O orçamento de Gaspar continua sendo uma peça de ficção no atual governo. Despesa estoura de 2019 e receita dependeu de recursos externos e financiamentos - Jornal Cruzeiro do Vale

O orçamento de Gaspar continua sendo uma peça de ficção no atual governo. Despesa estoura de 2019 e receita dependeu de recursos externos e financiamentos

23/01/2020

A má propaganda I

Não vou repetir o que escrevi e detalhei na coluna de três de janeiro de 2019 sobre as contas do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP. É um copia e cola que lava a minha alma outra vez sobre tudo o que escrevi durante o ano passado e fui perseguido por apenas esclarecer. Devido à falta de espaço físico aqui, reproduzo apenas o título daquela coluna. Ele é o resumo: Gaspar arrecada bem menos do que o projetado no orçamento para 2018. Um jogo contábil faz despesa ficar dentro dos limites. Sobra de caixa é criatividade”. Mudem então 2018 por 2019 e tudo piora. E ninguém pode falar que a culpa é do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, o qual delegou um Orçamento amarrado para Kleber administrar. O de 2019 já é todo ele montado pela atual administração. No papel, as receitas reais chegaram a R$234,9 milhões; no caixa, de verdade, só pingou R$221,6 milhões – sendo R$153,9 milhões de transferências (união e estado); gerado aqui, R$ 39 milhões de impostos, R$9,4 milhões em taxas, R$17,3 milhões em serviços e R$8 milhões em “outras” receitas para um orçado de R$256,8 milhões. É fácil concluir que sobraram números para embaralhar discursos de gestão eficiente e o quase permanente Refis. Faltou, de verdade, dinheiro. E não foi pouco!

A má propaganda I

Já no outro lado, o orçado das despesas em R$256,8 milhões foi afogado pela assustadora cifra consolidada de R$317 milhões (receitas reais R$ 221,6 milhões). Dos empenhados R$261,4 milhões durante o exercício, só R$221,2 milhões foram pagos; coincidentemente com o que está entre parênteses sobre as receitas de verdade. A diferença está embarrigada para ser quitada neste ano e vai comer parte da receita, ficcionalmente, outra vez, aprovada na Câmara, de R$296 milhões para 2020. E a diferença para cobrir os R$317 milhões? Vem em parte pelos R$140 milhões em empréstimos aprovados pela Câmara. Despesas, inchamento (como o PL 64/2019, e o polêmico PLC 17/2019 aprovados pela Câmara e detalhados nas colunas de sexta e segunda-feira) e empréstimos, vão parar Gaspar em pouco tempo, se não houver, de verdade, um aumento de receitas próprias com atração de investimentos limpos e com mais valor agregado, ou até, com mais transferências. Estas poderão ocorrer diante de um novo pacto federativo e até via a reforma tributária. Porque enxugar a máquina que tornou a prefeitura um cabideiro para composição política, criar produtividade, quebrar privilégios, isso o governo Kleber não fez e não fará, ainda mais neste ano em que tenta a reeleição.

A má propaganda III

Mas o que chama mais a atenção? As três áreas as quais concentram os maiores gastos, ou investimentos da prefeitura na cidade e aos seus cidadãos. Na ponta do lápis, no custo-benefício é a pior imagem e percepção. Consequentemente, o retorno e reconhecimento para o político e um governo que querem continuar no poder de plantão são fatores bem complicados. A área de projetos e obras exigiu recursos de R$89,7 milhões (dos R$72,2 milhões orçados). Nesta área sobram dúvidas, atrasos e confusões a tal ponto que o governo está enfrentando uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara contra a drenagem feita pelo Samae (e que cujos recursos dele nem estão neste total de R$89,7, milhões) bem como à re-pavimentação em que correram com a Engeplan da obra. E dizer que tudo começou errado já ao retirar os paralelepípedos da rua, um bem público. Estavam enterrando-os no lixo. Complicado!

A má propaganda IV

E este não é o único ponto fora da curva neste custo-benefício que contribuiu decisivamente para o retorno negativo à imagem do governo Kleber, Luiz Carlos e do prefeito de fato, o ex-coordenador de campanha, presidente do MDB, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, cuja área gerenciou na própria pasta, R$30,5 milhões de despesas e investimentos. A Saúde de Gaspar – onde já esteve Carlos Roberto Pereira em 2018 - em 2019 consumiu R$57,5 milhões contra um orçamento de R$43,4 milhões (quase R$52 milhões estão previstos para 2020). É preciso ir mais adiante para mostrar que é muito dinheiro para muita reclamação e insatisfação da população? Apostou-se erradamente no Hospital – que ninguém sabe quem é o dono – e faltou assistência básica nos postinhos dos bairros onde as queixas se acumulam. E o que falar da Educação? Ela gastou R$69,8 milhões contra um orçamento R$60,8 milhões (R$64 milhões para este ano), mas só conseguiu diminuir a filas nas creches criando o meio-período. Contra-turno, período integral ou até ensino bilíngue, passaram longe do ensino básico e fundamental. Onde se avançou? Na terceirização da merenda. Mas, por outra razão: negócios. Atrair faculdades quando não se cuida do básico?

A má propaganda V

E o que falar do Samae, do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato e do PP? Eles são parte ponderável deste custo-benefício negativo político e de imagem para o governo de Kleber, Luiz Carlos e Carlos Roberto. Com um orçamento de R$23,1 milhões, o Samae gastou e investiu R$28,3 milhões. Ampliou a capacidade de armazenamento de água tratada, mas está faltando o produto e rede para distribui-la. E neste fim-de-ano com parte dos gasparenses fora da cidade, restou culpar São Pedro e pedir economia de água. Vergonha! Por outro lado, para aliviar o caixa da prefeitura e usando recursos que dizia sobrar na autarquia por exemplar gestão, mas que deveriam estar em investimentos dela, o Samae de Melato se meteu em fazer aquilo que não sabia: a drenagem e limpeza de valas. Um fiasco que deu em CPI. E precisava isso? O verdadeiro fiasco do Samae, o que constrói o futuro, que é eficiente e que avança, como insiste a propaganda de Kleber, fica por conta da falta de coleta e tratamento de esgoto. Em três anos, a autarquia e o seu presidente não tiveram à capacidade para tocar um projeto com verba federal já disponível. O Rio Itajaí Açú, sob a complacência do Ministério Público, tornou-se a latrina dos gasparenses. O MP gerencia uma Termo de Ajustamento de Conduta desde o tempo do primeiro mandato de Zuchi. Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

Impagável. Há um mês corria nas redes sociais e aplicativo de mensagens – e eu fui o único a registrar uma pequena nota aqui, um filmete da realidade gasparense que todos enxergam, menos os poderosos.

Nele, uma árvore de Natal, grande, cara e ricamente decorada por especialista, era levada por um puxa-saco do poder de plantão, na caçamba de uma pick-up, desafiando as leis de trânsito e à segurança pessoal do segurador de árvores. Destino devidamente comprovado: à casa de um dos plantonistas do poder.

O flagrante desmascarou quatro verdades: a primeira de que não adianta mais surtar, emparedar ou comprar o silêncio da imprensa. Um simples smartphone faz prova e entrega o crime ao mundo todo. Provas irrefutáveis. Desnecessárias as explicações. Ninguém acredita diante das provas, mesmo se absolvido pela Justiça hoje feita para os poderosos.

Desmascarou-se o infrator da lei do trânsito, à dúvida sobre a intenção na reciprocidade do presente tão generoso e à razão pela qual puxa-saco não possui credibilidade para ser o porta-voz do poder de plantão, ou o demoralizado a questionar os que desvendam erros e dúvidas. É uma marca da uma fama e de anos que a cidade inteira conhece.

O que eu não tinha ainda registrado para os meus leitores e leitoras? É que a árvore foi devolvida poucas horas depois da entrega. E por que? Diante da intensa repercussão negativa perante a cidade e os cidadãos que fizeram do fato um hit nas redes e aplicativos de mensagens.

Enquanto culpa uma suposta imprensa, esta cena do filmete, e outras, vão ser os verdadeiros fantasmas do poder de plantão nas redes sociais e aplicativos de mensagens durante a campanha eleitoral.

Elas vão ajudar nas escolhas no pleito eleitoral em Gaspar. O que é impagável, afinal? O puxa-saco de plantão, pela estultice, é de fato e imprudência, o algoz impiedoso do poderoso que adula. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1935

Comentários

Miguel José Teixeira
26/01/2020 14:06
Senhores,

Em postagem anterior indaguei: "alguém aí poderia informar se há algum grande veículo de comunicação querendo entrevistar o ex-presidiário lula?"

E o portal UOL respondeu com a matéria:

"Lula: Bolsonaro tem de pensar no país. E parar de falar bobagem"

Falar bobagem e praticar PaTifaria o ex-presidiário lula é "dotô honoris causis", não é mesmo magníficos reitores esquerdopatas?

Herculano
26/01/2020 07:14
SINAIS PREOCUPANTES, por Marcos Lisboa, presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005) e doutor em economia, no jornal Folha de S. Paulo.

São muitos os sinais de desatino na República, não apenas no Planalto

Causou preocupação o ex-secretário da Cultura ter mimetizado um discurso de Goebbels, ministro da propaganda de Hitler. Parece que muitos desconhecem a história e a lenta construção do desatino.

Resta o consolo de que, mesmo em tempos atrozes, a arte sobrevive de forma inesperada.

Tadeusz Borowski foi prisioneiro em Auschwitz. A ordem era executá-lo em Dachau, campo igualmente malfadado. Entretanto, o avanço soviético, de um lado, e a chegada dos americanos, de outro, salvaram sua vida e sua literatura.

Em 1946, Borowski publicou uma coletânea de contos em que descreve sem complacência o comportamento dos prisioneiros em um campo de concentração.

Primo Levi era italiano e estudava química nos anos 1930. As leis raciais proibiam sua gente de frequentar escolas públicas. Conseguiu se formar, mas o diploma registrou sua "raça judia". Acabou prisioneiro em Auschwitz.

Levi sobreviveu e contou sua história com perturbadora serenidade, apesar de saber que por pouco não fora exterminado. "A Trégua" descreve sua longa odisseia depois de ser liberado em meio a uma Europa devastada pela guerra.

Bruno Schulz nasceu na Polônia, dominava a prosa como poucos e desenhava admiravelmente. Foi assassinado, durante a ocupação nazista, ao sair de casa para buscar comida.

Obra do polonês Bruno Schulz, que foi assassinado durante a ocupação nazista - National Museum in Krakow
Ismail Kadare sofreu as agruras do totalitarismo na Albânia. Sua novela "O Palácio dos Sonhos" conta a história de um jovem que trabalha na repartição encarregada de vigiar os sonhos dos súditos do Império Otomano. Os delírios de quem dorme revelariam as intenções de Deus e as ameaças ao Sultão.

Cabia aos servidores do palácio identificar inimigos e torturar possíveis conspiradores. A brutalidade era considerada aceitável, afinal tratava-se de punir o malfeito, mesmo que fosse obra de sonhos.

Por aqui, os intelectuais se dividem entre os assustados com as estocadas autoritárias dos fanfarrões e os que acreditam que a nossa democracia segue normal.

Comparar o atual governo aos regimes totalitários é disparate. Mas isso não significa que tudo anda bem.

São muitos os sinais de desatino na República, não apenas no Planalto.

Investigações sobre os indícios de crime dos condestáveis são seguidamente interrompidas. O Ministério Público denuncia um jornalista que obteve de hackers gravações que indicam possíveis malfeitos de servidores do Estado.

Executivos são indiciados ou presos com base em evidências dignas de Simão Bacamarte. Juízes do Supremo afastam leis democraticamente aprovadas, decidem sobre salários de professores universitários e interferem em contratos que respeitam a Constituição.

Gotas em demasia transbordam qualquer copo.
Herculano
26/01/2020 07:10
IMPRENSA 'DEMITIU' MORO MAIS DE DEZ VEZES EM 1 ANO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo.

Sergio Moro é alvo de notícias de demissão desde a posse, num misto de torcida e desinformação. Já em fevereiro, Bebianno caiu por haver trombado com a família Bolsonaro, mas a imprensa imaginou que, "constrangido", ele pediria para sair. Veio a exoneração de Ilona Szabó, que Moro havia nomeado, por isso, irritado, "estava de saída". Jornais cravaram depois sua demissão com o Pacote Anticrime, por "colecionar derrotas e recuos". Moro até disse haver entrado no governo "para ficar e não para sair", mas foi inútil: a fantasia sempre vencia a realidade.

TORCIDA IMPARÁVEL

Para mostrar que era tudo "fake news", Bolsonaro levou Moro a eventos oficiais, a jogos de futebol etc. Tudo inútil: a torcida continuou.

ANTES DE 100 DIAS

Um dos maiores portais do Brasil garantiu em 21 de março que Moro estava "sem forças", e acertara sua demissão para os dias seguintes.

DEMISSÃO PRÉVIA

Colunista de rádio paulista cravou a demissão de Moro, em 13 de maio, por ter sido "indicado ao STF". Nem foi demitido, nem foi indicado.

ATÉ AGORA NADA

Em agosto e setembro, revistas anunciavam "desgaste" entre Moro e Bolsonaro após operação da PF. Há até livro sobre a relação dos dois.

REUNIÃO DE TRUMP E AZEVÊDO MUDA RUMO DA OMC

No segundo dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou para uma conversa o brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), para uma conversa pendente há algum tempo. O encontro foi tão positivo que logo depois Trump abandonou a atitude hostil e até chamou o chefe da OMC para participar da sua coletiva de imprensa, a última na Suíça antes de retornar aos Estados Unidos.

TALENTO NEGOCIADOR

O encontro com Trump mostrou o talento negociador de Azevêdo e marcou uma mudança animadora nas relações dos EUA com a OMC.

LONGE DISSO

No passado Trump chegou até a ameaçar retirar os EUA da OMC. Mas se entendeu com Azevêdo até na discussão sobre a "reforma da OMC".

NOVO ENCONTRO

O presidente americano e Azevêdo combinaram uma nova reunião "em breve" para continuar as tratativas iniciadas em Davos.

ESTUPIDEZ EM DAVOS

O ministro Paulo Guedes pisa na bola: até o porteiro do Ministério da Economia sabe que o aumento do imposto do cigarro nunca reduziu o seu consumo, apenas estimulou o contrabando, o descaminho.

BALEIA NA PARADA

O nome do Líder do MDB na Câmara e presidente nacional do partido, deputado Baleia Rossi (SP), cresce como possível candidato à sucessão do atual ocupante do cargo, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

CONQUISTANDO CORAÇõES

Regina Duarte tem impressionado positivamente a turma da Secretaria de Cultura. Está empenhada em conhecer tudo, saber dos projetos e programas, e fazer boas escolhas para sua assessoria.

GROSSERIA NA TV

Durante debate na TV, sexta (24), a ex-atriz Carla Camurati, muito afetada, foi grosseira e preconceituosa com o secretário de Cultura do DF, jornalista Bartolomeu Rodrigues. Ao contrário dela, o secretário se revelou superior, educado: "A senhora tem razão, não sou ninguém".

QUE VERGONHA

Deputados federais já gastaram mais de R$101 mil com ressarcimento de despesas pessoais, só este ano. Estão de férias, mas não deixam de apresentar notas para que o contribuinte pague a conta.

MENTIRA DE 22 ANOS

Neste domingo completa 22 anos a famosa coletiva de imprensa do então presidente dos EUA, Bill Clinton, onde negou ter tido relações sexuais com a ex-estagiária Monica Lewinsky. Era mentira, claro.

MORO É 'TENDÊNCIA'

O interesse sobre o ministro Sergio Moro (Justiça), de acordo com o Google Trends, que avalia popularidade de buscas online, atingiu na última semana o terceiro maior nível dos últimos 12 meses: 24/100.

5G ESTÁ CHEGANDO

Já instalada em Brasília, a Huawei esclareceu que não é seu papel decidir sobre o local de implementação da tecnologia do 5G. Essa atribuição é de operadoras e governos.

PENSANDO BEM...

...após a "III Guerra Mundial" iniciada no Irã, 2020 já tem também o "apocalipse" anunciado do coronavírus.
Herculano
26/01/2020 06:57
REAL NEWS DA ENCRENCA DO ENEM ATROPELARAM FAKE NEWS TRIUNFALISTAS, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Graças às redes sociais, e só a elas, Rebecca e Vitor conseguiram ser ouvidos

Rebecca Ferreira, de 18 anos, quer ser jornalista, e Vitor Brumano, de 19, quer ser engenheiro. Durante alguns dias tenebrosos, a incompetência dos educatecas que comandaram o Enem triturou seu sonhos de estudantes. Graças às redes sociais, e só a elas, conseguiram ser ouvidos pelos maganos do Ministério da Educassão. Numa época em que se discutem as "fake news", eles mostraram que as "real news" existem e são capazes de dobrar os poderosos.

Vitor surpreendeu-se ao ver que suas notas do Enem não faziam sentido. Rebecca foi informada que havia sido eliminada porque seu celular tocou durante a prova. Ambos reclamaram e não havia quem os ouvisse.

Uma das fontes de inspiração do escritor George Orwell para o seu "1984" foi a experiência que teve num colégio inglês. Lá ele percebeu que "era possível cometer um pecado sem saber que o cometera, sem querer cometê-lo, mas sendo incapaz de evitá-lo".

O celular de Rebecca não havia tocado durante o exame. Tanto era assim que ela concluiu a prova e foi para casa esperar a nota.

Vitor procurou os canais competentes e, quando teve resposta, como veio apenas um blablabá, foi às redes. Rebecca enviou dezenas de mensagens ao Inep e sua família procurou um advogado. A jovem recorreu ao Twitter:

"O Sisu começa amanhã e estou desesperada. Por favor me ajudem." Horas depois, publicou um vídeo no Instagram. Segundo o repórter Rodrigo de Souza, em 24 horas o tuíte teve 30 mil compartilhamentos e o vídeo, 28 mil.

A reclamação de Vitor Brumano foi um dos fatores que levou o ministro da Educassão, Abraham Weintraub, a admitir que o seu Enem, o "melhor de todos os tempos", estava bichado. A mobilização conseguida por Rebecca levou o presidente do Inep a reconhecer o erro. Ainda bem, pois a mãe de outra Rebeca, cujo celular tocara e tivera que abandonar a prova, já fornecera à jovem uma declaração autenticada, informando o que aconteceu.

As "real news" da encrenca atropelaram as "fake news" triunfalistas dos hierarcas que se julgam parte do Ministério da Verdade do "1984" de Orwell.

Só um propagador da Ingsoc (a ideologia do Grande Irmão) seria capaz de fazer o que fez o ministro Abraham Weintraub às 8h21 da manhã em que o portal do Sistema de Seleção Unificada começou a receber inscrições de estudantes:

"Bom dia! O Sisu está rodando normalmente nesta manhã. (...) Boa sorte a todos!".

Àquela hora, o ministro não poderia dizer que o sistema estava rodando normalmente. Se tivesse tentado entrar no portal, saberia que ele atolara, estava lento e transmitindo informações erradas.

Um estudante escreveu: "O Sisu já me deu mais erro dos que eu já cometi em toda minha vida". Outro divertiu-se: "Faz arminha com a mão que consegue acessar".

Não se pode saber como vai acabar a lambança do Enem, mas os exemplos de Vitor e Rebecca mostraram que as redes sociais são uma das boas coisas deste século.

PRESIDENTE DA SUPREMA CORTE DOS EUA É UM EXEMPLO PARA STF

Só um milagre de Santa Dulce dos Pobres devolverá ao Supremo Tribunal Federal o clima de cordialidade

Depois do barraco dos ministros-plantonistas Dias Toffoli e Luiz Fux em torno da criação do juiz das garantias, só um milagre de Santa Dulce dos Pobres devolverá ao Supremo Tribunal Federal o clima de cordialidade que convém a um plenário de 11 adultos.

Nem todo mundo está obrigado a sofrer com as batidas de cabeça das excelências. Há um refrigério nos Estados Unidos, na figura e na conduta de John Roberts, o presidente da Suprema Corte que preside o julgamento do impeachment de Donald Trump pelo Senado.

Seu cargo no tribunal é vitalício, sua função no julgamento é secundária e ele já disse que os juízes são como os árbitros de competições esportivas, pois ninguém vai aos estádios para vê-los. Mesmo assim, repreendeu senadores dos dois partidos pela má qualidade de suas retóricas. Esta é a segunda vez em que ele cruza com o destino de um presidente americano. Em 2000, foi um dos conselheiros da equipe de Bush, o jovem, na disputa judicial que derrubou Al Gore.

Não se sabe se Roberts interferirá na blindagem com que os republicanos querem proteger Trump, desprezando novos documentos ou novas testemunhas.

O juiz completará 65 anos nesta segunda (27) e está na cadeira desde 2005. É um tremendo sujeito, conservador de vitrine. Ri de boca fechada, não fala abobrinhas e parece ter decidido ir para a Suprema Corte quando ainda era um estudante em Harvard. Bom aluno, bom atleta (luta livre), ia à missa aos domingos, foi assessor de grandes juízes, trabalhou na Casa Branca e ganhou algum dinheiro na banca privada (litigou 39 casos na Suprema Corte e prevaleceu em 25).

Visto pela biografia, seria um juiz carimbado. Nasceu numa das localidades mais segregadas dos Estados Unidos e não gosta de políticas afirmativas, mas surpreendeu o país ao dar o voto decisivo para a sobrevivência do Obamacare, que redefiniu a estrutura da saúde pública americana.

Como Roberts não gosta de holofotes, uma vinheta de sua vida mostra quem é esse católico, casado com uma bem-sucedida advogada, também católica e militante contra o aborto. Eles se casaram quando tinham mais de 40 anos, não conseguiam ter filhos e decidiram adotar uma criança. Um dia, quando já tinham combinado a adoção de um bebê que nasceria em poucos meses, receberam um telefonema de outra agência, informando que um menino nasceria no dia seguinte e a mãe escolhera o casal Roberts para adotá-lo. Adotaram os dois. Joe e Josephine estão com 16 anos.

SE A VOTAÇÃO SOBRE JUIZ DAS GARANTIAS ACONTECER COM O MÍNIMO DE BARRACOS, TODO MUNDO GANHA

Ministro do STF Luiz Fux deve levar seu voto sobre a criação do juiz das garantias ao plenário ainda neste semestre

Pelo andar da carruagem, o relator Luiz Fux levará ao plenário do STF seu voto sobre a criação do juiz das garantias ainda neste semestre.

O pleno decidirá se o instituto é constitucional. Se achar que é, poderá fixar um prazo para sua entrada em vigor.

Se isso acontecer com o mínimo de barracos, todo mundo ganha.

GREENWALD

Se o juiz Sergio Moro ou o procurador Deltan Dallagnol tivessem conversado nos termos em que o repórter Glenn Greenwald conversou com os hackers da Lava Jato, a Vaza Jato não existiria. Em quatro momentos de sua conversa com o hacker, Greenwald disse que, como jornalista, não podia se envolver com as operações de interceptação. Num momento, ele informa: "Eu não posso te dar conselhos".

GUEDES E MAIA

O ministro Paulo Guedes diz que em fevereiro mandará ao Congresso a primeira etapa de sua reforma administrativa.

Para que ela ande, serão necessárias duas condições:

A ekipekonômica precisa ouvir o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Tendo ouvido, precisa cumprir o que combinou.

De vez em quando os doutores acham que esses detalhes são irrelevantes. Quando eles decidiram taxar o seguro-desemprego, conseguiram apenas alavancar a própria impopularidade.
Herculano
26/01/2020 06:34
AGUARDE: MORO ESTÁ DE SAÍDA, Carlos Brickmann

Moro é popular, mas está sendo triturado por Pancrácio e Cavalão. Seu tempo de Ministério está contado - a menos que aceite perder a Segurança Pública. Moro já engoliu muito sapo, mas agora disse a amigos que, se for mais uma vez passado para trás, sai do Governo. Mas qual é o problema?

Cavalão é o apelido de Bolsonaro em seus tempos de Exército, pela força física. Pancrácio, nome de um "vale-tudo" grego, que teria sido praticado por Hércules e Teseu, era o apelido de Alberto Fraga, perito na luta, hoje líder da bancada da bala. Fraga e Bolsonaro são amigos há dezenas de anos. E Fraga defende a divisão do Ministério de Moro em Justiça (que ficaria ministro) e Segurança Pública, que ele controlaria - além de controlar a Polícia Federal.

Mas desde quando Fraga manda no Ministério? Desde que o presidente Bolsonaro propôs a secretários estaduais de Segurança, fora da agenda, que o Ministério de Moro fosse subdividido. Fez a proposta, ouviu protestos e elogios, soube da decisão de Moro e já disse que não pensa numa divisão do Ministério. Mas pensa: para agradar o amigo, por achar que Moro quer ser candidato à Presidência, por não tolerar que a popularidade de Moro seja maior que a sua. Bolsonaro adora encontrar conspirações.

Que tal uma em que o ministro da Justiça não toma providências para impedir que Flávio Bolsonaro enfrente os tribunais, nem coloca na chefia da Polícia Federal um homem da confiança do presidente, nem lhe faz declarações de apoio?

BRIGA E BRIGAS

Carluxo, filho 02 de Bolsonaro, já acusou Fábio Wajngarten de trabalhar mal - e foi ele que indicou o titular da Secom. Regina Duarte fez uma declaração de que gostaria de selar a paz entre o Governo e os artistas - é justo o que Bolsonaro não quer ouvir, ele que prefere a espada à paz. Logo surgiram ataques a Regina - de um IPTU que ela estaria devendo hoje numa casa vendida há cinco anos. Já o diretor da Secom, além de ser atacado pelo 02, não é defendido por Moro. Mas Bolsonaro disse que ele fica e mais tarde, estudando melhor o assunto, talvez mude.

O ministro do Turismo, acusado de chefiar um laranjal, está bem, sem que ninguém o toque. Aliás, nem Moro.

SAINDO DA CAIXA

O problema é que, sendo ministro, Moro fica prisioneiro da candidatura a vice-presidente. Saindo, não faltará quem o ajude a conquistar legenda e a provar que tem quase o dobro das intenções de voto de Bolsonaro. Tudo pode mudar, claro. Mas enquanto não mudar, o jogo é este. Joice Hasselmann se enfraqueceu, aparentemente, ao deixar o bolsonarismo. Mas com uma boa campanha em São Paulo pode crescer de novo. Moro tem mais bagagem.

Na última pesquisa DataFolha, Moro tem 53% de aprovação. Bolsonaro, 30%.

TENTOU, FALHOU

O ex-governador goiano Marconi Perillo tentou habeas corpus, rejeitado. Continua réu em ação penal. É acusado por ter inscrito R$ 317 milhões em restos a pagar, sem a devida provisão de caixa. A descrição é crime contra as finanças públicas, sujeito à pena de um a quatro anos de reclusão.

POR QUE NO TE CALLAS?

Frase autêntica de Jair Bolsonaro: "O índio evolui. Cada vez mais é um ser humano igual a nós". Este colunista entendeu o que Bolsonaro quis dizer: os índios evoluem e gostariam de ter um padrão de vida igual ao da classe média. Só que não foi isso o que disse.

FALHOU, MORREU

O ex-vice-prefeito de Ourolândia, empresário José Roberto Soares Vieira, foi assassinado no dia 22, com nove tiros, na rodovia BA-522, região metropolitana de Salvador. O assassínio foi filmado e, espera-se, haverá uma chance de identificar os pistoleiros. Vieira era a principal testemunha das investigações que levaram à prisão do ex-gerente da Transpetro na Bahia, José Antônio de Jesus. Há dois meses, Vieira prestou depoimento à PF, com todos os dados do esquema criminoso. Entrou imediatamente na lista dos que seriam assassinados.

Uma dúvida: e o programa de proteção a testemunhas?

GUERRA PERNANBUCANA

O filho e o irmão de Eduardo Campos, herdeiro da dinastia de Miguel Arraes, estão em lados opostos na política pernambucana. Ana Arraes, filha de Miguel Arraes e conselheira do Tribunal de Contas, está ao lado do filho, contra o neto; Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, está ao lado do filho, contra o genro. Tonca, o genro, é bolsonarista; Ana Arraes está ao lado dele, Antônio Carlos Campos.

A briga vinha fermentando há tempos, até que num debate no Congresso, o deputado João Campos fez um ataque ao ministro da Educação, Abraham Weintraub. Weintraub lembrou na hora que o tio de João Campos, Tonca, trabalha na Fundação Joaquim Nabuco, a seu lado - logo, ele, Weintraub, não deve ser uma pessoa tão má assim. João Campos disse que seu tio Tonca é ainda pior que Weintraub. Foi assim que a briga pegou fogo. Tio e sobrinho não se falam.
Herculano
26/01/2020 06:23
E SE A POPULAÇÃO NÃO LIGA PARA A DEMOCRACIA?, por Brun o Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Muitos grupos aceitam a erosão desses princípios em troca de benefícios

Os húngaros estavam aborrecidos quando decidiram levar Viktor Orbán de volta ao cargo de primeiro-ministro, em 2010. Uma pesquisa do ano anterior mostrava que só 1% da população dizia estar muito satisfeita com a democracia do país, enquanto os insatisfeitos eram 76%.

O político de extrema direita explorou essa desilusão como terreno fértil para implantar um programa que concentrou poderes em suas mãos. Ele cerceou o Judiciário, impôs controle sobre a imprensa e usou o governo para perseguir adversários.

A escalada autoritária ocorreu à luz do dia, mascarada sob o populismo e o nacionalismo. Reeleito duas vezes, Orbán hoje comanda um regime autocrático. Boa parte da população não liga: a última pesquisa Eurobarômetro mostra que 58% dos húngaros estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a democracia no país.

A última década carrega exemplos do perigo representado pela erosão gradual dos princípios democráticos. Esses valores deveriam ser inegociáveis, mas muitos grupos aceitam fazer concessões graves em troca de alguns benefícios.

A apatia de banqueiros e empresários brasileiros diante de sinais autoritários e flertes hitleristas é só uma amostra. Ainda que parte da população demonstre repulsa a esses gestos, a deterioração da democracia muitas vezes acaba absorvida.

Na Hungria, o governo conseguiu vender a destruição das liberdades num contexto de guerra cultural, de promessas de melhora do mercado de trabalho a partir do tratamento desumano de imigrantes e de entrega de resultados econômicos.

Algo semelhante aconteceu na Venezuela: nos anos de explosão do PIB, quando Hugo Chávez começou a implantar seu programa autoritário, quase 60% da população se dizia satisfeita com a democracia. Sob a recessão brutal dos últimos anos, esse patamar ficou na casa dos 10%.

Não é coincidência que tantos demagogos nutram sonhos absolutistas. Denunciar suas manobras é a única maneira de evitar que esses golpes sejam vistos como algo aceitável.
Herculano
25/01/2020 19:52
MOISÉS VAI ENCARAR A VIA CRUCIS DO IMPEACHMENT, por Upiara Boschi, no NSC Total, Florianópolis SC

É bastante simples o rito do impeachment do governador descrito pelo regimento da Assembleia Legislativa. O pedido pode ser apresentado por qualquer cidadão- ou por um órgão do Judiciário, uma comissão parlamentar, um partido político, uma câmara de vereadores ou um deputado isolado. Esse pedido passa por uma análise da procuradoria da Alesc em busca de erros formais e é encaminhada ao governo do Estado, que tem 15 dias para responder à acusação de crime de responsabilidade.

É nessa etapa que se encerra nesta segunda-feira, uma semana antes do fim do prazo, quando o secretário da Casa Civil, Douglas Borba (PSL), entrega a defesa ao presidente da Alesc, Júlio Garcia, uma semana antes do fim do prazo. O defensor público Ralf Zimmer apresentou o pedido de impeachment de Carlos Moisés (PSL) no dia 13 de janeiro, período de recesso parlamentar e durante as férias do governador. A procuradoria da Alesc precisou de apenas dois dias para ler e analisar as 21 páginas elaboradas pelo defensor público, atestar a falta de erros formais e remeter a peça à Casa Civil do governo Moisés para defesa.

É curiosa a velocidade na análise, com a Assembleia funcionado em vagaroso ritmo de recesso. Como lembrei durante a semana em texto no NSC Total, o caso das pedaladas da Celesc, no governo de Raimundo Colombo (PSD) foram motivo para pelo menos 15 pedidos de impeachment - todos eles arquivados após a procuradoria da Alesc encontrar pequenos erros formais. Na época, falava-se de uma manobra contábil que manteve no caixa do Estado cerca de R$ 1 bilhão que deveriam ser compartilhados com municípios e poderes. Em vez de impeachment, a Assembleia patrocinou um acordo em que os prejudicados receberam seus quinhões em prestações. Era outra Assembleia, era outro governo - havia a rede de proteção política, a turma do deixa disso.

O pedido de impeachment contra Moisés questiona a forma como foi concedida a equiparação salarial entre os procuradores da Estado e aos da Alesc - que ganhavam cerca de R$ 5 mil a mais. O atual governador não vai conseguir escapar do incômodo que Colombo evitou naquele parlamento comandado por Silvio Dreveck (PP) e Gelson Merisio (ex-PSD, hoje PSDB). Como o pedido não foi fulminado na procuradoria da Alesc, todo o rito precisará ser cumprido: 15 dias para a resposta do governo, que se encerrariam no fim de janeiro; outros 15 dias para formação da comissão especial que vai analisar o pedido, com a luta dos oposicionistas para integrar o grupo; mais 15 dias, prorrogáveis para análise do caso. É provável que o caso consuma boa parte do primeiro semestre, paralelamente à reforma da previdência.

No final das contas, o caso será decidido em plenário, onde Moisés (e a vice Daniela Reinehr, incluída na peça de Zimmer) conta hoje com 20 ou 21 deputados estaduais - metade do parlamento. A cassação do mandato precisa de dois terços, 24 votos. Não há no horizonte nada que indique uma perda completa de apoio parlamentar que leve a um sempre institucionalmente doloroso impeachment de governador eleito. Hoje, é difícil imaginar que todos os 20 ou 19 deputados não alinhados ao governo estejam definidos a votar pela cassação. Haverá ainda muita conversa. Certo é que, mesmo que não dê em nada, Moisés terá que atravessar toda a via crucis.
Herculano
25/01/2020 19:45
MORO DEVE IGNORAR FRITURA DE BOLSONARO E MANTER AGENDA DE EXPOSIÇÃO PÚBLICA

Segundo aliados do ex-juiz, ministro da Justiça avalia que independe do governo e pode se beneficiar dos ataques do presidente

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Talita Fernandes e Ricardo Della Coletta, da sucursal de Brasília. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deverá manter sua exposição pública mesmo diante de um processo explícito de fritura de Jair Bolsonaro.

Nos bastidores, o presidente já demonstrou incômodo com a popularidade do ex-juiz da Operação Lava Jato.

Moro não se deixou convencer, por exemplo, pelos aconselhamentos do Palácio do Planalto para que ele não participasse do programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido na segunda-feira (20).

Mesmo com a pressão de aliados de Bolsonaro para que se recolha dos holofotes da imprensa e das redes sociais, ele deverá conceder nova entrevista nesta segunda-feira (27), desta vez ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan.

Moro segue ainda com o ritmo de publicações nas redes sociais em meio ao bombardeio mais recente de Bolsonaro, quando o presidente disse publicamente que poderia desmembrar o ministério da Justiça e recriar a pasta da Segurança Pública.

Além da participação em entrevistas, outros gestos de Moro nos últimos dias causaram desconforto os assessores mais próximos de Bolsonaro.

Na quarta-feira (22), por exemplo, Moro cumprimentou publicamente o ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), pela decisão de suspender a criação da figura do juiz das garantias, que havia sido validado por Bolsonaro no fim de 2019.

Além de sua conta no Twitter, o ministro criou na quinta (23) um perfil no Instagram, um sinal de que pretende ampliar a presença nas redes sociais ?"arena do debate político cara ao bolsonarismo.

O movimento foi feito durante uma enxurrada de apoios ao ex-juiz nas redes, combinada de críticas a Bolsonaro por tentar enfraquecê-lo.

Pessoas próximas de Moro dizem que ele tem consciência de que Bolsonaro seguirá no processo gradual de queimá-lo e tentará conter sua popularidade por ver no ministro uma potencial ameaça para seu projeto de se reeleger presidente em 2022.

Por outro lado, continuam esses aliados do ministro, Moro avalia que sua popularidade independe de vínculo com o governo e que, em alguns casos, ele pode até se beneficiar se for alvo de ataques.

A força do ex-juiz junto à opinião pública se refletiu na formação de uma bancada informal de congressistas que hoje consideram a pauta tocada por Moro prioritária.

Esse grupo também reagiu à tentativa de desidratação.

"Acho que o Ministério da Justiça está funcionando. O ministro Moro adquiriu muita experiência sobre segurança pública neste ano e conheceu de perto a situação. O Brasil hoje exige uma situação mais enxuta na Esplanada", afirmou o deputado João Campos (Republicanos-GO).

"Falo muito com os líderes do Congresso. Eles não têm preocupação nenhuma com a reeleição do Bolsonaro. Mas têm verdadeira paúra da possibilidade de o ministro Moro ser candidato. Eles consideram ele imbatível", disse o deputado Capitão Augusto (PL-SP), um dos principais aliados de Moro no Congresso.

A fritura fez Moro dizer a aliados que deixaria o governo caso o Ministério de Segurança Pública fosse recriado.

O passo atrás dado pelo presidente mostra, na avaliação de pessoas próximas ao ex-juiz, que ele está em uma posição confortável: a de quem pode calcular o melhor momento político para eventualmente deixar o governo.

Moro resistiu bem à operação para tentar enfraquecê-lo.

A reação das redes sociais e conversas com os principais aliados levaram Bolsonaro a recuar publicamente.

Ao desembarcar em Déli, na Índia, na sexta-feira (24), ele foi enfático ao descartar, por ora, a possibilidade de desidratar o auxiliar mais popular.

O episódio mais recente da animosidade entre presidente e ministro teve como principal pivô o desempenho de Moro no Roda Viva.

Bolsonaro se mostrou irritado com a participação do ministro, avaliada por ele como a de alguém que tem pretensões políticas para além da função que ocupa.

Incomodou ainda o presidente a forma como Moro respondeu a críticas feitas ao governo, pois esperava uma defesa mais contundente.

Apesar de manter a agenda pública e não se dobrar à vontade presidencial, Moro não deverá polemizar com Bolsonaro. Ele seguirá fazendo um discurso de combate à corrupção e de exaltação dos feitos à frente da Justiça.
Herculano
25/01/2020 19:42
IMPEACHMENT DE MOISÉS ESTÁ LONGE DE SER UM FATO, por Roberto Azevedo, no Makingof

A maioria dos deputados estaduais não antevê qualquer possibilidade do governador Carlos Moisés, a vice Daniela Reinehr e o secretário Jorge Eduardo Tasca sofrerem o impeachment em função da denúncia apresentada pelo defensor público Ralf Zimmer Júnior.

Mesmo que se trate de um julgamento político, os parlamentares seguem um pensamento expresso pelo presidente da Assembleia, o deputado Julio Garcia, que confirma que receberá a defesa de Moisés e dos demais denunciados na próxima segunda (27), às 17h30min, em audiência solicitada pelo secretário da Casa Civil Douglas Borba, que chegou a informar que o ato, protocolar, seria na sexta (24).

Julio tem definido o pedido de impeachment como "um exagero", uma situação de extrema crise, definida na Constituição de 1988, que não deve cair na banalidade.

"Imagine se cada ato do governador originar um pedido desses", acentua o presidente do parlamento estadual, ao completar que "se houve o erro, é só corrigir ou acionar o Tribunal de Contas ou o Ministério Público para que procedam a devida fiscalização e eventual penalidade".

Era para "fazer onda"

Julio define como uma tentativa de "fazer onda" o pedido de Ralf Zimmer Júnior, que vê crime de responsabilidade do governador, por, no mesmo ano, ter vetado a emenda na Reforma Administrativa, que concedia a equiparação entre os procuradores do Estado com os da Assembleia.

Zimmer ficou sozinho, sem o apoio de entidades como a OAB ou mesmo no âmbito da Associação dos Defensores Públicos e da própria Defensoria Pública do Estado, o que levantou ilações sobre o interesse político partidário e até eleitoral de sua proposta, que causa desgaste ao governador e tenta desviar a pauta do parlamento.

Zona de guerra

Em um ambiente de ano eleitoral, análise da Minirreforma da Previdência no Serviço Público (ainda em fevereiro, para adequar a lei catarinense à federal, que gera repercussão negativa na Polícia Civil, IGP e Agentes do Sistema Prisional) e vários pedidos reivindicatórios de salário de servidores (principalmente PM e Bombeiro Militar), o pedido foi mais para aumentar a pressão sobre Moisés, que argumenta ter feito a equiparação para atender decisões do Tribunal de Justiça.

É verdade que o governador, no primeiro ano de gestão, apertou o cinto e dedicou-se à transparência da gestão com sucesso, porém igualmente bateu de frente com privilégios disfarçados em benefícios e também exigiu que os deputados estaduais atuassem com força para corrigir equívocos notórios em algumas áreas.

Na ponta do lápis

O governador Carlos Moisés da Silva precisa de 14 votos para escapar do impeachment caso a denúncia por crime de responsabilidade chegue ao plenário, ou seja, são necessários 27 votos para cassar o mandato.

Mas como bem disse o deputado Rodrigo Minotto (PDT), ao vivo no estúdio da Rádio Cidade em Dia FM, de Criciúma, no programa Em Dia com a Cidade, apresentado pelos jornalistas Débora Corrêa e Rafael Matos, na sexta (24), a maioria dos deputados não acredita que a denúncia feita por Ralf Zimmer Júnior passe da análise da Comissão Especial, composta por nove deputados, que dará ou não prosseguimento ao processo.

Aliás

O deputado Minotto é pré-candidato à prefeitura de Criciúma, o que aumenta para sete o número de postulante ao cargo.

Embora a leitura seja a de que Minotto perdeu musculatura nos últimos dias, ele espera pelo apoio declarado do governador Carlos Moisés para seguir no projeto.

Direto do Oeste

O potencial exagerado do pedido de impeachment ganhou uma versão em cima de um adágio no Oeste: "Queriam matar o carrapato e deram um tiro na vaca".

Mais do que uma força

De uns dias para cá, houve uma impulsionada do nome da vice-governadora Daniela Reinehr (Aliança Pelo Brasil), ora por ela estar cada vez mais próxima do presidente Jair Bolsonaro, de quem nunca se afastou, e, por isso, virar um nome para a sucessão de 2022, ora por ter cumprido uma interinidade à frente do Estado sem a contaminação do discurso dos conservadores mais radicais.

Daniela, de fato, apareceu em quatro momentos no atual governo: quando tomou posse, pelos gastos na residência oficial em Florianópolis, no episódio do rompimento com Moisés por conta de Bolsonaro e pela política de incentivos fiscais sobre o agronegócio, e, por último, pelos 15 dias de exercício do cargo. O saldo não é tão exponencial, mas há a relevância de se criar uma sombra feminina no cenário político.
Miguel José Teixeira
25/01/2020 09:42
Senhores,

Pensando bem da Coluna do CH, abaixo:

"...Bolsonaro continua ocupando o espaço de governo e de oposição, no noticiário."

É que o noticiário da corruPTa oposição sai nas páginas policiais. . .
Herculano
25/01/2020 08:56
da série: os políticos não se emendam. O ex-governador, o piauiense, técnico oriundo da secretaria da Fazenda, Paulo Afonso Evangelista Vieira, MDB, quebrou Santa Catarina. A conta da irresponsabilidade dele, pesa sobre o estado e principalmente os pagadores de pesados impostos.

Venho escrevendo há anos: vira e mexe, movidos por lobbies de investidores que não querem arcar com os prejuízos de uma operação e investimento de risco, querem passar a conta para os catarinenses e tirar daquilo que já está faltando. E a imprensa está conivente com a armadilha ou omissa no esclarecimento dos cidadãos e responsabilização dos políticos que dizem nos representar.

ALESC TENTOU, DE NOVO, REGULARIZAR DÍVIDA BILIONÁRIA DO ESTADO COM EMENDA CAMUFLADA, por Upiara Boschi, no NSC Total, Florianópolis.

Da mesma forma que já havia tentado no final do último ano de Raimundo Colombo (PSD) à frente do governo do Estado, em 2017, a Assembleia Legislativa mais uma vez votou discretamente um dispositivo para legalizar o uso da bilionário dívida do Invesc como crédito de ICMS. Uma emenda foi incluída e aprovada em um dos projetos que regulamentaram os incentivos fiscais na última sessão de 2019, mas acabou vetada pelo governador Carlos Moisés (PSL).

Esse veto precisará ser analisado pela Assembleia Legislativa na volta do recesso - o que deve causar certo déjà vu nos parlamentares que já estavam na Casa na legislatura passada. Isso porque o modus operandi repete o que foi feito naquele período de transição entre os governos de Colombo e Eduardo Pinho Moreira (MDB). Na época, a emenda que permitia aos portadores de debêntures do Invesc amortizar os valores no pagamento de ICMS entrou de contrabando - ou jabuti, como dizem nos parlamentos - em um projeto de refinanciamento de dívidas fiscais.

O jabuti foi vetado por Colombo, mas o veto foi derrubado pelos parlamentares - articulação liderada pelo deputado estadual Marcos Vieira (PSDB), autor das emendas de 2017 e 2019, que há anos defende que o governo precisa regularizar essa dívida hoje judicializada. Ao assumir como governador, em fevereiro de 2018, Pinho Moreira acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação direta de inconstitucionalidade sobre a medida. O emedebista fez o gesto com alarde, alegando que a dívida estimada do Invesc é de R$ 6,8 bilhões - equivalente na época a um terço do orçamento anual que ele assumia. Uma liminar do ministro Gilmar Mendes suspendeu a eficácia da regra até que ela seja julgada pela corte - e desde então o caso está parado em Brasília.

Foi nesse contexto que o assunto voltou, mais uma vez, na surdina. O projeto encaminhado pelo governo Moisés em novembro do ano passado para regularizar os incentivos fiscais que ainda estavam fora da legislação ganhou na Comissão de Finanças um artigo extra, escrito naquele estilo em que apenas olhos muito experimentados conseguem enxergar a intenção do legislador.

Transcrevo:
Art. 18.Com fundamento no Convênio ICMS 19/19, do CONFAZ, ficam convalidados os incentivos e os benefícios fiscais do ICMS, ainda que cancelados e remitidos os créditos tributários, concedidos até 31 de agosto de 2019, com base no inciso X do caput e no § 1º do art. 7º do Anexo 2, os incisos XXII, XXV e XXXV do capute os §§ 20, 24, 31 e 32 do art. 15 do Anexo 2, o inciso XI do capute os §§ 20 e 21 do art. 21 do Anexo 2,o art. 8º e o art. 266 do Anexo 6, todos do RICMS, e o art. 8º, II, da Lei nº 9.940, de 19 de outubro de 1995.

Entendeu algo, leitor? O que importa ali é apenas o "ficam convalidados os incentivos e os benefícios fiscais do ICMS, ainda que cancelados e remitidos os créditos tributários" e o final, quando citada a lei 9.940 de 19 de outubro de 1995 - a que que criou o famigerado Invesc. Moisés vetou o dispositivo com base em parecer da Procuradoria Geral do Estado que, em resumo, aponta ele é ilegal na forma e no conteúdo, além de lembrar que o STF ainda precisa analisar caso semelhante.

Mas, afinal, o que era o Invesc? A Invesc foi uma estatal criada no governo de Paulo Afonso Vieira (PMDB) com o objetivo de captar recursos no sistema financeiro para financiar obras no Estado. Ela emitiu 10 mil debêntures no mercado em 1995, que resultaram na captação de R$ 104 milhões, valor da época. Esse dinheiro entrou no caixa. Quem comprou as debêntures tinha como promessa o pagamento de juros de 14% ao ano, atualizados ao longo do tempo, e como garantia 30% das ações da Celesc.

As debêntures deveriam ter sido resgatadas em outubro de 2000, quando a questão já estava judicializada no governo de Esperidião Amin (PP) - que questionou a lisura da operação. O pepista sempre defendeu que quem participou da operação sabia que o negócio de era de risco e não deve ser indenizado - além das ações da Celesc que o governo à época deu como garantia e perdeu. Desde então, o caso se arrasta.

A partir do final dos anos 2000, grupos empresariais saíram comprando essas debêntures por valores muito abaixo do valor de face com o objetivo de fazer esse abatimento posterior no ICMS. É daí que vem a pressão para a solução dessa equação bilionária - e que, como podemos perceber, tem simpatia no parlamento e gera muita apreensão no governo estadual
Herculano
25/01/2020 08:44
NA PRAÇA

O Aliança pelo Brasil, está neste sábado na praça Nereu Ramos, em Gaspar, coletando assinaturas para a formação do partido do clâ dos Bolsonaros.
Herculano
25/01/2020 08:42
DEFINITIVAMENTE, OS POLÍTICOS PRECISAM ENTENDER QUE OS RESULTADOS DAS URNAS ERAM CONTRA OS CORRUPTOS E A CORRUPÇÃO

FOI ESSE RECADO COM BOLSONARO E O PSL QUE AMBOS RENEGAM AGORA

FOI ESSE O RECADO EM OUTUBRO DE 2018

FOI ESSE O RECADO CLARO NA SEMANA PASSADA QUANDO BOLSONARO ENSAIOU RIFAR MAIS UMA VEZ SÉRGIO MORO

SERÁ ESSE O RECADO NESTE QUATRO DE OUTUBRO DE 2020. ANTES DAS OBRAS VEM A TRANSPARÊNCIA, GESTÃO CORRETA DOS PESADOS IMPOSTOS E GERAÇÃO DE EMPREGO, RIQUEZA E RENDA.

VEJA MAIS ESTE EXEMPLO

MORO ARREBENTA NO INSTAGRAN

Conteúdo de O Antagonista. Um dia depois de abrir conta no Instagram, Sergio Moro ultrapassou os 700 mil seguidores na rede social.

Dá para entender a aflição de Bolsonaro e por que tem tanta gente querendo derrubá-lo.
Herculano
25/01/2020 08:37
da série: o que se faz para salvar os filhos malucos e lambuzados, os políticos corruptos que prometeu combater, bem como seus amigos milicianos que se organizam em facção criminosa rivalizando com o Comando Vermelho, Primeiro Comando da Capital..., se não trair o discurso?

"BOLSONARO ENSAIA ROMPER COM MORO"

Conteúdo de O Antagonista. O Globo, em editorial, diz que "Bolsonaro ensaia romper com Moro".

Leia um trecho:

"O presidente Jair Bolsonaro e seu ministro Sergio Moro parecem ter feito apostas erradas, quando um acabara de ser eleito e outro ainda era o juiz da Lava Jato (...).

O presidente ainda não empossado imaginou que usufruiria da popularidade de Moro, sem pagar qualquer preço. E Moro, que teria em Bolsonaro um apoio firme no enfrentamento da corrupção, numa sequência animadora do seu trabalho como juiz na Lava Jato (...).

O caso do filho de Bolsonaro, senador Flávio, e do amigo dele e da família, Fabrício Queiroz, na administração de uma banca de "rachadinha" montada no gabinete de Flávio ainda no seu mandato de deputado fluminense, mostrou que a bandeira anticorrupção do pai era apenas um gesto eleitoreiro. Já presidente, ficou visível como Bolsonaro procurou ajudar o filho e o amigo."

O jornal conclui:

"Moro espera uma incerta indicação ao Supremo ou rompe e se lança já para 2022? São duas das cartas em cima da mesa."
Herculano
25/01/2020 08:30
da série: um pouco de história aos jovens
MORRE AOS 84 AOS IBSEN PINHEIRO, EX-PRESIDENTE DA CÂMARA

Ex-deputado presidiu a Câmara durante o processo de impeachment de Fernando Collor. Ele estava internado em um hospital de Porto Alegre (RS).

Conteúdo do portal G1. Morreu nesta sexta-feira (24), aos 84 anos, o ex-deputado Ibsen Pinheiro. Ele foi presidente da Câmara durante o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992. Ibsen estava internado em um hospital de Porto Alegre (SP).

Filiado ao MDB do Rio Grande do Sul, foi deputado federal por quatro legislaturas, entre 1983 e 2011. Ibsen também foi integrante da Assembleia Nacional Constituinte, responsável pela Constituição de 1989.

Além da carreira política, Ibsen era jornalista, advogado e atuou como promotor e procurador da Justiça. No futebol, ele foi presidente do Inter.

Repercussão
Em uma rede social, o presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia, lamentou a morte de Ibsen e disse que ex-deputado comandou a casa em um dos momentos mais importantes da democracia brasileira, além de ser um exemplo.

"Ibsen foi um exemplo para mim, tive a oportunidade de conviver e aprender muito com ele. Perdemos um homem público diferenciado", escreveu Maia.

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, afirmou que Ibsen foi um dos mais brilhantes políticos brasileiros. "Com uma enorme capacidade de formulação e de compreensão da política. Fará muita falta ao Rio Grande e ao Brasil!", escreveu em uma rede social.

O Sport Club Internacional também prestou homenagem ao político e ex-presidente do time. "Nossos caminhos estarão ligados para sempre. A paixão e o trabalho de Ibsen Pinheiro levaram o Clube do Povo ao topo do Brasil", postou o clube.
Herculano
25/01/2020 08:08
da série: os representantes do povo, zombam, roubam e votam contra o povo. Isso precisa mudar. E a mudança só se faz com os votos num ambiente de democracia. Brasília é um antro. Mas, não pense que isso só é lá. E sem imprensa livre para esclarecer, nada muda.Leia o relato de um crime dos políticos contra o povo e o dinheiro dos pesados impostos que os sustenta

SOB MAIA, GASTOS COM PASSAGENS AVANÇAM 30%; NOVA YORK É O PRINCIPAL DESTINO DOS DEPUTADOS

Em meio a corte de despesas na administração pública, Câmara gastou R$ 7,1 milhões com bilhetes aéreos

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Renato Onofre, da sucursal de Brasília. Sob a gestão de Rodrigo Maia (DEM-RJ), os gastos com passagens aéreas na Câmara dos Deputados cresceram 30% em 2019 em comparação com a média dos sete anos anteriores. O aumento ocorre em meio a um cenário de austeridade pregada na administração pública, com cortes de verba em diversos ministérios, por exemplo.

Quase metade dos deputados foram autorizados a viajar para mais de 70 países em cinco continentes, incluindo capitais turísticas. Foram 105 cidades pelo mundo.

Nova York, com 65 viagens, foi o destino preferidos dos deputados, seguida de Montevidéu (39), Roma (34) e Lisboa (30). A preferência pela metrópole americana lidera as viagens desde 2012.

As informações foram obtidas pela reportagem da Folha via Lei de Acesso à Informação.

Ao todo, foram gastos R$ 7,1 milhões, ante os R$ 5,3 milhões no ano anterior. O valor é superior aos R$ 5,5 milhões gastos em média desde 2012.

As viagens têm de ser autorizadas pela Mesa Diretora, que cobra do congressista uma justificava para a despesa.

O deputado que mais viajou foi o presidente da Comissão de Turismo, Newton Cardoso Jr. (MDB-MG). Em menos de um ano, ele participou de 14 missões oficiais a um custo de R$ 179,2 mil, dos quais R$ 90 mil só com a compra de passagens aéreas.

Em quatro voos, o congressista pediu upgrade da poltrona para a classe executiva.

Segundo o regimento interno da Câmara, têm esse direito ocupantes de outros cargos, como membros titulares da Mesa Diretora e presidentes de comissões permanentes.

Newton Cardoso Jr. é também o responsável pela passagem mais cara em 2019.

A Câmara pagou R$ 46,2 mil em um voo de classe executiva para o deputado acompanhar o Fórum de Economia do Turismo Global, realizado em Macau, na China, em outubro.

O custo médio de uma passagem para a cidade chinesa é de R$ 21,5 mil, de acordo com gráfico de preços do Google Flights.

No voo para Macau, ele teve direito a cabine privada e café da manhã personalizado com "uma variedade de doces, pães, frutas e cereais", como descreve a companhia aérea.

No almoço e no jantar, além de salada, havia entrada, três alternativas de prato principal e três opções de sobremesas para escolher, vinhos, espumantes e drinques.

Em todas as viagens, o deputado mineiro não cumpriu corretamente a única obrigação: elaborar um relatório da missão oficial.

Newton Cardoso Jr. apresentou quatro resumos de suas viagens e em todos os documentos há trechos copiados da internet.

O relatório da viagem a Macau é o que tem mais trechos idênticos aos de sites. Os textos são encontrados no portal da Embratur, num jornal português e em uma reportagem de uma agência de notícias com sede na cidade chinesa.

Em um dos poucos trechos do documento não copiados, aparece a palavra missão escrita com apenas um "s" e em maiúsculas ("MISÃO").

Em Macau, o congressista mineiro se encontrou também com representantes de holdings controladoras de cassinos para entender o impacto da legalização do jogo no turismo local. Ele participou de reuniões similares sobre regulação de jogos de azar em Las Vegas (EUA) e Lisboa.

Dados das despesas com passagens de deputados também foram divulgados pelo site Poder360.

A canonização de Irmã Dulce, em outubro, foi o evento que mais mobilizou deputados em uma única missão.

Ao todo, 37 parlamentares viajaram à capital italiana, sendo 25 bancados pela Casa. As passagens custaram de R$ 6.000 a R$ 30 mil.

Sete pediram upgrade à classe executiva para a cerimônia de santificação da freira baiana conhecida como Santa Dulce dos Pobres, por dedicar a vida a combater a pobreza e a desigualdade social.

Na lista estão bilhetes emitidos em nome do deputado José Rocha (PL-BA) e da deputada Soraya Santos (PL-RJ), que custaram cerca de R$ 30 mil cada um.

Rocha fez um relatório detalhado do ato de canonização. Já Soraya apresentou um relato da viagem apenas com a agenda do evento.

O regulamento interno da Câmara diz que o pedido de concessão das passagens tem de ser feito com a "devida antecedência da realização da viagem, com vistas à reserva das passagens e à obtenção de preços mais vantajosos".

Procurado pela Folha, o presidente da Câmara disse que busca reduzir essas despesas.

"Aconteceu um aumento enorme do preço das passagens, incluindo aí a crise da Avianca, somado a isso o sistema das companhias aéreas tem uma política de ter um custo baixo para bilhete de turismo, o que acaba encarecendo o custo para aqueles que compraram com pouca antecedência", disse Maia.

"No final do ano, conseguimos terminar uma licitação com as companhias aéreas, o que vai reduzir o custo de compra e mudança de data de voo", afirmou.

Em agosto, para uma plateia composta por empresários e lideranças locais em Santa Catarina, Maia defendeu que os políticos façam uma autocrítica e mostrem produtividade.

"Está na hora de a gente cobrar eficiência. Estou na política para isso. Se não for isso que a sociedade quer, eu prefiro voltar então para a iniciativa privada", disse.

"Precisamos ter a coragem de dizer: esse Estado do tamanho que ficou não nos representa. A política se enganou nos últimos anos, e eu fiz parte disso", afirmou.

Sob a gestão de Maia, a Câmara aprovou mudanças na regulação das passagens aéreas. As alterações permitiram a cobrança por mala despachada e marcação de assento sob a justificativa de que isso deixaria as viagens mais baratas.

Sobre o upgrade à classe executiva, José Rocha disse que é idoso e tem osteoporose.

Procurados, Newton Cardoso Jr. e Soraya Santos não se manifestaram até a publicação deste texto.
Herculano
25/01/2020 06:51
BASTIDORES: BOLSONARO NÃO PROMETEU DIVIDIR A PASTA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

No caso do desmembramento do Ministério da Justiça e Segurança Pública, um detalhe importante: os generais não defenderam o atual modelo. Mas, tanto quanto os secretários de Segurança que estiveram com Bolsonaro, eles admiram Sérgio Moro e não tentavam enfraquecê-lo. Acham só que o melhor para o País seria retomar o Ministério da Segurança Pública criado por Michel Temer, cuja transferência maciça de dinheiro aos Estados derrubou os indicadores de criminalidade.

BRIGA NÃO ERA POLÍTICA

Enfraquecer Moro não era objetivo dos secretários, alheiros à política. Eles queriam a volta do ministério da Segurança (e dos seus recursos).

MINISTRO DEU A MÃO

Para chegar a Bolsonaro, os secretários contaram com o ministro Jorge Oliveira, secretário-geral da Presidência, oficial da reserva da PM.

ENCONTRO APENAS CORDIAL

Bolsonaro recebeu os secretários por sua ligação à área. Apenas disse que pensaria no assunto. Não lhes prometeu desmembrar o ministério.

CRÍTICA QUE CALOU FUNDO

Enquanto Bolsonaro recebia os secretários, o governador do DF, Ibaneis Rocha, acusava Moro de não entender de segurança pública.

LIMINAR DE FUX NÃO AFETA GRUPO DE TRABALHO NO CNJ

De férias na Espanha, o ministro Humberto Martins estava em Ronda, na Andaluzia, quando soube da decisão do ministro Luiz Fux jogando no lixo a liminar do presidente do Supremo para suspender do juiz das garantias. Coordenador do grupo de trabalho criado pelo ministro Dias Toffoli para propor um ato normativo de aplicação do juiz das garantias, Martins avisa que nada muda: tudo ficará pronto em 29 de fevereiro.

CRONOGRAMA MANTIDO

Corregedor nacional de Justiça do CNJ, o ministro Humberto Martins diz que a liminar de Fux não afeta o cronograma de trabalho do grupo.

MÉRITO É COM O STF

O mérito sobre juiz das garantias e a constitucionalidade da lei que o criou serão apreciadas e julgadas no pleno do STF, explica Martins.

NORMATIZAÇÃO COM CNJ

A normatização da nova lei, diz Martins, é com o CNJ, sem qualquer interpretação de constitucionalidade, competência exclusiva do STF.

PANCRÁCIO SEM CARGO

Como Bolsonaro desistiu de desmembrar o ministério de Sérgio Moro, continuará sem cargo Alberto Fraga, chamado pelo amigo presidente de "Pancrácio". Por sua vez, o apreciador de luta livre grega apelidou Bolsonaro de "Cavalão", pelo invejável preparo físico de há trinta anos.

CHAMEM OS CHINESES

Enquanto a China constrói hospital para 1.000 leitos em seis dias, a obra do hospital Pérola Byington (SP) ficou parada quase seis anos após ser lançada pelo tucano Geraldo Alckmin, em 2013.

AMARO NA SEST

Após dez anos em Londres no Iasb, organismo que define normas contábeis internacionais, o economista Amaro Gomes, elogiado quadro do Banco Central, voltou para assumir a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério da Economia.

DESPESAS 'EXTRAORDINÁRIAS'

Um acordo extrajudicial com a Vale, proposto pela Advocacia-Geral, garantiu R$ 13,8 milhões para os cofres públicos por despesas que a União teve após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG).

FALCÃO METE A MÃO

Uma Serraria Falcão, de Maceió, cobrou de leitor alagoano R$4 mil por 20m de madeira cumaru, uma usura de R$200 o metro. Passando por Brasília, ele achou a madeira por R$15. E pagou feliz R$600 para levar tudo de avião, para Maceió. No fim, gastou 20% do preço da Falcão.

EI, VOCÊ AÍ, DENGUE MATA

Se o mundo se apavora com o coronavírus, o Brasil ainda enfrenta velhos problemas: o Distrito Federal declarou situação de emergência em razão do risco de epidemia por doenças transmitidas pelo mosquito.

RICOS E INSATISFEITOS

Segundo a FGV, o Índice de Confiança do Consumidor caiu 1,2 ponto em janeiro, após a gastança de dezembro. Queda maior (de 2,4 pontos) foi dos consumidores de renda mensal superior a R$9,6 mil.

PARECE QUE FOI ONTEM

Completa 9 anos neste sábado o início da Revolução Egípcia, marcada por manifestações, comícios, tumultos, greves e confrontos violentos. Culminou com a queda de Hosni Mubarak, presidente por 30 anos.

PENSANDO BEM...

...Bolsonaro continua ocupando o espaço de governo e de oposição, no noticiário.
Herculano
25/01/2020 06:44
MARCOLA, MORO E BOLSONARO, por Julianna Sofia, secretária de Redação de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Patamar de desentendimentos entre presidente e ministro muda. Moro 2022?

Dois dias após a fuga de detentos do PCC de uma prisão no Paraguai, o Ministério da Justiça de Sergio Moro montou uma espetaculosa operação policial para escoltar o chefe da facção, Marcola, de um presídio federal em Brasília para um hospital da cidade para exames de rotina. Pouco usual, a ação serviu de lembrete à organização criminosa sobre quem detém a chave do cárcere de seu líder máximo.

A demonstração de força irritou as autoridades locais. Numa sequência de notas e ofício, o Governo do Distrito Federal e o ministério de Moro trocaram ataques sobre a permanência de presos de grosso calibre na capital e a ameaça potencial à segurança da população. Sem firulas, o Ministério da Justiça reafirmou o sigilo da operação de escolta e declarou que o único a incomodar-se com o quadro atual é o próprio GDF.

Um ofício ríspido encaminhado a Moro foi assinado por Anderson Torres, secretário de Segurança local. Ele é apontado como pivô da mais recente crise entre o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro mais popular. Torres, delegado afastado da Polícia Federal, almeja voltar à instituição para comandá-la. Na campanha para assumir o cargo, trabalha pela cisão do Ministério da Justiça e da Segurança em dois órgãos, com esvaziamento das funções de Moro.

O delegado já fora vetado para o cargo pelo ministro. Com o retorno da pasta da Segurança, um deputado aliado de Torres e amigo de Bolsonaro seria o favorito para chefiar o ministério, garantindo ao secretário o posto desejado. Num encontro extra-agenda na quarta (22), Bolsonaro e Torres confabularam sobre o tema da recriação - pleito defendido por secretários estaduais.

Agora, e por ora, o presidente rechaça a ideia, diante da repercussão contrária ("a chance no momento é zero, não sei o amanhã"). Mas o episódio avoluma a coleção de rusgas entre o mito e Moro, elevando o patamar dos desentendimentos.

Há quem interprete em recentes atos do ministro uma estratégia de descolamento político rumo a 2022.
zerosocial
24/01/2020 21:50
Mais uma vez o deserviço da gestão Kleber!! Abriu concurso público para diversos cargos.. e adivinhem o que ficou de fora!.. Psicológo e Assistente Social.. afinal nunca foi prioridade os serviços públicos de assistência social.. a prioridade é espaço mulher, idosos na natação, enquanto mulheres vitimas de violência não tem um local adequado para acolhe-las. E novamente contratos temporários .. processos seletivos simplificados.. Sabe pq os contratados são preferências na gestão Kleber.. pq podem ser facilmente manipulados e demitidos se questionarem as ordem dos superior que na sua maioria não tem formação técnica para os cargos que ocupam...!!! Assistência Social não é prioridade na gestão Kleber!!
Miguel José Teixeira
24/01/2020 14:26
Senhores,

Onde há fumaça há fogo?

Eis o prontuário policial do mais cotado para o futuro Ministério da Segurança Pública, caso Bolsonaro decida recriá-lo:

"Situação jurídica de Fraga deve ser decidida em fevereiro.

- Pendurado politicamente por uma condenação por concussão ?" exigir vantagem em função do cargo ?" o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) pode ser liberado em breve. A 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) vai julgar em fevereiro a apelação contra condenação a seis anos e oito meses de prisão em regime semiaberto pela cobrança de R$ 350 mil de uma cooperativa de transporte para liberar a circulação de micro-ônibus quando era secretário de Transportes. O relator do recurso, desembargador Roberval Belinati, vai apresentar seu voto na sessão de 10 de fevereiro. O processo, então, será distribuído para um revisor que deve incluí-lo na pauta no próximo mês. O resultado desse julgamento é fundamental para o destino de Fraga. Ele é cotado para assumir um cargo no governo de Jair Bolsonaro se conseguir a absolvição.

Confiante.

Fraga aposta alto na nova absolvição. No ano passado, na mesma 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF, o ex-deputado teve uma condenação derrubada em contexto semelhante por unanimidade. A sentença envolve fatos parecidos: a cobrança de propina de cooperativas de transporte e as provas apresentadas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) são baseadas em depoimentos. As duas condenações foram proferidas pelo juiz Fábio Esteves, presidente da Associação dos Magistrados do DF (Amagis-DF). Também no TJDFT, Fraga conseguiu rever uma outra condenação por posse ilegal de arma e de munição de uso restrito.

Voto fundamental.

Neste novo recurso, a posição do relator, Roberval Belinati, é fundamental. Como então presidente da 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF, ele não participou do julgamento que absolveu Alberto Fraga.

Padrinho de Aras

Se a expectativa de Fraga se confirmar, crescem as possibilidades de ele assumir um cargo. Possivelmente o Ministério da Segurança Pública, hoje sob a responsabilidade do ex-juiz Sergio Moro. Fraga já demonstrou força com o presidente Jair Bolsonaro, ao conseguir emplacar nada menos do que o procurador-geral da República, Augusto Aras. Mas será muito poder para Fraga comandar a Polícia Federal e apadrinhar o chefe do Ministério Público Federal.

Disputa de candidatos.

O governador Ibaneis Rocha (MDB-DF), que tem liderado o movimento pela recriação do Ministério da Segurança Pública, não deve estar nada satisfeito com a possibilidade de ascensão de Alberto Fraga, seu adversário na campanha eleitoral de 2018. O emedebista tem um outro candidato para a vaga, caso Bolsonaro realmente decida tirar poder de Sergio Moro: o delegado da Polícia Federal Anderson Torres, seu secretário de Segurança Pública, que tem uma ótima relação com os filhos do presidente. Anderson chegou a ser cotado para assumir a direção-geral da Polícia Federal no lugar de Maurício Valeixo, nomeado por Moro. Nem precisa dizer que há um embate aí.

O fator Moro.

Sergio Moro vai aceitar perder a área de segurança pública e o comando da Polícia Federal para se tornar um ministro da Justiça sem poder? A reação do ex-juiz que conta com popularidade alta e o apoio dos militares no governo pode ser impeditivo para a cisão na pasta. Moro já perdeu muito: o Coaf, medidas fundamentais do pacote anticrime e evita criticar integrantes do governo envolvidos em corrupção. Será uma surpresa se aceitar permanecer no cargo com ainda menos poder. Fora do governo, Moro vira uma liderança de oposição.

Só papos.

"O fim do ministério, no início do governo Bolsonaro, foi um erro do próprio governo.
Um governo que foi eleito om a pauta da segurança pública acabar com o ministério
que foi enfim criado no governo de Michel Temer, que é umas agendas prioritárias
da sociedade, foi uma sinalização ruim para o próprio governo" (Rodrigo Maia (DEM-RJ),
presidente da Câmara dos Deputados)

"Em nenhum momento, o presidente disse apoiar tal iniciativa. Apenas, educadamente,
disse que enviaria a seus ministros, para estudo, entre eles o ministro Sergio Moro" (General Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República)"

Fonte: Correio Braziliense, hoje, Eixo Capital, Cidades

Herculano
24/01/2020 11:14
ALÉM DA AMAZôNIA. OS GRINGOS NÃO ENTENDEM NADA DE AGRONEGóCIO E QUEREM DAR PITACO, por J.R. Guzzo, no site Gazeta do Povo PR
Você já viu, pelo menos em fotos, um pé de soja plantado no estado do Paraná? Já viu um pé de milho? Melhor ainda: é possível fazer uma viagem de 50 quilômetros entre a maioria das cidades paranaenses, ou qualquer delas, sem ver a terra plenamente ocupada por lavouras de alguma coisa aproveitável para a alimentação? Pois então fique sabendo: isso que você pode ver todos os dias, e viu durante toda a sua vida, é um segredo fechado a 777 chaves para todo o sujeito que viva hoje num país de primeiro mundo.

Na Europa, nos Estados Unidos e nas outras franjas desenvolvidas que sobram do resto do planeta Terra, as pessoas estão convencidas que toda a agricultura e a produção de carnes do Brasil são feitas na Amazônia - que, aliás, está "ardendo em chamas", como garantiu o presidente da França, Emmanuel Macron. Estão tocando fogo na floresta, acham eles todos, porque os brasileiros precisam de mais terra ainda para plantar mais, criar mais boi, mais porco e mais frango, e ganhar mais dinheiro.

Para piorar, há também a certeza, no mundo que se tem por "civilizado", que toda a agropecuária brasileira só se tornou a primeira maior do planeta (junto com a americana) porque, além de queimar sua mata virgem, usa "agrotóxicos". Além de nunca ter lhes ocorrido que dentro dos 8,5 milhões de km² do Brasil exista algum tipo de atividade rural fora da Amazônia, estão certos de que até hoje os brasileiros não conhecem a existência do trator, da irrigação e da agronomia.

Nunca ouviram falar em genética, tecnologia, satélites, GPS, meteorologia, veterinária, manejo de solo, colheitadeiras - enfim, não têm ideia do que sejam tecnologia ou produtividade. Com essa vida de treva, só sabem produzir soterrando a "Amazônia" com venenos químicos "banidos" na Europa e nos Estados Unidos. Conclusão: somos um país atrasado demais para termos fazendas ("fazendas aqui, florestas lá", é o grande lema ambientalista do momento) e o agronegócio brasileiro é uma ameaça para o mundo.

Dentro de tal visão das coisas, o Paraná, por exemplo, simplesmente não pode existir. Mas há provas materiais de que o Paraná existe, sim - e aí, como se explica um negócio desses? Bastaria a visita de um comitê qualquer de autoridades confiáveis do primeiro mundo, e mais uma duas ou três horas de leitura séria, para se chegar à conclusão de que existe algo profundamente errado com todos os fenômenos descritos acima.

O comitê e os leitores iriam descobrir, então, que o Paraná, com 200.000 quilômetros quadrados de extensão, e a 3.000 quilômetros de distância da Amazônia, é um dos maiores centros agrícolas do mundo. Na safra de verão de 2019, e na safra de outono/inverno 2019-2020, deverá produzir cerca de 40 milhões de toneladas de grãos - mais de 15% do total colhido pelo Brasil, o maior produtor agrícola da Terra, com 240 milhões de toneladas. É um aumento de quase 30% sobre a colheita anterior - e praticamente na mesma área plantada O nome disso é produtividade.

O Paraná, sozinho, tem o tamanho de cinco Holandas, ou de 60% de uma Alemanha inteira - não é razoável, assim, que seja integralmente desconhecido nas nações mais cultas do sistema solar. Mas o que é razoável, hoje em dia, na militância ambiental que envolve não apenas gente de bom coração, mas governos, organizações internacionais, ONGs bem financiadas, universidades, empresas com interesses econômicos de porte mundial? Nada é razoável nesse bioma.

É possível saber com um mínimo de esforço (e muita gente sabe) que 70% de toda a produção do campo no Brasil vem de quatro Estados - Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, sendo que o Paraná, especificamente, ocupa 10% da área cultivada em todo o país. O que a Amazônia tem a ver com isso? Nada, salvo o fato de que uma parte do Mato Grosso pertence à "Amazônia Legal" - uma invenção burocrática que nada tem a ver com a ciência geográfica, e sim com truques fiscais para se pagar menos imposto.

A ignorância divide-se basicamente em duas modalidades: a involuntária e a voluntária. A primeira é a que leva o cidadão comum dos países ricos, mesmo os de boa formação cultural, a desconhecerem fatos rudimentares sobre o Brasil antes de darem suas opiniões a respeito de uma suposição realmente extraordinária: a de que a produção brasileira de alimentos não apenas é uma coisa do mal, mas um perigo para a segurança da humanidade. Ela é fruto, basicamente, da preguiça de pensar. Já a outra modalidade de ignorância, a voluntária, não tem nada de tolice ou desatenção dentro de si. Tem apenas má fé - e propósitos muito bem definidos."
Herculano
24/01/2020 08:52
UM PAÍS POUCO SÉRIO

Uma observação no twitter:

Um país que serve café, almoço, dois lanches e jantar para os presos; serve vinho importado e lagostas para os ministros do STF, mas que serve apenas uma bolacha com Ki-suco para uma criança na escola, não pode ser levado a sério!
Herculano
24/01/2020 08:50
A BRECHA E USOU A IMPRENSA COM CREDIBILIDADE- QUE ELE NÃO ACREDITA - PARA APAGAR O INCÊNDIO MAIS RAPIDAMENTE

de Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo, no twitter:

Agora na GloboNews: Bolsonaro recua e desiste, por ora, de tirar segurança de Moro. Viu que perderia um ministro e ganharia um oponente em 2022. Segundo ele, ao chegar à Índia, chance de recriar pasta agora "é zero". Mas deixou a brecha para mais adiante
Herculano
24/01/2020 08:45
REPóRTER ESSO EM EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA, INFORMA: ARES DA ÍNDIA FAZ BOLSONARO VOLTAR ATRÁS NO DESEJO DE FRITAR E RIFAR SÉRGIO MORO PARA SATISFAZER O PT, PSOL, A ESQUERDA DO ATRASO, A BANDIDAGEM DE TODOS OS TIPOS E OS CORRUPTOS NO PODER (POLÍTICOS, EMPRESÁRIOS E GESTORES PÚBLICO). MAS, NO MOMENTO. JÁ AMANHÃ...


BOLSONARO: "ESTÁ DESCARTADO"


Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro, nesta sexta-feira, descartou a divisão do ministério de Sergio Moro, uma proposta que, ontem, ele havia prometido estudar:

"O Brasil está indo muito bem. Segurança pública, os números indicam que está indo no caminho certo, e a minha máxima é: em time que está ganhando não se mexe."

Ele acrescentou:

"Lógico que está descartado. Nem precisava responder. A chance no momento é zero. Está bom ou não? Está bom, né? Não sei amanhã. Na política, tudo muda, mas não há essa intenção de dividir. Não há essa intenção."

O estudo durou pouco.
Herculano
24/01/2020 06:12
POR NADA, BOLSONARO CRIA MUFUÁ NA DIREITA E RISCO DE DIFICULDADES POLÍTICAS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente inventa crises do nada, um problema em ano parlamentar curto

O ano político nem começou, mas Jair Bolsonaro tomou a iniciativa de abrir a porteira para uma crise que até então pastava nas internas do governo. A ideia de recriar o Ministério da Segurança Pública animou o mafuá na direita, soltou a manada que quer atropelar Sergio Moro e explicitou a disputa pela polícia e pela espionagem federais.

Pode dar em nada ou apenas em uma avacalhada em Moro a fim de mostrar "quem é que manda". Seja como for, o sururu interno mostra como o governo cria tumultos quase de graça, que podem ser daninhos em um ano parlamentar curto, de eleição.

A filhocracia quer a Polícia Federal sob controle direto do Planalto e incrementar a espionagem. Carlos Bolsonaro, o 02, quer colocar o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, seu próximo, na direção da PF. Difícil que tenha sucesso, mas trata-se de parte de seu projeto de influenciar a comunicação, a polícia e a inteligência do governo.

Parece ridículo esse negócio de espionagem, de Abin ou o que mais inventarem, mas é um assunto real no Planalto. Já incomodou militares no início do governo e começa a incomodar de novo, se por mais não fosse porque o filho 02, Carlos, tem a capacidade de derrubar generais.

Outros amigos de Bolsonaro pai e gente da cozinha do Planalto querem levar Anderson Torres, secretário de Segurança do Distrito Federal, para o comando da PF. Torres quer o novo ministério.

Ministros do Planalto querem a PF e parte do ministério de Moro porque pretendem: 1) dar "agilidade" à política de segurança pública; 2) identificar o possível sucesso de tais políticas diretamente com Bolsonaro, sem deixar casquinha para Moro.

A esse respeito, convém notar que o secretário-geral da Presidência, Jorge Oliveira, é alguém que tenta colocar alguma ordem política, administrativa e jurídica nos assuntos do governo. É de confiança de Bolsonaro, uma raridade, tem parte na recriação do Ministério da Segurança e, decididamente, na mudança da direção da Polícia Federal.

O bolsonarismo parlamentar rachou com a crise do PSL. Os pesselistas remanescentes são moristas. A tropa parlamentar que ficou com Bolsonaro, muitos líderes da bancada da bala e os amigos policiais do presidente querem recriar e ocupar a Segurança Pública.

Pelo menos um ministro que trabalha no Planalto diz que Bolsonaro não deu sinal de que vá tomar decisão alguma, mas "deixou que o debate fosse reaberto". Pode dar um cala-boca geral a qualquer momento.

Como está óbvio, trata-se de disputa de cargos, de prestígio político e de cálculo eleitoral (evitar proeminência ainda maior de Moro). Em tese, é política politiqueira ou palaciana de costume. Porém, desembestadas, como agora, tais crises criam desafetos e divisões daninhas em demasia. Não é boa ideia para um governo sem articulação parlamentar.

Entre março e julho, parte do governo pretende aprovar as emendas constitucionais que cortam gastos a fundo, mexendo com servidores. Quer aprovar alguma reforma tributária e até mexer em imposto que vai deixar fula a indústria de comida e bebida. É pouco tempo.

Quer fazer tudo isso enquanto as milícias digitais batem em Rodrigo Maia, que, por sua vez, continua podando asinhas várias do governo.

Maia tem seu programa, que é o da elite econômica e, sem mais, não vai criar problema. Mas não é prudente forçar a amizade e, de resto, Maia é liderança parlamentar, não dono de rebanho. Se os humores mudam, ele não pode fazer grande coisa.
Herculano
24/01/2020 06:08
GOVERNO PREPARA NOVO PLANO PARA SE COMUNICAR MELHOR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Este ano de 2020 pode marcar uma virada na política de comunicação do governo Jair Bolsonaro, na "guerra de narrativas" que virou rotina no dia-a-dia. Será implantado um plano envolvendo todos os ministérios, sob coordenação do Palácio do Planalto, para comunicar melhor as ações do governo. O presidente promete se engajar nisso, evitando por exemplo suas coletivas improvisadas "na grade", à saída do Alvorada ou na chegada ao trabalho. Mas poucos acreditam que ele fará isso.

WAJNGARTEN NO COMANDO

A tentativa de coordenação das ações de comunicação do governo são capitaneadas pelo chefe da Secom, Fábio Wajngarten.

MÍDIA SOCIAL NÃO BASTA

O desafio do secretário de Comunicação será convencer Bolsonaro & filhos que só usar redes sociais não ganha a tal "guerra da narrativa".

ESTA É MINHA PRAIA

Com quase três décadas de embates com jornalistas, Bolsonaro não reconhece em ninguém autoridade para lhe dar lições sobre o tema.

VAI DAR TRABALHO

Certa vez, Bolsonaro respondeu a uma ponderação do general Augusto Heleno: "O sr. entende de estratégia militar, de política entendo eu".

PROJETO DE REFORMA DO TEATRO NACIONAL JÁ INCLUÍA SUPERFATURAMENTO

Ainda não começou a reforma do Teatro Nacional de Brasília, fechado há seis anos, porque governo teve de refazer o projeto. Elaborado em gestão anterior, o projeto favorecia o superfaturamento da futura obra, segundo explicou o governador Ibaneis Rocha (MDB). Assim, os R$33 milhões que seriam gastos na reforma parcial prevista no projeto original, agora serão suficientes para realizar a maior parte.

CHAMEM A POLÍCIA

O projeto original de reforma do Teatro Nacional previa gastos espantosos de R$240 milhões.

PROJETO ESTATIZADO

A empresa pública Novacap é que está preparando o projeto básico da restauração do Teatro Nacional. A licitação sairá até o fim de fevereiro.

DINHEIRO GARANTIDO

Ibaneis conseguiu os R$33 milhões no Fundo de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça. A iniciativa privada deve bancar o que faltar.

JÁ DEU

Ao vetar o batismo de uma praça com o nome de Marielle Franco, o governador do DF, Ibaneis Rocha, acabou mostrando a diferença entre opinião publicada e opinião pública. A enquete de uma rádio inconformada com o veto mostrou que o apoio à decisão foi de 70%.

FESTA NO PLANALTO

É indisfarçável o entusiasmo no Palácio do Planalto com a chegada de Regina Duarte ao governo. Está combinado que sua nomeação e posse (muito festiva) ocorrerá após o retorno dele da visita a Índia.

PARA EVITAR CIRCO MIDIÁTICO

A nova lei anticrime reforça a impossibilidade de levantamento do sigilo dos depoimentos de delação premiada até o recebimento da denúncia pela Justiça. O juiz fica proibido de dar publicidade a acordos.

LIBERAÇÃO PARADA NA JUSTIÇA

Há quase dois anos está na Justiça uma ação da Defensoria Pública de Alagoas para autorizar a venda direta de etanol de produtores a postos de combustíveis. Hoje a "agência reguladora" ANP proíbe a venda direta para beneficiar os distribuidores, encarecendo o preço final.

IMPORTANTE VIAGEM

Durante a sua viagem à Índia, o presidente Jair Bolsonaro deve assinar até uma dúzia de acordos e termos de cooperação entre os países, principalmente nas áreas de tecnologia, saúde e energia.

SEM HISTERIA

A Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989 define crimes de preconceito de raça ou cor. Também consta na lei previsão de reclusão de 1 a 3 anos para quem distribuir ou veicular qualquer tipo de propaganda ou símbolo, incluindo a suástica, com o intuito de divulgação do nazismo.

INTERFERÊNCIA LULISTA

Após a Lavagem do Bonfim, início não-oficial da campanha eleitoral em Salvador, o PT da Bahia continua embolado com pré-candidatos pela Prefeitura, incluindo Vilma Reis, Fabya Reis, Robinson Almeida, Juca Ferreira e Moisés Rocha. O PT nacional está atento e vai interferir.

SIGNIFICATIVO NÃO É

O CEO da chinesa Huawei afirmou no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que "não será significativo" o impacto das medidas dos EUA contra a empresa. Disse que "aprenderam muito" com os americanos.

PENSANDO BEM...

...o coronavírus já trabalhou mais em 2020 que o Congresso brasileiro.
Herculano
24/01/2020 05:55
GOVERNO CONCLUI RESPOSTA AO PEDIDO DE IMPEACHMENT DE MOISÉS E VAI PEDIR ARQUIVAMENTO, por Upiara Boschi, no NSC Total, Florianópolis SC

Já está pronta a resposta do governo do Estado aos questionamentos que integram o pedido de impeachment do governador Carlos Moisés (PSL), da vice-governadora Daniela Reinehr (PSL/Aliança) e do secretário Jorge Tasca, da Administração. A defesa será entregue pessoalmente pelo secretário da Casa Civil, Douglas Borba (PSL) ao presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD), na próxima segunda-feira - uma semana antes do prazo regimental de 15 dias para protocolar peça.

No encontro, o secretário vai pedir ao presidente do parlamento estadual que proceda o arquivamento do pedido de impeachment após a análise da contra-argumentação apresentada. O regimento da Assembleia prevê a abertura de comissão especial composta por nove deputados para analisar o caso 15 dias após o recebimento da defesa, deflagrando o processo de impeachment.

Na resposta, a Casa Civil rebate os argumentos do defensor público Ralf Zimmer, autor de pedido de impeachment, de que houve crime de responsabilidade na equiparação salarial concedida aos procuradores do Estado em relação ao mesmo cargo na Assembleia Legislativa - que elevou os vencimentos da categoria de R$ 33 mil para 35 mil.

A defesa mantém a posição de que o aumento não foi uma decisão administrativa, mas mero cumprimento de decisão judicial. Para isso, busca refutar os argumentos de Ralf Zimmer que questionam a aplicação atual de um mandado de segurança concedido pelo Tribunal de Justiça em 2004 à Associação dos Procuradores do Estado de Santa Catarina (Aproesc) garantindo a equiparação. Zimmer argumenta que o mandado não teria eficácia por causa de decisões posteriores do Superior Tribunal de Justiça e do próprio TJ-SC, além de alegar que só poderia beneficiar os integrantes da Aproesc em 2004 e não toda a categoria.

A Casa Civil inclui na defesa um despacho do desembargador Pedro Manoel Abreu no dia 10 de janeiro deste ano em que ele intima o Estado a informar o prazo em que fará o pagamento retroativo da diferença salarial do período em que não foi feita a equiparação entre os procuradores. Na avaliação do governo, a peça reforça a validade do mandado de segurança de 2004.
Apesar do apelo que Borba deve fazer a Júlio Garcia para que o pedido de impeachment seja arquivado sem a abertura da comissão especial, é pouco provável que o pedido seja atendido. O regimento da Alesc - ao contrário da Câmara dos Deputados - não prevê essa prerrogativa ao presidente do Legislativo. Nos bastidores, aliados e adversários do governador Moisés já fazem as contas sobre quem terá maioria na comissão.
Herculano
24/01/2020 05:50
BOLSONARO E MORO NUNCA ESTIVERAM TÃO PRóXIMOS DE UM CURTO CIRCUITO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente tenta atordoar personagem que enxerga como ameaça, mas pode irritar sua base

Jair Bolsonaro e Sergio Moro nunca estiveram tão próximos de um curto-circuito político. Apesar das eventuais homenagens de um e das recorrentes mesuras de outro, presidente e ministro parecem cada vez mais dispostos a mergulhar numa disputa de poder inevitável.

Ainda que tenha sido divulgada apenas como uma ideia em estudo, a redução dos atributos de Moro com a possível recriação do Ministério da Segurança mostra que Bolsonaro está disposto a enfrentar o integrante mais popular de seu governo.

O presidente faz questão de turbinar a propaganda oficial que ostenta as estatísticas de redução de crimes violentos, mas indicou claramente que poderia tirar esse brinquedo das mãos do subordinado.

Empacado na pauta anticorrupção (sabotada pelo presidente, aliás), Moro abraçou a bandeira da segurança. Bolsonaro poderia ter dito apenas que as coisas vão bem. Preferiu participar ativamente das discussões e dar combustível ao plano encampado por secretários estaduais.

Embora o ministro seja considerado intocável por parte considerável da base bolsonarista, o presidente não demonstrou nenhum receio em contrariá-lo. "Lógico que o Moro deve ser contra", antecipou-se.

Desde que Moro disse "sim" e entrou no governo, Bolsonaro insiste em dar sinais de que é o dono do passe do subordinado. Disse haver um compromisso para indicar o ministro à primeira vaga aberta no STF em seu governo, mas recuou. Depois, tascou um "quem manda sou eu" ao ameaçar demitir o chefe da Polícia Federal, atropelando o auxiliar.

O presidente quer manter Moro na rédea curta. Ora sinaliza que o ex-juiz seria um vice dos sonhos em 2022, ora indica que ele pode ser seu sucessor em 2026, mas dá outros recados quando o ministro demonstra estar confortável no mundo político.

Bolsonaro age para atordoar um personagem que o ameaça, mas esses choques também desgastam sua imagem entre os seguidores de Moro. Se o ministro decidir enfrentar o chefe, o presidente terá problemas.
Herculano
24/01/2020 05:35
VAMOS DESENHAR E RESUMIR TUDO

A SEPARAÇÃO DA SEGURANÇA NO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DE SÉRGIO MORO É LEVADA EM NOME DE UMA MAIORIA DE SECRETÁRIOS DE OPOSIÇÃO AO PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO, SEM PARTIDO, EM REUNIÃO EM BRASÍLIA PELO SECRETÁRIO DE SEGURANÇA DO PT DA BAHIA , EXATAMENTE O PARTIDO CRIADOR DA LAVA JATO E QUE PATROCINOU A MAIOR CORRUPÇÃO JÁ VISTA NO BRASIL?

E O PRESIDENTE BOLSONARO, QUE PROMETEU COMBATER SEM RTRÉGUAS A CORRUPÇÃO RESOLVEU ACEITAR A IDEIA, DEPOIS DE CONVIDAR E TER O HOMEM SÍMBOLO DO COMBATE A CORRUPÇÃO NO SEU GOVERNO NOMEANDO COMO SEU MINISTRO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA, SÉRGIO MORO, EX-JUIZ DA FORÇA TAREFA DA LAVA JATO EM CURITIBA PR? E FAZ ISSO PELAS COSTAS, NUMA REUNIÃO ONDE SÉRGIO MORO NÃO ESTAVA PRESENTE?

DIAS ANTES, OUTRA FACADA PELAS COSTAS. CONTRA A ORIENTAÇÃO DE SÉRGIO MORO, BOLSONARO NÃO VETA O JUIZ DE GARANTIAS PROPOSTO POR MARCELO FREIXO, DO PSOL FLUMINENSE - UM ESTADO FALIDO E BANDIDO - FACÇõES, TRAFICÂNCIA E MILICIANOS - DE ONDE VEM O PRESIDENTE - PARTIDO? O PSOL É O QUE MAIS CONDENA BOLSONARO, LIGA-O AO EXTERMÍNIO DA VEREADORA MARIELE; É RADICAL DA ESQUERDA DO ATRASO NO BRASIL?

QUEM MESMO ORIENTA MORO, SE NÃO OS FILHOS DOIDOS E ATÉ O SENADOR FLÁVIO ENVOLVIDO EM SÉRIAS DÚVIDAS DE LAVAGEM DE DINHEIRO? WAKE UP BRASIL!
Herculano
24/01/2020 05:22
BOLSONARO NÃO ENTENDEU QUE, COM A ECONOMIA SE ENCAMINHANDO LENTAMENTE PARA A RETOMADA DA NORMALIDADE MÍNIMA, OS EMPREGOS FORMAIS I INFORMAIS VOLTANDO MENOS DO QUE O ESPERADO, MAS VOLTANDO, A SEGURANÇA SE TORNOU UM FATOR DE ESTABILIDADE DO CIDADÃO E QUE ELA NÃO PODE SER USADA COMO AÇÃO POLÍTICA OU PARA A PROTEÇÃO DE BANDIDOS ENDINHEIRADOS NA NARCOTRAFICÂNCIA, NOS PARTIDOS POLÍTICOS, NAS INSTITUIÇõES - ENTRE ELES A JUSTIÇA - E DOS óRGÃOS PÚBLICOS, ESTE TRÊS ÚLTIMOS, SUSTENTADOS PELOS PESADOS IMPOSTOS DOS BRASILEIROS E O PRIMEIRO, QUE NADA CONTRIBUI PARA O ESTADO QUANDO NÃO IMPõE A SUA PRoPRIA REGRA E JUSTIÇA À SOCIEDADE

WAKE UP, BRAZIL! OUTUBRO ESTÁ CHEGANDO E BOLSONARO PODERÁ TER SINALIZAÇõES CLARAS NAS URNAS DESSA INSATISFAÇÃO POPULAR E O ENDEUSAMENTO DE SÉRGIO MORO BEM ANTES DA HORA
Herculano
23/01/2020 22:08
da série: não foi fake news, não foi a imprensa quem inventou, o governo sentiu o bafo da imprensa e ensaiou um recuo, destampou a chaleira... mas até quando?

GENERAL HELENO AFASTA RECRIAÇÃO DE MINISTÉRIO NA TENTATIVA DE ENFRAQUECER

Proposta é de secretários estaduais

'Presidente não disse que apoia'

Governo estuda possibilidades


Conteúdo do Poder 360.O ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, negou nesta 5ª feira (23.jan.2020), por meio do Twitter, que o governo do presidente Jair Bolsonaro tenha a intenção de "enfraquecer" o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, a partir da eventual recriação do Ministério da Segurança.

Heleno disse ser mentira que a possível volta da pasta seja "de interesse" de Bolsonaro e reclamou de supostas tentativas de se criar conflitos entre Bolsonaro e Moro.

"O mesmo já aconteceu quando o Congresso passou o Coaf da Justiça para o Banco Central. Os mesmos que, hoje, mentem ser de interesse do Presidente recriar a Segurança, acusaram o mesmo de enfraquecer Moro no caso Coaf", escreveu Heleno.
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Segundo o ministro, a proposta de desmembrar o Ministério da Justiça e Segurança Pública ainda está em estudo pelo governo. A medida foi sugerida por representantes de secretarias estaduais de Segurança que se encontraram com Bolsonaro nessa 4ª feira (22.jan.2020), no Palácio do Planalto.

"Em nenhum momento o presidente disse apoiar tal iniciativa. Apenas, educadamente, disse que enviaria a seus ministros, para estudo, entre eles o ministro Sergio Moro", disse.

"O que alguns não entendem é que o presidente é o capitão do time, ele escalou seus 22 ministros. As decisões são tomadas, ouvindo os ministros, mas cabe a ele, como comandante, dar a palavra final, mesmo que isso contrarie alguns dos seus assessores ou eleitores", afirmou.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que "é lógico que o [ministro Sergio] Moro deve ser contra" a medida. No entanto, não voltou atrás. Manteve o discurso de que pensará na possibilidade.

"É comum eu receber demanda de toda a sociedade e ontem eles [representantes das secretarias de Segurança] pediram a possibilidade de recriar o Ministério da Segurança. Isso vai ser estudado, é estudado com o Moro? É lógico que o Moro deve ser contra. Mas é estudado com os demais ministros. Rodrigo Maia é a favor também da Segurança", disse o presidente.
Herculano
23/01/2020 22:01
TRANSFORMADOR

De Mário Sabino, editor da Revista Eletrônica Crusoé, no twitter:

Bolsonaro tem uma capacidade extraordinária de transformar aliados em inimigos.
Herculano
23/01/2020 21:59
FRIGIDEIRA PODE SER PLATAFORMA DE MORO PARA 2022, por Josias de Souza

Quem acredita piamente em Jair Bolsonaro perde o direito de piar quando o presidente desmente a si mesmo. Longe dos refletores, Bolsonaro conversa sobre o desejo de promover ajustes no ministério desde o final do ano passado. Quando o tema chegou ao noticiário, ele declarou: "É fake news, tá ok?" A notícia era verdadeira, o presidente é que é meio fake. Ele diz uma coisa e pratica o contrário.

Vítima mais ilustre da dicotomia presidencial, Sergio Moro acreditou no chefe quando ele desmentiu, no final do ano passado, o plano de desmembrar a pasta da Justiça, transferindo a Segurança Pública para Alberto Fraga, um obscuro ex-deputado federal do DEM de Brasília. Agora, Bolsonaro admite em público o que apenas sussurrava à sombra.

Sergio Moro retorna à frigideira no final de uma semana que começou com uma entrevista na qual o ministro declarou que seu relacionamento com o presidente é excelente. Assombrações e fantasmas aparecem para quem acredita neles. Ou o ex-juiz da Lava Jato ergue a coluna vertebral ou se arrisca a comprometer, por excesso de submissão, o prestígio que lhe rende altos índices de popularidade.

Bolsonaro tem uma propensão para a teatralidade. Expressando-se numa linguagem rudimentar, ele acha que pode convencer as pessoas de qualquer coisa. Depois de incutir na alma de Sergio Moro a crença de que ele seria um superministro, o presidente avalia que a sociedade vai acreditar que a grande necessidade da segurança pública é a recriação de um ministério específico.

Bolsonaro talvez devesse duvidar um pouco de si mesmo. Além de empurrar o ex-juiz da Lava Jato para um projeto eleitoral em 2022, o presidente pode descobrir que, por melhor que seja o seu teatro, parte da plateia não está suficientemente ensaiada para fazer o papel de idiota.
Herculano
23/01/2020 21:53
PAULO NORBERTO KOERICH FOI UM DOS SETE SECRETÁRIOS DE SEGURANÇA DOS 22 ESTADOS BRASILEIROS QUE FOI CONTRA O ENFRAQUECIMENTO DE SÉRGIO MORO, NO DESMEMBRAMENTO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E O DA SEGURANÇA

PRESENTE NA REUNIÃO EM BRASÍLIA,POR SER O PRESIDENTE DO COLEGIADO DE SEGURANÇA DE SANTA CATARINA, O GASPARENSE ACOMPANHOU ATIVAMENTE A ARTICULAÇÃO TRAMADA NOS BASTIDORES PELO AMIGO DO PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO, SEM PARTIDO, O EX-DEPUTADO FEDERAL ALBERTO FRAGA, DEM-DF, E QUE FOI VERBALIZADA NA REUNIÃO COM O PRESIDENTE, PELO SECRETÁRIO DO GOVERNO PETISTA DA BAHIA, O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA DE LÁ, MAURÍCIO TELES BARBOSA.

TUDO FOI FEITO PELAS COSTAS E SEM A PRESENÇA DO MINISTRO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA, O EX-JUIZ SÉRGIO MORO.
COMO O FATO GANHOU RAPIDAMENTE FORTE REPERCUSSÃO NEGATIVA ENTRE OS APOIADORES DE BOLSONARO, O ASSUNTO FOI DEIXADO EM FERVURA BRANDA DEVIDO A VIAGEM DO PRESIDENTE PARA A ÍNDIA.

A NOVA SEMANA PROMETE. TRAIR E COÇAR E Só COMEÇAR. E JAIR MESSIAS BOLSONARO ESTÁ COM COCEIRAS FAZ TEMPO CONTRA A EFICÁCIA E BOA IMAGEM DE SÉRGIO MORO.

DEPOIS DE TIRAR SÉRGIO MORO DA OPERAÇÃO LAVA-JATO EM MEIO A UMA CARREIRA ESTÁVEL E BEM SUCEDIDA, BOLSONARO VEM QUEBRANDO O PACTO E PROMESSAS PÚBLICAS QUE FEZ COM O EX-JUIZ, TENTANDO DESGASTÁ-LO E ENFRAQUECÊ-LO, COMO SE FOSSE UM ATO COMBINADO COM A BANDIDAGEM QUE MORO PEGOU E JULGOU NO MAIOR EVENTO DE CORRUPÇÃO QUE SE TEM NOTÍCIA NO BRASIL
Herculano
23/01/2020 21:39
BOLSONARO ARTICULOU RECRIAÇÃO DE MINISTÉRIO QUE ESVAZIA PODER DE MORO

Ideia que reacendeu a fritura do ministro no governo não constava de reunião de secretários

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Igor Gielow. O pedido de recriação do Ministério da Segurança Pública foi articulado com o presidente Jair Bolsonaro antes de sua reunião com secretários estaduais da área, ocorrida na quarta (22) e que reacendeu o processo de fritura do ministro Sergio Moro.

O colegiado que reúne os secretários, o Conselho Nacional de Segurança Pública, tinha reunião marcada para as 9h da quarta, em Brasília. A recriação da pasta oriunda do governo Michel Temer (MDB) não constava da pauta.

Duas horas antes do encontro, o secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Gustavo Torres, foi recebido por Bolsonaro no Planalto.

Por volta das 11h, Torres informou o presidente do Conselho, o secretário baiano Maurício Teles Barbosa, que haveria a possibilidade de encontrar Bolsonaro naquela tarde e que o tema da reunião seria a recriação da pasta - que foi fundida à da Justiça, criando o superministério entregue a Moro pelo presidente.

Os secretários e seus representantes presentes estranharam, segundo o relato de três dos presentes. Foi feita uma votação, que registrou 11 votos a favor da confecção do pedido de recriação em carta, e 9 contrários.

Apesar do quase empate e de o fórum não estar completo, o encontro no Planalto ocorreu. Um dos argumentos entre os presentes é que o fórum havia pedido há um ano um encontro com Moro e não havia sido atendido ainda.

Isso não dirimiu divergências, contudo. Estados como São Paulo são contrários à divisão por considerar que ela dobraria algumas burocracias.

Com a ação transposta ao Planalto, mais sinalizações estranhas para o time de Moro. O ministro não foi chamado para a reunião, e oficialmente foi divulgado que ele faltou porque estava em um encontro sobre segurança cibernética com americanos.

O ex-juiz teve um encontro com Bolsonaro no Planalto às 11h30, mas o assunto da conversa não foi revelado.

Um representante da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) foi ao Planalto, mas não teve acesso ao encontro entre o presidente e o ministro. O órgão é quem coordena a interação das secretarias estaduais com o ministério de Moro.

Na reunião com os secretários, participaram Bolsonaro e os ministros Augusto Heleno (Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral).

O general da reserva Heleno negou, em uma postagem no Twitter, que a ideia de recriar a pasta da Segurança tenha partido do Palácio do Planalto.

A proposta de recriar o Ministério da Segurança Pública não é do Presidente Jair Bolsonaro, e sim da maioria dos Secretários de Segurança Estaduais, que estiveram em Brasília; nesse 22 de janeiro. Em nenhum momento, o Presidente disse apoiar tal iniciativa.

- General Heleno (@gen_heleno) January 23, 2020
"A proposta de recriar o Ministério da Segurança Pública não é do presidente Jair Bolsonaro, e sim da maioria dos secretários de Segurança estaduais", disse, completando que "em nenhum momento o presidente disse apoiar tal iniciativa".

O pivô do movimento foi o secretário Torres, um aliado fiel de Bolsonaro e cotado desde o ano passado para substituir o diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A Folha o procurou, sem sucesso.

Torres é próximo ao ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), antigo companheiro de Bolsonaro em iniciativas da dita bancada da bala no Congresso, que segundo conhecidos acalenta o sonho de virar ministro da Segurança. Fraga é um crítico contumaz de Moro e é considerado uma das vozes do presidente no Congresso.

Conforme aliados do ex-juiz, a sinalização dada por Bolsonaro é de desgosto pelo desempenho do ministro em sua entrevista na segunda (20) ao programa Roda Viva (TV Cultura), na qual não teria sido enfático na defesa do chefe ante críticas de jornalistas.

Críticos do ministro no governo viram na entrevista a figura de um candidato a presidente, e não a de um servidor do governo ?"ou da "causa", como gostam de dizer bolsonaristas mais fiéis.

O flanco de ataque é o mesmo do ano passado, quando Moro quase foi demitido no segundo semestre. Bolsonaro ensaiou remover Valeixo e Moro se colocou frontalmente contra a ideia.

Agora, se o ministério for recriado, a Polícia Federal e outras estruturas automaticamente saem do controle do ex-juiz símbolo da Operação Lava Jato.

Isso tem implicações diversas. A PF acompanha direta ou indiretamente investigações politicamente sensíveis, como aquelas sobre o filho senador de Bolsonaro, Flávio (sem partido-RJ), ou a do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista.

Torres é visto com reserva na corporação, da qual se afastou há quase uma década - é delegado federal. Ele foi alvo de uma acusação, arquivada, de tortura numa operação policial.

Apoiadores de Moro consideram que o movimento atual pode simplesmente visar "dar um susto" no ministro, que se mantém como o integrante mais popular do governo, segundo o Datafolha.

Como o próprio ministro irá participar dos prometidos estudos sobre a cisão de sua pasta, é provável que ela só aconteça se houver uma ordem direta de Bolsonaro para tal.

ALTOS E BAIXOS DE SERGIO MORO NO GOVERNO BOLSONARO
Atritos

Ministério da Segurança?
Bolsonaro afirmou que pode recriar a pasta da Segurança Pública, que hoje integra o Ministério da Justiça. Com isso, a área sairia da alçada de Moro. O ministro, contudo, tem usado como principal vitrine da sua gestão a redução de homicídios, que foi iniciada no governo de Michel Temer (MDB)

Mensagens da Lava Jato
A divulgação de mensagens trocadas entre o então juiz da Lava Jato e procuradores da operação colocou em dúvida a imparcialidade de Moro como magistrado

Pacote anticrime
A lei sancionada por Bolsonaro foi um tanto diferente do projeto apresentado por Moro à Câmara no início de 2019. Foi removida pelo Legislativo, por exemplo, a ampliação das causas excludentes de ilicitude (que abria espaço para a isenção de agentes que cometessem excessos por "escusável medo, surpresa ou violenta emoção"). Das 38 sugestões de vetos que constavam em parecer do Ministério da Justiça enviado ao Planalto, cinco foram atendidas por Bolsonaro (uma de forma parcial). Uma das indicações ignoradas era o veto ao juiz das garantias, que divide a condução do processo penal entre dois magistrados

Fôlego
Popularidade e confiança
Moro tem melhor avaliação e mais credibilidade junto à população que Bolsonaro, segundo levantamentos do Datafolha. Na última pesquisa, realizada em dezembro, o ministro era aprovado por 53% dos entrevistados. No caso do presidente, o índice é de 30%

Prisão após 2ª intância
Após decisão do Supremo que barrou a execução antecipada da pena, o ministro tem liderado esforço no Congresso para criar nova legislação que permita a prisão de condenados em segunda instância

Apoio nas ruas?
Manifestações de rua têm sido convocadas desde a metade do ano em todo o país para demonstrar apoio ao ex-juiz e à Operação Lava Jato

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