogo quando o juiz constatou por meio do vídeo de revisão que o astro havia caído muito facilmente depois que o jogador da Costa Rica Giancarlo González simplesmente tocou em seu peito.

Para o mesmo veículo, o Brasil ainda tem bastante espaço para melhorar agora que pode ficar mais calmo. "Eles não podem, no entanto, continuar se entregando a Neymar", recomendou a publicação britânica.
Herculano
22/06/2018 18:17
RODRIGO MAIA VAI 'FURAR FILA' PARA INSTALAR CPI DA LAVA JATO, por Diego Amorim

O Antagonista fez um levantamento dos requerimentos para criação de comissão parlamentar de inquérito que aguardam a análise do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro.

Além do da CPI da Lava Jato, há outros três nessa situação - todos foram protocolados antes do pedido encabeçado pelo petista Paulo Pimenta, que contou com o apoio de 190 deputados de 19 partidos e seria acolhido nesta semana, segundo o próprio principal signatário.

Vale a pena dar uma olhada nos requerimentos ignorados por Maia até aqui:

- CPI para investigar abusos contra idosos, protocolada em 18 de abril de 2018;

- CPI para investigar doações de campanhas feitas pelo Grupo JBS, protocolada em 24 de maio de 2017;

- CPI para investigar uso irregular de dinheiro público por parte da UNE, protocolada em 26 de outubro de 2016.

A CPI da Lava Jato foi protocolada em 30 de maio, há menos de um mês, portanto.
Herculano
22/06/2018 18:14
De Guilherme Fiuza, no twitter

A substituição para o próximo jogo está na boca do povo e já foi comunicada a Neymar. Sai o fisioterapeuta e entra o psicanalista.
Herculano
22/06/2018 18:04
JUSTIÇA HOMOLOGA DELAÇÃO DE ANTONIO PALOCCI, por Mônica Bérgamo, para o jornal Folha de S. Paulo

Ex-ministro fechou acordo de colaboração com a Polícia Federal em abril

O acordo de delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci foi homologado pelo desembargador João Pedro Gebran Neto do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) na tarde desta sexta-feira (22).

Em abril, Palocci assinou com a Polícia Federal de Curitiba e, desde então, ele aguardava a homologação da Justiça para validar o acordo. O ex-ministro está preso na Superintendência da PF da capital paranaense desde 2016. O MPF emitiu um parecer contrário a homologação da delação.

Há uma disputa entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) em torno da competência dos órgãos para tratar de colaborações.

O Supremo Tribunal Federal, no entanto, decidiu na quarta-feira (20) que a PF e as polícias civis estaduais podem firmar acordos de delação premiada com investigados, mesmo sem a anuência do Ministério Público ?"8 dos 11 ministros votaram nesse sentido.

Palocci foi condenado pelo juiz Sergio Moro em junho do ano passado a 12 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Herculano
22/06/2018 06:37
da série: este é o resultado da greve dos donos de transportadoras que usaram os caminhoneiros de bucha de canhão: mais inflação, tudo orquestrado e aplaudido pelos que querem a intervenção militar e até Jair Bolsonaro, PSL, presidente da República. Uma amostra de como será esse futuro governo como desastre para a economia: mais inflação, desordem econômica sem igual, insegurança para empreender e mais desemprego além do que já se tem como altíssimo. Estamos pagando caro a aventura de gente maluca e sem compromisso com o país

BATATA CARA NO PAÍS DAS BATATADAS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo.

Inflação alta, não se sabe se duradoura, é só um efeito do estouro da boiada do caminhonaço

O caminhonaço de maio abriu de vez as porteiras para várias bestas. Como não temos mata-burros, os danos do paradão dos transportes degringolaram em besteiras que se espalharam pela política e atropelam o que resta de recuperação econômica.

O paradão e seus desdobramentos contribuíram para elevar dólar, juros e, como se confirmou nesta quinta-feira (21), inflação. Antes de tratar dos preços, é preciso lembrar quem animou o estouro da boiada.

Políticos da extrema direita à extrema esquerda deram corda para a desordem, muitos se omitiram e poucos sussurraram críticas. Associações empresariais, de transportes, lojistas, distribuição, ruralistas da soja apoiaram ou fizeram o caminhonaço.

Michel Temer e seu núcleo político trataram do problema como "business as usual", como se barganhassem cargos, emendas ou outras prendas da política politiqueira, em ignorância profunda da desordem adicional que promoviam. Inventaram tabelamentos, cartéis, cartórios, rombos extras no Tesouro e passaram uma rasteira na Petrobras, para citar danos mais imediatos. Presidentes e líderes de Câmara e Senado disputavam com o Planalto o pódio da demagogia.

INFLAÇÃO
A prévia da inflação de maio, o IPCA-15, veio além das alturas previstas, em alta de 1,1%. Caso o país não estivesse cercado de problemas, talvez o aumento de preços fosse revertido lá por julho. Dados o governo zumbi, a barafunda na política doméstica e o tumulto na finança mundial, ficou difícil de fazer previsão.

Sim, a alta do IPCA-15 deveu-se quase toda à crise de desabastecimento (pelo menos dois terços). Um terço da inflação veio da carestia dos alimentos, outro terço dos combustíveis, na maior parte da gasolina, que rareou e foi às alturas. No mês anterior, a contribuição de alimentos e combustíveis para o IPCA-15 havia sido quase zero.

Um terço da inflação dos alimentos veio dos tubérculos, sim, a batata de ouro dos dias do caminhonaço. Quase todo o resto veio de leite e derivados, carnes, frutas e aves e ovos.

Em teoria e em situações menos anormais, um choque passageiro de preços de alimentos e combustíveis tende a se dissipar, ainda mais em uma economia hipotérmica. Em tese, ressalte-se.

As previsões de economistas para os preços neste resto de ano estão disparatadas, porém. Ainda mais desnorteadas estão estimativas para o crescimento de abril a junho. Entre boas casas do ramo do chute econômico informado, há quem acredite em regressão de 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto) e outros que estimam avanço de 0,6% do PIB do segundo trimestre.

É claro que as novas degradações nacionais não são resultado apenas do caminhonaço, apesar de sua contribuição deletéria, mais um tiro no pé deste país que se flagela faz cinco anos.

O tumulto devido à mudança da política monetária nos Estados Unidos enfim chegou, agravado por Donald "Nero" Trump. Seria um problema, de qualquer modo, que se tornou uma crise porque o país parece decidido a mergulhar no abismo fiscal (governo quebrado) desde 2013, neste ano dando prestígio eleitoral ou político a ideias malucas para resolver o problema, o que ficou mais evidente no apoio ao paradão caminhoneiro.

Sim, "ideias malucas", o que não implica afirmar a inexistência de alternativas, mas que elas são poucas e de difícil implementação, em particular por causa do desacordo, da palermice e da falta de lideranças políticas.
Herculano
22/06/2018 06:27
A CONTA SECRETA DE MÁRCIO THOMAZ BASTOS, por Claudio Dantas, de O Antagonista.

Como revelamos dias atrás, o doleiro Marco Antônio Cursini contou à Polícia Federal que operava para o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. O relato explosivo consta de sua colaboração premiada, firmada em 2007 e mantida em sigilo até hoje.

O Antagonista obteve com exclusividade os anexos da delação de doleiro, que antecipava em quase uma década o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro descoberto pela Lava Jato.

No anexo referente ao ministro da Justiça de Lula - o mesmo que tentou negociar com a PGR um acordão para enterrar na origem as investigações do petrolão -, Cursini entrega a conta secreta de Márcio Thomaz Bastos.

O nome da conta é sugestivo: MÃE.

Quando tomou posse como ministro da Justiça, Thomaz Bastos resolveu transferir o saldo que havia lá, cerca de US$ 3 milhões, para uma conta do próprio doleiro, no Corner Bank, em Lugano.

"À época da transferência, Márcio Thomaz Bastos informou ao declarante que iria assinar, na condição de ministro de Estado, um acordo de cooperação entre Brasil e Suíça e que não gostaria de manter qualquer conta de sua titularidade não declarada naquele país."

Até 2007, segundo Cursini, o ex-ministro já havia resgatado US$ 1 milhão, "através de vários resgates menores, sempre realizados através do funcionário de Márcio chamado Paulo", que buscava os valores em seu escritório.

Cursini revelou ainda que, uma única vez, mandou entregar R$ 700 mil diretamente no escritório de advocacia de Márcio Thomaz Bastos, "o qual já havia se mudado para a Av. Brigadeiro Faria Lima".

Na ocasião de sua prisão pela Operação Kaspar, o doleiro ainda mantinha sob sua guarda o equivalente a US$ 2 milhões do ex-ministro.

Curiosamente, as revelações de Cursini sobre o ex-ministro não foram investigadas. Ele foi preso recentemente pela Lava Jato do Rio na Operação Câmbio, Desligo - que desbaratou a maior rede de lavagem de dinheiro do país, comandada por Dario Messer.
Herculano
22/06/2018 06:23
DEFINIDO O CANDIDATO DO PT A PRESIDENTE: HADDAD, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O ex-presidente Lula, que toma as principais decisões no PT de dentro da cadeia, bateu o martelo: o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad será mesmo o candidato do partido à presidência da República, em outubro. Até oficializar Haddad, a estratégia é divulgar que Lula vai disputar: seu eleitorado majoritariamente desinformado ignora os impedimentos legais para o registro da sua candidatura na Justiça.

VICE SERÁ DE MINAS
Além de definir Haddad, Lula planeja repetir a mesma solução da sua própria candidatura: buscar o vice em Minas Gerais.

WALFRIDO COTADO
Um dos nomes mais citados para ser vice de Haddad, na "chapa pura" do PT para presidente, é o ex-ministro Walfrido Mares Guia.

POR QUE NÃO SERÁ LULA
Lula está barrado pela Lei da Ficha Limpa, sem contar que a Justiça Eleitoral descarta o registro de candidaturas de corruptos condenados.

DISTÂNCIA DE CIRO
Com Haddad candidato, Lula pretende dar sobrevida ao PT, e o seu desejo da manter distância de Ciro Gomes (PDT) ajudou muito.

ATRAVESSADORES TEMEM A CONCORRÊNCIA DO ETANOL
As distribuidoras de combustíveis, que atuam como atravessadores, são contra a venda direta de etanol aos postos. Temem perder mercado e dinheiro porque temem a concorrência. E ainda arrumaram um estudo do Grupo de Pesquisa Esalq-Log, da USP, divulgado em São Paulo, para dar "substância acadêmica" aos seus interesses. O "estudo" alega que a produção nordestina é "residual" e que a venda direta só beneficiaria São Paulo e o Sudeste. Tudo conversa fiada.

LOROTAS 'ACADÊMICAS' S/A
Atravessadores insistem que produtores sigam obrigados a entregar-lhes o etanol. "É bom para vocês", insinuam, na maior cara-de-pau.

DISTÂNCIA AJUDA
O "estudo" da Esalq ignora que no Nordeste são curtas as distâncias (em média de até 60 km) entre as usinas para os postos mais distantes

ATRAVESSADORES S/A
Hoje, o etanol viaja centenas de quilômetros até as distribuidoras, que trocam de nota fiscal e volta para o posto no outro lado na rua da usina.

QUAL É A SUA?
Muita gente intrigada pretende interpelar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sobre sua manobra para rejeição do pedido de urgência do projeto sobre a venda direta de etanol. Atravessadores adoraram.

VAI PARA A COLEÇÃO
Ciro Gomes foi condenado outra vez. A juíza Antonia Dilce Feijão, da 36ª Vara Cível, condenou o pré-candidato a presidente a indenizar o então vice-prefeito de Fortaleza Gaudêncio Lucena, que ele ofendeu.

CRIME A PÉ
O Senado aprovou projeto que suspende por 5 anos a habilitação de quem usar veículo para cometer crimes. Ufa, que alívio! Bandidos, conscientes, evitarão dirigir quando decidirem roubar ou matar alguém.

T DE TRILHÃO
A expectativa de arrecadação de impostos federais até o fim do ano, em todo o País, é de R$2,389 trilhões. São Paulo representa 37,4% do total. O Rio, 13,78%. O governo já tirou R$406 bilhões de SP em 2018.

LOBBY DAS SEGURADORAS
O Senado analisa proposta para obrigar a implantação de chips para rastrear armas vendidas no País. Se o mesmo fosse feito em veículos, haveria queda nos roubos e nos seguros, mas o lobby contra é forte.

Só PARA POLÍTICOS
Profissionais de relações institucionais, que fazem lobby e não tráfico de influência, foram encaminhados à Polícia Legislativa do Senado para "trocar os crachás". Mas era mentira: apenas foram recolhidos.

FICOU POR ISSO MESMO
A estatal de águas Caesb garante não ter embolsado R$76 milhões da criminosa tarifa extra de 40%, imposta à cidade durante a crise hídrica. Brasília foi a única capital do País e do planeta sob racionamento. No caixa dos outros incompetentes da Adasa ainda restam R$11 milhões.

TODOS QUEREM SER POLÍCIA
A Constituição só cita as polícias militar, civil, federal, rodoviária e ferroviária federal, mas após os seguranças do Congresso virarem "polícia legislativa", guarda municipal quer ser agora "polícia municipal".

PENSANDO BEM...
...após a alegria com a goelada da Croácia, Neymar & cia não têm o direito de entristecer os brasileiros nesta sexta-feira.
Herculano
22/06/2018 06:17
da série: e você diz que não sabe a razão pela qual a gasolina no Brasil é cara, mesmo se ela fosse sem impostos? Então, a estatal e monopolista Petrobrás tem quatro vezes funcionários, com quase o dobro do salário do que suas concorrentes exploradora, produtoras e distribuidoras mundiais de derivados de petróleo. Mais, isso não é pouco. Veja mais esta

COM PLACAR APERTADO, PETROBRÁS PERDE AÇÃO BILIONÁRIA NO TST

Estatal terá de pagar mais de R$ 15 bilhões a funcionários; empresa diz que vai recorrer

Conteúdo do jornal Folha de S.Paulo. Texto de Laís Alegretti, da sucursal de Brasília. A Petrobras perdeu nesta quinta-feira (21) a maior ação que já enfrentou na Justiça do Trabalho. Com o placar apertado de 13 a 12, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) tomou uma decisão que leva a empresa a pagar mais de R$ 15 bilhões a funcionários que questionam a política de remuneração da estatal, além de aumentar cerca de R$ 2 bilhões na folha de pagamento a cada ano.

A companhia informou que apresentará recurso ao próprio TST, os chamados embargos de declaração, e também vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal). A estatal diz, ainda, que o valor não está provisionado porque se trata de uma avaliação de perda possível e continuará desta forma enquanto houver possibilidade de recurso.

"A Petrobras está absolutamente confiante de que vai reverter a decisão", afirmou a gerente executiva do jurídico da Petrobras, Taísa Maciel.

Em uma sessão que levou cerca de dez horas. Os ministros julgaram a fórmula de cálculo prevista na RMNR (Remuneração Mínima de Nível e Regime), instituída em 2007, quando houve uma mudança na política trabalhista da estatal para equalizar salários de diferentes categorias.

A decisão final coube ao presidente do tribunal, ministro Brito Pereira, último a votar. Antes dele, o placar estava empatado em 12 a 12 e os advogados dos dois lados já davam com certo um posicionamento a favor da Petrobras.

Questionado sobre a surpresa, Brito Pereira disse apenas: "Eu não sei [o que aconteceu]. Eu não sei se alguém tinha expectativa sobre meu voto".

O ministro disse, ainda, que a decisão da corte não levou em consideração o possível impacto econômico para a estatal.

"Se custa mais para um do que para outro não nos diz respeito", disse. "As questões econômicas são discutidas em outro fórum, não na Justiça do Trabalho. A questão trabalhista pura é que foi julgada aqui."

A Petrobras e os funcionários que acionaram a Justiça discordam sobre a forma como devem ser computados adicionais pagos em casos como insalubridade e jornada noturna.

Negociada com os sindicatos, a RMNR incorporou adicionais como o de periculosidade e permitiu que os trabalhadores de mesmo nível em uma mesma região tivessem rendimentos equivalentes. Ou seja, empregados de áreas administrativas receberam aumento e passaram a ganhar o equivalente a colegas de áreas operacionais.

Na linha do que pedem os sindicatos, o relator do caso, ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, defendeu que adicionais não devem compor a base de cálculo.

"Os adicionais de origem constitucional e legal, destinados a remunerar o trabalho em condições especiais ou prejudiciais - adicionais de periculosidade e insalubridade, adicionais pelo trabalho noturno, de horas extras, repouso e alimentação e outros - não podem ser incluídos na base de cálculo", disse.

Em sentido contrário, a ministra revisora, Maria de Assis Calsing, defendeu a tese da Petrobras, de que adicionais devem integrar o cálculo das parcelas dedutíveis da RMNR, conforme acordo firmado à época. Calsing destacou, ainda, que houve demora no ajuizamento de ações trabalhistas sobre o tema.

"Não parece crível que a categoria profissional, representada por entidades de classe fortes e combatentes. tenha se surpreendido com a forma de calculo preconizada pela Petrobras somente após três anos da instituição da RMNR", disse.

O MPT (Ministério Público do Trabalho) defende que os adicionais não devem ser computados na base de cálculo e diz que, pelo entendimento de Calsing, trabalhadores que atuam em atividade perigosa, insalubre ou em período noturno teriam o mesmo tratamento daqueles com atividade em escritórios. "Assim, há ofensa ao princípio da igualdade", disse o procurador-geral do trabalho, Ronaldo Fleury.

A Petrobras e a Advocacia-Geral da União (AGU) haviam defendido a tese de que os pagamentos de adicionais deveriam ser incluídos pela estatal na base de cálculo da RMNR. Essa é a prática que a estatal tem adotado desde o primeiro acordo coletivo assinado com a categoria.

Desde que foi instituída em 2007, a remuneração mínima de nível e regime equalizou os salários se transformou numa bola de neve de questionamentos e pedidos na área trabalhista.

Ela foi foi negociada com os sindicatos em 2007. Em 2012, no entanto, os sindicatos foram à Justiça pedindo novo adicional para aqueles funcionários que trabalham em situação de risco e também pedindo o pagamento retroativo ao período em que o benefício foi extinto.

A categoria argumenta que o pagamento de adicionais para trabalhadores de área de risco está previsto na Constituição Federal e não pode ser eliminado por acordo trabalhista.

A instituição da RMNR ainda é alvo de denúncia feita por empregados e pequenos acionistas insatisfeitos com a expansão dos passivos trabalhistas da empresa na gestão do sindicalista Diego Hernandes na área de Recursos Humanos.
Herculano
22/06/2018 06:06
"ELES QUEREM É UMA GUERRA CONTRA O JUDICIÁRIO", por Diego Amorim, de O Antagonista.

Nilson Leitão, líder do PSDB na Câmara, disse a O Antagonista que foi procurado por líderes petistas uma semana antes de a CPI da Lava Jato ser protocolada.

"Eles queriam o apoio da bancada, mas eu refutei, porque não tem lógica uma investigação dessa agora. Delação não acontece sem anuência do Judiciário. Se existem muitas delações com problema, o Judiciário vai fazer alguma coisa, como já está fazendo em alguns casos."

Para o tucano, o que a turma que defende a CPI quer é outra coisa.

"Eles querem é uma guerra contra o Judiciário, querem desmoralizar as delações premiadas para conquistar um apoio da militância às vésperas das eleições e, quem sabe, pressionar o próprio STF a brecar algumas delações ou mesmo anular algumas homologadas. É isso o que eles querem."

Ainda segundo o líder do PSDB, a única assinatura de deputado do partido "ocorreu por engano". Raimundo Gomes de Matos (CE) alegou que assinou sem saber exatamente do que se tratava o pedido. Ele foi um dos que pediram a retirada do apoio.
Herculano
22/06/2018 06:00
"VOLTA A IDEIA DE COLOCAR DORIA COMO CANDIDATO À PRESIDÊNCIA"

Conteúdo de O Antagonista. João Doria se perdeu no meio do caminho, mas ele sempre foi um candidato muito melhor do que Geraldo Alckmin para o Palácio do Planalto.

As pesquisas mostram que ele pode ser eleito no primeiro turno para o governo de São Paulo; enquanto isso, Geraldo Alckmin patina em quarto ou quinto lugar, com 7%.

Mais do que isso: João Doria acumula apoios, Geraldo Alckmin é abandonado por seus antigos aliados.

Diz Merval Pereira:

"Mesmo que não haja tempo suficiente para concluir as investigações, Alckmin entra na campanha muito debilitado, porque vai ter dificuldade para explicar todos os casos ligados ao governo. E pode voltar a ideia de colocar Doria como candidato à presidência pelo PSDB. Trocar o candidato deveria ser uma iniciativa do próprio Alckmin, porque ele é o presidente do partido, mas dificilmente o fará."
Herculano
22/06/2018 05:57
PARA GILMAR, O CULPADO É SEMPRE O CASEIRO, por Augusto Nunes, de Veja

O ministro que absolveu Palocci no caso do estupro do sigilo bancário de Francenildo Costa faz o diabo para libertar Lula

Em 2006, o caseiro Francenildo Costa contou que tinha visto Antonio Palocci na mansão em que trabalhava, situada no Lago Sul de Brasília e conhecida como "República de Ribeirão". Primeiro numa entrevista ao Estadão, depois no depoimento a uma CPI do Congresso, afirmou que Antonio Palocci, então ministro da Fazenda, usava o local para a articulação de negociatas durante encontros enfeitados por garotas de programa.

O caseiro pagou caro por ter dito a verdade. Imediatamente demitido, teve o sigilo bancário estuprado por ordem de Palocci, nunca mais conseguiu um emprego fixo e até hoje não recebeu a indenização a que tem direito. Palocci precisou afastar-se do governo Lula, mas acabou inocentado pelo Supremo Tribunal Federal. Melhor: foi absolvido por Gilmar Mendes, que articulou a libertação do bandido de estimação por "falta de provas". As atividades criminosas de Palocci só cessaram em 2016, quando foi caiu na rede da Operação Lava Jato.

Nesta quarta-feira, o depoimento do caseiro Élcio Pereira Vieira ao juiz Sérgio Moro confirmou que Lula é o dono real do sítio em Atibaia. É bom que se cuide: dizer a verdade continua perigoso. Gilmar Mendes vem fazendo o diabo para que o ex-presidente presidiário, na sessão do dia 26, seja libertado pela Segunda Turma do Supremo. Para salvar Palocci, condenou Francenildo ao desemprego. Desta vez, poderá tentar prender o caseiro Élcio.
Herculano
22/06/2018 05:53
AS TENTATIVAS DE DERRUBAR O GOVERNO TEMER GOLPEARAM, NA VERDADE, A AGENDA DO CENTRO, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Vivemos um período de incerteza inédito desde a volta da eleição direta para a Presidência

Quando a Lava Jato, com o apoio claro dos partidários da tal "nova política" e de setores da direita, passou a atuar para derrubar o governo Temer, o que fazia era precisamente golpear a agenda do..."centro". Ou, se quiserem, a agenda do "conservadorismo".

Retiro de tal palavra, por óbvio, a carga negativa que lhe empresta a esquerda. Nas democracias, um conservador luta pela preservação do molde institucional - não das iniquidades - para que as mudanças e o progresso se deem com segurança.

Vivemos um período de incerteza inédito desde a volta da eleição direta para a Presidência, em 1989. Naquele ano, a despeito da multidão de candidatos, Fernando Collor passou a liderar as pesquisas já em abril.

A dúvida razoável era saber que nome representaria a esquerda no confronto final - Lula ou Leonel Brizola? -, o que se arrastou até a boca da urna.

Neste 2018, a menos de quatro meses do pleito, não sabemos nada. Explica-se. Em 1989, não se vivia, como agora, à espera de Godot, o protagonista ausente da peça de Samuel Beckett. O meu alento é que o muito querido Gerald Thomas, o maior especialista na obra do dramaturgo irlandês, explore estes tempos no palco, emprestando um pouco de poesia sempre incômoda a nossos absurdos.

Espera-se "o" candidato de centro. Mais difícil do que apontá-lo é saber o que ele pensa. Ou o que ele deve pensar. Lula, por enquanto pré-candidato do PT, já ancorou sua postulação na, como dizem por lá, "reação ao golpe".

O discurso de Ciro Gomes, do PDT, não fica muito distante, embora este empreste à sua postulação um viés desenvolvimentista, de retomada de um projeto nacional que una os brasileiros acima de interesses particulares. O discurso é conhecido. Nos dois casos, admita-se de saída, o Brasil que vislumbram repõe o Estado no centro de gravidade da economia. Isso é bom ou mau? Para um liberal, como sou, mau.

Une também os postulantes de esquerda a repulsa ao governo Temer, ainda que com acentos particulares. Os petistas centram fogo no presidente, o "traidor"; Ciro, no MDB, o "partido de ladrões".

O nome desse filme, pouco importa o protagonista, é "De Volta para o Futuro". As forças políticas que foram expulsas do poder pelo impeachment retomariam o controle do Estado, prometendo os amanhãs sorridentes que sempre ilustram o imaginário da esquerda.

O discurso de extrema-direita tem em Jair Bolsonaro (PSL) a sua expressão óbvia. O viés é circense aqui como em toda parte, ocupando-se pouco ou nada da economia política; das escolhas estratégicas; das questões realmente centrais no debate público - menos ou mais Estado, fontes de financiamento do desenvolvimento, equacionamento da seguridade social.

A política se reduz a uma delegacia de costumes. Imperioso é fazer perorações grotescas sobre a fantasiosa ditadura gay e a necessidade de armar a população. O combate à censura politicamente correta reivindica, nesse caso, o direito à ofensa.

É a boçalidade como capítulo da liberdade de expressão... Todo o resto deve ser debatido com Paulo Guedes, uma espécie de Bolsonaro do financismo - não me refiro, por óbvio, aos dotes intelectuais, mas à paixão pelo mito do Cavaleiro Solitário, que enxergaria o que ninguém mais vê.

E o "centro"? E Godot? Notaram que os que postulam esse discurso nada têm a oferecer que esteja fora da agenda do demonizado governo Temer? Sem a tentativa de golpe do grupo "JJ&F" (Janot, Joesley e Fachin), o presidente teria conseguido levar adiante até mesmo uma reforma da Previdência, que certamente ficaria um tanto distante do desenho original, mas que seria mais eficaz do que qualquer coisa que esse centro possa ambicionar.

O "centro" continuará a ter o nunca presente Godot como candidato? Já está fora da disputa do segundo turno? Não necessariamente.

Há uma possibilidade de que o medo da radicalização leve parte considerável do eleitorado para uma opção menos traumática. O medo do caos como aliado! A isso nos conduziu um tempo em que a polícia e a política, já observei aqui, voltaram a seu étimo comum para destruir o ambiente do debate público.

Manda ver, Gerald!
Herculano
22/06/2018 05:46
DEFESA DE LULA DIVERGE SOBRE A PRISÃO DOMICILIAR, por Josias de Souza

Lula deveria informar aos seus advogados se está ou não interessado em trocar a cana especial de Curitiba pela prisão domiciliar. Sepúlveda Pertence, seu advogado de Brasília, informou ao Supremo que sim. Cristiano Zanin, seu defensor de São Paulo, assegurou que não. Os defensores do pajé do PT ficaram zonzos às vésperas do julgamento de mais um recurso do condenado, dessa vez na Segunda Turma do Supremo, na próxima terça-feira.

O pedido de prisão domiciliar foi incluído num memorial entregue nesta quinta-feira aos ministros do Supremo. Seria uma providência alternativa, para o caso de ser indeferido o pedido de liberdade para Lula, preso desde 7 de abril. Ex-presidente da Suprema Corte, Sepúlveda Pertence esteve no tribunal. Conversou com ministros, entre eles Edson Fachin, o relator da causa.

Pouco antes da meia-noite, às 23h19, Cristiano Zanin emitiu uma nota para informar que a prisão domiciliar é uma carta que não consta do seu baralho. Diz o texto: "O ex-presidente Lula está pedindo nos recursos dirigidos aos tribunais superiores o restabelecimento de sua liberdade plena, porque ele jamais praticou qualquer ato ilícito."

Sem mencionar o nome de Pertence, Zanin acrescentou: "A condenação imposta ao ex-presidente pelo juiz Sergio Moro e pelo TRF-4 afronta a Constituição Federal e a lei. A defesa de Lula não apresentou ao STF ou a qualquer outro tribunal pedido de prisão domiciliar."

O texto arremata: "A defesa de Lula pedirá amanhã (22/06) à vice-presidência do TRF-4 que não pratique qualquer ato que possa configurar tratamento diferenciado ou que possa prejudicar o julgamento que o STF fará na próxima terça-feira (26/06)".

Desde que Sepúlveda Pertence foi contratado para reforçar a defesa de Lula nos tribunais brasilienses que se afirma que ele jamais discute com Cristiano Zanin. Vai ficando demonstrado que, na verdade, eles nem se falam.
Herculano
22/06/2018 05:42
DESGASTE DOS PARTIDOS AMPLIA A TRAIÇõES E BARGANHAS NA ELEIÇÃO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Em ambiente de incerteza, dirigentes políticos multiplicam flerte com candidatos

A eleição de 2018 registrou sua primeira traição política de peso. Seis dias depois de posar sorridente para fotos ao lado de Márcio França (PSB) em São Paulo, a cúpula do PP bandeou para o lado rival e decidiu apoiar João Doria (PSDB) na disputa pelo governo do estado.

O vaivém em tempo recorde retrata a licenciosidade da corrida eleitoral deste ano. O desgaste dos partidos tradicionais e a incerteza da campanha embaçaram de vez as fronteiras entre diferentes campos políticos.

A pouco mais de três meses da disputa, ninguém é de ninguém. Ao subir ao altar com França, o PP paulista recebeu a promessa de que apadrinharia o chefe da Polícia Civil e o secretário do Meio Ambiente. Alguma cláusula foi descumprida, e o partido decidiu bater à porta de Doria.

Na imprevisível corrida presidencial, a dispersão é maior. Dirigentes do DEM jantaram com Ciro Gomes (PDT) na terça (19) para discutir um possível apoio ao candidato de esquerda. Horas depois, voltaram à direita e receberam Geraldo Alckmin (PSDB) para um café da manhã.

Até Jair Bolsonaro (PSL), que tenta manter distância da velha política, está em busca de um par que amplie a estrutura de sua campanha. Na próxima semana, seus emissários devem se reunir com o ex-deputado Valdemar Costa Neto, chefe do PR.

As novas regras eleitorais e as restrições ao financiamento de candidaturas supervalorizaram o mercado partidário. Sem dinheiro de empresas, as legendas precisam do tempo de TV e da máquina política das mega-alianças para decidir as eleições.

O ambiente ficou confuso principalmente porque PT e PSDB se enfraqueceram, deixando de ser polos naturais de atração. Siglas pequenas e médias passaram a flertar com um número maior de candidatos.

Em 2014, o então prefeito carioca Eduardo Paes chamou a aliança de seu PMDB com o DEM no Rio de "bacanal eleitoral". Quatro anos depois, Paes se filiou ao DEM para disputar o governo do estado. Seria uma devassidão caso as siglas brasileiras tivessem algum significado real.
Herculano
21/06/2018 13:07
Ao Mário Pera

Álvaro Correia, radialista, jornalista e colaborador do jornal Cruzeiro do Vale, quando político, não tinha domicilio eleitoral em Gaspar, apesar de ter vivido aqui, não ter nascido aqui, estar sempre ligado às causas comunitárias - a última delas na campanha para a construção do novo prédio do Fórum de Gaspar - fato que o fez receber o título de cidadão honorário da cidade.

O meu artigo tratou de gente - não todas - que nascida ou não em Gaspar, tinha domicílio eleitoral em Gaspar e se identificou como candidato a deputado de Gaspar.
mario pera
21/06/2018 11:39
O citado Mário Marcondes - hoje deputado no MDB- é na verdade natural de São João Batista onde foi vereador e presidente da Câmara. Depois de mudou para São José onde fez nova carreira política. Seu irmão Mauricio - com quem estudei e me formei no ginásio em Sao Joao Batista -atua há quase 3 décadas na Assembleia Legislativa e naturalmente o assessora. Ambos são filhos do conhecido Maurilio Nascimento, do distrito de Tigipió, onde por anos atuou como taxista, foi também veredor pela velha ARENA e depois militante do PFL. O deputado Mario Marcondes se elegeu em 2014 pelo pequeno PR seguida se transferiu para o PSDB de onde depois migrou para o PMDB, tem sido atuante, pelo menos no enfrentamento interno na Assembleia.
Indicaria que Gaspar contou em algumas legislaturas com o combativo e dedicado Alvaro Correia - filho da terra. E que ainda hoje atua em frentes pelo municipio, sobretudo escrevendo sua história.
LEO
21/06/2018 11:15
JOGOS DOS NÚMEROS NA SAÚDE PARA ENGANAR O POVO.FOI ATÉ O POSTO DE SAÚDE PARA MARCAR UMA CONSULTA.FUI INFORMADO QUE DEVE MUDANÇAS NA FORMA DE MARCAÇÃO CONSULTAS. QUE TINHA QUE VOLTAR NO DIA 25/06.PARA MARCAR PARA O MÊS DE JULHO.E QUE DEVERIA IR LOGO PORQUE AS VAGAS PODERIAM ACABAR EM POUCOS DIAS.E DEPOIS S?" TERIA VAGAS PARA MARCAR CONSULTAS NO FINAL DE JULHO PARA SER CONSULTADO EM AGOSTO.DEPOIS VÃO PARA A IMPRENSA FALAR QUE DIMINUIU A FILA DE ESPERA.NO JOGO DE NÚMEROS DA SAÚDE ,QUEM PAGA A APOSTA É SEMPRE A POPULAÇÃO.

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.