26/09/2019
O governo do prefeito eleito de Gaspar Kleber Edson Wan Dall e do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do MDB e coordenador da campanha vencedora, guru da atual gestão, acha-me um problema. E sou! Kleber, o jovem, foi eleito pregando à eficiência e à mudança. E é exatamente sobre elas que me tornei um problema para os do poder de plantão. Apenas cobro coerência para aquilo que se prometeu à cidade e aos cidadãos na campanha, ou naquele Programa de Governo que se registrou na Justiça Eleitoral. Nada mais! E como isso não aparece em forma de resultados reais para serem conferidos, apenas na propaganda enganosa para analfabetos, ignorantes, desinformados e aos partidários que dependem das boquinhas sustentadas pelos pesados impostos de todos, eu as desmascaro. E isso afeta um outro resultado de Kleber: o político. E terá reflexos nas urnas. Entenderam porquê sou um problema? Como não conseguiu colar o mote da eficiência, e para não passar vergonha, escondeu-se e partiu para um tal “Avança, Gaspar”. Ou seja, provou-se que o problema é o governo.
Agora comparem. O novo, a mudança e a eficiência eram também os motes da campanha do candidato ao governo do Estado o “Comandante Moisés”, PSL, aparentemente sem chances de vencer. Moisés Carlos da Silva, ilhéu, tenente coronel da reserva dos Bombeiros Militar surpreendeu. Ganhou. Um pouco diferente de Kleber, cuja vitória estava meio que marcada antecipadamente. Nove meses de governo o que se sabe dele sobre eficiência na máquina pública do estado? Que terminou com as famigeradas Secretarias Regionais de Desenvolvimento criadas pelo ex-governador Luiz Henrique da Silveira, do MDB, e que 12 anos depois viraram as ADR por outro governador, Raimundo Colombo, PSD. Ele tinha prometido em campanha eleitoral extingui-las. Não fez. Elas além de incharem a máquina governamental, mandavam a conta para os catarinenses pagarem, empregando políticos sem voto ou mandato – incluindo o próprio Kleber, seu irmão - e gente sem condições de se empregar no competitivo e deprimido mercado de trabalho. Então, verdadeiramente, quem avançou foi Moisés. E olha que Kleber está terminando o terceiro ano de governo.
Há poucos dias, no carro, ouço um trecho editado de uma entrevista que ilustrava à venda do jatinho Citation do governo do estado, fato amplamente divulgado pela imprensa. Além de se fazer caixa de R$3,2 milhões com a venda ao Mato Grosso do Sul, esse avião custava R$450 mil por mês - e houve época em que se gastou até R$ 6 milhões num ano - para mantê-lo parado ou voando. Uma festa! Sabe quanto vai custar para o estado o deslocamento do governador no novo esquema? R$200 mil. Vai se usar aviões de carreira. Esse sim, é um número de eficiência e redução de custo que um pode mostrar e Kleber não, ou ao menos não faz parte do marketing de Kleber para seus eleitores. Na entrevista à Band FM, de Tubarão, cidade onde Moisés comandou a unidade do Corpo de Bombeiros por 17 anos, além de Criciúma havia outros números que me encucaram. E fui atrás dela.
Moisés afirmou que reduziu 2.054 cargos comissionados. A projeção é de R$500 milhões de economia para os catarinenses em quatro anos. Pergunto: quantos cargos comissionados e despesas a tal Reforma Administrativa de Kleber e arquitetada por Carlos Roberto Pereira reduziu? Realmente, o problema sou eu que debato, cobro, mostro e comparo números? Eu sou um perigo porque esclareço e mostro à incoerência entre o discurso político e a prática do gestor eficiente. Entenderam? Querem mais números da mesma entrevista de 22 minutos do governador àquela rádio? Mudou à forma de contratar o oxigênio para os hospitais estaduais. Sabe quanto baixou a conta? Pela metade: de R$24 milhões para R$12 milhões por ano. Pois é! Quanto a prefeitura - que é interventora marota do Hospital de Gaspar e que ninguém sabe apontar quem é o dono dele - fez neste sentido? Quer outro número? Impressionante. A telefonia custava R$950 mil por mês; agora o novo sistema VOIP é R$250 mil, ou seja, de um gasto de R$11,5 milhões por ano, baixou para R$3 milhões com substituição de tecnologia, tipo de contratação e fornecedor.
“Quando o governo não sabe [os números, o que faz e o que tem] é porque o descontrole é grande”, sublinhou o governador naquela entrevista. Outro número que chama a atenção: a economia de R$6,5 milhões em combustíveis. Para isso, fez um único contrato, com preço de face de bomba, via o uso de um Aplicativo, substituindo as concorrências e as tais emergências que geravam mais de 2.600 contratos pelo estado, difíceis de serem controlados. Elas criam brechas para problemas e dúvidas. E a economia de papel pelas repartições diante da realidade digital? R$12 milhões até agora e de acordo com Moisés, R$29 milhões até o final do ano. Para quem quer aumentar impostos e cortar incentivos, ao menos na outra ponta, está mostrando que está cortando na própria carne e tentando fazer diferente. É muito? É diante do desperdício que existia e como os políticos gastam sem critérios. Mas, certamente, pouquíssimo do que é possível e diante das exigências cada vez maior de retornar à sociedade os pesados impostos coletados digitalmente on-line que acabam nas mãos de privilegiados em todos os níveis dos governos, com negócios sem transparência e produtividade. Acorda, Gaspar!
Aviso. Apesar da insistência de alguns na plantação de nomes e notícias-ensaios, não vou dar nada sobre a corrida eleitoral daqui e Ilhota até quatro de outubro, quando, para uma maioria, encerra-se o prazo de filiações.
Até porque em Gaspar há dois candidatos declarados na praça: Kleber por um arco amplo na reeleição – e que agora diz que não sabe se será candidato e Sérgio Luiz Batista de Almeida pelo PSL, que já foi tucano e PR em coligação com o MDB e que espera as bênçãos do partido. Nas pesquisas internas dos partidos, o candidato “nenhum”, alavancado por brancos e nulos, por enquanto, está na frente.
Nervos à flor da pele. Kleber e a sua área de comunicação - voltada para a campanha política - não entendem como a assinatura do papelinho para implantar um quilometro do Anel Viário Urbano, ligando as avenidas Francisco Mastella e Frei Godofredo, pode gerar tanta cobrança nas redes sociais pelo término de outras obras malfeitas ou incompletas, como é o caso da Rua Frei Solano.
Todos do governo entendem, sim! E as expliquei na quarta-feira na coluna exclusiva feita para o portal Cruzeiro do Vale e de ampla repercussão: “Quem planta colhe. Em entrevista ao vivo, nervoso e na defesa, estranhamente e pela primeira vez, o prefeito Kleber disse que ‘não sabe se será candidato’ à reeleição. Debitou parte das suas dificuldades para cumprir às promessas que fez, à minoritária e desorganizada ‘oposição’”.
O Anel Viário Urbano é um exemplo da má eficiência e capenga planejamento. A parte que competia aos empresários por compensações fundiárias, um já entrou a parte dele; o outro está fazendo um trecho a pleno vapor e provavelmente abrirá ao povo, bem antes do único trecho que competia a Kleber executá-lo.
Tem vereador do PT de Gaspar que ainda não se atualizou. No requerimento que fez e viu aprovado recentemente na Câmara tinha como destino a falecida Secretaria de Desenvolvimento Regional do governo do Estado, em Blumenau.
A parte asfaltada da Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo, Distrito do Belchior, em Gaspar, está uma lástima. Imagina-se à outra parte que Kleber prometeu asfaltar e culpa a “oposição” pelo atraso de dois anos das obras de drenagens?. Acorda, Gaspar!
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