O que é pior para um prefeito: um governo errante ou uma comunicação ruim? - Jornal Cruzeiro do Vale

O que é pior para um prefeito: um governo errante ou uma comunicação ruim?

19/08/2019

Kleber se acha o melhor de todos e a comunicação um exemplo. Mas, até aqui, as pesquisas desmontam essas certezas. É a Gaspar acordada.

A comunicação da prefeitura criou um canal direto para falar com o prefeito Kleber. Ou ele não lê o que lhe escrevem ou seleciona a quem responder. Estas questões, por exemplo, há mais meses sem respostas

Para um governante e principalmente o seu núcleo duro (o que manobra interesses) de governo não há fato pior do que viver num mundo fictício ou supostamente ideal. É a partir desse “mundo” que ele vende maravilhas, promete sonhos ou então, como é mais comum, se auto-engana e arruma culpados, todos fora do governo.

Então, espera que o tempo resolva todos os seus problemas. Na verdade, o tempo joga contra. Ele passa tão depressa, que as eleições, a verdadeira pesquisa, já está quase ai. É o caso de Gaspar, por exemplo.

É a história do marido traído. Todos à sua volta sabem da traição, mas ele é o último a saber, ou quando sabe, por crer de que às conveniências superam à realidade, finge que não a enxerga à traição, ou então, aceita-a, ou tolera-a, na esperança de que um dia tudo mude e o fingimento traga benefícios a si ou ao “casamento” de fachada.

Na política é muito comum esse tipo de comportamento. E os resultados, bem conhecidos.

Em Gaspar, esta situação está espelhada nas pesquisas que o MDB – e de outros partidos também – vem fazendo na cidade para monitorar o “comportamento” do eleitorado e reconhecer os possíveis cenários para a contenda de outubro de 2020.

Essas pesquisas, naturalmente, estão guardadas às sete chaves – e em alguns casos até, são negadas -, principalmente, porque até o momento, não são boas para o poder de plantão ou exibição. E as pesquisas feitas neste momento possuem mesmo este viés: o de perceber erros e ter tempo para corrigi-los. São as chamadas pesquisas internas e de trabalho, sejam elas qualitativas ou quantitativas.

A ERRÁTICA COMUNICAÇÃO

O que está mal na foto? Kleber Edson Wan Dall, MDB, o prefeito que tenta a reeleição, ou a forma como ele comunica o governo dele para a cidade, os cidadãos e lida com a então fraca oposição? Eu arriscaria que são os dois. São indissociáveis. São frutos do mesmo erro tático. São na verdade, frutos da imaturidade, da arrogância, da vingança, prepotência e da incapacidade técnica de seus técnicos e de parte ponderável da equipe que escolheu para dar emprego político.

Eu exagero? Então dou provas e mostro o pau que mato a cobra.

Em dois anos e meio de governo, Kleber trocou, simplesmente, quatro titulares da superintendência de Comunicação da prefeitura de Gaspar. Só nestas nomeações e exonerações estão explícitos os grassos erros da área. Ninguém conseguiu, com isso, a falta de tempo para tal, construir uma imagem de governo e da liderança. Ficaram ao sabor de experiências, curiosos e curiosidades

Duas profissionais do ramo e que vieram de fora, nem esquentaram a cadeira por aqui. A penúltima, daqui, é indicação política partidária por ser filha da oligarquia emedebista que manobra o partido há décadas na cidade. E só foi por isso que ela chegou lá. E para disfarçar, como se todos da cidade fossem tolos, ainda usaram uma argumentação falsa: de que se precisava naquele lugar uma gasparense.

Rir da falácia, da incoerência e dos argumentos para analfabetos, ignorantes e desinformados será pouco. Então o que deu errado com titular da pasta, colocada lá, porque era gasparense e que teve que sair e ser acomodada na estrutura como subordinada da atual titular, a atual indicada é Amanda Elisa Weber, totalmente estranha à cidade? Então, agora, o comando da comunicação pode ser de fora de Gaspar? É isso? O que mudou de fato?

A CAMPANHA NAS RUAS

Estas contradição e acomodação neste cabide de empregos públicos da comunicação de Gaspar mostram o tamanho do problema e como ele está longe de ser resolvido. Kleber foi envolvido pelos curiosos, parentes, religiosos e principalmente pelo prefeito de fato – o sem votos - e que manda em tudo isso, Carlos Roberto Pereira, o secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, e presidente do MDB.

Resultado? Esta se consertando o bonde com ele em movimento. Se isso será possível? Só o tempo dirá.

Amanda está em Gaspar não exatamente para fazer a comunicação da prefeitura, mas para o candidato Kleber à reeleição. Ela é filha do conhecido Normélio Weber, experiente em pesquisas eleitorais e orientação marqueteira a candidatos políticos dispostos a paga-lo. Ambos, Normélio e sua Amanda estão aqui para consertar àquilo que está há muito estragado: a comunicação do poder de plantão, num governo cheio de buracos como se fosse um queijo suíço. Nem mais. Nem menos.

O prefeito Kleber é um errante? Não sei afirmar, estou olhando a maré. Mas, sei afirmar e com certeza – até porque sou do ramo - que a comunicação do governo dele é a pior que se possa imaginar. Nela, Kleber nunca teve um papel e agiu como um ente estratégico de uma organização ou de uma liderança que queria ver seu trabalho reconhecido para se reeleger.

A comunicação do município de Gaspar agiu, até aqui como primariedade, irresponsabilidade, com o estômago dos seus chefes. Estabeleceu-se na vingança boba e renegou à inteligência, criatividade e oportunidade que caracteriza essa área.

Mais. Esta área na prefeitura de Gaspar não conseguiu perceber que a própria comunicação em si está num processo mutante, rápido, transferindo-se dos canais formais para os informais (redes sociais e aplicativos de mensagens), e que por isso, não possui domínio deles (canais, formadores e gente comum), e dessa forma, está sujeito ao movimento manada.

SEM FEED-BACK

E tudo pareceu ser uma experiência do laboratório dos alunos da Faculdade de Comunicação em algo muito sério e que precisava de resultados reais.

Transformou-se o prefeito num mero repórter de si mesmo, contando vantagens e bobagens em vídeos que inundaram as suas redes sociais, tornando-o não um ente popular, mas um ente comum e sem crédito.

Criou-se canais de comunicações “diretos” com o prefeito, onde ele não pode receber críticas, perguntas incômodas, se é seletivo, dando chances às dúvidas à autenticidade do canal e do modelo criado, aumentando o ranço e à perspectivas de oposição. Não há feed back, nem direto, nem indiretamente pela equipe de trabalho de comunicação.

E não vou muito longe. Mostro um exemplo da experiência feita por um ex-prefeito, Adilson Luiz Schmitt, que nasceu e foi eleito pelo mesmo MDB de Kleber, mas de lá teve que sair porque não quis se enquadrar nas “leis” dos que nas sombras mandam no partido e em Kleber. A comunicação do prefeito Kleber criou um canal de “comunicação direta” com o povo. Adilson fez duas perguntas por este canal. Não obteve resposta. Amanda, justificou que não as entendeu. Esclarecidas, até hoje, nem Amanda, nem Kleber as respondeu. E assim vai... fake em cima de fake.

A cada aparição de Kleber ao vivo nas redes sociais falando de coisas que não entende ou que não deveria ser da alçada dele se responsabilizar, mostra: primeiro que é centralizador – não possui equipe ou não tem confiança nela -; que não possui autoridade – precisa demonstrá-la - e assim reforça à percepção errada ou verdadeira de que não possui equipe e auxiliares técnicos para lhe ajudar a governar.

É isso que, no fundo, mostram ou refletem às pesquisas. Tornou-se um boneco mal construído pela comunicação errática que teve em menos de três anos, quatro “donos”, que não tiveram tempo de testar e provar suas ideias e resultados.

Um prefeito é essencialmente uma ideia, uma liderança de equipe capaz que funciona por si só, um cobrador e divulgador de resultados. Kleber e a comunicação dele até agora não entenderam direito isso e estão confundindo as bolas. Ele está em campanha permanente e se justificando. Está se desgastando. Quando chegar a hora pré-eleitoral que precisará surpreender, já estará tão comum que será figurinha repetida

O que deu errado até aqui?

Kleber era o novo, o que mudaria, o que daria transparência no contraponto do PT e de Pedro Celso Zuchi, desgastado naturalmente pelo seu segundo mandato consecutivo, sem renovação, com os mesmos à sua volta, e a interferência da sua mulher Liliane. E Kleber? Se tornou um Zuchi em menos de três anos e não apenas com a dona Leila a interferir, mas... Transformaram-no em um animador de auditório, num modelo antigo, e pior: sem equipe de produção.

E o que mostram as pesquisas até aqui? Que Gaspar está atrás de alguém com ideias, liderança, prioridades, gestão e transparência. Pode até ser Kleber, mas ele terá que mudar muito como governante, e muito mais na comunicação do seu governo. Há andorinha fazendo verão. Acorda, Gaspar!

AMMVI faz 50 anos e Assembleia Legislativa faz sessão especial.

Nela, homenageiou prefeitos que foram presidente dela. Kleber ignorou.

O ex-prefeito Adilson homenageado na AMMVI com o ex-prefeito Evaristo um dos fundadores da entidade

Conteúdo da Assessoria de imprensa da AMMVI. Texto de Michele Prada. Cinco décadas de atuação pelo movimento municipalista. Este foi o marco comemorado no dia 2 de agosto, data em que a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) completou 50 anos de fundação. Na semana passada, para homenagear o aniversário, a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) promoveu uma sessão solene, na sede da Associação, em Blumenau.

De proposição do deputado estadual Laércio Schuster Junior, que também foi presidente da Ammvi em 2013, a sessão especial prestou homenagem à Ammvi pela colaboração ao desenvolvimento regional, à cooperação intermunicipal e à modernização da gestão pública. Na ocasião, receberam a honraria os ex-presidentes, o membro-organizador Victor Fernando Sasse, o membro-fundador Evaristo Francisco Spengler, os funcionários com mais de 20 anos de serviços prestados à entidade, a Universidade Regional de Blumenau (Furb) e os prefeitos desta gestão.

Sasse falou em nome dos homenageados e elogiou a iniciativa da Alesc. Para ele, a região é a mais pujante de Santa Catarina e uma das melhores do Brasil. “E isso é mérito de todos os que aqui lutam, trabalham e organizam uma sociedade ordeira. Esta Associação é referência de modelo de associação de municípios de Santa Catarina e do Brasil” disse.

O ex-prefeito de Blumenau continuou seu discurso falando da vida pública. “Enquanto que muitos se envergonham de ser políticos, nós temos orgulho. Política é a arte do bem comum, é uma forma de amor social, um serviço à vida e à convivência fraterna e solidária de pessoas e de nações. Nós somos homens públicos e conscientes de nossas responsabilidades e por isso proclamamos a ética e a honestidade. Unidos nós seremos fortes, somos fortes. Parabéns AMMVI. Agora são os próximos 50 anos”, finalizou Sasse.

Volto ao meu comentário. O atual prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, mesmo diante da importância política do evento para uma entidade técnica de assessoramento como é a AMMVI. Evaristo Spengler, PP, como membro fundador estava lá, na foto com o ex-prefeito e ex-presidente da AMMVI, Adilson Luiz Schmitt, sem partido. O discurso de Victor Fernando Sasse, diz muito, o que os políticos de hoje não conseguem ser. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O governador Carlos Moisés da Silva, PSL, poderá ser o grande adversário dos planos do PSL de ter candidatos com chances em pelos menos os 100 mais importantes municípios catarinenses. Basta ele continuar mal assessorado, sem ideias, e com essas bobagens que está fazendo de aumentar impostos para tapar buracos de privilégios e ao mesmo tempo comprometer o futuro do modelo econômico produtivo catarinense. Cada um!

Na contramão do Comandante Moisés está o prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, sem partido, e que era vice de Napoleão Bernardes, ex-PSDB, partido que lhe passou a perna no ano passado e agora, está no PSD.

Como não é político carreirista, na dele, sem aparecer muito, e falando uma linguagem simples, mansa e direta, Hildebrandt enfrentou uma desgastante greve dos servidores de lá, fechou a deficitária e cabide de empregos URB sob o relho do Ministério Público do Trabalho e agora, como presidente da AMMVI – Associação dos Municípios Médio Vale do Itajaí – está recusando uma verbinha do governador, para “consertar” rodovias estaduais.

Hildebrandt achou que quando a esmola é demais, até o Santo desconfia. Mesmo sob os protestos de deputados como Ricardo Alba, PSL, e Ivan Naatz, sem partido, pediu aos técnicos da AMMVI e CIMVI (Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí) para eles fazerem as contas e as levou aos prefeitos. Nelas, está claro, que malandramente, o governador Carlos Moisés, bota parte dos custos para os municípios que já estão com a corda no pescoço. E os deputados que se queixam trabalham contra os próprios municípios. Numa nota oficial, pincei este parágrafo:

“Há implicações jurídicas na assinatura do convênio proposto pelo Governo do Estado, a exemplo da responsabilização criminal, cível, fiscal, tributária, previdenciária e social dos municípios e do Cimvi decorrente da execução do convênio, conforme cláusula proposta pelo próprio Estado de Santa Catarina. Salienta-se ainda que o convênio proposto pelo Governo do Estado não prevê o ressarcimento dos custos com pessoal para a execução dos trabalhos administrativos, técnicos e jurídicos, ficando a cargo dos municípios e do Cimvi este custeio. Trata-se de questão a ser abordada com o Governo do Estado, inclusive para que os municípios não incorram em descumprimento à Lei de Responsabilidade Fiscal”.

Coisa simples, mas... O requerimento 143/2019 do ex-presidente e hoje primeiro secretário da Casa, Silvio Cleffi, PSC, ao presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, mostrou como o Legislativo de Gaspar acelera e atrasa as matérias de interesses próprios vereadores ou de grupos do governo.

Silvio quis saber no dia 30 de julho quantos projetos estavam tramitando nas três Comissões da casa: a de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação; a de Gestão Pública; e a de Economia, Finanças e Fiscalização. Pediu ainda que se apresentasse o relatório dos projetos, seus prazos e motivos que sustentam eventual suspensão.

Silvio também quis saber o que é feito dos PL: 056/2017; 019/2018; 020/2018; 042/2018; 049/2018; PR 003/2018; PDL 002/2018; 065/2018; PLC 25/2018; 116/2018; 002/2019; 05/2019; 19/2019; 20/2019; 31/2019; 34/2019; 35/2019; 36/2019 e 38/2019. Como se vê tem coisa parada desde 2017 e 2018.

Bom, até terça-feira da semana passada, nem tudo estava esclarecido, apesar dos vereadores terem, em tese, tempo integral para essa obrigação legislativa. E se não bastasse à disponibilidade integral de tempo, cada vereador possui um assessor e seu gabinete, isso sem contar coma estrutura de assessoria técnica da própria Câmara. Para alguns vereadores, apesar de pagos, ser vereador é um bico, um jogo de poder, uma vaidade pública e pessoal. Não uma obrigação político-administrativa com a cidade e os cidadãos.

Ai, um leitor ou leitora poderia me perguntar: mas ir atrás desses projetos “engavetados”, “esquecidos” ou propositadamente “atrasados” nos gabinetes não compete ao presidente da Câmara? Em tese, sim! Ele é o gestor dos projetos em trâmites na Câmara. Contudo, Ciro não meteu a mão nesse abelheiro. Então qual a razão pela qual Silvio o fez?

Já expliquei em outra coluna. É que os seus PL 35 e 36, que aprovados, destinará parte dos descontos do IPTU para um fundo do Hospital de Gaspar, construção e manutenção de uma futura UTI daquela casa de Saúde, está parado nas mãos do relator geral, Roberto Procópio de Souza, PDT. Ele “está ouvindo” gente especialista no assunto. Na verdade, Procópio manobra contra Cleffi e a favor de Kleber de quem Procópio se tornou o mais novo amigo.

Na verdade, não há nada contra como o próprio relator já disse em plenário. Procópio apenas “cozinha o galo”. O objetivo é em nome de Kleber e principalmente de Carlos Roberto Pereira, o prefeito de fato, irritar Silvio que voltou à carga neste assunto na sessão da terça-feira passada. Como se vê, a cidade não se move claramente a favor dos cidadãos mais pobres, fracos e doentes, mas nas escaramuças dos políticos.

Procópio, ex-aliado do governo petista de Pedro Celso Zuchi, que já articulou para Silvio ser presidente da Câmara – quando Silvio era um aliado de Kleber – e que já colocou Kleber de joelhos sendo um dos mais ferrenhos dos opositores no Legislativo, sentou sobre a matéria de Silvio, para segundo ele, não errar na mão de conhecedor da lei como advogado que é. Este é, infelizmente, o jogo jogado.

E para encerrar este assunto, por enquanto. Pelo sim, pelo não, o presidente Ciro convocou os vereadores para uma reunião administrativa para tratar desses Projetos que estão encalacrados em gabinetes e Comissões. Ela será nesta quarta-feira, às 17h no gabinete dele. Mas nominou para discussão somente o Decreto Lei 2/2018, e os PL 20, 35 e 36.

As fotos que preenchem as redes sociais e aplicativos de mensagens sobre recentes reuniões de partidos ou atos de filiações em Gaspar são denunciadoras em dois aspectos: na qualidade e na quantidade.

Na votação para o voto aberto para a escolha do presidente da Câmara de Gaspar, o único que votou contra até agora foi o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD. Argumentou que não concordava em dar pleno poderes ao presidente que estava junto na votação. Antes se dividia com a Mesa Diretora.

Depois que o vereador Silvio Cleffi, PSC, colocou o olho nas obras de infraestrutura e reurbanização do Loteamento da Casinhas de Plástico, na BR 470, prometidas pelo petista Pedro Celso Zuchi, e mote de campanha de Kleber Edson Wan Dall, MDB, elas finalmente começam a se tornar realidade.

Entretanto, um ofício explicando as contas das obras poderá apontar caminhos de novos problemas de gestão dos recursos públicos.

Está cada vez mais claro que o PSDB de Gaspar é uma sucursal do MDB. Os históricos e os com votos estão saindo todos. Esta semana Toni Silva assinou a ficha no PSL. A ex-vereadora pela DEM e candidata a prefeita pelo PSDB, Andreia Simone Zimmermann Nagel, é outra que já disse que não fica no ninho tucano.

Neste final de semana, aconteceu no salão da Capela Santo Antônio, no Gasparinho, a 25ª edição da Festa Italiana. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, não apareceu por lá. Perdeu a oportunidade para explicar para a comunidade à razão da demora da recuperação da Rua Frei Solano.

A eterna presidente do Sindicato Rural, Ivanildes Rampelotti, foi no seu programa de rádio e descascou contra os vereadores de Gaspar. Ela não citou nomes. Disse que faria até um ofício à Câmara para registrar a sua queixa. Até o fechamento da coluna, nada tinha sido recebido pela Câmara

Na verdade, ela se referia às denúncias feitas no Ministério Público - uma do vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, e outra de Dionísio Luiz Bertoldi, PT - contra o uso irregular dos equipamentos da secretaria da Agricultura e Aquicultura nas terras de agricultores gasparenses.

Este assunto já está judicializado e se comprovado, vai enroscar tanto o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, bem como o seu secretário de Agricultura, André Pasqual Waltrick. Mas, não foi esse tema que incomodou Bertoldi, e sim uma suposta denúncia Ivanilde no mesmo programa de que estaria se impedindo os agricultores de Gaspar de receberem da Souza Cruz, de Blumenau, resíduos de fumo, para adubação orgânica nas suas lavouras.

“Consultei todos os vereadores. Nenhum de nós está sabendo desse assunto e muito menos fizemos alguma denúncia deste tipo de assunto em qualquer entidade ou órgão de fiscalização”, desabafou. “Queremos que ela aponte quem de nós é o responsável por este assunto”.

Atrasada. Finalmente em Gaspar, a prefeitura não vai cobrar o ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis – sobre o Usucapião. E não é porque é novidade. É porque se judicializada, a prefeitura perdia a questão. A aprovação do Projeto de Lei 63 vem tarde. Afinal, Usucapião não é transmissão, mas a legalização pela Justiça de um bem, a princípio, sem dono

NSC Blumenau finalmente se dobra à realidade da aldeia. A partir de hoje, o seu principal jornal, o do “Almoço”, será feito integralmente voltado para a Blumenau e região. É mais caro? É! Mas, estava perdendo espaço para aquilo que não fazia parte da nossa cultura e dos interesses locais.

Pensando bem, não se trata de dar voz e debater os problemas e as virtudes locais, mas conhecê-los. E não pode ficar restrito a Blumenau: há pelo menos outros três polos importantes como Brusque, Itajaí, Navegantes e Balneário Camboriú, bem como Rio do Sul. Isto sem falar em Indaial, Timbó, Pomerode e Gaspar sempre ausentes.

Do nada, na semana passada, um grupo de notáveis disputaram PSD, DEM e Podemos em Gaspar. Houve uma romaria ao líder do DEM, João Paulo Kleinubing e ele também andou por aqui. Vai haver dança das cadeiras.

O que é feito do recapeamento da Anfilóquio Nunes Pires no bairro do Bela Vista? O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, está num silêncio só. Fez apenas aqui do Centro até a Havan e disse que isso não tinha sido intencional.

O líder do PSD na Câmara, Cícero Giovane Amaro, saudou como uma grande conquista a filiação do ex-tucano Napoleão Bernardes, ex-prefeito de Blumenau, ao seu partido, que segundo ele, foi apadrinhado pelo presidente do partido e deputado, Milton Hobus, de Rio de Sul.

Duas observações. A primeira é saber se Cícero ficará no PSD, se o ensaio que o partido faz por aqui para estar na barca do MDB de Carlos Roberto Pereira e de Kleber Edson Wan Dall. E qual foi a intenção do presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, mas não tão MDB assim, ao qualificar Milton Hobbus como empresário milionário?

O Tribunal de Contas advertiu eu publiquei na sexta-feira o pouco caso da prefeitura de Gaspar na transparência do Pregão 58/2019, parado por conter supostos erros. No site, nada informava sobre de que o assunto estava sob judice. Só na segunda-feira passada, apareceu a informação de que ele está suspenso.

A ex-vice-prefeita, Mariluci Deschamps Rosa, PT, lembrou na Câmara recentemente, que o atual prefeito, Kleber Edson Wan Dall, MDB, quase três anos após a posse dele, ainda não cumpriu uma promessa de campanha: a de deslocar o seu gabinete para o primeiro andar do prédio da prefeitura para atender o povo.

Comentários

Miguel José Teixeira
20/08/2019 10:41
Senhores,

. . ."O Supremo é hoje uma vergonha nacional e tudo se deve levar à conta de uma horda de bandidos que se elegeram presidentes da república e que escolheram, cooptaram e nomearam seus onze integrantes. Digo e repito que são bandidos e corruptos porque todos os tais ex-mandatários foram atingidos ou no mínimo envolvidos na "Operação Lava Jato", de uma forma ou de outra, a exemplo do "Ogro Encarcerado" que nomeou o maior número de Mandarins do STF (8 ministros).". . .

As ruas e o STF

- Por Jose Mauricio de Barcellos ex Consultor Jurídico da CPRM-MME é advogado. Email: bppconsultores@uol.com.br).

- Extraído do EndEl: https://diariodopoder.com.br/as-ruas-e-o-stf/

Já foi para as ruas a convocação dos fortes movimentos de massa desta "Nação Verde e Amarela" para o próximo dia 25 de agosto do corrente ano. Os motivos explicitados são: a CPI da "Lava Toga"; os impeachments dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes já requeridos perante o Congresso, a cassação dos Mandarins que compõem a banda podre do Supremo Tribunal Federal-STF, além do repúdio à ampliação da verba de uma excrecência denominada Fundo Partidário, de R$ 1,7 bilhão para R$ 3,7 bilhões, em 2020. A vez do Supremo chegou e já era sem tempo.

Com igual propósito de concitar os patriotas a exigirem das forças democráticas deste País as providências que se fizerem necessárias para afastar aquela gente do mal e impedir que arruínem a "Operação Lava Jato", transita pelo território livre da rede mundial de computadores mais de 10 imagens e um vídeo, todos desafiadores e impactantes, que trazem para o povão a vontade incontida de marchar sobre aquele bunker de defesa da esquerda ladra e doente e da direita voraz e corrupta, símbolos de uma época que o Brasil precisa deixar para trás.

Tirantes os próprios Mandarins do STF; os seus parentes e comparsas; a grande maioria de seu corpo funcional; a banda mais canalha dos Profissionais do Direito com suas associações ou entidades classistas mais abjetas que a própria Corte Suprema, ou seja, todos que em verdade compõem um insignificante número de pessoas em relação à nossa população honesta e trabalhadora de um modo geral, ninguém com um pingo de amor ao Brasil quer tolerar mais o lado negro da toga. A irresignação popular contra o STF não se origina de convicções ideológicas. Tanto a esquerda retrógada quanto os conservadores deploram o que se fez com a instituição, em sendo pessoas do bem. Só aos maus e aos corruptos interessam a degradação do Supremo.

Vou descrever o que dizem os cartazes antes citados, que se o prezado leitor ainda não os recebeu em breve os verá:

1) o perfil dos 11 Ministros aparece com as seguintes legendas: "Não se limpa um chiqueiro com os porcos dentro. Fora todos";

2) a figura do Min. Lewandowski aparece com as legendas: "Defensor de corruptos. O povo brasileiro tem vergonha de você!

3) os retratos do empresário ladrão Jacob Barata divide uma imagem com o Min. Gilmar Mendes e está legendado pelo seguinte recado: "Gilmar Mendes está apavorado. Barata garante que se ficar preso leva Gilmar com ele";

4) há um cartaz preto escrito em letras brancas: "Quando você é rico, contrata um bom advogado. Quando é riquíssimo, contrata um juiz. Quando você roubou um país, contrata o SUPREMO";

5) circundado pelas figuras de todos os onze do STF o cartaz traz a citação de Ruy Barbosa: "A pior ditadura é a do poder judiciário";

6) abaixo do retrato do Juiz Antonio Scala da Corte Americana está sua seguinte citação; "Uma nação que coloca seu destino político na mão de 9 advogados de toga, não eleitos pelo povo, não merece o nome de democracia";

7) a figura do insigne jurista Modesto Carvalhosa ilustra sua corajosa citação: "o STF mostrou claramente que está a serviço do esquema de corrupção que domina este País";

8) os retratos dos onze ministros da Corte aparecem legendados da seguinte maneira: "Insustentável. O País agoniza nas mãos de uma corte degradada. Campanha Fora STF";

9) as fotos, lado a lado, dos ministros Rosa Weber, Celso de Melo, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Lewandowisk, têm como título e legenda: "Vergonha. Um País onde seu maior INIMIGO é a sua Suprema Corte";

10) a figura em conjunto dos Ministros Lewandowski, Gilmar e Toffoli ilustram a seguinte convocação: "A mesma campanha que fizemos pra eleger Bolsonaro, vamos fazer pra destruir o STF", etc., etc., etc.

Vou recomendar como imperdíveis os comentários ao vivo, nas redes sociais, do canal "Hipócritas" que podem ser degustados assistindo-se ao vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=lpGTV729RsA.

Aqui está bem demonstrado, com elegância e bom humor, mas sem descurar da gravidade da situação, como a Suprema Corte se transformou em uma das instituições mais lesivas e nocivas do País, de 1985 para esta parte. Os contras podem dizer o que quiserem e argumentar como bem entenderem, mas não vão demover ninguém. O Supremo é hoje uma vergonha nacional e tudo se deve levar à conta de uma horda de bandidos que se elegeram presidentes da república e que escolheram, cooptaram e nomearam seus onze integrantes. Digo e repito que são bandidos e corruptos porque todos os tais ex-mandatários foram atingidos ou no mínimo envolvidos na "Operação Lava Jato", de uma forma ou de outra, a exemplo do "Ogro Encarcerado" que nomeou o maior número de Mandarins do STF (8 ministros).

Parece não ter fim a lista de atos e decisões da Suprema Corte que há muito ?" desde junho de 2005, quando surgiram as primeiras denúncias do Deputado Federal Roberto Jefferson ?" vem trazendo perplexidade e prejuízos ao País. Tudo que hoje se sabe do grande roubo da esquerda delinquente já poderia estar exemplarmente punido se não fossem as decisões ou as omissões do STF, que impediu a condenação de centenas de bandidos do colarinho branco; que mandou soltar muitos dos vermelhos e "petralhas" que a polícia logrou prender; que obstaculizou ou retardou as investigações e os inquéritos instaurados pela "Operação Lava Jato"; que, desafiando o poder do povo e a este sempre humilhando petulantemente ameaçou quem com destemor quis apontar as falcatruas, as malversações e os conchavos de diversos Mandarins que vieram a público; que transformou o STF em "Tribunal de Inquisição" para investigar, inquirir e julgar quem quer que pretenda questionar as ações lesivas dos Ministros da Corte e até de seus familiares e que, recentemente, mercê de uma nefanda proteção à prática de "Crime Contra a Segurança Nacional", pelas mãos do Ministro Gilmar Mendes ?" que antes já havia ameaçado publicamente um Auditor da Receita Federal, quando este, por dever de ofício, detectou estranhos lançamentos em sua conta bancária ?" agora deu guarida a um inimigo estrangeiro, aliado à traidores da Pátria vinculados ao PT, que violou, desmoralizou e invadiu criminosamente instituições públicas do Brasil. É o caso do infame hacker Greenwald e de seus comparsas vermelhos. Em qualquer país socialista este "espião" e quem mais tivesse traído sua terra para ajuda-lo, já teria sido executado. Aqui os nojentos petralhas e suas caquéticas associações da extrema imprensa estão fazendo atos públicos para homenageá-lo. É crível?

Explico sinteticamente. O ministro Gilmar Mendes, decidindo sozinho uma ação cautelar, concedeu liminar proibindo que autoridades públicas investiguem ou tomem qualquer medida que vise a responsabilizar o espião estrangeiro Glenn Greenwald por publicar informações na mídia social, raqueadas criminosamente de diversas instituições públicas. Greenwald, do site The Intercept Brazil, está à frente da divulgação de mensagens trocadas entre membros da "Operação Lava Jato" e também do criminoso ataque ao sigilo telefônico das mais altas autoridades do Estado. O Brasil todo sabe que aquela conduta repugnante, encomendada pelos vermelhos, objetiva a destruição da "Lava Jato" e a desestabilização do governo democraticamente eleito em 2018. O motivo da ação criminosa é torpe e vil. Como se ainda não bastasse, impende ressaltar que, por maioria, a 2ª Turma do STF concedeu habeas corpus de ofício para impedir a quebra do sigilo da fonte do jornalista, isto é, a rigor impediu que a sociedade brasileira ultrajada conhecesse a identidade dos mandantes do crime.

Não sei como chegamos a este ponto. Não sei como o Judiciário, na maioria composta por bons e dignos magistrados e de grandes Operadores do Direito, nada fez para afastar de um dos poderes da República este câncer que, se não for extirpado, contaminará toda Justiça do País. Nada fizeram. Então, chega! Não se levantaram contra os desmandos e fecharam os olhos para as malversações da ordem de bilhões de reais que nos custa o Supremo, pois que agora suportem a sentença peremptória e definitiva do povo que é realmente o dono do poder. Isto mesmo, o povo é o dono absoluto do poder, como prescreve a Carta Política de 1988, sendo cretino e risível o entendimento dos odiosos babilacas do Direito ?" eméritos charlatões ?" no sentido de que o artigo 1º da Constituição Federal está a dizer para o povão que lhe cumpre tão somente pagar as contas e os privilégios dos nababos da máquina pública, mesmo que isto ocorra com sacrifício da vida de muitos cidadãos honrados. É isto que acham? J'ai accuse: cínicos, calhordas e hipócritas!

Posto que assim quisessem, pois que eles se conformem com a cabeça baixa e quando agora a brava gente brasileira, enfurecida e rebelada, retirar aqueles arrogantes, insensíveis, perversos e maus servidores públicos do castelo dourado em que se homiziaram, auguro que tudo se faça expulsando estes "capas pretas dos infernos", a tapas e safanões, de dentro de lá, fazendo inclusive que depositem as togas que mancharam aos pés da grande estatua da Justiça colocada na frente do prédio do STF, porque eles desonraram a mais Alta Casa da Justiça do Brasil. Feito isso garanto que outras instituições que estão a merecer igual sorte, porque há mais de 30 anos vêm se desmandando e se desmoralizando, talvez coloquem suas barbas de molho. Seria salutar. Este povo sofrido que já prendeu Lula e que no peito e na raça vem exigindo que o Supremo mantenha o bruto no xilindró merece assistir o fim deste STF que chama de vergonha nacional, e como merece!
Herculano
20/08/2019 08:43
OS ININPUTÁVEIS

Conteúdo de O Antagonista. O Estadão, em editorial, comentou as investidas de Jair Bolsonaro no Coaf, na Receita Federal e na PF:

"O presidente tem se dedicado nos últimos dias a constranger órgãos de controle e investigação, que por definição devem estar completamente a salvo de pressões políticas - afinal, depois de tantos protestos dos cidadãos contra a corrupção, o mínimo que se espera é que não haja mais no País quem consiga escapar da lei em virtude de conexões e boas relações com quem está ocupando temporariamente o poder (...).

Ao levantar suspeitas sobre a atuação da PF e da Receita Federal em assuntos de seu interesse, Bolsonaro constrange de modo inaceitável o trabalho desses órgãos, cujas eventuais providências a respeito da família do presidente doravante tendem inevitavelmente a ser julgadas não por seu aspecto técnico, mas sim à luz desse atrito - ou seja, a isenção da PF e da Receita estará sempre sob dúvida. Agindo dessa maneira, o presidente viola claramente o princípio constitucional da impessoalidade, que jurou respeitar, e sinaliza disposição de colocar a si e a seus familiares na condição privilegiada de inimputáveis."
Miguel José Teixeira
20/08/2019 08:32
Senhores,

Da série "perguntar não ofende":

Será que, 28 anos de atuação como Deputado Federal transformam um Capitão em uma mistureba de Recruta-Zero com o Dentinho?

Com a palavra, os Cientistas Políticos!
Herculano
20/08/2019 08:18
RECEITA DE IGREJAS QUASE DOBRA EM OITO ANOS E VAI A R$ 24,2 BI

Em valores atualizados, são R$ 32 bi a mais; alta é atribuída à expansão no número de templos

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Thiago Resende, da sucursal de Brasília. Em oito anos, a arrecadação de igrejas no Brasil praticamente dobrou. A alta é resultado do aumento de entidades religiosas no país e de mais doações, dízimos e ofertas aos templos.

A renda das igrejas subiu de R$ 13,3 bilhões, em 2006, para R$ 24,2 bilhões, em 2013, segundo dados da Receita Federal, obtidos pela Lei de Acesso à Informação.

Corrigindo o montante de 2013 pela inflação, seriam quase R$ 32 bilhões em valores atuais. Quase metade do que o governo espera gastar em 2019 com o BPC, benefício assistencial pago a idosos carentes e pessoas com deficiência.

Isso significa uma receita de quase R$ 88 milhões por dia para entidades religiosas, em valores atualizados.

Em entrevista à Folha em abril, o secretário da Receita, Marcos Cintra, disse que até fieis pagariam impostos sobre o dízimo com a proposta de reforma tributária que discute um tributo sobre movimentações financeiras ?" nos moldes da extinta CPMF.

Base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, as entidades religiosas reagiram e o governo montou uma operação para negar a possibilidade.

A Receita Federal não calcula o quanto deixa de arrecadar por causa da imunidade tributária a igrejas.

"Elas são imunes. Então, o tributo nem alcança. Se não sei nem como se tributaria essa receita, não tem como saber o que deixou de ser arrecadado", disse o coordenador de previsão e análise do Fisco, Marcelo Gomide.

Mas ele informou a desoneração foi de, pelo menos, R$ 674 milhões no ano passado na parte previdenciária.


Esses templos não são obrigados a pagar a parcela patronal sobre os salários para a Previdência Social, mas há o desconto em folha para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) nos casos de trabalhadores formais, como secretárias.

Os dados da Receita apontam ainda para um aumento significativo na quantidade de igrejas no Brasil, de 10 mil, em 2006, para 18,5 mil, em 2013. Em 2018, o número subiu para 25 mil. Ainda não há dados disponíveis para a arrecadação mais recente.

Esse, contudo, é o número de entidades religiosas com CNPJ - uma obrigação para todos os templos.

Mas uma grande parcela das igrejas é irregular, sendo irrastreável pelo Fisco.

Cadastrada na Receita, a entidade precisa fornecer um documento mostrando a evolução do patrimônio no ano e detalhar isso de acordo com a origem dos recursos.

O balanço, obtido pela Folha, mostra que o aumento da arrecadação dos templos veio principalmente das doações e de outras fontes, como aluguéis.

Em 2014, as igrejas foram desobrigadas a fornecerem essas informações por causa da troca do modelo de prestação de contas à Receita. Um ano depois, essa exigência foi retomada, mas os dados ainda estão sendo compilados.

A Receita reconhece que parte significativa das doações e dízimos são realizados por pagamento em espécie, o que dificulta o controle e fiscalização.

"Toda declaração é uma informação prestada. É uma informação que a Receita vai receber e que reproduz aquilo que o contribuinte disse. Mas, no grosso modo, há uma evolução, um crescimento da arrecadação", afirmou Gomide.

Às vésperas de o governo apresentar sua proposta de reforma tributária, a bancada evangélica do Congresso tem se reunido com Bolsonaro e membros da equipe econômica em busca da manutenção das isenções previstas atualmente para os templos.

"Estamos revindicando a garantia da continuidade da imunidade, que está na Constituição. E, pela nossa representatividade na Câmara, isso [tributação de igrejas] não passaria [em votação no plenário]", declarou o líder da bancada, deputado Silas Câmara (PRB-AM).

A bancada reúne quase 200 deputados e senadores.

Em um aceno aos parlamentares, o governo já flexibilizou neste ano normas de prestação de contas a igrejas.

Em uma das medidas, ficam dispensados de CNPJ os estabelecimentos de organizações religiosas que não tenham autonomia administrativa ou que não sejam gestores de orçamento.

Na quarta-feira (7), líderes evangélicos almoçaram com Bolsonaro e pediram o fim da aplicação de multas a igrejas por parte da Receita Federal.

Os parlamentares alegam que igrejas nos rincões do país não conseguem cumprir as exigências ou mesmo ter um CNPJ.

"A reforma tem como pauta a simplificação tributária. Quem quer simplificar isso no Brasil não vai querer prejudicar ou criar burocracias para prejudicar os templos evangélicos", disse Câmara.
Herculano
20/08/2019 08:10
NORUEGA USA ARPÃO-GRANADA PARA MATAR BALEIAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Relatório da Noruega à Comissão Baleeira Internacional (IWC) explica seus métodos na temporada de caça às baleias. Os métodos são chocantes. Confessam, por exemplo, a utilização de arpão com granada que explode após entrar 30cm no corpo do animal. Dados colhidos durante a morte de 271 baleias mostram que os animais, na maioria fêmeas grávidas, sofreram entre 6 e 25 minutos até morrerem. Se superar os 25 minutos, é de novo alvejada.

PONTA DE PENTRITA

O explosivo usado no arpão é o tetranitrato de pentaeritritol, ou pentrita, cuja velocidade de explosão é de 30.000 km/h. Mais potente que o C-4.

SÃO UNS HIPóCRITAS

A ONG suíça Ocean Care revelou que a Noruega aderiu ao tratado pelo fim da caça, mas matou mais de 12 mil baleias desde 1986.

MASSACRE LIBERADO

O governo norueguês permite o massacre de 1.278 baleias na temporada. Três barcos mataram 15 baleias só em abril passado.

DIA SIM, DIA NÃO

A ONG espanhola Ocean Sentry denunciou que este ano baleeiros noruegueses mataram uma baleia a cada dois dias, em média.

FISCAL É ENALTECIDO POR MULTAR E FUMAR MACONHA

Causaram indignação no Ministério do Meio Ambiente mensagens atribuídas à secretaria-executiva de um Conselho Nacional da Área de Preservação Ambiental Costa dos Corais, em Pernambuco, Ana Paula de Moura Souza, defendendo um fiscal removido. Ele é elogiado por aplicar multas "bem pesadas" quando "pega um que tem dinheiro". Se ele passa o tempo fumando maconha, Ana Paula diz que "pra ser fiscal nessa merda chamada Brasil, tem que fumar muita maconha mesmo".

PAÍS DO FUMACÊ

Nas mensagens, a servidora fica surpresa com a alegação contra o fiscal. "Achei que fosse propina, mas maconha... Quem não fuma?", diz

NA NOSSA CONTA

A reunião do Conapac será quinta (22), no hotel Salinas (Maragogi-AL), com direito a café, almoço e lanche da tarde pagos pelo contribuinte.

DIZ QUE NÃO ESTOU

Procurados, nem a secretária-executiva do Conapac, nem o ICMBio responderam aos questionamentos da coluna sobre essas mensagens.

OS NOVOS FASCISTAS

Uma nova versão da patrulha ideológica utiliza o biombo de "agência de verificação" para tentar demonizar notícias que os desagrada e opiniões com as quais não concordam.

VITóRIA DA OBSTINAÇÃO

A obstinação de Eduardo Jorge sustentou ação contra os procuradores Guilherme Schelb e Luiz Francisco de Souza, que perseguiram por ser ministro de FHC. Após 17 anos, a Justiça lhe deu razão, mas os R$100 mil (à época) de indenização sairão do Tesouro. Da dupla, zero.

JÁ VAI TARDE

A deportação para o Chile de Mauricio Norambuena, sequestrador do publicitário Washington Olivetto, livra-nos de mais um bandido. Extradição tão importante quanto a do terrorista italiano Cesare Battisti.

O ESPECIALISTA

O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), de vez em quando tenta convencer o presidente Jair Bolsonaro, deputado por 28 anos, de evitar polêmicas. Mas sempre ouve: "O senhor entende de estratégia militar, de política entendo eu".

MUITO 'AMOR' PELO BRASIL

São tantas as nações europeias financiando ONGs de seus países na Amazônia que em poucos anos essa verba seria suficiente para reflorestar toda Europa. Mas o "amor" pela Amazônia é grande demais.

PELEGADA INSANA

Pelegos e militantes partidários se uniram sábado (17) para derrotar, em votação, proposta de gestão compartilhada com a Polícia Militar de uma escola pública em Samambaia (DF). Nesta segunda (19), dois dias depois da votação, um aluno de 13 anos foi esfaqueado na escola.

COM MOTORISTA É FÁCIL

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) recorreu à Justiça contra a suspensão de radares móveis para evitar uma "indústria de mortes". Para quem tem motorista pago pelo contribuinte, é fácil evitar multas.

PENSANDO BEM...

...dócil com países que também não gostam de Bolsonaro, a grande imprensa brasileira logo passará a defender a matança de baleias.

LULA VÊ BOLSONARO CERTO ATACANDO OS ADVERSÁRIOS

O ex-presidente Lula jamais dirá isso publicamente, mas advogados que o visitaram esta semana relataram seus elogios à estratégia do presidente Jair Bolsonaro de atacar diariamente os opositores e a imprensa. "Ele está falando para o público dele, seu eleitor", disse o presidiário, "e não tenta agradar quem já não gosta dele". Lula acha que, agindo assim, Bolsonaro manterá sua tropa de 35% do eleitorado.
Herculano
20/08/2019 08:02
A LONGA NOITE DO MEIO AMBIENTE, por JOel Pinheiro da Fonseca, economista e mestre em filosofia, no jornal Folha de S. Paulo

Queimar nosso patrimônio ambiental parece ser projeto do governo

O dia virou noite em São Paulo na tarde desta segunda (19). Meteorologistas explicam: além de nuvens carregadas, a terra da garoa recebeu a "pluma de fumaça" de queimadas e incêndios que ocorrem no Centro-Oeste, Paraguai e Bolívia. Sem recorrer a nenhuma revelação mística, esse breu em pleno dia é o presságio do que a política ambiental do governo nos reserva.

O incêndio que devastou 21 mil hectares no Paraguai é algo de proporções dantescas, mas as queimadas estão em alta acelerada inclusive no Brasil. Há um aumento de 70% nos núcleos de queimadas em comparação com 2018. Sinal de que a política do governo nessa área vem falhando?

Infelizmente não. Queimar nosso patrimônio ambiental parece ser projeto. O ministro Ricardo Salles segue firme no desmonte da estrutura nacional de fiscalização - Ibama, ICMBio - do desmatamento. A população não deixa de corresponder ao discurso que vem de cima. No dia 10, fazendeiros e grileiros do sul do Pará promoveram um "dia do fogo", produzindo queimadas em nível recorde. Um novo festejo cívico para uma nova era. Em Rondônia, o fogo que deixou Porto Velho imersa em fumaça já matou pessoas e obrigou aviões a desviar para Manaus.

Quando o governo é alertado da piora no desmatamento, faz o quê? Insinua que o Inpe está a serviço de "ONGs" (esse bicho-papão genérico que encerra discussões) e exonera o diretor do órgão.

A preservação da Amazônia nos interessa por vários motivos, como pela biodiversidade que ela guarda e pelo papel dela em garantir as condições climáticas que favorecem nosso agronegócio. E interessa também ao resto do mundo, que vai lentamente se conscientizando dos perigos do aquecimento global.

Imagine que bom seria se a preservação da selva brasileira fosse de tal maneira valorizada por países desenvolvidos que eles estivessem dispostos a nos dar dinheiro simplesmente para que não a devastássemos. Boa notícia: é exatamente isso que faz o Fundo Amazônia, grande vitória da diplomacia brasileira. A má notícia é que o descaso do governo com o meio ambiente é tal que Alemanha e Noruega já bloquearam os pagamentos ao fundo. São quase R$ 300 milhões que estamos jogando no lixo.

A reação do presidente até agora foi acusar a Noruega de matar baleias. Ok, verdade. Mas no que isso ajuda a Amazônia? Ao contrário do que disse Bolsonaro, a questão ambiental não é preocupação apenas de "veganos que só comem vegetais". Todos nós já sofremos - e sofreremos muito mais - os danos da ação humana predatória aos nossos biomas e ao clima da Terra. As secas que se acentuam em nosso país - aumentando as queimadas - são parte disso.

A coisa é tão grave que até os maiores nomes do agronegócio, como o ex-ministro da agricultura Blairo Maggi, dão voz à preocupação. Se continuarmos assim, a Europa erguerá barreiras à importação de nossa soja. Nem mesmo as pressões do capitalismo, contudo, convencem o governo a preservar a natureza.

Não temos muito tempo. A mudança climática vem a passos rápidos. O desmatamento da selva amazônica se aproxima do ponto sem retorno. Nosso território contém o maior patrimônio ambiental da humanidade. Ele pode ser ativo central de um desenvolvimento sustentável, de longo prazo, para todos ou pode ser queimado para garantir lucros de curto prazo para alguns, gerando uma catástrofe nacional e global irreversível. Mesmo quem apoia o governo deve apontar o descaminho grave de sua política ambiental. A noite cairá sobre todos nós.
Herculano
20/08/2019 07:58
A FERVURA NO PSL DE GASPAR

Continua alta a temperatura no relacionamento entre a cúpula do PSL de Gaspar e alguns de seus filiados dirigentes. Ontem, numa rede social, Demetrius Wolff, um dos primeiros filiados por aqui.

Ele escreveu estar decepcionado com as atitudes e composições da atual comissão provisória do partido e principalmente com o deputado Ricardo Alba, "padrinho" da comissão e articulador do partido por aqui. "Preferi perder honestamente do que vencer a qualquer custo com os velhos hábitos do toma lá dá cá, enganando o povo, principalmente os mais desprovidos".

A comissão reagiu com uma nota curta:

"Boa noite amigos. Lamentamos a saída do nosso filiado Demétrius, que foi um dos primeiros filiados do PSL de Gaspar. Mas, um grupo cresce e se mantém em torno de uma idéia. Pena que Demétrius pense que estamos fora do rumo traçado por nosso capitão Bolsonaro. Continuamos firme com nosso propósito da nova política, sempre presando pelo diálogo e respeito por todos. Abraços. A executiva".

Este assunto relatei aqui em colunas anteriores. Trata-se de uma acomodação interna num partido que surgiu quase que do nada, como um furacão, nas eleições de outubro do ano passado.

A política é histórica e tradicionalmente complicada em Gaspar. Por detrás deste episódio, estão interesses dos próprio PSL em se reafirmar como partido alternativo que quer ser protagonista nas eleições do ano que vem, e a natural dificuldade para isso, bem como o forte esquema de poder exercido pelo MDB e PP, por décadas, que diante de tantos erros quando no poder permitiu o PDC e o PT se alternarem como poder em Gaspar.
Herculano
20/08/2019 07:43
CENSURA EM CONSELHEIRO REPERCUTE FORA DA CELESC, por Moacir Pereira, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis

Ganhou repercussão dentro e for a da Celesc Distribuição a decisão do presidente Cleicio Martins de censura a veiculação do tradicional Boletim do Conselheiro que o representante dos empregados costuma enviar a todo o corpo funcional da estatal a título de prestação de contas.

De acordo com informações que circularam hoje na sede central, o presidente teria que houve um equívoco em sua decisão. Mas nenhuma foi emitida.

Na Assembleia Legislativa ate os deputados da base do governo estranharam a orientação do novo presidente, lamentando o fato e o desgaste politico.

Confira a íntegra da comunicado do conselheiro Leandro Nunes:
"Celesquianos

Infelizmente acabo de descobrir (porque não fui informado) que fui censurado pela direção da Celesc e PROIBIDO de mandar o boletim do conselheiro para os empregados da empresa através do e-mail corporativo. Uma atitude ditatorial e incompreensível, de quem não aceita o contraditório e quer impedir os trabalhadores de saber o que realmente acontece no Conselho de Administração da empresa. Estou tomando as medidas administrativas junto ao Conselho de Administração, políticas com os sindicatos e legais junto ao judiciário para que a voz dos empregados não seja proibida PELA PRIMEIRA VEZ NA HIST?"RIA de se comunicar com os trabalhadores. Aguardem mais informações. Um abraço, Leandro Nunes."
Herculano
20/08/2019 07:36
BOLSONARO QUER MINISTÉRIO PÚBLICO DóCIL E RETRóGADO; PLANO TEM TUDO PRA DAR ERRADO, por Ranier Bragon

Eventual êxito do presidente representará abalo a instituições e à própria democracia

O bolsonarismo sempre prometeu acabar com a mamata, a corrupção, o desvio, o malfeito e todo tipo de sinônimo de bandalheira que talvez nem a falecida UDN tenha conseguido catalogar.

Do discurso à realidade, porém, há todo um Grand Canyon que só quem habita a Mitolândia parece ignorar. Faltasse ainda algum comprovação disso, a novela para a indicação do novo procurador-geral da República estaria aí para completar a lacuna.

Por que, ó Jesus, o presidente procura emplacar uma mão amiga na chefia do Ministério Público Federal?

Até o PT, o maior batedor de carteiras das galáxias, na visão do bolsonarismo, sempre escolheu o mais votado pelos procuradores, que integram uma das instituições mais sérias e basilares da nossa democracia.

Jair Bolsonaro, por sua vez, dá sinais de que pode ignorar a lista tríplice. Não em nome de currículos mais robustos ou coisa parecida. Quer, na verdade, buscar quem aceite ao máximo vestir o figurino medievalista e, talvez mais importante, dê sinais de que atuará para que os paladinos da moralidade de palanque não sejam importunados por questõezinhas como laranjas podres, Queirozgate e outras histórias mal contadas.

E muita gente se esforçou no beija-mão palaciano para assim parecer.

O plano insulta a República e tem tudo pra dar errado. Para Bolsonaro ou para as instituições. Caso opte mesmo por um nome, digamos, polêmico, restará aos senadores e senadoras provarem que honram as calças e saias que vestem. Se se dobrarem a emendinhas e outras benesses e aprovarem a extravagância, terão o opróbrio como recompensa.

Mesmo nesse cenário, ressalte-se que o procurador-geral tem poder, mas irá enfrentar a decência de um sem-fim de colegas ciosos de suas biografias. E é sempre bom lembrar que os bajuladores têm o singular caráter de sempre serem os primeiros a colocar o pezinho pra fora do barco quando os ventos mudam.

O certo é que o atual processo tem sementes contaminadas que jamais poderão resultar em frutos sadios.
Herculano
19/08/2019 22:17
ATÉ QUE ENFIM, MAS O PASSADO CONDENA

Do senador Esperidião Amim Helou Filho, PP SC, no twitter:

Coerente do meu voto CONTRA a criação do Fundo Eleitoral no dia 4 de outubro de 2017, então deputado federal, mantenho a minha posição e votarei CONTRA o aumento do Fundo Eleitoral.
Herculano
19/08/2019 22:13
PT DOS RICOS

De Xico Graziano, no twitter:

Jatinhos financiados pelo BNDES de Lula espelham o âmago dos líderes do PT: fingem defender os pobres mas adoram o poder da grana. Discursam contra a miséria e adulam os ricaços. Tomam pinga mas gostam mesmo de whisky e charutos cubanos. São charlatões. Acabou. #PTnuncamais
Tony Silva
19/08/2019 18:52
Tony Silva/PSL

Prezado Herculano!

No último dia 17/08 (sábado), casualmente encontrei pessoas ligadas ao PSL de Gaspar (estavam divulgando o Partido e buscando novas filiações) fui muito bem recebido e tivemos uma boa "prosa". Na oportunidade, me foi feito convite para filiação. Entendo que ainda é cedo para definir essa questão, apesar de me sentir honrado com o convite. Portanto, continuo sem filiação partidária.
Agradeço o espaço para os esclarecimentos que se fazem necessários.
Forte abraço!
Tony Silva
Herculano
19/08/2019 17:24
"NÃO EXISTE SINUCA DE BICO COISA ALGUMA: SE BOLSONARO VETAR INTEGRALMENTE, O VETO CAIRÁ", por Diego Amorim, de O Antagonista.

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos) discorda de Major Olímpio, para quem Jair Bolsonaro está "em uma sinuca de bico" diante da decisão de vetar ou não a Lei de Abuso de Autoridade.

"Respeito o Major Olímpio, mas ele está enganado, ele construiu um falso dilema. Não existe sinuca de bico coisa alguma: se Bolsonaro vetar integralmente, o veto não cairá", disse ele a O Antagonista.

Guimarães lembrou que se o presidente da República vetar integralmente a nova lei- o que líderes de seu partido já disseram ser impossível -, o veto será avaliado, primeiramente, pelo senadores, uma vez que o projeto nasceu no Senado. Se o veto for mantido, conforme o regimento, ele nem precisará ser analisado pelos deputados.

Um detalhe importante: votação de derrubada de veto é nominal.

"Bolsonaro pode vetar tranquilamente a nova lei que o veto não será derrubado. Se houver maioria, entre os senadores, para manter o veto, a Câmara nem vota. A votação é nominal: todo mundo que for contra a Lava Jato terá de deixar sua digital. Ou seja, não há sinuca de bico, não há nenhum dilema."
Herculano
19/08/2019 17:17
da série: é impossível que o governo não esteja enxergando o óbvio e queira acabar com o agronegócio

AGENDA AMBIENTAL FAZ PARTE DE QUALQUER NEGóCIO, DIZ PRESIDENTE DA ABAG

Em entrevista ao jornal O Globo, Marcello Brito disse que se o setor não se enquadrar à agenda das mudanças climáticas ficará fora do jogo

Conteúdo da revista Globo Rural. O presidente da Associação Brasileira do Agronegócios (Abag), Marcello Brito, disse, em entrevista ao jornal O Globo, que o agronegócio deve se enquadrar na agenda das mudanças climáticas e da preservação da biodiversidade ou ficará "fora do jogo". Em entrevista publicada na edição deste sábado (17/8) do jornal O Globo, Brito reconheceu "muito anos atrás" o setor estava mais relacionado ao desmatamento e que hoje "isso não cabe mais".

"A agenda ambiental hoje faz parte de qualquer negócios. É indissociável. A grande maioria dos empresários do setor já enxergou que a agenda ambiental da nova geração é completamente diferente da nossa. Ou a gente se enquadra nessa nova agenda mundial de mudanças climáticas e preservação da biodiversidade ou ficará fora do jogo", disse.

Executivo da Agropalma, maior processadora brasileira de óleo de palma, Marcello Brito estimou que reduzir o desmatamento ilegal em 50% terá impacto positivo para a imagem do Brasil, o que pode significar acesso a mercados. Para o presidente da Abag, é preciso mudar o discurso de que, se o Brasil não participar do mercado, ninguém vai ter produtos. Porque, a partir do momento que o espaço é deixado, será preenchido por outro concorrente.

"O Brasil não é uma ilha paradisíaca produtora de alimentos para o mundo. A gente tem vários outros países que também tem condições", afirmou. "A gente precisa saber acessar os mercados de uma forma mais profissional", argumentou o executivo.

Em relação à agenda ambiental do governo do presidente Jair Bolsonaro, Brito avaliou que talvez, estejam sendo tomadas decisões sem as devidas informações sobre como o mundo está avaliando a situação do Brasil. Elogiando a atuação dos ministros da Agricultura, Tereza Cristina, e da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ponderou, no entanto, que seria ruim acreditar que todo o governo é incompetente. E que a realidade terá mais peso do que a simples retórica.

Questionado sobre se concorda com o discurso oficial, de que há uma paranóia ambiental no exterior, Marcello Brito argumentou que os problemas relacionados ao meio ambiente são apontados pela ciência. E acrescentou que há a necessidade de se quebrar paradigmas nos atuais modelos de desenvolvimento.

"Se você é negacionista, pode achar que é paranoia, mas eu sou engenheiro de formação, acredito na ciência. E 99% dos climatologistas afirmam categoricamente a interferência humana nas mudanças climáticas. Prefiro estar ao lado da ciência que traz benefícios para o ser humano", disse ele, acrescentando que que o Código Florestal não é um bloqueador, mas um impulso ao desenvolvimento e que pode ajudar a mudar esses paradigmas.

Mesmo dizendo acreditar que a realidade vai se impor à retórica política, o presidente da Abag alertou, na entrevista, que a postura atual pode colocar em risco, por exemplo, o recém-fechado acordo Mercosul e União Europeia. E que é preciso um "entendimento civilizado" para dar andamento ao acordo. E sinalizou o temos de embargos de outros países por conta da questão ambiental.
Herculano
19/08/2019 17:08
da série: alguma coisa não cheira bem

"É UMA COISA IMUNDA O QUE ESTÃO FAZENDO COMIGO"

Conteúdo de O Antagonista.Cotado para ser o próximo procurador-geral da República, Antônio Carlos Simões Martins Soares disse à Veja que está sendo vítima de uma campanha "imunda" de difamação.

"É uma vergonha, uma coisa imunda o que estão fazendo comigo. Quando querem perseguir, tentam construir factoides. Vou rebater todas as acusações com provas, vou reunir certidões e vou levar para a sabatina. Não tenho nada que macule minha história", afirmou o subprocurador.

Soares também disse que não foi apadrinhado por Flávio Bolsonaro e pelo advogado Frederick Wassef.

"Não conheço esse advogado Frederick Wassef e só conversei com Flávio há coisa de 20 dias. Minha candidatura vem dos militares. Fiz Escola Superior de Guerra. Meu apoio vem do Judiciário fluminense em peso. Dos ministros do STJ e do STF. Tenho três ministros do Supremo que já declararam apoio ao meu nome."
Herculano
19/08/2019 13:00
A LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE REVELA QUE JUÍZES NÃO CONFIAM EM JUÍZES, Itamar Garcez, em Os Divergentes

Qual o trabalhador que não bate ponto, tem três meses de férias por ano, não presta contas a ninguém, decide quando e se vai trabalhar, nunca é cobrado por produtividade no trabalho, pode ficar indefinidamente com uma tarefa sobre a mesa, pode decidir que uma tarefa nova tem prioridade em relação a uma tarefa antiga, caso cometa um delito grave é compulsoriamente aposentado com salário integral e, muitas vezes, recebe salários acima do teto constitucional?

Acertou quem marcou juízes. Procuradores, de um modo geral, desfrutam das mesmas regalias. Ah, faltou dizer: a turma da toga pode ficar indefinidamente nesta condição sem nunca ser demitida.

Certa vez, uma experiente servidora do Senado descreveu-me sua definição de senadores. "São entidades. Cada um é uma entidade, diferente do que acontece na Câmara".

Sim, parlamentares federais são muito poderosos. Mas não têm as regalias disponíveis àquelas duas categorias do serviço público.

Poder eterno

A principal diferença, sem dúvida, é vitaliciedade ?" ou seja, o poder eterno. Deputados e senadores têm mandato, dependem do escrutínio do eleitor para continuarem em suas atividades.

Quem se queixa de um parlamentar deve, antes, queixar-se dos eleitores que o elegeram, pois ninguém (tirante os suplentes de senadores) chega ao Legislativo a pé. Já juízes e procuradores, depois de passarem por uma única prova na vida, serão eternamente... juízes e procuradores. Uma vez empossados, empossados ficarão.

Esta condição coloca os membros do Judiciário e do Ministério Público num pedestal inalcançável aos demais brasileiros. Até bem pouco temo, sequer cogitar-se-ia um questionamento como este texto. Era melhor não mexer com os doutores da lei.

Diante deste poder incomensurável que desfrutam, juízes e procuradores, com o apoio de delegados e policiais militares, insurgiram-se contra a Lei de Abuso de Autoridade. Como se autoridades não cometessem abusos.

Quem, leitor, desconhece um caso de abuso de um servidor, por menos poder que tivesse o barnabé em sua repartição? São muitos e são rotineiros.

Quem, leitora, nunca leu aquelas placas intimidadoras? "É crime desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela".

E a tal da "fé pública"? De acordo com este princípio, servidores não erram, não mentem, não cometem deslizes. Se dizem que você, cidadão, errou, você errou; c'est fini.

Nada tema

De qualquer jeito, mesmo que o capitão-mor Jair Bolsonaro resolvesse sancionar integralmente o texto aprovado pela maioria da Câmara e do Senado ?" o que não deve acontecer -, servidores públicos não tem com o que se preocupar. A menos que desconfiem dos juízes de nossa terra.

"Se o cidadão se sentir abusado pelo Estado
sua única opção será recorrer... ao Estado".
No alvoroço que se forma em torno da Lei de Abuso de Autoridade, esqueceu-se o óbvio. Quem vai julgar se houve abuso não são os parlamentares.

Os próprios juízes, dotados de acentuado esprit de corp, julgarão seus pares. Ou seja, juízes decidirão se juízes e demais servidores públicos abusaram da patuleia. Além disso, procuradores farão o juízo de que abuso denunciar.

A não ser que se desconfie do equilíbrio, lisura, equidistância e senso de justiça dos magistrados e procuradores desta terra que Camões esquivou-se de registrar em seu Lusíadas, nada há o que temer. Como aquele bordão de Lost in the Space, "Nada tema. Com juízes, não há problema".

O outro lado

Se vingar, a nova lei vai preencher uma lacuna, como bem registrou o editorialista do Estadão de sexta, 16. "Já havia no Direito brasileiro o crime de desacato à autoridade. Faltava o outro lado ?" o crime de abuso de autoridade".

Enfim, o projeto aprovado pelo Congresso Nacional terá, pelo menos, um mérito. Estabelecer alguma proteção ao cidadão, mais fraco, contra o Estado, mais forte.

A choldra, porém, continuará refém do Estado gigamenso, invasivo e dominador. Se se sentir abusada pelo Estado sua única opção será recorrer... ao Estado.
Herculano
19/08/2019 12:52
MORO SE RECUSA A REVELAR DOCUMENTOS QUE DEU A BOLSONARO SOBRE LARANJAS

Pedido foi feito via Lei de Acesso à Informação pela Folha; presidente declarou que o ministro repassou dados

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rubens Valente, na sucursal de Brasília. Em resposta a um pedido feito pela Folha pela Lei de Acesso à Informação, o gabinete do ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) se recusou a divulgar cópia da documentação que, segundo o presidente Jair Bolsonaro declarou numa entrevista coletiva no Japão, em junho, o próprio ministro lhe repassou.

Os documentos tratariam da investigação da Polícia Federal que estava sob sigilo a respeito de candidaturas laranjas do PSL.

Procurada com o mesmo pedido, a Presidência também se recusou a fornecer a documentação, sob o argumento de que a solicitação era "uma duplicata" e que o Ministério da Justiça e Segurança Pública é que responderia.

Revelado pela Folha no início de fevereiro, o caso dos laranjas do PSL, partido de Bolsonaro, é alvo de investigações da PF e do Ministério Público em Minas e em Pernambuco e levou à queda do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que comandou o partido em 2018.

A Polícia Federal vê indicativos de participação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em um suposto esquema que direcionou verbas de campanha eleitoral para empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara.

Em 27 de junho, a PF deflagrou uma operação para investigar o assunto e prendeu um assessor de Antônio. Um dia depois, quando concedeu uma entrevista coletiva em Osaka, no Japão, Bolsonaro foi indagado sobre o assunto. O presidente respondeu: "Ele [Moro] mandou a cópia do que foi investigado pela Polícia Federal pra mim. Mandei um assessor meu ler porque eu não tive tempo de ler".

O caso, entretanto, tramita sob segredo na 26ª Zona Eleitoral de Minas Gerais, em Belo Horizonte. No início de julho, em resposta a perguntas da Folha, o Ministério da Justiça enviou duas notas.

A primeira, no dia 2, confirmou que "o presidente da República foi informado sobre o andamento das investigações em curso".

Depois, no dia 5, a pasta afirmou que "informações que inclusive já haviam sido divulgadas amplamente na imprensa foram repassadas ao presidente. Nenhuma peça ou informação processual que pudesse comprometer o sigilo das investigações ou que já não estivesse amplamente disponível à imprensa foi repassada".

A reportagem então pediu acesso à documentação enviada por Moro a Bolsonaro. Foram feitos dois pedidos simultâneos pela Lei de Acesso, um na Presidência e outro no ministério.

A resposta de Moro foi encaminhada no último dia 8, 33 dias depois do protocolo do pedido. Ela foi redigida pelo SIC (Serviço de Informações ao Cidadão) do gabinete do ministro e diz apenas que "já houve manifestação oficial do Ministério da Justiça e Segurança Pública acerca do assunto".

É uma referência à segunda nota divulgada pela assessoria de comunicação do ministério. A nota, porém, não traz cópia de nenhum documento e contradiz o que afirmou o próprio Jair Bolsonaro na entrevista coletiva em Osaka, quando disse que Moro repassou-lhe "a cópia do que foi investigado pela Polícia Federal".

A resposta da Presidência afrontou os prazos estabelecidos pela Lei de Acesso, de 2012. Ela diz que os órgãos públicos têm 20 dias para a resposta, prazo que pode ser prorrogado por mais dez dias. Sem nada prorrogar, a Presidência só encaminhou a resposta no último dia 8, também 33 dias depois do protocolo inicial. Nesse período, a Presidência repassou a demanda da reportagem para a Secom (área de comunicação), para o ministério e de novo para a Secom.

Ao final, a pasta disse que o pedido era uma duplicata e que ele já havia sido respondido pelo órgão. No sistema de consulta dos pedidos da Lei de Acesso à Informação, o pedido originalmente protocolado na Presidência agora aparece vinculado ao Ministério da Justiça.

A Folha recorreu das respostas encaminhadas pelo gabinete de Moro e da Presidência, que agora têm até esta segunda-feira (19) para a resposta.

No recurso ao ministério, a reportagem observou que a resposta "não tem nenhuma relação com o objeto do pedido", que uma nota à imprensa é apenas uma manifestação formal para os jornalistas, enquanto o requerente solicita acesso aos documentos enviados por Moro ao presidente da República, como o próprio Bolsonaro reconheceu publicamente.

O recurso afirmou ainda que não cabe ao ministro da Justiça obstar acesso à documentação, uma ação que configura apenas descumprimento da Lei de Acesso à Informação. No recurso direcionado à Presidência, a Folha pontuou que o pedido original era para aquele órgão, e não para o Ministério da Justiça, para onde acabou depois direcionado à revelia.

O recurso pontuou ainda que o pedido diz respeito ao documento recebido pelo presidente Bolsonaro, como ele admitiu na entrevista coletiva em Osaka. Portanto, em tese há uma cópia da documentação na Presidência e caberia a ela encaminhá-la à reportagem, não ao ministério.
Herculano
19/08/2019 12:47
REAÇÃO DE INSTITUIÇõES É FUNDAMENTAL PARA FREAR INTERFERÊNCIA PRESIDENCIAL, por Leandro Colon, diretor da Sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Não há brecha para garrancho na caneta de Bolsonaro

Os ministros do governo Bolsonaro estão apavorados, segundo palavras do próprio presidente. Começa a bater o desespero na Esplanada com a falta de dinheiro.

Enquanto isso, servidores públicos da Receita e da Polícia Federal reagem aos movimentos de interferência do chefe da República em postos estratégicos dos dois órgãos.

Em mensagem aos colegas, o delegado de alfândega do Porto de Itaguaí (RJ), José Alex Nóbrega de Oliveira, um dos alvos da pressão palaciana, afirmou que "existem forças externas que não coadunam com os objetivos de fiscalização" da Receita.

O presidente da ADPF (Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal), Edvandir Felix de Paiva, declarou que Bolsonaro expõe a PF ao descrédito quando mete o dedo na nomeação de superintendentes.

No Congresso, diante do atropelo por parte do presidente, parlamentares articulam acelerar a PEC que dá autonomia administrativa à polícia vinculada hoje ao Ministério da Justiça, sob as ordens de Sergio Moro.
Um parecer de consultores do Senado afirma que a nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro pelo pai para ser o embaixador do Brasil nos EUA seria uma prática de nepotismo.

O presidente tem postergado a oficialização da indicação do filho para Washington até que tenha uma certeza de que não passará o vexame da derrota no plenário do Senado.

Hoje, a aposta entre senadores é a de que a escolha tem mais chances de passar do que ser negada. No entanto, o fantasma do fracasso emite sinais em meio ao clima de desgaste contaminado por episódios recentes fabricados pelo próprio Bolsonaro.

Ele disse que não será um presidente "banana". "Quem manda sou eu", declarou sobre as trocas na PF.

Pouco depois, amenizou o tom. Provavelmente terá de segurar também seu ímpeto sobre a Receita. Vai precisar baixar a bola para emplacar o filho nos EUA e agir para evitar um apagão danoso nas contas do país.

A reação das instituições é importante para frear a caneta presidencial, sem brecha para garranchos.
Herculano
19/08/2019 12:44
LULA VÊ BOLSONARO CERTO ATACANDO OS ADVERSÁRIOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O ex-presidente Lula jamais dirá isso publicamente, mas advogados que o visitaram esta semana relataram seus elogios à estratégia do presidente Jair Bolsonaro de atacar diariamente os opositores e a imprensa. "Ele está falando para o público dele, seu eleitor", disse o presidiário, "e não tenta agradar quem já não gosta dele". Lula acha que, agindo assim, Bolsonaro manterá sua tropa de 35% do eleitorado.

PT FEZ O INVERSO

Para o petista condenado por corrupção, ao contrário de Bolsonaro, o PT ignorou as bases e mudou o discurso quando chegou ao governo.

PLANALTO DESCONFIA

Assessores de Bolsonaro desconfiam do elogio de Lula. "Ele quer ver o circo pegar fogo", disse um ministro com gabinete no Planalto.

PT DESIDRATOU

O candidato derrotado Fernando Haddad teve em 2018 7,5 milhões de votos a menos que Dilma Rousseff conquistou em 2014.

DEVE PIORAR EM 2020

Nas últimas eleições municipais, o efeito anti-PT foi ainda mais grave: o partido de Lula venceu 630 municípios em 2012 e só 256 em 2016.

BOLSONARO ESTADISTA? 'NUNCA SEREI ISSO, TALKEI?'

Após 28 anos de mandato parlamentar, o presidente Jair Bolsonaro sempre rejeita qualquer tentativa de auxiliares, inclusive militares, de convencê-lo a evitar declarações polêmicas, que frequentemente geram novas crises. Quando ouviu um auxiliar muito próximo sugerir "comportamento de estadista", Bolsonaro deu uma gargalhada e, com seu jeito gozador, deixou tudo bem claro: "Nunca serei isso, 'talkei'?"

ESSE AÍ NÃO SOU EU

Nesta sexta (16), Bolsonaro voltou a marcar distância do modelito que muitos imaginam nele: "Eu não sou politicamente correto e ponto final!"

TIRO NO PÉ

A espontaneidade, melhor atributo de Bolsonaro, está sendo usada contra ele, avaliam marqueteiros, após cada declaração à imprensa.

ASSESSOR DELE MESMO

Bolsonaro não dá ouvidos a assessores de imprensa. Não os respeita, como desdenha de marqueteiros. Confia mais no próprio taco.

NÚMEROS PARA OTÁRIO VER

ONGs criadas para arrancar dinheiro de europeus otários voltaram a divulgar dados alarmantes sobre "desmatamento" da Amazônia. Se esses números fossem corretos já não haveria matas no Brasil - que, aliás, conserva intacta 94% da Amazônia, segundo o Banco Mundial.

DEPOIS NÃO RECLAMEM

Os deputados federais do Novo apelaram ao tapetão do Supremo Tribunal Federal para anular a votação da Lei de Abuso de Autoridade. Depois reclamam de "interferência indevida no Legislativo".

DESMENTIDO NÃO É MANCHETE

A Polícia Federal confirmou a suspeita do presidente Jair Bolsonaro de que o líder indígena Emyra Waiãpi, no Amapá, não foi assassinado. A PF informou que não há "lesões de origem traumática" e nem facadas.

NA GELADEIRA

Davi Alcolumbre ainda mantém na "geladeira" nove nomeações de embaixadores encaminhadas pelo Palácio do Planalto. O presidente do Senado faz ouvidos de mercador aos apelos do Itamaraty.

ELES SÃO MAUS PARCEIROS

Sob Kirchner, Nestor ou Cristina, a Argentina sempre foi mau parceiro, desrespeitando regras do Mercosul e descumprindo contratos. Sempre que essa dupla ficava em baixa nas pesquisas, fazia bravatas contra o Brasil, independente de quem fosse o presidente brasileiro.

DROGAS EM NÚMEROS

Segundo dados do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, em um ano o Brasil apreendeu 48 mil quilos de cocaína e 350 mil quilos de maconha. Foram 1.120 mortes relacionadas ao uso; 55% por overdose

HONRARIA SEM DIPLOMA

Nesta segunda (19), completam-se os 58 anos do episódio onde Jânio Quadros condecorou (sem entregar medalha ou diploma) o mítico Ernesto "Che" Guevara com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.

MAL COMEÇOU O JOGO

Além da lei de Abuso de Autoridades (2017), desde o início do segundo semestre três projetos foram aprovados no Congresso e aguardam sanção presidencial. Apenas um deles foi elaborado em 2019.

PERGUNTA NAS ONGS

Os problemas ambientais do Brasil desapareceram entre 2003 e 2016?
Herculano
19/08/2019 12:30
QUERIDA, ENCOLHI O MORO, por Vinicius Mota, secretário de Redação do jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro, mensagens vazadas e barbeiragens políticas levaram ministro à lona

Sergio Moro, que entrou no governo como um Super-Homem, foi reduzido a Homem-Formiga.

Aos que gostam de reordenar o passado conforme os acidentes do presente, pode ter parecido uma jogada sagaz de Bolsonaro. Afinal, ele primeiro atraiu e logo estrangulou um forte adversário na corrida de 2022.

Na fase do flerte, Jair ofereceu a Sergio o Coaf, o vigia das transações financeiras. Na do estranhamento, cedeu facilmente a agência à Economia e agora, na da asfixia, prepara sua entrega ao Banco Central, com a degola do servidor que Moro havia colocado na chefia do órgão.

Ocorreu algo parecido com as medidas legislativas preconizadas pelo ex-juiz para combater o crime e a corrupção. O presidente vendeu apoio prioritário antes da largada, mas entregou desdém pouco depois.

A "paz curitibana", que prometia reger a relação entre o ministro da Justiça e o comando da Polícia Federal, também foi perturbada pelo mandonismo do Planalto. O efeito foi como criptonita para o Homem de Aço.

Tanto maquiavelismo, convenha, não combina com as faculdades intelectuais de Bolsonaro. Mais plausível é que uma combinação de fatos, nem todos sob o seu domínio, tenha estimulado adaptações na sua conduta presidencial, o que concorreu para o esmagamento de Moro.

Nesse processo, Bolsonaro descobriu que a autonomia de órgãos de fiscalização como a PF, a Receita e o Coaf ameaça o seu círculo familiar. Encontrou aliados circunstanciais, caso do presidente do Supremo Tribunal Federal, interessados em podar as asas de agências de controle.

O escândalo das mensagens da Lava Jato escancarou abusos de autoridades investigativas e do próprio Moro. O ministro, no contra-ataque aos hackers, enfiou o pé na jaca dos procedimentos não republicanos.

Sergio Moro beijou a lona, de onde dificilmente vai se reerguer. Resta saber até onde chegará o colossal consórcio que bolina as organizações estatais de fiscalização, agora reforçado pelo presidente da República.
Herculano
19/08/2019 12:27
MAL ASSESSORADO

O presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, posta um vídeo 'na Noruega', mas cenas de caça e matança de baleias são na Dinamarca. O objetivo era o de mostrar as contradições de quem quer interferir na política ambiental brasileira.Pelo jeito...
Herculano
19/08/2019 12:23
da série: o Brasil dos bandidos

A DERROTA ANUNCIADA DO PACOTE ANTICRIME

Conteúdo de O Antagonista.Já há maioria para derrotar o pacote anticrime de Sergio Moro.

Segundo a Folha de S. Paulo, Margarete Coelho, do PP, "pode assumir a relatoria e elaborar um novo parecer a ser levado ao plenário.

O texto, construído em consenso com a ala majoritária do grupo, cria, por exemplo, a figura do juiz de garantia e derruba o excludente de ilicitude".
Herculano
19/08/2019 12:21
A DECEPÇÃO DOS AMIGOS

Do MBL - Movimento Brasil Livre -, no twitter:

Dia 26 de maio era COAF com Moro, reforma de 1 tri, pacote anticrime e CPI Lava Toga. 4 meses depois, COAF, que não investiga mais, tá indo pro BC, reforma desidrata por acordos do governo, Bolso pede para segurar anticrime e tem PSL que não assina CPI Lava Toga. O que aconteceu?
Herculano
19/08/2019 12:18
O TURISTA, O VÍRUS E O PATO, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, ensaísta e professor, no jornal Folha de S. Paulo

Entre fazer do consumidor um vírus ou um pato, eis a armadilha do turismo

O mercado de turismo tem suas contradições, como todo mundo. À medida que cresce, o turismo vai produzindo formigueiros à velocidade da luz. Criando espaços intragáveis devido ao acúmulo de pessoas que vão ascendendo ao consumo do turismo. À medida em que se torna democrático, o turismo transforma o mundo numa grande Praia Grande ou em um imenso churrasco na laje. Nem o Everest escapa ao paradigma da viagem brega como ontologia.

Sim, eu sei. Os inteligentinhos dirão que sou elitista. Mas não me interesso pelo que eles pensam. Mas, sim, evidentemente, a contradição do mercado do turismo é esta mesma: para crescer tem que ampliar o alcance. Para tal, tem que trazer mais gente para o barco, para o hotel, para o avião, para as geleiras, para os desertos, para as ruínas, enfim, transformar o mundo numa grande Praia Grande.

Claro que os agentes que atuam nesse mercado seguem a rota clássica de buscar desenvolver produtos que encontrem um espaço mínimo para as pessoas respirarem fora desse imenso churrasco na laje em que se transformou o mundo depois que o mercado do turismo virou farofa.

Mas, existem outras contradições nesse mercado, e que não estão apenas ligadas à oposição entre o consumo em escala e o de luxo. Uma delas é o modo como se dá a relação entre o turista e o lugar que ele visita. Ela pode ser destrutiva num sentido de mão dupla. Vejamos.

Num primeiro sentido, o local visitado pode viver sua transformação num destino turístico como uma cidade invadida por uma praga de gafanhotos. Turistas, na condição natural de idiotas fora de seu próprio habitat, facilmente se põem a destruir o espaço que visitam, produzindo lixo, sujeira, barulho, inflação dos preços, consumismo. Podem mesmo implodir a estrutura feita para recebê-los. Há uma ansiedade de gozar no turista que pode fazer dele um vírus.

São muitos os exemplos de cidades no mundo que tentam evitar esse vírus. Praias são destruídas por esse vírus. Mas ?"e é por isso mesmo que se trata de uma contradição estrutural do mercado, e não vejo solução pra ela?", é justamente esse efeito viral que gera dinheiro, riqueza, economia, emprego. O turista é um gastador por natureza, e, por isso mesmo, ela gera riqueza fácil para quem o recebe. A França bem sabe disso. A Turquia também. E Portugal, recentemente, também. Logo, a Lua sofrerá os efeitos desse vírus. Mas, quem em sã consciência no Rio ou em Salvador abriria mão da praga do turismo?

Mas, há o sentido contrário dessa relação entre o turista e o destino que o recebe. Se acima acabamos de descrever o turista na sua dimensão negativa, a de um idiota fora de seu habitat, produtor de lixo, barulho, sujeira e afins, há uma outra dimensão desta relação, na qual o turista é a vítima da estupidez de quem o recebe.

O turista é visto, muitas vezes, pelas pessoas que usufruem de seu investimento em viagens, como um pato a ser frito. Por ser ele mesmo alguém com vocação a viver a condição de um idiota fora do seu habitat natural, o turista é visto como um pato pronto para ser acharcado.

Ao invés de ver nele alguém que traz riqueza, trabalho, futuro, economia para a população que o recebe, ele é tratado como objeto de ganância, a mais vil e imediatista. O gringo é a bola da vez.

A ideia é tirar todo o dinheiro desse pato, oferecendo a ele o mínimo de retorno possível. E nesse sentido, a recepção do turista se faz predatória de si mesma. Mas, como o mundo é grande, e a vocação a ser idiota e pato do turista é um fato (a busca de diversão, comida e sexo faz de qualquer pessoa uma presa fácil), sempre haverá espaço para muitos dos profissionais que lidam diretamente com o turista nas ruas tratá-lo como alguém a ser acharcado.

Entre o destino de fazer do seu consumidor um vírus ou um pato, eis a armadilha do mercado do turismo (ainda que o turista seja um vírus ou um pato "espiritual" ou de luxo). Nem o marketing nem o branding são capazes de responder a esse desafio porque a vocação dessas disciplinas é, justamente, investir nesta condição de vírus ou de pato.
Miguel José Teixeira
19/08/2019 11:41
Senhores,

Na mídia:

"Lula acha certa estratégia de Bolsonaro de atacar os adversários todos os dias"

Caso o Senhor Presidente siga esse conselho do presidiário lula, acabará defenestrado, tal qual o foi a dilmaracutaia, "a impichada". . .
Miguel José Teixeira
19/08/2019 11:13
Senhores,

. . ." No STF, há ministros ?" hoje seriam maioria ?" que veem no inciso LVII do artigo 5º da Constituição uma garantia de que nenhum condenado pode ser preso sem autorização do Supremo.

Ninguém precisa de "notório saber jurídico" para perceber que se trata de uma interpretação descabida.". . .

A lei a favor do crime?

Por Plácido Fernandes Vieira, hoje -19/08/19, no Correio Braziliense

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava-Jato, responde a processo administrativo, apresentado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, no Conselho Nacional do Ministério Público, por ter dito, em entrevista, que algumas decisões de ministros do STF passam mensagem de leniência a favor da corrupção. Essa sensação não é apenas de Dallagnol. É um sentimento que já foi publicamente expressado por multidões em manifestações nas ruas do país. É verdade que a Corte não pode decidir com base na pressão popular. Mas não deve, igualmente, agarrar-se a certas interpretações da lei que tornam impossível a punição a criminosos e, em consequência disso, causam danos perversos à sociedade.

Desde o início da Lava-Jato, operação de combate à corrupção da qual Dallagnol é o coordenador, existe imenso desconforto das grandes bancas advocatícias que atuam na defesa de criminosos do colarinho-branco. Em geral, políticos e empresários que sempre gozaram de impunidade no país. A punição a esses larápios começou no julgamento do mensalão. Mas tomou grandes proporções com a Lava-Jato, da qual o então juiz Sérgio Moro se tornou a principal referência, com reconhecimento nacional e internacional. A força-tarefa acabou com a farra dos que roubavam bilhões dos cofres públicos e nunca pagavam pelo crime.

No STF, há ministros ?" hoje seriam maioria ?" que veem no inciso LVII do artigo 5º da Constituição uma garantia de que nenhum condenado pode ser preso sem autorização do Supremo. Ninguém precisa de "notório saber jurídico" para perceber que se trata de uma interpretação descabida. Basta saber ler. Veja o que diz o inciso: "Ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado da ação penal condenatória". Ora, quem julga ação penal de réus sem foro privilegiado são a primeira e a segunda instâncias. Esgotados os recursos no segundo grau de jurisdição, e é assim em praticamente todo o mundo civilizado, inicia-se o cumprimento da pena. Depois disso, o que há são recursos extraordinários ao STJ e ao STF, que apenas julgam se a lei foi aplicada corretamente.

Observem, no artigo 5º, que o inciso LVII não fala de prisão. Sabe por quê? Porque o assunto é tratado em outro inciso, o LXI, que dispõe: "Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada do juiz, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei". Ou seja: mais uma vez, ninguém precisa de erudição jurídica para entender: o que a Constituição, de fato, estabelece é que o juiz, desde que haja fundamento, pode decretar a prisão em qualquer instância. E era assim que funcionava no Brasil: cada juiz decidia se era o caso de um réu ir pra prisão. O STF mudou o entendimento, pela primeira vez, em 2009, livrando da cadeia um rico fazendeiro que deu cinco tiros num suposto amante da mulher. Em 2014, após o então ministro Teori Zavaski demonstrar o absurdo da impunidade eterna, o STF, por 7 x 4, retomou a jurisprudência da prisão em segunda instância. Desde a prisão de Lula, tenta-se derrubar a prisão após o segundo grau de jurisdição. Agora, com a Lava-Jato sob ataque, é maior o risco de retrocesso, para a alegria de grandes bancas de advocacia e dos ladrões de colarinho-branco.

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.