27/05/2019
Da esquerda para a direita. O vereador Anhaia, MDB, comemora uma punição da Justiça dada ao governo Kleber; Roni Muller novo chefe de gabinete causa um embaraço familiar para a gestão Kleber; e o vereador Cícero pergunta: “estão comemorando o quê?”
A “reforma” do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, anunciada na segunda-feira passada, estampou um espantoso declínio de qualidade da atual gestão. Ela assustou, e até constrangeu, os seus próprios aliados.
E como comentei na sexta-feira, na coluna feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale – o mais antigo, de maior circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota -, a emenda serviu apenas para enfraquecer Kleber e explicitar para a cidade quem manda de fato no governo: o presidente do MDB, o advogado Carlos Roberto Pereira. Alguma dúvida?
Vamos começar pela antepenúltima – haverá mais outras, pois se trata de uma prática – decorrente do o anúncio de segunda-feira. Roni Muller saiu da Gestão Compartilhada e foi parar na Chefia de Gabinete. Isso é irregular diante da lei contra o nepotismo e em vigor em Gaspar. E por que? O seu tio Gelásio Valmor Muller, o Daco, com quem Roni possui lá suas diferenças, está no cargo comissionado como Diretor de Serviços Gerais, na secretaria de Obras e Serviços Urbanos.
Um corre-corre depois que eu escrevi aqui isso. Particularmente, eu não acredito que só descobriram isso depois de ler a informação aqui. A cidade inteira sabia. Não é possível que o RH, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, tanto o ex como o que reassumirá a pasta, bem como a penca de advogados da Procuradoria Geral não soubessem disso. E o culpado sou eu que relatei o ponto fora da curva? E se não relatasse, tudo ficaria errado? É isso?
A correção já está a caminho para que a formalidade das nomeações não consagrem juridicamente o erro. Estão arrumando uma vaga para o Daco num gabinete de um deputado. E provavelmente, de Luiz Fernando Vampiro, MDB. E com isso, até o líder do governo Francisco Solano Anhaia, MDB, que acusou o golpe, sentir-se-á minimamente aliviado e Daco se tornará seu cabo eleitoral para o ano que vem, se houver eleições municipais, no curral eleitoral dos Muller e de Anhaia: a Margem Esquerda.
COMEMORAÇÃO SEM SENTIDO
Na terça-feira, numa clara evidência da ressaca causada pelo anúncio da tal “reforma” que andou para trás, os governistas ficaram em silêncio sobre ela. Era para ser comemorada. Dizia-se ser uma “nova fase”. Um avanço. Um passo seguro para a reeleição.
Ao contrário. O que se viu na Câmara foi a bancada governista na defensiva sobre as dúvidas e questionamentos a que estão obrigados nas explicações. Mais uma vez, até Francisco Hostins Júnior, MDB, apesar de sensato e comedido, comeu a isca e entrou na pilha para contestar Cícero Giovane Amaro, PSD, naquilo onde não, aparentemente, há defesa.
Pior mesmo foi o líder do governo, que comemorou a liberação do prédio construído irregularmente na Avenida Duque de Caxias, no Centro, e que vai ser um local de aulas presenciais da Uniasselvi, como se fosse uma vitória do governo Kleber. Como assim? Outro deboche contra a lei, contra o Ministério Público e a assunção de que foi o autor da trama?
Comemorar o que? A multa de R$250 mil por exatamente infringir os dispositivos legais e que poderiam fazer com que o prédio até fosse derrubado como pediu e recuou o MP, porque a prefeitura não fez o papel dela, ou seja, o de fiscalizar o que diz ter autorizado legalmente e quando questionada pelo Ministério Público afirmou que tudo estava certo? Comemorar à obrigação de restringir à ocupação e recuperar duas áreas como penalidade por ter avançado sobre Área de Preservação?
Comemorar o erro? Ou está se tripudiando publicamente contra as instituições que estão obrigadas à fiscalização, denúncia e julgamento, a quem asseguram ter sob controle? É isso? Acorda, Gaspar!
O secretário da Saúde (a esquerda), que é advogado, deixa funcionária lotada na prefeitura de Blumenau com duplo emprego público em Gaspar responder em nome da secretaria requerimento do vereador Silvio Cleffi, PSC (centro). Vereador Cícero (a direita) denuncia à irregularidade e cobra explicações do prefeito Kleber neste novo caso.
Não vou me esticar em casos de dúvidas dos projetos de drenagem que tomaram espaços generosos aqui; nem vou rememorar os pagamentos antecipados de produtos e serviços provados aqui pelos próprios links do Portal da Transparência da prefeitura; também não vou repisar na contratação do ex-secretário de Planejamento Territorial, Alexandre Gevaerd, pego em dois empregos públicos – o outro era o de professor titular concursado na Furb -;nem vou me prolongar em provar que isso são práticas continuadas à vista dos vereadores, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e da população que paga tudo isso com os pesados impostos, numa aposta de que tudo são fatos menores e longe de qualquer punição.
Vou apenas mostrar mais um caso recente desse tipo de desvio gerencial e contra a legislação, com aval do governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e do vice, Luiz Carlos Spengler Filho, PP.
Na coluna de segunda-feira passada, com o título, “Prefeitura debocha e mente em resposta a requerimento de vereador sobre atendimento de não residente em Gaspar em Posto de Saúde”, provei como se desrespeita um poder e uma instituição constitucionalmente com mandato expresso para a fiscalização ao Executivo. No mesmo título perguntei: “além de desrespeito, o que o documento assinado pelo prefeito quer verdadeiramente esconder?”
Eu me referi naquele artigo à forma como o prefeito Kleber – em última instância, pois foi ele quem assinou o ofício com as respostas de seus subordinados e as remeteu para o Legislativo - respondeu o requerimento do vereador Silvio Cleffi, PSC, médico e funcionário público municipal, “esclarecendo” como uma paciente, não moradora de Gaspar, “dando” o endereço do posto de Saúde do Centro, conseguiu ser atendida no sistema municipal de Saúde e por esse atendimento, fazer exames laboratoriais e de mamografia.
Mostrei, com documentos, como mais uma vez se mentia e debochava do vereador e principalmente da Câmara de Gaspar na obrigação dela de pedir explicações ao Executivo.
DUPLO EMPREGO? OUTRA VEZ?
Mas quem respondeu pela secretaria de Saúde os questionamentos do requerimento vereador Silvio como superintendente de Saúde? Lizandra Haeffner Junges. Ela na verdade é funcionária efetiva e concursada da prefeitura de Blumenau como Assistente Social desde 2002. E lá está de licença-prêmio. Foi uma laranja, para enrolar na resposta e “livrar” formalmente o secretário da Saúde, Carlos Roberto Pereira, dessa obrigação.
Tudo orquestrado desde o atendimento da paciente, da resposta manca e quem foi escolhida para o sacrifício.
Eu poderia esticar o meu textão, que tanto incomoda o poder de plantão – em Gaspar e Ilhota - e me deixa pasmo como essa gente acha que, censurando este espaço, conseguirá enganar ou abafar no Ministério Público, Gaeco, Tribunal de Contas e até na Justiça as irregularidades claramente tipificadas ou cheias de provas.
O requerimento 105/2019 do vereador – e funcionário público, no Samae, Cícero Giovani Amaro, aprovado na sessão de terça-feira passada, colocou o dedo em mais esta ferida e reproduzo-o, para não ter que trabalhar tanto no óbvio.
A prefeitura de Gaspar, através do Decreto nº 8598, de 28 de janeiro de 2019, nomeou como Superintendente de Saúde, Lizandra Haeffner Junges. Ocorre que a nomeada também é servidora pública efetiva do quadro da Prefeitura do Município de Blumenau e apenas se encontra em gozo do benefício de Licença Prêmio, no período de 01 de janeiro a 31 de maio de 2019, conforme se verifica em documentos fornecidos, sendo assim, questiona-se:
1. Por que a Secretaria de Saúde nomeou a servidora, para o exercício de tão importante função, sabendo que a mesma não iria permanecer no cargo?
2. Tal situação remete à acumulação remunerada de cargos, prática irregular vedada pela legislação municipal, estadual e ofende frontalmente o art. 37, XVI, da Constituição Federal, que prevê punição aos gestores públicos responsáveis. A administração municipal tinha conhecimento da irregularidade?
3. Quem de fato é o responsável pela nomeação irregular da referida servidora?
O deputado catarinense Rogério Peninha Mendonça, MDB, (à esquerda) não aguentou à ironia do vereador carioca Carlos Bolsonaro, PSL, e fez um duro desabafo público nas redes sociais.
O primeiro fato revelou à falácia de sempre.
As lideranças partidárias tentaram esconder dos seus eleitores os votos dos deputados – a pedido da maioria deles, pois nada é ingênuo - e não conseguiram, quando venceu o pedido de verificação de voto, para ver quem realmente tinha bananas para vender.
E quando os deputados tiveram que mostrar a cara no painel eletrônico de votação da Câmara, percebeu-se que a ideia do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, PSL, e de seu ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, tinha mais votos do que esses “líderes” apregoavam para proteger os deputados, criminosos de todos os tipos e ao mesmo tempo constranger o governo: 210.
E por muito pouco, a ideia tão massacrada por gente que deve à sociedade que segue a lei, ou no ritual de encurralar o atual governo para as vantagens de antes, foi a vencedora.
O segundo fato era o que se esperava de partidos como o PT – o da esquerda do atraso - e o PP – do chantageador Centrão -, o especialista em se vender para os do poder de plantão, os dois mais envolvidos na Lava Jato: por sobrevivência e coerência eles seriam contra o Coaf nas mãos de Moro. E pelos motivos óbvios, além da vingança e marcação do território para até, no caso do PP, troca de vantagens.
Então os catarinenses Pedro Uczai, PT, com o voto contra, e Ângela Amim, PP, com à sua ausência na votação, cumpriram o papel deles na saga contra os crimes bilionários movidos pelo dinheiro sujo.
O terceiro fato, é o que mostro aqui diariamente de como o governo de Bolsonaro não precisa de oposição, cria suspense todos os dias contra o Brasil e os brasileiros.
Ele próprio é uma bomba explosiva com os radicais insanos, militantes virtuais doentes, filhos incorrigíveis e um guru astrólogo-boca suja. Nasceram e se juntaram para destruir dentro do próprio ambiente onde eles estão e lutaram para estar. Desconfiam de tudo e todos, a todo instante. É uma fábrica de intrigas e de criar cacos. Incrível!
A bancada catarinense na Câmara possui 16 representantes. Deles, 13 votaram a favor de Bolsonaro e Moro [Carlos Chiodini (MDB), Carmen Zanotto (Cidadania), Caroline de Toni (PSL), Celso Maldaner (MDB), Coronel Armando (PSL), Daniel Freitas (PSL), Darci de Matos (PSD), Fabio Schiochet (PSL), Geovania de Sá (PSDB), Gilson Marques (NOVO), Hélio Costa (PRB), Ricardo Guidi (PSD) e Rodrigo Coelho (PSB)]. Um deputado votou contra (Uczai, PT) e dois estiveram ausentes: (Ângela, PP) e o deputado Rogério Peninha Mendonça, MDB, estranhamente, o mais Bolsonaro de todos.
TIROTEIO
E por se ausentar na hora da votação que Peninha – um defensor das armas - entrou na linha de tiro do filho de Jair, o maluco Carlos, que quase sempre é a voz disfarçada do pai. E é aí que as coisas se complicam para os que recebem as pedradas de Carlos.
A troca de farpas foi pública. Vou reproduzir apenas a resposta de Peninha, onde ele se queixa que a fidelidade dele para com o amigo e presidente Bolsonaro esteja sendo colocada à prova pelo filho do presidente. Ai, ai, ai.
Olhando o que se passou neste final de semana antes, durante e depois das manifestações, é de se perguntar: e quem não está sendo submetido a este tipo de paredão no governo Bolsonaro pelos filhos e milicianos das redes sociais? Concluam vocês mesmos.
“Carlos, gosto muito de você, mas algumas atitudes suas não ajudam em NADA o governo do seu pai.
Ontem cancelei todos os meus compromissos em Brasília para cumprir uma só missão: articular, voto a voto, a aprovação da MP. Quando começamos o serviço, de manhã, tínhamos cerca de 100 votos.
Com o trabalho de convencimento que eu, outros vice-líderes e a líder do governo Joice Hasselmann fizemos, alcançamos 210. Infelizmente não foi o suficiente.
Talvez você não saiba, mas em outubro sofri um acidente e rompi o tendão de Aquiles. Toda noite, depois das votações, vou para casa com dores.
Ontem tive que caminhar muito além do normal aqui dentro da Câmara. No final da tarde a dor era tão insuportável que precisei ir ao Departamento Médico e não consegui voltar ao plenário. Conversei com a Joice a respeito.
Hoje faço exames e é possível que eu tenha que ser submetido a uma nova cirurgia. E não me diga que foi apenas uma pergunta inocente feita em rede social, Carlos. Se você quisesse mesmo saber, teria feito contato comigo. Seus objetivos são outros.
Tenho sido um soldado do seu pai há muitos anos. Pelas minhas mãos ele foi diversas vezes a SC, muito antes da campanha. E foi para ajudá-lo a mudar o Brasil, que aceitei a incumbência de ser vice-líder do governo no Congresso.
Não ponha em dúvida minha fidelidade, vereador. Use o seu bom enganjamento na Internet para ajudar o governo. Para atrapalhar, já tem gente demais. Um abraço”.
Volto para pontuar esse desabafo feito em tempo de paz, mas que sinaliza à difícil convivência entre os do governo, sem liderança capaz de compreender às diferenças e às razões dela.
Eu preciso escrever mais alguma coisa, além daquilo que sempre escrevo – ou reproduzo em artigos assinado por outros - sobre este maluco vereador Carlos, gente afinada com ele nas redes sociais e no PSL, um ente político ausente de uma cidade falida, tomada por bandidos – inclusive políticos -, milicianos, traficantes, bicheiros e todos imáginários de igual espécie, e que ainda teimam de chama-la de “maravilhosa”?
O deputado Peninha tem muitos defeitos, como todos nós, mas nesta, à sua experiência deu uma sova no desorientado Carlos, um vereador ausente do Rio de Janeiro.
Peninha sabe que está metido num beco sem saída se não se posicionar firme pode virar o bagaço de um suco sem sabor. Afinal, Peninha quase não foi reeleito, o MDB para ele é uma peça decorativa e na aposta que fez, está sendo sabotado por escrotos, que não conseguem reconhecer o trabalho em equipe, ou alheio, para a mesma finalidade.
SIGA O DINHEIRO E VOCÊ ENCONTRARÁ A SUJEIRA E OS SUJOS
Para encerrar esse assunto de Coaf e mostrar como ele é vital para combater a bandalheira e até à sonegação. Quem trabalha contra a lavagem de dinheiro, sabe que uma das poucas formas eficazes que há para combater a bandidagem, é a de “seguir” o dinheiro (follow the money). É uma premissa mundial. É apenas isso o que o Coaf faz. É o que faz sentido. E os políticos sabem disso como ninguém.
É verdade, que o Coaf precisa ser um aparelho técnico e não de perseguição política do estado contra grupos e pessoas não afinadas com os no poder de plantão. Mas, desqualificá-lo simplesmente e até enfraquece-lo como querem em nosso nome os políticos, é também coisa que cheira à bandidagem.
Tanto os políticos como os bandidos – estelionatários, milicianos, traficantes, assaltantes, ladrões, corruptos, golpistas, bicheiros, contrabandistas, cambistas, banqueiros, doleiros, sonegadores, empresários do entretenimento, empreiteiros, igrejas, novos ricos etc e tal - que sustentam os políticos, sabem muito bem que um Coaf técnico é um perigo às suas ilicitudes e armações ilimitadas.
É essa gente organizada no crime que não quer o Coaf agindo de forma estruturada e, principalmente, com inteligência. E os políticos fazem o jogo em causa própria ou a mando dessa gente. Foi assim que a Lava Jato se estabeleceu como uma arma ou um “mecanismo” contra os políticos, mas também contra os ladrões dos ladrões.
Alguma dúvida?
Veja a manchete da sexta-feira da semana passada: polícia civil do Rio de Janeiro faz operação contra esquema de lavagem de dinheiro do tráfico no Rio e mais dois estados.
Ação aconteceu no Rio, em São Paulo e no Paraná. Investigação começou a partir da tentativa de suspeitos depositarem quase R$ 100 mil em caixa eletrônico com notas que estavam com cheiro de maconha.
Resumindo. Os bandidos ao colocarem o dinheiro vindo dos seus mais variados crimes em “circulação legal”, usam empresas de fachada, ou até mesmo legais, entre eles, postos de gasolina, comércio, distribuidoras, atacadistas, construtoras, oficinas, indústrias, consultorias, off shores, casas de câmbio, transportadoras....
Os que na Câmara Federal votaram contra o Coaf no ministério da Justiça e Segurança para levá-lo de volta para o ministério da Economia, fizeram o serviço para os bandidos de todos os tipos. Então desconfie dessa gente e das suas argumentações. Wake up, Brazil!
Gaspar é mesmo uma cidade diferente. Ou ela não percebeu que cresceu, que os seus problemas são outros, com novas dimensões e dentro num novo contexto?
Enquanto estamos debatendo o caos e até mortes decorrentes de consultas que geraram dúvidas no Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar, as redes sociais foram tomadas pelo debate lateral devido ao guinchamento legal, repito, legal, feito pela Ditran – Diretoria de Trânsito – de um carro estacionado num local não permitido para quem não tivesse a necessidade especial, devidamente identificado para tal.
Enquanto isso, o verdadeiro problema do Hospital saiu do foco, do debate para alívio dos políticos e gestores públicos obrigados às respostas para as denúncias graves, pois o Hospital está sob intervenção municipal – e isso, sim, verdadeiramente, torna os defeitos dele, ainda mais grave na responsabilização.
A notícia era: um veículo de passeio, estacionado, reiteradamente, por prolongado tempo durante o dia, em vaga demarcada para deficiente ou idosos, no pátio do Hospital de Gaspar, foi guinchado, após denúncia anônima à Ditran.
Ato um: o guichamento foi filmado e tomou as redes sociais, com o relato indignado de quem filmou, culpando o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e o recém-provisório nomeado titular da Ditran e que nada entende do assunto, Salésio Antônio da Conceição. Nada a ver!
Ato dois: começou a partir de então o debate insano. Na prefeitura pressão política para não só revogar o ato de guinchamento, mas, vejam só, como também, condenar e punir exemplar e publicamente, os agentes de trânsito que apenas cumpriram a lei (art 46 da lei 13.146/2015). Como não tinha gente poderosa envolvida, a prefeitura desta vez não entrou na pilha e mais do que isso, deu satisfação pública numa comunicação oficial no seu site para mostrar que a ação foi legal e por isso, estava dando apoio ao ato dos agentes da Ditran. Ganhou a cidade. Ponto para o governo Kleber e a Ditran.
Ato três: quem estava estacionado tirando a vaga especial ou de um doente? Uma funcionária do Hospital. Que ruim, heim! Se não aprendeu isso na autoescola, aprendeu na prática. Os demais gasparenses, pelo mau exemplo que se espalhou no debate, também estão advertidos da possibilidade de respeitar as vagas especiais sinalizadas na cidade, nos pátios de igrejas, comércio, supermercados, hospital, escolas ou estacionamentos.
Ato quatro: alegaram-se várias coisas inúteis. Entre elas, a de que o pátio do Hospital é particular. Não é: o Hospital está sob intervenção pública. E mesmo que fosse particular, se há uma denúncia e há consentimento do proprietário, é possível a ação dos agentes públicos de trânsito para o cumprimento da lei. Já testemunhei isso, em duas oportunidades, em shoppings em São Paulo.
Pois é. Este assunto não é novo em Gaspar e aqui na coluna. No Samae, a área de estacionamento para clientes é tomada pelos funcionários, principalmente os mais graduados e pasmem, comissionados.
Denunciada esta situação várias vezes aqui, com fotos, todos ficam putos e até ameaçam ir à Justiça como simples retaliação. Falta é vergonha na cara e respeito não só à lei, mas principalmente do direito do consumidor, dos clientes, dos cidadãos.
Trata-se de privilégios, esperteza ou simplesmente falta de educação, pois a nenhum motorista habilitado, que frequentou às aulas e passou nos testes é permitido desconhecer esta obrigação. Acorda, Gaspar!
Não vou escrever sobre as manifestações de ontem. Vou reproduzir alguns comentários da mídia nacional na área abaixo.
Entretanto, devo olhar para o que aconteceu ontem, aqui em Gaspar. Houve quem dissesse estar decepcionado pela pouca participação popular. Eu, não fiquei decepcionado e vou dar três razões para isso.
A primeira. O “Fora Dilma” por aqui só vingou porque MDB e PSD disputavam a primazia do palanque e faziam parte das mobilizações. Quando disseram para eles que isso não teria dono para alavancar os palanques das eleições de 2016, o negócio esvaziou-se de tal forma, que houve até atos que não aconteceram por aqui. Muitos gasparenses foram engrossar os protestos em Blumenau.
Então, não temos tradição de protestos, mobilizações e a deste domingo é um fato excepcional e raro. Ou seja, quem disse que se decepcionou, errou.
A segunda. Esses movimentos possuem uma lógica suprapartidária. E este teve apenas confusão. Começou como um ato anti-democrático pelo fechamento do Congresso e do STF. Quando corrigiram a favor da nova Previdência e do pacote anti-crime, foi tarde. E para complicar, misturou-se numa pauta com apoio ao presidente Bolsonaro. É aí que perderam gente que mobiliza as ruas nestes atos como o MBL e Vem prá Rua.
Então, além do erro estratégico, não temos MBL e Vem prá Rua organizados para a mobilização em Gaspar, como já aconteceu no passado. E se comparar, Gaspar foi proporcionalmente maior que Blumenau.
A terceira. A Gaspar política tem donos. E se a manifestação atraísse à maciça participação popular para Bolsonaro, o crédito seria do PSL, que engatinha numa comissão provisória por aqui. E os donos de Gaspar – alguns que estão no poder de plantão e podem ser ameaçados por esse suposto “novo” - não quiseram passar esse recibo.
Os donos da política de Gaspar preferiram conferir o aviso. Por outro lado, os donos do poder de plantão se sentiram aliviados. Estão se auto-enganando, mais uma vez. Acorda, Gaspar!
Na segunda-feira houve o anúncio da “reforma” do governo de Kleber. Na terça-feira, a base aliada na Câmara, ficou num silêncio só, inclusive os neo-alinhados, como o mais opositor de todos nos dois primeiros anos de governo, Roberto Procópio de Souza, PDT.
Oposição e situação, mediram forças na última sessão num requerimento do petista Dionísio Carlos Bertoldi que pedia a descaracterização da urgência do PL. Ele cria a função de Diretor Técnico na secretaria da Saúde, como quer o Conselho Federal de Medicina.
Hoje esta função é acumulada pelo Médico Regulador. O titular só daria explicações na quinta-feira sobre o assunto para complementar as informações dadas pelo Executivo. Ciro André Quintino, MDB, sinalizou que o poder de desempatar será sempre dele. E deu maioria à base governista. Derrotou o requerimento dos oposicionistas. O assunto continuou em regime de urgência como queria o governo.
Decadência. A “Semana Municipal de Proteção e Defesa Civil”, promovida pela prefeitura revelou como a Defesa Civil voltou tão rapidamente ao estágio de indefesa civil dos governos de Pedro Celso Zuchi, PT. Caiu assustadoramente o voluntariado e a capacidade de mobilização do órgão.
O vereador Silvio Cleffi, PSC, que é médico e funcionário público municipal, voltou a tocar numa tecla já desgastada. Parece não compreender como funciona uma economia aberta e livre. Nela quem determina as regras é a competição de mercado. Ele quer farmácias privadas de plantão à noite, por rodízio em Gaspar. E que isso seja uma determinação de lei municipal. Isso já esteve em pauta na Câmara e foi rejeitada. É também inconstitucional.
Há custos – quem vai bancá-los? Há problemas de segurança – quem vai garanti-los? É a mesma coisa de se obrigar estar aberto ou ficar num plantão noturno, incluindo finais de semana e feriados, o consultório particular do cardiologista, só pela simples razão, que alguém poderá ter um sintoma que obrigue à uma consulta.
Afinal, o Belchior ainda é um bairro ou um distrito de Gaspar? Vira e mexe ele é rebaixado na Câmara de vereadores, e por gente que diz representa-lo.
Dia 22, aconteceu a adiada compra do carro da Câmara. Tinha cheiro de direcionamento tanto que a licitação foi refeita e adiada no dia dois de maio. A ata e a homologação mostram que só um fornecedor apareceu. Bingo. E a venda se deu por R$93.900 um sedam Toyota. Mas, não diz qual o tipo e o modelo. Questionei o presidente Ciro André Quintino, MDB, na sexta-feira. Não sabia (?). Ia ver com o pessoal da licitação. Até o fechamento desta coluna, nada.
O CTG Coração do Vale está guardando vários equipamentos seus num container para a próxima edição do Rodeio Crioulo de Gaspar. Faz isso, devido a desproteção da Arena Multiuso na Margem Esquerda. Gasta-se com segurança durante o ano todo, mas fios e até transformador, ou tudo que é metal é roubado de lá.
Então, o melhor investimento é esconder o que tem valor.
O pessoal da prefeitura de Gaspar ainda está tonto com o sucesso do JASTI, os Jogos Abertos da Terceira Idade. Depois que percebeu tardiamente estar transformando um cisne em patinho feio, ela tentou esconder, por exemplo, que 15 dias antes quis cancelar o evento. Aliás Gaspar recebeu do governo do estado, R$100 mil para ajudar na organização do evento, além de dois patrocínios privados de R$10 mil cada.
O deputado Ivan Naatz, PV, que é advogado, foi traído por um ato falho e de confiança. Assessor seu na Assembleia, negro, acusou e o denunciou por injúria racial. O caso está no Ministério Público e sendo apurado num inquérito policial. Complicado.
O golpe do Centrão. O senador Esperidião Helou Amim Filho, PP, disse hoje pela manhã à CBN que vai propor um requerimento para votar em separado a volta do Coaf ao Ministério de Justiça e Segurança, e retirando-o do Ministério da Economia, como decidiram pelo voto os deputados Federais na Câmara contrariando o projeto original do governo.
Parece uma boa ação, mas não é. A volta do Coaf para o ministério da Justiça pela decisão do Senado, obriga a matéria votar à Câmara para nova votação. E lá corre-se o risco dela caducar e a partir de três de junho, o governo ter a forma de Michel Temer, MDB.
Por que é golpe orquestrado do Centrão, onde está o presidente da Câmara Rodrigo Maia, DEM e o próprio Amim? Perguntado por Milton Jung se não estava ouvindo apelos do governo para que não se alterasse mais a matéria no Senado, Amim, disse desconhecer esses apelos. “Não recebi nada. Só conhecerei o apelo se receber isso formalmente do governo. E aí ele terá que se desgastar”. Entenderam?
Registro. Quatro ex-prefeitos alunos do Colégio Honório Miranda foram comemorar neste final de semana os 85 anos do educandário estadual: Evaristo Spengler, Osvaldo Schneider, Luiz Fernando Poli e Adilson Luiz Schmitt.
Apareceram por lá também referendando a importância da comemoração, os deputados Jerry Comper, MDB, Ricardo Alba, PSL e Ismael dos Santos, PSD. Isto mostrou o contorno histórico da data e do educandário para Gaspar. O Honório Miranda é hoje dirigido pelo professor Antônio Mercês da Silva.
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