O vereador Ciro André Quintino, MDB, poderá ser um fator de desestabilização da reeleição de Kleber Edson Wan Dall. O poder de plantão e o MDB esticaram a corda... - Jornal Cruzeiro do Vale

O vereador Ciro André Quintino, MDB, poderá ser um fator de desestabilização da reeleição de Kleber Edson Wan Dall. O poder de plantão e o MDB esticaram a corda...

30/01/2020

O fator Ciro I

Esclarecimento: esta coluna – por problemas industriais - foi editada na terça-feira, dia 28.01.2020 e estava praticamente pronta há três semanas. Vamos lá. Um fato importante acontecido na última eleição da mesa diretora da Câmara de Gaspar, em dezembro do ano passado, marcou e poderá mudar o “rumo da romaria” eleitoral por aqui. Ele passou despercebido das redes sociais, mas andou nervosamente sendo discutido nos bastidores políticos. E já começa a ganhar contornos de viabilidade. Por motivos óbvios e bem conhecidos dos meus leitores e leitoras - que esclareço todas as semanas há mais de uma década -, também não apareceu na imprensa local, mas pode criar um novo fator na corrida – ainda bem nebulosa - para prefeito e vereadores neste quatro de outubro.

O fator Ciro II

O ensaio até poderá até não dar em nada porque os bombeiros e incendiários se espalharam para ampliar ou diminuir as fogueiras. Contudo, o poder de plantão, o vingativo, o que sufoca, o que não é transparente, não contava com mais este tipo de desgaste – a bem da verdade, que ele próprio criou – contra à reeleição de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ela ainda está difícil, apesar da estrutura eleitoral que tomou conta da estrutura de governo. A suposta dificuldade não é apenas porque as pesquisas de trabalho sinalizam isso. Mas, porque os eleitores estão exigindo mudanças; estão cansados das mesmas pessoas, discursos e promessas. Porque os eleitores não toleram mais às dúvidas e aqui há muitas, bem como conchavos onde poucos se beneficiam com o apoio de muitos. Porque os eleitores esperavam resultados e eles não vieram como o prometido, ou estão sendo muito, mas, muito mal comunicados.

O fator Ciro III

O que aconteceu? A reeleição de Ciro André Quintino, MDB, católico, à presidência da Câmara não foi tão tranquila como se vendeu e se aparentou. Os leitoras e leitoras da coluna souberam parcialmente das escaramuças. O poder de plantão e o MDB onde está Ciro – é MDB de raiz e o sustenta com votos devido ao seu populismo -, tentaram passar uma rasteira na reeleição “quase certa” de Ciro. O poder de plantão escalou Roberto Procópio de Souza, PDT, vereador que já liderou na Câmara a oposição a Kleber e hoje, devido ao malho que fazia, é um dos defensores de Kleber, na missão de convencer Rui Carlos Deschamps, PT, ser o candidato com os votos do MDB, PDT, PSDB e PP. Não deu certo. Rui honrou o compromisso que o próprio Procópio articulou com sucesso em 2017 e uniu, naquele tempo, a suposta oposição (PSD, PT e PDT) para eleger Silvio Cleffi, PSC – que era Kleber -, no lugar da candidata do governo, Franciele Daine Back, PSDB. Tudo para preservar a independência do Legislativo. Depois que virou um aliado de Kleber, o próprio Procópio com apoio da máquina do governo, foi derrotado por Ciro na presidência da Câmara. Ciro “usou” para se eleger, vejam só, a união dos vereadores de oposição criada em 2017 pelo próprio Procópio.

O fator Ciro IV

Esclarecido isso, vamos ao tal fator Ciro. O vereador é um bicho político por natureza e no MDB de Gaspar – e não é de hoje - é contraditoriamente um ente estranho aos que dominam do MDB gasparense. Ciro só serve para montar palanque, dar aval, fazer discursos, pedir e buscar votos. Todos que chegam hoje no MDB de Gaspar, ganharam o assento na janela ônibus e Ciro continuou pendurado na porta dele. Foi o caso dos nanicos PSDB de Franciele Daiane Back e o PDT do próprio Roberto Procópio de Souza, e muito recentemente, o PSD de Marcelo de Souza Brick, onde uma soma virou uma conta de diminuir e até dividir. Incrível! Ciro possui um sonho: o de ser candidato a prefeito de Gaspar. E no MDB, isso é um fato quase impossível e há uma fila que é controlada pelo agora pelo prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa. Os dois não são almas gêmeas. E para piorar, Ciro está encucado: numa aposta de 10, crava nove que a tentativa para rifá-lo na presidência da Câmara, foi avalizada – se não orquestrado - por Carlos Roberto Pereira.

O fator Ciro V

Qual o medo de Ciro? Que possa se tornar um José Hilário Melato, PP, o mais longevo dos vereadores de Gaspar, que está na presidência do Samae e que em outubro de 2016, quase ficou fora, se não fossem os votos do PSC. Ciro quer ser mais do que um “eterno” vereador. Mais: quer também mudar de ares e sair do ambiente onde está encalacrado, o MDB, e não possui espaço para novos passos. E diante do que aconteceu na eleição da Câmara em dezembro; diante do quadro político que pede renovação – e Ciro, não é, propriamente, uma renovação -; diante da falta de alternativas, Ciro se mexeu nos bastidores. Alguns, como avestruz que enfia a cabeça na terra para se livrar dos problemas, acham que o fator Ciro é apenas uma forma dele se arrumar melhor no próprio MDB. Entretanto, a verdade é que Ciro está se aconselhando com algumas pessoas da comunidade e não esconde isso. E para completar, Ciro foi se queixar, se aconselhar e até pedir avais aos deputados Carlos Chiodini (Federal) e Jerry Comper (estadual), ambos do MDB e para quem Ciro pediu votos por aqui. Ciro pode não ser apenas um balão de ensaio, mas um fator de agravamento de problemas aos planos de Kleber e seu grupo na reeleição. E de quem é a culpa mesmo? Do jogo político, da oportunidade, e principalmente da arrogância e do erro estratégico do MDB de Gaspar como um todo: cuidou mais dos outros dos que dos seus. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O MDB de Gaspar parece o tal pinus elliottii: nada nasce debaixo dele. Ao trazer para si o PDT e o PSDB, o MDB inviabilizou reeleição ou a eleição dos vereadores desses partidos. Se quiserem concorrer à reeleição, esses vereadores vão ter que procurar outros partidos, ou importar carregadores de votos, que consultados não estão dispostos a este papel.

Como se vê, a adesão do PDT e do PSDB ao governo terá um preço caro para seus fiéis na Câmara. Resta saber se valeu a pena o custo-benefício e o risco que correram.

A ex-vereadora pelo DEM, ex-funcionária municipal (era professora), ex-candidata derrotada a prefeita pelo PSDB, Andreia Simone Zimmermann Nagel está fora do ninho tucano onde foi sacada da presidência num golpe articulado pelo poder de plantão, com ajuda da vereadora Franciele Daiane Back. Andreia não escolheu o novo partido, mas diz quer ir as eleições para voltar à Câmara. E o governo Kleber faz de tudo para que isso não aconteça.

Outro que ficou no meio do caminho foi Silvio Cleffi, PSC, ex-presidente da Câmara. Como um filho pródigo, ele voltou ao manto de Kleber Edson Wan Dall, MDB, sua cria política e fiel de mesmo templo. Silvio diz que não se sentia acolhido pela oposição e o destino dele deverá ser o PSD, se quiser se viabilizar como candidato à reeleição. E pedindo votos para Kleber.

Quem está de malas prontas para sair do PSD é Cicero Giovane Amaro. O seu destino – como o de Rui Carlos Deschamps, PT -, deverá ser o PL do senador Jorginho dos Santos Mello, bancário, que já trabalhou em Gaspar, e cuja comissão promissória do partido por aqui está nas mãos do médico Odilon Áscoli, de origem no MDB, mas que já apoiou o PT.

Outro que poderá mudar de partido – mais uma vez – e para abrir espaços no MDB e ajudar Kleber a puxar votos na proporcional em outra legenda, é Francisco Hostins Júnior, hoje no MDB. A falta de coligação na disputa de vereadores está deixando muita gente precisada de puxadores de votos e Hostins, é.

A secretaria de Educação de Gaspar se não funciona para sua finalidade conforme queixa generalizada e percepção em geral, ela funciona para ser armações partidárias ilimitadas visando as próximas eleições municipais a favor de Kleber.

Então, por isso, procura-se um novo titular que desista de ser candidato a prefeito ou a vereador para não concorrer com os mapeados da coligação no poder, ou então que possa liderar um processo de cabala de votos onde o poder de plantão ainda não foi capaz de sensibilizar. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1936

Comentários

Herculano
03/02/2020 11:48
A COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA FEITA PARA ESTA SEGUNDA-FEIRA E EXCLUSIVA PARA O PORTAL CRUZEIRO DO VALE, JÁ ESTÁ PRONTA

EM POUCO TEMPO ELA ESTARÁ ESTARÁ DISPONÍVEL AOS LEITORES E LEITORAS. ACORDA, GASPAR!
Herculano
02/02/2020 18:45
Ao que se diz ser Alexandre César de Souza.

És um gozador. Gostei. O final da piada, foi de quem possui um humor irônico e aguçado.
Miguel José Teixeira
02/02/2020 10:57
Senhores,

Para não dizerem que não PenTelhei, pois a corja ficou quase 14 anos no poder e as mordomias aumentaram e muito, não é ideli?

"Ao anunciar o desligamento do secretário executivo da Casa Civil, o presidente atacou um ponto nefrálgico da máquina do Estado: "O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral". Acertou. Mas precisa ir além ?" tornar ilegal o ato imoral. Em português claro: acabar com os privilégios, símbolo do atraso."

Mordomias caducas
Correio Braziliense/hoje/Visão do Correio/Opinião

A demissão de Vicente Santini, independentemente das consequências políticas que ainda não chegaram ao fim, chama a atenção para um fato que, volta e meia, frequenta o noticiário. Trata-se das mordomias que teimosamente se mantêm no âmbito dos Três Poderes.

Santini usou um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para uma viagem à Índia, onde tinha compromisso profissional agendado em razão da visita do presidente Bolsonaro àquele país asiático. O deslocamento, segundo estimativas da FAB, custou aos cofres públicos R$ 700 mil.

Ao anunciar o desligamento do secretário executivo da Casa Civil, o presidente atacou um ponto nefrálgico da máquina do Estado: "O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral". Acertou. Mas precisa ir além ?" tornar ilegal o ato imoral. Em português claro: acabar com os privilégios, símbolo do atraso.

A imposição não se restringe ao Executivo. Engloba Legislativo e Judiciário. Carros oficiais, motoristas particulares, residências funcionais, cartões corporativos, jatos da FAB, férias em dobro, auxílio-moradia e tantas outras benesses são oferecidos aos servidores que recebem altos salários e podem, como qualquer trabalhador, arcar com as próprias despesas.

"Todos são iguais perante a lei", diz a Constituição. Mas existem os mais iguais, sustentados com verbas que faltam nos hospitais, nas escolas, nas estradas, na segurança, no transporte coletivo. É necessário cortar os gastos "imorais" e destinar os recursos para bens e serviços que atendem a população.

Autoridades em países desenvolvidos se confundem com o cidadão comum. Andam de transporte público, frequentam hospital público, matriculam os filhos em escolas públicas, pagam do próprio bolso luxos pessoais. Trata-se de comportamento que convém observar. Há quem diga ser essa a receita para melhorar o nível dos serviços que o Estado presta ao povo. Em suma: quando as excelências virarem povo, o povo terá melhor qualidade de vida.
Alexandre Cesar de Souza
02/02/2020 10:21
Herculano;

Acredito que o senhor deva sofrer de insonia grave, pois de madrugada ou a qualquer horário, tenta denegrir a imagem de um governo profícuo, eficiente, honesto, trabalhador. Gaspar nunca antes teve um governo tão satisfatório e que fez e faz Gaspar AVANÇAR a cada minuto.

Da mesma forma, tenta e não consegue, macular a imagem do melhor presidente que o SAMAE DE GASPAR, já teve. Nenhum outro presidente fez tantas obras, projetos e amizade e confiança com os funcionários da AUTARQUIA, FAÇA UMA PESQUISA INTERNA e veja a verdade.

O senhor, além de profunda insônia deve estar a serviço do PT, é o que se lê em seus claros escritos nesta coluna, lamentavelmente.
Ajude a Gaspar seguir em frente, com eficiência, honestidade e RESULTADOS.

Tenhas um ótimo domingo.
Herculano
02/02/2020 09:06
da série: a extrema imprensa só tem valor quando se está na oposição ou quando precisa apontar os erros dos outros no poder? É neste momento que as redes sociais se mostram sem credibilidade. Onde esta entrevista teria repercussão?

GENERAL EX-MINISTRO DE BOLSONARO DIZ QUE "FRITURA POLÍTICA É NEGóCIO DE GENTE DESQUALIFICADA"

Santos Cruz evita responsabilizar o presidente por sua saída do governo e defende ministro Moro

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo e portal Uol. Texto de Ricardo Della Coletta e Eduardo Militão, respectivamente da Folha e do Uol, da sucursais de Brasília. O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, afirma que sofreu uma situação de fritura política que culminou com sua saída do governo, em junho de 2019. Para ele, esse tipo de processo é coisa de "de gente desqualificada" e da "escória da política".

"É um processo de que participam pessoas que não têm qualidade nenhuma, moral e profissional. Para você demitir um ministro, ou qualquer pessoa em função de confiança, é só conversar e mais nada", disse o ex-ministro, durante programa de entrevistas da Folha e do UOL, em estúdio compartilhado em Brasília.

Apesar das declarações, ele evitou responsabilizar ou criticar diretamente o presidente Jair Bolsonaro e disse não considerar que o mandatário tenha tentado submeter o ministro Sergio Moro (Justiça) a rito de desgaste semelhante.

Santos Cruz também reprovou a política externa do governo, como o alinhamento automático com os EUA, e afirmou ser contra a convocação de militares para atuar nas filas do INSS.

Fritura política
Eu até fico constrangido de falar desse negócio de fritura política. Acho isso um negócio de gente desqualificada, é coisa da escória da política. O político que se comporta fritando outros é gente desqualificada.

Alvo de fritura
Nunca me afetou emocionalmente e não dou bola para isso. Mas acredito que sim, houve esse processo. É um processo de que participam pessoas que não têm qualidade nenhuma, moral e profissional. Para você demitir um ministro, ou qualquer pessoa em função de confiança, é só conversar e mais nada. Você não precisa desse processo. Para compensar a covardia de não querer falar com a pessoa, você vai criar mil situações para constranger. Para mim, não cola.

Bolsonaro x Moro
Não, posso até considerar que ele está fazendo um erro político. O Sergio Moro é um ícone, uma pessoa que liderou uma virada contra a corrupção histórica no Brasil. A Lava Jato, com Sergio Moro à frente, se tornou uma coisa que vai ficar para sempre.

Outra coisa é que ele [Moro] é uma pessoa com prestígio fantástico na sociedade brasileira. Qualquer modificação nas [suas] atribuições vai ter um custo político muito alto. É uma pessoa que inspira seriedade, firmeza e valores que são necessários. Para mexer nisso, você tem que pensar muito bem.

Militares no INSS
Em catástrofes no mundo inteiro as Forças Armadas participam. Queimadas, grandes incêndios, enchentes, furacões... Então a participação dos militares na Amazônia [durante as queimadas] foi absolutamente dentro da normalidade.

O caso do INSS é administrativo e não tem nada a ver com catástrofe. Você tem dentro do INSS pessoas que podem resolver a questão. Você pode convocar ex-funcionários do INSS que conhecem o sistema, pode terceirizar, fazer concurso, uma série de coisas.

Basicamente tem que ouvir e valorizar o INSS. Você vai ter que treinar os militares, [porque] eles não são treinados para isso. Não vejo o militar como solução para tudo.

Avaliação do governo
Hoje eu torço para que dê certo. Qualquer governo faz coisas boas e ruins. Eu vejo o governo como absolutamente normal em termos de resultado, não é nada espetacular. Talvez as expectativas hoje sejam bem maiores do que a realidade: teve um crescimento de PIB, uma redução pequena de desemprego.

Os resultados não são fantásticos, absolutamente normais. A gente vê que tem uma expectativa positiva para a frente, isso é bom em termos emocionais. Vai ter que esperar essa coisa se concretizar ou não.

Ambiente político
O ambiente politicamente não é bom. Um governo tem que transmitir tranquilidade, união, um ambiente de trabalho onde as pessoas possam esperar com tranquilidade o desenvolvimento da sociedade. Não no tumulto de todo dia você ter uma intoxicação enorme de fake news e de grupos ideológicos espalhando conflitos. Não se pode viver num estado permanente pré-eleitoral.

Verba da Secom
Essa distribuição tem que ser feita com bastante critério. Se você for colocar preferências políticas e ideológicas, você pode ter problema. Eu sou absolutamente contra posicionamentos ideológicos e preferenciais por questões políticas, seja para A ou para B, em termos de comunicação.

Caso Fabio Wajgarten
Isso tem que ser analisado, em primeiro lugar, pela Comissão de Ética [da Presidência]. Precisa ser analisado do ponto de vista jurídico e para isso tem a SAJ [Subchefia para Assuntos Jurídicos] para verificar, além da CGU [Controladoria-Geral da União] e TCU [Tribunal de Contas da União]. Tem que verificar do ponto de vista legal.

Relacionamento Brasil-EUA
Em qualquer situação, sempre quem perde é quem que se alinha automaticamente. Os EUA são um país que tem a liderança mundial em muitas coisas. Um país que nós temos muitas ligações culturais, mas a política americana é baseada nos interesses dos EUA. Com razão. Ser alinhado automaticamente não significa que você vai ter peso na condução da política americana.

Voto do Brasil a favor do embargo a Cuba
Quando ocorreu o voto contra o embargo [americano a Cuba], o Brasil quebrou uma tradição [de 27 anos]. Você votava [contra o embargo] não por causa de alinhamento ideológico, mas por princípios de não se tomar esse tipo de medida seja contra quem for.

Era um posicionamento que se tinha e que foi quebrado. Um posicionamento quebrado por só três países [EUA, Brasil e Israel]. É pouco, nós temos aí quase 200 países. E quando você tem só três tomando uma direção é porque tem alguma coisa que precisa ser considerada.

Grupo ideológico no governo
O presidente Bolsonaro foi eleito por um grupo de pessoas que simpatiza com ele; por um pequeno grupo altamente ideológico, que faz um escândalo muito grande, e por uma grande massa movida pelo sentimento anti-PT.

Após a eleição, toda essa massa anti-PT e todos os que são simpatizantes da maneira de ser do presidente querem resultados de governo. O grupo ideológico, que é muito pequeno, continuou com uma influência muito grande. Ele se comporta como se fosse haver uma eleição na semana que vem.

Bolsonaro e PT
Quem é que mantém o perdedor [das eleições] na primeira página da mídia desde desde aquela época? É o PT ou foi o vencedor [das eleições]? É uma insensatez. Aquele grupo perdeu, ele espera e se candidata na próxima [vez]. É normal. Agora eles têm que esperar, se reorganizar e mudar o discurso.

Mas quem é que mantém a chama acesa daquele grupo ali [oposição]? Eu acho que é um grupo, não é só ele [Bolsonaro]. É um grupo exacerbado e ideológico, que mantém o perdedor na mídia. Na realidade, o perdedor está se beneficiando de toda essa insensatez.

RAIO-X
Carlos Alberto dos Santos Cruz, 67
General da reserva do Exército, foi ministro da Secretaria de Governo até junho de 2019. Foi secretário de Segurança Pública do Ministério da Justiça durante a administração Temer. Comandou as tropas da ONU nas missões para estabilização do Haiti e da República Democrática do Congo.
Herculano
02/02/2020 07:16
A QUERELA DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA, por Samuel Pessôa, economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV)

Nas regras atuais, o consumidor-produtor de energia solar é subsidiado

Desde 2012, um gerador de energia solar pode colocar na rede o excesso de geração que tiver.

Funciona assim: quando gera para si, deixa de consumir da rede; o excedente de geração sobre o consumo próprio de energia é despachado na rede. Quando não gera, por ser noite ou por estar muito nublado, consome da rede, como qualquer consumidor.

A conta elétrica a ser paga pelo consumidor-produtor será calculada pelo excesso de consumo da rede sobre a energia despachada. A autoprodução não é cobrada.

Ou seja, a tarifa remunera a energia despachada para a rede igualmente à tarifa que é paga na energia consumida da rede, até o limite do que ele consome de energia da rede.

O problema é que, quando ele despacha a energia para a rede, o serviço que o consumidor-produtor realiza é somente a geração de energia. Como ele é remunerado pela tarifa cheia, e a tarifa cheia cobre outros custos além da geração, o consumidor-produtor é subsidiado.

Que custos são esses? Além da geração, a tarifa de energia elétrica embute o custo da transmissão, da distribuição, dos impostos e de subsídios cruzados.

Entre a pletora de subsídios cruzados, destacam-se: descontos para consumidores de fontes incentivadas; consumidores rurais e de baixa renda; e parte do custo da geração de energia por usinas a óleo para áreas do território brasileiro, em geral na região Norte, que estão desconectadas da rede nacional.

Assim, o subsídio que o consumidor-produtor recebe na energia que ele despacha na rede é dado pelo custo de transmissão, distribuição, impostos e subsídios cruzados. Se as condições de demanda estabelecerem que o consumo da energia despachada ocorra próximo do local de geração, o subsídio não abarcará o custo de transmissão.

A parcela da tarifa que o consumidor-produtor deixa de pagar (referente aos custos de transmissão, à distribuição e aos subsídios cruzados) acaba sendo rateada entre os consumidores que não são produtores de energia elétrica na próxima revisão tarifária, ou seja, trata-se de mais um subsídio cruzado na conta de luz.

O que me parece mais natural é que o consumidor-produtor seja remunerado somente pela geração. O subsídio deve ser eliminado. Entendo que essa medida reduzirá a velocidade de instalação de geração solar, mas não a impedirá.

Os juros mais baixos e o progresso tecnológico que tem reduzido o preço da tecnologia, além da enorme oferta de sol que temos no país, garantirão que, no tempo e na velocidade socialmente ótima, ocorrerá a instalação adequada dessa importante fonte de energia elétrica.

Se a sociedade decidir que vale a pena subsidiar a geração distribuída, em razão, por exemplo, da economia de carbono da energia solar, o ideal é que toda a conta do subsídio seja paga pelo Estado, na forma de um subsídio direto custeado por impostos gerais.

Há ainda um tema adicional. Se o custo de transmissão e distribuição da energia solar por autogeração distribuída for menor, devido à maior proximidade da geração de energia do local de consumo, deveríamos caminhar para um regime com tarifas distintas de acordo com a fonte de geração.

Evidentemente, o efeito tratado no parágrafo anterior somente ocorrerá se a autogeração distribuída reduzir a pressão sobre a rede de distribuição e de transmissão do sistema elétrico mesmo nos horários de pico, gerando, portanto, efetiva redução do uso da infraestrutura.
Herculano
02/02/2020 07:09
BOLSONARO AINDA BUSCA SAÍDA PARA ARTICULAÇÃO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

A articulação com o Congresso continua mal resolvida, e não foi por falta de tentativas do presidente Jair Bolsonaro, que confiou a tarefa ao ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), que fracassou, depois ao ministro da secretaria de Governo, Santos Cruz, que foi demitido, e por último ao substituto deste, Luiz Eduardo Ramos, cuja capacidade de analisar cenários políticos só não é maior que seu talento de se relacionar com pessoas. Mas "Ramos não é do ramo", como brincam os políticos.

AQUI, NÃO, VIOLÃO

Deputados e senadores falam bem de Ramos, mesmo sem querer, ao se confessarem "tímidos" para tratar de "certos assuntos" com ele.

TENTATIVAS FRUSTRADAS

Para cravar o ex-deputado Alberto Fraga (DEM) no lugar de Ramos, Bolsonaro fez várias tentativas amigáveis, mas todas frustradas.

POSTO RECUSADO

Há duas semanas, Ramos foi convidado a ser embaixador em Israel, onde foi adido militar, país estratégico para Bolsonaro. Mas declinou.

ALMA PENADA

Bolsonaro não desistiu de Fraga. Ele até pode virar ministro, mas terá de se ser inocentado de processo de corrupção na Justiça de Brasília.

2020: GOVERNO JÁ TORROU R$31 MILHõES EM VIAGENS

O governo federal já conseguiu gastar mais de R$31,3 milhões em viagens apenas este ano. As informações são do Ministério da Economia, que já contabilizou quase 13 mil viagens de servidores, terceirizados e "colaboradores eventuais" a um custo médio de R$2,4 mil cada. Os valores contemplam as despesas com passagens aéreas e terrestres, além das diárias pagas aos funcionários públicos. Em 2019 foram 764.880 viagens a um custo de R$ 1,13 bilhão.

MÊS DE 31 DIAS

O tempo médio de afastamento dos funcionários do governo, nessas viagens, somente no mês de janeiro, é de cerca de 18 dias.

RIO, SEMPRE FAVORITO

Brasília-Rio de Janeiro foi trecho preferido nas viagens de servidores federais no primeiro mês do ano: 711 deslocamentos.

REDUÇÃO

Segundo a Economia, apesar do alto custo e número de viagens, a quantidade de excursões em 2020 é 97% menor que em 2019.

RÉU NÃO DÁ

Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) espalha que está no páreo para virar ministro de Bolsonaro, mas não falta no Planalto quem lembre a Bolsonaro, todos os dias, que o senador é investigado na Lava Jato.

PASSAPORTES VERMELHOS

Presidente viajante da Câmara, Rodrigo Maia, tem sete passaportes diplomáticos, de capa vermelha, em seu nome. Um para ele próprio, outro para sua mulher e também para cada um dos seus cinco filhos.

CULPA DA IMPRENSA

Após o desastre de vazar seu telefonema ao vice Hamilton Mourão, o governador Wilson Witzel decidiu mudar o seu assessor de imprensa. Profissionais do eixo Rio-Brasília-São Paulo têm sido sondados.

HORA DE ESPREGUIÇAR

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal retornam do recesso nesta segunda-feira (3), finalmente. Foram 48 dias de folga, para além dos 20 dias de recesso no meio do ano. São mesmo uns folgados.

AGORA É 'NATURAL'

O prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), diz agora que é "natural" a candidatura de Marília Arraes (PT). Mas não achava isso ao disputar a primeira vez: ele só foi eleito porque, a pedido do falecido Eduardo Campos, Lula impediu o PT de apresentar uma candidatura para valer.

PROTEÇÃO RACIONADA

Em cidades brasileiras, nos Estados Unidos e na Europa estão se esgotando máscaras cirúrgicas. Em alguns pontos na Suíça, farmácias estão racionando esse tipo de produto. É o pânico pela prevenção.

MDB E PT JUNTOS NA FARRA

Os deputados do MDB Vicentinho Júnior (TO) e Aline Gurgel (AP) são os que mais pediram "ressarcimento de despesas" durante o mês de recesso, em janeiro: R$40 mil e R$35,1 mil. O petista Beto Faro (PA) é o terceiro colocado da lista, com gastos de R$32,2 mil nas férias.

VIDA QUE SEGUE

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), viagens não estão banidas, nem comércio está proibido entre países que identificaram casos do coronavírus. Nem mesmo com a própria China.

PENSANDO BEM...

...aceitando o encolhimento de sua agora Casinha Civil sem se queixar, Onyx acabará sendo lembrado apenas como modelo de automóvel.
Herculano
02/02/2020 07:02
PESO ECONNôMICO DA CHINA TRIPLICOU ENTRE O VÍRUS DE 2003 E O DE 2020, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

País leva um terço do crescimento mundial

No ano da praga de 2003, o PIB chinês equivalia a 4,3% da economia mundial. Neste ano do coronavírus, a economia da China deve equivaler a mais de 16% do PIB mundial - é menor apenas que a americana (24%). A China de 2003 cresceu um pouco menos por causa da SARS (síndrome respiratória aguda grave), que teve efeito desprezível no restante do planeta.

O crescimento chinês tem ainda mais peso no crescimento do planeta. Em 2003, o aumento do PIB da China equivalia a uns 16% da variação total do PIB do mundo. Em 2018, dado mais recente disponível, a quase 33% (ante 22% dos Estados Unidos).

Portanto, uma síndrome qualquer da China, peste, revolução ou recessão, é um risco para a economia mundial. Mas o problema vai além da aritmética dos parágrafos aí para cima: vai além de saber qual a proporção do aumento do PIB chinês em relação ao aumento do PIB do mundo. O impacto da contaminação chinesa pode ser maior ou até bem menor que o tamanho de sua economia ou de seu crescimento.

O desconhecimento da potência da epidemia do coronavírus e da capacidade dos governos de administrá-la torna ainda mais difícil estimar seu efeito na saúde e na economia mundiais.

Parece que a doença do coronavírus é menos letal que a SARS (mata 2,5% dos infectados, até agora, ante 10% da SARS). O coronavírus parece se espalhar mais rápido, mas esse não é um dado da natureza. A velocidade da expansão pode ser controlada por quarentenas, barreiras e diagnóstico mais eficiente. Mas domar a epidemia pode ficar mais difícil se a doença for assintomática por muito tempo, se o vírus for muito mutante ou se a letalidade menor incentivar comportamentos de risco. Sabe-se pouco, ainda.

A incerteza é um problema. Quanto mais durar, pior, pois tende a provocar aperto nas condições financeiras, aversão a risco e contenção de investimentos, o de sempre. O coronavírus pode até ter o efeito de Donald Trump e sua guerra comercial de 2019.

O pico do número de infecções vai ocorrer entre fevereiro e março, como dizem certos chutes informados? Caso assim seja e o conhecimento sobre a infecção se estabilize, a crise deve passar sem efeito maior. O crescimento perdido no primeiro trimestre seria então recuperado até o final do ano.

No caso de a epidemia ser mais séria, resta a questão de saber os canais de contaminação econômica. A incerteza e o aperto financeiro causam danos gerais, claro. Mas onde haveria problema específico mais sério? A doença derrubaria mais as commodities ou a produção industrial?

A China fica com mais de 10% das importações mundiais (atrás apenas dos Estados Unidos, com 13%); em 2003, ficava com 3,7%. Pesa muito mais no comércio, o que é claro em especial para o Brasil, que lá vende muito ferro, soja e petróleo.

A doença vai se espalhar pelo país? O tráfego de pessoas pela China era muito menor em 2003 (as estimativas vão de um quarto a um oitavo). Mas as pessoas podem produzir e consumir online hoje em dia; a infraestrutura que ajuda a espalhar o vírus podem fornecer meios para contê-lo. A gente sabe muito pouco.

Sabemos que a economia mundial andou frágil em 2019, sob risco de crise; a situação do Brasil é ainda mais precária. Sabemos que entre a SARS e o coronavírus, o peso relativo da Chinês na economia e no comércio mundiais cresceu em torno de três vezes. A ameaça potencial é grande. Seria mais um motivo, pela enésima vez, para o país e seu governo deixarem de fazer besteira.
Herculano
02/02/2020 06:57
PODE SER TUDO. PODE SER NADA, por Carlos Brickmann

A Organização Mundial da Saúde declarou emergência internacional com o crescimento do surto de coronavírus. Traduzindo: o surto é grave mesmo. Mas, desde a gripe suína, em 2009, esta é a quinta emergência internacional declarada pela OMS. As seguintes foram Ebola (2014), Zika (2016), Ebola novamente (2019). Os cenários também eram horríveis: como conter o vírus mortal da Ebola? Como tratar, sem alto risco de vida, um doente contaminado pelo Ebola? Dizia-se que bastaria, com um trecho de pele exposto, tocar o corpo de um doente com Ebola para que a contaminação mortal ocorresse. Era horrível, mas ainda não era a grande catástrofe. Já a Gripe Espanhola, de 1918, matou algo como 5% dos habitantes do mundo. Maior epidemia, só a Peste Negra, no século 14, que, estima-se, talvez tenha provocado 200 milhões de mortes na Europa e na Ásia.

Pode ser tudo, pode ser nada, mas é mais seguro proteger-se, acompanhar o noticiário e seguir as instruções das autoridades médicas. Um endereço precioso, trazido pelo curitibano Gerson Guelmann, é o do John Hopkins Center for Systems Science and Engineering, de Baltimore, EUA, com estatísticas do surto, um excelente mapa da área da pandemia, tudo on line e gratuito. Basta clicar https://tinyurl.com/uwns6z5. Não são informações de fácil uso para nós, leigos. Mas pode indicar ao mais leigo dos leitores se a área de expansão do coronavírus se aproxima da região em que vive.

DEPUTADOS PAGANDO SAÚDE

Boa notícia: o relator do Orçamento paulista de 2020, deputado estadual Alex de Madureira, PSD, aprovou, com apoio dos parlamentares, a verba de R$ 20 milhões para nove hospitais filantrópicos de referência em câncer, na Capital e no Interior. O programa, Onco-São Paulo, é estritamente técnico: os recursos serão repartidos entre as instituições, todas Centros de Alta Complexidade em Oncologia, de acordo com o número de atendimentos e o nível de complexidade. Ou seja, quem atende mais vai receber mais.

De acordo com a nova lei, verbas destinadas por parlamentares terão aplicação obrigatória. Com o Onco-São Paulo, abre-se um belo caminho para que bons deputados invistam em saúde a verba a que têm direito. É jogo de ganha-ganha: bons hospitais, boa saúde, bom atendimento. E bons votos.

JUNTE-SE AOS BONS

As entidades filantrópicas de referência no tratamento de câncer em São Paulo são Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, Fundação Pio XII, de Barretos, Boldrini Campinas, Hospital GPACI Sorocaba, Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho, Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, Hospital AC Camargo, GRAACC, Centro de Tratamento Fabiana Macedo.

GRANDES NOMES

Atenção: amanhã, segunda-feira, os ex-governadores fluminense Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão estarão diante do juiz Marcelo Bretas, na primeira instância da Justiça do Rio. Cabral é, entre os alvos da Lava Jato, o condenado a maior número de anos de prisão. E ainda faltam processos. Mas não se pode esquecer que Cabral deve apresentar sua delação premiada. Há divergências entre as várias autoridades envolvidas no assunto, mas conforme a que prevalecer a delação de Cabral poderá amenizar sua pena e levar outras pessoas aos tribunais.

EMPURRANDO PARA CIMA

Não, o presidente Bolsonaro não está feliz com o ministro Sérgio Moro. Nos últimos dias tem tratado o ministro com toda a deferência, mas mesmo assim foi possível perceber seu desagrado. Onde já se viu, um ministro nomeado por ele que não sai publicamente em defesa de seu filho, se atreve a estar à sua frente nas pesquisas, não desiste de seus objetivos nem diante dos sapos que que terá de engolir?

PROMETEU, CUMPRA

A maneira mais fácil de se livrar de Moro, neste momento, é cumprir a palavra que foi dada a ele: elevá-lo ao Supremo na primeira vaga. No Supremo, Moro será um entre onze, não a estrela única; deixa de ser a estrela solitária. Basta algum ajuste legal, que impeça o ministro de disputar eleições antes de completar determinado período, e pronto: Moro só poderá se candidatar quando Bolsonaro, mesmo tendo sido reeleito, estiver impedido de concorrer de novo. Anula-se um adversário sem hostilizá-lo, sem feri-lo - apenas ficando a seu lado.

UM RETRATO NA PAREDE

Já o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, perdeu em um ano todas as atribuições de seu cargo. Hoje, pode tirar férias à vontade que ninguém sentirá falta de sua presença. Se quiser voltar à Câmara, sua origem, receberá homenagens, mas nenhum pedido de que fique e não vá. Onyx é no Palácio apenas um retrato na parede. Mas como dói.
Herculano
02/02/2020 06:39
PETROBRÁS TEVE FALTA DE EDUCAÇÃO, TRUCULÊNCIA E OBSCURANTISMO AO CANCELAR PALESTRA DE ECONOMISTA

A economista Deirdre McCloskey teve coragem para mudar de sexo e com isso já enfrentou paradas bem mais duras do que pitis de burocratas amedrontados

Dizer que a Terra é plana ou que o nazismo foi de esquerda fazem parte de um bestiário incontrolável, mas entra-se no caminho do vexame quando uma empresa como a Petrobras cancela uma palestra da economista Deirdre McCloskey porque ela disse que os governos de Donald Trump e de Jair Bolsonaro são "qualquer coisa, menos liberais".

Trata-se de um vexame pela falta de educação, pela truculência e pelo obscurantismo.

Falta de educação porque os áulicos da Petrobras cancelaram a palestra sem dizer uma só palavra à professora.

Pela truculência, porque o ex-Robert McCloskey teve coragem para mudar de sexo e com isso já enfrentou paradas bem mais duras do que pitis de burocratas amedrontados. É dela a mais sólida resposta às patrulhas que associam Milton Friedman à ditadura chilena do general Pinochet. (O texto da palestra está na rede com o título "Ethics, Friedman, Buchanan, and the Good Old Chicago School".)

Pelo obscurantismo, porque a professora é uma economista respeitada internacionalmente.

McCloskey veio da cepa da Universidade de Chicago e trabalhou com Friedman. Seus três livros sobre as virtudes, a igualdade e a dignidade dos burgueses são aulas de história para quem quer conhecer as raízes do mundo moderno. Em poucas palavras (dela), nada a ver com a luta de classes de Marx, com os protestantes de Max Weber,

com instituições ou com as teorias matemáticas da acumulação de riquezas. Foi tudo coisa das ideias: "Comércio e investimentos sempre foram rotinas, mas uma nova dignidade e a liberdade das pessoas comuns foram únicas dessa época". O construtor do mundo moderno foi o burguês.

Bolsonaro não é liberal, finge mal e, se quiser sê-lo, terá muito chão pela frente.

Cancelar uma palestra de McCloskey porque ela criticou o capitão foi atitude de quem passa por qualquer vexame para ficar bem na nominata das cerimônias.

Se esse triste episódio levar alguma editora a publicar a trilogia burguesa de McCloskey, a patrulha terraplanista terá prestado um serviço ao país.

EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo é um idiota e vai a Brasília para tentar convencer Jair Bolsonaro a manter Onyx Lorenzoni na chefia da Casa Civil.

Não foi Lorenzoni quem teve a ideia de colocar Vicente Santini na Casa Civil. Também não foi ele quem o mandou num jato da FAB para Davos e, de lá, para Déli.

Também não foi Lorenzoni quem sugeriu a Bolsonaro que, depois de demiti-lo, o colocasse noutra função.

Todo mundo sabe que Lorenzoni estava de férias, mas foi ele quem acabou na frigideira.

Se o doutor pode ser frito por tanta coisa com a qual nada teve a ver, seria melhor mantê-lo e, sempre que acontecer uma trapalhada, dá-se uma fritadinha no Lorenzoni.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ESTÁ DESEDUCANDO UMA GERAÇÃO

A ruinosa gestão do Enem de Abraham Weintraub cravou mais um prego na juventude de milhões de brasileiros. No seu primeiro contato relevante com a máquina do Estado, a garotada não soube que haviam sido cometidos erros na correção de suas provas. Aprendeu que a máquina não aceitava reclamações. Felizmente, percebeu que a mobilização das redes sociais poderia dobrar a máquina.

É o caso de se procurar entender como um jovem de 19 anos recebe a informação de que a lambança foi uma "inconsistência" e tudo não passou de um "susto" (palavras do doutor Weintraub).

Centenas de milhares de estudantes saíram desse Enem com um gosto amargo na boca, até porque as regras dos educatecas dificultam os recursos em busca da revisão das notas.

O ruinoso do Enem de Weintraub junta-se a outro desastre, com o qual ele nada teve a ver e, pelo contrário, já denunciou. É o caso dos inadimplentes do Fundo de Financiamento Estudantil. Invenção dos ministros da Educação petistas, para gosto dos donos de faculdades privadas, o Fies transferiu para a Viúva o risco de inadimplência dos estudantes da rede privada.

Hoje, o rombo está em R$ 32 bilhões. Isso aconteceu porque os financiamentos eram dados sem um fiador verificado e os educatecas não analisavam os empréstimos que o Fies concedia.

Weintraub apontou o pior lado dessa desgraça, o moral: "São 500 mil jovens começando a vida com o nome sujo".

Com o nome sujo e estimulados a não pagar o que devem, porque foram induzidos a isso pelos espertíssimos donos de faculdades.

É sempre bom lembrar que um estudante da Faculdade de Direito de Harvard formou-se em 1991 e só quitou sua dívida depois de 1996, com o que ganhou publicando seu primeiro livro. Chamava-se Barack Obama.

CORRUPÇÃO LEGALIZADA

O doutor Gustavo Montezano, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), deu-se a um voo de ciência política e ensinou:

"A gente construiu leis, normas, aparatos legais e jurídicos que tornaram legal esse esquema de corrupção. A conclusão é essa".

A gente, quem, cara pálida? Machado de Assis já ensinou que "a ocasião faz o roubo, o ladrão já nasce pronto".

Para ficar num caso ocorrido durante o atual governo, as leis mandam que as compras para o serviço público sejam feitas por licitações e que compete à CGU (Controladoria-Geral da União) fiscalizar a lisura desses certames.

Em agosto passado o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação anunciou um pregão para a compra de 1,3 milhão de computadores, notebooks e laptops para escolas da rede pública.

COISA DE R$ 3 BILHõES.

A CGU sentiu cheiro de queimado e descobriu que numa escola de Minas Gerais cada um dos 255 alunos receberia 118 laptops. Soado o alarme, o edital foi suspenso e depois revogado.

As leis e as normas foram seguidas, mas até hoje ninguém explicou como esse edital foi concebido, armando a ocasião para interessados que, na visão de Machado, nasceram prontos. Parece falta de educação falar do assunto.

GOVERNADOR DE MINAS, ROMEU ZEMA DESCOBRIU QUE ENCHENTES SUJAM SAPATOS

Com mais de 50 mortos e 50 mil desabrigados nas enchentes de Minas Gerais, o governador Romeu Zema foi entrevistado na GloboNews e, por quase uma hora, falou bem de si e mal dos outros, inclusive de algumas vítimas. Revelou que é candidato à reeleição e que, no Brasil, há muita coisa errada, à espera de um novo tipo de administrador (ele). Até aí é o jogo jogado, mas Zema inovou.

A certa altura, contou que foi à cidade de Governador Valadares (15 mil desabrigados) e teve que levar dois pares de sapatos, porque havia muita lama.

Zema descobriu que enchentes sujam sapatos.

FIESP

De um empresário abatido pelo desembaraço político de Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo:

"Do jeito que estão as coisas aquele prédio da avenida Paulista podia passar por um retrofit. O térreo e o espaço do rés do chão poderiam ser entregues às moças que vendem milho e aos rapazes do yakisoba. Nos andares superiores ficaria o museu da indústria e o auditório seria entregue aos músicos e malabares".
Miguel José Teixeira
01/02/2020 23:26
Senhores,

"Você pagou com traição
A quem sempre lhe deu a mão"
. . .
(Neoci Andrade/Jorge Cruz/Edel Lima)

"Lula acumula declarações falsas e distorcidas desde saída da prisão; veja algumas"

+ em:

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/lula-acumula-declaracoes-falsas-e-distorcidas-desde-saida-da-prisao-veja-algumas.shtml

Revisitando:

"A mentira tem pernas curtas, barbas longas e a ausência de um dedo em uma das mãos"
Miguel José Teixeira
01/02/2020 16:31
Senhores,

Da série "só para PenTelhar":

Consta que nesta semana, PeTralhas catarinenses, liderados pelo seu coveiro manquinho, foram PROCURAR o ex-presidiário lula.

Pura Perda de Tempo!

O ex-presidiário lula nem consta na lista dos MAIS PROCURADOS DO BRASIL. . .do Ministério da Justiça!

O lula é apenas um relés ex-presidiário, com futuro selado, se prevalecer a justiça. . .

O tal uczai é golpe! É golpe! É golpe!

Já o tal baldissera, não é padre. É aprendiz de coroinha do belzebú.

Portanto, nas próximas eleições: PiTaia nêles!
Herculano
01/02/2020 07:23
MINI-ONYX

Conteúdo de O Antagonista. Onyx Lorenzoni foi miniaturizado, mas sobreviveu.

Jair Bolsonaro, ontem à noite, enviou a seguinte mensagem para O Globo:

"Ele esteve hoje, convocado por mim, para discutir a questão do coronavírus. Acho que [o] convite responde muita coisa."
Herculano
01/02/2020 07:11
PARA OS PREFEITOS E O PRESIDENTE DO SAMAE DE GASPAR LEREM

Esta é é Anitta, a cantora:

"O meio ambiente se acabando, as cidades inundando, enchentes acabando com tudo, mas o que preocupa é a família, a religião, o baile funk, os bons costumes. Vai ficar todo mundo com moral, bons costumes e doente, bebendo esgoto, terra e inundado na enchente".
Herculano
01/02/2020 07:08
TRAPACEIRO

De Diogo Mainardi, na revista eletrônica Crusoé:

O jornalista não é assessor de imprensa. Ele é pago para contar aquilo que o político trapaceiro não quer que você saiba (sim: todo político é trapaceiro)
Herculano
01/02/2020 07:04
INDEPENDÊNCIA QUE TERÁ UM PREÇO

De J.R.Guzzo, no twitter:

Os ingleses, que saíram hoje da União Europeia, estão dizendo o seguinte: nós não queremos ser governados por entidades internacionais que imaginam saber como se constrói "um mundo melhor". Queremos o direito de escolher nós mesmos, em eleições livres, o nosso próprio futuro.
Herculano
01/02/2020 07:02
NOVA POLÍTICA, por Marcos Mendes, pesquisador associado do Insper, é autor de 'Por que É Difícil Fazer Reformas Econômicas no Brasil?'

Executivo está perdendo ferramentas que dão governabilidade e estabilidade econômica

Sistemas políticos têm um dilema entre governabilidade e representatividade.

Quando as regras eleitorais e de processo decisório favorecem o acesso de grande número de partidos ao Congresso, diferentes interesses passam a ter representatividade política. O custo dessa pluralidade representativa é a maior dificuldade do Executivo para formar maioria parlamentar estável e aprovar seus projetos.

De forma simétrica, sistemas eleitorais que induzem a existência de poucos partidos facilitam a formação de maiorias e a aprovação de leis e reformas de iniciativa do Executivo, mas diminuem o espaço de representatividade dos diferentes interesses.

O sistema brasileiro está no extremo disfuncional da representatividade, com quase 30 partidos no Congresso. Isso decorre da facilidade para criar partidos, da inexistência de cláusula de barreira e da possibilidade (que existia até a eleição passada) de coligação em eleições proporcionais.

A excessiva fragmentação partidária facilita o trâmite de propostas de proteção a setores econômicos ou benefícios a grupos específicos, aumentando gastos e deteriorando a regulação econômica.

Para equilibrar essa super-representatividade no âmbito do Legislativo, foram dados alguns instrumentos ao Executivo: o veto presidencial a leis aprovadas no Congresso e as medidas provisórias.

Como em toda democracia, também há a possibilidade de formar maioria parlamentar, compartilhando o poder com partidos aliados, apesar da dificuldade inerente a administrar coalizões com uma dezena de legendas.

Além disso, a possibilidade de contingenciar o Orçamento evitou a perda total de controle fiscal. E o controle do pagamento de emendas parlamentares passou a ser instrumento adicional de formação de maiorias.

Nos últimos anos, essas ferramentas estão perdendo força. O Congresso tornou o Orçamento impositivo. As emendas parlamentares passaram a ser de execução obrigatória. O uso abusivo das MPs levou Justiça e Congresso a impor limites ao seu uso. O Congresso tem derrubado vetos presidenciais com frequência. A crescente constitucionalização dos temas também reduziu o poder de veto, pois PEC não é sujeita a veto.

Ademais, o governo atual, confundindo governo de coalizão com corrupção, rejeitou o método de partilha de poder usado em todas as democracias desenvolvidas, nada colocando no lugar.

Por isso, a capacidade do Executivo para formar maioria no Congresso ficou reduzida.

Por enquanto, não se percebe o efeito porque, dada a crise econômica, há um senso de urgência que facilita o ajuste da economia. Os partidos de esquerda estão fragilizados, o que tira força de um dos polos ativos de pressão por pautas corporativas e resistência a reformas. Há alguma concordância, entre a equipe econômica e as lideranças do Congresso, acerca dos problemas a serem resolvidos. Os presidentes da Câmara e Senado têm usando seus poderes regimentais para pautar uma agenda positiva.

No futuro próximo, a complacência em relação à necessidade de reformas, ou a ascensão de lideranças parlamentares menos alinhadas a essa pauta, pode levar à predominância de projetos nocivos à estabilidade da economia. E o Executivo não terá instrumentos para mitigar o estrago.

A esperança é que as regras aprovadas pela emenda constitucional 97, de restrição a coligações, podem reduzir bastante o número de partidos na próxima legislatura. Ficaria mais fácil, para o governo eleito ou reeleito em 2022, montar uma coalizão majoritária com poucos partidos e recolocar as reformas nos trilhos.
Herculano
01/02/2020 06:50
PASSEIO COM A FAB INCLUIU ITÁLIA E MAIS 6 PAÍSES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

Demitido duas vezes em 48 horas, o ex-secretário executivo da Casa Civil Vicente Santini utilizou belo jato Legacy da FAB para esticar seu passeio por sete países, na semana entre 21 e 29 de janeiro. Ele decolou de Brasília, fez escala na Ilha do Sal (Cabo Verde), e seguiu para Zurique, na Suíça. Após um dia e meio naquele país e uma parada inútil no Fórum Econômico Mundial, Santini viajou para Nova Deli (Índia), não sem antes fazer "pit-stop em Riade, na Arábia Saudita.

PARADA ESTRANHA

No retorno ao Brasil, o "seachão" Vicente Santini deixou a Índia e seguiu, via Riade, para bela Palermo (Itália), onde passou o dia inteiro.

ESCALA

Da Itália, o ex-interino da Casa Civil seguiu para a Ilha de Tenerife (Espanha), onde o Legacy da FAB fez nova escala.

BILHETE AZUL NO FINAL

Com apenas três pessoas no enorme jato, Santini voou de Tenerife para Fortaleza e dali para Brasília, onde o bilhete azul o aguardava.

VAIDADE CUSTA CARO

O exibicionismo do ex-assistente do ministro Onyx Lorenzoni custou mais de R$300 mil, segundo estimativa do próprio governo.

BRASILEIRA QUE FALA MANDARIM TRATA COM A CHINA

O governo brasileiro adotou uma medida inovadora para turbinar o comercio com a China, principal parceiro comercial do Brasil: designou uma especialista Larissa Wachholz, de 36 anos, que fala mandarim fluentemente e tem mestrado da Universidade de Renmin, para comandar um núcleo pioneiro que se dedica a diversificar e intensificar o comércio com a China, para além de commodities, carne e soja.

MISSÃO DIVERSIFICAÇÃO

Larissa Wachholz tem a missão de azeitar o comércio com a China, que já representa cerca de US$100 bilhões por ano.

DIÁLOGO BILATERAL

A criação do "núcleo China" ocorreu após reuniões entre os presidentes Xi Jinping e Jair Bolsonaro, na China e no Brasil.

CLIENTE SATISFEITO

Em outubro de 2019, o presidente Xi Jinping tratou com o visitante Bolsonaro do aumento das exportações de carne e café.

MEXEU COM MARTHA...

Após vencer a luta com Onyx Lorenzoni pelo controle do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), o ministro Paulo Guedes (Economia) terá de administrar o colega Tarcísio Freitas (Infraestrutura), ex-PPI no governo Temer: é indicação dele a chefe do programa, Martha Seillier.

LER NOTÍCIAS FAZ BEM

Repórteres na porta do Alvorada pressionaram Bolsonaro a mandar buscar brasileiros retidos na China pelo coronavírus. Parecem não ler as notícias. A região está sob isolamento: ninguém entra, ninguém sai.

GRIPE MATA MAIS

Segundo o Centro de Estatísticas da Saúde norte-americano, gripe e pneumonia mataram quase 56 mil pessoas só dos Estados Unidos, em 2017. Coronavírus matou mais de 200 na China, este ano.

DEM REJEITOU?

Voltou a circular no Whatsapp o vídeo em que, emocionado, o deputado Alexandre Frota (SP) diz que deve ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que é do DEM, a sua filiação ao PSDB.

HOSTILIDADES FRANCESAS

Já não se veem diplomatas brasileiros em eventos da embaixada da França em Brasília. Frequentadores dizem ter visto só opositores do governo. Deve ser coisa do presidente Emmanuel Macron, após ser pego mentindo nas redes sociais sobre as queimadas na Amazônia.

O DINHEIRO DE VOLTA

Reportagem do jornal argentino La Nación, nesta sexta (31), mostra que os brasileiros voltaram a ser a maioria dos turistas em Buenos Aires. Mais um indicativo de que a economia do País voltou a "bombar".

60 ANOS DEPOIS

O empresário Carlos Vieira, da Casa de Viagens, uma das principais agências de Brasília, associou-se à Stella Barros Turismo. Curiosamente, Brasília e Stella Barros completam 60 anos este ano.

Só QUE NÃO

Já se passou mais uma semana desde a 12ª aposta dos "analistas políticos", em um ano, sobre a "demissão iminente" do ministro Sérgio Moro (Justiça). Continuam perdidos na desinformação.

PENSANDO BEM...

...ministro sem poder, nem funcionários, Onyx ainda vai acabar virando Assessor de Assuntos Aleatórios.
Herculano
01/02/2020 06:42
O LATIFÚNDIO DE GUEDES, por Juliana Sofia, secretária de Redação da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo.

Com PPI, superministro administrará da fila do INSS à venda de parques nacionais e Eletrobras

Caso não seja apenas mais um arroubo retórico de Jair Bolsonaro seguido de recuo, o anúncio presidencial de incorporar o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) ao ministério de Paulo Guedes (Economia) será mais uma medida a expandir o latifúndio administrativo a cargo do superministro.

No ano passado, a fusão das pastas da Fazenda, do Planejamento, do Desenvolvimento e do Trabalho foi promovida com o argumento de dar coerência às ações da nova e ultraliberal equipe econômica. O que seu viu, por meses, foi a dificuldade de por em funcionamento uma máquina de proporções gigantescas e com tentáculos mui diversos.

Na reforma agrária ora em curso, o presidente desidrata a já esquálida Casa Civil para tirar poderes e tornar insustentável a permanência de Onyx Lorenzoni à frente do órgão - há uma semana, Bolsonaro impingiu ao ministro-herói Sergio Moro mesmo tipo de fritura, mas a reação contrária das redes à manobra do presidente garantiu blindagem ao ex-juiz da Lava Jato.

A prosperar a migração do PPI para a Economia, Guedes sai fortalecido e concretiza o que planejara na transição de governo, quando tentou absorver o plano de concessões. Uma das possibilidades em estudo é abrigar o programa na secretaria de Salim Mattar (Desestatização), aquele que seria o grande promotor das privatizações federais, mas que pouco entregou até agora.

Em 2019, nenhuma das estatais de porte foi privatizada - nem Correios, nem Eletrobras, nem Casa da Moeda - e menos de R$ 100 bilhões foram embolsados com a venda de alguns ativos de empresas públicas. Para explicar o fracasso, entre as justificativas de Salim está o próprio organograma ministerial, com o PPI alojado na Casa Civil de Onyx. Problema superado, Guedes ganhará autonomia para tocar o plano de concessões e privatizações no seu ritmo.

Sob a megalomania do superministro, o INSS voltou - como há muito não se via - a submeter os segurados à tortura das filas de espera.
Herculano
31/01/2020 18:43
da série: gente doida. Quando no poder, o PT foi o partido que criou privilégios invejáveis para o povo bancar com os pesados impostos e patrocinou o maior cenário de corrupção que se conhece, mas como oposição.... faz hipocritamente, o certo. Tudo para ludibriar mais uma vez analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos

PT CIONA JUSTIÇA PARA SANTINI PAGUE PELO USO DO JATO DA FAB

Conteúdo de O Antagonista. A bancada do PT entrou com uma ação popular na Justiça do DF pedindo que Vicente Santini pague pelos custos da viagem que fez em jato da FAB.

A sigla argumenta que Santini praticou "ato ilegal e lesivo ao patrimônio público" ao usar o jato da FAB e pediu que o MPF receba os autos do caso para instaurar processo contra o ex-número 2 da Casa Civil por improbidade administrativa.

Na ação, o PT também pede que a FAB e o Ministério da Defesa informem quais foram os custos que tiveram com a viagem de Santini. As despesas, segundo O Globo, chegam a R$ 700 mil.

"Apresentamos a presente ação popular com vistas ao ressarcimento dos prejuízos sofridos pelo erário e visando a aplicação de sanção às autoridades que venham a ter seus atos declarados imorais e ilegais, em especial o Sr. José Vicente Santini, por representar direito da cidadania brasileira e interesse coletivo constitucionalmente assegurado."
Herculano
31/01/2020 18:38
FARRA DAS FILHAS SOLTEIRAS CUSTA R$ 4 BI POR ANO: TEM ATÉ IRMÃ E NETA DE 87 ANOS NA "FESTA", por Lúcio Vaz, no site Gazeta do Povo, Curitiba PR

Parte do direito de pensão a filhas, netas e até irmãs "solteiras" de servidores tem base do Montepio Civil da União, criado pelo presidente marechal Deodoro da Fonseca em 1890 para funcionários da Fazenda e depois para magistrados.

Oitenta e quatro mil pensionistas filhas maiores de servidores públicos civis da União recebem um total de R$ 4 bilhões por ano. A grande maioria é de filhas solteiras, mas há também maiores casadas, desquitadas, separadas, divorciadas e viúvas. Irmãs e netas solteiras também recebem pensão.

Os dados foram divulgados pelo Ministério da Economia no Portal da Transparência após denúncia da agência de dados Fiquem Sabendo ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Um exemplo é Elaine Ferreira Neves, pensionista do Governo do Distrito Federal. Ela recebeu R$ 167 mil em dezembro, na condição de filha solteira maior. No mês anterior, foram "apenas" R$ 13,7 mil. Hoje com 52 anos, ela recebe o benefício desde o ano 2000. Já Lúcia da Silva Friza, de 66 anos, recebeu R$ 121 mil em dezembro e R$ 51,8 mil em novembro. Ela tem o benefício desde 1980.

Tanto Lúcia quanto Elaine fazem parte da categoria de filhas maiores solteiras sem cargo público permanente, que reúne 68 mil pensionistas, com renda total mensal de R$ 254 milhões.

Mas a lista do governo federal também conta com cinco pensionistas na condição de "filha maior solteira com cargo público permanente" - uma categoria não prevista na legislação sobre filhas solteiras. A maior renda dessa categoria é de Maria Dortea dos Reis, de 73 anos. Ela recebeu R$ 26 mil do Ministério da Economia em dezembro. Parte do direito é originário do Montepio Civil da União, criado pelo presidente marechal Deodoro da Fonseca em 1890 para atender servidores da Fazenda e depois magistrados.

Filhas casadas, viúvas, separadas
Neste sentido, outra categoria é a de "filhas casadas".
São 932 pensionistas que geram uma despesa mensal de R$ 3,5 milhões. A maior renda, de R$ 33,7 mil, é de Alda Villas Boas Teixeira, de 83 anos, filha do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Antônio Villas Boas. O benefício é pago pelo Ministério da Economia para bancar dívida deixada pelo Montepio Civil.

Questionado sobre o pagamento cumulativo de pensões a Alda Villas Boas, o ministério, afirmou que, "de acordo com as informações registradas no SIAPE, não há pagamento pelo Ministério da Economia, já que a pensionista possui outras fontes de renda que entram no cálculo do abate-teto".

A pensão do Montepio foi suspensa pela Justiça Federal em 2015, mas agora aparece entre os pagamentos do Ministério da Economia.

Alda Villas Boas também conta com mais duas remunerações do STF - pensão civil no valor de R$ 34,2 mil deixada pelo marido, que era servidor público, mais aposentadoria como analista judiciário no valor de R$ 36,2 mil. Ela sofre abate-teto de R$ 6,3 mil no Supremo.

Pensionista na condição de filha solteira maior recebeu R$ 167 mil em dezembro

Já 276 filhas viúvas recebem mensalmente um total de R$ 1,35 milhão. A grande maioria ?" 158 ?" é de pensionistas do antigo Estado da Guanabara. A maior renda é de Neide Alarcão Rampineli, dependente de um policial militar - R$ 18 mil. As desquitadas, separadas, divorciadas somam mais 533 pensionistas, com renda total mensal de R$ 3,5 milhões. Novamente, a maior parte é herança da Guanabara.

O Estado da Guanabara deixou 12 mil pensionistas filhas maiores que custam R$ 40 milhões por mês. A maior renda é de uma filha maior solteira, Eli Barbosa Cruz - R$ 35,7 mil. A mais idosa é Diva Nascimento Pimentel, de 94 anos, com renda de R$ 3,6 mil. Trata-se de uma filha maior casada. Considerando todas as demais pensões, a Guanabara deixou uma conta mensal de R$ 66 milhões para pagar 16 mil pensionistas, incluindo viúvas, ex-mulheres, filhas, irmãs, netas.

Irmãs e netas solteiras
A Guanabara deixou, ainda, a inusitada categoria de 20 "irmãs solteiras", uma divisão em extinção. Elas custam 77 mil por mês aos cofres públicos. A maior renda, de R$ 13 mil, é de Indaya Amaro Correa, de 88 anos. Outras nove irmãs viúvas, separadas e desquitadas têm renda dotal de R$ 33 mil. A mais idosa delas, Eurípedes Pereira Brasil, com renda de R$ 2,2 mil, tem 101 anos. Começou a receber a pensão em 1954.

Filhas solteiras inválidas de Santa Catarina recebem pensão desde 1940. E não são poucas

Mas ainda não acabou. Existem as netas solteiras. São apenas três irmãs que dividem a pensão de José Senna - R$ 4,8 mil para cada uma. Norma, Julieta e Therezinha têm hoje 84, 85, e 87 anos. Recebem a pensão desde 1939. Elas são solteiras nos registros oficiais.

Transparência, uma longa batalha
Em setembro do ano passado, o TCU acatou denúncia da agência Fiquem Sabendo, que pedia a abertura dos dados de pagamentos a pensionistas - o que incluiria filhas de militares. Com a decisão, passam a ser alvo de publicidade não só inativos, como também aqueles que recebem pensão de parentes.

O prazo previsto para cumprimento era de 60 dias. A equipe da agência passou a monitorar os avanços por meio de reiterados pedidos da Lei de Acesso à Informação (LAI) à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Ministério da Economia. Em dezembro, foram avisados que a pasta da Economia deu acesso livre a todos os dados para os meses de novembro e dezembro de 2019. Somente em novembro os valores chegaram a mais de R$ 2,4 bilhões.

Na sua decisão, o TCU estimou que, entre 2011 e 2016, as despesas realizadas com servidores aposentados, na reserva, reformados e instituidores de pensão atingiram R$ 494,6 bilhões. "Tendo em vista o alto volume de recursos dispendidos em aposentadorias e pensões, interpretação equivocada do que dispõe a LAI acarreta o não atendimento, em sua completude, da política de"
Herculano
31/01/2020 16:33
da série: como pensa o super-bem-pago advogado que livra corruptos no Supremo, contra a prisão em segunda instância...

KAKAY SOBRE PAIS DE MARES: "SE NÃO TIVESSEM TREPADO, ESTARÍAMOS LIVRES DELA"

Conteúdo de O Antagonista. O criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, atacou Damares Alves em um grupo de advogados no WhatsApp.

"Foi uma pena os pais desta idiota não terem feito o que ela prega. Se não tivessem trepado, estaríamos livres dela", escreveu Kakay, segundo a Veja.

Outro integrante do grupo, Felipe Zanchet, completou dizendo "devem ter fecundado ela na posição de quatro".

Trechos da conversa chegaram a Damares, que acionou a AGU para processar Kakay, notório por defender envolvidos em escândalos de corrupção.
Herculano
31/01/2020 16:29
PARA ENCERRAR CRISE, BOLSONARO QUER ONYX EM OUTRO CARGO NA ESPLANADA

Presidente considera realocar o ministro da Casa Civil em Cidadania, Educação ou Desenvolvimento Regional

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Gustavo Uribe e Ricardo Della Coletta, da sucursal de Brasília.

O presidente Jair Bolsonaro tem dedicado a sexta-feira (31) para encontrar uma saída para a crise política que tem como protagonista o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM).

Após esvaziar as funções do auxiliar palaciano, retirando na quinta-feira (30) de seu comando o PPI (Programa de Parceria de Investimentos), o presidente agora discute formas de contemplar o aliado em outro cargo na Esplanada dos Ministérios.

Em conversas reservadas relatadas à Folha, Bolsonaro tem lembrado que Onyx foi um aliado de primeira hora e que, mesmo insatisfeito com o seu trabalho na Casa Civil, não pretende abandoná-lo.

Para tentar chegar a uma solução, o presidente se reuniu na manhã desta sexta-feira (31) com os ministros da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno. A expectativa é a de que ele se encontre com Onyx na tarde desta sexta ou no sábado (1º).

Segundo auxiliares presidenciais, Bolsonaro avalia três hipóteses para Onyx: alocá-lo no Desenvolvimento Regional, na Cidadania ou na Educação. As duas últimas pastas são comandadas por aliados do ministro gaúcho, o que, na visão do Palácio do Planalto, seria uma saída menos traumática.

Caso opte por alocar Onyx na Educação, Bolsonaro atenderá ainda a ala do governo e parlamentares que cobram a demissão do atual ministro, Abraham Weintraub.

O atual titular da Educação está desgastado pela atual crise do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e tem sido criticado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, está também desgastado com Bolsonaro. Desde o ano passado, o presidente tem se queixado do desempenho dele e cogitado retirá-lo da pasta.

Para conseguir fechar a equação, o presidente tem buscado um nome para o comando da Casa Civil. O favorito de Bolsonaro é Jorge Oliveira, mas o ministro tem demonstrado resistência. O plano estudado por Bolsonaro é o de fundir a Casa Civil com a Secretaria-Geral da Presidência.

Um plano B seria a nomeação de um dos líderes do governo para comandar a articulação política: como Fernando Bezerra (MDB-PE), do Senado, e Eduardo Gomes (MDB-TO), do Congresso.

A indicação de Bezerra, no entanto, enfrenta um empecilho. Ela pode inviabilizar que seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (DEM-PE), assuma Minas e Energia em maio, quando o ministro Bento Albuquerque deverá ser indicado para uma vaga destinada à Marinha no STM (Superior Tribunal Militar).

A tendência, na avaliação de auxiliares palacianos, é que um anúncio oficial seja feito apenas na próxima semana. O adiamento também seria uma forma de prestigiar Onyx nos seus últimos momentos do cargo. Bolsonaro escalou Onyx para representá-lo na segunda-feira (3) na sessão solene de abertura do ano legislativo no Congresso.

Onyx já havia perdido a articulação política em junho, após ser criticado pela interlocução com o Legislativo. Além disso, a coordenação jurídica da Presidência havia sido passada para a Secretaria-Geral.

Sua situação se agravou após o caso de Vicente Santini, demitido nesta semana da secretaria-executiva da pasta por ter usado um voo exclusivo da FAB (Força Aérea Brasileira) para voar de Davos, na Suíça, para Déli, na Índia.

Santini teve sua saída do cargo anunciada por Bolsonaro na terça-feira (28). Um dia depois, foi nomeado para outra função na Casa Civil, com um salário apenas R$ 300 menor. A repercussão negativa levou ao recuo em menos de 12 horas, confirmando então a saída do assessor. Onyx antecipou o retorno das férias nesta sexta-feira para definir seu futuro com Bolsonaro.


ONYX NA CASA CIVIL
650
encontros com autoridades

1/4
deles (155), ao menos, com nomes ligados ao Rio Grande do Sul

Funções perdidas pelo ministério

Articulação política - Atribuição passou para a Secretaria de Governo, sob comando do general Luiz Eduardo Ramos

SAJ - Subchefia de Assuntos Jurídicos foi transferida para a Secretaria-Geral da Presidência, chefiada por Jorge Oliveira

PPI - Programa de Parceria de Investimentos foi para a pasta da Economia, de Paulo Guedes
Miguel José Teixeira
31/01/2020 09:58
Senhores,

O nosso Querido e Eterno Deputado Federal Renato Vianna, volta à tona com seu projeto de Lei ?" PL 442/1991, hoje conhecido como "Marco Regulatório dos Jogos".

Adianto que sou completamente favorável à legalização dos cassinos e que cada Unidade da Federação possa ter 1 (um) distrito destinado à eles.

Já imaginaram a Capital Administrativa de Santa Catarina ser transferida para uma região mais central do Estado e a nossa Ilha da Magia transformada na Capital do Entretenimento, uma espécie de Las Vegas?

Já imaginaram o belo Palácio da Agronômica e sua maravilhosa vista transformado num belo cassino?

Eis os textos, extraídos do Correio Braziliense, hoje em "Opinião"

1) Duzentos mil brasileiros são insignificantes?
Por ROBERTO LASSERRE, Advogado e coordenador nacional do Movimento Brasil Sem Azar

Está em pauta no Congresso Nacional o PL 442/1991, proposto pelo então deputado Renato Vianna (MDB-SC). O texto original era específico quanto à derrubada da proibição do Jogo do Bicho, entretanto, muitas outras ideias foram apensadas, e o projeto agora é o Marco Regulatório dos Jogos, incluindo apostas on-line e cassinos. Visando buscar informações, em dezembro de 2019, o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) fez um requerimento de audiência pública no Congresso (REQ. 119/19), convidando diversos setores. Segundo ele, há aspectos sociais, de saúde e financeiros que precisam ser levados em consideração.

Um dos presentes foi o coordenador da Frente Parlamentar Mista pela aprovação do Marco Regulatório dos Jogos, deputado Bacelar (PODE-BA), que nas suas considerações finais, afirmou que, segundo a Organização Mundial da Saúde ( OMS), a prevalência de pessoas com vício patológico em jogos no mundo é entre 0,2% e 0,3%. Há alguns problemas nessa declaração, a começar que a prevalência estimada vai de 0,1% a 6% da população e não a 0,3% como afirmado. Os dados são do trabalho "Epidemiologia e impacto do jogo patológico e outras ameaças relacionadas a apostas" (2017).

Para nós, o que mais chama a atenção na declaração é o desdém que Bacelar mostra ao mencionar esse índice, afirmando que o total de doentes é insignificante no debate da liberação. Se pegarmos o menor índice da estimativa da OMS (0,1%) e colocarmos na população brasileira (210 milhões de pessoas) são 210 mil pessoas com potencial para desenvolver compulsão patogênica por apostas.

Para comparar: segundo a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, a taxa de prevalência de esclerose múltipla é de 0,002%, sendo 40 mil doentes no Brasil ?" menos de um quarto dos possíveis ludopatas. Outra doença autoimune rara é a miastenia gravis, com prevalência de 0,03%, segundo a OMS. No Brasil, estima-se que haja 40 mil miastênicos, de acordo com o site da única empresa que fábrica o remédio de uso contínuo necessário para viver com a doença, o Mestinon.

Em outras palavras, o desdém do deputado Bacelar com os ludopatas que surgirão no Brasil equivale a dizer que podemos deixar de lado todos os brasileiros portadores de esclerose múltipla, mais todos os miastênicos e ainda sobra mais 100 mil doentes com outra patologia a serem jogados para escanteio. Isso se levarmos em conta só o índice de 0,1%.

O vício em jogos de azar é classificado com os CID-10-Z72.6 (Mania de jogo e apostas) e CID-10-F63.0 (Jogo patológico). Apesar de sua classificação como transtorno mental, não é tratado como doença no Brasil, talvez, por isso, o deputado tenha desprezado essa condição mental. Durante os episódios, o apostador passa por processos químicos e emocionais que interferem no sistema de inibição comportamental (responsável pelas vias de neurotransmissão de noradrenalina, dopamina e serotonina). Com o desequilíbrio, a pessoa experimenta sensações que podem ser de felicidade, pertencimento, coragem, euforia, que são reforços positivos. Dessa forma, sua percepção da realidade é distorcida pelos reforços positivos e negativos.

Diante desse estímulo, o organismo vai tentar reequilibrar suas funções durante a agitação experimentada no jogo, normalizando o estado químico-emocional ?" é isso que causa a dependência: são necessárias emoções cada vez mais fortes para atingir o estado de euforia, levando à dependência. É muito comum que os viciados em jogos se mostrem ansiosos diante de outras reuniões sociais, porque o sistema está tão desequilibrado que não consegue funcionar, principalmente nas primeiras 48 horas. Esses são os reforços negativos que dão continuidade ao ciclo do vício.

Não podemos ignorar nenhum paciente, não importa qual a prevalência da sua doença, muito menos a sua letalidade. Na Constituição de 1988, art. 196, lemos: "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". Mas quanto custa tratar um ludopata? Um estudo chamado The Hidden Social Costs of Gambling, feito pelo PhD Earl L . Grinols, professor de economia da Universidade Baylor (Texas-EUA), responde essa pergunta: US$ 9.393 anuais por paciente. Se somarmos metade da menor prevalência numa estimativa bem otimista, são 100 mil pessoas a serem tratadas, ou seja, um custo anual de cerca de R$ 3,7 bilhões, uma soma nada ignorável.

2) Cassinos, aposto nessa ideia
Por SILVESTRE GORGULHO, Jornalista e ex-secretário de Estado de Cultura de Brasília

Jogo de azar, estou fora. Talvez eu seja dos poucos brasileiros que nunca jogou na loteria esportiva nem na Mega-Sena. Mas aprovo e recomendo que o Brasil seja aberto aos cassinos. Com uma condição. Qual é? Vamos lá. Primeiro, é bom voltar no tempo. Em 30 de abril de 1946, às 23h, José Caribé da Rocha, diretor do Cassino Copacabana Palace, dirigiu-se com passos firmes até a mesa de roleta, cercada de apostadores, amigos e funcionários. Pediu silêncio. Com a voz embargada e em tom solene, proclamou:

?" Senhoras e Senhores, façam suas apostas para a última rodada de roleta no Brasil!

Caribé gira o cilindro, solta a bolinha de marfim e, tomado pela emoção, canta:

?"Preto, 31!

E o futuro ficou sombrio para mais de 60 mil funcionários diretos e muitos artistas dos 71 grandes cassinos brasileiros que funcionavam dentro da legalidade. Após a proibição, a totalidade dos turistas estrangeiros que costumava vir ao Brasil para aproveitar os cassinos, espetáculos, shows de entretenimento e também as praias rumou para países vizinhos como Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile ou, até mesmo, para Las Vegas. Os brasileiros também amantes dos jogos começaram a seguir o mesmo roteiro.

É bom lembrar: os cassinos chegaram ao Brasil durante o Império. Tinha a aprovação de D. Pedro II. Passaram para a clandestinidade em 1917, depois de consolidada a República. Liberados em 1934 por Getúlio Vargas, eram fábricas de sucesso.

Sou a favor de cassinos, mirando bem o exemplo de Las Vegas. Por que o Brasil não pode criar a sua Las Vegas, hoje um polo de desenvolvimento, de turismo, de tecnologia, de cultura e lazer em pleno deserto de Nevada? E não foi o governo que fez. O governo apenas liberou para a iniciativa privada fazer.

A cidade fica no deserto de Mojave. Lá chove menos que na região mais árida do nordeste brasileiro. Tem apenas o Lago Mead, que abastece a cidade. E na cidade, a impressão que se tem é de que reina o desperdício de luz, de água, de tudo.

Daí, sou a favor de se liberar imediatamente a construção de cassinos no Brasil, com a seguinte condição: definir uma área dentro do polígono das secas, no coração do sertão, onde o IDH for mais baixo. Uma área (estudos técnicos e políticos vão estabelecer) de mais ou menos 25 mil km². Pouco maior que Sergipe.

As justificativas são muitas e as consequências imediatas. 1) Primeiro, o mercado do jogo vai buscar as soluções tecnológicas para cumprir todas as metas. A tecnologia resolve a questão da água, condições do clima, construção de hotéis, casa de shows, aeroportos e estradas. Nasceria uma infraestrutura de crescimento, aos moldes de Las Vegas, onde o ambiente é muito mais hostil e adverso.

2) No lugar de receber BolsaFamília, a população receberia emprego e oportunidades de melhor qualidade de vida pela construção de escolas, universidades, hospitais, bancos, empresas de turismo, comércio, igrejas, shoppings, estações de tevês e rádios, centro de convenções e restaurantes.

3) Uma região extremamente improdutiva e com sérios problemas sociais renasceria no oásis de uma economia de mercado voltada para o turismo e o entretenimento.

4) Ação revertida, mas também importante, nasceria na outra ponta: além de estancar o êxodo para as capitais dos estados, haveria oportunidade de retorno para o sertão. O movimento provocaria o esvaziamento das grandes metrópoles do Nordeste e do Sudeste para as oportunidades advindas da construção de cidades-cassinos na região. Muitos desses migrantes terão oportunidade do retorno para o sertão com emprego e dignidade.

5) Nascerá um movimento para agregar valores. Hoje não existe mais a figura do jogador que aposta 100 mil dólares em uma noite. Las Vegas ensina que 90% do movimento dos cassinos vêm dos caça-níqueis, da apresentação de grandes espetáculos, shows, lançamentos de produtos, turismo de ocasião, feiras, conferências e negócios variados de cultura e lazer.

6) Perfeita extensão turística. Além da atração dos cassinos, as praias nordestinas, as cidades históricas e os parques nacionais e estaduais também iriam lucrar com a força do turismo. O Semiárido nordestino é rico em diversidade biológica e cultural. Verdadeiras joias da natureza estão prontas para receber visitantes, promovendo um manejo de sustentabilidade com oferta de empregos e busca de recursos para preservação e pesquisas. Como exemplo, estão na região o Parque Nacional da Serra das Capivaras, em São Raimundo Nonato, no Piauí; o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, em Barreirinhas; o Parque Nacional de Sete Cidades ?" situado na parte nordeste do Piauí, abrangendo os municípios de Piracuruca e Piripiri; o Parque Nacional de Ubajara, que é o menor dos parques nacionais, cuja maior atração são as grutas, na Serra de Ibiapaba, noroeste do Ceará.

Hoje a discussão sobre a abertura dos cassinos voltou ao Congresso. Dezenas de projetos tramitam pelo parlamento. Todos são controversos por motivos religiosos, ideológicos, políticos e sociais. A explicação é simples: nunca houve um projeto que pensasse grande e fizesse dos cassinos um vetor eficaz de desenvolvimento para a região mais pobre do Brasil.
Miguel José Teixeira
31/01/2020 09:32
Senhores,

fonte: Correio Braziliense, hoje na Coluna Visto, lido e ouvido, por Circe Cunha (interina)

Legal e imoral

Em episódios cotidianos, como são os casos de recorrentes processos de licitação para a aquisição de gêneros alimentícios finíssimos, elaborados por muitas instituições e que incluem vinhos famosos, lagostas e outros acepipes requintados, se confirmam a dissintonia entre o brasileiro comum e as elites dirigentes do país. Exemplos desse comportamento atípico, que se configura mais um agrupamento familiar no poder do que um conjunto de profissionais e técnicos a serviço da nação, podem ser observados muito além do clássico nepotismo cruzado.

Historicamente e por razões delineadas no clássico Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, em 1936, nosso arcabouço institucional, desde sempre, foi montado de forma a colocar em primeiríssimo plano a figura do indivíduo e de seu entorno imediato, conferindo maior destaque e importância a eles, relegando a plano secundário a própria instituição. Dessa forma, nossas instituições e o conceito de República acabaram perdidos num pano de fundo, exercendo um papel de coadjuvantes.

Com uma estrutura assim, não surpreende que as seguidas crises políticas sejam motivadas, não por debilidade das instituições, mas por falhas provocadas pelos sujeitos que estão à frente dos órgãos de Estado. Nessa confusão secular entre o público e o privado, entram sentimentos que são identificados como capazes de transformar as altas autoridades do país numa imensa e unida família, à qual os contribuintes são obrigados a ceder boa parte do que produzem ao longo do ano.

Fatos dessa natureza são comuns em instituições que têm por lei a capacidade de organizar livremente o próprio orçamento. Nesses casos, as despesas são montadas não apenas com base nas necessidades do órgão, mas em consonância com os interesses, muita vezes pessoais, de cada um de seus membros. Mais preocupante ainda é quando essas distorções passam a adquirir um amplo manto legal, dispostos em regimentos e outros ordenamentos legais, de forma a assegurar que possíveis contestações encontrem, nas barreiras da lei, qualquer impedimento à perpetuação de regalias.

Fossem contabilizados os valores de todas as mordomias cabidas por lei a cada um dos membros desse seleto grupo, o teto máximo do salário público atual facilmente seria multiplicado por 10. Esse familiarismo estendido aos altos escalões do serviço público, e que perpassa praticamente todas as instituições de Estado e no qual as vontades particulares acabam sempre predominando sobre o coletivo, cria uma confusão propositada de interesses e necessita urgentemente de um fim, sob pena de permanecermos atrelados ao mesmo ciclo de pensamento.

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Resumindo:

"Não faça na sua vida pública o que você faz na sua privada. . ."
Miguel José Teixeira
31/01/2020 09:19
Senhores,

De texto abaixo:

"Viagem pra Davos no jatinho da FAB: R$740 mil"

Será que o defenestrado "santini (que por suas ações está mais para "diabini") devolverá aos cofres públicos o erário que desperdiçou?

Respostas para os recrutas zero-um, zero-dois e zero-três, seus "fadas madrinhas". . .
Herculano
31/01/2020 06:58
COMO OS TROPEÇOS FORÇAM BOLSONARO A MUDAR A CARA DO GOVERNO, por Andrei Meireles, em Os Divergentes.

Trapalhadas na gestão encolhem a turma de Olavo de Carvalho na Esplanada dos Ministérios. Próxima mudança deve ser na Educação

Até governantes com pendores autoritários acabam tendo que dançar conforme a música em regimes democráticos. É a essa adequação que o governo Jair Bolsonaro, apesar de sua estridente apologia da ditadura militar, vem cada mais se se enquadrando. Nos últimos dias, algumas mexidas palacianas mudaram em parte a cara do próprio governo em questões sensíveis, como o meio ambiente, ao designar o vice-presidente Hamilton Mourão para coordenar as ações do governo na Amazônia e a troca de guarda na Cultura com a substituição do troglodita Roberto Alvim pela atriz Regina Duarte.

Outro exemplo é a dupla demissão de Vicenti Santini do alto escalão da Casa Civil, em que Bolsonaro preferiu manter coerência com suas críticas de que o funcionário a trabalho havia sido "imoral" ao requisitar uma avião da FAB para ir a Davos, na Suíça, e depois a Nova Deli, na Índia. Santini era tido como intocável no governo, pelo apoio dos irmãos Eduardo e Flávio Bolsonaro, e de outros discípulos de Olavo de Carvalho. Ao mandar demitir Vicenti Santini pela segunda vez em menos de 24 horas, Bolsonaro atendeu a ponderações dos ministros Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos.

Foi também essa dupla de generais que costurou um novo recuo de Bolsonaro em sua nova ofensiva para cortar as asas de Sérgio Moro e barrar os avanços da Lava Jato e de outras investigações sobre corrupção, apoiada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia e o ministro do STF Dias Toffoli. Na volta da Índia, Bolsonaro informou Sérgio Moro que desistiu de desmembrar a Segurança Pública do Ministério da Justiça e negou, também. a intenção de substituir o delegado Maurício Valeixo no comando da Polícia Federal.

Mesmo com outra derrota na queda de braço com Sérgio Moro, Rodrigo Maia e os principais caciques políticos não vão desistir da derrubada do ministro da Justiça, apesar de sua enorme popularidade. O temor deles é que, se fracassarem, Moro se torne franco favorito no páreo presidencial.

A curto prazo, as chances de vitória de Rodrigo Maia e seus aliados do Centrão são bem melhores no embate no governo com o pessoal do Olavo de Carvalho na disputa pelo Ministério da Educação, beneficiados por uma série inacreditável de trapalhadas. Nessa quinta-feira, o presidente da Câmara voltou a disparar contra o ministro Abraham Weintraub: "O ministro da Educação atrapalha o Brasil, atrapalha o futuro das nossas crianças, está comprometendo o futuro de muitas gerações. Cada ano que se perde com a ineficiência, com um discurso ideológico de péssima qualidade na administração, acaba prejudicando os anos seguintes. Mas quem demite e quem nomeia ministro é o presidente".

Nas últimas semanas, em meio aos tropeços na gestão, Weintraub tem perdido importantes assessores. Nessa quinta-feira quem pediu o boné foi o Secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior. A expectativa no Congresso e no Governo é de troca em breve do ministro. O que se fala nesses bastidores é de que o substituto deverá ter reconhecida capacidade técnica na área de Educação. Seria mais uma derrota expressiva da turma de Olavo de Carvalho e do próprio clã Bolsonaro.

A conferir.
Herculano
31/01/2020 06:53
PERDEU-SE O RESPEITO AO DE OPINIÃO DIFERENTE

De Xico Graziano, no twitter:

Estava aqui pensando: será que um dia voltaremos a nos tolerar, quem pensa diferente ser respeitado, ou seguiremos nessa perversidade criada pelo PT, desde quando surgiu se fingindo ser um anjo, e nós os demônios?! Existe espaço para a inteligência política?!
Herculano
31/01/2020 06:50
DISCURSO PARA TOLOS

Do "Vem pra Rua" no twitter:

O deputado que está com a PEC do Fim do Foro na sua gaveta desde 2018 afirma que as eleições não irão "atrapalhar" o calendário de aprovações na Câmara.

Era um comentário ao tuíte do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia DEM RJ, que já postei anteriormente com comentários:

As eleições municipais deste ano não vão atrapalhar a pauta de votações da Câmara. Não sou daqueles que acham que eleição vai atrapalhar as reformas. Vamos aprovar neste semestre a tributária e aguardamos a reforma administrativa que será encaminhada pelo governo.
Herculano
31/01/2020 06:47
O PERIGO VEM DA VENEZUELA

A Venezuela está num estado precário, falimentar....

A Venezuela para sobreviver, tem tido uma relação e fluxo de pessoas com a China

Se o o corona vírus chegar a Venezuela, e a possibilidade dele chegar lá devido a intercâmbio é maior, o que será dos venezuelanos tão vulneráveis como estão na área de saúde pública.

A Venezuela poderá se tornar um epicentro perigoso da doença para a América Latina. Hum! O perigo mora ao lado.

Herculano
31/01/2020 06:36
GOVERNO BOLSONARO VIVE VERÃO DE FRATURAS E FRITURAS DE MINISTROS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Um quarto da cúpula da gestão Bolsonaro foi frita neste verão de desesperança

Generais-ministros com salas próximas à de Jair Bolsonaro, amigos sem cargo do presidente e a filhocracia ajudam a preencher noticiário fraco do recesso político com frituras de ministros. A mumunha envolve quase um quarto do ministério.

Nem tudo é mera fofoca; a intriga não brota da cabeça dos jornalistas. Tem ministro e assessor graduado que telefona para espalhar o óleo quente. A gente não pode fingir que não ouviu ou não leu a mensagem.

Onyx Lorenzoni acaba de entrar nessa roda do infortúnio. Ministros que trabalham no Planalto querem que o chefe da Casa Civil volte oficialmente à sua irrelevância de costume na Câmara dos Deputados. Seu ministério já é uma casca vazia.

É apenas o caso mais recente de fritura, motivado pela demissão, readmissão e redemissão de um sub de Onyx, aquele que brincava no play dos Bolsonarinhos e viajou de aviãozinho para a Índia.

Note-se de passagem que é mais um "aliado de primeira hora" de Bolsonaro que vai ficando por último na apreciação presidencial (vide o caso dos escorraçados Magno Malta, Santos Cruz e Gustavo Bebianno).

A cadeira de Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional) é disputada desde fins do ano passado. Tentam passar-lhe a rasteira antes da volta dos trabalhos no Congresso. Aliados parlamentares de Bolsonaro acham que o cargo tem de ser "político" (deles).

Abraham Weintraub, aboletado no Ministério da Educação, não cai por birra de Bolsonaro e pela resistência da seita do orvalho de cavalo. Está desmoralizado a ponto de ser escarnecido com desprezo, em público, por dois dias seguidos, por Rodrigo Maia, presidente da Câmara e premiê informal da República das Reformas do Brasil.

"Desastre", caso "grave", "atrapalha o futuro" do Brasil e de milhões de crianças, disse Maia sobre o ministro, com razão.

Autoridades não têm mais pudor de chutar cachorro vivo. Não há mais pudor em geral, muito por inspiração da Nova República da Boca Suja.

Embora a palavra "desmoralizado" tenha sido desmoralizada no Brasil desta nova era desavergonhada, bárbara e cafajeste, o inepto Weintraub estaria na rua se fosse pelo gosto de ministros-generais. Mas a seita e seus sacerdotes da filhocracia querem controlar o processo. Se Weintraub cair, querem outro perturbado para chamar de seu.

Ricardo Salles, ministro do Mau Ambiente, deve ser tutelado pelo ainda misterioso Conselho da Amazônia, a ser presidido pelo vice-general Hamilton Mourão. Além de a equipe econômica passar carão ambiental lá fora, até para o dinheiro grosso do mundo o Brasil estava ficando grosso demais com essa história de rapar a floresta e trucidar indígenas.

Como também se recorda, amigos e filhos de Bolsonaro tentaram fritar Sérgio Moro e, ao menos, arrancar-lhe a Polícia Federal. Bolsonaro caiu na conversa e criou uma crise do nada com seu ministro da Justiça. A primeira família saiu queimada, pois a falange lavajatista dos apoiadores do presidente fez a ameaça velada, embora ainda remota, de virar concorrente ou oposição.

Por fim, por ora, lembre-se que caiu também aquela criatura da Cultura, que saiu do armário fantasiada de nazista. A sucessão de vexames fez até a gente esquecer do ministro do Turismo, aquele enrolado no laranjal da campanha do ex-partido bolsonarista, o PSL, mais um largado pelo presidente.

Tem gente graduada em ministérios "econômicos" e do Planalto que acha o governo disfuncional além da conta. Parte do ruído vem daí.
Herculano
31/01/2020 06:25
DEMISSÃO DE SANTINI PODE TER ABORTADO ESCÂNDALO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

As atividades extra-Planalto pesaram na demissão de Vicente Santini da Casa Civil, tanto quanto seu deslumbramento, abusando do "direito" de usar jato da FAB. Informes de inteligência revelaram detalhes da agenda econômica Santini, no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), a cargo da Casa Civil. Mas só isso. Não há denúncia contra o ex-auxiliar do ministro Onyx Lorenzoni, mas sua demissão levou sossego a setores do Planalto, que temiam eventual escândalo mais à frente.

COMPORTAMENTO TÍPICO

Manifestações de vaidade, ânsia por viagens e de aparecer como "homem forte" da Casa Civil provocaram desconfiança no governo.

FAZENDO A CAVEIRA

Fonte do Planalto contou que um telefonema de Paulo Guedes teria alertado Bolsonaro sobre o uso indevido do jato da FAB por Santini.

ALERTA VERMELHO

O alerta foi ligado após a informação de que o servidor demitido faria pose de "chefe informal" do Programa de Parcerias e Investimentos.

OLHA A FILA

O chefe de gabinete de Onyx, pastor Leandro Barbosa de Lima, ligado ao Bispo Rodovalho e próximo a Santini, poderá ter idêntico destino.

'SANGUE NA ÁGUA' PODE TER INCITADO ATAQUE DE MAIA

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, trabalha pela demissão de Abraham Weintraub desde que o ministro da Educação demitiu seu protegido Rodrigo Dias da presidência do bilionário Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O ataque de Maia, em São Paulo, foi comparado por um veterano deputado simpático a Bolsonaro com a reação de tubarão a "sangue na água". Ou seja, Maia passou a acreditar ou foi informado de que a demissão do ministro é iminente.

OUSADIA DE MINISTRO

O indicado de Rodrigo Maia ficou seis meses no comando do FNDE, até ser demitido em dezembro pelo ministro da Educação.

A BANCA DO DISTINTO

Rodrigo Dias, o apadrinhado de Maia, ex-presidente da Funasa no governo Temer, é irmão de Alexandre Baldy, secretário de Doria.

A CANETA TEM DONO

O ataque pode dar sobrevida ao ministro: Bolsonaro gosta dele e, como o próprio Maia, lembrou é ele quem nomeia e demite ministros.

É GRAVE, Só QUE NÃO

A "emergência internacional" mostra a gravidade do coronavírus, mas é a 5ª vez que a OMS age assim desde a gripe H1N1 (2009), passando pelo ebola e poliomielite (2014), zika (2016) e outra vez ebola (2019).

DECISÃO SOLITÁRIA

Foi solitária, ao amanhecer, a decisão de Bolsonaro de demitir Vicente Santini do governo e passar o PPI para o Ministério da Economia. E para não ouvir chororô, tornou isso público já às 7h17 da manhã.

PT E PSB EM PLENA DR

A candidatura de Marília Arraes (PT) à prefeitura do Recife tem deixado o PSB insone, incluindo prefeito e governador. Lula quer o circo em chamas: disse em São Paulo a petistas pernambucanos que o Recife "precisa de prefeito, não de príncipe", alfinetando João Campos (PSB).

RECORDISTA É O MAIA

O ministro recordista em viagens pela FAB, Osmar Terra (Cidadania), requisitou aviões 113 vezes em 2019. Menos da metade das 238 viagens do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em jatos da FAB.

TSE GARANTE RESPEITO À LEI

O Tribunal Superior Eleitoral levou 24 horas para esclarecer a curiosa licitação de R$17 milhões para contratar serviços de tecnologia das informação, fazendo exigências que contrariam até decisões do TCU. O TSE garante que o edital respeita as leis e normas vigentes.

E A GENTE, ó, Só PAGANDO

"Agência reguladora" de uma única empresa (a Caesb, de Brasília), um cabide chamado Adasa vai pagar R$270 mil a um Instituto Americano de Desenvolvimento pelo concurso para contratar mais 25 pessoas.

SEM HISTERIA

Segundo o Centro de Estatísticas da Saúde e o Conselho Nacional de Segurança, todo ano morrem quase 570 pessoas após quedas em escadas ou andaimes, só nos EUA. Coronavírus matou 170 no mundo.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, entre os quase 55 mil casos de lesão corporal dolosa contra mulheres em 2019, 79% têm autor identificado e 68% ocorreram dentro da casa da vítima.

PENSANDO BEM...

...após perder atribuições, o PPI e os dois assessores, o ministério de Onyx Lorenzoni pode ser chamado no máximo de Casebre Civil.
Herculano
31/01/2020 06:08
DISPUTAS DE PODER CRIAM TURBULÊNCIA PARA GOVERNO NO CONGRESSO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Atritos no Planalto e no MEC irritam parlamentares e podem dificultar vida de Bolsonaro

Não é pouca coisa o fato de que a crítica mais cortante ao caos no Ministério da Educação tenha partido do presidente da Câmara. Nem que o presidente do Senado tenha feito circular uma ameaça de retaliação ao governo diante do desmanche da Casa Civil. O Planalto já não tem apoio firme no Congresso, mas a situação sempre pode piorar.

Jair Bolsonaro assiste a disputas de poder em postos-chave de sua gestão, envolvendo diretamente os interesses de caciques políticos que podem facilitar ou dificultar sua vida. O presidente amplia o risco de turbulências a poucos dias do retorno das atividades parlamentares.

Dirigentes de siglas alinhadas à agenda do governo ficaram atônitos com a humilhação pública a que Bolsonaro submeteu Onyx Lorenzoni nos últimos dias. A decisão de esvaziar ainda mais a já debilitada estrutura da Casa Civil reacendeu insatisfações com o trabalho desastrado de articulação política do Planalto.

A fritura do ministro foi atribuída a um consórcio de diversos integrantes do primeiro escalão ?"entre eles o general Luiz Ramos, chefe da Secretaria de Governo. Onyx nunca foi unanimidade entre os líderes do Congresso, mas o militar também acumula desafetos. Sua relação é especialmente ruidosa com Davi Alcolumbre, presidente do Senado.

Em dezembro, Ramos descreveu o Planalto como "um serpentário". "Quanto mais próximo do presidente, mais você é alvo. Assim, se você me atinge, atinge o presidente", disse. Sua analogia será testada agora.

O governo também produziu atritos quando o ministro da Educação demitiu, sem aviso prévio, um aliado de Rodrigo Maia do FNDE - órgão com orçamento de R$ 55 bilhões. O presidente da Câmara aproveitou as barbeiragens do Enem e disse que Abraham Weintraub é "um desastre".

Perturbações como essas certamente não ajudam a agenda que Bolsonaro gostaria de aprovar na Câmara e no Senado. Aos poucos, o Planalto perde o controle da reforma tributária e vê suas medidas de aperto fiscal andarem com lentidão.
Herculano
30/01/2020 19:28
A RADIOGRAFIA DE UMA TRAGÉDIA

De Heni Ozi Cuckier, deputado Federal Novo-SP

Erros no ENEM:

2009: prova roubada
2010: erro na impressão
2011: questão repetida
2014: vazamento da redação
2016: vazamento da prova
2019: erro na correção/SISU

Incompetência no ENEM é reflexo do Brasil, não de 1 governo específico

Tragédia na educação é um projeto de décadas
Herculano
30/01/2020 19:24
SINDICATOS PERDEM BILIONÁRIO IMPOSTO TIRADO NA MARRA DO TRABALHADOR

A fonte é do site Poder 360, Brasília. A arrecadação de entidades de trabalhadores e patronais caiu de R$ 500 milhões em 2018 para R$ 128,3 milhões em 2019. Em relação a 2017, em que havia sido de R$ 3,6 bilhões, a queda foi de 96,4%.
Herculano
30/01/2020 19:21
PARA SE TER IDEIA DO DESPERDÍCIO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS PELOS GOVERNANTES MUITO BEM PAGOS POR N?"S, INCLUSIVE NOS PRIVILÉGIOS, NUM PAÍS DE 12 MILHõES DE DESEMPREGADOS

Passagem ida e volta pra Davos na classe econômica: R$3,5 mil

Mesmo trecho na classe executiva: R$15 mil

Viagem pra Davos no jatinho da FAB: R$740 mil

Segundo twitter do deputado Federal Vinicius Poit, Novo SP, demitir o Secretário Executivo da Casa Civil por imoralidade e nomeá-lo para novo cargo no dia seguinte: não tem preço
Herculano
30/01/2020 19:15
OS PRIVILEGIADOS. PRIVATIZAÇÃO NELES

De Salim Mattar, secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, no twitter:

Os petroleiros, que são bem remunerados e têm uma série de benefícios e privilégios por trabalharem numa estatal, anunciaram greve a partir de sábado. A Petrobras considera a mobilização descabida. Enquanto isso 12 milhões de brasileiros comuns seguem procurando emprego.
Herculano
30/01/2020 19:12
VACINA OU NÃO VACINA?

Aqueles que rejeitam as vacinas que previnem as doenças, deveriam testar a tese, que se aproxima da Terra Plana e criacionismo, e ir para a China.
Herculano
30/01/2020 19:09
ALGUÉM ACREDITA NELE E NOS QUE ESTÃO NO CONGRESSO NACIONAL? Só ELES SERÃO CAPAZES DE DAR RESPOSTAS AOS BRASILEIROS. É PAGAR PARA VER

Do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, DEM RJ, no twitter:

As eleições municipais deste ano não vão atrapalhar a pauta de votações da Câmara. Não sou daqueles que acham que eleição vai atrapalhar as reformas. Vamos aprovar neste semestre a tributária e aguardamos a reforma administrativa que será encaminhada pelo governo.
Herculano
30/01/2020 19:03
TRIBALISMO PELA óTICA LIBERAL COSMOPOLITA, por Rodrigo Constantino, no site da Gazeta do Povo, Curitiba PR

Movido por pura curiosidade, resolvi averiguar quais autores mais li na vida, em termos de quantidade. O primeiro colocado foi Mario Vargas Llosa. Li 14 livros do prêmio Nobel de Literatura, romances e ensaios políticos. O tema deste artigo é seu mais recente livro, O chamado da tribo, em que resume as ideias de grandes pensadores como Adam Smith, Ortega y Gasset, Hayek, Popper, Raymond Aron, Isaiah Berlin e Revel.

Como o título já diz, o denominador comum que Vargas Llosa encontrou nesses autores é sua rejeição ao tribalismo, um chamado natural, uma vez que se trata de uma paixão atávica essa busca por pertencimento a um grupo coeso. O liberal luta contra o coletivismo tribal desde sempre, e não é trivial compreender as vantagens de um sistema mais impessoal como o livre mercado global, pois não é algo intuitivo.

Sou grande admirador de Vargas Llosa, não só do romancista, mas também do liberal em política. Mas vale ressaltar logo de cara as diferenças essenciais: enquanto ele adota uma visão de um liberalismo mais progressista e cosmopolita, às vezes quase flertando com uma social-democracia ao estilo tucano, eu me julgo cada vez mais um liberal com viés conservador, justamente por rejeitar a visão racionalista demais dos que ignoram o legado e a importância das tradições morais e religiosas, além do saudável patriotismo.

Vargas Llosa chega a forçar um pouco a barra para puxar para seu lado pensadores como Ortega y Gasset, que estaria certamente mais do lado conservador. Ele também despreza esse lado conservador nos costumes de estadistas como Reagan e Thatcher: "em muitas questões sociais e morais eles defendiam posições conservadores e até reacionárias - nenhum dos dois aceitaria o casamento homossexual, o aborto, a legalização das drogas ou a eutanásia, que me pareciam reformas legítimas e necessárias - e nisso, certamente, eu divergia deles". Eu não.

Em que pesem diferenças importantes, o que nos une é mais forte: Vargas Llosa absorveu desses pensadores liberais a humildade necessária para não cair em tentações utópicas revolucionárias, preferindo sempre o gradualismo reformista e a democracia que, com todos os seus defeitos, tem como maior virtude evitar justamente o derramamento de sangue em trocas violentas de grupos no poder.

Sua aversão ao coletivismo é por mim compartilhada também. Com Sir Karl Popper, talvez sua maior influência, o escritor peruano rejeita a irracionalidade do ser humano primitivo "que descansa no fundo mais secreto de todos os civilizados, que nunca superaram totalmente a saudade daquele mundo tradicional - a tribo - em que o homem ainda era parte inseparável da coletividade, subordinado ao feiticeiro ou ao cacique todo-poderosos que tomavam todas as decisões por ele, e nela se sentia seguro, livre de responsabilidades, submetido, como o animal de manada, no rebanho, ou o ser humano em uma turma ou torcida, adormecido entre os que falavam a mesma língua, adoravam os mesmos deuses e praticavam os mesmos costumes, e odiando o outro, o diferente, que podia ser responsabilizado por todas as calamidades que assolavam a tribo".

Nessa longa passagem, Vargas Llosa resume, talvez de forma um pouco caricata, o sentimento tribal coletivista, fonte do nacionalismo xenófobo, que ao lado do fanatismo religioso levou às maiores matanças na história da humanidade. A liberdade individual demanda responsabilidade, a começar por pensar por conta própria e assumir as rédeas da sua vida, o que assusta muita gente. A tribo fornece o conforto do coletivismo, em que o indivíduo pode se diluir em meio a uma massa monolítica, o que pode anular sucessos pessoais, mas anula junto os fracassos também. É tentador para muitos.

Acho, porém, que é preciso ter cuidado para não tomarmos os excessos como a norma, as exceções como a regra. Se o nacionalismo tribal dos nazistas é claramente terrível, isso não quer dizer que o patriotismo americano seja ruim, por exemplo. O risco do liberalismo individualista e cosmopolita é se transformar em algo que acaba rejeitando a importância do coletivo, da história comum de um povo, das tradições e, sim, do legado moral religioso, dos tabus. O racionalista quer submeter tudo à sua razão, mas isso parece uma tarefa fadada ao fracasso. E o fanatismo pode também ser de cunho político e ideológico, inclusive em nome da Razão, como o Terror jacobino mostrou.

Em Tribe: On Homecoming and Belonging, Sebastian Junger, correspondente de guerra, mostra como muitos militares acabaram sentindo falta dos anos de batalha, pois ali, apesar de toda a dor e violência, havia ao menos um sentimento forte de pertencimento a algo maior. Não por acaso virtudes - e também vícios - destacam-se em momentos como estes. A coragem que desperta em alguns, com um propósito de "bando", é algo heroico e conhecido. Numa tribo, estamos dispostos a dividir mais, compartilhar, algo que as sociedades modernas impessoais dificultam ?" e o Estado é péssimo substituto para isso. Não quer dizer, naturalmente, que seja desejável retornar ao tribalismo. Mas é recomendável assumir que algo se perdeu no processo, que existe uma troca aqui, que o progresso civilizacional traz um custo.

Por fim, retorno à humildade, característica fundamental do liberalismo. Vargas Llosa resume bem: "Entre os liberais, como demonstram aqueles que figuram nestas páginas, com muita frequência há mais discrepâncias que coincidências. O liberalismo é uma doutrina que não tem respostas para tudo, como pretende o marxismo, e admite em seu seio a divergência e a crítica, a partir de um corpo pequeno, mas inequívoco, de convicções".

De fato, Vargas Llosa é um liberal, e eu também me considero um. Ele tem inclinação progressista; eu, uma bem mais conservadora. Mas há uma elasticidade dentro do liberalismo que permite essas divergências, sempre de forma civilizada, dirimidas por meio do diálogo calcado em argumentos. Numa época de crescente polarização tribal, creio que o livro de Vargas Llosa tenha muito mais méritos do que deméritos, e mereça ser lido.
Herculano
30/01/2020 18:40
da série: chantagem que atrasa o Brasil, o parlamento como um todo e principalmente, o senado Federal, onde está empacado a segunda instância, por exemplo, onde se desfigurou a reforma da previdência... Neste caso, o Brasil se atrasa e os brasileiros pagam a pesadíssima conta para defesa de amigos

NÃO PASSA NADA, por Cláudio Dantas, de O Antagonista.

Interlocutores de Davi Alcolumbre disseram a O Antagonista que se Onyx Lorenzoni cair, o governo Bolsonaro não emplacará mais nada no Senado.

Davi e Onyx são amigos e o primeiro deve ao segundo a articulação de sua candidatura para a Presidência do Senado.
Herculano
30/01/2020 18:34
BOLSONARO NÃO FRITA ONYX LORENZONI, ESQUARTEJA-O, por Josias de Souza, no Uol.

A Casa Civil de Jair Bolsonaro cheira mal. Não é cheiro de queimado. Dessa vez, o odor é de sangue. O capitão decidiu submeter Onyx Lorenzoni a uma nova modalidade de suplício. Em vez de fritar, Bolsonaro submete o ministro a um processo de esquartejamento.No início do governo, Onyx imaginou que exerceria no time de Bolsonaro o papel de craque do meio de campo.

Concentraria os poderes de articulador político, revisor dos atos presidenciais e coordenador da Esplanada. Deu tudo errado. Nesta quinta-feira, Onyx foi enviado à enfermaria num instante em que se imaginava em férias.

No esplendor de suas ilusões, Onyx estimou que articularia uma tropa de cerca de 350 deputados, 42 acima dos 308 necessários para aprovar emendas constitucionais. Bolsonaro cortou-lhe um braço quando transferiu a coordenação política para um general: primeiro, Santos Cruz. Agora, Luiz Eduardo Ramos.

Na sequência, o presidente quebrou uma perna de Onyx ao privar a Casa Civil da atribuição de revisar projetos, medidas provisórias e decretos. Ex-subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, o advogado Jorge Oliveira foi promovido a ministro. Levou para a pasta da Secretaria-Geral a atribuição de revisor-geral.

Bolsonaro concluiu o processo de mutilação pelo Twitter. Num único post, o presidente pôs no olho da rua dois secretários de Onyx e amputou do rol de atribuições da Casa Civil a coordenação do PPI, o Programa de Parceria de Investimentos.

Onyx tornou-se um caso raro de ex-ministro no exercício do cargo. Não reúne condições mínimas de permanecer no governo. Ou retorna ao seu mandato de deputado federal ou entra na fila do INSS como postulante de uma aposentadoria por invalidez.

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