04/11/2019
É uma repetição este artigo? É! Então por que voltar a bater no mesmo ferro frio? Para mostrar que não se trata de uma perseguição – nem política partidária, nem algo pessoal ou nem circunstancial para obter qualquer vantagem lícita.
Trata-se de mostrar e esclarecer a realidade contra a cidade, contra os cidadãos pagadores de impostos e principalmente, contra os eleitores e eleitoras que confiaram na promessa e discursos de mudanças de jovens políticos. Os políticos do atual poder de plantão continuam tão velhos nas atitudes e justificativas como os que condenaram no palanque de 2016. E pior: incapazes na liderança de processos e resultados, ou então se escondendo em discursos marqueteiros.
Aliás, o marketing poderá pegar essa gente de calças curtas já, já.
Retomo. A capa de sexta-feira da edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, simplesmente me deu plena razão mais uma vez. Lavou a minha alma em assunto que praticamente só é abordado aqui neste espaço, mas que está à vista de todos os gasparenses. A reportagem expôs os sucessivos atos de incompetência – que se escondem em outros veículos - do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP.
Esses atos e suas consequências sempre foram refutados não só por Kleber, seu vice, o prefeito de fato, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa e presidente do MDB de Gaspar, Carlos Roberto Pereira, mas também pelos que se alimentam no projeto do poder de plantão. Eles nutrem uma fantasiosa história difundida por aí de que isso - o de mostrar à realidade e dar transparência – é um ato deliberado de uma suposta oposição, inveja de incapazes ou de quem não consegue avaliar às dificuldades de gestão pública do atual governo.
Vou ser mais direto do que as dezenas de outros textos – inclusive, recentemente, onde anunciei que esta obra da Frei Solano infernizava moradores e principalmente comerciantes desde novembro do ano passado. Outra vez, como uma andorinha, fiz verão e aqui solitariamente tratei deste assunto, com ampla repercussão. E por isso, fui massacrado e censurado por esta clareza.
UMA HISTÓRIA COM COMEÇO, MEIO E AINDA SEM FIM. TODOS SÃO CULPADOS, MENOS O GOVERNO QUE NÃO PLANEJA, QUE MAL EXECUTA E NÃO FISCALIZA O QUE FAZ OU CONTRATA
Quando Kleber decidiu pela necessária drenagem da Rua Frei Solano que se inundava nas enxurradas de verão, fez uma jogada na surdina: surpreendeu os vereadores – em tese uma espécie de fiscais do Executivo. Para aliviar o caixa da prefeitura comprometido nos recursos para as obras que sonhou, Kleber resolveu fazer um Projeto de Lei para se livrar da tarefa e do pagamento.
Explico-lhes, mais vez. Era obrigação da prefeitura limpar, fazer valas e drenagens em Gaspar. Estava na lei. Estava no orçamento. O PL passou da noite – a Câmara se reúne à noite - para o dia essa obrigação da prefeitura ao Samae, do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP. O Samae não tinha essa obrigação e muito menos tinha essa experiência: abrir e limpar valas, contratar e executar projetos de drenagens. Até chegou a ensaiar no tempo do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, então no MDB, mas com a posse de Pedro Celso Zuchi, PT, em 2009, essa obrigação que nem chegou às veras, desapareceu.
Quais os argumentos do prefeito Kleber no PL enviado à Câmara? Entre outros, o de “aproveitar as supostas sobras de caixa da autarquia”, todas vindas das receitas de taxas e tarifas na distribuição de água tratada e coleta de lixo. Esse fato em si, suscitava superfaturamento dos atuais serviços do Samae – ou melhorias nas redes e serviços - contra os consumidores que bancariam uma nova obrigação em todo o município sem contrapartida financeira, mesmo em regiões onde não há distribuição de água ou coleta de lixo.
Quando os vereadores da dita oposição - e que estava se esfacelando na sua justa maioria com o início da debandada de quem a liderava ferrenhamente na Câmara, Roberto Procópio de Souza, PDT, para integrar e se tornar um defensor de primeira fila do governo Kleber – começaram a questionar esta mágica legal, administrativa e contábil, sem a devida justificativa, o governo Kleber apelou aos velhos truques: o de jogar a população contra os que pediam transparência e explicações.
Orientado, Kleber tirou da algibeira a velha e surrada desculpa de que se os moradores e comerciantes da Frei Solano se afogassem nas chuvas de verão de 2018/2019 que se avizinhava enquanto a matéria se polemizava e se atrasava na Câmara, a culpa seria dos vereadores.
Mais do que isso: Kleber colocou os moradores da Frei Solano e até gente que não é de lá, nas sessões da Câmara para pressionar de corpo presente os vereadores, movimentou entidades, bem como ativou às redes sociais para intimidar os vereadores que pediam mais esclarecimentos técnicos do governo para aprovar o PL e que chegou à Câmara – como a maioria chega lá – de afogadilho, mal explicado e em regime de urgência.
E meio à polêmica e pressões, e com votos contra, o PL foi aprovado. E o povo da Frei Solano, usado por Kleber comemorou, marcou os vereadores que questionaram o PL, os que votaram contra e alimentaram em redes sociais apontando os supostos inimigos do desenvolvimento de Gaspar. Mais: orquestrados e muitos que nunca passaram neste ano de martírio na Frei Solano, baixaram a lenha nesta coluna e colunista só porque deu voz aos questionamentos dos vereadores.
A ESPERTEZA ESTÁ COMENDO O DONO
Esta frase tenho repetido a cântaros aqui. Ela é do ex-primeiro ministro (é, poucos se recordam porque não sabem a história do seu próprio país), quase presidente República (foi eleito e morreu antes da posse sendo substituído pelo vice José Sarney, MDB – o pai da inflação sem controle), e político matreiro mineiro, Tancredo de Almeida Neves, PSD (1910/85): "Esperteza, quando é muita, come o dono".
Então nada como um dia após o outro. E eu aqui para registrá-lo, sob desconfiança e críticas, mas sem baixar a cabeça aos interesses dos políticos espertos e ao mesmo tempo, reféns das suas próprias espertezas.
Volto. As obras calvário – para o povo e o próprio governo Kleber, deve se reconhecer isso, pois foi ele quem escolheu o tipo, o peso da cruz e a inclinação do morro para subir com ela na exposição – da Rua Frei Solano, começaram em novembro do ano passado. Repito: novembro do ano passado. Um ano se passou e nada, para algo que no máximo duraria três meses, se tivesse chovido. E se duvidar, vai chegar a 2020. Faltam 30 dias úteis para tudo terminar antes do Natal.
E por que desse calvário? O governo de Kleber agora diz que teve azar. Será? Quem acredita? Na verdade, faltou o mínimo de respeito para com a cidade, humildade para ouvir os críticos, dar transparência e zelo no dinheiro dos cidadãos no planejamento, projeto, avaliação de riscos, bom senso, fiscalização profissional e lidar com mais uma crise instalada.
Sobrou arrogância, autossuficiência e irresponsabilidade. Nem todos são analfabetos, ignorantes, desinformados ou fanáticos para serem seduzidos pelos discursos vazios dos que estão no poder de plantão em Gaspar.
Depois de culpar os vereadores da dita minoritária oposição por simplesmente tentarem, no seu papel constitucional esclarecer o que não estava claro e que mesmo assim, por pressão e medo dos eleitores aprovaram o que o governo Kleber queria; depois de culpar esta coluna por divulgar os fatos em debate e que se escondiam na imprensa, mas apareciam nas redes sociais e aplicativos de mensagens; depois, vejam só, de culpar os moradores e comerciantes da Rua Frei Solano pela suposta falta de paciência diante de tanta enrolação, Kleber e os seus estão agora culpando a Lei das Licitações, a 8.666.
Como é o que é? Daqui a pouco vão culpar as formigas que habitam aquela rua Frei Solano esburacada.
Esta lei, leitores e leitoras, vejam só, é de 1993 e só agora ela se tornou um problema em Gaspar e justamente para os do governo Kleber? Mais. Ela é base para todas as licitações de obras públicas em todo o Brasil não só em Gaspar. A lei só é burocrática como ela é, e reconheço isso, mas por culpa única e exclusiva dos políticos e gestores públicos no poder de plantão. E por que? Por suas mandraquices e espertezas para burlar à legislação que poderia ser mais frouxa ou dinâmica.
E mesmo sendo a Lei 8.666 burocrática, os políticos e gestores públicos são pegos, a todo momento, tentando burlá-la, como demonstram fartamente os Tribunais de Contas, o Ministério Público e a Justiça, naquilo que está expressa nela.
Ou não foi isso que aconteceu recentemente aqui em Gaspar quando se tentou fazer um tipo licitação, a 58/2019, expressamente proibida para drenagens no atacado pela lei 8.666/93? Kleber apostou no erro e foi pego nele. Perdeu no colegiado do Tribunal depois de culparm- por todos os meios – discursos, entrevistas, debates, redes sociais, aplicativos de mensagens, reuniões - a tal oposição – e neste caso o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD - de estar atrapalhando os seus planos do governo de melhorar a cidade. Mas, fora da lei? Meu Deus!
Outra esperteza está em curso com a aproximação das eleições de outubro do ano que vem.
Depois de tantos desgastes, o próprio prefeito Kleber saiu das mídias sociais onde era a estrela e o repórter dele mesmo, com o a de se vangloriando nas obras da Frei Solano.
E agora, a bola do desgaste passou para o seu líder na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB, que já não possui mais argumento razoáveis para sustentar à ladainha de culpados e para o desconhecido por aqui, importado de Blumenau por indicação do amigão de sempre do MDB daqui, Paulo França, o secretário de Planejamento Territorial, Cleverton João Batista.
A entrevista dele na 89 FM na terça-feira passada ao repórter Paulo Flores foi um desastre, diante de perguntas cuidadosas para nada embaraçar. Cleverton só confirmou o que escrevi até aqui sobre o assunto e deu razão aos vereadores. E o dono na rádio e do espaço, Joel Reinert, em defesa de Kleber saiu culpando a lei das licitações. Antigamente se culpava São Pedro pela demora das obras. Desta vez, até o santo colaborou com Gaspar, os moradores da Frei Solano e o evangélico Kleber. Foi um dos períodos mais secos por aqui que se teve notícia.
SURPRESAS OU ERROS ANUNCIADOS POR QUEM DESAFIOU À LÓGICA?
Este assunto a Rua Frei Solano - e existe outros, mas é emblemático porque iniciou e vai terminar no governo Kleber e não dá para engatar no problema o governo anterior-, é cheio de surpresas. Será mesmo? Ou se desafiou a lei das probabilidades, gestão eficiente, transparente e voltada para resultados à sociedade que sustenta tudo isso?
A primeira surpresa: os paralelepípedos - que custaram em outros tempos aos gasparenses nos seus pesados impostos e por serem patrimônio público, deveriam – no mínimo - serem usados para a pavimentação de outras vias, praças ou pátios públicos ou então, alienados. Eles arrancados, estavam sendo tratados com lixo e escondido por barro. Se não tivesse havido a denúncia de tal ato na Câmara e aqui, o fato teria sido consumado. Descaso e falta de planejamento.
A segunda surpresa: contratou-se uma fornecedora de tubos. Ela não tinha experiência no assentamento deles e nem conhecia os EPIs – Equipamento de Proteção Individual – para os operários. Mas, no pacote, porque a licitação assim permitia, ela fez a obra. Então, arrumaram uma brecha na lei 8.666/93 a mesma que a culpam hoje por travar processos. Mas, ontem puderam manobra-la a favor. O resultado desta “inovação” todos conhecem bem e inúmeras vezes o relatei aqui, incluindo fotos que foram parar no Ministério Público Estadual.
A terceira surpresa veio quando se pediu na Câmara o projeto da drenagem da Rua Frei Solano para confrontá-lo com o que estava contratado na licitação e o que estava sendo feito na Rua. A prefeitura não tinha e se tinha, por birra e enfrentamento não disponibilizou o tal “projeto”.
A prefeitura por sua bancada até armou uma “audiência pública” na Câmara para dar explicações aos queixosos vereadores. Provava-se até então fartamente por fotos e vídeos que o que se contratou não foi feito ou se foi, tinha problemas.
Na “audiência”, o engenheiro fiscal da prefeitura se fez de vítima e disse que estava sendo esculachado tecnicamente. Na mesma “audiência” gente que dependia de tetas do governo Kleber para os seus, fazia vídeo para desmoralizar os vereadores e a imprensa que dava espaço a esses vereadores. Aliás, é essa gente que está contribuindo para desmoralizar ainda mais o governo Kleber. Só ele é que não enxerga.
A quarta surpresa e esta, a mais impressionante de todas, descobriu-se que a prefeitura de Gaspar tinha esquecido de fazer o processo licitatório para a pavimentação da rua Frei Solano para tirá-la da lama, poeira e buracos decorrentes do questionado assentamento dos tubos e principalmente das caixas de passagens da drenagem.
Foram quase seis meses de enrolação para montar o processo, licitar e declarar a vencedora. Há exemplo pior do que esse para uma gestão que se diz eficiente e que avança para produzir resultados diferenciais à cidade e aos cidadãos?
Esta esdruxula situação revela mais do que isso: de que falta liderança, coordenação entre áreas da prefeitura e capacidade executiva em diversas secretarias envolvidas. Tudo isso é resultado do empreguismo e do aparelhamento de cabos eleitorais sem qualificação para os cargos que ocupam na máquina pública inchada. Falta-lhes o mínimo conhecimento naquilo para o qual estão nomeados ou então, comprometidos com o governo que lhes emprega por favor político e com a população que lhes paga e que não é pouco.
Quando a “esperteza, quando é muita, come o dono”. E o governo Kleber ainda não percebeu que está sendo engolido em sua própria armadilha e por quem ele emprega politicamente, por quem lhe orienta ou por quem ele diz confiar? As pesquisas estão aí. E ele as conhece e como no caso da Frei Solano, está distribuindo culpados fora do ambiente de culpas para se ver livre da sua própria responsabilidade.
A quinta surpresa. E quando a obra de pavimentação da Rua Frei Solano finalmente foi contratada, a vencedora – que tem a obrigação de fazer a outra parte da drenagem, mostrou que quem fez o serviço antes dela, fez com gabaritos desencontrados. As bocas de lobos estavam no meio da rua.
E que provou isso e que se negava a todo custo zombando dos vereadores e da mídia que tratou seriamente este assunto? Falta de projeto e que já se relatou em várias outras oportunidades e aqui, acima. Novas discussões. Demora. Acusações. Uma vergonha. E precisava disso tudo? Desgastes para todos!
A sexta e possível penúltima surpresa aconteceu há poucos dias. Depois de denunciar o fato ao Ministério Público da Comarca, o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, e não vendo – ou sendo informado – de nenhum resultado da sua denúncia, voltou lá para cobrar e saber o que se fez até agora para apurar o que ele denunciou.
Bertoldi informado de viva voz de que técnicos do Ministério Público ,vindos de Florianópolis, nada puderam fazer a favor da denúncia do vereador. E por que? Tudo estava escondido e coberto pelo barro para receber a nova pavimentação da Rua Frei Solano, apesar da farta documentação que o vereador anexou na sua denúncia, isto sem falar nas suposta técnicas para “necropsiar” o defeito e que não foram realizadas.
Na semana passada, como mostram as fotos abaixo e reforça o suposto do crime, a incúria, a mentira, ou sei lá o que pode se qualificar isso as obras enterradas foram refeitas. O que estava enterrado por falta de projeto ou por erro, foi desenterrado, exibindo-se o desperdício do dinheiro público. E tudo ficará por isso mesmo. Restou ao vereador Dionísio fotografar e exibir na sua rede social e talvez denunciar na sua volta amanhã à Câmara de onde esteve licenciado por 30 dias.
E para encerrar. Resta aos moradores e comerciantes da Frei Solano torcer para que a briga que a prefeitura iniciou com a atual empreiteira não se prolongue.
A outra espera será mais longa. É o julgamento público das urnas em outubro do ano que vem. Pois Kleber e os seus estão eles próprios destruindo os pilares marqueteiros que construíram para se diferenciar na atual gestão sobre as do passado: a eficiência e um tal “avançar” nos resultados para a cidade e os cidadãos. E as dúvidas aumentam cada vez mais e não é para o azar e culpa dos outros, mas por ações temerárias do grupo que escolheu para assessorar no seu governo. Acorda, Gaspar!
Por erro ou falta de projeto, quem fez a drenagem, errou o local das bocas de lobo. Fez para uma rua mais estreita. Resultado: agora na hora de colocar o asfalto, elas tiveram que ser arrancadas, mudadas de lugar e reconstruídas. Quem vai pagar esse desperdício do dinheiro público, pergunta o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, que fotografou esse desatino de engenharia e gestão pública.
Antes tarde do que muito tarde e para ficar no mesmo assunto: a drenagem urbana. Desta vez, de forma preventiva. Os vereadores da bancada do PT (Rui Carlos Deschamps, Mariluci Deschamps Rosa e o suplente Hamilton Graf) tiveram aprovado um requerimento onde pediram uma audiência da prefeitura com os moradores do Bairro Sete de Setembro.
É para não apenas esclarecer, mas assumir compromissos, quanto à drenagem pluvial e esgotamento sanitário do Anel de Contorno Viário Urbano, no trecho que interliga a Ponte do Vale com o início da Avenida Deputado Francisco Mastella e Avenida Frei Godofredo, que está no papel e uma parte já em obras.
Os moradores temem que o projeto e obra decorrente dele possa represar as águas das chuvas e enxurradas e isso causar inundação nas Ruas Manoel Bitencourt, João Silvino da Cunha, Hilário da Silva, 25 de Julho, 15 de Novembro, 1º de Janeiro, 25 de Dezembro, 18 de Março, Ignês Hilária Schneider, Oriente e Rua Angelina Motter.
O líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, e que não é engenheiro, adiantou que esse represamento é impossível. Ai, ai, ai. O mesmo discurso de sempre. E por que? A secretaria de Infraestrutura do governo do Estado já fez o projeto e executará a drenagem daquela área. Anhaia, não soube dar detalhes nem precisar quando isso será executado. E é ai que mora a mãe de todos os perigos nesta área.
Este assunto deveria ter sido discutido antes das obras de apenas um quilômetro que já começaram no trecho dois e que fica no pasto do Jacaré e que ligará as Avenidas Francisco Mastella e Frei Godofredo, esta, a rodovia em direção à Brusque.
O seguro morreu de velho. O município de Gaspar é cheio desses exemplos onde se faz obras de infraestrutura e não se contempla à drenagem da área ou não se prevê o adensamento dessas regiões, muitas vezes até de forma clandestina ou até com autorizações do poder público.
O Bela Vista é o mais típico de todos. Alí o poder público permitiu o adensamento urbano numa área de baixio e hoje é cobrado por soluções caras ou até impossíveis. E paga caro eleitoralmente a cada eleição. Sobram culpados e milagreiros. A Frei Solano, no Gasparinho é outro exemplo, assim como o bairro Santa Terezinha que se inunda por falta de escoamento devido a barreira que se constituiu com a elevação da Avenida Frei Godofredo. Acorda, Gaspar!
As contas de 2017 do prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, foram aprovadas na Câmara conforme recomendações do Tribunal de Contas, e que fez ressalvas contra elas. Kleber deu explicações na Câmara e se comprometeu a não repetir os mesmos erros e ao mesmo tempo fazer as correções pedidas pelo Tribunal. Hum!
Transparência zero. O Portal Transparência da Câmara de Vereadores de Gaspar parou em dezembro de 2018. Ele sempre foi uma ferramenta rudimentar para se navegar e se descobrir números e contas. Justamente da casa feita para fiscalizar o Executivo. Esse portal só se implantou porque o Ministério Público teve que se interessar pelo assunto no passado. Já no presente, é preciso tempo, paciência e entender de truques digitais na navegação na internet. Agora, ele está a Deus dará contra os pagadores de pesados impostos de Gaspar. Com a palavra, o presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB.
Do jornalista J. R.Guzzo, no twitter: “O que está acontecendo no Chile não é uma explosão de ira popular, dessas que pipocam de tempos em tempos pelos países do mundo afora. É um ataque deliberado da esquerda para destruir o regime democrático chileno. Como não conseguem ganhar eleições, partem para a guerra na rua”.
Experimentando do próprio veneno, ou colocando a mão na arapuca que armou para ver o que caçou? Volta e meia o Hospital de Gaspar está na mira dos políticos, os mesmos que estão atrás de erros que eles próprios criaram. Enquanto o Hospital não deixar de ser uma propriedade político partidária e de grupos corporativos da saúde local, ele será sempre um grande problema para todos, principalmente para os que precisam dele. Simples assim.
O PT foi que inventou a intervenção marota do Hospital de Gaspar depois de mentir na campanha eleitoral que ganhou, ao afirmar que foi o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, MDB, que tinha fechado o Hospital está novamente interessado em descobrir como estão sendo geridos ou engolidos os recursos públicos que se aporta lá. Faz bem, mas não possui autoridade para isso.
Antes de prosseguir, foi esclarecer pela enésima vez que não foi o ex-prefeito Adilson fechou o Hospital. Ele não tinha essa autonomia administrativa. O fechamento foi uma decisão autônoma da maioria do Conselho do Hospital por total incapacidade operacional – nem fossa tinha - e financeira. E uma comissão liderada pela Acig, no tempo do presidente Samir Buhatem assumiu o Hospital com o Conselho.
Com a ajuda da comunidade, empresas locais, estaduais, nacionais e principalmente da Bunge Alimentos e Fundação Bunge, essa comissão em que eu pertencia como vice-presidente e era diretor na Acig, resolveu reestruturá-lo fisicamente por longo período e entregou o Hospital de volta ao Conselho e à comunidade.
E o PT, ausente totalmente dessa recuperação física no tempo em que tudo se iniciou, mais uma vez mentiu dizendo à comunidade que foi ele quem o abriu. E ao invés de suportá-lo com o mínimo de pouco mais de R$200 mil por mês para suportar o Pronto Atendimento, ou seja, naquilo que era obrigação da prefeitura, preferiu intervir. Achava que ali se roubava o dinheiro da prefeitura que ela o repassava. A comissão que montou para apurar isso, nunca se pronunciou sobre o que duvidava e falsamente divulgava.
Na verdade, foi uma forma da prefeitura petista gerenciar uma montanha de dinheiro do Fundo Municipal de Saúde via o Hospital. A história é longa, confusa e cheia de pegadinhas. O MDB percebeu o jogo e manteve a intervenção. Hoje essa aventura quase sem volta, custa não apenas os R$200 mil ou pouco mais se fosse atualizado para pagar o Pronto Atendimento, a prefeitura está colocando lá no Hospital quase R$800 mil por mês. Uma babilônia e que está faltando aos postinhos e outras necessidades básicas da área nos bairros.
E o que é mais grave do que isso? A intervenção marota, sem transparência, impediu a autonomia administrativa e auto-sustentação mínima do Hospital. A dívida só vem aumentando a dependência de verbas da prefeitura ao mesmo tempo que o atendimento dos doentes do Pronto Atendimento é questionado, as mortes mal explicadas se sucedem e por isso, o Hospital está sem credibilidade técnica. Ao mesmo tempo em que não presta contas à comunidade, ninguém sabe quem é o dono dele. Isso, inviabiliza à retirada da intervenção. Criou-se um guloso monstro.
E o que aportou na Câmara na sessão de terça-feira passada? Um curioso e indicativo requerimento de graves problemas da bandada do PT sobre este assunto. Como escrevi no início, trata-se de ver o que está dentro dessa arapuca que o próprio PT armou contra o Hospital, a comunidade de Gaspar e que a atual gestão do MDB/PP o fez em modo de mais perpetuo socorro. A prova é que nenhum gestor especializado em hospitais e com sucesso em outros, para lá. Agora ele está sob a tutela de uma “junta”.
O que o requerimento quer saber do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB? Os valores pagos pelo Município para funcionamento do Pronto Atendimento nos meses de setembro e outubro deste ano; número de pacientes atendidos no Pronto Atendimento durante os meses de setembro e outubro deste ano; Relação dos médicos/e ou especialidades com os respectivos horários durante os meses de setembro e outubro deste ano.
Mais. O requerimento quer os dados da empresa, com contrato em vigência, responsável pela contratação de médicos no Hospital; quais os serviços e exames são oferecidos aos pacientes do Pronto Atendimento; quais empresas, e de que forma são contratadas, para oferecer os referidos serviços e exames aos pacientes do Pronto Atendimento. Ai, ai, ai!
Por outro lado, pede se o Hospital tem Comissão de Auditoria para prontuários do Pronto Atendimento, caso positivo, enviar [ para os vereadores] a Portaria com a nomeação da referida Comissão. Uma vez constituída a Comissão, foi instaurado algum procedimento de investigação, se positivo, qual o andamento dado às investigações?
Como se vê, tudo isso é gerenciado pelo governo de Kleber Edson Wan Dall, Luiz Carlos Spengler Filho e o dentista e ex-presidente da Fundação Municipal de Esportes, José Carlos de Carvalho Júnior, atual secretário de Saúde. É outro calo que também trabalha – e como – contra a imagem marqueteira de governo “eficiente” e que “avança”. Acorda, Gaspar!
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