O MDB DE GASPAR REVIVE COM OS JOVENS NO PODER OS VELHOS VÍCIOS - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

O MDB DE GASPAR REVIVE COM OS JOVENS NO PODER OS VELHOS VÍCIOS - Por Herculano Domício

15/03/2018

PASSADO SEM APRENDIZADO I

No Stammtich do ano passado, encontrei na barraca do Cruzeiro do Vale - o promotor do evento e que já se aproxima outra vez -, o poderoso prefeito de fato de Gaspar, o afamado advogado Carlos Roberto Pereira. Foi rápido. Mas, o suficiente para ele me explicar a razão pela qual, sem qualificação para a função, acumularia duas secretarias estratégicas e que as tornou na fortaleza, Fazenda e Gestão Administrativa. Disse-me que por ali, por experiências passadas e alhures também, podia-se gerar dúvidas que deixariam vulnerável o governo sob o olho clínico dos adversários e órgãos de fiscalização. Um ano depois, pode-se constatar que o doutor Pereira talvez não tenha sido tão diligente assim como alegava querer ser, ou o guardião foi atropelado pelos esquemas dos espertos de sempre, ou apenas não controlou algo que pode estar saindo do seu controle. Resultado? O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, está exposto.

PASSADO SEM APRENDIZADO II

O doutor Pereira anunciou que está “deixando” a super secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa. Primeiro, suponho, porque em minoria na Câmara, o reinado de suas ideias, muitas delas, boas, reconheço e já escrevi sobre isso, parece ter terminado. Segundo, porque a oposição está no rastro de várias desconfianças incestuosas com fornecedores de serviços e produtos, como registram vários requerimentos sustentados pela agora majoritária oposição, como os 03, 04, 06, 23, 26, 27 e 28; e isso está refletindo no Ministério Público. Terceiro, porque ele vai para a Saúde com “dedicação integral”; é que o governo de Kleber caiu na armadilha do PT, no caso da intervenção marota no Hospital que come dinheiro dos postinhos, policlínica e farmácia básica; isso deixou a “massa” desamparada e reclamando, com razão. Vai ser difícil! Contudo, está aí um desafio e uma oportunidade dele calar a boca de todos e dar a volta por cima. E quarto, porque o doutor Pereira se descuidou da governabilidade. Deixou a oposição se intrometer perigosamente no seu “reinado” e governo de Kleber.

PASSADO SEM APRENDIZADO III

O doutor Pereira, que conduziu o pleito eleitoral vencedor com mão de ferro, era a cara da renovação do MDB. Ele acaba de se licenciar da presidência. Entregou-a aos históricos. Exatamente, quando se sabe que a pomposa Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo, tocada pelo histórico Celso de Oliveira, tentou comprar, sem licitação, um bolo para o aniversário de 84 anos da cidade neste domingo, por R$6 mil, sem licitação. Está no Diário Oficial dos Municípios. Foi denunciado por um leitor aqui antes de todos. Repercutiu nas redes sociais. Voltaram atrás. A nova assessora de imprensa, Ana Matesco, questionada sobre o assunto desde segunda-feira e até o fechamento da coluna, mostrou que nada mudou: calada. Ninguém punido. Tudo abafado. Como se vê, ideias novas, discursos triunfantes, realidades e práticas diferentes. Decididamente, as experiências anteriores de poder do MDB de Gaspar com Adilson Luiz Schmitt e Bernardo Leonardo Spengler, não serviram para nada aos “novos”. Acorda, Gaspar!

ILHOTA EM CHAMAS – LÁGRIMAS NO FÓRUM

Outro aprendizado de alhures. O ex-líder do PSD de Gaspar, ex-empresário, ex-coordenador de campanhas eleitorais, o ex-secretário de Agricultura e de Administração de Ilhota, na gestão Daniel Christian Bosi, PSD, Fernando Neves, ou seja, experimentado, na terça-feira chorou na sala de audiências do Fórum de Gaspar. Estava inconformado com a denúncia do Ministério Público que cuida da Improbidade Administrativa. Ilhota adquiriu em fevereiro de 2013, de Jader José Alves, Itajaí, R$52.941,50 em tubos. Tudo sem licitação. No dia 12 de abril do mesmo ano, a administração tentou “regularizar” essa compra dirigida, montando uma licitação: fraude. Fernando alega que o MP foi “incapaz” de compreender o momento de “dificuldades” que estava passando a Administração de Daniel. Verdade! Estava tão atrapalhada a gestão orientada por Fernando que ela nem tentou a reeleição três anos depois. Essa gente está brincando com a lei. E lágrimas não são argumentos de defesa, ainda mais diante de promotoras como Chimelly Louise de Resenes Marcon, que fez a denúncia, e Andreza Borinelli que está tocando com mãos firmes o caso.


TRAPICHE

Recomeçou a politicalha! Hoje vão ser inauguradas como parte da semana do aniversário de Gaspar e pelo prefeito Kleber Wan Dall, MDB, as pavimentações das ruas Arthur Poffo e Pedro Schmitt Junior. O ex-prefeito petista Pedro Celso Zuchi e hoje assessor do deputado Décio Neri de Lima, foi à sua rede social reivindicar a paternidade delas. Ai, ai, ai.

Parece que Zuchi está em campanha. Parece que ele esqueceu que entregou a ponte do Vale incompleta e quem teve que terminá-la foi Kleber. Levou seis meses. Da mesma forma, Zuchi começou as obras das ruas que serão inauguradas hoje. Mas, para a cidade e os cidadãos, o importante não é apenas quem começa, mas quem as termina para serem usadas devidamente pelo povo pagador delas, com os pesados impostos.

Isso também mostra como funciona bem a comunicação do PT, da esquerda do atraso e seus sócios e como funciona muito mal a comunicação do governo de Kleber.

Domingo tem desfile em Gaspar. Sem bolo alusivo. Mas, os políticos estarão em peso. Em campanha. Uns candidatos. Outros, cabos eleitorais marcados.

Boa questão. O advogado Renato Luiz Nicoletti, genro do ex-delegado regional Ademir Serafim, discorda de que o novo prédio da Delegacia de Polícia de Gaspar seja reconstruído onde está hoje. “Alguém deveria ter alertado o Secretário de Segurança. É um local de acesso ruim, sem espaço suficiente, sem estacionamento e que pega enchente”.

Nicoletti vai mais longe. Está perguntando, mas não encontrou ainda respostas sobre a área que estaria disponível no Centro Cívico para a delegacia. “Não está mais”?

Para ele “é muito melhor para o atendimento e o trabalho de todos, a sede ficar próxima dos bombeiros, PM, Fórum e MP. Isso sem falar dos acessos e disponibilidade de estacionamento. Ah! Lá também é livre de enchente e a delegacia não precisará fechar nessas situações”.

Até coisa boa, a prefeitura de Gaspar dá a paternidade para o Ministério Público por falta de visão e iniciativa, tudo para apadrinhar cabos eleitorais em botecos.

Não há mais cantinas nas escolas municipais. Melhor para a saúde e à educação alimentar. A obrigação aconteceu na gestão de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, PT, ela uma berçarista. A operação se completou somente agora com Kleber.

Coisa de político. Louvado por aqui, mas quando precisa decidir o faz por Blumenau, o secretário adjunto de Infraestrutura do Estado, Paulo França, MDB, veio a Gaspar. Anunciou R$500 mil para a capa asfáltica da Rua Pedro Simon, na Margem Esquerda. Festa. Papelinho. Fotos. Entrevistas sem perguntas. Espaços generosos na mídia.

Nada é inocente. França é cabo eleitoral neste caso. Ele ficará no lugar do titular da pasta, deputado Luiz Fernando Vampiro, MDB. Ele vai à reeleição. Então o gesto é de campanha. E no site da transparência do governo do Estado, até o fechamento desta coluna, não havia ainda a locação da verba em nenhum programa da Secretaria e muito menos ela foi descentralizada para a ADR de Blumenau.

Racionada. A vereadora Mariluci Deschamps Rosa, líder do PT na Câmara, em discurso recente insinuou que o deputado Federal Décio Neri de Lima, PT, estaria sendo perseguido pelo governo golpista de Michel Temer, MDB, na liberação das emendas impositivas e que por isso, esse ano, cada vereador de Gaspar receberia apenas R$50 mil ao invés dos R$150 mil do ano anterior, para aplicar por aqui.

Da disponibilidade das verbas nada mudou no governo Federal. Afinal ela são impositivas. O que mudou é que este é um ano eleitoral e Décio está distribuindo olhando os votos em outras regiões. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1842 - Sexta-feira

Comentários

Herculano
18/03/2018 19:42
AMANHÃ, SEGUNDA-FEIRA É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE
Herculano
18/03/2018 19:41
da série: política não é para gente séria e nem para quem tem capacidade de gestão. Há exceções, mas...

UDO DÖHLER DEVE DESISTIR DE DISPUTAR CANDIDATURA AO GOVERNO, por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis.

Um daqueles momentos definidores de um período pré-eleitoral vai acontecer na semana que começa. O prefeito joinvilense Udo Döhler anuncia a decisão de renunciar ou não ao cargo em abril para tentar concorrer ao governo do Estado. A tendência é de que desista de ser candidato.

Udo entrou no jogo com força em fevereiro. Rejeitou a prévia proposta por Mauro Mariani, presidente do partido e pré-candidato ao governo, e tentou viabilizar-se como nome de uma ampla aliança. Visitou o governo Eduardo Pinho Moreira, também pré-candidato, os deputados estaduais, falou com lideranças tucanas, pessedistas. Chegou a se animar e dar como certa a renúncia, mesmo que sem garantia total do PMDB. A semana que passou, no entanto, deu sinais ao prefeito de que o gesto seria um salto no escuro.

As conversas de Mariani com a bancada estadual e com Pinho Moreira na última terça acenderam a luz amarela em Joinville. No mesmo dia, o prefeito esperava alguns deputados do partido para um jantar, mas eles desmarcaram na última hora. Udo comeu costela sozinho e entendeu que alguma coisa acontecera em Florianópolis.

O prefeito de Joinville era o nome perfeito para a reconstrução de uma aliança que é alvo de mais cetismo por parte das lideranças do PMDB, do PSD e do PSDB a cada dia que passa. Em caso de divisão, os caciques vão se definir entre eles, por isso o jogo peemedebista afunilou-se entre Mariani e Pinho Moreira. Ambos dão sinais de que podem chegar a um acordo que evite confronto em convenção.

Udo é o último pré-candidato com condições de reunir em torno de si uma megacoligação. O outro, era o senador Paulo Bauer (PSDB), considerado fora do jogo depois que o Supremo autorizou a investigação sobre caixa 2 na campanha de 2014, quando também concorreu ao governo.

Sem eles, a tendência é de três ou quatro candidaturas competitivas em outubro. PSD, PP e PSB de um lado, PMDB e PR de outro, os petistas ocupando o espaço da esquerda e a dúvida sobre de o PSDB estadual consegue manter a ideia de candidatura própria ou será forçado pelo presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) a encorpar outro palanque.

Linha cruzada

A nota assinada pela bancada do PSD na Assembleia Legislativa em apoio à pré-candidatura de Gelson Merisio gerou ruído entre os pessedistas. Líder da bancada, Milton Hobus afirmou que apenas Ricardo Guidi não estava presente na reunião que decidiu pelo gesto. Internamente, outro parlamentar reclamou por não ter sido ouvido - "mais pela forma do que pelo teor". Até o governador licenciado Raimundo Colombo entrou no circuito, clamando "chega de confusão".
Herculano
18/03/2018 09:57
IMPOSIÇÃO PELAS MÃOS, por Dráuzio Varella, médico cancerologista, para o jornal Folha de S. Paulo

Se há verba para terapeutas que receitam florais, por que não aplicar nas equipes de saúde da família?

Faltam ao Brasil políticas públicas de saúde dignas desse nome.

A principal barreira para implementá-las vem da rapidez com que são trocados ministros e secretários estaduais e municipais, que controlam milhares de cargos de confiança pelo país afora.

As escolhas não obedecem a critérios técnicos, mas a interesses político-partidários.

A criação do SUS foi a maior revolução da história da medicina brasileira. Nenhum país com mais de cem milhões de habitantes ousou oferecer assistência médica gratuita para todos.

Antes de 1988, se a pessoa doente trabalhava com carteira assinada, tinha direito ao atendimento pelo antigo INPS, caso contrário, era considerada indigente, portanto dependente da caridade pública.

Apesar de ser um sistema com apenas 30 anos de idade, demos passos enormes.

Entre outros, desenvolvemos os maiores e mais abrangentes programas gratuitos de vacinações e de transplantes de órgãos do mundo; o programa nacional da Aids revolucionou o tratamento e reduziu a velocidade de disseminação da epidemia mundial. As equipes de saúde da família são citadas pela OMS como exemplo a ser seguido.

O cidadão acidentado que telefona para o resgate não sabe que está recorrendo ao SUS. Os que recebem transfusão nos hospitais mais caros de São Paulo não fazem ideia de que a qualidade do sangue é atestada nos hemocentros do SUS.

O trabalho realizado pelos agentes de saúde nos pontos mais remotos do interior e nas periferias inseguras das cidades é ignorado por todos.

A despeito desses avanços e de ser um sistema jovem ainda em construção, para a sociedade desinformada o SUS faz o papel da Geni, do Chico Buarque.

No imaginário popular, o SUS é o pronto-socorro com gente pobre nas macas de corredores superlotados, é a fila de doentes à espera de consulta na porta do hospital.

Longe de mim negar essa realidade humilhante, mas posso assegurar que parte se deve ao desafio de universalizar o atendimento sem dispor de recursos suficientes, e parte à escassez de gestores comprometidos com a saúde pública.

Nesta semana o ministro da Saúde anunciou que o SUS passará a oferecer terapias que atendem por nomes estranhos: imposição de mãos, aromaterapia, cromoterapia, florais, ozonoterapia, apiterapia, arteterapia, bioenergética, hipnoterapia, geoterapia, constelação familiar.

Segundo o ministro: "Essas práticas são uma prevenção para que pessoas não fiquem doentes, não precisem de internação ou cirurgia, o que custa muito para o SUS. Vamos retomar nossas origens e dar valor à medicina tradicional milenar".

Nunca defendi que o Ministério da Saúde fosse entregue a médicos, já tivemos bons ministros que não o eram, mas devo reconhecer que um médico pelo menos teria vergonha de pregar o retorno à medicina de mil anos atrás.

Não tenho nada contra a aromaterapia, nem contra as constelações familiares ou a arteterapia.

Sentir um perfume agradável, refletir sobre as relações com os parentes ou ter aula de arte faz bem para qualquer mortal. Mas dizer que assim evitaremos doenças, internações e cirurgias é desonestidade intelectual, é abusar da credulidade humana.

Nenhuma dessas terapias demonstrou eficácia clínica em estudos científicos. Oferecê-las pelo sistema público significa contratar novos profissionais, arranjar-lhes espaço físico e organizar a burocracia para que possam trabalhar.

Ou seja, vamos desviar os minguados recursos da Saúde para estratégias que nada contribuem para enfrentarmos os problemas de uma população que envelhece sedentária, obesa, hipertensa, com diabetes e doenças reumatológicas.

Faltam ao SUS enfermeiras, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, auxiliares de enfermagem, assistentes sociais e médicos, sem os quais não há como prestar a assistência que os brasileiros necessitam.

Se há recursos para contratar terapeutas que transmitem energia com as mãos, aplicam argila em feridas e pontos dolorosos e receitam gotinhas de florais, por que não aplicá-los na ampliação das equipes de saúde da família, de modo a permitir que cheguem aos lares de todos os brasileiros?

De uns tempos para cá parece que só andamos para trás.
Herculano
18/03/2018 09:51
CONSTRANGIMENTO. MINISTROS EM DEFESA DE LULA E DA CORRUPÇÃO

Cláudio Dantas, de O Antagonista, escreve no twitter: "Alguns colegas de Cármen Lúcia no STF pressionam por uma reunião geral na terça-feira. O objetivo é constrangê-la para que consigam votar a revisão da prisão em segunda instância. Pode ser aberta à imprensa e com transmissão ao vivo, ministra?"
Herculano
18/03/2018 08:16
INCRA PAGA R$55 MILHõES POR EX-FAZENDA DA JBS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Há quase meia década sem sequer aprovar plano de reforma agrária, o Incra do Mato Grosso do Sul aprovou com rapidez estonteante a desapropriação e autorização de compra de 60% de 5,8 mil hectares da Fazenda Correntes, em Dois Irmãos do Buriti. Iniciado em dezembro de 2017, o processo foi aprovado em tempo recorde. Até então, a fazenda oficialmente era da Eldorado Brasil, do grupo J&F/JBS.

OVO OU GALINHA?
O J&F/JBS, flagrado como peça central no esquema desvendado pela PF, vendeu a Eldorado por R$15 bilhões à Paper Excellence.

NÃO TÁ COMIGO!
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Brasília tirou o corpo fora. Disse que quem aprovou foi o Incra-MS e não o federal.

CORPO (MUITO) FORA
Questionado, o Incra jura que apenas "manifestou interesse" em desapropriar a Fazenda Correntes, da J&F, e fazer assentamentos.

É MENTIRA?
O Incra negou através da assessoria, mas a autorização da compra de da Fazenda foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 13.

CÂMARA FAZ REFORMA MILIONÁRIA E PRÉDIO PODE CAIR
A Câmara dos Deputados gastou mais de R$ 120 milhões na reforma de aproximadamente a metade dos 432 imóveis funcionais na última década e, ainda assim, um dos edifícios teve parte do pilotis interditado devido ao risco de desabamento da laje sobre a garagem. O bloco L da SQN 202, área nobre da capital, que poderia abrigar 24 parlamentares e evitar o pagamento de R$ 102 mil de auxílio-moradia por mês, está desabitado há uma década e a manutenção custa R$ 700 mil mensais.

OUVIDOS SENSÍVEIS
Quando estava em condições receber as excelências, os deputados fugiam do bloco L por não gostar do barulho de carros e ônibus na rua.

MANSõES SUSPENSAS
Cada apartamento do bloco L tem 225m² e é avaliado em R$2 milhões. O custo da não utilização do prédio supera os R$ 12 milhões até agora.

MUITO DINHEIRO PELO RALO
Um projeto pretende dividir os apartamentos de pelo menos quatro blocos em dois 100m² e extinguir o auxílio-moradia, mas só em 2026.

A GUERRA É AQUI
São assassinadas mais pessoas por ano no Brasil (59,08 mil) do que em outros 30 países somados, incluindo Estados Unidos, norte da África, toda a Europa, China etc. O levantamento é do site Metrocosm.

AUXÍLIO PARA QUÊ?
O auxílio-moradia dos Três Poderes vai custar ao contribuinte brasileiro quase R$ 1 bilhão, apenas em 2018. Só em 2017 foram gastos mais de R$ 817 milhões dos R$ 865 milhões previstos no Orçamento.

HERDEIRO LICENCIADO
O diplomata Marcelo Calero, que foi ministro da Cultura de Temer, está licenciado sem vencimentos, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Para dispensar o salário, deve ter recebido gorda herança. Ele aproveitou a "pausa" para se aliar a Luciano Huck, no RenovaBR.

PT VOLTA A MANDAR
Remanescente da era petista, Gueitiro Matsuo dá como certa sua recondução à presidência da Previ, bilionário fundo de pensão mantido pelo Banco do Brasil. Ele foi escolhido por Dilma e pelo atual presidiário Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras.

HAJA DINHEIRO PÚBLICO
A Justiça do Trabalho gasta com salários 93,5% de R$17,8 bilhões. Só a Justiça Militar Estadual, percentualmente, gasta mais, ainda assim uma ninharia para os padrões da trabalhista: 93,7% de R$141 milhões.

ESQUERDA E DIREITA, VOLVER
A Câmara dos Deputados também fez o ressarcimento de despesas de Marcelo Aguiar (DEM-SP), no valor de R$105 mil, e Vander Loubet (PT-MS), que torrou por nossa conta R$102 mil em quarenta dias.

TEMPO PARA TAGARELAR
Ao criar a "Liderança da Oposição" na Câmara, Rodrigo Maia concedeu também ao líder o tempo de "comunicação de liderança" (minidiscurso de líderes durante a Ordem do Dia no Plenário). Terá oito minutos.

ISSO QUE É RECORDE
Os gastos com publicidade da Câmara Legislativa do DF chamam a atenção do contribuinte: R$ 52 milhões dos últimos dois anos; bate da Câmara dos Deputados e também do Senado, segundo a ONG OPS.

PERGUNTA NO RIO
Quem não repudia assassinatos no Rio de Janeiro?
Herculano
18/03/2018 08:12
VIAGEM PELO RIO DAS MORTES, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Estive no Rio na semana passada. Não vi PM ou militar das Forças Armadas na rua. Nenhum. Caminhei pela praia do Flamengo e zanzei em torno do Museu do Amanhã, lugares que juntam muita gente. Andei nas redondezas de Petrobras, Lapa, BNDES, centro antigo, Confeitaria Colombo. Nenhum PM.

Caminhei pelas Laranjeiras, do intenso largo do Machado à paz do parque Guinle; estive na praça São Salvador, com seu coreto, roda de choro, fonte, feirinha e bares, com noites lotadas de jovens. Lá, faz 11 dias, duas pessoas foram mortas a tiro. Nenhum PM.

Não é, claro, uma avaliação de entendedor, mas a observação de um curioso engajado que queria ver as ruas do Rio sob a intervenção na segurança. Nenhum PM.

Pode ser que o restante da tropa e suas carroças estejam mobilizados nas zonas de guerra. Mas o Rio é uma cidade sob intervenção excepcional na segurança, certo? Cadê? Essa operação até sexta (16) não tinha orçamento. Não se conhecem seus objetivos e planos, apenas as ações de sítio de bairros pobres.

Isto posto, qual a evidência da crise aguda? A taxa de homicídios no Rio caíra entre 2002 e 2012, de 55 para 29 mortes por 100 mil habitantes. Voltou a 40, um horror, quatro vezes a de São Paulo. Mas a incidência de homicídios de agora não difere daquela do biênio 2009-10, quando a cidade e o país viviam euforia oca.

Há decerto alguns dados e a impressão fortíssima de que a anarquia violenta piorou nos bairros pobres, se esparramou para avenidas maiores e leva o transporte de mercadorias e a prestação de serviços públicos ao colapso.

O que especialistas têm a dizer sobre uma situação que parece remediável, na superfície, e cronicamente inviável, no fundo?

A crise aguda parece evitável, pois o morticínio no Rio diminuiu por uma década. Explodiu obviamente com o colapso do governo, saqueado pelas gangues do MDB. Mas vai custar cada vez mais evitar esses sintomas mortíferos da doença de fundo: o domínio político-territorial dos bandidos, a institucionalização do crime.

Um relatório da CPI do Narcotráfico do início do século já mostrava que organizações criminosas eram extensas, com conexões em governos, Congresso e Judiciário, no país inteiro. Não demos a mínima. Virou essa catástrofe, PCC, milícias, prévias de narcoestado, o terrorismo que matou Marielle Franco.

Nos próximos dois anos, por aí, o governo do Rio não terá recursos nem para repor seus de costume escassos equipamentos e efetivos de segurança, de resto escandalosamente mal administrados. Mas, se o país crescer e o estado tiver administração pública, terá condições de remediar a situação.

Levará décadas para tratar a favelização extensa, porém. Depois da intervenção, ainda haverá tráfico: o que será feito das drogas? A limpeza da polícia exige longa investigação, reforma institucional e troca de quadros: anos. O ataque à conexão entre política e crime nem começou. Cadê a Polícia Federal? Ministério Público? Fazendo PowerPoints?

Parece possível remendar. Mas o pântano de onde sai a pestilência assassina, o crime institucional, é gangrena crescente. Os paliativos serão cada vez mais custosos, e por algum tempo mal haverá recursos para pagá-los. Onde estamos com a cabeça? Na lama.
Herculano
18/03/2018 08:08
ARTIGO DE SINGER, DO PT, SOBRE MARIELLE, VÊ FALÊNCIA DA DEMOCRACIA E AJUDA EXPLICAR PARTE DO óDIO EM CURSO AO PARTIDO E A LULA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

André Singer está se transformando numa espécie de símbolo do PT que insiste em não esquecer nada e em não aprender nada. Escreve um artigo na Folha neste sábado [ que pode ser lido abaixo na íntegra, encimada do meu comentário] em que a sintaxe apanha, coitada! Atenção, professor: "Nem uma coisa nem outra ACONTECERAM" - e não "aconteceu". A sua gramática política, no entanto, e bem mais errada.

Já começa pelo título: "Assassinato de Marielle representa o fracasso da democracia"

É? Já que as palavras fazem sentido, estamos obrigados a concluir que é precioso pôr fim à democracia para que as Marielles não morram.

"Ah, Reinaldo, não exagere; ele não tentou dizer isso?"

Foi além de tentar. Ele disse.

No texto de Singer, o assassinato da vereadora também evidencia a inutilidade dos métodos pacíficos de luta política. Aí ele é menos explícito, mas não menos evidente:

"Uma cidadã que escolheu o caminho institucional democrático, e nele foi bem-sucedida, terminou sumariamente eliminada pela ação violenta dos que são, na prática, contra a democracia."

Fica parecendo que Marielle morreu porque escolheu o caminho institucional. E do balacobaco.

Mais: o articulista faz o jogo dos assassinos da vereadora quando diz que a morte faz parte do "clima geral regressivo".

Ora, o número de homicídios no país foi batendo sucessivos recordes durante o governo "progressista" do PT.

Dia desses, um petista perguntava por que "tanto ódio" secretado contra os petistas e por que tanta torcida para Lula ser preso...

Pois é. Sem entrar, desta feita, no mérito da questão judicial - aliás, é Singer, não eu, quem a considera irrelevante -, noto: posturas como a do doutor evidenciam que parte considerável do PT é que ainda não absorveu a democracia como valor inegociável. Fosse diferente, em vez de tentar inscrever a morte de Marielle numa versão novelesca da luta de classes, Singer daria relevo à evidência de que aqueles que a mataram não querem é a presença do Estado que reprime o crime, já que traficantes, milicianos e a banda podre da polícia se encarregam da devida repressão às pessoas.

Não tem jeito! Mundo e história afora, as esquerdas flertam com o crime, buscando nele evidências primitivas daquela tal luta de classes. No Brasil, isso é ainda mais saliente porque a delinquência política do PT na tentativa de privatizar o Estado e submetê-lo aos interesses do partido se misturou ao momento de afirmação de grupos identitários que veem a própria ordem democrática como repressão - aliás, era o que também fazia Marielle: a sua militância contra a intervenção desprezava as evidências mais cabais de que imperava no Estado a "ordem da desordem" do crime organizado.

Escreve André:
"Segundo a Unicef, o Brasil teve uma taxa de 59 mortes violentas de crianças e adolescentes (10 a 19 anos) para cada 100 mil em 2015 -a sétima maior do mundo."

Pois é...

Fôssemos fazer a conta tomando 100 mil como base, a taxa de policiais militares mortos no Estado em 2017 foi de 294,9 por 100 mil, já que foram assassinados 134 PMs numa corporação, então, de 45.429 homens.

Não há condição mais perigosa no Rio.

Parte considerável da sociedade brasileira alimenta, sim, um sentimento de vingança em relação a Lula e ao PT. É claro que não se trata de um bom conselheiro. E sei quanta porrada levo quando aponto falhas no processo que levou o ex-presidente à condenação.

O pensamento de petistas como André Singer traz à luz as raízes desse ódio. O Rio chegou à anomia, à desordem, ao caos. E a militância de esquerda se levanta não contra a bandidagem, mas contra a própria ordem democrática.

Não por acaso, temos Singer a apontar o "fracasso da democracia" e a inutilidade do "caminho institucional".
Herculano
18/03/2018 07:59
RECADOS ASSASSINOS, por Ruy Castro, no jornal Folha de S. Paulo

O assassinato da vereadora Marielle Franco tem todas as características de um recado. Foi friamente planejado, com o requinte de carros de tocaia, conhecedores dos deslocamentos da vítima e comunicando-se entre si com os faróis. E ainda mais friamente executado, por um atirador experiente e treinado, que nem precisava ver o alvo. Marielle, apesar de militante e combativa, não tinha por que ser esse alvo - segundo consta, nunca fora ameaçada. Donde, se é um recado, o que diz e para quem?

Vide o caso da juíza Patrícia Acioli, executada em 2011 com 21 tiros no rosto e no tórax, disparados por quatro homens de capacete em duas motos, ao chegar sozinha à sua casa em Piratininga, bairro de Niterói. Patrícia tinha 47 anos e era mãe de três adolescentes. Em dez anos como juíza, condenara 60 policiais acusados de corrupção e de pertencer a milícias ou a grupos de extermínio. Ao contrário de Marielle, Patrícia vivia sendo ameaçada e andava com escolta. Na noite do crime, por acaso - ou não - estava sem. Como os assassinos ficaram sabendo?

Pela ferocidade, a execução de Patrícia teria mais características de vingança, de ajuste de contas, que a de Marielle. Mas era também um recado ?"uma mensagem para as forças da ordem, de que o crime está preparado para o combate que, mesmo tibiamente, tentam lhe impor. E de que tem mais recursos do que se supõe ?"sua munição, por exemplo, entra em seus revólveres pelos meios legais.

Nenhum dos últimos governos preocupou-se com a segurança no país. Sob Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff, o crime cresceu à vontade e a taxas superiores às da economia. Foi-lhe permitido infiltrar-se nos órgãos que deveriam combatê-lo e, com isso, fazer parte do Estado.

Será difícil extirpá-lo sem arrancar nossas próprias tripas.
Herculano
18/03/2018 07:48
O MOTIVO DA CRIAÇÃO DO MUNDO, por Carlos Brickmann

Os livros sagrados judeus, base dos livros sagrados cristãos, ensinam que Deus criou um único homem, Adão, para mostrar que um só assassínio equivale à destruição da Humanidade. Cada pessoa é única, mas todas saíram do mesmo molde em que foi criado Adão; e cada uma pode dizer que por sua causa o mundo foi criado.

Marielle foi assassinada. Não importa seu lado ideológico, não importa sua ação política. Foram mortos, no Rio, mais de cem policiais. Houve, e há, dos dois lados, centenas, milhares de mortos, na maior parte das vezes em desafio impune às leis do país, na totalidade dos casos em desafio à Lei maior. O caro leitor não é religioso e acha correto explorar politicamente o assassínio de alguém de seu lado, enquanto festeja a morte de adversários?

Pois bem, deixemos claro o pensamento deste colunista: FODA-SE. E diga se esse Rio de tiros cruzados é melhor do que a Cidade Maravilhosa.

Lamentemos os mortos, exijamos que os assassínios sejam investigados e os assassinos punidos. Não é possível, num país civilizado, que bandidos circulem com armas longas de grosso calibre, em público, como se isso fosse normal. Não é possível, num país civilizado, que sejam poupados pela lei. E cobremos coerência dos parlamentares: se quiserem organizar-se como Bancada da Bíblia, que sigam os preceitos bíblicos (se acharem difícil, os Dez Mandamentos servem: não matar, não roubar). É fácil.

VERGONHA NA CASA

Os lamentos seletivos por pessoas assassinadas, de acordo com sua posição politica, não são a única iniciativa estarrecedora: há jornalistas, ou ex-jornalistas em atividade, empenhados em denunciar profissionais que, nas redes sociais, sem anonimato, defendem a prisão de Lula. O nome do jogo é dedoduragem (ou caguetagem, talvez); e envolvem todos os favoráveis à prisão de Lula quando terminados os trâmites judiciais, seja qual for sua motivação. Não incluem os que petistas gostam de ver presos, como Geddel; ou "cumpanhêrus" que já caíram em desgraça, como Palocci. Traduzindo, bota no deles e esquece do nosso.

Hoje, na tropa virtual lulista, há um tremendo declínio de qualidade. Os competentes que faziam notícias falsas foram trocados por gente de projeção bem menor.

TODOS JUNTOS...

Quantos candidatos haverá à Presidência da República? Esqueça a política; os partidos que melhores alianças farão serão os que tiverem mais verba para financiar a campanha. Não adianta surgir um partido muito bem espalhado pelo país, com bons candidatos ao Senado e à Câmara, se a verba para a campanha presidencial for pequena. Como a verba é uma só, um partido que destine boa quantia à luta pela Presidência terá menos dinheiro para disputar Senado e Câmara. Se preferir o fortalecimento do partido, não terá como conduzir boas negociações com quem lhes propuser aliança.

...VAMOS

É uma lista imensa: salvo falha (ou novos candidatos que apareçam entre a redação e a publicação desta coluna), já se lançaram ou estão na fila José Maria Eymael, Cyro Gomes, Guilherme Boulos, Lula, Mariana d'Ávila, Geraldo Alckmin, Valeria Monteiro, Henrique Meirelles, Michel Temer, Álvaro Dias, Flávio Rocha, João Amoêdo, Marina Silva, Jair Bolsonaro ?" e, claro, Levy Fidelix, o do aerotrem. Há candidatos tradicionais que ainda não se definiram, como Zé Maria ("contra burguês, vote 16"), e Rui Pimenta, do PCO. Dificilmente a lista final terá tantos nomes. A verba curta será o grande estímulo para reduzir a lista.

NINGUÉM ESCAPA

A empresa Elijet Participação entrou na Justiça cobrando R$ 32,6 milhões de Joesley Batista. Na ação, diz a empresa que foi contratada para intermediar a compra de dois aviões Gulfstream e que Joesley não pagou a corretagem. O primeiro Gulfstream foi pedido verbalmente e, dizem os queixosos, Joesley não pagou a corretagem. Para o segundo Gulfstream, mais moderno, foi feito um contrato. Ele não pagou; mas os corretores dizem ter um documento em que a dívida é reconhecida.

SEM ESPAÇO

O Brasil foi suspenso do Observatório Europeu do Sul, ESO, por falta de pagamento. O Brasil pediu entrada no ESO no final de 2010 e o pedido foi aceito por unanimidade. O acordo foi assinado em 2011 e aprovado no Congresso em maio de 2015. Mas o pagamento, que é bom, esse não foi feito: participar do ESO custa algo como 270 milhões de euros, parcelados em dez anos (às cotações de hoje, a quantia chega perto de US$ 1 bilhão). Mesmo antes de pagar, o Brasil tinha livre acesso a três observatórios astronômicos instalados no deserto do Chile, mantidos e administrados por países europeus, asiáticos, Canadá e EUA.

E por que não foi pago? O Governo não diz que temos reservas de quase 400 bilhões de dólares?
Herculano
18/03/2018 07:37
HOJE GASPAR FAZ 84 ANOS QUE SE EMANCIPOU DE BLUMENAU

TERÁ DESFILE

TERÁ POLÍTICOS DENTRO E FORA DO PALANQUE OFICIAL, PEDINDO VOTOS, DEMARCANDO TERRITóRIO PARA AS ELEIÇÕES DE OUTUBRO

MAS NÃO TERÁ BOLO DE R$6 MIL PARA COMEMORAR

VÁRIOS OUTROS BOLOS TÃO CAROS COMO ESTE SERÃO COMPRADOS ATÉ OUTUBRO PARA SENSIBILIZAR OS ELEITORES E ELEITORAS, COM O DINHEIRO DOS PRóPRIOS ELEITORES E ELEITORAS

ACORDA, GASPAR!
Herculano
18/03/2018 07:30
MARIELLE, MANOEL FIEL E RIO CENTRO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Só as investigações poderão dizer quem armou os assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes. O crime aconteceu 26 dias depois do "lance de mestre" de Michel Temer, decretando intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.

Um dia antes de sua execução, Marielle denunciou o assassinato de Matheus Melo, um jovem trabalhador que saíra da igreja, deixara a namorada em casa e ia para o Jacarezinho, onde vivia: "Chega de matarem a nossa gente", escreveu a vereadora. A família de Matheus acusa uma patrulha da PM de ter atirado nele.

A execução da vereadora revela que os criminosos mandaram um sinal ao governo e à sociedade, demarcando a extensão de seu poder: "aqui a gente manda e mata". Quando delinquentes se julgam protegidos pela anarquia e, sobretudo, pela desorientação e derretimento da autoridade, esse é um desdobramento natural da crise.

O presidente Michel Temer preferiu o "lance de mestre" da intervenção federal na segurança do Rio a uma natural intervenção ampla e desmilitarizada no governo de Luiz Fernando Pezão e do MDB. Dois episódios de demarcação de território ocorridos com chefes militares merecem ser lembrados.

1976: GEISEL MOSTRA QUEM MANDA
Na noite de 18 de janeiro de 1976, na hora do Fantástico, o então governador de São Paulo, Paulo Egydio Martins, telefonou para o presidente Ernesto Geisel: "Desculpe incomodá-lo. Morreu outro preso no DOI. Outro enforcamento".

"Paulo, não tome providência nenhuma. Você terá notícias minhas."

Morrera no DOI do 2º Exército o metalúrgico Manoel Fiel Filho. Três meses antes, mataram o jornalista Vladimir Herzog no mesmo DOI.

Enquanto viveu, o general Geisel esteve convencido de que a morte de Fiel foi um desafio direto à sua autoridade. Em pouco tempo ele decidiu demitir o comandante da guarnição de São Paulo. Passou a noite sem dormir, pensando nas consequências. Não consultou ninguém e, na manhã seguinte, o general estava fora do comando.

Se alguém queria demarcar autoridade, a linha estava traçada.

1981: FIGUEIREDO MOSTRA QUE NÃO MANDA
Na manhã de 1º de maio de 1981, o presidente João Figueiredo soube que explodira uma bomba no Riocentro, matando o sargento que a carregava e ferindo um capitão do DOI do Rio, que estava ao seu lado. Na primeira versão, teria sido coisa da esquerda e Figueiredo rejubilou-se. Mais tarde, veio a correção: "Há indícios de que foi gente do nosso lado".

(O atentado pretendia demarcar território, colocando no seu lugar o coronel que chefiava a seção de informações da guarnição local e prometera reprimir explosões de bancas de jornais, uma delas comprovadamente saída do DOI.)

Figueiredo era um cavalariano cinematográfico, desbocado e impulsivo. O leão miou e naquele dia começou uma operação abafa que persiste até hoje, pois o capitão que estava no carro chegou a coronel e jamais foi repreendido.

Os autores do atentado demarcaram o território da autoridade, corroeram a Presidência de Figueiredo e o regime. Ele se acabaria quatro anos depois, com o general deixando o palácio por uma porta lateral.

2018, QUEM MANDA?
A execução de Marielle e Anderson foi uma mensagem da bandidagem pública e privada ao general Braga Netto. Trata-se de serviço de profissionais, tanto pela escolha do alvo como pela própria ação. A ideia de que há "direitos humanos", mas não podem existir "direitos dos manos" é apenas um trocadilho vulgar. Para os criminosos privados e públicos, esse é o melhor dos mundos. Quando o dilema é ter medo do bandido ou da polícia, não faz diferença temer a um ou a outra.

A intervenção no Rio começou com o exercício demófobo da ameaça de buscas, apreensões e capturas coletivas, seguida pelas retroescavadeiras da prefeitura destruindo quiosques em Vila Kennedy. Brasília continuou produzindo planos e parolagens. Havia até um evento programado para comemorar o primeiro aniversário do "lance de mestre". Contra a bandidagem do Estado, até agora nada.

Nessas cabeças, uma negra que cresceu em favela do Rio defendendo mulheres pobres e homossexuais é apenas mais uma. Assim como um seringueiro do Acre era apenas mais um. E assim mataram Chico Mendes.

VOZ DE COMANDO
Na manhã de quarta-feira, oficiais do Exército, comandados pela general Mauro Sinott, foram inspecionar o 18º Batalhão da PM do Rio. A comitiva foi recebida por uma guarda de 20 homens, e o comandante do batalhão, coronel Marcus Vinicius dos Santos Amaral, ordenou que dessem continência ao general. Uma parte da tropa fez que não ouviu, ao que o coronel insistiu: "Todo mundo." Foi obedecido. Em seguida, quando deu o comando de "descansar", todos ouviram.

A cena foi presenciada e narrada pelo repórter Renan Rodrigues.

Essa é uma maneira de comandar uma tropa, mas há outra. O comandante manda dar continência e em seguida informa que quem não obedeceu está preso.

Quando um coronel precisa repetir uma ordem para que se saúde um general, as coisas pioraram, e podem piorar mais.

MARÇO: 1968/2018
14 de março de 2018: Marielle Franco, negra e favelada da Maré, conseguiu se formar na PUC, militou no PSOL, elegeu-se vereadora e foi assassinada no Estácio. Morreu também o motorista Anderson Gomes.

28 de março de 1968: O estudante paraense Edson Lima Souto estava numa passeata de jovens que comiam no restaurante Calabouço, tomou um tiro no peito e morreu na hora. Edson era um "calaboçal", nome dado aos estudantes que comiam naquele restaurante público e barato. O tiro que o matou teria sido dado por um tenente da PM, mas a investigação deu em nada. Naquele dia começou no Brasil um ano que não terminou, mas acabou com a edição do AI-5 na noite de 13 de dezembro.

Em 1968 havia um núcleo no governo flertando com uma radicalização da ditadura.

O MAPA DO TESOURO

A pergunta de US$ 1 milhão: o ministro Luís Roberto Barroso achou o mapa do tesouro?

Se achou, Temer enfrentará a terceira denúncia, com flechas envenenadas.

Quando o ministro Carlos Marun anuncia que vai pedir o impedimento de Barroso fica a impressão de que o ministro achou o mapa.

TENSÃO NA PGR
O ex-procurador-geral Rodrigo Janot sabia o que estava fazendo quando criticou sua sucessora, Raquel Dodge, por não ter fechado um só acordo de colaboração nos seis meses em que está no cargo.

Felizmente, Dodge não fechou acordos desastrosos como o que Janot combinou com os Batista da JBS, mas ela realmente travou todas as negociações com passarinhos interessados em cantar.

Essa blindagem provocou uma reação contrária. Advogados informam que seus clientes não querem colaborar havendo o risco de a PGR desfazer os acordos. Dizem isso mesmo quando as propostas partem dos procuradores.

PALHAÇADA
Em dezembro o juiz Glaucenir de Oliveira, da Vara Criminal de Campos, disse que o ministro Gilmar Mendes, que "não tem vergonha na cara", soltou o ex-governador Anthony Garotinho porque recebeu um mimo e "a mala foi grande".

Interpelado, tentando livrar-se de uma punição, diz: "Retrato-me de todo o conteúdo expresso no áudio". Mais: "Registro que em nenhum momento tive a intenção de denegrir sua honra."

Noves fora o "denegrir", o juiz está oferecendo a Gilmar o papel de coadjuvante numa palhaçada de magistrados.

O MONSTRO
Soltaram o monstro de 2013?
Sidnei Luis Reinert
17/03/2018 18:56

sábado, 17 de março de 2018
A imoral crítica esquerdista



Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

"Esse Judiciário não tem moral nenhuma para prender Lula". Pode estar caindo em uma perigosa armadilha retórica quem concorda plenamente com esta opinião do João Pedro Stédile, famoso líder do MST (Movimento dos Sem Terra).

O Judiciário (principalmente quando se comporta como Judasciário) tem falhas, bem como os demais poderes. O problema é quando é atacado, de forma sistêmica, por uma esquerda radicalóide, agressora da ordem pública e claramente praticante de crimes variados.

A esquerda tupiniquim consegue ser amoral e imoral. Depende da estratégia e da tática que utiliza para chegar ao poder, aparelhando a máquina estatal para tirar o máximo proveito dela. Geralmente, seu pragmatismo cínico fala mais alto. Os fins (revolucionários) justificam qualquer meio. O discurso romântico-calhorda explica qualquer coisa e qualquer ato. O canhestro canhoto ideológico alterna imbecilidade com canalhice. Os errados são sempre os outros, nunca eles, que se proclamam no lado certo da História.

O esquerdista é craque em criticar. Porém, quase sempre é um cabeça-de-bagre na realização das coisas certas. Adora corromper os valores, usando a desculpa de que apenas age para promover a tal revolução. Assim, todo ato e opinião se tornam permitidos. Vale a versão do "é proibido proibir" ?" que nada mais é que uma corrupção da liberdade. Por tal lógica distorcida, qualquer pensamento ou ato esquerdista se torna aceitável, como se fosse abençoado pelo Direito Divino definido por algum fanático.

Todos temos o direito consciente de fazer as coisas certas, respeitando o limite dos outros. O esquerdista se proclama "livre" para falar e fazer qualquer coisa que sua ideologia pregue. Tal comportamento é do sujeito claramente egoísta. Quando tal figura se junta em grupos ou em bandos, a libertinagem coletivista ganha plena força e vigor. É assim que a esquerda se junta, faz barulho e impõe sua hegemonia. Processo idêntico ocorre com o extremista que se proclama de "direita".

Toda ideologia é uma forma tacanha de dominação. Os fundamentalismos, radicalismos e extremismos dependem dos conjuntos de idéias organizadas que os legitimem perante uma maioria. Assim se forma o imbecil coletivista que, associado a hordas de políticos e seus partidos, elegerá os "legítimos representantes" de seus próprios interesses. Eis o teatrinho encenado a cada eleição. A imoral crítica esquerdista faz a festa.

Não é fácil fugir de tal armadilha no ano eleitoreiro. Ainda mais quando a disputa perde a razão e acaba dominada pela emoção. Por isso, o foco dos brasileiros de bem tem de ficar centrado nas soluções para problemas objetivos do País, rompendo com o regime Capimunista Rentista do Crime Institucionalizado.

O Brasil precisa de um Projeto Estratégico de Nação. Eis o debate que precisa começar de verdade. Só que isto é tudo que a esquerda não quer. Por isso, quem não foi seduzido pela cantada da sereia esquerdista tem o dever moral de "Pensar Brasil" e trabalhar muito para transformar este País em um lugar digno, produtivo, onde prevaleçam os princípios de Liberdade, Justiça e Prosperidade.

É assim que se neutraliza o imoral discurso de canhota.
Roberto Basei
17/03/2018 11:36
GASPAR EFICIENTE TERRA PARA SE ORGULHAR

O primeiro aniversário comemorado pela Gestão Crebis/Lu, havia uma desculpa para descrença no AR, já o segundo uma confirmação, estamos pagando muito caro pelo erro cometido, faço aqui "mea " culpa.
Quando acreditei que seria possível ter uma
Secretaria de Saúde melhor; só não foi mantido a proposta do PT, como piorou e muito e em um ano lá já passaram três secretários, passaram porque o atual é como se não tivesse.
Secretaria de Educação; a proposta do PT era referencia no país e até internacionalmente pesquisadores de Portugal andaram por aqui pesquisando sobre educação infantil e inclusão social da atual até agora não disse a que veio.
Secretária da agricultura nem vou falar nada, pois não se vê absolutamente nada, antigamente havia a feira do peixe vivo, quando se aproximava a Pascoa.
A Secretaria de assistência social fica aqui a minha pergunta que fim levou?
O trânsito temos um vice que é do ramo, nunca vi tão pior, a insegurança implantada na sociedade com esse vai e volta sem planejamento chega dar medo, dó , enjoo.
A maioria absoluta e tranquila na CAMARA nem entre eles está mais dando certo.
"Nisso particularmente acredito plenamente no DR. SILVIO, não o conheço, mas quero parabeniza lo, e dizer que fica aqui minha declaração de total apoio, o Lema do PSC é as pessoas em primeiro lugar e quando o Sr. fala que primeiro a saúde das pessoas, o SR. está sendo coerente ao que se propôs e ao seu partido, Parabéns DR. SILVIO! Um homem coerente e de palavra".
Se Gaspar tem algo para comemorar, isso é o Dr. SILVIO, está enfrentando o poder de plantão em prol da comunidade.


A IGREJA SABE! QUE ONDE O IMPIO GOVERNA O JUSTO PADECE.
Herculano
17/03/2018 08:32
da série: um dos muitos retratos de como os brasileiros estão nas mãos de políticos chantagistas e bandidos de todos os tipos.

RODRIGO MAIA É O POLÍTICO MAIS DESLEAL QUE CONHECI DESDE QUE ACOMPANHO POLÍTICA, HÁ MAIS DE 40 ANOS. AGORA EXPLORA UM CADÁVER, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Acompanho política desde os 14 anos - fazer o quê, né, gente? Cada um com as suas esquisitices... Jamais conheci político com a deslealdade desabrida de Rodrigo Maia (DEM-RJ). E raramente vi gente tão equivocada ser tão saliente. Não deixa de ser um sintoma desses dias. Até agora, a sua obra mais notável foi quase ter levado seu partido à extinção quando lhe foi passado o comando. Poderia aqui fazer o histórico de suas tolices passadas, mas, convenham, que importância teria?

Fico com o Maia do presente.

Até um dia antes da morte de Marielle Franco, o presidente da Câmara mostrava-se um defensor da intervenção. Afinal, a ação conta com o amplo apoio da população do Rio. Como ele vai se candidatar à reeleição para deputado - ou alguém leva a sério a candidatura à Presidência do "neonordestino"? -, cumpre não queimar o filme com o eleitorado. Num primeiro momento, ele ameaçou reagir porque, sabe-se lá por qual motivo, achava que o presidente deveria ter antes pedido a sua autorização... Mas logo resolveu se ater à voz do povo.

Com o assassinato de Marielle, ele passou a disparar críticas à ação do governo. E o fez da forma mais vil e asquerosa possível: afirmou, informa o Painel, da Folha, que o crime é resultado da "falta de planejamento" da operação, que passou a considerar açodada. Vale dizer: Maia se junta ao PSOL, ao PT e às esquerdas, tentando ver se consegue ser aceito por aqueles que o detestam e que o vaiaram sem nenhuma solenidade na sessão da Câmara que homenageou a vereadora morta.

Maia é politica e intelectualmente despreparado. Suas ações são fruto daquilo que foi aprendendo na prática. Não é o único. Há muito o Congresso brasileiro, na média, com as exceções conhecidas, está mais para Escolinha do Professor Raimundo do que para a Academia de Platão. E o presidente da Câmara não se encontra entre aqueles que encheriam Raimundo Nonato de orgulho...

Mas a deslealdade é feita de outro material. Nada tem a ver com a formação intelectual. Nada tem a ver com a inteligência. Lealdade é traço de caráter.

Mais: este senhor tem alguma grave distorção na formação do superego, que, no dia a dia, costuma dar às pessoas o senso de ridículo. Eu sempre sou tentado a vê-lo como um caso psicanalítico, ainda mais que tem um pai chamado "Cesar", notavelmente mais inteligente, mais culto e mais idiossincrático do que ele próprio, que nunca o escolheu como herdeiro político e que, neste momento, faz pouco caso aberto de sua suposta ambição presidencial.

Acabo de ler um texto sobre uma expedição de reconhecimento que o rapaz está fazendo no Nordeste. Foi encontrar alguns parentes distantes na Paraíba.

- Muito prazer, Paraíba, eu sou Rodrigo Maia!
- Prazer, Rodrigo Maia! Eu sou a Paraíba.

Comeu carne de bode, mas não cavalgou o jegue. E, está dado, jamais irá cavalgar o Pégaso.

Imposto sindical
Há dois dias, seus aliados tentaram ressuscitar o malfadado Imposto Sindical. Dessa matéria é feito o liberalismo do DEM. É que a gente ficou sabendo, em entrevista recente, que o partido está disposto a descobrir o seu "lado social", mais ou menos como Maia tenta descobrir o seu lado nordestino.

- Muito prazer, social, eu sou Rodrigo Maia!
- Prazer, Rodrigo Maia! Eu sou o social.

O presidente da Câmara seria um bom emblema da tragédia intelectual, da covardia e da falta de referências que colhe o chamado "centro político" não fosse ele, a esta altura, uma figura quase cômica. Mas de uma comicidade triste, aborrecida, acabrunhada, como ele próprio. Chegou à Presidência da Câmara com o apoio do presidente Michel Temer, sim, a quem tentou golpear mais de uma vez. E o faz agora, de novo, na ânsia por espaço e por protagonismo. No comando da Casa, resolveu ser reverente às esquerdas e a seus pleitos. E, agora, como se vê, estimula os ataques ao governo federal num momento extremamente delicado. A crítica é de uma irresponsabilidade assombrosa.

O destrambelhamento da Lava Jato, que fez o desfavor de ressuscitar o PT e que levaria à eleição de Lula não fosse o impedimento determinado pela Justiça, só prosperou e fez história porque encontrou pela frente valentes como este senhor.

Há muito tempo a deslealdade marca a sua atuação. Desta feita, no entanto, ele foi longe demais. Afinal, há um cadáver ilustrando a sua fala covarde.
Herculano
17/03/2018 08:21
AS VOLTAS QUE A JUSTIÇA DÁ, por Carlos José Marques, editorialista da revista Isto É, que já está nas bancas.

Não tem sido fácil para a ministra Cármen Lúcia manter o mínimo de dignidade e liturgia institucional no Supremo. As pressões são enormes, como ela mesma admite. As injunções e incursões de figuras alheias ao funcionamento da Alta Corte, que trafegam pelos corredores do STF e tomam as salas dos excelentíssimos ministros como se fossem donos do pedaço, são de estarrecer qualquer guardião da lei e da ordem comprometido com o princípio de que a Constituição tem de valer e ser seguida à risca por todos os homens ?" sem acertos de última hora ou ajustes para acomodar eventuais inconvenientes que atinjam esse ou aquele dignitário cidadão da República. Querem, a qualquer custo, quebrar com esse pilar de civilidade.

Legisladores, advogados, juízes, aliados, a corriola de adoradores e bajuladores do ex-presidente Lula avançam em romaria em direção ao Supremo na busca do casuísmo que livre o líder petista da cadeia. Nunca se viu nada parecido. Os poderosos, de maneira geral, habitam um mundo onde a influência, o "sabe com quem está falando?", conta muito, especialmente em republiquetas das bananas, como o Brasil invariavelmente, em ocasiões do tipo, costuma se portar. Trata-se de uma estranha patologia nacional, está de bater à porta de meia dúzia de notáveis, toda vez que, para o bem ou para o mal, um desejo fora do convencional e do que manda a regra é gestado por essa turma. Agora acorre-se ao doutor Sepúlveda Pertence, juiz aposentado do STF, imbuído às pressas do papel de defensor de Lula, para polir a imagem dele nos tribunais que o condenam.

E o togado Pertence, investido de seu sacrossanto saber jurídico e acolitado por arcanjos do Congresso, pontifica sobre o insustentável: revisitar a lei a fim de modificá-la para barrar a execução de pena em segunda instância que empurra Lula, inevitavelmente, para as grades. Ou, por atalhos ainda mais tortuosos, busca um habeas corpus redentor, um quase indulto a ferir frontalmente a lei em vigor. De uma maneira ou de outra, não são nada republicanas as gestões em curso. E a razão dessas manobras é, ao menos em parte, a abertura concedida pelos senhores magistrados para tal.

Assiste-se, assim, ao trêfego debruçar de representantes legais em discussões de apelo forense nos gabinetes dos ministros do STF que, de sua parte, avaliam e reavaliam alternativas, serzem e descosturam artigos constitucionais de maneira a oferecer interpretações passíveis de atender aos interesses demandados. A propensão nesses casos é a dos senhores magistrados frequentarem os enganos mais redondos. Virou corriqueiro, de uns tempos para cá, amarrotar a Carta Magna, com a complacência dos tribunais. O que está em jogo nessa pajelança legal é a credibilidade do Judiciário e do sistema de leis que regem suas decisões.

Na Alta Corte é flagrante a fragilidade nas convicções jurídicas de alguns membros. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, já foi favorável ao cumprimento da pena na condenação em segunda instância. Votou nesse sentido na última sessão do colegiado que deliberou a questão. Agora pensa em voltar atrás. Na semana passada, livrou quatro condenados da prisão que se encontravam nessas circunstâncias. O decano Celso de Mello, por sua vez, com a toga sempre polida e barrete peremptório, tenta empreender uma cruzada deveras constrangedora: liderar os colegas para o retrocesso, provocando mais uma vez a discussão com o objetivo de rever entendimentos anteriores para, claramente, favorecer Lula. Mello, cujo aplomb jurídico é respeitado por seus pares, trata de enriquecer a coreografia de suas últimas aparições públicas com uma profusão garbosa de argumentos sobre liberdade individual, presunção de inocência e quetais para tratar do que realmente interessa. Curiosamente outros quatro mil processos, em condições semelhantes ao de Lula, não tiveram tamanho engajamento lá atrás nem invocação dos riscos de injustiça, como é feito agora. Decerto choca o País o sobranceiro atrevimento com que alguns magistrados advogam ao sabor das circunstâncias.

As idas e vindas nas deliberações funcionam como verdadeiros agentes de instabilidade no sistema judicial. Mendes, com seus ralos cabelos, meticulosamente penteados para trás, cada fio em seu lugar, como convém a um restaurador da ordem, está sorvendo com prazer e vagar os resultados de suas falas, que parecem convencer cada vez mais convivas. Na outra ponta, opositora de calibre e resistência, Cármen Lúcia desponta como fiapo de esperança da legalidade brasileira.

A ?"pera dos Embusteiros do PT seguiria seu curso se uma juíza de verdade não atravessasse a partitura com a protofonia da Constituição e os acordes do Código Penal. Designada presidente do Supremo, Cármen Lúcia limitou-se a cumprir seu dever. Enxergou as coisas como elas são, eviscerou o esquema criminoso e, amparada na lei, deixou claro que corrupção dá cadeia.
Herculano
17/03/2018 08:10
O CUNHADO: O DISCRETO OPERADOR QUE PODE ATRAPALHAR OS PLANOS DE ALCKMIN

Conteúdo parcial da edição impressa da revista Época deste final de semana. Texto de Thiago Herdy.

Há pouco mais de 20 anos, Fernando Henrique Cardoso esteve em Sumaré, no interior de São Paulo, para inaugurar a primeira fábrica de veículos da Honda no Brasil. Era outubro de 1997. O tucano presidia o país, conseguira aprovar recentemente a emenda que permitia sua reeleição e intensificava a agenda eleitoral. FHC dividiu as fotos e os discursos com o correligionário Mario Covas, governador de São Paulo. Tratava-se de um evento típico de pré-campanha. A presença da dupla conferia prestígio à montadora, mas também a ambos, que tirariam dividendos eleitorais de um ato que anunciaria grande geração de empregos.

Havia uma presença discreta no evento: o empresário paulistano Adhemar César Ribeiro, naquele momento com 56 anos, irmão da mulher de Geraldo Alckmin. O tucano casou-se em 1979 com Maria Lúcia Guimarães Ribeiro, conhecida por dona Lu. Em 1997, ele já era vice-governador de São Paulo, dando início a uma trajetória política que só viria aumentar sua projeção nacional.

Dentro do partido e entre parte do empresariado nacional, Adhemar Ribeiro era mais conhecido como arrecadador informal de campanha de FHC. Ele não estava como espectador na inauguração em Sumaré. Estava a trabalho. Pouco antes, ele pedira à Honda dinheiro para a campanha de Fernando Henrique. Em contrapartida, a empresa pedira que FHC participasse da inauguração da fábrica. Ao lado de Ribeiro estava seu futuro sócio e amigo, Henrique Saraiva.

Era claramente uma relação de troca - um quid pro quo questionável moral e legalmente. "Adhemar era uma figuraça", disse Saraiva por telefone a ÉPOCA, com a ternura das velhas amizades. Ele acompanhou o episódio Honda de perto. Apesar de confirmar os fatos, tentou minimizar a gravidade da situação. "Na época, ele (Ribeiro) deixou claro que aquilo não era negociação ou troca. Você quer isso, eu quero aquilo. Se você quer fazer, faz. Mas não era uma coisa vinculada com a outra", disse Saraiva.

Ao fim da cerimônia de inauguração, um diretor da Honda, acompanhado por assistentes, abordou Saraiva e Ribeiro. Queria agradecer o encontro. Um assistente entregou um envelope parrudo a Saraiva. "Abri, vi que tinha R$?50 mil lá dentro. Agradeci muito, ficamos com aquele dinheiro para a campanha. Peguei o envelope e entreguei para o Adhemar. Não sei como ele descascou esse abacaxi", disse Saraiva, para quem a doação foi feita "na maior pureza". "Era um pessoal muito simpático", lembrou, sobre a equipe da Honda. Não há registro na Justiça Eleitoral sobre os R$?50 mil da Honda à segunda campanha presidencial de fhc. Pela atualização monetária, os R$?50 mil de 1997 equivalem a R$?232 mil de hoje.

Transações em dinheiro vivo, por definição, são difíceis de rastrear. Torna-se quase impossível saber a verdadeira origem dos recursos, assim como descobrir o beneficiário final, aquele que gastou o butim. Por isso envelopes parrudos são comuns em campanhas eleitorais. Protegem quem dá e protegem quem recebe, escondendo a relação de troca entre políticos e empresários. Mascaram também a origem do dinheiro; não se sabe se ele é legal ou ilegal. São operações que permanecem nas sombras. O termo "caixa dois" não expressa a verdadeira natureza criminosa dos financiamentos clandestinos de campanhas eleitorais. Muito menos o eufemismo "recursos não contabilizados".

Nos 20 anos que se seguiram à segunda campanha presidencial de FHC, Ribeiro ficou na dele. A ascensão política de Alckmin - de vice a governador, de governador a candidato a presidente, de governador novamente a novamente pré-candidato a presidente - não alterou sua discrição. Nem, aparentemente, sua relação com envelopes pardos destinados ao PSDB. Há um ano, quando o nome de Ribeiro apareceu na delação da Odebrecht como o homem que intermediava dinheiro vivo entre a empreiteira e a campanha de Alckmin ao governo de São Paulo em 2010, poucos o conheciam. Poucos ainda o conhecem - e sabem o risco que ele representa às pretensões presidenciais de Alckmin. Há um inquérito aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o governador de São Paulo e seu cunhado. Tramita em sigilo.

Nas últimas seis semanas, ÉPOCA investigou as incursões de Ribeiro no submundo da arrecadação de campanhas. Levantou, por meio de documentos e testemunhas, seu patrimônio, processos antigos, os negócios de suas empresas e episódios controversos de sua vida. Ao todo, 78 pessoas foram entrevistadas. As evidências obtidas pela reportagem corroboram a suspeita de que Ribeiro atuou como arrecadador informal de campanhas do PSDB. Revelam que, apesar de ter feito fortuna como banqueiro e empresário, ele mantém, por meio de sua família, negócios sob influência direta da gestão Alckmin no estado de São Paulo, como a concessão para a exploração de cinco aeroportos regionais - contratos assinados mediante uma licitação com indícios consistentes de favorecimento ilegal ao filho do cunhado. Ou seja, ao sobrinho do governador. A investigação aponta também que, mesmo contando com um patrimônio que inclui salas comerciais, uma mansão situada em área de 2.300 metros quadrados no Morumbi, uma fazenda centenária com centenas de cabeças de gado em Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, um casa em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, e um barco avaliado em US$ 400 mil, Ribeiro deve à cidade de São Paulo R$?1,15 milhão em IPTUs atrasados.
Herculano
17/03/2018 08:02
ESTRANHO SILÊNCIO

1. "Se vocês querem investigação, punição exemplar e o escambau, votem no único cara que definiu o que fazer com bandido em uma única frase: 'Tem que se foder e acabou'. Eu trocaria o 'Ordem e progresso' (positivista e tosco) por isso. E acabou", por Flávio Morgenteirn, no twitter.

2."Passa meses se dizendo 'preocupado com a segurança pública'.Some do mapa quando o tema do país inteiro vira segurança pública graças aos homicídios na capital do estado que o elegeu. Quem é este político brasileiro?", do Instituto Liberal de São Paulo no twitter
Herculano
17/03/2018 07:52
POIS É... E AGORA?

"Marielle Franco, estrela do PSOL no Rio de Janeiro, foi assassinada por bandidos, e ninguém mais. A esquerda sempre recomenda 'dialogar' com os criminosos, respeitar os seus direitos, não recorrer à 'repressão', desarmar a polícia, tirar o Exército da rua. O que aconselha agora?". A observação é de J.R. Guzzo, de Veja.
Herculano
17/03/2018 07:48
Só ESTE ANO, 17 VEREADORES FORAM ASSASSINADOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

Pode até parecer que Marielle Franco (PSOL-RJ) foi a primeira vereadora assassinada covardemente no Brasil, só que não. Apenas nos primeiros 80 dias deste ano foram assassinados 15 vereadores em todas as regiões. No Rio, 17 policiais militares foram executados por bandidos. Os veículos de comunicação cariocas acompanharam com helicóptero todo o velório da vereadora assassinada por bandidos, mas ignorou quase todas as demais mortes de vereadores e PMs.

PROBLEMA É NACIONAL
Foram executados este ano Vereadores em Alagoas, Rondônia, Bahia, Amazonas, Rio Grande do Sul, Piauí, Pernambuco e Paraná.

DE UMA Só VEZ
Em um só caso, dois vereadores paranaenses foram assassinados durante um assalto em Barra do Jacaré (PR).

MOTIVO FÚTIL
O vereador Jorge Cunha (Pros) foi executado em Apicum Açu (MA) porque não tinha nem sequer 2 reais exigidos pelos assaltantes.

SEM TV AO VIVO
Em 2017, 134 PMs foram executados no Rio, sem comoção, exceto dos familiares e nos quartéis. Quase todos negros e negras, e pobres.

SÚMULA DO STF MANDA IGNORAR 'HC' JÁ INDEFERIDO
Deve ser ignorado eventual pedido de habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF) para adiar a prisão do ex-presidente Lula. A menos que o ministro encarregado de tomar a decisão resolva ignorar a Súmula 691, do próprio STF, aprovada com apoio do então ministro Sepúlveda Pertence, vedando a seus ministros conhecer habeas corpus já negado por tribunal superior. Respeitada a Súmula 691, fica valendo a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O QUE PREVALECE
Se o STF respeitar a própria Súmula, de 2007, vai prevalecer o decisão do ministro Humberto Martins, do STJ, negando o benefício a Lula.

A SÚMULA 691
Pela Súmula 691, "não compete" ao STF examinar decisão de relator indeferindo em habeas corpus requerido a tribunal superior.

ACACHAPANTE
Ao examinar o mérito do habeas corpus de Lula, a 5ª turma do STJ referendou por unanimidade a decisão do ministro Humberto Martins.

O SILÊNCIO DE BOLSONARO
Tem incomodado até aliados o silêncio de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) diante do assassinato da vereadora Marielle. Deputado pelo Estado, seu posicionamento era aguardado. Até parece que não se importou.

A NOITE É DOS BANDIDOS
A Polícia Militar levou 35 minutos para aparecer no local do assalto a uma agente da Polícia Civil do DF, ocorrido às 22h40 de quinta, apesar de o QG da PM estar distante cinco minutos. Os bandidos levaram viatura e arma. Em Brasília, a PM se recolhe e a noite é dos bandidos.

ASSIM NÃO DÁ
A boa notícia para bandidos, no Brasil, é o limite de 30 anos de cadeia. Sejam os assassinos de Marielle, traficante, criminoso só pode ficar encarcerado, no máximo, por três décadas. Mas é raro acontecer.

PATRULHA NAS REDES
A ex-jogadora de vôlei Ana Paula, musa também no Twitter, foi atacada por divulgar levantamento indicando que se mata mais no Brasil (58 mil ao ano) que em mais de 30 países somados, incluindo Estados Unidos.

ATÉ PARECE
Após a morte da vereadora Marielle, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), enroladíssima em ações criminais, disse que seu partido, assíduo frequentador das páginas policiais, "exige a apuração". Agora vai.

TRIBUTO À INUTILIDADE
O deputado Cabo Sabino (PR-CE) fez projeto obrigando o uso de papel higiênico "hidrossolúvel" em todos os estabelecimentos comerciais do Brasil. Quem descumprir pode até perder o alvará de funcionamento.

'INVASORES' BEM-VINDOS
O aumento de 16% no número de voos fretados para o Brasil chamou atenção de Anac e Embratur. Foram 160 em fevereiro de 2017 e 185 no mês passado. É a volta de grupos em turismo de alto padrão.

FAB ABRE CURSO
A Força Aérea publicou Instruções para Formação de Oficiais Aviadores, Intendentes e de Infantaria de 2019 da Academia da Força Aérea. São 84 vagas e as inscrições se iniciam na próxima terça.

PENSANDO BEM...
...as manifestações pela morte da vereadora nos mostraram que, quando o protesto é mesmo espontâneo, não há vandalismo.
Herculano
17/03/2018 07:35
da série: o PT renegou a Segurança Pública e deixou os cidadãos nas mãos dos bandidos, corrompeu o estado e se estabeleceu na bandidagem, mas agora, cobra atitudes dos adversários colando uma culpa que ele próprio ajudou a criar. O PT e a esquerda do atraso tem parte no ato perpetrado por bandidos contra um dos seus, como todos nós quando aceitamos esse discurso hipócrita, omitimos-nos no contraponto e silenciamos-nos como analfabetos, ignorantes e desinformados que não somos. Democracia se faz antes com respeito à lei, às instituições e gente condenada no devido processo legal na cadeia. O PT no governo e com os seus demonstra que é sistematicamente contra isso para si e os seus. Então...

ASSASSINATO DE MARIELLE REPRESENTA O FRACASSO DA DEMOCRACIA, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Ina´cio Lula da Silva, PT, no jornal Folha de S. Paulo

O assassinato de Marielle Franco (PSOL-RJ) representa o fracasso da minha geração. Quando a vereadora estava nascendo, nós apostávamos as fichas em que a democratização do país aboliria a violência política do solo brasileiro. Mais do que isso: saindo do regime militar, em que a tortura se convertera em orientação de Estado, nos organizamos para que os direitos humanos fossem o centro da nova democracia.

O homicídio que vitimou a parlamentar mostra que nem uma coisa nem outra vingou. Embora não se saiba ao certo quem e por que a matou, os indícios apontam na direção de calar uma ativista a favor dos pobres, das mulheres e dos negros em uma das regiões mais modernas do Brasil.

Uma cidadã que escolheu o caminho institucional democrático, e nele foi bem-sucedida, terminou sumariamente eliminada pela ação violenta dos que são, na prática, contra a democracia.

Marielle atuava na defesa da juventude que vive nas comunidades do Rio. Uma semana atrás, publicara um texto numa rede social denunciando que "dois jovens foram mortos e jogados em um valão".

O morticínio de meninos e meninas no Brasil é tão grave que, desde 2015, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei (2438) para instituir o Plano Nacional de Enfrentamento ao Homicídio de Jovens.

Marielle no complexo da Maré e a peça legislativa em Brasília evidenciam dois aspectos contraditórios da realidade nacional.

Do lado positivo, a persistência da mobilização em favor dos direitos humanos que, iniciada ainda nos interstícios da ditadura, prossegue décadas depois da redemocratização. Novas gerações, que Marielle representava bem, tomaram para si as bandeiras levantadas pelos pais e avós.

Do lado negativo, estatísticas recentes atestam a permanência do fosso que nos separa das nações adiantadas. Segundo a Unicef, o Brasil teve uma taxa de 59 mortes violentas de crianças e adolescentes (10 a 19 anos) para cada 100 mil em 2015 ?"a sétima maior do mundo. Na Europa ocidental, no mesmo ano, o índice foi de 0,4 para cada 100 mil.

Em suma, a luta continua, porém com resultados tímidos. Pior, o clima geral regressivo, de que o atentado fatal contra Marielle faz parte, ameaça a democracia desde diversas frentes. Será necessário reorganizar a sociedade por baixo, como se fez após 1964, para reabrir as amplas avenidas democráticas.

Ninguém desistirá, mas é realista constatar que a tarefa era mais exigente do que parecia nos idos de 1980. Sabia-se que a formação brasileira envolvia extrema crueldade. Minha geração não foi capaz de superá-la.
Herculano
17/03/2018 07:25
DIGITAIS DO ESTADO ABUNDAM NA MORTE DE MARIELLE, por Josias de Souza

O proverbial abismo para o qual a segurança pública caminha no Brasil é uma figura de retórica convenientemente dispersa. Como a bandidagem já dá as cartas há muito tempo e, mesmo assim, o brasileiro continua a ver suas novelas e a pagar os seus carnês, o país vive a ilusão de que o inferno é apenas uma ficção admonitória que nunca se tornará uma realidade irrefutável. Mas a investigação preliminar do fuzilamento da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, indica que o caos completo já chegou. O Estado, que deveria prover a segurança, deixou uma abundante quantidade de digitais na execução.

As autoridades de Brasília, incluindo Michel Temer, ruminam a certeza de que o crime da noite de quarta-feira foi um desafio à interferência de Brasília na segurança do Rio. Se a intervenção a ser afrontada é federal, nada mais perturbador do que utilizar munição federal para atingir o alvo. As nove cápsulas de balas calibre 9 milímetros recolhidas na cena do crime pertenciam ao Departamento de Polícia Federal, em Brasília. Espanto!

A munição veio de um lote de 1,9 milhão de balas vendidas à PF em 2006 pela CBC, Companhia Brasileira de Cartuchos. Uma parte foi desviada, confirma o ministro Raul Jungmann (Segurança Pública). Num desses desvios, ocorrido em 2007, um escrivão chamado Cláudio de Souza Coelho vendeu os cartuchos da PF a bandidos do Rio, acrescenta Jungmann. Pasmo!

O escrivão foi processado, demitido e preso. Entretanto, Jugmann esclarece que mais de 50 inquéritos já foram abertos em função do surgimento das cápsulas surrupiadas da Polícia Federal em cenários de crimes -no Rio de Janeiro e alhures. Quer dizer: a PF diz ter punido o escrivão que entregava ouro aos bandidos. Mas não logrou recuperar a munição, que continua produzindo cadáveres mais de uma década depois do desvio. Estupefação!

Longe dos holofotes, autoridades e investigadores classificaram o assassinato de Marielle como uma "execução" desde a primeira hora. Diante dos repórteres, porém, os protagonistas do caso comportavam-se como se tivessem sido assaltados por uma dúvida. Ou várias dúvidas. Natural. Os bons detetives sempre abrem o leque de hipóteses no início de uma investigação. De resto, a coisa anda tão degradada no Rio de Janeiro que até as dúvidas assaltam. Mas as imagens captadas por câmeras ao longo do trajeto de Marielle vão dissipando as incertezas.

Já não há a mais remota dúvida de que Marielle e seu motorista foram passados nas armas com método. Coisa de profissionais. Sob o guarda-chuva do general-interventor Braga Netto, que administra a segurança do Rio por procuração de Temer, a própria Polícia Civil fluminense informou aos escalões superiores que sua principal linha de investigação é a seguinte: a execução foi planejada e executada por policiais ou ex-policiais que atuam em milícias.

Escondidos num carro estacionado atrás do veículo de Marielle, os assassinos poderiam ter disparado contra ela na Rua dos Inválidos, na saída do sobrado em que a vereadora se reuniu com um grupo de mulheres negras. Mas fizeram questão de ostentar a própria destreza. Seguiram o alvo por cerca de 15 minutos, em dois carros. Um deles emparelhou com o veículo em que estava Marielle. Os vidros escuros não prejudicaram a pontaria direcionada para vulto acomodado no banco de trás.

Se as suspeitas dos investigadores estiverem corretas, Marielle e Anderson foram executados com as balas federais da PF, disparadas por matadores ainda pendurados na folha estadual ou assassinos que aproveitam o treinamento que receberam às custas do Estado para empreender no ramo da barbárie.

Em português claro: a menos que as apurações sofram uma reviravolta, há uma enorme probabilidade de emergir das investigações um assassinato, por assim dizer, estatal. Em linguagem ainda mais clara: na guerra que Temer deflagrou ao assinar o decreto de intervenção, em 16 de fevereiro, o primeiro inimigo a ser enfrentado é o bandido doméstico, infiltrado nas forças de segurança do Estado.

Trata-se de uma obviedade que o general Braga Netto não ignora. Aliás, o interventor já manuseou o detergente ao trocar os comandos das polícias civil e militar. Começou a passar o rodo, providenciando meia dúzia de prisões. O esforço vai virar fumaça se a intervenção não apresentar rapidamente os executores de Marielle e Anderson.

Num país como o Brasil, que se equilibra à beira do vácuo em vários setores, há muitas definições para abismo. Mas, na área de segurança pública, nada se parece mais com o fundo do poço do que um cenário no qual as pessoas não se animam a conversar com um policial a não ser em legítima defesa. A certeza de que o abismo pode ser adiado indefinidamente derrete quando se constata que o Rio é apenas o pedaço do problema que está na vitrine. Há mais encrenca no fundo da loja.

Ao refazer o caminho da munição usada na execução do Rio, a polícia verificou que balas do mesmo lote surrupiado da PF mataram 17 pessoas no caso que ficou conhecido como chacina de Osasco, em 2015. Puxaram o gatilho três PMs e um guarda civil. Além dos cartuchos da PF, usaram projéteis adquiridos na CBC pelo Exército (um lote) e Polícia Militar de São Paulo (dois lotes).

O crime no Brasil é organizado porque o Estado é esculhambado. Tão avacalhado que a bandidagem consegue roubar bala das forças estatais como quem toma pirulito de criança. Além da certeza de que a segurança pública caiu no abismo não há a menor dúvida sobre quem o cavou.
Herculano
17/03/2018 07:19
FORA DOS LIMITES, editorial do jornal Folha de S. Paulo

No conteúdo, pode-se até concordar em boa parte com os argumentos do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, em sua decisão de vetar pontos do indulto natalino concedido pelo presidente da República.

Com efeito, como já se apontou aqui, foi exagerada e inédita a indulgência com que Michel Temer (MDB) exerceu sua prerrogativa de extinguir ou comutar a punição de condenados pela Justiça.

Para se ter uma ideia, entre 2001 e 2006 o indulto era concedido a quem tivesse sido sentenciado a seis anos de prisão, no máximo, havendo cumprido um terço da pena.

O mais recente decreto presidencial aboliu qualquer prazo, podendo beneficiar aqueles que sofreram punições muito mais graves, exigindo o cumprimento de apenas um quinto delas.

Ainda que não contemple os condenados pelos chamados crimes hediondos, o benefício concedido por Temer se caracteriza, no mínimo, pelo alcance desmedido e pela inoportunidade política.

É forte, na sociedade brasileira, a indignação com os delitos de poderosos e os desvios de verbas públicas. Tendo muitas explicações a dar no que tange ao próprio comportamento e dos seus auxiliares, o presidente colocou sob suspeita os motivos, em tese humanitários, do indulto que concedeu.

Atendendo aos reclamos da Procuradoria-Geral da República, o ministro Barroso reforçou a nota crítica, argumentando que falta "legitimidade democrática" à medida, que estaria contrariando o sentimento geral da população.

Certamente, este se inclina pela recusa à impunidade ?"cabendo considerar, de todo modo, que muitos crimes em que não há ameaça física para os cidadãos mereceriam antes penas alternativas severas do que o encarceramento.

Seja como for, não está previsto nas atribuições de um ministro do STF o poder de modificar conforme sua opinião pessoal os atos do chefe de governo. O critério da sintonia com a vontade popular não é da competência de nenhum magistrado no Estado de Direito; é puramente político.

Barroso tem se notabilizado, contudo, por esse tipo de aceno à plateia. Obtém destaque e simpatias tanto por sua oposição ao governo Temer quanto pelo contraste que, no outro polo da mesma presença midiática, é oferecido pelas constantes e incontidas declarações do ministro Gilmar Mendes contra o Ministério Público.

Certamente, não é o caso de propor o impeachment de Barroso, como sugere outro personagem desconhecedor dos próprios limites ?"o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.

Ao menos, este não se importa com a popularidade, nem poderia. O lamentável é que um membro do STF queira agir como presidente, legislador ou candidato.
Sidnei Luis Reinert
16/03/2018 21:55
HERCULANO,16/03/2018 16:42

Nota-se que eleitores de esquerda são em geral do tipo "CAVIAR", Mamam em cargos públicos bem remunerados, ou tem empréstimos tipo "BNDES". Parece que fora isto, está difícil angariar um número expressivo de tolos. Falta agora um presidente para mudar o modelo de Estado vigente, só assim para acabar com a festa destes aproveitadores.
Herculano
16/03/2018 21:06
POIS É

Ricardo Noblat, de O Globo, escreveu em seu blog o óbvio, para quem olha a histeria Marielli Franco, Psol, nos noticiários feitos pelas redações majoritariamente da esquerda do atraso.

"Está na hora de nós, jornalistas, revermos nossos métodos de trabalho. Se Marielle foi tudo isso que dizemos dela, estávamos obrigados a cobrir melhor suas atividades. E não o fizemos. Também não vimos antes o estrago que Sérgio Cabral e sua gangue causavam ao Rio de Janeiro".
Roberto Sombrio
16/03/2018 20:13
Oi, Herculano.

Cada dia vemos mais claro que estamos sendo dirigidos por pessoas sem caráter, cujo único intuito é manter-se no poder ou não tirar a bunda da cadeira que lhe deram.

Michel Temer em seu pronunciamento ontem disse: "não vão matar o nosso futuro". Realmente impossível, pois já mataram o presente.

Rachel Dodge disse: "que o assassinato da vereadora Marielle é um atentado a Democracia". A morte de todos os outros brasileiros é o que? Quer posar de bacaninha fica na praça pintada de dourado.

Isso mostra que o Brasil está nas mãos de quem pouco se importa com país.

Herculano
16/03/2018 16:42
da série: imagem postiça

MARIELLE NÃO FOI ELEITA PELAS FAVELAS

Conteúdo de O Antagonista. Um mapeamento exclusivo de O Antagonista sobre os votos que Marielle Franco obteve em 2016 revela que a vereadora do PSOL, executada há dois dias, não foi eleita pelas favelas.

Cerca de 20 mil votos ?" quase metade dos 46 mil votos que elegeram a socióloga, saíram dos bairros nobres da Zona Sul carioca e da Barra da Tijuca, Zona Oeste.

Enquanto na Rocinha ela teve apenas 22 votos, no Leblon foram 1027. Marielle colheu mais 1.900 votos em Laranjeiras e outros 2.742 votos em Copacabana.

Na também famosa Cidade de Deus, foram apenas 89 votos. Já na Freguesia, área de classe média alta de Jacarepaguá, a política do PSOL foi a escolha de 707 eleitores.

Na Grande Tijuca, área nobre da Zona Norte, Marielle teve um ótimo desempenho: 6.500 votos.

É impressionante verificar que no Complexo da Maré, suposta base eleitoral da vereadora, foram apenas 50 votos.

Se incluirmos Ramos e Bonsucesso, esse número sobe para 2.196 votos ?" resultado distante do obtido entre o eleitorado de melhor poder aquisitivo.
Herculano
16/03/2018 15:36
LULA SE APROPRIA DO CADÁVER DE MARIELLE FRANCO


Conteúdo de O Antagonista. O PT se apropriou do cadáver de Marielle Franco para defender o criminoso condenado Lula.

Leia o documento asqueroso que o partido publicou ontem à tarde:

"O cerco ao companheiro Lula ocorre em meio a uma escalada de autoritarismo no país, em que os movimentos sociais são reprimidos, professores são espancados, a universidade é atacada, artistas são censurados, setores politizados do Judiciário atuam casuisticamente e o governo golpista apela, de forma demagógica e irresponsável, para a militarização de esferas de competência do poder civil.

A cada violação de direitos individuais e coletivos vai se impondo um estado de exceção no país, acobertado pelo discurso do ódio e da intolerância.

A mais recente e trágica consequência dessa escalada foi o assassinato, na noite de ontem, da companheira Marielle Franco, vereadora do PSOL do Rio de Janeiro. A cruel execução de Marielle choca a Nação e põe a nu a violência e a criminalização da pobreza, do povo negro, das mulheres, jovens e LGBTs, dos militantes dos movimentos sociais e da esquerda. Marielle vive em nossa luta.

É nesse ambiente opressivo que o governo golpista vai impondo sua agenda de retrocessos e desmontes de direitos históricos dos trabalhadores e das políticas sociais conquistadas pelo povo nos governos do PT, voltando-se até mesmo contra uma das mais simbólicas dessas conquistas, o Bolsa Família."
Roberto Sombrio
16/03/2018 14:55
Oi, Herculano.

Pedro Celso Zuchi reivindica a paternidade das pavimentações das ruas Arthur Poffo e Pedro Schmitt Junior. Não terminou o filhos e quer ser o pai. O mundo está bobo mesmo. Infelizmente quem podia ensinar algo ao PT faleceu ontem; STEPHEN HAWKING.

"Marielle, presente!" Não se espantem quando as investigações descobrirem que ela foi morta a mando de Lula e do PT, assim como Celso Daniel.
Herculano
16/03/2018 12:30
URGENTE

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO, SUSPENDEU A COBRANÇA DO IMPOSTO SINDICAL DOS SERVIDORES DE GASPAR

A DESEMBARGADORA MARIA DE LOURDES LERIA ATENDEU A UM MANDADO DE SEGURANÇA DA PREFEITURA DE GASPAR EM FAVOR DE SERVIDORES DIANTE DA NECESSIDADE DE FECHAR O PROCESSAMENTO DA FOLHA DE PAGAMENTO DO MÊS DE MARÇO.

A COBRANÇA DO IMPOSTO SINDICAL - QUE PELA REFORMA TRABALHISTA DESAPARECEU, NÃO É COMPULSóRIO OU OBRIGATóRIO - FOI PEDIDO PELO SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO PÚBLICO DE GASPAR - SINTRASPUG.

O PEDIDO FOI ACEITO E A JUÍZA DO TRABALHO DE BLUMENAU, DESIRRE DORNELES DE ÁVILA BOLLMANN, DETERMINOU O DESCONTO DO IMPOSTO SINDICAL DE TODOS OS SERVIDORES AGORA EM MARÇO. NO MANDADO A JUÍZA NÃO SE MANIFESTOU EM DEFESA DE SUAS TESES.

O SINTRASPUG AINDA NÃO SE MANIFESTOU O QUE FARÁ DIANTE DESTA DECISÃO DO TRT CONTRA AS SUAS PRETENSÕES
Herculano
16/03/2018 11:47
PERIGOSO NO RIO NÃO É SER MULHER, NEGRA, LÉSBICA E FAVELADA. MORRE-SE MAIS POR SER PM. MATEMÁTICA PARA A ESQUERDA AMORAL, por Reinaldo Azevedo na Rede TV.

"Não acabou, tem que acabar; eu quero o fim da Polícia Militar". Ouviu-se, nesta quinta, esse grito em várias cidades brasileiras, especialmente no Rio e em São Paulo. Como antevi que aconteceria em textos nesta madrugada, as esquerdas foram às ruas e às praças para acusar as forças oficiais de segurança pelo assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL. Seu partido, em coro com o PT, tentou jogar a tragédia nas costas da intervenção no Estado, como se a ocorrência não reforçasse a necessidade da ação do governo federal.

É claro que o debate sobre o assunto pode ser travado no terreno dos valores, da ideologia, da política. Mas pretendo aqui evidenciar a vigarice moral dessa gente com números, com a matemática. Entrar na rinha puramente valorativa corresponde a dar aos esquerdistas o seu palco predileto, que é o da autovitimização triunfante. Ou vocês, como eu, não cansaram de ler textos a lembrar que Marielle era mulher, negra, favelada, socialista, lésbica e contra a intervenção"? Isso faz supor que a eventual morte de um homem branco, do asfalto, liberal, hétero e favorável à intervenção mereceria indignação menor.

Não é de hoje que as esquerdas fazem hierarquia de vítimas e mortos, desde que isso possa servir à sua causa. Há quantos anos escrevo contra a barbárie nos presídios e cadeias? Sempre existiu tortura no Brasil. Os camaradas vermelhos só lutaram por indenizações para os torturados com pedigree ideológico. A propósito: se Marielle, ainda que negra e favelada, fosse hétero e de direita, a indignação já seria menor. Se lésbica, mas branca, ainda que socialista, também a comoção industriada seria mais contida. Esses papa-defuntos precisam de uma morta que seja, ao menos tempo, um "combo" de opressões para que, como dizem, "seu martírio não seja em vão".

O conjunto é nauseante. Essa gente é incapaz de expressar o luto, palavra oriunda do vocábulo latino "luctus", que deriva do verbo "lugeo", que quer dizer chorar a perda de alguém. Antes mesmo que possa demonstrar sofrimento, o cadáver é logo carregado em triunfo em nome de uma causa.

Sim, só Marielle trazia tantas marcas distintivas da militância e portava tantas bandeiras - inclusive o equivocado estandarte contra a intervenção. Mas sabem quantos outros seres humanos, a exemplo dela, que também tinha essa condição, foram assassinados no Estado no ano passado? 6.371! O que fez com que a taxa de homicídios chegasse à escandalosa marca de 40 por 100 mil habitantes. Sim, há unidades da federação com números ainda piores. E as esquerdas ficaram em casa.

Ataca-se a Polícia? Com efeito, desse total, 1.124 mortes se deram em decorrência de ações policiais, uma taxa de 6,7 mortes por 100 mil habitantes - o número é realmente escandaloso. Mas nada, meus caros, nada mesmo se equipara ao que acontece com os próprios policiais militares, eleitos os vilões da hora. Em 2017, foram assassinados 134, de um total de 45.429 homens.

Preste atenção, leitor, para o tamanho da delinquência moral da esquerda que grita "Não acabou, tem que acabar; eu quero o fim da Polícia Militar". Relembro: houve 40 homicídios por 100 mil habitantes no Rio; a PM matou 6,7 pessoas por 100 mil habitantes. É tudo estúpido e assustador. Ocorre que a taxa de mortalidade dos polícias, se convertida a essa relação, atinge a marca insana de 249,6 mortos por 100 mil.

Confrontar um esquerdista com a verdade pode não ser nem fácil nem difícil, mas apenas inútil. Mas sou obrigado a fazê-lo.

Que se vá até o fim para saber quem matou Marielle. Até porque aquele que o fez sabia que a esquerda botaria a boca no trombone contra a intervenção. Era o que queriam os assassinos. Os companheiros vermelhos, também contrários à ação federal, cumprem rigorosamente a vontade do crime organizado. Contra o narcotráfico, nem um miserável pio.

"Marielle, presente!"

Essa mesma esquerda deveria ter saído às ruas, no ano passado, para dizer "Washington, presente"; "Claudenilson, presente!"; "Wilson, presente", "Josés da Silva sem Pedigree Militante, presente!" Poderia tê-lo feito q cada uma das 134 vezes em que o crime organizado matou um PM. Também ele, quase sempre, preto de tão pobre e pobre de tão preto.

Sei que um esquerdista diante da verdade se comporta como o diabo diante da cruz, mas a verdade inescapável é que perigoso mesmo, arriscado mesmo, quase suicida, no Rio, não é ser mulher, homem, negro, branco, hétero, homo... Arriscar-se de verdade, no Rio, é ser policial militar. E isso os delinquentes não admitem porque lhes falta a moral necessária para consultar a matemática dos fatos e lhes falta a matemática dos fatos para instruir a sua amoralidade barulhenta.

Preferem atuar como propagandistas do narcotráfico.
Miguel José Teixeira
16/03/2018 09:03
Senhores,

Digna de reflexão!!!

De tudo o que eu li e ouvi sobre o brutal assassinato da parlamentar carioca, destaca-se a frase da Coluna do Cláudio Humberto:

"Independentemente do que dizia e de como o fazia, a vereadora Marielle Franco, executada no Rio, tinha a coragem de assinar em baixo, dar a cara, bem diferente dos seus assassinos covardes."

Herculano
16/03/2018 07:34
PREFEITO GASPAR NÃO RESPONDE QUESTIONAMENTO DE VEREADOR E CÂMARA VAI A JUSTIÇA PARA KLEBER FAZER ISSO NA MARRA, MAS SOB LEI

Transparência é apenas um discurso de políticos e instituições em Gaspar. A Coluna tem registrado isso com frequência, incluindo a Câmara de Vereadores.

A comunicação é um ponto fraco, ou distorcido da prefeitura. Na coluna de hoje, feita especialmente para a edição impressa do mais antigo, líder em circulação e credibilidade, Cruzeiro do Vale, registra mais uma vez esse fato repetido, apesar da troca de titularidade.

Mas, esse desrespeito na prefeitura, como era na época do PT, PCdoB e PDT - o que reclama hoje - vai mais longe: despreza o papel primeiro e constitucional do Legislativo, que é o de fiscalizar o Executivo em nome da sociedade, dos eleitores, dos cidadãos. Vergonhoso desprezo institucional.

Veja e confira o press release da Câmara. Ele diz tudo. Lava a minha alma, mais uma vez. Confirma o que escrevi hoje em "PASSADO SEM APRENDIZADO". É uma sinalização ao que vem por ai. É uma sinalização de que a Câmara não quer mais esperar eternamente por aquilo que é obrigação do gestor público para com a sociedade, à lei e à transparência.

Ah, mas pode ser uma birra ou palanque político da oposição que agora está em maioria na Câmara, achando-se que pode tudo, com a traição e troca de lado de Silvio Cleffi, PSC. Sim, pode! Entretanto, esse assunto específico é anterior. É do ano passado.
E como se combate uma suposta birra política ou de adversários? Mostrando as cartas! Quem esconde o jogo, usando subterfúgios, como segredo da informação no ambiente público, é porque blefa! Se não blefa, está errando na condução do assunto, deixando cabelo crescer em pelo de ovo.
Quem é mesmo que mal orienta esse jovens e esse pessoal do MDB e PP em Gaspar? Acorda, Gaspar!

Abaixo a informação oficial da Câmara.

A Câmara de Vereadores recorreu à justiça para que a Prefeitura de Gaspar responda os questionamentos feitos pelo requerimento 72/2017, de autoria do vereador Roberto Procópio de Souza (PDT), aprovado por unanimidade na sessão ordinária do dia 10 de outubro de 2017. O mandado de segurança impetrado no Fórum da Comarca, na terça-feira (13), solicita que o Executivo Municipal preste as informações, de acordo com o que prevê o Artigo 5º, Inciso 33, da Constituição Federal.

A Secretaria de Saúde de Gaspar alegou suposto caráter sigiloso das informações requeridas para não enviá-las à Câmara. A Prefeitura limitou-se a apresentar uma tabela com números de cirurgias, consultas e exames.
"A Constituição é muito clara quanto ao sigilo de informações públicas. Está relacionado à segurança nacional. As administrações devem prestar contas aos órgãos de controle externo, como o Legislativo e o Ministério Público", diz Roberto Procópio, atual vice-presidente da Câmara, lembrando que uma das atribuições do vereador é fiscalizar as ações da administração municipal.

A Procuradoria Jurídica da Câmara explicou que a omissão do Executivo afronta a legislação municipal. "A Lei Orgânica, na Seção IV, trata das atribuições do prefeito, ao passo que seu artigo 72 estatui que a ele compete prestar à Câmara Municipal, dentro de quinze dias úteis, as informações solicitadas", afirma o procurador Marcos Alexandre Klitzke, informando que, em novembro, a Câmara reforçou o pedido de informação por meio de ofício enviado ao prefeito.

As informações solicitadas

1) Relação de todos os procedimentos descritos [exames ?" terapias ?" cirurgias] solicitados pelos médicos do município, a partir de 01/08/2017 até a data de resposta deste requerimento;
2) Relação de todos os procedimentos no item 1 autorizados pelo médico regulador e suas prioridades;
3) Relação dos procedimentos descritos nos itens 1 e 2 efetivados;
4) Relação de todos os procedimentos [exames - terapias - cirurgias] realizados pelo município, a partir de 01/08/2017 até a data de resposta deste requerimento, mesmo aqueles que não constam na relação descrita nos item 1, 2 e 3.
Herculano
16/03/2018 07:09
O MUNDO PARALELO NÃO POSSUI LIMITES

"O general Carlos Alberto dos Santos Cruz definiu o assassinato de Marielle uma 'ousadia inadmissível'. O problema é achar que há ousadias admissíveis da parte de criminosos", de O Antagonista, ex-editor da revista Veja, no twitter.
Herculano
16/03/2018 07:00
UM PROFESSOR BRASILEIRO TRANSFORMANDO A EDUCAÇÃO, por Cláudia Costin, no jornal Folha de S. Paulo, professora visitante de Harvard. Foi diretora de Educação do Banco Mundial e ministra da Administração.

Nesta semana, uma delegação de brasileiros vai a Dubai participar do Global Education and Skills Forum, um encontro repleto de propostas para assegurar que o mundo consiga realizar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, que preconiza que todos tenham acesso à educação primária e secundária de qualidade, possam concluí-la e se envolver numa jornada de aprendizagem ao longo da vida.

Não é uma tarefa fácil, dada a limitação de recursos destinados à educação, os problemas de gestão e as incertezas do momento presente, em que, com a chamada quarta revolução industrial, o modelo de ensino parece inadequado para lidar com a contínua extinção de postos de trabalho.

Haverá um painel específico sobre os desafios da educação no Brasil. Teremos a chance de falar não só sobre o que aqui não anda bem, como a formação inicial e continuada de professores, a crescente desigualdade social e seu impacto na sala de aula, a baixa atratividade da carreira, mas também de oportunidades, como a Base Nacional Comum Curricular.

A base pode apontar para algo mencionado no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4: a importância de se definir qualidade da educação em resultados de aprendizagem claros a serem alcançados.

Em Dubai, não haverá apenas o encontro global de educação e a possibilidade de aprender com boas práticas existentes no mundo. Numa cerimônia no último dia do evento, acontecerá o que ficou conhecido como o Nobel da Educação: serão reconhecidos os dez melhores professores do mundo e será anunciado o vencedor do prêmio.

Pela segunda vez, um brasileiro está entre os dez finalistas. Diretor de escola em São José do Rio Preto, em São Paulo, Diego Mahfouz Faria Lima mereceu destaque por transformar sua escola, localizada em área de tráfico de drogas e violência e anteriormente considerada uma das piores do estado em evasão, clima escolar e aprendizagem, em referência nacional e agora internacional.

Ao contrário do que parece, a escola não era ruim por falta de disciplina. Ocorria exatamente o oposto: havia uma ênfase punitiva forte que ele decidiu substituir por um processo de escuta e de protagonismo dos jovens, adotando também uma abordagem que pode ser descrita como liderar pelo exemplo.

Num ambiente bastante degradado, ele próprio decidiu pintar os muros da escola, o que mobilizou pais a fazerem o mesmo. Da mesma forma, adotou a rotina de visitar a família dos alunos que faltavam às aulas e envolveu seus professores na transformação.

Exemplos como o de Diego nos dão muita esperança de que o Brasil avance rumo a uma educação de qualidade para todos. Parabéns, mestre!
Herculano
16/03/2018 06:45
GREVE RENDEU AOS JUÍZES O TROFÉU MUNDO DA LUA, por Josias de Souza

A paralisação dos magistrados federais provovou tédio e espanto. Foi tediosa porque os grevistas construíram toda uma linha de zigue-zagues, bem protegida por reticências, para dizer que "não é apenas pelo auxílio-moradia" de R$ 4.377. Espantou porque, com o país à beira do abismo, os juízes decidiram pisar no sabonete.

Por uma trapaça da fortuna, os doutores escorregaram justamente no dia em que o Brasil se revoltou com o penúltimo atentado contra o Estado de Direito cometido no Rio de Janeiro. Na noite da véspera, a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes haviam sido fuzilados. Um desafio às autoridades que conduzem a intervenção federal no Rio.

Há no Brasil 1.796 magistrados federais. Estima-se que algo como 800 cruzaram os braços. Os juízes da Lava Jato se abstiveram de participar. Na Justiça do Trabalho, 44% das Varas em todo o país interromperam suas atividades. Os grevistas fizeram de tudo para prevalecer como o centro das atenções por um dia. Mas tudo não quis nada com eles.

Marcado para 22 de março, o julgamento da legalidade do auxílio-moradia continua na pauta do Supremo Tribunal Federal. Se a Corte tiver juízo, limitará o benefício aos juízes que forem transferido de comarca, vetando-o para os que tiverem casa própria. A falta de caixa impede a concessão de reajustes salariais.

Quer dizer: não é nada, não é nada, a greve dos juízes não resultou em nada mesmo. Ou, por outra, os doutores fizeram jus, no final do dia, ao Troféu Mundo da Lua. Não fosse pelo trabalho das Varas que se ocupam da Lava Jato no Paraná, no Rio e em Brasília, talvez não recebessem nem "bom dia".
Herculano
16/03/2018 06:41
SE LICURGO SE VESTISSE DE ZAGITOVA NA PISTA DEGELO DA CONSTITUIÇÃO, DARIA EM QUÊ? EM BARROSO!por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Roberto Barroso, ministro do Supremo, tem de ser impichado. Acusação: pedalada jurídica. A denúncia pode ser oferecida por qualquer cidadão. Depois de um longo ritual, se dois terços dos senadores (54) atestarem que cometeu crime de responsabilidade, será defenestrado do tribunal.

O homem virou plantonista, quase colunista, de certos setores da imprensa carioca depois que resolveu se reinventar. De ministro indicado pelo lirismo truculento e politicamente correto do PT ?"manchado com o sangue das vítimas do terrorista Cesare Battisti?", passou a Torquemada do direito penal, área que demonstra desconhecer com uma profundidade épica. A mais recente barbeiragem é confundir propina com os crimes previstos na chamada Lei do Colarinho Branco, a 7.492. Nada é mais atrevido e perigoso do que a ignorância involuntária somada a voluntarismo supostamente iluminista.

Entre o lirismo vermelho e o fanático do patíbulo, há um evento importante: o PT caiu em desgraça. Aquele que estreou no Supremo censurando o tribunal por excesso de dureza nas penas do mensalão - por ele classificadas de "pontos fora da curva" - resolveu ser o braço da Lava Jato no tribunal, disputando a condição, cabeça a cabeça, em sentido robespierriano, com Edson Fachin. Não vão mover uma palha, nem a legal, e disso já sabem os "companheiros", por Lula. É pragmatismo. Eles já o consideram carne queimada. Fosse nos tempos em que o governo petista tinha mais de 60% de aprovação...

A Lei 1.079, que pôs para correr dois presidentes da República, reserva o artigo 39 aos integrantes do Supremo. Lá se lê que comete crime de responsabilidade o membro da corte que for "patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo" e que "proceder de modo incompatível com a honra, a dignidade e o decoro de suas funções."

"Não dê piruetas interpretativas, Reinaldo!" Eu não! No cotejo com Barroso, quem está mais para a Alina Zagitova se a Constituição fosse uma pista de gelo? Ocorre que o direito constitucional não é área suscetível a saltos ginásticos. As regras são outras.

A lista de desserviços de Barroso à democracia e a Montesquieu impressiona. A sua escalada contra Michel Temer, tentando lhe surrupiar garantias e prerrogativas, chega ao paroxismo com a decisão de redigir ele próprio um decreto de indulto. Segundo diz, o do presidente afronta a Constituição porque não corresponde "à vontade manifestada pelos cidadãos" e, "em razão de sua "falta de sintonia com o sentimento social", não tem "substrato de legitimidade democrática". Nesse critério, cabe o linchamento, mas não a presunção de inocência.

Eis o homem que resolveu, à revelia do Congresso, do Código Penal e da própria Constituição, que aborto até o terceiro mês de gestação não é crime. Pouco importa o que você pensa a respeito do mérito, ministro do Supremo não legisla. Foi ele o principal militante em favor do fim da doação de empresas a campanhas, embora não exista uma vírgula na Constituição que a proíba. Ignorando, mais uma vez, a vontade do constituinte originário, resolveu criar suas próprias regras para o foro por prerrogativa de função.

Seu desprezo pela ordem legal é antigo. Está em seus livros, em sua retórica, em seus votos. Dias depois de ter autorizado a quebra do sigilo bancário de Temer de um modo que fere o parágrafo 4º do artigo 86 da Carta, resolveu cassar a prerrogativa que tem o presidente de conceder indulto (inciso XII do artigo 84). Zagitova envergava de novo as vestes de Licurgo, o Grande Legislador.

Os senadores têm de ser chamados ao debate para que Barroso e outros destrambelhados voltem à casinha da Constituição. Se o doutor quer legislar, que renuncie à toga e dispute um lugar no Congresso. Se quer redigir decreto, que abandone a fantasia de juiz isento e peça ao povo, na urna, licença para ocupar a cadeira presidencial.

Ou, então, que seja posto para fora do Supremo por ser "patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo" e "proceder de modo incompatível com a honra, a dignidade e o decoro de suas funções".

Se ele não parar de dar pedaladas na Constituição e de fazer piruetas, terá, então, de ser parado. Pela lei e pela... Constituição!
Herculano
16/03/2018 06:36
TELEBRÁS SERÁ PROCESSADA POR ENTREGAR SATÉLITE BRASILEIRO AOS EUA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

A brasileira Via Direta Telecomunicações ingressa nesta sexta-feira (16) com ação na Justiça Federal para suspender um escandaloso contrato de exclusividade em que a estatal Telebras entrega à empresa Viasat Inc, dos Estados Unidos, a exploração do satélite SGDC em banda Ka, no qual o Brasil investiu R$4 bilhões para dar segurança a informações governamentais e para "democratizar a internet" no Brasil.

BRASILEIRO PARA QUÊ?
A americana Viasat Inc terá controle sobre informações do governo, inclusive militares, tornando-o ainda mais vulnerável à espionagem.

MAMÃO COM AÇÚCAR
Os americanos só precisam investir US$5 milhões em equipamentos de banda-base para faturar US$1,5 bilhão explorando o satélite SGDC.

ESCONDENDO O JOGO
A Telebrás confirma a entrega da operação do satélite à empresa americana, mas se recusa a informar seu valor e outros detalhes.

MUITO ESTRANHO
O Ministério das Comunicações e a Telebras estimularam empresas brasileiras a investirem para operar o satélite. Depois desconversaram.

MAIA DÁ FORÇA AO PT CRIANDO 'LIDERANÇA DA OPOSIÇÃO' NA CÂMARA
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, atendeu a pedido do PT e criou a "Liderança da Oposição", incluindo nove vice-lideranças e diversos aspones, em contraponto à Liderança do Governo. Não esclareceu quanto sua decisão custará aos contribuintes, insistindo que estaria vedado "qualquer aumento de despesa". Faltou esclarecer como evitar gastos com os novos de gabinetes e novos assessores.

MAIS DESPESAS, CLARO
O líder da Oposição ganha R$1.353,04 de "adicional" de despesas a serem ressarcidas pelo contribuinte otário. Cada vice-líder também.

PONTO, PT
Com a decisão de Maia, o PT ganha a liderança da Oposição, chefiada por José Guimarães (PT), e o PDT herda a "Liderança da Minoria".

PT ELEGEU MAIA
Para tucanos, Rodrigo Maia está "pagando" o apoio que recebeu do PT na sua eleição para a presidência da Câmara.

MATADORES COVARDES
Independentemente do que dizia e de como o fazia, a vereadora Marielle Franco, executada no Rio, tinha a coragem de assinar em baixo, dar a cara, bem diferente dos seus assassinos covardes.

ZERO-UM EM CAMPANHA
O deputado Marcelo Freixo, o zero-um do PSOL no Rio, disse ontem à rádio Bandeirantes que a Polícia Civil "tem total condição" de apurar a morte da vereadora e que é preciso dar força ao trabalho dos policiais.

FARINHA DO MESMO SACO
Chamou atenção, no caso do assassinato da vereadora no Rio, a profusão de ONGs e políticos oportunistas que tentaram tirar partido da tragédia. Tanto quanto quaisquer políticos conservadores.

GAFE NO ITAMARATY
O Itamaraty se referiu a "República da Irlanda" em nota oficial sobre o agrément do embaixador do país em Brasília, Séan Hoy, ignorando que o nome correto é Irlanda. Sem "República". Há 81 anos.

ESSA CONTA NÃO FECHA
Na Câmara Legislativa do DF, soma R$200 mil mensais a verba de gabinete que banca assessores. Na Câmara federal, essa despesa, que surpresa, representa menos da metade: R$92 mil por mês.

JÁ É FEDERAL
O ministro Raul Jungmann (Segurança) precisou lembrar que, "a rigor, a investigação já está federalizada" da morte da vereadora carioca, depois de a PGR Raquel Dodge solicitar a adoção dessa medida.

CADA CENTAVO
O deputado Tiririca (PR-SP), que precisou de dois mandatos para descobrir que era peixe fora d'água, não abre mão de nada. A Câmara registra seu pedido de ressarcimento de despesas no valor de R$0,19.

ATRAÇÃO TURÍSTICA
O juiz federal Sérgio Moro será homenageado, em Nova York, pelo trabalho à frente da Lava Jato e já tem empresa de turismo anunciando pacotes com direito a passagem aérea, hospedagem e mesa no jantar.

PENSANDO BEM...
...caiu a ficha: o presidente Michel Temer percebeu ontem que a intervenção federal fez da criminalidade do Rio assunto de governo
Herculano
16/03/2018 06:31
QUEM MATOU MARIELLE?

O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), 38, é um episódio que transcende a rotina de atrocidades cotidianas na qual se inscreve para se projetar, em sua brutalidade e carga simbólica, como um clamor contra a barbárie instalada em setores inteiros da sociedade brasileira.

A principal linha de investigação policial aponta para um homicídio premeditado. Sentada à direita do banco traseiro de um automóvel, a vereadora deixava um evento do qual participara, na região central do Rio. A dada altura, no bairro do Estácio, um outro veículo aproximou-se lateralmente - e se efetuaram os disparos.

As características da ação, o fato de que nada foi roubado e os nove projéteis que, segundo a perícia, foram direcionados para o local onde a vítima se sentara não parecem deixar margem para especulações. Além de Marielle Franco, o motorista Anderson Gomes, 39, também foi atingido e morto.

É preciso que as pregações de investigação rigorosa, prontamente feitas por autoridades, do presidente da República ao interventor na área de segurança do Estado, sejam cumpridas e que se identifiquem o quanto antes os executores e os mentores do crime.

Os disparos que tiraram a vida da vereadora atingiram também outros alvos - instituições, princípios e causas. Ela exercia mandato em defesa de estratos da sociedade dos quais era parte.

Mulher, negra, nascida na favela da Maré, chegou à universidade, formou-se em sociologia e descortinou um futuro promissor na política. Combatia a discriminação racial, militava por direitos de mulheres e da comunidade LGBT; denunciava ações ilegais de milícias e de setores da polícia.

Milhares protestaram nas ruas contra o homicídio, que também reverberou no exterior. Parlamentares promoveram atos no Congresso, empresários expressaram-se em prol das apurações, artistas demonstraram solidariedade e organizaram-se manifestações, no Rio e em outras cidades.

Já em si perturbador, o assassinato ocorre num momento especialmente sensível, quando as Forças Armadas, em meio a questionamentos e expectativas, são convocadas a intervir no quadro desastroso da segurança fluminense.

O fato de a vereadora ter criticado a ação federal talvez sirva para alimentar as inevitáveis teorias conspiratórias, que em geral mais turvam o ambiente do que contribuem para os esclarecimentos.
Estes, repita-se, têm de vir sem demora. O crime precisa ser elucidado para que se faça justiça e o país saiba quem matou Marielle.
Herculano
15/03/2018 18:34
"LUTO PELO BRASIL": NAÇÃO INDIGNADA REAGE AO BÁRBARO CRIME DO RIO, por Ricardo Kotscho, no seu blog, ex-secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República no período 2003-2004 (governo Lula).

"Luto pelo Brasil" é uma das tantas criações imortais de Carlito Maia usada para exprimir o que sentia diante das barbaridades que aconteciam no Brasil, muitos anos atrás.

Carlito não está mais entre nós para dizer o que significa o bárbaro assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Pedro Gomes, na noite de quarta-feira, em meio à Guerra do Rio.

Agora há pouco, no começo da tarde desta quinta, na chegada dos corpos de Marielle e Anderson à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, milhares de cariocas choravam e gritavam palavras de protesto nas ruas, outros aplaudiam e todos ficaram emocionados diante da cena.

Em Brasília, as sessões do Congresso Nacional foram suspensas à tarde diante dos protestos de parlamentares da oposição.

Há muito tempo não se via uma reação tão forte como essa diante da brutal execução de quem denunciava a violência policial e o motorista que a conduzia no Estácio, quando o carro foi alvejado por nove tiros.

Em poucas horas do dia, tudo mudou. Ainda de manhã cedo, quando escrevi a coluna sobre o "novo normal" dos fatos consumados (ver post anterior) , não poderia imaginar que a revolta externada nas redes sociais transbordasse tão rápido para as ruas.

Os combates da Guerra do Rio ameaçavam ultrapassar todos os limites de humanidade.

Desde cedo, milhares de pessoas começaram a chegar à Cinelândia para pedir justiça, aos gritos de "Marielle vive! Presente!".

Com tropas militares e milícias combatendo nas ruas do Rio e policiais municipais e estaduais agredindo professores em São Paulo, voltamos a ver esta semana cenas que lembram os dias trágicos que antecederam o golpe de 1964 e o golpe dentro do golpe de 1968.

O que falta ainda? Bem a propósito, Frei Betto lembrou do assassinato do estudante Edson Luis, no Calabouço, em 28 de março de 1968, que mobilizou a população carioca em grandes manifestações. Diz ele:

"Agora, o crime organizado escancara suas impressões digitais e proclama que é o dono do pedaço carioca. Não pretenda a intervenção militar extirpar o conluio entre a banda podre da polícia e o narcotráfico, nem defender os direitos humanos dos moradores das favelas. Este o recado dado".

A vereadora Marielle Franco, do PSOL, cometia o crime de defender os direitos humanos e era relatora da comissão nomeada pela Câmara Municipal para acompanhar a intervenção federal na segurança. Há vários dias ela vinha denunciando a violência praticada contra a população mais pobre da zona norte.

"A quem ela tanto incomodava?", pergunta Bernardete Diniz em mensagem enviada à comunidade orante da qual Betto e fazemos parte, e ela mesma responde: "Um tanto nós já sabemos (a lição sabemos de cor, só nos resta aprender): mulher, negra, pobre, criada na favela, empoderada e lutando pelo empoderamento de outras. Acho que só não tínhamos a noção de quanto isso incomodava. Sem palavras, nesse dia de tanta tristeza, um abraço a todos".

Em meio à comoção provocada pela execução de Marielle e Anderson, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, falou em nome do governo: "Mais uma tragédia diária no Rio de Janeiro não põe em xeque a eficácia da intervenção federal. Lamentável".

Eficácia? Lamentável é ter um ministro da Justiça incapaz de ver a dimensão do que aconteceu.

Não, não foi apenas mais uma tragédia diária do Rio de Janeiro, como tantas outras, um crime de rotina nos boletins de ocorrência, mas a gota d´água que entornou o copo.

Parafraseando Sérgio Cabral, o grande causador da tragédia carioca, desta vez exageraram.

Tudo tem que ter um limite. Estamos perigosamente chegando a ele.

Vida que segue.
Herculano
15/03/2018 18:23
ESCRAVIDÃO

"Trabalho escravo nunca mais" faixa em protesto de juízes federais. Onde é que eu me inscrevo pra virar escravo e ganhar 50 mil reais por mês?, perguntou o ativista Kim Kataguiri, do MBL. Apropriado.

Aliás isso de juízes se reduzirem a escravos para se apropriarem por privilégios, parece ser uma cantilena.

A ex-ministra de Diretos Humanos, Luislinda Valois, PSDB, desembargadora baiana aposentada, quando ainda no governo de Michel Temer, MDB, pediu ao governo para acumular salários de ministra e de desembargadora aposentada, que superavam o teto constituciuonal e somavam mais de R$61 mil por mês.

Para justificar o pedido, a ministra chegou a comparar a situação dela ao trabalho escravo. Mas, diante da repercussão negativa, desistiu.
Herculano
15/03/2018 18:07
O MÁRTIR DE CADA DIA, por Eduardo Simbalista, para o Diário do Poder, Brasília DF.

Rio, 40 graus. Acabo de passar pelo velório de Marielle, a mártir da causa igualitária assassinada ontem no Estácio.

Há 50 anos, no mesmo mês de março, uma bala no peito calava o estudante Edson Luís no vizinho restaurante universitário Calabouço, ali onde ser ergue o Trevo Edson. E, da mesma Cinelândia da realidade brasileira, onde agora Marielle é chorada, partiria a Passeata dos 100 mil.

Filme velho.

Para o martírio de Edson Luiz, assassinado também no mês de março, bastou uma bala covarde; para matar Marielle e Anderson, seu condutor, foram nove os disparos. O ódio aumentou, mas a mira é a mesma. Edson Luiz, 1968, Chico Mendes, tiro de escopeta no peito, 1988, Marielle, 2018. O Brasil não fabrica mártires que possam ser marcados por décadas decadentes, aqui se produzem mártires todos os dias, pretos, brancos, ricos, pobres.

A morte de Marielle é emblemática. No campo das emoções, é comovente. No altar das crenças, inacreditável. No espaço do convívio social, inadmissível. No campo da ética, imoral. No campo da lógica, irracional. No da inteligência, burrice incompreensível. No campo da política, retrocesso. Para os aproveitadores de sempre, mais proveito. Para os radicalismos, estopim. Para as instituições, um risco.

A marcha de 1968 reunia, às duas da tarde, 50 mil pessoas; ao final do dia, quando partiu em direção à Candelária, arrastava 100 mil.

Dizem que o martírio é o testemunho do derramamento do próprio sangue.

"Solto o ódio, mato o amor", cantava Luís Melodia, em "Estácio, Holly Estácio". Era um caso de amor transformado em ódio: "se alguém quer matar-me de amor, que me mate no Estácio".

No Rio, hoje, 40 graus. Há um bocado de gente reunida na Cinelândia. Nas escadarias da Câmara Municipal, onde se costuma encenar o Auto da Paixão de Cristo, uns choram, outros discursam, uns fumam, outros bebem cerveja. E, parece que a chapa vai esquentar.
Herculano
15/03/2018 18:01
ASSASSINATO DE VEREADORA DESAFIA A INTERVENÇÃO, por Josias de Souza

Duas frases de Michel Temer sobre o fuzilamento da vereadora Marielle Franco: 1) Ela "fazia manifestações, trabalhos com vistas a preservar a paz e a tranquilidade na cidade do Rio de Janeiro. Por isso, aliás, nós decretamos a intervenção, para acabar com esse banditismo desenfreado que se instalou naquela cidade por força das organizações criminosas." 2) "Estamos no Rio de Janeiro para restabelecer a paz, restabelecer a tranquilidade. [...] Não destruirão o nosso futuro; nós destruiremos o banditismo antes."

O presidente da República ainda não se deu conta. Mas ninguém olha para o Rio de Janeiro pensando no futuro. Ironia sinistra: O escritor Stefan Zweig, autor de 'Brasil, País do Futuro', suicidou-se por não aguentar o presente. Ao decretar intervenção federal na segurança do Rio, Temer trouxe o presente trágico da cidade e do Estado para o seu colo. O banditismo, ainda "desenfreado", não pára de produzir violência e mortes. E acaba de empurrar para dentro do Palácio do Planalto os cadáveres da vereadora Marielle e do motorista dela, Anderson Pedro Gomes.

O mandato de Temer termina em dezembro. Menos de dez meses! Nem por mágica o presidente conseguiria "acabar com o banditismo" em tão pouco tempo. Também não cumprirá a promessa de "restabelecer a paz e a tranquilidade" no Rio. Mas Temer ganhou um desafio mais urgente: ou providencia rapidamente o esclarecimento do duplo assassinato que estarreceu o país ou transformará os últimos meses de sua administração num inferno.

No decreto de intervenção federal, Temer escreveu que o general-interventor Braga Netto está subordinado diretamente ao presidente da República. Foi como se dissesse: "Quem manda na segurança do Rio agora sou eu." Ao fuzilar a vereadora Marielle às vésperas do aniversário de um mês da intervenção, os criminosos informaram a Temer que continuam dando as cartas. Em português claro: a bandidagem desafiou o presidente. Em vez de se preocupar com a destruição do futuro, Temer precisa cuidar da construção do seu presente. A resposta é para ontem.
Herculano
15/03/2018 17:52
CASO MARIELLI FRANCO: TODOS OS HOMICÍDIOS NO BRASIL SÃO POLÍTICOS

Conteúdo de O Antagonista. O assassinato de Marielle Franco foi político, assim como todos os 61.000 homicídios que ocorrem por ano no Brasil são políticos.

Eles são fruto da política da impunidade levada a cabo, ano após ano, por governos de esquerda e direita, nos diferentes níveis de administração pública.

Polícia corrupta ou que não investiga, governantes corruptos, populistas ou incompetentes que facilitam a vida da bandidos, Justiça que não prende, prende mal ou manda soltar, a apologia da vendetta pura e simples - tudo isso compõe a política da impunidade que matou Marielle e todos os brasileiros vítimas de homicídio.

E que continuará a matar, infelizmente, porque a política da impunidade é política de Estado, as exceções confirmando a regra.
Herculano
15/03/2018 17:49
A MORTE DE MARIELLE 1- ASSASSINATO INTERESSA AO CRIME ORGANIZADO, QUE SE OPõE À INTERVENÇÃO, COMO FAZEM PT E PSOL, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio, foi brutalmente assassinada na noite desta quarta na rua Joaquim Palhares, no Estácio, Zona Norte. Pelo menos 10 tiros foram disparados contra o carro em que estava. O motorista, Anderson Pedro Gomes, também morreu. Uma assessora que a acompanhava, embora atingida, escapou com vida. Não há evidência de que tenha havido uma tentativa de assalto. As características do evento apontam para uma execução. Todas as considerações que farei neste texto não devem perder de vista uma evidência: Marielle e Anderson são as vítimas. A primeira pergunta que se deve fazer - e, infelizmente, o próprio PSOL e o PT já se entregam a uma exploração política asquerosa da tragédia - é a seguinte: a quem interessa essa tragédia?

A resposta é simples: àqueles que estão tendo seus negócios atrapalhados pela intervenção federal. Isso é de uma clareza inquestionável. E quem repudia a ação no Rio? Além dos esquerdistas - e Marielle era uma delas -, contam-se os traficantes, a banda podre da polícia e as milícias. Vale dizer: as expressões do Estado paralelo que ainda dominam a cidade precisavam de um evento forte o bastante para ver se conseguem criar uma onda de opinião: "Ah, essa intervenção é inútil". Qualquer indivíduo razoável logo chega à conclusão de que tal ousadia homicida só reforça a necessidade da intervenção. E as esquerdas, como razoáveis não são, já estão a concluir o contrário.

Marielle é uma das estrelas daquele vídeo moralmente doloso contra a intervenção, produzido pelo tal "Coletivo 342". Afirma ela:

"Os favelados e as faveladas sabem exatamente o que é ter o direito à segurança pública negado. A ponta do fuzil, o barulho do tanque, as violações de direito, seja pela Força Nacional, com os seus fuzileiros, ou paraquedistas na Maré, exemplificou bem isso. Uma política cidadã, um processo de enfrentamento que seja um processo de enfrentamento não pelo fuzil, mas pelo lápis, é fundamental. Para isso, um plano nacional, estadual, que dê direitos a esses moradores, é fundamental".

Infelizmente, a assassinato de Marielle evidencia quão errada estava a sua análise, que reproduz a de deu partido. De saída, note-se que nem ela nem seus companheiros de vídeo atacam o narcotráfico ou mesmo as milícias. Os alvos são as forças oficiais de segurança. Ela insiste no erro clássico das esquerdas de confundir pobreza com crime e de achar que a repressão à bandidagem pode ser substituída pelo lápis. Obviamente, Marielle não estava reconhecendo quem era, de fato, o inimigo.

Mas o inimigo sabia muito bem quem ela era. Nesta terça, com a ligeireza que as esquerdas costumam ter ao atacar pessoas e instituições, ela escreveu no Twitter:
"Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?"

Notem: não havia e não há ainda nenhuma evidência de que o tal rapaz tenha sido morto pela Polícia ou que a ocorrência esteja relacionada à intervenção, mas é essa a ilação evidente que vai em seu texto. Não descarto que, ao indagar "quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe", ela tenha se colocado na alça de mira do crime organizado. Não! Isso não a torna responsável pela própria morte: isso passou a fazer dela, ainda mais do que antes, um alvo preferencial porque, por óbvio, a repercussão seria, como está sendo, gigantesca.

É compreensível que se cobre da Polícia e da força interventora todos os esforços e dedicação possíveis para chegar aos autores desse desatino. Não custa lembrar, no entanto, que o Estado que está sob intervenção, na sua área de segurança, abrigou em 2016, em números já consolidados, 5.300 assassinatos. A esmagadora maioria segue sem autoria identificada. Caso não se chegue aos responsáveis pela morte de Marielle, isso não será exceção, mas regra.

Qualquer pessoa decente lamenta, e lamenta profundamente, que isso tenha acontecido. Há a tragédia humana em si. Há a dor dos familiares e amigos. E há também o potencial vil de exploração política do episódio, que já está em curso. É até possível que, sem a intervenção, os criminosos deixassem Marielle em paz. Outros negros e negras, no caso anônimos, continuariam a ser mortos, como vinham sendo, sem reação do poder público e, lamento dizer, sob o silêncio cúmplice dos esquerdistas que agora fazem barulho.

Os companheiros de luta de Marielle deveriam pôr a mão na consciência e refletir se o caminho que escolheram, que demoniza a intervenção e poupa os criminosos, é o mais seguro. Porque, reitero, uma coisa é certa: quem matou a vereadora quer as forças interventoras fora do Rio. Como querem o PSOL e o PT.

A MORTE DE MARIELLE 2 - NOTAS DE PSO E PT SÃO ASQUEROSAS E INSISTEM NO VÍCIO DAS ESQUERDAS DE IRRIGAR IDEOLOGIA COM SANGUE

As respectivas notas de PSOL e PT, diga-se, são asquerosas e demonstra a velha distorção moral da esquerda, que não tem receio nenhum de irrigar o solo de sua ideologia com o sangue humano, seja produzindo cadáveres, seja se aproveitando daqueles produzidos por outros.

Escreve o partido de Marcelo Freixo:

"O Partido Socialismo e Liberdade vem a público manifestar seu pesar diante do assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes, motorista que a acompanhava.

Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse momento de dor e indignação. A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. Não podemos descartar a hipótese de crime político, ou seja, uma execução. Marielle tinha acabado de denunciar a ação brutal e truculenta da PM na região do Irajá, na comunidade de Acari. Além disso, as características do crime com um carro emparelhando com o veículo onde estava a vereadora, efetuando muitos disparos e fugindo em seguida reforçam essa possibilidade. Por isso, exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!

Marielle, presente!"

Eu, que não sou do PSOL, tenho a certeza de que foi um crime político. A questão é saber em benefício de quem. Notem que o partido levanta, sim, a hipótese de que possa ter sido a Polícia. Mais uma vez, não se diz palavra sobre o narcotráfico e o crime organizado.

O PT, em nota personalizada, assinada por Gleisi Hoffmann, vai além e fala da intervenção

"O brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, é um crime que atinge diretamente a cidadania e a democracia. Marielle foi executada no momento em que vinha denunciando os abusos de autoridade e a violência contra moradores das favelas e bairros pobres da cidade, por parte de integrantes de um batalhão da Polícia Militar.

O Partido dos Trabalhadores exige imediata e rigorosa apuração deste crime, que desafia abertamente a política de intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro.

Nossa solidariedade aos familiares e amigos da companheira Marielle.

Vamos prosseguir com sua luta contra a violência e os abusos contra os pobres.

Gleisi Hoffmann
Presidenta nacional do PT"

Chega a ser revoltante que, de algum modo, se tente apontar a intervenção como um fator que teria colaborado para o crime quando os criminosos, ao atingir Marielle, certamente esperavam reações como essa, assinada pela senadora Gleisi Hoffmann.

Quando é que as esquerdas, em nome do bem-estar dos vivos, vão parar de fazer a exploração canalha de cadáveres?

Os que mataram Marielle são aliados do PT e do PSOL em ao menos uma coisa: eles também querem o fim da intervenção.


A MORTE DE MARIELLE 3 - HUMORISTA SEM GRAÇA DO COLETIVO 432 OROU: "ALGUMA COISA, DE FATO PRECISA ACONTECER". O DIABO OUVIU

No vídeo doidivanas do tal Coletivo 342, uma fala tem potencial especialmente perigoso, sem que se saiba direito para que lado: a do humorista Gregório Duvivier. Sem que se conhecessem ainda ações das forças de intervenção, que nem haviam começado a atuar, diz o rapaz:

"Eu sei que parece que pior que tá não pode ficar. Alguma coisa, de fato, precisa acontecer".

A fala é genérica, irresponsável, irrefletida, um tanto apocalíptica.

"Alguma coisa" é, no caso, sinônimo de "qualquer coisa".

E ele pede que seja "de fato"!

Gregório diz que a tal "alguma coisa", vejam vocês, "precisa acontecer". É um imperativo!

O quê? Parece pregar alguma forma de ação direta.

Com um pouco só de cultura religiosa, mesmo sem crer, em substituição a seu anticristianismo rastaquera, já vazado em vídeos, Duvivier aprenderia ao menos uma metáfora: "O demônio também ouve nossas orações. Cuidado com elas!"

No dia em que esse rapaz estudar um tantinho mais o pensamento que serve de referência às suas escolhas ideológicas, ainda que não saiba disso, talvez cruze com uma expressão de Karl Marx, a saber: "árvore dos acontecimentos". Não! Marx não acredita em eventos caídos da "árvore dos acontecimentos", mas apenas em ocorrências motivadas.

Não existe, para ele, "alguma coisa".

Não existe "qualquer coisa".

E, vejam vocês, alguma coisa, afinal, aconteceu.

E não foi qualquer coisa.

Uma personalidade que lutava com muita energia contra a intervenção no Rio - que tem atingido os negócios dos traficantes, das milícias e da banda podre da Polícia ?" foi assassinada.

Coloque, por difícil que seja, leitor, a sua cabeça no "modo traficante, milícia ou polícia bandida": se você pretende que "alguma coisa" aconteça contra a intervenção e se está disposto a matar por isso, vai escolher como alvo alguém a favor da ação federal ou contra ela?

A resposta óbvia é aquela que os criminosos deram na noite desta quarta.

Alguém concluiu, com aquele senso prático cru, sanguinolento, impiedoso, desconhecido dos humoristas da Zona Sul, dos artistas do Projaquistão e dos socialistas e socialites com cobertura de frente para o mar: "Alguma coisa, de fato, precisa acontecer".

É claro que não estou responsabilizando aquela gente tonta, Gregório e seus pares, pelo assassinato de Marielle. Os culpados são os que a mataram.

O que estou dizendo é que também eu vejo com suspeição a mera "árvore dos acontecimentos".Há uma cultura e um conjunto de valores com os quais os eventos se relacionam ao menos. Entendê-los é fundamental.

Quem sabe Caetano Veloso e seus bobocas amestrados percebam que o que se passa no Rio não é coisa para ligeirezas, não é só "um jeito de corpo", não é mera questão de adesão a um estilo de vida.

Os bandidos contrários à intervenção no Rio, pertençam eles a esse ou àquele grupo, matam.

E, contra eles, até agora, o Coletivo 342 não disse uma única palavra.

Seus inimigos são aqueles que os assassinos de Marielle também querem ver longe do Rio.

Afinal, "the business must go on". Além do show dos idiotas e irresponsáveis.

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