12/03/2020
Tiro na CPI ou no próprio pé? I
Eu escrevi em dezembro do ano passado que a CPI sobre as supostas irregularidades nas obras de drenagem da Rua Frei Solano, no bairro do Gasparinho, em Gaspar, não daria em nada. Bingo! Não porque não se tenha nada ali para se apurar, ou porque a CPI seja apenas um cavalo de batalha para esmagada oposição na Câmara e que se tornou mais minoritária este ano, aparecer. Mas, porque a oposição foi “engolida” logo na instalação da CPI pela bem engendrada e lícita artimanha regimental do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, na Câmara. Resultado? Na CPI, a oposição ficou só com voz, porque nos votos, tudo está condenado ao que Kleber quiser esconder pelos prepostos, os vereadores Francisco Hostins Júnior, MDB, e Roberto Procópio de Souza, PDT, o qual já foi líder ferrenho e deu maioria à oposição em 2018 contra Kleber. Ambos são advogados e sabem o que fazem. Nem mais, nem menos.
Tiro na CPI ou no próprio pé? II
Os “cábios” que orientam e dominam o governo Kleber, neste caso – há muitos outros casos, isto sem falar nas sucessivas vinganças, a censura e às tentativas de interferir nas eleições da presidência da Câmara etc. Volto. Kleber e seus “çabios” cometeram pelo menos três barbeiragens contra um dos pilares fundamentais de confiança do governo com a sociedade: a transparência. A primeira foi a de sonegar, por um ano, informações completas sobre o que acontecia na Rua Frei Solano. Elas foram pedidas por requerimento e nem a Justiça foi capaz de demover Kleber da decisão de esticar a corda contra os vereadores, os representantes do povo e que é quem paga tudo isso.
Tiro na CPI ou no próprio pé? III
A segunda barbeiragem. Tendo a faca e o queijo na mão na CPI – Kleber quis dar uma de vestal e permitiu, num jogo arriscado e como se prova agora -, que se tomassem os depoimentos dos engenheiros da obra. Uma festa. Eles, mesmo que tivessem sido orientados, caíram em contradições e admitiram que se licitou, contratou e se fiscalizou uma coisa e se pagou outra. A terceira, foi a que revelei na segunda-feira no artigo escrito para o portal do Cruzeiro do Vale: a de que Hostins e Roberto decretaram o enterro da CPI exercendo a prerrogativa que possuem por serem maioria dela (há mais dois artigos escritos no portal sobre isso em segundas-feiras anteriores). O que está claro agora? Que alguma coisa precisa ser escondida e que o lema até então de “quem não deve não teme”, caiu por terra, ao menos na atitude. Com depoimentos válidos de testemunhas e não de informantes, mesmo que não apareçam no relatório da CPI e que possivelmente não será feito pelo relator Cícero Giovane Amaro, agora no PL, tudo irá parar no Ministério Público e o Tribunal de Contas. Meu Deus!
Tiro na CPI ou no próprio pé? IV
Tudo errado. E a barbeiragem começou no dia em que Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e os seus “çabios” constrangeram os vereadores – usando a comunidade ameaçada de enxurradas e esse expediente foi corriqueiro até aqui no atual governo - a aprovarem, na marra, sem debate e amadurecimento técnico, o Projeto de Lei no qual se passava da prefeitura para o Samae – do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP - a obrigação de se fazer drenagem – ou canalizar esgotos - por aqui. E o Samae não negou o que se previu. Em campo demonstrou não ter experiência e renda específica para este tipo de obra. E o que restou agora? O prefeito a seis meses da sua reeleição metido em dúvidas cruciais, escondendo fatos, ou usando a chicana processual na CPI para que mais nada venha à tona e complique ainda mais a sua imagem de gestor público e repórter de si mesmo. A imagem de Kleber complicada ela já está e ele, nervoso. Abri a coluna de hoje afirmando que a CPI da Frei Solano não vai dar em nada. Errei, mais uma vez. Já deu. Basta sentir o nervosismo no ar e olhar o que aconteceu em outubro de 2018 na mudança de humor dos eleitores nas urnas. Eles não admitem mais colocar uma peneira sob o sol, sejam eles jovens ou velhas raposas. E para complicar, agora os do governo, para atenuar a barbeiragem estratégica neste caso, disseminam duas coisas: a que o PT fazia o mesmo, ou seja, o MDB falhou na fiscalização e foi conivente; e de que a obra até pode ter problemas formais, mas ela funciona. Era só o que estava faltando. Acorda, Gaspar!
Marcelo de Souza Brick, ex-vereador, ex-presidente da Câmara, ex-candidato a prefeito derrotado em 2016, presidente PSD de Gaspar, no intuito de se dar bem mais uma vez e se aliar ao MDB, prometeu conter e calar o vereador Cícero Giovane Amaro.
Mas, a fiscalização dura de Cícero às dúvidas do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, continuou.
Para não atrapalhar os negócios políticos de Brick e como estava sendo cercado e ensacado pelo esquema político entre os mesmos em Gaspar, Cícero tomou uma atitude: na terça-feira, anunciou a sua saída do PSD onde esteve por quase 20 anos. Diz que está no PL.
Quem mais reclamou disso? Não foram eleitores e lideranças que rodeiam Cícero. Estranhamente, foi gente conhecida pelo puxa-saquismo no governo de Kleber. Ela foi escalada pelo poder de plantão para condenar à atitude de Cícero. Queriam-no sob cabresto. Não deu certo.
Ilhota em chamas I. Na edição impressa de sexta-feira passada, dei esta notinha: “com Brasília convulsionada por causa dos congressistas que queriam ser os donos do Orçamento do Executivo, cinco dos nove vereadores de Ilhota foram para lá a R$600,00 para cada um, por dia, além das passagens aéreas. Sobre o resultado real da excursão nada se falou até agora. Apenas fotos com alguns deputados para animar as suas redes sociais”.
Ilhota em chamas II. Um bafafá. Ninguém negou. E nem podia. Genericamente, um ou outro contra-argumentou que foi lá atrás de recursos. Nenhum cravou nada sobre o que realmente estava trazendo. Pegos, brigaram entre eles. Os podres e o passado expostos. A prova de que faltou imprensa porque ela é um perigo. Vergonheira.
Ilhota em chamas III. No final, todos concluíram que o culpado disso tudo era do Cruzeiro do Vale, o proprietário -e editor Gilberto Schmitt. Para eles, Gilberto é deveria esconder do povo – eleitores e eleitoras - as duas pequeninhas notas desta coluna. Outra vergonha.
Ilhota em chamas IV. Essas excursões de vereadores a Brasília precisam de transparência. Em Gaspar, por exemplo, escaldados e expostos aqui, os vereadores evitam-nas.
Ilhota em chamas V. Os deputados que os vereadores de Ilhota procuraram em Brasília só trabalham lá terça e quarta-feira. Os outros cinco dias, alegam que precisam ficar em Santa Catarina para atender à base. Qual a razão para não procurá-los aqui? O que os vereadores não querem na imprensa, está nos aplicativos de mensagens. Aliás, muitas destas conversas dão se levadas ao Ministério Público dá inquéritos e processos por improbidade e prevaricação. Ai, ai, ai.
José Carlos de Carvalho Júnior é dentista, ou seja, com curso superior. Ele acaba de fazer um concurso para ser técnico, ou seja, de nível médio: quer ser vigilante sanitário. Entre 18, ficou em quarto. Júnior, como é conhecido, está secretário de Saúde, depois de ser presidente da Fundação Municipal de Esporte e Lazer.
Pelo currículo, Júnior é antes de tudo um soldado do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB; Por isso, até colocou o seu nome para ser candidato a vereador. Entretanto, na Vigilância Sanitária, os efetivos estão arrepiados. Foram informados que vai se criar vagas para chamar o dentista. É o MDB imitando o PT.
A nova administração do Hospital de Gaspar quis impedir a entrada do Conselho Titular. Quer esconder as filas das crianças e adolescentes no Pronto Atendimento. Tem gente que entrou às 10h e as 15h não havia sido antendido.
Será neste domingo, às 9h, nas escadarias da Igreja Matriz de São Pedro, o protesto contra os congressistas que atrasam o Brasil e vivem chantageando – como nesta semana - os pagadores de impostos, o quais eles dizem representar. Acorda, Gaspar!
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