O Brasil e os municípios novos só o são no discurso. Quando aparece uma ideia para mudar e usar melhor os escassos pesados impostos, os políticos jovens manobram para tudo continuar velho nos privilégios e desperdícios - Jornal Cruzeiro do Vale

O Brasil e os municípios novos só o são no discurso. Quando aparece uma ideia para mudar e usar melhor os escassos pesados impostos, os políticos jovens manobram para tudo continuar velho nos privilégios e desperdícios

12/12/2019

O novo e o velho I

Começo com duas desculpas. Elas trazem, na verdade, um retrato acabado do passado e esboça a imagem do futuro dos políticos e da política por aqui. A primeira desculpa é que por obrigação industrial, quando escrevi esta coluna, não sabia quem teria sido eleito presidente da Câmara para o ano que vem, bem como até que ponto, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e o seu novo blocão, ousou, novamente, interferir em outro poder, independente, onde Kleber já foi presidente. Assim, mais que outros, ele deveria conhecer à importância dessa autonomia para a harmonia no seu governo ainda mais diante de tantas trapalhadas, aparelhamento, arrogância, imposições, vingança e sobretudo, muita propaganda enganosa e falta de transparência. A segunda desculpa é, que quando fechei a coluna para manda-la à gráfica, não sabia se a segunda Comissão Parlamentar de Inquérito que se alinhavava nos bastidores chegou mesmo às vias de ser protocolada na Câmara. Como se vê, o destino de Kleber começa a ficar exposto cada vez mais que se aproxima outubro do ano que vem. Brincou com fogo. Coisa da oposição? Que nada! Dos jovens orientados pelos velhos com as velhas práticas de sempre.

O novo e o velho II

No tempo do governo petista de Pedro Celso Zuchi, o Dia dos Pais e o Dia das Mães acabaram “abolidos” das comemorações das escolas e CDIs municipais. Uma questão ideológica e burra. A esquerda do atraso é contra qualquer sentimento familiar. Em nome de uma minoria, não se podia constranger quem por ventura não tivesse pai declarado na certidão de nascimento ou a mãe não pudesse estar nas confraternizações. Além disso, para essa gente, crianças, no máximo, têm “cuidadoras” ou “cuidadores” e não pais (Hum!). No governo do evangélico, ou seja, cristão, Kleber Edson Wan Dall, MDB, as festinhas de encerramento do ano letivo nos Centros de Desenvolvimento Infantil, principalmente, não podem se cantar coisas que lembrem o Natal – uma festa cristã, essencialmente. Não há nada escrito sobre essa estranha proibição – e isso, por esperteza para nada se provar - mas nos aplicativos de mensagens, as orientações informais das diretoras abundam ao professorado. Todos com medo de desafiar o poder de plantão. Ainda bem que a secretaria de Educação - e que agora é área de moeda de troca para as eleições do ano que vem de tão desimportante que é -, não interferiu na apresentação natalina feita nas escadarias da nossa Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo, que inclui músicas sacras. Por isso, ela foi um sucesso e emocionou.

O novo e o velho III

O deputado Jerry Comper, MDB, jovem, sucessor do falecido Aldo Schneider e que por aqui tem o presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, não foi corajoso, mas petulante. Apresentou na Assembleia um Projeto de Lei para tirar parte do ICMS dos municípios com mais de dez mil habitantes e repassá-los aos com menos de menos mil habitantes. Jerry ignorou que os municípios médios e grandes também têm problemas bem mais complexos e maiores, que os pequenos que nem deveriam existir, porque não possuem sequer condições econômicas de sobrevivência. Eles existem frutos de birras entre vizinhos, ou do ego de políticos e que custam muito aos próprios moradores. O dinheiro que vai para sustentar a administração, as câmaras e o desperdício, falta à saúde, a educação e manutenção mínima e básica dessas cidades.

O novo e o velho IV

Tanto o presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, quanto o seu ministro de Economia, Paulo Guedes, fizeram o oposto que o deputado de primeiro mandato, o jovem Jerry Comper, MDB: estão propondo à fusão dos pequenos municípios que não conseguem se sustentar e são exclusivamente dependentes de repasses de verbas públicas federais ou estaduais. Por esta ideia óbvia e sensata tentativa, estão sendo metralhados, inclusive pela Federação Catarinense dos Municípios, cujo presidente e ex-deputado estadual, hoje prefeito de Tubarão, Joarez Pontecelli, PP – que também não quer perder o ICM que lhe quer tirar Jerry. E por que a Fecam é contra? Os políticos-chupins vão perder cabos eleitorais pagos com dinheiro dos pesados impostos empregados na prefeitura e câmara. Dinheiro escasso e que está faltando em outras prioridades.

O novo e o velho V

Esta é a questão de fundo que moveu Jerry com seu projeto demagogo e despropositado. Alguma dúvida? Então veja os números: salários, gratificações, verbas de gabinete e indenizatórias e outras regalias pagas nas Câmara municipais no ano passado em cidades com menos de 20 mil habitantes, repito, com menos de 20 mil habitantes, custaram a assustadora cifra R$ 16,44 bilhões aos cofres públicos. O dado faz parte do “Anuário Multicidades: Finanças dos Municípios do Brasil”, produzido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), ou seja, este custo é 2,7 vezes mais do que os municípios arrecadaram, em média com IPTU, se tudo fosse cobrado. Não cobre nem as despesas da Câmara, muito menos dos municípios. É ou não uma vergonha, não apenas a situação de penúria, mas a defesa dela, e a cara de pau para nos esfolar como pagadores de pesados impostos?

TRAPICHE

Quem assiste a CPI na Câmara contra o prefeito Kleber Edson Wan Dall, acha que é filme velho e repetido do MDB. Ele não teria aprendido nada com o passado. O ex-prefeito Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, cismava que tinha o corpo fechado. O tempo e instituições provaram que não.

O Ministério Público com Assis Maciel Kretzer, atuante na época, encurtou o mandato de Nadinho. Foi o único prefeito até agora a não finalizar o governo em Gaspar. Foi substituído pelo vice, Andreone Cordeiro dos Santos, PTB, casualmente, neto do primeiro prefeito eleito de Gaspar, João dos Santos.

Adilson Luiz Schmitt eleito com o PP – na primeira união da cobra com o sapo - decidiu enfrentar o MDB que e o elegeu. É o mesmo que manda hoje em Kleber. Deixou o MDB e andou pelo PSB e PPS. Também, mal orientado, ficou com fama de vingador. Ela colou até hoje e não o larga. O esquema de poder não o perdoou pelo voo solo.

Mesmo acuado de todos os lados e depois daquela fatídica entrevista na Rádio Sentinela do Vale onde acusou um monte de gente de corrupta, Adilson sobreviveu ao mandato. O preço foi alto. Não se reelegeu. E quando tentou mais uma vez, perdeu. Três CPIs rondaram a sua vida, mas só sobreviveram como denúncias no Tribunal de Contas e que não deram em nada. Foram a contratação do lixo pela Recicle, os serviços contratados para o cemitério e as lombadas eletrônicas, na Ditran, tocada por Ciro André Quintino.

Outras três CPIs, todavia, vingaram e não deram em nada. Todas tiveram o dedo ou a omissão intencional do MDB que hoje comanda a prefeitura: uma foi por supostamente ter trancado dos servidores no paço; por ter batido no carro da vereadora Ivete Mafra Hammes, MDB. Outra, foi no tempo do petista Pedro Celso Zuchi. Os seus apuraram os serviços emergenciais que a Salseiros, de Itajaí, realizou em Gaspar durante a catástrofe ambiental severa de novembro de 2008.

Se Adilson se livrou das CPIs, não se livrou dos estragos daquela entrevista e da marcação do MDB que o tem como um traidor por não encher a barrosa com os desempregados de sempre do partido. Kleber ao menos, emprega, protege gente embrulhada e não apenas os do MDB. Acorda, Gaspar!

Transparência e prevenção zeros. O assunto foi manchete nacional no portal G1 no dia 28 de novembro. O fato ocorreu no dia 26. A secretaria da Educação da prefeitura de Gaspar tentou esconde-lo. Aqui poucos souberam. A “imprensa é um perigo”. Os perigosos, todavia, são os políticos e gestores públicos irresponsáveis. Alô Conselho Tutelar, puxadinho da secretaria aparelhada de Assistência Social e Ministério Público!

O assunto só saiu do “controle da secretaria” porque o Corpo de Bombeiros e o Samu foram chamados diante da gravidade e emergência, exatamente para ajudar livrar uma criança de um acidente quase mortal em brinquedo no CDI, Mercedes Melato Beduschi, no Bateias.

Se olharem bem o que se esconde, duas crianças outras já perderam o dedo numa porta de CDI. Como se camufla tudo, outras serão mutiladas. E por que? Simples! Ao esconder incidentes ou acidentes tão graves da imprensa, o poder público, por seus irresponsáveis, não trabalha para eliminar os riscos de acidentes. Vergonha! Quando isso vai mudar? Acorda, Gaspar!

 

Edição 1931

Comentários

Herculano
15/12/2019 21:32
da série: a Justiça cada vez mais no banco dos réus, feita para ricos, poderosos e uma minoria que não quer a prisão em segunda instância. Entenda a razão. Este caso é claro

"CALMA QUE NóS TEMOS QUE ESPERAR O JOAQUIM ENTRAR DE FÉRIAS"

Conteúdo de O Antagonista. Um grampo da PF ao qual a Folha teve acesso parece mostrar que Alexandre de Moraes, ainda quando era secretário de Segurança Pública de São Paulo, teria conversado com o desembargador Alexandre Victor de Carvalho, do TJ-MG - que, na época, era suspeito de ilegalidades em um processo que poderia afastá-lo do cargo - e sugerido que falaria com ministros do STF sobre o caso.

Segundo o jornal, o diálogo gravado é de 6 de novembro de 2015. Na ocasião, o desembargador liga para o gabinete de Moraes na Secretaria de Segurança e é atendido por uma funcionária, que repassa a ligação ao então secretário.

"Falei com você: calma que nós temos que esperar o Joaquim [Barbosa] entrar de férias, senão nós estamos fodidos", disse Moraes a Carvalho, referindo-se ao então presidente do STF, que estava prestes a tirar alguns dias de descanso. "Dia 15 de janeiro, o [Ricardo] Lewandowski assumiu [o plantão do STF], eu fui lá no dia 16 e, na própria decisão, ele já mata."

Em outro trecho da conversa, Moraes diz que também falou com Dias Toffoli - hoje presidente do STF - em um evento que reuniu juízes em São Paulo. "Vai [ser julgado] terça, pode ficar tranquilo, viu?", diz. "Fui convidado para dar uma palestra cedinho, bati um papo com ele, então não vai ter novidades."

Gilmar Mendes também é citado pelo então secretário de Segurança Pública de SP.

"O Gilmar vem hoje à noite para este encontro também. Aí eu troco uma ideia com ele. Sabe que cabeça de juiz, essa cabeça louca de vocês, não é? Mas é bom tirar da frente, quero começar fazer campanha pra você pro STJ [Superior Tribunal de Justiça], pô!", diz Moraes ao desembargador do TJ-MG.

O então secretário também diz que pediria para Lewandowski "dar um toque" em outros dois ministros do STF - Teori Zavascki e Cármen Lúcia. "Então, a Cármen é daí, né, meu? Se você tiver alguém pra lembrar ela só, não é ruim? Não vamos bobear no finalzinho, não é?", afirma.

O processo envolvendo Carvalho foi julgado 11 dias depois das conversas com Moraes ?" a Segunda Turma do STF, por unanimidade, arquivou a reclamação disciplinar no CNJ.

Segundo a lei 8.906, de 1994, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia, ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da administração pública ?" como os secretários de Estado - não podem atuar como advogados.

Procurado pela Folha, Moraes disse que não se manifestaria sobre a reportagem. Por meio de assessores, Dias Toffoli enviou a seguinte declaração: "O ministro Alexandre de Moraes nunca tratou de referido tema comigo". O STF informou que "não há regulamentação" sobre o tema.

Alexandre Victor de Carvalho é o atual vice-presidente e corregedor do TRE-MG.
Herculano
15/12/2019 21:19
MORO: CRIMES CAEM "EM INTENSIDADE SEM PRECEDENTES HIST?"RICOS"

Conteúdo de O Anagonista. Pelo Twitter, Sergio Moro rebateu uma reportagem publicada neste domingo pela Folha que, sabe-se lá como, chegou à conclusão de que a segurança "mais recua do que avança" no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro.

Moro recorreu aos números:

"Crimes caem em todo o país em intensidade sem precedentes históricos. Assassinatos: menos 22%. Roubos a bancos: 40% a menos. Segundo Folha de S.Paulo e ONG, a segurança pública piorou. Todos têm direito à sua opinião, mas não aos seus próprios fatos", escreveu o ministro da Justiça.

E completou: "Fatos são coisas teimosas".
Herculano
15/12/2019 09:51
AGRESSIVIDADE DO FILHO DE CAMPOS ATRIBUÍDA À MÃE, por Cláudio Humberto,na coluna que publicou neste domingo.

A certeza de Antônio Campos, irmão do falecido ex-governador Eduardo Campos, é compartilhada por grande parte da família Arraes e políticos de Pernambuco: seria influência de Renata, a mãe, a atitude agressiva do deputado João Campos (PSB-PE), que na quarta (11) atacou o tio durante sessão da Comissão de Educação da Câmara. Ex-militante de partidos de esquerda, Renata tem fama de irascível e xiita, apesar de viúva de Campos, "rei da simpatia" e do arranjo político.

EI, SOU DE ESQUERDA

João Campos marca sua atuação na Câmara pelo tom agressivo e pelo uso abusivo de frases feitas e de surrado jargão esquerdista.

O ATAQUE AO TIO

Ao interpelar de maneira desaforada o ministro Abraham Weintraub, na Câmara, João Campos afirmou que o tio Antônio "é pior que você".

CARGO DA DISCóRDIA

Há outras razões para a briga, mas Antônio irritou João e sobretudo a mãe Renata ao aceitar presidir a Fundação Joaquim Nabuco, do MEC.

CONDENAÇÃO DE AVó

Ministra Ana Arraes (TCU) deu pito no neto: "Liderança se consegue construindo. O desrespeito fica para quem não tem argumentos."

MAIA PROMETE 'COOPERAR' COM DIREITOS HUMANOS

Em Genebra, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, continuou a agenda de pré-candidato com reuniões com autoridades de organismos internacionais hostis ao presidente Jair Bolsonaro. Encontrou com a chilena Michelle Bachelet, atual Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, uma das maiores críticas do presidente. Maia prometeu uma "cooperação" entre a Câmara brasileira e o escritório da ACNUDH para implementar compromissos do Brasil na área de direitos humanos.

OMS E OIT

Maia esteve com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde e também com o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho.

TRABALHISMO, NÃO

Na OIT, o presidente da Câmara discutiu as reformas da previdência, trabalhista e a subsequente retomada do crescimento da economia.

NEM TODOS

O encontro de Maia com o presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, previsto na agenda, foi cancelado.

R$ 1,3 BILHÃO COM VIAGENS

As 812,8 mil viagens realizadas por funcionários públicos, militares, comissionados ou colaboradores eventuais da administração pública federal, fundações e autarquias, custou ao contribuinte R$ 1,3 bilhão apenas em 2019. O valor inclui o que gasto com passagens e diárias.

COMITIVA SECRETA

Rodrigo Maia usa dinheiro público como bem entende, em suas muitas viagens pelas asas da FAB, mas a Câmara dos Deputados não divulga os custos e nem mesmo quem o acompanhou a Genebra, na Suíça, para cumprir agenda quase irrelevante. A comitiva é secreta.

EXEMPLO ISOLADO

Enquanto o presidente da Câmara gasta sem piedade dinheiro público em viagens pela FAB, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, paga do seu bolso despesas de viagem como passagens, hotéis etc.

DOIS PRA CÁ, DOIS PRA LÁ

O presidente Bolsonaro agiu corretamente ao informar que fez exame para verificar suspeita de câncer de pele. Todo mundo noticiou isso. Mas, ante a repercussão, acusou a imprensa de divulgar "fake news".

VIAGEM É 'DESTAQUE'

O Senado elegeu a viagem do presidente da Casa, Davi Alcolumbre, à Espanha como "destaque da semana". No jato da FAB para Madri, para a COP25, entre os dias 6 e 10, a comitiva foi de 11 privilegiados.

BEM NA FITA

Pesquisa vai, pesquisa vem, e uma lei permanece imutável na Bahia: o povo adora quem está no poder, desde os tempos de ACM. Hoje, como sempre, o prefeito ACM Neto (DEM) e o governador Rui Costa (PT), apesar de oponentes, são pela ordem os maiores eleitores do Estado.

TÁ FEIA A COISA

Os furtos em Brasília de uma árvore cheia de bolas e luzes, e até de um boneco Papai Noel, revelam um vale-tudo que nada tem de curioso ou engraçado. São sintomas de uma sociedade doente.

NECESSIDADE URGENTE

O Programa da ONU para o Desenvolvimento (Pnud) mostra que entre 1990 e 2017 triplicaram os brasileiros com mais de 65 anos, agora 18 milhões. Mais que necessária, a reforma da Previdência era urgente.

PENSANDO BEM...

...pelo andar dos acontecimentos, qualquer dia desses o dono da Itaipava vai tomar uma com seu grande amigo Lula, na cadeia.
Herculano
15/12/2019 09:27
da série: para refletir e entender que se trata de um movimento pendular, e como já escrevi anteriormente e abaixo, não há uma verdade definitiva, há ciclos repetidos todos registrados na história da humanidade.

DERROTA DA LEVADA DA ESQUERDA BRITÂNICA TEM ALGO A ENSINAR PARA O BRASIL, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

PIB e situação social do Reino Unido vão mal, mas conservadores ganham de lavada

Bem-estar social e economia não parecem ter sido os motivos da lavada do Partido Conservador na eleição britânica. "Economia", de resto, é conceito amplo demais para servir de motivo de explicação, entre outros problemas.

Seja como for, explicar escolhas políticas tem andado mais difícil do que de costume nesta década de revoltas e reviravoltas. O nosso Junho de 2013 é um caso exemplar; o Reino Unido dá o que pensar para o Brasil de 2019 e para os Estados Unidos e sua crucial eleição de 2020.

Desde 2010, início da sequência de governos conservadores, a economia do Reino Unido cresceu à metade do ritmo registrado sob os governos trabalhistas deste século. A desigualdade de renda aumentou ligeiramente, mais visível na perda de renda dos 20% mais pobres e no aumento da renda dos 10% mais ricos.

Sob os conservadores, o gasto per capita em saúde pública cresceu 0,6% ao ano desde 2010, ante 3,3% da média desde o fim da Segunda Guerra. O gasto por estudante da escola fundamental caiu 8% desde 2010 e ainda mais no ensino médio. São dados oficiais compilados pela "Health Foundation" e pelo "Institute of Fiscal Studies".

A situação obviamente não está boa e os britânicos estão revoltados, em especial trabalhadores de renda baixa, muitos agora ex-eleitores dos trabalhistas. Essa revolta, porém, se transforma em voto pelo brexit, contra imigrantes, em adesão a ideias autoritárias, em desconfiança de elites tecnocráticas, intelectuais e políticas. É um cenário conhecido e reconhecível em muitos países do mundo ocidental.

Voltaram as "guerras culturais", o debate de costumes, nacionalismos e outros mitos mais ou menos monstruosos que pareciam ao menos contidos desde a catástrofe da Segunda Guerra. Quase sempre os partidos à esquerda são derrotados quando as batalhas são disputadas nesses campos. Mas não parecem tão óbvios o motivo da preferência pela direita, da importância revivida das "guerras culturais" e da desimportância da discussão político-econômica.

É preciso lembrar que:

a) o aumento da produtividade nas economias avançadas está sendo capturado pelos mais ricos, nas últimas três ou quatro décadas, com quase estagnação no salário mediano real, com aumento de desigualdades e desesperança social;

b) os partidos da centro-esquerda em geral foram perdendo a identidade desde o começo dos anos 1990, virando sensaborias políticas e elitismos tecnocráticos: lembrem-se das Terceiras Vias, a versão zumbi da social-democracia.


Ou seja, as "guerras culturais" ocupam o espaço esvaziado de programas de esquerda, em particular daqueles que cheirem a naftalina dos anos 1970. Os guerreiros culturais oferecem explicações ou conforto para o ressentimento dos desvalidos e largados da economia do século 21, quando não criam diversionismos loucos e autoritários.

A esquerda não tem o que dizer ao povo miúdo nas guerras culturais ou econômicas. O que a isolada esquerda no Brasil tem a dizer ao crescente precariado, a outras massas de trabalhadores sem organização e aos "autônomos" em geral?

Essas pessoas desconfiam do Estado, que cobra imposto, azucrina ou impede o pequeno negócio ou bico, confisca mercadorias, leva propina, espanca, mata ou deixa que o traficante ou miliciano matem e roubem. Estado que, apesar desse policiamento fiscal ou terminal, não oferece escola ou hospital decentes.

A esquerda perdeu o trem ou o Uber do recomeço da história.
Herculano
15/12/2019 07:35
O TESTE DAS NOVIDADES, por Carlos Brickmann

O presidente Bolsonaro está disposto a apostar em novidades nas eleições de São Paulo: quer lançar para prefeito o jornalista José Luiz Datena, muito popular, mas nunca testado em eleições; e para governador o empresário Paulo Skaf, há doze anos presidente da Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. São conhecidos, têm estrutura, têm potencial, mas:

1 - Datena já ensaiou outras candidaturas, mas desistiu no caminho. Tem bons motivos: primeiro, é um ídolo, e se for candidato vira alvo das máquinas de destruição de reputação; segundo, terá que deixar de lado salários estimados em R$ 3 milhões por mês, e se contentar com 1% do total, aproximadamente o ordenado do prefeito. E, de estilingue, vai virar vidraça. São Paulo está abandonada e ele teria de cuidar dos problemas todos.

2 - Paulo Skaf é um bom articulador (tanto que se eterniza no comando da Fiesp sem que ninguém lhe faça oposição). Tem estrutura montada, está próximo do presidente Bolsonaro, tem bons amigos capazes de ajudá-lo, o Sesi e o Senai, que ele dirige no Estado, têm ótima reputação, especialmente na área da instrução em tempo integral. Mas seus dois empreendimentos eleitorais não funcionaram: na primeira campanha, pelo PSB, foi quarto; na segunda, pelo PMDB, foi segundo. Em ambas o PSDB ganhou no primeiro turno. O invencível candidato em eleições sindicais não mostrou até agora a capacidade de entusiasmar o eleitor.

O bolsonarismo conseguiria elegê-lo?

E OS OUTROS?

A eleição para prefeito em São Paulo promete ser difícil. O PSDB é forte e tem o governador do Estado. Joice Hasselmann, segunda deputada federal mais votada do Brasil, pode sair para a Prefeitura ou a vice. Lula quer atrair para o PT uma antiga petista, Marta Suplicy, que já foi prefeita, e tem no seu currículo a introdução do bilhete único no transporte coletivo paulistano. É briga de gente grande - e o prêmio para Datena é herdar os problemas de uma cidade há anos mal administrada, ganhando 1% do que recebe hoje.

NÚCLEO DURO

Boa parte do empresariado paulista apoia Bolsonaro, 60% consideram sua administração ótima ou boa. E Bolsonaro recebeu há dias o Grande Colar da Ordem do Mérito Industrial da CNI, Confederação Nacional da Indústria. Skaf será um aliado fiel: tirando o período Dilma - aí também já seria demais- apoiou todos os presidentes.

Se tem apoio no Governo, jamais romperá com ele.

FERVENDO

A desembargadora Maria do Socorro Santiago, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, talvez queira falar alguma coisa depois de se transformar em alvo da Operação Faroeste. Contratou para sua defesa o criminalista André Luís Callegari, que já orientou delações premiadas. Se ela optar por esse caminho, estará pondo em risco gente importante da Bahia. A desembargadora está presa preventivamente na Papuda, em Brasília. Entre outros clientes, o advogado cuidou de Wesley e Joesley Batista, da JBS, que fizeram devastadoras delações premiadas, atingindo até o presidente Temer.

A FESTA DA MEXERICA

O caro leitor sabe que o maior salário que pode ser pago pelo Tesouro é equivalente ao de ministro do Supremo, algo como R$ 40 mil mensais. Saber todos sabemos: o problema é que alguns de nós acreditamos. O Tribunal de Justiça de Pernambuco pagou a juízes e desembargadores, em novembro, quantias líquidas de até R$ 853 mil. Mas não sejamos injustos: a quantia de R$ 853.002,43 foi paga a apenas uma juíza. Já o segundo colocado, que é desembargador, teve de se contentar com apenas R$ 695.742,49.

A média das quantias pagas a 53 desembargadores - como já havia constatado o sambista Assis Valente, nem todo mundo é filho de Papai Noel - foi menor, de R$ 206.411,00. Pouco mais de cinco vezes o teto constitucional.

CHEGANDO LÁ

Como atingir quantias tão superiores ao teto? Ora, abono constitucional de um terço das férias, indenização de férias, antecipação de férias, gratificação natalina, antecipação de gratificação natalina, serviços extraordinários, substituição, pagamentos retroativos. Pague e não bufe.

BOA NOTÍCIA

A reputação de engenharia confiável e soluções criativas bem executadas marcou a construtora Mendes Junior na China, quando liderou a construção da hidrelétrica de Tiangshengqiao, de 1,2 milhão de kW, em região remota. Resultado: 18 anos mais tarde, a gigante PowerChina se associou à Mendes Junior para uma grande obra no Brasil, a extensão da linha 2 do Metrô paulistano, que duplicará o número de passageiros transportados na região.

Atingida por uma série de problemas ?" Lava Jato, a morte do lendário comandante Murillo Mendes, dívidas bilionárias que o Governo Federal se recusa a pagar ?" a Mendes Junior ganha forças para se recuperar. Este colunista, que por muitos anos trabalhou com a empresa, também comemora.
Herculano
15/12/2019 07:28
ÚLTIMA MORADA DE JK PEDE SOCORRO NO ENTORNO DE BRASÍLIA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

A'Fazendinha' só está intacta graças ao altruísmo de uma família modesta

Colhendo material para uma biografia de Juscelino Kubitschek, o repórter Lucas Figueiredo bateu em sua última morada, a "Fazendinha", uma propriedade de 310 alqueires a 85 km de Brasília. Lá está a casa onde viveu o maior presidente da segunda metade do século. Intacta, graças ao altruísmo e sentido de história de uma família modesta, ela precisa que alguém ajude a preservar esse patrimônio.

É Lucas quem conta:

"No início da década de 1970, já de volta do exílio, JK comprou um pedaço de terra em Luziânia, interior de Goiás.

Começando do nada, construiu uma casa confortável (projeto de Oscar Niemeyer, com quatro suítes, pintada por fora de azul del rey para lembrar Diamantina), mas simples (o maior luxo era uma saleta que servia de sala de jogos e discoteca). Criou gado e produziu milho, trigo e café.

À noite, JK se punha na varanda a olhar as luzes de Brasília. Quando ele morreu, um admirador do ex-presidente, Lázaro Servo, comprou a fazenda, de porteira fechada.

Hoje, um dos filhos de Lázaro, Antônio Henrique Belizário Servo, mora na fazenda com a mulher, Rosana, e os filhos. Acordam cedo e trabalham muito para manter a fazenda produtiva.

A casa está hoje como se JK tivesse saído dela ontem. Os atuais moradores não usam a sala de estar, por exemplo. É proibido sentar nos sofás de vime e nas cadeiras estofadas de veludo alemão de cor laranja, todos originais. O carpete verde é original. A cozinha ainda guarda o fogão e as panelas da família. Nos armários, cristais, louças, prataria e roupa de cama dos Kubitschek.

Na garagem, está a Mercedes-Benz preta, ano 1963 (seis cilindros, banco em couro, volante em marfim), com a qual o ex-presidente um dia planejou fazer um leilão para angariar recursos para a campanha JK-65.

Em cima de um aparador, fica uma bela maleta que guarda fichas e baralhos, na qual, no dia 20 de novembro de 1971, JK anotou a caneta, no forro de feltro verde, ter feito um royal de copas.

A joia do conjunto é a biblioteca com cerca de 1.800 livros. Lá estão livros de medicina de JK da década de 1920 (ele era médico), o livro do bebê de sua filha Márcia no qual, em outubro de 1943, ele anotou que a menina dera o primeiro sorriso depois de mamar. Há volumes autografados por Pedro Nava, Oscar Niemeyer, José Sarney e pelo embaixador americano Lincoln Gordon.

Os visitantes não podem tocar nos livros. Os poucos pesquisadores que puderam fazê-lo tiveram de usar luvas de látex, por exigência de Rosana Servo.

Muito longe de serem ricos, os proprietários mantêm a fazenda-museu com grande dificuldade; o dinheiro só sai, não entra. Recentemente, tiveram de fechar os registros dos banheiros por semanas porque um vazamento ameaçava o carpete original. Há anos, eles reivindicam no Iphan o tombamento da fazenda, sem sucesso.

Acreditam que, com o tombamento, conseguirão ao menos garantir que a propriedade e seu acervo não irão se perder. Apesar de todas as dificuldades, estão dispostos a continuar botando dinheiro do próprio bolso para preservar um patrimônio nacional e a viver numa casa em que utilizam menos de metade do espaço".

As casas do marechal Deodoro, de Prudente de Moraes e de Getúlio Vargas foram preservadas. A casa do sítio de João Goulart em Jacarepaguá foi demolida.

O que a família Servo faz pela memória de JK não tem precedente na história do Brasil.

MORO E A SENADORA CASSADA

O ministro Sergio Moro não leu os autos do processo que resultou na cassação do mandato da senadora Selma Arruda (Podemos-MT). Se tivesse lido não teria conversado com ministros do Tribunal Superior Eleitoral defendendo a salvação da senhora.

Não devia ter conversado porque não fica bem o ministro da Justiça se meter em casos desse tipo. E também porque nos autos lia-se que a doutora, como juíza, reuniu-se com marqueteiros de campanhas eleitorais. Ela se inscreveu no PSL antes da homologação de seu pedido de aposentadoria. Isso tudo e mais um empréstimo de R$ 1,5 milhão tomado ao seu suplente endinheirado. A senhora era chamada de "Moro de saia" e a cassação foi mantida por seis votos contra um.

Quem conhece direito e o funcionamento do Judiciário fulmina: "Se uma autoridade do Executivo fosse ao gabinete do juiz Moro em Curitiba para uma conversa dessas, arriscava receber voz de prisão".

SONHO PETISTA

Nas articulações de chapas para as eleições municipais do ano que vem, muitos petistas acreditam que serão favorecidos porque atrairão os votos de quem não quer "o que está aí".

Sonhar é grátis, mas Jair Bolsonaro está no Planalto exatamente porque boa parte do eleitorado fez esse raciocínio, ao contrário. Queiram qualquer um, menos o do PT.

OUTRO POVO

Em 1985, quando o ex-presidente Jânio Quadros derrotou Fernando Henrique Cardoso na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o professor Delfim Netto riu dos bem pensantes da época: "Vão precisar trocar de povo".

Essa advertência reaparece quando o Datafolha revela que Damares Alves é a vice-campeã de popularidade entre os ministros, com 43% de avaliações entre o ótimo e o bom.

GOVERNO ACREDITOU N A CAPACIDADE DE PROPAGAR LOROTAS, E PROGRAMA DE EMPREGOS ATOLOU

Planejaram aumentar a arrecadação fingindo que gerariam empregos e deram com os burros n'água

No anedotário de Brasília chama-se o Palácio do Planalto e seus salões de "Cabo Canaveral". Serve de base para lançamentos de programas e de projetos. Em novembro, Bolsonaro e Paulo Guedes lançaram o Emprego Verde e Amarelo.

Com esse foguete seriam criados 1,8 milhão de empregos formais até 2022. Seu primeiro estágio, conceitual, explodiu quando se percebeu que um programa destinado a gerar empregos taxaria os desempregados.

O segundo estágio explodiu quando a Instituição Fiscal Independente do Senado, a IFI, mostrou que a tunga arrecadaria R$ 12,7 bilhões no andar de baixo. Se tudo desse certo, a renúncia fiscal oferecida às empresas ficaria em R$ 11,3 bilhões.

O terceiro estágio explodiu quando apareceu uma nota técnica do Ministério da Economia informando que o efeito real do programa poderia ser a criação de 271 mil empregos.

Os çábios de Paulo Guedes dizem que o descrédito decorre de um problema de comunicação. Isso é o mesmo que atribuir à má qualidade das tropas romenas o desastre alemão na batalha de Stalingrado. O Emprego Verde e Amarelo atolou porque a ekipekonômica acreditou na sua capacidade de propagar lorotas. A taxação dos desempregados seria uma "inclusão previdenciária". Tudo bem, bastaria que fosse opcional. Se essa ganância prosseguir, vão taxar quem vive de bico.

Planejaram aumentar a arrecadação fingindo que gerariam empregos e deram com os burros n'água. Esse é um velho hábito da turma de Cabo Canaveral. Como às vezes os truques funcionam, os mágicos passam a acreditar nas próprias astúcias e o preço disso acaba sendo o descrédito da ekipe.
Miguel José Teixeira
14/12/2019 22:21
Senhores,

O P*Teiro está em chamas!

A escória das escórias já está refutando a escória das escórias. . .

"Marta não é bem-vinda (de volta ao PT)', diz Stédile em evento do MST..."

- Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2019/12/14/marta-nao-e-bem-vinda-de-volta-ao-pt-diz-stedile-em-evento-do-mst.htm?cmpid=copiaecola
Herculano
14/12/2019 19:30
da série: e precisava de pesquisa?

OS MAIS REJEITADOS: LULA, HADDAD E TOFFOLI

Conteúdo de O Antagonista. As figuras mais rejeitadas da República são Lula, Fernando Haddad e Dias Toffoli, segundo a pesquisa da XP.

O antipetismo triunfa.
Herculano
14/12/2019 19:25
TRADIÇÃO DO INDULTO DE NATAL VIROU UMA MALDIÇÃO, por Josias de Souza, no Uol.

Sob Michel Temer, o nobre conceito do indulto foi avacalhado. A clemência foi estendida aos condenados por corrupção. Mal lavado, Temer perdoou 80% das penas e 100% das multas impostas aos sujos da política. Bolsonaro decidiu recorrer ao mesmo tipo de seletividade para livrar da tranca os bandidos da polícia - civis e militares. A avacalhação converte a tradição do indulto em maldição.

Na campanha presidencial, Bolsonaro acusara o rival petista Fernando Haddad de ambicionar a Presidência para indultar os crimes do então presidiário Lula. Eleito, o capitão foi às redes sociais em novembro do ano passado para assegurar que o indulto concedido por Temer entraria para a história como o último.

"Fui escolhido presidente do Brasil para atender aos anseios do povo brasileiro", anotou Bolsonaro. "Pegar pesado na questão da violência e criminalidade foi um dos nossos principais compromissos de campanha. Garanto a vocês, se houver indulto para criminosos neste ano, certamente será o último". Era lorota.

Responsável pela elaboração da minuta do decreto de indulto, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), vinculado à pasta da Justiça, fez uma proposta sensata. Se fosse seguida, seriam beneficiados com o indulto apenas os presos com graves problemas de saúde .- coisas como câncer, aids e deficiências físicas.

Bolsonaro não gostou da exclusão dos policiais. "Vai ter policial sim, vai ter civil, vai ter todo mundo lá", declarou o capitão neste sábado. "Sempre estão esquecendo dos policiais. Sempre! Não é justo isso daí. Policial que tá preso aí por abuso porque dá dois tiros num vagabundo de madrugada, ele deu três, aí foi preso por abuso. Abuso é por parte de quem prendeu, no meu entender, não por parte dele, que estava cumprindo sua missão de madrugada.

Há quatro meses, Bolsonaro dissera que o indulto natalino de 2019 traria "nomes surpreendentes". O indulto não pode ser direcionado a pessoas específicas. Alcança genericamente os presos que se enquadram nos requisitos previamente estabelecidos. Mas auxiliares do presidente entendem que, assim como Temer incluiu os presos por corrupção, Bolsonaro pode enfiar no decreto policiais condenados, sem nominá-los.

Bolsonaro se equipa para perdoar criminosos da polícia contra um pano de fundo tisnado pela amizade de 30 anos que o vincula ao policial militar aposentado Fabrício Queiroz e às relações dele. Relações que vão da assessoria tóxica ao primogênito Flávio Bolsonaro aos vínculos com milicianos.

Conhecido como Caveira, o ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, da PM do Rio, foragido da Justiça, era amigo de Queiroz. A mãe e uma ex-mulher de Caveira, chefe de um grupo de milicianos batizado de "Escritório do Crime", foram acomodadas por Queiroz na folha salarial do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio.

Graças a um requerimento de Flávio Bolsonaro, Caveira e outro integrante de sua quadrilha, o major da PM fluminense Ronald Paulo Alves Pereira, foram homenageados na Assembleia Legislativa do Rio em 2003 e 2004. É nesse contexto que surge a intenção do presidente da República de vestir-se de Papai Noel para abrir a cela de policiais condenados.

Quando Temer levou o indulto às fronteiras do escárnio, a Procuradoria-Geral da República recorreu ao Supremo Tribunal Federal. O ministro Luís Roberto Barroso levou o pé à porta, atenuando o absurdo por meio de uma liminar. Mas Temer acabou prevalecendo no plenário da Suprema Corte.

Prevaleceu a tese segundo a qual o indulto é um ato discricionário do presidente. Ou seja: no limite, Bolsonaro pode fazer agora o que lhe der na telha. Temer usou a liberalidade do Supremo para dar um estímulo equivocado às pessoas erradas, consolidando a ideia de que o Brasil é mesmo o paraíso de corruptos, corruptores, peculatários, prevaricadores e assemelhados. Bolsonaro dirá até 25 de dezembro até onde planeja esticar a maldição, esclarecendo que tipo de país pretende construir.
Herculano
14/12/2019 17:36
da série: o MDB catarinense sob necrópsia. Abaixo e mais cedo lhes relatei a condenação do deputado e ex-presidente da Alesc, Romildo Titon e lá mencionei o fim de uma era. E nela inclui Elizeu Mattos que foi líder do governo de Luiz Henrique da Silveira. Para quem tem memória curta, trago esta postagem de ontem. É o velho MDB protegendo o velho MDB.

MINISTRO GILMAR MENDES DÁ HABEAS CORPUS A ELIZEU MATTOS, por Upiara Boschi, no NSC Total.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu habeas corpus nesta sexta-feira para impedir a prisão preventiva do ex-prefeito lageano Elizeu Mattos (MDB), determinada pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça no início de dezembro. O emedebista ainda não havia sido preso porque se recupera de uma pneumonia.

Mendes avaliou que a decisão do órgão do TJ-SC não deixou claro os motivos que justificariam a prisão preventiva do emedebista. Elizeu havia sido condenado em novembro a 31 anos e sete meses de prisão pela 3ª Câmara Criminal por causa dos crimes investigados pela Operação Águas Limpas, deflagrada em 2014. Na época, foi determinado o início do cumprimento da pena - mas, dias depois, o Supremo mudou o entendimento sobre execução penal após o julgamento em segunda instância.

Com isso, em julgamento de recurso, a 3ª Câmara Criminal revogou o início do cumprimento da pena, mas aceitou o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público de Santa Catarina. Entre os argumentos atendidos, a necessidade de "acautelar a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal", nas palavras do relator Ernani Guetten de Almeida.

Mendes considerou que não estão claros os motivos para a prisão preventiva do ex-prefeito e que "não basta a mera explicitação textual dos requisitos previstos, sendo necessário que a alegação abstrata ceda à demonstração concreta e firme de que tais condições se realizam na espécie".
Herculano
14/12/2019 15:40
"VOCÊS TÊM DÚVIDA DE QUE O GOVERNO DO RIO ESTÁ ATRÁS DE MIM?"

Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro voltou a falar hoje sobre as investigações do assassinato de Marielle Franco.

A repórteres que o esperavam na saída do Palácio da Alvorada, ele acusou abertamente o governo do Rio - comandado por Wilson Witzel - de tentar incriminá-lo.

"Vocês têm dúvida de que o governo do Rio está atrás de mim? Vocês têm dúvida disso? Olha o caso do porteiro. Com todo o respeito, acho que vocês não são delegados de polícia, nem eu, [mas] eu conduziria muito melhor o inquérito", afirmou Bolsonaro.

Ontem, como noticiamos, Bolsonaro já havia insinuado que "outras acusações" viriam sobre o caso Marielle. "Outras acusações virão, armações, vocês sabem de quem", disse.
Miguel José Teixeira
14/12/2019 12:05
Senhores,

"Lula precisa pregar a pacificação do país, e PT deve ajustar discurso', diz Rui Costa. . .

Para o governador da Bahia, radicalização é um mal, e petistas ainda erram ao condenar investimento privado na área social."

+ em:

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/12/lula-precisa-pregar-a-pacificacao-do-pais-e-pt-deve-ajustar-discurso-diz-rui-costa.shtml


Ora, ora, ora. . .o ex e futuro presidiário lula acabou com a esquerda brasileira.

Há pouco, quando os assaltantes dos cofres públicos eram sarneys, toninhos malvadezas, malufs e outros canalhas destes naipes a esquerda brasileira era à favor da prisão em 2ª Instância.

Agora que foi pega com a mão na massa, a escória vermelha é contra a prisão em 2ªInstância.

Ai vem um governadorzinho, eleito sob suspeitas de fraude (como toda a esquerda brasileira o é) aconselhar o corruPTo-mor a mudar de discurso.

Desde quando lula pregou algo que unisse a Nação?

Que discurso, os PeTralhas tem cara-pálida?

"Raspas e restos
Me interessam
Pequenas poções de ilusão
Mentiras sinceras me interessam". . .
(Cazuza)
Herculano
14/12/2019 12:00
da série: o mundo é uma grande onda, para quem tem conhecimento mínimo em história e ciências sociais, saberá compreender em vai-e-volta. Não há mundo perfeito, nem civilização ideal, muito menos governo a ser imitado, pois tudo é peculiar a um local, cultura e ao tempo. Há sim, permanentes desafios, inclusive de comunicação nas sociedades, entre os cidadãos e o que desejam (vendem) seus líderes. A esquerda está enfraquecida e a intelectualidade é predominantemente de esquerda, pois vive da utopia: ricos ou protegidos nos privilégios pelo Estado sustentado por gente que dar duro e se sacrifica, faz discursos de salvadores dos pobres

A GRANDE DIVERGÊNCIA, por Rodrigo Zeidan, pofessor da New York University Shanghai (China) e da Fundação Dom Cabral. É doutor em economia pela UFRJ, para o jornal Folha de S. Paulo.

Estamos no meio de um processo de retrocesso como na década de 1930

As eleições no Reino Unido e na Argélia, o novo acordo comercial entre EUA, México e Canadá, o quase abandono da Organização Mundial do Comércio e a nova lei para cidadania na Índia são parte de um movimento de desglobalização. O Brasil, um país já isolado, vai ter que se contentar com migalhas, como
vender carne para a China.

As sociedades estão dispostas a pagar um alto preço pelo isolamento e pela maior autonomia de decisão sobre migração e comércio. No Reino Unido, o brexit já tem afetado a economia, e as coisas devem piorar.

Mais de 60% das empresas britânicas colocam a saída da União Europeia como um dos três maiores riscos para os negócios. O brexit deve custar pelo menos 2% do PIB por ano até 2023.

Estimativas indicam que cada família vai perder £ 870 (cerca de R$ 4.700) por ano, permanentemente. As coisas ainda podem piorar, dependendo de quão atabalhoado seja o brexit.

O outro resultado relevante da eleição britânica é o fato de que o Partido Nacional Escocês (SNP, em inglês) levou praticamente toda a Escócia. Não deve demorar para nova votação para independência (no referendo de 2014, 55% votaram por manter a Escócia no Reino Unido).
Na Argélia, os cinco candidatos eram ex-membros do governo, em uma eleição de fachada na qual, inicialmente, o presidente pretendia concorrer ao quinto mandato. Isolado o país estava e continuará.

O acordo EUA-Canadá-México (USCMA, em inglês) substitui o Nafta com raro apoio dos dois partidos americanos. O USCMA é uma versão bem aguada do Nafta e acaba com o livre-comércio na região.

Na Índia, o isolacionismo vem alienar mais de 200 milhões de muçulmanos. Uma nova lei de imigração torna praticamente impossível que refugiados muçulmanos (e também ateus e judeus) consigam cidadania indiana.

O governo de Narendra Modi tem uma trajetória similar ao atual governo brasileiro.

Assumiu prometendo reformas, mas concentrou a maior parte dos seus esforços numa agenda ultranacionalista de costumes. Resultado? A economia desacelera fortemente.

Globalmente, os organismos multilaterais estão definhando. Na quarta-feira (11), o painel de juízes da OMC parou de funcionar, já que os mandatos venceram e os Estados Unidos bloqueiam novas nomeações. Simplesmente não há mais quem analise disputas comerciais entre países por árbitros razoavelmente lentos. O protecionismo comercial não vai ser mais punido.

O isolacionismo não afeta somente comércio, mas também investimentos. Há sinais claros de que as cadeias de suprimento globais estão se reorganizando e encolhendo.

Em 2018, foram 60.500 os projetos de investimento de empresas estrangeiras na China.

Em 2019, esse número não deve passar de 40 mil (no acumulado do ano até setembro, eram pouco mais de 30 mil).

Os investimentos chineses nos Estados Unidos e no mundo também se contraíram, com previsão de queda de mais de 30% para este ano. E isso depois de esses investimentos, somente nos EUA, terem despencado mais de 80% em 2018.

O que vale para a China vale para o resto do mundo. Investimentos estão sendo adiados, e a incerteza torna mais difícil qualquer recuperação, seja chinesa, indiana ou brasileira.

Estamos no meio de um processo de retrocesso como na década de 1930, com a onda protecionista varrendo o sistema global. Esperemos que desta vez não acabe em tragédia. De qualquer forma, a onda nacionalista pode ser temporária, mas os efeitos serão sentidos por muito tempo.
Herculano
14/12/2019 11:50
ESTÁ NA CARA E CADA VEZ MAIS QUE ANTES, QUE A NOTÍCIA TERÁ QUE TER SELO DE ORIGEM NESTE MUNDO DAS REDES SOCIAIS E APLICATIVOS DE MENSAGENS.

O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO. AS MUDANÇAS VÊM. SURPREENDEM. E É NATURAL O PÊNDULO REENCONTRAR O SEU TEMPO CERTO E O CENTRO PENDULAR. É FÍSICO. É HISTóRICO. É ATÉ ANTROPOLóGICO. A WEB APENAS FEZ O LOCAL SE TORNAR MUNDIAL E MUITO MAIS DO QUE ISSO, OS SÉCULOS SE TORNAREM MICRO DE SEGUNDOS.

AS PESSOAS - MESMO OS ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMANTES E FANÁTICOS - AOS POUCOS COMEÇAM A PERCEBER O JOGO, O JOIO E O TRIGO. E A IMPRENSA MAIS DO QUE ANTES SERÁ GARANTIDORA DA INFORMAÇÃO, COMO SEMPRE FOI, MESMO COM OS VIÉSES IDEOLóGICOS OU SUPOSTA IMPARCIALIDADE.

A IMPRENSA REPORTA E É FONTE

A GARANTIA ESTÁ NO FATO, NA INFORMAÇÃO, NA PRECISÃO. SERÁ UM COMMODITY

E ISSO NÃO PODE SER CONFUNDIDO COM O DEBATE, A DIALÉTICA E OPINIÃO DOS ARTICULISTAS, DOS LEITORES, OUVINTES E TELESPECTADORES E DO PRóPRIO VEÍCULO QUEM FAZ A DIFERENÇA DE UM VEÍCULO PARA O OUTRO.

De Cláudio Fachel, da TV Globo RJ, no twitter:

Me parece que o trabalho para os jornalistas está só aumentando: a toda hora, aparece alguém perguntando se isso ou aquilo é verdade, se aconteceu ou não de verdade. Só a informação com qualidade é capaz de combater as postagens falsas.
Herculano
14/12/2019 11:31
BRINCANDO COM O PERIGO. TOMARA QUE MAIS CEDO POSSÍVEL FALTE DINHEIRO PARA PAGAR OS PRIVILÉGIOS DA ELITE DO FUNCIONALISMO, PARA QUE ESSA IRRESPONSABILIDADE FISCAL CAIA SOBRE OS POLÍTICOS, SINDICATOS, ASSOCIAÇÕES E POLÍTICOS

Sete estados, incluindo dois de esquerda, já aprovaram suas reformas previdenciárias. Já Santa Catarina...

- Acre
- Alagoas
- Espírito Santo
- Maranhão (PCdoB)
- Mato Grosso do Sul
- Paraná
- Piauí (PT)
Herculano
14/12/2019 11:25
A VERGONHA DE UMA CORPORAÇÃO QUE JÁ FOI REFERÊNCIA À SOCIEDADE, À DEMOCRACIA E AOS PROFISSIONAIS

De Guilherme Fiuza, no twitter:

O presidente da OAB disse que é "militante mesmo". Parabéns pela desinibição. Só faltou dizer: é militante em favor de um partido criminoso - o que para um advogado requer muito mais q desinibição. O fascismo imaginário está tirando todo mundo do armário.
Herculano
14/12/2019 09:56
PERGUNTAR NÃO OFENDE

Púlpitos, pregações e estudos bíblicos, reuniões de fiéis evangélicos pentecostais viraram puxadinho e espaços de prestações de contas do prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB? Hum!
Herculano
14/12/2019 09:53
da série: político, grupos de interesses e poderosos só usam a imprensa para os seus objetivos de poder pois sabem que ela possui credibilidade mesmo diante das terríveis dúvidas das redes sociais e aplicativos de mensagens. Mas, instalados no poder pela via democrática ou qualquer sistema fraudado ou golpe, detestam, humilham, ameaçam, e trabalham para destruir essa mesma imprensa que lhes serviu. História antiga, repetida e não aprendida por ambos os lados. Gaspar não foge à regra. Ilhota, nem imprensa própria possui.

DESERTOS DE NOTÍCIA, por Luís Francisco Carvalho Filho, advogado criminal, presidiu a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (2001-2004), no jornal Folha de S. Paulo

Governantes não têm simpatia pela informação crítica e desimpedida

É em ambiente de sucessivos ataques ao jornalismo profissional que o Atlas da Notícia apresenta a terceira edição de seu levantamento anual.

Se persistir no tempo, este louvável e interessante esforço de mapeamento dos veículos jornalísticos vai se converter em ferramenta inestimável para o diagnóstico da democracia brasileira e da qualidade de vida da população.

Os dados ainda são precários e a metodologia está, aparentemente, em processo de formação. O desafio é complexo, a começar pela própria conceituação de "veículo jornalístico" ou de "jornalismo local".

Os pesquisadores localizaram 11.833 veículos jornalísticos em atividade (rádios, impressos, online e televisões), desigualmente distribuídos pelo território nacional.

De cerca de 2.000 veículos, há informações complementares, como endereço, rede social, estrutura e modelo de negócio.

Foram fechados 331 (195 deles impressos) desde 2003, mas não há estimativa de inaugurações no mesmo período.

É de se esperar um número expressivo de plataformas online criadas no século 21.

O Atlas chama atenção para os desertos de notícia (expressão que surgiu na língua inglesa, news desert): 3.487 municípios (62,6% dos municípios brasileiros) sem apuração sistemática e periódica de informações jornalísticas a respeito do próprio lugar.

São 37 milhões de pessoas, aproximadamente 18% da população, governadas pelo poder local sem a mediação da imprensa.

É um enorme vazio e a ele se soma a necessidade de outro tipo de mapeamento: o dos atentados à liberdade de expressão.

Na quinta-feira (12), o site The Intercept Brasil noticiou que os provedores de internet Vivo e Claro bloqueiam o acesso ao site da ONG Women on Waves, que divulga informações sobre "aborto seguro"
- medida sintonizada com a ordem ideológica de Bolsonaro. Censura semelhante, perversa e estúpida, só acontece em países como Irã e Turquia.

Na semana passada, como represália por reportagens, O Globo foi proibido de participar de entrevista à imprensa do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.

A liberdade de informação é valor constitucional que a lei de abuso de autoridade não protege. Censura judicial e gestos autocráticos se amontoam impunemente desde o fim do regime militar.

O ex-prefeito de São Paulo Jânio Quadros decretou em 1987: "Nenhum jornalista da Folha de S.Paulo entrará neste gabinete ou nas dependências deste gabinete" e "nenhum anúncio será publicado nesse jornal".

A Polícia Federal do ex-presidente Collor de Mello criou pretexto para invadir a Folha em 1990. Em outubro, Jair Bolsonaro ameaçou pela televisão: "Nenhum órgão aqui do meu governo vai receber o jornal Folha de S.Paulo aqui em Brasília. Está determinado".

No poder, o PT patrocinava o jornalismo aliado. Além de apostar em robôs poluidores do espaço virtual, Bolsonaro comemora no dia 19 o lançamento do Brasil Sem Medo, que o presidente do conselho editorial, o "jornalista" Olavo de Carvalho, patrono da revolução dos cretinos, define como o "maior jornal conservador do Brasil".

Governantes não têm simpatia pelo jornalismo crítico ou pela informação desimpedida. Sempre reclamam da parcialidade do repórter ou da edição, do erro, da imprecisão, da maldade, da tolice, do exagero, da distorção, da privacidade violada, da perseguição injusta.

Gostam é de jornalismo laudatório. A desertificação do noticiário adverso talvez seja o desejo
inconfessável de todos eles.
Herculano
14/12/2019 09:44
MAGISTRADOS DE PERNAMBUCO PODEM TER DE DEVOLVER DINHEIRO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Beneficiados por indenizações escandalosas de até R$1,2 milhão relativas a supostas "férias vencidas", recebidas em novembro, 428 juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Pernambuco estão sujeitos a devolver o dinheiro embolsado. O presidente do TJPE, Adalberto de Oliveira, terá de se explicar até terça (17) ao corregedor nacional, ministro Humberto Martins, que submeterá o caso ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle do Judiciário.

DEVOLUÇÃO POSSÍVEL

Se pagaram verbas não autorizadas, como parece, ou se os cálculos não forem atestados pelo CNJ, a entidade pode decidir pela devolução.

LISTA DA VERGONHA

O corregedor e os setores técnicos da corregedoria do CNJ pediram a lista de favorecidos pelas chocantes indenizações.

MANOBRA NO TJ

O TJPE alegou que o corregedor havia autorizado o pagamento, mas não foi bem isso. A suspeita é de manobra para liberar tanto dinheiro.

RETROATIVOS, NÃO

O ministro Humberto Martins deferiu pagamento de férias não gozadas após acúmulo de dois períodos, mas não de retroativos, como foi feito.

TCU QUER EMPREITEIRAS ENROLADAS CONCLUINDO OBRAS

O Tribunal de Contas da União iniciou a discussão de uma ideia nova, apresentada pelo ministro Bruno Dantas, com a participação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo federal: em seus acordos de leniência, as empreiteiras enroladas assumem o compromisso de concluir obras públicas inacabadas. São 14 mil no País, hoje. Dantas acha inclusive que não seria necessário deflagrar uma nova licitação, em razão do caráter extraordinário do trato.

APOIO IMPORTANTE

A ideia do término das obras públicas pelas empreiteiras da Lava Jato tem o apoio do ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura).

PUNIÇÃO GARANTIDA

Fragilizadas, empreiteiras podem não pagar as multas dos acordos de leniência, mas usariam sua expertise para a conclusão das obras.

COSTURAR É PRECISO

Participam da articulação da ideia o STF, o STJ, a Advocacia Geral, a Controladoria-Geral e a Procuradoria Geral da República.

O BRASIL QUER SABER

Irmão de Eduardo Campos, o falecido ex-governador de Pernambuco, Antônio Campos precisa explicar ao País o que quis dizer ao afirmar que "Pernambuco precisa conhecer o lado obscuro de Renata Campos e o filho ", do PSB-PE.

MORTO DE VERGONHA

João Campos insultou o tio Antônio, que reagiu dizendo que o filho de Eduardo Campos "foi nutrido na mamadeira da Odebrecht". O saudoso Miguel Arraes deve estar morto de vergonha.

JATINHO PARA CHAMAR DE SEU

Um assessor do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou com orgulho ao site Diário do Poder que seu chefe "sempre viaja" em jatos da FAB. Nem para o exterior poupa o contribuinte em voos de carreira.

PARA POUQUÍSSIMOS

Quando preso preventivamente, o dono da cervejaria Petrópolis, Walter Faria, denunciado nesta sexta (13) pela Lava Jato por lavar mais de R$1,1 bilhão, ganhou habeas corpus pagando fiança de R$ 40 milhões.

MENOS DE 5 MESES

O Aliança, novo partido de Jair Bolsonaro tem até 1º de abril de 2020 para finalizar o registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral. É o limite para qualquer novo partido poder lançar candidatos nos municípios.

FALTA POUCO

A partir deste sábado faltam apenas 295 dias para a eleição de 2020. Serão eleitos quase 58 mil vereadores e 5,5 mil prefeitos. Serão mais de 150 milhões de eleitores. Só não participam os moradores do DF.

DEMOROU DEMAIS

A Caixa começa a pagar somente nesta segunda (16), a primeira parcela do "auxílio emergencial" para pescadores artesanais de municípios afetados pelo óleo. A primeira mancha apareceu em agosto.

PESQUISAS DESMORALIZADAS

O resultado da eleição no Reino Unido, com vitória esmagadora dos conservadores liderados por Boris Johnson, foi mais uma disputa eleitoral que desmoralizou institutos de pesquisa e a mídia torcedora.

PENSANDO BEM...

...quem tem jatinho da FAB, não precisa de fada madrinha.
Herculano
14/12/2019 09:35
INIMIGOS DA POLÍCIA, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

Policiais bandidos sempre existirão, mas a polícia bandida é fruto de seus superiores

Há, e são muitos, policiais profissionais que cumprem a sua missão de proteger a ordem pública e a segurança dos cidadãos respeitando estritamente a lei. Existem, e não poucos, policiais que vão muito além de seu dever. Eles apartam brigas de casais, assumem riscos pessoais excessivos para salvar indivíduos em perigo, fazem partos em situações de emergência, amparam famílias durante os dias traumáticos do sequestro de um dos seus. Por culpa dos inimigos da polícia, geralmente esquecemos disso.

Um inimigo da polícia é o policial que usa sua arma como ferramenta para violar a lei. Aquele que chantageia pessoas vulneráveis para obter propina, cobra tributos informais de atividades irregulares, engaja-se na intermediação de negócios ilegais, associa-se a máfias políticas ou empresariais. Ou, ainda, aquele que pratica pequenos gestos cotidianos de arbítrio, recorre à brutalidade gratuita, envolve-se em operações de vingança homicida, forma milícias. Esse tipo de policial degrada sua profissão: a substância pegajosa que dele emana suja o uniforme de seus colegas honestos e mancha até mesmo os distintivos dos colegas heroicos.

O policial contaminado pelo preconceito é um inimigo da polícia. Ele enxerga o bairro de periferia ou a favela como terra estrangeira - e seus habitantes, especialmente quando jovens e negros, como delinquentes naturais. Sob a lente de seus óculos, o baile funk dos pobres é orgia criminosa. Nesse olhar fraturado começa o trajeto que se conclui em tragédias como a de Paraisópolis, em São Paulo. Entretanto, quase invariavelmente, a consumação da barbárie depende de uma palavra que vem de cima.

A polícia é o que seus comandos querem que seja. A cultura policial nasce nos escalões superiores -isto é, nos comandantes e nas autoridades políticas que os selecionam. Policiais bandidos sempre existirão, mas a polícia bandida é o fruto do presidente que elogia o arbítrio e a truculência, do filho do presidente que homenageia milicianos, do governador que pede tiros "bem na cabecinha" ou do que nada vê de condenável na alta letalidade das operações de sua polícia. Os principais inimigos da polícia têm nome e sobrenome: chamam-se Jair Bolsonaro, Wilson Witzel, João Doria.

O policial profissional sabe que o policial bandido é seu inimigo - e, por isso, espera que sistemas de controle o identifiquem e excluam da corporação. Entre os maiores inimigos da polícia encontra-se Sergio Moro, o ministro que, por meio de seu "excludente de ilicitude", almeja impedir a punição de criminosos uniformizados. O dispositivo, se aprovado, representaria o triunfo jurídico da polícia bandida -ou, dito de outro modo, o enterro definitivo da polícia profissional. Atrás da proposta legislativa, espreita a sombra do esquadrão da morte.

A Lei de Drogas, envelope jurídico do preconceito social, é o pátio de encontro dos inimigos da polícia. Seus holofotes comprimem, numa tábua única, a alta criminalidade do narcotráfico, o pequeno crime da "mula" ou do "aviãozinho" e o consumo de entorpecentes no pancadão da periferia (esqueça a rave de Pratigi, na Bahia: nas festas da classe média não circulam drogas!). Os adolescentes mortos em Paraisópolis são "danos colaterais" da Lei de Drogas, como o são as crianças alvejadas no Rio e a multidão de presos sem nome das penitenciárias convertidas em escolas do crime.

Os inimigos da polícia fazem com que, no lugar de respeito, a polícia se torne objeto de temor, aversão e ódio. Não há nada mais perigoso do que isso para os policiais. Eles têm que cumprir sua missão em territórios hostis, entre pessoas que os enxergam como as ameaças mais letais. Devem, portanto, operar em comunidades que preferem o silêncio à cooperação ou, em casos extremos, escolhem cooperar com os criminosos. O partido do "excludente de ilicitude" também mata policiais.
Herculano
14/12/2019 08:37
da série: esta notícia tem especial atenção por três aspectos. O corpo fechado do MDB do ex-presidente nacional, ex-ministro, ex-senador e governador Luiz Henrique da Silveira, já falecido, já não está tão fechado assim nos órgãos de fiscalização e no judiciário isso ganha contornos de punições. O MDB catarinense está em processo de necrópsia sem condições de interferir e modificar laudos; Titon era um ícone desta era de negócios, outro que caiu e está condenado, parceiro de mesma história forte na Alesc, foi o ex-prefeito de Lages, Elizeu Matos, com 31 anos de cadeia. O engraçado de tudo isso, que os "analistas políticos", testemunhas daqueles tempos que se condenam hoje, limitam a textos de informação dos fatos. Ninguém até agora, ousou comentar algo além da informação. É por isso que a imprensa catarinense virou uma revistinha de final de semana com uma capa e três títulos enganadores.

TITON CONDENADO A 10 ANOS POR CORRUPÇÃO PASSIVA, por Cláudio Prisco Paraíso.

O ?"rgão Especial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em sessão encerrada na sexta-feira à noite, concluiu o julgamento da ação penal derivada da "Operação Fundo do Poço", que serviu de base à denúncia formulada pelo Ministério Público contra 37 réus entre políticos, agentes públicos e empresários. Boa parte da sessão, iniciada às 9 horas, foi consumida pela leitura do substancial voto da desembargadora Soraya Nunes Lins, relatora da matéria, com mais de 700 laudas.

Ao final dos trabalhos, o deputado estadual Romildo Titon, réu que atraiu a competência do julgamento para o Tribunal de Justiça por sua prerrogativa de foro, restou condenado a 10 anos e um mês de reclusão, em regime fechado, por corrupção passiva.

O empresário Luciano Dal Pizzol, proprietário da Água Azul Poços Artesianos, responsável pela perfuração de poços em municípios do meio-oeste do Estado, também foi condenado. Sua pena foi de 17 anos de reclusão, igualmente em regime fechado. Entre os demais réus, foram registradas novas condenações e algumas absolvições por falta de provas. A sessão foi comandada pelo desembargador Moacyr de Moraes Lima Filho, 1º vice-presidente do Tribunal de Justiça (Ação Penal 9137856-82.2015.8.24.0000 [2015.041580-5]).
Herculano
14/12/2019 08:25
da série: a doença dos governantes é sempre a mesma. Eles são ágeis para promover e proteger os seus e normalmente expostos à sociedade, e demorados para perceber onde uma troca técnica soluciona e melhora a sua própria imagem como gestor, estadista ou político hábil para conter riscos.

REFORMA NO SERPENTÁRIO, por Julianna Sofia, secretária de Redação da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo.

Bolsonaro deve promover minirreforma no serpentário

Parlamentares de influência na Esplanada consideram favas contadas alterações no gabinete ministerial de Jair Bolsonaro em janeiro. Apesar das negativas palacianas, a expectativa é que o presidente promova uma minirreforma, revendo a posição de três ou quatro peças do primeiro escalão da República até o início do próximo ano legislativo.

O espaço ocupado pelo DEM no ministério (três pastas de peso) não condiz com o volátil apoio parlamentar outorgado ao governo em votações importantes no Congresso. O incômodo não é de agora, mas recente movimentação de caciques da legenda na direção de presidenciáveis rivais irritaram Bolsonaro. Por esse motivo, tornou-se alvo preferencial na relação das mudanças o ministro demista Onyx Lorenzoni (Casa Civil), espécime ilustre no serpentário presidencial.

Abraham Weintraub é outro a pegar o beco. O titular da Educação goza de simpatia de Bolsonaro e filhos por sua fidelidade ideológica canina, mas empilha incompetência, verborragia, ativismo virtual agressivo, tretas mil e zero de resultados na gestão. Pressões pela troca crescem em progressão geométrica, e Weintraub se enfraquece em parceria com o padrinho - foi pelas mãos de Onyx que chegou ao ministério.

O ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) também aparece entre os alvos da reforminha, assim como todo o segundo escalão da pasta. Parlamentares reclamam da falta de interlocução com o ministro; a equipe econômica já se indispôs com o militar sobre a abertura do mercado de gás; e o time palaciano está descontente com a demora de Bento na solução de temas caros ao presidente (garimpos).

As prováveis trocas não atingem, porém, o núcleo enrolado do governo. Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), denunciado pelo Ministério Público no escândalo das candidatas-laranjas do PSL, e Ricardo Salles, investigado por enriquecimento ilícito na gestão de Geraldo Alckmin em São Paulo, seguem intocados.

Por ora, distantes do pau de arara.
Herculano
13/12/2019 19:29
TITON CONDENADO A PRISÃO

Os políticos catarinenses aos poucos vão sentindo o bafo de um tempo em que a política era um negócio para poucos sem nenhuma transparência. É um aviso de quem vem mais. É um recado aos jovens comandados por velhas práticas e velhos caciques.

de Roberto Azevedo, no twitter:

O ano termina com uma bomba na área política: o TJ condenou o ex-presidente da Assembleia Romildo Titon (MDB) a 10 anos e um mês de reclusão em regime fechado por crimes cometidos na Operação Fundo do Poço. Cabe recurso.
Herculano
13/12/2019 15:59
da série: privatiza já a Celesc e principalmente a Casan, mas não para colocar o dinheiro para cobrir o rombos dos privilégios dos vencimentos e agregados dos funcionários públicos.


CONSELHO DA CELESC CASSA O MANDATO DE DIRETOR COMERCIAL, por Moacir Pereira, no NSC Total.

O Conselho de Administração da Celesc Distribuição decidiu, por 9 votos a 1, cassar o mandato do Diretor Comercial Antônio Linhares, eleito pelos empregados. Ele tem mandato de três anos e está no primeiro ano.

Para executar o cancelamento do mandato, o presidente Cleicio Poleto pediu parecer da Procuradoria Geral do Estado, contestado na primeira reunião. Mas ontem a decisão foi tomada.

O único voto contrário foi do conselheiro Leandro Nunes da Silva, representante dos trabalhadores no colegiado. Ele informou que na próxima semana deverão ser definidas as regras para a realização de nova eleição.

Entre os líderes sindicais a conclusão é que o governo Moisés da Silva promove mudanças para privatizar a Celesc Distribuição. Os conselheiros indicados pelo governador uniram-se aos escolhidos pelas empresas privadas com presença no colegiado.
Herculano
13/12/2019 13:33
NÃO À ECONOMIA DE FRANCISCO!, por Alex Pipkin, no Instituto Liberal

Os engenheiros sociais agora jogam intensa e "inteligentemente" no tabuleiro sacro de xadrez, ansiando recriar a economia e um "novo mundo".

Adam Smith, em Teoria dos Sentimentos Morais (1759), já nos alertava sobre o homem do sistema, aquele que se encanta com suposta superioridade de seu plano perfeito de governo, não tolerando quaisquer desvios da "salvação".

Para tais intervencionistas, novas leis divinas devem modificar o comportamento (des)humano do capitalismo sangrento!

Smith apontava: "... ele parece imaginar que pode organizar os diferentes membros de uma grande sociedade com tanta facilidade como a mão dispõe as diferentes peças sobre um tabuleiro de xadrez... no tabuleiro de xadrez da sociedade humana, cada peça tem movimento próprio, de modo geral diferente daquele que o legislador pode escolher imprimir sobre ele".

A nova economia de Francisco e de seus grandes especialistas deseja criar um sistema econômico mais justo e sustentável! Provavelmente com voz solene, a santidade decretou uma nova economia "que faz viver e não mata". Para o Papa e colaboradores, a economia de mercado está dedicada quase que exclusivamente aos interesses de maximização dos lucros de empresas e de poucos indivíduos, indo de encontro à proteção da maioria e do meio ambiente. Sua "economia social" deve orar e "olhar para o futuro com a voz dos jovens em mente". A santidade propõe a realização de um "pacto" para mudar a economia e dar uma alma à economia do amanhã".

Entre os eixos centrais desta nova economia estão a não degradação do meio ambiente e da natureza, a luta contra o racismo e o "projeto de um novo modelo de civilização, de ruptura com esse sistema estruturalmente perverso", conforme exalta o professor de jornalismo da USP, Dennis de Oliveira. Evidente que a peleja feminista também se faz presente.

Preocupam-se eles até mesmo com os novos monopolistas do varejo das redes sociais!

Para o colaborador, o economista americano Joseph Stiglitz, é preciso alertar e "trabalhar na educação de sistemas alternativos que não adoram dinheiro".

Não, vossa excelentíssima santidade! Desejamos menos sábios especialistas, mais escolhas livres de empresários conhecedores de seus negócios. O Brasil precisa de mais - não menos - economia de mercado verdadeira, mais liberdade econômica, melhores e mais justas instituições políticas, menos corruptas, e de um governo pequeno e moderado, ajudando realmente os pobres com programas sociais racionais, tais como o Bolsa Família.

Precisamos mesmo que a "mãe Estado" permita que pessoas livremente se associem para comprar e vender onde desejarem! A mola mestre neste processo é o surgimento da inovação, potencializada num ambiente de negócios estimulador da capacidade individual empreendedora e inovadora, capaz de gerar mais empregos, maior produtividade, valor inovador, renda e prosperidade!

Chega de intervencionismo e compadrio!

Necessitamos urgentemente da velha e "inovadora" ?" no Brasil ?" economia de liberdade, que impulsione a criatividade humana, possibilitando que consumidores e negócios decidam o que e como fazer, não o governo.

A melhor política social é aquela que faz a economia crescer, sem intervencionismo estatal, em que pessoas assumem mais responsabilidades na busca de seus próprios caminhos.

O governo tem que garantir à iniciativa privada os incentivos positivos para o trabalho, empregos e regras estáveis, justas e propulsoras de atividades de criação de valor nos mercados.

Por favor, menos especialistas de governo e economistas oniscientes, idealistas, intervencionistas e bondosos, e muito mais especialistas de cada segmento empresarial, encorajados a atuar em mercados mais livres e competitivos.
Miguel José Teixeira
13/12/2019 08:32
Senhores,

Drops extraído da coluna do CH, replicada abaixo:

"...para quem tem medo de assombração, o Ato Institucional nº 5 (AI-5), extinto em 1978, completa 51 anos nesta sexta-feira 13.

Huuummm. . .51 uma boa idéia!

Sem sombra de dúvidas, prefira a "Moendão"
Herculano
13/12/2019 08:22
OS DEPUTADOS FEDERAIS AMEAÇAM RECUAR NA SINA DE ROUBAR OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS - OS DESVIAREM AS PRIORIDADES - PARA ELES SE ELEGEREM EM OUTUBRO DO ANO QUE VEM, COM O MÍNIMO DE FISCALIZAÇÃO POSSÍVEL COMO PROVIDENCIALMENTE APROVARAM ANTES DE TENTAREM AUMENTAR OS RECURSOS COMO TENTAM

QUEREM SAIR DE R$ 2 BILHõES PREVISTOS NO ORÇAMENTO PARA R$3,8 BILHõES QUE DEMANDARIA BUSCAR NOVOS RECURSOS EM OUTRAS ÁREAS

COM ESSA MANOBRA ENTRE ELES, PROVOCARAM OS PAGADORES DE PESADOS IMPOSTOS, POIS PARA ESSE AUMENTO BRUTAL, QUEREM TIRAR DINHEIRO RUBRICADO PARA SAÚDE PÚBLICA ONDE GENTE MORRE NA FILA DO SUS OU INCLUSIVE DA FARMÁCIA POPULAR FEITA PARA POBRES E IDOSOS, ALÉM DA EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E OBRAS BÁSICAS DE INFRAESTRUTURA, COMO POR EXEMPLO, A DUPLICAÇÃO DA BR-470, QUE SE ARRASTA E IMPEDE O DESENVOLVIMENTO DE UMA REGIÃO CATARINENSE QUE MAIS RECOLHE IMPOSTOS PARA O GOVERNO.

OS DEPUTADOS FEDERAIS ESTÃO ENSAIANDO UM RECUO E POR UM FATO MUITO PRÁTICO E SIMPLES - DESGASTE - OU SEJA QUE NÃO PASSA PELA CONSCIÊNCIA DELES DE CIDADÃOS E REPRESENTANTES DO POVO QUE DEVERIAM SER.

É QUE O PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO, SEM PARTIDO, AFIRMOU QUE VETARIA ESSE AUMENTO INSANO DOS PARLAMENTARES PARA SEUS PARTIDO E LARANJAIS.

VETADO, ESSE VETO TEM QUE SER DERRUBADO PARA CONTINUAR A VALENDO OS R$3,8 MILHõES COMO QUEREM OS POLÍTICOS PARA OS SEUS

MAS, OS SENADORES DIZEM QUE NÃO DARÃO A MAIORIA PARA DERRUBAR ESSE EVENTUAL VETO PRESIDENCIAL. E AI BICHO PEGOU.

PARA NÃO SE DESGASTAREM, SEREM DERROTADOS E PASSAREM O RECIBO DE SACANAS CONTRA O POVO, A MAIORIA DOS DEPUTADOS FEDERAIS, POR SEUS LÍDERES, ENSAIAM UM RECUO. ENTRETANTO, ESTÃO SENDO BONZINHOS PARA PERPETUAR UMA SUPOSTA BOA IMAGEM DELES PERANTE OS ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS. WAKE UP, BRAZIL!
Herculano
13/12/2019 08:05
Da série: o sentimento da sociedade é tão claro sobre este assunto aos políticos, gestores públicos e juízes de tribunais superiores e principalmente do Supremo Tribunal Federal, em hermenêuticas particulares naquilo que não leem em leis e a Constituição, para perdoar poderosos e endinheirados, com advogados caros e bem relacionados, que não precisaria de pesquisa alguma. Mas, feita, ela é retumbante, insofismável e estranhamente, ela ganha pouca divulgação e repercussão na mídia.

PARA 81%, LAVA JATO AINDA NÃO CUMPRIU SEU OBJETIVO E DEVE CONTINUAR, DIZ DATAFOLHA

Apesar do apoio à operação mesmo em ano de desgaste, 47% avaliam que corrupção continuará na proporção de sempre

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. ?Ao final do ano em que a Lava Jato foi contestada como nunca havia sido, o apoio da população à operação permanece elevado, de acordo com a mais recente pesquisa do Datafolha.

Segundo levantamento nacional do instituto, 81% dos entrevistados consideram que a investigação ainda não cumpriu seu objetivo e deve continuar. Outros 15% disseram que a investigação deveria acabar, e 4% não souberam responder.

A pesquisa ouviu 2.948 pessoas em 176 municípios de todo o país nos dias 5 e 6 na semana passada. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A operação, criada em 2014 e que sofreu uma série de derrotas no Judiciário em 2019, tem histórico de alta aprovação em levantamentos do Datafolha nos últimos anos. Em abril do ano passado, após a prisão do ex-presidente Lula, 84% disseram que ela deveria ser mantida.

Em julho deste ano, 55% dos entrevistados afirmaram que o trabalho de autoridades envolvidas na operação era ótimo ou bom. Apenas 18% consideravam à época a atuação ruim ou péssima.

No levantamento da semana passada, o Datafolha também perguntou aos entrevistados se a corrupção no país vai diminuir, aumentar ou continuar na mesma proporção depois da Lava Jato.

O resultado mostra ceticismo em relação aos efeitos da operação. Para 47%, a corrupção continuará na mesma proporção de sempre, enquanto 41% entendem que o problema irá diminuir. Para 10%, a corrupção irá aumentar.

Em abril de 2018, os números eram um pouco mais desfavoráveis à Lava Jato: 37% disseram que a corrupção iria diminuir e outros 51% afirmaram que o problema continuaria na mesma proporção.

Ao longo de 2019, a operação sofreu um inédito abalo em sua credibilidade devido a revelações de conversas no aplicativo Telegram de procuradores e do ex-juiz Sergio Moro - atual ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro.

A série de reportagens do site The Intercept Brasil e de outros veículos, como a Folha, mostrou proximidade entre o ex-magistrado e o procurador Deltan Dallagnol em medidas da investigação, o que despertou críticas de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e até de políticos que costumavam defender a operação.

O saldo negativo da Lava Jato no ano foi consumado com a decisão do Supremo de barrar a prisão de condenados em segunda instância, o que permitiu a soltura de Lula, em novembro. Antes disso, a corte, por exemplo, já havia anulado sentenças da operação e determinado o envio de casos da Justiça Federal para a Justiça Eleitoral.

Entre os reveses da Lava Jato também estão a anulação de sentenças pelo Supremo em decorrência da ordem de fala de delatores e delatados nos processos, a paralisação de investigações com dados do antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que já foi revertida, e a suspensão de um fundo bilionário de reparação abastecido pela Petrobras que ficaria em parte sob responsabilidade do Ministério Público.

A pesquisa da semana passada mostrou, nos recortes entre segmentos da população, que as faixas mais críticas ao governo Jair Bolsonaro duvidam mais dos efeitos da Lava Jato sobre a diminuição da corrupção.

Entre quem considera o trabalho do presidente ruim ou péssimo, 65% entendem que a corrupção continuará na mesma proporção de sempre. O mesmo índice aparece entre eleitores que se consideram de esquerda.

Bolsonaro ao longo deste ano se viu às voltas com desgastes nessa área, como a investigação sobre desvios no antigo gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro e a denúncia de apropriação de verbas públicas por meio de candidaturas de laranjas do PSL - legenda pela qual o presidente foi eleito e da qual saiu no mês passado para tentar criar uma nova, a Aliança pelo Brasil.

Para os entrevistados que se denominam de direita, a perspectiva de que a corrupção irá diminuir sobe para 58%. Entre os que classificam o governo Bolsonaro como ótimo ou bom, a taxa vai ainda além, para 72%.

Segundo o instituto, o apoio à Lava Jato permanece alto mesmo entre quem declara como partido de preferência o PT, legenda mais crítica à operação, e entre quem votou no presidenciável petista de 2018, Fernando Haddad. Em ambos os recortes, 75% entendem que a Lava Jato ainda não cumpriu seu objetivo e deve continuar.

A pesquisa também mostra que 85% dos homens apoiam a continuidade da operação, ante 77% das mulheres, e que o respaldo à Lava Jato tende a ser um pouco menor entre eleitores com renda familiar mensal de até dois salários mínimos - 76%.

Eleitores com nível de escolaridade superior são os que mais declaram apoio à continuidade da operação, com 87%.

No recorte regional, o apoio à Lava Jato tende a ser mais alto no Sul (com 85%) em comparação com o Nordeste (76%).

Os entrevistados nordestinos também são os mais céticos em relação ao efeito da Lava Jato sobre a diminuição da corrupção - só 34% concordam com essa frase.

ALGUMAS DAS DERROTAS DA LAVA JATO NO ANO
Prisão em segunda instância
O Supremo decidiu em novembro que é inconstitucional que réus com condenação em segundo grau comecem a cumprir suas penas. O novo entendimento da corte permitiu a soltura do ex-presidente Lula, que agora aguarda em liberdade o esgotamento de seus recursos nas instâncias superiores no caso do tríplex de Guarujá (SP)

Anulação de sentenças
O Supremo decidiu em outubro anular sentença do ex-juiz Sergio Moro contra um ex-gerente da Petrobras, devido à ordem de fala de delatores e delatados no processo. Antes, em agosto, outra condenação já tinha sido revertida por esse motivo por uma das turmas que compõem a corte

Indulto validado
Em maio, o Supremo decidiu validar indulto de Natal editado pelo então presidente Michel Temer em 2017. A decisão permitiu não só a soltura de presos da operação, como o ex-senador Gim Argello, como pôs fim a restrições que delatores cumpriam

Envio de casos à Justiça Eleitoral
Em março, o Supremo decidiu que crimes como corrupção, quando investigados juntos com caixa dois, devem ir da Justiça Federal para a Eleitoral

?Reversão de prisões preventivas
Tribunais decidiram soltar presos da operação, como Beto Richa (PSDB). Nesta quinta (12), conseguiu habeas corpus mediante fiança o empresário Walter Faria, da cervejaria Petrópolis
Herculano
13/12/2019 07:45
da série: para entender como o mundo está numa guinada conservadora, como os institutos de pesquisas não detectam essas mudanças e como o jornalismo progressista que infesta as redações vive numa bolha.

O que foi derrotado? A proposta dos trabalhistas que queriam, vejam, bem, e repito: o fim da austeridade e no aumento dos gastos em serviços públicos, como o sistema de saúde, além da vitória da tese do Brexit que é o que domina as manchetes da imprensa internacional e aqui no Brasil, onde o governo Bolsonaro e Guedes, foca na austeridade dos gasto, diminuição e punição da corrupção que roubam os pesados impostos de todos para poucos...

Diferente da França, onde Macron se enfraquece, o estado sem dinheiro para suportar os privilégios, caminha para a falência e o descontrole da migração que insiste em interferir e mudar uma cultura peculiar e democrática no mundo ocidental.

ELEIÇõES NO REINE UNIDO: COM AMPLA VITóRIA, PARTIDO CONSERVADOR SE FIRMA NO PODER E LIDERA O PAÍS RUMO AO BREXIT

Conteúdo e texto da BBC Brasil. Boris Johnson retornará ao cargo de primeiro-ministro com uma maioria esmagadora depois que os conservadores conseguiram derrotar o Partido Trabalhista em redutos tradicionais do principal rival.

Com a apuração dos votos em 649 dos 650 distritos, os conservadores obtiveram uma maioria de 79 cadeiras no Parlamento na votação realizada nesta quinta-feira (12). Cada parlamentar representa um distrito.

A principal bandeira de Johnson era "fazer o Brexit acontecer" e tirar de vez o Reino Unido da União Europeia no mês que vem, após meses de impasse em torno da saída britânica do bloco europeu definida em referendo em 2016.

A ampla margem obtida pelos conservadores indica que o Brexit vai enfim sair do papel.

"Parece que este governo conservador de uma nação recebeu um novo e poderoso mandato para concluir o Brexit", afirmou Johnson, ao longo da contagem dos votos.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, afirmou que a sigla teve uma "noite muito decepcionante" e que não liderará os trabalhistas numa próxima eleição. O partido focou sua campanha no fim da austeridade e no aumento dos gastos em serviços públicos, como o sistema de saúde.

Por ora, o placar está assim: conservadores com 364 cadeiras, seguidos dos trabalhistas com 203, do Partido Nacional Escocês (SNP) com 48 e dos liberais-democratas com 11. O Partido do Brexit, esvaziado na estratégia de apoiar Johnson, acabou sem vitória.

No saldo, o Partido Conservador elegeu 66 parlamentares a mais, e o Trabalhista, 42 a menos.

Maior vitória desde Thatcher
Neste cenário, os conservadores terão sua mais ampla maioria no Parlamento desde a vitória da primeira-ministra Margaret Thatcher em 1987.

Johnson se tornou primeiro-ministro em julho sem eleições gerais, ao ser eleito pelos correligionários para substituir Theresa May, líder que não conseguiu avançar com o Brexit no Parlamento.

Diante de um impasse em torno dos termos do Brexit, convocou eleições gerais em busca de uma maioria que apoiasse seu acordo negociado com o bloco europeu.

"Quero agradecer ao povo deste país por ter votado nas eleições de dezembro que não queríamos convocar, mas que acho que acabou sendo uma eleição histórica que nos dá agora, em este novo governo, a chance de respeitar a vontade democrática do povo britânico de mudar este país para melhor e de liberar o potencial de todo o povo deste país", disse o conservador.

Por outro lado, o Partido Trabalhista, que perdeu assentos em lugares que apoiaram o Brexit em 2016, está enfrentando sua pior derrota desde 1935.

Para Corbyn, "o Brexit polarizou tanto o debate que anulou tanto o debate político normal".

Sinais da Escócia
No computo geral, desconsiderando a distribuição distrital dos votos, os trabalhistas tiveram uma queda de 8% em relação ao pleito de 2017, e os conservadores, um aumento de 1%. O crescimento se deu entre siglas menores, que sinalizam outros desdobramentos do Brexit.

O bom desempenho do Partido Nacional Escocês (ou SNP) retrata como a Escócia e o restante do Reino Unido estão "indo para direções totalmente diferentes", afirma Sarah Smith, editora voltada para a cobertura sobre a Escócia na BBC. O partido convocou votos dos escoceses prometendo um novo referendo sobre a independência.

A premiê escocesa e líder do SNP, Nicola Sturgeon, afirmou que seu partido teve uma "noite excepcional".

Segundo ela, a Escócia mandou uma "mensagem bem clara" de que não queria um governo do conservador Boris Johnson e que ele não tem mandato para tirar a Escócia da União Europeia.

Foi também um "forte endosso" para a Escócia decidir sobre seu próprio futuro em outro referendo, afirmou Sturgeon.
Herculano
13/12/2019 07:28
IGUAIZINHOS, APESAR DE SEREM OPOSTOS


De Alexandre Schwartsmann, no twitter:

PSL aprovando homenagem a ditador chileno na ALESP; PSOL fazendo homenagem ao totalitário norte-coreano na ALERJ. E tem gente que reclama de "falsa simetria" quando se diz que são dois lados igualmente inaceitáveis
Herculano
13/12/2019 07:26
CHOQUE DE REALIDADE

De Guilherme Fiuza, no twitter:

O que está acontecendo no comando do Reino Unido, dos Estados Unidos e do Brasil é bem simples: substituição de demagogia parasitária por gestão pragmática. É isso que interessa à totalidade das pessoas comuns. A batalha de confetes ideológicos só interessa aos que vivem dela.
Herculano
13/12/2019 07:24
PRIVATIZAÇÃO DO SANEAMENTO FAZ ESQUERDA CHORAR LÁGRIMAS DE CROCODILO NO ESGOTO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Esquerda critica privatização, mas gastou mais com ricos do que com saneamento

Era de partir o coração a cara santarrona de deputados do PT e esquerda em geral votando contra o projeto que pode permitir privatizações no saneamento. De partir de raiva e temperar de ridículo.

Durante os governos petistas, houve progresso notável ou acelerado no serviço de água e esgoto? Não. É responsabilidade direta do governo federal fazer obra de saneamento? Não. Mas pode ajudar bem.

Cuidar de saúde e saneamento deveria ser prioridade da esquerda. De resto, o rendimento médio do trabalho ("salário") das pessoas que não têm saneamento básico é um sexto do rendimento daquelas que têm.

O governo cuidou melhor de empresas grandes ou de outro modo afortunadas. Endividou-se até quebrar em parte por dar dinheiro a oligopólios e ricos, por meio de empréstimos baratinhos do PSI, o Programa de Sustentação do Investimento.

Em 2010, último ano de Lula 2, a conta desses subsídios foi de R$ 19 bilhões, no cálculo do Tesouro Nacional. Nesse ano, o investimento total em saneamento no país (não só do governo federal) foi de R$ 10 bilhões. Em 2014, a conta de subsídios passou de R$ 38 bilhões; o investimento em água e esgoto, uns R$ 15 bilhões.

A partir de 2009, os governos petistas passaram a emprestar dinheiro a rodo (meio trilhão de reais), por meio do BNDES e da Finep.

Os filhinhos do papai governo eram empresas variadas, de médias e pequenas, Vale, Petrobras, empreiteiras, teles (Oi? TIM? Sim), donas de hidrelétricas monstruosas, firmas de jatinho e de caminhoneiro.

Por vias indiretas, um governo de esquerda acabou também financiando a formação de oligopólios de salsicha e picanha, entre outros, de vários setores. O que o governo Fernando Henrique Cardoso privatizou, também com a ajuda de empréstimos públicos, Lula conglomerou.

Grosso modo, o governo tomava dinheiro emprestado a juro de rentista feliz e o reemprestava a taxas baratinhas. A diferença se chama subsídio, uma doação de dinheiro público, o que até pode ter interesse socioeconômico, a depender do caso.

A esquerda choramingas desmiolada do Congresso (há outras) ficou indignada com a possibilidade de que empresas privadas possam concorrer com estatais na prestação do serviço de saneamento, em licitações. "Ain, água e esgoto são direitos humanos". É verdade. E daí? Os direitos estão sendo garantidos? Não.

Várias dessas estatais são cabides de emprego endividados. Sim, sem boa regulação e outras providências, o serviço das empresas privadas de saneamento pode ser porco como tanto serviço privado deste país de oligopólios. A nova lei do saneamento vai dar conta disso? Ainda não se sabe.

Apenas linhas gerais da lei foram aprovadas nesta semana. Não dá para saber se as empresas privadas de saneamento vão ficar apenas com as cidades-filé (onde o povo tem dinheiro para pagar tarifa), largando as pobrinhas sem água e esgoto no deserto da amargura.

Não se sabe bem se as estatais vão poder ficar por ainda 30 anos como concessionárias dos serviços (o que não depende da lei, nos termos aprovados até agora).

Há metas bonitas, mas talvez perigosamente inviáveis. O prazo de universalização (2033) parece exigir investimento acelerado, o que pode tornar as tarifas impagáveis pelos pobres. Seria preciso subsidiar quem não tem dinheiro.

O projeto e o assunto são enrolados. Fazer chacrinha apenas com história da privatização é paranoia ou mistificação.
Herculano
13/12/2019 07:16
PRÉ-CANDIDATO, MAIA VISITA DESAFETOS DE BOLSONARO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não vai mais disputar mandato de deputado, e confessou a esta coluna o projeto de governar o Brasil, instituindo "parlamentarismo-presidencialista", que faria do presidente "rainha da Inglaterra". Ou se candidatando a presidente, "se houver condições". Com agenda de pré-candidato, como mostram suas 235 viagens pela FAB este ano, ele faz campanha no exterior. Primeiro na Argentina, ansioso por selfie com o novo presidente, hostil a Bolsonaro.

EU SOU O CONTRAPONTO

Ontem, Maia começou na Europa, que ninguém é de ferro, um curioso esforço para ser recebido por figurões que não gostam de Bolsonaro.

REELEIÇÃO DIFÍCIL

Maia não disputará novo mandato para evitar mico: em 2018, na crista da onda, foi só o 13º mais votado em seu Estado. Somou 74 mil votos.

PRESIDENTE FRACO

No parlamentarismo-presidencialista imaginado por Maia, o presidente marromenos só nomearia ministros da Defesa e Relações Exteriores.

SONHO DE CONSUMO

O projeto de Rodrigo Maia encanta poderosos grupos de comunicação, que se queixam de corte bilionário de publicidade do governo federal.

BRASIL E ARGENTINA JÁ CONVERSAM. É A DIPLOMACIA

O novo embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli foi recebido nesta quinta (12) pelo vice-presidente, na sequência da ida de Hamilton Mourão à posse do novo presidente portenho Alberto Fernández. O encontro foi previamente endossado pelo presidente Jair Bolsonaro, que estava fora de Brasília, em viagem ao Tocantins. A agenda marca a retomada das conversas entre os dois países, após intensa troca de farpas entre o chefe de governo brasileiro e novo presidente argentino.

COSTURA DIPLOMÁTICA

O embaixador Pedro Luiz Rodrigues, ex-secretário de Relações Exteriores do DF, articulou a reunião de Mourão com Daniel Scioli.

ENCONTRO POSSÍVEL

Foi discutida a possibilidade de encontro de Bolsonaro e Fernández em meados de janeiro, durante viagem do presidente brasileiro à Antártica.

TRATATIVAS TRANQUILAS

Bolsonaro disse estar "à disposição" de Alberto Fernández e que terá "satisfação" de receber o argentino durante possível visita ao Brasil.

DECISÃO INFELIZ

Os ministros do Supremo Tribunal Federal, que nunca precisaram ralar em balcão de loja, nem fazem ideia do que é uma duplicata, confundem dívida com sonegação, e criminalizam ICMS não pago. Que horror.

JOGADA CRIMINOSA

Deveria ser investigada na Câmara a jogada criminosa criando a figura do "juiz de garantias", no Pacote Anticrime do ministro Sérgio Moro (Justiça). Se isso não for vetado, juízes como Marcelo Brêtas e até Edson Fachin ficarão impedidos de prolatar sentenças na Lava Jato.

SEM VACINA

O deputado Heni Ozi Cukier (Novo), relator da reforma da Previdência em São Paulo, disse que não precisou se vacinar contra raiva, após a mordida do petista Luiz Fernando Ferreira. A dentada não tirou sangue.

INSTITUTOS DE PESQUISA

Os resultados de boca de urna no Reino Unido mostraram que o Partido Conservador ganhou mais 50 assentos em relação à maioria que já detinham. Vitória esmagadora, ao contrário do que previam os institutos de pesquisa queridinhos da imprensa. Inclusive a brasileira.

DIVERSIFICAÇÃO

A turma da Vale, empresa que virou sinônimo de morte e destruição em Minas, tem coragem de beijar cobra na boca: contratou a Andrade Gutierrez, personagem da Lava Jato, para administrar suas barragens.

SEM EXPLICAR

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), mandou cancelar a sessão que votaria a MP que transfere o Coaf do Ministério da Economia para o Banco Central e reestrutura o órgão. Ficou para terça.

FINALMENTE

A Comissão de Trabalho da Câmara aprovou projeto que cria o crime de fraude em obra ou serviço de engenharia público. Pena de reclusão de 4 a 12 anos. O substitutivo é do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).

INTERNET É NO CELULAR

A pesquisa "Redes Sociais, Notícias Falsas e Privacidade na Internet" do Senado mostra que entre brasileiros que acessam a internet, 98% acessam pelo celular. O computador é 2º colocado distante, com 61%.

PENSANDO BEM...

...para quem tem medo de assombração, o Ato Institucional nº 5 (AI-5), extinto em 1978, completa 51 anos nesta sexta-feira 13.
Herculano
13/12/2019 07:07
da série: o atraso civilizatório de Gaspar. Não temos um mililitro coletado e tratado de esgoto, mesmo sob pressão do Ministério Público. O que existe no Bela Vista para um residencial da reurbanização da Marinha está jogado as traças. A culpa disso? O Samae do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT e Kleber Edson Wan Dall, MDB, que estão em fontes escassas de recursos públicos como desculpas para a incúria contra a cidade e os cidadãos. Preferem gente doente, valas de esgotos, poluição e fazer do Rio Itajaí o esgoto público de Gaspar. Os políticos preferem recursos públicos do que concessões, permissões ou privatizações, que em tempos de Lava Jato, as sacanagens e propinas estão mais sob controle e vigilância devido à transparência pela fiscalização. Simples assim!

AVANÇO CIVILIZATóRIO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Após longo período de impasse, a Câmara dos Deputados conseguiu aprovar o texto-base do projeto que moderniza o marco regulatório do saneamento nacional e abre espaço para maior participação da iniciativa privada no setor.

O passo adiante, porém, não veio sem riscos, pois a decisão regimental foi descartar o texto que veio do Senado em favor da alternativa originada na Casa, de modo a assegurar que a última palavra fique com os deputados.

A decisão decorre da percepção, não infundada, de que o tema vem encontrando mais resistências entre os senadores. Mas a consequência pode ser exacerbar o conflito e alongar ainda mais a tramitação.

De fato, o projeto da Câmara, apoiado pelo governo Jair Bolsonaro e iniciado após a expiração de uma medida provisória de teor similar, mostra-se mais ambicioso.

Começa por estabelecer a Agência Nacional de Águas (ANA) como órgão regulador do setor, com responsabilidade de definir parâmetros técnicos e econômicos dos contratos de concessão, e permite que a prestação dos serviços transite para um regime concorrencial de forma mais célere.

Em acordo com a oposição, foi preservada para os governos locais, até março de 2022, a opção de estender os contratos de programa vigentes - aqueles celebrados com estatais sem concorrência - por mais 30 anos. Em contrapartida, esses contratos precisarão incluir metas.

Impressiona que restem defensores do modelo atual, que ainda mantém 100 milhões de brasileiros sem acesso ao saneamento básico. Essa deplorável situação está ligada à má regulação e ausência de critérios claros.

Estudo da Fundação Getulio Vargas, que analisou 1.080 contratos existentes no Sudeste entre companhias estaduais de saneamento e municípios, mostrou que mais da metade carece de metas de prestação dos serviços. No Rio de Janeiro, 98% dos contratos com a Cedae, a estatal local, estão nessa situação.

É justamente essa lacuna que o projeto da Câmara busca sanar, ao estabelecer padrões que devem balizar todas as novas concessões, que contarão com participação de empresas privadas.

Consta do texto também o objetivo de universalização dos serviços, com 99% dos domicílios atendidos com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto até 2033. Em áreas sem viabilidade econômica, o prazo é mais longo, até 2040.

O risco de comunidades pobres ficarem desassistidas também já foi suficientemente mitigado com a previsão de que a formação de áreas de atendimento ficará a cargo dos estados, o que desagrada a muitos prefeitos -que querem manter suas indicações políticas.

Esgotou-se há muito o espaço para tal atitude. Seja qual for o caminho regimental escolhido, que se aprove o projeto o quanto antes.
Herculano
13/12/2019 06:37
SOBERANIA, PROPORCIONALIDADE, JOGOS E JOGADAS

A suposta proporcionalidade da representatividade dos partidos ou blocos partidários na eleição da mesa da Câmara de Gaspar, não foi respeitada.

Esse é apenas um dos critérios, segundo o presidente reeleito vereador Ciro André Quintino, MDB.

O outro, segundo ele e de acordo com os técnicos que lhe orientaram, também está no Regimento Interno recém aprovado pelos vereadores: a soberania do voto aberto dos próprios vereadores.

E segundo Ciro, e os técnicos que o orientam, foi o que aconteceu.

O resultado, na verdade, expressa a maioria contra a minoria, todas duas bem coesas. A única coisa inexplicável e fora do contexto na eleição de ontem à noite feita " luzes de velas" e sem transmissão pela internet - devido ao temporal que desabou na região e com ela se foi energia elétrica, foi a ausência do suplente de vereador José Ademir de Moura, supostamente agora no PP - era do PDC até terça-feira à tarde da semana passada quando se constituiu o blocão governista - MDB, PP, PDT e PSDB - para enfrentar a CPI da Rua Frei Solano.

Moura está no lugar do mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, PP, atualmente presidente do Samae. Melato é um dos alvos principais da CPI da Frei Solano, pois é a autarquia, pelo novo modelo criado às pressas e na marra com desgastes na Câmara pelo poder de plantão, a responsável pela drenagem no município.

Foi Melato ao não assinar o acordo de rodízio da presidência da Câmara do bloco governista lá em 2017 quem provocou a primeira cisão na bancada de apoio do governo e permitiu que Silvio Cleffi, PSC, fosse eleito - no final de 2017 para a legislatura de 2018 - presidente da Câmara com os votos da oposição e Kleber ficasse em minoria no Legislativo.

Melato envolvido na CPI, queria voltar à Câmara este final de ano para ser presidente no ano que vem num fechamento triunfal. Deu tudo errado a partir do acordo que não assinou no tempo que deveria ter assinado. É também Melato quem orienta o suplente Moura. Então quem de verdade esteve ausente na eleição de ontem a noite da Câmara, não foi propriamente o suplente Moura, mas o titular José Hilário Melato.

E ainda sobre Melato. Pelo passado, falta credibilidade dos outros políticos contra Melato. Quem não se lembra de um acordo assinado, em que ele passou a perna em Andreia Symone Zimmermann Nagel, então no DEM, para ter a presidência da Câmara se ela não lhe entregasse os anéis ao PT e cargos para ele na própria Câmara que seriam de exclusiva indicação da presidente?

Volto ao caso Moura/Melato

Recados? A ida repentina de Moura para o PP, contém vícios? A conferir os próximos passos de gente que se acha esperta? Porque nesta legislatura, ao tentar mandar no Legislativo, o Executivo com o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, o vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP e o prefeito de fato, presidente do MDB e secretário da Fazenda e Gestão Pública, Carlos Roberto Pereira, perdeu três vezes, no mínimo (Silvio e nas eleições últimas eleições de Ciro).

E a indicação de Ciro André Quintino no primeiro ano, 2017, foi apenas para não arrumar encrenca logo de cara. O poder de plantão o achava - e continua achando - muito espaçoso onde os donos do poder de plantão querem mandar, desmandar, vingar e serem absolutos.

E a decisão neste momento pelo não enfrentamento a Ciro nesta quinta-feira - apesar das escaramuças e recados de terror plantados - revela que o poder de plantão optou por não ampliar um desgaste de imagem que lhe vem colando e se revelando nas pesquisas internas do partido e do poder de plantão. Vai que Ciro se tornaria uma vítima e um concorrente de peso - não fisicamente, que é - mas politicamente para outubro do ano que vem.

O não enfrentamento do poder de plantão às pretensões de Ciro em se reeleger - mesmo sendo Ciro do partido que governa a cidade - deixa Ciro, por enquanto, apenas na condição de ser um candidato viável e carregador de votos para a legenda à releição a vereador, supostamente dentro do time do poder de plantão e não como um adversário. Acorda, Gaspar!
Herculano
12/12/2019 19:55
A "LUZ DE VELAS", CIRO ANDRÉ QUINTINO, MDB, GANHA ONZE VOTOS E É REELEITO PRESIDENTE DA CÂMARA DE GASPAR. ROBERTO PROCóPIO DE SOUZA, PDT, QUE JÁ CONCORREU NO ANO PASSADO COM APOIO DO MDB E DO PREFEITO KLEBER EDSON WAN DALL E PERDEU PARA CIRO, VOTOU NELE PR?"PRIO

DOS 13 VEREADORES, Só 12 VOTARAM. O SUPLENTE JOSÉ ADEMIR DE MOURA, PP, NÃO APARECEU À SESSÃO.

PARA VICE, CICERO GIOVANE AMARO, PSD, DERROTOU FRANCISCO HOSTINS JÚNIOR, DO MDB.

PARA PRIMEIRO SECRETÁRIO FOI REELEITO SILVIO CLEFFI, PSC. ELE DERROTOU FRANCISCO SOLANO ANHAIA, MDB.

O SEGUNDO SECRETÁRIO CONTINUA COM DIONÍSIO LUIZ BERTOLDI, PT. ELE DERROTOU MARILUCI DESCHAMPS ROSA, PT QUE RECEBEU VOTOS DE FRANCIELE DAIANE BACK, PSDB, EVANDRO CARLOS ANDRIETTI, FRANCISCO SOLANO ANHAIA, TODOS DO MDB, E DE ROBERTO PROCóPIO DE SOUZA, PDT. MARILUCI, POR SUA VEZ, VOTOU EM DIONÍSIO PARA LHE DAR A VIT?"RIA.

FOI LEVANTADA UMA QUESTÃO DE ORDEM E QUE ESCLARECIDA ESTABELECEU QUE O BLOCÃO MDB,PP,PDT E PSDB TERIAM 2,15 VAGAS NA MESA, O PT 0,92, PSD 0,62 E PSC, 0,31. ENTÃO...

Herculano
12/12/2019 18:32
EXISTE UMA URNA NO CAMINHO DE MORO, por Josias de Souza, no Uol.

Em entrevista à Folha, Sergio Moro falou sobre 2022. Procurou não parecer o que é, para não passar a impressão de que é o que parece. Teve o cuidado de não excluir a hipótese de ser e parecer.

Perguntou-se a Moro: Não mexe com sua vaidade ser uma peça até favorita para 2022?

Para não parecer o que é, o ministro declarou: "Não tenho esse tipo de ambição."

Para que Bolsonaro não diga que é o que parece, Moro emendou: "Eu brinco que já tenho problemas suficientes para lidar".

Para não excluir a hipótese de ser e parecer, tascou: "Como ministro do presidente seria absolutamente inconsistente eu não apoiar a reeleição dele em 2022."

Ficou subentendido que, se virar ex-ministro, Moro pode se oferecer como alternativa para embaralhar o jogo viciado que está na mesa.

A alturas tantas, indagou-se: Descarta ser vice de Bolsonaro em 2022? A resposta veio no mesmo formato.

"O que temos é um vice-presidente que respeito muito, Hamilton Mourão", afirmou Moro, para não parecer o que é.

Mourão é "um general consagrado, que colocou em risco a carreira em um determinado momento para defender o que ele pensava", acrescentou, para que o vice não diga que é o que parece.

"Acho que essa discussão não é apropriada no momento", arrematou, abrindo uma vereda para ser e parecer candidato noutro instante.

Faltando três anos pa...Faltando três anos para a sucessão, especular sobre a candidatura presidencial de Moro é exercício de quiromancia política.

Entretanto, seria ingenuidade fechar os olhos para a possibilidade de que isso ocorra.

O ex-juiz participará da próxima campanha presidencial.
Falta definir em que condições.

Ausente, Moro apanhará indefeso. No figurino de candidato, pode se defender e partir para o ataque.

Como diria Drummond, há uma urna no caminho de Sergio Moro....
Herculano
12/12/2019 17:17
COMO COAF SAI ILESO NA GUERRA DOS CACIQUES POLÍTICOS CONTRA A LAVA JATO, por Andrei Meireles, em Os Divergentes.

Principal alvo dos adversários de Sérgio Moro, o Coaf encerra o ano com o mesmo nome, composição e poderes para auxiliar no combate à corrupção e ao crime organizado

Em novembro do ano passado, o Coaf meio que caiu no colo de Sérgio Moro durante a conversa com Jair Bolsonaro em que aceitou o convite para ser ministro da Justiça e da Segurança Pública. Moro sabia da relevância do Coaf, e do seu papel no combate à corrupção e ao crime organizado. O presidente eleito não fazia a menor ideia do significado daquelas quatro letrinhas. Saiu dali o aval para que o órgão migrasse do Ministério da Economia para a Justiça. Bolsonaro começou a se arrepender um mês depois.

Em plena lua de mel eleitoral, Bolsonaro tomou um susto antes de sua posse quando se tornou público um relatório do Coaf que mostrava uma movimentação atípica nas contas de Fabrício Queiroz - seu amigo e assessor do filho Flávio Bolsonaro. Foi o pontapé inicial de um escândalo que até hoje assombra o clã Bolsonaro. Mesmo assim, ele manteve o compromisso de transferir o Coaf para a Justiça e nomear para sua presidência o auditor fiscal Roberto Leonel, representante da Receita Federal na Força Tarefa da Lava Jato em Curitiba.

O establishment político em Brasília recebeu a chegada de Sérgio Moro com todos os pés atrás. Em conversas com caciques políticos, os ministros do STF Gilmar Mendes e Dias Toffoli alertaram que, se as asas de Moro não fossem cortadas, a Lava Jato faria uma terra arrasada nos poderes da República. Em uma dessas conversas, patrocinada por Rodrigo Maia, foi acertado que a reação começaria com a retirada do Coaf do comando de Moro. O maior receio era de que Jair Bolsonaro fizesse disso uma queda de braço.

Qual não foi a surpresa quando, em meados de abril, o presidente não só deu sinal verde para tirar o Coaf de Moro como confessou ter aceitado a troca do órgão sem ter a menor noção da sua importância. Começou aí a costura com Toffoli e Rodrigo Maia que resultou no acordão que por muito pouco não causou a demissão de Sérgio Moro e um retrocesso irreparável na Lava Jato e em outras investigações sobre corrupção de colarinho branco.

Sob a batuta de Rodrigo Maia, em maio, o Centrão e o PT venceram na Câmara a batalha pela volta do Coaf para o Ministério da Economia na Câmara e manobram para que ela não fosse revertida pelo Senado. Um mês depois, o site The Intercept começou a série sobre "as mensagens secretas da Lava Jato", fazendo um escândalo com conversas banais entre investigadores e em todas instâncias da Justiça. Foi o suficiente para pôr Moro no pelourinho.

Logo que o STF entrou em seu recesso de julho, Dias Toffoli pôs a cereja no bolo comemorativo do sucesso do acordão. Aproveitou um pedido da defesa de Flávio Bolsonaro e, numa canetada sem precedentes e sem medir as consequências, suspendeu o inquérito sobre o filho do presidente e mais de mil investigações, baseadas em relatórios do Coaf e da Receita Federal, sobre corrupção e crime organizado. O STF acabou corrigindo esse absurdo, inclusive com o voto do próprio Toffoli, que sequer pediu desculpas pelo prejuízo que causou.

Em agosto, Bolsonaro fingiu ressuscitar o Coaf. Em medida provisória, o rebatizou de Unidade de Investigação Financeira, o transferiu para o Banco Central e abriu as portas para que fossem nomeadas para o conselho pessoas de fora do serviço público. Na noite dessa quarta-feira (11), foi justamente a Câmara dos Deputados que fez as correções. Restabeleceu o nome Coaf, e, mais importante, a exigência de que seus integrantes façam parte de carreiras de estado. Mudanças que na próxima semana serão referendadas pelo Senado. Noves fora todas as bobagens, o Coaf voltou a ficar com o tamanho de sempre.

Na montanha russa que tiveram de encarar em Brasília, Sérgio Moro e a Lava Jato encerram o ano no topo. E com muito mais traquejo para enfrentar os adversários de sempre, forçados a recuar na luta em favor da impunidade, mas que não desistiram.

A conferir.
Herculano
12/12/2019 17:12
O TIRO DOS BANDIDOS ELEITOS PELO POVO CONTRA MORO QUE PEDE LEIS CONTRA CRIMINOSOS

De Leandro Ruschel, um blogueiro reconhecidamente bolsonarista, no twitter:


Establishment podre prepara medida anti-Moro, aumentando de 6 meses para 6 anos o prazo de servidores públicos saírem dos seus mandatos para concorrer a cargo eletivo.

Brasil está na mãos dos piores bandidos.

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.