14/06/2018
A CONTA É NOSSA I
O Projeto de Lei 29/2018 foi retirado da Câmara pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Foi um pedido do seu líder Francisco Hostins Júnior, MDB. Esse PL ameaçava criar mais uma polêmica daquelas. O presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC, e a oposição PT, PDT e PSD onde ele está para dar maioria contra o governo, bem como o Sindicato dos Servidores, comemoram essa “vitória”. Só que no fundo, mais uma vez, há uma conta que se esconde e será paga pelos gasparenses com os seus pesados impostos. O PL retirado da tramitação extinguia, ou seja, não demitia e nem dava prerrogativa para tal porque a legislação assim não permite, as vagas de serventes e merendeiras. Isso só seria possível quando os funcionários efetivos deixassem a função a pedido deles ou nas aposentadorias. Ai as vagas originais desapareceriam. Na verdade, esse PL complementa o aprovado na Câmara e que permitiu à terceirização da merenda escolar em Gaspar. Com a desistência do PL 29, a terceirização da merenda em Gaspar está manca e mais cara. Só isso.
A CONTA É NOSSA II
É que pelo contrato de terceirização assinado, a empresa vencedora por licitação é a responsável por toda a mão-de-obra necessária para disponibilizar a refeição aos alunos da rede municipal. A prefeitura daria o local em cada CDI ou na escola, além da luz e a água (difíceis de separação). O gás não. Ora se não se pode mais suprimir essas vagas de merendeiras e serventes, se elas continuam física e administrativamente no quadro da prefeitura, se não se pode ao remanejamento ou gestão delas, a prefeitura continua obrigada ao pagamento de quem não possui mais função e em tese, não trabalha. Mais: elas são contadas para efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal tanto na prefeitura, como na terceirização. Duplicidade. Aumento de quadro. Como o índice está abaixo e dentro do exigível, Kleber e sua agora minoritária bancada resolveram tirar o assunto da pauta e cortar assim, o palanque, o discurso da oposição e sindical. Entretanto, o problema permanece e quem paga por ele? Os gasparenses! E por culpa de ambos: governo Kleber e da oposição que não dão valor aos pesados impostos de todos.
A CONTA É NOSSA III
Quando tinha a maioria, o governo Kleber aprovou a terceirização da merenda. E à época errou duas vezes: ao não fazer o serviço completo que se espera de um administrador eficiente que Kleber diz ser e de não ter sido suficientemente transparente naquilo que queria. Primeiro, ele disse que era uma experiência. Fez isso, para mitigar os questionamentos já na época sobre o corte dos cargos e se sair menos feio na foto que a então minoritária e barulhenta oposição tentou contra ele. Não era uma “experiência”. Era um plano administrativo. Estava determinado. Está provado agora. O segundo, é de que o corte das vagas – como se prova agora -, deveria ter sido em um PL imediato à aprovação da terceirização. Esse PL, devido maioria a então maioria de Kleber na época, também passaria. Não fez isso. Falhou no planejamento. Não foi eficaz, outra vez. Esperou além do tempo. Evitou o desgaste na época e a conta está aí. Silvio, PT, PDT, PSD e Sintraspug castigam o prefeito, mas quem verdadeiramente paga o pato são os contribuintes. São 200 a quantidade de vagas de serventes e merendeiras, mas nem todas estão preenchidas. A grosso modo, 120 são efetivos e 60 ACTs. Os ACTs não têm muita escolha, já os efetivos ganharam a sobrevida. Acorda, Gaspar!
Problemas à vista. O secretário de Saúde de Gaspar, o advogado Carlos Roberto Pereira, acumulou como interino nessa secretaria, a titularidade da sua “Fazenda e Gestão Administrativa”. Em tese, eram incompatíveis as duas funções. É que pela regra quem compra, não pode ratificar e pagar o comprado. Orientação Tribunal de Contas Estado.
Agora, a oposição, com uma lupa, quer saber o que o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa autorizou o secretário interino de Saúde fazer e pagar.
Para quem acredita em Papai Noel. O Projeto de Lei que cria a vaga de procurador geral, ao custo superior de R$9 mil por mês, como cargo comissionado na Câmara de Vereadores para servir ao presidente Silvio Cleffi, PSC, ainda não foi arquivado. Aguarda um melhor clima e uma oportunidade para ser levado a voto?
Em Blumenau, um movimento de empresários – os repassadores dos pesados impostos do povo cobrados nos produtos consumidos pelo povo – querem a redução da farra de contratações de efetivos, comissionados e estagiários na Câmara de lá e iniciados pelo ex-presidente Jovino Cardoso, Pros, evangélico, e ligado à atual gestão de Gaspar. Carlos Roberto Pereira, por exemplo, foi o advogado no caso de cassação pedido pelo PT contra Jovino.
Perguntar não ofende: a oposição desistiu da dupla jornada irregular e inconstitucional que apontou contra o secretário de Planejamento Territorial, Alexandre Gevaerd, do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB?
Fez um escarcéu, mobilizou a imprensa, foi até o Ministério Público e ficou por isso mesmo? Depois não sabe a razão dos questionamentos? Falta-lhe foco e determinação. Está atirando chumbinho para todos os lados, e de verdade não está abatendo ou enquadrando ninguém.
Circula na praça que todos os tiros da oposição são feitos com a intenção de se levar à negociação. É bom aclarar tudo isso antes que o eleitorado perceba melhor o jogo. Acorda, Gaspar!
Ilhota em chamas I. O prefeito Érico Oliveira, MDB, escreveu na sua rede social: “O menino ladrão aprovou vários loteamentos sem viabilidade de água, mas o prefeito Dida foi a Brasília e assinou, após as portas serem abertas pelo deputado Peninha {Rogério Mendonça, MDB], uma emenda ao orçamento junto ao senador Dario [Berger, MDB] no valor de [R$] 1 milhão e 600 mil para aplicação no sistema de água...”
Ilhota em chamas II. Na nota há pelo menos um crime: o tal menino ladrão a que se refere Érico, é o ex-prefeito Daniel Christian Bosi, PSD. Daniel é advogado. Então... A outra é a cumplicidade nesse negócio de loteamentos. É real que Daniel iniciou essa próspera indústria na terra da moda íntima, mas foi Érico que deu continuidade, os aprovou ou teve que rever, se enquadrar e fazer remendos às pressas quando o Ministério Público colocou o olho sobre esse assunto e que o fez criar até a tal secretaria do Meio Ambiente, cujo primeiro titular, gente esclarecida, deu no pé tão logo enxergou o tamanho da encrenca.
Ilhota em chamas III. Outra. Em ano de eleição não há dinheiro por emenda. Alguém está se enganando ou sendo enganado. Mais. Na verdade, há explícita propaganda eleitoral antes da hora para o deputado Federal e o Senador, de quem Érico é declarado cabo eleitoral.
Ilhota em chamas VI. Os dirigentes do grupo Gelafite, de Itajaí - que é loteador em vários municípios da região, incluindo Ilhota -, fizeram delação premiada no Ministério Público Estadual. Ela foi homologada pela Justiça e está sob segredo lá no Tribunal por prerrogativa de foro.
Ilhotas em chamas V. Quase todos em Ilhota, “teúdos e manteúdos” políticos e da política da administração de Daniel Christian Bosi, PSD, e de Érico Oliveira, MDB, como dizia o personagem “prefeito Odorico Paraguaçu”, na Sucupira da ficção do escritor Dias Gomes, estão rezando a todos os santos para se safar desta delação.
O vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, ex-PT, por conhecer as entranhas do partido e dos ex-companheiros, tem sido o pior calo dos petistas na Câmara e Gaspar. Ele tem deixado a líder do PT, a ex-prefeita Mariluci Deschamps Rosa inconsolável e às vezes, desarmada.
Como eu previ. O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, ex-MDB, PSB, PPS e agora sem partido, declarou aqui e se repetiu por aí que não vai ser candidato, que vai deixar a política de lado... Candidato, talvez não será, contudo, vai atuar como poucos nos bastidores da política. E já começou. Com cheiro de vingança.
Samae inundado. O funcionário do Samae, petista de quatro costados, Marcelo Poffo, está no exame probatório. O presidente da autarquia, o mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, já disse que não quer ele mais lá. Está se iniciando mais uma guerra que vai desnudar fatos políticos da última campanha eleitoral. Será bom para a cidade. Acorda, Gaspar!
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