O GOVERNO DE KLEBER E LUIZ CARLOS COMEÇA A VER O FINAL DO TÚNEL DO MANDATO DELES, MAS OS RESULTADOS COMO DIZEM, SÓ ESTÃO ENCAMINHADOS. ANTES TENTAM ENCOBRIR OS ERROS. - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

O GOVERNO DE KLEBER E LUIZ CARLOS COMEÇA A VER O FINAL DO TÚNEL DO MANDATO DELES, MAS OS RESULTADOS COMO DIZEM, SÓ ESTÃO ENCAMINHADOS. ANTES TENTAM ENCOBRIR OS ERROS. - Por Herculano Domício

09/08/2018

OS ERRANTES I

Aviso aos leitores e leitoras: eleição de sete de outubro não vai desviar um milímetro a coluna e o colunista dos assuntos de Gaspar. Então... O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, está quase dois anos no poder. Vendeu uma mercadoria – ela está toda explícita no plano de governo que entregou à Justiça Eleitoral - e ainda não conseguiu realiza-la sequer parcialmente ao distinto público gasparense. Daqui a pouco, o poder de plantão estará pedindo votos à reeleição, e aí poderá ser tarde diante da cobrança pela comunidade dos resultados. Parece que ele não percebeu o tempo voando contra. E o poder está brabo, porque parte da imprensa – que queria sob relho e humilhação - lhe relembra sempre isso e à dita oposição, esbalda-se naquilo que nem construiu ou precisa de argumentos para acentuar os erros, equívocos e a estratégia manca do atual governo. Não vou relembrar a longa lista para não ser repetitivo, cansar os leitores e leitoras, até porque, o espaço aqui é limitado para essa a relação.

OS ERRANTES II

Há dias, conversava com um membro do núcleo duro do governo de Kleber e Luiz Carlos. Repassamos minimamente o que me veio à mente num ambiente público e pouco apropriado para conversas e contrapontos sérios. E lá pelas tantas, de tanto ouvir desculpas ou de que eu exigia demais do governo, sinalizei o caso criado com estardalhaço por outubro do ano passado, de que Gaspar entre Natal e Ano Novo de 2017 teria um “novo” e improvisado senso de mobilidade no seu sistema viário urbano. Oito meses depois há um silêncio sepulcral sobre esse assunto na prefeitura, na imprensa, na oposição e na Câmara. Sem muita saída, diante de fato incontestável e porque o ambiente não permitia uma discussão sobre esse assunto, o meu interlocutor resolveu me desarmar: “Herculano, erramos! Agora está maduro. Vai sair. É só esperar!” Entendi! Aceitei e me calei. Todavia, uma coisa martelou dentro de mim e me contive: quem vai pagar por esse erro? Os que erraram, ou o político Kleber – que vai dar a cara, depende de votos e levar com ele todo o circo e seus amestrados? Keber entrou como menino afoito no conto de gente incompetente, irresponsável e descomprometida com o resultado para a cidade, o governo e o seu líder que no fundo faz toda essa máquina política e de poder girar? Meu Deus!

OS ERRANTES III

Escrevi aqui, há mais de um ano que o governo de Kleber e Luiz Carlos precisava ser refundado. Resistiram. Zombaram. O que aconteceu com a saúde pública? O que aconteceu com o mais técnico dos secretários, Alexandre Gevaerd? O que apontou a pesquisa DELL da Facisc? O que aconteceu com a secretaria da Educação e a mágica para diminuir as filas das creches? O que aconteceu com Assistência Social num município altamente problemático onde seu titular acaba de sair alegando problemas de saúde, quando se sabe que isso é apenas uma desculpa? O que aconteceu com o Samae que levou mais de um ano para descobrir os truques das redes de água e nada se sabe sobre coleta e o tratamento de esgotos? O que se iluminou com o aumento de 40% da Taxa de Iluminação Pública? Se nada disso fosse algo para se preocupar na longa lista, bastaria um fato para resumir os fracassos de ordem administrativa e principalmente, estratégica e política: a perda da maioria na Câmara, ou seja, da própria autonomia e governabilidade do poder de plantão, com a eleição do médico Silvio Cleffi, PSC, cria política e irmão de templo evangélico de Kleber, com os votos do PT, PDT e PSD. Fato que esta coluna antecipou antes dele acontecer. Zombam...Acorda, Gaspar!

No sábado passado foi dia de celebrar um exemplo de ação comunitária: a reconstrução da sexta casa do Cruzeiro do Vale, um valor do jornal, da família Schmitt e especialmente do Gilberto Schmitt. Desta vez foi para o seo Vavá, Genivaldo dos Santos Chagas, morador do Bateias que a perdeu num incêndio em março deste ano. Esta foto, mostra um dos momentos dessa celebração. Da direita para a esquerda: o chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP (que representou o prefeito - estava em Florianópolis na convenção que se escolhia o candidato ao governo do estado); o pároco da freguesia de São Pedro Apóstolo e suas tangerinas, o franciscano Paulo Jackson Pessoa de Moura; o empresário, filantropo e ex-vereador, Flávio Bento da Silva, o Sombrinha; o co-anfitrião, “construtor”, motivador dessas ações e editor do Cruzeiro, Gilberto Schmitt, e este colunista intrometido entre eles, para aplaudi-los.

TRAPICHE

Perguntaram-me o que era jornalismo tendencioso e se aqui em Gaspar havia alguém que o praticava. Eu respondi: no jornalismo tendencioso, o jornalista dá ênfase àquilo que o dinheiro, a amizade e os poderosos compram nos seus jogos de interesses, mesmo que isso contrarie à realidade, os fatos e assim, engana-se os seus clientes consumidores de suas notícias e os anunciantes que pagam os veículos para eles apurarem os fatos reais.

Mas, esse julgamento, deixo a critério de quem acompanha e compara o noticiário de uma maneira em geral. Agora, ninguém é líder de circulação (jornal) ou audiência (portal), respeitado e formador de opinião à toa. E ponto final!

A troca de comando na secretaria de Assistência Social é sintomática. Ela é o desfecho de tudo que se enrolou na Casa Lar Sementes do Amanhã, onde se levou um ano para fazer o que se fez de forma atropelada, com ares de vingança, em duas semanas. Tudo antecipado e anunciado aqui.

É certo, entretanto, que o ex-titular Ernesto Hostin, presidente do PSC, ex-asssessor parlamentar de Kleber na Câmara e irmão de templo está doente, ou precisa de menos carga de serviços. Ele já esteve até internado com problemas cardíacos. Mas, voltou para não perder o status. O problema se agravou diante das exigências de uma área técnica onde ele não conhecida nada. O desastre do caso da Casa Lar, o tirou da secretaria e se tenta abafar. Nem mais, nem menos

Por pouco, o governo não cometeu outro erro. Cogitou nomear para a vaga de Ernesto, o vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Ele, que está numa “dolce vita” e não quer se incomodar com coisa trabalhosa, levaria para lá a experiência de ser um agente municipal de trânsito. Sumido, Luiz Carlos está mais do que contente como vice-prefeito.

Pensando bem. Santa Catarina ainda não tem candidato a governador...Serão mais quatro ou oito anos desastrosos.

 

Edição 1863

Comentários

Herculano
12/08/2018 21:07
da série: o fanatismo, o erro e a vitimização de quem não aceita a lei feita para todos

LULA E A ESCOLHA DE SOFIA, por Alex Solnik, no 247

Quarta que vem, dia 15, Lula será registrado como candidato oficial do PT à presidência da República. O vice é Fernando Haddad. Até o dia 20, o MPF pode pedir oficialmente a sua impugnação por se enquadrar na Lei da Ficha Limpa. A defesa, então, terá sete dias para recorrer. Entrega seu recurso dia 27. Se o recurso for rejeitado, a defesa tem ainda três dias para submeter um novo recurso à apreciação do TSE. Estaremos então no dia 30 ou 31 de agosto, primeiro dia do horário gratuito em TV e rádio. Se o TSE rapidamente e de forma definitiva recusar o registro, a defesa recorre imediatamente ao STJ e ao STF.

Enquanto esses recursos não forem julgados, Lula continua candidato. Em outras palavras, continua aparecendo nas pesquisas e no horário eleitoral. Haddad, no entanto, não poderá mais aparecer em pesquisas. O PT não poderá monitorar a transferência de votos de Lula para ele. Lula também não estará nos debates, mas para quem está em primeiro lugar o debate não acrescenta nada. O importante é o horário eleitoral fixo. E os filmetes de 30 segundos nos intervalos comerciais das TVs.

O PT tem o segundo maior tempo e quatro filmetes de 30 segundos por dia em rede nacional de TV. Não vai se ocupar em atacar adversários. O líder não precisa. Precisa apenas fazer uma campanha propositiva. A outra preocupação da campanha deverá ser popularizar Haddad. Quanto mais aparecer ao lado de Lula melhor para o PT.

Se os recursos de Lula à terceira e à quarta instâncias não forem julgados até 17 de setembro, Lula terá de fazer uma escolha de Sofia. É a data fatal para troca de candidatos. O dia em que os nomes irão para a urna eletrônica e não poderão mais ser trocados. Se Lula resolver continuar candidato a partir dessa data mesmo sem saber se os recursos serão acolhidos poderá até ganhar a eleição, mas, se depois dela perder a parada, seus votos serão anulados.

A outra opção será indicar Haddad em seu lugar nesse dia, haja ou não definição sobre Lula. E passar a outra metade da campanha torcendo para que suas intenções de voto sejam transferidas majoritariamente para ele.

O dia 17 de setembro será, portanto, muito mais importante e decisivo que o dia 15 de agosto
Herculano
12/08/2018 19:52
ALCKMIN X BOLSONARO

Conteúdo de O Antagonista. O PSDB trabalha para tentar recuperar para Geraldo Alckmin o eleitorado perdido por Jair Bolsonaro, registra a Folha.

A estratégia é começar uma ofensiva - antes mesmo do início da propaganda eleitoral - no interior de São Paulo.

A campanha também está disposta a usar Ana Amélia em eventos onde o tucano não possa comparecer, especialmente no Centro-Oeste e no Sul.
Herculano
12/08/2018 09:47
JUDICIÁRIO ESTOURA TETO DE GASTOS

Conteúdo de O Antagonista. O Judiciário é o único dos três Poderes a não respeitar o limite do teto de gastos, registra a Folha.

"Segundo dados do Tesouro Nacional, o Judiciário já ampliou seus desembolsos em 8,8% no primeiro semestre deste ano. A variação é mais alta que os 7,2% permitidos pelo teto de gastos para este ano".

A regra do teto de gastos estabelece que o crescimento das despesas do governo federal está limitado à variação da inflação. Ao estourar o limite, o Executivo terá de compensar esse excesso gastando menos do que o permitido.
Herculano
12/08/2018 09:45
VICES, por Luiz Fernando Veríssimo, no jornal O Globo

A perspectiva de sermos governados pelo general Mourão só obriga o Bolsonaro a zelar muito pela sua saúde
Dan Quayle foi vice-presidente dos Estados Unidos na gestão do Bush pai, sem nenhuma credencial para o cargo salvo uma boa estampa. Era um político tão medíocre e inexpressivo que logo surgiu um boato: caso acontecesse alguma coisa com o presidente Bush, o Serviço Secreto tinha ordens para matar Quayle imediatamente. Uma piada cruel para lembrar a importância de vice-presidentes inadequados, que estarão apenas a um enfarte, uma bala ou um impeachment longe do poder, se forem da chapa vencedora.

A história política do Brasil a partir de Vargas tem sido uma sucessão de crises de sucessão, com vices influenciando diretamente a confusão - Jango substituindo Janio, governando sob tutela e finalmente abatido, os generais de 64 se sucedendo mutuamente, a melancólica figura de Pedro Aleixo, vice de Costa e Silva, preparando-se para assumir a presidência com a doença do general, uma ilusão que não durou quinze minutos, o Sarney substituindo Tancredo Neves, o Itamar substituindo Collor, o Temer, ai de nós, substituindo Dilma...

Nenhum dos candidatos a vice na próxima eleição merece o fim do Quayle da piada. Longa vida para todos. Mas é sempre bom lembrar o que os vices significaram no nosso passado, e o que ainda podem aprontar no futuro. A perspectiva de sermos governados pelo general Mourão só obriga o Bolsonaro a zelar muito pela sua saúde, vacinar-se contra a gripe e controlar o colesterol. Se bem que há uma certa injustiça na reação ao que o general disse sobre a indolência dos índios e a malandragem dos negros. São estereótipos antigos, simplistas, racistas e lamentáveis, certo. Mas redimidos por uma triste realidade: grande parte da população branca do Brasil pensa a mesma coisa. Não é preciso procurar mais longe do que programas humorísticos de alguns anos atrás, na TV, em que o "turco" e o judeu da prestação eram sempre usurários, homossexuais eram sempre caricatos e índios e negros nunca escapavam do clichê da inferioridade. De qualquer maneira, Bolsonaro, cuide-se.
Herculano
12/08/2018 09:38
UM BOM LOCAL PARA ALMOÇAR NESTE DIA DOS PAIS EM GASPAR, É NA TRADICIONAL FESTA DA COMUNIDADE SANTA CLARA, A PADROEIRA DA VISÃO. É ALI NA FRENTE DO POSTO DA POLÍCIA RODOVIÁRIA ESTADUAL, NA JORGE LACERDA, NO POÇO GRANDE
Herculano
12/08/2018 09:36
AS MÃOS DO MEU PAI, por Mário de Miranda Quintana, poeta e cronista gaúcho de Alegrete (30 Jul 1906 /5 Mai 1994) em "Esconderijos do Tempo.

As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
?" como são belas as tuas mãos -
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?

Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida - que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...
Herculano
12/08/2018 08:19
HADDAD É "RECALL" DE DILMA, POSTE QUE DEU DEFEITO, por Josias de Souza

No mundo dos negócios, o recall é uma convocação que as empresas fazem aos consumidores para trocar peças ou produtos vendidos com defeito. Evitando riscos à vida, à saúde e à segurança da clientela, o fabricante atenua o vexame e livra-se das indenizações. Lula está prestes a introduzir na política a prática do recall. Com uma diferença: ele oferecerá um novo poste ao eleitorado, Fernando Haddad, sem reconhecer que o poste anterior, Dilma Rousseff, revelou-se uma fraude.

À espera da decretação formal de sua inelegibilidade pela Justiça Eleitoral, Lula trata a fabricação da candidatura de Haddad como um grande negócio. Se o eleitor comprar a tese de que o novo poste é solução para os problemas nacionais, Lula será convertido em mártir. Se o produto for refugado, o presidiário do PT renovará a pose de vítima. Em qualquer hipótese, o segredo do negócio é esconder o fiasco da administração de Dilma Rousseff.

Levado à vitrine como vice da chapa tríplex do PT, Haddad aderiu ao coro que celebra a presença de Lula na liderança das pesquisas como uma consequência da comparação do seu governo com a gestão de Michel Temer. Nessa versão, os brasileiros recordam que havia mais empregos e renda sob Lula. E deploram a volta do desemprego e da miséria sob Temer. Para que esse tipo retórica fique em pé, será necessário que a amnésia petista vire um fenômeno epidêmico.

A gestão de Temer é ruinosa. Mas a ruína econômica é consequência direta do desastre gerencial que foi o governo de Dilma. As digitais de Lula estão gravadas no fiasco. É de sua autoria a criação do mito da gerentona. É dele também a responsabilidade do pelo descalabro ético. O mensalão e o petrolão nasceram no seu governo, período em que coalização virou eufemismo para organização criminosa.

No limite, Lula é responsável também pela perversão do governo Temer, pois foi nos seus mandatos que o PMDB tornou-se sócio do PT na usina de propinas. Tudo isso teve um custo. Para quem desceu a rampa do Planalto cavalgando uma popularidade de 84%, os 30% de intenção de votos detectados pela mais recente pesquisa do Datafolha revelam que o prestígio da fábrica de postes já não é o mesmo.

Entre 2013 e 2016, a economia brasileira encolheu 6,8%. Na gestão empregocida de Dilma, o desemprego saltou de 6,4% para 11,2%. Foram ao olho da rua algo como 12 milhões de trabalhadores. Deflagrada em 2014, a Lava Jato demonstrou que o único empreendimento que prosperava no Brasil era a corrupção. Agora, na campanha de 2018, o PT tenta empurrar o espólio de Dilma para dentro do armário.

O PT mantém Dilma longe da cena presidencial. Confinou-a numa candidatura ao Senado, em Minas Gerais. Lula, Haddad e a cúpula petista só lembram do poste anterior quando sentem a necessidade de renovar a teoria do "golpe". Um golpe sui generis, pois Dilma foi deposta por seus aliados, sob regras constitucionais, numa sessão presidida pelo amigo Ricardo Lewandowski, do STF.

Diante do descalabro em que se converteu o governo de Dilma, as causas invocadas para sua cassação ?"o uso de recursos de bancos públicos para pedalar despesas que eram de responsabilidade do Tesouro e a abertura de créditos orçamentários sem a autorização do Congresso?" são pretextos para condenar uma administradora precária pelo caos que produziu.

O instituto do recall está regulamentado no Código de Defesa do Consumidor. Ao oferecer um poste novo ao eleitorado sem reconhecer que empurrou pela segunda um poste micado para 54 milhões de eleitores em 2014, Lula viola pelo menos duas exigências do texto legal:

1) "O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança."

2) "O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários."

Nesse ritmo, o preso mais célebre da Lava Jato acabará adicionando problemas novos ao seu extenso prontuário. Arrisca-se a ser acionado no Procon.
Herculano
12/08/2018 08:15
EFEITO TSUNAMI DO STF PODE CUSTAR R$6,5 BILHõES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

O aumento nos gastos com pessoal em decorrência do aumento de 16,38% para os ministros do Supremo Tribunal Federal pode chegar a R$ 6,5 bilhões, incluindo aumentos salariais em cascata em dois poderes. Essa estimativa leva em conta os R$40 bilhões previstos no Orçamento para gastos com pessoal, este ano, e também à vinculação de milhares de assalariados do serviço público aos salários do STF.

MAIOR GASTO
A maior parte do gasto extra (R$4,75 bilhões) fica no Judiciário, com a despesa com pessoal passando de R$28,9 bilhões a R$33,7 bilhões.

RESTO DA CONTA
O impacto no Legislativo pode chegar a R$1 bilhão, enquanto no MP pode subir R$765 milhões e R$50,6 milhões na Defensoria Pública.

NO ESCONDIDINHO
O aumento foi decidido pelos ministros não em sessão transmitida ao vivo, mas em reunião administrativa a portas fechadas.

POR ENQUANTO Só FEDERAL
O cálculo considera apenas as despesas federais. A conta será ainda maior quando assembleias e câmaras municipais entrarem na onda.

'ESTRELA' DA LAVA JATO SE DÁ BEM EM PERNAMBUCO
Muito "popular" entre investigadores da Lava Jato, o deputado Eduardo da Fonte descobriu que, filiado ao PP, é socialista desde criança. Deve ter sido por isso que o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, do PSB, premiou "Dudu" com o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico. Agora, servidores o acusam de implantar no Complexo Portuário de Suape, além de nepotismo, uma gestão desqualificada.

MANDA MUITO
Além de secretário, Dudu da Fonte é hoje um dos políticos que mais influenciam as decisões do governo pernambucano.

ESPAÇOSO
Dudu não se fez de rogado e ainda tentou indicar um candidato ao Senado, mas aí o governador socialista achou demais.

COMPANHEIRADA
O deputado levou para a sua secretaria Maurício Albuquerque, que é ligado a seu pai e teve o nome citado na Operação Zelotes.

JUSTIÇA QUE FURA POÇO
Ao tentar justificar aumento de 16,38% no salário dos ministros do STF, provocando efeito cascata bilionário, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que a Justiça recuperou o dinheiro roubado da Petrobras. De fato, tem recuperado, mas seu destino deveria ser os cofres

ESFORÇO MÍNIMO
O "esforço concentrado" anunciado por deputados foi tão concentrado que durou apenas dois dias. Sem os deputados, foram feitos dois ensaios fotográficos com noivas em frente ao Anexo II da Câmara.

ERRO ESTRATÉGICO
Aliados acham que Jair Bolsonaro errou, comparecendo ao primeiro debate. Avaliam que ele deveria ter respeitado uma antiga "lei": quem lidera as pesquisas só debate no segundo turno, para evitar desgaste.

MISTER SIMPATIA
O visceral Ciro Gomes (PDT) se esforçou, no debate da Band, para parecer simpático. Cumprimentou câmeras, garçons, quem encontrava pela frente. Só não beijou criancinhas porque não encontrou nenhuma.

CHAPA TRÍPLEX
Graças à chapa "triplex", esperteza petista para atrair eleitores desinformados, Lula era tido como "candidato", com Haddad de vice e Manuela D'Ávila (PCdoB) como vice do vice. Foi a chapa mais criticada no Twitter durante a última semana, segundo a FGV/DAPP.

BALANÇO DA AUSÊNCIA
Segundo o partido Novo, o abaixo-assinado pedindo o candidato João Amoêdo no debate da Band atingiu 230 mil assinaturas. O protesto virtual teve 12 mil inscritos e ele ganhou 5 mil seguidores no Twitter.

INHAME NELES
Com produção anual de 50 mil toneladas de inhame, Alfredo Chaves (ES) é a capital do inhame, mas, de olho nos 12 mil votos, deputados resolveram criar uma lei

SEM PLANOS, Só POSIÇÃO
Sobre o primeiro debate presidencial, o economista Carlos Eduardo Freitas disse não achar que os candidatos "estão preocupados em ter propostas, mas de expor qual sua visão ideológica".

PERGUNTA NA ESQUINA
Por que o STF não transmitiu na TV, ao vivo, a "sessão administrativa" em que os ministros decidiram aumentar os próprios salários?
Herculano
12/08/2018 08:10
A DISSIMULAÇÃO DO GENERAL MOURÃO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Vice de Bolsonaro disse que sua teoria da maldição das raças deriva do seu orgulho pela miscigenação. Falso

O general Hamilton Mourão expôs em Caxias do Sul sua teoria da formação da identidade nacional a partir do gosto dos portugueses pelas sinecuras, da indolência do índio e da malandragem dos africanos. Pegou mal e no dia seguinte ele se explicou:

"Não sou racista, muito pelo contrário. Tenho orgulho da nossa raça brasileira. O que eu fiz foi nada mais nada menos que mostrar que nós, brasileiros, somos uma amálgama de três raças, a junção do branco europeu com o indígena que habitava as Américas e os negros africanos que foram trazidos para cá. (...) Somos a junção desses três povos, com as coisas boas e ruins que eles têm, sem colocar estigma em nenhum deles."

Teria sido mal-interpretado: "O que acontece é que as pessoas pinçam determinadas frases e querem retirar do contexto em que foram colocadas."

Coisa desses malditos jornalistas.

Mourão não é a única pessoa que atribui a uma mítica herança do passado as desgraças do presente. Cada um tem direito de achar o que quiser, mas a explicação do general, atribuindo o mal-estar a uma pinçagem foi um exercício pueril de dissimulação.

Em dezembro do ano passado, durante uma palestra, o general Mourão expôs a sua teoria das raças com mais precisão. O vídeo está na rede. Foi uma fala articulada, o general estava fardado e seguiu um roteiro ilustrado por transparências. No 43º minuto, ao concluir, anunciou:

"E aqui, minha gente, existe a maior de todas as reformas, que é a reforma moral, em cima dos valores da sociedade, a reforma cultural. Nós carregamos dentro de cada um, uma herança cultural tripla. Nós temos a herança cultural ibérica, que é a do privilégio e da sinecura. Todo mundo quer se dar bem. Temos a herança cultural indígena, que é a da indolência. É o índio deitado na rede e a mulher cavando lá, carregando filho. E temos a herança cultural africana que é a da magia. Vai dar certo, vai dar tudo certo. A malemolência, o samba. Nós somos melhores. A embaixadinha. Nós temos que romper esse ciclo. Essa é a realidade."

A realidade é que o general não se orgulha de coisa alguma. Pelo contrário, seriam vícios que exigem uma "reforma moral".

Gilberto Freyre orgulhava-se do amálgama da formação do brasileiro, já o conde Gobineau, o embaixador francês no Brasil durante o Segundo Império, previa que a miscigenação provocaria o colapso da sociedade brasileira ainda na primeira metade do século 20. Mourão está mais para Gobineau do que para Gilberto Freyre.

Entre os defeitos que Mourão atribuiu a portugueses, índios e negros, ele não incluiu a dissimulação. Certamente há portugueses, índios e negros dissimulados, mas isso não caracteriza os conjuntos. O dissimulador é apenas um dissimulador, quer seja português, índio, negro, chinês ou ucraniano.

ALCKMIN E CIRO SE DERAM BEM NA BAND
Quem viu as entrevistas de Jair Bolsonaro no Roda Viva e na GloboNews achou que no debate da Band ele teria uma oportunidade preciosa. Sem tempo no horário gratuito de televisão, Bolsonaro estaria em igualdade de condições com os rivais. Perdeu-a, não pelo que disse, mas porque disse o mesmo de sempre.

Quando foi colocada a questão da segurança pública, Geraldo Alckmin expôs as estatísticas do seu governo em São Paulo (a queda dos homicídios anuais de 13 mil para 3.000), Bolsonaro sacou a conveniência de armar os cidadãos e condenou as leis que protegem os direitos humanos.

Pela primeira vez Bolsonaro esteve diante de interlocutores que não queriam alvejá-lo com uma bala de prata. Com sua monotonia, Alckmin, amarrado às limitações do tempo, acabou sendo favorecido. Afinal, em um minuto não cabem dez estatísticas embutidas em platitudes.

Diante de uma pergunta sobre educação, Bolsonaro louvou os êxitos das escolas militarizadas. Ciro Gomes respondeu com a eficácia do sistema educacional do seu estado. A cordialidade de Ciro levou Bolsonaro a uma tréplica gentil, mas tudo o que ele tinha a oferecer era a construção de uma megaescola militar em São Paulo, no Campo de Marte. E o pessoal do seu Vale do Ribeira, que fica a 358 km, vai para onde?

Ciro e Alckmin foram a um debate, Bolsonaro foi a mais uma entrevista.

TUNGA
Um brasileiro que sabe fazer contas jura que queria trocar US$ 100 no guichê do banco Safra da área de desembarque do aeroporto de Guarulhos e disseram-lhe que receberia R$ 250.

O dólar estava cotado a R$ 3,70.

A turma do Safra informa que nada tem a declarar. Talvez o Banco Central tenha.

Eremildo, o idiota, aceita ficar ao lado do guichê do Safra oferecendo R$ 3 por cada dólar, mas se fizer isso, vai preso.

CHAPA ESTREITA
Lula estreitou o alcance da chapa do PT ao colocar Manuela D'Ávila, do Partido Comunista do Brasil, na chapa encabeçada por Fernando Haddad.

Ele sabe que prevaleceu em duas eleições quando ampliou-a, colocando na sua vice o empresário José Alencar.

URUCUBACA
Numa malvadeza do calendário, o ministro José Antonio Dias Toffoli foi eleito para a presidência do Supremo Tribunal Federal no mesmo dia em que o pretório excelso decidiu por 7 x 4 pedir ao Congresso um aumento de 16,38%. Cada eminente ministro pretende receber R$ 39,3 mil mensais.

Toffoli votou a favor do mimo e disse o seguinte:

"Não se está encaminhando para o Congresso um acréscimo ao orçamento do Supremo. Está se encaminhando uma previsão para uma recomposição remuneratória parcial de 2009 a 2014. Não se está tirando de saúde, de educação. Está-se tirando das nossas despesas correntes, dos nossos custeios."

De duas uma, ou Toffoli não sabe que o aumento dos ministros do Supremo desencadeia um efeito cascata que pode custar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões à Viúva, ou sabe e acha que a choldra é boba.

Tomara que ele acredite na segunda hipótese, pois se o novo presidente do Supremo não sabe como funciona o teto dos salários dos servidores, sua presença na cadeira é uma ameaça à ordem pública.

MADAME NATASHA
Madame Natasha criou uma operadora de plano de saúde vocabular para atender incorrigíveis malbaratadores do idioma. Seus primeiros clientes serão a Agência Nacional de Saúde e as empresas que lidam com ela.

A ANS chama de "expostos" os "beneficiários cujo risco está efetivamente coberto pelo plano".

Chamar os clientes das operadoras de "beneficiários" já é uma impropriedade. Eles são fregueses e, muitas vezes, vítimas. Chamá-los de "expostos" é um insulto. Durante o período colonial, "exposto" era o recém-nascido colocado na roda dos enjeitados, para abandoná-lo ao cuidado de instituições de caridade.

Em alguns casos, os "expostos" eram bebês que as mães não conseguiriam criar. Em outros, crianças cuja maternidade as mães queriam esconder. Esse foi o caso do futuro padre Diogo Feijó, que governou o Brasil de 1835 a 1837. Ele era filho de uma jovem solteira da poderosa família dos Camargo.
Herculano
12/08/2018 08:01
ACREDITAR, JAMAIS, por Carlos Brickmann

O PT, para protestar contra a ausência de Lula no debate - cumprindo pena por corrupção, não podia deixar a cadeia para comparecer - resolveu promover um evento paralelo, na Internet: o Debate com Lula. Uma grande ideia - só que não era com Lula. Nem debate, já que todos tinham a mesma opinião: Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann, Sérgio Gabrielli (presidente da Petrobras na época da compra da Ruivinha, aquela refinaria toda enferrujada em Pasadena) e Manuela d'Ávila. Sanduíche de pão com pão.

O debate dos candidatos na TV tem mesmo de ser em hora avançada. O telespectador pega no sono e embala até de manhã. Mas havia coisas curiosas a observar: por exemplo, seus maiores adversários acham que Bolsonaro é café com leite, tanto que não o atacaram. Alckmin, o quarto nas pesquisas, foi o mais atacado: imagina-se que, dono de quase metade do tempo de TV, o Picolé de Chuchu cresça, transforme-se numa Paleta de Chuchu e seja mais competitivo. De qualquer forma, ele se comportou no debate como um bom chuchu, insípido e difícil de ser engolido.

Marina, a cometa que surge de quatro em quatro anos, estava como o Meirelles e o César Cielo: nada. Álvaro Dias devia estar com sono, falando arrastado (e sua aparência mudou: está a cara do Coringa, o inimigo do Batman). Boulos é articulado, mas precisaria dizer quem, daquele grupo, é dono de helicóptero. Faltou informar. E nada falou de cobrar aluguel de sem-teto.

OS RIVAIS

Esperava-se que Bolsonaro e Ciro, os extremos do grupo (a menos que se leve Boulos a sério), fossem os grandes duelistas. Não foram. Bolsonaro reage bem quando atacado, mas é confuso para expor ideias. Colégios militares de alto nível, com disciplina rígida? Pode ser bom - mas é muito pouco em relação às necessidades do país. E os outros alunos?

Ciro fala bem, tem boa presença, é convincente. Mas prometeu fazer tudo aquilo que levou o país ao buraco e não explicou por que desta vez será diferente.

Há o Cabo Daciolo. Sua arma é ser evangélico. Mas Marina também é.

DE TODOS OS LADOS

Sobra Henrique Meirelles. Tem excelente carreira na iniciativa privada, foi presidente do Banco Central de Lula, deixou boa imagem, foi ministro de Temer, ia bem - até que Temer gastou todos os cartuchos para ficar no cargo e dinamitou as bases da política econômica. Os petistas o consideram golpista; da política econômica atual, o aspecto mais visível é o marasmo, o desemprego. Não sabe se destaca seu lado de preferido de Lula, ou de Temer, ou de executivo de sucesso na iniciativa privada. Quer ser tudo ao mesmo tempo. Comunica-se mal: não aprendeu ainda a manter o foco.

MEIGUICES

As equipes de campanha dos candidatos agiram rápido: antes que os cronistas de Internet, em geral ácidos, popularizassem (em internetês, "viralizassem") imagens e comentários mais maldosos, entraram brincando com características e erros de cada um dos debatedores. Tudo muito meigo, procurando mostrar que aqueles políticos profissionais são gente como nós.

Alckmin brinca com seu momento Montoro - o grande líder do PSDB que errava o nome das pessoas, chegando a chamar o mineiro Pimenta da Veiga, num comício, de "Pimenta do Reino". Alckmin postou um vídeo em que cumprimenta Luciano Huck e "Eliana" (era Angélica). "Hoje fiz por merecer um belo puxão de orelhas", diz o redator que escreve por ele.

Marina, parecendo feliz da vida, responde a perguntas do humorista Fábio Porchat; e colocou em sua rede o link chamando para ele.

Ciro é fofíssimo, o top da meiguice: postou bebê dando risada, um cão engraçado, gatinhos tocando piano. E sugere: "Quem você sugere para ver esse gatinho fofo? Quem a gente curte tem de vir junto. Quem é que você conhece que ainda não deu like (curtir) no Ciro?"

O PT entrou no jogo, mas com uma seriedade soviética: pôs mensagens sugerindo que se coloque como toque de celular um jingle de Lula, junto a uma aula de como fazer isso; e sugere que se baixe a máscara do Lula. Além disso, há um pedido de doações para a vaquinha eletrônica de Lula.

DESCOBERTA

Tem gente com boa memória na praça. Veja só o que foram desenterrar, para fazer piada com o candidato a vice de Bolsonaro, o general Mourão (que falou da indolência dos índios e da malandragem dos negros): um samba de Sátyro de Melo, José Alcides e Tancredo da Silva Pinto que fez sucesso em 1950, na voz de Blecaute (na época, escrevia-se "Blackout"): "Chegou o general da banda ê ê; chegou o general da banda ê á/ Mourão, Mourão, vara madura que não cai/ Mourão, Mourão, Mourão, catuca por baixo que ele vai".

O samba tem quase 70 anos; foi regravado por Elis Regina em 1973. E que significam seus versos? Não se sabe; o que se sabe é que a obra se baseia num ponto de macumba.
Herculano
12/08/2018 07:55
REPASSE DE VOTOS PARA HADDAD NO NORDESTE SERÁ CRUCIAL PARA LULA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Petista montou palanque hegemônico na região, mas depende de entusiasmo local

O grande teste de transferência de votos de Lula se dará no Nordeste. A região, que se transformou em fortaleza petista, concentra o maior número de órfãos do ex-presidente quando seu nome não aparece nas pesquisas. O PT terá o desafio de levar quase 20 milhões de lulistas às urnas em outubro para votar em um nome diferente.

O ex-presidente tem o apoio de quase 50% dos nordestinos, mas Fernando Haddad ainda é um virtual desconhecido. Em simulações de segundo turno na região, o substituto de Lula fica tecnicamente empatado com Jair Bolsonaro (25% a 28%), perde para Geraldo Alckmin (30% a 21%) e toma uma lavada de Ciro Gomes (40% a 14%).

A esperança dos petistas está no estoque de eleitores sem candidato. Com Lula fora da parada, pelo menos 4 a cada 10 moradores da região não sabem quem escolher ou declaram voto em branco ou nulo.

Da prisão, o ex-presidente azeitou a estrutura partidária do PT e de seus aliados para dar a largada em uma transferência em massa de votos quando Haddad for oficialmente ungido como seu substituto.

Lula costurou alianças formais e informais para garantir hegemonia na região. Dos 9 governadores, 7 declaram apoio a seu nome.

O objetivo dos petistas é explorar as máquinas estaduais para evitar que os votos de Lula se dissipem pelo caminho. Se o ex-presidente conseguir passar adiante dois terços de seus votos no Nordeste, como apontam as pesquisas, Haddad teria, de saída, 9% da votação nacional.

O ex-presidente fortaleceu "golpistas" como o cearense Eunício Oliveira (MDB) e o alagoano Renan Calheiros (MDB); manteve boa relação com o clã Sarney no Maranhão, apesar de apoiar Flávio Dino (PC do B); e atropelou o PT pernambucano para apoiar Paulo Câmara (PSB).

Todos eles querem pegar carona na popularidade de Lula, mas talvez não tenham o mesmo entusiasmo com Haddad. Se o plano B não empolgar, os votos lulistas podem ficar pelo caminho.
Herculano
11/08/2018 16:12
QUANDO O DIABO SE DISFARÇA DE SANTO, USA A BÍBLIA PARA ENGANAR OS SEUS CRENTES NA FÉ E ASSIM SE MANCHAR COM A POLÍTICA DOS HOMENS. CHARLATÃES, CRIMINOSOS, OPORTUNISTAS OU DEMENTES

QUEM É CABO DACIOLO? DE ONDE ELE VEM? O QUE ELE COME? COMO VIVE? por Ricardo Miranda, de Os Divergentes

"Eu quero aqui, diante de todos, profetizar a cura da deputada Mara. Eu creio que aquela mulher vai levantar da cadeira e vai começar a andar".

Deputado federal e candidato a presidente Cabo Daciolo, em sessão no plenário da Câmara dos Deputados, para quem a deputada tetraplégica Mara Gabrilli (PSDB) voltaria a andar. Não deu certo.

Cabo Daciolo foi o nome do primeiro debate presidencial na Band (quase perdeu para Álvaro Dias, vestido de preto Moro e com um Botox que o deixou inexpressivo). Não porque tenha se destacado, feito propostas ousadas ou surpreendido positivamente - aliás, parecia o mais nervoso -, apenas porque muita gente não entendeu o que esse deputado federal com cara e discurso de vereador de Varre-Sai fazia lá.

Daciolo é um camaleão político, que já posou de comunista até migrar para o recém-fundado Patriota e, seguindo o rumo natural das coisas, deve terminar a carreira na ala golpista do Democratas. Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos tem uma trajetória política meteórica ?" ou cadente, dependendo do ponto de vista -, entrando para a vida política apenas em 2014, quando se candidatou a deputado federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e foi eleito com cerca de 50 mil votos. Sim, Psol. Antes, flertou om o PSTU - você leu direito.

Cabo Daciolo, em seus tempos de PSTU, posa ao lado do militante Cyro Garcia com o livro "Karl Marx", biografia de Franz Mehring. Reprodução/Facebook
Circula pelas redes foto do cabo patriota segurando "Karl Marx", a biografia de Franz Mehring, revolucionário alemão e companheiro em armas de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht. O imprevidente ao lado dele é o honrado militante do PSTU, Cyro Garcia. Todos cometem erros de avaliação.

Cabo Daciolo tem 42 anos, nasceu em Florianópolis e começou a ganhar notoriedade em 2012, quando atuava como bombeiro no Rio e foi expulso da corporação por comandar uma midiática invasão ao Quartel-General no ano anterior. Na época, governo Sérgio Cabral - não ria -, 439 bombeiros do estado do Rio foram presos por participar da invasão ao QG. O movimento foi visto, na época, como uma rebelião grave, que só terminou após um confronto que pôs em lados opostos bombeiros e policiais. Os bombeiros acabaram soltos, foram anistiados, viraram heróis e nasceu Daciolo, o mitinho.

Visto como líder grevista ?" o que parecia rimar com esquerda -, e com a fama instantânea, acabou no Psol, quando foi eleito deputado federal. Não deu outra. Sua passagem pelo partido foi conturbada e marcada por uma série de propostas e posições que contrariavam o programa do partido - e qualquer lógica. Com recorrentes declarações que enfatizavam suas crenças religiosas ?" Daciolo é evangélico - e com propostas que reforçavam sua posição cristã, não demorou muito para deixar o partido. A gota d'água foi quando, corporativamente, defendeu a libertação dos 12 militares acusados de envolvimento na morte de Amarildo Dias de Souza e tentou incluir "Deus" na Constituição Federal. Aliás, foi o responsável por apresentar a proposta que queria modificar o parágrafo primeiro, "todo o poder emana do povo", para "todo o poder emana de Deus". Doido de pedra.

Expulso do Psol em 2015, se filiou ao PT do B, que virou Avante, e acabou no Patriota. Se você está começando a enxergar um filhote de Bolsonaro, tem razão. O candidato já declarou que defende a intervenção militar e o fechamento do Congresso, pediu para que Temer "abandone a maçonaria, abandone o satanismo e venha correndo para Deus" - ah, essa parte foi engraçada! -, e ainda "previu" que o deputado federal Jean Willys (Psol) iria se casar com uma mulher e ter filhos. Como o fundo do poço tem alçapão, o deputado federal também "profetizou em uma sessão da Câmara dos Deputados - com uma bíblia nas mãos ?" que a deputada tetraplégica Mara Gabrilli (PSDB) voltaria a andar. Em tempo: a deputada segue tendo que recorrer à cadeira de rodas para seu deslocamento. Daciolo virou candidato a presidente depois que Bolsonaro deixou o Patriota. No debate na Band, Daciolo persistiu nas declarações religiosas, presentes em boa parte de suas falas. E ?" meme dos memes ?" fez referências a teorias da conspiração, como ?" segure o queixo ?" o Dossiê Ursal, suposto plano de "dominação comunista na América Latina".

Não consta que ele tenha feito milagres, como fazer Geraldo Alckmin se tornar carismático ou Henrique Meirelles sair do traço nas pesquisas. Lula segue preso e ninguém interna Daciolo num manicômio
Herculano
11/08/2018 15:59
da série: como os políticos espertos e populistas enganam à maioria dos eleitores e eleitoras que sabem eles serem analfabetos, ignorantes e desinformados, tudo para eles tomarem de assalto o poder com mentiras e impossibilidades

CIRO, O PAI DE SANTO

Conteúdo de O Antagonista. Ciro Gomes fez uma transmissão ao vivo pelo Facebook neste sábado e reafirmou sua promessa de "limpar o nome do brasileiro do SPC".

"Eu preparei um projeto para limpar o nome das pessoas. Tudo o que eu falo agora, os meus adversários estão copiando, está ficando engraçado. Vou fazer um suspense."

Um dos correligionários presentes na transmissão de Ciro pediu ao candidato do PDT para detalhar melhor o projeto.

"Ainda não vou entregar o ouro. Não vou entregar. Pai Ciro não traz a mulher amada, mas vai ajudar você a tirar o nome do SPC", disse o presidenciável.
Herculano
11/08/2018 13:57
A "DITAMOLE" DE MOURÃO

Conteúdo do RB 18. Texto de Vera Magalhães. O candidato a vice de Jair Bolsonaro não parece ter sido submetido ao mesmo trabalho de moderação de imagem e tom que está sendo aplicado ao presidenciável do PSL.

Em entrevista à revista eletrônica Crusoé, o general Hamilton Mourão reafirma seu discurso radical, chama a ditadura militar brasileira de "ditamole" e defende que o governo recorra ao estado de sítio para conter o crime organizado. Afirma, ainda, que é "provável" que Bolsonaro defenda a adoção da pena de morte caso vença a eleição.
Herculano
11/08/2018 13:52
AS COISAS COMO ELAS SÃO

O poder de plantão em Gaspar demite protegidos por doença para admiti-los em outra função. Depois são sabe a razão das criticas, dos desgastes... Acorda, Gaspar!
Herculano
11/08/2018 09:33
da série: todos eles estão do seu lado aqui em Gaspar e Ilhota, com vereadores, prefeitos e vices como cabos eleitorais pedindo seus votos para se esbaldarem naquilo que está faltando na segurança, na educação, na duplicação da BR 470 e outras obras importantes. Em outubro, não perca a peleja, não os reeleja

PARLAMENTARES TAMBÉM COGITAM ELEVAR SALÁRIOS, por Josias de Souza

Sem alarde, deputados e senadores tramam adicionar aos seus próprios contracheques o reajuste salarial de 16,38% reivindicado pelo Supremo e pelo Ministério Público Federal. Com isso, a remuneração dos congressistas também saltaria dos atuais R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. A ideia é votar o pacote no final do ano, depois das eleições de outubro, para entrar em vigor a partir de 2019.

O tema, por impopular, é discutido longe dos refletores. A coluna conversou com dois líderes partidários ?"um da Câmara, outro do Senado. Só concordaram em conversar, na noite desta sexta-feira, sob a condição do anonimato. Disseram que não há, por ora, uma decisão categórica. Falta consenso. Mas reconheceram que não são negligenciáveis as chances de aprovação dos reajustes.

Um dos líderes atribuiu o surto sindical ao Supremo, que decidiu incluir em sua proposta de Orçamento para 2019 o reajuste de 16,38%. Nessa versão, o Congresso não estaria senão reagindo, para evitar que os parlamentares recebam salário inferior ao dos ministros do Supremo, teto remuneratório do serviço público.

O outro líder insinuou que, na verdade, caciques políticos e magistrados da Suprema Corte discutem em segredo a a pauta salarial há semanas. Seja qual for a hipótese verdadeira, a falta de transparência dará à eventual aprovação do pacote salarial de fim de ano uma aparência de emboscada contra o eleitor.

Num instante em que a principal ferramenta do Tesouro é a tesoura, a movimentação parece inconsequente. Considerando-se que mais de 13 milhões de brasileiros estão no olho da rua, a irresponsabilidade fiscal passa a ser o outro nome de escárnio.
Herculano
11/08/2018 09:28
herculano53@hotmail.com
NO TWITTER DE UM PAGADOR DE PESADOS IMPOSTOS TODOS CRIADOS POR POLÍTICOS ELEITOS POR NóS E CONTRA NóS E EM NOSSO NOME, ENQUANTO ELES ZOMBAM DE NóS, NADANDO EM INCONTÁVEIS PRIVILÉGIOS E IRRESPONSABILIDADES CONTRA O DINHEIRO PÚBLICO E O FUTURO DO PAÍS

Eu jamais participaria de vaquinha pra qualquer candidato. Os caras ganham muito mais do que nós, têm regalias, casa, comida e roupa lavada, Verbas a torto e a direito, fundo partidário e ainda querem que paguemos suas campanhas? Nem a fórceps!
Herculano
11/08/2018 09:23
ALCKMIN NOMEIA ACM NETO COMO "PRESIDENTE" DA COLIGAÇÃO

Conteúdo de O Antagonista. Geraldo Alckmin nomeou ACM Neto como 'presidente' da coligação dos partidos que formam aliança em torno do presidenciável tucano, registra o Estadão.

Segundo aliados de Alckmin, o gesto mostra que o DEM deverá ser protagonista não apenas na campanha, mas também num eventual governo.
Herculano
11/08/2018 09:16
"ESTAMOS PERTO DO ESTADO MÁXIMO, DIZ GUSTAVO FRANCO

Conteúdo da revista Exame. Texto de João Pedro Celeiro. Coordenador econômico do Partido Novo, o economista, ex-presidente do Banco Central, defende mensalidade em universidade pública e diz que virada liberal de Bolsonaro é "maquiagem"

São Paulo ?" Em 1997, Gustavo Franco foi indicado como presidente do Banco Central e antes de ser sabatinado pelo Senado, recebeu um alerta do então presidente Fernando Henrique Cardoso:

"Ele me disse: 'essas coisas que você fala aí de livre mercado, não fala nada disso lá senão você vai levar bola preta'. Todo mundo que ia fazer sabatina recebia a mesma advertência", diz Franco, que se perguntou: "por que no Senado não existe ninguém com uma cabeça pró-mercado?".

Membro da equipe de criação do Plano Real, uma história que virou filme recentemente, o economista decidiu sair do PSDB em 2017, após quase 20 anos, para ajudar a fundar o Partido Novo.

Hoje, ele coordena o programa econômico do candidato à Presidência pelo partido, o engenheiro João Amoêdo, além de continuar como estrategista-chefe da Rio Bravo Investimentos e consultor do Nubank.

Foi na sede da fintech em São Paulo que ele concedeu, na última sexta-feira (03), a seguinte entrevista:

EXAME ?" O seu partido é talvez o primeiro a defender abertamente um programa radicalmente liberal. Você diria que nossa tradição econômica é de esquerda? Quais as raízes disso?

Gustavo Franco ?" Me ocorre a crítica literária de Machado de Assis com a expressão de que "o liberalismo é uma ideia fora do lugar no Brasil", porque não se admite que o Brasil possa ser liberal sendo escravista. Mas aí o que está errado? É o país ter demorado tanto para abolir essa abominação.

É curioso que essa tradição local e patrimonialista tenha se reproduzido e renovado ao longo de todo o século XX, sempre contra as ideias iluministas que vinham do resto do mundo e que não tem esse nome lá fora; nos EUA e na Inglaterra, "liberal" quer dizer outra coisa.

Aqui, é o que ameaça o personalismo das relações econômicas brasileiras. A ideia de uma economia horizontal, com direitos iguais e igualdade radical diante das regras do jogo, parece coisa de gringo. No Brasil a gente se reconhece pelo primeiro nome, "somos todos amigos", até o governo e o setor privado são amigos. Errado!

Porque essas relações pessoais conduzem ao corporativismo, à corrupção, ao nepotismo e a todo tipo de distorção do que é um verdadeiro capitalismo e uma economia de mercado democrática. Essa tradição acaba no mundo dos partidos, fazendo com que nenhum seja pró-mercado.

Agora não sei se foi a internet, a tecnologia, a crise, a Dilma ou o petrolão, mas abriu-se uma janela para essas ideias, e a própria organização do Partido Novo com este sucesso na base são expressão disso.

Você usa a expressão livre mercado, mas os críticos a atacariam como Estado mínimo. É um conceito que você defende?

Isso é um fantasma criado pelos adversários da economia da mercado, como se nela não houvesse o Estado nas suas mínimas ofertas de proteção social, o que é uma tolice.

Na maior economia de mercado do planeta, que é os Estados Unidos, veja o que tem de proteções sociais e o tamanho do Estado lá ?" que a gente acha que é até muito grande (risos).

Não se trata do mínimo e nem sei o que é isso, o fato é que aqui estamos perto do máximo, um Estado claramente obeso e com colesterol estourado.

Esse tema do corporativismo é citado por várias campanhas, mas de forma genérica. Que corporações são essas e como elas atuam?

Pode ser um sindicato, patronal ou não, ou um grupo funcionando na defesa do seu próprio interesse em detrimento do conjunto da sociedade, que sequer nota isso acontecendo.

O gato na conta de luz é um tipo de corporativismo: uma pequena minoria com o direito de ter energia grátis paga pelo resto. Às vezes é algo justificado por ser alguém de baixa renda, mas as vezes não ?" como as filhas solteiras de militares aposentados, que ganham uma pensão igual a de um ministro.

Essas pessoas agem corporativamente, assim como os parlamentares quando defendem sua aposentadoria privilegiada, seus assessores e gastos de combustível e gabinete. Eles são uma corporação com poder de criar privilégios pra si.

Falando em privilégios, quem assumir o governo enfrentará uma crise fiscal com déficit anual na casa de R$ 150 bilhões. Em quanto tempo isso pode ser revertido e onde o Novo cortaria?

Devemos reverter o mais rápido possível. Vejo [o candidato Geraldo] Alckmin falando em zerar em dois anos, para chegar aonde estava antes da Nova Matriz Econômica, ou 3% do PIB de superávit primário. É factível e acho que dá para ser mais rápido.

Fiz parte de um governo em 1998 que fez um ajuste de -0,5% para 2% do PIB de primário em menos de um ano. A caneta do presidente é muito poderosa.

Um guia de onde cortar está no estudo do Banco Mundial encomendado pelo então ministro Joaquim Levy. Eles falam de um ajuste de 8,3% do PIB só pela despesa, 7% no governo federal e 1,3% em estados e municípios, em 10 anos ?" acho que não quiseram encurtar para não criar constrangimentos.

Algumas das propostas são polêmicas, como a cobrança de mensalidade em universidades públicas.

Nem são as maiores, mas tudo que tem ali eu gosto. Não tenho nenhuma dúvida sobre a mensalidade em universidade pública para quem pode pagar. É ridículo não cobrar. Por que filho de rico tem que estudar de graça em universidade pública? Não sei porque isso é polêmico.

E o fim do Simples, também sugerido?

Aí é mais complicado, por causa da mensagem. Gostaríamos que não só aquela faixa, mas toda a tributação fosse simples.

A gente sabe a dor de cabeça que é para uma empresa média cumprir suas obrigações tributárias, seja pelo custo ou pelo tempo dedicado. O que dá pena de mexer no Simples como renúncia fiscal é afetar a simplicidade das obrigações nessa faixa.

A simplificação dos tributos também é defendida por várias campanhas, no modelo de um novo Imposto de Valor Agregado (IVA) que unificaria alguns outros. Vocês concordam?

A gente gosta. A proposta do Bernard Appy consolida isso, é mais executar. Na Previdência é parecido e gostaríamos de agregar o mecanismo, que a gente adora, da reforma do Prof. Hélio Zylberstajn.

O dois primeiros pilares estavam na reforma que o governo Temer tentou fazer e não conseguiu: o primeiro da aposentadoria não contributiva, o BPC (Benefício de Prestação Continuada), e o segundo do INSS.

Além disso queremos trabalhar o terceiro pilar, que é o regime de capitalização obrigatório pelo FGTS, e o quarto, que é a previdência privada aberta. Eles ajudariam o brasileiro a ter uma ideia clara sobre a terceira idade considerando as possibilidades de poupança acumulada que é o FGTS, um dinheiro que já está lá e é usado para outra coisa ?" e mal, muito mal.

Será necessário aumentar impostos?

Eu acho que não precisa. Admitiríamos ver aumento de arrecadação decorrente do aumento da atividade, mas não aumento de alíquota e criação de novos impostos.

Nem a volta do imposto sobre dividendos, que outras campanhas defendem?

Não gosto. Já vi o Imposto de Renda sobre empresas aumentar em duas ocasiões no passado com isso de isentar dividendos, agora vão aumentar os dividendos e não mexer na tributação corporativa, ou mexer na corporativa para taxar dividendos? Não acho que deva fazer.

A única coisa que faz sentido mexer é juros sobre capital próprio, que vem de quanto havia um resíduo inflacionário relevante. Cobrar IR sobre lucros nominais era como cobrar imposto sobre correção monetária do lucro, mas hoje a inflação é mínima, não precisa mais.

O corte de gastos abriria espaço para mais investimentos públicos em infraestrutura, uma de nossas deficiências básicas? Ou a ideia é deixar para o setor privado?

Nas áreas de infraestrutura onde falta investimento o setor privado pode atender plenamente. Hoje em telecomunicações, por exemplo, praticamente tudo é setor privado, enquanto no saneamento é tudo setor público, porque o desenho torna difícil para o setor privado entrar.

Precisa mudar o desenho, ou privatizar companhias, ou criar outras formas de parceria sobretudo nesse setor, onde os governos, que são donos das concessões estaduais ou municipais, não tem dinheiro. Depender do governo federal usar recursos do FGTS para isso é ridículo; é praticamente um confisco da sua e da minha poupança pra fazer obra de saneamento.

Por que não o setor privado? Puro preconceito, e o resultado é sub-investimento numa área com profundo impacto ambiental e de saúde pública. Tem coisas que no Brasil são polêmicas e não entendo.

Qual deve ser o modelo de abertura comercial em meio a um cenário internacional desafiador?

Tem os factóides do Trump, mas o ambiente global é bastante liberal e o Brasil tem uma defasagem vexatória. Somos os últimos colocados em qualquer ranking sem Coreia do Norte e Cuba, e teria que correr muito pra deixar de ser o último.

É a mãe de todas as reformas microeconômicas e tem que ser rápido e unilateral. Problema não é só tarifa; é conteúdo nacional, padrões, tomadas de três pinos, adesão à OCDE. É ter um sistema diferente, não falar inglês e estar distante das melhores práticas mundiais, como se adotá-las fosse uma rendição neoliberal. Besteira.

Aí vem o argumento: as empresas brasileiras vão se expor à competição internacional, sobretudo na indústria? Mas nossa indústria é predominantemente estrangeira. Não são empresas nascentes nem adolescentes, são multinacionais acostumadas com uma zona de conforto que as faz viver duas ou três gerações tecnológicas atrasadas do resto do mundo e desconectadas das cadeias internacionais de valor. Por que essa demora toda? Não é normal, é uma vergonha.

O que você vê de positivo e negativo na reforma trabalhista aprovada pelo governo Temer?

Foi um sucesso que não estava nas prioridades do governo e foi crescendo no Congresso. Os relatores foram espetaculares, tanto na Câmara quanto no Senado, e o interessante é que foi uma lei ordinária. Mostrou que com maioria simples podia fazer uma reforma importante que surpreendeu muita gente.

O fim do imposto sindical foi um ataque frontal ao corporativismo. A gente fica com medo dos sindicatos e sua truculência, dos sindicatos patronais, a Fiesp? mas na hora do voto, é minoritário. Perderam e não vai voltar.

Às vezes os governos depositam a energia política em uma emenda como a do teto, que não sei se foi a melhor. Junto com a reforma da Previdência seria uma dupla poderosa, mas sem ela gerou uma pequena armadilha; talvez teria sido melhor começar com a Previdência, mas é fácil falar a posteriori.

O programa do governo que sai do impeachment não era ambicioso e sim oportunista; eles não tem nenhuma afinidade com a pauta pró-mercado. Trouxe uma equipe com essas ideias, mas deu poucas asas para eles voarem, e tomou decisões estratégicas que acabaram sendo ruins como a do teto, mas com sucessos como a trabalhista, a TLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e outras microeconômicas, além da atuação do Banco Central, também boa.

Fico com medo até deles terem estragado um pouco da popularidade da pauta de reformas que vai ter que voltar, muita gente vai dizer: "ah não, essa Reforma da Previdência é do Temer". Ele virou um problema e tudo que ele botou a mão virou meio radioativo. Vamos ter que viver com isso.

Mas o que você acha que prevalece: um certo enraizamento dessa pauta mais liberal ou o efeito negativo de associação com um governo impopular?

A pauta tem duas vertentes, e uma é fiscal. A retomada do superávit primário é menos polêmica: de 1998 a 2012, o Brasil teve superávit primário de 3,5% do PIB em média, do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso até a metade do primeiro mandato de Dilma, quando começou a estragar.

Todo o governo Lula, que as pessoas lembram com saudade, teve 3,5% do PIB de superávit primário. Está longe de ser uma austeridade recessiva e acho que voltar a isso terá muito pouca objeção política.

Todas as campanhas tratam do assunto fiscal: Ciro com aumento de impostos, e a esquerda sempre fala de tributar grandes fortunas, esse tipo de coisa, mas todos tem que ter sua receita.

A outra parte da pauta é mais pró-mercado e ideológica mesmo, como a de privatizações e abertura, que aí sim diferenciam a esquerda dos outros.

O Novo faz uma defesa ampla das privatizações. Há alguma exceção?

Talvez alguns pedaços da Petrobras. Acho que é o caso de, tal como na Telebras, pensar em fazer 3 ou 4 empresas do que a Petrobras é hoje para enfrentar a competição em produção, refino e distribuição.

A ideia do monopólio pelo monopólio está obsoleta, e já foi quebrada com empresas estrangeiras operando com a Petrobras. Competição só faz bem, mas jamais começaria pela mais complexa, porque tem coisas mais prontas e de tamanho relevante: como Eletrobras, que deve ficar pro próximo governo.

Banco do Brasil pode ser via uma diluição em bolsa do governo para um grupo controlador sem Itaú, Bradesco e Santander e que torne o BB, do dia para a noite, um banco privado que vai competir de verdade e fazer os spreads irem pra baixo. Todo mundo tem uma experiência pessoal com banco que é ruim, e isso só vai se resolver com competição.

O candidato em primeiro lugar nas pesquisas tem um histórico estatizante mas se associou com um liberal, o que parece ter convencido muita gente. Esse aceno é sincero e se sustenta na prática?

Tão sincero quanto foi Michel Temer. A primeira resposta do Bolsonaro no Roda Viva, sobre como ele gostaria de ser lembrado ?" "tornar o Brasil mais liberal" ?" foi pra mim uma surpresa inacreditável porque não tem nada a ver com a história dele, como não tinha de Temer.

Nenhum desses personagens tem nenhuma afinidade com essas pautas e é impossível saber como (e se) será efetivamente executado.

Eu estou em um projeto que talvez é o único mais organicamente pró-mercado, muito diferente de quem abraça essas pautas por puro oportunismo. É maquiagem, e eu não acredito em maquiagem.
Herculano
11/08/2018 09:11
TEMER ACHOU O DEBATE 'CHATO E SEM SURPRESAS', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente Michel Temer (MDB) se preparou para não perder um só lance do debate da Band entre candidatos à sua sucessão, quinta (9). Assistiu ao debate no Palácio Jaburu, onde reside, com a paciência e o interesse de quem faz política há 30 anos. Mas Temer não conseguiu ficar diante da TV até o final, à 1h13 da madrugada. Ele achou tudo "muito chato e sem surpresas", segundo deixou escapar para a coluna.

NEM TE LIGO
Temer não comentou os ataques que sofreu exatamente em razão dos melhores feitos do seu governo: reforma trabalhista e teto de gastos.

DEFESA TUCANA
O presidente gostou de ver Geraldo Alckmin (PSDB) defender as medidas do governo. Uma defesa que recusou em momentos cruciais.

FORA DE COMBATE
Para o governo, o debate mostrou que Lula já é "carta fora do baralho": foi citado só duas vezes, uma delas pelo mediador. Temer, dezenas.

MAIS DO MESMO
Os candidatos a presidente saíram do debate da Band praticamente do mesmo tamanho, à exceção de Daciolo, que se destacou pelo barulho.

TOFFOLI SERÁ MAIS O LONGEVO DA HISTóRIA DO STF
Além de ser o mais jovem ministro a assumir a Presidência do Supremo Tribunal Federal (com apenas 50 anos), Antonio Dias Toffoli também será quem passará mais tempo como ministro da Corte. Os campeões atuais são Hermínio do Espirito Santo, com 10.951 dias, seguido por André Cavalcanti d'Albuquerque que foi ministro por 10.835 dias. Ambos no início do século passado. Toffoli completará 75 anos após 12.074 dias no cargo e será o recordista absoluto no STF.

DOIS MIL DIAS A MAIS
Quando foi nomeado, Toffoli seria o terceiro ministro mais longevo, com 10.249 dias. A PEC da Bengala deu 5 anos a mais a ministros.

OS MAIS ANTIGOS
Espírito Santo e d'Albuquerque foram ministros antes de haver aposentadoria obrigatória, que hoje é de 75 anos.

COMPARAÇÃO MODERNA
Apesar de ser um ano mais jovem que Toffoli, o ministro Alexandre de Moraes passará 7 anos a menos no STF que o novo presidente.

BOI NA LINHA NO DETRAN/PE
O Detran do governo Paulo Câmara (PSB-PE) prejudica quem compra carro financiado, cujos contratos devem ser registrados. Empresas do setor oferecem descontos pelo registro, mas esses contratos caem por "problemas no sistema". Quem cobra preço cheio não tem problemas.

JAIRZINHO PAZ E AMOR
Jair Bolsonaro (PSL) esteve quase irreconhecível no debate. Alguém o convenceu a não polemizar com ninguém para evitar fuga de eleitores. Acabou parecendo o que não é, e isso se refletiu nas pesquisas.

HELENO POR PERTO
Vice preferido dos eleitores de Jair Bolsonaro, caso ele fosse buscar desnecessariamente na caserna o companheiro de chapa, o general Augusto Heleno fez parte do staff do candidato na Band.

ALCKMIN SE PREPAROU
Desde a chegada ao prédio da Band, para o debate de quinta (9), Geraldo Alckmin (PSDB) mostrou que era o candidato mais focado, aquele que parecia haver se preparado para aquele momento.

PROPOR NÃO É VENCER
O candidato tucano Geraldo Alckmin foi quem mais fez propostas no primeiro debate da eleição presidencial, na Band: nove, em temas diversos. Só não propôs medidas em dois temas segundo a consultoria Arko Advice. O que menos fez propostas foi Henrique Meirelles (MDB).

SEU DINHEIRINHO
O "Impostômetro" da Associação Comercial de São Paulo registra que já foram pagos este ano R$ 1,42 trilhão em impostos até ontem, este ano. Aplicado na poupança, isso renderia R$ 11 milhões por hora.

DECISÃO CONTRA LULA
Segundo análise eleitoral do banco BNP Paribas, o 8º maior do mundo, a decisão final da Justiça Eleitoral sobre Lula deve ser contrária ao petista. E até estima uma data para o último recurso do PT ao STF: 10 de setembro, uma semana antes do limite da troca de candidatos.

MUDOU MUITO E PAROU
Desde a abertura, a maior renovação da Câmara se deu em 1990, quando 61,8% dos deputados federais eleitos eram candidatos novos. Desde lá, a proporção de novos deputados nunca mais foi tão grande.

PENSANDO BEM...
...Cabo Daciolo faz Bolsonaro parecer normal.
Herculano
11/08/2018 09:04
OPINIõES DE LEITORES DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO SOBRE O AUTO-AUMENTO DOS MINISTROS E OUTROS...

Ao citar valores recuperados pelo Judiciário aos cofres públicos na operação Lava Jato para justificar a aprovação da proposta de reajuste de 16,38%, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), ignora solenemente os graves problemas enfrentados pelos brasileiros em áreas prioritárias como a saúde, a educação e a segurança. Lamentável. Geraldo Tadeu Santos Almeida (Itapeva, SP)

Não tem sentido a instituição mais alta do Judiciário, destinada a apaziguar conflitos, aprovar uma proposta de reajuste salarial na atual crise. Com milhões de desempregados, salários comprimidos e escassez de dinheiro público, além do efeito dominó que causará nos gastos do governo, a proposição é inadmissível. A derrota por 7 a 4 foi mais vergonhosa para o país do que a derrota por 7 a 1 para a Alemanha. Espero que a população, o Legislativo ou mesmo Temer, com seu veto, evitem esse impropério. Fernando Montoro (São Paulo, SP)

É triste se constatar a grande insensibilidade de setores do funcionalismo público. Por mais justas que sejam suas demandas, pouco lhes importa que o país esteja num péssimo momento, com dívidas enormes, com sua economia patinando e com milhões de desempregados. Essas seriam razões para se esperar que houvesse mais consciência por parte daqueles que estão no patamar mais elevado entre os assalariados brasileiros ("Próximo governo herda gasto extra de R$ 42 bi"). Rivaldo Otero (Santos, SP)

Existe uma campanha sistemática, com apoio da grande imprensa, contra os servidores públicos. Talvez com o intuito de promover um desmonte, de enfraquecer a fiscalização e a arrecadação de impostos, de desmoralizar o Legislativo e o Judiciário. Quanto ganha um jornalista? Quanto ganha um executivo na iniciativa privada? Um juiz, desembargador, um ministro, um senador devem ganhar bem. Mas sou contra os penduricalhos. Roberto Campos Marinho (Brasília, DF)
Herculano
11/08/2018 08:59
BOLSOMINIOS NÃO ACEITAM VERSÃO "GOUMERT" DE BOLSONARO; EXIGEM QUE ESTRELAS DO MASTERCHEF SEJAM INVESTIGADOS; MPAOLA É SUSPEITA DE ATENTADO, por Reinaldo Azevedo

Teve início uma severa investigação nas hostes bolsonaristas. Quem comanda os trabalhos é o intelectual da família, Eduardo Bolsonaro. É um pensador agudo. Se você se distrair, ele cita Ludwig von Mises e destrói o marxismo com um sopro, antes que você tenha tempo de balbuciar que tudo o que é sólido se desmancha no ar. Ou diante de um fuzil. Depende da resistência do vivente. E qual é a questão?

Os bolsominions, a nova vanguarda do pensamento nativista, intelectuais que fizeram uma releitura principiológica da "Escola da Anta", de sólida tradição modernista, têm razoes para desconfiar de que o Jair Bolsonaro que participou do debate da Band era "fake". Tratar-se-ia de um robô, em sentido estrito, criado pela conspiração comunista internacional para descaracterizar o mito.

Mas o verdadeiro conseguiu driblar as artimanhas do Foro de São Paulo e da URSAL - a União das Repúblicas Socialistas da América Latina - e participar do debate. Encarnou no Cabo Daciolo, que passou a ser, em linguagem técnica, o "cavalo" da noite. Aquele que se parecia com o mito, que tinha a cara do mito, o ciciar do mito, o olhar profundo e perscrutador do mito, bem, aquele era só a versão Nutella.

O próprio Eduardo não reconheceu o pai que lhe deu tantos ensinamentos desde o primeiro couro.

Nesse instante, o Bolsonaro que estava no estúdio da Band está sendo submetido pelo general Hamilton Mourão a um interrogatório que a "versão raiz" definiria como "enérgico". Faltou àquele que debateu o pensamento sempre coerente, lógico e racional que o leva, por exemplo, a dizer que "suicídios acontecem", referindo-se à morte por enforcamento de Vladimir Herzog, deixando claro que seu livro de cabeceira é "Verdade Sufocada"... O verdadeiro Bolsonaro é polissêmico. Opera na conotação e na denotação, depois de ter ficado famoso por ameaçar com a detonação, episódio que está na raiz de sua migração para a política.

O que acendeu a luz verde (nunca a vermelha!) para o interrogatório foi o questionamento que o verdadeiro Bolsonaro fez a Ciro sobre a URSAL. Passado o primeiro momento de susto do cearense nascido em Pindamonhangaba, esperava-se que o suposto Bolsonaro fosse em socorro de Cabo Daciolo, formando a frente das duas únicas pessoas que efetivamente reconhecem o Deus Vivo. Ou morto caso não se comporte. Mas não!

Como o debate se deu na Band, os "bolsominions" exigem ainda o interrogatório, na modalidade "severo", de Henrique Fogaça, Erick Jacquin e Paola Carosella, as estrelas do MasterChef. Os valentes têm a certeza de que seu líder foi vítima de uma abdução nos bastidores do debate, que levou à sua "gourmetização".

Um deles resumiu a preocupação do grupo: "Daqui a pouco, vão querer oferecer espuma de Bolsonaro com broto de alfafa e cardamomo".

As maiores suspeitas de atentado recaem sobre Paola. Afinal, uma mulher. Sabem como é...
Herculano
11/08/2018 08:53
ALCKMIN CONTRA A UNIVERSIDADE, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no jornal Folha de S. Paulo

Por que o prudente político resolveu mexer em um vespeiro?

Em passagem pouco comentada da entrevista de Geraldo Alckmin à Globonews (2/8), o candidato do PSDB defendeu a cobrança de mensalidade nos cursos de pós-graduação das universidades públicas.

Perguntado se era favorável ao ensino superior pago, o ex-governador paulista respondeu: "O primeiro passo seria cobrar toda a pós-graduação", deixando implícito que o segundo atingiria a graduação.

Apresentada no tom suave que costuma caracterizar as falas do tucano, trata-se de proposta dura. Vale lembrar que a eliminação da gratuidade universitária foi uma das importantes medidas adotadas pelo governo do general Augusto Pinochet no Chile (1973-1990).

O país de Salvador Allende teve que esperar décadas, e passar pela mais importante movimentação de massa pós-redemocratização, para reinstituir a universidade pública e gratuita em janeiro passado.

Por que o prudente político resolveu mexer no vespeiro quando sabe que o pagamento da pós-graduação resolveria pouco da crise de financiamento da educação superior? A resposta tem a ver com a corrida no campo conservador.

Está na internet que, uma semana antes da declaração de Alckmin, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do candidato Jair Bolsonaro, em passagem por Bauru, interior de São Paulo, havia afirmado ser favorável a privatizar toda a educação: "Quem não reunir condições financeiras para pagar, receberia uma bolsa do governo, para escolher a escola ou a universidade privada que entender ser melhor".

A fala do clã bolsonarista está em linha com a visão privatista radical anunciada pelo guru econômico do pai, Paulo Guedes. Pergunto-me, se a Petrobras pode ser vendida, por que não o sistema público de ensino superior?

Ao defender a pós-graduação paga, Alckmin está dialogando e tentando atrair votos de setores que foram bem longe no caminho do privatismo.

As universidades públicas têm sido o principal foco de resistência ao golpe parlamentar e ao desmonte do que existe de Estado de bem-estar social no Brasil. Destruir o seu etos ?"e é isso que a cobrança de mensalidade faz ao mercantilizar o conhecimento?" constitui objetivo programático do conservadorismo. Desconfio que o tema veio para ficar.

Na semana passada, escrevi que o atual Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi fundado pelo ex-governador Miguel Arraes. O ex-ministro e ex-presidente da agremiação Roberto Amaral esclarece que a legenda foi refundada em 1985, depois de ser extinta pela ditadura militar de 1964, sob a liderança de Jamil Haddad e Antônio Houaiss, tendo Arraes ingressado apenas em 1990.
Herculano
11/08/2018 08:47
Ao que se diz gasparense

Galo garninzé, também estufa o peito quando canta, pombo igualmente quando fica o dia inteiro arrulhando a procura de migalhas para se sustentar.

Quem é mesmo que orienta essa gente estrategicamente para um resultado organizado. Espera-se que não seja os mesmos que inventaram aquela plantação de flores naque janeiro de 2017 e que depois de cobrados para o que aquilo servia e prioritário, colocaram a viola no saco e a cidade virou um matagal só. Acorda, Gaspar!
GASPARENSE
10/08/2018 19:15
No primeiro ano do presente governo escutei diretamente da bica de um tal secretario, que dizem e se acha importante no presente governo, afirmar como peito estufado: o primeiro ano de gestão sempre é dificil....pois bem,,,,ja estamos em meados de agosto do segundo ano e nao tive a coragem de perguntar se o segundo ano de gestao tambem estava sendo dificil....mas quanto a isso nao tenho dúvidas.....resta agora saber se o terceiro, o quarto como será....nao quero ser pessimista,,,, mas e ele continuar estufando o peito como fez ao falar do primeiro ano veremos um corpo estranho no espaço....
Herculano
10/08/2018 12:55
DACIOLO TM O SENHOR JESUS, E ÁLVARO DIAS, O SENHOR MORO; COMO SE SAÍRAM OS CANDIDATOS NO PRIMEIRO DEBATE DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL de 2018, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A Band realizou nesta quinta o primeiro debate entre candidatos à Presidência da República na disputa deste ano. Participaram 8 dos 12 postulantes: Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). O ausente da noite, e sem lamento dos presentes, foi o PT. Apanhou de quase todo mundo e não pôde se defender. Por que o tal Daciolo estava lá, e João Amoedo (Novo) não? Já chego lá, Antes, comentarei alguns desempenhos.

No critério do ridículo, Álvaro Dias só perdeu para Cabo Daciolo. Se este emendava uma "para honra e glória do Senhor Jesus" a cada bobagem que dizia, Dias não fazia por menos: "Para honra e glória do senhor Sérgio Moro". Prometeu nomear o juiz Ministro da Justiça umas 200 vezes. Vem fazendo isso há tempos. E não foi desautorizado, até agora, pelo coruscante magistrado, que chega a competir com os holofotes?

No momento mais engraçado da noite, o destrambelhado Daciolo acusou Ciro Gomes de ser fundador do "Foro de São Paulo", o que é mentira, e pediu que o pedetista explicasse o que é "Ursal"... E Ciro, mal contendo o riso: "O que é o quê? O que é isso?"

O ex-bombeiro, ora deputado, com gramática peculiar, explicou tratar-se da "União das Repúblicas Socialistas da América Latina". Ciro, então, afirmou: "A democracia é maravilhosa, mas tem seu preço". Daciolo acabou sendo útil a Jair Bolsonaro. E nem tanto pela dobradinha que chegaram a ensaiar. É que, no contraste com o deputado do Patriota, até o "Bolsomito" assume ares de Schopenhauer... Não! O candidato do PSL não disse nada de relevante e não explicou uma miserável de suas propostas. Mas demonstrou que sabe se conter. Conseguiu driblar o despreparo com generalidades sobre isso e aquilo. Até tentava sorrir.

A minha pegada é psicanalítica: acho que Bolsonaro se via no espelho. Ele certamente ouvia a própria voz quando o bombeiro falava e, digamos, viu materializar-se, no desempenho do outro, o seu próprio ridículo.

Guilherme Boulos cumpriu o papel de "o socialista da turma": contra os ricos, os bancos, os demais candidatos, todos eles "tons de Temer", expressão repetida à exaustão. Encarnava o Lula de 1989, com a gramática no lugar, mas não as ideias. A realidade mudou, mas está ali um esquerdista em construção.

Henrique Meirelles tem o que dizer, mas ainda está pouco à vontade: tentou um tom um pouco mais agressivo, mas o figurino não se ajusta à sua fala. Aquele que é, provavelmente, o único verdadeiramente liberal do grupo apelou mais de uma vez ao governo Lula para exaltar os próprios feitos.

Geraldo Alckmin (PSDB) foi quem vestiu melhor o figurino "presidencial". De longe, foi o que adjetivou menos e detalhou mais as propostas. Como é sereno e fala com desenvoltura, acabou tendo um bom desempenho em meio às falas desencontradas e à pletora de generalidade da maioria dos adversários.

Ciro demonstrou a retórica azeitada de sempre - é quem tem o discurso mais arrumado, goste-se ou não do que diz -, mas o formato não permitiu que desenvolvesse o seu melhor.

Marina Silva foi Marina Silva, mas, como já notei, ela anda com menos clorofila. Parece estar cada vez mais em outra dimensão. Resolveu assumir o papel de ombudsman dos demais candidatos e se saiu com uma patetada ao tentar pegar no pé de Alckmin por causa do apoio do centrao: "A forma como se ganha determina a forma de governar". É? Bom saber. Como Marina só se coligou com o PV, se ela ganhar, governará sem ninguém, como ditadora.

E por que Amoedo não estava? Porque o Artigo 46 da Lei Eleitoral determina:

"Independentemente da veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário definido nesta Lei, é facultada a transmissão por emissora de rádio ou televisão de debates sobre as eleições majoritária ou proporcional, assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação no Congresso Nacional, de, no mínimo, cinco parlamentares, e facultada a dos demais (...).

Emissoras deveriam ser livres para convidar quem lhes desse na telha. Mas há essa exigência. E cabo Daciolo se enquadra nas regras. Pela honra e glória do senhor Jesus.

Que amava também as pessoas ridículas.
Herculano
10/08/2018 12:45
DEZ IMPRESSõES SOBRE O PRIMEIRO DEBATE PRESIDENCIAL, por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, na NSC Florianópolis SC

Brincadeiras à parte - e elas foram muitas nas redes sociais -, o primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República, realizado na noite de quinta-feira pela Band, traz algumas impressões sobre a campanha eleitoral que começa.

1) Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) entraram como saíram. Vantagem para Bolsonaro, que vai derrubando a ideia de que seria desmontado em sabatinas e debates. Não está sendo.

2) Não houve um vencedor.

3) Se houvesse um vencedor, seria Ciro Gomes (PDT). Ele soltou e repetiu uma ideia de compreensão fácil e apelo popular: limpar o nome na praça. Tirando os memes, o que restou do debate no dia seguinte são os questionamentos sobre como ele vai fazer isso, se é possível ou não, se é demagogia ou não. Ou seja, instigou.

4) Fazer uma correção decente do dinheiro do trabalhador no FGTS, proposta dita e repetida por Alckmin, teria um bom apelo popular também. Mas Alckmin precisa aprender a dizer isso sem dizer que vai substituir a TR pela TLP.

5) Porte presidenciável sempre tem peso nos debates televisivos. Ciro, Marina e Alckmin levaram vantagem, mas Bolsonaro não ficou tão atrás.

6) Guilherme Boulos (PSOL) tem a fala mais compreensível às classes populares e à juventude, deve ser o mais competitivo candidato da história do PSOL. Mas às vezes parece a caricatura de um jovem Lula. Espera-se que não seja de propósito.

7) Quem esperava algo de Álvaro Dias (Podemos) vai ter que torcer para ele melhorar muito no resto da campanha.

8) Reli três vezes os tópicos anteriores para tentar lembrar quem eu não estava citando além do Cabo Dalciolo (Patriota). Isso diz muito sobre a participação de Henrique Meirelles (MDB).

9) Sem Fernando Haddad (PT) ou uma cadeira vazia, o PT de Lula foi esquecido. É um ônus a ser medido na estratégia dos petistas de manter o registro de um candidato que está preso.

10) ... (sobre Daciolo, estou sem palavras)
Herculano
10/08/2018 12:40
VERGONHA? DESRESPEITO! SIMPLES ASSIM

O editor do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e o de maior credibilidade, Gilberto Schmitt, na sua coluna "Chumbo" desta sexta-feira, escreve

Uma vergonha!

A obra de revitalização da Rodovia Jorge Lacerda está uma vergonha. Os trabalhadores fizeram baderna em quase toda a extensão da vida e deixaram tudo sem sinalização. É buraco pra tudo quanto é lado. Já não consigo mais contar nos dedos a quantidade de acidentes como esse da foto. Agora, resta saber quem vai pagar o prejuízo de todos os motoristas. Um recado para as autoridades: não se assustem se logo, logo a rodovia for fechada em forma de protesto.

Gilberto:

Essa vergonha tem nome: o ex-governador Raimundo Colombo, PSD, padastro de Gaspar e do Vale do Itajaí. Ele está à cata de votos entre nós e com vereadores, e até ex-vereador vestido de candidato a deputado federal, como cabos eleitorais dele, do partido dele, dos candidatos do esquemão que promete e não entrega.

Hoje, esse assunto da revitalização da Jorge Lacerda é do MDB, do sempre empregado nas tetas governamentais, Paulo França, e com o governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira.

E todos em campanha em busca de votos para nada melhorar, apesar dos pesados impostos de todos e de Gaspar, um dos maiores arrecadadores de ICMS de Santa Catarina.

Até quando? E os políticos, com migalhas aos veículos, continuam engando à maioria de fanáticos, analfabetos, ignorantes e desinformados para eles se esbaldarem no poder de plantão, o que não realiza, o que não entrega, o que faz mal, o que não é não transparente com a sociedade. Acorda, Gaspar!

Herculano
10/08/2018 11:21
SUPREMA INSENSIBILIDADE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Com escandaloso desprezo pelo interesse público, juízes do Supremo Tribunal Federal decidiram por 7 votos a 4 propor a elevação de seus próprios salários
O Estado de S.Paulo - 10 Agosto 2018

Com escandaloso desprezo pelo interesse público, juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram por 7 votos a 4 propor a elevação de seus próprios salários de R$ 33.761 para R$ 39.293,32, com "modestíssimo reajuste" ?" palavras do ministro Ricardo Lewandowski ?" de 16,38%. Enquanto isso, 13 milhões de desempregados tentam sobreviver de qualquer jeito e formam filas de milhares de pessoas em busca de uma ocupação. No Executivo, ministros das pastas econômicas batalham para conter o déficit federal no limite de R$ 159 bilhões, neste ano, sem devastar os gastos com educação e saúde e sem abandonar outras despesas obrigatórias. Ao mesmo tempo, esforçam-se para legar ao próximo governo um orçamento administrável. Mas esse esforço pode ser anulado se novos atos irresponsáveis aumentarem os buracos do Tesouro. Quanto mais pronto o reparo das finanças públicas, maior será a confiança de empresários e investidores, mais fácil a recuperação da economia e mais breve a criação de vagas para os milhões de trabalhadores de bolsos hoje vazios.

Um aumento salarial para os ministros afetará muito mais que a folha de pagamentos do STF. Salários de juízes do STF são o teto de vencimentos do funcionalismo público. Se aprovado, o "modestíssimo reajuste" defendido pelo ministro Ricardo Lewandowski abrirá espaço para salários maiores em todo o Judiciário e em toda a administração pública nos três níveis ?" federal, estadual e municipal. Além disso, aumentará também as despesas da Previdência Social, o mais pesado componente das despesas primárias, isto é, dos gastos públicos sem os juros e amortizações da dívida.

A decisão dos juízes do STF vai na contramão dos objetivos do governo, disse em Londres o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, onde chegou na quarta-feira para participar da terceira edição do Diálogo Econômico e Financeiro Brasil-Reino Unido. Um dos objetivos principais de viagens como essa é a atração de investimentos, uma operação dependente de confiança. Não por acaso, um dos principais temas levantados pelos investidores, segundo Guardia, foi a questão das contas públicas.

Enquanto o ministro da Fazenda tentava mostrar, em Londres, as possibilidades de melhora das finanças públicas brasileiras, Lewandowski e seus parceiros, em Brasília, jogavam no sentido contrário.

O impacto do aumento pretendido é de R$ 3,87 milhões adicionais para os gastos do STF em 2019, com efeito cascata de R$ 717,1 milhões para todo o Judiciário. Mas o efeito geral será muito maior, porque a elevação do teto salarial terá consequências em todo o serviço público. Já se estima um aumento de despesas de R$ 1,4 bilhão para o governo central e de R$ 2,6 bilhões para as administrações estaduais.

O Congresso ainda terá de votar o aumento pretendido por ministros do STF. Sem tomar posição sobre o assunto, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), lembrou algumas limitações. Será preciso, comentou, verificar se haverá dinheiro suficiente para isso no Orçamento da União e se a despesa total será compatível com o teto criado pela Emenda Constitucional n.º 95, aprovada em 2016. Será preciso, insistiu o senador, cuidar do assunto com calma e sem quebrar o princípio de harmonia e independência dos Poderes.

A proposta orçamentária para 2019 deverá ser mandada pelo Executivo ao Congresso até o fim do mês. O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, ainda expressou, nos últimos dias, a esperança de adiar por um ano o reajuste salarial do funcionalismo. Isso facilitaria a travessia de 2019 pelo presidente eleito em outubro.

A maioria dos juízes do STF fica longe dessa preocupação. Votaram contra o aumento só os ministros Edson Fachin, Celso de Mello, Rosa Weber e a presidente Cármen Lúcia. Os outros sete preferiram reforçar os contracheques. Será possível cortar outros gastos da Corte, disse o ministro Dias Toffoli que sucederá a Cármen Lúcia na presidência do STF ?", sem explicar por que essas despesas dispensáveis são mantidas. Segundo Lewandowski, o impacto do aumento será menor que o valor desviado e já devolvido à Petrobrás. É um ângulo interessante para a discussão do assunto
Herculano
10/08/2018 11:19
LOTERIA DO BEM, por Roberto Pompeu de Toledo, na revista Veja

O "político profissional", para um ateniense, seria uma coisa absurda

Na democracia ateniense a maioria dos cargos de governo era preenchida por sorteio. Escreveu Aristóteles: "O sufrágio por sorteio pertence à natureza da democracia; por eleição, à aristocracia". Cidades-­Estado italianas do tempo do Renascimento, como Florença e Veneza, também adotavam o sorteio. A superioridade desse método sobre o eleitoral, na construção da democracia, seria reiterada, mais de vinte séculos depois de Aristóteles, por outro luminar de todos os tempos da ciência política, o francês Montesquieu. "O sorteio é um modo de eleger que não prejudica ninguém e que permite a qualquer cidadão ter a esperança de um dia servir à pátria", escreveu o autor de O Espírito das Leis.Este texto está começando com alta erudição, mas ao pôr os pés no chão o leitor será contemplado com um mimo de inestimável valor: um modo de livrar o Brasil do senador Romero Jucá.

Contra as Eleições é um livro do belga David van Reybrouck publicado no Brasil no ano passado (editora Âyiné). O autor percorre o panorama mundial de desalento com a política e apresenta a volta ao sorteio como sugestão de solução. Para nós, brasileiros, não se trata de método estranho à experiência histórica: no período colonial era assim que se preenchiam os postos nas câmaras municipais. E não se diga que funcionou mal; característica frequentemente esquecida da história nacional é que as câmaras propiciaram às vilas e cidades, não obstante o domínio português, um ininterrupto período de autogoverno. Em Atenas, tirante as mulheres, os escravos e os estrangeiros, todos estavam aptos a participar da política. Entre eles, sorteavam-se os membros da Assembleia dos Quinhentos, o órgão central do aparelho governamental, para mandato de apenas um ano, e direito a apenas uma reeleição, não consecutiva.

À sensibilidade contemporânea parece estranho enaltecer o sorteio em detrimento da eleição e, mais ainda, colocar em polos opostos eleição e democracia. O sorteio é no entanto aceito em diversos países para compor as bancadas de jurados nos tribunais e pelos institutos de pesquisa para auscultar a opinião pública. Junto com a rotatividade, que era outra característica do sistema ateniense, permite a participação na política de número muito maior de cidadãos do que o sistema eleitoral. "A função do 'político profissional', que parece completamente normal nos dias de hoje, para um ateniense seria uma coisa estranha, absurda", escreve Reybrouck. E novamente recorre a Aristóteles: "O princípio fundamental de um regime democrático é a liberdade" (e) "uma marca primordial da liberdade é a de, ao mesmo tempo, governar e ser governado".

Como transportar um sistema praticado em pequenas comunidades, como as cidades gregas ou as italianas do Renascimento, para os Estados maiores dos dias de hoje? Reybrouck cita autores que vêm se debruçando sobre a questão (ele não é o único) e, principalmente, casos que vêm ocorrendo mundo afora. Um deles foi a "convenção constitucional" instituída na Irlanda em 2013 por um instituto de pesquisa. Um grupo de 66 pessoas, sorteadas por critério de idade, gênero e local de domicílio, foi incumbido de discutir certos temas polêmicos, entre os quais o casamento de pessoas do mesmo sexo. Durante meses o grupo ouviu especialistas e recebeu mensagens de milhares de cidadãos. Era a "democracia deliberativa", como a chama Reybrouck, em ação. Suas deliberações foram levadas ao Parlamento e, em seguida, a um referendo popular, com o resultado de, num país de forte influência católica, o casamento gay ter sido aprovado. Um órgão similar, trabalhando com independência, e sem as preocupações de eleição e reeleição dos políticos profissionais, quem sabe ajudasse a desatar no Brasil nós como a reforma política.

Reybrouck cita ainda casos no Canadá, na Islândia e no Texas, mas todos, como o da Irlanda, voltados para questões pontuais. Sua aposta maior é numa casa legislativa, pelo menos uma, em nossos modernos Estados nacionais, preenchida por sorteio. Em países como o Brasil, com duas câmaras ?" uma de deputados, a outra de senadores ?", uma seria composta de membros sorteados, e a outra de eleitos. Acrescente-se que, como em Atenas, o mandato dos sorteados seria curto, e obrigatória a alta rotação entre eles, e com isso chegamos à realização do sonho anunciado no primeiro parágrafo. Já imaginaram, leitor e leitora, o alívio cívico de contar com casa legislativa sem um Romero Jucá?
Herculano
10/08/2018 11:16
INTERESTING TO THING LIKE ME (Sorry, I prefer in original English). It is missing the politicians

Doctors won't make you healthy.

Nutritionists won't make you slim.

Teachers won't make you smart.

Gurus won't make you calm.

Mentors won't make you rich.

Trainers won't make you fit.

Ultimately, you have to take responsibility.

Save yourself.
Herculano
10/08/2018 11:06
TJ DO RIO DECIDE QUE "POLÍTICA DE CONFRONTO ARMADO" É INCONSTITUCIONAL: QUEM AINDA QUER SER PM?, por Rodrigo Constantino, no site Gazeta do Povo, Curitiba PR

Eis a notícia assustadora de ontem:

Ao insistir na política de confronto armado de suspeitos de praticar crimes, o Estado viola o princípio constitucional da segurança pública. Dessa maneira, a administração pública responde objetivamente por danos causados nesses embates, não fazendo diferença se quem disparou tiro que atingiu terceiro foi um policial ou não.

Com esse entendimento, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou o estado a indenizar a viúva e os três órfãos do pedreiro Gutemberg Pereira de Souza. Cada um receberá R$ 80 mil. O estado também terá que pagar, desde a morte do pedreiro, pensão à família e, depois que todos os filhos atingirem 18 anos, à viúva, até a data em que Gutemberg completaria 71,9 anos de idade. O valor será de 75% do piso salarial de pedreiro, que, no estado do Rio, é de R$ 1.237,33 atualmente.

Gutemberg morreu no dia 20 de fevereiro de 2017, atingido por um tiro disparado durante confronto entre policiais militares e traficantes no Morro da Fé, no Complexo da Penha, na zona norte da capital. O pedreiro estava chegando em casa e não tinha relação com o confronto.

O relator do processo no TJ-RJ, desembargador Fernando Foch, disse que a política de confronto empreendida pelas autoridades do Rio remonta à concepção de guerra interna e ao conceito de segurança nacional da época da ditadura militar (1964-1985). São ideias rejeitadas pela Constituição Federal de 1988, que realça a segurança pública e a dignidade humana.

Segundo Foch, o combate à criminalidade deve ser feito com respeito aos direitos à vida, à saúde e à dignidade. "Com efeito, essa política de confronto, que inclui pesadas trocas de tiros entre policiais e delinquentes, pouco importa a vida, a inviolabilidade da integridade física, a higidez psicológica, a saúde mental e a dignidade humana de inocentes que se vejam na linha de tiro".

Na teoria, é linda a preocupação com os abusos da PM, e soa até liberal, com a defesa da "integridade física", a "higidez psicológica", a "saúde mental" e a "dignidade humana" de inocentes. Na prática, significa mais um obstáculo ao trabalho árduo e arriscado da PM, que enfrenta bandidos armados com fuzis em terrenos extremamente hostis como as favelas cariocas.

Estão em campanha contra a PM faz tempo. O PSOL e sua turma não escondem o objetivo: é acabar com a polícia mesmo, considerada "fascista". O primeiro passo é "desmilitarizar" a PM, que vai enfrentar traficantes com flores. O segundo passo é demonizar toda a polícia como "fascista" ou "racista", sem falar truculenta, e com isso gerar um clima contrário ao trabalho dos policiais. Por fim, com salários baixos e esse ambiente negativo, resta perguntar: quem ainda quer ser PM?

A vida de um policial honesto, ainda mais carioca, é simplesmente inviável. Enquanto aqui nos Estados Unidos os xerifes são respeitados por todos e vivem nas comunidades decentes, no Rio o policial é tratado como o bandido por boa parte da mídia e dos "intelectuais", ganha mal, e muitas vezes precisa esconder a farda para não morrer. E ainda corre o risco de viver levando processos e preenchendo papelada burocrática só por executar sua função e tentar proteger o cidadão.

Mas os teóricos abstratos imaginam que fazem ou julgam leis na Suíça, não no Rio, com favelas dominadas pelo tráfico, que mais parece a Síria. O resultado só pode ser esse: colaborar com a escalada do crime, num país que já perde mais de 60 mil pessoas por ano em homicídios. Depois não entendem o fenômeno Bolsonaro...
Herculano
10/08/2018 08:04
PT TEME DISPERSÃO DE ELEITORES SE TSE BARRA LULA EM AGOSTO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Debate sobre exposição de Haddad simboliza incerteza sobre transferência de votos

A discussão dentro do PT sobre a exposição de Fernando Haddad em atos de campanha simboliza a incerteza do partido sobre como se dará, na prática, a transferência de votos de Lula para seu afilhado político. Os indícios de que a Justiça Eleitoral pode acelerar a decisão sobre a candidatura do ex-presidente devem provocar uma mudança significativa nos planos petistas.

Originalmente, advogados da sigla planejavam usar prazos legais e recursos para esticar o processo em que o TSE decidirá se Lula está ou não inelegível. Em um cenário considerado otimista, a sentença sairia só na segunda semana de setembro - o que daria tempo ao partido para levar à TV a imagem do ex-presidente como seu candidato oficial por quase 15 dias.

Ministros do TSE e procuradores, no entanto, emitem sinais de que é possível antecipar para agosto a previsão de julgamento. Nesse caso, Lula já estaria barrado antes do início do horário eleitoral gratuito.

Se este cenário se concretizar, o PT precisará decidir se sabota a abertura do período de propaganda para preservar a versão de um Lula candidato por mais alguns dias ou se finalmente deflagra seu plano B.

A grande dúvida dos petistas é a dimensão do impacto que a substituição causaria em suas bases eleitorais. O ceticismo em relação à candidatura de Lula aumentou, mas cerca de um terço do eleitorado do Nordeste ainda dizia em junho que o ex-presidente será candidato "com certeza".

O PT acredita que existe um risco de dispersão desse eleitorado no momento em que a saída de Lula da disputa se tornar definitiva. A ala da sigla que propõe que Haddad se "esconda" por enquanto entende que os simpatizantes do ex-presidente podem ficar confusos ao ver na disputa uma figura menos conhecida.

Mais de 60% dos eleitores de Lula dizem que votariam no candidato apoiado por ele, mas os petistas sabem que a transferência não é automática. Não será fácil preservar essa influência nos 58 longos dias que nos separam do primeiro turno
Herculano
10/08/2018 07:50
A RENOVAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO CATARINENSE NA CÂMARA FEDERAL É PROVOCADA PELAS CIRCUNSTÂNCIAS E NÃO PELO VOTO DE MUDANÇA DO PRóPRIO ELEITORADO. É UMA PENA. A BANCADA POSSUI 16 REPRESENTANTES

Veja quem não disputa a reeleição este ano:

Esperidião Amin (PP) - será candidato a senador

Mauro Mariani (MDB) - será candidato a governador

Jorginho Mello (PR) - será candidato a senador

João Paulo Kleinübing (DEM) - será candidato a vice-governador

Jorge Boeira (PP) - diz que não quer concorrer, mas partido ainda tentar convencê-lo

Décio Lima (PT) - será candidato a governador

Cesar Souza, pai (PSD) - não disputará a reeleição

Outro Condenado pelo TRF4, João Rodrigues (PSD) deve se somar à lista se não conseguir reverter a decisão.

E todos que votaram para tirar as verbas da duplicação da BR 470, e mandar para outros estados, estão candidatos.A maioria do MDB
Herculano
10/08/2018 07:45
O ACERTO DE LULA

Conteúdo de O Antagonista. Lula acertou ao não deixar o poste Fernando Haddad ir ao debate da Band...

Escondeu o que precisa ser escondido, enquanto os outros revelaram o que não queriam revelar.

A política brasileira nunca primou pelo alto nível dos debates, mas o de ontem mostrou que nunca ele foi tão pedestre.
Herculano
10/08/2018 07:43
DEBATE INAUGURAL NÃO PRODUZIRÁ VIRADA DE VOTOS, por Josias de Souza

Nenhum dos quatro principais presidenciáveis -Bolsonaro, Marina, Ciro e Alckmin - protagonizou nada parecido com um tropeço no primeiro debate presidencial de 2018. Por isso, é improvável que o evento resulte numa virada de votos. Serviu apenas para consolidar posições. O canibalismo esteve no limite do aceitável. Os contendores se deram conta de que, a essa altura, a plateia quer mais soluções do que sangue.

O debate escancarou uma peculiaridade da atual campanha: todos desejam encarnar a mudança. A temática foi ditada pela rua, de baixo para cima. Incluiu uma agenda tão óbvia quanto urgente - do desemprego à roubalheira, passando pela ruína fiscal e a precariedade dos serviços públicos.

A má notícia é que os oito debatedores inundaram o estúdio da TV Bandeirantes com ideias que não deram água para alcançar a canela - em parte por conta do engessamento das regras, em parte pela aridez das propostas. Seja como for, a esperança que os candidatos foram capazes de inspirar nas três horas e doze minutos em que estiveram no ar cabe numa caixa de fósforos.

A noite produziu duas vítimas: Michel Temer e Lula, ambos ausentes. O primeiro apanhou indefeso. O segundo foi ignorado. Temer não contou nem com a solidariedade do seu ex-ministro Henrique Meirelles. O presidenciável cenográfico do PT teve um consolo.

O condenado mais ilustre da Lava Jato assistiu pelo televisor instalado em sua cela especial à saudação do companheiro Boulos, do PSOL: "Boa noite, presidente Lula. Deveria estar aqui. Mas está preso injustamente em Curitiba, enquanto o Temer está solto lá em Brasília".

Bolsonaro apresentou-se em versão ligth. Não explodiu nem mesmo quando Boulos, no comecinho do debate, dirigiu-lhe uma pergunta dura de roer, com prefácio desairoso: "O Brasil todo sabe que você é racista, machista, homofóbico", disse o rival do PSOL.

Boulos prosseguiu: "Você, em 27 anos como deputado, ficou dez anos no partido do Paulo Maluf, recebeu auxílio moradia tendo casa, comprou cinco imóveis, fez da política um negócio em família, tem um monte de filhos no mesmo esquema que você." Sapecou: "Quem é a Wal, Bolsonaro?"

E o capitão, contendo-se dentro dos sapatos: "Eu pensei que viesse discutir política nacional aqui." Bolsonaro negou que Walderice, a Wal, seja funcionária fantasma em Angra dos Reis. Estava em férias quando a reportagem da Folha a procurou, disse. "No tocante a patrimônio, o Ministério Público já revirou minha vida de perna para o ar." Os filhos? "Tenho moral para indicar e o povo vota neles."

Para não ser acusado de ter virado um ex-Bolsonaro, o capitão devolveu a provocação. Expressando-se num idioma muito parecido com o português, afirmou: "Me orgulho da minha honestidade e não dos atos de invadir propriedade privada dos outros, que trabalhou e suou muito para conseguir aquele patrimônio. E vai uns desocupados invadir e levar terror na cidade."

Líder do movimento dos sem teto, Boulos não se deu por achado: "A Wal é funcionária fantasma do gabinete dele. Junto com o marido dela, Edenilson, tem a responsabilidade de cuidar dos cachorros do Bolsonaro numa das casas dele em Angra dos Reis. O problema não é a Wal. Ela é vítima de políticos como o Bolsonaro, que vendem essa ideia de que vão acabar com a bandalheira e é (sic) farinha do mesmo saco. Bolsonaro representa a velha política corrupta? Recebeu auxílio moradia tendo casa. Você não tem vergonha?"

Sem elevar o timbre de voz, Bolsonaro encurtou a conversa: "Teria vergonha se estivesse invadindo casa dos outros. Auxílio moradia está previsto em lei. Se é imoral, é outra história. Não vim aqui para bater boca com um cidadão desqualificado como esse aí", encerrou, devolvendo a palavra ao mediador do debate antes do encerramento do tempo a que tinha direito para a tréplica.

Depois desse teste de nervos, Bolsonaro fez o que se esperava dele: pregou para convertidos. Em meio a respostas superficiais, encaixou a retórica que lhe rende votos. Coisas como a liberação das armas, restrição aos direitos humanos de bandidos, castração química de estupradores e disseminação de escolas militares pelo país? Tudo isso, mais o fim do fisiologismo. "O único que tem moral para cumprir essa missão é Jair Bolsonaro", declarou.

Marina e Ciro, segunda e terceiro colocado nas pesquisas sem Lula, poderiam ter duelado entre si. Mas preferiram alvejar Alckmin, o quarto colocado. Em certos momentos, ficou a impressão de que a dupla receia que o rival tucano decole quando puder ocupar o latifúndio que obteve no horário eleitoral.

Num embate direto com Alckmin sobre educação, Marina sugeriu ao telespectador que levasse o pé atrás ao ouvir do tucano a promessa de que dará prioridade ao ensino fundamental. "Tome muito cuidado, porque às vezes se faz um discurso oco da prioridade à educação, mas o condomínio já está cheio de Lobo Mau querendo comer o dinheiro da vovozinha". O lobo da metáfora de Marina é o centrão, grupo partidário que encostou seu histórico de corrupção na candidatura de Alckmin. A vovozinha é o Tesouro Nacional.

Noutro ponto do debate, a candidata da Rede ironizou a promessa de Alckmin de governar com os melhores quadros dos partidos políticos e da sociedade. "Costumo dizer que a forma como se ganha determina a forma como se governa", declarou Marina. "E fica muito difícil acreditar que quem se junta com aqueles que estão em graves casos de corrupção possa de fato ter critérios que sejam levados a sério na hora da composição do governo. Nós teremos critério. [...] Quando se ganha com quem não tem compromisso com a ética, contamina o governo e todas as promessas caem no vazio."

Alckmin viu-se compelido a adicionar à réplica uma pimenta que não orna com seu apelido de "picolé de chuchu". Apontou para o passado petista de Marina: "Nunca fui do PT nem ministro do PT. Quero deixar bem claro que somos de uma outra linhagem." Alckmin também realçou que Marina aliou-se ao PV na campanha atual, esquecendo-se de que abandonara a legenda em 2010 sob a alegação de que não era compatível com seus valores.

Ciro alvejou Alckmin numa "nota de rodapé" sobre reforma tributária. O candidato tucano dissera que seu plano de reformulação do sistema tributário incluirá a tributação dos dividendos das empresas. E Ciro: "Fui ministro da Fazenda, ajudei no Plano Real, sob a liderança de Itamar Franco. O presidente Itamar cobrava 35% de alíquota dos ricos no Imposto de Renda e eu tributava lucros e dividendos. Foi só o PSDB assumir [no governo FHC], revogou tudo isso. Só para a gente ter clareza da história do Brasil. Não é nada pessoal. Quero preservar a antiga amizade que tenho com o governador Geraldo Alckmin."

No primeiro bloco, Boulos enxergara nos candidatos postados no palco montado pela Band "50 tons de Temer." No bloco seguinte, Ciro cuidou de grudar Alckmin e o tucanato no presidente radioativo. Lembrou que o PSDB, comandado por Alckmin, votou a favor da reforma trabalhista de Temer. Indagou: "Se for eleito, pretende manter?"

Alckmin classificou a reforma na CLT como "um avanço." E Ciro: "Essa reforma trabalhista que o PSDB aprovou, proposta pelo Michel Temer, introduziu no mundo do trabalho brasileiro muita insegurança e medo do futuro. Essa selvageria nunca fez país nenhum prosperar. [...] É um erro grave, vou ter que corrigir isso." Alckmin não arredou o pé: "Mantenho a posição. A reforma trabalhista foi necessária."

No pelotão que frequenta o rodapé das pesquisas, Álvaro Dias agarrou-se ao seu slogan da "refundação da República", prometeu "institucionalizar" a Lava Jato e reiterou o compromisso de nomear Sergio Moro para o cargo de ministro da Justiça. Absteve-se de esclarecer se já combinou com o juiz do petrolão. Ainda assim, seu desempenho foi menos sofrível que o de Meirelles.

O ex-ministro da Fazenda atravessou o debate como se estivesse atormentado por uma dúvida: não sabia se priorizava a desvinculação com Temer ou a vinculação com Lula, a quem serviu como presidente do Banco Central. A certa altura, sentiu a necessidade de esclarecer que não participou do ruinoso governo de Dilma.

Num debate que pode ser definido como chocho, o Cabo Dacilo, desconhecido candidato do insignificante partido Patriota, injetou comédia no tédio. Falando sempre em nome de Deus, para glória do Senhor Jesus, o cabo atingiu o ápice do humor ao confundir o hipotético esquerdismo de Ciro Gomes como

"Ciro, o senhor é um dos fundadores do Foro de São Paulo. Pode falar aqui, para a população brasileira, sobre o Plano Ursal [União das Repúblicas Socialistas da América Latina]. Tem algo a dizer para a nação brasileira."

Ciro tentou desligar seu inquisidor da tomada: "Meu estimado cabo, eu tive muito prazer de conhecê-lo hoje. E pelo visto o amnigo também não me conhece. Não sei o que é isso, não fui fundador do Foro de São Paulo e acho que está respondido."

E Daciolo: "Sabe, sim. Sabe, sim. Estamos falando aqui de um plano que se chama Nova Ordem Mundial: conexão de toda a América do Sul, tirando todas as fronteiras e fazendo uma única nação. Poucos ouviram falar disso e será pouco divulgado. Quero deixar bem claro que, no nosso governo, o comunismo não vai ter vez. A nação brasileira, no nosso governo, será a primeira economia mundial. Para honra e glória do senhor Jesus Cristo."

Sob risos, Ciro arrematou: "A democracia é uma delícia?, mas ela tem certos custos." Por sorte, parte da audiência foi poupada dos "custos", pois já havia se retirado, para encontrar o travesseiro.
Herculano
10/08/2018 07:40
STF ESPETA CONTA DE R$ 4,1 BI

Conteúdo do BR 18. O impacto do reajuste proposto pelos ministros do STF a seus próprios salários pode chegar a R$ 4,1 bilhões (bem maior, portanto, que o que a Lava Jato recuperou em desvio de recursos, na comparação estapafúrdia feita por Ricardo Lewandowski para justificar o injustificável).

O cálculo consta em reportagem do Estadão desta sexta-feira, se refere aos servidores dos três Poderes federais e não leva em conta o efeito-cascata para servidores estaduais e municipais.
Herculano
10/08/2018 07:35
O PT INVERTE SCHKESPEARE E INVENTA O MÉTODO COM LOUCURA, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Se a eleição sem Lula padece de déficit de legitimidade, o que fará o PT fora do segundo turno?

"Ah, PT, quae te dementia cepit?" Parafraseio o poeta latino Virgílio na "Segunda Écloga", embora a fala "Ah, Corydon, quae te dementia cepit?" seja reflexiva - isto é, o pastor Corydon pergunta a si mesmo: "Que loucura te pegou" ao se perceber apaixonado, não mais dono da própria vontade.

Por mais que alguns colegas analistas queiram ver método na decisão do PT de lançar o que a internet se diverte chamando de "candidatura tríplex", não tenho como não saltar uns séculos, até Shakespeare, indo do lirismo condoído à tragédia, e inverter o sentido da frase de Polônio ao comentar as maluquices de Hamlet, aquele atraente destruidor de reinos. Fica assim a minha adaptação sobre a estratégia petista: "É método, mas tem loucura".

Entrevistei nesta quinta Fernando Haddad em evento promovido por um banco de investimento. Ele é "candidato a vice" na chapa petista à Presidência, que terá Lula como titular, até que o TSE bata o martelo e declare a inelegibilidade do ex-presidente, com referendo certo do STF.

Fiz a Haddad a pergunta tão óbvia como necessária: é possível governar o país em nome de outra pessoa? É razoável um exercício terceirizado da Presidência, esteja o titular simbólico na cadeia ou no paraíso?

Como a idade e a independência me garantem a faculdade de dizer tudo, ainda que sob o preço de aborrecer as pessoas --não tendo o nariz de Voltaire, procuro ao menos o senso de pertinência impertinente- , observei, sim, que Lula foi condenado sem provas no processo do tríplex. Ruim para o Estado de Direito? Ruim. Mas há o mundo de fato. E o candidato já é Haddad, embora seja proibido reconhecê-lo nas hostes petistas.

Uma jornalista se apresentou antes do início do evento: "Sou da assessoria do presidente Lula". Meu primeiro impulso foi indagar: "Ele já chegou?" Não o fiz porque seria um constrangimento inútil a quem, afinal, cumpria as exigências metódicas da loucura.

Haddad, professor universitário, tem uma fala suave. Estendeu-se um tanto sobre a impropriedade jurídica da condenação e exaltou o que considera a capacidade de diálogo do ex-presidente, sua habilidade em estabelecer consensos, sua tolerância com o contraditório, sua disposição para ouvir etc. Afirmou, no entanto, que Lula não é seu "oráculo" - espero que Gleisi Hoffmann não se zangue por isso...- , mas alguém cuja experiência deve servir de baliza.

Ok. Ocorre que, neste momento, há petistas que já estão se incomodando com o que consideram "excesso de exposição do vice". Isso corresponderia a uma espécie de conformismo com a condenação de Lula.

O que me parece evidente, a esta altura, é que o PT atua para que a inelegibilidade de Lula, embora materializada, não esteja juridicamente definida até o início do horário eleitoral, no dia 31 deste mês.

Como o TSE tem até 17 de setembro para liquidar o assunto, o ex-presidente apareceria no horário eleitoral como o candidato do partido. Declarada a impossibilidade de sua candidatura, só então Haddad seria apresentado como o "Lula alternativo". No melhor dos mundos para os metódicos da loucura, haveria três semanas para que se operasse a transferência de milhões de votos.

Ocorre que tal processo não se dará sem que se produzam catilinárias de lesa democracia contra a legitimidade de um pleito sem Lula. A um só tempo, os petistas estarão denunciando as eleições e lançando um nome para representar o demiurgo na aposta ensandecida de que ele poderá, da cadeia, governar o país. Mas notem! Esse é o cenário favorável ao PT.

A avalanche rumo a Haddad pode não acontecer. Nesse caso, cabe a pergunta: se uma eleição sem Lula padece, segundo a legenda, de um déficit de legitimidade, que pode ser minorado com a eventual eleição de um petista, o que fará o partido sem um nome seu no segundo turno?

A resiliente truculência fascistoide e burra, despertada pela banda "dark" da Lava Jato, bate à porta do regime democrático. E os loucos metódicos do PT parecem dispostos a convidá-la para uma dança de inimigos à beira do abismo.

"Ah, PT, quae te dementia cepit?
Herculano
10/08/2018 07:31
O DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS NA BAND

Ficou claro, que são uns espertos, quando não bandidos, de organizações criminosos disfarçadas de partidos, bem "remunerados" pelos pagadores de pesados impostos para enganar a maioria de eleitores analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos, que não têm o retorno mínimo do que compulsoriamente pagam.

Basta lembrar que além dos R$800 mil anual do Fundo partidário - tendo ou não eleições -, votaram em causa própria, mais outros R$1,7 bilhão para eles fazerem campanha eleitoral, dinheiro que está faltando na segurança, na saúde, na educação e até mesmo em obras como a duplicação da BR 470, onde até há gente que está pedindo votos para a reeleição, mas votou para tirar dinheiro da obra e manda-la para outros estados
Herculano
10/08/2018 07:22
O ERRO DE LULA

Conteúdo de O Antagonista. Lula baseou suas chicanas eleitorais no parecer do advogado de Gleisi Hoffmann, Luiz Fernando Casagrande Pereira.

Danou-se.

Diz a Folha de S. Paulo:


"O PT foi alertado para a possibilidade de ter que antecipar a retirada de Lula da disputa presidencial. O relato apresentado ao partido considera que há margem para o TSE concluir o julgamento do registro do ex-presidente até o fim deste mês, dia 30."
Herculano
10/08/2018 07:18
NÃO SÃO Só OS JUÍZES, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Mimos sucumbenciais oferecidos a advogados têm caráter de crédito privilegiado

No Brasil, se dá bem quem tem um lobby forte no Congresso. E não há categoria com um lobby tão bom como a dos advogados.

Imagine, dileto leitor, que você está em seu canto, cuidando da sua vida sem fazer mal a ninguém e até produzindo algo de bom. Do nada, um louco inventa uma ação judicial contra você, obrigando-o a contratar um advogado para defender-se. Como o processo nunca passou de um delírio, você vence.

A chateação sofrida é um prejuízo que você vai ter de amargar, mas, para não incorrer também em perdas monetárias, o direito criou a figura dos honorários de sucumbência, pela qual a sentença deveria condenar a parte vencida a pagar à parte vencedora os honorários advocatícios e outras despesas com as quais esta teve de arcar. Tudo muito justo.

Bem, essa era a situação preconizada pelo antigo Código de Processo Civil (CPC). Mas, em 1994, os causídicos conseguiram que o Parlamento aprovasse a lei nº 8.906 (Estatuto da Advocacia), que transferiu a titularidade dos honorários de sucumbência da parte vencedora para seu advogado.

Não haveria nenhum problema se, com isso, os profissionais do direito tivessem deixado de cobrar de seus clientes, ficando só com o pagamento imposto à parte perdedora. Mas é claro que isso não aconteceu, o que, na prática, priva o vencedor de ser integralmente ressarcido de seus prejuízos.

De 1994 para cá, a situação só piorou, porque foi aprovado o novo CPC que ampliou os mimos sucumbenciais oferecidos aos advogados. Eles agora têm caráter de crédito privilegiado, valem também para a Justiça do Trabalho (onde não existiam) e são devidos até mesmo a advogados públicos. Isso, como mostrou reportagem da Folha, transformou recursos que iam para os cofres da União num suplemento salarial que tem variado em torno dos R$ 6.000.

A justa campanha contra os penduricalhos no Judiciário deveria incluir a sucumbência.
Herculano
10/08/2018 07:16
SENADORES ADIAM PRIVATIZAÇÃO POR MEDO DAS URNAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Privatização é tema que assusta políticos durante as eleições e foi esse temor que levou senadores a adiarem, mais uma vez, a votação do projeto que viabiliza as privatizações de distribuidoras de energia em seis Estados (AC, AL, AM, PI, RO e RR). Com dívidas de mais de R$ 10,9 bilhões para os próximos 12 meses, o prejuízo das distribuidoras nos últimos 20 anos foi de R$ 22,3 bilhões. O governo é dono de 60% da Eletrobras e o prejuízo é repassado a consumidores na conta de luz.

LONGO PRAZO, DÍVIDA GRANDE
As dívidas a longo prazo das concessionárias da Eletrobras que seriam privatizadas este ano somam mais de R$24,4 bilhões.

DÍVIDA BILIONÁRIA
Em 2016, a Eletrobras decidiu não renovar concessões e a atuar como prestadora de serviços. O rombo desde então supera os R$4,5 bilhões.

PRAZO CURTÍSSIMO
O regime de prestação de serviços para as distribuidoras acaba em 31 de dezembro e são necessários 90 dias entre venda e troca de donos.

BILHõES A MAIS
O governo federal esperava arrecadar mais de R$ 12,2 bilhões a mais este ano com as privatizações das distribuidoras da Eletrobras.

DEPUTADO PROPõE CRIAR CPI DAS ATRAVESSADORAS
O deputado JHC (PSB-AL) propôs nesta quinta (9) uma CPI para investigar as distribuidoras de combustíveis que exercem no País "oligopólio e do controle dos combustíveis criminosos". Ele as acusou de atuarem como verdadeiras atravessadoras, encarecendo o combustível em prejuízo dos consumidores. O parlamentar acha que é necessário investigar também o "estranho alinhamento" da Agência Nacional do Petróleo (ANP) com as distribuidoras oligopolistas.

ASSINATURAS
Apesar da frequência modesta na Câmara, JHC já conseguiu 62 assinaturas de deputados de diversos Estados.

MISSÃO COMPLICADA
JHC acha que durante o esforço concentrado, quando os deputados estarão presentes, ele vai conseguir número suficiente de adesões.

'VERDADEIRA MÁFIA'
Ele diz que que as distribuidoras constituíram "verdadeira máfia", que encarece o combustível e tenta fixar até o preço ao consumidor final.

PODER DO DEBATE
Para o economista Ivan Kraiser declarações dos candidatos a presidente no debate de ontem (alinhados com reformas do mercado e o ajuste fiscal) pode favorecer a Bolsa e até derrubar os juros e o dólar.

FAKES
Surpreendeu organizadores do 1º debate presidencial de 2018, na TV Bandeirantes ontem, o volume de mensagens de robôs que pediam a participação de Fernando Haddad (PT) e João Amoêdo (Novo). Uma vez filtradas as mensagens falsas, a quantidade caiu mais da metade.

ELES QUEREM CENSURA
Não há muito o que fazer no Congresso em época pré-eleitoral: parlamentares do PT discutiam a série "O Mecanismo", do serviço de streaming Netflix, tentando enquadrá-la na lei da censura prévia.

O ÚLTIMO
O candidato a vice que menos atraiu atenção no Twitter, segundo estudo FGV/DAPP, foi Hertz Dias, do PSTU: 226 tweets. Vera e Marina Silva (Rede) são as únicas mulheres candidatas à Presidência.

PRIORIDADES
Alegando falta de dinheiro, deputados rejeitaram fornecimento gratuito de toucas hipotérmicas para evitar a queda de cabelo em pacientes com câncer, mas nada se falou sobre o aumento de ministros do STF.

COMEÇOU MAIS OU MENOS
Após o primeiro debate presidencial, ontem na TV Band, faltam 58 dias para o primeiro turno da eleição, em 7 de outubro. Mesmo assim, a campanha ainda não começou nem nas ruas, nem na TV e no rádio.

CENSURA PRÉVIA
Desde segunda (6), rádios e TVs estão proibidas de informar o eleitor sobre fatos desfavoráveis a "partidos ou candidatos, coligação, órgãos ou representantes", diz o artigo 45 da Lei 9504, que eles inventaram. A lei faz exceção a programas jornalísticos, mas depende do juiz.

É BOM NÃO DAR IDÉIA
Ao defender o projeto de Antônio Reguffe (DF) proibindo as empresas aéreas de cobrar marcação de assento, Flexa Ribeiro (PSDB-PA) ironizou: "Daqui a pouco vão cobrar até o uso do toalete a bordo". Não dê idéia, senador, que Anac, a serviço das empresas, adota na hora.

PENSANDO BEM...
...o aumento dos ministros do STF não vai provocar efeito cascata nos gastos com salários públicos, é efeito tsunami mesmo.
Herculano
10/08/2018 07:11
ACINTE FEDERAL, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Proposta de reajuste salarial beneficia categoria que faz parte do 1% mais bem pago do país

Uma elite encastelada em um dos Poderes da República decidiu ignorar o estado calamitoso das finanças públicas e partir em busca de um quinhão maior do dinheiro do contribuinte brasileiro.

Assim procederam os ministros do Supremo Tribunal Federal que, por 7 votos a 4, aprovaram na quarta-feira (8) proposta que prevê reajuste salarial de 16,4% aos magistrados em 2019, conforme reivindicam entidades da categoria.

O aumento, que depende da aprovação do Congresso, não constitui apenas uma irresponsabilidade orçamentária ?"trata-se de um acinte em um país que empobreceu nos últimos anos e abriga 13 milhões de desempregados.

Com a medida, os vencimentos dos ministros do STF, que delimitam o teto da administração pública, passarão de R$ 33,8 mil para R$ 39,3 mil mensais. Mesmo o primeiro valor já se mostra uma enorme regalia na realidade nacional, em que a renda média do trabalho do 1% mais rico é de R$ 27,1 mil.

A exorbitância é maior, porém. Graças a uma coleção de penduricalhos ?"incluindo o notório auxílio-moradia concedido de forma generalizada graças a uma liminar do Supremo?" e brechas legais, cada um dos cerca de 18 mil magistrados do país custa, em média, R$ 47,7 mil por mês ao erário.

Tais valores, mais a garantia de estabilidade no emprego e privilégios como dois meses de recesso anual, são mais que suficientes para invalidar as queixas da corporação quanto à ausência de correção salarial nos últimos três anos. Mas há ainda o impacto nos depauperados cofres governamentais.

Com efeito cascata da ampliação do teto do serviço público, estima-se um gasto adicional de R$ 4 bilhões ao ano na União (R$ 1,4 bilhão) e nos estados, segundo cálculo das consultorias do Congresso.

A legislação orçamentária para 2019 já prevê que as despesas federais, excluindo juros da dívida, superarão as receitas em R$ 139 bilhões. É a esse aparato deficitário, no qual prioridades como saúde, educação e infraestrutura correm risco de perder verbas, que se pretende apresentar a fatura extra.

Chega a ser espantoso o argumento do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, de que juízes contribuem para recuperar recursos públicos desviados, citando a recente devolução, por meio da Lava Jato, de R$ 1 bilhão à Petrobras.

O custo anual do Judiciário brasileiro corresponde a mais de 80 vezes tal cifra. É possivelmente o mais caro do mundo como proporção do Produto Interno Bruto, devido ao número de servidores, principalmente, e aos salários muito acima do padrão nacional.
LEO
10/08/2018 00:14
O SEU HERCULANO ACERTOU MAIS UMA. O QUE EU ACHEI AGORA NO DIÁRIO OFICIAL.O PREFEITO DE GASPAR NOMEIA O SERVIDOR ERNESTO HOSTIN PARA O CARGO DE ASSESSOR ADMINISTRATIVO DA FUNDAÇÃO DE ESPORTES.E TEM MAIS,DECRETO 8.286 NOMEIA MEMBRO DA 2; JARI ERNESTO HOSTIN ,PARA DESEMPENHAR A FUNÇÃO DE SECRETÁRIO DA 2;JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE INFLAÇÕES.JARI.E TEM GENTE QUE NÃO ACREDITA EM MILAGRES.PENSEI QUE ESTAVA DOENTE,E DEIXOU A SECRETARIA PARA SE CUIDAR.MAIS ACHO QUE S?" CAIU PARA A SEGUNDA DIVISÃO.
Herculano
09/08/2018 19:53
LULA E SEU SHOW DE VENTRILOQUISMO

Conteúdo do BR 18. Após visitar Lula na cadeia, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, passou um recado do ex-presidente sobre seu "vice": "Haddad é o meu representante, meu porta voz e as minhas pernas enquanto eu estiver preso. Ele falará em meu nome, deve me representar nos debates, viajar pelo Brasil e falar com o povo brasileiro", afirmou, tratando Haddad praticamente como um boneco de ventríloquo. Só não informou se o show vai continuar caso o ex-prefeito vire presidente.

Quem quiser pode acompanhar o ventriloquismo a distância de Lula na noite desta quinta-feira, quando Haddad irá fazer uma performance dupla com Manuela D'Ávila no "debate" paralelo que o PT promoverá nas redes sociais.
Herculano
09/08/2018 19:49
FALIDO COMO PARTIDO, PT TENTA A SORTE COMO IGREJA, por
Josias de Souza

Impossibilitado de apresentar o seu candidato no debate presidencial da TV Bandeirantes, o PT decidiu realizar um evento paralelo. Transmitirá no mesmo horário, pela internet, o "Debate com Lula". O nome não faz jus à iniciativa, pois Lula, preso em Curitiba, não dará as caras. E não haverá um debate, mas uma espécie de culto de adoração à divindade petista.

Em comunicado divulgado na tarde desta quinta-feira, o PT anotou: "Lula prometeu e, enquanto é mantido injustamente como preso político, sua voz segue ecoando por milhões de outras vozes espalhadas por todo o Brasil. E nesta quinta-feira, quem terá a missão de falar em nome do ex-presidente, durante debate transmitido em suas redes sociais, a partir das 22h, será a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann; o porta-voz de Lula, Fernando Haddad; um dos coordenadores do Plano Lula de governo, Sérgio Gabrielli; e Manuela D'Ávila."

Se o texto do Partido dos Trabalhadores significa alguma coisa, é o seguinte: a legenda não tem medo da morte. Mais: acredita em vida depois da morte. Melhor: a nota passa impressão de que a legenda de Lula já alcançou o paraíso. Após fenecer como partido, o PT ressurge na forma de uma religião. E tenta a sorte como igreja.

Missionários dos novos tempos, Gleisi, Haddad, Gabrielli e até a pecedobê Manuela se dispõem a arrastar as correntes do seu líder messiânico na internet porque são movidos por uma fé de inspiração cristã. O ingrediente da dúvida não faz parte do credo lulista. Seus devotos se alimentam da certeza de que a divindade presa é uma potência moral, que não deve contas senão à sua própria noção de superioridade.

Preso, Lula está em toda parte, menos no debate da TV Bandeirantes. Ali, a lei dos homens não permite que um condenado por corrupção e lavagem de dinheiro se apresente ao eleitorado pagão como um novo Messias.
Herculano
09/08/2018 19:47
do livreiro Carlos Andreazza, no Twitter

Votar, para mim, é sempre votar no menos pior. Nunca foi diferente. A lógica do resta um. Creio que o eleitor médio vote assim, muitas vezes tapando o nariz. Não desqualifico quem vota apaixonado. Eu apenas não misturo as coisas.
Herculano
09/08/2018 19:45
PENSANDO BEM...

O Lula é tipo daquele namorado que não entende que acabou

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