26/08/2019
Adilson (a esquerda) fez o primeiro Plano Diretor de Gaspar. Obrigado, Zuchi contratou a revisão dele, mas não o aprovou. Kleber, fatiou o que a Iguatemi colocou no papel com ajuda de Gevaerd (o último a direita) que fez na Furb o que Adilson contratou.
Antes de mais nada, devemos esclarecer minimamente o que é um Plano Diretor de um município. A grosso modo, ele é o instrumento legal básico, discutido com a sociedade, aprovado pelo Legislativo que ordena e trada da política de desenvolvimento. É a forma de lidar organizadamente com o futuro da cidade e dos cidadãos, bem como dar segurança aos moradores e investidores. O objetivo de um Plano Diretor é o de orientar à atuação do poder público e da iniciativa privada na construção dos espaços urbano e rural, bem como na oferta dos serviços públicos essenciais, visando assegurar melhores condições de vida para a população.
Conhecida a definição acima, que está explícita no Estatuto das Cidades, podemos assegurar que o primeiro Plano Diretor de Gaspar veio muito tarde para cá: só em 2006. Foi com o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, eleito pelo MDB numa dobradinha com o PP de Clarindo Fantoni, como é hoje com Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP.
O Plano Diretor foi feito por técnicos da Furb, debatido na cidade com inúmeras audiências, entreveros, desgastes diante da desorganização que havia e que se queria persistir por aqui.
Naqueles tempos – e até mesmo hoje com o confuso Plano Diretor em plena vigência - o mais forte, ou organizado, ou apadrinhado, sempre tinha razão. Conseguia o que desejava no escurinho das negociações de gabinetes ou nas promessas eleitorais.
No comando técnico deste trabalho naquela época esteve o engenheiro e professor Alexandre Gevaerd e que nada tinha a ver com a administração gasparense e que veio acontecer apenas há pouco mais de dois anos. Gevard, por isso, até bem poucas semanas atrás, por causa do seu conhecimento, competência técnica e da forma para abreviar caminhos, foi chamado por Kleber para ser o secretário de Planejamento Territorial de Gaspar.
Gevaerd só saiu daqui porque acumulava dois cargos públicos – professor concursado na Furb e secretário em Gaspar. Denunciado por causa desse acúmulo indevido, a permanência dele no cargo estava esquentando à chapa do político Kleber.
O prefeito de plantão, poderia – ou ainda poderá e se manobra para que nada aconteça com ele em decorrência disso não der certo - perder os direitos políticos pela insistência no prolongamento por quase um ano nessa irregularidade, ou seja, a acumulação de cargos.
Mal orientado pelos donos e dirigentes do MDB, entre eles pelo prefeito de fato, o advogado, Carlos Roberto Pereira, hoje secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, pelos “çabios” luas pretas do poder e pela procuradoria geral do município, Kleber insistiu em prolongar essa irregularidade.
E para que? Acham-se que possuem o corpo fechado nas instituições de fiscalização e julgamento. E por isso, decidiram correr o risco e afrontar esta coluna que expôs o fato antes de todos incluindo a decisão de afastar Gevaerd, bem como desdenhar o funcionário público (Samae) vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, que denunciou a irregularidade, além à própria lei que proíbe tal acúmulo e o erro cometido na nomeação e principalmente na insistência em bancar o proibido. Gente afeita ao martírio, mas dos outros.
REVISÃO NECESSÁRIA
Volto. Como rege o Estatuto das Cidades, o Plano Diretor deve ser revisado a cada dez anos. Afinal, as cidades são entes em mutações, expansões, contrações, limitações diante de tecnologias, bem como um mundo e regiões dinâmicas, isso sem falar nos conceitos ambientais. E neste particular, Gaspar experimentou amargamente a catástrofe ambiental severa de novembro de 2008. E ela foi sinalizadora para alguns limites de ocupação e prevenção, os quais, responsavelmente, deveriam estar contemplados na tal revisão do Plano Diretor.
Então era obrigação de Pedro Celso Zuchi, PT fazer essa revisão em 2016. E ele mandou cumprir a lei. Ao menos contratou e não por pouco dinheiro, a afamada e bem conhecida dos gasparenses, a Iguatemi Engenharia.
E ela, na dela, fez o trabalho dela. Zuchi e seus técnicos não acompanharam essa revisão na prancheta. Quando a nova sugestão de Plano Diretor apareceu por aqui assustou a todos. Era um monstrengo. Ele reduzia a cidade à estranha condição de que quase tudo era proibido ou limitado. O desenvolvimento estava, a princípio, comprometido. Gaspar, seria, uma espécie de reserva legal de Blumenau, Brusque, Itajaí...
Era um trabalho – para quem teve tempo para lê-lo como eu – acadêmico, conceitual, bem elaborado, ideal, um control V-control C de sonhos, entretanto, bem longe do nosso passado, das nossas realidades e erros, quando tudo era permitido desde os anos de 1830. Eliminava-se o futuro em detrimento do passado e de uma nova cidade imaginária.
REVISÃO ENGAVETADA
Nada foi pré-debatido como manda o próprio Estatuto das Cidades. Esperto, Zuchi engavetou-o. Evitou a polêmica. Pouco se sabia sobre esse material. O político Zuchi e o esperto PT tinham a certeza que se levassem tal proposta ao debate público às vésperas de uma eleição municipal, eles estariam assinando o óbito político deles próprios e seus sócios do poder no âmbito político e privado.
Vou resumir esta longa história cheia de erros, perigosas omissões e espertezas.
Mesmo assim, e não por causa disso, o PT perdeu a eleição para Kleber. Sem Plano Diretor atualizado e com a indicação de Gevaerd para a estratégica secretaria de Planejamento Territorial, a “revisão” do Plano Diretor feita pela Iguatemi, começou receber “nova” roupagem e maquiagem, tudo aos interesses do poder de plantão e seus novos aliados. Tudo, com chancela técnica e até, jurídica para dar perfeição aos atos.
O primeiro passo foi a de não discutir essa revisão por inteiro – como manda que é uma obrigação legal pelo Estatuto das Cidades. O que se remenda num lado, complica ou afeta outro, e assim vai.
Na verdade, tratou-se de uma esperteza técnica, política e jurídica que se chamou de flexibilização diante de uma emergência imediata a ser resolvida. Criou-se o problema, o álibi e justificou-se o resultado.
Então a “revisão” do Plano Diretor foi mexida ou “construída” em Gabinetes. Fatiaram-na por temas ao longo desses quase três anos, priorizando naquilo que era essencial para aumentar a arrecadação, para autorizar ou regularizar edificações ou para supostamente dar melhor mobilidade urbana.
Tentaram até passar isso na Câmara sem as obrigatórias audiências públicas. Não deu certo porque aqui esse assunto foi explorado. E quando essas audiências foram feitas, ao mínimo, a mobilização foi quase nula para não despertar controvérsias naquilo que se tinha concebido como essencial pelos iluminados técnicos ou “çabios” interessados.
Completando. Quando a matéria, revestida de técnica, chegou à Câmara para ser votada, e em separado do conjunto de mudanças, grupos de interesses estavam presencialmente lá para impressionar os votantes. E eles se impressionaram. E votaram.
UMA LEI AO SABOR DO DONO
E isso não parou. Continua. Gaspar ainda não possui um Plano Diretor e nem se sabe quando ele deverá ser revisado.
Possui retalhos – antigos e novos - feito de legislações esparsas que legitimam o erro, em alguns casos propositais e em outros, aliviam à responsabilidade que quem já autorizou na prefeitura o errado se alguma coisa for parar na Justiça, no Ministério Público e principalmente legitima o procedimento do Registro de Imóveis, o que consertou as rotineiras aberrações daqui.
Resumindo: o que se fez, até aqui, foi o de impedir ou diminuir os danos legais, se e quando eles forem questionados. Afinal, há lei a ser seguida, mesmo que o rito dela possa ser colocado em dúvida por alguém mais legalista no futuro. A chance disso acontecer é a menor de todas. Há convergência de interesses.
Quer o penúltimo exemplo desse tipo de ajeitamento, sim porque sempre haverá outros com semelhantes intenções? O Projeto de Lei 25/2018, de 15 de novembro do ano passado e foi parar na Câmara em “regime de urgência”, com a lavra do então secretário Gevaerd.
O que diz este PLC diz?
“Altera, acrescenta e revoga dispositivos na lei complementar nº 65, de 23 de novembro de 2015, lei complementar 71, de 13 de outubro de 2016 e lei complementar 100, de 17 de outubro de 2018”. Entenderam alguma coisa? E nem é para entender. Por isso, ele tem este título técnico.
E quando um Projeto de Lei aparece na Câmara de Gaspar com essas informações técnicas, prepare-se: alguma coisa ele esconde. E quando a urgência demora quase um ano... Hum! Então, bingo!
AO INVÉS DE ALARGAR ESTÃO ESTREITANDO RUAS
Basicamente esse PLC 25/2018, altera gabaritos das tais Vias Projetadas, tratadas nele como VP. Na verdade, ele altera à largura de ruas e passeios entre outras.
O vereador Cícero revelou que entre tantas coisas que este PLC criou, foi o de dar regularidade a construções já aprovadas pela prefeitura e que o empreendedor já estava com propaganda na rua. Uma Rua que tinha a projeção de 26 metros de largura, pelo PLC aprovado por todos os vereadores, inclusive pelo próprio Cícero, vai ter apenas 14 metros, exatamente porque um prédio vai ocupar parte dessa via projetada. E isso, segundo ele, acontece com um loteamento no Figueiras.
Então de que mobilidade urbana estamos falando quando ao invés de propor ruas mais largas, estamos estreitando-as e ao mesmo tempo, colocando mais construções nas vias para entupi-las? Não é um contrassenso com o futuro? Não em Gaspar. Não para os administradores que manobram a revisão do Plano Diretor de Gaspar.
No passado, e no tempo do governo de Zuchi, entre tanto, um caso que ganhou repercussão e teve até denúncia. Não deu em nada até hoje. Ela foi feita pelo agora deputado estadual Ivan Naatz, na sua relação com a Associação de Moradores do Bela Vista. Ali um galpão particular que avançou sobre uma via projetada. Ela ligaria a futura ponte do Bela Vista com o Belchior no outro lado do Rio Itajaí Açú. O galpão está lá. E a futura ponte sem o acesso devido e projetado originalmente no Plano Diretor? Já falam em colocar em outro lugar, perto da Havan.
É assim que funciona o Plano Diretor de Gaspar. Só para os sem padrinhos fora do poder de plantão. Acorda, Gaspar!
É na imprensa que se restabeleceu a credibilidade sobre fatos públicos. As redes se tornaram redutos de Fake News, ódio e propaganda enganosa em torno de causas, interesses particulares e de grupos de todos os tipos.
O presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, que foi um inexpressivo deputado Federal por 28 anos e em vários partidos – por exatamente não ter fidelidade aos princípios dessas agremiações -, fez parte da sua campanha para presidente da República, demonizando a imprensa tradicional - principalmente a Rede Globo - e surfando na então quase desconhecida no seu potencial de influenciar das redes sociais e dos anônimos e incontroláveis aplicativos de mensagens. Ele se deu bem. Muito bem. Um case de sucesso.
Mas, são as mesmas redes sociais e aplicativos de mensagens inundados de fake news e ódio - as mesmas formas e mensagens que o ajudaram - que estão sabotando o seu governo, seja pelos próprios aliados descontentes, mas principalmente pela oposição que entrou nesse jogo vantajoso que os bolsonaristas criaram durante a campanha vencedora.
O que faz o presidente Bolsonaro, na sua loucura de afrontar a todos e a toda hora enxergar fantasmas ao invés de se vestir de estadista num país quebrado pelo PT, seus sócios do Centrão e a esquerda do atraso?
Todos os dias de manhã, ao sair do Alvorada, para e saí do carro oficial e faz um briefing com os jornalistas de plantão e cria pautas na cerca do portão de saída do Palácio Alvorada - onde reside. Mas, jornalistas não são uma classe a ser perseguida, desacreditada e eliminada?
Ora, se a imprensa (e os jornalistas) é uma merda, mente, é decadente e deveria ser "eliminada", como vive sugerindo ele, seus filhos e seguidores, qual a razão dele parar todos os dias, nos últimos dias para esse gesto e como ele, criar fatos que ao longo do dia, em muitos casos, acabam não acontecendo, se modificando ou até sendo desmentido pela realidade, mostrando que o próprio presidente, não possui noção e controle do que faz?
Primeiro: as suas lives nas redes sociais não têm tido audiência e se possuem, não estão repercutindo, pois é monossilábico, confuso, histérico...Essas lives valiam naquele improviso na campanha eleitoral, de poucos recursos, confrontando com a riqueza dos partidos líderes.
Outra. São timings bem diferentes: campanha eleitoral e poder de fato. Um vale tudo o outro é cerimonial e possui valor, crédito (ao menos deveria). Já escrevi sobre isso sobre Gaspar. Os erros são semelhantes.
Segundo: essas lives, monossilábicas, acompanhada de gente que é obrigada a ficar quieta e enfeitar o cenário, não provocam discussão, não criam contraponto, não geram credibilidade. Ao contrário: provocam cansaço, espanto e desconfianças. E é feita para o mesmo público: aquele que já está convencido, que é leal, que não vai mudar, ajudar ou repensar. É um petismo às avessas.
Terceiro: a própria rede social onde Bolsonaro, bolsonaristas e seus seguidores se apoiaram, está contaminada e aos poucos os sites com checagem de fatos autônomos e dos principais órgãos de comunicação são os mais procurados para a confirmação das informações. E essas checagens estão mostrando quem exagera, mente, como e porque se mente. Está mais fácil e acessível hoje em dia saber quem está mentindo, criando e distorcendo notícias a favor ou contra o governo, o Brasil, os políticos, as instituições. E quem está perdendo são as redes sociais.
Quarto: com o advento da rede social e dos aplicativos de mensagens, a notícia virou commodity, então os analistas, conhecidos, viraram referência. E eles explicam às entranhas das notícias e dos movimentos dos políticos sejam eles na oposição ou os no poder de plantão. Esses analistas, viraram um terror de gente que cria, difunde ou manipula os fatos nas redes sociais e aplicativos de mensagens. As provas desmontam discursos feitos para analfabetos, ignorantes e desinformados, alvos das manobras das redes e aplicativos.
Quinto: se os veículos de comunicações tradicionais - entre eles os jornais e revistas impressos que vivem um pesadelo devido à rápida troca de tecnologia - são dispensáveis para Bolsonaro o seu entorno, quais as razões do presidente Bolsonaro dar cafés coletivos da manhã para a imprensa toda a semana? Não deveria dispensar essa prática antiga e com gente que não possui mais influência alguma como ele próprio sempre repete nas suas entrevistas? Gente estranha. Não acredita naquilo que crê. Não pratica aquilo que prega.
Este é o maior atestado de que a imprensa formal - portais, rádios, televisões, jornais e revistas - é a que influencia fato a população de um modo geral. Então é preciso se aproximar dos "inimigos", tê-los sob os olhos e ouvi-los naquilo que têm como verdade para então combater mais eficazmente.
Devemos nos preocupar com os lobos e não com as ovelhas. Elas são mansas e facilmente guiadas. Já os lobos nunca perderão o seu instinto de atacar as ovelhas.
Sexto: E para completar. Quer maior contradição nesse discurso torto sobre o papel da imprensa e sua necessária independência que tanto incomoda os políticos no poder de plantão? Na sexta-feira, quando o presidente Bolsonaro, com a cola no meio das pernas, precisou falar ao mundo, fingindo que se dirigia aos brasileiros sobre as providências que tomava contra as queimadas - e não os desmatamentos, o verdadeiro problema e crime - que horário ele escolheu na televisão brasileira? O do Jornal Nacional, da Globo, o de maior audiência. Não foi o do manso SBT e nem muito menos da obediente Record.
Há melhor atestado da importância da imprensa, da Globo e do Jornal Nacional do que a escolha do presidente na sexta-feira passada? Bolsonaro, o governo e o PSL reconheceram com o gesto, a liderança da Globo - líder porque se reinventa diante das mutações e enfrenta com fatos os que a detestam – bem como a liderança no horário do Jornal Nacional –porque é acreditado.
Ora, se ambos são merdas, mentirosos e deviam ser exterminados como apregoam os Bolsonaros e parte da direita xucra, como fazia o PT e seus sócios do poder e sacanagens, não deveriam ter servidos de referência para a escolha do horário do pronunciamento oficial de Bolsonaro.
Gente maluca. Diz uma coisa e faz outra. E por que? Porque em ambos os casos sabem o que estão fazendo: jogando e nos manipulando aos seus interesses de poder.
Então, a imprensa tradicional está morta? Conta outra mentira para os analfabetos, ignorantes e desinformados. Gente doida, esperta demais, ao ponto de que a própria esperteza está comendo o dono, como lembrava o político mineiro Tancredo Neves.
Sétimo: e o que acontece em Gaspar? A mesma coisa.
O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, orientado pelo prefeito de fato, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do MDB, Carlos Roberto Pereira e outros curiosos que se aboletaram do poder, com as verbas publicitárias dos pesados impostos dos gasparenses, estão apostando em que não possui audiência ou credibilidade.
A escolha não é ingênua, é apenas para a vingança ou favorecer supostos novos amigos, que em outros tempos disseram de quem verdadeiramente são amigos.
Resultados?
O poder de plantão em Gaspar está perdendo à "guerra" para uma andorinha. E como na lenda está fazendo verão. O poder de plantão age, mente e se vinga.
A comunicação que não é da prefeitura, mas da reeleição do prefeito Kleber, vai perder a corrida por não ter aprendido lição elementar e se estabelecer apenas na vingança de querer todos submissos aos planos de poder que nem é do prefeito, mas de um grupo que se esconde atrás dele. Olhem as pesquisas. Entende-as. Ainda há tempo. Acorda, Gaspar!
Acima estão três fotos de destruição (o caminhão causador, uma marquise e um poste quebrado com a fiação espalhada pela rua), sob a complacência do presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP. Ela é do motorista Gilberto Goedert, não habilitado para dirigir caminhão MBT 2666. São três acidentes. Quem vai pagar os prejuízos? Os gasparenses.
Pior do que isso. Este assunto zanzou pelas redes sociais. Gilberto não gostou e foi tirar satisfação com um deles. É assim que funciona. Na imprensa isso até é possível pois existem poucos e mecanismos de pressão, mas nas redes sociais? Falta de noção? Acorda, Gaspar!
BANDO DE CAFONAS, por Fernanda Young, atriz, escritora, roteirista carioca, morta e enterrada no domingo aos 49 anos em São Paulo. Sua última coluna que fez para o jornal O Globo publicar nesta segunda-feira. O cafona, está em Brasília, mas entre nós também.
A Amazônia em chamas, a censura voltando, a economia estagnada, e a pessoa quer falar de quê? Dos cafonas. Do império da cafonice que nos domina. Não exatamente nas roupas que vestimos ou nas músicas que escutamos - a pessoa quer falar do mau gosto existencial. Do que há de cafona na vulgaridade das palavras, na deselegância pública, na ignorância por opção, na mentira como tática, no atraso das ideias.
O cafona fala alto e se orgulha de ser grosseiro e sem compostura. Acha que pode tudo e esfrega sua tosquice na cara dos outros. Não há ética que caiba a ele. Enganar é ok. Agredir é ok. Gentileza, educação, delicadeza, para um convicto e ruidoso cafona, é tudo coisa de maricas.
O cafona manda cimentar o quintal e ladrilhar o jardim. Quer todo mundo igual, cantando o hino. Gosta de frases de efeito e piadas de bicha. Chuta o cachorro, chicoteia o cavalo e mata passarinho. Despreza a ciência, porque ninguém pode ser mais sabido que ele. É rude na língua e flatulento por todos os seus orifícios. Recorre à religião para ser hipócrita e à brutalidade para ser respeitado.
A cafonice detesta a arte, pois não quer ter que entender nada. Odeia o diferente, pois não tem um pingo de originalidade em suas veias. Segura de si, acha que a psicologia não tem necessidade e que desculpa não se pede. Fala o que pensa, principalmente quando não pensa. Fura filas, canta pneus e passa sermões. A cafonice não tem vergonha na cara.
O cafona quer ser autoridade, para poder dar carteiradas. Quer vencer, para ver o outro perder. Quer ser convidado, para cuspir no prato. Quer bajular o poderoso e debochar do necessitado. Quer andar armado. Quer tirar vantagem em tudo. Unidos, os cafonas fazem passeatas de apoio e protestos a favor. Atacam como hienas e se escondem como ratos.
Existe algo mais brega do que um rico roubando? Algo mais chique do que um pobre honesto? É sobre isso que a pessoa quer falar, apesar de tudo que está acontecendo. Porque só o bom gosto pode salvar este país.
O presidente da Câmara de vereadores de Gaspar, Ciro André Quintino, MDB, enquanto está comprando xicaras de porcelana e copos com a logomarca do Legislativo, está gastando a garganta dele – e se irritando - para anunciar seus atos da mesa diretora durante as sessões.
Não é de hoje e já registrei três vezes aqui antes, que o serviço de áudio da Câmara está baleado. Quem ouve as sessões pela internet, perde parte das sílabas, num picote contínuo do áudio. Quem está no plenário da Câmara, às vezes, não ouve o que os vereadores dizem.
Então... faz tempo que Ciro está devendo uma solução que só depende dele. Dinheiro tem. Autonomia também. E para quem ensaia ser candidato a prefeito, isto é um sinal preocupante.
Do meu leitor assíduo de Brasília, Miguel José Teixeira, e com senso de humor à construção da frase ao ler a manchete do Jornal de Santa Catarina, da NSC Blumenau, sobre uma das Câmara de Vereadores mais caras de Santa Catarina: "Câmara de Vereadores de Blumenau elimina o papel das atividades legislativas"
Excelente!!! Pois o papel dos vereadores, eles já haviam eliminado há muito!
Recado cifrado I. O deputado blumenauense Ricardo Alba na militância política e como vereador já passou por vários partidos, inclusive por agremiações que os bolsonaristas consideram – equivocada ou propositadamente para a propaganda de limpeza - como sendo socialistas, antes dele chegar e ser um fenômeno de votos no PSL à Assembleia Legislativa.
Recado cifrado II. “Uma boa semana a todos vocês que são Bolsonaro desde sempre!”, escreveu Alba na sua rede social posando numa foto com Bolsonaro vestido de Fritz numa das suas vindas aqui na Oktoberfest. E justificou, Alba: “digo isso porque hoje vemos muitos aproveitadores (ex integrantes de partidos socialistas, inclusive) que querem se utilizar politicamente da imagem do Presidente, verdadeiros aproveitadores de plantão”.
Recado cifrado II. Afinal, quem são esses aproveitadores? Qual a razão de colocar dúvidas e todos numa mesma balaia? Não seria prudente nominá-los e proceder à “limpeza”, às claras e urgente para o bem do partido que anda fragilizado na governabilidade estadual? O PSL não existia até o fenômeno Bolsonaro. Seus quadros se fortaleceram por gente feita de convicção, mas também, de oportunismo. Essa é a carta e a consistência do partido hoje. Não está na hora de colocar as verdadeiras cartas na mesa e não tê-las nas mangas para o blefe ou à ameaça como sugere Ricardo Alba?
Recado cifrado III. Sem dar pista, o deputado Ricardo Alba escreveu: “não se deixem enganar! Fomos nós, todos nós que fomos às ruas por um Brasil melhor, nas manifestações pelo impeachment e que saímos nas ruas na campanha Presidencial, os vitoriosos do Brasil de hoje. Nós tivemos a coragem de enfrentar o sistema e vencemos, desde sempre, ao lado do Bolsonaro porque identificamos nele, lá atrás, os valores do Brasil que queremos”.
Recado cifrado IV. Nós, quem? Bolsonaro venceu. E não foi unicamente com os votos dos bolsonaristas, mas, como Alba escreve. Mas, também e principalmente com os votos dos que queriam superar o sistema corrupto, viciado e de atraso que dominava o Brasil. Então é preciso respeitar à diversidade desse voto vitorioso ser quiser repetir à vitória, que começa em outubro do ano que vem. E aí está o nó...
Recado cifrado V. E um governo legítimo se faz com governabilidade. Deixando Bolsonaro de lado e se atendo ao terreno onde está o deputado e os catarinenses, o governo de Carlos Moisés da Silva – que ignora solenemente o Vale do Itajaí -, ainda não disse a que veio. E ele está mais perto do MDB – que o vem salvando na Assembleia Legislativa - do que o PSL. E o MDB de hoje em dia não é socialista – como já se ensaiou num passado bem distante. É um oportunista contumaz onde ele está, seja na oposição ou governo.
Recado cifrado VI. O recado cifrado do neófito deputado Alba se preocupa com os problemas internos do partido decorrentes onde assistimos atônitos o enfrentamento na semana passada dos deputados Jessé Lopes e Ana Caroline Campagnolo com o governador? Eles entram esta semana ainda exigindo à retração do governador. Ele quis enquadra-los por terem os deputados sido contra a proposta absurda do coletor de impostos Paulo Eli de aumento dos tributos, principalmente sobre os defensivos agrícolas.
Recado cifrado VI. Sobre socialismo há pouco o que comentar, o próprio PSL significa Partido Social Liberal. Um olhar para dentro da própria agremiação não faria mal nenhum antes de colocar rótulos nos outros.
Não tem jeito. A prova de que a nova gerência de comunicação da prefeitura de Gaspar é feita para a reeleição do prefeito de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e não conhece ainda a cidade. E os que são daqui e ficaram lá, não ajudam.
A reprodução abaixo do convite em que o prefeito mostrou que a única parte que está funcionando até aqui do seu Anel de Contorno Urbano é aquela em que os empresários colocaram a mão na massa.
O convite diz que o evento seria na Rua São Bento. Quem foi lá teve certeza que foi na Avenida Santa Terezinha. Acorda, Gaspar!
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