30/09/2019
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB (à esquerda), não aprendeu com as duas derrotas e quer influenciar na indicação do próximo presidente da Câmara. Ele foi derrotado com Franciele Daiane Back, PSDB (centro), e Roberto Procópio de Souza, PDT (à direita)
Há mais de um mês anunciei e antes de todos que a mudança da Lei Orgânica do Município abriria o caminho para que caísse a única votação secreta na Câmara de Gaspar: à presidência e à mesa diretora da Câmara. Este fato se confirmou semanas depois com o projeto que mudou parcialmente do Regimento Interno da Casa. Veio tarde. Muito tarde.
O Regimento estava para ser mudado desde meados de 2017. Mas, só depois de duas “traições” – resultantes da falta de articulação, liderança somadas à abundância de soberba e arrogância do poder de plantão - personificado pelo prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa e presidente do MDB -, é que o fim do voto secreto saiu do discurso e se tornou Lei.
Gaspar, mais uma vez, saiu atrás naquilo que é óbvio: a transparência dos políticos. E a correção procedida não foi em decorrência do zelo democrático, e sim, para criar embaraços à falta de capacidade na liderança dos atores políticos que estão no poder de plantão por aqui e se estabeleceram na prática da velha política, apesar de novos na idade e da mudança desta velha situação que prometeram quando estavam campanha que venceram.
É muito importante que, antes de ter o presidente para chamar de seu de uma Câmara, um prefeito tenha uma maioria na Câmara – para proteger seus interesses legislativos e garantir à mínima governabilidade -; e tendo essa maioria, ela seja sólida e sendo ela sólida, com essa maioria possa, eventualmente no ambiente partidário, interferir e até fazer o presidente de um poder independente, constituído, exatamente, para fiscalizá-lo.
Como se percebe facilmente, até nisso, os políticos gasparense, na defesa de interesses particulares, invertem à lógica.
Em Gaspar, Kleber só conseguiu essa apertada maioria no primeiro ano de governo, na noite da contagem dos votos das urnas numa jogada rápida, esperta, pontual e sem sustentabilidade. Quando ele viu que não a tinha a maioria vinda das urnas, pegou o caminho do Distrito do Belchior e foi lá acertar os ponteiros com Franciele Daiane Back, PSDB, partido que era oposição e tinha até candidata à prefeita como oposição a KLeber, com Andreia Simone Zimmermann Nagel.
Kleber não fez acerto com o PSDB como mandaria a regra, mas sim com a política neófita Franciele. Isso por si só, mostra bem o tamanho do erro praticado. Ele teve consequências mais tarde. E neste acerto, Kleber - que por outro lado não é nenhum neófito neste jogo pois tinha sido vereador e presidente da Casa - prometeu a presidência da Câmara para Franciele em 2018, mesmo não tendo a chave da Câmara. Franciele, sem orientação, sentiu-se extasiada.
A mais jovem vereadora nem buscou votos para ser presidente, uma obrigação basilar. Terceirizou isso ao governo de Kleber, seu fiador, e ao mesmo tempo, esnobando os experimentados, desde o primeiro dia ela não escondeu de ninguém que seria presidente da Casa.
Foi isso, sob silêncio, que fez ela ser rejeitada. No dia da eleição em meados de dezembro de 2017, Silvio Cleffi, PSC, médico, funcionário municipal, cria política e irmão de templo de Kleber, mas que não teve garantias que teria vez neste jogo de poder, encontrou uma oportunidade, encurtou o caminho e foi eleito presidente com os votos da oposição. A casa caiu para o governo como um todo. Kleber e a família ficou atordoada.
Naquele dia, ao invés de rever os métodos, os perdedores vestiram a fantasia de vítimas e traídos. Mais do que isso, estabeleceram-se na vingança e na perseguição. E entre as metas, estava a de eliminar o tal voto aberto para eleição da presidência e mesa diretora da Câmara.
Todavia, o assunto providencialmente morreu.
Quando chegou dezembro de 2018, Kleber que havia perdido a maioria na Câmara durante o ano, e por isso, ficou vulnerável, cacifou o jogo. Entre paredes compôs com o mais ferrenho articulador da oposição na Câmara para deixa-la aturdida e manca. Trouxe para dentro do governo quem esteve com o petista de Pedro Celso Zuchi, o vereador Roberto Procópio de Souza, PDT.
Kleber e Carlos Roberto Pereira prometeram a Procópio além dos cargos que os pedetistas ocupam hoje na sua administração, a presidência da Câmara. Mais uma vez repetiram o erro acontecido no caso de Franciele, ou seja, o de oferecer o ovo que ainda estava na galinha e que não era da alçada de ambos ofertar. Aprendizado zero. Na hora da contagem dos votos, Ciro André Quintino, MDB, era o presidente eleito.
Ao menos Roberto Procópio de Souza, sem histerismo, foi mais elegante no discurso da derrota. Contudo, naquele dia, ao invés de rever os métodos, os perdedores se estabeleceram novamente na vingança. E ela era, novamente, a de eliminar o tal voto aberto para eleição da presidência e mesa diretora da Câmara.
Diferente do que aconteceu, desta vez o assunto andou. E por que? O governo que não se deu por vencido, teimosamente quer – mais uma vez – indicar ou interferir na indicação do próximo presidente da Câmara de Gaspar.
Franciele já teve a compensação que é a reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen, no Distrito do Belchior. Falta então compensar Procópio além dos cargos que possui para o partido, se José Hilário Melato, PP, não antecipar à volta à Câmara onde quer ser presidente. Para não correr risco mas não abrindo mão de interferir no processo, Kleber e Carlos Roberto até aceitam um nome mais palatável, capaz de consenso, num jogo mais suave, o de Francisco Hostins Júnior, MDB.
Falta, entretanto, combinar com presidente da Câmara Ciro André Quintino, do mesmo MDB de Kleber, Carlos Roberto e Júnior. A conferir.
O VOTO É INDIVIDUAL
Em tese, o voto para a escolha do presidente da Câmara de Gaspar e dos membros da mesa diretora é individual. E como estamos numa democracia, trata-se da liberdade de escolha de cada vereador. E no caso de Gaspar, um único voto desequilibra os planos de um ou de outro, como ficou demonstrado nas derrotas de Franciele e Procópio.
Um partido, ou um grupo de políticos pode até fechar com um candidato, mas não pode obrigar ninguém individualmente ao voto de cabresto como pensam e querem alguns vereadores ainda amargurados com suas derrotas, todas elas avinda da imposição e da incapacidade deles de articularem aos objetivos de poder que pretenderam dentro e fora do próprio poder Legislativo.
Não é o voto aberto que vai corrigir à falta de articulação, composição e aceitação de nomes que venham de fora do seio do Legislativo.
Primeiro prefeito nenhum devia se meter nesse assunto. É outro poder. Só aumenta o seu desgaste político que deveria estar concentrado na solução dos problemas da cidade e que são muitos, complexos e urgentes. Segundo, é muito arriscado em ano pré-eleitoral, com mudanças significativas de humor do eleitorado como mostraram as urnas de outubro passado e vêm sinalizando as pesquisas internas dos partidos, um prefeito que não está bem avaliado e não é reconhecido como uma liderança política, querer interferir em outro poder.
Quando faz isso – a interferência - e se associa a um nome que pode ser derrotado por fatores que estão fora do seu controle, assume riscos elevados. Para a plateia de eleitores transmitirá e ampliará ainda mais à sua fraqueza. Depois, não há lei e nem regulamentação que possa punir supostas traições, até porque elas nas eleições da presidência da Câmara são frutos de decisões políticas individuais. É a reafirmação da independência do parlamentar ou da sua crença em um poder, ou líder para o seu ambiente político.
Então, é um avanço o voto aberto para a eleição da presidência da Câmara de Gaspar. Ele só favorece aos corajosos, aos livres e democratas. Ao mesmo tempo acorrenta os fracos, os medrosos e os de rabo-presos com seus senhores donos dos seus mandatos, mas que foi dado pelo povo.
O voto aberto dará aos eleitores e eleitoras a oportunidade deles conhecerem melhor quem são e como agem seus vereadores – como representantes populares legítimos que são - na missão de fiscalização do Executivo e legisladores. Vai se conhecer os corajosos e livres, bem como os medrosos e bonecos manipulados por seus donos.
E para encerrar: as escaramuças, os jogos, as contrainformações e as composições para a eleição da presidência da Câmara e da mesa diretoria para 2020 de Gaspar já começaram. Coçar e trair, é só começar. Façam as apostas. Acorda, Gaspar!
Depois de muitas queixas da comunidade, das fotos inundarem as redes sociais e até de múltiplos discursos na Câmara, a prefeitura de Gaspar prometeu fechar o antigo e tradicional Parquinho Municipal e recuperá-lo. É impossível que em três anos a secretaria de Obras e Serviços Urbanos e o próprio prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, não tenham percebidos à precariedade e o perigo que a área e os equipamentos oferecem aos que passam ou vão lá, principalmente as crianças. Brinquedos quebrados, armadilhas para acidentes e até parte dele ocupado por andarilhos. Vergonha.
Esta sequência de fotos acima fala mais do que um dos meus tradicionais textões, todos sempre refutados pelo pessoal que está aboletado na prefeitura e não consegue há três enxergar os problemas simples e graves da cidade. Acorda, Gaspar!
O problema é antigo e já foi denunciado aqui, mas devidamente abafado pela própria presidência do Samae, ocupada pelo mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, que faz parte da dobradinha da coligação que elegeu Kleber Edson Wan Dall, MDB.
Novamente, como mostra a foto acima, um caminhão da autarquia sofreu avarias. Ele perdeu o para-choque. Quem pagará mais esta despesa? Os pesados dos impostos, taxas e tarifas cobradas pelo Samae dos gasparenses.
O caminhão era dirigido por um encanador concursado e que está apenas há seis meses trabalhando lá, que não está habilitado para dirigir caminhões. Não é o primeiro caso registrado aqui com danos ao patrimônio do Samae e de terceiros. Até agora, nenhuma punição ou pedido de ressarcimento do estrago não apenas ao causador dos danos, mas principalmente a quem autorizou inadequadamente o uso do veículo. Está claro o desvio de função. Acorda, Gaspar!
Aparelhamento. Os servidores estão preocupados como vêm manipulando à autonomia sindical representativa. O vice-presidente do Sindicado dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Gaspar – Sinstrapug -, Jeferson Debus, foi nomeado para a função gratificada no cargo de confiança na prefeitura de Gaspar como Supervisor de Controle Interno Nível I.
Está na hora de se colocar um freio – contrapeso institucional -, no bonde chamado Justiça e especialmente o SFT. Eles se desembestaram dos trilhos (a norma, a legislação, a jurisprudência). Do procurador federal, Hélio Telho: “talvez seja a hora de reacender o debate sobre a transformação do STF em corte exclusivamente constitucional, sem as competências ordinárias (tanto cível, quanto criminal) e, pois, sem a tentação de travestir-se de delegacia de polícia ou, pior, de Inquisição-mor do Santo Ofício”
As prioridades. Para fazer comício na segunda-feira na assinatura do papelinho para abrir quase um quilômetro do Anel Viário Urbano, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, deixou de lado a tradicional reunião do colegiado das segundas-feiras e a audiência pública da Lei Orçamento Anual de 2020. Ela foi “remarcada” de ofício e realizada na quinta-feira para cumprir apenas um rito legal. Mas, ela como fica a ampla publicidade? Transparência, mais uma vez, comprometida.
De Ricardo Amorim, economista, apresentador do Manhattan Conexion: Há 197 anos, Brasil se tornava independente de Portugal. Deixamos de ser colônia para sermos explorados por uma cleptocracia local. Portugal cobrava o Quinto. Hoje, Estado fica com dois Quintos do que produzimos. Maior parte vai para os que se apropriam do Estado.
Pé frio. A cantora gasparense Luana Berti ia bem no The Voice Brazil, da TV Globo. Até chegar as quartas-de-finais, quando o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, resolveu recebe-la no seu gabinete, fazer fotos e distribuir nas redes sociais para angariar simpatias, meio abaladas na sua base política. Resultado? Depois da foto e divulgação, na quinta-feira, Luana foi eliminada quinta-feira da competição. Então...
Até quando o governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, por seu líder do governo na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB, continuará insistindo que vereador bom, é aquele que aplaude o governo ou fica de boca fechada no exercício do seu mandato? Quando se aponta erros ou se pede esclarecimentos, no primeiro caso está, na verdade, ajudando o próprio governo; no segundo é a oportunidade dada ao governo para anular àquilo que está sob dúvidas. Ladainha manjada. Está na hora de trocar o disco. O eleitor está desconfiado.
Os vereadores foram eleitos – sejam eles de situação ou oposição – para analisarem e votarem normas do Executivo ou a que eles próprio por projetos. Outra função é a de fiscalizar o que se faz na prefeitura. Kleber e os seus, querem que os vereadores sejam meros validadores das vontades do prefeito e do esquema político de poder do grupo dele. Todas as sessões, perpetua-se esse debate primário, bobo, cansativo e proposital para esconder o que devia estar claro. Quem cresce com isso é a oposição. Kleber ainda não percebeu? Reclama à toa.
A Câmara de Gaspar se reúne uma vez por semana. É nas terças-feiras no início da noite. Deveria ser uma agenda sagrada de até três horas para cada um dos 13 vereadores. Normalmente é bem menos tempo. Pois, para o vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB, tornou-se rotina sair mais cedo da sessão. Quando se justifica, como na sessão da semana passada, diz “que assumiu um compromisso mais importante”. Como é que é?
Vai se repetir a história? O roteiro do governador Carlos Moisés da Silva, PSL, pelo Vale do Itajaí na semana passada fazendo as pazes com Blumenau, excluiu Gaspar, apesar de ter prometido no aplicativo de mensagem de Demitrius Wolff, que passaria por aqui, fato que prova que o governo não é dono do seu whats que diz ser seu. A agenda ainda incluiu Ilhota e Brusque.
O ex-governador Luiz Henrique da Silveira, MDB, praticamente isolou Gaspar por oito anos e culpou para isso, o seu correligionário Adilson Luiz Schmitt. A razão é que a seu jeito, Adilson apenas cobrava mais atenção e recursos para os gsasparenses.
Já o ex-governador Raimundo Colombo, PSD, só parou tecnicamente por aqui o seu helicóptero porque o mau tempo o impediu de prosseguir na rotineira viagem que fazia para a sua cidade Lages. O roteiro de Moisés foi de responsabilidade do deputado Ricardo Alba, o tutor do PSL de Gaspar.
Outra do isolamento. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, por outro lado, orientado, contribuiu e não se aproximou do governador Moisés. Quem quer faz a hora e a história. Mas, isso é para estadista. Na foto abaixo da esquerda para a direita, os deputados Ricardo Alba, PSL, Jerry Comper, MDB, o governador Moisés, o presidente da Câmara de Gaspar, Ciro André Quintino, MDB, e o vereador de Ilhota, Almir Aníbal de Souza, MDB, no evento de Ilhota. Pergunta que não quer calar: e se o evento fosse em Brasília, Kleber teria ido lá?
Ilhota em chamas. Por outro lado, o governador Moisés garantiu recursos financeiros para a reurbanização da Rodovia Jorge Lacerda no Centro de Ilhota, governada pelo emedebista enrolado em dúvidas Érico de Oliveira. Isso não poderia acontecer, por exemplo, com o bairro Bela Vista, em Gaspar? Poderia. Contudo, é muito mais difícil. Por aqui a rodovia já é municipalizada e se transformou na Rua Anfilóquio Nunes Pires. É preciso muita conversa.
No asfaltamento que Kleber fez daqui do Centro até a Havan, parou lá e prometeu reurbanizar em seguida o Bela Vista. Até agora, tudo está na mesma e sob as mais variadas desculpas para adiar o que né óbvio e necessário. Enquanto isso, os vereadores do governo culpam a oposição pelo atraso, que não tem data para ser corrigido. Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).