22/04/2019
Da esquerda para a direita. O governo de Kleber, MDB e o Samae do vereador Melato, PP, tentam esclarecer as dúvidas e os graves problemas técnicos e administrativos na drenagem da Rua Frei Solano numa reunião nesta segunda-feira na Câmara. A oposição, liderada pelo vereador Dionísio, PT, diz que só vai à reunião quando o prefeito responder os requerimentos que ela fez sobre o assunto e ainda não recebeu as respostas
Depois de ser obrigado a responder um simples requerimento por mandado judicial para esclarecer dúvidas e mesmo assim, o fez de forma incompleta numa afronta à ordem judicial, inclusive sem até anexar o projeto oficial, e a planta parcial que juntou estar ela sem assinatura de engenheiro responsável, o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, armou, por seus vereadores da base, uma reunião-comício aberto ao público para esta segunda-feira no plenário da Câmara.
A reunião pretendia diminuir a temperatura que se elevou contra o governo; pretendia abafar ou estancar os questionamentos via as supostas explicações dos técnicos aos vereadores da oposição que estariam acuados com a “plantação” de uma claque do povo devidamente estimulada a ir lá a se prestar para este papel.
É que os vereadores da oposição estão questionando tecnicamente o projeto. E por birra, por vingança, por incompetência ou por que essas informações não existem ou se existem, o que se desconfia, foram feitas fora dos trâmites da lei, os vereadores não recebem as informações oficiais pedidas ao prefeito.
A intenção dos autores – segundo os vereadores da oposição - era de com a manobra a de abrir um caminho para enterrar o assunto que se tornou público e está ganhando contornos de problemas de responsabilidade administrativa irreversível no Ministério Público do Tribunal de Contas, mesmo tendo sido levado aqui ao MP da Comarca em novembro do ano passado, como lhes relatei na coluna de sexta-feira no jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota.
UMA REUNIÃO SEM QUORUM
Eu escrevi, pretendia.
É que na reunião de hoje, se ela acontecer, os vereadores que defendem Kleber e o governo, vão ficar falando para eles próprios e à claque que aparecer por lá. Kleber escalou os seus técnicos para descascar este abacaxi. Eles foram instruídos para a enrolação, a qual pode complicar o seu governo.
A reunião de cunho interno se tornou pelo ofício enviado pelos vereadores da situação ao presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, e que deferiu a tal reunião, numa pegadinha foi aberta à comunidade e até foi exibida por dias no site eletrônico da Câmara.
A oposição sentiu cheiro de circo e o velho jogo do governo de colocar a comunidade contra os vereadores que buscam respostas e não as recebem. Ou seja, sob o escudo de que se está buscando ou dando uma solução a um problema, o governo pensa e defende que não se deve pedir a ele prestação de contas técnicas, de procedimentos, financeiras e de resultados, mesmo que haja indícios de contradição ao que manda a lei.
Transparência comprometida.
“Mais uma vez isto é uma falta de respeito com os vereadores e à Câmara. É uma jogada. Primeiro queremos que o prefeito – que já foi vereador e presidente da Câmara – cumpra a sua obrigação e responda o que perguntamos a ele. Simples, assim”, bateu firme o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, e que vem liderando este questionamento na Câmara e tem percorrido outros corredores dos órgãos de fiscalização para se certificar de que está no caminho certo.
“Sem nos enviar as explicações oficiais pedidas há muito tempo e sonegadas pela prefeitura até agora, como podemos debater este assunto complexo com o secretário de Obras, o presidente do Samae, os engenheiros e ainda na frente da comunidade? perguntou Bertoldi. “Com os dados nas mãos, com análise técnica, aí sim, aceitamos a reunião e na presença da comunidade”, esclareceu.
Para ele, não se trata de um mero embate entre a situação e a oposição, como quer fazer crer o governo. “Chega de bate-boca. O governo iniciou mal este assunto. Para nos intimidar, colocou os vereadores contra os moradores da rua e só para fazer uma obra ao seu jeito, interesse, cheia de erros técnicos e dúvidas na documentação. Agora, não consegue dar transparência, quer tampar o sol com a peneira e continuar usando a comunidade que ganhou uma obra cara, paga com dinheiro público e com as caras taxas de água do Samae. Há muitas dúvidas, há muitos problemas e pior: devido a tudo isso, ela não trará a solução prometida e que tanto a população da Frei Solano espera”, argumentou Bertoldi.
O PONTO E O CONTRAPONTO
Dois ofícios protocolados na presidência da Câmara na semana passada dão a dimensão do jogo. O primeiro pediu a reunião para esta segunda-feira foi assinado Roberto Procópio de Souza, PDT, Franciele Daiane Back, PSDB, o suplente José Ademir de Moura, PSC, e Francisco Hostins Júnior, Francisco Solano Anhaia e Evandro Carlos Andrietti, todos do MDB.
No que o ofício se fundamentava? “Considerando o ajuizamento de mandado de segurança para obtenção de informações e documentos acerca da referida obra; considerando o volume de documentos existentes, os quais são de caráter eminentemente técnico na área de engenharia; considerando que esta Casa de Leis não possui em seus quadros, profissional habilitado para avaliar as soluções e projetos apresentados; considerando que alguns serviços encontram-se concluídos e outros ainda pendem de execução; considerando que é necessário a elucidação de eventuais ajustes e correções no projeto, que porventura tenham ocorrido no decorrer da sua execução; considerando que entende-se mais produtiva a explanação pessoal dos fiscais e responsáveis pela obra do que a simples verificação documental, sem prejuízo desta; deste modo, solicitamos que seja convidado os senhores Jean Alexandre dos Santos, secretário de Obras; José Hilário Melato, presidente do Samae, engenheiros Ricardo Duarte e Hallan Jonas Mores, para se fazerem presentes em reunião com os vereadores e a comunidade no plenário desta casa na data de 22 de abril de 2019, as 17h30min”.
Na terça-feira quando este ofício deu entrada e foi anunciado na sessão, a oposição pouco falou sobre ele. Estava surpreendida. O presidente Ciro então confirmou a reunião e pediu a presença de todos os vereadores para “se dar uma solução a tudo isso”.
Depois da sessão os vereadores da oposição leram e dizem que entenderam a pegadinha. Silvio Cleffi, PSC; Wilson Luiz Lenfers e Cicero Giovane Amaro, ambos do PSD, bem como Dionísio, Mariluci Deschamps Rosa e Rui Carlos Deschamps, todos do PT, redigiram outro ofício ao presidente da Casa.
Nele pediram formalmente que a tal reunião só ocorresse depois que os requerimentos dos vereadores ao prefeito Kleber solicitando informações e as documentações – e de forma completa – sobre a obra da Frei Solano tenham sido respondidos oficialmente aos vereadores, e por eles analisados.
Até o fechamento da coluna, a reunião e sem a participação da oposição, estava mantida. No site da Câmara, o convite público para a reunião tinha sido removido durante o feriadão.
No ofício dos vereadores oposicionistas, inclusive, para contrapor a pretensa superficial oralidade do debate entre leigos da Câmara e instruídos técnicos do governo que estão sob dúvidas, é sugerido à contratação de um profissional da área de engenharia para analisar a documentação que será oferecida pela prefeitura e o Samae, bem como orientar tecnicamente os vereadores oposicionistas especificamente neste caso.
É isso o que mais teme o governo Kleber: de que o assunto seja esmiuçado, e instruído, ele saia da Câmara para os órgãos de fiscalização como o TCE ou até o MP, complicando o que já está complicado.
A minha opinião: ou os vereadores da oposição não estão convencidos daquilo que duvidam e pedem esclarecimentos; ou estão convencido e estão cozinhando o galo num prolongado desgaste público para os que estão no poder de plantão. Por tudo o que já se passou, não só neste caso, já era hora de se propor uma CPI para se colocar tudo em pratos limpos. Por muito menos, o ex-prefeito Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, e também do MDB, foi afastado e nunca mais voltou. Acorda, Gaspar!
Ponto um: o líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, na foto acima) que já foi do PT e dele saiu - segundo ele próprio, porque era um partido de mentirosos -, os requerimentos dos vereadores no governo de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa – que é hoje vereadora -, também não eram respondidos completos e no tempo certo.
Dois erros não justificam errar igual e novamente. Errou o governo Zuchi. Erraram os vereadores da época em não enquadrá-lo como faz bem a oposição hoje. Erra o governo Kleber e seus vereadores ao se compararem neste quesito ao governo de Zuchi e que sabe ter errado. Então, para se inocentar hoje, o MDB quer ser igual ao PT de ontem, o que mentia na própria opinião de quem já foi um deles? Hum!
Ponto dois: esta necessária obra da Rua Frei Solano, no Gasparinho, está errada a olho nú e não apenas no trâmite e nos papéis. Não precisa ser técnico ou um “engenheiro”, para constatar. E vários moradores leigos, antigos e experientes bem que avisaram das dificuldades, dos erros que estavam sendo cometidos. Concorrentes e especialistas também fizeram esse favor. E se não bastassem, todos os discursam sobre este nebuloso assunto, acabam exibindo com farta documentação sobre as dúvidas.
Então está na hora do governo Kleber reconhecer o erro, arrumar culpados seus, diminuir à pressão que virá por vários órgãos de fiscalização, cuidar da responsabilidade que terá que responder pelo prejuízo que causou à sociedade e ir ao conserto daquilo que é óbvio e necessário para que a obra produza o efeito para a qual ela foi projetada e desejada pela comunidade. Quanto mais acusa os que pedem explicação, a imprensa que não se ajoelhou à prefeitura por migalhas e pressões; quando mais justifica e enrola, mais grave torna o assunto contra o governo e seus membros.
Incompetência e a incoerência abundam, principalmente para que tinha um mote de eficiência. Ela está, ao que parece, do lado errado.
Ponto três: acusar os vereadores da suposta oposição pelo atraso da obra, é uma piada mal contada e pessimamente mal saboreada pelos próprios vereadores que estão sendo constrangidos a disseminá-la. Os vereadores da oposição estão no papel deles.
Enquanto isso, arrogante, vingativo e achando-se o dono da cidade, o governo Kleber não entendeu a responsabilidade dele neste e outros assuntos. Está desafiando às instituições de fiscalização e julgamento que diz entre os seus, tê-las sob seu “controle” e acha que por isso, vai sair imune de toda essa embrulhada. E mais do que isso: punir quem ousou ao questionamento. Que mundo é esse de papéis invertidos?
O governo Kleber teve dois anos para fazer o projeto da Rua Frei Solano e que praticamente não demanda dinheiro representativo. Independia da autorização da Câmara entregar este assunto – a elaboração de um projeto, como fazer medições, estudar o solo, descobrir rochas, estabelecer a declividade e fazer desenhos com assinatura de engenheiros habilitados - para o Samae.
Os erros técnicos apontados hoje, mostram todo o improviso e a irresponsabilidade da prefeitura na preparação e do Samae na execução para este caso. Tudo nas coxas. Pior, estão enterrando, sob barro e asfalto, mais de R$1,5 milhão de problemas. E os gasparenses vão pagar outro tanto, para este ou outro governo refazer o que está errado e ao mesmo tempo dar a solução pedida ou prometida. É uma máquina de engolir impostos e tarifas do povo, o único que perde, porque nisso tudo, alguém está levando vantagem, mesmo fazendo o errado.
Ponto quatro: se não bastasse todas as dúvidas técnicas possíveis de serem testemunhadas por leigos, incluindo o prefeito e o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, há dúvidas administrativas que beiram à improbidade como a execução diferente do licitado – e que por isso excluiu concorrentes -, aquisição de materiais antes da licitação, isto sem falar que o início da obra se deu pela secretaria de Obras da prefeitura e a continuidade pelo Samae, que não estava preparado e tinha expertise neste tipo obra.
Esta mistura contábil é outro mistério e que pode dar pano para mangas.
Então o rol de problemas é longo e grave. A prefeitura, o prefeito e seus técnicos sabem exatamente onde estão metidos. E por isso, não deveriam estar lutando contra o óbvio, mas mitigando naquilo que é possível ainda corrigir e diminuir impactos ou na sua exposição perante os órgãos de fiscalização e investigação, bem como ao desgaste político que assumiu com o ato de enfrentamento e exatamente na reta que o levará a outubro do ano que vem, se não houver a prorrogação de mandatos.
É o governo Kleber que está alimentando a velha – que parecia abatida - ou uma nova oposição ao não atacar de frente às dúvidas que ele próprio criou e a sustenta perigosamente por teimosias. É só olhar as pesquisas de intenção de votos que circulam nos gabinetes de Gaspar e Florianópolis. Quem mesmo orienta essa gente? Acorda, Gaspar!
Veja esta do proprietário e editor do jornal Cruzeiro do Vale, na sua coluna "Chumbo", da edição de sexta-feira: Sai ou não sai? Que o Cruzeiro do Vale é cheio de fontes, isso todo mundo sabe. Recebemos a informação de que o Superintendente do Ditran, Luciano Brandt, vai deixar a pasta. A Assessoria de Imprensa desmentiu e disse que o próprio Brandt afirmou que “não tem previsão de mudanças para as próximas semanas”. Hum... vamos esperar para ver se vem mais uma dança das cadeiras.
Eu, com determinadas fontes oficiais, consulto-as apenas para passar tempo, zombá-las quando não as desmoralizo diante da realidade que se concretiza mais adiante, ou se está aos olhos de todos. As minhas outras fontes – em alguns casos, oficiais e que não tenham relações com os casos de sua responsabilidade abordados por mim - são muito mais confiáveis. É um jogo de trocas e de confiança que só é permitido com o tempo.
Veja este caso do Luciano Amaro Brandt. Um dos dois está mentindo para a população que lhes paga.
A mentira não é para o Gilberto, o “Chumbo”, o Cruzeiro ou os leitores e leitoras que já sabem pelos quase 30 anos do jornal, a idoneidade deles e como eles sempre enfrentaram às vontades dos poderosos de plantão em Gaspar, Ilhota, Florianópolis e Brasília.
E aposto mais uma vez, que é a assessoria de imprensa está mentindo, em nome do chefe político, pois é uma assessoria política, amadora e não técnica com autonomia naquilo que devia entender e fazer para entidade governo. Tenta dissimular sobre algo que sabe e acha poder enganar não aos outros, mas a si mesma.
É por esta e outras, que marqueteiros são melhores que assessoria de imprensa no ambiente público e privado. É por essa e outras, que as escolas de jornalismo estão fechando e as de marketing, ampliando vagas.
Volto. Ou então, o poder de plantão para tentar desmentir o jornal, vão ficar mais uma vez com o mico na mão, como fizeram no caso do secretário de Planejamento Territorial, engenheiro Alexandre Gevaerd e que acumulava dois cargos públicos irregularmente, característica de improbidade administrativa e num assunto que ainda não está morto?
BRANDT JÁ TEM ATÉ SUBSTITUTO MAPEADO. PARTE DA CIDADE JÁ SABE
Vamos aos fatos da vez. Luciano já informou ao seu pessoal que dia dois de maio não será mais o superintendente da Ditran de Gaspar. Ele está desgostoso. Volta para o cantinho. Sem pressão. Ele também, por isso, já não serve aos interesses do poder de plantão, que é uma máquina de desqualificar competentes e premiar quem segura bandeiras de partidos e candidatos pelas esquinas, mas não possui votos.
Mais do que isso, para o lugar de Brandt já está escolhido Salésio Antônio da Conceição. Ele hoje é diretor do Transporte Coletivo. A não ser, que para desmoralizar o Gilberto e eu, tudo mude a partir desta segunda-feira e desta coluna.
Salésio é um “curinga” sem qualquer preparo específico naquilo que Kleber Edson Wan Dall, MDB, usou para tê-lo como empregado do povo na prefeitura. É uma carta que se encaixa em qualquer trinca do jogo.
Salésio em poucos meses já rodou por outras funções no atual governo. No dia 26 de junho de 2018, o decreto 8115 o nomeou para o cargo comissionado de “coordenador de Alta Complexidade”, na secretaria de Assistência Social. Complexo. Corajosa nomeação. Não deu certo.
Uma portaria nomeou Salésio no dia quatro de fevereiro deste ano para o cargo em comissão de “Coordenador Geral de Ligações de Água e Esgoto” (que nem existe em Gaspar), no Samae. Não deu certo.
No dia seguinte, Salésio foi nomeado para o cargo em comissão como “diretor de Transporte Coletivo”. Parece que não vai dar certo, de novo.
Entenderam?
Quem possui aplicativo de mensagens ou está nas redes sociais sabe em Gaspar, que Salésio está marcado para ser superintendente da Ditran. Fontes? Os próprios envolvidos, seus familiares e amigos. Oficialmente, todavia, a prefeitura pela assessoria de imprensa, nega que Brandt vá sair. Brandt faz o jogo e nega. Salésio, então, oficialmente, só aguarda. Vai que a carta depois deste artigo vá para outra trinca do jogo de tetas do governo de Kleber.
O que é certo? A se confirmar a notícia que está circulando nos bastidores e negada no oficial, a Ditran esvaziada há anos naquilo que deveria ser o forte dela para orientar o trânsito de Gaspar e ser uma voz ativa na mobilidade urbana, será comandada por um leigo itinerante, que está no transporte coletivo, aquele que absurdamente possui a passagem mais cara e o pior serviço de Santa Catarina, numa repetida concessão precária e contra a cidade, os trabalhadores, os estudantes, a mobilidade...
A se confirmar esta indicação, mais uma vez a escolha é para se ter um testa de ferro para coisas enjambradas no gabinete do paço, que executada na ponta, produzem resultados desastrosos não para a cidade, mas para o próprio governo, que ainda está tonto depois de quase dois ano e meio da posse. Gente que conhece o que faz, foi obrigado à barbeiragem ou foi expurgada de várias formas, imagina-se aos leigos laçados para ocupar espaços políticos em ambientes que deveriam ser essencialmente técnicos. Acorda, Gaspar!
A Feira do Peixe Vivo não foi realizada na Casa do Agricultor como programou a prefeitura de Gaspar. Depois do artigo que publiquei aqui sobre este assunto, o pessoal do paço municipal recuou e a fez ao lado. É que a “Casa do Agricultor”, que nunca foi para tal, está interditada judicialmente e mais do que isso: ela está uma imundície, por abandono de um bem público e falta de manutenção.
Samae inundado. Sempre escrevi: esta jogada do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, para dar ao Samae, com comando político, e por político, uma responsabilidade para o qual nunca esteve preparada autarquia e muito menos o seu presidente, o de limpar valas e fazer drenagem no município, para apenas para supostamente “economizar” recursos financeiros na secretaria de Obras e Serviços Urbanos, iria dar problemas. E deu. Mais cedo do que previ. Então...
É divertido ver o contorcionismo do vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, defendendo na tribuna da Câmara de Gaspar o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Roberto foi o mais ácido crítico de Kleber nos dois primeiros anos de mandato. Era Roberto quem comandava a oposição a Kleber na Câmara. Agora...
Garoto de recados. O vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB, o que votou ao mesmo tempo contra e a favor do PL 117/2018 que criava o fundo de até R$600 mil para a construção do prédio próprio da Câmara, disse em tribuna que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, vetaria à votação independente da Câmara a favor do PL. Pois é. Falhou até no recado. Kleber não cumpriu a ameaça e que fez e usou da boa-fé de Andrietti seu porta-voz (garoto de recados).
Incrível. Defendendo-se com os mesmos erros, que acertadamente condena nos outros. Francisco Solano Anhaia, MDB, é líder do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, na Câmara, mas até o dia dois de julho de 2014 era um filiado do PT. Ou seja, conhece as entranhas do petismo e daquilo que já foi poder por aqui. Agora, Anhaia o enfrenta o PT como oposição e experimenta do próprio veneno.
Anhaia está espumando, dançando e atordoado. Está preso à sua própria armadilha do passado e incrivelmente ao presente. Impressionante!
Para justificar – e isso é uma admissão antecipada de culpa e erro grave, que o PT quer ver esclarecido por Kleber e não consegue - à falta de projetos da Rua Frei Solano, Anhaia acabou comparando o governo de Kleber à gestão do PT, partido que qualificou ser feito de mentirosos.
Segundo o vereador, o PT fez obras sem projetos e ART – Anotação de Responsabilidade Técnica. E para provar, desfilou algumas delas: as ruas Luiz de Franzoi, Fortunato Melato, José Anastácio da Silva, Eugênio Mark, no Loteamento Scotini... Ulalá. E depois sou eu o apontador oficial das incoerências, deficiências e dúvidas dos governos de Gaspar ontem e hoje. Estou mais uma vez de alma lavada. Ou seja, o tempo, sempre o senhor da razão
Impressionante. E Anhaia não esqueceu de citar a cabeceira da ponte do Vale, a grande obra do PT e que não lhe valeu a eleição do candidato de Pedro Celso Zuchi, Lovídio Carlos Bertoldi, ex-secretário de Obras e antes presidente do Samae. Depois de inaugurada por Zuchi, em dezembro de 2016, ela teve que ser fechada já em janeiro 2017 para “reparos”.
Kleber prometeu reabri-la em um mês, e só fez isso seis meses depois a um custo segundo Anhaia, de mais R$2,5 milhões.
Nada como a luz do sol para desinfetar a favor do povo – o pagador das contas – os rolos feitos pelos políticos intramuros. Com o erro da Rua Frei Solano tomando conta da cidade, descobre-se os erros da gestão do PT e que ficaram sem fiscalização da oposição, vejam só, exatamente, a que hoje é poder. Descobre-se o quanto se gastou para cobrir um outro erro, mas na ponte do Vale e que sempre se apontou aqui, mas os dois lados colocavam sombras e dúvidas sobre eles.
Por fim, descobre-se que o governo Kleber é ruim mesmo de cumprir cronogramas técnicos nas obras e não é de hoje: o conserto da ponte do Vale foi prometida por ele para ser reaberta em um mês. Levou seis. Fica fácil de entender a razão pela qual a cidade continua um canteiro de obras começadas, paradas ou inacabadas.
Havia indicativo claro de que isso seria assim. Ou não? É a tal eficiência da propaganda governamental. Ela é sintomática. É proposital. É uma cortina de efeito que se montou para cobrir um problema de origem da equipe, do discurso perante a população.
Entende-se, cada vez mais, a razão pela qual a turma que está no poder de plantão em Gaspar e seus defensores na Câmara, está discursando a favor de se esticar o mandato dos atuais prefeitos e vereadores.
Entende-se a razão do jogo casadinho do governo e da vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, na audiência pública sobre a Bonifácio Haendchen que se arrasta desde 2013 e que Kleber prometeu publicamente para o povo de lá começá-la em 2017 e agora, pressionado, culpando a burocracia e não a ineficiência do seu próprio governo, está prometendo novamente para inicia-la em junho ou julho deste ano. E pelo jeito, à meia-boca.
Se o passado, o histórico e a realidade do governo Kleber com as obras que promete e não inicia; com as que inicia e viram problemas; com as que inicia e não terminam, a reurbanização da Bonifácio já está comprometida. Pode até iniciar, mas se as eleições não forem suspensas em outubro do ano que vem e prorrogadas por mais dois anos, os belchiorenses vão votar contra – e com raiva - os donos do comício de duas semanas atrás... Acorda, Gaspar!
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