O fatiamento do Plano Diretor passa, estranhamente, muito longe do Ministério Público, mas perto dos interesses particulares e políticos dos poderosos de plantão. - Jornal Cruzeiro do Vale

O fatiamento do Plano Diretor passa, estranhamente, muito longe do Ministério Público, mas perto dos interesses particulares e políticos dos poderosos de plantão.

26/08/2019

Certamente não é um caso de planejamento de uma cidade

Adilson (a esquerda) fez o primeiro Plano Diretor de Gaspar. Obrigado, Zuchi contratou a revisão dele, mas não o aprovou. Kleber, fatiou o que a Iguatemi colocou no papel com ajuda de Gevaerd (o último a direita) que fez na Furb o que Adilson contratou.

Antes de mais nada, devemos esclarecer minimamente o que é um Plano Diretor de um município. A grosso modo, ele é o instrumento legal básico, discutido com a sociedade, aprovado pelo Legislativo que ordena e trada da política de desenvolvimento. É a forma de lidar organizadamente com o futuro da cidade e dos cidadãos, bem como dar segurança aos moradores e investidores. O objetivo de um Plano Diretor é o de orientar à atuação do poder público e da iniciativa privada na construção dos espaços urbano e rural, bem como na oferta dos serviços públicos essenciais, visando assegurar melhores condições de vida para a população.

Conhecida a definição acima, que está explícita no Estatuto das Cidades, podemos assegurar que o primeiro Plano Diretor de Gaspar veio muito tarde para cá: só em 2006. Foi com o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, eleito pelo MDB numa dobradinha com o PP de Clarindo Fantoni, como é hoje com Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP.

O Plano Diretor foi feito por técnicos da Furb, debatido na cidade com inúmeras audiências, entreveros, desgastes diante da desorganização que havia e que se queria persistir por aqui.

Naqueles tempos – e até mesmo hoje com o confuso Plano Diretor em plena vigência - o mais forte, ou organizado, ou apadrinhado, sempre tinha razão. Conseguia o que desejava no escurinho das negociações de gabinetes ou nas promessas eleitorais.

No comando técnico deste trabalho naquela época esteve o engenheiro e professor Alexandre Gevaerd e que nada tinha a ver com a administração gasparense e que veio acontecer apenas há pouco mais de dois anos. Gevard, por isso, até bem poucas semanas atrás, por causa do seu conhecimento, competência técnica e da forma para abreviar caminhos, foi chamado por Kleber para ser o secretário de Planejamento Territorial de Gaspar.

Gevaerd só saiu daqui porque acumulava dois cargos públicos – professor concursado na Furb e secretário em Gaspar. Denunciado por causa desse acúmulo indevido, a permanência dele no cargo estava esquentando à chapa do político Kleber.

O prefeito de plantão, poderia – ou ainda poderá e se manobra para que nada aconteça com ele em decorrência disso não der certo - perder os direitos políticos pela insistência no prolongamento por quase um ano nessa irregularidade, ou seja, a acumulação de cargos.

Mal orientado pelos donos e dirigentes do MDB, entre eles pelo prefeito de fato, o advogado, Carlos Roberto Pereira, hoje secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, pelos “çabios” luas pretas do poder e pela procuradoria geral do município, Kleber insistiu em prolongar essa irregularidade.

E para que? Acham-se que possuem o corpo fechado nas instituições de fiscalização e julgamento. E por isso, decidiram correr o risco e afrontar esta coluna que expôs o fato antes de todos incluindo a decisão de afastar Gevaerd, bem como desdenhar o funcionário público (Samae) vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, que denunciou a irregularidade, além à própria lei que proíbe tal acúmulo e o erro cometido na nomeação e principalmente na insistência em bancar o proibido. Gente afeita ao martírio, mas dos outros.

REVISÃO NECESSÁRIA

Volto. Como rege o Estatuto das Cidades, o Plano Diretor deve ser revisado a cada dez anos. Afinal, as cidades são entes em mutações, expansões, contrações, limitações diante de tecnologias, bem como um mundo e regiões dinâmicas, isso sem falar nos conceitos ambientais. E neste particular, Gaspar experimentou amargamente a catástrofe ambiental severa de novembro de 2008. E ela foi sinalizadora para alguns limites de ocupação e prevenção, os quais, responsavelmente, deveriam estar contemplados na tal revisão do Plano Diretor.

Então era obrigação de Pedro Celso Zuchi, PT fazer essa revisão em 2016. E ele mandou cumprir a lei. Ao menos contratou e não por pouco dinheiro, a afamada e bem conhecida dos gasparenses, a Iguatemi Engenharia.

E ela, na dela, fez o trabalho dela. Zuchi e seus técnicos não acompanharam essa revisão na prancheta. Quando a nova sugestão de Plano Diretor apareceu por aqui assustou a todos. Era um monstrengo. Ele reduzia a cidade à estranha condição de que quase tudo era proibido ou limitado. O desenvolvimento estava, a princípio, comprometido. Gaspar, seria, uma espécie de reserva legal de Blumenau, Brusque, Itajaí...

Era um trabalho – para quem teve tempo para lê-lo como eu – acadêmico, conceitual, bem elaborado, ideal, um control V-control C de sonhos, entretanto, bem longe do nosso passado, das nossas realidades e erros, quando tudo era permitido desde os anos de 1830. Eliminava-se o futuro em detrimento do passado e de uma nova cidade imaginária.

REVISÃO ENGAVETADA

Nada foi pré-debatido como manda o próprio Estatuto das Cidades. Esperto, Zuchi engavetou-o. Evitou a polêmica. Pouco se sabia sobre esse material. O político Zuchi e o esperto PT tinham a certeza que se levassem tal proposta ao debate público às vésperas de uma eleição municipal, eles estariam assinando o óbito político deles próprios e seus sócios do poder no âmbito político e privado.

Vou resumir esta longa história cheia de erros, perigosas omissões e espertezas.

Mesmo assim, e não por causa disso, o PT perdeu a eleição para Kleber. Sem Plano Diretor atualizado e com a indicação de Gevaerd para a estratégica secretaria de Planejamento Territorial, a “revisão” do Plano Diretor feita pela Iguatemi, começou receber “nova” roupagem e maquiagem, tudo aos interesses do poder de plantão e seus novos aliados. Tudo, com chancela técnica e até, jurídica para dar perfeição aos atos.

O primeiro passo foi a de não discutir essa revisão por inteiro – como manda que é uma obrigação legal pelo Estatuto das Cidades. O que se remenda num lado, complica ou afeta outro, e assim vai.

Na verdade, tratou-se de uma esperteza técnica, política e jurídica que se chamou de flexibilização diante de uma emergência imediata a ser resolvida. Criou-se o problema, o álibi e justificou-se o resultado.

Então a “revisão” do Plano Diretor foi mexida ou “construída” em Gabinetes. Fatiaram-na por temas ao longo desses quase três anos, priorizando naquilo que era essencial para aumentar a arrecadação, para autorizar ou regularizar edificações ou para supostamente dar melhor mobilidade urbana.

Tentaram até passar isso na Câmara sem as obrigatórias audiências públicas. Não deu certo porque aqui esse assunto foi explorado. E quando essas audiências foram feitas, ao mínimo, a mobilização foi quase nula para não despertar controvérsias naquilo que se tinha concebido como essencial pelos iluminados técnicos ou “çabios” interessados.

Completando. Quando a matéria, revestida de técnica, chegou à Câmara para ser votada, e em separado do conjunto de mudanças, grupos de interesses estavam presencialmente lá para impressionar os votantes. E eles se impressionaram. E votaram.

UMA LEI AO SABOR DO DONO

E isso não parou. Continua. Gaspar ainda não possui um Plano Diretor e nem se sabe quando ele deverá ser revisado.

Possui retalhos – antigos e novos - feito de legislações esparsas que legitimam o erro, em alguns casos propositais e em outros, aliviam à responsabilidade que quem já autorizou na prefeitura o errado se alguma coisa for parar na Justiça, no Ministério Público e principalmente legitima o procedimento do Registro de Imóveis, o que consertou as rotineiras aberrações daqui.

Resumindo: o que se fez, até aqui, foi o de impedir ou diminuir os danos legais, se e quando eles forem questionados. Afinal, há lei a ser seguida, mesmo que o rito dela possa ser colocado em dúvida por alguém mais legalista no futuro. A chance disso acontecer é a menor de todas. Há convergência de interesses.

Quer o penúltimo exemplo desse tipo de ajeitamento, sim porque sempre haverá outros com semelhantes intenções? O Projeto de Lei 25/2018, de 15 de novembro do ano passado e foi parar na Câmara em “regime de urgência”, com a lavra do então secretário Gevaerd.

O que diz este PLC diz?

“Altera, acrescenta e revoga dispositivos na lei complementar nº 65, de 23 de novembro de 2015, lei complementar 71, de 13 de outubro de 2016 e lei complementar 100, de 17 de outubro de 2018”. Entenderam alguma coisa? E nem é para entender. Por isso, ele tem este título técnico.

E quando um Projeto de Lei aparece na Câmara de Gaspar com essas informações técnicas, prepare-se: alguma coisa ele esconde. E quando a urgência demora quase um ano... Hum! Então, bingo!

AO INVÉS DE ALARGAR ESTÃO ESTREITANDO RUAS

Basicamente esse PLC 25/2018, altera gabaritos das tais Vias Projetadas, tratadas nele como VP. Na verdade, ele altera à largura de ruas e passeios entre outras.

O vereador Cícero revelou que entre tantas coisas que este PLC criou, foi o de dar regularidade a construções já aprovadas pela prefeitura e que o empreendedor já estava com propaganda na rua. Uma Rua que tinha a projeção de 26 metros de largura, pelo PLC aprovado por todos os vereadores, inclusive pelo próprio Cícero, vai ter apenas 14 metros, exatamente porque um prédio vai ocupar parte dessa via projetada. E isso, segundo ele, acontece com um loteamento no Figueiras.

Então de que mobilidade urbana estamos falando quando ao invés de propor ruas mais largas, estamos estreitando-as e ao mesmo tempo, colocando mais construções nas vias para entupi-las? Não é um contrassenso com o futuro? Não em Gaspar. Não para os administradores que manobram a revisão do Plano Diretor de Gaspar.

No passado, e no tempo do governo de Zuchi, entre tanto, um caso que ganhou repercussão e teve até denúncia. Não deu em nada até hoje. Ela foi feita pelo agora deputado estadual Ivan Naatz, na sua relação com a Associação de Moradores do Bela Vista. Ali um galpão particular que avançou sobre uma via projetada. Ela ligaria a futura ponte do Bela Vista com o Belchior no outro lado do Rio Itajaí Açú. O galpão está lá. E a futura ponte sem o acesso devido e projetado originalmente no Plano Diretor? Já falam em colocar em outro lugar, perto da Havan.

É assim que funciona o Plano Diretor de Gaspar. Só para os sem padrinhos fora do poder de plantão. Acorda, Gaspar!

A imprensa é uma merda? É mesmo? Antes ela tinha o monopólio das informações, notícias – que viraram commodity – e até opinava sobre economia, política, comunidade e esportes

As redes sociais e os aplicativos de mensagens acabaram com esse monopólio. As notícias surgem e morrem em segundos. Os novos governantes se sentiram aliviados.

Agora, a imprensa – portais, tevê, rádio, jornais e revistas impressas que sobrevivem – rapidamente se reinventou. Tornou-se investigativa e principalmente opinativa. Os colunistas com opinião criaram seus públicos e são referência desses veículos. Depende da coragem de cada um.

É na imprensa que se restabeleceu a credibilidade sobre fatos públicos. As redes se tornaram redutos de Fake News, ódio e propaganda enganosa em torno de causas, interesses particulares e de grupos de todos os tipos.

O presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, que foi um inexpressivo deputado Federal por 28 anos e em vários partidos – por exatamente não ter fidelidade aos princípios dessas agremiações -, fez parte da sua campanha para presidente da República, demonizando a imprensa tradicional - principalmente a Rede Globo - e surfando na então quase desconhecida no seu potencial de influenciar das redes sociais e dos anônimos e incontroláveis aplicativos de mensagens. Ele se deu bem. Muito bem. Um case de sucesso.

Mas, são as mesmas redes sociais e aplicativos de mensagens inundados de fake news e ódio - as mesmas formas e mensagens que o ajudaram - que estão sabotando o seu governo, seja pelos próprios aliados descontentes, mas principalmente pela oposição que entrou nesse jogo vantajoso que os bolsonaristas criaram durante a campanha vencedora.

O que faz o presidente Bolsonaro, na sua loucura de afrontar a todos e a toda hora enxergar fantasmas ao invés de se vestir de estadista num país quebrado pelo PT, seus sócios do Centrão e a esquerda do atraso?

Todos os dias de manhã, ao sair do Alvorada, para e saí do carro oficial e faz um briefing com os jornalistas de plantão e cria pautas na cerca do portão de saída do Palácio Alvorada - onde reside. Mas, jornalistas não são uma classe a ser perseguida, desacreditada e eliminada?

Ora, se a imprensa (e os jornalistas) é uma merda, mente, é decadente e deveria ser "eliminada", como vive sugerindo ele, seus filhos e seguidores, qual a razão dele parar todos os dias, nos últimos dias para esse gesto e como ele, criar fatos que ao longo do dia, em muitos casos, acabam não acontecendo, se modificando ou até sendo desmentido pela realidade, mostrando que o próprio presidente, não possui noção e controle do que faz?

Primeiro: as suas lives nas redes sociais não têm tido audiência e se possuem, não estão repercutindo, pois é monossilábico, confuso, histérico...Essas lives valiam naquele improviso na campanha eleitoral, de poucos recursos, confrontando com a riqueza dos partidos líderes.

Outra. São timings bem diferentes: campanha eleitoral e poder de fato. Um vale tudo o outro é cerimonial e possui valor, crédito (ao menos deveria). Já escrevi sobre isso sobre Gaspar. Os erros são semelhantes.

Segundo: essas lives, monossilábicas, acompanhada de gente que é obrigada a ficar quieta e enfeitar o cenário, não provocam discussão, não criam contraponto, não geram credibilidade. Ao contrário: provocam cansaço, espanto e desconfianças. E é feita para o mesmo público: aquele que já está convencido, que é leal, que não vai mudar, ajudar ou repensar. É um petismo às avessas.

Terceiro: a própria rede social onde Bolsonaro, bolsonaristas e seus seguidores se apoiaram, está contaminada e aos poucos os sites com checagem de fatos autônomos e dos principais órgãos de comunicação são os mais procurados para a confirmação das informações. E essas checagens estão mostrando quem exagera, mente, como e porque se mente. Está mais fácil e acessível hoje em dia saber quem está mentindo, criando e distorcendo notícias a favor ou contra o governo, o Brasil, os políticos, as instituições. E quem está perdendo são as redes sociais.

Quarto: com o advento da rede social e dos aplicativos de mensagens, a notícia virou commodity, então os analistas, conhecidos, viraram referência. E eles explicam às entranhas das notícias e dos movimentos dos políticos sejam eles na oposição ou os no poder de plantão. Esses analistas, viraram um terror de gente que cria, difunde ou manipula os fatos nas redes sociais e aplicativos de mensagens. As provas desmontam discursos feitos para analfabetos, ignorantes e desinformados, alvos das manobras das redes e aplicativos.

Quinto: se os veículos de comunicações tradicionais - entre eles os jornais e revistas impressos que vivem um pesadelo devido à rápida troca de tecnologia - são dispensáveis para Bolsonaro o seu entorno, quais as razões do presidente Bolsonaro dar cafés coletivos da manhã para a imprensa toda a semana? Não deveria dispensar essa prática antiga e com gente que não possui mais influência alguma como ele próprio sempre repete nas suas entrevistas? Gente estranha. Não acredita naquilo que crê. Não pratica aquilo que prega.

Este é o maior atestado de que a imprensa formal - portais, rádios, televisões, jornais e revistas - é a que influencia fato a população de um modo geral. Então é preciso se aproximar dos "inimigos", tê-los sob os olhos e ouvi-los naquilo que têm como verdade para então combater mais eficazmente.

Devemos nos preocupar com os lobos e não com as ovelhas. Elas são mansas e facilmente guiadas. Já os lobos nunca perderão o seu instinto de atacar as ovelhas.

Sexto: E para completar. Quer maior contradição nesse discurso torto sobre o papel da imprensa e sua necessária independência que tanto incomoda os políticos no poder de plantão? Na sexta-feira, quando o presidente Bolsonaro, com a cola no meio das pernas, precisou falar ao mundo, fingindo que se dirigia aos brasileiros sobre as providências que tomava contra as queimadas - e não os desmatamentos, o verdadeiro problema e crime - que horário ele escolheu na televisão brasileira? O do Jornal Nacional, da Globo, o de maior audiência. Não foi o do manso SBT e nem muito menos da obediente Record.

Há melhor atestado da importância da imprensa, da Globo e do Jornal Nacional do que a escolha do presidente na sexta-feira passada? Bolsonaro, o governo e o PSL reconheceram com o gesto, a liderança da Globo - líder porque se reinventa diante das mutações e enfrenta com fatos os que a detestam – bem como a liderança no horário do Jornal Nacional –porque é acreditado.

Ora, se ambos são merdas, mentirosos e deviam ser exterminados como apregoam os Bolsonaros e parte da direita xucra, como fazia o PT e seus sócios do poder e sacanagens, não deveriam ter servidos de referência para a escolha do horário do pronunciamento oficial de Bolsonaro.

Gente maluca. Diz uma coisa e faz outra. E por que? Porque em ambos os casos sabem o que estão fazendo: jogando e nos manipulando aos seus interesses de poder.

Então, a imprensa tradicional está morta? Conta outra mentira para os analfabetos, ignorantes e desinformados. Gente doida, esperta demais, ao ponto de que a própria esperteza está comendo o dono, como lembrava o político mineiro Tancredo Neves.

Sétimo: e o que acontece em Gaspar? A mesma coisa.

O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, orientado pelo prefeito de fato, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do MDB, Carlos Roberto Pereira e outros curiosos que se aboletaram do poder, com as verbas publicitárias dos pesados impostos dos gasparenses, estão apostando em que não possui audiência ou credibilidade.

A escolha não é ingênua, é apenas para a vingança ou favorecer supostos novos amigos, que em outros tempos disseram de quem verdadeiramente são amigos.

Resultados?

O poder de plantão em Gaspar está perdendo à "guerra" para uma andorinha. E como na lenda está fazendo verão. O poder de plantão age, mente e se vinga.

A comunicação que não é da prefeitura, mas da reeleição do prefeito Kleber, vai perder a corrida por não ter aprendido lição elementar e se estabelecer apenas na vingança de querer todos submissos aos planos de poder que nem é do prefeito, mas de um grupo que se esconde atrás dele. Olhem as pesquisas. Entende-as. Ainda há tempo. Acorda, Gaspar!

CENA DA CIDADE.

Samae inundado e complacente na repetição do erro

Acima estão três fotos de destruição (o caminhão causador, uma marquise e um poste quebrado com a fiação espalhada pela rua), sob a complacência do presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP. Ela é do motorista Gilberto Goedert, não habilitado para dirigir caminhão MBT 2666. São três acidentes. Quem vai pagar os prejuízos? Os gasparenses.

Pior do que isso. Este assunto zanzou pelas redes sociais. Gilberto não gostou e foi tirar satisfação com um deles. É assim que funciona. Na imprensa isso até é possível pois existem poucos e mecanismos de pressão, mas nas redes sociais? Falta de noção? Acorda, Gaspar!

BANDO DE CAFONAS, por Fernanda Young, atriz, escritora, roteirista carioca, morta e enterrada no domingo aos 49 anos em São Paulo. Sua última coluna que fez para o jornal O Globo publicar nesta segunda-feira. O cafona, está em Brasília, mas entre nós também.

A Amazônia em chamas, a censura voltando, a economia estagnada, e a pessoa quer falar de quê? Dos cafonas. Do império da cafonice que nos domina. Não exatamente nas roupas que vestimos ou nas músicas que escutamos - a pessoa quer falar do mau gosto existencial. Do que há de cafona na vulgaridade das palavras, na deselegância pública, na ignorância por opção, na mentira como tática, no atraso das ideias.

O cafona fala alto e se orgulha de ser grosseiro e sem compostura. Acha que pode tudo e esfrega sua tosquice na cara dos outros. Não há ética que caiba a ele. Enganar é ok. Agredir é ok. Gentileza, educação, delicadeza, para um convicto e ruidoso cafona, é tudo coisa de maricas.

O cafona manda cimentar o quintal e ladrilhar o jardim. Quer todo mundo igual, cantando o hino. Gosta de frases de efeito e piadas de bicha. Chuta o cachorro, chicoteia o cavalo e mata passarinho. Despreza a ciência, porque ninguém pode ser mais sabido que ele. É rude na língua e flatulento por todos os seus orifícios. Recorre à religião para ser hipócrita e à brutalidade para ser respeitado.

A cafonice detesta a arte, pois não quer ter que entender nada. Odeia o diferente, pois não tem um pingo de originalidade em suas veias. Segura de si, acha que a psicologia não tem necessidade e que desculpa não se pede. Fala o que pensa, principalmente quando não pensa. Fura filas, canta pneus e passa sermões. A cafonice não tem vergonha na cara.

O cafona quer ser autoridade, para poder dar carteiradas. Quer vencer, para ver o outro perder. Quer ser convidado, para cuspir no prato. Quer bajular o poderoso e debochar do necessitado. Quer andar armado. Quer tirar vantagem em tudo. Unidos, os cafonas fazem passeatas de apoio e protestos a favor. Atacam como hienas e se escondem como ratos.

Existe algo mais brega do que um rico roubando? Algo mais chique do que um pobre honesto? É sobre isso que a pessoa quer falar, apesar de tudo que está acontecendo. Porque só o bom gosto pode salvar este país.

TRAPICHE

O presidente da Câmara de vereadores de Gaspar, Ciro André Quintino, MDB, enquanto está comprando xicaras de porcelana e copos com a logomarca do Legislativo, está gastando a garganta dele – e se irritando - para anunciar seus atos da mesa diretora durante as sessões.

Não é de hoje e já registrei três vezes aqui antes, que o serviço de áudio da Câmara está baleado. Quem ouve as sessões pela internet, perde parte das sílabas, num picote contínuo do áudio. Quem está no plenário da Câmara, às vezes, não ouve o que os vereadores dizem.

Então... faz tempo que Ciro está devendo uma solução que só depende dele. Dinheiro tem. Autonomia também. E para quem ensaia ser candidato a prefeito, isto é um sinal preocupante.

Do meu leitor assíduo de Brasília, Miguel José Teixeira, e com senso de humor à construção da frase ao ler a manchete do Jornal de Santa Catarina, da NSC Blumenau, sobre uma das Câmara de Vereadores mais caras de Santa Catarina: "Câmara de Vereadores de Blumenau elimina o papel das atividades legislativas"

Excelente!!! Pois o papel dos vereadores, eles já haviam eliminado há muito!

Recado cifrado I. O deputado blumenauense Ricardo Alba na militância política e como vereador já passou por vários partidos, inclusive por agremiações que os bolsonaristas consideram – equivocada ou propositadamente para a propaganda de limpeza - como sendo socialistas, antes dele chegar e ser um fenômeno de votos no PSL à Assembleia Legislativa.

Recado cifrado II. “Uma boa semana a todos vocês que são Bolsonaro desde sempre!”, escreveu Alba na sua rede social posando numa foto com Bolsonaro vestido de Fritz numa das suas vindas aqui na Oktoberfest. E justificou, Alba: “digo isso porque hoje vemos muitos aproveitadores (ex integrantes de partidos socialistas, inclusive) que querem se utilizar politicamente da imagem do Presidente, verdadeiros aproveitadores de plantão”.

Recado cifrado II. Afinal, quem são esses aproveitadores? Qual a razão de colocar dúvidas e todos numa mesma balaia? Não seria prudente nominá-los e proceder à “limpeza”, às claras e urgente para o bem do partido que anda fragilizado na governabilidade estadual? O PSL não existia até o fenômeno Bolsonaro. Seus quadros se fortaleceram por gente feita de convicção, mas também, de oportunismo. Essa é a carta e a consistência do partido hoje. Não está na hora de colocar as verdadeiras cartas na mesa e não tê-las nas mangas para o blefe ou à ameaça como sugere Ricardo Alba?

Recado cifrado III. Sem dar pista, o deputado Ricardo Alba escreveu: “não se deixem enganar! Fomos nós, todos nós que fomos às ruas por um Brasil melhor, nas manifestações pelo impeachment e que saímos nas ruas na campanha Presidencial, os vitoriosos do Brasil de hoje. Nós tivemos a coragem de enfrentar o sistema e vencemos, desde sempre, ao lado do Bolsonaro porque identificamos nele, lá atrás, os valores do Brasil que queremos”.

Recado cifrado IV. Nós, quem? Bolsonaro venceu. E não foi unicamente com os votos dos bolsonaristas, mas, como Alba escreve. Mas, também e principalmente com os votos dos que queriam superar o sistema corrupto, viciado e de atraso que dominava o Brasil. Então é preciso respeitar à diversidade desse voto vitorioso ser quiser repetir à vitória, que começa em outubro do ano que vem. E aí está o nó...

Recado cifrado V. E um governo legítimo se faz com governabilidade. Deixando Bolsonaro de lado e se atendo ao terreno onde está o deputado e os catarinenses, o governo de Carlos Moisés da Silva – que ignora solenemente o Vale do Itajaí -, ainda não disse a que veio. E ele está mais perto do MDB – que o vem salvando na Assembleia Legislativa - do que o PSL. E o MDB de hoje em dia não é socialista – como já se ensaiou num passado bem distante. É um oportunista contumaz onde ele está, seja na oposição ou governo.

Recado cifrado VI. O recado cifrado do neófito deputado Alba se preocupa com os problemas internos do partido decorrentes onde assistimos atônitos o enfrentamento na semana passada dos deputados Jessé Lopes e Ana Caroline Campagnolo com o governador? Eles entram esta semana ainda exigindo à retração do governador. Ele quis enquadra-los por terem os deputados sido contra a proposta absurda do coletor de impostos Paulo Eli de aumento dos tributos, principalmente sobre os defensivos agrícolas.

Recado cifrado VI. Sobre socialismo há pouco o que comentar, o próprio PSL significa Partido Social Liberal. Um olhar para dentro da própria agremiação não faria mal nenhum antes de colocar rótulos nos outros.

Não tem jeito. A prova de que a nova gerência de comunicação da prefeitura de Gaspar é feita para a reeleição do prefeito de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e não conhece ainda a cidade. E os que são daqui e ficaram lá, não ajudam.

A reprodução abaixo do convite em que o prefeito mostrou que a única parte que está funcionando até aqui do seu Anel de Contorno Urbano é aquela em que os empresários colocaram a mão na massa.

O convite diz que o evento seria na Rua São Bento. Quem foi lá teve certeza que foi na Avenida Santa Terezinha. Acorda, Gaspar!

 

Comentários

Miguel José Teixeira
27/08/2019 17:59
Senhores,

Atentem para a responsabilidade da jovem Deputada Federal Catarinense Caroline de Toni (PSL):

Após escolha de relator, autor da PEC de prisão em 2ª instância diz que 'é hora de votar'
. . .
A PEC tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e está sob a relatoria da deputada Caroline de Toni (PSL-SC).
. . .
(fonte: https://diariodopoder.com.br/apos-escolha-de-relator-autor-da-pec-de-prisao-em-2a-instancia-diz-que-e-hora-de-votar/

Aposto que pedro, o ausente, "aquelezinho" lembram, se votar, votará contra!
Herculano
27/08/2019 13:32
FALTA MÉDICO E O POSTINHO DE SAÚDE NÃO ATENDE, FALTAM CRECHES, FALTAM OBRAS, E O DINHEIRO DOS PESADOS IMPOSTOS ESTÁ SENDO DESVIADO PARA POLÍTICOS FAZER CAMPANHA ELEITORAL

De João Amoedo, empresário e presidente do partido Novo, no twitter:

Os partidos receberam R$800 mi dos nossos impostos em 2016.

Ano passado receberam R$2,7 bi, somando fundo partidário e eleitoral.

Ano que vem, caso o aumento do Fundão seja aprovado serão R$4,7bi, somando os dois fundos.

Imagina quanto eles receberão em 2030
Herculano
27/08/2019 13:29
EM EMAILS ANTERIORES À PRISÃO, MARCELO ODEBRECHET DIZIA QUE DILMA SAIRIA DO PLANALTO "ALGEMADA", por Claudio Dantas, em O Antagonista.

Novos e-mails entregues por Marcelo Odebrecht em sua delação premiada mostram que o executivo, em 2014, já admitia sua participação no petrolão e o envolvimento de toda a cúpula política.

O então presidente da Odebrecht reclamava constantemente do "autismo" de Dilma Rousseff, diante do avanço da Lava Jato. Num email de 29 de dezembro de 2014, Marcelo escreveu a seus executivos que a postura de Dilma a condenaria à "morte/impeachment".

Era preciso, segundo ele, "fechar a caixa de Pandora" - em referência às contas na Suíça. "Se abrir lá fora e o procedimento de manter preso até falar continuar, não tem como este assunto não sair/continuar e não chegar nela."

Marcelo estava certo de que executivos da Camargo Corrêa, da OAS e da UTC fariam acordos de colaboração que seriam fatais para Dilma e Lula. E chegou a ironizar: "Se OAS e UTC falarem, melhor ELA e o antecessor buscarem asilo em Cuba."

Na mesma mensagem, alertou seus executivos sobre a iminência de uma nova operação, que aconteceria em janeiro de 2015, para prender "umas 60 pessoas" - demonstrando que tinha acesso a informações da investigação.

Segundo ele, o estrago seria grande para petistas e emedebistas. "Aí melhor Ela, o antecessor e todo o PT e PMDB buscarem asilo em Cuba."

Noutra troca de emails, já no início de fevereiro, Marcelo Odebrecht usa tom mais 'catastrófico', ao afirmar que Ricardo Pessoa (UTC) e César Mata Pires (OAS) estavam "realmente dispostos a entregar todos eles (Lula, JW, Dilma...)".

E previa destino ainda mais trágico para a então presidente da República.

"Ilusão alguém achar que morreriam sozinho (sic) quando tudo o que fizeram foi sob liderança do governo! A CCCC também está avançando bem na delação. Não haverá impeachment, teremos em breve ela saindo algemada do Planalto!"
Herculano
27/08/2019 13:25
DISCURSOS

De J.R.Guzzo, de Veja, no twitter:

Nao existe nenhuma região "internacionalizada" em nenhum país livre do mundo - muito menos com 5 milhões de km2, como a Amazônia. As sugestões do presidente Macron de transformar a área em "território da humanidade" são um gigantesco nada. Nenhum governo adulto leva isso a sério.
Miguel José Teixeira
27/08/2019 10:39
Senhores,

Na mídia:

"Dodge defende uso de recursos da Lava-Jato na floresta"

Se,
a Lava-Jato é uma farsa, como quer a corja vermelha e seus incautos, ingênuos e/ou coniventes simpatizantes,

então,
os recursos por ela recuperados, devem retornar aos envolvidos, que foram injustiçados!

Logo,
parafraseando Shakes, há algo de podre no reino da toga preta!
Herculano
27/08/2019 08:42
ELES GUERREIAM, E O POVO PAGA COM DESEMPREGOS, SACRIFÍCIOS, RETROCESSOS, MAIS QUEBRADEIRA NA ECONOMIA, ISOLAMENTO... CUBA, VENEZUELA, IRÃ, COREIA DO NORTE SÃO EXEMPLOS....

"O SENHOR MACRON DEVE RETIRAR OS INSULTOS QUE FEZ"

Jair Bolsonaro disse que só vai aceitar os 20 milhões de dólares do G7 se Emmanuel Macron "retirar os insultos" contra ele:

"Primeiramente, o senhor Macron deve retirar os insultos que fez à minha pessoa. Primeiro me chamou de mentiroso. E depois, informações que eu tive, de que a nossa soberania está em aberto na Amazônia. Para conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores intenções possíveis, ele vai ter retirar essas palavras e daí a gente pode conversar."
Herculano
27/08/2019 08:38
SEM PONTO DE INFLEXÃO, por Pablo Ortellado, Professor do curso de gestão de políticas públicas da USP, no jornal Folha de S. Paulo

Regimes iliberais corroem liberdades e independência das instituições pouco a pouco

Para saber como reagir às recentes investidas de Bolsonaro contra as universidades, a Ancine, a Polícia Federal, o Inpe, o Ministério Público e o Coaf, convém ver o que ensina a experiência internacional.

Se analisarmos a evolução dos regimes de Viktor Orbán, na Hungria, de Recep Erdogan, na Turquia, ou de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, na Venezuela, não iremos encontrar um ponto de inflexão, um corte institucional como foi 31 de março de 1964 (golpe militar) ou 13 de dezembro de 1968 (decreto do AI-5).

Esses e outros regimes que vêm sendo chamados pelo jornalismo e pela ciência política de "iliberais" têm mobilizado um repertório comum, empregado paulatinamente.

Nele, vemos restrições à imprensa, com mudanças ad hoc em regras de concessão de licenças de radiodifusão, regulação da importação de papel e perseguição a veículos e jornalistas. Vemos também a subordinação de cortes constitucionais e eleitorais com o alargamento da composição dos tribunais e cassação ou antecipação da aposentadoria de juízes.

Vemos ainda o redesenho de distritos para assegurar triunfos eleitorais ou mudanças constitucionais oportunistas para ampliar prerrogativas do Poder Executivo. São também frequentes mudanças no financiamento e na designação da direção das universidades e um maior controle do Exército e das forças policiais.

Nada disso acontece de uma vez. As medidas vão se sucedendo no decorrer dos anos, uma após a outra, às vezes aceleradas por ameaças como o golpe de que Chávez foi vítima em 2002 ou a tentativa de golpe de que Erdogan foi vítima em 2016.

Nessas disputas sucessivas, instituições que atuam como contraponto e deveriam ser independentes terminam derrotadas e completamente submetidas ao Poder Executivo. Não há um momento em que se possa dizer com clareza que o regime saiu dos parâmetros democráticos. O critério democrático mais discernível, a realização de eleições periódicas, permanece lá, mas na forma de um ritual impotente.

Como tudo leva a crer que estamos seguindo a trilha iliberal, é bom estarmos cientes de que não vai haver um ponto de inflexão, aquele momento em que nos entreolharemos e gritaremos em coro "¡Ya basta!".
Se nos convencermos com o desenrolar dos acontecimentos de que esse é o diagnóstico, será preciso encaminhar o tratamento.

Na Ilustríssima da semana passada, Rafael Mafei mostrou o caminho das pedras. Afinal de contas, num processo que é gradual e paulatino, não dá ao certo para dizer se é muito cedo ou tarde demais para falar em impeachment.
Herculano
27/08/2019 08:34
BOLA NO PARLAMENTO, por Cláudio Prisco Paraíso

Como já virou praxe neste 2019, novamente a Assembleia Legislativa deve protagonizar o encaminhamento final da gigantesca celeuma criada em torno do aumento do ICMS sobre insumos agrícolas, incluindo-se aí os defensivos.

Já se encontra no Parlamento estadual a Medida Provisória, assinada pelo governador na sexta-feira, 23, isentando os insumos de ICMS até 31 de dezembro deste ano. Moisés da Silva subscreveu a MP depois do acordo, tirado a duras penas, estabelecido com o setor produtivo na quinta-feira passada.

Pelo texto, haverá uma tabela de cobrança de impostos sobre os defensivos em SC, conforme a "periculosidade" de cada um deles, já a partir de janeiro de 2020.

Só que os produtores vão atuar para que as novas regras, sejam elas quais forem, estejam em conformidade com o diapasão nacional, que será definido em abril do ano que vem pelo Conselho de Política Fazendária (Confaz). O órgão de controle deve uniformizar esta questão em todo o Brasil.

E é nesta toada que tendem a seguir os deputados estaduais, modificando o prazo estabelecido na MP de Moisés da Silva, que deve ser estendido até abril de 2020.

VETO

O governador dispõe da prerrogativa de vetar qualquer modificação que venha a ser aprovada no plenário da Alesc sobre a MP que assinou. E aí estará se expondo ao risco de sofrer nova e acachapante derrota!

TOM

Vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, liderança respeitada no meio agrícola de SC, já se manifestou contrário à data de validade da MP de Moisés da Silva.

Barbieri defende que Santa Catarina siga os outros estados, mantendo a isenção fiscal sobre os defensivos até abril de 2020. Pelo menos.

DOIS CAMINHOS

Para as lideranças do agronegócio, que já voltaram a se articular politicamente junto aos deputados estaduais, há dois caminhos a seguir: isenção total até abril; e acompanhar as regras nacionais a partir do ano que vem. Nenhum deles, portanto, acompanha o meio termo proposto por Moisés da Silva

SINTONIA

Diferentemente dos embates que têm marcado o relacionamento entre o presidente nacional da OAB e o presidente da República, em Santa Catarina o relacionamento é positivo. Tanto que o governador Carlos Moisés fez a conferência de abertura do V Congresso de Licitações e Contratos Administrativos promovido pela OAB/SC, com mediação do presidente da Seccional catarinense, Rafael Horn. A palestra do governador, que também é advogado, ocorreu ontem à noite. O evento ocorre até o dia 28, na sede da OAB/SC, na programação do Mês da Advocacia.

CANDIDATOS?

Maurício Eskudlark (PL) já não esconde mais seu descontentamento pela falta de diálogo com o governador. A gota d'água foi o episódio do aumento do ICMS, no qual os deputados em nenhum momento foram chamados a conversar. Colocou o cargo à disposição. Assim, se esvai a suposta liderança governista do segundo deputado em oito meses! O primeiro a aceitar o desafio e a não dar prosseguimento à função de líder foi Onir Mocellin, correligionário de Moisés da Silva.
Miguel José Teixeira
27/08/2019 08:33
Senhores,

Na mídia:

"Líderes de estados da Amazônia Legal se reúnem nesta terça-feira (27/8) com Bolsonaro, que promete revelar "a verdade" sobre interesse estrangeiro na região"

Já que perguntar não ofende:

E quando será a sua reunião com os líderes da Amazônia Ilegal, para revelar a "mentira" que é o Senhor Ministro do Meio Ambiente?
Herculano
27/08/2019 08:25
OPERAÇÃO DA PF EM ITAJAÍ. OPERAÇõES CONTRA TRÁFICO DE DROGAS EM 3 PORTOS BRASILEIROS

Conteúdo do portal G1. Texto de Alexandre Lopes e Andressa Barboza. A Polícia Federal realiza, na manhã desta terça-feira (27), duas operações contra o uso de portos brasileiros para o tráfico internacional de drogas. Em uma delas, os agentes apreenderam cerca de US$ 2 milhões em espécie

O trabalho é fruto de duas operações em andamento nas delegacias da Polícia Federal em Itajaí (SC) e Santos (SP). De acordo com informações da Polícia Federal, as organizações criminosas investigadas atuavam inserindo cocaína em contêineres embarcados nos portos, utilizando empresas de fachada com atuação na logística portuária.

A quadrilha utilizava os portos de Santos (SP), Itajaí (SC) e Paranaguá (PR) para mandar toneladas de droga, especialmente cocaína, para portos de diferentes partes do mundo. As táticas eram distintas e, em geral, a droga era escondida sem que os verdadeiros donos das cargas soubessem. Como parte da cocaína era camuflada em meio a carga de tijolos, a operação foi batizada como 'The Wall' (parede em inglês).

Além da operação em andamento em Santos, também estão sendo cumpridos mandados em outros estados. A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram a operação com o cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão e 24 mandados de prisão nas cidades de Itajaí, Balneário Camboriú, Blumenau, Balneário Piçarras e Ilhota.

Na última segunda-feira (26), mas uma grande apreensão de cocaína foi feita dentro de um contêiner no Porto de Santos. Apenas em 2019, 16,2 toneladas da droga foram encontradas escondidas nos terminais portuários da cidade e, e a maior parte, tinha como destino o continente europeu. No ano passado foram 23,1 toneladas.

Segundo a Polícia Federal, foram recrutados 150 policiais para a execução das medidas. A operação conta com o apoio de servidores da Receita Federal e cães farejadores. Além da prisão dos investigados, também foram apreendidos veículos e bens dos investigados.
Herculano
27/08/2019 08:18
ESTÁ APENAS COMEÇANDO, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista, mestre em filosofia pela USP, no jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro não quer mudar, e mesmo que quisesse, seria tarde; ele já mentiu demais, queimou pontes demais

Não são só fanáticos que ainda defendem o governo Bolsonaro. Há vozes moderadas - liberais que querem um Estado mais eficiente, republicanos que desejam o combate à corrupção - que, embora reconheçam problemas, seguem dando-lhe um voto de confiança.

Para eles, Bolsonaro é bem-intencionado, mas escorrega na comunicação. Mira na direção certa, mas ainda não se revestiu da liturgia do cargo. É despreparado, mas se cercou de bons ministros. Por trás da nuvem de verborragia, haveria um bom governo em andamento.

Tenho uma visão diferente: o problema do governo não é de comunicação, e sim de substância. A forma agressiva e mentirosa com a qual se comunica é deliberada e bem ajustada ao objetivo de suas ações: aparelhar o Estado, subjugar barreiras institucionais a seu poder, dividir a sociedade e impedir o debate racional e propositivo.

Ao turvar as águas da discussão (negando dados, criando teorias da conspiração, acusando pessoas), sua comunicação atua de maneira eficaz.

Ingerência na Ancine, no Inpe, no Coaf, na Polícia Federal e na Receita, desmonte da estrutura de proteção ambiental (com a consequência previsível que agora nos assola), desprezo pela educação, implosão da imagem do Brasil no exterior, filho na embaixada, ataque à imprensa profissional e promoção a sites de fake news, acusações mentirosas contra suspostos inimigos.

Qualquer ministro que não compactue com isso terá sua cabeça cortada. Uns por medo, outros por ambição acabam emulando a baixeza que vem de cima.

A dinâmica se repete. Depois de dias de uma crise absolutamente gratuita criada pelo presidente, ele baixa a retórica e as águas se acalmam. Boas almas moderadas dirão que Bolsonaro aprendeu uma lição e está se emendando.

Se nesse meio-tempo ele for capaz de proferir uma frase gramaticalmente correta, sem ofensas e sem algum delírio estapafúrdio, dirão que passou a se comportar como um "verdadeiro estadista". Isso dura até que ele minta sobre algum jornalista, espalhe intrigas sobre algum aliado ou deboche do presidente de alguma outra nação.

Bolsonaro não quer mudar. E mesmo que quisesse, seria tarde. Ele já mentiu demais, queimou pontes demais. Congresso, Judiciário, academia, imprensa, Ministério Público, Polícia Federal, outros países; os ataques (retóricos ou práticos) destruíram qualquer confiança que poderiam ter nele.

Sua única força é o apoio fanático de parte do eleitorado, que mesmo assim vai aos poucos se cansando de tanta balbúrdia vinda de quem deveria representar o melhor do Brasil.

O único caminho possível é radicalizar o discurso, o que tem se refletido em maior violência dos manifestantes nas ruas. Quem insiste em dar "votos de confiança" e colocar panos quentes apenas aumenta sua capacidade de danificar a institucionalidade e esgarçar o tecido social brasileiro.

Esperar o melhor dos outros e ser capaz de colaborar com diferentes grupos políticos são virtudes. É graças a pessoas assim que o país se civiliza e que governos inicialmente ruidosos às vezes são levados à cooperação e ao ganho coletivo.

Mas tem limite para tudo. Seguir com mostras de boa vontade a quem repetidamente demonstra sua própria má-fé deixa de ser virtude e se torna cumplicidade.

A política do apaziguamento, quando dirigida a alguém verdadeiramente inescrupuloso, encoraja sua voracidade. Após cada rodada de baixezas, vem um cessar-fogo. Mais um deve estar a caminho. Só não respire aliviado ainda; está apenas começando.
Herculano
27/08/2019 08:15
FRANÇA OFERECE 'DOAÇÃO', MAS DEU CALOTE NA CONVENÇÃO DO CLIMA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta terça-feira, nos jornais brasileiros

Já existem mecanismos previstos na Convenção do Clima, celebrado no âmbito das Nações Unidas, para ajudar na preservação da Amazônia, mas não se concretizaram em razão do calote de vários países ricos, inclusive a França. O calote é estimado em US$2,5 bilhões (equivalentes a R$10,3 bilhões) pelo governo brasileiro, na forma de créditos de carbono, estabelecidos no acordo de Kyoto, e o fundo verde do clima. Por essa razão, o Brasil decidiu não considerar a "iniciativa" risível da França de "doar" a ninharia de ?20 milhões. Segundo o chanceler Ernesto Araújo, no âmbito da Convenção do Clima da ONU há "vários mecanismos para financiar o combate ao desmatamento e o reflorestamento", mas a França não paga sua parte.

PAPO FURADO FRANCÊS

A França faz marketing divulgando que é signatária da Convenção do Clima, mas não paga sua parte no financiamento desses mecanismos.

NOVA ESTOCADA

A "doação" anunciada por Emmanuel Macron contém uma provocação contra o Brasil: o dinheiro será para ONGs, e escolhidas pela França.

DOAÇÃO RIDÍCULA

O dinheiro prometido por Macron é tão irrisórios que nem sequer seria suficiente para adquirir um avião-tanque de combate a incêndios.

LA DÉMAGOGIE EST MORTE

"A iniciativa da França nasceu morta", sentenciou destacado diplomata que está na linha de frente das ações do Brasil na polêmica.

ITAMARATY DEU UM BAILE E MACRON ACABOU ISOLADO

A diplomacia brasileira deu um baile em Emmanuel Macron, antes e durante a reunião do G7 em Biarritz. A articulação que acabou isolando o presidente da França em seu discurso raivoso. Os principais parceiros do Brasil foram Reino Unido, Estados Unidos, Japão e até o Canadá, que pulou do barco de Macron. O êxito da operação foi comemorado no Planalto: na declaração final do G7, o presidente francês não conseguiu emplacar qualquer menção ao Brasil ou à Amazônia. Assim, uma montanha chamada Macron pariu um rato.

ESFORÇO COLETIVO

A operação coordenada pelo chanceler Ernesto Araújo atuou desde sexta (23) e mobilizou duas dezenas de craques na diplomacia.

AVAL DA DIPLOMACIA

A diplomacia brasileira, que desfruta de grande credibilidade, mostrou os excessos e as inverdades difundidas sobre a Amazônia. Deu certo.

TOCANDO DE OUVIDO

Enquanto o chanceler conversava ao telefone com seus homólogos europeus, Bolsonaro telefonava a chefes de Estado e de governo.

IRRESPONSABILIDADE

Ao ameaçar boicote a produtos brasileiros, Macron, o abestado, parece ignorar o enorme prejuízo que que provocaria à economia do seu país, com o Brasil botando pra correr Carrefour, Renault, Casino (Pão de Açúcar), Citroen, Pegeot, ArcelorMittal, Caixa Seguros/CNP etc.

MORTADELAS ALIVIADAS

A presença de Paulo Okamoto em Brasília, sábado (24), homem da grana do petista, deu alívio aos petistas que organizaram modesta manifestação na cidade: a grana dos "mortadelas" estava garantida.

TUDO 'ACERTADO'?

O PT espalha em Brasília que "está tudo acertado" com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) soltar Lula no máximo em dois meses. Nem se lembram de que há uma segunda condenação do presidiário, o que eleva sua pena para mais de 22 anos. E outros seis processos.

POLÊMICA DERRUBA

A Frente Parlamentar da Agropecuária vai debater nesta terça o marco legal do licenciamento ambiental. Ambientalistas odeiam o projeto, que quase foi votado em 2017, mas a polêmica o derrubou da pauta.

ANTES E AGORA

A CPI do BNDES, que investiga as falcatruas cometidas pelo banco entre 2003 e 2015, vai ouvir o atual presidente do BNDES, Gustavo Montezano. O requerimento foi de um deputado do PDT do Rio.

APOIO É EXPRESSIVO

O empresário paraibano Pedro Coutinho dedicou o fim de semana em Brasília a uma pesquisa particular com frequentadores de locais chiques a feiras populares, trabalhadores, taxistas, turistas. Após dezenas de entrevistas o resultado: 95% apoiam o governo Bolsonaro.

GRANDE AMAZôNIA

A "pauta Amazônia" está tão quente que motivou até a criação de uma comissão no Congresso, instalada ontem. Há membros do Espírito Santo, São Paulo, Rio Grande do Sul, enfim, a "grande Amazônia".

CRIMES EM SÉRIE?

Polícia Civil do DF, muito eficiente, confirmou a morte de Letícia Sousa Curado, advogada e servidora do MEC, desaparecida desde sexta (23). O assassino confesso, Genir Pereira Sousa, admitiu não ser primeiro crime do gênero. A polícia investiga se prendeu um serial killer.

PENSANDO BEM...

...Macron conseguiu a proeza de ajudar Bolsonaro a consolidar o discurso de que grandes potencias ambicionam, de fato, A Amazônia.
Herculano
27/08/2019 08:10
SOBRE A PEQUENEZ DE BOLSONARO, MACRO ESTÁ COBERTO DE RAZÃO, por Rainer Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

Se alguma coisa o cargo fez ao brasileiro, foi expor sua miudeza de espírito e propósitos

Conforme já constataram inúmeros analistas, foram pelos ares há algum tempo as esperanças de que o cargo de presidente da sexta nação mais populosa do mundo emprestasse razoabilidade ao deputado que, nos 28 anos anteriores, agira como um doidivanas inimputável.

A lambança promovida na área ambiental, que só agora ganha o caráter de crise devido à reação internacional, é apenas mais um exemplo de que se alguma coisa o cargo fez a Bolsonaro foi explicitar a sua miudeza de espírito e de propósitos.

No particular embate com Emmanuel Macron, uma das mais recentes cartadas do estadista do golden shower foi pegar carona em um gracejo do tiozismo barrigudo de internet, para quem o valor da mulher se mede por beleza, idade e submissão.

O francês pode ter interesses ocultos e, sim, escorregou ao replicar uma foto de queimada antiga como se fosse atual e ao falar no oxigênio produzido pela floresta, mas isso soa como música clássica se comparado ao caminhão de besteiras ditas por Bolsonaro sobre o meio ambiente.

Uma coisa é errar a foto. Outra bem diferente é sucatear o órgão de fiscalização ambiental, tagarelar sobre "farra das multas", desacreditar sem qualquer amparo trabalhos científicos sobre o desmatamento e tratar o assunto como chatice que só interessa a veganos. Bolsonaro jamais moveria um fio de seu cabelo boi-lambeu ?"nem seu dito ministro do Meio Ambiente?" caso não houvesse reação internacional.

Em cadeia de rádio e TV, o presidente prestou-se à comédia na sexta ao falar em tolerância zero do governo com o desmatamento. No primeiro dia útil após essa anúncio, gastou a maior parte do tempo de sua fala a repórteres na saída do Palácio da Alvorada, nesta segunda (26), filosofando sobre a remuneração recebida por um colunista do jornal O Globo por palestras à Fecomércio.

Esse é o centro das grandes preocupações do presidente que, o mundo já percebe, dá sinais diários e inequívocos de que não está nem se pretende à altura do cargo que ocupa.
Herculano
27/08/2019 07:42
AS SANGUESSUGAS DAS ESTATAIS ESTADUAIS E QUE OS GOVERNADORES REJEITAM PRIVATIZÁ-LAS

De João Amoedo, empresário e presidente do partido Novo

Não são só as estatais federais que custam caro os brasileiros. As 258 estatais estaduais custam R$16 bilhões ao ano para o cidadão.

Apenas para comparação, este valor é mais da metade do que é gasto pelo governo federal com o Bolsa Família.

Faz sentido?
Herculano
27/08/2019 07:36
PARA EUROPEU VER, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro aviva entrevero com Macron, enquanto surgem paliativos para o desmate

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) colhe o que plantou, no terreno da Amazônia, desde sua grosseria inicial a um dignitário francês - poucas semanas atrás, o presidente desmarcou em cima da hora uma reunião com o chanceler da França e foi cortar o cabelo, o que fez questão de divulgar.

O desmate já se alastrava, então, pela floresta amazônica, mais valorizada por europeus que por certos brasileiros. E com razão se incomodam os estrangeiros, porque o carbono nela estocado, ao chegar à atmosfera por queima ou apodrecimento da mata derrubada, agrava o aquecimento global.

Bolsonaro milita nas fileiras obscurantistas que negam ou desdenham a mudança climática. Agastado com estatísticas de devastação apuradas por satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), acusou especialistas de mentir e exonerou seu diretor.

O presidente e seu cúmplice no Ministério de Meio Ambiente, Ricardo Salles, já haviam posto sob suspeita e ameaça o relevante Fundo Amazônia, formado com doações da Noruega e da Alemanha. Bastou somarem-se a essas provocações algumas imagens fortes de queimadas para o circo pegar fogo.

Emmanuel Macron, o presidente francês, aproveitou a oportunidade de perfilar-se na cúpula do G-7 como líder esclarecido. Felizmente, havia na sala de reunião políticos mais moderados, como a chanceler alemã Angela Merkel, para pôr panos quentes na proposta de rever o acordo UE-Mercosul.

Nos salões da diplomacia, o presidente brasileiro se comporta como um valentão de redes sociais. Parece acreditar que tudo se resolve com impulsividade.

No poder, demonstra que não aprende nem com a experiência: reincidiu na grosseria atingindo novo patamar de baixeza, ao zombar da esposa de Macron.

Ao menos Bolsonaro ensaia um recuo e mobiliza o Exército para combater incêndios cuja existência faz pouco punha em questão. Antes tarde do que nunca.

Cabe lembrar, porém, que o governo federal vinha ignorando apelos do Ibama e do ICMBio por reforços para impedir algo como o "dia do fogo" convocado por ruralistas na área conflagrada de Novo Progresso (PA). E, ainda, que Salles muito tem feito para desacreditar, desaparelhar e incriminar esses dois institutos de sua pasta.

Não fica tanto atrás, em matéria de hipocrisia para as câmeras, a oferta primeiro-mundista de aviões para apagar queimadas. Não faltam homens e aeronaves; falta uma política consistente de combate ao desmatamento, que se concentra em apenas 0,5% das propriedades rurais e raramente se faz com o devido licenciamento.

Faltam, enfim, consistência, veracidade e consequência no Planalto. Com Bolsonaro, viraram fumaça.
Herculano
26/08/2019 17:39
RACHA NO PSL SC: CORDA ESTICADA, por Anderson Sila, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis.

Presidente do PSL tem conversa em Florianópolis sobre polêmica entre governador Moisés e deputados

À coluna ele falou sobre as reações diante de seus posicionamentos e afirmou que o governo não se envolveu no pedido de abertura de processo contra Ana e Jessé na executiva nacional do PSL.

Leia abaixo a transcrição completa das duas perguntas feitas ao governador sobre o assunto:

O senhor se sentiu ofendido com os posicionamentos recentes dos deputados Ana Caroline Campagnolo e Jessé Lopes?
Primeiro é importante frisar que a manifestação do governo Moisés, tanto em jornais, como a Folha de S. Paulo, nunca citou ninguém, nunca chamou especificamente alguém de radical. Então eu não sei se com a forma, enfim, abrangente como falei, alguém se enquadrou nessa condição ou se viu nessa condição. Mas eu nunca acusei ninguém de ser radical. Inclusive meu tom de voz em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro, foi sempre de que eu não o considero um radical. Falei do relacionamento dele com a imprensa, inclusive, que às vezes o pega num horário não muito bom, que ele tem personalidade forte, mas que todas as vezes que eu estive com o presidente a conversa foi leve, rimos muito. Sempre ri muito com o presidente, todos os encontros que estive com ele, é um sujeito leve para conversar. Então, o que aparecem esses recortes da imprensa não é o presidente Jair Bolsonaro. A conversa com ele sempre flui de maneira muito leve. A questão dos deputados, eu tenho feito algumas, por exemplo, a questão da Amazônia. Vejo que levantam como se fosse um posicionamento de esquerda e tal. Eu vi, ontem, que a ministra Damares (Alves) vai entregar para o presidente da República uma lista dos índios de todo o Brasil que se comprometeram a ir combater os incêndios na Amazônia. Se os índios podem ir combater, os bombeiros militares, voluntários e civis dos Estados do Brasil não podem? Entende... Então, nós temos que estender a mão. Essa é a linha de ação do governo, de solidariedade. Quando mandei para Brumadinho e para Mariana, em Minas Gerais, apoio, equipes, conversado obviamente com o governador Zema, já ele tem que aceitar a nossa ajuda, e o pessoal foi, a gente não teve nenhuma crítica. Era uma ação de solidariedade a um Estado vizinho. Se acontecer algo em Santa Catarina, eu vou pedir aos Estados, se nossa Mata Atlântica aqui estivesse sendo devastada, eu vou pedir para os outros Estados que me ajudem. Então foi um ato de ajuda mútuo, isso é muito comum entre os governadores, que acho que foi mal interpretado por quem quer que seja, que estão falando em redes sociais. Outro ato muito mal interpretado que hoje eu fiquei sabendo por rede social, que a Polícia Militar tem um programa, um tema transversal, no curso de formação de sargentos ou no curso de aperfeiçoamento de sargentos. É um programa transversal que recebeu pessoas do segmento LGBT, dos moradores de rua, povos indígenas, todos os temas transversais que a PM lida em sala de aula, para que eles ouvissem como se relacionam com a polícia, até porque eles são comandantes das guarnições nas ruas para que entendam como eles fazem essa abordagem. E isso foi atribuído ao governo como um tema de esquerda, como um tema de partidos de extrema esquerda e que o governador é responsável. Parece até que já formalizaram ao comandante-geral da PM, o coronel (Araújo) Gomes, um pedido de informações, se essa ação é pedido do governador. Então vejam que temos uma visão muito míope em relação a essa coisa de extrema esquerda, extrema direita. O Brasil precisa conversar, precisamos unir forças, nos aproximarmos. Penso que a caridade, a tolerância com o diferente da gente, da opinião diversa, ela tem que se harmoniosa, tem que trazer paz ao convívio. Não podemos levantar bandeiras de fato muito radicais, extremistas, de que tudo que se faz, seja com os povos indígenas, seja com o LGBT, o segmento, com morador de rua, ou quem quer que seja, é algo que não podia ser feito, que é um segmento que não podia ser ouvido. O Estado está aqui para ouvir todas as pessoas, para trabalhar as pessoas, e nós temos que unir todos, inclusive para retirar as pessoas da condição de vulnerabilidade. Seja LGBT, que trabalha na profissão do sexo, seja o índio, ou aquele que dorme na rua. Precisamos trabalhar, o papel do Estado é retirar as pessoas da condição de vulnerabilidade. Então como a polícia não pode se envolver nisso? Eu vejo assim, que precisa aprofundar. Essas pessoas que estão criticando precisam aprender, precisam estudar um pouco mais e eliminar o seu discurso de ódio. O discurso de ódio não vai ajudar a ninguém.

O senhor pediu a expulsão dos dois deputados do partido, tanto a Ana Campagnolo quanto o Jessé?

Nunca misturei governo com partido. Então os senhores podem ter certeza que essa ação que eu estou vendo hoje acontecer que não se trata de expulsão, até onde eu sei e fui informado oficialmente. Se trata de uma denúncia de filiados do PSL à nacional que baixou para investigação. O governo está fora disso.
Miguel José Teixeira
26/08/2019 16:24
Senhores,

Antes de lerem o artigo abaixo, reflitam sobre esta comparação:

Orçamento da Polícia Federal: R$ 1,3 bilhão.

Fundo Eleitoral: vai passar de R$ 1,7 bilhão para R$ 3,7 bilhões!!!

Lembrem-se que o Fundo Eleitoral acabará por contribuir para que muitos ladrões passem a ter acesso às chaves dos cofres públicos e que mais tarde darão muito trabalho à Polícia Federal.

"A trama por trás da crise na PF"
(fonte: Correio Braziliense, hoje - 26/08/19)

Salvador e Brasília ?" Poucos minutos depois das 8h da última quinta-feira, o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, saiu do elevador em direção ao carro descaracterizado que o levaria do hotel a um shopping na capital baiana. O delegado de classe especial evitou educadamente os jornalistas e seguiu para a principal atividade do dia: uma palestra sobre o combate à corrupção. O discurso era o mais aguardado daquela manhã, afinal, a cabeça do homem estava a prêmio em Brasília, por obra e graça do presidente Jair Bolsonaro.

Valeixo, de maneira fria, limitou-se a analisar a evolução do trabalho técnico da Polícia Federal, a partir do uso da tecnologia dos inquéritos. Não fez qualquer referência à tensão evidente entre os delegados que acompanhavam a palestra. Qualquer palavra sobre a crise sem precedentes que atinge a corporação poderia ser mal interpretada a 1.500km dali, no Palácio do Planalto. Uma confidência havia sido feita antes: "Quem me chamou para o cargo foi o ministro Sérgio Moro. Se ficar preocupado com uma exoneração, não faço o meu trabalho". Valeixo é apenas uma peça, um marisco, na briga entre o rochedo e o mar, ou melhor, entre Bolsonaro e Moro.

Enfraquecido desde a publicação de supostas das mensagens trocadas com integrantes da força-tarefa em Curitiba, Moro vê o poder minado por intrigas palacianas. Por tabela, Valeixo, o indicado do juiz para o comando da PF, acabou na linha de tiro. Desde a semana retrasada, a tensão entre a Polícia Federal e o Planalto só aumenta. Uma declaração de improviso de Bolsonaro pegou de surpresa os delegados. "Vou mudar, por exemplo, o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Motivos? Gestão e produtividade", disse. Um dia depois, Bolsonaro aumentou o tom, mas teve de recuar.

Tuitada

Os movimentos de Bolsonaro, entretanto, continuaram com uma tuitada na quarta-feira, deixando apreensiva a cúpula da corporação. O presidente, tal qual um incendiário, foi ainda mais fundo. Disse "confiar plenamente" nos ministros, mas que a escolha do diretor-geral da PF é de competência exclusiva dele. Desde a publicação, técnicos do Ministério da Justiça e delegados da PF aguardam a saída de Moro e, por tabela, a queda de Valeixo.

"Um segundo, deixa eu olhar aqui no celular se o DG (diretor-geral) caiu", disse um delegado lotado na Bahia, num misto de brincadeira e apreensão, durante o Simpósio Nacional de Combate à Corrupção, promovido em Salvador, no fim da semana passada. As consequências da saída de Valeixo são imprevisíveis, principalmente por não existir um nome para substituí-lo, o que deixa a PF em alerta sobre a interferência de Bolsonaro na corporação em escalas grandiosas. "O problema hoje é que estamos lidando com um governante imprevisível, capaz de dar qualquer declaração. É quase impossível traçar um plano de preservação", ressaltou um delegado lotado no Rio de Janeiro.

Um integrante do alto escalão na Esplanada dos Ministérios, ainda assustado com as declarações de Bolsonaro sobre interferência na PF, afirmou ao Correio que é preciso uma mudança de rota. "Isso não vai dar certo. Alguém precisa convencer o presidente a maneirar o discurso. Abrir uma guerra com a PF não é a ação mais inteligente." A dificuldade é a escalada das declarações de Bolsonaro, cada vez mais agressivas, que podem levar a relação com os policiais a um caminho sem volta. "Ainda não chegamos a esse ponto, mas é preciso entregar as armas e manter o diálogo."

Suspeitas

Entre os policiais federais e a própria cúpula do governo, há uma busca pelo interlocutor de Bolsonaro que está insuflando o presidente contra a corporação. Uma das suspeitas iniciais levantadas estaria no filho Eduardo Bolsonaro, escrivão da PF, uma categoria francamente distante da dos delegados. Os policiais mais experientes, porém, apontam para uma segunda hipótese: a de um delegado interessado no jogo de poder desenvolvido no Máscara Negra, como é chamado o prédio da sede da PF em Brasília. E tudo teria começado pelo desejo expressado pelo superintendente do Rio de Janeiro, Ricardo Saadi.

Durante os últimos meses, Saadi expressou, em vários momentos, a vontade de deixar o cargo e voltar para Brasília. A troca natural seria por Carlos Henrique Souza, lotado em Pernambuco, que, não era segredo para ninguém na corporação, desejava voltar para o Rio de Janeiro, onde já tinha atuado. Paralelo a tal acerto, grupos de delegados se movimentaram para emplacar nomes próprios, distante do que foi acertado com Valeixo. "Essas brigas sempre existiram na PF, não é novidade, mas elas só ocorrem quando há espaço de poder a ser ocupado", destacou um delegado lotado em Brasília. O fato é que Moro ficou fragilizado mais rápido do que se esperava, abrindo janelas para substituições nas superintendências.

Enquanto a tensão se mantém em alta, Valeixo é aconselhado a não abandonar o cargo, o que representaria uma vitória para Bolsonaro na tentativa de interferência na PF. Ruim com ele, pior sem ele, é a lógica de parte dos delegados, que tenta fazer gestões no Congresso para aprovar um projeto que dê mais autonomia e fixe um mandato para o diretor-geral. Mas as especulações maiores são centradas no tempo que Moro ainda vai resistir na Esplanada. Para uma parcela significativa dos delegados, o ministro está sendo esculachado por Bolsonaro. A partir daqui, entretanto, as opiniões divergem em duas ações diversas de redução de danos: a manutenção no cargo pela inexistência de plano B para o momento e a saída do posto a partir de um pedido formal e uma entrevista coletiva para se explicar à população. Nenhuma das alternativas é totalmente boa para Moro. Todos voltam a concordar.


A corporação

Estrutura
" 10 mil integrantes
" Desses, 5,7 mil são agentes
" 600 em formação
" Número desejado: 15 mil
" 27 superintendências

Orçamento
" R$ 1,3 bilhão

Principais competências
" Polícia marítima, aérea e de fronteiras
" Segurança do presidente e ministros de Estado
" Combate ao tráfico de drogas
" Proteção da segurança nacional
" Atuar em crimes contra a organização do trabalho

Combate à corrupção
" Apoio técnico e científico aos estados e DF
" Coordenação de serviços de identificação

Fonte: Decreto 73.312/73, Federação Nacional dos Policiais Federais
Herculano
26/08/2019 12:00
da série: os nossos políticos não tem fôlego e técnicas para acompanhar a velocidade das mudanças impostas pela tecnologia. São eles, rodeados de assessores imbecilizados pagos com os nossos pesados impostos para lhes aplaudir que nos levam ao atraso

INOVAÇÃO PORÁ AGRONEGóCIO EM XEQUE, por Ronaldo Lemos,
advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, no jornal Folha de S. Paulo.

Insumos que tornam o agro brasileiro competitivo podem se tornar irrelevantes

Na semana passada teve panelaço em várias cidades do país para protestar contra a crise internacional gerada pelo visível aumento do desmatamento e queimadas na Amazônia.

O agronegócio brasileiro - como era de esperar - foi rápido em se juntar ao coro de panelas. Uma política ambiental eficaz é requisito hoje para assegurar mercados globais para os produtos brasileiros.

Especialmente porque a possibilidade de sanções é real e a agropecuária brasileira corre o risco de boicote, o que abalaria um dos poucos setores em que o país é de fato competitivo.

No entanto, para além da destruição da Amazônia, o agronegócio deveria ampliar seu rol de preocupações. Pouca gente no país já notou, mas a agroindústria tornou-se a bola da vez em torno de pesquisa e desenvolvimento em inovação. É provável que todos os fundamentos que fazem um país ser competitivo no setor agrícola venham a ser abalados definitivamente nos próximos anos.

Estão surgindo modelos de produção de alimentos que prescindem de terras extensas, de clima adequado e até mesmo de sol e água abundantes.

Em outras palavras, os insumos que tornam os fundamentos do agronegócio brasileiro competitivo podem se tornar irrelevantes por causa do avanço tecnológico. E, quando isso acontecer, vamos chorar ainda mais a tolice de permitir que vastas áreas da Amazônia tenham sido derrubadas.

Para visualizar o terremoto de inovação agrária que vem por aí, basta analisar o crescente volume de capital de risco (venture capital) que está se direcionando ao setor.

Em 2010, os investimentos em AgTech (tecnologia agrícola) eram praticamente inexistentes. Nos anos seguintes a situação mudou, com um crescimento vertiginoso. Em 2017 e 2018, o volume de capital de risco empregado em AgTech ficou próximo de US$ 2 bilhões (R$ 8,2 bilhões). Há um verdadeiro boom de startups agropecuárias prometendo revolucionar o setor.

Há apostas nos mais diversos modelos. Por exemplo, fazendas verticais cultivadas no perímetro urbano com iluminação artificial, revolucionando a ideia de "farm to table". Cultivos hidropônicos que reduzem drasticamente a quantidade de água e solo necessários para alcançar volumes significativos de produção.

Aplicação de tecnologia genética - como a técnica Crispr - para produzir novos tipos de cultivares mais eficientes. Inovação em produtos, que é um dos campos mais promissores, como a criação de carnes vegetais que equivalem em sabor ao original e até ovos veganos. Sem contar os experimentos de cultivo de proteína animal em laboratório, sem a necessidade de abate de animais.

É claro que empresários agrícolas tradicionais podem ler sobre isso e dizer que é "ficção científica" e que "nunca será possível substituir a tríade terra, água e sol". A história recente está cheia de previsões desse tipo.

Em 1995, o engenheiro Robert Metcalfe - um dos maiores especialistas em redes à época - disse que "a internet vai crescer como estrela supernova neste ano e em 1996 implodirá catastroficamente". O agro brasileiro hoje tem essa mesma confiança. Acha que está em berço esplêndido e que os fundamentos do seu sucesso são estáveis.

Se há uma lição que devemos aprender com o avanço tecnológico, é não tomar nenhuma vantagem competitiva como natural.

READER
Já era
Achar que preservar a Amazônia é coisa de ecochato

Já é
Agronegócio brasileiro como um dos mais competitivos do planeta

Já vem
Competição dura com agricultura verde de outros países e as AgTechs
Herculano
26/08/2019 11:51
da série: sem criatividade, sem equipe, sem interlocutor, sem diálogo, o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, se agarrou a um servidor público com ideias fixa de "aumentador" w cobrador de impostos de pesados para solucionar o problema de caixa, ao mesmo tempo que e distribui culpados pela falta de fundos nos cofres de Santa Catarina. O comandante Moisés vem apanhando desde a semana passada, pois não consegue enxergar que é o governo quem gasta o que não tem ou distribui o que não pode ser distribuído para gente cheias de privilégios num ambiente de economia estagnada.

ACIF TAMBÉM REPUDIA SECRETÁRIO DA FAZENDA

A Associação Comercial e Industrial de Florianópolis também lançou uma nota de repúdio neste domingo contra o secretário estadual da Fazenda, Paulo Eli, por suas declarações contra os proprietários de bares e restaurantes, classificando-os de sonegadores.

A nota critica também o governo Moisés da Silva por cancelar incentivos onerando toda a população.

Duas outras notas de repúdio foram emitidas no sábado pela Diretoria da Câmara de Diretores Lojistas de Florianópolis e pelo Fórum de Turismo da Grande Florianópolis, este em nome de 20 entidades.

Intitulada "ACIF repudia declarações de secretário da Fazenda de SC e se manifesta contrária ao aumento do ICMS", a nota tem o seguinte teor:

"As declarações de Paulo Eli, secretário estadual da Fazenda, que defendeu o aumento do ICMS a itens da cesta básica generalizando bares e restaurantes como sonegadores é digna de repúdio por parte da ACIF. A entidade estranha o discurso do Governo Estadual ao retirar incentivos fiscais que fatalmente onerarão o orçamento de toda a população, já que o firmado com a sociedade foi exatamente o contrário.

Por fim, defende o empresariado catarinense, com índices acima da média nacional em termos de arrecadação, e acredita que este equívoco do Executivo estadual será contornado. A Associação preza pelo diálogo, transparência e consenso, e não acusações infundadas àqueles que geram emprego e renda.
Herculano
26/08/2019 11:42
A SOCIABILIDADE NA UNIVERSIDADE, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, ensaísta e professor, no jornal Folha de S. Paulo

Ser de esquerda em ciências humanas é o esperado de uma pessoa 'decente'

O debate acerca da hegemonia da esquerda na universidade no Brasil é importante. Antes de tudo, deve-se esclarecer que essa hegemonia não é um traço apenas do cenário brasileiro, mas global. No âmbito das ciências humanas, essa hegemonia é tão óbvia quanto o fato que o sol nascerá amanhã. Quem a nega, o faz por pura mentira, má informação ou ingenuidade canina.

Isso implica que exista uma conspiração mundial de esquerda? Hoje não creio; no passado sim. Mas, nunca tive uma personalidade paranoide, por isso, talvez, eu perca alguns detalhes invisíveis nesses 25 anos de vida universitária como professor de graduação, mestrado e doutorado.

Todavia, o dito no parágrafo acima não torna inconsistente o dito no primeiro parágrafo. Isso é o que escapa à maioria das pessoas. O pertencimento à esquerda ao longo da vida acadêmica é da ordem de uma sociabilidade identitária que garante aquilo que todo pertencimento garante.

Ser de esquerda numa faculdade de ciências humanas é o esperado de uma pessoa "decente". Não ser de esquerda numa faculdade de ciências humanas é mais ou menos semelhante a ser uma mulher de pastor que dá para um fiel da igreja do marido e todo mundo fica sabendo. O que acontecerá com essa mulher?

O que está em jogo na universidade não é um plano sofisticado de dominação mental. Ninguém é inteligente o bastante, nem estuda o bastante, nem é corajoso o bastante. Muito pelo contrário: boa parte do clero acadêmico é feito de covardes institucionais movidos por vaidade, inveja, ressentimento, preguiça e medo.

O que está em jogo é uma sociabilidade que garanta aumento de salário, perenidade de emprego, bolsa para viajar ao exterior, artigos publicados em revistas que ninguém lerá mas que garantirá pontos, postos em agências reguladoras e colegiados, poder para destruir carreiras de concorrentes, poder para comer alunas, alunos e colegas, convites para jantar e dar cursos, honras públicas, enfim, nada de "grandioso" como uma revolução bolchevique.

Acadêmicos são, em grande parte, preguiçosos e dados a conchavos para garantir espaços institucionais que garantam, por sua vez, o descrito acima.

Não se deve menosprezar a força de pertencimento a uma sociabilidade. Pergunte para nossa hipotética mulher de pastor citada acima, pega, num momento de fraqueza, fazendo um boquete num fiel no carro, no estacionamento da igreja numa hora em que esta deveria estar vazia.

Essa sociabilidade garante amizades, simpatias em editoras e redações, horizonte de emprego e reconhecimento profissional. Um professor comum passa num concurso numa universidade pública ou privada e logo você o verá passar pelo processo de "radicalização" banal para ser aceito nessa sociabilidade.

Isso implicará em ter um conjunto de palavras a serem usadas e um conjunto de indignações a serem expressas quando estiverem tomando vinho chileno. Essa sociabilidade também implicará num conjunto mínimo de títulos e autores a serem cultuados (quanto menor esse conjunto melhor), assim como num conjunto imenso de títulos e autores a serem ignorados como forma de pureza bibliográfica.

Como toda forma de sociabilidade identitária, esta também tem no "seu" idiota pleno um arquétipo de pureza absoluta.

E não devemos esquecer que o clero acadêmico, assim como o eclesial, tem de si uma imagem de combate do mal em nome do bem. Isso piora as coisas sempre.

Quanto aos alunos, a sociabilidade de esquerda também ajuda, ainda que seja menos institucional porque, afinal, não estão em jogo "cargos e salários". Mas ajuda você a conseguir vaga e orientador na pós, com certeza.

Entre alunos de humanas, ser de esquerda facilita coisas como festas, viagens, comer colegas e "fumar um". Um colega que não fizer parte dessa sociabilidade, tende a ficar meio isolado. E o movimento estudantil é pura truculência.

Só diz que a universidade é democrática quem é mentiroso, mal informado ou sofre de ingenuidade canina.

Enfim, você quer ter amigos na universidade? Quer ser reconhecido? Quer passar em concursos?
Herculano
26/08/2019 11:37
DESMATAMENTO BATEU RECORDE NO GOVERNO LULA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Dados do INPE revelam que a Amazônia teve 125 mil quilômetros quadrados desmatados nos 8 anos do governo Lula. O recorde foi em 2004, quando o INPE registrou em apenas um ano desmatamento de 27,7 mil quilômetros quadrados, equivalente ao Estado de Alagoas, sem que tenham sido ouvidos protestos de ONGs ou líderes europeus. O Instituto Imazon diz que nos últimos 12 meses foram desmatados 5 mil km2, 66% a menos que a média anual do governo Lula.

QUEDA LIVRE

A média anual de 15,6 mil quilômetros quadrados desmatados na era Lula caiu para menos da metade, 6,3 mil, entre 2011 e 2018.

MENOR POSSÍVEL

O menor registro de desmatamento na Amazônia Legal, diz o INPE, ocorreu em 2012, quando foram destruídos 4,5 mil km2 de matas.

CRISE FAKE

Se mantiver o ritmo dos últimos meses até o final do ano, o governo Bolsonaro terá o terceiro melhor resultado da série histórica do INPE.

TÁ EXPLICADO

A manipulação de números, utilização de fotos antigas ou mesmo de outros locais, evidenciam o interesse comercial ou político na crise.

MOTORISTAS DO DF RECEBEM 7 MIL MULTAS POR DIA

O presidente Jair Bolsonaro tem citado a "indústria da multa" e até falou que, no DF, ninguém consegue circular sem ser multado. Os números parecem dar-lhe razão. Os órgãos de controle de trânsito (Detran, DER e PM) aplicaram mais de 1,25 milhão de multas no primeiro semestre do ano, cerca de sete mil autuações por dia. A mais comum, dirigir acima da velocidade, representa 59,1% do total; 741,3 mil infrações.

FALTAM VAGAS

A segunda multa mais comum foi por estacionamento irregular. Foram 92.229 autuações, o equivalente a 7,35% do total ou 510 multas diárias.

COMPLETAM O PóDIO

Avançar sinal vermelho (76.279), não usar cinto de segurança (51.210) e usar faixas exclusivas de ônibus (48.221) fecham o top 5 das multas.

DINHEIRO DEMAIS

Questionado, o Detran-DF não soube estimar quanto seria arrecadado se todas as multas fossem pagas. Vários milhões, com certeza.

PRESIDENTE ANALóGICO

O pronunciamento em rede de rádio e TV pode significar a "rendição" de Bolsonaro a formas convencionais ou "analógicas" de comunicação. Ainda é a melhor maneira de um presidente da República falar ao País.

RECIPROCIDADE DóI

Um País com mais de 200 milhões de pessoas, como o Brasil, é um mercado atraente para qualquer parceiro comercial. Boicote a produtos brasileiros pode render retaliação idêntica, e todos sairiam perdendo.

FESTA NO SUPREMO

Nomeado por Lula, o ministro Dias Toffoli irá completar dez anos no Supremo Tribunal Federal em 23 de outubro. Se quiser, poderá ficar mais 23 anos, até 2042. Amigos tentam convencê-lo a fazer um festão.

QUE VERGONHA

A deputada Rosana Lessa (PSB-SP) deu a cara e votou pela reforma da Previdência, mesmo ameaçada pelo partido. Delinquentes, que nunca terão sua coragem, escondem-se no anonimato para insultá-la nas redes sociais e persegui-la nas ruas. O PSB faz ouvidos moucos.

ESSES ALEMÃES...

A ONG Mighty Earth denunciou a lorota de produtores alemães de salsichas supostamente "sustentáveis": a soja que alimenta o gado vem de áreas desmatadas no Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai etc.

OLHA O QUE VENDEM

Inseticidas, fungicidas e herbicidas totalizam 12,5% das exportações da França, e o Brasil tem importado essas porcarias em volume cada vez menor. Mas importamos também peças para carros e medicamentos.

NEM AÍ

Há pelo menos 461 mil brasileiros para os quais essa discussão sobre queimadas na Amazônia é secundária. São os que conseguiram deixar as filas do desemprego desde o início do ano.

OPORTUNISMO, PARTE II

Amanhã já faz uma semana e até agora, que surpresa, não apareceu cineasta oportunista anunciando a produção de um filme sobre o "pobre rapaz" que sequestrou 37 pessoas e acabou "assassinado" pela polícia.

PENSANDO BEM...

...na semana dominada por queimadas, o filho do presidente que quer ser embaixador virou "queimação" secundária.
Herculano
26/08/2019 11:31
PROTECIONISMO DE TIOZÃO É PÉSSIMA POLÍTICA, por Vinicius Mota, secretário de Redação do jornal Folha de S. Paulo

Economias ricas, perto da estagnação, erram ao evitar a incorporação de vastas populações à economia moderna

Donald Trump está furibundo com os chineses. Prometeu intensificar a artilharia comercial contra Pequim depois que o gigante asiático respondeu à primeira onda de protecionismo norte-americano.

O contexto da escaramuça embute a provável recaída das economias desenvolvidas na recessão depois de anos de crescimento. O efeito da guerra comercial sobre o desalento no mundo rico não há de ser bom.

Os líderes do G7 reunidos até este domingo (25) em Biarritz, na França, quebram a cabeça na tentativa de encontrar soluções políticas e técnicas capazes de ao menos limitar os danos desse choque de nuvens carregadas.

Com as taxas de juros perto das mínimas da história documentada do capitalismo e a caixa de feitiçarias adicionais da política econômica esvaziada, há quem defenda só ter restado como balão de oxigênio a ampliação das despesas do governo e dos seus déficits.

Se o Estado gastador funcionar, só vai empurrar para a frente o problema de fundo: as economias ricas exibem sinais reiterados de estafa na sua capacidade de produzir cada vez mais com o mesmo volume de trabalho.

Em 1950, uma hora trabalhada na Alemanha rendia US$ 8 em bens e serviços. Quase sete décadas depois, o indicador chegou a US$ 71, mas o ritmo da elevação veio caindo ao longo do período e tende a zero.
Organismos vivos não crescem ilimitadamente, populações tampouco. Há quem preveja o mesmo para a economia, com base em boa teoria. Do outro lado, seus críticos postulam a capacidade quase infinita do sistema de absorver ideias novas e ampliar horizontes.

Em qualquer hipótese, o protecionismo dos tiozões contra a molecada emergente é péssima resposta, porque freia a incorporação de vastos contingentes à economia moderna. Menos gente engajada nessa aventura significa menos riqueza e menos ideias para driblar a profecia da estagnação secular.

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