17/10/2018
O prefeito Kleber e o vice Luiz Carlos terão que reconstruir novos canais de relacionamentos políticos institucionais para Gaspar em Brasília e Florianópolis, depois de falharem nos votos e nas apostas das últimas eleições
Hoje, o Diário Oficial dos Municípios, aquele que se esconde na internet e onde não há hora para ser publicado, tem sido ultimamente o mais acessado pelos funcionários públicos, partidários da coligação que está no poder em Gaspar e até pelos adversários. Curiosidades, apostas e busca de provas para entender o jogo jogado.
Está no ar um misto de vingança, a ratificação da incompetência que contraria o slogan oficial da tal “eficiência” e principalmente, à incompreensão do que aconteceu nas últimas eleições e do que precisa ser efetivamente feito para se mitigar até mesmo ao que se desconhece das consequências expressas pelos eleitores.
É a mais pura prática da velha política numa contradição explicita do que expressou os resultados das urnas e que vai ser amplamente ratificada no dia 28 de outubro e com índices de deixar o queixo caído. Estão todos orando no círculo do poder de plantão.
Internamente, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, já anunciou que vai ajeitar algumas laranjas na sua caminhonete governamental e de relacionamento institucional. Segundo ele, não vai parar para fazer este “bem bolado”.
Com as mudanças, acredita ele e os seus, que poderão chegar minimamente ilesos ao fim da primeira etapa desta viagem. Kleber até já conversou com algumas pessoas que estão em cargos comissionados e as informou das suas intenções. Alguns nomes também já vazaram e outros aparecem nas costumeiras e cotidianas especulações. Kleber ainda está ouvindo outros que fazem pressão para entrar na barca ou então, melhorar a posição que desfrutam no atual time.
Os que pressionam estão com o relatório de votos do Tribunal Regional Eleitoral nas mãos. Estão cheios de argumentos, chantagens, interesses e fantasias. Querem um “melhor lugar ao sol” do governo de Kleber e Luiz Carlos Spengler Filho, PP e no mundo de mamatas. Para isso, prometem resultados diferentes nas urnas em outubro de 2020. O objetivo é o fortalecimento dos convivas neste banquete. Tudo sustentado pelos pesados impostos dos gasparenses.
E todos, no rearranjo do projeto de poder em curso, naturalmente, vão precisar de mais votos nas urnas para se manterem, minimamente, onde conseguiram chegar no governo de Gaspar, mas estão falhando na manutenção desse status. E com os recentes resultados das urnas, com a imagem do governo que patina, com as mudanças de humor do eleitorado, todavia, tudo está imprevisível. Daí as mudanças.
SÃO OS NÚMEROS
E o que move tudo isso? São os péssimos resultados das urnas no dia sete de outubro. E mais uma vez está havendo pelo poder de plantão uma leitura da maldição que se acometeu sobre os políticos tradicionais de Gaspar. Ao invés de inovar e ousar, o velho método de cooptar gente – com o dinheiro de todos - está sendo prevalente.
Ficou claro que o prefeito Kleber não é uma liderança política. Ele é um produto de um grupo político e de interesses, nada mais. E o grupo falhou feio na percepção, na condução e nos resultados de governo e eleitorais. Fragmentadas, as lideranças locais estabeleceram frágeis pontes de autoproteção em várias esferas. Simples assim! Agora, procuram os culpados para expiar à própria culpa.
Antes de prosseguir, alguns detalhes. Está se configurando, mais uma vez, a maldição do MDB quando no poder em Gaspar e da qual só se viu livre, com o ex-prefeito Osvaldo Schneider. Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, e já falecido, nem conseguiu terminar o mandato e Adilson Luiz Schmitt, o próprio MDB diante da gula tratou de amaldiçoá-lo em pleno mandato; ele nem consegui ficar no partido, não se reelegeu e nem se estabeleceu nunca mais na política local.
Voltando. O MDB de Gaspar perdeu a corrida para ser governador e não entregou o que prometeu a Eduardo Pinho Moreira. Fragmentou-se de tal forma que nem a desculpa do tsunami chamado Jair Bolsonaro e Comandante Moisés, ambos no então nanico PSL, pode ser desculpa. É que até no ambiente evangélico onde Kleber é oriundo de outra onda passada, os votos minguaram. Faltou percepção, estratégia, união e liderança.
Cada liderança – e já escrevi isso em três artigos na semana passada - fez a sua aposta e desunidos, perderam para eles próprios. Kleber e o MDB de Gaspar se comparados com o prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira, MDB, que nem originário do MDB é e está todo enrolado com o Ministério Público e a Justiça, fez resultados coletivos bem melhores proporcionalmente, fez o dever de casa e deu lições neste sete de outubro como poucos a Kleber e ao MDB de Gaspar.
MDB ajudou na derrota do próprio presidente estadual do partido, o deputado Mauro Mariani; entregou um terço dos votos que prometeu a Rogério Peninha Mendonça na reeleição para a Câmara e no pacto que fez com o Vampiro, o Luiz Fernando Cardoso, na reeleição dele para a Assembleia, os parcos votos colhidos por aqui, apenas o credenciaram para ser pré-candidato a prefeito de Criciúma – bem longe daqui - e não um canal e representante de Gaspar naquela Casa.
E para complicar, com o MDB fora do governo estadual e pelas pesquisas disponíveis, fora estarão o PSD e PP, e este na parte com o vice Luiz Carlos ao qual o MDB vem lhe reservando o escanteio. Restará, então, um fio a ser reconstruído via a bancada evangélica, a qual deverá estar alinhada ao governo do Comandante Moisés.
NEM TROCA DE SEIS POR MEIA-DÚZIA É
É natural – e necessário até - que em situações pelas quais passam o poder de plantão em Gaspar, os seus estratégicos, diante de tantas ameaças e poucas oportunidades, tomem atitudes reformistas.
Kleber e o MDB de Gaspar ouviram o ronco das urnas, mas não ouviram, não leram, não interpretaram o recado claro dos seus eleitores nas urnas. E o recado foi: chega de má gestão, de dúvidas e duvidosos, de incompetentes e apadrinhados de sempre.
As mudanças que Kleber e os seus desenham apenas escondem erros, equívocos, defeitos e ampliam o problema. Estão protegendo gente do mesmo grupo que já provou que falhou em diversos campos inclusive o de buscar votos à maneira antiga entregando promessas, vinganças, discursos e até obrinhas. As eleições de 2020 estão logo ali, e começam em março do ano que vem. Apostem!
Eu já escrevi aqui várias vezes e antes das eleições que o governo Kleber precisava ser refundado. Não fazia nenhuma conexão com o que estava em curso e por isso, também foi rejeitado no dia sete de outubro. Foi de forma indireta, um aviso que pode ser perfeitamente consertado, mas não como se alinhava neste momento.
Quando escrevia sobre a refundação do governo Kleber, analisava o vácuo de objetivos, à falta de gente capacitada, que transmite a percepção de mudança e confiança, bem como oferece resultados efetivos para os menos de dois anos da gestão de Kleber.
É um governo sem começo, meio e fim integrados. Basta só olhar onde foi dar a tal Reforma Administrativa, o que aconteceu na secretaria da Saúde, a secretaria de Assistência Social e o caso da Casa Lar, e como perderam a maioria na Câmara antes mesmo de se completar um ano de governo. A lista é longa nesta gangorra do vai-e-vem.
Refundar um governo é uma coisa, maquiar o que já se comprovou ineficaz, é outra. E é nisto que se resume e se fundamenta este meu comentário. A maquiagem contraria o recado das urnas ao próprio governo de Gaspar, pasmem, se apresenta com jovem e da mudança. Ou seja, nem mesmo esse rótulo marqueteiro colou.
Kleber e os seus, incluindo seus vereadores da ainda minoritária bancada de apoio, mas que deverá ser revertida pelos velhos métodos de cooptação, tramam pelo pior. Estão substituindo técnicos, por curiosos, por irmãos evangélicos, por amigos, aparentados, em suma, por quem se acredita ser cabo eleitoral mais eficaz dos que foram nesta eleição. Não se está pensando efetivamente em mudanças e entrega de melhores resultados para a sociedade no uso dos seus impostos.
Será outro erro. Será outra decepção. O melhor cabo eleitoral de um governo é a sua transparência, a sua eficiência e os resultados coletivos que pode entregar em relação às expectativas que criou para ganhar a eleição. Os votos que ganhou no dia sete de outubro negam essa premissa. É consequência natural de que alguma coisa vai mal
Inverter essa verdade, é antecipar a morte política e eleitoral. Não há cabo eleitoral amigo, comprado ou eficaz que dê jeito.
O próprio Kleber e seu grupo reclamam que estão sendo incompreendidos. Ou seja, de que o eleitor e a eleitora são problemas. Hum! Ora, se o plano de governo é uma belezura, o que entregam frustra. E se entrega o que promete como se alega, a comunicação falha e feio. Outra área que trocaram os profissionais por próximos. Então...
O mundo mudou. Os políticos, resistem... Há uma nova onda...
O que a imprensa não relata em Gaspar e só para agradar o poder; para não se incomodar - ou porque não possui provas suficientes -, abundam nas redes sociais e principalmente nos aplicativos de mensagens dos eleitores e eleitoras.
Eles sim, foram os que fizeram o estrago e farão muito mais, pois estão livres da censura, da pressão, dos negócios e até, pelas dificuldades de provas, dos processos cala-boca que os poderosos enfiam na imprensa, nos jornalistas e colunistas para intimidá-los ou constrange-los em atos de vingança.
E o que corre solto neste mundo virtual de Gaspar é algo assustador, menos ao poder de plantão que continua se lambuzando mesmo a despeito dos recentes claros avisos das urnas. Este é o verdadeiro “avança Gaspar”, mas sobre o que não é de direito dos políticos. Mais uma vez, à resistência contra o que é óbvio, vai gerar dissabores e derrotas. Quer um exemplo da distância e no uso político errático e antigo da gestão pública.
Para encerrar e mostrar o quanto é errante e não apenas errática a política de trocas no varejo do governo Kleber com a comunidade. Ele criou o tal Gestão Compartilhada, tocada pelo Roni Muller, Ele desse cargo público e num teste para a vereança se tornou cabo eleitoral de um vereador de Joinville, Rodrigo Fachini, candidato a deputado estadual que não chegou lá. Roni arrumou para ele nesse esquema 220 votos.
Passada as eleições o Gecom continuou a vida dela. Na quarta feira ela foi ao Gaspar Alto Central. Pau puro. E o ausente? O próprio Roni Muller. Não precisava mais garimpar votos ao seu projeto político distanciado de Gaspar. Quem o representou? O Diretor de Assuntos da Juventude, Dênis Estevão. Acorda, Gaspar!
Se tem uma coisa que não dura Câmara na gestão do presidente Silvio Cleffi, PSC, é o assessor de imprensa. Sintomático.
O Ministério Público Eleitoral da Comarca de Gaspar, com Andreza Borineli, acaba de instaurar procedimento preparatório para possível inquérito contra o candidato a deputado estadual Pedro Celso Zuchi, PT, por suposta captação ilícita de votos nesta campanha. Circulou nas redes de aplicativos, tickets de doação de combustível do candidato a eleitores. Coisa da política antiga.
Perguntar não ofende: o que é feito do PL 22/2018, de autoria do vereador Cicero Giovane Amaro, PSD? Ele retornava o Vale Alimentação em dinheiro para os funcionários públicos de Gaspar, cortado por Kleber. O PL ilegal e inconstitucional foi aprovado por unanimidade pelos vereadores, foi vetado por Kleber e está na Câmara para nova votação do veto, com possibilidade de promulgação pelo presidente Silvio Cleffi, PSC
Centro de Distribuição Domiciliária dos Correios, o que lida com Malotes, localizado à Rua Frei Solano, no centro de Gaspar, está prestes a ser transferido para Blumenau. Juntou a fome com a vontade de comer.
O imóvel pertence à Igreja Evangélica de Confissão Luterana. E os Correios alega para tal que há problemas na regularização daquele imóvel para que ele se estabeleça um contrato aceito pela estatal. Foi possível no passado. Não é mais permitido nas regras atuais. O dono do imóvel vem correndo atrás dessa documentação.
Enquanto isso, os vereadores fizeram um requerimento aos Correios. Eles querem esclarecimento sobre o assunto, pois com a mudança anunciada, os malotes de Gaspar teriam que ser levados e apanhados numa central no bairro Vorstad, em Blumenau.
Por outro lado, apesar do monopólio, a empresa Correios é deficitária, usada politicamente e tem um péssimo serviço. Esta semana, ela própria anunciou o fechamento de 41 agências em 15 estados brasileiros.
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