NA GUERRA DA COMUNICAÇÃO, OPOSIÇÃO DÁ UM BANHO EM KLEBER E PEREIRA - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

NA GUERRA DA COMUNICAÇÃO, OPOSIÇÃO DÁ UM BANHO EM KLEBER E PEREIRA - Por Herculano Domício

20/03/2018

A maioria dos leitores e leitoras deste espaço não conhece o assunto. Entretanto, nesta segunda frase, antecipo e esclareço para entendimento e compreensão desse tipo de tema: as faculdades de humanas e as de jornalismo se incluem, são madrassas da esquerda do atraso. É catequese na veia. E quem discordar está fora da turma, do mundo, doente da cabeça.

Exagero? É só ir a uma delas. É só conversar com os professores. A maioria deles, nunca trabalhou nas redações. Óbvio: teoria e prática são antagônicas nesse caso. E as redações são produto desse conhecimento ideológico superficial, quando não unilateral. Não há contraditório; não há contrapesos, não há universo.

A história tem apenas um ângulo: o dos oprimidos de todos os tipos, explorados pelos poderosos, burgueses, fascistas e rentistas – e pasmem, até mesmo os empregadores donos dos meios de comunicação são exploradores. Simples assim! Por décadas vivi neste ambiente e nos dois lados do balcão. Sofri em ambos. Mas, a transparência foi a minha tábua de salvação.

Ah! Nem todos da docência, dos egressos e dos que praticam o jornalismo são assim! Concordo! Há raras, boas, esclarecidas ou péssimas – isso no oposto ideológico – exceções, também. Feita a abertura, vou ao ponto.

O que apareceu na quinta-feira à tarde? “A Câmara de Vereadores recorreu à Justiça para que a Prefeitura de Gaspar responda os questionamentos feitos pelo requerimento 72/2017, de autoria do vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, aprovado por unanimidade na sessão ordinária do dia 10 de outubro de 2017”, diga-se, já respondido. Entretanto, não estaria a contento do vereador. Ótimo!

A teimosia e a vingança têm um preço. E administração de Kleber tem tudo para ser perder nela. Já escrevi várias vezes sobre esta sina do MDB quando governo por aqui. Não vou continuar na mesma ladainha. Os leitores e leitoras não merecem. Vamos adiante.

A “bomba” da oposição e do PDT teve pouca repercussão em Gaspar. Se eu não bisbilhoto o site da Câmara, não publicava o “press release” em “primeira mão”, não transmitia isso aos gasparenses na área de comentários. Sabia-se que distribuído aos outros, por motivos óbvios e amplamente conhecidos, teria pouca utilidade.

Sinceramente? No fundo, não era esse o objetivo da “nova” majoritária oposição na Câmara: repercutir o fato a partir de Gaspar. E sim, movimentar a imprensa de Blumenau e de lá, com sorte, a estadual para o palanque. A partir de então, encurralar e expor a administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB. Na estratégia, fez ela o certo. Um banho.

Resumindo? Começou a campanha de 2018 e 2020. Dane-se o povo. Um dos motes já se tem: a Saúde Pública de Gaspar na UTI, cujo modelo que se questiona foi criado nada mais, nada menos pelo ex-prefeito PT de Pedro Celso Zuchi em combinação com o vereador Roberto Procópio. Ele e seu partido, o PDT, ativos membro do governo de Zuchi.

Pior. A Saúde Pública de Gaspar que está na UTI teve atendida parte dos desejos do mais “novo” oposicionista de Kleber, o médico Silvio Cleffi, PSC. Até a secretária Saúde, uma técnica, Dilene Jhan Mello dos Santos, foi demitida para melhor funcionarem as ideias de Silvio. Estamos no terceiro secretário de Saúde em 14 meses.

No fundo o que se quer? Defender a guilda de médicos e manter o Hospital de Gaspar para eles com dinheiro público. Quanto a prefeitura está atrasando em serviços e honorários médicos? Nada! Ou seja, não é exatamente uma Saúde Pública para os pobres, doentes, trabalhadores, aposentados e desassistidos que essa gente está defendendo, incluindo a prefeitura que como barata tonta participa desse jogo.

Foi Kleber quem galou e chocou o ovo da serpente chamado Silvio Cleffi quando viu nele somente votos. Levou o fiel ao cenário político. Batizou o neófito para ser vereador abençoado pela Igreja Evangélica de ambos. Em um ano, Silvio traiu o pacto que fez com Kleber. Tudo para ser presidente da Câmara no lugar de Franciele Daiane Back, PSDB do MDB, com os votos do PT, PDT e PSD.

Estranhamente, o PSC continua em peso no governo de Kleber. Seu “presidente”, Ernesto Hostin, amigo de Kleber, evangélico, é secretário de Assistência Social sem conhecer nada do assunto. E Silvio, no PSC, insistindo num governo paralelo, onde o seu lema é unir a oposição, como bem demonstrou no tal “pacto pela Saúde de Gaspar” e como está claro na sua rede social.


COMO FUNCIONA A COMUNICAÇÃO DA MAJORITÁRIA OPOSIÇÃO

O primeiro passo da oposição foi trazer como comissionado para a Câmara de Gaspar o jornalista de Blumenau, José Maurílio Moreira de Carvalho. Ele já trabalhou na Câmara de Blumenau no mandato do presidente petista Vanderlei de Oliveira. Maurílio foi indicado coincidentemente pelo próprio Procópio. E ele respondeu a indicação: fez a pauta para a NSC. É preciso explicar mais alguma coisa? Releiam os quatro primeiros parágrafos se já esqueceram na minha explicação.

Vamos adiante.

E na sexta-feira quem estava “ao vivo” da Câmara de Gaspar para o Jornal do Almoço? O vereador Roberto Procópio de Souza na “nova” NSC de Blumenau, a que está economizando, e por isso, não consegue cobrir os problemas das cidades do Vale, mas faz isso quando é pautada pelo PT, pela esquerda do atraso.

Foi assim diversas vezes antes. Desmoralizada aqui, várias vezes, no caso da ponte do Vale, ou do loteamento das Casinhas de Plástico, no posto de Saúde de lá e que ainda não abriu para ficar nesses três temas. E tem tudo para perder o passo nesse assunto de quinta-feira. E por preguiça. E como não sou o assessor da comunicação da prefeitura, por enquanto, ela está levando um banho naquilo que diz entender. Teve oportunidade e não aproveitou à transparência. Procópio e seu assessor de imprensa foram competentes no papel deles.

A oposição já percebeu o ponto fraco do poder de plantão em Gaspar: não é a Saúde, não é Obras, não é Agricultura, não é Assistência Social, não é a Ditran, não é o transporte coletivo precário, não é o Samae, não é a Educação ou Desenvolvimento Econômico, de onde abundam fraquezas, problemas desconfianças. É a Comunicação.

É ano de eleições. Está-se em nitidamente campanha. Está se marcando o território. Só os ingênuos não perceberam. E por isso, a oposição já reforçou o time e a manha. Trouxe gente de Blumenau quem se entende com as redações de lá e do estado nas afinidades ideológicas. Mais. A oposição em Gaspar colocou a militância – pois é a única que possui esse produto - para massacrar Kleber e os seus nas redes sociais.

Basta alguém do governo Kleber colocar a cabeça de fora, vem o pau; em dose cavalar. E nem precisava como demonstra com facilidade esse espaço e as redes sociais, principalmente; falhas abundam no governo feito com gente amiga, improvisada, sem planos para resultados e traíras de todos os tipos, com atestados fornecidos em suas trajetórias e no seu novo trajeto.

Os habitantes do poder na prefeitura de Gaspar parecem que não perceberam o contexto que criaram; negam-se ou não possuem soluções. Se perceberam, não agiram para combater os seus próprios erros.

Ensaiam. Trocaram a superintendente de Comunicação. Saiu Liliane Machado e entrou Ana Matesco. Ambas passaram por escolas de jornalismo, como Maurílio. Ana também veio de Blumenau e deve conhecer as redações de lá. Deve saber quem é quem e como funciona o balacobaco. Entretanto, está repetindo Liliane e vai virar fazedora de “press releases”.

Na primeira questão que lhe passei, ela me deu um chá de cadeira para ver se esqueceria o caso do bolo de aniversário de Gaspar onde queriam pagar R$6 mil reais dos nossos impostos sem licitação. Perdeu. A orientação de curiosos só piorou. Se foi decisão dela, não aprendeu a lição na faculdade; não me conhece. Só depois do teste silencioso e do estrago público, na sexta-feira Ana me retornou.


O OUTRO LADO DO BALCÃO

Vamos combinar: a prefeitura é o outro lado do balcão; é a que se defende, a que enfrenta, a que esclarece, a que convence, a que está administrando permanentemente situações de crise. A oposição é a pauteira das redações e das manchetes. Esse é o jogo. Já participei dele por quase três décadas em desvantagens. Todavia, tinha o ambiente sob controle. Internamente, respeitavam-me na estratégia e nas escolhas dos parceiros de missões. A prefeitura, a princípio, sempre terá mais dificuldades nesse jogo. E se não mudar o modelo de atuação, elas só aumentarão.

O segundo teste, Ana também perdeu e com mais gravidade. Mostrou que estaria repetindo Liliane.

Ou seja, a função da comunicação na prefeitura de Gaspar na atual administração é decorativa; com a decisiva ausência na entrevista e contraponto ao vereador Roberto Procópio e à oposição, revelou que quem faz comunicação na prefeitura é outra pessoa, a qual nada entende do assunto e trabalha contra a defesa da imagem do próprio poder de plantão. Incrível!

Maurílio, Roberto, Câmara e a oposição ao menos agiram em grupo. E comemoraram!

A NSC quis ouvir o outro lado. Praxe quando se dá notícia, não opinião. Da prefeitura teve posicionamentos, digamos, protocolares e cosméticos com ares jurídicos. Roberto Procópio e a oposição agradeceram. A NSC também. Ora, não era de ir ao vivo à Câmara e ali enfrentar o problema cara a cara? Não se tinham argumentos? Não tinha gente preparada? Não tinha gente autorizada? Ou seja, Ana começou perdendo mais uma vez na guerra da comunicação. E comunicação é tudo em ambiente de crise!

Comentei com a editora Indianara Schmitt, quando ela me falou sobre a visita de Ana à redação do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação em Gaspar e Ilhota, o de maior retorno para os investidores: “se não houver respeito e autonomia ao serviço dela, qualquer profissional competente será desmoralizado”.

Antes da comunicação, vem a estratégia, o entendimento das intenções, do cenário, do contexto para se estabelecer na transparência, no contraditório, na dialética. O resto é consequente ação organizada.

Nos dois exemplos que eu abordei até aqui estão expressas as falhas. Sei do que escrevo porque, repito, estive nos dois lados do mesmo balcão.

É de se perguntar, o que, e a razão pela qual a prefeitura de Gaspar estaria descumprindo a lei estadual 17.066, de janeiro de 2017? Ela obriga e regula a transparência na lista do SUS em Santa Catarina. Quais os itens que não responderam e o porquê? Não respondendo quais os motivos para não procurar imediatamente proteção jurídica na atitude tomada, já que estava obrigada à resposta a um poder fiscalizador que é constitucionalmente a Câmara de Vereadores?


USAR A TELEVISÃO É MAIS EFICAZ

E se há algum ferimento à lei 17.066, porquê o vereador Roberto Procópio, a oposição e a Câmara não procuraram o Ministério Público? Aí é mais fácil de se prever. O MP iria se acautelar, levaria algum tempo. Se enxergasse algo fora do padrão ai pediria o inquérito, para só então, a denúncia. E talvez tivesse passado o “timming” político da oposição – e não do MP – para se criar espuma para o palanque deste outubro e acertar o passo de 2020.

Como a oposição tem afinidade com as redações de Blumenau e como a prefeitura de Gaspar, por curiosos, neófitos, gente que se acha com superpoderes, atrapalha os titulares da superintendência de comunicação, a chance da oposição fazer a festa antes do posicionamento do MP será sempre bem maior. Bingo. Foi assim no caso da juíza Ana Paula Amaro da Silveira. Até o Fantástico, da Rede Globo, esteve aqui. E há na Justiça, arrependimentos dessa trapaça. Então é tática antiga e bem conhecida.

Concluindo. O que já estava ruim na Saúde Pública de Gaspar, vai ficar pior. Porque se a Saúde melhorar de verdade, não dará mais palanque para Silvio Cleffi, o PT do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi e da ex-vice Mariluci Deschamps Rosa, do PDT de Roberto Procópio de Souza, que criaram tudo isso; se a saúde dos gasparenses melhorar nos postinhos, policlínica e farmácia básica, a estratégia dos poderosos médicos que querem um Hospital - que não se sabe de quem ele é - e sustentado com dinheiro público escasso só para eles, estará ameaçada.

O Hospital de Gaspar, sem a intervenção, por ser particular, deveria ser apenas remunerado pelos serviços que presta à prefeitura. Nada a mais! O Hospital não é da prefeitura. A intervenção marota o faz ser.

Pior. Em desvantagem nas redações de Blumenau e na Capital, pela afinidade que expliquei nos quatro primeiros parágrafos desse artigo e por estar no outro lado do balcão, a prefeitura deve explicações à sociedade, aos meios de comunicações e aos órgãos de fiscalização.

Sem estratégia e ação organizada na comunicação na prefeitura, todavia, tenta substitui-las por “press releases”, silêncios, entrevistas cosméticas. Lindo! O imperioso numa situação de crise é ter fatos concretos para se posicionar e até afrontar. Caso contrário, o estrago será maior do que o já feito até aqui.

E não basta comunicação que no fundo não é fruto de uma ação e resultado intencionais. Ou seja, terá que ter atitudes como a de mudar, limpar e dar transparência ao que se faz no ambiente público. E mudar, é tudo que Kleber reluta. Veja o que acontece em todas as áreas. Veja aonde foi dar a simples mudança no trânsito da cidade... Em nada!

E por que estamos num perigoso embate? Porque estamos em ano de discursos de campanha eleitoral. Os políticos em primeiro lugar querem ser heróis de si mesmos. Aos cidadãos cabe se não esclarecido por uma comunicação madura, apenas dar o voto, sofrer nas filas da Saúde e pagar a conta com os seus pesados impostos. Acorda, Gaspar!



TRAPICHE

Depois de ser relocada no prédio da prefeitura para melhor ser vista para os que vão lá, “reinaugurou-se”, digamos assim, a Galeria de ex-prefeitos de Gaspar. Fez parte dos 84 anos de emancipação do município.

Não se mistura. Dos prefeitos ainda vivos, só o que teve mais vezes no mandato, Pedro Celso Zuchi (2001/04, 2009/12 e 2013/16), PT, não apareceu. Estavam lá: Evaristo Francisco Spengler (1966/70), UDN, hoje filiado ao PP; Osvaldo Schneider (1973/77), MDB; Luiz Fernando Poli (1977/83 e 1993/96), MDB, PFL, hoje no PDT; e Adilson Luiz Schmitt (2005/2008), MDB, PPS e PSB, hoje sem partido.

Na última sessão da Câmara de Gaspar, a primeira secretária da mesa, Mariluci Deschamps Rosa, PT, lia o longo requerimento do relator geral do PL 103/2017, Cicero Giovani Amaro, PSD, ao Executivo. O PL trata à autorização da Câmara para a prefeitura contrair R$20 milhões na Caixa dentro do programa “Avançar Cidades” e que a oposição enrola.

Em dado momento, Mariluci engasgou e perdeu a voz. Não havia goles de água que a salvasse. Teve gente, devido ao “cozimento” da oposição ao governo nesse assunto, que julgou ser isso um “sinal divino”. Pelo sim, pelo não, Evandro Carlos Andrietti, MDB, prosseguiu na leitura do requerimento. O requerimento, a contragosto da base do prefeito Kleber, foi aprovado.

Explicando-se. Há duas sessões, o líder do MDB na Câmara, vereador Francisco Solano Anhaia, sugeriu ao presidente da Câmara que é médico e funcionário público municipal, Sílvio Cleffi, PSC, que ele poderia contribuir no tal “Pacto pela Saúde” à caótica área, doando serviços à comunidade nos mutirões.

Na sessão passada, Silvio matou a cobra, mas não mostrou exatamente o pau como queria Anhaia. Silvio mostrou um vídeo em que o próprio amigo Kleber, o apresenta como um dos médicos realizadores de mutirões no atendimento de consultas em Gaspar. Ou seja, ele foi à luta pelo modelo que interferia na Saúde quando aliado do poder.

Entretanto, ressaltou que não foi de graça como sugeria Anhaia. Sintomático. “Devo ter recebido alguma coisa. Não controlo isso”. Como assim? Não controla o que trabalha e o que recebe? Eu conto todos os meus tostões, minhas dívidas e meus créditos.

Talvez é por isso que a Saúde Pública de Gaspar esteja nesse imbróglio. Gente que devia controlar não controla. Gente que cobra agora e faz palanque já contribuiu para o caos que condena.

Silvio, como toda a corporação médica e o PT, fez a opção pelo Hospital onde nenhum médico deixou de receber, contra o atendimento público nos postinhos, policlínica e farmácias. O atendimento público aos mais pobres não funciona por falta de recursos financeiros. Eles foram parar no Hospital, um sugadouro, que ninguém sabe dizer quem é o dono dele.

Esta é a realidade que a prefeitura de Gaspar não consegue comunicar, pois ela própria é conivente com esta situação. Aderiu à intervenção marota do PT no Hospital, aprovou o plano de Silvio para tê-lo na então frágil base aliada e mesmo assim ficar com a oposição.

Agora Silvio mudou de lado. Está cobrando soluções para aquilo que ele contribuiu de ruim na Saúde. Arrumou até claque nas redes sociais para insistir na cobrança de melhorias; o PT viu o seu projeto preservado pelo MDB, sabia da armadilha e, fingindo-se de vítima, cobra uma saída. Armou o palanque e se deu bem com o seu público cativo de analfabetos, ignorantes, desinformados, espertos e fanáticos.

Já Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e Carlos Roberto Pereira, o terceiro secretário de Saúde em um ano, estão, aparentemente sem saídas, atrasados no “timming” e sendo comidos pela comunicação fácil e organizada dos adversários.

Neste final de semana, na rede social, um desavisado, acharia que quem inaugurou as ruas Arthur Poffo e Pedro Schmitt Junior foi o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi e o PT, não Kleber Edson Wan Dall, MDB. Mais uma prova da má avaliação do atual governo e da intensa campanha de comunicação nas redes sociais pelo PT e o ex-prefeito.

E para encerrar, já que o tema hoje foi a boa e má comunicação estruturada aos objetivos de proteger resultados, imagem de pessoas públicas e interesses políticos.

Primeiro, quase tudo é feito com o dinheiro público. Veja este exemplo da Câmara de Gaspar. Ela tem dois assessores de imprensa: um pendurado no cargo comissionado com indicação política, que o caso José Maurílio Moreira de Carvalho e outro efetivo, concursado, Vagner Cesar Campos Maciel.

Veja o que Vagner assinou e mandou para as redações, como uma foto, como se os espaços não custassem dinheiro para transmitir bobagens quando a Câmara está pegando fogo, com assuntos relevantes para Gaspar e os gasparenses. Essa gente perdeu a noção da brincadeira ou da responsabilidade.

“Os integrantes da Comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação se reuniram na tarde desta quinta-feira (15) para analisar quatro projetos de lei em tramitação na Câmara de Gaspar. Entre eles, o PL 74/2017 que trata da regulamentação do pedágio beneficente na cidade. As propostas vão ser analisadas também pelas outras comissões permanentes da Casa”. Foi tudo o que conseguiu escrever no “press release”.

É de se perguntar qual a faculdade que formou o moço. Já passou no período probatório? Aliás, na comissão que ele reporta no “press release” estava também uma jornalista formada em faculdade, Franciele Daiane Back, PSDB do MDB.

Vamos lá e pela ordem do próprio “press release”. Quem são os integrantes da Comissão? Quais são os três projetos que não mencionou e por que fez isso? Quais foram as decisões que os membros da comissão tomaram em relação às matérias analisadas? E o porquê disso? Opinião dessa gente que defende a sociedade? As propostas vão ser analisadas pelas outras comissões permanentes da Casa porque receberam aprovação da Legislação, Cidadania e Redação? É isso? Quais as outras comissões?

Vergonha. No meu tempo de redação isso se chamava lixo. E depois sou eu o intruso nesse assunto. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1843 - terça-feira

Comentários

Gargamel
20/03/2018 20:58
Prefeito anuncia investimento de R$ 20.000.000,00? Já vi isso antes quando diziam ter R$ 20.000.000,00 pra Ponte do vale e depois corriam pra Brasília pra passar o chapéu e como não deu fizeram um remendo de ponte, igual o viaduto "corcova" ou "minhoquinha", já que aqui não tem espaço pra minhocão. E "minhoquinha rasteira" porque não passa caminhão por baixo.
Quem digitou R$ 20.000.000,00 deve tá com parkinson e digitou mais zeros do que queria.
Herculano
20/03/2018 17:08
COMUNICAÇÃO É UM PROBLEMA GRAVE NO GOVERNO KLEBER

E não é a comunicação feita pela Superintendência de Comunicação, é de gestão. Isso ficou claro nos depoimentos dos vereadores na sessão da Câmara de hoje.
Sidnei Luis Reinert
20/03/2018 15:46
Intervenção, Dever Patriótico


Artigo no Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Antônio José Ribas Paiva

A milenar sabedoria chinesa ensina , que o governo ideal é aquele que não é percebido pelo povo.

No Brasil, os governantes fazem de tudo, para invadir a vida das pessoas, sempre incomodando.

Controlado pelos políticos e não pelo povo, o Estado torna-se em instrumento de opressão, quando deveria proteger as pessoas.

Cada preboste cria regramentos ao seu bel-prazer, sempre em desfavor do povo.

Os governadores e prefeitos, sob o olhar olímpico e conivente dos chefes dos Poderes da República e do Ministério Público, descumprem suas promessas e obrigações, tudo fazendo, para infernizar a vida de todos . Talvez para impedir, que as pessoas reajam, porque o oprimido não consegue se defender.

Nada de segurança, saúde e educação mas, o confisco tributário , o trânsito caótico, o desemprego, a criminalidade , os juros escorchantes ... Tudo patrocinado pelos governantes!

Que fazer, para proteger o povo e garantir o futuro da Pátria, contra a sanha dos usurpadores, de todos os matizes ideológicos, que exercem, ilegitimamente, o Poder do Estado?

A INTERVENÇÃO INSTITUCIONAL é o único caminho, para resgatar a cidadania e libertar o povo da Ditadura do Crime.

O futuro do BRASIL como país livre e soberano, depende do empenho de todos , para garantir a INTERVENÇÃO!!!

Antônio José Ribas Paiva, Jurista, é Presidente do Nacional Club.
Pedro Pedreira
20/03/2018 13:53
Olá, Herculano:

Está certa a Prefeitura, lugar de lixo é na lixeira e não pendurado na parede.

Engasgos podem matar ... quando começa a perder a voz o sintoma anuncia estado adiantado ao pé na cova.
Periquito Falante
20/03/2018 13:47
Agora entendi porque a coluna da Franciele é fraquinha, ela está em período probatório.
E jornalista como o Sr. é ponto fora da curva nesse lixo de imprensa esquerdista comunista de cínicos e mentirosos.
Parabéns por nos proporcionar este porto seguro de suas informações fidelíssimas.
Matheus Borges de Castro
20/03/2018 13:39
Herculano,

Você vai ter que engolir o nosso Prefeito, acaba de anunciar o investimento de R$ 20.000.000,00. É mole ou quer mais?
Nada melhor do que uma hora depois da outra.
Mariazinha Beata
20/03/2018 13:03
Seu Herculano

Em entrevista, o Sr. Jefferson Schramm - CDL, disse que o comércio de Gaspar está em expansão e
o preço dos aluguéis são mais caros que os praticados em Blumenau.
Posso afirmar que os produtos também são.
Uma lata de 300gr de Colágeno Sanavita o preço aqui em Gaspar custa R$120,00, em Blumenau, na Cajusul pago R$80,00. Como comprei duas latas uma saiu com o preço de R$78,50.
Além de lucrar em Blumenau, passeio, vejo coisas novas e interessantes sem precisar encarar as antipáticas atendentes daqui.
Bye, bye!
Joanim
20/03/2018 12:54
Herculano, "Foi Kleber quem galou e chocou o ovo da serpente chamado Silvio Cleffi..." isso deve ser um Alien.
Serpente com beiço de peixe traíra KKK...
Grande sacada!
Herculano
20/03/2018 10:20
"O SUPREMO SE APEQUENOU DIANTE DE LULA"

Conteúdo de O Antagonista. O Globo, em editorial, repudia a pressão dos ministros golpistas para salvar Lula:

"Há uma contagem regressiva para que pressões sobre o Supremo, algo por si inaceitável, surtam efeito e, à revelia da presidente da Corte, Cármen Lúcia, algum ministro acione o instrumento de raro uso de "levar em mesa" algum processo que permita ao tribunal rediscutir a jurisprudência do cumprimento de pena a partir do julgamento da segunda instância.

Seria, no mínimo, uma afronta à presidência da Casa, que considera rediscutir agora o assunto 'apequenar' o Supremo. De fato, porque faz apenas um ano e meio que a Corte estabeleceu este entendimento, em vigor durante muitos anos e só alterado em 2009. E passaram-se sete anos para a nova mudança.

Ela veio ao encontro do clamor da sociedade contra a impunidade que existia nos crimes de corrupção, em que condenados costumam ter poder político e contas bancárias para contratar bons e influentes advogados, a fim de impedir que os processos sejam concluídos na inalcançável última instância. Resta ao corrupto apenas esperar a prescrição dos crimes.

A releitura em 2016 em nada contrariou, segundo ainda entendem ministros da Casa, o preceito constitucional da presunção de inocência, porque recursos podem continuar a ser interpostos. Além do que a avaliação das provas da acusação e dos argumentos da defesa ocorre na primeira e segunda instâncias, e não nos recursos, centrados em questões jurídicas. Por tudo isso, rever agora esta jurisprudência será demonstração cabal de que o Supremo se apequenou diante de Lula."
Herculano
20/03/2018 10:17
SUICÍDIO DE ADOLESCENTES AUMENTA 70% EM UMA DÉCADA NOS ESTADOS UNIDOS, por Rodrigo Constantino, no site Gazeta do Povo, Curitiba PR

O CDC, Centros para Controle e Prevenção de Doenças (em inglês), divulgou uma taxa de aumento alarmante no número de suicídios de adolescentes americanos entre 2006 e 2016. Separando por "raça", os dados mostram que o número de mortes autoinfligidas em jovens brancos de 10 a 17 anos subiu 70% durante o período. Jovens negros apresentam menor probabilidade de cometer suicídio, mas sua taxa aumentou ainda mais: 77%.

Em um estudo separado do ano passado, a CNN mostrou que o suicídio entre meninas de 15 a 19 anos atingiu a máxima histórica em 40 anos em 2015. São vários os fatores apontados pelos especialistas, como as redes sociais, o bullying, as drogas, o estresse social causado por pais com problemas com drogas, pobreza, e também a retórica política extremista.

Acrescentaria ainda a questão da "morte de Deus" numa sociedade extremamente materialista, onde falta muitas vezes um propósito mais elevado de vida, tornando o niilismo uma ameaça sedutora, uma válvula de escape para as angústias existenciais. E também o fato de que a geração millennial, ou "mimimi", não suporta muito fracassos e contratempos, pois tudo é "microagressão" e "ofensa" em sua bolha politicamente correta. Ficaram mais frágeis, enfim.

Numa sociedade conectada 24 horas e submetida a todo tipo de propaganda constante, a exposição fica mais difícil de ser processada pelos adolescentes. Lauren Anderson, diretora-executiva da Josh Anderson Foundation (criada em homenagem a seu irmão que se matou aos 17 anos em 2009), disse que os adolescentes estão mais suscetíveis a reagir de forma impulsiva do que os adultos. "Com base no desenvolvimento do cérebro, eles são mais inclinados a comportamentos arriscados, a decidir naquele momento", disse.

E isso pode se tornar uma "epidemia" dentro de comunidades. Apenas nos últimos meses, seis alunos se mataram em um bairro de Ohio apenas. Há relatos de suicídios causados pela leitura de Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe, ao romantizarem o ato, o que ficou conhecido como o "efeito Werther", apesar de haver controvérsias quanto ao real impacto do livro. Émile Durkheim é o mais conhecido sociólogo a estudar as causas coletivas do suicídio.

O aumento nas taxas de suicídio, porém, não está limitado aos mais jovens. Tom Simon, autor do relatório do CDC, disse que a taxa geral nos Estados Unidos tem subido entre todos os grupos. Ele diz que a tendência é "robusta". O NYT, referindo-se a outro estudo, afirmou que a taxa de suicídio atingiu seu pico histórico em quase 30 anos em 2016. Katherine Hempstead, da Robert Wood Johnson Foundation, disse que é realmente assustador ver aumentos tão significativos nas taxas de suicídio em praticamente todas as faixas etárias.
Herculano
20/03/2018 10:01
OS ESQUERDISTAS QUE ADORAM CADÁVERES INSISTEM NA FALÁCIA REACIONÁRIA E CRIMINOSA DE QUE SER POBRE É SINôNIMO DE SER BANDIDO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Uma das coisas mais estúpidas que se podem afirmar sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) é que o evento trágico demonstra a falência da democracia, como deram para fazer alguns militantes de esquerda.

Não! Esse e um juízo perturbado, típico de mentes autoritárias. A morte de Marielle significa que é preciso radicalizar a democracia, aprimorá-la. E isso significa que o regime tem de chegar a uma política de segurança pública que impeça o descalabro a que foram levados o Rio e outros Estados.

Um dos mantras prediletos da esquerda vesga é que só se chegará a uma resposta adequada para a questão da violência quando o país resolver os problemas da desigualdade, da educação, da saúde, da moradia. Vale dizer: seremos um paraíso quando formos um paraíso. Trata-se de um despropósito em si, que ignora evidências fáticas. E a primeira delas está no fato de que pobreza e criminalidade não devem ser tomadas como palavras sinônimas. Ou não conseguiríamos botar o nariz fora da porta. Só uma minoria dos pobres decide delinquir. Aliás, suspeito que haja, proporcionalmente, mais endinheirados tendentes a desrespeitar as leis do que os pobres.

Por que essa consideração é importante? Porque, à diferença do que pensa, se é que se pode chamar aquilo de pensamento, o tal coletivo 342, composto de artistas do miolo mole, os pobres são reféns da bandidagem, ainda que possam também ser vítimas da banda pobre da polícia. E, a depender do lugar, são tiranizados pelas milícias.

Aliás, do ponto de vista moral e criminal, milicianos e traficantes se igualam. Só os distinguem o interesse objetivo: vale dizer, cada um tem suas próprias prioridades na hora de cometer crimes. Mas os alvos são os mesmos: os pobres e o Estado de Direito. E é isso que os deslumbrados se negam a ver.

Quando se assiste àquele vídeo infeliz do "342", de que Marielle é um dos destaques, tem-se a impressão de que "ozartista" e os pobres estão unidos numa mesma causa: contra a intervenção federal no Rio. E se trata de uma mentira deslavada. Ao contrário. A esmagadora maioria dos moradores dos morros e dos pobres do asfalto é favorável à ação. É o fim da picada que essa gente pretenda se apresentar como porta-voz de uma realidade e de um cotidiano que, de fato, desconhecem. Quantos daqueles valentes vivem o dia a dia do homem comum das favelas, aquele que nem é artista do Projaquistão nem é um "líder de comunidade"? E, se notaram, um líder de comunidade incapaz de dizer uma palavra, uma miserável que seja, contra o narcotráfico.

Mais ainda: se pobreza e desigualdade de renda fossem as causas principais da desestabilização do próprio estado, indo além da mal epidêmico, então as taxas de homicídio seriam mais ou menos uniformes país afora. E essa é uma mentira clamorosa. Os mortos por 100 mil habitantes em São Paulo são hoje pouco menos de 10, contra 40 no Rio de Janeiro e 30 quando se considera o Brasil como um todo. A Polícia Militar do Estado com a maior população do país - 44 milhões de habitantes - é também a maior força do tipo: 100 mil homens.

A PM de São Paulo tem problemas? Certamente! Volte e meia, sabe-se de um caso ou outro. Mas é notório o esforço para punir os faltosos. E não há notícia de que tenha saído do controle. Notem: se um 1% dos indivíduos que a compõem fizessem besteira e transgredissem as leis, teríamos mil PMs barbarizando por aí, e certamente os casos inundariam a imprensa. Mas, felizmente, o número de faltosos é muito menor do que isso.

Quando se compara a taxa de homicídios de São Paulo com a de países europeus, é justo considerar que ela ainda é alta. Mas o Estado que deveria enfrentar os maiores problemas em razão do tamanho e da diversidade de sua população e de uma força policial bem mais numerosa - e, em tese, mais propensa a abrigar comportamentos desviantes -, ora vejam, está em último lugar no ranking do mal. Vale dizer: é aquele em que, proporcionalmente, se mata menos.

Isso não significa que todos os problemas estejam resolvidos. Mas se pode concluir que, se as questões sociais fazem diferença quando se trata de avaliar as causas da violência, elas não são, no entanto, definidoras. Ou por outra: certamente, São Paulo e o resto do Brasil se beneficiariam, também na segurança pública, de uma melhoria geral na condição de vida dos brasileiros. Mas o que faz com que se mate menos em São Paulo são as escolhas na política de segurança pública. Procura-se ignorar, por exemplo, uma evidência: é o Estado que mais prende no país. Conta com 22% da população, mas abriga 40% dos detidos.

Brasil afora, há presos que já poderiam estar soltos, também em São Paulo. Mas se pode afirmar sem medo de errar que é o Estado que mais prende os que devem estar presos. E, no caso, tem-se uma evidência: bandido preso não está na rua, matando inocentes ou adversários, pouco importa.

Finalmente, note-se que a região Nordeste, por exemplo, passou por uma fase de crescimento econômico na primeira década dos anos 2000 superior à do resto do país. E isso significa melhora objetiva do padrão de vida.

Não obstante, no período, a violência cresceu exponencialmente. Assim, como síntese, fiquemos com o seguinte: crescimento econômico, elevação do padrão de vida dos pobres, melhoria nas condições de moradia, saúde e educação, bem, tudo isso concorre para um padrão mais civilizado de convivência e pode, sim, contribuir para diminuir a violência.

Mas esse benefício se perde, e esses fatores podem até acirrar a violência, quando se tem uma política de segurança pública desastrada, como foi a do Rio nos anos Sérgio Cabral, sob o aplauso cúmplice da quase unanimidade da imprensa, que se encantava com o fato de que as UPPs se instalavam sem confronto com os bandidos, mas também sem prender ninguém.

Vale dizer: o que se tinha, na prática, era um pacto de paz com os bandidos. E bandido não costuma cumprir palavra, certo?
Herculano
20/03/2018 09:52
CAROLINA DE JESUS, por Álvaro Costa e Silva, no jornal Folha de S. Paulo

O repórter Audálio Dantas sugeriu a pauta: uma favela crescia no bairro do Canindé, às margens do Tietê, e começava a incomodar por exibir a miséria até então escondida na periferia. Ficou acertado com o chefe de reportagem Hideo Onaga que Audálio ficaria pelo menos uma semana dedicando-se ao assunto. Em três dias ele voltou com a missão cumprida. E não precisou escrever uma linha sequer.

A manchete que a "Folha da Noite" publicou no dia 9 de maio de 1958 resumia a história: "O drama da favela escrito por uma favelada". Carolina Maria de Jesus mantinha um diário íntimo, narrando o que via ao seu redor: fome, violência, alcoolismo, a dificuldade em criar os três filhos pequenos trabalhando como catadora de papel.

Em 1960 o relato saiu em livro, com o título de "Quarto de Despejo". Vendeu 100 mil exemplares na primeira semana e transformou Carolina em celebridade de consumo.

Fotos na "Time", na "Life" e na "Paris Match"; um inesquecível voo de avião; hospedagem no Copacabana Palace; uma sobremesa flambada em meio a altas chamas no Antonio's, o bar da moda; elogios de Clarice Lispector e Alberto Moravia.

Muita gente duvidava da autenticidade da obra, e o repórter chegou a ouvir de alguns colegas: "Rapaz, você teve um trabalhão para inventar o livro da negra". O crítico Wilson Martins garantia que o texto não podia ser de Carolina. "Acordei, abluí-me e aleitei-me" era coisa de jornalista metido a literato.

Carolina morreu esquecida em 1977. "Quarto de Despejo" ficou. Tom Farias conta sua luta para ser reconhecida como escritora em "Carolina: Uma Biografia", lançamento nesta terça (20) na Travessa de Ipanema. De tudo, o que acho mais fantástico é que, em 1958, não existia internet, e um jornalista pôde sair às ruas, gastar sola de sapato e sujar a barra da calça atrás de uma reportagem.
Herculano
20/03/2018 09:44
CONTRATO ILEGAL PODE CUSTAR R$15 MILHõES À TELEBRÁS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Uma ação judicial pode levar a estatal Telebrás a pagar indenização de R$15 milhões pelos prejuízos causados às empresas Via Direta e Rede Tiradentes. Caso a indenização seja mesmo fixada pela Justiça, o contribuinte é que pagará a bolada. As autoras da ação, na Justiça do Amazonas, alegam que a Telebrás ignorou contratos de "colocation" para entregar à norte-americana Viasat, sem licitação, o controle de 100% do satélite SGDC, pelo qual o Brasil pagou R$4 bilhões.

DADOS DEVASSADOS
O Brasil decidiu investir no satélite para "salvaguardar informações estratégicas do governo, inclusive militares". Isso evaporou.

CANCELAMENTO
A coluna antecipou que empresas brasileiras recorreriam à Justiça para tentar cancelar o contrato de exploração do SGDC pela Viasat.

E A SOBERANIA?
Quando apontou "soberania" e comunicações estratégicas "blindadas", o Ministério da Defesa não imaginava o SGDC em mãos americanas.

MULTA SALGADA
Na ação, as autoras pedem multa diária de R$1 milhão caso não sejam autorizadas a instalar equipamentos adquiridos para explorar o satélite.

CHEFE DA ANVISA DESAFIA A JUSTIÇA E PODE SER PRESO
A Anvisa, agência "reguladora" de vigilância sanitária, continua desafiando duas decisões judiciais que a obrigam a emitir licenças de importação para que o Ministério da Saúde receba os medicamentos Aldurazyme, Fabrazyme e Myozyme, da Sanofi Genzyme, objetos de licitação vencida pela empresa Global Saúde. Além de multa diária de R$100 mil, o desembargador Souza Prudente (TRF1) ameaçou prender Jarbas Barbosa, presidente da Anvisa, em caso de descumprimento.

DOENÇA RARA
Os medicamentos, de alto custo, são para o combate à Doença de Farby, rara, distúrbio hereditário ligado ao cromossomo X.

NOVA DECISÃO
Nesta segunda (19), a 21ª Vara do DF mandou a Anvisa emitir as licenças, reconhecendo o direito de a empresa executar a importação.

DESAFIO À JUSTIÇA
Apesar da dupla derrota na Justiça, no fim da tarde de ontem a Anvisa continuava a desafiar a Justiça, sem emitir as licenças de importação.

ELES GASTAM, A GENTE PAGA
Entre as três maiores bancadas do Congresso, o PT é o partido dos parlamentares que mais abusam do cotão, mecanismo que autoriza o ressarcimento de qualquer despesa que façam. É o único bater a marca de R$1 milhão por parlamentar, em média, desde 2015.

VAI FICAR POR ISSO MESMO?
A entrada criminosa que partiu a perna de João Paulo, do Botafogo, domingo, deveria render ao perna-de-pau do Vasco, além de prisão em flagrante, suspensão pelo tempo que sua vítima ficar sem jogar.

MANCADA DIPLOMÁTICA
Mais de 24 horas depois da impressionante reeleição do presidente russo Vladimir Putin, com 76,6% dos votos, o presidente Temer ainda não havia assinado carta protocolar de cumprimentos, ontem à noite.

NEM PENSAR
Em reunião com petistas sobre o caso Lula, a presidente, do STF, Cármen Lúcia, quis saber se o deputado Wadih Damous (RJ) apoia Felipe Santa Cruz, da OAB-RJ, à presidência da OAB nacional. "De jeito nenhum", respondeu, prometendo lutar para derrotá-lo.

OFENSAS PÚBLICAS
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) acolheu denúncia do deputado Hildo Rocha (PMDB-MA) contra a atuação do promotor Paulo Roberto Barbosa Ramos, que teria usado as prerrogativas do cargo para ofender publicamente autoridades e o Estado do Maranhão.

VEREADOR MATADOR
Se houve 15 vereadores assassinados este ano, há aqueles que matam. O vereador José Eduardo Alves da Silva (PR), foi preso em Edealina (GO) acusado de mandar matar o radialista Jefferson Pureza.

FARRA EM NÚMEROS
Com 83 deputados e senadores com algum reembolso, o PT já torrou R$ 89,5 milhões desde o início da legislatura. Com 115 parlamentares, o MDB gastou R$ 107,7 milhões e os 84 do PSDB, R$ 76 milhões.

AUXÍLIO PARA QUÊ?
O auxílio-moradia dos Três Poderes vai custar ao contribuinte quase R$1 bilhão, apenas em 2018. Só em 2017 foram gastos mais de R$ 817 milhões. Enquanto isso, os brasileiros pobres nem casa têm.

PENSANDO BEM...
... faltam 200 dias para o fim do período em que políticos prometerão combater a corrupção, priorizar a educação, acabar com a violência..
Herculano
20/03/2018 09:39
MÃE RÚSSIA, por João Pereira Coutinho, escritor e sociólogo português, no jornal Folha de S. Paulo

Quem deseja um retorno à ditadura militar? Tempos atrás, fiz essa pergunta a um ilustre colega desta Folha. Na minha inocência, pensava que os brasileiros nostálgicos eram gente de 70 ou 80 anos.

O fato de ser português turvou a minha visão das coisas. Saudades de Salazar? Existem, sim, residualmente que seja. Mas não entre as gerações mais novas, aquelas que tratam a Europa e o mundo por tu.

Que nada, disse ele. Os nostálgicos, se a palavra é adequada, são gente que nunca viveu no regime militar. Os nostálgicos sentem nostalgia por algo que nunca conheceram.

Faz sentido. Na Europa, o entusiasmo pela extrema esquerda e pela extrema direita é coisa de jovens. Não apenas porque os jovens são mais impulsivos e ignorantes em assuntos políticos ?"mas porque as memórias do comunismo e do fascismo são inexistentes para eles.

E quem fala da Europa fala da Rússia. Nas vésperas das eleições, o Wall Street Journal publicou uma matéria exemplar sobre os grandes apoiantes de Vladimir Putin. Quem são eles?

Os jovens, claro. Dizem os estudos que, entre os 18 e os 24 anos, 87% apoiam Putin. Motivos? Basicamente, o pessoal considera que o negócio da era Putin foi justo: não têm liberdades políticas, é certo; mas, em troca, têm paz, estabilidade e shoppings.

Para sermos rigorosos, a maioria nem pensa muito em política; a prioridade está nos assuntos materiais, e não metafísicos. Se existem empregos, dinheiro e os confortos tecnológicos do Ocidente, a liberdade pode esperar. Aliás, para que serve a liberdade?

Um filme russo ajuda a responder a essa questão secular. Falo de "Sem Amor", mais uma obra-prima de Andrey Zvyagintsev, indicado neste ano ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Zvyagintsev já tinha mostrado, com "Leviatã", que o cinema russo estava vivo e ativo. Mas o diretor é um caso singular no cinema contemporâneo porque ninguém como ele consegue retratar a crise moral da Mãe Rússia.

No filme, encontramos um casal ?"Zhenya e - Boris em processo de divórcio. Os dois têm um filho, Alyosha, de 12 anos. Quem ficará com a guarda da criança?

Normalmente, casais com filhos a caminho do divórcio brigam por esse triunfo. Mas, no caso de Zhenya e Boris, a briga é outra: nenhum deles quer Alyosha por perto e, nas discussões regulares, o orfanato é o destino mais provável para o rapaz.

"Eu também quero seguir em frente", diz a mãe, que sonha com uma segunda oportunidade na companhia do novo namorado, um homem mais velho, "com dinheiro", que "não fuma e bebe pouco". O pai já seguiu em frente: espera um outro filho de uma outra mulher.

Alyosha é um empecilho. E ele sabe disso: quando os pais trocam insultos, ele escuta tudo atrás da porta. Depois, no silêncio da noite, vai chorando o seu destino. Aqueles pais gostariam que ele não existisse. Ironicamente, Alyosha faz-lhes as vontades, desaparecendo sem deixar rastro.

Sim, numa leitura superficial, o título da obra -"Sem Amor"- refere-se à radical ausência de afeto parental. Mas Andrey Zvyagintsev vai mais longe: na Rússia de hoje, o único amor que existe é o amor-por-nós-próprios - um egoísmo grotesco e literalmente desumano que é a negação do amor verdadeiro.

Não é por acaso que, ao longo do filme, o celular, sempre de última geração, é elemento onipresente. E, com ele, "selfies" sobre "selfies": aquela gente é incapaz de amar alguém, exceto a sua própria vaidade.

E quando a realidade política se intromete nessa orgia diabólica - notícias na rádio, reportagens na TV - é apenas como ruído de fundo.

A liberdade política pode parecer um luxo dispensável quando existem luxos indispensáveis: celulares, roupas de grife ou shoppings.

Mas a liberdade, tal como o amor e outras realidades intangíveis e incomensuráveis, torna-nos adultos e humanos - e não eternas crianças, fechadas em suas creches e entretidas com seus brinquedos. Trocar liberdade por uma ilusão de segurança e diversão é uma forma de suicídio interior.

Mas não apenas de suicídio: é também um convite para o triunfo da tirania. Foi há quase 200 anos que Alexis de Tocqueville, olhando para a democracia americana, alertou para as suas principais ameaças. Como o materialismo e o individualismo excessivos: a febre da posse afastaria as pessoas da vida pública - e, mais ainda, de uma vida moral capaz de as elevar a um patamar de existência superior. No fundo, o sonho de qualquer candidato a ditador.

Os jovens de Putin e os pais do filme são um sonho tornado realidade.
Herculano
20/03/2018 09:30
STF VIVE DIAS DE STL,SUPREMO TRIBUNAL DO LULA, por Josias de Souza

A seis dias do julgamento em que o TRF-4 deve confirmar a sentença que autorizará o juiz Sergio Moro a expedir a ordem de prisão de Lula, os ministros do Supremo Tribunal Federal farão, nesta terça-feira, uma reunião a portas fechadas. Foi convocada por sugestão do ministro mais antigo da Corte, o decano Celso de Mello. Ele é uma espécie de líder da banda que defende no Supremo a revisão da regra que permite a prisão de condenados em segunda instância, como Lula. Está empenhado em convencer Cármen Lúcia, presidente do STF, a pautar o julgamento de duas ações sobre o tema.

Nesta segunda-feira, Cármen Lúcia confirmou a reunião numa entrevista à Rádio Itatiaia. Esforçou-se para atribuir à novidade ares de normalidade: "O que tem de concreto é que o ministro Celso de Mello me disse que seria conveniente nós conversarmos, os ministros, se poderíamos nos encontrar. Não é nem reunião formal nem fui eu que convoquei. Mas é comum a conversa acontecer. Se recebo pessoal de fora, seria absurdo que nós não conversássemos. Não tem nada de convocação, muito menos de extraordinário nisso."

A única coisa extraordinária que há na conjuntura é a iminência do encarceramento de Lula. Na entrevista, Cármen Lúcia reiterou que não cogita marcar um novo julgamento sobre a prisão em segunda instância. Disse que o tema já foi decidido em 2016. Reanalisá-lo agora, em função de um caso específico, "seria quebrar o princípio constitucional da impessoalidade." O que poderia comprometer outro princípio caro aos magistrados: o da "imparcialidade." Mas a presidente do Supremo iluminou na entrevista a saída de emergência que pode ser aberta para Lula.

Cármen Lúcia disse que não hesitará em apregoar o julgamento do pedido de habeas corpus protocolado pela defesa de Lula se o relator da petição, ministro Edson Fachin, levar o tema ao plenário. Segundo ela, um habeas corpus "tem preferência constitucional. É uma ação nobre, porque lida com a liberdade."

A ministra acrescentou: "Todo e qualquer cidadão, desde uma liderança tão significativa, tão expressiva tão importante como o ex-presidente, até qualquer cidadão, tem o direito de ser julgado. E será julgado. Da minha parte, chegando ao plenário [o pedido de habeas corpus], levando o minsitro Fachin para que seja apregoado, será apregoado." Cármen Lúcia usou a palavra "imediatamente". Faria por qualquer cidadão ?""mais ainda quando se tem um caso como esse, de extrema envergadura."

Há quatro dias, Fachin divulgou um despacho no qual negou pedido dos advogados de Lula para submeter ao plenário do Supremo o julgamento do habeas corpus que pode livrar o ex-presidente petista da cadeia. Embora Cármen Lúcia atribua ao relator da Lava Jato decisão de solicitar a apreciação do pedido, Fachin empurrou a batata quente para a presidente da Suprema Corte. Escreveu que será necessário aguardar "a designação de julgamento a critério da Presidência."

De passagem por São Paulo, onde participou de evento promovido por uma faculdade da qual é sócio, o ministro Gilmar Mendes ironizou o jogo de empurra. Sem mencionar os nomes de Cármen Lúcia e de Fachin, declarou: "Nunca ninguém discutiu a pauta ou não de um habeas corpus. Isso é coisa de Direito achado na rua. Quando há a possibilidade de o réu ser preso ou está preso, em geral, colocamos isso com a maior urgência. Isso não está à disposição do presidente."

Em condições normais, o Supremo deveria julgar e indeferir o habeas corpus de Lula. Faria isso porque está em pleno vigor a jurisprudência que autoriza a prisão de condenados no segundo grau. E não há vestígio de violência processual cometida contra Lula, condenado a 12 anos e 1 mês de cadeia. Entretanto, se a petição chegar ao plenário, é muito provável que seja utilizada como uma gambiarra para eletrificar o debate sobre a revisão da regra sobre prisão na segunda instância.

Ao farejar o cheiro de queimado, Sergio Moro incluiu uma reflexão sobre o tema no despacho em que determinou, nesta segunda-feira, a prisão do ex-vice-presidente da Engevix, Gerson de Mello Almada, também condenado no TRF-4, exatamente como Lula. O juiz da Lava Jato anotou:

"Com todo o respeito ao Egrégio Supremo Tribunal Federal, uma eventual alteração seria desastrosa para os avanços havidos recentemente em prol do fim da impunidade da grande corrupção no Brasil."

Noutro trecho, Moro escreveu: "A presunção de inocência não deve ser interpretada como um véu de ignorância que impede a apreensão da realidade nem como um manto protetor para criminosos poderosos, quando inexistir dúvida quanto à sua culpa reconhecida nos julgamentos."

O Supremo, o nome já indica, é integrado pelos 11 magistrados mais poderosos do país. Mas um pedaço da Suprema Corte insiste, misteriosamente, em conspirar contra a própria supremacia. No trato com condenados poderosos, a instância máxima do Judiciário entrega-se a mistérios que são difíceis de entender. Um deles é essa irrefreável vontade que parte do STF tem de modificar a logomarca da Corte pra STL, Supremo Tribunal do Lula.
Herculano
20/03/2018 09:26
CAMARADA BARROS, por Helio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

?Mao Tsé-tung não acreditava na medicina tradicional chinesa (MTC), mas a inventou. A crer nas memórias de Li Zhisui, um de seus médicos particulares, o camarada Mao, além de só se tratar com a medicina ocidental, considerava totalmente implausíveis os princípios norteadores da MTC.

O peso da realidade, entretanto, se impunha. A China havia feito uma revolução comunista. Deveria, portanto, prover saúde à população. Só que o país tinha, nos anos 50, uma população de cerca de 500 milhões de almas e contava com pouquíssimos médicos treinados no Ocidente para atender a toda essa gente.

A solução vislumbrada por Mao foi tentar convencer os chineses e o mundo de que a MTC, que já tinha seu pequeno exército de praticantes, funcionava. Seguiu-se, então, um movimento para unificar e "cientificizar" a MTC, que era um amontoado de teorias altamente idiossincráticas e contraditórias umas com as outras, e, mais importante, uma ampla campanha de propaganda.

Mao embalou a MTC num discurso dialético que prometia promover a síntese marxista entre o melhor do Oriente e do Ocidente. Deu tão certo que o próprio Ocidente se encantou com a ideia, tornando-se um consumidor ávido de acupuntura e outras práticas da MTC ?"apesar de as melhores revisões científicas sugerirem que elas não passam de um efeito placebo turbinado.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, parece seguir os passos do camarada Mao ao aumentar a lista das pseudomedicinas custeadas pelo SUS, que passaram de 5 para 29 e agora incluem aromaterapia, cromoterapia, constelação familiar e florais.

Na leitura mais benigna, o ministro é um ultrapragmático. Já que não há mais dinheiro para fazer boa medicina, vamos pelo menos dar à população a sensação de que ela é atendida e pegar uma carona no efeito placebo. Na menos, ele realmente acredita nessas coisas.

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