O que move a bancada do PT na denúncia que fez no Ministério Público contra o governo Kleber por suposto descumprimento no termo de ajustamento de conduta a favor da implantação do plano de saneamento municipal? - Jornal Cruzeiro do Vale

O que move a bancada do PT na denúncia que fez no Ministério Público contra o governo Kleber por suposto descumprimento no termo de ajustamento de conduta a favor da implantação do plano de saneamento municipal?

16/09/2019

Obrigado pelo Ministério Público o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, (à esquerda) fez o plano e o projeto mínimos do esgotamento sanitário e que deveria ter saído do papel a partir de 2014. Agora, a bancada petista coloca o MP na jogada para cobrar esse assunto do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB (centro) e do presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, (à direita) este assunto.

Um embate jurídico e administrativo relevantes

Foi a equipe de Kleber que provocou e permitiu isso. Vai alavancar o debate político e colocar em xeque as prioridades escolhidas pelo prefeito a favor da cidade e dos cidadãos.

Quem vai ganhar? Todos. E por que? A coleta e tratamento de esgotos é igual a zero e não há nenhuma perspectiva real disso mudar a curto prazo em Gaspar

Na seção Trapiche desta coluna feita especialmente para a edição impressa do Cruzeiro do Vale, da sexta-feira passada, anunciei o assunto que estranhamente anda escondido na mídia e do debate local, apesar da sua relevância e implicações sociais, ambientais e de saúde pública. Até porque no mesmo espaço na sexta-feira anterior fiz pauta e levantei a bola para ser chutada; nenhum craque a quis para o gol.

A manchete daquela edição era: “Saúde e meio ambiente comprometidos”, ou “Qual a pior poluição de Gaspar promovida pelos políticos no poder? Esgotos! Por onde você anda na cidade e até nas valas das arrozeiras no interior, tudo fede. Vergonha!”, no título expandido para a edição eletrônica para o mesmo texto. Até então, eu não sabia ainda da denúncia petista ao Ministério Público da Comarca.

O texto da coluna de duas sextas-feiras atrás começava assim: “Vamos rever os discursos dos políticos que se distanciam da realidade dos seus eleitores? No dia 17 de janeiro de 2014, o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, disse numa entrevista exclusiva ao jornal Cruzeiro do Vale, que Gaspar dispunha de R$39 milhões do governo Federal, via o PAC para implantar o sistema de coleta e tratamento de esgotos dos bairros Santa Terezinha, Sete de Setembro e Centro”.

Zuchi não dizia isso porque queria de fato fazer o esgotamento sanitário de Gaspar, mas porque estava justamente obrigado nos prazos pelo TAC que assinara com o MP. Então ele foi atrás de projetos, oportunidades do governo Federal e dos recursos para ao menos enrolar a promotoria interessada numa solução. Simples assim.

O atual prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, MDB, conhece bem o assunto, até porque ele e o MDB presidido pelo prefeito de fato, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, foram protagonistas e tentaram levar vantagem quando o MPE chamou Gaspar à chincha naquiulo que era necessário, urgente e óbivio.

Vamos aos fatos

O primeiro fato é que o PT foi governo por três períodos, com Pedro Celso Zuchi. Então o núcleo da máquina petista conhece este assunto como poucos e principalmente como funcionam as contas e artimanhas no Samae de Gaspar para “aliviar” às obrigações operacionais e financeiras do caixa da prefeitura. Alguém duvida disso? Nem o pessoal de Kleber e do prefeito de fato.

O segundo fato é que o TAC que se questiona agora foi assinado em 2010 sob desgastes quando o MDB que está no poder hoje, criava os seus cavalos de batalha para a impedir à reeleição do mesmo Zuchi em 2012 e tinha o então vereador Kleber como candidato. Ele acabou perdendo para Zuchi naquela disputa.

O terceiro fato é que o projeto de Lei Complementar nº 03/2018, e que virou Lei – numa discussão desgastante e de afogadilho no final do ano passado, com a desculpa de livrar a Rua Frei Solano das enxurradas de verão, com os votos contrário da bancada petista e mais os de Cícero Giovane Amaro, PSD - que é servidor público municipal concursado no Samae -, e de Silvio Cleffi, PSC, ex-aliado de Kleber, descaracterizou, segundo as argumentações petistas, Plano Municipal de Saneamento Básico, comprometido por Gaspar naquele TAC  assinado com o MPSC.

O quarto fato mostra que este assunto é velho demais e por isso mesmo, mostra também o desprezo das autoridades para os compromissos que assinam. O TAC foi assinado em Blumenau no dia três de novembro de 2010 com o promotor regional para a área de meio ambiente, Luciano Trierweiller Naschenweng.

Ele obrigava – e faço um resumo genérico para o leitor e a leitora se situarem - nas dez cláusulas e nove páginas, das quais quatro gastas em considerações, da “adequação do poder de polícia e vigilância sanitária pelo Município às normas Federais e Estaduais pertinentes, definindo condições e prazos para a estruturação do serviço público, fiscalização, coibição e correção das irregularidades ambientais constatadas pelos órgãos competentes, em razão do lançamento de esgoto sanitário no meio ambiente sem nenhum tratamento prévio ou tratamento deficiente”.

Quinto fato: ele dava prazos a partir daquele três de novembro de 2010. Para o Código Sanitário Municipal: 15 meses; para a Regulamentação e Estruturação da Vigilância Sanitária Municipal: 12 meses a partir da aprovação do Código (ou se tivesse um código em vigor, 18 meses da assinatura do TAC). Este item também tratava do “Alvará de Construção” e do “Habite-se” e para ambos concedia prazo de seis meses, este último, retalhado seguidamente por leis posteriores na Câmara.

Para a capacitação dos gestores e técnicos municipais e da elaboração da política municipal de Saneamento Básico dava seis meses; o mesmo prazo para encaminhar à Câmara o Projeto de Lei para a constituição da Agência Reguladora do Serviço. Para a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico foi concedido 18 meses e 20 meses para a escolha do modelo institucional gestor do Plano.

E para a Elaboração dos Projetos para a Execução do Esgotamento Sanitário de Gaspar? Trinta meses, ou seja, até maio de 2013 e 38 meses para a captação de recursos, ou seja, até janeiro de 2014, justamente o tempo da entrevista exclusiva que Zuchi concedeu ao jornal Cruzeiro do Vale e que relatei no início e a revivi duas sextas-feiras atrás.

Estamos no final de 2019. Isto mostra o tamanho da incúria: cinco anos e meio. E a multa para o descumprimento? R$500 por dia. Então é mais barato não executar o que se obrigou, além do que, o mesmo TAC prevê a possibilidade de revisão sob justificativas. E nesse item, os políticos são experts. E não será surpresa se isto prevalecerá como resposta de Kleber e sua equipe jurídica ao questionamento do MPSC.

E por que Kleber está no meio do fogo cruzado e sendo cobrado? Porque o TAC não foi assinado com o ex-prefeito Zuchi. Ele foi assinado com o município de Gaspar. Agora, Kleber é o prefeito e precisa responder pela obrigação contraída no passado em favor da cidade e dos cidadãos. Só isso! E Zuchi deve estar limpo nessa história, pois não seria doido de buscar culpa para ele próprio em denúncia feito pelo seu grupo de confiança ao MP.

Estrutura para a área de Saneamento o Samae de Gaspar tocada pelo mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, até possui e é paga pelos gasparenses. Mas, de prático nada avança. Nem mesmo a mini rede de coleta e a estação de tratamento implantada pelo governo Federal na reurbanização da Marinha, no bairro Bela Vista, o Samae consegue fazer funcionar com regularidade. Tudo vai para a fossa chamada Rio Itajaí Açú.

O que pedem os vereadores do PT ao MP

Pedem para verificar até que ponto o TAC assinado pelo município foi afetado pela lei 103/2018 e originada no PLC 03/2018. “A assunção de novas competências pelo Samae acontece em um contexto de falta de transparência quanto ao cumprimento das metas estabelecidas no Plano Municipal de Saneamento Básico, no Termo de Acordo Judicial firmado com o Ministério Público Estadual e incertezas relativas à capacidade de cumprir novas demandas”.

E qual a justificativa dada ao MP pelos vereadores do PT? Que nada dessas alterações passaram ou foram aprovadas Conselho Municipal de Saneamento Básico. Aliás, o prefeito Kleber já confirmou a questionamentos dos vereadores que as mudanças não tiveram o aval do Conselho. Isso é exigido pelo artigo 21 da Lei Municipal nº 2.888, de 29 de junho de 2007.

Para os vereadores, na argumentação que enviaram ao MPSC, ouvido os técnicos e servidores efetivos do Samae de Gaspar, as mudanças por novas obrigações na autarquia “demandaria grande estrutura de pessoal, de recursos financeiros e de compensação orçamentária adequada por parte do Município para fazer frente aos investimentos em obras necessárias”.

Ou seja, não há fato gerador de receitas para as novas despesas e que estavam comprometidas originalmente no orçamento municipal. O Samae ao assumir esta nova obrigação na implementação das obras de drenagens teria que ter fontes de receitas e orçamentos próprios para suportar estas despesas. O Samae justificou na época da tramitação do PLC, que estas novas exigências seriam cobertas pelas sobras de caixa da autarquia, fruto de gestão e eficiência. As receitas do Samae em Gaspar, hoje, vêm basicamente de tarifas e taxas dos serviços de água tratada e coleta de lixo que fornece à população.

E é aí que começa a guerra dos vereadores que foram contra e não conseguiram as explicações técnicas da prefeitura e do Samae sobre este assunto. Para eles, os gasparenses que compram água e pagam a coleta de lixo estão também pagando a mais, justamente para cobrir os novos serviços no Samae que estão na lei 103/2018. “Não há transparência no que diz respeito aos investimentos e cumprimento de metas dos serviços públicos de saneamento básico, como captação, tratamento e distribuição de água potável e esgotamento sanitário”, escreveram ao MP.

Mais. Os vereadores mostraram ao MPSC que a Agir – Agência Intermunicipal de Regulação – e ligada a AMMVI – Associação de Municípios do Médio Vale do Itajaí – que deveria trabalhar pelo esclarecimento, pois fez neste caso e vem falhando em outros. “Ilustra a precária transparência no tocante ao cumprimento das metas, a ausência de esclarecimento acerca do reajuste e revisão das tarifas de água nos exercícios de 2017 e 2018, bem como o desconhecimento dos respectivos pareceres técnicos e orientações da Agir”, denunciaram ao MPSC.

O que pedem os vereadores ao MPSC depois de provarem que as mudanças não passaram pelo Conselho, de que Gaspar possui três bairros sem água tratada, que não efetiva fiscalização e transparência da agência reguladora, de que existe o Termo de Compromisso com a Caixa Econômica Federal nº 0442746-51 referente à instalação do Sistema de Esgotamento Sanitário dos Bairros Centro, Sete de Setembro e Santa Terezinha, pelo valor total de R$ 36.688.240,94, que o MPSC verifique as irregularidades apontadas na aprovação da lei 103/2019, bem como a razão do suposto descumprimento do TAC assinado por Gaspar com o MPSC para implantação do Esgotamento Sanitário. Acorda, Gaspar!

 

 

NO JOGO DOS POLÍTICOS, PALAVRAS E CILADAS SOBRE A PAVIMENTAÇÃO DA RUA VIDAL FLÁVIO DIAS, NO DISTRITO DO BELCHIOR, QUEM PERDE SÃO OS MORADORES E INVESTIDORES QUE VÃO GERAR MAIS IMPOSTOS E EMPREGOS EM GASPAR

O líder do governo Kleber na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB (à esquerda) insiste que as obras em Gaspar estão paradas por causa de Cícero Giovane Amaro, PSD (ao Centro). E é isso que derruba os pleitos de Rui Carlos Deschamps, PT (à direita), para o desenvolvimento do Distrito Belchior

 

Sessão da Câmara na terça-feira passada. O líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, com um documento de uma empresa na mão que está construindo 46 galpões, surpreende, muda o discurso e garante que a Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo, Distrito do Belchior, vai ser pavimentada. Não diz quando.

O anúncio foi feito justamente na sessão em que o interlocutor do assunto, o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, iniciou a sua licença regular como vereador para o trabalho do suplente Hamilton Graff, PT.

Esta pavimentação está sendo tratada com o governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, desde 2017. E os empreendedores daquela região e que naturalmente se transformou num informal distrito industrial e logístico devido à acessibilidade à BR 470, para facilitar e como contrapartida, disponibilizaram R$700 mil para ajudar na obra que é pública. Dinheiro que hoje, naturalmente, corroeu-se pelo transcurso do tempo.

A pavimentação foi inicialmente prometida para 2018. Foi reprometida para este início de ano. Até agora, nada. E recentemente, numa reunião que realizou com os empreendedores daquela região no seu gabinete, mas sem convidar e avisar o vereador Rui, o prefeito Kleber disse estaria em dificuldades para cumprir o que havia prometido para eles. É que, segundo ele, o vereador Cicero Giovane Amaro, PSD, havia denunciado a prefeitura ao Tribunal de Contas, impedindo-a na contratação daquela e outras obras.

Tentaviva de transferir a culpa da ineficiência

Este assunto é longo. Foi amplamente debatido na Câmara e exposto aqui. Segundo Rui e Cícero, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Tanto que foi aprovado na Câmara a autorização para a prefeitura contrair um financiamento com o programa Finisa da Caixa Econômica. Nele, entre outras obras, estava previsto o asfaltamento da Vidal Flávio Dias. O governo usou isso, inclusive, para sensibilizar a oposição e aprovar de afogadilho essa autorização de empréstimo.

Resumindo: há recursos para obras específicas e disponíveis na Caixa Econômica.  E isso, inclui a pavimentação da Vidal Flávio Dias. “Qualquer argumentação contrária, é politicagem. Basta a prefeitura apresentar o projeto para ter a liberação dos recursos na Caixa”, reclamou Rui antes de sair de licença na tribuna da Câmara.

Mais. A denúncia feita por Cicero no TCE se refere ao uso de uma modalidade de licitação para casos complexos de obras e que a prefeitura queria fazer por meio de pregão. A Lei exige para esses casos uma outra modalidade: o da concorrência. Nela, a obra é especificada, conhecida e para licitá-la é preciso ter previsão no orçamento municipal.

Na modalidade de pregão como queria a prefeitura de Gaspar, contrata-se um tipo de serviço ou material para todo o município por um período e usa ele onde bem quiser, quando quiser, estando ou não expresso no orçamento. A denúncia não é vazia, tanto que ela foi acolhida pelo TCE. E a prefeitura de Gaspar – que trabalha no ambiente jurídico e político para derrubar há quase dois meses - já percebeu que a taxa de sucesso para isso é pequena. Tanto que, para os casos mais urgentes, está procedendo a contratação de obras na forma exigida na Lei como pediu Cícero: a concorrência.

Um jogo para marcar territórios

Depois de ouvir de Anhaia de que o governo faria a pavimentação que acordou há dois anos com os empreendedores da Vidal Flávio Dias, Cicero caiu na cilada e parabenizou à decisão governamental. Durou pouco. Anhaia por ser líder do governo é o último a se pronunciar na sessão da Câmara. E ele voltou com tudo e na mesma ladainha de culpar Cícero pela não pavimentação pela prefeitura da Vidal Flávio Dias até agora.

O que está em jogo? Não é exatamente o desenvolvimento de Gaspar que deveria unir o governo e oposição, mas ambos, dentro da lei. É a demarcação de territórios políticos e para o embate eleitoral do ano que vem. Não é à toa que dados divulgados recentemente mostram que Indaial avança sobre Gaspar em número populacional e geração de receitas.

Enquanto outros municípios abrem um leque de vantagens para atrair os empresários, no Belchior Baixo, vieram e ainda ofereceram contrapartida para ter o mínimo de qualidade para suas atividades na ligação com a BR 470. Nem isso, foi suficiente para sensibilizar os políticos e os gestores daqui, cuja fama que já corre solta no ambiente empresarial.

Kleber e os seus preferem mandar antes um recado com prejuízos aos empreendedores do Belchior Baixo que antes precisam trocar a interlocução ou representação. Para finalizar: Rui Carlos Deschamps foi o primeiro superintendente do Distrito do Belchior e de lá se alavancou para ser vereador. A superintendência esteve nas mãos do MDB de Kleber, com o ex-vereador Raul Schuller que não solucionou esta demanda. Agora, está nas mãos do PSDB no alinhamento da vereadora do Distrito, Franciele Daiane Back. Ela participou da última reunião no gabinete da prefeitura com os empreendedores

E se continuar assim, quem vai perder verdadeiramente além de Gaspar e o Distrito na geração de empregos, rendas e tributos? Os políticos que fazem vistas grossas para o desenvolvimento de suas regiões em disputa políticas. Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

Da deputada paulista pelo PSL, Janaína Paschoal, que como advogada assinou o impeachment da ex-presidente Dilma Vana Rousseff, PT, devido as pedaladas fiscais: “eu insisto que, se for verdade que o Presidente [Jair Messias Bolsonaro, PSL] vem sendo estimulado a inviabilizar investigações, com a ilusão de estimular a economia, ele está sendo mal aconselhado. Pode até dar um gás inicial, mas não se sustenta. Os cupins comem por dentro e derrubam a bela casca”.

Em Gaspar, a oferta de merenda escolar é terceirizada. Faz três meses que não aparece nela peixe apesar de estar no cardápio. Quem denuncia é a ex-vice-prefeita e berçarista efetiva no CDI Vovó Benta, Mariluce Deschamps Rosa, PT.

O PSL de Gaspar faz segredo da nova executiva. O que se sabe é que Marciano Silva será mantido presidente. Segundo ele próprio, a nominata feita com as bênçãos do deputado estadual Ricardo Alba aguarda aprovação de Brasília. Hum!

A vencedora da licitação para fornecer carros de aluguel à prefeitura de Gaspar atrasou à disponibilidade dos veículos, obrigação que se iniciava no dia três deste mês. O deslocamento de funcionários e o atendimento externo ficou prejudicado.

Na semana passada anunciou-se que o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, finalmente vem a Blumenau. E para fazer as pazes com a cidade, políticos e entidades locais, ele vai anunciar à liberação de recursos para a construção da Ponte do Anel Sul, ligando a região do Sesi na Rua Itajaí à BR 470, pela Rua Silvano Cândido da Silva.

Duas notícias velhas e uma nova. A nova encerra uma novela boba criada pelo governador no distanciamento com Blumenau. Já era tempo dele terminar com isso numa retribuição à população que tinha dois ex-prefeitos bem avaliados como candidatos a vice em chapas distintas de oposição, e preferiu dar a maioria dos votos ao Comandante Moisés.

As duas velhas. Há vários anos que escrevo que Gaspar perdeu a sua importância e coesão na representação institucional e se isola de Blumenau, onde é parte de uma região conurbada com problemas similares aos nossos. Este isolacionismo e enfraquecimento das instituições foi feito pelo aparelhamento do PT nelas. A retomada da importância delas no contexto regional e até estadual tem sido lenta exatamente pelo tempo de ausência.

Com a Acig forte e num diálogo com a Acib – de Blumenau – vieram a ponte do Vale e o Instituto de Educação. Com a Acig forte e participativa veio a reforma física do Hospital de Gaspar. Com as instituições fracas, caímos no golpe do Anel de Contorno de Gaspar proposto pelo ex-governador Raimundo Colombo, PSD. O projeto se tornou tão caro que foi impossível executá-lo. Proposital para nada se fazer.

E como ele não saía, e nele havia a projeção de recursos de uma ponte no Bela Vista, as lideranças empresariais, políticas e institucionais de Blumenau pressionaram o governo do estado, naquela época, para desviar o que estava rubricado no orçamento do Anel de Contorno de Gaspar para a construção da ponte do Anel Sul, em Blumenau. Agora, pelas notícias, isso se tornará um fato ao menos político, e por consequência, definitivo.

Errados o pessoal de Blumenau e do governo do estado? Não! Absolutamente. A mobilidade da região precisa de mais pontes para sustentar o desenvolvimento. E isso ajuda, inclusive Gaspar. Mas, é mais uma janela de oportunidades que Gaspar perdeu.

Para a ponte do Bela Vista resta à emenda da bancada Federal e que o deputado Luiz Armando Schroeder Reis, o Coronel Armando, PSL, de Joinville, tentava liderar. Mas, o assunto não encontrou eco por aqui. E por inveja e coesão da cidade nos seus propósitos. Então...

Coisas desconexas e do atraso. Ouço com frequência gente do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, e dos vereadores da situação na Câmara, quando cobrados sobre os projetos de pavimentação ou drenagens de ruas, de que outros governos também não tiveram essa preocupação. Ou seja, o improviso e até a ilegalidade continuam em pleno ano de 2019 para que se diz eficiente e avança (no improviso).

O que houve? No palanque do Sete de Setembro na Rua - que virou Avenida Aristiliano Ramos na rede social do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB -, faltaram vereadores. Essa associação tira votos? É isso? Acorda, Gaspar!

A superintendência do Belchior mudou e o problema do caminhão pipa continuou. Saiu o ex-vereador Raul Schüller, MDB, do Figueiras, outro lado do Rio, e se instalou lá Anderson Reinert, nativo do Distrito, indicado pela vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, até então crítica – e com razão - da falta de caminhão pipa na Rua Vidal Flávio Dias quando se interrompe o tráfego para a duplicação da BR 470.

Pois é. A língua é o chicote do dono. Esses dias para a falta do caminhão pipa, mesmo com o aviso antecipado de interrupção da rodovia e o uso alternativo da Flávio Dias, foi alegado que o motorista do caminhão mora em Brusque, sua moto pifou e ele não pode chegar ao serviço. E aos moradores da Flávio Dias sobrou a poeira, outra vez...

Ouvir a sessão da Câmara de Gaspar no site eletrônico pode ser uma tortura. O áudio em alguns trechos e coincidente para alguns assuntos chaves, está comprometido. O presidente da Casa, Ciro André Quintino, MDB, vem prometendo solucionar, mas...

 

Edição 1919

Comentários

Pedro
20/09/2019 06:33
ABANDONO
Aqueles que costumam passar na Rua Frei Solano, não sabem mais o que é a rua faz tempo. ( desde novembro 2018 ). A preocupação não existe... veículos, bicicletas, pedestres, crianças. A rua está em obras... tudo bem ! Bastou chover e a rua está intransitável. Tem buraco esperando lugar para entrar na rua. Não existe calçadas.Os trabalhos andam como tartarugas.Até quando...
Herculano
19/09/2019 18:37
BATEU O DESESPERO

Quem ouviu hoje a entrevista de Kleber Edson Wan Dall, MDB, na 89 FM teve certeza que bateu o desespero. Com toda a imprensa a seu favor, e não por favor é claro, e apenas uma andorinha está fazendo verão.
Herculano
19/09/2019 12:23
Esta nota foi comemorada na prefeitura de Gaspar e deixou o PSL daqui encucado

O MDB ASSUMIU O GOVERNO MOISÉS DA SILVA, por Moacir Pereira, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis

Na Alesc a e nos bastidores do Centro Administrativo ninguém tem mais dúvidas: o MDB assumiu o governo Moisés da Silva. Não apenas com indicação de cargos. Sobretudo, com liberação de recursos para suas regiões. A mais enfática contribuição deu-se em Criciúma, base do líder do MDB na Assembleia, deputado Luiz Fernando Vampiro. Vestiu e está suando a camisa.
Herculano
19/09/2019 11:20
PERGUNTAR NÃO OFENDE...

Será que os milionários ganhadores da Mega estarão sujeitos à rachadinha desta sorte?
Miguel José Teixeira
19/09/2019 10:20
Senhores,

Na mídia:

"Bolão de assessores do PT é o vencedor da Mega-Sena, dizem parlamentares..."

1) 10% para a "caixinha" do presidiário lula, dá para cobrir parte dos honorários dos honoráveis advogados, ou não?

2) Se a Caixa continua aparelhada pelos PeTralhas, então. . .aí tem maracutaia, ou não?

Respostas para Curitchiba,onde felizmente encontra-se o presidiário lula, sede do atual Campeão da Copa Brasil, e por extensão, atual Campeão Gaúcho!

Alô incrementado Mário Celso!
Herculano
19/09/2019 08:50
ALCOLUMBRE LAMENTA BUSCAS NO SENADO, MAS DIZ QUE "NÃO ATRAPALHA" AS VOTAÇõES, por Andreia Sadi, na TV Globo e G1

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) lamentou as buscas da Polícia Federal (PF) no Senado Federal na manhã desta quinta-feira (19). As buscas têm como alvo o líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Questionado pelo blog se a operação da PF atrapalhará os trabalhos na Casa, por se tratar do líder do governo, Alcolumbre disse que "não atrapalha".

Alcolumbre, segundo o blog apurou, orientou o chefe da Polícia Legislativa do Senado, que só deixasse a PF entrar acompanhada da Polícia Legislativa, que faz a segurança dos parlamentares.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, a quem a Polícia Federal é subordinada, conversou, então, por telefone com Davi Alcolumbre para explicar, mas sem dar detalhes, que as buscas no Senado se referiam à atuação do senador Fernando Bezerra Coelho, quando ministro da Integração Nacional no governo Dilma Rousseff.

Entre senadores, a expectativa agora é pela reação do presidente Jair Bolsonaro às buscas da PF no gabinete do líder do seu governo no Senado.

No governo, a avaliação de alguns assessores ouvidos pelo blog é a de que "foi um erro" escalar um nome da "velha política" para a liderança do governo no Senado.

E que "obviamente" há um desgaste, mas que quem decide se ele fica ou sai do posto é o presidente da República.
Herculano
19/09/2019 08:43
FRENTE A NOVA CHUVA DE DóLARES E EUROS PELO MUNDO, BRASIL PODE ACABAR FICANDO NA SECA, por Fernando Cazian, no jornal Folha de S. Paulo

Como em 2009, país poderia se beneficiar desse dinheiro se contas estivessem mais ajustadas e se o governo se mostrasse mais confiável

O Brasil tem uma inserção minúscula na economia global: responde por 1,2% de todo o comércio internacional e produz somente 2,5% dos bens e serviços do planeta.

São frações quase ridículas para um país democrático de 210 milhões de habitantes. Isso traz pouca competitividade e atrasos que custam caro, seja pela via de preços internos elevados ou pela baixa qualidade do que consumimos.

Até o grande boom das commodities dos anos 2000, o país mal se inseria na engrenagem comercial global - e ainda o faz predominantemente com produtos básicos.

Já a participação relativa na produção de bens e serviços vem encolhendo há anos com o crescimento acelerado dos países asiáticos.

Mas, no momento em que os Estados Unidos e alguns países europeus parecem condenados a um desaquecimento mais acentuado (ou a uma recessão), o isolamento do país poderia ser uma vantagem.

No auge da crise global em 2009 (a chamada Grande Recessão), o PIB brasileiro encolheu apenas 0,1%.

Em 2010, saltou 7,5% e cresceu outros 4% em 2011 - antes de Dilma Rousseff colocar tudo a perder nos anos seguintes, radicalizando o gasto público, a fim de se reeleger em 2014.

Passados dez anos da grave crise de 2009, os bancos centrais americano e europeu voltam a inundar o mercado global com liquidez (dólares e euros) baixando juros e comprando títulos de empresas e governos em dificuldades. Ao colocar mais dinheiro na praça, esperam que empresas e consumidores gastem mais, evitando outra recessão. A estratégia é a mesma de dez anos atrás, quando parte do dinheiro acabou "vazando" para investimentos em outros países.

Como ocorreu há uma década, o Brasil seria novamente um bom candidato a se beneficiar dessa montanha de dinheiro se estivesse com as contas mais ajustadas e se o governo Jair Bolsonaro se mostrasse mais confiável.

Apesar de sua pequena integração física global, o Brasil tem canais financeiros totalmente desimpedidos para investidores internacionais na Bolsa e nas empresas. É nessa área onde o país está hoje mais internacionalizado.

Assim, é péssima a notícia de que 230 fundos de investimento internacionais com US$ 16 trilhões em caixa tenham manifestado preocupação com as políticas ambientais de Bolsonaro em relação à Amazônia e os seus impactos sobre as empresas nas quais investem.

No front das contas públicas, a falta de articulação política do presidente também acaba de levar ao engavetamento no Congresso (sem nova previsão de análise) de um amplo pacote de medidas para controlar o aumento desenfreado dos gastos estatais.

Para avançar, o projeto precisa de aprovação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o mesmo palco das confusões do governo que atrasaram o trâmite da reforma da Previdência.

Com a deterioração da imagem do Brasil no exterior e a dívida pública se aproximando do equivalente a 80% do PIB (eram 51,5% em 2013), fica cada vez mais difícil ao Brasil e suas empresas se beneficiar da chuva de dólares e euros que voltou a cair forte lá fora.
Herculano
19/09/2019 08:35
da série: bom dia escravo

Enquanto a Reforma da Previdência e outras matérias relevantes para impulsionar a economia, retirar privilégios, combater a bandidagem incluindo os políticos, gerar empregos se enrolam por meses na Câmara e Senado, matérias de interesses dos políticos obrigando o povo pagar a farra deles, voa...

NO HORÁRIO DO FUTEBOL, DEPUTADOS APROVAM FARRA COM DINHEIRO PÚBLICO

Conteúdo e texto do site Caneta Desquerdizadora. A Câmara dos Deputados aproveitou o horário da final da Copa do Brasil e da semi-final da Copa Sulamericana para aprovar nesta quarta-feira (18), de forma definitiva, a farra com o dinheiro dos pagadores de impostos nas campanhas eleitorais.

O PL 5029/2019 abre brecha para aumentar o fundão eleitoral no Orçamento Federal, a ser votado em breve no Congresso, e também permite que o dinheiro de 210 milhões de brasileiros seja utilizado para que os partidos possam:

Pagar multas eleitorais:

Comprar e/ou alugar móveis e imóveis;

Comprar posts pagos nas redes sociais;

Gastar de forma ilimitada com advogados e contadores para defender candidatos e ex-candidatos, permitindo que o nosso dinheiro seja utilizado para financiar "Lula Livre", bem como abrindo uma brecha para o Caixa 2 e desvio de dinheiro do fundo eleitoral

O projeto também recria a propaganda eleitoral "gratuita" dos partidos no rádio e na televisão em anos não-eleitorais, ampliando ainda mais os gastos financiados pelos pagadores de impostos.

Como o PL já passou pelo Senado Federal, o projeto seguirá para sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro.
Herculano
19/09/2019 08:25
GANGUE

Do promotor que atua no Tribunal de Contas de Santa Catarina, Diogo Roberto Ringenberg, no twitter ao saber que a Câmara Federal reintroduziu e aprovou ontem à noite assuntos rejeitados no Senado pela pressão popular, e que o dinheiro do fundo eleitoral poderá:

- Pagar advogados de políticos e partidos investigados;
- Comprar e alugar imóveis para partidos;
- Quitar multas eleitorais;

"Este Congresso age como uma gangue. Não serve à representação popular. Atua como uma central de negócio ilícitos, financiada com muito dinheiro público e com prerrogativas de dizer o que cada um de nós pode e deve fazer"

VOLTO: só para lembrar, os deputados fomos nós que os escolhemos, com dinheiro que está faltando na saúde, educação, segurança, geração de empregos e obras de infra-estrutura como saneamento e a duplicação de rodovias como a BR 470, e pagamos altos salários e mordomias para eles nos representarem e fazem dessa prerrogativa, um roubo institucionalizado contra seus eleitores e eleitoras, bem como contra a sociedade que paga a conta disso tudo. Resumindo: estamos escolhendo mal nossos representantes.
Herculano
19/09/2019 08:07
O QUINTO PODER E AS REGRAS ELEITORAIS, por Fernando Schüler, professor do Insper e curador do projeto Fronteiras do Pensamento. Foi diretor da Fundação Iberê Camargo.

NOVO MOVIMENTO É, POR DEFINIÇÃO, REATIVO E EFÊMERO

Sempre acho curioso quando escuto, no debate público, alguém encher a boca para falar nas "escolhas da sociedade". Ainda nesta semana li um artigo dizendo, com alguma pompa, que caberá à sociedade distribuir os custos do Estado na reforma tributária. Indo mais longe, cansei de assistir a gente boa dizendo que, nos anos 1980, a sociedade fez uma "opção pela democracia" e, nos anos 1990, pelo fim da inflação.

Por esta lógica, nos anos 2000, a sociedade fez uma opção pela responsabilidade fiscal, e logo depois uma opção por não levar a sério a responsabilidade fiscal. Houve a opção por um breve ciclo de reformas, no início do governo Lula, e depois a opção por reforma nenhuma. A sociedade decidiu criar os "campeões nacionais" via BNDES e decidiu fazer as Olimpíadas e a Copa do Mundo aqui nos trópicos. No fim, decidiu pôr fim à festa, trocar o governo e criar a regra do teto de gastos.

É evidente que isso é uma fantasia. No mundo real da política, escolhas são feitas no mercado político, a partir do jogo de interesses e capacidade de pressão de diferentes grupos sociais. É mais ou menos isso que o James Buchanan, ganhador do prêmio Nobel de economia, chamava de "política sem romance".

De um modo muito geral, a regra é a seguinte: grupos bem organizados, com interesses concentrados, tendem a ganhar o jogo; grupos maiores, inorgânicos e com interesses difusos, tendem a perder.

É o que vimos na reforma da Previdência. Corporações públicas garantiram regras especiais, enquanto a ampla classe média, do setor privado, e a turma do andar de baixo foram para a regra geral. É evidente que a retórica aceita tudo. No limite, qualquer coisa pode ser justificada, a partir do argumento vago e flexível do "interesse público". Na prática, a competição no mundo retórico segue as mesmas regras da competição dos interesses no mundo político.

O que vem emergindo no Brasil atual e ficou bastante claro nesta semana é a atuação explícita do sistema político, feito pelos partidos e políticos, no Congresso, como um tipo especial de corporação. O novo protagonismo do Congresso tem dessas coisas. Ele é democrático e positivo para a condução de reformas, mas também funciona para a criação de regras de autoproteção do sistema político.

Tudo isso não é propriamente novo. A novidade é a escala. Ao longo do ano, vimos o Congresso aprovando uma reserva orçamentária de até 1% para a execução das emendas coletivas ao Orçamento. Depois, a Lei do Abuso de Autoridade, e logo a chamada Lei das Fake News, uma das mais explícitas ameaças à liberdade de expressão já criadas no Brasil. Cidadãos que compartilharem notícias falsas, contra políticos, em época eleitoral, estarão sujeitos à cadeia.

Ainda agora veio a tentativa de aumentar o fundão eleitoral na proposta orçamentária para 2020. Com apoio, diga-se de passagem, de gente boa no mundo intelectual, que parece sinceramente acreditar que um mar de dinheiro público concentrado nos grandes partidos e políticos detentores de mandato possa tornar mais justa a competição eleitoral.

Finalmente, chegamos às mudanças das regras eleitorais. O projeto passou na Câmara de modo relativamente discreto, mas foi perdendo força no Senado. Contratar advogados e pagar multas eleitorais com o dinheiro do fundo de campanha, flexibilizar regras de prestação de contas, introduzir o critério de dolo para penalizações eleitorais. Tudo que se discutiu, exaustivamente, na semana. A atuação corporativa e a autoproteção do sistema político parecem ter passado do limite tolerável.

A partir daí, surge um fenômeno que vale ser estudado. Um debate árido, como as regras eleitorais, sai do Congresso e ganha reverberação pública. Da mídia especializada, o assunto migra para o universo digital e forma uma onda de opinião. Onda difusa, marcada pelo elemento caótico e raivoso do mundo das redes. Mas tremendamente eficiente.

Alguns já deram o nome de "quinto poder" a esse tipo de movimento. É um novo ator, na democracia digital. Ele é, por definição, reativo e efêmero. Não formula pautas de longo prazo, apenas reage. Seu foco, em geral, são temas éticos. Pode funcionar para o bem ou para o mal, andar à esquerda ou à direita, não importa.

Dizer que ele expressa o "sentimento da sociedade", como escutei em meio à polêmica, seria uma nova ingenuidade. Ele é um tipo novo de grupo de pressão, essencial como freio e contrapeso ao mundo profissional da política. Essencial para responder à questão tão bem formulada por Norberto Bobbio: quem controla os controladores?
Herculano
19/09/2019 08:03
PF FAZ BUSCAS NO CONGRESSO EM OPERAÇÃO QUE INVESTIGA SENADOR FERNANDO BEZERRA COELHO

Apuração da TV Globo de Brasília. Texto de Camila Bonfim, no portal G1. Líder do governo no Congresso foi ministro da Integração e é investigado por irregularidades na transposição do Rio São Francisco. Defesa diz que medidas se referem a 'fatos pretéritos' e que parlamentar tem atuação 'combativa'.
Por Camila Bomfim, TV Globo

A Polícia Federal iniciou uma operação no Congresso Nacional na manhã desta quinta-feira (19) com mandados de busca e apreensão que têm como principal alvo o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo do presidente Jair Bolsonaro no Senado.

O cumprimento dos mandados, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), se baseia em inquérito que apura irregularidades em obras da transposição do Rio São Francisco no período em que Bezerra foi ministro da Integração, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Também está entre os alvos da operação o filho do senador, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE). Buscas foram feitas no gabinete do senador, na Câmara dos Deputados e também em Pernambuco e na Paraíba.

Até a última atualização desta reportagem, a PF não havia informado quantos mandados haviam sido expedidos nem havia detalhado as denúncias investigadas.

Por meio de nota, o advogado de Bezerra Coelho, André Callegari, afirmou que as medidas se referem a "fatos pretéritos" e que a justificativa seria a "a atuação política e combativa do senador".

"Causa estranheza à defesa do senador Fernando Bezerra Coelho que medidas cautelares sejam decretadas em razão de fatos pretéritos que não guardam qualquer razão de contemporaneidade com o objeto da investigação. A única justificativa do pedido seria em razão da atuação política e combativa do senador contra determinados interesses dos órgãos de persecução penal", diz a defesa.

Bezerra assumiu a liderança do governo do presidente Jair Bolsonaro em fevereiro, no início do ano legislativo. A escolha dele foi uma tentativa de aproximação com o MDB, partido de maior bancada no Senado.

À época, Bezerra era alvo de três inquéritos que correm na primeira instância judicial ?" um da Lava Jato e dois desdobramentos da operação.

Em dezembro de 2018, a Segunda Turma do Supremo rejeitou, por 3 votos a 2, uma denúncia contra Bezerra Coelho na Lava Jato. O senador foi acusado de pedir e receber propina de R$ 41,5 milhões entre 2010 e 2011 das construtoras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa. Na época, ele era secretário no governo de Eduardo Campos, em Pernambuco. Bezerra nega as irregularidades.
Herculano
19/09/2019 07:56
JUROS PODEM IR ABAIXO DE 5% E MUDAR DEBATE DA POLÍTICA ECPONôMICA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Banco Central indica que taxa de juros pode ficar abaixo de 5% no início de 2020

A taxa básica de juros pode ir abaixo de 5% ao ano em 2020, indicou o Banco Central. Na prática, a taxa real de juros cairia para menos de 1%. Que tal quase zero?

E daí? As implicações são várias mas, para começar, uma taxa assim baixa terá influência nos debates sobre o teto de gastos e o déficit do governo federal.

Em resumo, deve esquentar a discussão sobre a possibilidade de o governo gastar mais a fim de "estimular a economia", tanto faz se amemos ou detestemos essa hipótese. Com taxas de juros menores (zero?), o custo de algum endividamento extra do governo cai, embora o aumento da dívida tenda, em tese, a pressionar a taxa de juros para cima.

O Banco Central jamais é tão explícito quanto as primeiras palavras deste texto, mas foi eloquente no comunicado em que divulgou a redução da Selic de 6% para 5,5%, nesta quarta-feira (18).

Está lá escrito: "O cenário híbrido com taxa de câmbio constante e trajetória de juros da pesquisa Focus implica inflação em torno de 3,4% para 2019 e 3,8% para 2020". Quer dizer, com Selic a 5% e dólar a R$ 4,05 até o final do ano que vem, a inflação ficaria abaixo da meta.

Logo, sem outros abalos e frustrações das expectativas do BC para o Brasil e o mundo, a Selic pode ir a menos de 5%. Falando português claro, quais são essas expectativas (o contexto em que a inflação e juros poderiam continuar em baixa)?

Primeiro, o país deve continuar crescendo pouco, menos de 1% neste ano e no máximo 2% em 2020, com as consequências sabidas: desemprego alto e salário médio real contido ou estagnado, como agora.

Segundo, deve haver "continuidade das reformas" e "perseverança nos ajustes". Nesse ponto, o BC é vago quanto a meios (quais reformas?), embora os fins sejam óbvios: controle duradouro de déficit e dívida, pelo menos.

Aqui, chega a hora de a onça beber água para quem prega a revisão do teto de gastos. Qualquer revisão do teto seria um problema, para o BC e os donos do dinheiro grosso, credores do governo? Uma revisão do teto com um novo regime fiscal, com gastos reduzidos e estáveis com servidores, por exemplo, e reforma da Previdência, passa no teste da "perseverança nos ajustes"?

Terceiro: não haver tumulto na economia mundial. Até agora, na opinião do BC, juros em baixa nas economias maiores do planeta são favoráveis (se não vier recessão).

Apesar de reiterar que um fracasso nas reformas ou crise lá fora seriam um problema, óbvio, o texto do BC dá mais ênfase à discussão de cenários de inflação favoráveis e, assim, de possibilidades novas de redução da taxa de juros.

Antes tarde do que nunca, pois ao final deste 2019 a taxa de inflação terá ficado abaixo da meta por três anos, isto em um país em depressão. Não é responsabilidade desta diretoria do BC, que assumiu neste ano, mas convém ressaltar a extravagância, para não dizer arrocho monetário.

Uma Selic menor terá efeitos marginais nas taxas de juros de financiamentos bancários. Mas reduz o custo de levantar dinheiro no mercado de capitais, para empresas. Além do mais, vai dar o que pensar ao poupador comum, que vai ver muitas de suas aplicações seguras de renda fixa minguarem para nada ou menos do que isso, em termos reais.

Enfim, Selic menor necessariamente não estimula o investimento. Mas tira um dos bodes mortos da sala e, no mínimo, ajuda a controlar a dívida, dezenas de bilhões que economistas padrão dão de barato.
Herculano
19/09/2019 07:47
MPF SE PASSOU POR 'BRASIL' PARA RECEBER BILHõES, por Cláudio Humberto na coluna que publicou nesta quinta-feira no jornais brasileiros

Ministros do Supremo Tribunal Federal vivem a expectativa de que os órgãos de controle do ministério público (CNMP) e da Justiça (CNJ) abram investigação imediatamente contra procuradores da Lava Jato que se passaram por representantes legítimos do Brasil, na Justiça americana, para se habilitarem aos R$2,6 bilhões a serem pagos pela Petrobras, como espécie de "multa", para evitar processo imprevisível.

PRESIDENTE COGITADO

Os procuradores da Lava Jato cogitavam entregar a presidência da futura fundação ao ex-procurador-geral Rodrigo Janot.

BATENDO FORTE

Na decisão que anulou a destinação dos bilhões para a "fundação", o ministro Alexandre de Moraes foi duro com os procuradores.

À MARGEM DA LEI

Segundo Moraes, os procuradores da Lava Jato e também a direção da Petrobras agiram "de maneira sigilosa e à margem da legalidade".

JUÍZA NA RODA

Ministro que não quer ser citado acha que o CNJ deve avaliar o papel da juíza Gabriela Hardt, que validou o acordo anulado por Moraes.

ELÉTRICAS: LOBBY DO ATRASO DEVERIA SE ENVERGONHAR

Políticos do PT e sindicalistas petistas ligados ao "sistema Eletrobrás" fazem lobby na Câmara contra a privatização. Eles falam "em defesa do sistema elétrico". Deveriam se envergonhar. A "privatização degustação" das cinco distribuidoras da Eletrobrás, em 2017, são casos de sucesso: livraram os cofres públicos de prejuízo anual bilionário, investimentos foram retomados e os serviços melhoraram.

PROSPERIDADE

A Equatorial Energia vai investir R$300 milhões na Ceal, de Alagoas, e R$800 milhões na Cepisa, do Piauí, antes estatais totalmente falidas.

DECOLANDO

Os investimentos da Energisa, que adquiriu a Eletroacre e Amazonas Energia, de R$228 milhões em 2019, beneficiam 263 mil clientes.

VENTO EM POPA

Também foram privatizadas as antigas estatais de energia Eletroacre, Ceron (RO), Boa Vista Energia (RR), Cepisa (PI) e Amazonas Energia.


CUT NO MEIO

Ex-executivo da Odebrecht e delator da Lava Jato encontrado morto, Henrique Valladares relatou que a propina na obra da hidrelétrica de Santo Antônio (RO) chegou a R$80 milhões. A CUT levou uma beirada. Aécio Neves também: R$30 milhões depositados em Cingapura.

TEMER NA CONVENÇÃO

O MDB já marcou sua convenção nacional para o próximo dia 6, em Brasília, e o ex-presidente Michel Temer já confirmou presença. Parece pouco disposto a se afastar da vida partidária, como prometeu.

ALÉM DA IDEOLOGIA

Relator da PEC que transforma o estupro em crime imprescritível, o deputado Léo Moraes (Pode-RO) diz que o projeto "Supera qualquer matriz ideológica. São 60 mil casos de estupro denunciados por ano".

Só PARA LEMBRAR

A polícia indiciou a "modelo", o ministério público a denunciou por extorsão e denunciação caluniosa, mas a grande imprensa, que investiu na mentira do "estupro" ainda não se desculpou com Neymar.

UM ESPECIALISTA

O governo parece ter acertado na nomeação de Nabhan Garcia pra chefiar a Secretaria de Assuntos Fundiários. Ele conhece bem as questões do campo e os caminhos para solucionar os problemas.

MINISTROS ESNOBES

Líderes partidários simpáticos ao governo têm reclamado da falta de sintonia de ministros com o Congresso. Alguns nem recebem parlamentares que dizem não pretenderem nada mais que uma selfie.

VIVENDO PERIGOSAMENTE

Depois de ter quatro medalhas pan-americanas retiradas por doping, a ex-nadadora Rebeca Gusmão se aventura por águas mais profundas e mais perigosas. Hoje, é assessora na Câmara por R$5 mil mensais.

SUDECO RODA PRESA

A troca de comando na Sudeco, órgão de fomento do centro-oeste, tem revoltado parlamentares da região. É que a Sudeco parou. Projetos importantes, até em fase de execução, vão devagar, quase parando.

PENSANDO BEM...

...os parlamentares vivem às turras, no Congresso, mas sempre há acordo quando se trata de aumentar a tunga no bolso do contribuinte.
Herculano
19/09/2019 07:30
BOLSONARO AGE NA ORIGEM PARA ASFIXIAR POSSÍVEIS RIVAIS DE 2022. por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Pauylo

Rompimento do PSL com Witzel e ataques a Huck criam obstáculos na centro direita

Em pouco mais de um mês, Jair Bolsonaro moveu peças para dificultar os caminhos de três potenciais adversários dentro de seu campo político expandido. Depois de acusar João Doria e Luciano Huck de se beneficiarem de financiamentos generosos na era petista, o presidente viu o seu PSL migrar para a oposição ao governo Wilson Witzel no Rio.

Bolsonaro já mostrou que pensa muito no próprio futuro. Falou diversas vezes de sua Presidência como um projeto de oito anos e abandonou o discurso contra a reeleição. Os ataques a Doria, Huck e Witzel indicam que a maior ameaça a seus planos é o surgimento de alternativas pelo centro e pela direita.

Faltam três anos para uma nova disputa, mas o presidente trabalha para asfixiar qualquer uma dessas opções no nascedouro. A intenção é desgastar a imagem de nomes que soem mais moderados, vinculando-os à esquerda, e criar dificuldades políticas para aqueles que têm uma plataforma semelhante à sua.

Witzel se encaixa no segundo grupo. O governador do Rio era um azarão na última campanha, mas pegou carona na popularidade crescente de Bolsonaro no estado e disparou para a vitória. No poder, assumiu um programa radical para a segurança, rivalizando com o presidente.

Nas últimas semanas, Witzel reforçou as críticas a Bolsonaro e confirmou sua disposição em concorrer ao Planalto em 2022. O PSL respondeu com um rompimento brusco. Como o partido tem 12 dos 70 deputados estaduais do Rio, a bancada deve passar a dar um pouco mais de trabalho ao governador dentro de casa.

"Nossa oposição não será ao estado do Rio, mas ao projeto político escolhido pelo governador Wilson Witzel", declarou Flávio Bolsonaro, articulador desse afastamento.

A queda de popularidade do governo animou personagens que têm um pé no eleitorado conservador ou buscam moderação para se contrapor ao presidente. Bolsonaro prefere que esses redutos fiquem desertos. Assim, ele tenta reprisar sua polarização extremada com a esquerda.
Herculano
18/09/2019 18:18
da série: você um político enrolado, o ministro Gilmar Mendes recebe o torpedo, mata a bola no peito e faz o gol

DECISÃO NO STF. GILMAR MENDES TRANCA AÇÃO PENAL NO TJ-SC CONTRA PREFEITO CATARINENSE AFASTADO DO CARGO, por Ânderson Silva, no Diário Catarinense, do NSC Florianópolis.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, determinou nesta quarta-feira o trancamento da ação penal que tramita no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) contra o prefeito afastado de Nova Erechim, Nedio Antonio Cassol

Ele foi preso em março deste ano durante uma operação da Polícia Civil, acusado de cobrar propina de uma empresa, e ganhou liberdade em julho, depois de 128 dias. Com a decisão do ministro, Cassol deve voltar ao cargo nesta quinta-feira.

À época da operação, o delegado responsável pelo caso, Arthur Lopes, disse que as prisões ocorridas eram motivadas por indícios de corrupção e improbidade administrativa. O prefeito também estaria ameaçando testemunhas em investigação de irregularidades.
O delegação afirmou que durante a investigação ficou evidenciado a cobrança de propina de empresários que contratavam com a administração pública. O secretário municipal de Obras e Serviços Públicos também foi afastado das funções.

A defesa de Cassol, no pedido de habeas corpus ao STF, alegou que as provas obtidas na investigações foram feitas "sem nenhuma supervisão ou comunicação ao TJ-SC". No conteúdo disponível no site do Supremo ainda não é possível ler a íntegra da decisão de Gilmar Mendes, mas ele pede que a Segunda Câmara Criminal do TJ-SC seja comunicada com urgência. A ação tramita no Tribunal porque o prefeito tem foro privilegiado.
Herculano
18/09/2019 18:13
da série: que ponte, que nada...O investimento e parceria é naquilo que produz mais retorno, empregos e se identifica com uma das vocações da cidade. E Gaspar e Ilhota vão chupar o dedo

SHOW DO MILHÃO. MOISÉS VAI A BLUMENAU GARANTIR RECURSOS PARA CENTRO DE CONVENÇõES, por Upiara Boschi, do Diário Catarinense, na NSC Florianópolis

O governador Carlos Moisés (PSL) fará na segunda-feira a tão cobrada visita a Blumenau na próxima segunda-feira, dia 23, quando deve anunciar R$ 27 milhões para a construção do centro de convenções da maior cidade do Vale do Itajaí. A obra é uma reivindicação antiga da classe empresarial da região e já foi anteriormente prometida por Raimundo Colombo (PSD) e Eduardo Pinho Moreira (MDB).

Em Blumenau, Moisés deve reforçar a promessa de que irão para a cidade 60 dos 500 policiais militares a serem selecionados em concurso público - feita no início do mês quando recebeu uma comitiva de prefeitos da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi). Outros anúncios não estão descartados.

A articulação para a ida de Moisés a Blumenau foi feita pelo deputado estadual Ricardo Alba, líder da bancada do PSL e pré-candidato a prefeito. O modelo é o mesmo da visita do governador a Criciúma, na última sexta-feira, quando reuniu a classe política e empresarial da cidade para anunciar investimentos de R$ 30,5 milhões.
Herculano
18/09/2019 16:32
da série: Será? Só acredito vendo

MAIA DIZ QUE PONTOS POLÊMICOS DE PROJETO SOBRE REGRAS ELEITORAIS NÃO SERÃO REINCLUÍDOS PELA CÂMARA, por Valdo Cruz, na Globo News

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao blog que a Casa não vai reincluir no projeto sobre regras eleitorais os pontos polêmicos que foram derrubados em votação nesta terça-feira (17), no Senado. Ele afirmou ainda que alguns trechos barrados pelos senadores, que não estão entre aqueles em que há maior divergência no Congresso, podem ser retomados.

Os críticos ao texto, considerado uma minirreforma eleitoral, afirmam que algumas das novas regras podem diminuir a transparência, dificultar a fiscalização e favorecer irregularidades em campanhas. Para que possa valer nas eleições do ano que vem, a proposta deve ser aprovada ainda neste mês. Como foi modificada pelo Senado, tem que voltar para a Câmara.

Veja os principais itens do projeto

Entre os pontos que devem continuar de fora, Maia citou a permissão para partidos e políticos pagarem advogados e multas partidárias com verba do fundo partidário.

"Vamos discutir com os líderes. Tem pontos em que ficaram com alguma polêmica, como a questão dos advogados, que podem ser retirados. Mas tem outros pontos que são positivos. Não podemos pegar todo o projeto e dizer que todo ele tem problemas", afirmou Maia.

"Não, [o texto original] não. Os mais polêmicos [devem ser retirados], dos advogados, de pagar multa com dinheiro do fundo, mas tem muitas coisas que não têm divergências", explicou o presidente da Câmara.

Na votação da terça, o Senado decidiu aprovar apenas a criação do fundo eleitoral para financiar a eleição municipal do próximo ano e rejeitou todos os demais pontos do projeto que havia sido aprovado anteriormente pelos deputados.

A nova votação na Câmara pode ocorrer ainda nesta quarta. Maia reclamou que muitas coisas foram ditas do projeto "que não condizem com a realidade.

"Temos de tomar certo cuidado para, mais uma vez, parecer que vai se criminalizando a política de qualquer forma", disse.

Fundo eleitoral
Maia afirmou ainda que o ponto mais polêmico para a sociedade era criação do fundo eleitoral para o pleito do ano que vem. No entanto, ele defende a medida, que considera importante para compensar a ausência de financiamento de empresas nas campanhas.

"O mais polêmico era o fundo eleitoral, esse o Senado aprovou, mais polêmico para a sociedade, que eu defendo, já que não há financiamento de pessoa jurídica".

Maia afirmou, porém, que, diante da crise fiscal, não é possível ter um fundo com um valor acima do da última eleição, em 2018, de R$ 1,7 bilhão.

"Vai ficar por ali, não tem muito como mudar, o Brasil vive uma crise, a arrecadação está lenta. Não podemos deixar de financiar as eleições, temos de tomar esse cuidado, mas também não precisamos ter um valor que não seja razoável em relação à crise econômica que o país vem passando nos últimos anos", afirmou.

Ele alertou, porém, que o tamanho do fundo, para uma eleição municipal, certamente irá "gerar muito conflito dentro dos partidos, mas é o valor que é possível neste momento para ser aprovado pelo Congresso Nacional".

Alguns dos pontos mais criticados do texto
Entre os trechos mais polêmicos da minirreforma eleitoral estão os que preveem que:

Políticos possam pagar advogados com dinheiro do fundo partidário;

Multas eleitorais possam ser pagas com dinheiro do fundo partidário;

Multas por desaprovação de contas partidárias deverão ser aplicadas apenas se for comprovada conduta dolosa (intencional) da legenda;

Partido ou candidato que inserirem dados incorretos no sistema de informação e publicação de contas de campanha não poderão sofrer sanções penais;

Doações de pessoas físicas para despesas com advogados e contadores poderão ser feitas sem limites de valor, o que desconfigura o teto de gastos das campanhas.

Despesas com advogados e contadores não serão consideradas para o cálculo do teto de gastos da campanha.
Herculano
18/09/2019 16:01
CONDENADO

Nota no twitter do Ricardo Noblat, de Veja

O empresário Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, foi condenado em caráter definitivo pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por ter praticado "propaganda eleitoral irregular" em favor de Jair Bolsonaro, então candidato à Presidência da República pelo PSL. (DCM)
Herculano
18/09/2019 14:39
da série: os políticos com medo da polícia, investigação e Justiça

CÂMARA ESVAZIA AINDA MAIS PACOTE DE MORO

Conteúdo de O Antagonista. O grupo de trabalho da Câmara que analisa o pacote anticrime rejeitou hoje várias medidas importantes propostas por Sergio Moro para combater as facções.

Não será possível instalar câmeras em locais públicos, para investigar uma suspeita, sem autorização judicial. Uma conversa gravada sem crivo do juiz não poderá ser usada para acusar alguém, só para defender.

Presos ligados a facções nas penitenciárias não terão as penas aumentadas, como previa a proposta. Também caiu a possibilidade de gravar as conversas de advogados com advogados, por autorização da Justiça.

O grupo de trabalho da Câmara é o túmulo do pacote anticrime.
Herculano
18/09/2019 14:36
PENSANDO BEM

Bolsonaro pode ser um pé frio. O líder do partido Likud e nove anos no poder Benjamin "Bibi" Netanyahu, acaba de perder a eleição. Era o candidato de Bolsonaro.

Nas prévias, recentemente, Maurício Macri, presidente da Argentina, perdeu a corrida eleitoral. Uma sinalização muito forte que poderá a corrida quando a eleição for para valer este ano ainda. Macri é apoiado por Bolsonaro.

Bolsonaro tem em Donald Trump, um ídolo. Então, não seria bom Trump manter uma prudente distância de Bolsonaro na tentativa de se reeleger?
Herculano
18/09/2019 14:22
ILUSÃO E FALÊNCIA, por Hélio Beltrão, engenheiro com especialização em finanças e MBA na universidade Columbia, é presidente do instituto Mises Brasil, no jornal Folha de S. Paulo

Enfrentar nossa crise fiscal não é um tema ideológico

A situação fiscal do governo seguirá calamitosa nos próximos 10 anos, mesmo com a eventual aprovação da Reforma da Previdência no Senado. O mercado, por outro lado, sedado por juros internacionais em queda livre, está complacente e negocia o risco Brasil em níveis inéditos, a 120 pontos contra 280 de um ano atrás.

Não me parece apreçado no risco Brasil o ataque dos inflacionistas ao seguinte arcabouço de responsabilidade fiscal: a) regra de ouro, que impede que o governo contraia dívida para efetuar gastos correntes, b) lei de responsabilidade fiscal, que limita despesas com pessoal e endividamento, e estabelece mecanismos de equilíbrio entre receitas e despesas, e c) teto de gastos, que impede que as despesas cresçam acima da inflação.

Estamos travando a mesma batalha de 1932, quando Keynes, Pigou e Fisher pregavam impulso fiscal e monetário em meio à crise fiscal que se seguiu à crise de 1929, enquanto Hayek e Robbins defendiam que o investimento privado deveria liderar a recuperação econômica.

Keynes venceu a batalha naquela ocasião ao prescrever exatamente o que os políticos queriam: concretizar gastos. Desde então, o keynesianismo escancarou aos políticos as comportas da irresponsabilidade fiscal e monetária.

Em 2019, André Lara Resende baseia-se na keynesiana Modern Monetary Theory (MMT) para receitar que o governo gaste mais e imprima mais dinheiro nesta crise fiscal. E nesta Folha do domingo (15) passado, professores fizeram eco ao mote de "gastar e imprimir".

Um e outro sugerem dilacerar as políticas de responsabilidade, incorrendo em rombos e mais dívida. Note que esta é precisamente a política que causou a atual crise! Parafraseando seu guru Keynes, preferem esbanjar hoje pois no longo prazo não mais estarão aqui para pagar a conta.

Enfrentar nossa crise fiscal não é um tema ideológico, mas de cifras de endividamento que teimam em ser inflexíveis. Adicionalmente, é um tema temporal, um conflito entre gerações. São obrigações da
previdência contraídas na geração anterior, impossíveis de serem quitadas pela geração atual, que por sua vez são artificialmente viabilizadas por endividamento crescente, impossível de ser quitado integralmente pelas gerações futuras.

Há 240 anos, Adam Smith dizia que "quando a dívida pública alcança certo nível, não é mais paga integralmente; a falência do governo é disfarçada por pagamentos de faz de conta." Smith se referia aos meios que o governo utiliza para levantar recursos: impostos, endividamento e inflação.

Aumentos de impostos são evitados pelos governantes sob pena de perda de popularidade, vide recente episódio da CPMF. O método preferido é o aumento de endividamento, o faz de conta. Desde 2014, a dívida bruta saltou de 51,5% para 79% do PIB.

Ocorre que além de determinado nível de dívida, a deterioração do risco de crédito inviabilizará o malabarismo: o mercado não emprestará mais ao governo. Para evitar o calote, a consequência final é a inflação por monetização de dívida. Pagará a conta, portanto, aquele grupo de interesses que não vota nem é organizado: o das futuras gerações.

No jogo de empurrar com a barriga, o STF bloqueia a redução de salários de servidores prevista na LRF, políticos pedem a implosão do teto de gastos, e o Congresso autoriza o governo a descumprir a regra de ouro.

A sociedade e o governo, iludidos, não querem enfrentar a causa fundamental da crise: o tamanho dos gastos públicos. No entanto, é preciso cortar desde já as duas rubricas que representam cerca de 80% do total: salários dos servidores e aposentadorias de forma geral. A alternativa, asseguro, é a futura falência inflacionária.
Herculano
18/09/2019 14:17
VOCÊS NÃO

Conteúdo de O Antagonista. Os líderes do Novo, Marcel van Hattem, e do Cidadania, Daniel Coelho, não foram convidados para a reunião na casa de Rodrigo Maia, na noite de ontem.

No encontro, como registramos há pouco aqui, o presidente da Câmara recebeu o apoio do Centrão e da esquerda para ressuscitar hoje as bizarrices da nova Lei dos Partidos que foram suprimidas ontem pelo Senado. No máximo, poderá retirar o artigo que trata do pagamento de advogados para dirigentes partidários enrolados com a Justiça.
Ferreira
18/09/2019 13:24
Eleições conselho Tutelar.

Precisamos saber de quem se trata? Maiara tonet e Vanessa Scheidt.
Vamos aos pontos: Maiara é advogada e filha de Marisa, suplente de vereadora e cargo em comissão do atual governo. Vanessa é filha de um senhor de nome no município. A mesma jogada foi feita no ano passado aonde deram um jeito para Maiara entrar! Acordem
Herculano
18/09/2019 11:23
ALCATRAZ SEGUE NA ALÇADA FEDERAL, por Claudio Prinsco Paraíso

O TRF-4, corte que já ficou conhecida nacionalmente pelo rigor nos julgamentos da Lava Jato, mantém-se irredutível em relação à Operação Alcatraz, desencadeada para investigar suposta corrupção na Epagri e na Secretaria de Administração em governos passados.

O ânimo de lideranças e alguns agentes políticos ante a possibilidade de reviravolta no caso foi por água abaixo na terça-feira. O tribunal com sede em Porto Alegre negou todos os recursos impetrados pelos advogados de defesa dos investigados.

Inclusive foi negado o pedido, que partiu de uma das empresas envolvidas, argumentando que os fatos da operação deveriam estar na esfera estadual (Ministério Público e Justiça Estadual, e não no contexto federal, como vem ocorrendo). Significa que as investigações continuam.

Os desembargadores também negaram pedido da defesa do presidente da Alesc, Júlio Garica. Os causídicos solicitam a retirada do nome do deputado das investigações. Mas a solicitação foi negada pela terceira vez.
Herculano
18/09/2019 11:15
ELEIÇõES NO CONSELHO TUTELAR DE GASPAR, CONTINUAM SENDO UMA DISPUTA POLÍTICA PARTIDÁRIA, RELIGIOSA E DESIGUAL

Primeiro, há marcas, panfletos, manifestações em redes sociais e freneticamente em aplicativos de mensagens na busca de votos. E isto custa dinheiro. É preciso entender quem financia as mobilizações, produzem e distribuem os materiais eleitorais, que não aparentam simplicidade.

Segundo, está claro e não se esconde, como se facilmente constata-se nas redes sociais e aplicativos de mensagens, que governo Kleber apoia abertamente, dois candidatos por questões de alinhamento partidário e teocrático.

A pergunta que não quer calar é: um conselheiro tutelar é um membro técnico que participa de uma estrutura específica de governo e escolhido com o voto direto da sociedade? Ou é um puxadinho do governo em algo sensível - a infância, a adolescência, a vulnerabilidade das famílias - mas, viciado pela contaminação político-partidário-religioso dos que estão no poder de plantão ou são contra ele?

Um Conselho Tutelar tem que ser uma extensão da Secretaria de Assistência Social, ou um ente vigilante às mazelas sociais e da ausência do poder público na mitigação dessas mazelas?

No tempo do PT era a ideologia que predominava, agora é a exibição de poder e aparelhamento e igual aos que se identificam com o poder.

Onde está o Ministério Público Estadual responsável pela vigilância do pleito e dos mecanismos que tornam o Conselho Tutelar o termômetro da vulnerabilidade de uma comunidade?

Ontem por exemplo, circularam nas redes sociais fotos de santinhos e outras propagandas que infestavam recepções de repartições públicas municipais de Gaspar. Acorda, Gaspar!
Herculano
18/09/2019 11:08
NO TRÂNSITO, O SENTIDO É A VIDA. MENOS EM GASPAR

De hoje até 25 de setembro comemora-se a a "Semana Nacional de Trânsito". É uma semana de conscientização, educação e mobilização da sociedade por um trânsito seguro, defensivo, com menos ferimentos, mortes e prejuízos patrimoniais contra a sociedade e que banca a maior parte de tudo isso com seus pesados impostos.

O que a Diretoria de Trânsito - a Ditran - de Gaspar, programou para marcar esta semana? Nada!

Como não é uma área tocada por técnicos e sim cabide de empregos de políticos em campanha para as próximas eleições, orientada por Kleber Edson Wan Dall, MDB, que mandou à Câmara projeto de lei e conseguiu a sua aprovação, a Ditran virou um pixadinho da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos e está disponibilizando quase R$2 milhões em asfalto para ruas em Gaspar.

Este dinheiro deveria estar prioritariamente na contratação de mais agentes, sinalização, educação e conscientização... como pede a Semana Nacional de Trânsito. Acorda, Gaspar!




Herculano
18/09/2019 07:54
A NOVA CHANCE DE BOLSONARO

De O Antagonista. Jair Bolsonaro, depois de fritar publicamente o diretor-geral da PF, disse a Sergio Moro que pretende dar-lhe "uma nova chance", segundo o Valor.

"Nas conversas que manteve com outros interlocutores ao longo do dia, porém, o presidente não deixou claro se essa é uma decisão de caráter definitivo ou provisório".
Herculano
18/09/2019 07:49
O FUNDO ELEITORAL, O CARGUINHO DO FILHO E A REPÚBLICA DO MESERÊ, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro, o Congresso e outros órgãos se movem por interesses particulares

O procurador que chamou seu salário de R$ 24 mil de "miserê" poderia ser nomeado porta-voz de um grupo que está espalhado pela máquina pública. Sua desfaçatez representaria bem os partidos que tentaram engordar seus caixas em mais um ano de crise. Serviria também ao político que move montanhas para dar um cargo ao próprio filho.

Numa cultura de privilégios e cegueira deliberada, servidores, parlamentares, dirigentes partidários e o presidente da República tratam o Estado como patrimônio pessoal.

Um integrante do Ministério Público de Minas achou razoável fazer queixa de sua remuneração numa reunião do órgão. "Já estou baixando meu padrão de vida bruscamente, mas eu vou sobreviver", afirmou. Num lamento, ele disse que precisou reduzir seus gastos com cartão de crédito para R$ 8.000 por mês.

Certas autoridades costumam deixar de lado o pudor quando discutem seus interesses financeiros, mesmo quando as contas do governo estão na pindaíba. A manobra desastrada dos partidos para colocar até R$ 3,7 bilhões no fundo eleitoral e reduzir as regras de fiscalização desse dinheiro é uma face desse pouco-caso.

O país ainda não conseguiu elaborar uma maneira justa e responsável de financiar as campanhas depois que foram proibidas as doações empresariais. É inexplicável, porém, que o Congresso tenha trabalhado só para pegar mais recursos enquanto, na surdina, afrouxava as regras para a prestação de contas.

Mas a república do miserê não se manifesta só em busca de moedas no cofre. É a mesma força que impulsiona Jair Bolsonaro a colocar a Presidência a serviço do esforço para emplacar um filho na embaixada brasileira em Washington e a interferir em órgãos de investigação para proteger outro de seus rebentos.

Governantes que atuam em causa própria são uma tradição brasileira. Alguns podem tentar se esconder atrás da retórica da nova política e de reformas econômicas, mas dificilmente conseguirão disfarçar suas ambições particulares.
Herculano
18/09/2019 07:43
REPULSA GERAL REVOGOU O FUNDÃO SEM VERGONHA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O acordo dos líderes no Senado, nesta terça (17), jogando no lixo a minirreforma eleitoral aprovada na Câmara, resultou da impressionante pressão da opinião pública, incluindo a avalanche de críticas nas redes sociais. Diante da repulsa geral, os senadores desistiram de comprar briga em defesa do Fundão Sem Vergonha. O acordo preserva o Fundo Eleitoral de R$1,7 bilhão, mesmo valor da eleição de 2018.

BOM SENSO DE VOLTA

Diante da rebordosa, até Rodrigo Maia, que deixou prosperar o Fundão na Câmara, virou um crítico do aumento do valor para R$3,7 bilhões.

SALVANDO O BILHÃO

Se não houvesse o acordo de líderes no Senado, o projeto aprovado da Câmara seria rejeitado, incluindo o Fundão de R$1,7 bilhão.

MUSA DA RESISTÊNCIA

Presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS) foi uma gigante contra o Fundão Sem Vergonha. Não aceitou análise do texto "a toque de caixa".

CONTRA O FUNDÃO

Senadores bateram o bumbo, como Jorge Kajuru e Leila Barros (DF), do PSB, Alessandro Vieira (SE) e Eliziane Gama (MA), do Cidadania.

TEVE ASSINATURAS 'FAKE' NA CPMI DAS FAKE NEWS

Podem ser "fake" (ou falsas) três das 48 assinaturas de senadores e cinco das 274 assinaturas de deputados em apoio à CPMI das Fake News. É que a Secretaria Legislativa do Congresso, que verificou a autenticidade das assinaturas no dia 5 de junho, não reconheceu oito de senadores e deputados. Há dez assinaturas repetidas de senadores e 32 de deputados. No Congresso, ninguém explica o que houve.

SENADORES NÃO-VERIFICADOS

Não foram confirmadas assinaturas dos senadores Vanderlei Cardoso (PP-GO), José Maranhão (MDB-PB) e Styvenson Valentim (Pode-RN).

DEPUTADOS TAMBÉM

Paulo Ramos (PDT-RJ), Dr. Jaziel (PL-CE), Boca Aberta (Pros-PR), Aline Gurgel (PRB-AP) e Abílio Santana (PL-BA) não conferem.

PRÉ-REQUISITOS

Para ser criada no Congresso, uma CPI mista precisa do apoio de 27 senadores e 171 deputados. Esse mínimo foi atingido.

TUDO BEM COM ELE

Na capital dos boatos, ontem, os "problemas de saúde" do general e ministro Augusto Heleno (Segurança Institucional) viraram piada de fim de tarde. Ele terminou o dia como começou: muito bem.

ABAIXO A PATIFARIA

A democracia aceita tudo, até que atentem contra os seus princípios. A lei e a decência são irmãs siamesas, por isso não se poderia tolerar o Fundão Sem Vergonha. Democracia não rima com patifaria.

A EXCRESCÊNCIA

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) aponta a "excrescência" no Fundão Sem Vergonha: aumentaria o dinheiro público para a eleição de 2020, de R$3 bilhões, e criava "legislação amiga na hora de prestar contas".

PRATOS CHEIOS

O presidente avalia manter em "banho-maria" a indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador em Washington até ter a certeza de que esse assunto não vai atrapalhar a pauta de reformas no Congresso.

O CAPITAL SE AFASTA

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, há "um problema estrutural da economia brasileira, de falta de produtividade, de serviços públicos ineficientes, caros, que afastam o capital privado do País".

O QUE É PIOR?

Alexandre Frota (PSDB-SP) disse que a "briga entre partidos paralisa a Ancine, após anos de domínio do PCdoB". E afirmou "já não saber o que é pior: ficar nas mãos do PCdoB ou nas mãos do Bolsonaro."

VALE LEMBRAR

O repasse de R$1 bilhão à Amazônia e R$1,6 bilhão à Educação saem do acordo da Petrobras com o Departamento de Justiça dos EUA. É a grana que quase virou "fundo" gerido pelo Ministério Público Federal.

FALA COMO SEMPRE FALOU

Sobre a pesquisa que avaliou a comunicação do presidente, o leitor Antonio Pereira disse que as declarações de Jair Bolsonaro o ajudam muito. "Votei nele porque já falava assim como candidato, agora fala como presidente. Lula e Dilma falavam pior e muitas mentiras", disse.

PENSANDO BEM...

...quem tem fundo partidário e eleitoral não precisa mais de empreiteira.
Herculano
18/09/2019 07:35
CHOQUE DO PETRóLEO FOI ADIANDO ATÉ QUE DESORDEM MUNDIAL CAUSE OUTRA CRISE, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Apocalipse petrolífero parece adiado, mas política mundial em ruínas facilita crises

O choque do petróleo anunciado com exagero na segunda-feira (16) havia sido adiado pelo menos até a noite desta terça (17). Mesmo na disparada do começo da semana, de qualquer modo, os preços do barril tinham chegado apenas a níveis registrados em maio ou julho.

Segundo relatórios de bancões multinacionais, essa carestia do combustível não seria suficiente para danificar a economia americana. Ainda nesta terça-feira, os sauditas disseram que até o final do mês estarão produzindo tanto quanto antes dos ataques a suas instalações de processamento de petróleo.

Parece claro, porém, que a crise não está apenas aí, em mais um episódio dos conflitos do Golfo, no caso, os embates indiretos entre Arábia Saudita e Irã. O problema é que as frequentes desordens mundiais, em particular no dito Oriente Médio e cercanias, estão sob nova e péssima administração. A cortesia da bagunça mais recente é de Donald Trump em particular, embora os americanos estejam promovendo desastres além da conta desde a invasão do Iraque de 2003 (ou do golpe que armaram no Irã de 1953? O desastre vem de longe).

Por mero e neutro exercício, suponha-se que os ataques tenham sido lançados por uma das facções envolvidas na guerra civil (e também regional) do Iêmen. Então: 1) Os Houthis, como são chamados no Ocidente, são capazes de destruir o centro petroleiro do país que exporta uns 16% do petróleo do mundo; 2) Guerra e massacres praticamente ignorados no Iêmen podem provocar um colapso na economia mundial. Hum

Ainda por mero exercício, suponha-se que o Irã tenha sido o responsável direto ou indireto pelo ataque à Arábia Saudita. Neste caso hipotético, um país já avariado por sanções econômicas americanas não se importa de correr o risco de pelo menos um ataque "cirúrgico" (desculpem o clichê vicioso) a seus centros petroleiros, infraestrutura ou instalações militares. Segundo jornalistas americanos que ouvem fontes no governo de seu país, essas teriam sido as hipóteses de retaliação oferecidas a Trump.

Ressalte-se: uma facção da guerra civil do Iêmen e um Irã irado ou desesperado a ponto de se arriscar em uma guerra podem provocar um colapso econômico global. Note-se de passagem que os Emirados Árabes Unidos, também envolvidos na confusa guerra do Iêmen, são responsáveis por 6% das exportações mundiais de petróleo. O vizinho Iraque, sob guerra e terrorismo permanentes desde 2003, outros 8%.

O rolo mais recente dos americanos com o Irã recomeçou com Trump, que na prática rasgou os acordos de limitação de armas nucleares. Para quê? Até o ano passado, quase ninguém dava muita bola para a guerra e o morticínio no Iêmen, afinal, terra de gente não-branca e muçulmana, vidas que não valem grande coisa na opinião pública ocidental, no entanto uma guerra de potências petroleiras.

As questões alarmantes parecem óbvias. Na ordem politica mundial, os danados da terra estão sempre se danando, é verdade. Mas, ruim com tal ordem, pior ainda sem. Os acordos formais e tácitos estão indo à breca, mais recentemente graças à contribuição de demagogos mais ou menos autoritários, ineptos ou dementes, Trump entre eles, mas não apenas.

As tentativas mais cínicas de paz, estabilidade, equilíbrio de forças e opressão moderada são exemplos maiores de fina razão quando comparadas às provocações demagógicas e nacionalismos agressivos, recentes e cada vez mais frequentes.
Herculano
18/09/2019 07:21
O QUE É VALIOSO DESMANCHA NO AR, por Carlos Brickmann

Há poucos dias, no sábado, fez um ano que a Polícia Federal apreendeu, no aeroporto de Viracopos, SP, 19 malas com dinheiro e objetos de luxo. No total, algo como US$ 20 milhões. Era a bagagem de Teodorin Obang, filho de Teodoro Obang, há mais de 40 anos presidente (e homem mais rico) da Guiné Equatorial. Que é que Teodorin veio fazer no Brasil, tão perto das eleições, com tanto dinheiro e tantos objetos de valor? Nas investigações da Lava Jato, a Guiné Equatorial é sempre citada como parceira preferencial de empreiteiras brasileiras, aquelas que acompanhavam as viagens de Lula à África e ganhavam gordas concorrências, com o financiamento do BNDES.

Os relógios trazidos nas malas de Teodorin eram fantásticos: caixas de ouro ou platina, amplamente guarnecidas de brilhantes, de grandes marcas. Relógios ocupam pouco espaço, valem muito, podem ser transformados em dinheiro com facilidade. A propósito: onde estão as joias e relógios trazidos às vésperas das eleições pelo vice da Guiné Equatorial? E o dinheiro, em dólares e reais? Não se fala mais no assunto? Não ficou claro nem quem iria se beneficiar de objetos tão valiosos! Há quem diga que era a contribuição da Guiné Equatorial a seus candidatos favoritos ?" mas não há prova alguma disso, devem ser apenas comentários maliciosos.

De qualquer forma, seria interessante saber se o dinheiro e os objetos de valor estão sob custódia, ou foram devolvidos a quem os trouxe. Imagine, joias tão lindas sumindo no ar!

RICO, RICO, RICO

Claro que se pode dizer que o assunto não tem a menor importância, que a imprensa canalha faz tempestade em copo de champagne. Afinal, nada é tão normal quanto um país que está em 144º lugar em Índice de Desenvolvimento enviar seus governantes com malas de joias e dinheiro para uma visita turística a uma nação amiga - onde o turismo deve ser caríssimo.

VERGONHA POUCA...

Pesquisa da Câmara Federal mostra que 71% dos juízes do país ganham mais que o teto constitucional de R$ 39,2 mil. Recebem auxílio-moradia e auxílio-alimentação, muitas viagens com boas diárias, penduricalhos diversos. E, na última semana, o Conselho Nacional de Justiça permitiu que o auxílio-saúde (10% do salário-base de desembargador) não espere ninguém ficar doente: já pode ser pago em dinheiro, mesmo sem problemas de saúde. O colunista Claudio Humberto (www.diariodopoder.com.br) lembra que, há três anos, o Senado aprovou projeto que limitava os supersalários. Agora o projeto está na Câmara, onde dorme esquecido.

... É BOBAGEM

O deputado federal gaúcho Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara, usou dinheiro de sua cota parlamentar para visitar o ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba. Desde que tenha alguma relação com o exercício do mandato, a cota parlamentar pode cobrir viagens nacionais, seja para onde for. A assessoria de Pimenta diz que foi a uma atividade do PT paranaense, em Curitiba. E aproveitou a oportunidade para pedir instruções na cadeia. Por que deixaria Haddad com o monopólio das conversas do cárcere?

QUESTÃO DE PRIORIDADE

O governador João Doria inaugurou novas e amplas instalações para o 8º Distrito Policial do Brás, em São Paulo. Foram investidos R$ 4,6 milhões nas obras - parte, ao que dizem, de R$ 100 milhões oferecidos pela Febraban, Federação Brasileira de Bancos, para reformas de distritos policiais, tudo, é claro, sem interesse algum. O DP reformado ficou bonito, bem mobiliado, mas talvez não seja esta a maior necessidade da Polícia Civil paulista.

Nela, falta preencher 24 mil vagas, faltam coletes à prova de bala, há coletes com prazo de validade vencido. E o salário dos policiais civis é o mais baixo do Brasil, embora trabalhem no Estado mais rico do país. Delegacias bem montadas e bem equipadas são um excelente cartão de visita. Mas polícia é mais do que isso: exige salários, equipamentos, ciência, quadros completos.

PETRóLEO SEM PROBLEMAS

O ataque a refinarias sauditas, seja iniciativa iraniana (que disputa com a Arábia Saudita a liderança do Oriente Médio árabe), seja iniciativa dos rebeldes iemenitas contrários ao regime de seu país, apoiado pelos sauditas, está sendo considerado um problema passageiro. Imagina-se que não haverá falta de petróleo, nem alta explosiva de preços. Imagina-se que a situação logo voltará ao normal. Se o que se imagina for otimista demais, há ainda a liberação das reservas estratégicas dos EUA. No Brasil, a Petrobras avalia a situação, mantendo preços. Os juros brasileiros devem cair mais um pouco.

HOMENAGEM BONITA

O jornalista Caetano Bedaque foi homenageado no dia 13, na Câmara dos Vereadores de São Paulo, "pelos excelentes serviços prestados à televisão brasileira". A homenagem foi comandada pela vereadora Sandra Thadeu e a presidente do Instituto Pro-TV, Thaís Alves. Conheço-o: foi homenagem merecida.
Herculano
18/09/2019 07:16
GUEDES, OUÇA O SILÊNCIO DE SIMONSEN, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O pior para uma economia sonâmbula é a explosão de um posto de gasolina

O repórter Ancelmo Gois contou: O ministro Paulo Guedes caminhava pela orla do Leblon quando foi interpelado por alguns cidadãos. Nada como o que acontecia a ministros petistas em restaurantes, mas, compreensivelmente, ele se incomodou: "Na terceira abordagem como essa, eu largo tudo e vou embora. Aí vocês vão ver o que é bom, como é que fica."

Dias depois, o secretário da Receita, Marcos Cintra, foi defenestrado. Essa era uma pedra cantada, pois o doutor era um monotemático defensor de uma nova CPMF, mesmo sabendo que o presidente da República detestava a ideia. O chamado "mercado" fingiu acreditar que o episódio estava circunscrito a essa divergência, mas o problema ia muito além. Guedes também foi um defensor do imposto sobre transações e sabia há meses que essa girafa não passa no Congresso. Até aí, nada demais, desde que o "Posto Ipiranga" , além de vender a gasolina da CPMF, venda também diesel, etanol, aditivos, refrigerantes e aspirinas.

Só Guedes sabe o tamanho do seu desconforto, mas a pior coisa que pode acontecer a uma economia sonâmbula é uma explosão de posto de gasolina, porque irá junto o quarteirão: "Aí vocês vão ver o que é bom, como é que fica."

Fica ruim, mas foi Guedes quem se amarrou em convicções inviáveis (a CPMF) e promessas visionárias (zerar o déficit primário ao fim deste ano).

As calçadas do Rio têm história. Guedes rogou sua praga a poucas centenas de metros das areias onde, num fim de semana de agosto de 1979, apareceu a alva figura do professor Mário Henrique Simonsen, que acabara de se libertar do Ministério da Fazenda do general João Batista Figueiredo.

Simonsen nunca ameaçou. Avisou que ia embora no dia 2, chamou o caminhão da mudança, demitiu-se no dia 9, tomou o avião e foi para a praia.

Essa é a liturgia da saída, mas desde que o país voltou à democracia, sabe-se que a questão está sobretudo na liturgia da entrada de um novo ministro. Paulo Guedes é o 20º ministro da Economia desse período. Três deles foram marcantes (Fernando Henrique Cardoso, Pedro Malan e Antonio Palocci).

Somados, ficaram 12 anos na cadeira. Dos 17 outros, alguns tinham uma perigosa característica: pouca biografia para o cargo e muita confiança pessoal do presidente que os escolheu. É aí que mora o perigo. Ao mandatário, pareciam a melhor solução para a hora, sobretudo porque não lhe trariam maiores problemas. Basta olhar para trás e lá está a ruína que produziram.

A ideia segundo a qual os ministros são sábios que sabem fazer contas é uma lenda urbana. Para ficar num exemplo estrangeiro e passado, durante alguns anos da depressão do anos 1930 o mundo parecia estar nas mãos dos três gênios que comandavam as economias da Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. O único que tinha a cabeça no lugar era o nazista Hjalmar Schacht. O americano Benjamin Strong estava mal de saúde, pendurado em doses de morfina. O inglês Montagu Norman achava que tinha o poder de atravessar paredes. Doidos existem e conseguem ser convincentes, sobretudo quando do outro lado do balcão está alguém que se sente pressionado por maus números e pela falta de projeto. Nessa hora, tentam-se até rezas ou poções.
Herculano
17/09/2019 18:59
ALCOLUMBRE DÁ RECADO À CÂMARA E DIZ QUE NÃO QUER MAIS RECEBER PROJETOS EM CIMA DA HORA, por Gérson Camarotti, na GloboNews

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou nesta terça-feira (17) ao blog que é preciso "reorganizar" a tramitação de projetos no Congresso. A declaração foi um recado à Câmara dos Deputados.

Alcolumbre comentou o fato de, segundo ele, a Câmara ter tido dez meses para discutir a proposta que altera regras eleitorais, enquanto o Senado, "20, 25 dias".

"O problema que falei ainda há pouco na coletiva com a imprensa é que na Câmara ficou essa matéria dez meses lá, e a gente fica com 20, 25 dias para votar aqui no Senado. Então, a gente precisa reorganizar essa questão da tramitação", afirmou.
Herculano
17/09/2019 18:49
MAIS UM PROJETO DA MADRUGADA

Conteúdo de O Antagonista.O projeto que, entre outras bizarrices, facilita o caixa dois e que Davi Alcolumbre tenta colocar em votação no Senado nesta semana a todo custo foi aprovado na Câmara no último dia 3.

A que horas? 23h32.

É mais um projeto da madrugada
Miguel José Teixeira
17/09/2019 13:48
Senhores,

Sob à toga preta, além de lagostas e vinhos tetrapremiados internacionalmente, há algo mais do que este "miserê".

Penduricalhos em discussão

fonte: Visão do Correio (Braziliense)hoje, 17/009/19

A declaração de um procurador do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), semana passada, de que sua remuneração de R$ 24 mil por mês é um "miserê" reacende a discussão sobre os altos proventos dos membros dos poderes Judiciário e Legislativo, do Ministério Público e dos tribunais de Contas em todo o Brasil, além de outros órgãos da administração. A maioria deles, na realidade, ganha bem acima do teto salarial estipulado pela Constituição Federal, no valor de R$ 39.293, a que têm direito os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Além dos salários nominais invejáveis, são aquinhoados com uma extensa lista de benefícios que fogem à compreensão do cidadão comum, que em última instância arca com os custos desses privilégios.

A diferença entre os ganhos de agentes públicos, como o procurador do "miserê, e a população é tão grande que fica difícil qualquer justificativa por parte dos beneficiados. Afora o salário fixo mensal de R$ 35.462,22 (com os descontos previdenciários e do Imposto de Renda, o valor cai para cerca de R$ 24 mil), somente de auxílio-saúde e auxílio-alimentação o integrante do MP mineiro recebe, a cada mês, R$ 3 mil. Choca saber que mais da metade dos cidadãos não consegue esse montante, por mês, para viver. A somatória dos dois penduricalhos é maior do que o salário de 57% dos brasileiros, que são obrigados a se virarem para conseguir chegar ao mês seguinte provendo o mínimo necessário às suas famílias.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o procurador de Minas, a exemplo dos demais membros do Poder Judiciário e do Ministério Público do Brasil, faz parte do minúsculo grupo de 0,36% dos brasileiros que recebem mais de 20 salários mínimos (R$ 998) mensalmente, deixando para trás mais de 99% de trabalhadores que sofrem para fechar as contas do mês. Apenas em 2019, o servidor público do "miserê" embolsou mais de R$ 18 mil para cuidar da sáude e para se alimentar.

De tempos em tempos, a sociedade se dá conta do abismo existente entre a remuneração de privilegiados servidores e da população de um modo geral. Os ganhos extras proporcionam a determinados agentes públicos contracheques polpudos no final do mês. São os conhecidos auxílios, como moradia, saúde, alimentação, estudo remunerado e até verba para a compra de livros, além de carro oficial para os que alcançam o topo da carreira, a exemplo dos desembargadores. Em épocas de dificuldades como a que o país atravessa atualmente, com o gigantesco deficit fiscal, impõe-se um debate aberto sobre os privilégios que perduram no país. O teto salarial tem de ser respeitado e nenhum cidadão a serviço do Estado deve receber valores maiores do que o manda a lei.
Herculano
17/09/2019 12:44
A FAKE NEWS DAS REDES SOCIAIS E APLICATIVO DE MENSAGENS CONFUNDIRAM OS ZUCHIS

Rodou a informação que o ex-prefeito de Gaspar, Pedro Celso Zuchi, PT, e sua esposa haviam sofrido um acidente no domingo.

De verdade, quem capotou o seu veículo no domingo a tarde foi o prefeito de Pato Branco, Paraná, Augustinho Zucchi e sua esposa Andreia Nierotka, numa rodovia de lá quando retornava da cidade de Itapejara, também no Paraná
Miguel José Teixeira
17/09/2019 10:19
Senhores,

"O diferencial"

Parece-me que a megamancada da poderosa Globo sobre a esposa do Eduardo, está para sua indicação à Embaixada, assim como a facada esteve para a eleição do Jair.
Herculano
17/09/2019 09:15
O RISCO DE MAIA VIRAR GENI, por Plácido Fernandes, no jornal Correio Braziliense.

De forma surpreendente, sob o comando de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e de Davi Alcolumbre (DEM-AP), o Congresso assumiu protagonismo que nunca havia tido no país. Até então, predominava a má fama de ceder a tenebrosas transações e vivia como capacho do Executivo. Neste ano - com Bolsonaro no inusitado e cotidiano papel de fabricar crises que prejudicam o próprio governo -, Maia e Alcolumbre puxaram para si a responsabilidade de aprovar as reformas de que o país precisa para superar a pior recessão da história, um legado funesto deixado pelo PT. Conquistaram prestígio e respeito. Dentro e fora do Parlamento. Mas tudo isso pode naufragar na lama caso Maia ceda à tentação de abrir uma CPI fundada na ilegalidade: o criminoso e suspeitíssimo ataque de hackers à Lava-Jato.

Que ninguém se engane: a sociedade acompanha atentamente cada lance dessa trama, que tem como objetivo destruir o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. Os dois são os principais ícones da força-tarefa que desvendou o maior esquema de corrupção de que se tem notícia no mundo. Só da Petrobras, apontam investigações, roubaram R$ 40 bilhões. Mas o saque aos cofres públicos foi generalizado, estendeu-se a outras estatais e ministérios. Não é à toa que o país foi completamente devastado, com serviços públicos sucateados, milhares de empresas quebradas e milhões de desempregados, situação que persiste até hoje. Roubavam como se não houvesse amanhã. Não é tarefa simples sair de uma crise dessas.

Além de desbaratar a quadrilha, a Lava-Jato fez algo inédito: acabou com a impunidade de bandidos de colarinho-branco, até então intocáveis no Brasil. Por isso, é tão difícil entender a estranha euforia que tomou conta de alguns com os diálogos obtidos por cibercriminosos, a maioria fofocas, editados fora de contexto para dar a impressão de que Moro e Dallagnol foram mais duros do que deviam - é isso que se depreende do que foi publicado até agora - com os pobres bandidos que nos condenaram à crise ética e financeira que o país vive hoje. Falta, também, saber quem pagou pelo ataque dos hackers, que antes agiam como ladrões de galinha cibernéticos e, não mais que de repente, decidiram entrar para a seita dos 'guerreiros do povo brasileiro".

Apesar de o Febeapá de Bolsonaro e de filhos dominar as atenções diárias no país, ações do Ministério da Economia para destravar o ambiente de negócios e, sobretudo, a disposição de Maia e Alcolumbre de levar adiante as reformas já se traduzem em sinais positivos no horizonte. Há quem não enxergue. Mas economistas, investidores e empresários mais atentos já vislumbram a mudança e a creditam, principalmente, à atuação de Maia, que até aqui desempenha papel semelhante ao de um primeiro-ministro. Ceder ao PT e a seus satélites amestrados dará holofotes a uma oposição hoje inexistente, pode travar as reformas, antecipar as eleições municipais de 2020 e transformar Maia na Geni de futuras manifestações em frente ao Congresso.
Herculano
17/09/2019 09:08
MILITÂNCIA EM BRASÍLIA: HÁ VAGAS, no site Gazeta do Povo, Curitiba PR

Entre os eleitores que não tinham a vocação para militância nem o gosto do fanatismo, o voto em Jair Bolsonaro consistia na esperança de que os nomes técnicos do governo se sobressaíssem e impusessem suas pautas. Com alguma sorte, falaríamos mais dos milagres de Paulo Guedes (zerar o déficit em um ano, vender um trilhão em estatais...) do que das sandices dos outros nomes que de técnica só conhecem a de manipulação de massas.

Passados quase nove meses de gestação, a verdade é que a agenda econômica de Guedes e as reformas estruturais tocadas com zelo pelo ótimo Tarcísio Gomes de Freitas são mais lentas, complicadas e cheias de desvios do que gostaríamos. Um país não é uma palestra, um think tank, uma ilha de Crusoé que se pudesse levantar do alicerce.

Isso sempre foi assim, aliás, com os melhores e os piores governos. Há problemas reais e urgentes, há todo um mecanismo político - em grande parte legítimo - que tem de ser compreendido e, como bem lembrou o porta-voz oficioso da República, "por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer".

Na falta, portanto, de grandes e aceleradas mudanças, porque a chatice da democracia atrapalha mesmo, a agenda ideológica começa a tomar a dianteira, e as soluções técnicas aos poucos dão lugar às prestidigitações da política, ou no apelo a uma espécie de "revolução reacionária", tema de outro texto meu nesta Gazeta.

Olavo de Carvalho, fiador intelectual de Bolsonaro e família, convoca as hostes e é prontamente obedecido. Já há cadastro de militantes dispostos a derrubar a Bastilha. O filósofo que tanto e por tantos anos criticou a hegemonia gramsciana e o próprio conceito de revolução, agora quer uma "revolução permanente" para brincar de Trotsky. Quem diria. O mundo dá voltas e prova que a terra ideológica não é plana.

Em tese, os descrentes da política e crentes na economia ainda poderiam defender sua aposta: "O que importa é a economia. Quando melhorar, os ideólogos serão irrelevantes". O problema é que não é bem assim, nunca foi bem assim. Não existe "quando", mas "se". Um exemplo está aqui ao lado: Maurício Macri entrou como liberal e pode sair como Sarney. Resultado: a sombra dos Kirchner cobre a Argentina.

Mais do que as promessas de derrubada do establishment e das oligarquias, mais do que cortar cabeças e invadir Polônias, o real e imediato perigo dessa brincadeira é desacreditar de vez qualquer proposta liberal futura, dar razão à esquerda e enterrar o que há de bom no livre mercado sob os escombros do obscurantismo reacionário. As cartas estão todas sobre a mesa. Nomes e sobrenomes, caras e crachás. Ninguém mais finge ser o que não é."
Herculano
17/09/2019 08:43
EXEMPLOS DE DESCOMPASSSOS

Governo avalia autorizar congelamento do salário mínimo
Medida temporária poderia ser aplicada em situações de aperto fiscal.

Sobre os supersalários de políticos e agentes públicos nos três poderes, nada. Sempre sobre o mais fraco
Herculano
17/09/2019 08:10
POLÍTICA É RELIGIÃO E FUTEBOL, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista e mestre em filosofia pela USP

É hora de resgatar algumas das virtudes que outrora caracterizavam o Brasil

Num ato de desespero, Olavo de Carvalho conclama as massas a formar uma militância organizada em defesa de Bolsonaro e partir para a "ação".

A horda de defensores virtuais do governo, contudo, está dividida porque descobriu que o presidente prefere proteger os interesses dos filhos a apoiar uma CPI para apurar corrupção no STF.

A adesão do povo verde-amarelo nos protestos domingueiros vem decaindo mês a mês. O governo continua com os mesmos vícios e autoritarismo, mas será que entre a população o fanatismo começa a diminuir? Estamos encharcados de polarização e sentimos seus efeitos destrutivos nas relações humanas. Muita gente já está exausta.

Polarização não é a mera existência de opiniões divergentes - que é algo desejável - mas o estado mental no qual a pessoa que pensa diferente deixa de ser um interlocutor legítimo - alguém que quer o bem da sociedade assim como eu - e passa a ser visto como um canalha a serviço de interesses inconfessáveis.

Se chegamos a esse ponto, nos tornamos alvo fácil de qualquer teoria conspiratória que corrobore nosso ponto de vista; e ficamos mais dispostos a violar as regras do jogo democrático para enfrentar esse inimigo imaginário.

A desconfiança mútua de todos que não concordam entre si envenena as relações, inclusive entre amigos e parentes.

Se não queremos chegar a tanto, é hora de resgatar algumas das virtudes que outrora caracterizavam o Brasil. Por aqui cultivávamos o saudável hábito de não discutir religião, futebol e política. Três coisas tão diferentes, o que têm a ver?

Nas três, integramos um grupo maior que está em conflito com outros grupos. A discussão não busca a verdade, e sim a vitória simbólica, a humilhação de tudo o que o interlocutor representa. Por isso que, no mais das vezes, uma discussão política acalorada nos deixa desgastados e não muda o posicionamento de ninguém.

Para que nossas relações sejam proveitosas, é preciso que essas identidades sejam colocadas entre parênteses por um tempo, deixando que outras (amigo, colega, parente) venham à tona. O Brasil é bom nisso. Ou pelo menos era.

Talvez por sermos um país muito grande e de poder centralizado no governo federal e no Congresso, a impressão geral sempre foi a de que de um lado estamos "nós", a população, e do outro lado "eles", os políticos - sempre malandros e desinteressados do nosso bem.

Agora o "nós vs eles" se dá entre as facções da população, com políticos dos dois lados ?"os únicos reais beneficiados?" surfando as ondas do fanatismo.

O Brasil não convive ainda com o grau de polarização e ódio político que existe, por exemplo, na América espanhola, em que famílias se cindem em definitivo por apoiar A ou B.

O varguismo não teve nem de perto a força que o peronismo tem na Argentina. Lula jamais teve o mesmo grau de devoção e poder que Chávez ou Maduro têm na Venezuela. Nossos períodos ditatoriais reprimiram e mataram muito menos do que ditaduras à esquerda e à direita na Argentina, no Chile, no Paraguai, em Cuba, no México.

A ideologia vai até a página 2, o autointeresse e o imperativo da conciliação falam mais alto no resto do livro. Isso é em geral pintado como um defeito, mas seria uma pena se o perdêssemos em nome da obediência cega (sempre violenta) a um grupo político.

Para resistir, o primeiro passo é lembrar que sermos capazes de conviver bem e felizes, confiar uns nos outros e respeitar as regras do jogo é mais importante do que ter alguém do "nosso time" lá em Brasília.
Herculano
17/09/2019 08:06
OS PARTIDOS DE ESQUERDA NO DISCURSO DÃO AOS POBRES, NA PRÁTICA ROUBAM DE TODOS

O projeto que está no Senado para diminuir a transparência dos políticos na prestação de contas do dinheiro dos pesados impostos de todos os brasileiros que sustentam as campanhas dos candidatos e ao mesmo tempo, facilita a corrupção e caixa dois, é relatado pelo senador maranhense Werveton Rocha, líder do PDT no Senado, partido que foi sócio dos governos petistas.

Hoje Weverton cancelou a sua participação do jornal da CBN, alegando que estava aprofundando negociações com os líderes. Mentiu e abaixo O Antagonista explica. Já está tudo decidido por ele. Mais uma vez se negou à transparência. Weverton, debateria o assunto com o senador, Randolfe Rodrigues, da Rede pelo Amapá, e que é contra o projeto como está.
Herculano
17/09/2019 07:58
RELATOR REJEITA EMENDAS E CONFIRMA PARECER FAVORÁVEL AO PROJETO QUE FACILITA CAIXA DOIS

Weverton Rocha já concluiu seu parecer em que rejeita todas as emendas apresentadas por colegas ao projeto que, entre outras aberrações, abre brecha para o caixa dois.

O senador maranhense, líder do PDT, rejeitou, inclusive, a emenda que tentava impedir que advogados de candidatos investigados possam ser pagos com dinheiro do fundo eleitoral que banca campanhas políticas.

O objetivo é claro: facilitar a aprovação da proposta hoje, em definitivo e no afogadilho. Se o relator aceitasse alguma mudança, o projeto teria de retornar para nova apreciação na Câmara.
Herculano
17/09/2019 07:55
GRUPO GLOBO DIZ TER ERRADO E PEDE DESCULPAS À MULHER DE EDUARDO BOLSONARO,Heloísa Wolf, do Poder 360

Revista Época investigou coach Heloisa

Registrou aulas sem identificar repórter

'O Jornalismo não é imune a erros'

O Conselho Editorial do Grupo Globo, responsável pela publicação da revista Época, divulgou nesta 2ª feira (16.set.2019) nota reconhecendo "erro" e "decisão editorial equivocada" na publicação de uma reportagem sobre a mulher do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Heloísa Bolsonaro.

A reportagem "O coaching on-line de Heloísa Bolsonaro: as lições que podem ajudar Eduardo a ser embaixador", escrita pelo jornalista João Paulo Saconi, foi publicada pela revista na última 6ª feira (13.set.2019). Saconi narra a experiência de vivenciar 5 sessões de coach com Heloísa via webcam.

Segundo a nota divulgada nesta 2ª, o Conselho Editorial do Grupo Globo avalia que o erro da Época foi "tomar Heloísa Bolsonaro como pessoa pública ao participar de seu coaching on-line".

A revista ponderou que a mulher de Eduardo Bolsonaro leva uma vida discreta, não participa de atividades públicas, e que por isso, não pode ser considerada uma figura pública. "Foi um erro de interpretação que só com a repercussão negativa da reportagem se tornou evidente para a revista", desculpou-se o Grupo Globo.

A nota do Conselho Editorial do Grupo Globo contradita totalmente o que a revista Época havia publicado anteriormente, em 13 de setembro de 2019.

Na nota da última 6ª feira, Época sustentou que a reportagem havia sido produzida com "respeito à ética e a retidão dos procedimentos jornalísticos". Eis a íntegra da nota divulgada anteriormente:

"ÉPOCA reafirma o respeito à ética e a retidão dos procedimentos jornalísticos que sempre pautaram as publicações da revista. A reportagem em questão não recorreu a subterfúgios ou mentiras para relatar de maneira objetiva - a bem do interesse do leitor ?" um serviço oferecido publicamente, com cobrança de taxas divulgadas nas redes sociais."

BOLSONARO REAGE
Ainda na 6ª feira (13.set), quando a reportagem foi publicada, Eduardo Bolsonaro afirmou pelo Twitter que vai processar o jornalista responsável pela reportagem, e que é "quase certo" que a revista Época e o Grupo Globo também serão notificados. Ele alegou que a divulgação da reportagem é "um notório crime" contra sua família.

"Imaginava que poderia haver um limite entre o profissional e o pessoal. Somos inclusive muito criticados por não processar judicialmente algumas matérias da imprensa que só visam nos denegrir", disse Eduardo.

Hoje cedo, o deputado voltou às redes sociais para ameaçar, nominalmente, os jornalistas responsáveis pela publicação da reportagem sobre a sua mulher: o repórter João Paulo Saconi, o editor (Plínio Fraga) e a diretora (Daniela Pinheiro).

Eduardo Bolsonaro

Em entrevista exclusiva à TV Record nesta 2ª feira (16.set), o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa de sua nora. "Ele gravou tudo o que aconteceu ali, que ela me disse que ele se passou por gay, inclusive, né. Falou muito da questão religiosa, de política, pra ver se exatamente ela falava algo que pudesse me comprometer. Eu não li a matéria da revista porque eu tinha outras coisas mais importantes pra fazer", afirmou o presidente.

Para ele, a reportagem não é 1 trabalho que a imprensa tem que se prestar a fazer. "Quando você procura 1 psicólogo você parte do princípio, né, que você tem confiança nele e ele em você, e aquilo morre ali. Só poderia ser gravado em comum acordo entre vocês 2 e nunca para divulgação", concluiu.


EIS A ÍNTEGRA DA NOVA NOTA DO GRUPO GLOBO:
"Como toda atividade humana, o jornalismo não é imune a erros. Os controles existem, são eficientes na maior parte das vezes, mas há casos em que uma sucessão de eventos na cadeia que vai da pauta à publicação de uma reportagem produz um equívoco.

Foi o que aconteceu com a reportagem "O coaching on-line de Heloisa Bolsonaro: as lições que podem ajudar Eduardo a ser embaixador", publicada na última sexta-feira. ÉPOCA se norteia pelos Princípios Editoriais do Grupo Globo, de conhecimento dos leitores e de suas fontes desde 2011. Mas, ao decidir publicar a reportagem, a revista errou, sem dolo, na interpretação de uma série deles.

É certo que em sua seção II, item 2, letra "h", está dito: "A privacidade das pessoas será respeitada, especialmente em seu lar e em seu lugar de trabalho. A menos que esteja agindo contra a lei, ninguém será obrigado a participar de reportagens". A letra "i" da mesma seção abre a seguinte exceção: "Pessoas públicas ?" celebridades, artistas, políticos, autoridades religiosas, servidores públicos em cargos de direção, atletas e líderes empresariais, entre outros ?" por definição abdicam em larga medida de seu direito à privacidade. Além disso, aspectos de suas vidas privadas podem ser relevantes para o julgamento de suas vidas públicas e para a definição de suas personalidades e estilos de vida e, por isso, merecem atenção. Cada caso é um caso, e a decisão a respeito, como sempre, deve ser tomada após reflexão, de preferência que envolva o maior número possível de pessoas".

"O erro da revista foi tomar Heloisa Bolsonaro como pessoa pública ao participar de seu coaching on-line. Heloisa leva, porém, uma vida discreta, não participa de atividades públicas e desempenha sua profissão de acordo com a lei. Não pode, portanto, ser considerada uma figura pública. F

oi um erro de interpretação que só com a repercussão negativa da reportagem se tornou evidente para a revista.

Em sua seção 1, item 1, letra "r", os Princípios Editoriais do Grupo Globo determinam: "Quando uma decisão editorial provocar questionamentos relevantes, abrangentes e legítimos, os motivos que levaram a tal decisão devem ser esclarecidos". E o preâmbulo da mesma seção estabelece com clareza: "Não há fórmula, e nem jamais haverá, que torne o jornalismo imune a erros. Quando eles acontecem, é obrigação do veículo corrigi-los de maneira transparente".

É ao que visa esta Carta aos Leitores. Explicar o que levou à decisão editorial equivocada, reconhecer publicamente o erro e pedir desculpas a Heloisa Bolsonaro e aos leitores de ÉPOCA."
Herculano
17/09/2019 07:30
ALTA NO PREÇO DA COMMODITY PODE AUXILIAR NO AUMENTO DE RECEITAS DA BALANÇA COMERCIAL, por Fernanda Delgado, professora e Coordenadora de Pesquisa da FGV Energia

Leilões dos próximos meses podem ser mais atraentes, aumentando as margens dos projetos das companhias petrolíferas

A primeira pergunta que passou pela cabeça de quase todos os brasileiros que viram as notícias dos ataques às instalações da Saudi Aramco no sábado (14) e a consequente pressão para cima nos preços do óleo cru no mercado internacional foi: e o preço do diesel aqui no Brasil, como vai ficar?

Isso porque a nova política de reajuste de preços de combustíveis da Petrobras, em vigor desde outubro de 2016, tem causado uma série de indagações entre especialistas e os consumidores finais.

Com alterações que chegaram a ser diárias, os preços da gasolina e do diesel estão alinhados conforme as variações do mercado internacional e do câmbio.

O fato é que, desde o início dessa nova política de reajuste e, apesar da subvenção aplicada pelo governo federal (consequência da greve dos caminhoneiros em 2018), o preço do produto tem subido continuamente.

Por mais que a estatal brasileira coloque que a sua intenção seja a de aumentar a competitividade da companhia e incentivar a entrada de investidores no país, principalmente no segmento de downstream, sabe-se que existem desafios relevantes atrelados a essa política.

Assim, quando drones atacaram as instalações de processamento de petróleo da Arábia Saudita em Abqaiq, as notícias de aumento de preços reverberaram nos mercados globais já desde o início da noite de domingo (15).

Os ataques tinham como alvo uma grande planta de processamento de petróleo e um grande campo de petróleo da Saudi Aramco.

O ataque reduziu o suprimento global de petróleo em 5% e levantou algumas questões geopolíticas sérias, primeiro quando os rebeldes houthis do Iêmen assumiram a responsabilidade e, especialmente, quando Washington culpou o Irã sem apresentar nenhuma prova. Na visão de muitos analistas internacionais, a intensificação da situação é extremamente tensa, com uma possível escalada militar envolvendo a Arábia Saudita, o Irã, o Iêmen e os Estados Unidos.

Adicionalmente, é massivamente perturbador para a indústria do petróleo um spike de preços de 19% ?"o maior salto desde 1991, quando o Iraque invadiu o Kuwait na preparação para a Guerra do Golfo. Ainda na noite de domingo, o presidente Donald Trump anunciou (via Twitter) a possibilidade de uso das reservas estratégicas de petróleo dos EUA para contornar a alta dos preços.

Ainda assim, vale destacar que a própria Arábia Saudita, como membro swing da Opep, tem capacidade ociosa de aproximadamente 2 milhões de barris por dia e poderia disponibilizá-los ao mercado.

À parte isso, uma liberação do embargo norte-americano à Venezuela poderia também colocar mais óleo cru disponível no mercado internacional, diminuindo a pressão nos preços.

Para o Brasil, existem pontos positivos e negativos a serem avaliados. Em se tratando de um movimento que perdure por um período maior do que um mês ou dois (entendendo esse como um movimento conjuntural apenas), o aumento no preço da commodity pode tornar mais atraentes os leilões de áreas dos próximos meses, aumentando as margens dos projetos das companhias petrolíferas.

Pode-se atribuir essa explicação em parte à área de estabilidade que o Brasil representa face às demais zonas de instabilidade no resto do mundo, como o golfo Pérsico, a Rússia, a Turquia, algumas regiões da África, à instabilidade política da Argentina, entre outras regiões.

Adicionalmente, os preços maiores no mercado internacional representariam também aumento da arrecadação dos royalties e participações especiais nos estados produtores, incrementando as receitas destes.

Simultaneamente, há um aumento das receitas da balança comercial nacional, uma vez que se exporta parte do óleo cru produzido no Brasil.
Herculano
17/09/2019 07:26
FUNDO ELEITORAL REPõE BILHõES QUE A LAVA JATO TIROU, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A minirreforma eleitoral, que o Senado deve votar nesta terça (17), é a reação dos políticos para repor a montanha de dinheiro que a cada eleição tomavam de empresas fornecedoras do governo. A investida do Congresso diretamente no bolso do contribuinte, sem a intermediação de empreiteiras, começou no auge da Lava Jato, quando o acintoso Fundo Partidário saltou de R$308,2 milhões em 2014 para R$811,3 milhões em 2015, enfiados goela abaixo do País. Era só o começo.

FUNDO SEM VERGONHA

O Fundão Eleitoral de 2018 foi de R$ 1,7 bilhão, mas políticos tentam incluir no Orçamento previsão de até R$3,7 bilhões para a eleição 2020.

NUNCA OUSARAM TANTO

Vítimas da corrupção, os brasileiros terão de pagar as multas e até os advogados de políticos pilhados em vigarices gerais.

RESSURGE O CAIXA 2

Com o Fundo pagando até advogado de candidato, vão se multiplicar casos de superfaturamento de honorários para o "caixa 2" da clientela.

VAI SER UMA FESTA

A minirreforma autoriza partidos a fazer negócios como comprar sedes, aviões, carros, o que quiserem, com o dinheiro público do Fundo.

CPI: ONGS CHEGARAM A RECEBER R$1 BILHÃO POR ANO

Senadores articulam uma nova CPI para investigar a paixão das organizações não-governamentais (ONGs) pelo dinheiro... do governo. Não é a primeira vez que essas entidades são alvo de investigação: em 2006, o Senado instalou a primeira CPI das ONGs proposta pelo então senador Heráclito Fortes. Acabou em pizza, mas ao menos descobriu que as ONGs tomavam do governo federal mais de R$1 bilhão por ano.

O SEU, O NOSSO

A CPI das ONGs investigou repasses de 2001 a 2006. Só para ONGs batizadas de "associações" e "institutos" foram mais de R$5 bilhões.

QUASE O TRIPLO

O total apurado pela CPI do faturamento entidades privadas "sem fins lucrativos", segundo o Siafi, foi de R$13,7 bilhões.

CAIXA-PRETA E LACRADA

A CPI foi enterrada pelo PT e aliados, que protegiam as ONGs. Eram tempos dos muitos roubos que a Lava Jato descobriria depois.

CARAVELAS QUEIMADAS

O senador Major Olímpio (SP) quer ficar no PSL após o veto à sua filiação pelo presidente do Podemos-SP, Mário Covas Neto. Mas pode ter "queimado as caravelas" ao afirmar que Flávio Bolsonaro, contrário à CPI da Lava Toga, e não a senadora Juíza Selma, deve sair do PSL.

OPERÁRIO PADRÃO

O ministro da Secretaria Geral, Luiz Eduardo Ramos, é o "operário padrão" do governo. Trabalha de sol a sol, monitorando o cumprimento de acordos e nomeações que viabilizaram a reforma da Previdência.

FIM DA BRIGA DE FOICE

A posse de Rodrigo Dias encerrou a briga de foice pelo fabuloso orçamento do FNDE, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação: R$56 bilhões só este ano. O presidente da Câmara, agora muito cordial em relação a Jair Bolsonaro, apoiou a indicação do xará.

RENOVOU COISA ALGUMA

Crítico da minirreforma, o senador Oriovisto Guimarães (Pode-PR) acha que é um mito a tal "renovação do Congresso". Diz que apenas dez dos 81 senadores são de fatos estreantes na política, inclusive ele.

ANTIPATIA É QUASE óDIO

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, diz que o pacote anticrime do ministro Sergio Moro (Justiça) deve ser votado ainda este ano, mas não explica o próprio desinteresse por um tema tão caro aos eleitores.

HOMENAGEM EM BRASÍLIA

O ministro Emmanoel Pereira, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi homenageado nesta segunda (6), em Brasília, por sua posse no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle do Judiciário.

JOGANDO PARA BAIXO

O relator da reforma tributária, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), apresenta relatório nesta quarta (18), na CCJ. Se aprovada a reforma, já valerá para o ano que vem. Mas o líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PE), não está nem aí: defende sua votação só em 2020.

TUDO DEPENDE

Um dos ministros considerados na minirreforma é o da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Mas tudo depende do sucesso da reforma da Previdência. Caso saia do cargo, Onyx volta ao mandato na Câmara.

PENSANDO BEM...

...nem Mourão achava que ia ser presidente por tanto tempo.
Herculano
17/09/2019 04:46
ALCOLUMBRE TENTA TROCAR DIGNIDADE DO SENADO POR BENESSES NO GOVERNO, por Rainer Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

Político faz papel de despachante de pleitos de colegas na gestão Bolsonaro

O jovem político Davi Alcolumbre (DEM), de 42 anos, carrega no currículo o feito de ter derrotado dois símbolos da propalada velha e carcomida política, o ex-presidente José Sarney (MDB), no Amapá, e Renan Calheiros (MDB), no Senado.

Presidente do Congresso desde fevereiro, resolveu agora ter recaídas à baixo clero, o contingente de congressistas com pouquíssima projeção nacional -ambiente que habitou de 2003 até derrotar Renan.
Reportagens relatam já há algum tempo que Alcolumbre trabalha nos bastidores para convencer colegas a aprovar a indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada brasileira em Washington. Os debates não seriam só sobre atributos ou a falta deles.

Vão-se os hambúrgueres e entram os carguinhos, as boquinhas, as emendinhas e todo e qualquer pleito que o interessado tenha ou possa vir a ter na administração federal.

O presidente do Senado se dispõe a encaminhá-los, a resolvê-los, em suma, a ser um despachante de luxo da velha e carcomida política. Oferece a reputação do Senado em troca do acesso a algumas tetas federais.

Nem parte expressiva do núcleo bolsonarista tem dúvida da total falta de vergonha na cara que representa a intenção de Bolsonaro de conceder ao filhão esse filé-mignon ao ponto --conforme o Datafolha, 70% da população reprova a atitude, incluindo quase 40% dos que avaliam como ótima ou boa a gestão federal.
Mas alguns senadores podem, de fato, estar se encantando com a ciência da fritura de hambúrgueres e, daí, pouco importa currículo, filhotismo, opinião pública, o que eu quero mesmo é o meu pedaço no x-tudo.

O Senado fará em breve duas análises capitais, caso Bolsonaro confirme o nome do filho à embaixada --a outra trata da indicação para a chefia do Ministério Público de Augusto Aras, vencedor do campeonato beija-mão rumo ao cargo. As votações serão precedidas por sabatinas. Tanto quanto os rumos da diplomacia e do Ministério Público, em jogo estará a dignidade do Senado e de 12 senadoras e 69 senadores.
Herculano
16/09/2019 11:37
da série: impressionante como os nossos representantes - eleitos com o nosso dinheiro e pagos com o que nos falta - estão distantes das nossas prioridades éticas, sociais e econômicas.

ELES QUEREM NOSSO DINHEIRO: ESSA É A PRESSA

Conteúdo de O Antagonista. O Senado vai votar sumariamente amanhã o projeto, repleto de jabutis, que muda regras do chamado fundão e abre brecha para que o fundo com dinheiro público destinado a campanhas políticas seja aumentado.

Para valer nas eleições municipais do ano que vem, as alterações precisam ser publicadas até o começo de outubro deste ano.

Este é o motivo da pressa: eles querem nosso dinheiro.
Herculano
16/09/2019 11:31
da série: janela de oportunidades

ATAQUES NA ARÁBIA SAUDITA PODEM ATRAIR MAIS INVESTIMENTOS EM PETRóLEO PARA O BRASIL, DIZ PRESIDENTE DA ANP, por João Borges, na GloboNews

Os ataques às instalações de petróleo na Arábia Saudita terão efeitos prolongados sobre a geopolítica do produto. A escalada de preços pode ser revertida com a volta à normalidade dos níveis de produção em algumas semanas.

Mas a eficácia e o poder destruidor dos ataques com drones liga o alerta sobre a vulnerabilidade das instalações de petróleo em toda a região. Em tese, outros ataques poderão ocorrer, e não apenas na Arábia Saudita.

A região concentra a maioria dos grandes produtores e exportadores de petróleo do mundo. Tensões políticas são uma constante. Guerras de curta e longa duração também.

A alta dos preços, caso não seja de todo revertida, é mais um complicador para a economia mundial, já temendo recessão na Europa e nos Estados Unidos.

Preços do petróleo disparam após ataques a instalações na Arábia Saudita

E o Brasil, como ficaria? Já estamos sendo afetados pelo baixo crescimento mundial. A queda das nossas exportações este ano já refletem o ambiente negativo do comércio mundial.

Mas, do ponto de vista da indústria do petróleo, o Brasil pode ser o grande beneficiado por mais essa confusão no Oriente Médio. O presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Odone, afirmou que o ataque às instalações de petróleo na Arábia Saudita aumentou, e muito, a percepção de risco na região.

Significa maior empenho das grandes companhias de petróleo e dos países fortemente dependentes do suprimento externo em direcionar investimentos para áreas estáveis politicamente e com ambiente regulatório favorável.

Na América Latina, a Venezuela, que detém a maior reserva de petróleo do planeta, enfrenta uma crise política, econômica e social profunda. A produção de petróleo já caiu à metade do que era e a estatal de petróleo, a PDVSA, foi arruinada pelo chavismo.

No México, o governo de Lopez Obrador optou por reforçar o modelo estatizante e a Pemex depende de uma bilionária capitalização para tocar seus negócios. A Argentina, que revela grande potencial de produção na região de Vaca Muerta, pode não ser tão atraente com a provável volta do peronismo ao poder.

De acordo com o presidente da ANP, o interesse pelo pré-sal brasileiro deve aumentar muito. O primeiro teste será no dia 10 de outubro, quando ocorrerá o leilão da 16ª rodada, pelo regime de concessão.

O Brasil é a potência emergente em petróleo e gás. Com os investimentos já programados, a produção deve chegar a 7,5 milhões de barris em 2030. O Brasil pode chegar à posição de quarto maior produtor de petróleo do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Rússia e Arábia Saudita.
Herculano
16/09/2019 11:27
O PETRóLEO OUTRA VEZ

Não bastava a briga comercial entre os Estados e China que prejudica a economia mundial e atrasa ainda mais a recuperação econômica do Brasil, a dependência mundial do petróleo - uma matriz energética que está em mudanças - faz mais estragos na recuperação brasileira.

O ataque lançado por dissidentes do Iemem ou do próprio Irã - ainda há dúvidas - contra as instalações da petrolíferas da Amranco, a estatal Saudita, fez o mundo temer pela alta da inflação e diminuição do comércio. Hoje é um dia para ver o tamanho dos estragos nas bolsas, nos negócios e nos reflexos. No Brasil, a queda dos juros pode ser interrompida pelo Banco Central diante de um novo cenário comercial e macroeconômico.
Herculano
16/09/2019 11:13
BOLHA DE PRIVILÉGIOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Judiciário e Ministério Público não acordaram para a realidade orçamentária

Enquanto os poderes Executivo e Legislativo precisam lidar mais de perto com cortes de verbas e reformas destinadas a mitigar o colapso das finanças públicas, outros setores da máquina pública não parecem ainda ter acordado para a realidade orçamentária brasileira.

Tornou-se nacionalmente conhecido nos últimos dias, por exemplo, o episódio em que um procurador do Ministério Público de Minas Gerais qualificou de "miserê" a média salarial de R$ 24 mil mensais verificada naquela instituição.

A enorme maioria da população não precisaria de estatísticas para apontar que tal cifra situa seu beneficiário no topo da pirâmide social. Os dados o confirmam: segundo o IBGE, em 2016 a renda média do trabalho do 1% mais rico do país era de R$ 27,3 mil.

O procurador mineiro não corre o risco de ficar fora desse estrato privilegiado. Constatou-se, afinal, que sua remuneração regular chega aos R$ 35,5 mil. Em julho, recebeu ainda outros R$ 41 mil em indenizações e outros penduricalhos.

Artifícios do gênero, destinados a driblar os tetos salariais do serviço público são costumeiros no Ministério Público e no Judiciário brasileiros - cujos custos, como proporção da renda nacional, têm poucos paralelos no mundo.

Essas estruturas consomem algo em torno de 1,6% do Produto Interno Bruto, patamar não encontrado em nenhum outro país relevante, conforme estudo publicado em 2015 por Luciano da Ros.

As aberrações não se limitam a vencimentos incompatíveis com os recursos do país, como mostram outros casos recentes.

Em São Paulo, os planos do Tribunal de Justiça para a construção de um prédio orçado em R$ 1,2 bilhão provocaram constrangimento entre membros da própria corte, segundo noticiou esta Folha.

A justificativa oficial para essa obra faraônica soa risível: economizar alegados R$ 58 milhões anuais hoje gastos com aluguéis e transporte de magistrados.

Tampouco se pode ver sem inquietude a ofensiva para a criação de um sexto Tribunal Regional Federal, com sede em Belo Horizonte. Tal proposta acaba de ser aprovada pelo Superior Tribunal de Justiça, mas felizmente precisa passar também pelo crivo do Congresso e pela sanção presidencial.

Espera-se que os parlamentares possam tirar a limpo o argumento de que o novo órgão não implicará mais despesas, graças a remanejamentos de verbas e pessoal.

Não há mais como expandir uma máquina já inchada e perdulária, que ainda proporciona mordomias quase caricaturais ?"como o gasto de R$ 100 mil com três ministros do Superior Tribunal Militar que participaram de um seminário de dois dias na Grécia durante o período de férias coletivas.

Judiciário e Ministério Público devem passar por anos de contenção para ao menos mitigar discrepâncias no setor público. A necessária autonomia de que devem gozar não equivale ao direito de viver numa bolha orçamentária.
Herculano
16/09/2019 11:09
BASE TOMA FORMA, por Cláudio Prisco Paraíso

Bastou Moisés da Silva abrir a possibilidade de diálogo com o Parlamento, o que ocorreu de forma aprofundada e correta na semana passada, para se vislumbrar a partir de agora uma base de apoio ao governo na Assembleia Legislativa. Bem mais consistente do que vinha ocorrendo, com respaldos pontuais apenas.

Numa conta rápida, dá pra dizer que o governador deve contar com os nove deputados do MDB, quatro do PSL (Ricardo Alba, Sargento Lima, Felipe Estevão e Coronel Mocellin); três do PL (Maurício Eskudlark - líder, Marcius Machado e Nilso Berlanda); os dois do PDT (Rodrigo Minotto e Paulinha); um do PSDB (Vicente Caropreso), sem falar em parlamentares estreantes e que não fazem questão de opor ao Centro Administrativo como Sérgio Motta e Jair Miotto. Aí já se pode contar 21 dos quarenta deputados.

Evidentemente que, neste contexto, o governo, dependendo do teor das matérias que enviar, poderá facilmente canalizar os apoios suficientes à aprovação de suas iniciativas.

A base aliada vai tomando forma quase nove meses depois de Moisés da Silva assumir.

PACOTE

Neste novo patamar de relacionamento entre Executivo e Legislativo é que vão desembarcar, esta semana, na Alesc, projetos importantes para o governo. São três: a criação dos fundos do IGP e da Assistência Social, além do rescaldo dos incentivos fiscais que vão ampliar o rol de produtos catarinenses, passíveis de incentivos fiscais.

FIRME

Deputado Maurício Eskudlark liderou reunião com 20 deputados, semana passada, para tratar previamente destes projetos com o governador. O líder agora lidera, algo que não vinha ocorrendo. Tanto que ele praticamente pediu para deixar a função de líder no auge da crise do ICMS.

ISONOMIA

Aos parlamentares, Moisés da Silva explicou que o projeto de rescaldo dos incentivos fiscais irá alcançar determinados setores e não apenas um ou outra empresa daquele segmento.

FRASE

"Esta proposta trará isonomia entre as empresas, com igualdade, não é justo ter empresas do mesmo setor, que produzem o mesmo produto, com diferenças, todos devem ser tratados de forma igual", Deputado Maurício Eskudlark, líder do governo, sobre o chamado projeto de rescaldo, que incluirá novos segmentos empresariais na política de incentivos fiscais de Santa Catarina.
Herculano
16/09/2019 11:04
OS CARGOS DE EDUARDO BOLSONARO

Conteúdo de O Antagonista. Caciques do Senado disseram à Folha de S. Paulo que Davi Alcolumbre se tornou o principal articulador do governo.

"Ao contrário do que houve com os deputados, a liberação de cargos não está condicionada à reforma da Previdência. Com os senadores, as conversas giram em torno de votos a favor do 03".
Herculano
16/09/2019 11:00
CPI DOS PLANOS DE SAÚDE 'MORREU' E NINGUÉM VIU, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta segunda-feira nos jornais brasileiros

O poderoso lobby dos planos de saúde, que faturam R$175 bilhões por anos, não apenas consegue tornar dóceis os órgãos oficiais criados para fiscalizá-las, como sufoca qualquer tentativa de investigação. Em 2018, senadores emplacaram uma CPI para investigar os aumentos abusivos de planos de saúde. A então senadora Lídice da Mata (PSB-BA), hoje deputada, foi a autora. Mas a CPI nunca saiu do papel.

PRESSÃO FOI ENORME

A CPI dos Planos de Saúde foi criada na prática em julho de 2018. Seis meses depois, "morreu" sem nenhum senador indicado.

PREJUÍZO DO CONSUMIDOR

Em 2017, planos de saúde aumentaram em média 13,5%, quase cinco vezes a inflação de 2,9%. Não foram processados por crime de usura.

AGÊNCIA AMIGA

Um dos objetivos da CPI era investigar por que a Agência Nacional de Saúde Suplementar é tão leniente com os planos que deveria fiscalizar.

ANS É DOS PLANOS

"A ANS está mais preocupada com o pleito dos planos de saúde", disse Lídice da Mata. E não está nem aí com os cidadãos, faltou dizer.

PCDOB E MDB PARAM A ANCINE COM BRIGA DE PODER

Após "aparelhar" em governos do PT os cargos de direção e assessoria da Ancine, a "agência reguladora" do cinema nacional, o PCdoB não larga o osso. Alguns saíram com o ex-presidente da entidade Manoel Rangel, que se agarrou ao cargo por dez anos, caso inédito entre agências reguladoras, mas vários deles, ligados ao partido, não tiveram a dignidade de pedir demissão após a vitória do "inimigo" mais temido e odiado, Jair Bolsonaro, em 2018. Atualmente se fingem de mortos.

GRUDADOS NO 'OSSO'

Alvos em grave denúncias, o ex-ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão o ex-presidente Christian Castro também insistem em controlar a Ancine.

POLÍTICA É PARTIDÁRIA

Presidente interino, Alex Braga nos corredores da Ancine é chamado de "almofadinha" por sua ligação à deputada Soraya Santos (PL-RJ).

POR NOSSA CONTA

Quando o PCdoB manteve controle total, os cargos na Ancine viraram prêmio para militantes que saíam da UNE ou de sindicatos.

A CHAPA ESQUENTA

Há uma nova "Solicitação do Congresso", protocolada no Tribunal de Contas da União (TCU), para que se realize uma nova auditoria na transferência de verbas do Fundo Amazônia às ONGs. Vai dar cadeia.

QUINTA COLUNA

Funcionários do Ibama garantem que continuam no comando as mesmas pessoas que já mandavam no órgão ambiental desde os tempos de Marina Silva, na era PT. "Só mudaram de lugar", dizem.

RAPOSA NO GALINHEIRO

Entre as irregularidades no Conselho Federal de Farmácia levadas ao MPF está a nomeação do ex-tesoureiro da entidade Edson Taki, condenado por improbidade no TCU, para comandar uma sindicância na entidade. O presidente do CFF, Walter João, terá de se explicar.

TEM FUMAÇA E FOGO

"Onde tem fumaça, tem fogo, mas agora é impossível descobrir esse fogo", disse o deputado José Medeiros (Podemos-MT), queixando-se da blindagem imposta pelo STF, que proibiu investigação do deputado David Miranda (Psol-RJ) e do marido jornalista.

NÃO EMPLACOU

O deputado Alexandre Frota (PSDB) rompeu com o governo e deixou o PSL após ter rejeitadas duas indicações para integrar o governo. Uma delas era um amigo que sugeriu para presidir a Ancine.

TE CUIDA, BOLSONARO

O presidente Bolsonaro não faz a menor ideia de como tem gente no governo que nem parece estar no governo. No Ministério do Turismo, por exemplo, de um Roson Borchio, da área de Estruturação, à assessoria do ministro, todos fogem de esclarecer ações do governo.

NOVO GOLPE

No Rio, autoridades policiais alertam para novo golpe. Bandidos se usam da senha padrão de máquinas de cartão de crédito para simular que a conta foi paga, mas na verdade cancelaram a compra.

BÁSICO E MODERNO

Estudo da Câmara de Dirigentes Lojistas e do SPC Brasil revelou que os alimentos respondem por 66% do gasto do brasileiro com cartão de crédito. Serviços de streaming (música, Netflix etc), por 19% do total.

PENSANDO BEM...

...o procurador do "miserê" e o deputado David Miranda (Psol-RJ) têm algo em comum: ambos não enfrentam problemas de falta de dinheiro.
Herculano
16/09/2019 10:53
'BACURAU' É TESTEMUNHO DA EXTINÇÃO DE VIDA INTELIGENTE NA ESQUERDA BRASILEIRA, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

Noutro tempo e lugar, as metáforas do filme seriam atribuídas a pré-adolescentes excitados

A cena de abertura - as estrelas, o globo azul visto do espaço, a passagem de um satélite artificial, ao som de "Não Identificado" na voz de Gal Costa - é tudo que se salva de "Bacurau".

O filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles deve ser visto como um testemunho de nossa miséria intelectual - ou, mais precisamente, da extinção de qualquer traço de vida inteligente na esquerda brasileira.

"O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro", de Glauber Rocha, fixou no cinema brasileiro o teorema político do terceiro-mundismo. Mas era 1969. "Bacurau" retoma o teorema, meio século depois, como se um muro não tivesse caído e o mito de Cuba ainda brilhasse ali na esquina.

Na trama, tão simples como uma cartilha do PCdoB, a burguesia nacional associa-se ao imperialismo para massacrar o povo. Há uma divisão do trabalho: a burguesia nacional priva o povo da água; já o imperialismo encarrega-se de matá-lo, a rajadas de tiros, por mero prazer perverso.

Noutro tempo e lugar, as metáforas seriam atribuídas a pré-adolescentes excitados. O imperialismo, claro, é americano, e emerge como um grupo de extermínio invasor comandado por um alemão nazista americanizado. O atirador psicótico, do tipo que conduz massacres em shopping centers, funciona como modelo descritivo dos americanos.

A burguesia nacional é o Brasil Sul - e, mais especificamente, São Paulo, o palco de "execuções públicas no Anhangabaú". Mas o Brasil branco e mau como um pica-pau estende seus tentáculos até o longínquo povoado de Bacurau por meio do odiado prefeito local, uma figura que intercambia remédio contaminado e comida estragada por votos, e, crucialmente, colabora na surdina com os estrangeiros exterminadores.

Se a burguesia tem um locus geográfico, o povo também tem. O povo é o Nordeste, e, mais especificamente, o sertão pernambucano, onde se situa a imaginária Bacurau. Bom, solidário e unido como sempre deve ser, o povo exibe qualidades novas, estranhas ao molde glauberiano do passado. Ele transa à vontade, ignora tabus moralistas, consome democraticamente um psicotrópico oral que estimula o humor e dilata o prazer. Bacurau, Baixo Leblon: um Glauber do século 21.

Do seio do povo nasceram os chefes e os soldados das facções do crime. São bandidos-guerrilheiros, meio Comando Vermelho, meio Sierra Maestra. O povo gosta deles, mas os rejeita como desviantes - até a hora da verdade. Diante do perigo mortal, do massacre iminente, os filhos enjeitados retornam, lideram a resistência armada, salvam o povoado sitiado. Fernandinho Beira-Mar, Marighella, Che Guevara.

Nesse ponto, a curva do clímax, Glauber cede lugar ao Tarantino de "Bastardos Inglórios", o filme de estética fascista que investe na sedução do sangue. Não é mera inspiração, mas pura imitação. Os diretores, em transe populista, conclamam os espectadores a aplaudir freneticamente, pavlovianamente, as gráficas execuções dos invasores americanos. Hollywood é aqui.

Na cena final, "Bacurau" renuncia ao véu da ficção, desvelando-se como o que é: uma peça de propaganda política. Aí, uma voz em off homenageia os mártires do povoado que caíram sob os tiros dos exterminadores - e, entre os nomes, surgem lado a lado Marielle Franco, assassinada por milicianos, e Marisa Letícia, vítima de um AVC.

A mensagem ostensiva de "Bacurau" talvez merecesse algum exame em 1969. Hoje, a atenção deve se voltar para sua mensagem involuntária, que ajuda a decifrar a ascensão de Jair Bolsonaro. Nossa ultradireita feroz, caricata, lunática é a imagem espelhada de nossa esquerda anacrônica, primitiva e mistificadora. Dois objetos bem identificados.
Herculano
16/09/2019 10:44
NÃO FALTA INDEPENDÊNCIA AO MP. FALTA CONTROLE, por Itamar Garcez, em Os Divergentes

O alarido em torno da indicação de Augusto Aras à Procuradoria-Geral da República é manha. Procuradores têm independência plena, assim como juízes. Se o escolhido não é alinhado à corporação e tem críticas a ela, tanto melhor. Mesmo que por linhas tortas, às vezes o presidente Bolsonaro acerta

Certa vez, um ex-deputado do PT resumiu-me, entre queixoso e arrependido, a opinião média do partido sobre o Ministério Público. "Criamos um monstro", lamuriou.

Referia-se à Assembleia Nacional Constituinte de 1987-88. As broncas contra o MP são pluripartidárias. Natural. Geralmente, ninguém aprecia seus algozes.

Fato é que os constituintes criaram, sem explicitá-lo, o quarto poder. Os membros do MP são plenamente independentes.

Assim como juízes, procuradores não batem ponto, decidem quando e se vão trabalhar, nunca são cobrados por produtividade no trabalho, caso cometam um delito grave aposentam-se com salário integral, têm três meses de férias por ano e, com frequência, têm vencimentos acima do teto constitucional.

Mais importante, podem ficar indefinidamente com uma tarefa sobre a mesa, decidem se uma apuração nova tem prioridade em relação a uma investigação antiga e elegem seus alvos por critérios próprios.

Celso, o sensato

Portanto, as advertências do ministro Celso de Mello, numa sessão do STF (Supremo Tribunal Federal) da última quinta, 12, são palavras ao vento. Um dos cacoetes da mídia é o elogiar tudo o que diz o decano da Corte Máxima, talvez porque ele esteja um pouco acima da média de seus pares.

Sim, ao retratar a realidade, o ministro foi sensato. Mas, observem, usou os verbos no presente, sem condicionantes. "O MP não serve a governos".

Celso de Mello, assim, não advertiu, apenas constatou. Disse o que é, não o que não deveria ser.

De fato, o MP não serve a ninguém, a não ser a si mesmo. Ou melhor, serve a cada um de seus membros, que têm independência plena.

Lá, há de tudo. Mais alinhados à chamada esquerda. Próximos à chamada direita.

O mais relevante é que cada um faz o que quer - para o bem e para o mal. Vide os procuradores da Lava-Jato, depois de flagrados em inconfidências mil pelo jornalista Glenn Greenwald.

Acredita em fadas quem acha que juízes e procuradores são imparciais. Mesmo que pretendessem, não o seriam. Cada um tem suas convicções, suas crenças, suas preferências, suas prioridades. E elas vertem sobre suas sentenças e investigações.

Parêntesis. Jornalistas igualmente não são imparciais. A diferença é que podem ser demitidos.

Choro de manha

O frenesi criado pela indicação de Augusto Aras ao cargo máximo do MP é choro de manha. Assim como delegados da Polícia Federal e auditores da Receita Federal, os procuradores parecem querer se transformar num corpo à parte do Estado, que não presta contas a ninguém.

Se as corporações da PF e da Receita, integrantes do Executivo, têm alguns contrapesos à sua atividade, sobeja independência aos procuradores. Simplesmente porque não há quem lhes controle os arroubos - noves fora o juiz Gilmar Mendes.

Para quem acredita na pureza de seus integrantes, deixe estar. Caso contrário, algum sistema de controle é necessário.

E este é o busílis. Membros do MP não prestam contas. A tal ponto, que se sentem à vontade para debochar da choldra ao lamentar vencimentos-miserês de R$ 24 mil. Na verdade, R$ 35,4 mil. Na real, acrescidos os penduricalhos, R$ 68 mil.

Magistrados já fizeram o mesmo. Quem não se lembra do juiz Ricardo Lewandowski queixando-se do "estado de penúria" e que também precisava pagar contas. Não explicou que contas seu salário de R$ 39,2 mil mensais não cobrem.

"Pela primeira vez, brancos, ricos e poderosos
foram denunciados e presos.
Isto não torna procuradores imunes a críticas".

A fiscalização administrativa, financeira e disciplinar é exercida pelo Conselho Nacional do Ministério Público. No entanto, de seus 14 integrantes, oito são procuradores.

Linhas tortas

Ao indicar Aras ao cargo de Procurador-Geral da República, Jair Bolsonaro seguiu a Constituição. Se buscou um nome não alinhado ao establishment da corporação, tanto melhor.

Sua intenção pode ter sido outra, como o filhotismo ou colocar um freio na Lava-Jato. De qualquer jeito, mesmo por decisões enviesadas, Bolsonaro às vezes acerta.

Se não é possível adotar um controle externo às investidas do MP contra cidadãos e a cidadania, que pelo menos o cargo máximo seja exercido por alguém que não faz parte da panelinha.

A Lava-Jato foi divisor de águas na história brasiliana. Pela primeira vez, brancos, ricos e poderosos foram denunciados (pelo MP) e encarcerados (pelo Judiciário). De maneira inédita, bilhões de reais foram devolvidos ao erário.

Isto não torna procuradores imunes a críticas. Ou alguém duvida que prender Lula e afastá-lo da corrida eleitoral de 2018 era intenção precípua do sufeta de Curitiba e sua trupe de paladinos.

Certo, juiz Celso de Mello, não falta independência ao Ministério Público. Falta fiscalização e controle.

Don't worry! Enquanto o MP não interditar espetáculos como o deste quinteto abaixo, há esperança.
Herculano
16/09/2019 10:35
IDEOLOGIA DE GÊNERO, por Drauzio Varella, médico cancerologista, no jornal Folha de S. Paulo

Nos dias de hoje, demagogos se apropriaram do preconceito social

Mal começamos a entender a diversidade sexual humana, vozes medievais emergiram das catacumbas para inventar a tal "ideologia de gênero".

Como nunca vi esse termo mencionado em artigos científicos nem nos livros de psicologia ou de qualquer ramo da biologia, fico confuso.

Suponho que se refiram a algum conjunto de ideias reunidas por gente imoral, para convencer crianças e adolescentes a adotar comportamentos homossexuais. Será que devo a heterossexualidade à inexistência dessa malfadada ideologia, nos meus tempos escolares? Caso existisse, eu estaria casado com homem?

Embora disfarcem, o que esses moralistas de botequim defendem é a repressão do comportamento homossexual que, sei lá por que tormentos psicológicos, lhes causa tamanho horror.

Para contextualizar a coluna de hoje, leitor, não falarei de aspectos comportamentais ou culturais, resumirei apenas alguns fenômenos biológicos ligados à sexualidade, uma vez que a diferenciação sexual é fenômeno de altíssima complexidade em que estão envolvidos fatores hormonais, genéticos e celulares.

Até a quinta semana de gestação, o embrião é assexuado. Só a partir da sexta semana é que as gônadas começam a se diferenciar. Se houver desenvolvimento de ovários, eles secretarão predominantemente estrogênios; se forem testículos, a produção predominante será de testosterona. Digo predominante, porque pelo resto da vida homens também produzirão estrogênios; e mulheres, testosterona, embora em pequenas quantidades.

Variações nesse delicado equilíbrio hormonal modificam os caracteres sexuais secundários, a anatomia dos genitais e o comportamento sexual.

Por outro lado, o conceito de que o sexo seria definido pela presença ou ausência do cromossomo Y é uma simplificação. Muitas vezes, os cromossomos sexuais não se distribuem igualmente entre as células do embrião. Da desigualdade, resultam homens com células XX em alguns órgãos e mulheres com cromossomos XY.

Talvez você não saiba, caríssima leitora, que fetos masculinos liberam células-tronco XY que cruzarão a placenta e se alojarão até no cérebro de suas mães, para sempre.

Quando a genética é levada em conta, as fronteiras sexuais ficam ainda mais nebulosas. Há dezenas de genes envolvidos na anatomia e na fisiologia sexual. A multiplicidade de interações entre os dominantes e os recessivos torna mais complexa a diversidade sexual existente entre homens, bem como entre mulheres, e faz surgir áreas de intersecção que tornam problemático para algumas pessoas definir sua sexualidade dentro dos limites impostos pela ordem social.

Como deveríamos então definir o sexo de cada indivíduo? Pelo binário dos cromossomos XX e XY? Pelos genes, pelos hormônios ou pela anatomia genital? O que fazer quando essas características se contrapõem?

Segundo Eric Vilain, diretor do Centro de Biologia Baseada em Gênero, na Universidade da Califórnia: "Na falta de parâmetros biológicos, se você quiser saber o sexo de uma pessoa, o melhor é perguntar para ela".

Esses conhecimentos passam ao largo de grande parte da população. Para muitos, a homossexualidade é uma opção de gente sem vergonha. Repetem esse absurdo porque são ignorantes, sem a menor noção das raízes biológicas e comportamentais da sexualidade.

O argumento mais elaborado que conseguem usar como justificativa é o de que a homossexualidade não é fenômeno natural. Outra estupidez: relações homossexuais têm sido documentadas pelos etologistas em todas as espécies de mamíferos, e até nas aves, únicos dinossauros que sobreviveram à catástrofe de 62 milhões de anos atrás.

Assim como a heterossexualidade, a homossexualidade se impõe. Não é nem pode ser questão de escolha. É possível controlar o comportamento, mas o desejo sexual é água morro abaixo.
Herculano
16/09/2019 10:27
da série: e é preciso ser um sabido de que o governo Bolsonaro se comunica mal e que isso trabalha contra ele, o Brasil e os brasileiros?

MOURÃO, SOBRE A AMAZôNIA: PROBLEMA FOI DE "COMUNICAÇÃO"

Conteúdo de O Antagonista.Em Natal, onde teve um café da manhã com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, Hamilton Mourão disse que a crise na Amazônia foi amplificada em função de problemas na comunicação do governo.

"Mais uma questão de comunicação do que uma crise mesmo", disse o presidente em exercício em entrevista à afiliada da TV Globo no Rio Grande do Norte.

Mourão se reúne hoje com empresários alemães. Segundo o general, o encontro será uma ótima oportunidade para "deixar claro o nosso compromisso com a questão ambiental".
Herculano
16/09/2019 10:24
NO PONTO FATAL

De Diego Amorim, no twitter:

Enquanto a terceira tentativa de instalação da CPI da Lava Toga vai esbarrando no sistema, a CPI das Mensagens Roubadas será instalada com facilidade pelo mesmo sistema.
Herculano
16/09/2019 10:17
MENTIRA E AUTOESTIMA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, ensaísta e professor, no jornal Folha de S. Paulo

Motivos para preferir pets: duram e custam menos, amam mais facilmente

Sabemos que Freud criou uma hermenêutica (uma forma de interpretação do mundo) que transformou as relações entre pais e filhos (e não só elas). Um dos impactos dessa nova forma de interpretar a história das pessoas foi fazer pais e mães (principalmente essas) sempre se perguntarem no que eles erraram, qual sua parcela de culpa ou responsabilidade na vida psicológica dos filhos.

Na verdade, essa conta nunca fecha porque não se trata de engenharia aqui, mas de seres humanos, inexatos, imprecisos, ambivalentes.

Um efeito colateral dessa hermenêutica é ter transformado as crianças e os jovens em grandes problemas insolúveis ou de manutenção contínua.

Longe de mim questionar a psicanálise. Mas, como tudo mais no mundo moderno, existem ambivalências em seus desdobramentos históricos. Penso aqui nos seus desdobramentos culturais de longo alcance. Sua cauda longa, digamos. Ou naquilo que o sociólogo Frank Furedi no seu "Therapy Culture" (cultura da terapia) de 2004 chama de "culto da vulnerabilidade".

Um desses desdobramentos é a contaminação radical da educação pelo discurso "psi". A educação por si só é uma disciplina perdida em si mesma, vítima de modas, pautas de mídia, do mercado de ferramentas tecnológicas e ideologias as mais variadas.

As escolas e universidades, paulatinamente, capitulam diante do imperativo da economia da autoestima, seja ela meramente psicológica, seja identitária.

A recente obra "The Assault on American Excellence" (o ataque à excelência americana), de Anthony Kronman, ex-diretor da faculdade de direito de Yale, trata justamente dessa convergência entre políticas identitárias (e seu autoritarismo), e a destruição da vida acadêmica em favor de transformar a universidade em uma usina de autoestima.

Mas, no plano do "meramente" individual, assistir a como essa invasão se dá pode ser um show de semântica.

Pais e terapeutas se apropriam do discurso da vulnerabilidade para, ao final do dia, como dizem os millennials, fazer seus filhos ou pacientes avançarem na escola ou universidade (nem todos os pais, nem todos os terapeutas, nem todas as escolas, claro, mas a maioria tende a capitular diante das pressões do mundo contemporâneo).

A fala é mansa, as palavras adocicadas, o objetivo velado. As demais ciências humanas se aliam ao discurso da vulnerabilidade trazendo seu viés de combate à desigualdade social como justificativa maior para "acolher" os vulneráveis sociais, numa grande orgia em favor da autoestima. O resultado é um mundo de frouxos e melosos.

O fator marketing conta muito. Um dos traços do capitalismo avançado em que vivemos é a elevação da mentira a categoria de ferramenta de construção social da prosperidade. Todo mundo mente deslavadamente. Há uma "ciência da mentira" transformando o mundo num imenso parque temático de adultos ridículos.

Um aluno e seus pais são clientes, e, ao final do dia, o cliente sempre tem razão, portanto, a escola sempre será "parceira".

Porque, inclusive, se não for, pode surgir o novo personagem desse "romance familiar" (termo do Freud), o advogado, o Ministério Público ou o juiz, e responsabilizar juridicamente a escola por alguma tragédia que envolva "seu cliente".

Não acho que haja saída no horizonte, uma vez mantidas as condições materiais (pensando em chave materialista histórica) que geraram essa sociedade da mentira e da autoestima.

Para além da contaminação da escola, há uma nova modinha comportamental "psi": depressão pós-parto dos pais (e não das mães, o que já era descrito).

Sim. Há todo um novo mercado "psi" nascente: pais derretendo diante da responsabilidade que vem junto com o bebê. "Que medo!" Frouxos e melosos.

Mais um motivo para preferir pets: duram menos, custam menos, amam mais facilmente. Sempre foi duro ser pai. Agora, é fofo ser medroso.

Sim, claro, depressão não é brincadeira. Essa espécie humana de hoje não teria sobrevivido ao Alto Paleolítico. Os neandertais teriam nos transformado em seus pets. E nossas mulheres pré-históricas, mais sábias do que as de hoje, iriam se recusar a fazer sexo com esses frouxos e melosos.

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