11/11/2019
O pessoal do PSL de Gaspar foi a Criciúma assistir a palestra do deputado Eduardo Bolsonaro (a esquerda), manteve contatos com a vice-governadora Daniela Cristina Reinehr, (à direita) e com o deputada Caroline de Toni (ao centro)
Qual a razão desta coluna ser lida, acreditada; também dela ser constrangida e até, acreditem, odiada? É porque ela não é um panfleto ingênuo, acuado, enganado ou pago com migalhas pelos poderosos de plantão, muito menos está a serviço de gente esperta no ambiente político e gestão pública que usa a imprensa (apesar deles terem as suas redes sociais e usarem aplicativos de mensagens) para o jogo particular de poder, ideologia ou luta partidária.
Sempre escrevi aos que desenhavam o cenário das disputas de Gaspar para 2020 como já definido, de que muita água iria rolar debaixo desta ponte. O tempo é o senhor da razão.
E estão rolando: águas turvas e tranqueiras por debaixo dessa ponte. E não são poucas coisas.
Com todos os percalços mostrados nas poucas pesquisas internas feitas até aqui, mas escondidas providencialmente do público, devo-lhes – leitores e leitoras – informar de que o grupo que trabalha pela reeleição de Kleber Edson Wan Dall, MDB, além da sorte sendo repetida a todo momento pelo ocaso dos fatos, também está vendo seus possíveis adversários se afogarem nessas águas barrentas e de entulhos traiçoeiros que passam pela ponte.
O jogo ainda está aberto porque os indecisos, brancos e nenhum ainda é maioria nas pesquisas que se escondem. Mas, à medida que se aproxima a eleição e nenhum nome se apresente com capacidade para quebrar a polarização que se começa a estabelecer, não haverá outra saída na escolha entre gente testada e reprovada.
A ELEIÇÃO DE OUTUBRO DO ANO QUE VEM NÃO SERÁ IGUAL AO DE OUTUBRO DO ANO PASSADO, MAS TERÁ A MESMA MARCA: A DA SURPRESA E DA REJEIÇÃO AOS POLÍTICOS OPORTUNISTAS
Os que poderiam se constituir em opções ou oposição ao que está no poder de plantão, estão desarticulados ou se estabelecendo como adversários entre si. E não me refiro apenas ao PSL. Motivo exclusivo deste comentário de hoje.
Pior: isso acontece por picuinhas passadas e atuais; estão se desgarrando. Acham que sozinhos vão ser fatores de atração por falta de opções e assim, ingenuamente, esperam vencer à correnteza e os objetos desconhecidos que estão nela como armadilhas e sinais de morte.
A eleição do ano que vem não será igual a de outubro do ano passado. Com a soltura pelo Supremo dos ladrões do dinheiro dos pesados impostos do povo, fato que aconteceu diante da inércia dos Congressistas, os quais por prerrogativa de função e representação da sociedade não atualizaram as leis para impedir à manobra do STF em defesa do princípio Constitucional, a tendência é a da polarização.
E se essa tendência de polarização se concretizar, ela já tem donos por aqui. E os demais partidos serão periféricos. Explico-lhes mais adiante.
Na coluna de sexta-feira, feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, lhes informei que o dono do PSL de Gaspar, o deputado estadual Ricardo Alba, de Blumenau, transitava por aqui.
Fazia isso, sem os “filiados” e o possível candidato a prefeito que o partido diz ter, mas oficialmente não mostra a ninguém. Nem mesmo a composição da Comissão Provisória do PSL de Gaspar se é conhecida. Estaria “guardada” e cuidada” em Brasília e Florianópolis.
Mostrei também que Alba se tornou vereador pelo PP de Blumenau, mas já passou pelo PSDB, DEM e PEN e hoje esconde isso do currículo político dele. Descompromissado com o PSL daqui, Alba – aquele que achou que seria presidente da Aseembleia só por ter sido o mais votado no estado - sem correligionários, circulou por aqui com gente que não tinha nada a ver com o partido dele, como o vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP e Franciele Daiane Back, PSDB.
Essa informação imediatamente levantou a discussão nas redes sociais entre os filiados do PSL local e os olham para ele com olhos de desconfiança, e os que que já saíram dele. Como sempre, gente inocente achando ser a minha informação falsa, apesar das fotos reais estampadas nas próprias redes e circulando nos aplicativos.
Durante a semana, o próprio deputado, questionado sobre a visita sem partidários feita em Gaspar, preferiu o silêncio.
Por outro lado, há dias, duas fontes diferentes e que aparentemente não se falam entre si, davam conta que havia uma orientação para que os bolsonaristas já filiados no PSL de Gaspar deveriam sair dele. E os que estavam querendo se inscrever no PSL, deviam esperar. Tudo devidamente negado pelos que estão no PSL. Seriam meras coincidências?
E para repetir: na sexta-feira voltei a informar na coluna de que o grupo de Kleber sempre disse por aí que o PSL de Gaspar, conservador, evangélico como Kleber, não teria candidato a prefeito ou vice: seria parceiro na reeleição dele Kleber. Também sempre negado pelo pessoal do PSL.
Depois do sábado passado a história política partidária em Santa Catarina poderá ter mudado de rumo para passar sob a mesma ponte. E em Gaspar, o PSL está cada vez mais longe de Bolsonaro, cada vez mais nanico e ao mesmo tempo, sem representatividade, mais próximo de Kleber.
E por que?
O deputado Ricardo Alba, na foto ao centro, esteve em Criciúma onde foi "abraçar" a vice-governadora e o palestrante Eduardo Bolsonaro. Antes esteve com ele em Brasília. Mas, não foi convidado para o café no Sul do Estado e nele foi vaiado pelos do PSL
PSL NÃO SERÁ MAIS SINÔNIMO DE BOLSONARO QUE CANSOU DE DISPUTAR A HEGEMONIA DO COMANDO DO PARTIDO. O CLÃ VAI FUNDAR UM PARA CHAMAR DE SEU. E SE ISSO OCORRER, O JOGO COMEÇA DO ZERO EM GASPAR
No sábado aconteceu uma sucessão de fatos, indícios, desencadeamentos e aclaramentos envolvendo o PSL e os bolsonaristas.
O primeiro fato veio de Criciúma para onde foram os que ainda estão no PSL de Gaspar. Eles foram assistir a “palestra” noturna do deputado Federal por São Paulo, Eduardo Bolsonaro. Pouco antes, Eduardo tratou de passar a senha ao radialista Adelor Lessa – que publiquei no mesmo sábado na área de comentários da coluna.
Eduardo reportou que há um movimento em curso sob a liderança do clã: os Bolsonaros vão sair do PSL e montar um novo partido. E é prá já, segundo ele. Resumindo, o PSL até pode apoiar o presidente Jair Messias Bolsonaro, mas ele depois de passar por nove partidos, está criando um para chamar de seu, como fez Marina Silva (Rede), o caudilho Leonel de Moura Brizola (PDT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT)...
Um frisson. A maioria dos deputados da bancada catarinense do PSL na Câmara e na Assembleia acharam um novo rumo. As bancadas federal e estadual são praticamente bolsonaristas de carteirinha. Tanto que o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, está isolado e não é de hoje. A própria vice-governadora, Daniela Cristina Reinehr, presente ao evento não teve dúvidas e de lá mesmo, confirmou que se mudaria de mala e cuia para o novo partido dos Bolsonaros tão logo ele fosse criado.
Enquanto isso, na edição das revistas de finais de semana do Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina, o governador Moisés disse que ficará no PSL mesmo que o presidente Bolsonaro saia dele. E como sublinharam as publicações, com esse gesto, o governador fez à sua parte no divórcio. Segundo Moisés na entrevista, ele não se considera devedor da onda que mudou o país e o Estado em 2018. Será?
O deputado Jessé Lopes, PSL, bolsonarista e que já confrontou o governador Carlos Moisés em outras oportunidades, não perdeu tempo. Na sua rede social fez uma enquete perguntando aos que votaram no comandante Moisés se tinham votado nele por independência ou por atrelamento as causas bolsonaristas? Na hora em que fechava esta coluna, mais de 90% dos mais de cinco mil votantes na enquete da rede do deputado diziam que só votaram em Moisés pela dobradinha que ele fazia com Bolsonaro.
UM RECADO CLARO AOS OPORTUNISTAS
Em Criciúma, por sua vez, o quase embaixador nos Estados Unidos por se qualificar como fritador de hambúrgueres; o que já disse que um soldado e um cabo fecharia do STF e pelo jeito não é bem assim como o Supremo mostrou com a revogação da prisão em segunda instância; o que disse que combateria os adversários com um novo AI-5 e teve que recuar e se explicar, deu um recado tanto ao governador Moisés, quanto aos que gravitam no oportunismo eleitoral e que não são poucos, inclusive em Gaspar.
“Fica o alerta para os surfistas da onda Bolsonaro. Vocês estão com os dias contados no poder. E os que estão pensando em pegar carona, novamente, fiquem na vontade, pois o “serviço secreto de informações das Tias do ZapZap” é muito eficiente. As informações estão chegando nas mãos do Presidente [Bolsonaro], e ele já sabe quem são os ‘melancias’, os ‘goiabas’ e os verdadeiros apoiadores dele”. Hum!
Alba até esteve em Criciúma. Ele foi para participar do 3º Seminário do Idoso, e como registrou na sua rede social passou no local da palestra, para ao lado da vice-governadora tirar fotos da enganação, e “dar um abraço no amigo Eduardo Bolsonaro que cumpre agenda na cidade”, com quem esteve em Brasília na mesma semana passada. Ai, ai, ai. Àquela altura as “tias do zapzap já tinham entregado o jogo duplo”.
O Diário Catarinense, da NSC de Florianópolis, registrou, por sua vez, que Alba e Coronel Mocelin, ainda fiéis ao governador entre os seis deputados do PSL catarinense na Assembleia não foram convidados para o café organizado pela advogada Júlia Zanatta, amiga pessoal de Eduardo e que está se ensaiando candidata a prefeita de Criciuma. Anunciados no evento, foram vaiados pelos bolsonaristas, especialmente Alba. Então...
Vamos recapitular.
O PSL de Gaspar ninguém sabe exatamente o seu destino. Já houve até uma lavação de roupa suja em público. Eu que não escondi nada levei malho, como sempre. Houve uma debandada por causa dessa “discussão de relação interna”. Agora, há novas dúvidas.
O PSL vai ficar onde está. O grupo que o fundou deverá ir para o jovo partido de Bolsonaro e já tem até um novo padrinho: o deputado federal Coronel Luiz Armando Schroeder Reis. Resta saber quem será o padrinho estadual para dar a roupagem definitiva de direita.
O grupo do MDB de Gaspar quer o PSL fraco, dividido e brigando. Bem como qualquer outro partido, inclusive o PP que é seu parceiro na atual gestão e que empresta o vice Luiz Carlos. Só assim, pensa, não terá adversário.
O atual PSL daqui e que tem ainda Marciano da Silva como seu portavoz, por seu lado, diz que não será parceiro, massa de manobra ou engolido pelo MDB como afirma por aí Kleber e o presidente do MDB, o prefeito de fato, ex-coordenador da campanha de Kleber e atual secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, que negocia a rendição e submissão com Alba.
UM NOVO PARTIDO TERÁ TEMPO E ORGANIZAÇÃO PARA ENFRENTAR A POLARIZAÇÃO QUE JÁ ESTÁ MONTADA NO CENÁRIO NACIONAL E LOCAL?
A primeira pergunta sem resposta é: o PSL de Gaspar é bolsonarista ou é do governador Carlos Moisés da Silva, Ricardo Alba e Luciano Bivar?
A segunda pergunta sem resposta é: em sendo o PSL de Gaspar não bolsonarista em função do surgimento de um outro partido do clã Bolsonaro antes da eleição, o que será feito do PSL de Gaspar? Um nanico?
A terceira pergunta sem resposta é: sendo criado um partido para ser dirigido pelo clã Bolsonaro, terá ele tempo para ser organizar e ter candidatos competitivos a vereador e a prefeito em Gaspar?
A quarta pergunta com resposta armada: a volta que o deputado Ricardo Alba deu em Gaspar na segunda-feira passada, sem os membros do PSL, apenas o Marciano Silva o acompanhou, e com gente estranha ao partido, para mapear as necessidades de verbas do governo do estado por aqui, é um indício de que está se preparando para o racha no PSL e um alinhamento com Kleber?
Com a soltura do ex-presidente Lula a esquerda ganha vida. E a polarização em Gaspar também.
O PT que governou por três mandatos com Pedro Celso Zuchi se nenhuma inelegibilidade o pegar até lá, Zuchi estará na bica. O nome Zuchi é mais forte que o PT. E Zuchi e o PT só estão de volta à parada porque Kleber assim permitiu com um a gestão tão confusa que o voto será de repúdio ao discurso que fez e não cumpriu.
A eleição por natureza é polarizada em Gaspar.
PSL com Alba e o governador vão salvar a pele e não vão apoiar Zuchi. E assim, teoricamente e sem opções, Kleber ganha fôlego.
Se o novo partido dos Bolsonaros não se organizar a tempo e dependendo do que estiver acontecendo até agosto do ano que vem, também não apoiará Zuchi ou o PT por obviedade. E mesmo que não apoie Kleber, a neutralidade mesmo assim vai favorecer Kleber.
Até agora, fora do ambiente do PT, MDB, PP, PDT, PSD não há chances de alguém se tornar a terceira via e matar Zuchi e Kleber. Ninguém quer arriscar. Ninguém quer ficar exposto, perseguido ou devassado as armas bem conhecidas por aqui dos que estão no poder ou estiveram nele.
O novo partido de Bolsonaro já tem marketing, campo e até torcida, mas lhe falta marca, técnico, time e tempo para se organizar. Vai lhe faltar dinheiro e tempo de rádio. Alba que na campanha para ser vereador condenava os que não cumpriam o mandato e no meio dele saiam. Fez isso, para ser deputado. Fará de novo se for candidato e eleito em Blumenau. Em Gaspar, por isso e para dar foco na sua cidade, Alba vai terceirizar a campanha para tocar a sua em Blumenau. E a terceirização chama-se MDB, que Moisés precisa na Alesc para se manter minimamente de pé, num governo que até surpreende.
E para encerrar quatro observações:
A primeira é: mudar constantemente de partido não é um oportunismo para se surfar ondas e se estar sempre na crista delas e permanentemente no poder?
A segunda é: os partidos e “líderes” locais estão falando unicamente na corrida majoritária. Mas, quem verdadeiramente terá poder é quem tiver vereador ou vereadores para cacifar o mandatário eleito. Este é o jogo de hoje.
No ano que vem não haverá coligações. Qual o partido que verdadeiramente possui condições de eleger pelo menos um vereador em Gaspar? O MDB aparentemente sobra. O PT talvez, e aí a briga começa a ficar apertada no atual cenário para PP e PSD. Estão verdadeiramente ameaçados os atuais detentores de cadeiras que se elegeram devido as coligações como PSDB, PSC e PDT.
Cada partido precisará fazer no mínimo 3.500 votos para colocar na Câmara um vereador no ano que vem. E a definição de time terá que vir logo, pois é do grupo se alcançará o coeficiente eleitoral mínimo.
A terceira: E por falar em inelegibilidade, ela também se tornou um fantasma para Kleber e mais cedo do que se esperava. Tudo por erro de orientação, arrogância, a crença em corpo fechado perante as instituições, à falta de transparência e equipe feita de pitocos, tudo para dar emprego a gente vaidosa, sem experiência e em alguns casos, sem competência para os cargos que receberam como recompensa no serviço de cabala de votos.
A quarta: Ficará o governador Moisés nas mãos do MDB para sobrevivência na Assembleia? E sendo assim, o MDB será o herdeiro do PSL de Gaspar como vinha espalhando por aí? Acorda, Gaspar!
Graças à percepção de derrota em algo essencial para a cidade, o líder do MDB na Câmara, Francisco Hostins Júnior (a esquerda) pediu à retirada do projeto que trata da remoção de entulhos para reapresenta-lo no dia 19. O líder do governo Francisco Solano Anhaia, MDB, queria bater chapa, mesmo após alerta feita pelo oposicionista Cícero Giovane Amaro, PSD.
Não tem jeito. O governo de Kleber Edson Wan Dall e Luiz Carlos Spengler Filho, PP adotou o signo da teimosia, até nas coisas mais simples para melhorar a cidade e dar qualidade de vida aos cidadãos, preservando o meio ambiente e o paisagismo. E se entrega ao radicalismo bobo.
Alguém tem dúvida de que seja necessária uma regulamentação para o controle de coleta, transporte e destinação de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, não abrangidos pela coleta regular de lixo da cidade? Penso que ninguém, a não ser os que não se importam com a sua cidade e os que querem levar vantagens sobre um custo que deveria estar embutido em todas as obras e descartes de coisas velhas por novas. Não se trata nem consciência, mas de uma necessidade.
Pois é. O Projeto de Lei 44/2019 deu entrada na Câmara em junho e estava na pauta da sessão da terça-feira passada. E se não fosse a sensata intervenção do líder do MDB, o vereador e advogado Francisco Hostins Júnior, ele corria um risco sério de ir para o vinagre e se aprovado pela margem mínima, estaria torto e cheio de dúvidas técnicas.
O líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, não conseguiu perceber à mudança de humor do plenário depois que o vereador e funcionário municipal lotado no Samae, Cícero Giovane Amaro, PSD, expôs as fraquezas e as dúvidas do PL. Ele começou a arrastar uma maioria contra a matéria. Mais uma vez, Anhaia preferiu o enfrentamento contra Cicero como se fosse apenas mais uma manha do opositor do atual governo.
Depois de 45 minutos de debate sobre e contra a matéria, Hostins pediu à suspensão da sessão por cinco minutos para ter uma conversa com os vereadores no gabinete do presidente Ciro André Quintino, MDB. Teve o seu requerimento verbal aprovado. Depois dos ajustes feitos em gabinete se convencionou e foi ratificado por votação, que a matéria voltará à pauta no dia 19 de novembro. Lá vai ser votado um substitutivo global para contemplar as principais dúvidas que estão estampadas atualmente no PL 44.
Blumenau tem legislação semelhante. Brusque também, bem como a maioria dos nossos vizinhos. E isso faz com que Gaspar se torne um depósito de restos de construções e bem inservíveis. O tom dos que defendiam a matéria trazia sempre esta argumentação. Mas, isso nem está no PL. Ora, é preciso encontrar também um meio de punir os de fora quando pegos fazendo de Gaspar à sua lixeira, principalmente nas regiões do Belchior, Barracão e Garuba.
A LEI QUE SE FAZ AQUI, NEM CONSEGUE OLHAR ALÉM DOS NOSSOS LIMITES E ONDE ELA JÁ É APLICADA COM SUCESSO OU OBRIGAÇÃO
O que pegou de verdade. A truculência e à falta de regulamentação. Não precisava nem inventar nada. Era só olhar às legislações dos vizinhos e consultar à própria Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí – a qual pertence Gaspar. Ela possui orientação técnica para isso.
Do que trata esta lei? Da “destinação, acondicionamento e transporte de resíduos de construção civil: os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassas, gessos, telhas, pavimentos asfálticos, vidros, plásticos, tubulações, fiações elétricas e outros do gênero, comumente chamados de entulhos de obras, caliças ou metralhas, bem com o resíduos volumosos: resíduos constituídos basicamente por materiais volumosos não removidos pela coleta pública municipal rotineira, como móveis e equipamentos domésticos inutilizados, grades, embalagens e peças de madeira, resíduos vegetais provenientes da manutenção de áreas verdes públicas ou privadas e outros e não caracterizados como resíduos industriais”.
O que complicou? A falta de clareza da lei, multas, a promessa para “mais tarde de uma regulamentação no escuro, a obrigação de usar apenas dois transportadores autorizados até o momento, constituindo-se num oligopólio sem concorrência, bem como o uso de um único descarte oficial no município que pode fazer, por isso, o preço que bem entender.
O PL não abria ao mesmo tempo espaço para preparação e à concorrência, como por exemplo do gerador dos resíduos ele mesmo fazer o transporte, ou então escolher o descarte, mesmo sendo fora de Gaspar, sendo isso, possível, mais conveniente e barato.
Errou quem fez projeto na prefeitura; errou o prefeito que assinou e foi convencido de que aquilo era apropriado quando há soluções melhores ao seu redor; errou o relator geral da matéria, Evandro Carlos Andrietti, MDB, que não ouviu o mercado, os eleitores e os pares, mas – como sempre - só o governo para agradá-lo; errou o líder do governo que mais uma vez preferiu dar murro em ponto de faca, ficando exposto e quase levando o governo à uma nova derrota em algo óbvio, simples e necessário.
O governo de Kleber, e estimulado principalmente pelo prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do MDB local, precisa urgentemente parar de achar inimigos naqueles que o questionam ou dão sugestões contrárias ao séquito de puxa-sacos que ele nomeou por compromissos políticos partidários ou eleitorais. Nem ouvir, às vezes, Kleber quer. E nos discursos diz que é o prefeito que mais “ouve” e até voltou atrás ouvindo as queixas da população. Será?
Para passar e atender à razoabilidade para a cidade, os cidadãos, oposição e ficar próximo ao que já é praticado pelos vizinhos, o substitutivo deveria rever as multas aos daqui que cometem as infrações; deveria encontrar uma forma de punir os de fora que descartam aqui; aumentar o prazo recursal; esclarecer as responsabilidades dos transportadores; dar mais tempo para adaptação da cidade à nova norma; bem como estabelecer um prazo para se ter um novo Projeto de Lei e nele criar uma estrutura específica de fiscalização no Samae. Ora, se o PL continuar com a obrigação da análise dos recursos pelos diretores de Resíduos e presidente da autarquia, é preciso constituir a respectiva fiscalização. É óbvio. Acorda, Gaspar!
O deputado Ivan Naatz, PV (à esquerda) lidera uma audiência esta noite na Câmara de Gaspar. Ela discute a mobilidade urbana em Gaspar e região. Estarão sendo comparados três projetos entre eles um que está sendo implantado pelo prefeito Kleber (ao centro) e outro defendido pelo ex-prefeito Adilson (à direita)
Bate no meu whats app um recado da Assembleia Legislativa: “A Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa, por proposição do deputado Ivan Naatz (PV) realiza audiência na segunda-feira (11), a partir das 19 horas, na Câmara de Vereadores de Gaspar. O encontro tem por finalidade debater o projeto e obras iniciais do Anel de Contorno Viário Urbano do município”.
Diz mais. “Na condição de proponente, Naatz ressalta que, ‘o projeto oferecerá importantes alternativas para a mobilidade urbana em Gaspar e também para a comunidade regional já que influencia o trânsito também para municípios vizinhos, como Blumenau’’’
Fui atrás do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido. Como resposta, ele me repassou o whatts do deputado. Eu retruquei: “Obrigado. Se era para perguntar para o Naatz já teria feito”, até porque o press release da Alesc é auto-esclarecedor no que eu queria.
Ato continuo questiono o presidente da Câmara de Gaspar, Ciro André Quintino, MDB, o local do evento: “o que é isto?”. E Ciro me responde na lata: “Não sei...Achei que o Adilson estava ajudando...Apenas emprestei o plenário...”
Eu preciso escrever mais alguma coisa?
Preciso? E é para acentuar duas coisas.
A primeira delas é para mostrar que algo tão importante – a mobilidade do século 21 e do futuro da cidade e região - se esconde do necessário debate na comunidade e com a convergência de seus líderes num exercício de superação. Mas, aqui, ao contrário, tudo se embaralha por picuinhas pessoais, vinganças, ranços dos laços do passado e partidarismo do atraso.
A segunda, é para mostrar a razão pela qual Adilson diz não entender o porquê de não conseguir mais se inserir num ambiente partidário competitivo, apesar das boas ideias e iniciativas que ele possui e eu sempre as reconheci contra a maré organizada que trabalha para deixá-lo permanentemente no ostracismo, como vingança de um tempo de governo onde foi autêntico, pouco político e quis arrumar tudo, mas ao seu jeito.
Por que o procurei? Para alavancar este assunto que reputo como essencial para a mobilidade não apenas de Gaspar, mas da região. Porque fui um dos poucos na mídia – sem qualquer paga ou interesse - a dar atenção para ele neste assunto, quando quase todos fecharam as portas por pressão do MDB e dos que estão no poder de plantão.
Os mandatários possuem outros planos e se negam ao debate pois para ele daria uma janela de oportunidade política séria que Adilson perdeu e eles a tomam dele a todo momento. Até quem o assessorou tornando o assunto palatável e comnpreensível, fez isso por dinheiro. Pior: o produto desse trabalho nem apareceu no veículo do esperto assessor, tudo para não incomodar o caixa da casa dependente de verbas públicas.
Porque desde que saiu de Florianópolis, Adilson anda com um projeto debaixo do braço. A proposta que ele defende, faz as ligações interbairros e Blumenau, com baixo custo. Ela soma ao que Kleber Edson Wan Dall, MDB e o seu grupo está iniciando à execução. Nela está prevista a ligação de Gaspar pelo Gaspar Alto a Blumenau via os bairros do Garcia ou o Ribeirão Fresco, além de uma nova ponte ali perto da Havan.
Procurei Adilson porque sei que Ivan Naatz é defensor desta ideia dele – que Adilson até deu a paternidade para outros para ver se ela chegasse ao debate - como solução regional. Tanto que Naatz a afixou como mapa na porta do seu gabinete. Adilson, com tantos nãos que recebeu depois que deixou o mandato (2005/2008), não aprendeu ainda a lidar com os revezes, às limitações, os aproveitadores e os traidores. Também não sabe ainda diferenciar os que apostam nas suas ideias sem interesses pessoais dos que precisam levar vantagens com elas.
Tudo deve ser ao seu modo e tempo. As vozes que o influenciaram na derrocada de Adilson, ainda continuam como fantasmas indomáveis para ele. Adilson não virou a página. E por isso, não consegue voltar a ser uma referência política. Aprendizado, zero. Se eu, que sou rotulado erradamente como seu porta-voz, por acreditar nas suas ideias para Gaspar, sou tratado assim, imagino os outros.
Para finalizar: a exposição e debate de hoje na Câmara – que favorece o deputado Naatz - vai na verdade, discutir as três propostas que se conhece sobre este assunto: o faraônico Contorno Sul de Gaspar projetado pela Iguatemi propositadamente para não ser realizado por falta de recursos ao tempo do ex-governador Raimundo Colombo, PSD; a proposta de Adilson que é a da Rodovia Intermunicipal interligando Gaspar a Blumenau, bem como o Anel de Contorno Urbano de Gaspar, de Wan Dall que até agora só avançou de fato naquilo que fez parte de compensação imobiliária de particulares.
O trecho de menos de um quilometro que vai ligar as avenidas Francisco Mastella e Frei Godofredo, por exemplo, tem um custo de quase R$10 milhões, isso sem os tradicionais aditivos. E já há um bafafá sobre isso. Acorda, Gaspar!
Políticos e gestores públicos corruptos, espertos ou relapsos, bem como os bandidos nas alcovas, empreendimentos de todos os tipos e que agem em organização criminosa, tremei. O combate à corrupção ganha um aliado inédito em Santa Catarina.
O governador Carlos Moisés da Silva, PSL, determinou por decreto, a criação de delegacias e coordenadoria dentro da Polícia Civil especializadas nessa área. As estruturas serão lideradas por delegados de polícia, e a implantação do serviço ocorrerá sem aumento de despesas para o Estado. O anúncio ocorreu na semana passada.
Só para lembrar, o Delegado Geral de Polícia de Santa Catarina é o gasparense Paulo Norberto Koerich, Ele participou diretamente da criação destas delegacias e entende desse riscado como poucos, pois já integrou o Gaeco – Grupo de Atuação Especial de Combate as Organizações Criminosas. O decreto do governador Moisés faz parte da política sugerida pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Aliás, o ministro que num twitter na sua conta institucional, escreveu o seguinte sobre esta iniciativa: “é política do MJSP incentivar a criação pelos Estados de Delegacias especializadas na investigação de crimes de corrupção. Congratulações, por cinco vezes reiteradas, a Santa Catarina e ao Gov@CarlosMoises”.
As “cinco vezes reiteradas” mencionadas por Moro no twitter, referiu-se às cinco delegacias criadas aqui em Santa Catarina. A que abrange à nossa região é a 4ª Decor. Nela estão as delegacias regionais de Blumenau (Gaspar e Ilhota), Ituporanga, Rio do Sul, Curitibanos, Lages, São Joaquim e Videira.
O nível de dependência e vergonha no Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar são preocupantes. Uma mãe na sua conta na rede social, diz que só encontrou atenção mínima no Pronto Socorro depois que falou com o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Perguntar não ofende: e quem não tem essa possibilidade? Mofa? Sofre? Morre? Acorda, Gaspar!
Gaspar é uma cidade cheia de peculiaridades políticas que a atrasa naquilo que deveria ser técnico unicamente. O que eu vou narrar foi contado pelo vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, na última sessão da Câmara. Está gravado para quem duvidar e quiser ouvir.
A novela da drenagem e re-pavimentação da Rua Frei Solano, no Gasparinho, é conhecida de todos. Já contei sobre ela aqui várias vezes. É só olhar os arquivos da coluna. Na edição da segunda-feira, dia quatro de novembro, tinha sido a penúltima vez que havia tocado neste assunto, em “na prova dos nove, Kleber destrói duas imagens falsas que seus marqueteiros 'criaram' para ele e o governo: eficiência e avançar com obras”. Por isso, a penúltima vez que trato deste assunto cheio de pegadinhas é hoje. Sempre espero, sinceramente, que seja a última.
O mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, investido de presidente do Samae do governo Kleber, e responsável pelo início da drenagem torta e sem projetos da Frei Solano, origem de toda a engronha que se arrasta por mais de um ano, resolveu se reunir com os moradores. Ufa!
Pediu a um cabo eleitoral para trazer os moradores para um papo. Ao invés de admitir culpa e pedir desculpas, as distribuiu. E na reunião, colocou a culpa na atual empreiteira. Ela não é do agrado nem do Samae e nem do pessoal da prefeitura, muito menos quer fazer de graça a correção dos erros feita pela outra empreiteira que já recebeu o dinheiro e foi embora. Hum!
A atual empreiteira, que ganhou a licitação, está corrigindo o que foi feito errado por outra que o Samae e a prefeitura não fiscalizaram. Ela pegou o abacaxi e teve que desentortar as bocas de lobos fora do gabarito. O que Melato quer? Um abaixo-assinado da comunidade para tirar a empreiteira da obra. Ela alega estar sendo boicotada pela prefeitura e que nem a ajuda interditar a rua para colocar o asfalto. Ai, ai, ai.
A dita reunião foi coisa de doido e contra a comunidade. A maioria caiu na lábia e não se deu conta que está sendo usada pela gestão de Kleber e Melato para encobrir os erros feitos naquela obra desde a origem. E para completar. Na dita reunião, era proibida a presença de vereadores. Da série, perguntar não ofende: e o Melato não é um vereador? Está em campanha? Está se livrando da culpa que lhes cabe neste assunto? É isso?
O veto de Melato à presença de vereadores na reunião tinha endereço certo: os vereadores Dionísio, morador do bairro e Cícero Giovane Amaro, PSD, o que vem fiscalizando às licitações da prefeitura. Os dois presentes na reunião, os vereadores não seriam enrolados e Melato não teria saído por cima da carne seca. Acorda, Gaspar!
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