O novo modelo do transporte coletivo de Gaspar é tão velho que passageiro será matéria de segunda para os políticos que dizem ser a voz do povo sofrido - Jornal Cruzeiro do Vale

O novo modelo do transporte coletivo de Gaspar é tão velho que passageiro será matéria de segunda para os políticos que dizem ser a voz do povo sofrido

29/08/2019

O velho disfarçado de novo I

O grande salto de identificação dos gasparenses e que uniu – ou interligou - minimamente a cidade, foi quando o Pedro Celso Zuchi, PT, se elegeu pela primeira vez prefeito em 2000. Ele teve a coragem de implantar o transporte coletivo na cidade. Antes, os ônibus intermunicipais passavam aqui pelo Centro e faziam daqui, no horário e na forma como queriam, o maior bairro de Blumenau. Nada se criava por aqui, até bares e restaurantes. Registrei isso um par de vezes nas colunas que escrevi sobre isso. Um bafafá na época da então poderosa Viação Verde Vale. Mas, por outro lado, foi à teimosia e os exageros de Zuchi e principalmente do seu PT, que fecharam os olhos para um edital que não se cumpriu – no caso da acessibilidade e que quase lhe cassou –, bem como em favor dos resultados econômicos se desleixou na fiscalização. E a empresa Viação do Vale, da família Berger, de São José, abandonou o serviço antes do final da permissão e sob ameaça de cobrar de nós supostos prejuízos que teve com a operação por mais de uma década.

O velho disfarçado de novo II

O novo edital do prefeito da eficiência, que avança e da mudança, Kleber Edson Wan Dall, MDB, depois de quase três anos atraso, está na praça. Busca de uma nova concessionária desse serviço público. É longo, todavia, velho, tanto quanto o que não deu certo com Zuchi. A primeira ideia do transporte coletivo nos dias de hoje é o da mobilidade urbana, integração de linhas, regiões, modais, terminais, facilidades, conforto, conectividade e à permissão de aplicativos para acompanhar serviços, pagar, se identificar.... Nas centenas de páginas do edital, nada. O transporte coletivo de Gaspar do século 21, como em quase todas as cidades brasileiras, é feito como se fosse um favor para gente operária e pobre. As linhas começam e se encerram num terminal no Centro e em determinados pontos finais de bairros como é hoje. E assim deverá ser por mais 20 anos. Um político sem noção até publicou na sua rede social de que haveria Wi-Fi de graça no ônibus. No edital, não há essa obrigação. Pode até acontecer. E como essa experiência já está sendo questionada em Blumenau, e como os pacotes das operadoras estão cada vez mais baratos e eficazes que tal trocar o tal Wi-Fi por Ar Condicionado? Afinal, em Gaspar há 300 dos 365 do ano, à temperatura superior a 20 graus. Para os passageiros: poeira, suor e desconforto. Já para os políticos...

O velho disfarçado de novo III

O novo transporte coletivo de Gaspar trata o passageiro como matéria de segunda. Só 40 por cento da frota será nova, podendo-se admitir que se tenha veículos com até 15 anos, dando-se um prazo de três anos para renová-la e se ter com isso uma idade média de oito anos. Ele não trata da interligação com Blumenau, Brusque, Ilhota e Gaspar, isso numa região metropolitana cada vez mais conturbada, congestionada e num contrato de 20 anos, como se tudo e todos fossem ficar parados no tempo por duas décadas. Ou isso é de propósito para arrumar pé para mudar tarifas contra os passageiros? Sim, por que isso, é uma das poucas coisas que está bem clara: o reajuste será anual em dezembro, a cada três anos haverá reavaliação pelas “planilhas” – que ninguém sabe direito como são compostas, fiscalizadas e conhecidas do público – além da possibilidade de se haver reajustes “extraordinários”.

O velho disfarçado de novo IV

O que está bem claro é quanto a prefeitura quer ganhar, não exatamente o quanto os cidadãos devem ganhar nesta concessão. São R$174.220.653,73 em 20 anos. Se a Caturani – a provisória - que aprendeu a fazer o serviço para estar habilitada nesta concorrência, sobram dúvidas. É que ela precisa mostrar no seu balanço que tem R$18.033.460,68 de patrimônio líquido. Ou seja, podem faltar interessados. E ai? Voltamos à precariedade de hoje. Supondo eu haja um vencedor, depois de todas as contestações e avaliações, ele vai depositar apenas R$609.772,29 de garantias, ou seja, 0,35% do valor da concessão. São regras para serem quebradas e eternamente serem questionadas na Justiça enquanto se explora o serviço – como aconteceu com a Viação do Vale -, até porque, no dia da assinatura do contrato é preciso cumprir apenas à metade do que é exigido no edital e há ainda seis meses para a devida adaptação. E a tarifa? O teto de R$4,40 (no dinheiro, no cartão tem 5% de desconto), mas leva quem apresentar a menor. E os R$4,80 cobrados hoje, enquanto Blumenau cobra R$4,20? É o velho que trabalha contra o novo. Um é chamado até transporte de passageiros, o outro deveria ser tratado de mobilidade e integração urbana. Nada se avançou desde quando Zuchi criou o serviço de transporte coletivo urbano por aqui nos anos 2000. Os erros que derrotaram Zuchi nesta matéria e fizeram à Viação do Vale correr daqui, continuam presentes no edital que está na praça. Aprendizado zero. Ou seja, Kleber levou três anos para fazer o mais do mesmo. Acorda, Gaspar!

Em campanha. Depois da pesquisa de campo, orientado, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi para a rua, de madrugada, na porta de fábrica, panfletar material que fala e enumera às suas obras. Existe erro mais evidente da sua estratégia de comunicação feita por curiosos, amigos e vingança contra quem possui credibilidade? Em menos de três anos trocou quatro titulares?

 

TRAPICHE

O PSL parou tudo no estado. Está fazendo a tal “discussão das suas relações”. Vai rever as comissões provisórias, depois da lavação pública de roupa suja no diretório estadual, com o governador e até mesmo na comissão de Gaspar. A ordem é começar do zero.

Os que estão dentro terão que se enquadrar e unificar o discurso para ficar lá. Estão à procura de “infiltrados” e oportunistas que dizem estarem atrapalhando a “imagem” do partido.

O PSL precisa entender que Jair Messias Bolsonaro, PSL, fala demais e conspira contra o seu próprio discurso, ao privilegiar os filhos ou esconder seus deslizes, como à rachadinha de Flávio Bolsonaro na Assembleia do Rio de Janeiro, que desmoraliza o ministro Sérgio Moro e flerta com a corrupção que dizia combater sob qualquer força.

Já o governador Carlos Moisés da Silva possui uma equipe muito fraca. O seu homem mais forte no governo, é burocrata, coletor de impostos, Paulo Eli. Ele enxerga todos como sonegadores. Pior, só quer criar e aumentar tributos para cobrir o rombo de privilégios que Moisés prometeu acabar.

O peixe sumiu da merenda terceirizada nos CDI e escolas municipais em Gaspar. Faz três meses. A denúncia é da vereadora e berçarista, e ex-vice-prefeita, Mariluci Deschmps Rosa, PT.

 

Edição 1916

Comentários

Miguel José Teixeira
02/09/2019 09:22
Senhores,

Acabou de vazar o resultado do encontro, agendado unilateralmente pelo Brasil, entre o poderoso Presidente do Tio Sam e os 3 patetas tupiniquins:

1) Trump enviará URGENTEMENTE maquinários e equipamentos de última geração aos líderes da Amazônia Ilegal para acelerar os desmatamentos.

2) com a Amazônia rapidamente desmatada, acabar-se-ão as queimadas.

Portanto, com uma cajadada abate dois coelhos!
Miguel José Teixeira
01/09/2019 18:10
Senhores,

Custou caro ao contribuinte e parece-me que a delegação tupiniquim em visita ao poderoso presidente do Tio Sam nada representou.

Entre uma e outra saída para urinar, Trump aparecia para os 3 patetas para fazer fotografias reservadas.

Assim sendo,

1) o ex-escrivão da PF, não colheu o depoimento que almejava.

2) O "fritador de hamburger" sequer teve acesso à chapa da cozinha da Casa Branca;

3) o deputado federal, não estava à serviço da Câmara, portanto. . .

Ponto para a esquerda brasileira!

Herculano
01/09/2019 09:46
51% REPROVAM DESEMPENHO DE BOLSONARO COM AMAZôNIA, DIZ DATAFOLHA

Interesse estrangeiro é legítimo para 75%

Para 66%, Brasil deve aceitar ajuda

Conteúdo do Poder 360. Pesquisa divulgada hoje (1º.set.2019) pela Folha de S.Paulo indica que 51% dos brasileiros avaliam o desempenho do presidente Jair Bolsonaro no combate ao desmatamento e queimadas na Amazônia como ruim ou péssimo. Em contrapartida, 25% acham que o trabalho do governo tem sido bom ou ótimo.

O Datafolha entrevistou 2.878 pessoas de 16 anos ou mais em 175 cidades. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Herculano
01/09/2019 09:40
SALÁRIO É UM ZERO À ESQUERDA NO PAÍS DA EXTREMA-DIREITA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Rendimento do trabalho parou de crescer desde abril; política extremista está em alta

O salário médio não cresce desde abril. Para ser mais preciso: desde então o rendimento médio do trabalho não aumenta ou até cai, se comparado com valores do mesmo mês do ano passado. Não era ruim assim desde 2016, ainda na recessão.

Não causa escândalo. No país da Grande Depressão, o conflito mais expressivo ou evidente é tenebrosamente político. Por exemplo, há grande disputa pelo controle de instituições do sistema de Justiça, do Supremo ao moribundo Coaf, passando por Ministério Público e Polícia Federal.

Lavajatistas, bolsonaristas e a uberdireita (que quer fechar ou tomar STF e Procuradoria), grupos no Congresso e os diversos partidos da Justiça, todos batem-se pelo poder arbitrário de mandar gente para a cadeia, de fugir da polícia ou de decretar o esbulho de direitos civis, quem sabe políticos. Os direitos sociais já vão para o vinagre por inércia.

Sim, lamenta-se de modo vazio o desemprego, que não terá melhora notável até 2022, se der tudo certo. Há quem se anime com o aumento do número de pessoas trabalhando, mais 2,2 milhões de um ano para cá. Mais de 80% desses novos empregos são da categoria "empregado sem carteira assinada" e por "conta própria".

A soma ("massa") de todos os rendimentos do trabalho cresce no ritmo mais lento desde agosto de 2017, ao passo de 2,2% ao ano. No mínimo, o zero à esquerda dos salários deveria preocupar quem quer a ressuscitação do PIB, em tese desejo geral. Nem isso.

A penúltima manifestação trabalhista de nota ocorreu em abril de 2017, contra a reforma da Previdência. A última foi o caminhonaço dos amigos de Jair Bolsonaro, o que ajudou a arrebentar o país em 2018.

A reforma trabalhista passou quase sem um pio. Assim foi o fim da contribuição sindical obrigatória, último e maior interesse da burocracia sindical carcomida.

A nova massa de trabalhadores, que vive de bico, não tem sindicato ou quase representação de outra espécie. Os celetistas estão apavorados. Até o privilegiado e militante funcionalismo federal está quieto diante do talho iminente prometido pelo governo Bolsonaro.

Houve protesto contra esse ministro da Educação, que fez questão de desdourar a pílula do corte de gastos com disparates atrabiliários, corte que era um arrocho no governo inteiro. No mais, a emergência social e a ameaça de colapso do governo federal mal são assunto político, no sentido maior do termo.

Decerto as saídas são mínimas, mas não é disso que se trata aqui. A conversa sobre os problemas materiais limita-se a um debate sobre reformas, em geral de elite. Os salários, o trabalho que vira bico em 80% dos casos ou a ruína dos estados, nada disso motiva política organizada do povo miúdo e de seus ausentes representantes.

Há risco alto de que, em 2020, universidades federais tenham de fechar, que falte subsídio para remédio popular e dinheiro para livro didático, isso em um país de governos que gastam quase 40% do PIB por ano.

É um espanto que essa desgraça toda não se transforme em protesto. Ou talvez se transforme, de modo caricato ou monstruoso.

Um pilar da eleição de Bolsonaro foi o pensamento de que "quebrando o sistema", em particular a corrupção, as coisas e as contas se resolvem. A facção mais extremada desse grupo imenso enfatiza mesmo é o quebra-quebra institucional, fechar ou dominar o Supremo etc. O país se politiza ao extremo, no extremo satânico da ideologia que cobre de névoa os problemas sociais.
Herculano
01/09/2019 09:34
SEM VERBAS, ONGS 'ATEARAM FOGO' NO GOVERNO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O fim do dinheiro farto para ONGs, até sem prestar de contas, coincidiu com acusações de que a Amazônia estava em chamas, apesar de os 2 mil focos de incêndio no Brasil estarem longe dos 7 mil em Angola e 3 mil no Congo, na África. Duas dezenas de contratos entre ONGs e o Fundo Amazônia, aos quais a coluna teve acesso, são chocantes. R$11,6 milhões foram pagos a três ONGs (IBAM, IPAM e TNT Brasil), sem prestação de contas ou comprovação de execução dos projetos.

VISTA GROSSA

Além da falta de notas fiscais e recibos, o BNDES, sempre leniente na gestão do Fundo, não atestava a efetividade dos projetos contratados.

ENTRE AMIGOS

No cadastro de inadimplentes, a ONG de sigla Ibam levou R$18,8 milhões para "Apoiar o fortalecimento da gestão ambiental" blábláblá.

DESPRESTÍGIO

Apesar de a expertise e estrutura do INPE, a TNT Brasil teve R$16 milhões para "monitorar o desmatamento por imagens de satélite".

DINHEIRO FÁCIL

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia faturou R$ 25 milhões para, basicamente, "ensinar" quem mora na Amazônia a cuidar dela.

BRUMADINHO: SETE MESES DEPOIS, NENHUM PRESO

Ainda não rendeu uma prisão sequer o rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, matando quase 300 pessoas em janeiro. Há mais de sete meses os bombeiros de Minas Gerais fazem buscas por desaparecidos na mina Córrego do Feijão. Mais um corpo foi encontrado nesta sexta-feira (30). Ações foram movidas por autoridades como o Ministério Público e até a Comissão de Valores Mobiliários, mas são apenas notícias: nenhum responsável está preso.

PRESOS DEPOIS SOLTOS

Oito executivos da Vale chegaram a ser presos dias após a tragédia, mas no final de fevereiro o STJ mandou solta-los.

Só NO PAPEL

Com o corpo encontrado essa semana, a agonia de mais uma família chegou ao fim, mas ainda há oficialmente 22 pessoas desaparecidas.

PREÇO DA VIDA

A Vale se vê no direito de precificar vidas ceifadas e famílias destruídas oferecendo R$100 mil por morto e R$ 50 mil por família desabrigada.

FOI DESNECESSÁRIO

Os diplomatas brasileiros avisaram o Itamaraty que a referência de Bolsonaro ao, digamos, déficit de formosura na primeira-dama da França produziu significativos estragos à sua própria imagem.

PSB APEQUENADO

Após a expulsão do deputado Átila Lira, a bancada do PSB na Câmara passará para 31 deputados. Se expulsasse todos os que votaram a favor da reforma Previdência, o partido passaria a 20 deputados.

PROVOCAÇõES CONTINUAM

Bolsonaro descartou a caneta Bic, que usava para assinar seus documentos, lembrando tratar-se de produto francês. E reforçando um movimento nas redes sociais de boicote a produtos da França.

REVOLTA É A PALAVRA

A autora de novelas Glória Perez se indignou com a prisão domiciliar do monstro que matou o garotinho João Hélio. Condenado a 39 anos, cumpriu 10 e foi pra casa. Ela viveu a tragédia do assassinato covarde da filha e viu os criminosos saírem da cadeia em pouco tempo.

DE OLHO NA REFORMA

Armando Paes Filho, presidente da Federação de Correspondentes Bancários, fixou base em Brasília para acompanhar de perto a reforma tributária. A entidade responde por uma fatia considerável do mercado.

PETS NOS HOSPITAIS

O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, sancionou lei do deputado estadual Lidio Lopes que autoriza animais de estimação frequentarem hospitais com seus donos lá internados.

DIA DAS BRUXAS

O prazo fatal para que o Reino Unido deixar a União Europeia está marcado para 31 de outubro. Exatamente o Dia das Bruxas, que os americanos chamam de "Halloween".

ME DÁ UM DINHEIRO AÍ

As importações de produtos da França caem desde 2013 no Brasil. Caíram 12,3% em 2014, 21,8% em 2015, 17,5% em 2016 e 0,7% até julho de 2017, segundo dados do Ministério da Economia.

PERGUNTA NAS REDAÇõES

O PIB crescer pode ser notícia ruim?
Herculano
01/09/2019 09:20
O INFERNO DE MORO, UMA TRAGÉDIA BRASILEIRA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Há dois anos seria forte candidato à Presidência; hoje é uma fritura ambulante

Quando decidiu largar a toga, trocando o altar da Lava Jato pelo serpentário de Brasília, Sergio Moro fez uma escolha arriscada. Ele havia se tornado um símbolo da luta contra a corrupção, mandando para a cadeia gente convencida de que aquilo era lugar de preto e de pobre.

Na última quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro chamou-o de "patrimônio nacional", mas Moro e as paredes do Planalto sabem que há poucas semanas ele o chamava de outra coisa. Quem já fritou um bife sabe que é preciso virar a carne, para não queimá-la. Moro é hoje uma fritura ambulante. Fritam-no (ou frita-se) no Planalto, no Congresso e no Judiciário.

Há dois anos ele seria um forte candidato na disputa pela Presidência da República. Essa viagem do paraíso ao inferno é uma tragédia brasileira que aponta para algo maior que ele. Mostra os vícios de soberba inerente à ideia do faço-porque-posso.

Em 2004, antes de se tornar famoso, o juiz Moro escreveu um artigo sobre a Operação Mãos Limpas italiana e disse o seguinte:

"Os responsáveis pela operação Mani Pulite ainda fizeram largo uso da imprensa. [...] A investigação da 'mani pulite' vazava como uma peneira. Tão logo alguém era preso, detalhes de sua confissão eram veiculados no L'Expresso, no La Repubblica e outros jornais e revistas simpatizantes. [...] Os vazamentos serviram a um propósito útil".

Moro e os procuradores da Lava Jato repetiram a mágica. Agora queixam-se de vazamentos e o ministro da Justiça lastimou que seus projetos "não têm tido a necessária exposição na imprensa".

O doutor não percebeu a mudança climática a que se submeteu trocando Curitiba por Brasília. Era um juiz que encarnava o combate à roubalheira e, junto com os procuradores, era também a melhor fonte de notícias. Afinal, era preferível ouvir Moro ou Deltan Dallagnol a dar crédito às patranhas virginais de empreiteiros ou de comissários petistas.

Moro, Dallagnol e os procuradores sempre souberam que seu serviço seria avaliado nas cortes superiores de Brasília. Confiaram numa inimputabilidade que lhes seria concedida pela opinião pública, até que vieram as revelações do Intercept Brasil e, acima de tudo, a decisão do Supremo Tribunal Federal que anulou a sentença de 11 anos de prisão imposta a Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil.

Os inimigos do procurador Dallagnol acusavam-no de manipular a fama com palestras bem remuneradas, mas ninguém seria capaz de supor que, de 20 palestras vendidas entre fevereiro de 2017 e fevereiro de 2019, 5 fossem patrocinadas pelo plano de saúde Unimed, com um ticket médio de R$ 32 mil.

Em setembro de 2018 o procurador queria ir à Bahia e perguntou a uma agenciadora: "Será que a Unimed Salvador não quer me contratar pra uma palestra na semana de 24 de setembro?". (A Lava Jato passou ao largo dos planos de saúde.)

Dallagnol fez o que achava que podia fazer. Desde o aparecimento das mensagens obtidas pelo Intercept, os procuradores da Lava Jato e Sergio Moro encastelaram-se numa defesa suicida de silêncio e negação. Danificaram a alma da Lava Jato com a soberba do encastelamento que levou as empreiteiras e os comissários do PT à ruína e à cadeia.

Para Moro, a conta do faço-porque-posso veio na semana passada, com a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal.

ALBERTO TORON ESTAVA CERTO

No dia 19 de janeiro de 2018, o advogado Alberto Toron, defensor de Aldemir Bendine, encaminhou ao juiz Sergio Moro um pedido para que seu cliente apresentasse seus argumentos finais depois de conhecer os memoriais de Marcelo Odebrecht e de outros colaboradores que o acusavam de receber propinas.

Toron argumentava que eles eram réus, mas haviam se transformado em acusadores, em situação que "se assemelha ao papel de um assistente do Ministério Público".

?Quatro dias depois, Moro negou o pedido. Pouco custava aceitá-lo. Sua decisão foi ratificada em duas instâncias superiores, até que na semana passada, por 3 votos contra 1, a Segunda Turma do STF anulou a sentença de Moro que condenou Bendine a 11 anos de prisão, por ter cerceado sua defesa. Talvez o resultado fosse 4 a 1, se o ministro Celso de Mello estivesse na sessão.

Vale a pena voltar no tempo. Na véspera do pedido de Toron, dois procuradores da Lava Jato discutiam o projeto de colaboração do ex-ministro Antonio Palocci e achavam que ele estava enrolando. Um deles cravou: "Pensamos numa entrevista com o candidato, colocando de modo claro que ou ele melhora, ou vai cumprir pena".

Moro rebarbou o pedido de Toron no dia 23. Dois dias depois, os procuradores da Lava Jato romperam as negociações com Palocci, que começou a negociar uma colaboração com a Polícia Federal.

Uma coisa nada teve a ver com a outra, mas ambas tiveram a ver com o faço-porque-posso. Moro achou que podia, assim como Palocci achou que podia oferecer sua colaboração à Polícia Federal. Conseguiu, e em abril fechou seu acordo com a PF. Daí em diante, num ano eleitoral, as revelações de Palocci começaram a vazar.

Os dois faço-porque-posso encontraram-se no dia 1º de outubro, seis dias antes da realização do primeiro turno da eleição presidencial, quando Sergio Moro divulgou o teor de um anexo da confissão de Palocci à PF. Como logo disse uma procuradora, "o acordo é um lixo", mas teve eficácia eleitoral. Moro fez porque podia.

Semanas depois Jair Bolsonaro foi eleito e Moro aceitou o convite para o Ministério da Justiça. (Segundo o vice-presidente Hamilton Mourão, o primeiro "contato" da equipe de Bolsonaro com Moro ocorreu antes do segundo turno.)

Achavam, mas não podiam.

A PF E A pf

Informação sobre Queiroz teria vindo de uma voz amiga da Polícia Federal

O presidente Bolsonaro pode não ter gostado da ação do Coaf acusando a bizarrice na movimentação financeira de seu filho Flávio e de seu amigo Fabrício Queiroz.

Tudo bem, mas seu entorno gostou de ter recebido a informação de que Queiroz estava sendo investigado. Essa informação teria vindo de uma voz amiga da Polícia Federal.

Graças a esse aviso Queiroz pediu demissão do cargo que ocupava no gabinete do deputado Flávio Bolsonaro uma semana antes do primeiro turno da eleição do ano passado. Por coincidência, no mesmo dia, Nathalia, a filha de Queiroz, foi afastada do gabinete do próprio Jair Bolsonaro na Câmara.

AGROTROGLODITAS

Os agrotrogloditas do andar de cima conseguiram o impossível: estimulando seus próprios instintos e os dos piromaníacos da Amazônia, impuseram ao setor uma encrenca internacional que custará centenas de milhões de dólares.

RODRIGUES ALVES

Bolsonaro repete que quem manda no governo é ele.

Faria bem se refletisse sobre o que dizia o grande presidente Rodrigues Alves (1902-1906): Meus ministros fazem tudo o que eles querem, menos o que eu não quero que eles façam.
Herculano
01/09/2019 09:10
CALA-BOCA NO GOVERNO. Só BOLSONARO FALA, por Helena Chagas, em Os Divergentes

O que seria de nós, jornalistas, sem o besteirol que Jair Bolsonaro despeja diariamente em entrevistas, tuítes e "lives" debaixo da mangueira do Alvorada, no Planalto e em outros lugares? Talvez, sem assunto, corrêssemos atrás de fatos concretos e de outras fontes - que certamente falariam mal dele. Então, não há como negar que há certo método na loucura presidencial.

Jair Bolsonaro calou os demais integrantes do núcleo palaciano. Alguns, como Gustavo Bebianno e o general Santos Cruz, foram expurgados. Nem falavam tanto assim, mas diversificavam interlocutores e - mais perigoso ainda - tinham ideias e discordavam das de Bolsonaro.

Os novos palacianos e os velhos remanescentes parecem ter aprendido a lição e não abrem a boca para dizer nada diferente do chefe. O porta-voz, general Rego Barros, levou carona nas promoções do Exército, ficou confinado no Planalto e hoje praticamente não porta voz nenhuma. Mal fala, porque o chefe fala o tempo todo e, segundo se comenta, mandou-o calar a boca.

E como Bolsonaro fala. Ameaça demitir o diretor geral da PF e desautoriza Sergio Moro. Ou então diz que vai vetar diversos pontos da Lei do Abuso de Autoridade e agrada Sérgio Moro. Reclama porque seu retrato não está exposto nas embaixadas brasileiras no exterior, mas diz que não é narcisista. Leva jornais impressos para a porta do Alvorada e faz diariamente sua análise de mídia para os profissionais que ali estão, inclusive estabelecendo "punições" como a de não dar entrevista porque ninguém noticiara o que ele queria na véspera.

Bolsonaro fala, desfala, desmente, volta atrás, quase rompe com o G-7 por causa da Amazônia, ofende gente a torto e a direito, mas parece estar a cada dia mais à vontade, como aqueles disos que se acham napoleão e são tratados como tal. Em seu entorno, ninguém parece ousar censurá-lo. O que não quer dizer que auxiliares não achem que ele não está passando do ponto e temam consequências de imagem mais desastrosas

O presidente da República adotou a estratégia de falar o tempo todo quando seus índices de popularidade começaram a cair. De lá para cá, porém, esses números caíram ainda mais - já que o que ele diz nitidamente escandaliza a maioria, ainda que reforce o apoio de um núcleo mais radical. Mesmo esse, porém, vem se reduzindo. E ainda restam mais três anos e quatro meses de besteirol
Herculano
01/09/2019 09:04
da série: sem recuperar os 13 milhões de desempregos criados pelo PT, Centrão e os sócios da esquerda do atraso, Bolsonaro não terá reconhecimento como um governo que verdadeiramente mudou o que nos enterrou.

ECONOMIA VACILANTE INFLA ABORRECIMENTO DA POPULAÇÃO COM O GOVERNO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Recuperação leva tempo, mas Bolsonaro deve prestar mais atenção

O governo não vai demorar a perceber que planilhas mexem pouco com os humores fora dos gabinetes. Jair Bolsonaro cobrou paciência e reclamou de má vontade da imprensa ao comentar os números que mostraram que o país escapou de mais uma recessão. O presidente deveria olhar pela janela do Planalto com mais frequência.

Bolsonaro tem razão ao dizer que a recuperação do PIB é um movimento que leva tempo, "igual a um transatlântico". A economia vacilante e o desemprego resistente, no entanto, cobram um preço político até de mandatários iniciantes.

A popularidade em queda do presidente reflete seus despautérios em série, mas é especialmente sensível às percepções do povo sobre o próprio bolso. Ainda que anos recentes tenham terminado em ruína absoluta, só 24% dos brasileiros acham que a economia está melhor agora do que em governos anteriores.

A pesquisa CNT/MDA de agosto marca esse aborrecimento da população. Para 45% dos entrevistados, a situação econômica é igual à dos últimos anos, e 28% dizem que é pior.

É evidente que o governo respira aliviado com o PIB no azul, mas precisa estar atento aos sinais crescentes de desânimo. Quase todo mundo já percebeu que não há fôlego para uma virada neste ano. Entre os entrevistados, 23% acham que o tempo bom vem em 2020. Outros 24% esperam números melhores em 2021, e 29% são pessimistas irrecuperáveis.

A lentidão na recuperação da economia começa a ficar presente no dia a dia das pessoas - e não por culpa das manchetes de jornais. Quando Bolsonaro completou um mês de governo, 24% dos brasileiros diziam que o desemprego era seu maior desafio. Agora, esse índice é de 44%.

O presidente disse que ainda espera um crescimento leve nos próximos meses. "Quem diz são os economistas, não sou eu, porque eu não entendo nada de economia", ressaltou. Bolsonaro entregou a carta náutica à sua equipe, mas o capitão do transatlântico é ele. Se a tormenta piorar, não poderá abandonar o navio.
Herculano
01/09/2019 08:48
MORO: "O QUE NÃO EXISTE É UMA POLÍTICA MAIS DURA DO GOVERNO FEDERAL"

Conteúdo de O Antagonista. Em sua entrevista à GloboNews, Sergio Moro foi questionado se a queda no número de homicídios no primeiro semestre deste ano poderia ser explicada por uma trégua entre facções criminosas. Ele respondeu:

"Essa acomodação é um tanto quanto questionável. Tivemos por exemplo neste ano dois massacres em presídios estaduais, um no Amazonas e um no Pará, que envolviam conflitos entre facções criminosas. Não sei se existe, de fato, essa acomodação e essa trégua. O que existe é uma política mais dura do governo federal."
Herculano
31/08/2019 10:37
ADM E BUNGE DIZEM QUE NÃO COMPRAM PRODUTOS DE NOVAS ÁREAS DESMATADAS NA AMAZôNIA

Empresas utilizam satélites de monitoramento para garantir nova política

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo e Agência Reuters.
As comercializadoras de grãos Archer Daniels Midland e Bunge disseram nesta sexta-feira (30), em comunicados separados, que não compram produtos de novas áreas desmatadas na Amazônia e que utilizam satélites de monitoramento para garantir suas políticas.

A Bunge afirmou que está avaliando as informações disponíveis sobre número e localização dos incêndios existentes na Amazônia.

A Associação Brasileira das Indústrias de ?"leos Vegetais (Abiove), que representa empresas como ADM e Bunge, apontou nesta semana que o plantio de soja nas dez cidades que mais reportaram incêndios neste ano é inexpressivo em relação à produção total da oleaginosa.

Segundo um estudo realizado pela entidade, os dez municípios com mais queimadas de janeiro a julho plantaram apenas 30 mil hectares na última safra, sendo 17 mil em Novo Progresso (PA), onde produtores participaram recentemente do chamado "dia do fogo".

Além disso, Apuí (AM), cidade que mais registrou focos de incêndios na região, não possui cultivos de soja, enquanto Altamira (PA), segunda com maior índice de queimadas, conta somente com 2 mil hectares plantados com a oleaginosa.

A Abiove é uma das líderes da chamada Moratória da Soja, que impede a compra e financiamento pelas tradings de safras cultivadas na região amazônica após 2008.

O órgão admite que a soja ocupa uma área relativamente importante da Amazônia, mas cita que 98% do plantio realizado no bioma veio após a Moratória da Soja, em áreas desmatadas antes de o programa ter sido instituído.
Herculano
31/08/2019 10:20
da série: o coveiro do PSDB

A REAÇÃO DE AÉCIO CONTRA ALIADOS DE DORIA

Os diretórios do PSDB de Belo Horizonte e de Minas Gerais vão discutir neste fim de semana a redação de representações que pedem a expulsão de dois dos principais aliados de João Doria: Luiz Fernando Alfredo da Silva, presidente do diretório municipal, e Marco Vinholi, do diretório estadual de São Paulo, diz Caio Junqueira na Crusoé.

Trata-se de uma reação de Aécio Neves depois que os diretórios paulistas resolveram recorrer da decisão da executiva do partido de arquivar os pedidos de expulsão do deputado tucano.
Herculano
31/08/2019 10:13
EVIDÊNCIAS COMUNS À VISTA DE TODOS OU ARMAÇÃO DAS REDAÇõES CONTRA O PODER DE PLANTÃO

De Augusto Nunes, de Veja, no twitter:

Manchete do Estadão deste sábado: "Orçamento apertado eleva risco de apagão do governo". Manchete da Folha: "Orçamento para 2020 pode paralisar máquina pública". Cresce a suspeita de q, por problemas de orçamento, os 2 jornais agora dividem o salário do mesmo redator de manchetes
Herculano
31/08/2019 10:10
O PROBLEMA É DE CADA UM, E NÃO DO PRESIDENTE

De Rodrigo Constantino, no twitter:

Se Bolso chamasse os filhos: 01, vc se meteu com Queiroz e é problema teu, vou vetar integral e que se dane; 02, a partir de hj vc está proibido de escrever nas redes sociais, só videogame; 03, cancelado o presente de aniversário, esquece embaixada. Aí eu chamava de MITO!
Herculano
31/08/2019 09:19
da série: com tanta político e gestor político roubado os escassos recursos públicos que vem dos pesados impostos cobrados de todos nós, e o Ministério Público implicando com o uso dos símbolos nacionais por nacionalistas...

DONO DA HAVAN É NOTIFICADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO POR USO DA BANDEIRA NACIONAL, por Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo

Luciano Hang diz que prefere ser preso a deixar de usar o símbolo em suas lojas

O empresário Luciano Hang, da Havan, está tendo problemas por usar a imagem da bandeira do Brasil. Há cerca de um mês, ele foi notificado pelo Ministério Público por colocar a flâmula em um cartão de compras que a empresa dá aos clientes.

BANDEIRA
"Expliquei que a distribuição do cartão é gratuita e que fazemos isso como uma forma de patriotismo", diz Hang. Um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro entre os empresários, ele costuma se vestir com um terno verde e gravata amarela.

CAIU NA REDE
Hang começou a receber também "interpelações pelas redes sociais" com questionamentos sobre o uso da bandeira nas lojas da rede. Eles invocam a lei sobre a apresentação dos símbolos nacionais. "Vou esperar para ser preso, mas não vou deixar de usar a bandeira", diz Hang. Ele já falou com integrantes do governo Bolsonaro para que a lei seja alterada.
Herculano
31/08/2019 09:04
LIÇÃO

Da deputada estadual por São Paulo, Janaína Paschoal, PSL, no twitter:

Não tem sentido e é ilegal agentes públicos não prestarem contas dos gastos feitos com dinheiro público. A verba de gabinete não é do Parlamentar. Trata-se de dinheiro disponibilizado para que o Parlamentar realize seu trabalho. Sendo assim, não há razão para negar prestar contas
Herculano
31/08/2019 09:01
da série: gente estranha. Como outros políticos sem caráter, posando de insuspeitos, paladinos da moalidade pública, pregando caça aos ladrões do dinheiro público, quando eleitos são os primeiros a esconder - por brechas legais - as suas artimanhas e dúvidas que os desmoralizaram como arautos de um Brasil novo para os brasileiros decentes.

OS SENADORES FLÁVIO BOLSONARO E RANDOLFE RODRIGUES, ENTRE OUTROS, TAMBÉM IMPõEM SIGILO A GASTOS FEITOS COM DINHEIRO DOS PESADOS IMPOSTOS DO POVO QUE SUSTENTAM ELE NA ATIVIDADE PÚBLICA E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA

Conteúdo de O Antagonista. A decisão de Davi Alcolumbre de manter secretas as notas fiscais de gastos realizados com a verba indenizatória de gabinete passou a ser seguida no Senado por outros parlamentares.

Segundo lista obtida pelo Estadão, pelo menos 12 senadores, incluindo Flávio Bolsonaro, negaram pedidos feitos via Lei de Acesso à Informação com a mesma justificativa.

"Além de Flávio e Alcolumbre, aparecem Telmário Mota (Pros-RR), Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Eduardo Braga (MDB-AM). Os demais nomes não foram identificados na lista que a reportagem obteve."
Herculano
31/08/2019 08:51
SOLDADOS DE CAXIAS, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

Maduro utiliza, para as ONGs de direitos humanos, a mesma linguagem que Bolsonaro usa para as ONGs ambientalistas

"Os governos imperialistas aproveitam a crise para lançar uma ofensiva em torno da questão ambiental para atacar a soberania nacional brasileira. Aos incautos que insistem em tutelar os desígnios da brasileira Amazônia, não se enganem: os soldados do Exército de Caxias estarão sempre atentos e vigilantes, prontos para repelir qualquer tipo de ameaça."

Quem escreveu isso? Assim, ninguém. A primeira frase é do Partido da Causa Operária, um grupúsculo de ultraesquerda (e, nela, depois da "crise", aparece um "criada por Bolsonaro").

Já a segunda é do general Edson Pujol, comandante do Exército, na Ordem do Dia lida no último dia 23. Mas as duas ficam bem juntas, abraçadas no ninho do nacionalismo. A nação, ensinou Benedict Anderson, é uma "comunidade imaginada". O patriotismo nacionalista, registrou Samuel Johnson, é "o último refúgio dos canalhas".

A invocação da soberania nacional é o refúgio clássico de governantes quando estrangeiros apontam rupturas dos compromissos internacionais assumidos pelo país, desrespeito às leis nacionais ou violações dos direitos dos cidadãos. Os canalhas perfilam-se à sombra da bandeira sempre que emergem temas diplomáticos globais, como as políticas ambientais e os direitos humanos. Nessas horas, a extrema direita e a esquerda tradicional revelam suas notáveis semelhanças. Então, uns e outros começam a empregar as palavras "imperialismo" e "colonialismo".

Jimmy Carter assumiu a Presidência dos EUA em 1977 e lançou sua política de direitos humanos, afastando Washington das ditaduras militares do Cone Sul. Ernesto Geisel reagiu rompendo o acordo militar bilateral para "não sujeitar o Brasil à interferência externa". O general Gregório Álvarez, homem-forte da ditadura uruguaia, tentou costurar um pacto com o Brasil para resistir à "subversão comunista" e ao "desrespeito dos EUA à soberania" dos dois países. Eles só não aplicaram o rótulo de "comunista" a Carter para reservar o espetáculo do ridículo à extrema direita bolsonarista.

A guerra de verdade toma, eventualmente, o lugar da guerra retórica. Leopoldo Galtieri deflagrou a Guerra das Malvinas, em 1982, para unir a Argentina em torno de uma sangrenta ditadura que submergia. "As Malvinas são argentinas ?"e os desaparecidos também." A resposta da oposição evidenciou o dilema da esquerda, incapaz de se desvencilhar de seu discurso ritual anti-imperialista. No fim, a ditadura desabou - mas como resultado da humilhação militar.

Soldados de Caxias, soldados de Bolívar. O hino da "luta contra o imperialismo" acompanha as prisões e a tortura na Venezuela chavista. "Esses bandidos vão lá e falam mal do país e ganham milhares de dólares": Nicolás Maduro utiliza, para as ONGs de direitos humanos, a mesma linguagem que Jair Bolsonaro usa para as ONGs ambientalistas. ONGs formam um universo heterogêneo, multifacetado. Mas, na retórica compartilhada pelo nacionalismo autoritário de direita e de esquerda, todas são agentes do "inimigo externo" pois podem representar contrapontos ao poder estatal.

No G7, com o plano de ajuda para combate a incêndios e reflorestamento, Emmanuel Macron deu um xeque ao rei, prendendo Bolsonaro no canto do tabuleiro diplomático. Depois, sua incauta sugestão de um estatuto internacional para a Amazônia ofereceu aos nacionalistas um atalho rumo ao "último refúgio".

A Amazônia, no imaginário militar, é o "verde de nossas florestas", uma das cores da bandeira, e o pilar setentrional da doutrina geopolítica de integração nacional. Os "soldados de Caxias" estão lá, nas largas faixas de fronteiras mortas, nos caminhos líquidos disputados pelo narcotráfico.

A Ordem do Dia de Pujol, tão parecida com o brado insignificante da Causa Operária, era ainda mais previsível que a próxima fagulha de incêndio. Nem por isso deixa de ser uma fuga para o "último refúgio".
Herculano
31/08/2019 08:46
ONGS GASTAM COM ELAS MILHõES PARA AMAZ?"NIA

Auditoria em 18 contratos com ONGs, no valor de R$252,2 milhões, revela que grande parte desses recursos do Fundo Amazônia acabou no bolso de pessoas ligadas aos projetos. Um caso é exemplar: dos R$14,2 milhões entregues à ONG Imazon, R$12,4 milhões (87% do total) foram pagos a seus próprios integrantes. "Consultorias" etc. levaram R$3,7 milhões (26,5%). O caso está entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU), que já definiu relator: o ministro Vital do Rêgo.

APOIO CARO, HEIN?

O objeto do projeto de R$14,2 milhões da Imazon sugere enrolação: "Apoiar a adequação ambiental de imóveis rurais na Amazônia Legal".

AUDITORIA ACUSA

A ONG Imazon faturou R$36,6 milhões em três contratos com o Fundo Amazônia. E o BNDES liberou dinheiro sem prestação de contas.

CONTRIBUIÇÃO MILIONÁRIA

A Imazon recebeu R$9,7 milhões para "contribuir" na "mobilização de atores locais", blábláblá, torrando 85% do total em custeio e pessoal.

BOCA DE SIRI

Solicitada a explicar gastos tão significativos com seu próprio pessoal, a Imazon não respondeu ao pedido até o fechamento desta edição.

'DESLEALDADE' FEZ BOLSONARO ATACAR DORIA NA 'LIVE'

Jair Bolsonaro resolveu atacar no tucano João Doria, lembrando que as "tetas" do BNDES financiaram seu jatinho com juros subsidiados, irritado com a atitude do governador de São Paulo na Alemanha, que considerou "desleal", de criticar sua "política de confronto". A referência ao jatinho, durante a "live" de quinta (29) para o Facebook, teve toques de achincalhe. Doria foi a Berlim faturar investimentos da Volkswagen no Brasil, na verdade já definidos pela empresa, como sua conquista.

INDIGNAÇÃO

Na Alemanha, o governador criticou Bolsonaro em razão da crise das queimadas. Informado disso, o presidente ficou indignado.

FIM DO 'BOLSODóRIA'

Candidato em 2022, Doria tenta construir imagem de político "moderno, educado e eficiente" em contraposição a Bolsonaro, "o tosco".

REAÇÃO FRIA

O governador reagiu friamente aos ataques de Bolsonaro e, fiel a sua estratégia, disse que não entraria "nessa polêmica".

CADÊ A CORREGEDORIA?

É indigno da civilização a prisão domiciliar ao assassino João Hélio apenas 10 anos e meio após matar e estraçalhar o corpo do garoto de 5 anos, arrastado por 7km pelo carro que o bandido tomou da sua mãe. É uma vergonha, deboche inaceitável. Cadê a corregedoria do CNJ?

COERÊNCIA PUNIDA

Fiel à opção de puxadinho do PT, o PSB expulsou do partido o deputado Átila Lira (PI) que, coerente, apoiou a reforma da Previdência este ano tanto quanto a reforma trabalhista de Michel Temer.

PRIORIDADES DO PACOTE

Relator do pacote anticrime de Sérgio Moro, Capitão Augusto (PL-SP) prometeu que tentará ao máximo um acordo para priorizar o combate às facções criminosas, crimes hediondos e o combate à corrupção".

CRESCIMENTO COM FORÇA

Em São Paulo, há quem desminta os modestos números oficiais da retomada da economia: no primeiro semestre, cresceram 17% as vendas de imóveis e 18% as vendas em shoppings como JK Iguatemi.

ASSUNTO QUE BOMBA

O post de político mais comentado no Facebook nos últimos dias teve 41 mil interações. Alberto Neto (Rep-AM) publicou vídeo de um policial de folga que atirou em assaltante de um supermercado. Um suposto casal de repórteres estava lá, não gostou e confrontou o PM.

OFICINA DE REPAROS

Estão errados ministros que atribuem a João Pedro Stédile a ameaça de "tocar fogo no País", como esta coluna noticiou. Outro líder do MST, Alexandre Conceição, é quem fez ameaça parecida: em abril de 2018, referindo-se à Globo, prometeu "tocar fogo neste jornal" e na emissora.

FAVELA DÁ VOTO

Já se foi o tempo onde políticos prometiam acabar com as favelas. Na segunda-feira (2), será lançada no Congresso a "Frente Parlamentar Popular em Defesa das Favelas", liderada por Igor Kannário (PHS-BA).

TRABALHO NA CÂMARA

Entre as 58 propostas aprovadas pelo plenário Câmara dos Deputados este ano, apenas 22 foram editadas em 2019. O restante são projetos de outras legislaturas; um dos projetos estava tramitando desde 2001.

PENSANDO BEM...

...quando virar gente grande, o PSB vai descobrir que expulsar deputado do partido é fácil, difícil é eleger.
Herculano
31/08/2019 08:27
QUANDO A POEIRA BAIXAR, por Julianna Sofia, secretária de Redação do jornal Folha de S. Paulo

Tentativa de Bolsonaro e Moro de mostrar que ainda é possível colar os caquinhos é trégua de araque

O teatrelho de Jair Bolsonaro e Sergio Moro nos salões do Palácio do Planalto na quinta-feira (29) tapeia poucos. Blandícias em excesso num esforço para demonstrar publicamente que ainda é possível colar os caquinhos depois de todo o desgaste da relação entre o presidente e seu (ex-super) ministro da Justiça. Trégua de araque.

Na Polícia Federal, o clima se deteriora progressivamente desde que Bolsonaro atropelou Moro e declarou que poderia trocar superintendente, diretor-geral e o escambau. Não há superbonder que dê jeito nisso. Aliás, a ausência de Maurício Valeixo (o DG) foi notada na plateia da ópera-bufa encenada por Jair e Sergio no palco palaciano. Na véspera do evento, sua permanência no cargo fora reafirmada por um ministro pouco convicto ("as coisas eventualmente podem mudar").

Segue em aberto o que ocorrerá com o posto de xerife do Rio - onde está o caso do recém-localizado Fabrício Queiroz, PM aposentado e ex-assessor de Flávio Bolsonaro (o 01). O então superintendente foi apeado do cargo por suposta improdutividade, e Valeixo chegou a indicar um sucessor, quando o presidente da República resolveu meter a colher. Com a interferência, a cúpula da PF ameaçou rebelar-se e disse não abrir mão do nome escolhido.

De lá para cá, vem estranhamente amarelando. Nos bastidores, fala-se em esperar a "poeira baixar", submetendo o processo a um indefinido banho-maria. Ademais, deixou de ser visto como sacrilégio pela polícia um veto presidencial ao indicado pelo diretor-geral, pois não se trataria de intromissão inédita - o silêncio que precede o bote?

Por coincidência, o espírito dentro dos muros do Planalto também é o de recolher os flaps e aguardar.

"Me engana que eu gosto. Bolsonaro ensaia paz com Moro. Conheço a figura, voltou atrás e deixou o chefe da PF, Valeixo, no cargo. Mas podem estar certos, questão de tempo. Baixou a poeira, Valeixo roda", profetiza um ex-aliado nas redes. Alexandre Frota corre o risco de acertar.
Herculano
30/08/2019 16:01
REGISTRO. MORRE EX-PREFEITO DE ILHOTA

Morreu o ex-prefeito de Ilhota, Hércules Geraldo de Oliveira, MDB, que que governou o município entre 1993 e 1996. Ele era irmão do atual prefeito, Érico de Oliveira, MDB. O velório será na Câmara municipal de Ilhota.
Herculano
30/08/2019 15:42
BOLSONARO DEVE VETAR 31 DOS 40 ARTIGOS DA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE

Decisão é ainda temporária

Mensagem só sai no dia 5

Conteúdo do Poder 360. Se fosse sancionar o projeto hoje, o presidente Jair Bolsonaro vetaria 31 artigos da Lei de Abuso de Autoridade. Sobrariam 9 artigos dos 40 do texto aprovado na Câmara.

O número reflete a tendência atual do presidente. A decisão final deve sair na data máxima, 5 de setembro.

O QUE DIZ O PROJETO
O texto da Lei de Abuso da Autoridade (íntegra) foi aprovado pela Câmara em 14 de agosto de 2019. Teve autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ­- que depois veio a renegar o projeto, alegando que o relatório do então senador Roberto Requião (MDB-PR) distorcia a proposta original.

Criticado no plenário por deputados governistas e do partido Novo, o texto final determina que 1 agente público incorre em crime quando prende alguém em caso claro de desconformidade com as leis ou constrange o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência.

Eis algumas das ocorrências considerados crimes de abuso de autoridade segundo o teor da proposta:

Provas - conseguir por meio ilícito (1 a 4 anos de reclusão);

Filmagens - divulgar gravação sem relação com as provas (1 a 4 anos de reclusão);

Prisão - decretar de forma expressamente contrária às situações estipuladas em lei (1 a 4 anos de reclusão);

Condução coercitiva - utilizar a medida de forma manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo (1 a quatro 4 de reclusão);

Algemas - submeter preso ao uso do equipamento quando estiver claro que não há resistência à prisão (6 meses a 2 anos de reclusão);

Cela - manter mulheres e homens presos no mesmo local (1 a 4 anos de detenção).

REDES PRESSIONAM COM #VETABOLSONARO
O projeto de lei foi ainda alvo de intensa campanha nas redes sociais. Apoiadores de Bolsonaro lançaram a hashtag #VetaBolsonaro, pedindo que o presidente bloqueie integralmente o texto aprovado pelo Congresso. O movimento contou com o apoio declarado de deputados do PSL, partido do presidente.

Segundo a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), Bolsonaro "está entre a cruz e a espada" em relação ao projeto. "Se eu vetar tudo, crio 1 problema com parte do Congresso [...]. Se eu não vetar nada, crio 1 problema com a população", teria dito, segundo ela, o presidente da República.
Herculano
30/08/2019 15:24
VENDA DE D?"LAR À VISTA... RECORDANDO PAULO GUEDES, por João Borges, no Globonews

A decisão do Banco Central de vender dólares à vista no momento em que a cotação da moeda americana encostou em R$ 4,20 causou surpresa a muitos. Afinal, a última vez que o Banco Central havia feito isso foi há dez anos, para enfrentar o impacto no Brasil da crise financeira internacional deflagrada em setembro de 2008 com a quebra do banco Lehman Brothers.

Mas para quem registrou o que disse em outubro do ano passado o então futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, não foi tanta surpresa assim. No dia 30 daquele mês, em conversa com jornalistas, Guedes foi provocado a responder sobre matéria do jornal "Valor Econômico", que revelava discussões de sua equipe para vender parte das reservas. Ele negou que isso seria feito. Mas em seguida disse o seguinte:

"Se o dólar chegar a R$ 4,20, R$ 4,30, R$ 5,00, vai ser muito interessante. Se você vender US$ 100 bilhões a R$5,00, são R$500 bilhões. Isso significa que você vai, na mesma hora, recomprar a dívida interna. Isso num cenário de crise. Sem crise, não. O dólar está a R$3,60. Para que eu vou vender? Para derrubar exportação?", disse Guedes na ocasião.

As reservas cambiais brasileiras somam cerca de US$380 bilhões. Para comprar dólar e acumular essas reservas, o Banco Central vendeu títulos em reais no mercado. Com isso, aumentou sua dívida em real para fazer reservas em dólar. A dívida bruta do país aumentou.

Agora, vendendo dólares das reservas, a intenção é fazer o caminho inverso: o BC vende os dólares e, com esse dinheiro, compra os títulos em reais. A dívida bruta do país diminui.

A venda de dólares, portanto, não parece ser uma defesa de um determinado nível da cotação do dólar. Mas sim uma oportunidade de mercado para se reduzir a dívida interna.

Em tempo: da equipe de Paulo Guedes que discutia a possibilidade de venda das reservas, ainda durante a transição, participava também o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Herculano
30/08/2019 15:17
PSL ACHA-SE PERSEGUIDO, INVADIDO

Alguns membros do PSL de Gaspar acham que estão numa sociedade secreta.

Alguns aos lerem o que escrevi em comentários anteriores e os desta sexta-feira, disponível para ser editado desde terça-feira, sugeriram que alguém dentro do partido devem estar traindo-os e repassando informações privilegiadas para esta coluna.

Bobagem estúpida. Republiquei o que é público, o que está no noticiário, mas principalmente nas redes e nos aplicativos de mensagens dos seus membros, contentes e descontes. Nada mais. E outra: segredo em um partido político? Hum!

A prova mais eloquente de que o PSL nacional, mas principalmente o de Santa Catarina está à procura do seu próprio caminho, está na coluna de hoje do Cláudio Prisco Paraíso. Ela só confirma o que escrevi até aqui e outros, livres e com credibilidade, tiveram a mesma abordagem. Confira.

O FUTURO DO PSL

Moisés da Silva jantou, quinta à noite, com o deputado federal e presidente estadual do PSL, Fábio Schiochet. Os dois tiveram a companhia do vice-presidente nacional do partido, Antônio Rueda. Na prática, ele é quem toca nacionalmente a sigla, já que o presidente de direito, Luciano Bivar, tem idade avançada.

O trio conversou muito sobre as eleições do ano que vem. Um novo cenário está se formando para o PSL catarinense depois que o próprio Schiochet fulminou; extinguiu todas as comissões provisórias existentes e novas estão sendo formadas. Pelo menos 10 prefeitos e vices, que já estão no exercício do mandato, serão filiados. Para serem candidatos. Ou a reeleição ou a prefeito, no caso dos vices.

A expectativa dos líderes é ter, de fato, ascendência e controle sobre a legenda, nomeando pessoas de bom senso e com perspectivas reais de vencer o pleito municipal para pilotar as novas comissões provisórias. Havia, sob a ótica dos três convivas, muito radicalismo comandando o PSL de determinadas cidades. As projeções de Moisés, Schiochet e Rueda apontam para a conquista de pelo menos 60 prefeituras em 2020. O Instituto Paraná Pesquisas foi contratado para desenhar o mapa pré-eleitoral nestas 60 praças estaduais. Os números serão decisivos para a definição da estratégia pesselista.

Possibilidade
No jantar de quinta-feira à noite, Fábio Schiochet, que também é o secretário de Comunicação da Câmara, admitiu ir para o sacrífico e candidatar-se a prefeito de Jaraguá do Sul, sua base eleitoral. Ali, iria contra o atual prefeito, Antídio Lunelli, do MDB, que está mapeado como um dos nomes do Manda Brasa para o pleito estadual de 2022. Projeto que passa, necessariamente, pela reeleição em Jaraguá do Sul.

Reflexos
A disposição de Schiochet de concorrer a prefeito pode servir, também, no sentido de pressionar outros dois deputados federais do PSL a seguirem o mesmo caminho. Caroline de Toni em Chapecó e Daniel Freitas em Criciúma. Até porque, em caso de vitória dos três, isso seria um reforço e tanto ao projeto reeleitoral de Moisés da Silva.

Aproximação
Por falar em Caroline de Toni, ela visitou, recentemente, o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon. Estava acompanhada de lideranças do PSL ligadas a ela. Durante a conversa, a parlamentar deixou transparecer que pode aceitar o desafio e disputar a sucessão do próprio Buligon. Dependendo dos encaminhamentos, Caroline poderá ter até o apoio do alcaide chapecoense.
Não custa lembrar que o prefeito tem atuado em perfeita sintonia com a própria Caroline e com o governador Moisés da Silva.

Reforço
Prova da proximidade de Moisés e Buligon são os investimentos em Chapecó. O prefeito lançará, na segunda-feira, um pacote de obras de R$ 100 milhões. Que ganhou um belo reforço: mais R$ 25 milhões do governo estadual.
Herculano
30/08/2019 12:35
DESEMPREGO RECUA COM RECORDE DE TRABALHO INFORMAL

Taxa de desemprego caiu para 11,8% e atingiu 12,6 milhões de pessoas no trimestre, diz IBGE

Conteúdo do jornal Folha de S.Paulo. Texto de Diego Garcia, do Rio de Janeiro. A taxa de desemprego recuou no país, mas devido à criação de vagas no mercado informal, que bateu novo recorde.

O número de empregados sem carteira assinada atingiu 11,7 milhões no trimestre encerrado em julho, enquanto os trabalhadores por conta própria ?"cuja maior parte não tem CNPJ?" chegaram a 24,2 milhões, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (30).

Os números são os mais altos já registrados pelo IBGE na série da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012.

No período, a taxa de desocupação no Brasil caiu para 11,8%, o que representa 12,6 milhões de pessoas desempregadas, contra 12,5% no trimestre imediatamente anterior (fevereiro a abril de 2019).

"Desde o início da crise econômica a inserção por conta própria vem sendo ampliada em função da falta de oportunidade no mercado formal", afirmou Cimar Azeredo, gerente da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE.

O total de empregados do setor privado sem carteira de trabalho assinada teve um aumento de 3,9% (441 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e de 5,6% (619 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2018.

Já o número de trabalhadores por conta própria subiu 1,4% (343 mil pessoas) na comparação trimestral e 5,2% (1,2 milhão de pessoas) em comparação ao mesmo período do ano passado.

Segundo Azeredo, experiências de crises anteriores apontam que, quando o mercado de trabalho se recupera, o emprego informal cai, em vez de aumentar. Ou seja, o recorde da informalidade indica que o mercado de trabalho ainda não se recuperou, apesar da queda na taxa de desemprego.

Como vagas informais costumam pagar menos que as formais, um aumento no número de postos sem carteira reduz a média salarial da população. Segundo o IBGE, o rendimento médio real habitual do trabalhador chegou a R$ 2.286, contra R$ 2.311 nos três meses antes.

O número de empregados no setor privado com carteira assinada marcou 33,1 milhões, estável em comparação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado.

SUBOCUPADOS
O número de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas também bateu recorde e chegou a 7,3 milhões de pessoas, com alta de 4,8% (337 mil subocupados) sobre o trimestre anterior e de 12,4% frente ao mesmo trimestre de 2018.

A população fora da força de trabalho ficou em 64,8 milhões de pessoas, enquanto o número de desalentados ?"aqueles que gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego no período?" marcou 4,8 milhões.

A força de trabalho - pessoas ocupadas e desocupadas?" é a maior da série histórica, estimada em 106,2 milhões, um aumento de 610 mil pessoas (0,6%) quanto ao trimestre anterior e de 2 milhões (1,9%) na mesma época no ano passado.
Herculano
30/08/2019 12:31
Ao José Antônio

Deve-se fazer diferença entre rachadinha, que é um roubo de políticos, usando assessores, familiares e outros laranjas que fingem trabalham, ou trabalham e não ganham aquilo que está no contra-cheque, pois tem que entregar parte dele para seus empregadores, e a "dízimo" partidário que é recolhido compulsoriamente para a caixinha do partido. Esse "dízimo" é legal, apesar do questionamento ético, pois o partido já leva dos cidadãos, compulsoriamente, dinheiro dos pesados impostos.

Veja o que diz o presidente do Partido Novo, o empresário, João Amoedo, sobre este assunto casualmente postado hoje no seu twitter:

No estatuto de pelo menos 25 partidos é obrigatória a doação de parte do salário dos filiados em cargos comissionados e confiança

Além da tirar a liberdade do seu filiado, o partido ainda recebe indiretamente mais dinheiro público

No NOVO não existe e nunca existirá esta regra

VOLTO.

O MPSC só age diante de denúncias, fundadas, com provas. E posso garantir que essas rachadinhas não são apenas no poder legislativo (Senado, Câmara Federal, Assembleia e até mesmo nas Câmara municipais), elas estão presente no Executivo, principalmente nos municípios.

O desemprego, o fanatismo e o medo alimentam este crime e protegem criminosos
José Antonio
30/08/2019 11:37
Herculano

O MPSC deveria dar uma olhadinha na Assembleia de Santa Catarina, pois la tbém se pratica e muito a famosa rachadinha, é só se comparar os salários dos assessores de cada deputado.
Miguel José Teixeira
30/08/2019 11:27
Senhores,

No "quadriunvirato tupiniquim" e em tempo de Lava-Jato, Vaza-Jato e Detona-Jato, o "ex-escrivão da PF, especialista em fritar hamburger e hoje Deputado Federal, que está prestes a ganhar a Embaixada no Tio Sam de presente do papai, Eduardo Bolsonaro tem encontro com Donald Trump na Casa Branca"

Huuummm. . .será que vai colher um depoimento ou vai fritar hamburger. . . pois assunto parlamentar não deve ser!
Herculano
30/08/2019 08:44
"A LEI TEM QUE SER APLICADA. QUEM QUISER, QUE MUDE A LEI"

Conteúdo de O Antagonista. A manobra da Segunda Turma do STF para anular o processo de Aldemir Bendine não tem previsão no Código Penal.

O ex-ministro Sydney Sanches disse para O Globo:

"A lei processual diz que os prazos das alegações finais é o mesmo para todos os réus. A acusação tem o prazo dela, e a defesa dos réus tem o mesmo prazo em seguida. Não se faz distinção de um réu que é acusado por outro, o que acontece em ações comuns. Há processos sem delatores em que um réu põe a culpa no outro. Não foi ilegal o que foi feito pelo Sergio Moro."

O jornal perguntou como ele teria votado.

Ele respondeu:

"Eu teria aplicado o Código de Processo Penal como está. A lei tem que ser aplicada. Quem quiser, que mude a lei.

Mas como eu votaria não importa agora. É preciso saber o que o plenário acha. O entendimento foi o de que defesa não pôde rebater o delator, mas, e se já debateu a questão no processo? Não se pode dizer que o réu não delator ficou indefeso. Tem que ver caso a caso, se houve prejuízo ou não à defesa. No caso do Bendine, não se examinou isso. Presumiu-se o prejuízo porque foi ouvido no mesmo prazo. A pergunta é se houve prejuízo."
Herculano
30/08/2019 08:39
LULA MOSTROU JÁ SABER DA ANULAÇÃO DE SENTENÇA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta sexta-feira, nos jornais brasileiros

O ex-presidente Lula sabia da iminente anulação da sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, por isso no dia 11 último divulgou sua "decisão" de recusar o regime semiaberto e exigir "absolvição ou anulação" para sair da cadeia. Para um procurador convencido de que há uma ação coordenada para liquidar a Lava Jato, "Lula agiu como se soubesse com antecedência sobre o julgamento do caso Bendine". A decisão cria o precedente que tem tudo para soltar o ilustre presidiário.

ESTRANHA 'VALENTIA'

Até petistas religiosos estranharam a "valentia" de Lula, "recusando" a progressão de regime. Parecia ciente da anulação de sua sentença.

BENDINE, O BODE

Mal a Segunda Turma do Supremo soltou na sala um bode chamado Bendine, Lula ingressou com idêntica ação para anular sua sentença.

CULPADOS, ELES SÃO

Pior é que não há a mínima dúvida sobre a culpa dos 146 corruptos beneficiados pela 2ª Turma do STF, até pela abundância de provas.

PROVAS INCONTESTÁVEIS

O presidente do STJ, ministro João Otavio de Noronha, afirmou em entrevista que a defesa jamais contestou as provas contra Lula.

MP INVESTIGA 'RACHADINHA' NA CÂMARA DO DF

O Ministério Público do DF investiga a prática da "rachadinha" em gabinetes da Câmara Legislativa, cujo presidente Rafael Prudente considera muito grave. A "rachadinha" é comum no Legislativo e consiste na obrigação de assessores nomeados oficialmente de devolver parte do salário, para pagar outros assessores não oficiais todos os meses. Há também suspeita de fantasmas nos gabinetes. O primeiro alvo do MPDFT é o deputado Daniel Donizete (PSDB).

LISTA DE SUSPEITOS

O promotor Alexandre Fernandes Gonçalves deu prazo de dez dias para que a Câmara envie a lista de assessores de Daniel Donizete.

DEPUTADA NA MIRA

A deputada Kelly Bolsonaro também está na mira do Ministério Público, que deseja saber tudo sobre ela, inclusive seu endereço residencial.

MEU PIRÃO PRIMEIRO

A deputada Érica Kokay (PT-DF) é ré na Justiça Federal sob acusação de depositar o produto da "rachadinha" em sua própria conta bancária.

LULA QUER PUNIR PALOCCI

Despachando com quem quer e dando entrevistas quando bem entende, Lula afirmou que na Lava Jato devem ser os criminosos confessores, somente eles. Ou sejam, os delatores. Principalmente seu ex-ministro e coordenador financeiro Antonio Palocci, alvo de sua ira.

DIZ-ME COM QUEM ANDAS

O Fórum Nacional Sucroenergético é contra a venda direta de etanol aos postos, o que reduziria o preço final ao consumidor, defende as distribuidoras (atravessadoras no mercado de combustíveis) e afirma que "nunca" foram associadas à entidade. Nem precisam, pelo visto.

RESULTADOS PRÁTICOS

O Ministério da Defesa divulgou imagens de satélite que mostram redução significativa dos incêndio após a intervenção do Exército. Amapá, Amazonas, Roraima e Rondônia têm os melhores resultados.

DE ACORDO COM O PROTOCOLO

Circulam imagens de policiais legislativos do Congresso usando pistola de choque para conter um homem que quebrou vidros da Chapelaria e os ameaçava de agressão. Os seguranças não tinham alternativa.

PANO PARA MANGA

Levantamento Paraná Pesquisas revelou que medicamentos derivados da maconha dividem o Brasil: 47% a favor e 44,2% contra, com 8,8% indecisos. A aceitação é inversamente proporcional à idade e começa em 50,5% entre jovens e cai a 41,5% entre os maiores de 60 anos.

JUROS INDECENTES

Rendeu protesto em criativo anúncio na internet o aumento de 40% do Mastercard na taxa cobrada de bares e restaurantes cujas contas são pagas com cartões de crédito. A Abrasel, entidade do setor, apelou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica: "Cade, ajude aí".

MANDOU BEM

O presidente Jair Bolsonaro comemorou nas redes sociais a retomada da importação de carne brasileira pela Indonésia. O embaixador do Brasil em Jacarta, Rubem Barbosa, teve papel central na negociação.

DESCULPA PERFEITA

A CNI criticou suspensão da compra de couro brasileiro por "injustas e equivocadas" tentativas de ligar o produto aos incêndios na Amazônia. Até a China, logo ela, questiona a sustentabilidade do produto brasileiro.

PENSANDO BEM...

...os poluidores chineses questionando sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente do Brasil nos levam a um novo nível de hipocrisia.
Herculano
30/08/2019 08:34
FACHIN ENTRA NA MIRA DE COLEGAS DO STF; RISCO DE O PLENÁRIO MANTER REVÉS À LAVA JATO É REAL, por Daniela Lima, na coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Gregos e troianos
Edson Fachin desagradou a duas alas do Supremo ao levar ao plenário caso que pode rever a decisão da Segunda Turma em habeas corpus do ex-presidente do BB Aldemir Bendine. O colegiado havia determinado que réus devem apresentar alegações finais à Justiça depois dos delatores que os acusam. Fachin submeteu caso similar ao de Bendine a todos os colegas, dando margem a novo veredito. Um grupo o chamou de "mau perdedor". Outro viu tentativa de manietar a opinião pública.

Fez que não viu?
Ministros que não julgaram o caso de Bendine observam que foi de Fachin a decisão de levar o caso do ex-dirigente do Banco do Brasil à turma na ausência de Celso de Mello, afastado para tratamento de saúde. Com só quatro juízes aptos a analisar a ação, o relator da Lava Jato no STF podia prever que o risco de derrota era alto, dizem.

Fez que não viu 2?
Esses integrantes do Supremo afirmam que Fachin sabe que Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski são garantistas. Por isso, ainda que Carmen Lúcia votasse contra o entendimento dos dois colegas, um empate já seria suficiente para beneficiar Bendine.

Fez que não viu 3
Um ministro que só agora vai analisar o tema diz que Fachin tenta remendar o resultado levando um novo caso ao plenário após receber os protestos da Lava Jato e de parte da opinião pública. E alerta: o risco de a maioria manter o que a turma decidiu existe e não deve ser desprezado.

Narciso?
A Lava Jato de Curitiba está com moral baixa no STF. Um integrante da corte define assim o saldo das mensagens obtidas pelo The Intercept: "Só eles prestavam. A Justiça estadual era provinciana, o Ministério Público estadual era lixo, a imprensa era manipulável e as cortes superiores eram corruptas".

Eterno enquanto dure?
Recebida com desconfiança por políticos, a trégua entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro foi confirmada por aliados do presidente. Segundo assessores do Planalto, tudo foi resolvido em conversa na qual o chefe deixou claro ao ex-juiz que não gosta de receber recados pelos jornais.

Onde pega?
O presidente disse que cabe ao ministro analisar a atuação do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. Bolsonaro recebeu queixas de que o foco em crimes de colarinho branco ofusca outras atribuições da PF e ficou incomodado.

Passa a régua?
A Controladoria-Geral da União enviou ao Planalto parecer no qual pede que o presidente vete 27 itens do projeto de lei de abuso de autoridade. A maioria dos dispositivos foi questionada pelo órgão sob o argumento de que há margem à subjetividade na interpretação e, portanto, insegurança jurídica.

Ampulheta?
Bolsonaro vai definir até o dia 3 de setembro qual será a abrangência de seu veto. Ele conversa com os presidentes da Câmara e do Senado para tentar chegar a um acordo. Tenta contemplar parte de sua base sem desencadear uma rebelião no Congresso.
Herculano
30/08/2019 08:25
É O STF, ESTÚPIDO, por Cláudio Prisco Paraíso

A Suprema corte, que, por excelência, deveria ser a guardiã a Constituição e das leis, parece estar se transformando justamente no contrário: um bastião da impunidade, onde a Carta Magna é rasgada conforme o interesse da clientela!

O ápice dessa escalada ocorreu nesta semana, quando a segunda turma do STF, por 3 a 1, anulou a condenação do ex-presidente da Petrobrás e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine.

A sentença em primeiro grau foi proferida pelo ex-juiz Sérgio Moro, sendo ratificada na segunda instância, o TRF-4 de Porto Alegre.

A anulação no Supremo foi baseada num rito processual. Não se tratou do mérito. Ou seja, um absurdo e uma ameaça real à Lava Jato, mas sobretudo, à democracia. Em 1991, o marqueteiro do então desconhecido Bill Clinton, James Carville, apostou que o então presidente George Bush não era invencível com o país em recessão e cunhou a frase que virou case de marketing eleitoral: "É a economia, estúpido!"

Neste Brasil de 2019, o bordão pode ser adaptado no contexto das organizações que se fortalecem dia a dia para soterrar a Lava Jato: é o STF, estúpido!

PLACAR IMPREVISÍVEL

Edson Fachin, derrotado na segunda turma, com o surpreendente voto da presidente do colegiado, Cármen Lúcia, agora passou o pepino para o plenário. Ali, os 11 ministros terão que se manifestar sobre esta questão. Agora, sob a vigilância de parte da imprensa e da sociedade que deseja que o combate à corrupção continue firme e forte.

OUTRA MÃO

Enquanto parcela do STF deixa muito claro que atua para sufocar o combate à corrupção (!), a Polícia Federal vai na direção oposta. Pisa no acelerador. Também esta semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o seu pai, vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, foram indiciados pela PF. Os crimes? Os de sempre, como caixa 2 e 3, corrupção, lavagem de dinheiro e por aí vai.

EFEITO CASCATA

A decisão da segunda turma do STF, de anular a condenação de Bendine, pode influenciar 32 outros processos, inclusive nos de figuras carimbadíssimas como José Dirceu e Eduardo Cunha. Sem perder um minuto sequer, a defesa da Lula da Silva, embora sejam situações diferentes, já entrou com pedidos de anulação visando surfar na onda Bendine!
Herculano
30/08/2019 08:21
O PAÍS EM QUE O PIB É GORJETA DE 1%, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

'Supresa positiva' do crescimento da economia no segundo trimestre é conversa fiada

Houve uma conversa fiada de que o crescimento do PIB no segundo trimestre foi uma "surpresa positiva". É sintoma de que as pessoas ocupadas com essa numeralha se acostumaram a discutir migalhas, troco miúdo e gorjeta ruim.

Escapamos por ora de nova recaída na recessão? Grande dia! Só que não. O fato é que a economia brasileira cresce ao ritmo anual de 1,2% desde o final de 2017. Casas razoáveis do ramo precário da previsão econômica ainda estimam que o PIB cresça apenas 0,8% neste 2019 -estando certas, isso significa que o crescimento no resto do ano vai desacelerar. Outros dão o chute informado de que se pode chegar a 1%. Os otimistas, 1,2%. Essas diferenças são troco.

Parte do resultado menos lamentável do trimestre se deveu à construção de casas, porque obras de instalações produtivas (indústria, logística, comércio etc.) ou de infraestrutura (estradas etc.) estão ainda na miséria.

O PIB da construção ainda é negativo, nos últimos quatro trimestres, mesma balada em que vem desde a metade de 2014. Foi o setor mais destruído pela Grande Depressão. O nível de atividade no ramo está mais de 28% abaixo do registrado no segundo trimestre de 2014.

O que se pode esperar de recuperação de curto prazo? Que a taxa de juro básico real caia a perto de zero. Quem sabe assim, com os rendimentos zerados das aplicações financeiras, os brasileiros remediados e ricos invistam em imóveis ou mesmo a torrar o dinheiro que têm guardado em carros, TVs e eletrodomésticos. Sim, é quase sarcasmo.

Além dos nossos famosos problemas estruturais, os economistas dizem que o fracasso recente da retomada mínima do crescimento se deveu a choques, que levaram uns décimos ou centésimos percentuais de aumento do PIB. Houve o caminhonaço dos amigos de Jair Bolsonaro em 2018, a crise argentina, que prejudicou a indústria de carros, a piora das condições financeiras (juros e dólar) devida à eleição, o desastre assassino da mina de Brumadinho, os ataques de Nero Trump ao comércio e à sanidade mundiais.

É verdade. No entanto, tirando esses bodes da sala e colocando a cabra da desaceleração mundial na cozinha, o que resta é um crescimento previsto de 1,5% a 2,2% no ano que vem, se der tudo certo, com risco de a previsão mais triste ser a mais provável.

A não ser que os empresários se emocionem com o ar da primavera e com os céus azuis de verão (se não houver fumaça de queimada) e passem a investir por motivos ora desconhecidos (é raro, mas até acontece), não há impulso visível de crescimento. O que resta de incentivo à mão, repita-se, é um talho na taxa de juros, um desmatamento financeiro amazônico.

Francamente, com três anos de inflação abaixo da meta, com o risco de o desemprego médio aumentar neste ano e PIB per capita crescendo a menos de 0,3% ao ano, é o caso de pensar o impensável
em termos de juros.

Quem tem negócio estabelecido, em particular fábricas, amarga na média grande capacidade ociosa. Não há nenhum (nenhum mesmo) programa novo de concessão de infraestrutura relevante a entrar em obra tão cedo. Talvez venha uma surpresa positiva na área de petróleo e gás.

Quanto à despesa federal em obras, considere-se o resultado das contas do governo até julho, divulgado nesta quinta-feira (29): o investimento neste ano está no nível mais baixo pelo menos desde 2007 (a partir de quando há dados oficiais).

Estamos por ora atolados.
Herculano
30/08/2019 08:16
O HORóI DO CHURRASCO CONTRA A LAVA JATO

Conteúdo de O Antagonista. Os defensores de alguns dos principais criminosos condenados pela Lava Jato reuniram-se anteontem no restaurante Rubaiyat.

Segundo o Estadão, o advogado de Aldemir Bendine "foi saudado com honras de herói pela maioria dos participantes do jantar. O clima era de euforia e a avaliação é a de que a decisão da Segunda Turma pode ser um divisor de águas na história da Lava Jato".

Ele comentou:

"Há um clima diferente, e isso o ministro Gilmar Mendes deixou muito claro ao dizer que o Supremo falhou ao controlar arbitrariedades e abusos."

Antonio Cláudio Mariz de Oliveira fez o discurso mais aplaudido da noite:

"Faço uma conclamação, um chamado, para que todos ocupem de novo a trincheira avançada da resistência. É preciso que resistamos, que, de novo, nos tornemos porta-vozes dos anseios mais caros da sociedade brasileira."

Sim, os mais caros.
Herculano
30/08/2019 08:12
da série: muda a mosca, mas...

INDULTO DE BOLSONARO PODE FAVORECER MILÍCIAS E GRUPOS DE EXTERMÍNIO?

Em defesa de policiais em serviço, presidente pode acabar beneficiando criminosos

O policial militar Adriano da Nóbrega foi preso três vezes antes de ser expulso da corporação, no Rio, em 2014. Nesse tempo, foi acusado de assassinar um guardador de carros e de trabalhar como segurança de um bicheiro. Em sua carreira, ele recebeu duas homenagens do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. Uma medalha foi concedida quando o PM estava na cadeia.

Adriano era suspeito de usar a farda para cometer crimes. Ficou um ano e meio atrás das grades por matar um homem que havia denunciado policiais por extorsão. Foi solto depois que a sentença foi revertida em segunda instância.

Se Jair Bolsonaro estivesse no poder à época, talvez ele nem tivesse ficado preso por muito tempo. O presidente anunciou que vai conceder indulto a "colegas policiais que estão presos injustamente pelo Brasil". Em sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais, pediu que o público mandasse nomes para que ele pudesse "botar na rua" esses agentes.

A intenção é ampliar sua campanha para reduzir a punição a policiais que matarem em serviço. O saidão de Bolsonaro vai libertar agentes que atuaram em confrontos com criminosos, mas também pode ajudar milicianos e esquadrões da morte.

O clã presidencial mostrou, ao longo de sua história, que não dá muita bola para essas questões. Num discurso em 2003, Bolsonaro elogiou grupos de extermínio denunciados na Bahia. "Se não tiver espaço na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro", afirmou. "Lógico que são grupos ilegais, mas meus parabéns."

Políticos da bancada da bala costumam ignorar a existência de bandos paramilitares formados por policiais e ex-policiais. Essas quadrilhas se associam a traficantes e bicheiros ou agem sozinhas para extorquir moradores de bairros inteiros.

Embora a lei devesse ser mais dura contra esses grupos, Bolsonaro advoga por uma conduta branda que vai acabar favorecendo também os matadores de farda. Em alguns casos, eles ainda podem ganhar de brinde uma condecoração oficial.
Herculano
29/08/2019 19:15
O BUROCRATA COLETOR DE IMPOSTOS DE SANTA CATARINA, PAULO ELI, COM O APOIO DO GOVERNADOR CARLOS MOISÉS DA SILVA, PSL, INSISTE EM INVIABILIZAR EMPREENDIMENTOS E DESENVOLVIMENTO, GERAR DESEMPREGOS, COMPROMETER O FUTURO DA ECONOMIA ESTADUAL, RETIRAR DINHEIRO DE CIRCULAÇÃO E CAPACIDADE DE COMPRA DOS CATARINENSE Só PARA PAGAR AS CONTAS DESAJUSTADAS, INEFICIENTES E COM MARCAS DE PRIVILÉGIOS DA MÁQUINA PÚBLICA

Vale a pena ler a entrevista que ele concedeu a Estela Benetti, do Diário Catarinense, da NSC Florianópolis. É o retrato acabado do barnabé que ainda não percebeu que o dinheiro está escasso nos bolsos dos contribuintes e quem tem que emagrecer é o governo, os políticos e o governo com gente capaz e competente diante de fatos tão graves.

Há muitas dúvidas sobre o projeto do rescaldo e como ficarão os preços no Estado a partir de segunda-feira. A expectativa do setor produtivo é de mudança de alíquotas de carnes e outras. Se não mudar, a Associação Catarinense de Supermercados prevê uma inflação grande a partir de setembro...

Isso não é verdade. Nós estamos reduzindo a renúncia fiscal. Então, se a alíquota de um produto é 12%, o Estado não está mais reduzindo 5%. Os novos preços já estão sendo praticados. A nova tributação já vale desde 1º de agosto. Isso está posto. É a nova situação. Temos que reduzir a renúncia fiscal de 25% para 16%. Esse é um processo de redução da renúncia fiscal. Se a alíquota da carne é 12%, é isso que vai ser a alíquota porque não vamos renunciar 5%. Nós precisamos desse dinheiro da renúncia fiscal para cobrir o déficit da Previdência, o déficit que o Estado tem hoje.

O argumento das empresas é que se ficar mais caro em SC do que nos outros Estados, o mercado comprará fora?

É que hoje o Estado dá incentivo fiscal para compra de carne de frango e de boi do Paraná, Rio Grande do Sul e do Mato Grosso. É isso que nós acabamos. Então vamos dar incentivo fiscal para produção e compra de carne de dentro do Estado, para beneficiar o produtor catarinense. Não tem sentido o Estado dar benefício fiscal para beneficiar um produtor de carne bovina do Mato Grosso do Sul. Hoje funciona assim. É isso que estamos eliminando. Temos que reduzir o incentivo fiscal e aplicar a alíquota correta. A alíquota é 12% e é isso que vamos cobrar.

E isso não vai deixar os preços mais baratos nos outros Estados?

O consumidor vai sair de Florianópolis para comprar em Curitiba? (Perguntou ele).

Outro preço que está subindo é o do gás de cozinha. Vocês vão baixar a alíquota?

Não. Não vamos mudar. O Gás de SC é 17%, tínhamos uma renúncia fiscal de 5%. O gás no Paraná é 18%. Então, estamos reduzindo renúncia fiscal.

E a água mineral, como vai ficar?

A água mineral tinha um subsídio de 10%. Eliminamos isso. Estávamos dando subsídio para a água mineral produzida em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná... Ela vinha com 12%, aqui dentro é 7%, por isso tinha um subsídio de 5%. Agora a alíquota voltou ao normal para 17% mediante a redução da renúncia fiscal. E, agora, vamos discutir com as indústrias de água mineral, no segundo semestre, o fim da substituição tributária.

Vocês têm uma estimativa de quanto vai aumentar a arrecadação com todas essas mudanças tributárias que estão realizando?

A gente ainda não tem uma estimativa porque o mês de agosto é o mês em que todos estão praticando os preços reais. Então vamos fazer o comparativo. No caso de água mineral, por exemplo, vamos ver como eles venderam em agosto. Sei que teve falta de água. Mas já refletem a nova carga tributária.

Vocês têm ideia de quanto vai dar de inflação isso?

O mercado vai regularizar isso. Não vai dar inflação.

RETOMO. EM QUE ESCOLA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO OU ATÉ DE CONTABILIDADE ESTE FISCAL ESTUDOU PARA IGNORAR TÃO TOSCAMENTE O QUE É VISÍVEL EM QUALQUER TRATADO ELEMENTAR DE MACRO-ECONOMIA SEJA DE QUE PENSAMENTO FOR? SERÁ QUE NO GOVERNO, NO PSL, EM SANTA CATARINA NÃO HÁ CABEÇA CAPAZ DE PENSAR DIANTE DE REALIDADES TÃO EVIDENTES? MEU DEUS!
Herculano
29/08/2019 18:58
BOLSONARO COMEMORA PIB E DIZ QUE MELHORA DA ECONOMIA AJUDA NA DIMINUIÇÃO DA VIOLÊNCIA

Presidente diz que melhoria tem a ver com a confiança dos investidores

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Ricardo Della Coletta e Gustavo Uribe, da sucursal de Brasília. O presidente Jair Bolsonaro comemorou nesta quinta-feira (29) a melhora da economia brasileira no segundo trimestre registrada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"Hoje tivemos uma boa notícia, um dado positivo da Economia", disse Bolsonaro, durante lançamento, no Palácio do Planalto, do programa Em Frente Brasil, voltado para o combate da violência no país.

"Fiquei feliz de ver as mídias sociais divulgarem uma notícia dessas. E a economia também ajuda nessa questão. Porque se o desemprego cai, a violência também diminui no nosso país", acrescentou.

A economia brasileira melhorou no segundo trimestre de 2019. O PIB (Produto Interno Bruto) avançou 0,4% no período em relação aos três meses imediatamente anteriores.

Na comparação com o segundo trimestre de 2018, a alta foi de 1%.

O acumulado dos últimos 12 meses encerrados em junho mostra crescimento de 1%.

Em ambas as comparações o resultado veio acima do esperado por analistas ouvidos pela agência Bloomberg (0,2% e 0,8%, respectivamente).

Em seu discurso, Bolsonaro disse que "com toda a certeza" a reação da economia ocorre, entre outros motivos, pela recuperação da confiança dos investidores. "[Confiança] perdida sim nos últimos anos, lamentavelmente", disse.

Ele reconheceu publicamente, em sua fala, o trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes. Disse, no entanto, que a situação econômica do país ainda tem que melhorar bastante. "Os senhores sabem como estavam as finanças do Brasil quando nós assumimos", disse o presidente.
Herculano
29/08/2019 18:55
PERGUNTAR NÃO OFENDE

A caneta BIC de que tanto o presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, se orgulha, como um ato de romper status, não é francesa?
Herculano
29/08/2019 18:52
da série: o PSDB perdeu realmente o rumo com a velharia que ainda toca o partido e não entendeu que é parte da crise e da solução, não entendeu ainda o que aconteceu nas urnas em outubro do ano passado e se prepara para levar outra surra em outubro do ano que vem.

RELATOR SURPREENDE COM MUDANÇAS NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA, por Carlos Lopes, em Os Divergentes.

O Senado deve mexer mais do que o previsto na Reforma da Previdência, como indica o parecer do relator da matéria, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE)

O relator da Reforma da Previdência no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), dividiu seu relatório em três partes:

A primeira, contendo o eixo central da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) recebida da Câmara, deve ser aprovada e encaminhada à promulgação, em solenidade, geralmente, pouco concorrida.

A segunda parte, no fracionamento concebido pelo senador cearense, é composta pela supressão de dispositivos aprovados na Câmara, cuja destinação será o arquivo do Senado. A supressão surpreende. Estão nesse terço a redução do valor de novos benefícios de prestação continuada (BPCs), o endurecimento da aposentadoria especial de trabalhadores em atividades insalubres e o impedimento de estados e municípios cobrarem alíquotas extraordinárias de Previdência em caso de déficit.

A terceira fração vai constituir uma nova PEC, a chamada PEC Paralela.

Deste terceiro terço vão constar a inclusão de estados e municípios na área de abrangência da reforma e outras sugestões do relator, a exemplo da garantia do piso para pensionistas com filhos menores de idade, o aumento de no mínimo 10% no valor da aposentadoria por incapacidade em caso de acidente de trabalho, a manutenção de um mínimo de 15 anos de contribuição com vistas à aposentadoria para homens e mulheres (a Câmara aprovou 20 anos para homens) para quem já está no mercado de trabalho e para quem vier a ingressar.
Jereissati ainda propõe a reabertura do prazo para servidores federais optarem pelo regime de previdência complementar, o Funpresp.

Como medida compensatória à redução de arrecadação prevista em relação à PEC aprovada pelos deputados, o relator propõe cobrar contribuição previdenciária de empresas exportadoras do agronegócio e de entidades filantrópicas da área de saúde e educação. Também sugere que empresas beneficiadas pelo Simples paguem a parcela da contribuição previdenciária relativa a acidente de trabalho.

A criação de receitas compensatórias, por meio da cobrança de contribuição previdenciária para o agronegócio exportador não é novidade. Havia sido tentada pelo relator da reforma na Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), mas foi retirada do parecer antes da votação na Comissão Especial. Não passaria, assim como não passará.

Em linha com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que privilegiou o impacto fiscal das mudanças previdenciárias, Jereissati fala em um impacto de sua proposta de R$ 1,350 trilhão em dez anos. As mudanças que sugeriu certamente não estão de acordo com o que pretendia Guedes.
Herculano
29/08/2019 18:46
O DEPUTADO EDUARDO BOLSONARO, PSL SP, É DESMASCARADO, ENFRENTADO E LEVA UM RASPA PELO DEPUTADO FEDERAL KIM KATAGUIRI, DEM SP.

Vale a pena escutar este áudio neste endereço

https://twitter.com/kimpkat/status/1167137641734823936

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