Não há dinheiro em Brasília e Florianópolis. Sem alternativas, Kleber pede à Câmara autorização para contratar R$100 milhões de empréstimos para obras da cidade - Jornal Cruzeiro do Vale

Não há dinheiro em Brasília e Florianópolis. Sem alternativas, Kleber pede à Câmara autorização para contratar R$100 milhões de empréstimos para obras da cidade

19/09/2018

Na autorização de empréstimo que o prefeito pediu aos vereadores, está R$ 10 milhões para a criação de um parque municipal com um centro cultural e de eventos que deverá substituir a médio ou longo prazos em outro local, a atual Arena Multiuso

Todos enquanto em campanha dizem que possuem caminhos fáceis na burocracia e nos governos para verbas públicas. Depois de eleitos, os fatos e a realidade repetidamente os desmentem

Na semana passada pousaram na Câmara, dois Projetos de Lei enviados pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Eles pedem autorização do Legislativo para Gaspar contrair mais dois novos empréstimos. O PL 92/2018 solicita até R$60 milhões na Caixa Econômica Federal no programa chamado de FINISA - Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento; já o PL 93/2018 que pede até R$40 milhões no Banco Regional de Desenvolvimento Econômico para uma linha de crédito dentro de um programa chamado de “BRDE Municípios” ou “Avançar Cidades”. Tudo está em regime de urgência, mas...

Só para lembrar. Em abril deste ano, depois de quebrar o regime de urgência, em meio a polêmicas e boicote explícito da majoritária bancada oposicionista na Câmara – o relator era o vereador Cícero Giovani Amaro, PSD -, foi aprovado PL 103/2017. Ele autorizou Kleber tomar um financiamento de até R$20 milhões na Caixa Econômica Federal, também dentro do programa “Avançar Cidades”.

Kleber sabe que não terá vida fácil nestas duas matérias e as explicarei mais adiante.

Entretanto, desta vez, a ação é mais política e coordenada. Kleber está misturando interesses que contemplam o legislativo e alvos coletivos da oposição, bem como interesses de poderosos e sendo mais flexível. Com isso, espera ter um dano colateral menor quando a matéria tramitar na Câmara. Além disso, a pressão eleitoreira já terá passado quando se iniciar o debate, ajustes e a votação.

Antes de prosseguir, é bom lembrar, que, em tese, Kleber está em minoria na Câmara. E para “complicar”, por sorteio, relatoria dos dois PLs foram parar nas mãos der vereadores da majoritária oposição.

A BATALHA NO LEGISLATIVO

Então é natural, que tente tirar casquinhas sobre e nos assuntos, interferir como fez no 103/17, adiar ao limite, mas que não possa ser acusada nos palanques de 2020, por causa disso, ter atrasado o avanço da cidade, principalmente na questão de mobilidade, saneamento e urbanidade.

O PL 93 tem como relator Wilson Luiz Lemfers, PSD. É oposição, mas não costuma entrar em bolas tão divididas assim. Foi quando relator sorteado, por exemplo, contra o aumento de cargos comissionados na Câmara proposta pelo próprio presidente Silvio Cleffi, PSC, que manobrou de todas as formas, para ver aprovada a sua ideia de contratar um procurador jurídico por R$9 mil por mês.

Wilson apontou fraquezas na própria proposta do Legislativo e contrariou interesse corporativo da majoritária bancada oposicionista, que tinha e tem voto para aprovar qualquer coisa, mesmo sob alegação de ilegal ou inconstitucional como já fez isso recentemente.

Naquela oportunidade, Wilson preferiu regrar o seu relatório com a lei e principalmente, ouvir à indignação que veio das ruas sobre esse assunto. Também é bom lembrar, que no ano passado, Wilson Luiz Lemfers, surpreendeu os seus pares e votou com Kleber pela “Reforma Administrativa”, mas quando a oposição era minoritária.

Contudo o 92, os dos R$60 milhões, terá como relator o vereador Cícero. Foi justamente ele, um servidor público - funcionário do Samae –, quem relatou o PL 103/2017. Quebrou a urgência, burocratizou os questionamentos e os esclarecimentos necessário; fez de tudo para mexer e atrasar o trâmite daquele projeto na Câmara. Quando percebeu estava ultrapassando o limite dos questionamentos e prejudicando a cidade, e sendo nomeado por isso, liberou a matéria para votação e ela foi aprovada.

Este PL 92/2018 tem como escopo, praticamente, o que já se questionou no 103/2017. Então, em tese, Cícero estaria familiarizado.

Contudo, quem pensa que isto será um facilitador, pode estar se enganando. Desde o 103/2017 e com os PLs e PLCs que tratam da mobilidade e dos “ajustes” do Planto Diretor para burlar à obrigatoriedade da revisão imposta pela lei os fatos, resultados e beneficiários começam a ficar bem mais claros para todos.

O que vai abrir caminho para desarmar os dois lados, observa uma fonte da coluna, são dois fatos importantes. O primeiro dele é o fim dos palanques eleitorais regionais no dia sete de outubro, quando essa a matéria começa a ganhar corpo na Câmara; o segundo, é a composição de interesses que estão embutidos nestes quatro PLs e dois PLCs.

E antes de ir adiante. No ano passado o Executivo já tinha ganho autorização da Câmara para um empréstimo de R$ 4 milhões no PMAT - Programa de Modernização da Administração Tributária. É para aprimorar a máquina de cobrança de impostos dos gasparenses.

COFRE VAZIO

Quando da campanha em 2016, o MDB de Kleber dizia que se ele fosse eleito (a mesma falsa repetida ladainha de sempre e que a administração do PT usou por anos e veja, por exemplo o que aconteceu com a contrapartida da verba da ponte do Vale) teria as portas e os cofres de Brasília abertos numa relação direta com o Planalto ocupado pelo mais novo inquilino, Michel Temer.

De verdade? De Brasília, praticamente nada veio de projetos do atual governo, a não ser a verba de reparação da Defesa Civil, uma área relegada a segundo plano até agora e que após dois anos, sequer foi permitido contratar o levantamento das cotas de enchentes da cidade, base para a revisão obrigatória do Plano Diretor e que está empacada na secretaria de Planejamento Territorial.

Ao contrário, só despesas para os gasparenses pagarem nas diárias do prefeito Kleber. Ele tem ido lá todos os meses e só se descobre da agenda dele, pelo facebook quando o prefeito exibe as fotos entregando mimos e doces com as mesmas figurinhas de sempre, as quais deveriam estar aqui em Gaspar como representantes políticos que dizem ser daqui, quando estão pedindo votos por seus cabos eleitorais: prefeito, vice, secretários, presidente do Samae vereadores....

Quando saiu o governador Raimundo Colombo, PSD, que deixou Gaspar à mingua por sete anos, novamente, o pessoal do MDB daqui estufou o peito e rumou em peso para Florianópolis para apoiar e cobrar de Eduardo Pinho Moreira.

Gaspar ficou novamente na mão como ficou com MDB de Luiz Henrique da Silveira, no tempo de Adilson Luiz Schmitt. Naquele tempo se usou um suposto desentendimento entre os dois para essa distância.

A realidade de hoje é que o estado de Santa Catarina está quebrado e Moreira precisa fazer a máquina girar minimamente para garantir que o deputado Mauro Mariani, MDB, não fique exposto em plena campanha ao governo do estado. Simples assim. Jogo jogado. Passada as eleições deste outubro do primeiro e segundo turnos, a penúria do estado vai reaparecer mais claramente e desta vez na boca dos próprios gestores atuais e dos eleitos.

PLANO B

Resumindo tudo: não há dinheiro em Brasília e Florianópolis para Gaspar. E Gaspar não possui influência e canais que permitam coloca-la numa linha de privilégios nesses ambientes de verbas públicas. Simples assim e diferente dos discursos dos políticos locais para iludir plateias – e entrevistadores que não fazem perguntas óbvias - de ontem, hoje e amanhã.

Ora se não haverá dinheiro tão cedo para Gaspar em Brasília e Florianópolis, seja quem for eleito para presidente ou governador, é preciso então desenhar um plano B para pelo menos tentar quebrar esta inércia? Triste, tardia constatação dos políticos de Gaspar e seus luas-pretas.

Então, a leitura do pessoal do poder de plantão em Gaspar está correta. Resta saber se haverá tempo e se vai dar certo. O que estão tomando de empréstimo é mais de duas pontes do Vale em valores atualizados. São R$120 milhões, por enquanto.

É um ato de coragem ou desespero para que não se planejou a tempo sabendo que a conjuntura conspirava contra as administrações públicas? Para assumir esse endividamento que ultrapassará no pagamento o governo de Kleber, se ele não for reeleito, que a cidade atraia mais empresas e as que estão aqui, não saiam, para se complicar na capacidade de endividamento deste e outros governos.

Se não há verbas públicas disponíveis devido à crise, se os novos governos que vão entrar aqui Santa Catarina e Brasília vão patinar por dois anos, se a burocracia atrasa tudo além do que seria normal, e se a administração de Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e Carlos Roberto Pereira, MDB, não decolou até agora, só restou então tomar empréstimos, transformar Gaspar num canteiro de obras, tentar criar uma marca que o governo de Kleber não possui ainda e lançar a sorte para 2020.

E a oposição que está em maioria na Câmara não é tola.

Entretanto, está com a faca no pescoço. Se não há impedimentos administrativos e nos limites de endividamento, não resta muitas alternativas a não ser espernear, enrolar, fazer palanque e aprovar essas duas matérias de financiamento e paralelamente, as que mudam os espaços de mobilidade e o Plano Diretor.

Porque se tudo isso der certo ao que planeja Kleber e os seus – até agora, quase tudo falhou -, a oposição sabe que estaria dando competitividade ao que hoje parece ser fácil tomar a prefeitura do MDB por erros estratégicos, prioridades mal escolhidas, falta de foco e ineficiência da máquina pública pelo empreguismo que tomou conta das vagas comissionadas.

A MENTIRA TEM PERNA CURTA

O PL 92 por exemplo, vai dar vida às mudanças que a prefeitura anunciou no trânsito para serem implantadas entre o Natal do ano passado e este Ano Novo. Incrível! Eu já tinha relatado isso. Queriam dar impacto a algo mal planejado. O improviso e até a irresponsabilidade provocou o revés, acompanhado de uma intensa reação negativa, acompanhado de desgastes, de Kleber perante à comunidade.

Então, nem neste Natal, nem neste Ano Novo, o que se prometeu em outubro do ano passado, será possível.

E Kleber ainda acha que a parte da imprensa que esclarece os gasparenses é a que o atrapalha. O evento público do final de semana onde foi vaiado, dá a dimensão do problema estratégico em que está metido. Não é à toa que ele obriga os seus a bater palmas para ele e criticar quem lhe questiona. Meu Deus!

Os R$60 milhões do PL 92, em resumo, R$40 milhões vão para o Anel de Contorno Viário – muitas delas ainda dependendo de aprovação em vários outros projetos que estão em trâmite Câmara e que – ao mesmo tempo modificam o Plano Diretor e para a Infraestrutura Urbana em Vias, muitas delas que estavam naquele anúncio do ano passado. Ai, ai, ai.

Neste PL ainda estão destinados R$5 milhões para um parque municipal entre as rodovias Jorge Lacerda (a que vai para Itajaí) e Ivo Silveira (a que vai para Brusque); R$ 5 milhões para um Centro Cultural e de Eventos, deixando claro que a Arena Multiuso, já até denominada oficialmente de prefeito Francisco Hostins pelo PT, está sendo rifada, por todos os problemas judiciais e custos que ela possui, bem como à marca da polêmica e do enfrentamento petistas com o dono daquelas terras.

Também estão reservados neste montante, R$3 milhões para Iluminação Pública principalmente nestas novas vias, e outros R$7 milhões para Contrapartidas do município em Contratos do programa Pró-Transporte para as obras da Rua Itajaí e da Rua Bonifácio Haendchen, no Belchior Central e Alto.

E a Câmara? Ela vai ganhar o projeto da nova sede no novo “parque da cidade” onde deverá estar a futura “prefeitura”. No caso da Câmara o projeto dela já não está sendo feito pelo presidente Silvio Cleffi e para um outro local? Mudou? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Agora para ser Consultor Jurídico, da Administração Direta, do quadro procuradoria-geral de Gaspar, é preciso ter inscrição na OAB. O Projeto de Lei Complementar 16 e de origem do Executivo e aprovado na Câmara incluiu essa exigência.

Até o fechamento da coluna, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar – Sintraspug -, não tinha dado entrada na Justiça contra o suposto Assédio do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, ao funcionalismo, ordenando e ameaçando os seus próximos se não praticassem uma onda de “fake coments” a favor de suas ideias nas redes sociais.

Caça às bruxas. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescência de Gaspar fez uma reunião extraordinária na semana passada depois da eleição do Conselho Tutelar e que podia gerar problema judiciais diante de casos denunciados.

Como os possíveis questionamentos daquele pleito – e relatados somente aqui, apesar de parte da cidade saber deles na troca de farpas nas redes de aplicativos de mensagens - passaram longe dos eleitos. Então se resolveu passar a régua.

Contudo, entre os temas não oficiais daquela reunião, esteve-se à busca de pistas que possam levar quem é possa estar passando para este colunista, informações tão precisas que acontece lá e na secretaria de Ação Social. Pelo que se deduz, a transparência continua sendo um problema para a área e ao governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, como um todo.

Sem efetividade. Os vereadores da majoritária bancada oposicionista estão fazendo firulas para a plateia, quando já possuem nas mãos, casos sérios e robustos para encurralarem a atual administração municipal de Gaspar

O requerimento 154/2018 quer que seja informado, com documentos, qual o percentual atualizado que foi investido, até hoje, em Educação, em Gaspar. “Do investimento, detalhar o que foi investido em: Ampliação estrutural; Materiais; Pessoal/atualização de pessoal; e Melhoria da alimentação”.

Primeiro: até hoje? Mas, desde quando? Segundo: deste governo, ou deste ano? O apressado come cru.

Olha só o que deu entrada na Câmara. O Projeto de Lei 94/2018 que “acrescenta dispositivo à lei nº 3.881, de 12 de junho de 2018, que isenta de impostos municipais e tributos municipais as instituições que especifica”. O que quer dizer linguagem de técnicos? Ela sempre passa despercebida das pessoas simples. E pelo que se viu, também de gente técnica entendida e vereadores na Câmara?

“As isenções mencionadas nos artigos 1º e 2º desta Lei [3.881, aprovada num projeto de lei pelos vereadores este ano], não se aplicam ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza”, nas isenções que o município concedeu à várias entidades.

É que – como se explica nas “justificativas” do PL - os requisitos estabelecidos pela Lei Complementar Federal nº 116/2003, em especial o que está previsto no § 1º do artigo 8º-A, incluído pela Lei Complementar Federal nº 157/2016, que determina que o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN não poderá ser objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros.

Entenderam? Não!

Foi esse tipo de isenção total que impediu, por exemplo, a concessão de benefícios a Procwork para ela se instalar e ficar em Gaspar. Com o bafafá de origem política que se deu na Câmara, naquela época, a Procwork migrou para Blumenau.

Era tempo do prefeito Adilson Luiz Schmitt, MDB e o vice, Clarindo Fantoni, PP reapresentou a matéria com isenção parcial. Aprovada, gerou mais barulho ainda. Mariluci Deschamps Rosa, PT, foi uma das mais ardentes vereadoras contra o incentivo total ou parcial, invocando exatamente legislação local que acolhia o regramento federal, prevalente nestes casos.

Mariluci está na Câmara novamente, assim como parte dos técnicos da área jurídica da Câmara e que instruiu, na época, os vereadores contra a concessão do incentivo à Procwork. É incompreensível como esse PL tenha passado com esse cochilo e agora tenha que ser emendado para a lei ter validade. Aprendizado zero. Memória seletiva. E de que adiantou a ampliação de técnicos da Câmara? Acorda, Gaspar!

Comentários

Herculano
20/09/2018 14:16
THE ECONOMIST TRAZ BOLSONARO NA CAPA: "AMEAÇA" NA AMÉRICA LATINA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O candidato do PSL à Presidência nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, é o destaque da capa da edição desta semana da revista britânica The Economist. No seu artigo principal, a publicação destaca o deputado como "a mais recente ameaça da América Latina" e considera que um eventual governo Bolsonaro seria "desastroso" para o País e a região.

O texto compara o avanço de Bolsonaro e de suas propostas ao avanço do populismo nos Estados Unidos, com Donald Trump; na Itália, com Matteo Salvini; e nas Filipinas de Rodrigo Duterte. Para a Economist, Bolsonaro soube explorar a combinação de recessão econômica, descrédito com a classe política e aumento da violência urbana com a apresentação de visões conservadoras e uma proposta de economia pró-mercado. (...)

"Os brasileiros não devem se enganar. Bolsonaro tem uma admiração preocupante por ditaduras", diz o texto, que o compara ao ditador chileno Augusto Pinochet.
Herculano
20/09/2018 11:51
EXPLICANDO

Diego Escosteguy, ex-editor da revista Época, no twitter.

Bolsonaro criticado pesadamente pela Economist. Vale lembrar que a Economist é um bastião da cultura liberal - um veículo que se pode caracterizar como de centro-direita. Defende a combinação de livre mercado com Estado Democrático de Direito.
Herculano
20/09/2018 09:41
O QUE NÃO SE ENXERGA POR AQUI

Capa da revista britânica The Economist, bastião do liberalismo econômico mundial, afirma em reportagem de capa que Bolsonaro é uma ameaça para a América Latina e será um desastre como presidente.

Brazil is in desperate need of reform, but Jair Bolsonaro would make a disastrous president. Our cover this week https://econ.st/2NtpyXS
Herculano
20/09/2018 09:37
UM NOVO COLLOR

Do Carlos Alberto Sardenberg, no twitter: Bolsonaro e Paulo Guedes não estão se entendendo, o que revela improviso
Herculano
20/09/2018 07:39
OS IMPOSTOS DE BOLSONARO E DO PT, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Será impossível baixar imposto nos próximos anos; resta saber quem pagará a conta

As ideias do economista-chefe de Jair Bolsonaro (PSL) sobre impostos recolocaram o assunto na roda da eleição, de modo estrepitoso.

Dada a ruína do governo, será um debate inevitável e conflituoso logo depois de fechadas as urnas. A não ser em planos de governo suicidas, será impossível baixar a carga tributária nos próximos
quatro anos.

Mesmo que o governante desconverse e diga que "não vai aumentar impostos", alguma receita tributária extra será necessária. De outro modo, a dívida pública vai continuar a crescer sem limite, até a estratosfera sufocante.

O aumento deve vir, a princípio, do cancelamento de isenções (reduções em tese temporárias ou especiais de impostos). Pelo menos, essa será a primeira tentativa de qualquer governo prudente.

Paulo Guedes, o economista de Bolsonaro, fez barulho em particular porque mencionou a possibilidade de que se volte a cobrar a CPMF. "Pop" por ser tão conhecida quanto impopular, a CPMF é o recolhimento de parcela de qualquer movimentação financeira. Mas há outras engenharias ou conversas moles em curso.

Como os candidatos não expuseram com clareza o que pretendem fazer, ainda não é possível discutir custos, benefícios e a racionalidade de cada programa. Mas seguem dicas elementares para dar uma pensada no assunto.

1) O governo federal terá um déficit primário de uns R$ 150 bilhões neste ano, o equivalente a uns 2,2% do PIB. Dada a receita, é o dinheiro que falta para cobrir despesas como aposentadorias, Bolsa Família, saúde, obra, material de escritório, água, luz, o que seja. É o que falta mesmo sem contar a despesa com juros, que anda pela casa de 4,9% do PIB ao ano;

2) Como não tem dinheiro de imposto para cobrir o rombo, o governo faz dívida, pega empréstimos "no mercado", pagando quase 10% de juros ao ano (para empréstimos até 2021, por exemplo). Assim, a dívida cresce sem parar. É como entrar no cheque especial: é mortífero;

3) Em tese, a CPMF poderia dar um jeito em parte do buraco. Quando era cobrada com a alíquota gorda de 0,38%, nos anos de 2002 a 2007, rendia 1,35% do PIB ao ano. Em termos de dinheiro de hoje, daria uns R$ 91 bilhões por ano. Mesmo assim, não dá nem para cobrir o déficit primário, que dirá o gasto com juros. De qualquer modo, a CPMF é um imposto de péssima técnica econômica e socialmente iníquo;

4) É fácil perceber, então, o tamanho do buraco. Ideias de reduzir a carga tributária são ruinosas. Circulou no PT a ideia de isentar de Imposto de Renda o cidadão que ganha até cinco salários mínimos. O governo então teria de encontrar umas três ou quatro dezenas de bilhões de reais em outra fonte de renda;

5) Embora seja possível repensar quem paga a conta do déficit, "mais ricos pagam mais", estamos em situação em que quase ninguém pode pagar menos. Isto é, seria preciso aumentar impostos, mas evitando que eles recaiam sobre os menos afortunados, tributando dividendos, por exemplo;

6) Dá para cortar despesa? Sim, alguma. A que mais cresce é a da Previdência, mais de R$ 30 bilhões ao ano;

7) O resultado de mexidas em impostos é um tanto imprevisível. Quanto maior a mexida, maior o risco de causar bagunça na economia e não se arrecadar o necessário, o que seria dramático no Brasil destes tempos. Até o xerife cruel do Robin Hood não conseguia levar todas as moedas que o rei queria. Mas o mundo é muitíssimo mais complicado do que filme da Sessão da Tarde.
Herculano
20/09/2018 07:36
da série: sai-se de duas icognitas para economia, para uma que declaradamente que já disse vai piora-la para todos

CIRO E O TRUNFO DO 2º TURNO, por Vera Magalhães, no BR18

A pesquisa Datafolha dá a Ciro Gomes um gás a mais: além de se manter estável no primeiro turno, o que também foi registrado pelo Ibope, o candidato do PDT venceria qualquer adversário num eventual segundo turno e aparece como o primeiro citado como segunda opção de voto do eleitor, com 15% de menções.

Escrevi na quarta-feira que a resiliência do pedetista poderia fazê-lo se consolidar como terceira via aos olhos de eleitores tanto de centro quanto mesmo de esquerda ?"temerosos de uma eventual vitória de Jair Bolsonaro frente a Fernando Haddad. O Datafolha é mais explícito neste movimento que a pesquisa da véspera, do Ibope Estadão/TV Globo
Herculano
20/09/2018 07:31
da série: dias diferentes de coletas de dados apesar de próximos, mas metodologias diferente, mostram a guerra dos institutos de pesquisas que anima e desanima candidatos e seus militantes

DATAFOLHA: COM 28%, BOLSONARO TEM A MESMA PPONTUAÇÃO DE IBOPE. CIRO E HADDAD EM EMPATE TÉCNICO; PEDETISTA VENCERIA OPONENTES NO SEGUNDO TURNO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O instituto Datafolha divulgou no começo da madrugada desta quinta dados de sua mais recente pesquisa, com questionários aplicados na terça e na quarta. O instituto ouviu 8.601 pessoas em 323 municípios. Os números têm, digamos assim, suas respectivas faces voltadas para a mesma direção para onde olham os do Ibope, que ouviu 2.506 eleitores entre os dias 16 e 18. Os dois levantamentos têm margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. Agora, queridos leitores, será assim: a cada pouco, um solavanco. Vamos ver.

No Datafolha, Jair Bolsonaro, do PSL, oscilou dois pontos para cima em relação à pesquisa anterior, do dia 14, e aparece com 28%, mesmo número apontado pelo Ibope. É no segundo lugar que diferenças, ainda que dentro da margem de erro, podem fazer toda a diferença.

No Datafolha, Fernando Haddad cresceu de 13% no dia 14 para 16% agora. Ciro Gomes (PDT) permaneceu nos 13%, mas continua tecnicamente empatado com o petista. E aqui vai a diferença importante. No Ibope, Haddad saltou de 8% no dia 11 para 19% no dia 18 e estaria isolado na segunda colocação. Ciro, no caso desse instituto, teria 11%. Então notem: ainda que os números dos dois levantamentos possam coincidir se levada em conta a margem de erro, o fato é que, no Datafolha, Ciro e Haddad estão em empate técnico, ainda que o petista pareça estar em ascensão e o pedetista estagnado, e, no Ibope, a vantagem do petista é de 8 pontos percentuais.

Geraldo Alckimin (PSDB) mantém, no Datafolha, os mesmos 9% do dia 14, dois pontos percentuais à frente do número que lhe confere o Ibope: 7%. Marina Silva, da Rede, surge, respectivamente, com 6% e 7%.

Segundo turno
Nas simulações de segundo turno, Bolsonaro e Haddad seguem rigorosamente empatados nos dois institutos: no Ibope, 40% cada um; no Datafolha, 41%. Nesse segundo instituto, Ciro bateria Bolsonaro por 45% a 39%; no outro, o candidato do PSL estaria tecnicamente empatado com o pedetista: 39% a 40%. Alckmin e o militar reformado estão em empate rigoroso no Ibope - 38% - e em empate técnico no Datafolha: 39% a 40%, com o tucano numericamente à frente. Marina perde de Bolsonaro no Ibope: 36% a 41%; no Datafolha, novo empate técnico: 42% a 41% para ele.

Ciro se mostra o candidato mais competitivo no segundo turno no Datafolha: ele é o único que venceria todos os oponentes: além de bater Bolsonaro por 45% a 39%, marcaria 41% a 34% contra Alckmin; 45% a 31% contra Marina e 42% a 31% contra Haddad. O tucano empataria tecnicamente com o petista - 39% a 35% - e com Marina: 39% a 36%. O petista e a candidata da Rede, se confrontados, teriam 37%.

Votos espontâneos
Nos votos espontâneos do Datafolha, Bolsonaro tem agora 24%, índice bastante próximo dos 28% que obtém na pesquisa estimulada, o que aponta para a consolidação do seu eleitorado. Desde o dia 22, antes da agressão sofrida pelo candidato, até agora, ele cresceu nove pontos percentuais. Em segundo lugar, está Haddad. Há um mês, não era citado espontaneamente por ninguém: agora, por 11%. Ciro Gomes fica em terceiro lugar, com 7%, seguido por Alckmin, com 3%.

A rejeição a Bolsonaro segue alta no Datafolha: 43%, mas a de Haddad também cresceu: 29%. Em relação ao número de votos que cada um tem, a do petista e maior do que a do candidato do PSL.

Nem Ibope nem Datafolha permitem dizer quem venceria a disputa se ela fosse travada hoje. O que o Datafolha traz de substancialmente diferente na comparação com o Ibope é a indefinição sobre quem iria para o certame final com Bolsonaro e o fato de que Ciro Gomes bateria todos os seus adversários no segundo turno.
Herculano
20/09/2018 07:25
BOLSONARO E ALCKMIN AMPLIAM ATAQUE A PT


Ferramenta da Folha monitora prioridades das campanhas dos candidatos em vídeos na internet e TV e em redes sociais

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Pesquisa e texto de Fábio Takahashi , Marina Merlo , Leonardo Diegues e Guilherme Garcia. A subida de Fernando Haddad (PT) nas últimas pesquisas de intenção de voto trouxe de carona para o petista ataques vindos dos concorrentes Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Crítica ao PT e a outros membros da esquerda foi o tópico mais presente nos vídeos postados pela campanha de Bolsonaro nos últimos sete dias.

Para Alckmin, esse ataque explícito ao concorrente foi o terceiro assunto mais recorrente, mostra o GPS Eleitoral, sistema da Folha de monitoramento das campanhas.

Na semana anterior, crítica a Haddad e à esquerda não estavam entre os cinco primeiros tópicos de Bolsonaro e Alckmin.

A mais recente considerado pela ferramenta coincide com a pesquisa Datafolha do último dia 14, quando Haddad havia crescido de 9% para 13% em quatro dias.

O período analisado nesta atualização do GPS Eleitoral avaliou os vídeos publicados pelas campanhas no YouTube entre os dias 12 e 18.

Bolsonaro, por exemplo, mencionou a crise econômica e social que vive a Venezuela, num "regime apoiado pelo PT, pelo PC do B, pelo PSOL".

Já Alckmin tenta se colocar como opção ao que chama de "tons de vermelho" e ao "populismo" de Bolsonaro.

Haddad, por sua vez, segue enaltecendo o governo Lula e atacando Michel Temer.

O candidato Ciro Gomes (PDT) enfatizou sua ligação, como ministro do governo Lula, à transposição do rio São Francisco.

Marina Silva (Rede) priorizou sua trajetória pessoal ("mulher negra de origem pobre", disse a narradora de seu programa eleitoral).

O GPS eleitoral fez a transcrição das 4 horas e 40 minutos de vídeos postados no YouTube e dos programas eleitorais na TV dos candidatos mais bem posicionados na pesquisa Datafolha do dia 14.

Um modelo estatístico mostrou os assuntos mais citados, considerando também as postagens nas redes sociais dos candidatos. Foram analisadas 38.895 palavras no total.

Bolsonaro e Haddad foram os que mais postaram vídeos, o que faz com que o peso dos temas fique mais diluído do que os que postaram menos.
Herculano
20/09/2018 07:20
'CENTRÃO' DÁ ULTIMATO A ALCKMIN E FLERTA COM CIRO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Temendo o pior desempenho de uma candidatura presidencial do PSDB na história do partido, o "centrão" deu ultimato a Geraldo Alckmin como condição para manter o apoio que garantiu 40% do tempo de TV e rádio. O grupo exigiu mudança de rumo, na reunião com Alckmin na terça (18), e deu prazo de uma semana. O "plano B" é Ciro Gomes (PDT), com quem interromperam a negociação anterior para apoiar Alckmin, e isso deixou sequelas. Mas o grupo já busca "interlocução".

ELE NÃO QUER PAPO
Os líderes do "centrão" acham improvável a aliança com Jair Bolsonaro (PSL), que antes já recusou qualquer entendimento com o grupo.

SCRIPT MANTIDO
No fim da reunião, o "centrão" e Alckmin combinaram que publicamente omitiriam as críticas à campanha e o ultimato. Mas o "climão" continua.

TUCANO ATRAPALHA
Alckmin foi aconselhado a se concentrar no Sudeste. É que nas regiões onde Lula é forte, políticos do "centrão" não pedem voto para o tucano.

ERRO ESTRATÉGICO
Esses políticos criticam fortemente o fato de a campanha do PSDB não assumir o papel de anti-PT que sempre o caracterizou.

MDB-DF Só FINANCIA CANDIDATURA DO SEU PRESIDENTE
O presidente do MDB-DF, Tadeu Fillippeli, responsável pela gestão e distribuição dos recursos do Fundo Eleitoral para os candidatos, garantiu para a própria campanha de deputado federal, até agora, R$1 milhão e 50 mil, enquanto os outros dois candidatos do MDB à Câmara receberam R$ 27 mil e R$30 mil, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Como um deles é mulher, ela tem direito a 30% dos recursos.

MEU PIRÃO PRIMEIRO
Fillippeli acha pouco. Diz que tem direito a R$1,5 milhão por pertencer à executiva nacional do partido. E que ainda teria crédito de R$500 mil.

IBANEIS NÃO QUER
O candidato do MDB ao governo do DF, Ibaneis Rocha, também não recebeu um tostão do partido. Nem quer. Paga a própria campanha.

O QUE DIZ A LEI
A Resolução 23.575/2018, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), obriga repasse mínimo de 30% do Fundo Eleitoral para campanhas femininas.

TRATAMENTO DESIGUAL
A Justiça foi severa com Marcos Valério, no máximo um office boy de luxo do PT, com meio século de prisão, enquanto beneficiados como José Dirceu, que o MPF chamou de "chefe da quadrilha", estão soltos.

DINHEIRO MUITO VIVO
A ditadura corrupta da Guiné Equatorial dos amigos de Lula, cujo herdeiro foi flagrado entrando no Brasil com um total de R$62,8 milhões em dinheiro e joias, é conhecida por só fazer negócios em dinheiro vivo, para driblar investigações. Não usam cartões, nem transferências.

LOROTAS DE MEGALONANICO
O ex-chanceler Celso Amorim, o "megalonanico", usa suas conexões de diplomata para falar mal do Brasil lá fora. Deveria se envergonhar de haver contado tantas lorotas ao jornal espanhol El País, quarta (19).

'BILETE' DE SENADOR
O senador Roberto Requião (MDB-PR) passou vergonha ao escrever elogio a ele mesmo no Twitter e ainda publicar outro post em que finge modéstia. A falsidade foi alvo de gozação tipo "é verdade esse bilete".

TORNOZELEIRA NELES
Presidente da OAB-DF, Juliano Costa Couto pediu à juíza da Vara de Execuções Penais Leila Cury a utilização das 6.000 tornozeleiras eletrônicas adquiridas pelo governo do DF para monitorar os presos nos "saidões". A polícia informou que não monitora os "saidões".

GLICOSE NA VEIA
Visitador incansável de ministérios, o deputado Professor Victório Galli (PSL-MT) é conhecido das secretárias por sempre esvaziar as cestinhas de balas das salas de espera. Elas ficam bravas com isso.

EXUMANDO PROBLEMAS
Virou deboche o vídeo do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), comemorando a redução da "taxa de exumação", de 500 para 150 reais. "Vamos aproveitar a promoção!", dizem os gozadores no zap.

CABEÇAS GOVERNISTAS
Os partidos que apoiam o governo Michel Temer (MDB é o principal deles) reúnem 56% da elite do Congresso, segundo a lista de "Cabeças do Congresso", do Departamento Intersindical de Estatísticas (Diap).

PENSANDO BEM...
...faltam 17 dias para o fim da novela. E para o começo do filme de terror.
Herculano
20/09/2018 07:11
ENTRE A CRUZ E A CALDERINHA, por Mariliz Jorge, no jornal Folha de S. Paulo

Podemos conseguir uma façanha: pôr as duas piores opções que temos no 2° turno

De todas as péssimas opções que temos para ocupar o cargo de presidente, podemos conseguir uma façanha: colocar as duas piores no segundo turno - se a tendência de votos seguir o que mostram as últimas pesquisas.

A constatação do apocalipse que se aproxima não tem a ver com programas de governo, ainda que esses sejam um festival de equívocos e de promessas mentirosas, mas da certeza de que o clima de ódio que reina no país estará garantido por mais quatro anos. No mínimo.

O brasileiro está cansado. Quem aguenta mais um mandato inteiro sem a tranquilidade necessária para resolver o que é preciso? Grande parte do eleitorado, que não quer nem Bolsonaro nem Haddad e que acabará refém disso que começa a ganhar contornos de uma guerra entre duas facções, entrou em desespero para definir voto útil ainda faltando 17 dias para as eleições. Colocam-se na balança fatores que possam mudar a cara do segundo turno ou garantir um certo controle de danos. Mas a questão mais importante já foi posta em xeque: a democracia.

O resultado vai deixar felizinhos os eleitores -torcedores do candidato eleito. No entanto, qualquer um que seja enfrentará resistência e será contestado pelo perdedor e por sua enorme massa de manobra. E nós aqui no meio do tiroteio durante mais um mandato em que as pessoas vão para as ruas não para reivindicar saúde, segurança e educação. Mas para gritar, com os seus amiguinhos, #elenão ou #foraposte.

É tudo o que o Brasil não precisa. De um lado, um candidato xucro e autoritário, que flerta com golpe militar, da cama do hospital. Do outro, um pau-mandado de um ex-presidente preso, que planeja de lá sua vingança, sem nunca ter feito uma mea-culpa pela terra arrasada em que seu partido deixou o país. Quem consegue olhar com distanciamento sabe que #elenão, #ooutrotambémnão #deusmelivredaquele e assim por diante. Estamos lascados ou não?
Herculano
20/09/2018 07:08
POLARIZAÇÃO ACENTUA A TRINCA QUE DIVIDE O BRASIL, por Josias de Souza

Juntos, o líder e o vice-líder da corrida presidencial somaram 47% das intenções de voto no Ibope mais recente - Bolsonaro com 28%, Haddad com 19%. Cristalizou-se a polarização: o anti-PT contra o petista. Somando-se as taxas atribuídas aos outros presidenciáveis e o índice dos sem candidato, verifica-se que 52% dos eleitores estão, por enquanto, fora da polarização. Esse é o retrato de uma sociedade trincada.

O Brasil a ser administrado pelo presidente que tomará posse em 1º de janeiro de 2019 é um país de ponta-cabeça. O Executivo está quebrado. O Legislativo, pulverizado. O Judiciário, abarrotado de escândalos por julgar. Esse já não é um cenário de fundo do poço. O Brasil se encontra num poço sem fundo.

Mantido o Fla-Flu, quem não morre de amores pelo capitão nem sonha com a volta da turma do presidiário terá de se posicionar. Muita gente votará em Haddad para evitar Bolsonaro. Outra parte optará pelo anti-PT para esconjurar o preposto de Lula. A preferência será substituída pela exclusão.

O Brasil é, hoje, um belo ponto no mapa, ideal para reerguer uma nação. Isso exige união. O problema é que a polarização deve produzir não um presidente, mas um herói vingador que os pára-choques de caminhão xingarão 15 dias depois da posse
Herculano
20/09/2018 07:05
ANDRADE APARECEU, CADÊ HADDAD?, por Roberto Dias, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

Ebulição cerebral vista no passado parece ter esfriado

As carteiras escolares da ciência política da USP foram, ao menos nos anos 90, habitat frequente de gente decepcionada com a oferta em sala. Tal ambiente era menos perceptível nas aulas de um professor novato de nome Fernando Haddad.

Dedicado e didático, ele tinha especial paixão por debater as teses de Joseph Schumpeter, gênio austríaco que na primeira metade do século 20 ofereceu novos caminhos para compreender a evolução da sociedade.

Schumpeter formatou uma visão cética, pessimista, sobre o capitalismo e a democracia. Espigada a partir de raiz marxista, sua mais famosa expressão evoca a disrupção intrínseca ao sistema - a "destruição criativa" dos empreendedores.

A comparação intelectual favorece Haddad não apenas perante Bolsonaro; ao contrário da última candidata do PT, não precisa listar título que não tem. Também soma mais experiência administrativa do que Lula e Dilma antes da posse, além de ter trabalhado no mercado financeiro.

Mas em algum lugar desse percurso a ebulição cerebral daquele jovem professor parece ter esfriado.

Sua capacidade de autocrítica tende a zero. Único petista a não chegar ao segundo turno paulistano, ele já deveria ter formado explicação melhor para a derrota do que dizer que o eleitor foi induzido a erro - de resto uma muleta de simplificação da lógica política schumpeteriana.

O vazio lógico enche sua campanha. A propaganda petista apaga a existência de Dilma, mas ele finge que isso não acontece. A prisão de Lula ("injusta") e a Lava Jato ("pretendo aperfeiçoar parte da legislação") são tratadas como se fossem eventos independentes. O "novo" PT sorri ao lado de Renan como um dia o fez com Maluf. As propostas para a economia não atravessam o pântano das generalidades populistas, mas ele as formula como obviedades.

A estratégia eleitoral fez o "Andrade" crescer e aparecer. Falta agora Haddad mostrar qual destruição criativa poderia provocar na terra arrasada de seu partido e de seu país.
Herculano
20/09/2018 07:00
CHEGA DE SACRIFÍCIOS DO POVO E VIDA MANSA PARA OS POLÍTICOS E GESTORES PÚBLICOS

Nada de sacrifício!: Ibope constata que quase toda população brasileira rejeita qualquer proposta de fazer sacrifício pessoal para permitir que governo equilibre contas públicas e salve Brasil do abismo que parece próximo
Herculano
20/09/2018 06:59
BOLSONARO 12 PONTO A FRENTE DE HADDAD NO DATAFOLHA

Jair Bolsonaro tem 28% dos votos no novo Datafolha. Fernando Haddad está 12 pontos atrás, com 16%.

Ciro Gomes: 13%

Geraldo Alckmin: 9%

Marina Silva: 7%

João Amoêdo: 3%

Alvaro Dias: 3%
Herculano
20/09/2018 06:54
BOLSONARO CONSOLIDA GRIFE ANTIPETISTA E SUPERA O TETO DE VOTOS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Datafolha mostra que 57% dos que rejeitam Haddad votam no candidato do PSL

A estratégia de personificar o antipetismo foi um bom negócio para Jair Bolsonaro. A sequência das últimas pesquisas mostra que o sentimento de aversão ao PT ainda é a principal turbina do candidato do PSL e permitiu que ele rompesse o patamar que alguns adversários consideravam seu teto.

O novo levantamento do Datafolha aponta que 57% dos eleitores que rejeitam Fernando Haddad votam em Bolsonaro já no primeiro turno. Em abril, assim que Lula foi preso, o deputado capturava apenas 31% daqueles que diziam não votar no ex-presidente "de jeito nenhum".

O candidato do PSL construiu as bases de sua candidatura em segmentos tradicionalmente avessos ao PT, como os mais ricos e eleitores com curso superior. Ele chegou a dar sinais de estagnação nesses nichos, mas voltou a abrir caminho.

A pesquisa desta quinta-feira (20) indica que Bolsonaro continua crescendo até em grupos que já pareciam saturados, como os eleitores de alta renda (40%), os mais escolarizados (38%) e moradores das regiões Sul (37%) e Sudeste (30%).

32 35
Eleições 2018 - Jair Bolsonaro
Minha Folha

O antipetismo moveu parte significativa do eleitorado nas últimas disputas presidenciais. Em 2014, 55% dos eleitores que rejeitavam Dilma Rousseff apontavam preferência por Marina Silva quando ela ultrapassou Aécio Neves nas pesquisas. O tucano só retomou fôlego quando se apresentou como o único capaz de vencer o PT no segundo turno.

Desta vez, o avanço acelerado de Bolsonaro travou Geraldo Alckmin (PSDB). Na última pesquisa, só 8% daqueles que dizem rejeitar Haddad declaram voto no tucano.

A curva de desempenho do candidato do PSL explica por que ele ignorou sugestões de moderação como forma de expandir seu eleitorado e seduzir uma direita light.

Ao apelar para um medo esdrúxulo do comunismo e reforçar uma plataforma radicalmente oposta à esquerda, o deputado abafou adversários diretos e se tornou a única grife antipetista da disputa - com cores gritantes e desenhos extravagantes.
Pedro S. Rodrigues
20/09/2018 00:18
As idéias da administração são sem dúvidas audaciosas para o nosso município com a pretensão de financiar mais de 100 milhões de reais.
Mas me pergunto será que a equipe de governo do prefeito Kleber tem competência para tal? Atualmente o que observo após praticamente 2 anos de mandato são várias obras e projetos pendentes conforme pontuo:
- Rua Madre Paulina - PARADA, desde janeiro/2017 ja vinha sendo executada em ritmo lento, somente após 20 meses é que uma atitude de romper o contrato foi tomada.
- Posto de Saude Margem Esquerda (Loteamento nas margens BR-470), Obra ja encontrava-se parcialmente executada em janeiro/2017, porém até o momento não foi concluída.
- Posto de Saude Gasparinho, Obra também ja encontrava-se parcialmente executada em janeiro/2017, porém até o momento não foi concluída.
- Escola Olimpio Moretto, Obra ja encontrava-se parcialmente executada em janeiro/2017, porém até o momento não foi concluída.
- Rua Itajaí - Obra não foi iniciada, porém o recurso para sua execução ja encontrava-se disponível em janeiro/2017.
- Rua Bonifacio Haendchen -
Obra não foi iniciada, sendo que o recurso para sua execução tambem ja encontrava-se disponível em janeiro/2017.
- Alteração do Trânsito Central - Assisti um vídeo do prefeito nas redes sociais este mês que as obras iniciaram no conhecido trevo da Parolli, porém com o atual ritmo da execução que observa-se no local certamente vai longe.
- Sistema de Esgotamento Sanitário (bairro Centro, Santa Terezinha e Sete de Setembro) - Projeto de 2014 e recursos de 36 milhões liberados em maio/2017 conforme noticiado na imprensa regional, pelo o que pesquisei nem a licitação para contratação da obra ocorreu.
(http://www.informeblumenau.com/governo-federal-vai-bancar-implantacao-de-esgoto-em-gaspar/)


Talvez alguns irão comentar que o atraso nessas obras deu-se em virtude de revisões necessárias em projetos, problemas burocráticos, culpa da antiga administração e outros. Contudo após 20 meses de governo, mesmo com recursos ja disponíveis e algumas obras de pequeno porte ja executadas parcialmente, visualiza-se que a equipe de governo do Prefeito Kleber certamente não é da Gaspar Eficiente como se intitulam.
Será que caso haja êxito nesses financiamentos o governo Kleber conseguirá iniciar a execução das obras do Anel de Contorno e do Parque de Lazer? Eu particularmente não acredito, as eleições municipais são daqui 2 anos, o tempo voa e o governo municipal não acordou!
Herculano
19/09/2018 18:37
CÂMARA TEM REGISTRO DE VISITAS DE ADÉLIO BISPO NO DIA DO ATENTADO, por Claudio Dantas, de O Antagonista.

Ofício da Polícia Legislativa, obtido com exclusividade por O Antagonista, informa a existência de dois registros de entrada de Adélio Bispo de Oliveira na Câmara dos Deputados, no dia 6 de setembro - data do atentado contra Jair Bolsonaro.

O documento oficial foi enviado ao terceiro-secretário, deputado JHC, que atendeu à solicitação de O Antagonista por todos os registros de visitação do criminoso.

"Constatou-se a existência de mais dois registros de entrada referentes à pessoa do Senhor Adélio, ambos datados do dia 6 de setembro de 2018, dia em que fora efetuada sua prisão no estado de Minas Gerais em decorrência do atentado ao deputado Bolsonaro", escreve o diretor Paul Pierre Deeter.

Como é impossível Adélio ter estado na Câmara, Deeter desconfia de que os registros tenham sido forjados. Ele determinou a abertura de uma investigação interna para "averiguar as circunstâncias nas quais se deram os supostos registros". E também pediu a decretação de sigilo.

Há duas semanas, O Antagonista havia obtido a confirmação de uma visita de Adélio ao Anexo IV no dia 6 de agosto de 2013. Não foi possível, porém, saber o destino do criminoso nas dependências legislativas ?" se esteve em algum gabinete parlamentar, por exemplo.

Agora, porém, a situação é muito pior.

A constatação da Polícia Legislativa revela uma grave vulnerabilidade do sistema de controle de acesso às dependências da Câmara.

Se os registros de entrada de Adélio foram feitos antes do atentado, significa que alguém de dentro - com acesso ao sistema - pode ter tentado forjar um álibi para Adélio.

Caso tenham sido forjados posteriormente, resta evidente a tentativa de apagar qualquer rastro do criminoso e confundir as autoridades, numa clara tentativa de obstrução da Justiça.
Herculano
19/09/2018 18:26
da série: a prova do que o Posto Ipiranga de Bolsonaro - que diz não entender nada de economia - é apenas outra enganação que usa para coisas estranhas que esconde.

BOLSONARO DESAUTORIZA GUEDES. QUE SE CALE! SEU PAPEL É SER GUIA MORAL: O FALCON É MEIO CAMINHO PRA MOLEQUE BRINCAR COM A BARBIE?, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV


Pois é...

Os especuladores perderam a vontade de ficar fazendo terrorismo com o dólar?

Jair Bolsonaro já havia terceirizado de antemão a gestão econômica de seu governo se eleito presidente da República. O seu "Posto Ipiranga", que tem todas as respostas, é Paulo Guedes, o banqueiro candidato a pensador.

O doutor está começando a ter contato com as massas. Ele prefere falar a pequenos grupos, como o reunido pela GPS Investimentos. Revelou à turma, bastante restrita, o seu mapa do caminho: pretende meter um imposto de 20% sobre pessoas físicas e jurídicas, a mesma alíquota para a distribuição de lucros e dividendos e, ora vejam, meter uma CPMF, que só mudaria de nome: CP. Seria a Contribuição Previdenciária. Por outro lado, eliminaria a contribuição previdenciária das empresas sobre a folha de pagamentos.

Do hospital, Jair Bolsonaro reagiu, via Twitter.

Escreveu a seguinte maravilha:

"Nossa equipe econômica trabalha para redução de carga tributária, desburocratização e desregulamentações. Chega de impostos é o nosso lema! Somos e faremos diferente. Esse é o Brasil que queremos!

O que essa maçaroca de pequenas palavras de ordem quer dizer?

Nada!

A propósito: quem é "a nossa equipe econômica?"

O chefe não é Paulo Guedes, aquele com quem, segundo consta, Bolsonaro não teria divergências?

O combinado não era que Guedes cuidaria da economia enquanto Bolsonaro se ocuparia de impedir que moleques brincassem de boneca? Com o Falcon pode? Ainda existe Falcon?

O combinado não era que Guedes cuidaria da economia enquanto Bolsonaro condecoraria policiais que matassem 30, 40?

O combinado não era que Guedes cuidaria da economia enquanto Bolsonaro ficaria a dizer impropérios politicamente incorretos?

O combinado não era que Guedes cuidaria da economia enquanto Bolsonaro se se encarregaria de combater o comunismo?

O combinado não era que Guedes cuidaria da economia enquanto Bolsonaro cuidaria de pôr um filtro na Lei Rouanet para incentivar a cultura de raiz e combater a cultura globalista dos maconheiros de George Soros?

O combinado não era que Guedes cuidaria da economia enquanto Bolsonaro proibiria pessoas peladas em exposições de arte?

Bem, Guedes acaba de ser desautorizado pelo chefe.

Ou os dois não haviam combinado a coisa. Ou haviam, mas não era para vazar.

Imaginem um governo assim...

Bolsonaro não tem de se meter em economia. Seu papel é tirar dúvidas morais e educacionais. Por exemplo: seria o Falcon o meio caminho para a Barbie?
Herculano
19/09/2018 18:18
da série: Lula está preso, mas faz escárnio da Justiça e participa ativamente da campanha eleitoral em favor do seu poste e dá opiniões contra seus adversários como se tivesse em plena liberdade

LULA CITA SUA MÃE PARA REBATER VICE DE BOLSONARO
Josias de Souza

Lula endereçou uma "carta" ao general Hamilton Mourão. Nela, tachou de "medíocre" o conceito difundido pelo candidato a vice de Jair Bolsonaro segundo o qual as famílias pobres "sem pai e avô, mas com mãe e avó" são "fábricas de desajustados" que fornecem mão de obra ao narcotráfico.

"General Mourão, não julgue avós e mães pobres pelo seu conceito medíocre sobre a espécie humana", escreveu Lula. "Se o senhor já pensava assim não deveria ter chegado a general e muito menos querer ser vice-presidente."

Para reforçar sua argumentação, Lula evocou o exemplo de sua mãe: "Eu e sete irmãos fomos criados por uma mulher analfabeta chamada Dona Lindu e duvido que exista alguém na sociedade brasileira que educou os filhos melhor do que ela. Pode ter igual, melhor nunca." Arrematou: "General, um conselho, faça um curso sobre humanismo."

Lula talvez devesse poupar a memória de sua mãe, abstendo-se de envolvê-la numa disputa eleitoral tão encarniçada. Conforme já comentado aqui, a posição do general Mourão exala preconceito. Contudo, o vice de Bolsonaro pode ficar tentado a utilizar a atual condição de Lula, um presidiário condenado a 12 anos e um mês de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro, para reforçar seu ponto de vista. Dona Lindu não merece.
Herculano
19/09/2018 18:12
da série: o PT está ganhando a narrativa da esquerda feita por gente sabida e que enrola uma massa majoritária de analfabetos, ignorantes e desinformados; mesmo tempo, cola a crueldade à direita xucra.

EX-REITOR ESQUERDISTA DA UERJ: "BOLSONARO FAZ O MESMO QUE HITLER"

Conteúdo de O Antagonista. O Antagonista teve acesso a um ataque a Jair Bolsonaro disparado por e-mail pelo professor e pesquisador Ricardo Vieiralves de Castro - que ocupou o cargo de reitor da UERJ de 2008 a 2015 - a uma enorme lista de contatos, que inclui professores e técnicos da universidade.

Vieiralves escreve, segundo ele, "para solicitar um tempo de reflexão, e claro, pensar e agir", pois andou "vivendo um processo de angústia cívica e pessoal", assustado "com as ameaças" que o presidenciável do PSL "ditava na ordem do dia aos brasileiros e ao Brasil".

Para o ex-reitor, Bolsonaro "faz o mesmo que Hitler em destilar ódio ao bolchevismo, que identificou ao PT aqui em terras tropicais, e mais, de maneira cretina associou esquerda e criminalidade".

Embora pose de crítico da esquerda brasileira também, Vieiralves admite seu reconhecido esquerdismo e atribui a Bolsonaro a promessa de que "armará o campo para matanças" e de que "vai intervir em Universidades", além de afirmar que o presidenciável "agride e desrespeita mulheres, ameaça homossexuais, é racista".

Leiam este trecho:

"Não sou daqueles que tratam a política de maneira religiosa e tenho críticas severas as práticas da esquerda no Brasil, do [sic] qual todos sabem que me afilio; mas, amigos e amigas, pensem comigo, a crítica é um ethos da democracia. As ditaduras e os regimes autoritários não as suportam. E as críticas tem o beneficio de gerar crise, compreendida na etimologia grega de mudança. O capitão Bolsonaro nos ameaça o tempo todo. Diz que se perder a eleição será fraude, diz que armará o campo para matanças, diz que armará a população civil para o combate à criminalidade, diz que prende e arrebenta (lembram do último general da ditadura?). Ainda diz que vai intervir em Universidades, que abrirá (ouçam Paulo Guedes) a economia brasileira de maneira submissa aos Estados Unidos, que desregulará mais ainda as relações de trabalho. O capitão Bolsonaro ainda agride e desrespeita mulheres, ameaça homossexuais, é racista e acha graça de si mesmo quando faz seus comentários depreciativos sobre os negros e negras brasileiros. O capitão Bolsonaro é o inverso de Dante que visitou o inferno. Ele quer abrir as portas do inferno para que seja o nosso ambiente. Socorro!

Nestes últimos dias voltei a ter medo no Brasil (...)".
Herculano
19/09/2018 11:36
AGORA É TARDE

O candidato Geraldo Alckmin, PSDB, escreveu no seu twitter resultado da entrevista que está concedendo à revista Veja

"Tem muitas pessoas bem intencionadas pensando em votar no Bolsonaro porque não querem a volta do PT, como eu também não quero. Mas Bolsonaro é o passaporte para a volta do PT. No segundo turno, o que decide é a rejeição, ele é o único que perde para o PT #VejaAmarelasAoVivo"

Volto e observo:

Talvez seja tarde p refletir sobre isso. O PSDB ´é o único culpado. O resultado das urnas de 2014 foram claros e os tucanos não entenderam q lhes foi dado um mandato de oposição. Não fizeram um projeto d retomada do governo,não limparam de seus sujos e não renovaram seus quadros
Zelda Pratining
19/09/2018 11:12
Sr. Herculano

Por isso tentam desqualificar o senhor, porque é o único que mostra a verdade. Quanto estavam fora da branquela (antiga barrosa) lhe amavam, porque agia da mesma forma, mostrava, como mostra as falcatruas por debaixo dos panos.

Kleber, com o perdão da palavra é o governo que "goza com o p.. dos outros" foi assim com a Arthur Poffo e demais obras inacabadas do antecessor, que agora diz descaradamente ser dele.
Agora tá endividando o município com o aval de todos os vereadores.
Pelas minhas contas, beira os 200 milhões para os futuros prefeitos pagarem. Falta vergonha na cara dessa gente.
Esta é a Gaspar deficiente.
É outra vão dar um galpão de quase um milhão de reais ao antigo dono da Sulfabril e ainda vão perdoar a dívida com imposto e pra fechar com chave de ouro vão desapropriar aterrar de um apoiador da campanha deles, o qual ocupou um cargo relevante no município.
Herculano
19/09/2018 10:40
da série: o PT é um bicho estranho no oportunismo para se perpetuar no poder e de lá, ele centralizar a corrupção para se eternizar no ofício. Até a própria esquerda do atraso está percebendo isso que entre eles existe agora a Casa Grande e a Senzala.

'NEM A PAU, JUVENAL', DIZ CIRO SOBRE POSSÍVEL APOIO A HADDAD NO 2º TURNO. TOM DIFERE DO ADOTADO PELO PETISTA

Conteúdo do Poder360. O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, fez duras críticas ao PT e afirmou que não apoiaria Fernando Haddad (PT) no 2º turno "nem a pau, Juvenal".

"Eu ser vice dele [Fernando Haddad]? Em nenhuma circustância... O Haddad aceitou desenvolver um papel que eu considero que o diminui profundamente. Esse papel foi oferecido a mim, esse é um fato real. O Lula - via Dilma Rousseff, via Roberto Requião, via Gleisi Hoffmann - me cercou por todos os lados para eu aceitar ser o vice dele de araque", disse.

As declarações foram dadas em sabatina realizada pelo portal G1 e pela rádio CBN na manhã desta 3ª feira (19.set.2018).

O tom é bem distinto do adotado por Fernando Haddad, que já disse que apoiaria Ciro caso o pedetista fosse para a 2ª etapa do pleito.

Ciro afirmou ser diferente do candidato petista por sua história de vida e sua política de êxito.

O candidato do PDT manteve o discurso de críticas ao Partido dos Trabalhadores. Pediu para que não fosse comparado com a ex-presidente Dilma Rousseff, porque isso o ofende, e voltou a afirmar que o Brasil não suporta mais 1 presidente fraco que tenha que consultar o seu mentor sempre que aparece alguma crise.

Quanto ao resultado da pesquisa Ibope divulgado na 3ª feira (18.set), Ciro creditou os resultados a vontade que os brasileiros tem de mudar o cenário político. "O que estas pesquisas revelam é que o eleitorado brasileiro está em revolução", disse.

Além disso, pediu para que os eleitores não transformem a revolta em ódio e que votem no 1º turno em quem quiserem, sem pensar no que indicam as pesquisas.

Eis o pingue pongue da entrevista:

Pergunta: vai limitar a entrada de venezuelanos no país?
Ciro: não;
Pergunta: é a favor do financiamento público de campanha?
Ciro: não;
Pergunta: é a favor da prisão em segunda instância?
Ciro: desde de que mude a Constituição;
Pergunta: vai diminuir número de ministérios?
Ciro: vou;
Pergunta: é a favor do foro privilegiado para políticos?
Ciro: sou contra desde sempre;
Pergunta: é a favor da taxação de empresas?
Ciro: não;
Pergunta: é a favor do intervenção militar na segurança dos Estados como no Rio?
Ciro: claro que não;
Pergunta: é a favor da legalização do aborto em qualquer situação?
Ciro: não quero responder.
Herculano
19/09/2018 10:32
ERA UMA VEZ..., por Alexandre SSchwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central, para o jornal Folha de S. Paulo

É preciso agir contra grupos de interesse que não aceitam perder 'meias-entradas'

Em entrevista recente ao Pravda, perdão Valor Econômico, Armínio Fraga argumenta que a situação econômica atual é ainda pior do que a enfrentada há 16 anos, durante a eleição de 2002.

Concordo plenamente, porém, noto que, se isto for mesmo verdade, há o que explicar do ponto de vista dos preços no mercado financeiro.

É fato que o dólar anda na casa de R$ 4,15-4,20, pouco acima do observado lá atrás, mas, ajustando o valor à diferença entre a inflação brasileira e a americana, o dólar na média de outubro de 2002 seria equivalente a algo perto de R$ 6,50, bem mais caro do que agora.

Da mesma forma, o risco país (o tanto a mais de juros que o Brasil precisa pagar comparado aos EUA) anda alto, na casa de 3,0-3,5% ao ano; em 2002, todavia, chegava a impensáveis 24% ao ano.

Por fim, também ajustada à inflação, a Bolsa hoje vale praticamente três vezes mais do que no pior momento daquela crise.

Em suma, pela ótica fria dos preços de mercado a coisa não parece tão feia quanto Armínio e eu (entre tantos) acreditamos.

Houve, é bom dizer, melhora em algumas fragilidades importantes.

Quase metade de tudo o que governo devia à época (algo como R$ 1,3 trilhão de R$ 3 trilhões a preços de hoje) era denominada em moeda estrangeira, principalmente dólares.

Assim, qualquer balançada no dólar, não muito diferente da que observamos recentemente, tinha efeitos negativos que realimentavam o problema: com o dólar mais caro a dívida crescia, o que aumentava a percepção acerca da nossa incapacidade para manter os pagamentos em dia, levando à fuga adicional de capitais e nova pressão sobre o dólar.

Hoje, em contraste, o governo tem mais dólares do que deve, ou seja, ganha quando o dólar sobe, quebrando o círculo vicioso anterior.

Algo parecido se passa com o setor privado: graças aos investimentos externos, o encarecimento do dólar não gera receio de que a dívida externa das empresas brasileiras em seu conjunto se torne impagável (ao contrário do que ocorre com, por exemplo, a Turquia).

Como os mecanismos de realimentação da crise via dólar e dívida não mais estão presentes, o dólar não explode, nem o risco país, e o balanço mais saudável das empresas transparece em um mercado acionário mais forte do que o daquela época.

Apesar disso, as contas públicas pioraram muito.

Em 2002 o setor público apresentava superávit primário ao redor de R$ 130 bilhões (a preços de hoje); prevê-se agora déficit de R$ 159 bilhões neste ano e R$ 139 bilhões no próximo.

O gasto federal, corrigido pela inflação, era então pouco superior a R$ 600 bilhões; hoje supera R$ 1,3 trilhão, dos quais o governo controla efetivamente menos do que 10%.

Já a dívida pública (usando a definição existente em 2002) equivalia a 65% do PIB (Produto Interno Bruto) e vinha em trajetória decrescente; hoje ultrapassa 85% do PIB e cresce desde o fim de 2013.

Naquele momento, portanto, bastou que o novo governo mantivesse a política econômica do anterior para que as coisas se acalmassem.

Hoje, porém, a tarefa é bem mais difícil: não se trata de manter o que existe, mas reformá-lo profundamente contra a ação de grupos de interesse que não aceitam serem privados de suas meias-entradas.

O mundo político, contudo, não se mostrou à altura da tarefa. Se persistirmos no erro, é até possível que os preços no mercado financeiro não voltem aos patamares de 2002, mas não tenham dúvidas de que teremos muita saudade dos preços de 2018.
Herculano
19/09/2018 10:28
IBOPE 1: CONVERSA DE QUE BOLSONARO CAMINHA PARA VENCER NO 1º TURNO É, POR ENQUANTO, SONHO DE INVERNO; OS NÚMEROS ESTÃO BEM LONGE DISSO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A turma de Jair Bolsonaro (PSL) espalha o boato de que está em curso uma vitória já no primeiro turno. Por enquanto, considerando os números do Ibope, isso é uma quimera. São estratégias para enfrentar os 18 dias que nos separam do primeiro turno. Vamos ver.

A pesquisa Ibope, divulgada nesta terça, que traz Jair Bolsonaro em primeiro lugar, com 28% das intenções de voto, e Fernando Haddad, com 19%, parece indicar um segundo turno entre o candidato do PSL e o do PT. Na simulação, os dois aparecem rigorosamente empatados, com 40%. No dia 20 de agosto, segundo números do instituto, Bolsonaro tinha 20% das intenções de voto. Um mês depois, tem 28%, um crescimento de 40%. No período, Haddad foi de 4% para 19%, um salto de 375%. Isso significa que o ungido de Lula vai ultrapassar o adversário? Não! Isso quer dizer que está em curso uma transferência maciça de votos de Lula para aquele que assumiu o seu lugar na chapa - e numa velocidade superior à imaginada pelos petistas e pelos adversários.

O que escapa pelas margens da antevisão do partido é a resiliência de Ciro Gomes, que, agora, no Ibope, fica num terceiro lugar já distante, mas com ainda apreciáveis 11%, e o fraco desempenho de Geraldo Alckmin. Não deixa de ser curioso, mas a marca muito baixa do tucano é que preocupa os petistas neste momento porque, por óbvio, ele não cresceria sobre votos que iriam para Haddad. O que se esperava é que capturasse eleitores de outros candidatos conservadores e que tomasse alguns de Bolsonaro. Dados os números do Ibope, no entanto, isso não aconteceu.

Em uma semana, Alckmin oscilou de 9% para 7%, e o candidato do PSL, de 26% para 28%. Três outros candidatos conservadores oscilaram para baixo no período: Henrique Meirelles (PMDB), João Amoêdo (Novo) e Álvaro Dias (Podemos) foram de 3% para 2%. Há que se ficar atento a esse trânsito. Ainda que esses dados tenham se movido na margem de erro, que é de 2 pontos para mais ou para menos, notem que os nomes à direita perderam cinco pontos (incluindo os dois de Alckmin), mas Bolsonaro ganhou apenas 2. Na semana em questão, no entanto, Haddad disparou incríveis 11 pontos.

Ocorre que a diferença de Haddad em relação a Bolsonaro é considerável: nos extremos da margem de erro mais favoráveis ao PT, pode ser de 5 pontos; nos mais desfavoráveis, de 13. Se o PT tivesse como, daria um jeito, hoje, de turbinar a candidatura de Alckmin para que arrancasse votos de Bolsonaro.

Vitória no primeiro turno? Está longe!

A conversa de que Bolsonaro pode ganhar no primeiro turno é, por enquanto, um sonho de inverno. Levando-se em consideração os números do Ibope, que aponta 14% de votos brancos e nulos, Bolsonaro estaria hoje com 32,5% dos válidos. Ainda que, em razão da margem de erro, os inválidos sejam 16% e que Bolsonaro tenha 30%, chegaria a 35,7%.

Há outros elementos a considerar. É possível que a transferência de votos para Haddad diminua de ritmo, mas tudo indica que ainda não tenha acabado. O petista avançou em todas as regiões, mas em especial no Nordeste: passou de 13% para 31% em um mês. Ocorre que Lula chegou a ultrapassar a marca de 50% na região. O petista também cresceu no Sudeste: de 6% para 15% - mas, nesse caso, fica bem atrás de Bolsonaro, que tem 29%. Entre os que ganham cinco salários mínimos ou mais, o candidato do PSL está com com 41%, mas conta com apenas 12% entre os que recebem até um mínimo.

De todo modo, o PT passou a ficar atento ao risco de uma disparada do adversário. E chegou à conclusão de que a amenização do discurso para não empurrar eleitores do centro para a órbita de Bolsonaro terá de ser operada já no primeiro turno.

IBOPE 2: DISPARADA DE HADDAD PT ACENAR À MODA CLAUDINHO & BUCHECHA: "Só LOVE, Só LOVE"; O BOLSONARISMO MANTÉM A RADICALIZAÇÃO

O PT se mobiliza para o segundo turno e já muda o viés do discurso da candidatura de Fernando Haddad à Presidência. Vem aí um Haddad Claudinho & Buchecha: "só love, só love". O petista Fernando Haddad está em empate rigoroso com Jair Bolsonaro no segundo turno, segundo o Ibope: ambos estão com 40%. Como, no primeiro, Haddad está com 19%, isso significa que herda 21 pontos do antibolsonarismo. O candidato do PSL chega a 28% na primeira etapa e marca os mesmos 40% na segunda: leva o bônus de 12 pontos do antipetismo.

A menos que haja uma mudança significativa no quadro, assistiremos a um confronto dos "antis" no segundo turno. Ou por outra: pela primeira vez, com efeito, o Brasil elegerá mais o seu "não-presidente" do que o seu "presidente".

E, nesse quadro, diminuir a rejeição também passa a ser um objetivo estratégico. Bolsonaro tem a liderança em números absolutos: 42% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Dado que tem 28% das intenções de voto, nota-se que a rejeição é 50% maior do que a votação. Haddad tem 19% dos votos, mas já é rejeitado por 29%: 52% a mais. Empate técnico.

A transferência de votos de Lula pode ainda crescer, mas outro movimento já está em curso. Agora é preciso ser inclusivo. Haddad foi finalmente peremptório no "não" ao indulto ao ex-presidente - uma impossibilidade legal ?"; já deixou claro que o esquerdista e nacional-desenvolvimentista Márcio Pochmann não seria o homem forte da economia se eleito; acenou com uma amenização da proposta de acabar com o teto de gastos; admitiu a necessidade de uma reforma da Previdência; passou a fazer menos proselitismo sobre a reversão da reforma trabalhista. De resto, não custa lembrar: a PEC do teto de gastos é emenda constitucional. O presidente que quiser mexer com isso terá de contar com 308 deputados e 49 senadores. Em nome da governabilidade, o petista chegou a acenar até com um diálogo com o PSDB depois da eleição. Chegou a ser alvo das críticas de Ciro Gomes, que o chamou de "esquerdista só de goela". Nesse ponto da trajetória, não seria ruim para Haddad que a fama pegasse.

E Bolsonaro? Por enquanto, não há sinais de que o candidato esteja disposto a amenizar o discurso. Embora o alto-comando tenha se surpreendido com o ritmo da ascensão de Haddad, o núcleo duro da campanha avalia que ele pode ser positivo se isso tornar o deputado o desaguadouro do antipetismo. Por enquanto, a avaliação e que o "risco PT" acabará por elegê-lo.
Herculano
19/09/2018 10:20
ELEIÇÃO NA MISÉRIA, IDEIAS DOIDAS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S.Paulo

Como em 1989, país vai à urna em desgraça econômica, tema que mal aparece

Nesta eleição que tende a se transformar em plebiscito de ânimos extremados, economia não é lá um assunto no debate "pop". A conversa nacional poderia ficar menos envenenada caso se discutissem a vida do povo comum e interesses em disputa na eleição, alguns dos sentidos da palavra "economia", neste caso.

A atividade econômica ou o mal-estar das pessoas não parecem explícitos nos debates mais frequentes e polares, um tanto como em 1989, uma eleição irmã na desgraça desta de 2018.

Como em 1989, o governo de turno (Sarney) era irrelevante e pestilento. Temer foi sarneyzado. O problema econômico então aparecia na conversa da eleição travestido de "marajás" (privilégio da casta estatal) e "corrupção", no caso da demagogia de maior sucesso. Lembra algo?

Mas há contrastes interessantes. Primeiro, quanto aos programas em provável disputa. Em 1989, Fernando Collor (PRN) oferecia uma salada liberaloide; Lula da Silva (PT), uma feijoada esquerdista gordurosa. E agora?

Jair Bolsonaro (PSL) até ontem era um estatista nacionalista autoritário. Faz poucos meses, terceirizou seu programa econômico para um ultraliberal que nem sequer compreende.

No caso da provável disputa polar, enfrentaria Fernando Haddad, dito "petista tucano", que herdou um programa PT "vintage", modelo 2001 cheio de mofo. Mas Haddad tende a procurar alianças até no centro liberal, tentando fazer acordos análogos ao de Lula 2002 (ou além disso).

Nos dois casos, trata-se de conversões recentes ou de convergências extravagantes, que levantam sobrancelhas de quem se ocupa de assuntos econômicos. Não há clareza sobre diretrizes ou sobre os meios políticos para implementá-las.

Segundo, há contrastes ruidosos entre 1989 e 2018 quanto à atividade econômica.

Na redemocratização, jamais ocorrera eleição como esta, com tamanha queda de renda (PIB) per capita em um quadriênio. Até 2018, o PIB per capita terá diminuído cerca de 7,5% ante 2014 (terceira maior baixa de qualquer quadriênio da história, eleitoral ou não, desde 1905; perde apenas daquele encerrados em 1984 e 2017 e empata com o de 1916, na prática).

Mas os dados de 1989 são maquiados pelo estelionato do crescimento inviável do Plano Cruzado. A vida era ainda pior naqueles anos. A renda média em 1989 era cerca de 40% menor. A desigualdade de rendimentos era maior. Havia muito menos programas de proteção social. Enfim, os tempos eram de hiperinflação, desgraça ainda maior para os mais pobres.

Economia foi um assunto nas eleições de 2002 a 2010 -pelo menos o tema do bem-estar da população era forte. Foi um dos motivos a abater o PSDB em 2002. Foi a vitrine iluminada do PT em 2006 e 2010, embora mais apagada em 2014, eleição já mais envenenada por imaterialidades ideológicas biliosas e outras baixezas.

Terceiro, quanto a sustos dos donos do dinheiro grosso, 2018 se destaca, mas nem tanto. Tome-se uma medida "pop" de instabilidade financeira, o dólar. A volatilidade deste 2018 é bem maior que a das eleições desde 1998, embora ainda perca de longe para 2002 (eleição de Lula 1). Mas é preciso dar um desconto: desde 2006 deixamos de ter problemas de contas e dívida externa, que pesaram muito no tumulto de 2002.

E daí? Refrescar a memória pode servir para nos lembrar de que estamos à beira de uma guerra política, mas não estamos tratando de muito assunto essencial. Por exemplo, de como sair desta crise rara e da vida material do povo.
Herculano
19/09/2018 10:16
PENSANDO BEM...

Se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT,o presidiário, é quem dá as cartas da prisão ao seu mais novo poste (Haddad) que ele quer colocar no Planalto no seu lugar,como Lula poderá negar que não sabia de nada nas ladroeiras do mensalão (do seu governo) e petrolão de Dilma Vana Rousseff, seu outro poste e tida como uma gerente excepcional, como alega agora e até engana nos supostos tribunais internacionais que nada sabem do Brasil?
Herculano
19/09/2018 10:12
A ESPERTEZA

Por Carlos Andreazza, editor de livros, no twitter

Haddad já correndo para o centro, moderando discurso, rasgando programa, jogando economista radical na vala - tudo para enfrentar a pregação de voto útil bolsonarista contra a ameaça lulopetista.
Herculano
19/09/2018 10:10
CANDIDATURA DE JAIR BOLSONARO MUDA DE PATAMAR, por Josias de Souza

O projeto eleitoral de Bolsonaro mudou de patamar. Há uma semana, frequentava as pesquisas em situação paradoxal. No primeiro turno, era bicho-papão. Depois, era papado. Isso mudou. Na mais recente pesquisa do Ibope, Bolsonaro aparece como uma assombração competitiva também no segundo turno. Abriu cinco pontos de vantagem sobre Marina. E emparelhou com Alckmin, Haddad e Ciro.

Bolsonaro não é mais um azarão do segundo round. Hospitalizado há duas semanas, reduziu a taxa de polêmicas em que se metia. Nessa fase, também foi poupado de ataques dos rivais na primeira semana pós-facada. Seus oito segundos na propaganda eleitoral tornaram-se uma vasta exposição jornalística. Voltou às redes sociais como paciente sofrido. O timbre lacrimoso suavizou-lhe a arrogância.

No seu penúltimo vídeo, veiculado no domingo passado, Bolsonaro atiçou sua rivalidade com Lula e o petismo. Acertou no olho da mosca, pois a transferência de eleitores do presidiário de Curitiba para o seu poste avança aceleradamente. Em uma semana, Haddad deu um salto de 11 pontos, isolando-se na vice-liderança com 19%. O capitão oscilou novamente para o alto, batendo em 28%.

Mantido esse ritmo, o que vem por aí é um primeiro turno plebiscitário no qual o eleitor decidirá se o PT deve retornar ao Planalto ou ser mantido na oposição. É a mesma velha disputa entre o petismo e o antipetismo. Com uma diferença: o PSDB foi expurgado da polarização. Hoje, é Bolsonaro quem representa a maioria do voto anti-PT.

A moderação personificada em Alckmin virou mercadoria pouco valorizada. Para complicar, as opções do chamado centro pulverizaram-se em micro-candidaturas como as do ex-tucano Álvaro, de Amoêdo e de Meirelles. O que era fraco tornou-se exangue. Numa campanha curta, a apenas 18 dias da abertura das urnas do primeiro turno, a possibilidade de correção de tropeços é pequena.
Herculano
19/09/2018 10:08
da série: o PT e a esquerda do atraso são máquinas de gente sabida articuladas para enganar e ludibriar analfabetos, ignorantes e desinformados, a maioria dos eleitores e eleitoras brasileiras.

HADDAD ANTECIPA CAÇA AOS FANTASMAS DO PT PARA SEGURAR REJEIÇÃO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Petista refuta indulto a Lula e modera tom na economia contra ascensão de Bolsonaro

Foram necessárias sete perguntas em quatro minutos até que Fernando Haddad desse sua declaração mais enfática até agora sobre a possibilidade de um indulto que poderia tirar Lula da prisão. "Não. A resposta é não", afirmou.

Uma semana após assumir a candidatura do PT, Haddad tenta afastar um dos principais fantasmas que pairam sobre sua campanha. Em entrevista à CBN, disse que Lula não quer ser solto por medida excepcional, desautorizou petistas que defendem esse perdão ao ex-presidente, reclamou do debate sobre o assunto e sentenciou: "Não ao indulto".

Haddad caminhava sobre uma corda bamba. Lula assombra parte dos eleitores, mas é tratado como espírito divino por outros. Ao refutar uma manobra aberta para libertar o padrinho, o candidato indica que a preocupação com o crescimento do antipetismo começa a falar mais alto.

O crescimento de Jair Bolsonaro e a tentativa do candidato do PSL de turbinar o sentimento de medo da volta do PT obrigaram Haddad a emitir sinais antecipados de moderação. Além da declaração contra o indulto, o petista ensaia correções na cartilha econômica defendida pelo partido nos últimos meses.

Há dois dias, o candidato rebateu opiniões do economista Marcio Pochmann, do PT, que contestava a urgência de uma reforma no sistema de aposentadorias. Haddad reconheceu a gravidade do buraco das contas públicas e admitiu discutir mudanças na Previdência.

Em ambos os casos, o petista faz acenos contidos. Declara que não vai tirar Lula da cadeia, mas diz que o ex-presidente será inocentado e solto. Na economia, tenta amenizar os receios do mercado financeiro com o PT, embora tenha evitado encontros públicos com grandes investidores.

Movimentos calculados em direção ao centro do espectro político são comuns, principalmente no segundo turno. O acirramento da disputa precipitou os passos de Haddad. Bolsonaro ainda guarda esta carta na manga, embora não se saiba se ele pretende utilizá-la.
Herculano
19/09/2018 10:03
UMA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DEFINIDA. Só UM EXCEPCIONALIDADE MUDARIA A TENDÊNCIA. AS ESCOLHAS ESTÃO FEITAS

A leitura é: a batalha que vai se travar estará no segundo turno, como mostra a pesquisa Ibope divulgada ontem, encomenda pela Rede Globo e o jornal O Estado de S. Paulo.

Jair Bolsonaro - 28%
Fernando Haddad - 19%
Ciro Gomes - 11%
Geraldo Alckmin - 7%
Marina Silva - 6%
Alvaro Dias - 2%
João Amoêdo - 2%
Henrique Meirelles - 2%

PROJEÇõES DE SEGUNDO TURNO AINDA NÃO MOSTRAM COM CLAREZA COMO SE DARÁ A MIGRAÇÃO DOS VOTOS. ESTE É UM PROCESSO QUE Só SE DARÁ DEPOIS DO RESULTADO DO PRIMEIRO TURNO COMO RESCALDO DAS FARPAS, DANOS E JOGOS DE INTERESSES

- Bolsonaro 40 x 40 Haddad (empate)
- Bolsonaro 39 x 40 Ciro (empate técnico)
- Bolsonaro 38 x 38 Alckmin (empate)
- Bolsonaro 41 x 36 Marina (vitória de Bolsonaro)
Herculano
19/09/2018 09:54
A CULPA DA IMPRENSA MENTIROSA, por Carlos Brickmann

Foi um fato normal, dentro da rotina: o vice-presidente da Guiné Equatorial desembarcou em Viracopos, na noite da última sexta-feira, trazendo quase l,5 milhão de dólares em dinheiro e uma coleção de vinte relógios de alto valor: só um deles, modelo exclusivo, todo cravejado de brilhantes, foi avaliado em US$ 3,5 milhões. Nada mais comum: um turista traz um dinheirinho para gastar, e seus objetos pessoais, como o relógio, não é mesmo? A imprensa burguesa e racista só fez barulho porque o referido cavalheiro e seu pai, o presidente da Guiné Equatorial, são amigos do ex-presidente Lula. E, se fossem brancos, de olhos azuis, ninguém estranharia a bagagem.

Talvez haja quem, entre os caros leitores, que ache que a quantia é grande demais. Mas Sua Vice Excelência explicou direitinho: faria um tratamento médico, e os médicos mais abalizados, como sabemos, estão cobrando caro. E é preciso estar preparado também para enfrentar o preço dos exames médicos. Ele estava: além do US$ 1,5 milhão, trouxe seus cartões de crédito.

Veja como é nossa imprensa: se ele trouxesse pouco dinheiro e não pudesse enfrentar o custo do tratamento, os jornais diriam que ele veio abusar do SUS; como ele trouxe uma quantia que, a seu ver, seria suficiente, também reclamam. Resultado: Sua Vice Excelência foi embora sem fazer tratamento.

Há até quem diga que ele veio repatriar dinheiro. Besteira: em campanha da turma de Lula, US$ 1,5 milhão e 20 relógios-joia não dão nem para o começo.

QUEM É QUEM

O passageiro dessa viagem tão rotineira é Teodoro Obiang Mang, filho de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, no poder há 38 anos. Segundo a revista Forbes, sua fortuna é estimada em US$ 600 milhões. Mas, em 2015, quando pediu à Beija-Flor que a Guiné Equatorial fosse tema de seu desfile, não quis gastar nada: segundo a Lava Jato, exigiu que uma empreiteira interessada em obras no seu país fizesse o patrocínio, em troca de conseguir os contratos.

Não teve dificuldades: acostumada aos pixulecos daqui, o patrocínio de uma escola de samba, de R$ 10 milhões, deve ter-lhe parecido uma pechincha.

UM RISCO, UMA OPORTUNIDADE

Dois candidatos correm o risco de aposentadoria forçada nessas eleições: Marina, que em vez de subir caiu; e Alckmin, que, mesmo em seu reduto de São Paulo, tem menos intenções de voto que Bolsonaro. Em eleições anteriores, Marina em determinados momentos teve uma onda de apoios, que sempre acabou antes da hora. Se essa onda se repetir, como a campanha é curta, até pode ser que se coloque bem. Alckmin tem quase metade do tempo de TV, mas está mal na fita - tão mal que em 15 Estados é traído por seus aliados. Mas ninguém é inimigo e a lei da política ainda está em vigor: caso ele consiga calibrar a mensagem e dobrar as intenções de voto, o apoio volta.

QUEM SOBE, SOBE

A lei da política é bem exemplificada no Paraná: o ex-governador tucano Beto Richa ia bem na campanha ao Senado até ser preso pela Operação Rádio Patrulha. Primeira reação: a governadora Cida Borghetti, do PP, que foi sua vice e é candidata à reeleição, pediu ao bloco partidário que o apoia que retire sua candidatura, "para que ele possa se dedicar à defesa".

Claro que não é isso: não há melhor defesa do que se eleger e ganhar foro privilegiado. Cida fez também um forte discurso contra a corrupção. E tucanos importantes já apoiam o candidato do PSD, Ratinho Jr., filho do apresentador Ratinho. Beto foi libertado pelo Supremo. Se mostrar força eleitoral, recupera seus apoios.

APOSENTADORIA

Terminou nesta segunda uma dinastia política do Mato Grosso do Sul: o ex-governador André Puccinelli não conseguiu registro para disputar a Câmara. E por um motivo simples: estava preso. Era o grande líder do MDB local e não tem substituto. Sem foro privilegiado, tem é uma fila de processos.

RESSURREIÇÃO

Quem está de volta no Estado, como candidato ao Senado, é Delcídio do Amaral, do PTC. Absolvido da acusação de tentar comprar o silêncio de Nestor Cerveró, Delcídio se beneficiou da desistência de César Nicoletti.

MULHERES CONTRA BOLSONARO

Qual a consequência do hackeamento da página Mulheres contra Bolsonaro no Facebook? A página, no último fim de semana, foi capturada por hackers, que até mudaram seu nome. As participantes da página se irritaram; mas, de acordo com pesquisa da Toluna, 49% dos entrevistados não deram a menor importância ao fato.

Para 42%, a opinião que tinham sobre Bolsonaro ficou abalada; para 8%, a imagem do candidato até melhorou. A pesquisa apurou também que 50% dos entrevistados conhece alguém que faz parte do grupo, e 52% tiveram conhecimento do ataque virtual. A Toluna fornece informações sobre o consumidor, facilitando o trabalho na economia atual, sob demanda. O estudo completo está no endereço http://tolu.na/l/b8AZq69C
Herculano
19/09/2018 09:47
O RANCOR PETISTA VIROU VENENO NESTA ELEIÇÃO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Haddad expôs o papel de Lula com racionalidade em São Paulo e soberba em Curitiba.

Para quem joga numa eleição radicalizada, Fernando Haddad foi um colaborador impecável ao deixar a carceragem de Curitiba depois de visitar Lula. Ele definiu o papel do ex-presidente no governo que pretende fazer.

"Temos total comunhão de propósitos em relação a ele e o diagnóstico de que o Brasil precisa do nosso governo e precisa do Lula orientando como um grande conselheiro. Ele é um interlocutor permanente de todos os dirigentes do partido e nunca deixará de ser. Não temos nenhum problema com isso. Enquanto os outros partidos escondem os seus dirigentes, nós temos muito orgulho de ter o Lula como dirigente."

Essa declaração poderia ter sido planejada pelo estado-maior de Jair Bolsonaro ou pelos urubus golpistas que pretendem deslegitimar uma eventual vitória da chapa petista. Horas antes, em São Paulo, durante a sabatina da Folha, SBT e UOL, Haddad dissera algo racional, sem a soberba do comissariado.

"O presidente Lula, sem sombra de dúvida, na opinião da maioria dos brasileiros, foi o maior presidente da história deste país. Ele é um grande conselheiro e terá um papel destacado em aconselhamento, em falar de sua experiência. Jamais dispensaria a experiência do presidente Lula."

Uma coisa é elogiar Lula e seus oito anos de governo. Bem outra é dizer que "não temos problema com isso". Deviam ter, pois Lula está na cadeia, condenado por corrupção. Milhões de eleitores estão dispostos a votar em Haddad por ele ser o candidato de Lula.

Ao dar a um detento a condição de pai da pátria, o PT estimula a dúvida em quem espera a volta dos "bons tempos" com uma vitória de Haddad, mas também teme que ela traga de volta o que há de pior no comissariado.

O consulado petista teve duas faces, a do progresso com Lula e a do regresso com Dilma Rousseff, a da atenção para o andar de baixo e a das roubalheiras com o andar de cima. Oferecer as duas ao eleitorado num combo rancoroso é soberba.

Não se pode saber de onde está saindo o rancor petista. Pode ser que venha da inconformidade de Lula, ou ainda do interesse radical de uma parte do PT.

Venha de onde vier, tornou-se um veneno que produz dois efeitos. O primeiro é o estreitamento da base eleitoral de Haddad, mas sempre se poderá dizer que uma eventual vitória transformará esse erro em asterisco. No seu segundo efeito, o modelo do "conselheiro" reforça as ameaças à sobrevivência das instituições democráticas.

Não é preciso ser um gênio para perceber que há um farfalhar golpista no ar. Bolsonaro?"como Donald Trump?" diz temer uma fraude na contagem eletrônica dos votos. Trump ganhou e não tocou mais no assunto. O general Hamilton Mourão sonha com uma nova Constituição, redigida por sábios e sagrada num plebiscito. Coisa parecida, recente e próxima só em 2007, na Venezuela.

Se houver um segundo turno entre Haddad e Bolsonaro e o capitão reformado ganhar, será o jogo jogado. Se Haddad sair vencedor, a tese da vitória sem legitimidade irá para a mesa. A teoria do "conselheiro" serve à sua retórica.

As vivandeiras civis associadas à anarquia militar contestaram a legitimidade eleitoral em 1889 e em 1930 (com sucesso), em 1950 (fracassando até 1954, quando Getúlio Vargas matou-se) e em 1955 (com a teoria da falta de maioria absoluta de Juscelino Kubitschek). Coisa do século passado? Em 2014, Aécio Neves contestou a vitória de Dilma Rousseff. Depois, contou que a iniciativa foi uma "molecagem", para "encher o saco". Vá lá.
Herculano
19/09/2018 09:41
PARTIDOS TÊM O MAIOR FATURAMENTO DA HISTóRIA, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os 35 partidos políticos brasileiros já embolsaram somente nos oito primeiros meses de 2018, até agosto, R$2,3 bilhões públicos dos fundos eleitoral e partidário que os políticos inventaram para evitar Policia Federal na porta. A maior parte da tunga bilionária, R$1,7 bilhão, é do fundão eleitoral criado em 2017 com base no custo da eleição de 2014, a mais cara da História: R$5,1 bilhões. Fundo partidário e multas (que retornam aos partidos) aumentam a bolada.

GENTE COM GRANA
As doações de pessoas físicas já somam R$194,5 milhões. Magnata das distribuidoras de combustíveis, Rubens Ometto doou R$6 milhões.

CANDIDATOS RICOS
Os candidatos já usaram R$191,2 milhões do próprio bolso para fazer campanha. No ranking do TSE, 17 superaram a marca de R$1 milhão

LÍDER DISPARADO
Candidato a presidente, Henrique Meirelles (MDB) é, com folga, quem mais investiu na própria campanha: R$45 milhões até agora.

CUSTO NÃO CAIU
O Tribunal Superior Eleitoral mantém a lista atualizada das despesas e o total, a mais de duas semanas da eleição, já é de R$ 3,2 bilhões.

MP JUNTO AO TCU QUER SUSPENDER ELEIÇÃO NA CNC
O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, pediu a suspensão da eleição para a presidência e diretorias da Confederação Nacional do Comércio (CNC), no dia 27. O relator do caso será o ministro Bruno Dantas, considerado rigoroso. Júlio pretende a inelegibilidade de dirigentes estaduais do setor acusados de inúmeras irregularidades, como José Roberto Tadros (Fecomércio-AM), candidato a presidente da CNC.

ILICITUDES AOS MONTES
Para cancelar a eleição na CNC, o procurador junto ao TCU lista inúmeras "ilicitudes" como nepotismo, pagamentos indevidos etc.

TUTTI BUONA GENTE
O MP junto ao TCU acusa José Roberto Tadros, candidato de situação na CNC, de irregularidades à frente do Sesc/AM e do Sebrae/AM.

CONTAS REJEITADAS
Outros denunciados são Lázaro Gonzaga (Fecomércio/MG), Francisco Cavalcante (Sesc/PI) e Luiz Gastão (Fecomércio/CE).

PRISÃO ESPECIAL
Ao repetir clichê que "o Brasil prende muito e prende mal", Haddad (PT) disse que um preso custa até R$40 mil por ano. Lorota. Seu chefe Lula custa R$10 mil por dia, segundo a PF. Já nos levou R$1,65 milhão.

GERAÇÃO MEIRELLES
A equipe de campanha de Meirelles (MDB) para presidente elogia sua educação e seu entusiasmo, sobretudo após descobrir nas pesquisas que, apesar de septuagenário, é forte entre eleitores jovens, aqueles do primeiro voto, em geral preocupados com o próprio futuro.

DEPóSITO DO TIO PATINHAS
Diplomata brasileiro que serviu na Guiné Equatorial visitou as obras do exuberante palácio do ditador da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, amigo de Lula. Viu enormes caixas fortes no subsolo, tipo Tio Patinhas.

BOLSONARO CRESCE NO DF
Além de Alberto Fraga (DEM) e do General Paulo Chagas (PRP), um terceiro candidato ao governo de Brasília, Rogério Rosso (PSD), decidiu apoiar Jair Bolsonaro, líder disparado nas pesquisas do DF.

PARA CONFERIR DEPOIS
O presidente do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), diz que se Alckmin (PSDB) for para o segundo turno os partidos do Centrão o apoiarão, "seja quem for o adversário". Humm... O senador pode queimar sua língua...

'LIBANÊS' GOVERNADOR
O povão no DF tem dificuldade em dizer o nome de Ibaneis Rocha (MDB), candidato ao governo. Há dias, foi saudado em um evento com os gritos "Libanês! Libanês! Libanês". Tudo bem, para ele importante é votar. Nascido em Brasília, Ibaneis tem um pé no Piauí, não no Líbano.

TOCANTINS DE FORA
O Tocantins é o único Estado sem parlamentares entre os "Cabeças do Congresso", lista dos parlamentares mandachuvas produzida pelo Diap, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.

ABSTENÇÃO RECORDE
Se a média histórica de 28,92% de abstenção em eleições se repetir em 2018, cerca de 44,2 milhões dos 147,3 milhões de eleitores não votarão. Nos EUA, 57,6 milhões votaram em Hillary ou Trump em 2016.

PENSANDO BEM...
...para muita gente entristecida com o Segundo Turno que se avizinha para presidente, "o Brasil que eu quero" é "o Brasil que me expulsa".
Herculano
19/09/2018 09:31
A FACA E A URNA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Campanha de Bolsonaro emite sinais alarmantes de desapreço pelas regras do jogo democrático

Candidatos com chances crescentes de chegar ao segundo turno procuram, em geral, maneiras de se tornar aceitáveis para o máximo de eleitores de seus concorrentes. A vantagem básica do sistema de duas votações está, justamente, em incentivar a conciliação com a maioria dos representados.

A campanha presidencial de Jair Bolsonaro parece inclinada a desafiar essa lógica singela.

O postulante do minúsculo PSL apresenta solidez nas pesquisas de intenção de voto no primeiro turno, em particular nas realizadas após o execrável ataque a faca de que foi vítima. Ao mesmo tempo, sua taxa de rejeição permanece a mais alta da disputa - e nem ele nem seus aliados demonstram empenho em reduzi-la.

Ao contrário, persistem acusações irresponsáveis, demonização de adversários e, pior, sinais alarmantes de desapreço por regras do jogo democrático.

Mostrou-se especialmente desastrado o protagonismo assumido pelo candidato a vice na chapa, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB). Já no dia da facada, 6 de setembro, divulgou nota em que culpava, com leviandade inaceitável, "um militante do Partido dos Trabalhadores" pelo atentado.

Em entrevista, divagou a respeito de hipóteses em que um presidente poderia aplicar um autogolpe; depois, defendeu um novo texto constitucional, não necessariamente elaborado por parlamentares sufragados pela população.

Ainda no leito do hospital, o próprio Bolsonaro deu sua contribuição para a sequência de despautérios. Ele gravou vídeo no qual, entre lágrimas, agradecimentos e diatribes eleitorais, retoma suas teses conspiratórias a respeito de fraudes nas urnas eletrônicas.

Não se trata aqui de mera crendice amalucada ?"de "gente que acredita em saci-pererê", nas palavras do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.

Tal pregação, reproduzida por parcelas barulhentas de seus apoiadores, alimenta a paranoia, semeia a descrença no processo democrático e, de mais imediato, abre caminho para que não se aceite um resultado desfavorável no pleito.

Implica ainda desacreditar as pesquisas de intenção de voto, que o colocam na liderança, mas com probabilidade considerável de derrota num segundo turno. No Datafolha, Bolsonaro tem 26% das preferências e 44% de rejeição.

A campanha, decerto, busca evitar a dispersão de seu eleitorado quando repele os números e fala em vitória até mesmo na primeira rodada de voto. Sua estratégia perigosa, porém, não pode ser tomada como arma eleitoral corriqueira.

Uma plataforma conservadora, na política, na economia ou nos costumes, é legítima e perfeitamente compatível com a democracia. A intolerância ideológica e o questionamento da lisura das instituições, nem tanto.

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