OS CAMINHONEIROS ESTÃO A SERVIÇO DOS PATRÕES E DOS POLÍTICOS SÃO TÃO RADICAIS E VICIADOS QUANTO ÀQUELES QUE ELES DIZEM COMBATER. OS OPORTUNISTAS JÁ ESTÃO AGARRADOS PARA SE SAÍREM BEM NA FOTO. - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

OS CAMINHONEIROS ESTÃO A SERVIÇO DOS PATRÕES E DOS POLÍTICOS SÃO TÃO RADICAIS E VICIADOS QUANTO ÀQUELES QUE ELES DIZEM COMBATER. OS OPORTUNISTAS JÁ ESTÃO AGARRADOS PARA SE SAÍREM BEM NA FOTO. - Por Herculano Domício

28/05/2018

OS POLÍTICOS DA ESQUERDA DO ATRASO QUEBRARAM O BRASIL, INCHARAM O ESTADO, AUMENTARAM OS IMPOSTOS PARA COBRIR PRIVILÉGIOS, MORDOMIAS E INCOMPETÊNCIA COM OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS. OS DA DIREITA XUCRA NÃO POSSUEM PROPOSTAS CONCRETAS, MAS MOBILIZAM OS INCONFORMADOS PARA NADA MUDAR.

O BLOQUEIO (NÃO A GREVE EM SI, QUE É LEGÍTIMA) QUER DIMINUIU NA MARRA OS TRIBUTOS DOS COMBUSTÍVEIS. E SOBRE OS OUTROS PRODUTOS E SERVIÇOS? NINGUÉM COBROU A DIMINUIÇÃO DO ESTADO. SÓ A DIMINUIÇÃO DO ESTADO PERMITIRÁ O CORTE DOS IMPOSTOS PARA TODOS, INCLUSIVE OS COMBUSTÍVEIS.

NO ACORDO FOI FEITO ONTEM CORTOU-SE ALGUMA DESPESA OU MORDOMIA DOS POLÍTICOS OU GOVERNOS? NÃO! CORTARAM ALGUM PRIVILÉGIO DOS POLÍTICOS E AGENTES PÚBLICOS? NÃO! REDUZIRAM OS GASTOS PÚBLICOS? NÃO! REDUZIRAM CARGOS COMISSIONADOS? NÃO! CORTARAM DIÁRIAS, AUXÍLIOS MORADIAS, CARTÕES CORPORATIVOS? NÃO!

ENTÃO VOCÊ VAI AINDA PAGAR MAIS DE IMPOSTOS EM OUTROS PRODUTOS PARA COMPENSAR O QUE SE PERDE NO ACORDO DOS COMBUSTÍVEIS. PIOR, VAI PAGAR MAIS CARO PELOS PRODUTOS NOS SUPERMERCADOS DEVIDO A ESCASSEZ. E A INFLAÇÃO VAI AUMENTAR. HOUVE ACORDOS, MAS OS BLOQUEIOS CONTINUAM.  GOVERNO FRACO,  SEM AUTORIDADE.

Não vou repetir o que a imprensa e a maioria dos brasileiros nas redes sociais já descobriram: não se tratou de uma greve de caminhoneiros, mas um lockout, com viés político e até ideológico, com bloqueio a todo tipo de carga em qualquer veículo, inclusive camionetas e furgões.

As grandes e médias empresas transportadoras organizaram, orientaram e suportaram o bloqueio (não a greve que é um instrumento legítimo reivindicatório), impedindo inclusive caminhoneiros que quisessem trabalhar ou circular. Não foi uma greve, foi um ato radical contra o direito de ir e vir. Igualzinho ao que fazem a CUT, MST, MTST, UNE, PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO, PDT para nos encurralar governos e a sociedade nas suas pautas particulares.

E para que? Para mandar mais os altos impostos deles para o povo, para aumentar seus lucros, para lançar bandeiras políticas a favor de Jair Bolsonaro e da volta da ditadura militar, tão perigosas quanto as bandeiras dos da esquerda do atraso e que quebraram o país, roubaram com seus sócios do Centro – como o PP, MDB e até PSDB - sem pudor os nossos pesados impostos e nos levaram a anos de atrasos.

Estamos mais uma vez nas mãos de gente inescrupulosa. Ela sabe o que está fazendo. Ela já percebeu que a maioria dos eleitores e eleitoras é feita de analfabetos, ignorantes e desinformados. Percebeu que o governo de Michel Temer e do MDB que nunca governou nada – só chantageou e chupinhou o governo dos outros – está morto, sem autoridade. Percebeu que a maioria de todos nós estamos cansados de pagar impostos a rodo e que deles nada vem de retorno. Então qualquer faísca, acende uma fogueira. E acendeu! Não precisou do MBL, do Vem Pra Rua e outros movimentos ditos “neutros” politicamente.

O petróleo aumentou no mundo inteiro. O dólar também. E os impostos no Brasil são absurdamente altos. E este é o verdadeiramente o problema. Mas, tirá-los dos combustíveis e colocá-los em outros produtos para todos nós pagarmos, não vai resolver o problema. É preciso diminuir o estado.  

E o problema não está somente no presidente no governador, no prefeito. O caos que manda a conta para nós da farra dos políticos, de verdade no Brasil, é o Legislativo, um dos mais corruptos e sacanas do mundo: deputados federais, senadores, deputados estaduais e vereadores é quem verdadeiramente desgovernam.

São eles que aprovam e rejeitam leis. E são eles, “nossos representantes”, cheios de mordomias, privilégios, e com chantagem, que em “nosso nome”, devido ao voto livre que lhes concedemos, colocam cada vez mais impostos contra nós, tirando renda, aumentando o custo de tudo para nadarem em privilégios e concederem aos que lhes apoiam e dividem a corrupção. É isso que mostrou o mensalão. É isso que mostra a Lava Jato.

E alguns desses parlamentarem estavam nas passeatas, inclusive em Gaspar, disfarçados de nossos aliados, arrumando culpados e nós (eu não), abraçados e batendo palmas.

DESCOMPASSOS

Por que o frete não aumenta na mesma proporção do aumento dos combustíveis? Porque há caminhões demais, financiados pelo governo para manter a indústria automotiva; porque há uma crise econômica criada por 13 anos governo populista e irresponsável do PT. Isso subutiliza a frota de caminhões disponível e deprime, consequentemente, os preços dos fretes. É a tal lei da oferta e demanda. Não há serviço para todos, e assim os preços caem. Os motoristas têm prejuízos. As empresas de fretes têm prejuízos.

Entretanto, é preciso reconhecer o que está à vista de todos: os impostos no Brasil são absurdamente altos. E nisso, não só os caminhoneiros têm razão como todos os brasileiros. E talvez seja isso que fez o povo ir às ruas ontem, em suposto apoio aos caminhoneiros. Mas, aposto que os nossos senadores, deputados e vereadores fingiram que não entenderam.

E quem são os culpados por isso? Nós! Fomos nós que elegemos (e reelegemos, e vamos fazer isso em outubro outra vez) políticos frouxos, incapazes, sem caráter, demagogos, populistas, fingidos, de lábia fácil e que nos falam em campanha o que queremos ouvir. Quando eleitos fazem dos seus cargos um despudorado balcão de negócios para si, familiares e amigos, são corruptos, vivem extorquindo seus eleitores para sustentá-los em mordomias, privilégios, poleiros no governo para seus cabos eleitorais, tudo pago por nossos pesados impostos.

E isso custa dinheiro, muito dinheiro. E quem paga? Nós, os eleitores dessa gente. E como? Pelos impostos agregados em tudo que consumimos.

Nos bloqueios – aqueles que foram montados de forma autoritária e negando à democracia, pois não permitem à passagem dos que não concordam com o movimento – nada se falou sobre como diminuir a carga tributária contra os brasileiros. Só o dos combustíveis.

Ora se não diminuir o estado, o custo do estado, não privatizar, se não terminar as mordomias, a corrupção, os salários de marajás, não há outra solução a não ser a de pagar os já altos impostos e aumentar ainda mais, por várias artimanhas que os governos fazem sempre em conluio de vantagens com os parlamentares que o apoia. É simples. Entretanto, a maioria de nós se nega a essa coisa simples e óbvia de exigir menos estado na nossa vida para sustentar com os pesados impostos. Os políticos são mais fortes do que nós, apesar deles dependerem dos nossos votos e supostamente estariam nas nossas mãos.

POR QUE OS IMPOSTOS SÃO ALTOS NO BRASIL?

Alguns exemplos de como o protesto dos caminhoneiros foi egoísta, cuidou apenas do seu problema particular e não tinha uma proposta para uma solução. A solução está no Congresso Nacional. Ele não trabalha. Os senadores e deputados estavam por aqui pedindo votos para se reelegerem nessa máquina de moer honestos, trabalhadores, empreendedores e pagadores de pesados impostos para sustentar uma máquina pesada, viciada, corrupta e ineficiente.

Em quase seis meses, o Congresso (Câmara e Senado), com centenas de parlamentares e milhares de assessores, que custa bilhões aos brasileiros, sustentado pelos nossos pesados impostos, trabalhou menos de um mês. Repito: menos de um mês e quando fez isso, fez contra o cidadão e o país.

Não se viu nenhuma faixa, placa, e voz contra isso nas manifestações dos caminhoneiros e do povo que foi as ruas enrolado nas suas bandeiras. Então tudo vai ficar igual. Não perca a peleja, não reeleja, diz um leitor de Brasília, assíduo da coluna.

Querem mais números? Dou alguns. Mas, há centenas de outras indecências pagas por nós e tudo legal, aprovada pelos senadores, deputados federais. Isto sem falar nos deputados estaduais e os nossos vereadores.

R$2 bilhões, repito, 2 bilhões dos nossos pesados impostos irão para os políticos fazerem campanha política agora em outubro e nos enganar. De onde vêm esses R$2 bilhões? Dos nossos pesados impostos e que estão no arroz, no feijão, em tudo, inclusive nos combustíveis. Virão da morte de gente na fila do SUS, da falta de segurança, da falta de creches, postinhos de saúde, remédios, hospitais ou da paralisação de obras...

Então quem é o culpado? Os deputados e senadores que elegemos e escolheram aumentar – ou deixar alto – os impostos ao invés de diminui-los. Dinheiro bom, para coisa ruim. Eles sabem que andamos de carros, as cargas vão de caminhão, que usamos ônibus, luz, trem, telefone, que comemos e aí agregam impostos federais, estaduais e municipais para sustenta-los à custa dos trabalhadores, dos cidadãos. Uma gula só.

R$50 bilhões por ano em precoces e super-aposentadorias de uma casta de servidores públicos. Rodrigo Maia, DEM, presidente da Câmara, deputado do Rio de Janeiro bandido e falido, que vive arrumando a cova do quase já morto Michel Temer, MDB, para assumir a presidência da República, a pedido da maioria dos deputados, inclusive catarinenses como Esperidião Amim Helou Filho, PP, que sempre foi contra, retirou a Reforma da Previdência da pauta.

Então, como a Previdência funcionalismo é deficitária e o tesouro precisa bancar em bilhões do rombo dela, esses impostos pagos até por desempregados, quando se alimenta, por exemplo, incidem sobre os combustíveis e outros produtos de primeira necessidade para pagar o rombo da previdência dos ricos funcionários públicos dos três poderes e dos políticos.

Mas, você cidadão, leitor da coluna, estava lá aplaudindo o seu deputado federal demagogo e irresponsável no bloqueio, ou escondido nas suas redes sociais, fingindo se a favor do corte de impostos dos combustíveis. O político fazia isso porque descobriu a força dos grevistas e ao apoiar estava pedindo votos. Entretanto, esse mesmo político, estava transferindo a conta desse corte de impostos dos caminhoneiros para você.

Como se pode cortar impostos de uma hora para a outra? Não há mágica. Há enganação aos analfabetos, ignorantes e desinformados. É dívida do governo que precisa ser honrada para a máquina funcionar. É corrupção que precisa ser movimentada. É poleiro que precisa ser criado em repartição pública. E tem mais...

R$20 bilhões por ano de custo de manutenção das estatais, loteadas para cabos eleitorais dos deputados, senadores e governadores e seus deputados, ou para políticos sem votos e incompetentes, quando não corruptos como mostra a Lava Jato a rodo, onde até o STF acoberta os grandes ladrões dos pesados impostos da República pagos pelos cidadãos. Não se viu nenhuma faixa, nenhuma placa, nenhuma voz contra estas indecorosas medidas de juízes que protegem os grandes corruptos da nação!

Rodrigo Maia, DEM, presidente da Câmara engavetou na semana passada à privatização da Eletrobrás. A razão disso? Os presidentes de partidos no governo e políticos em campanha eleitoral não queriam perder a boquinha no loteamento da estatal falida e que come dinheiro dos pesados impostos dos brasileiros. É dinheiro bom dos brasileiros dos pesados impostos que incidem sobre os combustíveis e os produtos de primeira necessidade.

R$ 10 bilhões ano são de supersalários de funcionários públicos (no Senado tem gente que faz fotocópia e ganha quase R$30 mil por mês, tudo legal, e aí se questionar isso é impossível e até crime). Então quem paga esses “direitos adquiridos” inventados por políticos, sindicatos de funcionários e por leis exigíveis? São os brasileiros, inclusive os caminhoneiros, os motoristas, motociclistas, tratoristas com os pesados impostos que pagam sobre os combustíveis e outros produtos de primeira necessidade.

R$14 bilhões ano da Justiça do Trabalho que pode ser absorvida pelo sistema comum, tudo pago pelos brasileiros com seus pesados impostos que incidem sobre os combustíveis e outros produtos de primeira necessidade.

R$1,5 milhão de auxílio de moradia para políticos, ministros, desembargadores, juízes, promotores que possuem moradias próprias nos locais onde atuam, tudo pago pelos brasileiros com seus pesados impostos que incidem sobre os combustíveis e outros produtos de primeira necessidade de todos os brasileiros.

A própria Petrobrás, estatal é um elefante que nós pagamos quando compramos os combustíveis do seu monopólio que se estabeleceu na Constituição cidadã e de esquerda. Ela tem uma receita anual de R$ 288 bilhões e 62 mil funcionários. A Exxon Mobil (e poderia pegar qualquer outra petroleira privada para comparar), tem uma receita anual de R$ 892 bilhões e 69 mil funcionários. Ou seja, para cada funcionário, a Exxon fatura R$ 12 milhões, enquanto a Petrobras fatura R$ 4 milhões, três vezes menos. Então você quando compra combustíveis no Brasil paga esse cabidão de empregos de altos salários e aposentadorias integrais.

Resumindo: se cortar, privatizar e reformar parte desse estado que faz da senzala a pagadora das contas da Casa Grande, vamos ter menos impostos, mais investimentos, mais dinheiro circulando, mais justiça social, menos centralização e dependência de Brasília, de Florianópolis. Não se viu nada disso nas manifestações dos caminhoneiros e muito menos nas passeatas de ontem, inclusive aqui em Gaspar.

Outra. A maior fatia dos impostos sobre os combustíveis, nem é Federal, alvo das manifestações e ataques dos caminhoneiros. É estadual, o ICMS. Por que não se atacou isso? E quando feito um pré-pacto em Brasília para o fim do movimento paredista dos caminhoneiros, o governador catarinense Eduardo Pinho Moreira, MDB, gritou e pulou fora. Disse, agora, que vai rever o que se negou a estudar...

Por que Eduardo Pinho Moreira, do MDB que é um desastre como governo em qualquer lugar, não aderiu?

Porque tem contas para pagar e sustentar uma máquina de gente empoleirada que vai ser cabo eleitoral dele e seus aliados em outubro.

Por que o governador não deu a sua cota de sacrifício para os caminhoneiros?

Porque ele sabe que lhe faltará dinheiro, apesar dos já altos impostos. Mas, também não fez nenhum gesto. Nenhum deputado fez para reunir uma maioria e por exemplo cortar cem por cento as tais Agências de Desenvolvimento Regional, diminuir o número de comissionados, rever privilégios, aposentadorias precoces...?

Então. Por que o movimento não tratou claramente desses assuntos? Porque o movimento era político e sem lideranças dos caminhoneiros, que foram bucha de canhão de empresários do setor, como o Emílio Dalsochio, um dos maiores transportadores de combustíveis do Brasil.

Era um movimento para um candidato. Era ideológico. Não estava atrás claramente de cortar impostos de forma estruturada. Apenas tratou salvar os empresários do setor e transferir os pesados impostos que eles deveriam pagar e embutir nos fretes, para compor os custos dos produtos que compramos. Então o que os donos de empresas de transportes não vão pagar, os demais brasileiros, mesmo desempregados, vão desembolsar todos os dias.

A INCOERÊNCIA

Não defendo o fim da greve. Penso que, quem a faz deve saber o que está fazendo e deve arcar com os prejuízos decorrentes dela.

Em decorrência dela, infelizmente, o Brasil vai ficar mais pobre, vai piorar o crédito com os investidores que perceberam que estão reféns de gente que só pensa nela e em golpe. Vai se produzir mais inflação, os produtos vão aumentar os preços pela escassez, pela desorganização do mercado e até pela queda da referência que tínhamos e assim podíamos controla-los na concorrência com os supermercados. Vai aumentar o desemprego pela desconfiança do mercado até as eleições além dos prejuízos que terão que ser cobertos pelos produtores. Isso vai diminuir riquezas e tirar dinheiro de circulação e com mais impostos.

Sou contra o uso dos caminhoneiros pelos empresários do setor (menos de 30% são autônomos e desses 60% estão ligados a empresas por contratos), pelos políticos oportunistas de sempre e o rateio dos impostos que é dever deles pagarem, por toda a sociedade.

Omissos, os caminhoneiros não atacam o cerne da questão, que é a corrupção, a estrutura inchada do estado, os privilégios, super-salários, super-aposentadorias precoces de políticos e agentes públicos, enquanto 63% dos brasileiros da iniciativa privada se aposentam aos 66 anos com um salário mínimo, o Congresso Nacional que cria a torto e a direito impostos, não vota, não trabalha, não corta na carne, não deixa o país avançar e chantageia o fraco presidente de plantão para ter vantagens eleitorais, pessoais e políticas com os pesados impostos de todos os brasileiros.

Pessoalmente sou contra o egoísmo de uma categoria. Ela apenas repassou o que é de sua responsabilidade pagar para os demais brasileiros. Sou contra o uso político para defender uma candidatura de um aventureiro. Sou contra a volta da ditatura militar que defenderam abertamente nos bloqueios, porque quem pede de volta a ditadura não conheceu esses tempos sombrios e devia saber que se ela estivesse vigente, não haveria protesto nenhum dos caminhoneiros mesmo que eles tivessem prejuízos, não haveria oportunidade de mudanças, alternância de poder e nem possibilidade manifestação como esse próprio lockout, disfarçado de greve. Com ditaduras, de esquerda ou de direita, sempre haverá perseguição como há na Venezuela, em Cuba, Turquia...

Sou contra o oportunismo, como aconteceu em Gaspar onde um posto de combustível, vendo que o caos se instalou na cidade, em segundos aumentou o seu preço para explorar e ter lucros com a situação. Depois tentou, por todos os meios, sufocar a notícia do ato. As redes sociais, felizmente, ficaram fora do seu controle. Sou contra o presidente do Sindicato dos postos vir a público defender o movimento, vislumbrando vantagens no caos. Agora, está amargando prejuízos.

Sou contra o vereador que apareceu nos pontos de bloqueios – e não de greve – dando apoio, mas na Câmara, votou para acrescer por ano R$600 mil numa Reforma Administrativa. Ela vai consumir mais impostos dos gasparenses. Sou contra outros vereadores fazendo manifestações em mesmo tom nas passeatas, na maior cara de pau, quando defendem aumentar cargos comissionados caros na Câmara para todos pagarem com seus pesados impostos. Não se viu ninguém na passeata em Gaspar questionando isso.

Sou contra a cara de pau de alguns políticos que participaram da marcha de domingo em Gaspar, que fazem o mesmo na Câmara: aumentam impostos contra o povo, defendem privilégios de servidores, tudo pago pelos cidadãos. E ninguém reclamou disso. Faltou ação concreta dos manifestantes a favor da sua cidade.

E devemos cuidar com a nossa coerência no discurso. Quem defende o corte de impostos na nossa vida não pode ser a favor de educação gratuita em todos os níveis e para todos, saúde gratuita e universal para todos, lazer gratuito para todos, aposentadoria integral sem ter contribuído nem para o mínimo do mínimo, concurso público a rodo com emprego de bom vencimento e se possível sem nunca trabalhar pagos pelos pesados impostos de todos... É uma matemática que não fecha.

Como escreveu Mário Sabino, ex-Veja e editor da Cruzoé: “o Brasil é feito por amadores, como demonstra mais essa crise. Partidos amadores, governos amadores e um resultado desanimadamente amador. O país é profissional no amadorismo - e na roubalheira”.

E alguém tem dúvida que por detrás – em alguns casos bem à frente de todos nós - desse caos não está os que apoiam a candidatura de Jair Bolsonaro, PSL? Veja só a senha que ele escreveu no seu próprio Twitter ontem, estimulando ainda mais a balburdia, pedindo votos e já lançando antecipadamente o perdão aos piqueteiros: “qualquer multa, confisco ou prisão imposta aos caminhoneiros por Temer/Jungmann, será revogada por um futuro presidente honesto/patriota”. Então: sem programa, sem discurso, sem proposta, ele parece já ter definido as linhas gerais do seu governo: a bagunça.

E para finalizar, prova de que a direita xucra e a esquerda do atraso estão unidas é que os caminhoneiros prometeram entregar a greve (bloqueio) na quarta-feira, quando inicia a greve dos petroleiros, para alimentar a campanha do réu Luiz Inácio Lula da Silva a presidente. Estamos bem. Wake up, Brazil! Acorda, Gaspar!

CORAÇÃO, AMIGOS, CAVALOS, IDÉIAS, CORAJOSOS, SIMPLICIDADE E SEM POLÍTICA PARTIDÁRIA. ASSIM NASCEU EM GASPAR UM DOS MAIORES CTGs E RODEIOS DE SANTA CATARINA

Este final de semana, apesar de todos os percalços que se somaram, foi realizado o Rodeio Crioulo do CTG Coração do Vale, na “Arena Multiuso”. A área foi preparada às pressas pela prefeitura para o evento (e o Stammtisch do Cruzeiro do Vale, realizado lá há duas semanas).

O primeiro percalço foi o comprometimento da “Arena” devido ao abandono dela e decorrente da disputa judicial imposta pelo ranço e à violência contra a propriedade privada dos outros pelo governo petista de Pedro Celso Zuchi. Está no DNA da esquerda do atraso tomar o que é dos outros, dificultar à competição e à livre iniciativa, bem como aumentar impostos para assim sustentar a paquidérmica e cara máquina de governo, empresas estatais deficientes e deficitárias. Todas feitas para discursos ufanistas e principalmente para empregar os seus incompetentes.

Então, diante dessa judicialização e que impedia a prefeitura de usá-la como se um bem público fosse, os organizadores do CTG Coração do Vale não sabiam se poderiam contar com ela e ter o evento na magnitude dos anos anteriores. E uma festa como essa não se faz do dia para noite. Ela “começa” já no dia seguinte ao término dela, ou seja, um ano antes. Quem lida com isso, sabe como é.

Tudo ficou comprometido no ano passado diante da incerteza que se estabeleceu para este ano.  Kleber Edson Wan Dall, MDB, todavia, ao contrário da truculência do governo do PT que escolhe empresários, empreendedores e proprietários para as lições, soube dialogar com os donos das terras em litígio, Gerhard Fritzche, via ex-administrador da ex-Fazenda Juçara, Mário Bernardi, para provisoriamente, ao menos, os gasparenses desfrutarem daquele espaço para lazer em diversas atividades neste ano.

O segundo percalço, foi o bloqueio das rodovias pelos “democráticos”, donos de empresas de transportes e que usaram os caminhoneiros como bucha de canhão para as suas reivindicações econômicas e políticas, por um diesel “barato”, mas subsidiado pelos nossos pesados impostos, por Jair Bolsonaro, pela intervenção militar e outras bobagens desse tipo. Como a festa dependia do transporte de animais de competição e montaria, não só da região e por ela ter uma dimensão estadual, tudo ficou inseguro e comprometido. A festa ficou menor, infelizmente.

A HOMENAGEM

Mas, este não é o tema deste meu comentário desta segunda-feira. Ele foi feito para relembrar os pioneiros e que foram, de forma justa, homenageados no início de mais uma edição do Rodeio daqui.

Gaspar, tem um velho hábito de se perder na memória, isso quando a história é recontada de acordo com alguns que não a viveram plenamente ou possuem o interesse de serem heróis daquilo que não acreditavam, mas deu certo. E aí os anônimos, os associativistas e líderes das iniciativas são substituídos pelos oportunistas de plantão, que vendo a coisa grande, tornam-se os pais, padrinhos e até dono do sonho, sacrifício e trabalho dos outros.

Lá se vão quase 40 anos. Foi numa reunião despretensiosa no rancho da Dona Herta Bonetti Conceição, mãe do Salésio, que no dia 30 de outubro de 1978 nasceu o CTG Coração do Vale. A reunião em ranchos era coisa meio comum daquela época, lembro-me. Reunia-se em locais rústicos do centro e de áreas rurais para se prosear, beber, comer e até ouvir um acordeom ou violão.

A HISTÓRIA

Gente de boa memória deve se lembrar daquele dia.

Na quinta-feira à noite da semana passada foi dia de lembrar o início de tudo e homenagear. Alguns deles nem estão mais vivos. Risadas, lágrimas, histórias, agradecimentos. Foram homenageados como sócios fundadores: Adolfo Pedro Isensee (in memorium), Carlito Vieira, Curt Schramm (in memorium), José da Silva, o popular Zequinha da Celesc, Luiz Arthur Wanzuit (Pelé), Luiz Henrique de Souza, (Luiz Penteado), Manoel Schmitt (in memorium e conhecido como Maneca), Mauricio da Costa (Maurico), Nelsito Ferreira (in memorium), Renato Abelardo Beduschi, Roberto Tonioli (Beto), Salésio Conceição, Waldemar Warmling (in memorium). Como sócio patronal Antônio Costa (in memorium). E como primeiros associados Atalíbio Xavier (in memorium, o Ataliba) Edson Gaertner (in memorium, o Arara), Edson Negromonte, Marcos dos Santos (in memorium, o marco rocha) e Tarcísio da Costa.

As tímidas festas e competições campeiras começaram onde hoje está campo do Tamandaré. E tudo se sofisticou com o incentivo dos pioneiros como prova de rédeas, dança das cadeiras, da estafeta, boi na vara, entre outras. Do Tamandaré tudo se mudou para os Carijós. E cada vez mais público.

E o que era um um encontro entre amigos se tornou um evento marcante a partir de 1981. Foi lá que começaram as tratativas com o Curt Schramm, o Coti e seu irmão Arno Schramm, proprietários de um imóvel na Rua Rodolfo Vieira Pamplona, no Bairro Gaspar Mirim. A Cancha recebeu o nome de Engelbert Schramm, pai dos dois proprietários. Inaugurada em maio de 1982, foram realizados lá mais de 30 Rodeios Crioulos. Ficou pequeno. Depois, ele foi parar na “Arena” Multiuso, levado pelo PT. Local adequado, se não houvesse a truculência na desapropriação do governo Zuchi. Hoje, tudo está ameaça. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1853 - segunda-feira

Comentários

Herculano
29/05/2018 07:24
HOJE É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, ATUALIZADO E ACESSO DE GASPAR E ILHOTA
Sidnei Luis Reinert
28/05/2018 16:04
QUE TAL COLOCAR A MATÉRIA NA ÍNTEGRA PARA NÃO PARECER PARCIAL?


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Caminhão carregado de combustível chega em Gaspar escoltado pela PM
28/05/2018
Caminhão carregado de combustível chega em Gaspar escoltado pela PM

Um caminhão tanque carregado com 20 mil litros de combustível chegou em Gaspar por volta do meio dia desta segunda-feira, dia 28 de maio. Ele veio de Itajaí até o Posto Julinho Zimmermann, localizado no Centro da cidade, escoltado pela Polícia Militar de Gaspar. O caminhão abasteceu o posto com 10 mil litros de gasolina e 10 mil litros de diesel. O combustível é destinado exclusivamente ao abastecimento de viaturas oficiais da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Estadual.

Os postos de Gaspar continuam sem combustível à venda para a população.

Outra escolta
Na terça-feira, dia 29 de maio, a PM de Gaspar fará a escola de outro caminhão tanque. Desta vez, o combustível sairá de Guaramirim com destino à Secretaria de Obras de Gaspar. Ele fará o abastecimento dos carros da Secretaria de Saúde e Conselho Tutelar e das viaturas do Corpo de Bombeiros e Samu.

http://www.cruzeirodovale.com.br/geral/caminhao-carregado-de-combustivel-chega-em-gaspar-escoltado-pela-pm/
Herculano
28/05/2018 15:59
MANIFESTAÇÃO A FAVOR DE MENOS IMPOSTOS PROMOVIDA PELA CDL DE GASPAR TEVE DISCURSO DO PREFEITO KLEBER EDSON WAN DALL, MDB. FOI APLAUDIDO!

AGORA DIMINUIR A ESTRUTURA PÚBLICA QUE COME OS PESADOS IMPOSTOS DOS TRABALHADORES, NADICA DE NADA. ENTÃO NADA VAI MUDAR OU SER RESOLVIDO.

O STAFF DE COMISSIONADOS DA PREFEITURA ESTAVA LÁ

FOI REZADO ATÉ UM "PAI NOSSO",PUXADO PELO FREI PAULI JACK, PÁROCO DA IGREJA MATRIZ DE SÃO PEDRO APóSTOLO.

REZAR É BOM. MAS O QUE RESOLVE MESMO SÃO AS ATITUDES DOS ELEITORES, ELEITORAS E POLÍTICOS RESPONSÁVEIS NA GESTÃO PUBLICA. FALTA-LHES RESPONSABILIDADE PELO QUE SE DEPREENDEU DOS DISCURSOS

A DEMAGOGIA, ENTRETANTO, FAZ PARTE DA MÁ POLÍTICA E DOS POLÍTICOS PARA ENGANAR OS ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS.

SE ISSO NÃO FOR DESMASCARADOS, OS POLÍTICOS PROFISSIONAIS ESTARÃO AI, PARA O OPORTUNISMO

O VEREADOR CIRO ANDRÉ QUINTINO, MDB, EX-PRESIDENTE DA CÂMARA DE GASPAR, CABO ELEITORAL DO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA, ALDO SCHNEIDER, MDB, AGARRADO AO PARTIDO, DISCURSOU TAMBÉM.

A CARA DE PAU DELE NÃO IMPEDIU DELE O BORDÃO "FORA TEMER" E FOI APLAUDIDO. PERCEBERAM POR QUE O BRASIL NÃO AVANÇA E OS ELEITORES SÃO OS VERDADEIROS CULPADOS PELA DESGRAÇA QUE NOS ATINGE?

MICHEL TEMER NÃO ERA O PRESIDENTE NACIONAL DO MDB DE CIRO E SEU HER?"I ATÉ ENTÃO? MICHEL TEMER NÃO É O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ONDE KLEBER E CIRO BUSCAM RECURSOS PARA GASPAR? E NUM MOMENTO DELICADO, COMO JUDAS NA SANTA CEIA, COMO A GENI DE CHICO BUARQUE, CIRO QUER A DEPOSIÇÃO DE TEMER, PARA SE GARANTIR COMO CABO ELEITORAL DOS SEUS CANDIDATOS EM OUTUBRO DESTE ANO, TODOS DO MDB?

ESPERTO, CIRO ESPEROU TEMER SE TORNAR UM CADÁVER E SE NEGA EMBALSAMÁ-LO. ANTES SUGOU TUDO E NA CÂMARA HÁ VÁRIOS REGISTROS RECENTES LOUVANDO O PRESIDENTE DE PLANTÃO.

CIRO QUER SEPARAR O MDB DE TEMER? QUEM FARIA ESSA DISSOCIAÇÃO? A NÃO SER QUE CIRO ESTEJA FORA DO MDB. COM A PALAVRA O PRESIDENTE DO MDB DE GASPAR, VALTER MORELO. ACORDA, GASPAR!
Herculano
28/05/2018 13:41
DONO DE POSTO QUE DEFENDEU A GREVE DOS CAMINHONEIROS FOI O PRIMEIRO A RECEBER COMBUSTÍVEL. E COM ESCOLTA. DEVERIA, POR COERÊNCIA, SER O ÚLTIMO. OU NÃO?
Herculano
28/05/2018 13:21
OS CAMINHONEIROS PASSARAM O QUE "GANHARAM" PARA TODOS OS OUTROS BRASILEIROS E ELES MESMOS. EM ECONOMIA NÃO HÁ MÁGICA. GOVERNO NÃO FAZ DINHEIRO. ELE MAL USA OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS PARA A MÁQUINA INCHADA, A CORRUPÇÃO E A INCOMPETÊNCIA. E ISSO NÃO ESTAVA EM NENHUM MOMENTO NA PAUTA DAS REIVINDICAÇÕES

"HAVERÁ AUMENTO DE IMPOSTOS PARA ALGUÉM", DIZ MINISTRO DA FAZENDA SOBRE PREÇO DO DIESEL

Guardia explica subsídio do governo para garantir preço mais baixo do diesel.

Conteúdo do Informe Econômico. "Haverá aumento de impostos para alguém", disse nesta segunda-feira (28) o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, a respeito da compensação fiscal para garantir a queda do preço do diesel anunciada pelo presidente Michel Temer no domingo. Ele ponderou, entretanto, que não se trata de uma medida onde o governo aumenta impostos, e sim balanceia os custos de um lado cobrando em outro.
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"Não estamos fazendo isso [aumentar imposto], estamos só sendo neutros. Se não vai parecer que aumentou imposto, mas eu não fiz isso, eu cortei despesa", argumentou. "Poderia ter uma criação de um novo imposto, mas não está sendo feito isso", continuou.

Segundo ele, o governo ainda não definiu quem pagará mais caro. A compensação poderá vir tanto por meio de impostos mais altos para a população como pelo fim de algum benefício fiscal - de todo modo, deverá vir de algum lugar.

A fala se deu em uma coletiva onde o ministro explicou como funcionará o subsídio governamental ao preço do combustível. Basicamente: parte do corte será garantido por cortes de impostos; o restante deverá ser garantido com medidas de crédito extraordinário.

Na entrevista, Guardia lembra que os tributos federais presentes no diesel são CIDE (0,5 por litro) e PIS/Cofins (0,41 por litro). Na parte de impostos, o governo garantiu uma redução de R$ 0,16 por litro - correspondendo a todo o CIDE e parte (R$ 0,11) do PIS/Cofins, valor que será compensado com arrecadação em outras frentes.

Além desses R$ 0,16 - máximo permitido para a redução por conta da Lei de Responsabilidade fiscal -, o restante da redução no preço ao consumidor, ou seja, R$ 0,30 por litro, virá por meio de crédito suplementar e deverá ser aprovado pelo Congresso.

"Não podemos fazer reduções de impostos ao longo do exercício sem adequada compensação financeira: para reduzir imposto ou eu crio um novo imposto ou aumento um imposto", disse o ministro.

Crédito extraordinário

"Temos que fazer pelo menos duas medidas provisórias: a primeira é criação desse programa de subvenção de 30 centavos de agora até o fim do ano", diz o ministro. A outra é o crédito extraordinário que permitirá essa redução - algo que não estava previsto no orçamento.

Será encaminhado ao Congresso Nacional, portanto, um pedido de abertura de crédito extraordinário - crédito este que pode chegar a custar R$ 9,5 bilhões aos cofres públicos "no máximo", disse Guardia. O custo pode ser menor caso o preço do petróleo caia ou o câmbio diminua os custos até o final do ano, "mas não será maior", garantiu.

Essas duas medidas poderão ser publicadas por lei ou por decreto, e ainda não há mais informações a respeito.

Desses potenciais R$ 9,5, R$ 3,8 bilhões serão cortados de dotações já estabelecidas dentro do teto de gastos - ou seja: o governo tinha uma margem dentro dos gastos já previstos, margem esta que ficará menor. "Vamos usar a margem que nos tínhamos e vamos cortar despesas", disse o ministro, sem descartar um programa de subvenção e tampouco detalhar os planos para esse corte.

O que Guardia garantiu, entretanto, é que o governo atual arcará com todos esses gastos. "Não haverá nenhum impacto para o próximo governo. Nós vamos arcar com todos os gastos até o final deste ano", disse.

Petrobras

Após o início formal do programa anunciado, os reajustes de preço da Petrobras só voltarão a acontecer depois de 60 dias. Depois destes 60 dias, os novos reajustes passarão a ser mensais - sem prejuízo para a companhia. Será feito o cálculo do preço para que haja compensação, mesmo com o período mais longo.

Em outras palavras, toda a redução de preço virá do subsídio do governo. A Petrobras mudará apenas o período de aumento dos preços.

Quando o preço cai?

Não será imediato o impacto para o consumidor - provavelmente chegará apenas ao longo desta semana. Para que a redução de R$ 0,30 chegue às bombas de combustíveis, é necessário que seja publicada a medida provisória de crédito extraordinário, algo que o governo pretende fazer hoje; que a Petrobras aprove a nova política de preços em seu Conselho, algo que será apreciado amanhã e, por fim, que seja feito o contrato para dar execução a isso.
Herculano
28/05/2018 12:31
NADA COMO UM GOVERNO FRACO PRESSIONADO POR GRUPOS DE INTERESSE, por Marcos Lisboa, economista, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda

Pago por todos nós, acordo com caminhoneiros foi feito ao arrepio da lei

O Estado de Direito, os pesos e contrapesos da democracia e o respeito aos mecanismos de propor novas regras do jogo podem ser imperfeitos. Pior, apenas, é a alternativa.

Temos assistido nos últimos anos, de forma crescente, a grupos defenderem seus interesses na contramão das dificuldades do país.

O mais recente é a paralisação dos caminhoneiros autônomos.

Um único acordo propõe desrespeitar tantas leis e o Poder Executivo acha razoável continuar com a negociação.

O acordo imposto ao governo federal pede reserva de mercado a sindicatos de motoristas autônomos para oferecer serviços de transporte, que ficariam dispensados da lei de licitação; pede tabelamento de preços para o transporte por caminhões.

A conta será paga pelo contribuinte. Por todos nós.

Nada como um governo fraco pressionado por grupos de interesse em meio a muitas tentativas de implementar o que se acha correto, mesmo que ao arrepio da lei. Não tem dado certo. Basta olhar para trás.

Há uma bem-vinda insatisfação com a corrupção. Agentes do Estado têm buscado punir o malfeito.

Algumas vezes, porém, as regras existentes dificultam o andamento dos processos. A reação em alguns casos foi desrespeitar as regras.

O descontrole não começou recentemente. O governo anterior adorou programas de incentivo que claramente violava as regras da OMC (Organização Mundial de Comércio), da qual o Brasil é signatário.

Pois bem, o programa fracassou, o país desperdiçou uma enormidade de recursos e fomos condenados pela OMC.

Em 2013, o governo quis aumentar os gastos públicos e permitir que os estados fizessem o mesmo. Mas não havia dinheiro.

Foram criados inúmeros artifícios, como o aval para que estados tomassem empréstimos mesmo que a análise risco indicasse que não conseguiriam pagar as suas dívidas.

Regras contábeis foram manipuladas para permitir que o governo federal continuasse a expandir os seus gastos sem que isso ficasse aparente nas contas públicas.

Deu tudo errado.

Os estados quebraram e a crise fiscal do governo federal se tornou inevitável, com graves consequências para o país.

O descontrole do país resulta dos muitos grupos que defendem seus interesses particulares ainda que em prejuízo do país, em meio a salvadores da pátria que acham razoável descumprir a lei para fazer o que acham melhor.

Dissemina-se o desrespeito à norma legal.

Vamos sucumbir aos chantagistas e aos autoritários; ou vamos resgatar o respeito ao Estado de Direito?
Herculano
28/05/2018 12:27
É O TERCEIRO ACORDO QUE OS CAMINHONEIROS FAZEM COM O GOVERNO PARA ACABAR O BLOQUEIO DAS ESTRADAS

E NENHUM DELES FOI CUMPRIDO ATÉ AGORA POR PARTE DOS CAMINHONEIROS. É QUE QUANDO CHEGAM ÀS BASES, OS PATRõES RESOLVEM ESTICAR AINDA MAIS A CORDA

NÃO SERIA O CASO DO GOVERNO DEIXAR DE SER ENGANAR E ADMITIR QUE ALÉM DE FRACO É FEITO DE BOBO? NÃO SERIA MAIS SÉRIO OS PATRõES COLOCAREM A CARA E ASSUMIR ÀS RÉDEAS DA NEGOCIAÇÃO?

FINALMENTE: NÃO SERIA MAIS HONESTO OS CAMINHONEIROS QUANDO A MESA DE NEGOCIAÇÃO POR A CARTA CERTA NA MESA: Só TERMINAM A GREVE QUANDO MICHEL TEMER, O MDB E SUA TURMA CAÍREM?

ORA, SE ESTUDOS MOSTRAM QUE Só 30 POR CENTO DOS CAMINHONEIROS SÃO AUTôNOMOS E DESSES, 70% TRABALHAM PARA EMPRESAS - QUE INCLUSIVE OS AJUDARAM A COMPRAR OS CAMINHõES, CUJAS PRESTAÇÕES ESTÃO ATRELADAS AOS FRETES, FICA CLARO QUE A GREVE NÃO É EXATAMENTE DOS CAMINHONEIROS AUT?"NOMOS, ATÉ PORQUE NÃO TERIAM COMO SE SUSTENTAR PARADOS E COM AMEAÇAS DE BOICOTE EM FRETES FUTURO, DEIXANDO MAIS ESPAÇOS PARA AS EMPRESAS QUANDO SE RESTABELECER À NORMALIDADE. ENTÃO?

Herculano
28/05/2018 12:19
O BRASIL EM QUEDA LIVRE

Pesquisa Focus do Banco Central divulgada agora há pouco já mostra as primeiras consequências da paralisação dos caminhoneiros na economia do país desgovernado:

Na quarta semana de queda, a projeção do crescimento do PIB para este ano cai de 2,5% para 2,37%

Juros deverão subir para 8% no final do ano

Dólar sobe 10% em relação à semana anterior e deverá terminar o ano em R$3,80

Governo anuncia corte de mais R$ 3,8 bilhões no orçamento para cumprir acordo com caminhoneiros.

E a greve ainda não acabou.

E quem vai pagar tudo isso: os brasileiros,inclusive os desempregados
Herculano
28/05/2018 11:49
VOCÊ VIU ALGUM GREVISTA A SERVIÇO DOS PATRõES PEDIR ISSO PARA TODOS OS BRASILEIROS

Redução dos 16% em impostos federais? Não.
Redução dos 29% em impostos estaduais? Não.
Abertura real do mercado de exploração de petróleo? Não.
Privatização da estatal petrolífera? Não.
Cortar privilégios da classe política? Não.
Herculano
28/05/2018 11:32
O MOLEQUE DO BRASIL NA CASA DA CHANTAGEM E DA CARA PREGUIÇA NÃO QUER PERDER O PROTAGONISMO PARA PIORAR A VIDA DE TODOS OS BRASILEIROS E VAI A FORRA IRRESPONSÁVEL

APóS LEVANTE, MAIA DECIDE ACELERAR VOTAÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA NA CÂMARA


Conteúdo da coluna Painel (Daniela Lima), no jornal Folha de S. Paulo. Antes que seja tarde O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai acelerar a tramitação da reforma tributária, que prevê a unificação e redução de alguns impostos. Ele pediu ao relator da proposta, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que monte uma junta de tributaristas renomados. A ideia é fechar um texto para ser colocado em votação em comissão da Casa logo após o feriado desta semana. Maia tenta, com isso, dar uma resposta à mobilização social desencadeada pela paralisação dos caminhoneiros.

Sem gás
Maia se reunirá com Hauly nesta terça (29). A tentativa de antecipar a votação esbarra em um problema: ninguém consegue assegurar o desembarque dos tributaristas em Brasília por causa dos cancelamentos de voos decorrentes da falta de combustível.

Salve-se quem puder
Conversas sobre o impacto de eventual manutenção do levante dos caminhoneiros mesmo após o generoso pacote de medidas anunciado por Michel Temer tornaram-se frequentes em Brasília.

Salve-se quem puder 2
É consenso que o governo vive momento delicado e que, dada sua baixa popularidade, não seria possível prever o dia seguinte a manifestações de rua.

Esticar a corda
Logo após o anúncio do presidente neste domingo (27), representantes dos caminhoneiros divulgaram áudio com ordem para manter a mobilização. "Depois que estiver no Diário Oficial, aí sim, faremos o anúncio de acabou", diz a mensagem.

Vida real
Diretores de unidades hospitalares começaram a entrar em contato com parlamentares para alertá-los de que, a partir desta segunda (28), temem não ter nem sequer funcionários para realizar procedimentos.


Não passará
Siglas que querem barrar a candidatura de Dilma Rousseff (PT-MG) ao Senado se preparam para, caso ela seja mesmo registrada, ingressar com ação pedindo que a petista seja enquadrada na Lei da Ficha Limpa.

O verão passado
A tese parte do princípio de que Dilma foi condenada por um colegiado - o Senado - no impeachment e, por isso, não poderia concorrer. Em pesquisa recente ela aparece empatada tecnicamente com Aécio Neves (PSDB-MG) na liderança.

Pelo retrovisor
Pontos do acordo que Temer propôs aos caminhoneiros preocupam órgãos do governo. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), por exemplo, vê com extrema desconfiança o nivelamento de preços por meio de uma tabela de referência para fretes.

Pelo retrovisor 2
No formato apresentado pelo Planalto, essa tabela seria atualizada trimestralmente. Integrantes do Cade dizem que a proposta é um verdadeiro retrocesso e que pode levar a um "cartel institucionalizado".

Não conte comigo
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as Federações das Indústrias também são contra o tabelamento de frete. Na avaliação das entidades, a fixação de preços mínimos infringe o princípio da livre-iniciativa e é ineficaz: não corrige o problema de excesso na oferta de caminhões.

Céu é o limite
Para a CNI, a fixação de preços mínimos do frete levará ao aumento geral dos custos, em função da alta dependência de rodovias para o transporte de cargas e dos "riscos associados à indexação em um país com memória de alta inflacionária".
Herculano
28/05/2018 11:21
A REALIDADE DE SEGUNDA-FEIRA NA AVENTURA PRó BOLSONARO

Bolsa em queda com investidores fugindo do Brasil, dólar em alta, gondolas de supermercados desabastecidas e com preços exorbitantes remarcados (estamos pagando mais, não só de impostos), a economia parada e ameaça de desemprego em massa, pois todos sabem que o país não terá rumo e ficará reféns de políticos até e quem sabe, depois das eleições de outubro.
Herculano
28/05/2018 11:19
BRASILEIRO CONTINUARÁ DESABASTECIDO DE GOVERNO, por Josias de Souza

Além da falta de gêneros alimentícios, remédios e combustíveis, o caos que motoristas e empresas transportadoras produziram no país expôs um desabastecimento adicional: faltou governo. Quando os caminhões voltarem a circular, logo haverá mantimentos na gôndola, medicamentos na prateleira, gasolina na bomba e querosene nos aeroportos. Mas contra o desgoverno não há solução. Faltam 217 dias para Temer desocupar o Planalto. Acompanhar cada manhã do seu derretimento será um martírio.

Temer viveu a crise dos caminhões em dois estágios. Atravessou a fase da inação e a etapa da rendição. O presidente deu de ombros para a encrenca ao ser alertado, em outubro de 2017, sobre os riscos da paralisação. Voltou a subestimar o problema quando recebeu dois ofícios ameaçadores nos dias 14 e 16 de maio. "Imagine o Brasil ficar sem transporte por uma semana!", anotava o primeiro aviso. "O Estado de fragilidade financeira que se encontra o setor (de transportes) é altamente inflamável", ecoava o segundo.

Cinco dias depois da última advertência, os caminhões foram atravessados nas rodovias. Em 48 horas, o caos estava esboçado. E Temer, depois desperdiçar todas as oportunidades que teve para compreender o problema, amarelou três vezes em uma semana:

1) Na última terça-feira, o presidente pediu "trégua" aos caminhoneiros sublevados, acenando com o tabelamento do diesel por 15 dias.

2) Na quarta-feira, cedeu 12 reivindicações sem obter nenhuma garantia de desobstrução das estradas. O congelamento do diesel passou para 30 dias.

3) Neste domingo, Temer protagonizou uma rendição humilhante. Depois de acionar com atraso os órgãos de segurança, incluindo as Forças Armadas, o presidente içou a bandeira branca e entregou aos grevistas um pacote de vantagens que vira do avesso a própria filosofia liberal do seu desgoverno. Incluiu no embrulho uma mágica que fará sumir do preço do diesel a Cide, o PIS e a Cofins. O truque resultou num desconto de R$ 0,46 por litro. E Temer ainda esticou a vigência do tabelamento do óleo para 60 dias.

Dias depois de ter participado de ato partidário em que o MDB lançou a candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirellles ao Planalto e divulgou um programa de governo ortodoxo, Temer plagiou a heteroxia de Dilma Rousseff. Ao acomodar a política de preços da Petrobras em cima do telhado, interferindo nas relações de mercado da estatal com distribuidores e transportadores, Temer assumiu o risco de ser processado pela antecessora por plágio.

Com sua inação, Temer ignorou os efeitos da gangorra do câmbio e da alta internacional do petróleo no bolso do consumidor. E estimulou os caminhoneiros a sequestrarem a rotina da sociedade. Diante do fato consumado, Temer ficou sem margem de manobra. Não lhe restou senão a opção de pagar o resgate exigido por autônomos e empresários que querem tudo, menos iniciativa privada.

Um dos auxiliares de Temer previa desde sexta-feira que, com mais uma semana de desabastecimento, o asfalto roncaria. E junho de 2018 seria uma reedição de junho de 2013. Um governador praguejava em diálogos privados: "Se o Temer não se acertar rapidamente com os caminhoneiros, não terminará o mandato." Neste domingo, enquanto o inquilino do Planalto falava na TV, as panelas voltaram a soar nas janelas e varandas.

O governo já havia sofrido uma pane moral em 17 de maio de 2017, quando o grampo do Jaburu escalou as manchetes. Mas muita gente ainda alimentava a ilusão de que Temer seria campeão da austeridade porque patrocinara a emenda constitucional do teto de gastos. Essa lorota ruiu. O que leva um governo a economizar dinheiro é a decisão de não gastar. E sempre que um presidente interfere nas relações do mercado com as empresas privadas e de economia mista, o contribuinte paga contas amargas.

Por ora, o espeto dos caminhoneiros foi orçado em R$ 10 bilhões. É uma exorbitância. Mas a conta será bem mais salgada. O Tesouro Nacional ainda voltará a ser importunado. E o PIB de 2018, cuja previsão oficial já havia deslizado de 3% para 2,5%, começa a ser projetado abaixo dos 2%.

Temer já não dispunha de base parlamentar. Estilhaçou o restinho de confiança que o pedaço mais otimista do mercado ainda nutria por ele. Generalizou-se a sensação de que o Brasil encontra-se irremediavelmente desabastecido de governo.
Herculano
28/05/2018 11:16
UM MOLEQUE NA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

Está na Coluna Estadão, de Andreza Mattais, no jornal O Estado de S. Paulo

Ao assumir projeto do Senado que trata do preço do frete (medida virá por MP) e ignorar a "emenda Maia", que zera PIS/Cofins, Temer manda seu recado para o demista. Maia pegou o governo e o Senado de surpresa ao votar a emenda sem avisar ninguém. Ficou isolado.
Herculano
28/05/2018 11:14
UM OBSERVAÇÃO INCôMODA

Do filósofo Luiz Felipe Pondé, no Twitter:

Ninguém detesta mais "o povo" do que artistas e intelectuais. Um professor de universidade que seja obrigado a conviver com o povo tomaria remédio contra náuseas todos os dias.
Herculano
28/05/2018 11:10
TEMER ERRA ATÉ QUANDO TEM RARA CHANCE DE APOIO POPULAR, por Leandro Colon, diretor da sucursal de brasília do jornal Folha de S. Paulo.

Ao ceder a grevistas pela terceira vez, presidente escancarou perda de capital político que pensava possuir

O governo de Michel Temer cedeu aos grevistas pela terceira vez em uma semana e escancarou ao país a perda de qualquer capital político que ainda pensava possuir.

O presidente começou o fim de semana com sinais de fôlego depois de colocar forças federais nas estradas para enfraquecer o movimento de paralisação que já dura uma semana.

Não foi o suficiente. O cenário de aeroportos inviabilizados, postos sem gasolina e escassez de comida em supermercados elevou a tensão no Planalto. Mais reivindicações foram atendidas em uma tentativa agonizante de encerrar essa crise.

Temer baixou o tom duro de confronto adotado na sexta-feira (25). Foi para as cordas e o que mais temia começou a acontecer: a reação da população à falta de uma solução. As panelas voltaram. Durante o pronunciamento do emedebista no Planalto, a barulheira que virou rotina no governo Dilma Rousseff deu as caras em 2018. O temor maior do presidente é que a crise dos caminhoneiros traga de volta o fantasma dos protestos de junho de 2013.

Temer vive uma espécie de maldição da segunda quinzena de maio. As três crises que abalaram a gestão do emedebista ocorreram neste período: a queda de Romero Jucá (e toda sangria a estancar), em 2016, a delação bomba da JBS, em 2017, e, agora, um protesto nas rodovias que jogou o país em um caos.

São episódios carregados de suas circunstâncias, mas que revelam uma característica que marca o governo desde o seu início. Em nenhum deles, houve uma autocrítica sobre erros. Em todos, houve práticas equivocadas na ação política.

O governo repete em 2018 exemplos de desarticulação política e de comunicação. Levou quatro dias para emplacar, com boa dose de razão, o discurso da prática de locaute (ação de empresários) na paralisação de caminhões pelas estradas.

Apenas no quinto dia, Temer apareceu para um pronunciamento no Planalto. É incrível como o governo vacila tanto. Até na hora em que tem a rara chance de um apoio popular
Herculano
28/05/2018 11:06
VITóRIA TOTAL DO LOCAUTE, COM APOIO DE SETORES DA SOCIEDADE, INDICA QUE TEREMOS, SIM, UM LONGO PERÍODO DE INSTABILIDADE PELA FRENTE. VEREMOS! por Reinaldo Azevedo

Os ditos "caminhoneiros" levaram tudo o que queriam. Estivesse na pauta de reivindicações a reentronização da hipótese geocêntrica, e, para todos os efeitos, no Brasil ao menos, ficaria valendo que o Sol gira em torno da Terra, não o contrário. Isso a que estamos assistindo é só a manifestação concreta, monetizada, decorrente da depredação da política, dos políticos e das instituições. Trata-se de outra consequência, para ser ainda mais específico, do cerco que foi armado contra a gestão Michel Temer, que o relega a uma impopularidade absolutamente incompatível com seus feitos nestes dois anos. Se vocês pensam que bastará esse governo chegar ao fim para que se restaure a normalidade, podem tirar o cavalo da chuva. Teremos pela frente um longo ciclo de instabilidade, qualquer que seja o presidente eleito em outubro.

A esta altura, vocês já conhecem as concessões feitas pelo governo federal, já publicadas em edição extra do "Diário Oficial", que os grevistas chamarão "conquistas". O custo da redução R$ 0,46 no litro de diesel na bomba, o congelamento por 60 dias desse combustível e o reajuste mensal a partir de então custarão a bagatela de R$ 13 bilhões. O argumento de que R$ 4 bilhões desse total serão repostos pena reoneração da folha de pagamentos não vale porque a dita-cuja virá, quando vier, justamente para diminuir o rombo fiscal. Se a receita decorrente desse processo estava na expectativa das contas, mas a despesa extra não, então e evidente que não cabe fazer essa subtração. O custo da patuscada será de R$ 13 bilhões e pronto!

Houve hesitação do governo? A resposta óbvia é esta: houve. Quando a movimentação começou - e fica uma lição para futuros governos -, as forças federais deveriam ter entrado em ação. Não se fecham estradas numa democracia e ponto final. A sociedade não pode ser chantageada por categoria nenhuma, ainda que esta tenha razão e que ela, a sociedade, apoie a chantagem. Tanto pior quando as evidências de locaute são escandalosas. Uma das ditas "conquistas" é a exclusão do setor de transporte de cargas da reoneração da folha de pagamentos. A reivindicação interessa a empresários, não a caminhoneiros. Custos adicionais ainda não estão computados, como a isenção de pedágio para caminhões sem carga, com o tal "eixo suspenso". Nesse caso, o espeto será redistribuído também aos Estados. Como o governo não faz dinheiro e como o dito-cujo não cai do céu, a conta será paga pelo conjunto dos brasileiros, principalmente na forma de dívida pública. E, por óbvio, a elevação do frete, que, na prática, também está no pacote, irá parar nos preços.

Por que as coisas se deram desse modo? Porque é a política que está contra a parede. Além dos transtornos evidentes que o locaute criou, com a virtual paralisia do país, o governo teve de enfrentar outra urgência: a simpatia que o movimento granjeou na sociedade, embora seja ela própria a pagar o preço; embora a falta de alimentos, de ônibus, de segurança pública, de remédios seja a consequência imediata de um locaute, de uma greve de patrões.

E por que parcela expressiva da sociedade ficou com os caminhoneiros? O analista preguiçoso diria: "Porque o governo Temer é ruim demais, e tudo o que vem dele será rejeitado". Só que isso é mentira. Bastaria listar as conquistas dessa gestão em dois anos para concluir que, dados o descalabro herdado por Temer e o ponto a que se chegou, o governo, por incrível que pareça, é bom. Mas quem se interessa por essa tal "avaliação objetiva"? A resposta: quase ninguém.

O futuro presidente, qualquer que seja, presidirá uma nação rachada, dividida, que duvida de qualquer ação oficial, que não confia nas instituições e que acredita que só a caça aos corruptos nos conduzirá ao paraíso. Enquanto a Lava Jato não passar a ser apenas uma obrigação de entes do Estado, exercida nos limites da lei e sem alarde, estaremos sujeitos às chantagens as mais diversas.

Tudo o mais constante, aguardem para ver
Herculano
28/05/2018 11:02
CRISE DOS CAMINHONEIROS EVIDENCIA UMA NAÇÃO IMATURA, por Vinicius Mota, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

Costume de não assumir responsabilidade sobre os problemas cobra seu preço em violência e cinismo

A crise dos caminhões é caso exemplar de como a responsabilidade, a arte de encarar a dureza do mundo como missão individual incontornável, escasseia por estas terras.

Caminhoneiros e empresários do transporte, às voltas com o encarecimento de seus custos, asfixiam as cidades e cobram do governo um resgate para liberá-las. A culpa não é nossa, proclamam os bucaneiros.

O governo, que apenas intermedeia a relação entre pagadores de impostos e usuários de serviços públicos, aceita de cara a chantagem. Transfere a fatura para a ponta mais fraca e mal representada da população.

Não se preocupa nem mesmo com garantir a volta à normalidade antes de fazer concessões. A culpa não é nossa, é da Petrobras, afirmam poderosos irresponsáveis em Brasília.

A estatal controla 99% do refino de petróleo no país. Com esse porte, sem concorrentes a fazer-lhe sombra e controlada pelo governo, tem sido a primeira escolha para absorver os excessos do infantilismo nacional. É a mãe que mima os filhos da pátria, alargando artificialmente os limites para suas travessuras.
Tudo isso, obviamente, não passa de uma fantasia típica de povos que não se emanciparam da adolescência. A conta, a despeito da prestidigitação, sempre é paga de algum modo.

Mamãe Petrobras vive com artrose de tanto carregar piano e não consegue produzir nem investir o que seria possível se atuasse em ambiente sóbrio. Bem mais pesado é o fardo sobre a matriarca dos venezuelanos, a PDVSA, que entrou em coma.

Nas sociedades imaturas, a falsificação da realidade é uma constante. A violência, o engodo e o cinismo suprem as lacunas que o diálogo e o senso de responsabilidade intransferível ocupam nas nações adultas

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