28/06/2018
CANDIDATOS SEM PROJETO E CAUSAS I
Mudo o foco da coluna desta sexta-feira e saio do mundinho de Gaspar e Ilhota. Leitores e leitoras, perguntam-me quem será o novo governador catarinense. Não faço a menor ideia. Até porque a pergunta correta, é: Santa Catarina merece os candidatos que estão postos aí? Há um ano, quando se desenhava o quadro que se clareia agora, pensava-se que todos os “caciques” iriam fazer um chapão para se salvarem diante da falta de credibilidade dos eleitores e eleitoras nos políticos e partidos tradicionais, lambuzados pela Lava Jato, denúncias de caixa dois e outras acusações, tão ruins quanto. Todos os candidatos ao Executivo com eventuais chances estão no parlamento. E nele, foram desastrosos contra o cidadão brasileiro, catarinense e nos municípios. Trouxeram migalhas para serem conhecidos como “benfeitores”. A maioria não reformou nada, criou despesas e tornou a vida dos cidadãos um desembolsar de pesados impostos sem fim.
CANDIDATOS SEM PROJETO E CAUSAS II
Em março, ouvindo uma fonte que circula nos bastidores dos políticos graúdos do estado, ela me fez o seguinte diagnóstico, contestando um que eu tinha publicado aqui: “acho uma discussão e uma análise muito simplória! Fala de pessoas! A boa análise fala de projetos, posicionamentos políticos! Todos os governadores, desde 1982, tinham uma bandeira mais forte do que eles mesmos. Não que esses citados não possam ainda mostrá-las. O problema é que Santa Catarina tem quadros pífios; não tem ninguém com espírito público. Há projetos pessoais, de grupos (quadrilhas) e projetos profissionais”. Belo. Guardei. Conclusão: os atuais pré-candidatos não possuem discursos, projetos, causas...
CANDIDATOS SEM PROJETO E CAUSAS III
Por que ressuscitei tal análise? Porque àquela minha “velha” e contestada análise continua tão atual quando ela mereceu o reparo da minha fonte. Vocês já perceberam quem são os que querem ser governador e os que gravitam em torno deles para serem vice e senador nos ditos chapões? Todos são projetos pessoais e aparenta, se não são, quadrilhas. Repito: falam uma coisa, e quando no mandato, fizeram outra e colocaram a mão no bolso dos contribuintes, aumentaram os impostos, não renunciaram aos seus privilégios e não possuem bandeiras, simplesmente porque não as possuem, ou lhes faltam coragem e transparência. Pobre Santa Catarina. E devolvi o recado ao meu interlocutor: “você está muito sofisticado. Quem vota em projetos? A maioria dos eleitores são analfabetos, ignorantes e desinformados? Votam em nomes e ondas que se formam por gente sabida”. Uma conclusão que a cada dia parece mais óbvia.
CANDIDATOS SEM PROJETO E CAUSAS IV
Minha fonte e eu pensamos algo parecido. Esperidião Amim Helou Filho, PSD, 1982, foi e é símbolo de alguém de Estado. Defensor da “‘elite “ dos funcionários públicos e da “ alta burocracia; Pedro Ivo Campos, MDB, 1986, venceu com um projeto popular!; Vilson Paulo Keinubing, PFL, 1990, ganhou com a “responsabilidade fiscal” (o estado não pode gastar mais do que arrecada); Paulo Afonso Vieira, PMDB, 1994, foi o governador municipalista (o que envidou estado com a tal Invesc); Esperidião Amim, PP, 1998, esperto como sempre, passou a lábia dizendo que tiraria Santa Catarina do cartório (depois do desastrado governo de Paulo Afonso); Luiz Henrique da Silveira, PMDB, 2002, a descentralização (as tais SDR poleiro de para políticos sem votos e cabos eleitorais desempregados) e aproveitando-se da onda Lula (a esperança venceu o medo na sociedade PT e PMDB); e João Raimundo Colombo, PSD, 2010. Bem “sobrevivente designado” foi catapultado pelo jogo do poder de plantão liderado pelas coligações construídas por Luiz Henrique. Deu no que deu: um discurso manso e falso para colocar “as pessoas em primeiro lugar”. Encerro e pergunto: dos candidatos postos aí na corrida ao governo do estado, quem pode dizer que tem uma bandeira pelos catarinenses. O próprio MDB tratou de sepultar a sua com Udo Döhler pela “austeridade fiscal” e passou a perna no vice-governador Eduardo Pinho Moreira. Então, vamos escolher pessoas. Triste.
Ainda sobre eleições a governador: como vai estar Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP nesta eleição. Os dois partidos se preparam para estar em lados opostos. Então... Gaspar vai perder mais uma vez.
Aliás, quando esteve aqui há três semanas, o deputado Mario Marcondes, MDB, segundo vice-presidente da Alesc, espantou-se muito quando ouviu do próprio prefeito Kleber que o seu principal homem de confiança era o seu chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP.
Gaspar é azarada no jogo político. Está sempre isolada. Adilson Luiz Schmitt prefeito, no PMDB, até então era o maior entusiasta do político Luiz Henrique da Silveira. Tanto que colocou o nome de um filho de Luiz Henrique. Quando mais precisava para a cidade, Adilson brigou com Luiz Henrique. Nunca mais houve acerto.
No tempo de Raimundo Colombo, PSD, ele veio aqui quando posou na marra o seu helicóptero devido ao mau tempo, ou quando o PT o convidou para uma solenidade lá na divisa com Luiz Alves para entregar poucos metros de asfalto no Morro do Serafim.
Quando tudo parecia se encaminhar para a cidade e o MDB, uma aposta errada colocou Gaspar no ostracismo mais uma vez. O MDB daqui apostou tudo em Eduardo Pinho Moreira. Amor antigo
Pinho Moreira acaba de desistir de ser candidato e como governador já deu uma de padrasto com Gaspar. Se ele tem a caneta à mão, falta-lhe dinheiro, que o próprio Moreira confessou para desistir, depois que viu que foi engolido no próprio diretório estadual.
Pior mesmo é ver Mauro Mariani candidato do partido. O MDB de Gaspar sempre o desdenhou. Mariani sempre teve afinidade com o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, com quem o MDB anda divorciado há tempos.
É claro que na campanha, nem Mauro, nem o PMDB de Gaspar, caminharão por estradas diferentes. Entretanto, que os passos estão trocados, a isso estão. Qual a bandeira de Mauro para os catarinenses num estado quebrado? E a de Gelson Merísio, PSD, a de Esperidião Amim, PP, Paulo Bauer, PSDB e Décio Neri de Lima, PT?
As votações deles na Câmara Federal, Assembleia e Senado são sinalizadoras. E na maior parte delas, assustadoras e contra o cidadão, o eleitor, a começar pelo bilionário fundo eleitoral para eles fazerem campanha, dinheiro que está faltando na saúde, educação, segurança, obras como a duplicação da BR 470...
Neste final de semana, haverá a tradicional Festa de São Pedro Apóstolo, em Gaspar. Políticos e cabos eleitorais estão dos faceiros e escalados para se fingirem do povo. Farão o papel entre nós, os verdadeiros pagadores desta cara conta. Acorda, Gaspar!
Edição 1857
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