24/04/2018
O presidente da Câmara de Gaspar, o médico Silvio Cleffi, PSC, de primeiro mandato é cria de Kleber Edson Wan Dall, MDB. São “irmãos” da mesma Igreja e Templo Evangélico. Em dezembro do ano passado, todavia, Silvio – num golpe de oportunidade e sem avisar ninguém do governo que defendia - deixou Kleber e se aliou ao PT, PDT e PSD na Câmara de quem ganhou a presidência da Casa.
Com isso, o doutor Silvio ajudou a fazer maioria no Legislativo Municipal contra o próprio Kleber e usa, politicamente este fato para fiscalizar, acusar, pressionar e fazer trocas com o governo Kleber em minoria e encurralado na Câmara. Normal do jogo de forças políticas. Tudo, registre-se por culpa do próprio Kleber que se permitiu se fragilizar na sua sustentabilidade política na Câmara ao insistir com a candidatura de Franciele Daine Back, PSDB do MDB, à presidência do Legislativo gasparense.
Entretanto, eleito presidente, Silvio não se contentou com a manobra de poder que lhe deu a presidência. Passados a surpresa e o susto, mais adaptado e protegido pelo PT, PDT e PSD, os verdadeiros animadores desse processo, o doutor Silvio resolveu – ou teve que - se expor.
De suposto herói – por enfrentar uma gestão questionada – poderá ele virar vilão ao insistir remar contra a percepção dos eleitores. É visível pelas pesquisas, enquetes e participação nas redes sociais que eles querem economia, menos cabideiros para cabos eleitorais e a utilização correta dos os escassos recursos públicos, todos feitos com os pesados impostos dos cidadãos e que estão faltando ao básico, como a Saúde Pública, onde o próprio doutor Silvio atua.
Na contramão dessa nova exigência de gente esclarecida, o doutor Silvio para atender ao PT, PDT e PSD quer transformar a Câmara de Gaspar num amplo cabideiro de empregos públicos bem remunerados, loteados entre todos, repito, todos os partidos e vereadores.
É assim que funciona: “você é presidente da Câmara, dos vereadores e não dos eleitores”, advertiu certa vez o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, ao então presidente Marcelo de Souza Brick, PSD, que tentava equalizar o inchamento da Câmara contra a lei, feito exatamente por Melato. Em menos de dez anos, de cinco funcionários a Câmara está com 28 efetivos e comissionados.
O loteamento dos cargos comissionados por partidos – isso já se pratica hoje e mostro no comentário abaixo: “onde estava o assessor do suplente José Ademir de Moura, PSC?” - é a senha que o vereador Silvio e a atual mesa diretora feita de Mariluci Deschamps Rosa, PT, Roberto Procópio de Souza, PDT e Evandro Carlos Andrietti, MDB, tentam transmitir para obter a adesão dos resistentes ou receosos com a reação da população à proposta de uma super Câmara.
Este foi o cerne da mensagem na última sessão o presidente Silvio Cleffi durante o seu discurso ao se dirigir ao líder do governo, Francisco Hostins Júnior, MDB, como que chamá-lo para repartir algo que está se revelando um problema para ele, os aliados e os interesses políticos dentro da Câmara para o hoje a amanhã. Com a cumplicidade política e interpartidária, todos “se salvarão” e a conta terá destino certo: os eleitores. Foi assim que aconteceu nos últimos anos com o aumento do número de vereadores, de funcionários, de despesas...
SILVIO ESTÁ INCOMODADO E INFONCORMADO COM A REAÇÃO AO PROJETO DO SEU NOVO GRUPO POLÍTICO PARA INCHAR A CÂMARA
O vereador Silvio Celffi e a mesa diretora da Câmara assinaram o PL 20/2018. Ele cria um cargo de Procurador Geral, com salário mensal que pode superar a R$9 mil. A Câmara já possui um procurador jurídico, concursado e empossado faz dois anos e que ganha (R$6,6 mil por mês), ou seja, menos do que o futuro comissionado. Na coluna de três de abril, em “Silvio Cleffi quer criar mais um cargo comissionado para si e inchar a Câmara”, fui o primeiro a dar e detalhar a intenção de Silvio. A repercussão foi imediata, maciça e negativa da população nas redes sociais à intenção dos vereadores.
Silvio não recebeu bem essa sinalização do povo pagador dessas despesas e foi à luta. Há duas semanas, no jornal Cruzeiro do Vale deu explicações e sinalizou que não pararia aí. Estava pesando num “Diretor Geral”, e que segundo especialistas, não deverá custar em salários menos de R$12 mil por mês. Registrei. Mas, o que tirou o presidente do prumo foi o parecer do relator, do PSD, teoricamente da sua própria bancada. Registrei na coluna de 17 de abril, em “Wilson Luiz Lenfers, PSD, colocou água no chope. Inchamento pretendido pelo presidente da Câmara de Gaspar Silvio Cleffi, PSC, sofreu o primeiro revés”.
Com a causa de inchar a Câmara e fazer o povo desembolsar mais impostos para os interesses dos político ameaçada, foi mais longe. O que começou com um “procurador geral”, somou-se mais um “diretor geral”, está virando uma máquina de empregar, trabalhar pouco e ganhar muito, incluindo vários penduricalhos e privilégios próprios só no serviço público.
Na sessão de terça-feira passada, o doutor Silvio, na qualidade de presidente da Câmara e representando a ideia trabalhada nos bastidores pelo PT, PDT e PSD, discursou na tribuna. Revelou, segundo ele próprio, os seus planos rabiscados na noite anterior enquanto os pagadores de pesados impostos dormiam.
E aí a cidade acordada ficou sabendo que não era apenas um Procurador Geral que já está no PL 20/2018 em trâmite na Casa que ele quer e encontra resistência dentro e principalmente fora da Câmara. Ou a dica de mais outro cargo de alto escalão como um Diretor Geral que ele deu ao Gilberto e Indianara Schmitt na conversa que teve para a reportagem do Cruzeiro do Vale publicada há duas semanas que também registrei e que surpreendeu a cidade.
Há, na verdade nos planos do doutor Silvio, do PT, PDT e PSD no poder, uma penca sem tamanho de cargos e funções a serem criados e que torna Câmara de Gaspar uma máquina voraz de empregar, comer dinheiro com efetivos, comissionados e estagiários. “O que eu quero é melhorar o serviço da Casa, deixá-la mais funcional, fortalecer os servidores”, disse Silvio no seu discurso para justificar tamanho exagero.
UMA ESTRUTURA INCHADA, CARA E SEM PRECEDENTES NA CÂMARA
Falta além dos dois citados Procurador Geral, Diretor Geral, segundo na concepção do presidente Silvio no discurso um segurança (que deveria ser um terceirizado e não um efetivo que no fundo vive de licença como outros e que se podem constatar); uma zeladora (principalmente para as terças-feiras, que também poderia ser um terceirizado, e não um efetivo), uma recepcionista treinada (que também poderia ser uma terceirizada, ou até uma estagiária, e não um efetivo), estagiários - não falou quantos – “para ajudar nos processos legislativos”, ou seja, vão inventar trabalho para eles e assim vai.
Mas, para doutor Silvio não para aí na “listona” que não é pouca coisa pouca e nem ingênua na intenção. Torna o principal, varejo.
Segundo ele precisa de um diretor financeiro, de um coordenador parlamentar(?), de um coordenador de manutenção, de um coordenador de patrimônio, de um coordenador político (o que é isso, mesmo?), de um coordenador de comunicação (já tem dois na área, um efetivo e outro comissionado), de um coordenador de mídia (?), de um coordenador de ouvidoria (certamente é para substituir os ouvidos dos vereadores hoje surdos aos anseios e prioridades da comunidade? Responder o que não possuiresposta? Fazer pesquisas e enquetes para aquilo que se sabe ou acabam dando subsídio para as campanhas eleitorais, mas com recursos públicos?), um assessor de Mesa Diretora (onde só tem quatro vereadores e já terão para si um procurador e um diretor geral...). Meu Deus! Escola de Governo, Câmara Legislativa (o que é isso mesmo?)...
Especialistas dizem que só em salários para os novos comissionados, efetivos, terceirizados se houver essa opção e estagiários desejados pelo presidente Silvio como exemplificou no seu discurso de terça-feira, incluindo logicamente o procurador geral e diretor geral, a Câmara “comeria”, por baixo, algo perto de R$100 mil a mais por mês ao que já gasta hoje com pessoal, ou seja, R$1 milhão e 200 mil por ano, isto sem falar nos acréscimos indiretos de suporte, despesas, horas adicionais, penduricalhos, mais luz, mais telefone, mais água mineral, mais frigobares, mais diárias, mais computadores, mais móveis, mais controles etc e tal.
Uma pergunta básica: esses recursos extras não seriam melhores empregados na Saúde onde o doutor Silvio montou na Câmara um “pacto” onde “todos juntos”, mas só com os vereadores da oposição e exigem melhorias para o setor para fazer coro com o povo sofrido? É impressionante a incoerência dos políticos, populistas e como tratam todos como analfabetos, ignorantes e desinformados, e deles só querem os votos para o poder e os pesados impostos para sustenta-los nas superestruturas.
É por isso, que os Observatórios Sociais – feito só com voluntários da comunidade – têm sido mais eficientes do que as próprias Câmaras de vereadores e que constitucionalmente teriam o papel de fiscalização. Até as Câmaras, estão sob a mira e olhares dos Observatórios.
A VERBA PARA INCHAR A CÂMARA JÁ EXISTE, MAS PODERIA RETORNAR AOS GASPARENSES!
Advirto: esse dinheiro que o doutor Silvio planeja gastar dos pesados impostos dos gasparenses com uma estrutura inchada na Câmara estaria, em tese, garantido no duodécimo constitucional. O doutor Silvio, o PT, PDT e o PSD querem é gastar tudo o que está disponível. Só isso.
Mas, se não gasto, Herculano? Essa “sobra” – que não é pouca - voltaria para o Orçamento do município. E aí o doutor Silvio, os vereadores da oposição, num pacto, com a própria prefeitura, pela cidade, os mais pobres e que sofrem nos postinhos, policlínica e farmácias básicas, poderiam rubrica-los para a Saúde Pública. Já aconteceu em anos anteriores. Por que não neste e outros?
Mas, não. Parte dos vereadores de Gaspar quer imitar à esbórnia do Congresso Nacional e até mesmo da Assembleia Legislativa.
Pior mesmo, foi a justificativa de Silvio Cleffi para tudo isso: “nós munícipes gasparenses merecemos; eu sou munícipe; eu mereço isso; vocês também. Um ano é pouco para isso, mas já podemos começar”. Será mesmo que os gasparenses concordam com essa gastança só para empregar e sustentar um aparato de assessores para 13 vereadores?
E pensar que há pouco tempo, com os mesmos 13 vereadores, para duas sessões noturnas e não uma no meio da tarde como é hoje, eram apenas cinco servidores e tudo funcionava, com CPI, prefeito cassado e tudo. Quanta diferença? Acorda, Gaspar!
Esses assuntos começam como uma suposta necessidade, uma inocência exatamente para ludibriar os eleitores e eleitoras pagadores da farra. Em pouco tempo vira uma esbórnia com ares de normalidade. Veja o que aconteceu na Câmara que implantou o assessoramento desmedido a partir da gestão de José Hilário Melato, PP.
Todos os funcionários trabalham apenas 30 horas por semana e os feriadões abundam (aliás, hoje é votado um requerimento de Franciele Daiane Back, Francisco Hostins Júnior, Francisco Solano Anhaia, José Ademir Moura para o presidente reavaliar isso). Houve até um concurso e nele se exigia 40 horas. No ano passado, o ex-presidente Ciro André Quintino, MDB, resolveu passar a régua, pois os pareceres jurídicos diziam que teria que haver isonomia (igualdade entre cargos, funções e salários).
E aí advinha o que aconteceu? Os que eram obrigados a 40 horas passaram a cumprir apenas 30h. E os que ganhavam como 30h, passaram a ganhar como 40h, mas cumprindo apenas 30h por semana. Na Câmara, entre muitas coisas impossíveis aos outros da iniciativa privada que a sustentam o setor público com seus pesados impostos, está a tal licença-prêmio, a quase impossibilidade de ser demitido, ou até no segundo dia de janeiro (o primeiro é feriado), requisitar a metade do 13º e por aí vai...
UM ANO É POUCO. ENTÃO DOIS ANOS NA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
Silvio no mesmo discurso revelador de terça-feira, assistido pela imprensa que pouco o repercutiu, sugeriu também mudar a regra do jogo que dá para cada ano um novo presidente na Câmara. Na verdade, isso acontece para acomodar os jogos partidários e a divisão do poder de plantão para se garantir uma mínima governabilidade. São os tais pesos e contrapesos acertados nos bastidores e que os eleitores praticamente desconhecem. Em resumo: são negócios.
Silvio está sugerindo dois anos de mandato para o presidente da Câmara, e se possível, já para o próximo. Se a regra sugerida pelo doutor Silvio valesse, ele nem estaria hoje na presidência. Se a regra valer a partir do ano que vem, estará garantida a composição da oposição no poder e o inferno de Kleber até o fim do seu mandato. Repito: que só ele permitiu.
Até agora, somente os vereadores Francisco Solano Anhaia, líder do MDB e o que mais combate a gestão de Silvio devido à quebra do acordo entre eles, e Franciele Daiane Back, PSDB do MDB, a que foi surpreendida, traída e derrotada sem saber de nada por Sílvio, manifestaram-se contra essas ideias de inchamento da Câmara.
Aliás Anhaia, protocolou um requerimento na Câmara e que vai à votação na sessão de hoje em que pede a Silvio explicações sobre a contratação do tal “Procurador Geral”. Ele quer saber a movimentação de trabalho do atual procurador jurídico neste e no ano passado e se alguma coisa não foi atendida sob a alegação de estar assoberbado de serviços.
Nem mesmo o vereador Wilson Luiz Lenfers, PSD, relator geral da matéria sinalizou ser verdadeiramente contra. Wilson integra a bancada oposicionista e defensora desse inchamento e o seu relatório não é terminativo, mas indicativo (e pode mudar, inclusive). O relatório que aponta dúvidas, apenas colocou água no chope e aumentou a discussão pública do tema. O relatório, por enquanto não pede a aprovação ou a rejeição. Deixa-o a critério de cada vereador. Então...
Além de Silvio, o vice-presidente da Câmara, Roberto Procópio de Souza, PDT, foi à tribuna defender essas contratações, especialmente do procurador geral que será da sua indicação.
Silvio joga com o loteamento para ver essa matéria polêmica passar. É um sistema de forças que protegem partidos, interesses e políticos dando emprego a seus cabos eleitorais nos cargos comissionados. E isso está sendo costurado nos bastidores. É uma regra não escrita, mas que vale como tal. Executada, equilibra o funcionamento do caro jogo sustentado com os pesados impostos de todos os cidadãos.
Silvio, ao se desgastar neste assunto tão prematuramente na presidência da Casa só para “honrar” os votos unânimes que ganhou do PT, PDT e PSD, diminui uma outra – esta sim boa e razoável – aposta: o de iniciar a construção da sede própria do Legislativo gasparense. Foi prometida por outros, que devido à falta de ânimo ou pressionado a interesses imobiliários, nunca foi adiante. Como presidente, Silvio afirmou que já regularizou o terreno e está em fase de contratação dos estudos para projetar o prédio e as instalações.
Dinheiro para construir o prédio e para inchar a Câmara será pouco ao mesmo tempo. Terá que fazer a opção por um ou por outro. Como gestor, todavia, demonstra temeridade tanto na defesa do inchamento desmedido, bem como casar isso com as despesas de construção da sede própria da Câmara. Tudo a ver com a situação da Saúde Pública, onde sempre palpitou no governo Kleber e ela está no caos onde está em Gaspar. E não é por falta de dinheiro que está sendo comido pelo Hospital, que ninguém sabe de quem é. Dinheiro que deveria estar nos postinhos, policlínica e farmácias básica. Acorda, Gaspar!
No comentário acima lhes mostrei que os cargos de assessoramento são criados, mas sempre com prévio loteamento partidário (tamanho das bancadas, ou quem tem mais vereadores leva mais vagas de comissionados) ou para atender a posição que se tem na mesa diretora da Câmara.
E hoje, cada vereador tem um assessor parlamentar de sua livre indicação. Devem trabalhar no gabinete ou podem cumprir tarefas externas, especificas e monitoradas.
O cabo eleitoral do mais longevo vereador de Gaspar e hoje, presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, o engenheiro químico José Carlos Spengler, sempre esteve pendurado na assessoria da tal Câmara Mirim, estando ou não Melato na presidência ou na Câmara. Desgastes para todos os lados para mantê-lo lá e se cumprir os tais acordos de loteamentos como lhes expliquei na abertura deste artigo. Mas, isso é passado.
Os que se elegeram presidentes da Câmara de Gaspar antes tiveram que se ajoelhar a Melato e ceder essa função para o seu indicado, mesmo que Melato não tivesse a prerrogativa de indica-lo por conta do tal loteamento.
Com a “surpreendente”, apesar desta coluna ter antecipado publicamente a possibilidade, eleição de Silvio Cleffi, PSC, para a presidência, naturalmente, a influência e todos os acertos prévios feitos por Melato foram por água abaixo. Diante da situação, o seu afilhado político e cabo eleitoral José Carlos foi defenestrado do cargo comissionado na gestão dos vereadores mirins.
Mas, como tem padrinho, e forte, José Carlos não ficou pagão.
Depois de receber tudo a que tinha direito, o suplente que está no lugar de Melato, José Ademir de Moura, PSC, teve que mandar o seu assessor parlamentar andar e aceitar no lugar dele, José Carlos Spengler. Normal. É do jogo. Nada a contestar. José Carlos foi nomeado em neste cinco de março pela Resolução da Mesa Diretora 20/2018. Ou seja, com pouco mais de um mês de novo contrato, ainda não teria direito a férias.
Perguntei ao vereador Moura na quinta-feira por onde andava o seu assessor. Até o fechamento desta coluna, nesta manhã desta terça, nenhuma resposta. É que ele, sem autonomia, comunicou a minha curiosidade ao padrinho do seu assessor para ambos darem uma resposta ou me ignorarem, como se assim, apagassem o fato.
A resposta não é para esta coluna: é para os gasparenses que pagam o vereador titular, ou o seu suplente e o respectivo assessor.
As redes sociais, registram pelo GPS que José Carlos estava a mais de 11 mil quilômetros de Gaspar, na Terra Santa, como Hebron, Jerusalém, numa excursão onde estão outros locais. Partiu daqui há mais de dez dias. Estaria em trabalho externos? Terra Santa é a Câmara de Gaspar!
Na Câmara, até quinta-feira quando questionei o suplente Moura, nenhum comunicado sobre o afastamento do servidor tinha dado entrada. Inquirida na mesma quinta-feira, na sexta-feira a Ouvidoria dizia desconhecer o assunto e que nenhuma licença especial havida sido pedida ou protocolada pelo suplente ou o seu assessor à Mesa Diretora. A não ser que o suplente de vereador invente, de última hora, alguma coisa retroativa.
E onde está a brecha para isso?
No próprio sistema de controle da Câmara!
Para os cargos comissionados esse controle é mensal, via “declaração” de cada vereador. Para os cargos efetivos o controle é pelo ponto eletrônico com apuração mensal e posterior apresentação à Presidência.
Moura é evangélico. Spengler, católico. Em tese, moralmente estão impedidos à declaração falsa.
E para uma Câmara que está denunciando casos de improbidade administrativa no Executivo – e se aplaude, pois é uma das suas funções -, não fica bem fechar os olhos para as suas próprias mazelas, quando ela mesma quer inchar de comissionados e efetivos, sem controles e punições, tudo para não prejudicar os políticos e o poder que eles possuem na instituição. Acorda, Gaspar!
No sábado, as 8.45 pedi à supervisora de comunicação da prefeitura de Gaspar, Ana Lúcia Matesco, um posicionamento oficial sobre a denúncia de duplo emprego público do secretário de Planejamento Territorial, Alexandre Gevaerd.
Só as 13.43 ela me retornou: “O prefeito Kleber Wan-Dall e sua equipe estão apurando a denúncia. Na segunda-feira, o colegiado, incluindo o secretário Gevaerd, reunir-se-á. Após isso, haverá posicionamento oficial. Assim que essa reunião findar, informo a decisão”.
Não precisava apurar. Era assunto velho, como mostrei na coluna de sábado à noite (20h). Estavam se enrolando, mais uma vez.
Ontem, segunda-feira, diante do que se manobrava para a imprensa não ir adiante no assunto, às 12.34, cobrei. Ela me respondeu: “Gabinete ainda não se posicionou”.
Para quem tentou se informar sobre o assunto e à queda de Gevaerd, por culpa da prefeitura e não dele, pois é um técnico competente, o único que sobrou no primeiro escalão do poder de plantão em Gaspar, dizia-se que estavam tentando encontrar uma saída honrosa e com isso ele até pudesse ficar no governo. Houve quem sugerisse a saída dele da condição de professor concursado da Furb, eliminado um dos empregos públicos, pois o acúmulo como está, é proibido constitucionalmente.
Fato um: esse assunto não era novo para o governo e o colegiado. Então, quanto mais demorar para a solução, pior será no âmbito jurídico e na imagem do governo.
Fato dois: o culpado não é a oposição, muito menos esta coluna que reproduziu fatos e até uma decisão que já existia no governo. Quem indicou Gevaerd foi Kleber, quem não tomou os cuidados para atender à legalidade, foi o prefeito de fato, advogado e secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira. Era função dele.
Fato três: E mesmo que o secretário Pereira falhasse, o que é possível até mesmo aos mais experimentados, há um filtro técnico na procuradoria geral, onde está uma equipe de oito especialistas técnicos no assunto e que tem a obrigação de verificar isso. Foi o doutor Pereira também que indicou a chefia por lá.
Fato quatro: ao admitir que está se tentando “encontrar” uma saída honrosa e "dentro" da lei, incluindo a eliminação do emprego por concurso de professor na Furb do secretário Gevaerd, a administração de Kleber, assume também e explicitamente o seu erro, e consequentemente a tipificação da improbidade administrativa. Afinal, Gevaerd está no governo desde o dia primeiro de janeiro de 2017.
Fato cinco: mesmo que houver a desincompatibilização de um dos empregos, nada apagará ou mitigará a responsabilização jurídica pelo que já se fez e gastou. Ou Kleber e os seus acham que o Ministério Público, o Tribunal de Contas, a Câmara em maioria na oposição e a Justiça vão fechar os olhos para o erro e suas consequências?
Fato seis: até a denúncia na terça-feira na Câmara, Gevaerd estava razoavelmente incólume, podendo alegar desconhecimento da legislação e a prefeitura se escudar num erro técnico, apesar dele ser imperdoável. Agora, não. Há conhecimento público, que demandaria imediata anulação ou regularização do ato, como atenuante. Quanto mais se protela, esta atenuante desaparece.
Fato sete: adiar as decisões e se deixar ao sangramento tem sido uma marca do governo de Kleber. Isso o enfraquece sob todos os aspectos. Virar a página e começar outro desafio imediatamente parece ser sempre algo distante. E assim vai ficando refém dos problemas. Quem mesmo o orienta?
Fato oito: a reunião do colegiado não tem hora para terminar neste assunto, apesar de outros mais importantes estarem na pauta. Quando acabar a reunião, virá um “press release”. Acorda, Gaspar!
O prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira, MDB, cruzou a Rodovia Jorge Lacerda, não viu um motociclista, provocou um acidente com o carrão da prefeitura recém comprado –e motivo de observações aqui.
Um jovem morreu e outra jovem está gravemente ferida. É culpado? O laudo comprovará. Mas, só isso! E que é muito.
Entretanto, nada deve ser comemorado por ninguém, muito menos por seus adversários. Vergonhoso. Um acidente é uma tragédia pessoal para os mortos e feridos, seus familiares, bem como um drama para os que se envolveram ou até causaram a tragédia sem a intenção.
Vamos a alguns fatos.
Primeiro, quem provocou o acidente não foi o prefeito de Ilhota. Foi o cidadão e motorista Érico. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, a não ser como uma mera referência. Ao que se sabe Érico ficou no local, chamou o socorro e feito os exames determinados pela lei, nada constatou de irregular.
Segundo: quem provoca ou só se envolve em acidentes de trânsito ou outros, tudo o que quer, é que o tempo voltasse atrás. Esta é a minha experiência (sem feridos e mortes). Foi assim, quando tive que relatar, por dever de ofício nas empresas onde assumi eventualmente a condição de porta-voz para anunciar e explicar algo desse tipo.
Terceiro: comparar o acidente de Érico com o recente caso de grande repercussão do ex-deputado João Alberto Pizzolatti Júnior, PP, beira um crime. Pizzolatti estava embriagado. Usou de artimanhas para fugir da responsabilidade.
Quarto: sou um crítico da suposta má gestão de Érico em algo público, mas principalmente dos seus erros e incoerências. Contudo, nada disso pode ser relacionado com o acidente como fazem alguns adversários de Érico e outros nas redes sociais. Isso é também crime e um desatino ético e moral. Por outro lado, mostra que Érico não está bem na foto com sua imagem. Deviam os ilhotenses terem tido piedade pela fatalidade.
Quinto: eu fui o primeiro a noticiar o fato e indica-lo como envolvido, graças a rede de fontes que possuo. Por questões tecnológicas, omiti a foto, a do carro de luxo e recém comprado, mas que permeou todos os noticiários, inclusive os daqui do portal.
O PT está dominando o progressista PSB que em Santa Catarina é presidido pelo conservador Paulinho Bornhausen (ex-PFL e DEM). Hoje o ex-secretário da Agricultura do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, Alfonso Hostert, ex-PRB, será empossado como presidente do PSB, no lugar do ex-vereador e presidente da Câmara, Giovânio Borges, que já foi PSD.
Na eleição passada, o PT perdeu o poder coligado com o PR, PDT, PPS e o PRB de Alfonso.
Na eleição passada também, o PT tinha uma segunda via: Marcelo de Souza Brick, PSD, que falsamente dividiu o partido para colocar Giovânio Borges, seu vice, no PSB. E se aliou com o PCdoB e o PPL, até então no governo do petista Zuchi. Ficou atrás do vencedor Kleber Edson Wan Dall, MDB e à frente do próprio PT com Lovídio Carlos Bertoldi.
Giovânio está trabalhando na prefeitura de Blumenau onde o PSB é governo com Mário Hildebrand, depois que o titular Napoleão Bernardes, PSDB, deixou o governo para concorrer a algum cargo político em outubro. Giovânio está vestido de vice numa chapa do PT de Gaspar.
O PT está reunindo no seu balaio o PDT, PCdoB, PSD, PPS, PSB, Silvio Cleffi que ainda está no PSC, além de outros nanicos. É para enfrentar o PMDB e o PP que apostam no esfarelamento com outros nanicos como o PSC e PTB.
Sobram o PSDB – sem a Franciele Daiane Back que está com o MDB de Kleber, e o DEM numa suposta terceira via. É cedo. Depois de outubro tudo mudará.
A coisa não está boa. Cláudio Appel da Silveira, filho do ex-governador Luiz Henrique da Silveira, MDB, acaba de ser nomeado “Assessor de Relações” Sindicais pelo governador Eduardo Pinho Moreira, MDB.
Belo exemplo. Pode um agente de trânsito, que possui conhecimento específico, que quando na ativa multava os infratores, ser ele pego com a documentação irregular do seu próprio veículo?
Aqui, uma bobcat da Ecosystem e que trabalha na limpeza da cidade foi recolhida na semana passada pela Ditran. Uma correria. Faltavam-lhe os documentos que comprovavam a propriedade e a autorização para transitar na cidade.
Como funciona a comunicação do governo Kleber via o lobby do MDB de Florianópolis. Ontem, dia 23, Cláudio Prisco Paraíso relatou que a dita majoritária oposição estava travando a aprovação do Projeto de Lei que autorizava Kleber Edson Wan Dall, MDB, contrair empréstimo de até R$ 20 milhões na Caixa para obras viárias.
Esse PL, o 103/2017 está aprovado desde a sessão do dia 17 de abril. Queixa e informação velhas.
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