25/11/2019
Vai que o novo partido de Bolsonaro – devido à necessária coleta das assinaturas mínimas, à legislação restritiva para se criar novos partidos e à burocracia da Justiça Eleitoral – não tenha condições de disputar as eleições de outubro do ano que vem... todos ficariam fracos no campo da direita, ou órfãos e sem mandatos.
No fundo, esse racha sem os devidos cuidados que se articula agora favoreceria o campo da esquerda – PT, PSOL, PDT, PCdoB, Rede... – e a do fisiologismo com o centrão – MDB, PSD, PP, PSDB, DEM, PSC, PDT, PL... – que tanto o PSL e o ‘Aliança pelo Brasil’ combatem.
Um grupo do Vale do Itajaí (a esquerda) se reuniu na terça-feira no Bela Vista Country Club, em Blumenau, para articular e formar o “Aliança pelo Brasil”, do clã Bolsonaro. O deputado Ricardo Alba, dono do PSL na região, reagiu e chamou os líderes (à direita) para uma conversa na sexta-feira e ganhou tempo. Por enquanto, ninguém sai do PSL, mas o “Aliança” continua sendo articulado nos bastidores.
Os representantes do PSL foram aos gabinetes dos deputados estaduais alinhados com o clã e o pensamento bolsonarista para se aconselhar na estruturação do “Aliança pelo Brasil”
O meteórico político, deputado estadual Ricardo Alba, PSL, de Blumenau, e “campeão” de votos em outubro do ano passado, corre contra o tempo para que o novo partido bolsonarista, o “Aliança pelo Brasil”, não desidrate à sua base eleitoral no Vale do Itajaí e especialmente em Blumenau onde se vestiu de candidato a prefeito de lá.
Alba – afoito e de forma centralizada e personalíssima - criou quase todas Comissões Provisórias do PSL na região. Tornou-se “dono” delas. Todavia, desprezou às suas lideranças e ao mesmo tempo com esse cacife nas mãos, percorria os municípios, ao arrepio das alianças dos dirigentes do PSL locais, para se estabelecer na interlocução partidária com outras agremiações visando o pleito de outubro do ano que vem.
Resumindo: o PSL se tornou uma fachada e o Alba, o partido.
Foi isso, por exemplo, o que aconteceu em Gaspar. Reportei aqui várias vezes. A última na coluna do dia 11 de novembro de ampla repercussão. Alba veio a Gaspar. Aqui andou de braços dados com gente sem nenhuma identidade com as mudanças e representantes da velha política. Fez promessas e contrariou os discursos dos membros do PSL local.
A “corrida” de Alba – que já foi PSDB, PEN e PP pela qual se elegeu vereador em Blumenau e interrompeu o mandato para ser candidato a deputado - contra os estragos à sua liderança no PSL, começou tão logo dois fatos desembocaram na formalização do “Aliança pelo Brasil” no Vale do Itajaí quando uma expressiva maioria do PSL e bolsonaristas anunciaram que estavam saindo do PSL para ir ao Aliança.
O primeiro desses sinais captado por Alba aconteceu quando os dirigentes da região rumaram para Florianópolis e lá realizaram sucessivas reuniões nos gabinetes de deputados estaduais do PSL e que não se alinham com Alba.
Na caravana da terça-feira, dia 19, líderes do PSL nessas comissões provisórias municipais e estava gente identificada com o presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido. E não parou aí e deu tom de ais preocupação à Alba. É que à noite o encontro foi no Bela Vista Country Club, em Blumenau.
Na sexta-feira pela manhã, Ricardo Alba, acusou o golpe, e na esperteza de político, resolveu sair do pedestal onde se estabeleceu. Chamou todos para uma reflexão. Expôs os cenários de incerteza que ainda envolve o Aliança. Mostrou que a divisão podia ser danosa para todos. Pediu tempo e propôs à reconstrução dos laços perdidos.
Poderá ser tarde demais. Tem muita gente magoada, enfezada e determinada no capo da direita onde nada também é unanimidade.
Entretanto, a maioria das lideranças presente naquela reunião, diante do apelo de Alba e de mais uma lavação de roupa suja, resolveu reconsiderar a célere marcha para desmanchar o PSL do deputado e criar o Aliança Brasil com autonomia, liderada pelos deputados estaduais com quem as lideranças do Vale tinham conversado pela manhã. Eles também ouviram o deputado Federal Coronel Armando (Luiz Armando Schroeder Reis), PSL, de Joinville. Ele tem sido mais assíduo, acessível, transparente e por isso se tornou uma espécie de referência aos conservadores daqui.
Em Gaspar, não foi diferente. Houve o recuo momentâneo. Entretanto, todos estão com os dois pés atrás em relação ao deputado Alba: reclamam da sua centralização e da falta de transparência dele no jogo e na articulação. Temem serem embrulhados e serem passados para traz nas negociações que Alba costuma fazer ao arrepio da Comissão local.
COMO RICARDO ALBA FOI ENQUADRADO
Na terça-feira da semana passada os membros das comissões provisórias do PSL do Vale do Itajaí (Itajaí, Brusque, Gaspar, Indaial, Pomerode e Ascurra e com representação delegada das comissões de Guabiruba, Timbó e Rio dos Cedros) rumaram ao Palácio Barriga Verde. E lá se reuniram nos gabinetes dos deputados Felipe Estevan (Laguna), Sargento Lima (Joinville) e Jesse Lopes (Criciúma), todos do PSL. Choraram as pitangas e ao mesmo tempo, discutiram as garantias, espaços e autonomia para migrarem para o Aliança pelo Brasil.
No mesmo dia, mas a noite no Bela Vista Country Club, o grupo foi a Florianópolis ampliou-se se reunião para fechar questão pelo novo partido. Não só fechou como constituiu uma coordenadoria regional, que o PSL não tinha até então. Fez exatamente para não ficar na mão de uma pessoa – como é o caso de Alba -, mas de um objetivo comum.
Em Gaspar, por exemplo, não se conhece à atual Comissão Provisória do PSL que o deputado Alba a guarda debaixo do braço e não a divulga alegando que seus nomes estão “passando” – há meses - por “um checking” em Brasília e Florianópolis.
Enquanto isso, a nova comissão do Aliança pelo Brasil já tinha a nominata conhecida e circulava em aplicativos de mensagens. E ela, como as demais em outros municípios, nasceu do encontro da terça-feira à noite no Bela Vista Country Club.
ALBA CONSEGUIU GANHAR TEMPO
O PSL de Gaspar fica onde está. E o deputado Ricardo Alba promete respeitá-lo. Será? O comportamento de Alba está relacionado ao seu faro de oportunismo, poder absoluto e centralizador. Está sendo engolido por esse comportamento e lhe falta uma equipe de confiança para esse tipo de exercício.
O Aliança pelo Brasil – que em Gaspar é praticamente o atual - ou egressos da lavação de roupa suja - do PSL está na algibeira. Vai depender como o partido se encaixa nacionalmente nas exigências da Justiça Eleitoral para a coleta mínima de 500 mil assinaturas em 18 estados, além de superar a natural burocracia até março do ano que vem.
Se o Aliança empacar, tudo será PSL. Se o Aliança deslanchar, o PSL terá que ser reinventado por aqui.
Uma coisa ficou clara para Alba: ninguém quer o deputado como dono do partido e das autonomias de seus membros, muito menos negociando entregar o partido para Kleber Edson Wan Dal, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e o presidente do MDB e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira.
Enquanto, a espada estiver sob a cabeça de Alba e ele precisar encontrar saídas para não se enfraquecer no Vale e especialmente em Gaspar onde recebeu a segunda maior votação dele, ele vai se mostrar mais próximo do PSL de Gaspar. Até porque acabou de entender, que há um grupo em Gaspar – e que não está filiado a nenhum partido, que não faz discursos por aí que não quer nem o MDB – a quem ele está se aliando - e nem o PT – que ele combate.
Contudo, Alba é um bicho essencialmente político. Ele faz o que articula na sua cabeça e surpreende sem compartilhar com os outros. Alba apenas ganhou um tempo e sabe que qualquer desfecho a médio prazo é o PSL migrar para o Aliança. Então Alba está obrigado a criar saída. E poderá surpreender no próximo passo e colocar, mais uma vez o PSL, os conservadores e bolsonaristas no saco, sem muitas alternativas para a tal autonomia que reclamam. Acorda, Gaspar!
Os representantes do PSL foram aos gabinetes dos deputados estaduais alinhados com o clã e o pensamento bolsonarista para se aconselhar na estruturação do “Aliança pelo Brasil”
Novidade? Não para os meus leitores e leitoras desta coluna e não é hoje. Faz três anos que escrevo isso desde o dia em que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, resolveu nomear por gratidão como titular da pasta de Assistência Social, seu ex-assessor parlamentar Ernesto Hostin. Ele não aguentou o tranco, pediu o boné, disse que estava doente, mas ganhou outras atribuições remuneradas no governo e que não exigissem tanto trabalho para não afetar à sua saúde.
De há muito que a secretaria de Assistência Social – e não é deste governo de Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho e Carlos Roberto Pereira. É histórico. A tal ponto que até levou a ex-juiza Ana Paula Amaro da Silveira a uma contenda judicial com o pessoal do PT. Ele armou para ela uma vingança e perderam o enfrentamento na Justiça. Enfim, a Assistência Social – em uma cidade de graves problemas sociais, inclusão e vulnerabilidades - se tornou fonte de problemas, cabideiro de emprego eleitoral e foco de aparelhamento confessional.
Se o Ministério Público entrar com os olhos bem abertos agora, o fará com atraso e com parte de culpa nisso tudo. A próprio poder de plantão arrota por aí que está com o corpo fechado e parte desse corpo só foi aberto pelo MP que atua no Tribunal de Contas ou quando as queixas chegaram a Ouvidoria do MP. A penúltima da secretaria de Assistência Social foi como se manipulou para se ter o mínimo de candidatos a Conselheiros Titulares. Com isso, praticamente reconduziu-se os de preferência – e “confiança” do poder de plantão para não dar despesas ao município.
O que diz a denúncia levada ao MP e da qual a coluna teve acesso? Improbidade administrativa na execução do “Programa Criança Feliz do Programa Primeira Infância no Sistema Único de Assistência Social – SUAS”, instituído pela Resolução nº 19, de 24 de novembro de 2016, do Conselho Nacional de Assistência Social.
Segundo ela, não houve processos seletivos e chamamento público com objetivo na execução do Programa. E assim não foi “assegurada a igualdade de oportunidades a todos os interessados em concorrer para exercer as atribuições oferecidas pelo Estado. Segundo a mesma denúncia, tal procedimento fere frontalmente as instruções normativas para Gaspar se beneficiar dos recursos que recebeu para desenvolver o programa”.
Ainda de acordo com a denúncia, mesmo na contratação por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional de interesse público caberia às leis municipais e estaduais definirem às hipóteses em que poderia se dar os Processo Seletivo Simplificado – PSS e nem isso teria sido observado em Gaspar, conforme longa legislação especifica que foi anexada como argumentação na denúncia.
Outra. Os estagiários escolhidos para o Programa em Gaspar, segundo a informação repassada ao MP, não estavam nas listas de classificação dos editais de seleção de estagiários de 2019.
Outro provável ato de improbidade administrativa, relatado expressamente na denúncia enviada ao MP de Gaspar são supostos assédios morais. “Esta administração [Kleber e Santiago] vem realizando rodízios, remoções de servidores para outras áreas sem justificativas plausíveis”. Argumenta-se que caracterizam apenas perseguições pelo simples fato dos servidores realizarem a defesa do serviço os quais executam, “contra as atitudes inadequadas dos gestores”.
O fato é recorrente e grave, segundo a denúncia. “Entre o mês de setembro e novembro ocorreram duas remoções de servidores as quais tinha um excelente trabalho. A primeira era coordenadora dos serviços do CREAS e devido o descontentamento da equipe, solicitou diálogo com o Gestor”. O objetivo era evitar à troca da coordenação devido ao que se classificou como de “ótimo desempenho” técnico. Nesta reunião o secretário Santiago disse que não poderia voltar atrás. Alegou que “precisava uma equipe leal a ele”. E ao final completou: “não se preocupem, não perseguirei vocês por esta reunião”.
A segunda remoção, segundo a mesma denúncia, “aconteceu neste mês de novembro, e novamente o Gestor não mencionou uma justificativa plausível. Esta servidora relata que o Gestor frisou que teriam ´’mais mudanças’, soando como ameaça aos demais colegas. O serviço na qual a servidora removida estava inserida não será extinto e com outro profissional do mesmo cargo para ocupar seu lugar. Além destas remoções alguns arranjos internos nos serviços são realizados de forma impositiva. Com as coordenações indicadas por este Secretario as relações não são diferentes, as equipes sofrem sarcasmo, violências psicológicas com o objetivo de fazer da vítima uma pessoa rejeitada, desrespeito, abusos verbais, tratamentos impessoais”.
A denúncia prossegue: “coordenações que não possuem habilidades técnicas, porém servem aos atos inadequados do Gestor. Lembro – diz a denúncia - ainda que este Gestor pretende ser candidato a vereador nas próximas eleições e acreditamos que esta secretaria serve de trampolim para sua candidatura, pois vem utilizando de sua imagem e cargo para promover-se. Estes que são visíveis em suas redes sociais, como facebook. Práticas assistencialistas, que estão em desacordo com a pasta política de sua gerencia, entre outras”. É preciso escrever mais?
Volto para encerrar. Mas, quem permitiu isso? O Ministério Público. E só ele pode consertar, se quiser.
Começou com aparelhamento político partidário e confessional acintoso em algo sensível e técnico.
Imediatamente veio à mudança da lei que obrigava a repasses mínimos ao Fundo da Infância e Adolescência para deixar à míngua os programas de inserção e inclusão sociais. Basta anotar do R$1,06 milhão que está rubricado no Orçamento para o FIA neste ano, ele será de minguados R$185 mil, ano de campanha eleitoral.
Passou pelo quase fechamento da Casa Lar e se retraiu após denúncia aqui; passou também pela retirada da concorrência na gestão dos abrigos.
E para completar, estabeleceu-se na transformação do Conselho Tutelar num puxadinho político e de amigos do poder de plantão (e na última eleição, eliminou-se até quase todos os candidatos para haver uma quase recondução dos fiéis). Agora, há um chororô e sem fim sobre o programa Criança Feliz.
Da série: perguntar não ofende, olhando esta pequena lista acima e que é bem mais longa: isto já não estava anunciado na administração de Kleber, onde todo o dinheiro do caixa tem que ir para as obras físicas que cheiram dúvidas e se arrastam na execução, ou para emprego de cabos eleitorais visando à reeleição do poder de plantão?
Mais. Eles agora estão reclamando, entretanto, o silêncio dos funcionários da secretaria de Assistência Social é cúmplice desse resultado que neste momento denunciam e tentam reverter. Todos dizem estarem infelizes. Poderá ser tarde. Esta infelicidade não veio de uma hora para a outra. Ele é a soma de práticas toleradas e coniventes da sociedade como um todo e das instituições de fiscalização. Acorda, Gaspar!
QUAIS OS OBJETIVOS DO PROGRAMA CRIANÇA FELIZ?
Promover o desenvolvimento humano a partir do apoio e do acompanhamento do desenvolvimento infantil integral na primeira infância; apoiar a gestante e a família na preparação para o nascimento e nos cuidados perinatais; colaborar no exercício da parentalidade, fortalecendo os vínculos e o papel das famílias para o desempenho da função de cuidado, proteção e educação de crianças na faixa etária de até seis anos de idade; mediar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e das suas famílias às políticas e serviços públicos de que necessitem; integrar, ampliar e fortalecer ações de políticas públicas voltadas para as gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias.
Décio Lima (à esquerda), presidente do PT catarinense tenta viabilizar a vinda do ex-presidiário Lula a Santa Catarina, enquanto o ex-prefeito de Gaspar, Celso Zuchi, está se vestindo de candidato viável
O presidente do PT de Santa Catarina, ex-prefeito de Blumenau por dois mandatos e deputado Federal por outros tantos, o itajaiense Décio Neri de Lima, manifestou o desejo de trazer o ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, fundador e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, e sua caravana, a Santa Catarina.
Uma boa ideia (opa!), mas Décio precisará de uma certa dose de ousadia e coragem. E no roteiro não deveria esquecer de incluir a Gaspar – praticamente o único reduto petista que resiste no Vale do Itajaí - para um discurso em praça pública, ao lado do Pedro Celso Zuchi. Ele já foi três vezes prefeito daqui e se ensaia, com certa chance ao quarto mandato.
Se Décio fizer isso, e até os petistas mais empedernidos daqui temem por tal ato, estará assassinando qualquer mínima chance da volta ao PT ao poder. Esta volta está aberta por culpa exclusiva dos auto-desgastes que os “çabios” do MDB e PP estão infligindo à administração do prefeito Kleber Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, com a orquestração do prefeito de fato, presidente do MDB, e secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira. Esta volta está aberta uma terceira via não consegue surgir nem pela união, nem pelo surgimento de um nome novo e que represente mudanças ao conhecido modo de governar do MDB, PP e PT. MDB faz de tudo para sufocar qualquer iniciativa. O PT espera a oportunidade lhe cair no colo. E a vinda de Lula por aqui poderia significar a fuga da sorte e da oportunidade numa comunidade e momento conservador.
Lula depois que saiu da cadeia, porque os parlamentares (deputados Federais e Senadores) não fizeram a parte deles para impedir que condenados em segunda instância fiquem na cadeia, num ato de auto-preservação, pois uma grande parte está de rabo preso neste assunto, o ex-presidiário virou um valentão, aposta que todos os brasileiros são desmemoriados e que a grave crise econômica onde ainda estamos metidos, não foi obra do PT.
Voltando a terrinha e para encerrar. Quem tem reais chances de voltar ao poder em Gaspar não é exatamente o PT, mas o nome de Pedro Celso Zuchi. Nenhum outro nome do partido testado sai do traço. E Zuchi – com todas as críticas, dúvidas e defeitos - só tem essa chance porque Kleber, Luiz Carlos e Pereira são os maiores cabos eleitorais da volta de Zuchi e falta de uma nova opção real da terceira via. E quando ela surgir, os dois – Kleber e Zuchi - podem ir para o vinagre. Acorda, Gaspar!
O professor Lodemar Luciano Schmitt – que já foi candidato à presidência do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, Sintrapug e até a vereador, e em ambos perdeu. - é um professor de qualidade duvidosa? Eu não o conheço. Mas, aos que o conhecem, que trabalharam com ele, ou são pais de ex-alunos dele e fiz esta pergunta, foram unânimes: é um profissional exemplar.
Ele se candidatou e era o único, a ser diretor da escola Dolores Luzia dos Santos Krauss, no bairro Figueira. Tudo ia bem, quando às vésperas do pleito, em redes sociais, uma mãe, desesperada, fazia apelo às outras, contra a pretensão de Lodemar sob a justificativa de estar protegendo seus filhos e as crianças e jovens da escola. A razão disso? Ser Lodemar declaradamente homossexual.
Dali em diante uma baixaria nas redes. O caráter e a capacidade técnica de Lodemar – essenciais para ele ser ou não diretor da escola no voto livre - não estavam mais em discussão. Guardadas as proporções e que já se superaram em parte em algumas sociedades, é o mesmo fato de uma mulher por ser mulher, não pode ser candidata a qualquer coisa no ambiente profissional e competitivo.
E pior: a imprensa daqui calada. Não aqui nesta coluna, é claro, e nem no portal do Cruzeiro do Vale, que esclareceu tudo. Lodemar está eleito, numa disputa que envolveu 21 escolas e CDIs na sexta-feira passada na rede municipal. Em apenas duas escolas, a Norma Mônica Sabel e Professor Olímpio Moretto, bem como no CDI Tia Maria Elisa, houve disputa entre candidatos.
Quais as conclusões? Muitas, depende de como se olhe o copo meio vazio, meio cheio. É próprio de como estamos divididos em tudo e com pouco conhecimento para argumentar num mundo em mudanças profundas.
O que é mais perigoso: a imprensa que os ofendidos ameaçam a toda hora de processos e boicote econômico, ou as redes sociais que se alimentam de qualquer smartphone solitário e ensandecido? Este espaço e o portal Cruzeiro do Vale foram, mais uma vez, os que trataram de um assunto comum da coletividade. E houve quem se queixasse que a imprensa estava abafando o caso. Ou seja, mais uma vez, prova-se, de estão lendo ou ouvindo jornal, site ou rádio errados. Por isso, estão tão mal informados.
A mãe que gerou a celeuma se desculpou. Fez isso, tardiamente e por pressão.
Mas, esse preconceito é latente na sociedade e em alguns casos, é bandeira política partidária (Lodemar já foi candidato a vereador pelo PT e teve que ficar na dele). O uso político e até partidário para esses casos piora tudo, inclusive para os discriminados.
Agora, é ficar de olho se isto – o bafafá e a condição de homossexual assumido de Lodemar - não será uma silenciosa desculpa para encontrar daqui a pouco “outros defeitos” no novo diretor da escola, como os políticos “encontraram” no dia 15 de abril na premiada e reconhecida pedagoga diretora do Colégio Estadual Frei Godofredo, Viviana Maria Schmitt dos Santos. Acorda, Gaspar!
O governador Carlos Moisés da Silva, PSL, está bem avaliado em Blumenau, segundo uma pesquisa feita recentemente pelo Instituto Paraná de Pesquisas. Aprovam o modo dele de governar, 69,4% e desaprovam 23,8%.
Enquanto isso, a avaliação do governo do estado pelos blumenauenses é ótima para 8,4% dos entrevistados e boa para 40,3%. Os que acham regular são 33,8%. Ruim 7,8% e péssima, apenas 5,8%. Este tipo de pesquisa deve ser sinalizadora para os políticos da vizinha Gaspar e pode explicar a razão pela qual nas pesquisas oficiais, quase 70% são de indecisos, nulos, brancos e nenhum. Acorda, Gaspar!
Bingo. Só agora, muito tardiamente, uma boa parte dos vereadores de Gaspar se acordaram. Ufa! Mas, estava na cara de todos. Esses vereadores têm certeza de que o edital para conceder ou permitir a exploração dos serviços de transporte coletivo urbano – cuja concorrência deu deserta, ou seja, ninguém apareceu - foi armado para ninguém querê-la nas condições em que ela foi ofertada. Ou seja, havia aprendizado e sinalizações para isso não acontecer pela segunda vez. Uau!
Pois é. Os meus leitores e leitores já sabiam disso há meses. Há quase uma dezena de densos e longos artigos explicando essa lógica. É só revisitá-los. Era uma concorrência do século 21 com todos os contornos do século 20.
Nessa concorrência muito malsucedida por repetição no mesmo objeto, só se olhou o caixa, o quanto da prefeitura queria ganhar do vencedor e não no serviço essencial à população de pobres, trabalhadores, professores estudantes....
Parte da culpa é do Ministério Público; esteve ausente, parte do Tribunal de Contas do Estado que só olhou as cláusulas para não ferir a lei 8.666; parte da culpa é dos próprios vereadores que não se interessaram pelo assunto mais cedo para evitar o desinteresse; parte da culpa é da própria Agência Reguladora da Associação de Municípios do Médio Vale do Itajaí. Ela só analisou aspectos técnicos e legais; não avançou naquilo que a informalidade faz melhor, o município não ganha nada e os usuários são reféns do improviso e ilegalidade que só ganha naquilo que é o filé mignon do serviço que oferecem.
Resta saber, o porquê se fez tantas exigências absurdas no edital, além do “pedágio” alto, o capital próprio excessivamente alto. Foi ele que eliminou os concorrentes regionais e. Resultado imediato? Ficou-se refém de outras exigências de quem faz o serviço precariamente?
Agora, a Caturani que não tinha experiência nenhuma nesse tipo de serviço, aprendeu e está habilitada à concorrência, e depois que ninguém apareceu para substitui-la, ficou valente, e quer aumentar as tarifas alegando prejuízos. Para um município que não conseguiu sequer regulamentar o uso do Uber – por falta de iniciativa do prefeito, seus luas-pretas, procuradoria geral e dos próprios vereadores -, tudo está dentro do padrão de atraso contra a cidade, apesar da propaganda oficial ser de “eficiência” e de “avançar”.
Um exemplo de avanço pela cidade, os cidadãos e pelo diálogo. O PL 44 – necessário, mas cheio de imposições absurdas e que levariam a piorar o que está já ruim (e sem controle mínimo na evolução urbana e proteção do meio-ambiente) - que o Executivo queria enfiar goela abaixo na Câmara aos gasparenses. Uma emenda substitutiva global construída pelos vereadores do governo e da dita oposição mudou a história.
Com ela, perdeu o líder do governo Francisco Solano Anhaia, MDB. Ele brigou – e de forma cega - para impor o projeto original de Kleber e seus çabios aos vereadores e gasparenses. Anhaia não conseguiu ouvir o discurso de vereadores como Cícero Giovane Amaro, PSD, só pelo simples fato dele ser da dita oposição. Não percebeu que nascia uma maioria para derrotar os termos de Kleber. Muito menos percebeu à necessidade a mínima coerência a favor da cidade e dos cidadãos.
Com a emenda global construída em 14 dias, votada e aprovada por unanimidade, apesar não dela não ser uma perfeição, ganhou Gaspar, os cidadãos, a oposição, o próprio governo de Kleber e principalmente à ponderação do líder do MDB, Francisco Hostins Júnior que substitui o papel do líder do governo.
Hostins livrou o prefeito mal orientado por çabios de uma possível derrota, a qual Anhaia não enxergou ou quis pagar para ver há três semanas. O PL em questão é para “o controle de coleta, transporte e destinação de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, não abrangidos pela coleta regular”, que inclui outros entulhos domésticos e até utensílios ou móveis velhos.
Esta lei é importante para hoje e o futuro principalmente. Entretanto, se não houver à conscientização do cidadão –e do empreiteiro - pela sua cidade, pouco adiantará tê-la em vigor. As multas - as quais o governo de Kleber só pensou nelas para encher as burras da prefeitura, mesmo não tendo estrutura para exercê-las, talvez tenha feito isso para legalmente para perseguir adversários - começam ser aplicadas em 90 dias, após a sansão do PL 44/2019 em lei pelo prefeito Kleber. Acorda, Gaspar!
E por falar em Francisco Hostins Júnior.
Tramitava uma moção para repudiar o governo de Jair Messias Bolsonaro, sem partido. O presidente ao criar um programa para empregar a jovens – os mais prejudicados hoje em dia pela falta de experiência contra a necessidade produtiva de qualidade -, colocava um jabuti para terminar com o registro de jornalista – uma profissão em extinção aos moldes das madrassas da esquerda do atraso das faculdades, cujos cursos estão sendo fechados pela simples falta de perspectivas futuras dessa profissão decorrente das mudanças do mundo da comunicação.
Na discussão da moção assinada por vários vereadores, lá pelas tantas, a ex-vice-prefeita, a berçarista, a vereadora Mariluci Deschamps Rosa, PT, justificou o seu voto favorável à moção.
E para isso, descascou pau puro no projeto do governo Bolsonaro. Tudo por questões puramente ideológicas, palanque e contra a realidade onde as vagas de empregos crescem. Já são 850 mil carteiras assinadas contra 14 milhões de desempregados gerados pelo desastre petista chamado Dilma Vanna Rousseff.
Para Mariluci, mesmo diante desses números reais e irrefutáveis disponíveis no bando de dados do IBGE, Bolsonaro é o maior desempregador, com políticas voltadas para enriquecer o empresariado. Incrível! São justamente os empresários, que correm riscos são os que estão gerando empregos, num estado falido, cheio de privilégios para poucos e tudo bancado pelos pesados impostos dos brasileiros.
Gente doida essa do PT. Parece que lhes falta espelho ou nos considera todos analfabetos, ignorantes, desinformados (na era digital e de aplicativos de mensagens, se subtraímos a suprema imprensa que dá credibilidade à notícia), imbecis e fanáticos ventríloquos de gente esperta e sabida. Na mesma pilha, entrou o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, um funcionário público municipal, estável, como Mariluci.
Vamos tirar a prova dos nove aos dois? Quem mais desempregou no Brasil na última década? Dilma Vana Rousseff, PT. Foram quase de 14 milhões de trabalhadores na rua. Hoje são 12,4 milhões. E se continuasse o ritmo de Dilma, estaríamos com quase 20 milhões de desemprego formal, segundo estudos estatísticos sérios e disponíveis na academia. E as comparações não param aí em mudanças lentas, palpáveis. Imagina-se onde poderíamos estar se Bolsonaro não inventasse todos os dias um escândalo.
Quem deu maiores ganhos aos bancos? O PT do ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma (nunca presa). Qual o período de maior recessão que supera até a depressão mundial de 1929? A da petista Dilma. Quais os governos que mais se empregou companheiros desocupados, ONGs farsantes, em tetas e programas governamentais sustentados pelos pesados impostos do povo – a maioria pobre? Lula e Dilma.
Quer mais? Qual o tempo em que se deu a maior corrupção na qual se transferiu a poucos os bilhões de reais dos pesados impostos dos milhões de brasileiros, inclusive dos desempregados que pagam impostos quando comem, tomam ária, usam transporte público....? No tempo de Lula e Dilma com mensalão, petrolão, eletrolão e tantos outros escândalos.
Hotins então resolveu esclarecer: “Estou votando pela manutenção do registro de jornalista e não contra a contratação de jovens que não conseguem o seu primeiro emprego. Não confunda isso, por favor, vereadora!”. Hostins, advogado, estranhamente foi usado para dar estabilidade conservadora e foi catador de votos para os petistas Pedro Celso Zuchi e Mariluci. E por isso se tornou secretário de Saúde de Gaspar. E não foi tão mal assim. Bem melhor do que o atual prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira. Acorda, Gaspar!
Fica assim, é repetitivo e por isso mesmo uma verdade (Joseph Goebbels). A drenagem da Rua Frei Solano foi feita nas coxas pelo Samae e sob a supervisão de engenheiros contratados e bem pagos para fiscalizar a obra.
Kleber – passados nove meses - não consegue apresentar esse projeto aos vereadores – nem mesmo sob mandado judicial que atendeu em parte. Sabe-se apenas de um desenho do traçado da obra, mas sem assinaturas legais.
E por que disso? É que se apresentar o projeto, alguém vai ter que ser responsabilizado pelos erros que estão sendo corrigidos agora seja pela a empreiteira que a prefeitura botou para correr, seja pela mão-de-obra própria da prefeitura arranjada para tudo esconder e nada se provar. O tal projeto é o que o vereador morador do bairro Gasparinho, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, cobra todas as sessões e o líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, finge não entender. Acorda, Gaspar!
Já escrevi aqui, que nem ler pareceres simples, com palavras simples, alguns vereadores de Gaspar são capazes. Isso mostra que não estão familiarizados com a atividade, não fizeram a lição mínima de ler antes o tem que ler e se fica a impressão, clara, que estão cumprindo o papel em nome de outros.
Normalmente, o linguajar é comedido. Mas, nas últimas sessões, a palavra “porra”, tem sido usada como sinônimo de muitas palavras normais do vocabulário simples, menos naquilo que ela é de verdade.
O experimentado político e presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, está incomodado com a pescaria que o suplente Alexsandro Burnier, PSB, está fazendo em Florianópolis para Gaspar e o Bela Vista.
Ciro – atrelado ao deputado Jerry Comper, MDB, aquele que teve a ideia de tirar ICMS dos municípios com mais de dez mil habitantes para dar aos menores para se livrarem do prejuízo onde estão metidos - tem uma tese: a de que o jovem político está batendo em muitas portas e vai ficar na mão. Se Ciro tem certeza disso, qual o motivo da preocupação?
Perguntar não ofende: o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, está questionando de onde veio o dinheiro (e quanto) para recuperar a barranca do Rio Itajaí Açú, na Rua Nereu Ramos, Coloninha, e que está a perigo novamente. Vai esperar sentado, Acorda, Gaspar!
A Câmara vai dar R$500 mil do orçamento dela para se fazer quase 400 procedimentos em mutirão na área da Saúde em Gaspar.
Até hoje e lá se foram meses, nem a secretaria da Saúde consegui explicar até hoje, nem a Câmara soube até hoje, nem o Ministério Público desvendou, como uma paciente, que não era de Gaspar, mas ligada à gente da cúpula do poder de plantão furou a fila e atendida por médico, fez exames por aqui, inclusive de mamografia.
Qual a garantia – e transparência - de que este mutirão não terá privilégios como este e tratamento para benefícios eleitorais onde tudo é feito na prefeitura com este sentido para outubro do ano que vem? Acorda, Gaspar!
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