12/07/2018
A CASA LAR VAI FECHAR I
A Casa Lar Sementes do Amanhã, de Gaspar, que atende crianças em vulnerabilidade de zero a doze anos e que já foi modelo nacional de abrigamento provisório, vai fechar. A gestão de Kleber Edson Wan Dall, MDB, vinha cozinhando o assunto e desgastando propositalmente o relacionamento com a administradora da Casa, a ONG Grupo de Apoio a Infância e Adolescência – Gaia. O local foi uma doação da Bunge, na Rua Olga Bohn, existe desde 2006 e hoje abriga apenas seis crianças: duas de Ilhota e quatro de Gaspar. Ela já acolheu 40 crianças. No início do governo Kleber, 17 estavam nela.
A CASA LAR VAI FECHAR II
Dois fatores foram importantes para o fechamento que se dará já no dia 25 de julho. A primeira é a “economia” que Kleber quer fazer nesta área e a pouca importância que ele deu para o assunto ao nomear o secretário de Assistência Social, Ernesto Hostin, cuja identificação com a área é nula, a não ser de ter sido seu ex-assessor parlamentar quando Kleber era vereador, ser evangélico e presidente do PSC. A segunda, está relacionada à política praticada do próprio Ministério Público que cuida do assunto e que no passado, já foi motivo de disputas que foram parar no noticiário nacional no caso da juíza Ana Paula Amaro da Silveira, defensora desse modelo. O abrigamento não é mais visto como solução e se tenta ao máximo, usar formas alternativas de inserção dessas crianças às próprias famílias.
CASA LAR VAI FECHAR III
Ofício do presidente do Gaia, Marcos Alexandro da Silva, enviado no dia seis de junho ao prefeito, mostra que Kleber agiu propositadamente para esvaziar a Casa Lar desde que ele assumiu a prefeitura. Há um ano e meio estão “dialogando” para “renovar” o convênio. Em fevereiro deste ano, uma minuta do contrato entre a prefeitura e o Gaia, assinada pelo Gaia, enviada à prefeitura, mesmo cobrada houve silêncio sobre o mesmo até agora. Foi aí que o Gaia resolveu pedir providências para substitui-lo depois de 12 anos de gestão. A Casa Lar Sementes do Amanhã se mantinha quase somente com doações da comunidade.
CASA LAR VAI FECHAR IV
A prefeitura se sentiu aliviada com a decisão do Gaia e teme a repercussão pública. Todos evitam tocar nesse assunto. É provável que as seis crianças sejam recoladas em lares acolhedores – ou o Lar das Meninas, que vai de 12 a 18 anos - com ajuda do Ministério Público e do juizado da Infância e Adolescência. Para um especialista contatado pela coluna, o abrigo é uma deformação daquilo que não funciona na Assistência Social. “Gasta-se demais nos abrigos e investe-se pouco nos atendimentos de baixa complexidade. A Assistência Social funciona na mesma lógica do SUS. O Posto de Saúde, seria o CRAS na Assistência Social. A Policlínica seria o CREAS e o Hospital os abrigos para crianças e adolescentes. Como o serviço público de base e média complexidade não funciona, os abrigos estão sempre cheios”. Mais um retrato das prioridades erráticas, falta de transparência e curiosos tocando às políticas públicas do atual governo. Acorda, Gaspar
TRAPICHE
Como são os políticos que estão no poder (em todos os níveis) e agora estão entre nós pedindo os nossos votos com promessas de que são a solução de um Brasil, Santa Catarina, Gaspar e Ilhota melhores.
Falta dinheiro para segurança, saúde pública, educação de qualidade, obras essenciais e de infraestrutura como a duplicação da BR 470, prometida há décadas e que acaba de sofrer novos cortes naquilo que já estava escasso e cortado. Incrível.
Esses mesmos políticos (com seus cabos prefeitos e vereadores) que fazem propaganda de migalhas que trazem, votaram montanhas para eles fazerem campanha política neste ano e se reelegerem numa oligarquia política sem fim: R$1,7 bilhão e que se somou ao fundo partidário de R$800 milhões anuais.
Essa dinheirama que falta a tudo e ao mínimo, saiu exatamente dessas obras que se arrastam, mas que prometem que se eleitos “novamente”, vão “arrumar” verbas para terminá-las, como as filas nos postos de saúde, dar mais creches, mais segurança... Você acredita?
Esses mesmos políticos, têm um orçamento no Congresso (Câmara, Senado e seus milhares de funcionários de todos os tipos) de R$10,5 bilhões por ano. Ou seja, eles gastam em torno de R$29 milhões por dia, ironia, quantia parecida que cortaram da BR 470 para o ano todo para atender outras situações.
Eles estão atrasando o desenvolvimento de uma região que dizem representar. Aumentaram os custos dos produtos daqui na competitividade estadual. Apostaram, de fato, no atraso e até mesmo na morte dos cidadãos.
Você acredita nesse mimimi da bancada parlamentar catarinense, em pleno ano de campanha eleitoral que está se “esforçando” para não cortar as escassas verbas daqui?
Você já olhou para as votações deles nos quatro anos contra as reformas que diminuiria o estado, cortaria os gastos e colocaria o orçamento sob controle para se garantir investimentos? Vamos até pagar os “gatos” de energia de estados do Norte.
Se os mesmos deputados e senadores continuarem lá, os gastos só aumentarão e às disponibilidades de verbas para obras, educação, saúde e segurança diminuirão. Eles disfarçam com as emendas que trazem para fazer campanha, discurso e fotos com papelinhos.
E tem gente na imprensa que serve a este papel que beira ao crime, inclusive o de fazer um suposto ranking de quem mais trouxe migalha para Gaspar e Ilhota. Vergonhoso. Indecoroso.
Essa é a prática desses políticos em nosso nome. Não é discurso anti-reeleição. Como podem mudar se continuarão lá com a mesma disposição de gastar para si, aumentar impostos, criar privilégios, tudo com os nossos votos e dinheiro?
Só para lembrar: Santa Catarina é o sétimo estado que mais recolhe tributos federais. Entretanto, no retorno, Brasília o trata como um marginal: é o quarto que menos recebe de volta entre todos os 26.
De cada R$ 100 em impostos federais recolhidos em Santa Catarina em 2017, o retorno foi de apenas R$ 18,64, conforme estudo da própria Receita Federal. Criminoso.
Isso se deve à nossa fraca representação parlamentar (16 deputados e três senadores) e das lideranças em todos os setores. É preciso mudar. Por omissão, alguém está levando o que é dos catarinenses.
Até o presidente da Federação Catarinense dos Municípios e prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, MDB, ex-PT, não aguentou com o que ele chamou de irresponsabilidade dos deputados e senadores contra os municípios. “Ficou atônito”.
Numa votação simbólica no Congresso (pois os parlamentares estão fazendo campanha e caçando votos ao invés de trabalhar) aumentou-se o piso dos agentes de Saúde que vai complicar em quase R$200 milhões as já combalidas contas dos municípios.
É? Mas, Morastoni está no mesmo balaio para reeleger os mesmos que se omitiram nesta e outras votações contra os municípios e que dependem cada vez mais de migalhas desses políticos.
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