18/10/2018
Expulsar os vendilhões I
Sou um homem de fé, mas não um carola. Deixo me levar pelas coisas da alma, mas sou cético e me escudo na ciência antes da teologia. Sou um homem minimamente ético, mas não um manso. Sou um revolucionário sem me perder no fundamentalismo que sustenta os levantes. Estou sempre na busca da coerência viva naquilo que a questiono dos outros. Resumindo: sou um imperfeito tentado à perfeição, o utópico de quem se nega ser apenas mais um reles num mundo de contradições e desafios permanentes. Dito isso, reconheço ainda que já mudei muito nas minhas convicções dos meus 20 anos até esta minha década para lá de sexagenária. Carreguei bandeiras, enterrei outras e recomecei como se os meus 20 anos estivessem surgindo aos 30, aos 40, aos 50 aos 60 e poucos. O passado, passou. O presente e o futuro me interessam muito mais, pois estes são os que vivo e viverei com mais intensidade diante do fim que se aproxima numa velocidade surpreendente.
Expulsar os vendilhões II
É preciso reconhecer que estamos passando por dias que parecem repetir o passado. Mudanças mais velozes devido à tecnologia da informação e comunicação. Elas nos engolem e nos deixam analfabetos, perplexos e até sem respostas aos velhos vícios dos que se aboletam do poder. De verdade? Poucos estão compreendendo às mudanças que estão em moda, ditadas muito recentemente pelas urnas e que serão ratificadas daqui a dois domingos. É muito mais que um ciclo histórico. É uma resposta aos exageros dos que abusaram à tal democracia, que a fizeram dela um ícone de libertinagem e não propriamente de liberdade responsável e cidadania. Profanaram uma conquista. Para os que acreditam na Bíblia e a usam como marco moral para os seus na política, fica a advertência: cuidado com os Vendilhões do Templo como nos explica o evangelho de João 2, 13-25. Para essa gente, o que conto a seguir é uma ficção. Usam Deus como guia à pregação, contudo, esbaldam-se nas suas Sodomas e Gomorras. Estão advertidos: a nova onda expulsará os novos profetas de má fé do Templo.
Expulsar os vendilhões III
O que conto? Perguntas fáceis de serem respondidas. Quanto você acha que custa uma amante? Muito mais que uma família. Quanto custa manter um cavalo por mês? Em média R$2 mil. Então multiplique ele pelo número de animais que possui. Adicione ainda vinhos caros à base de R$300,00 cada garrafa, para quem estava acostumado até há poucos dias às cervejas populares de R$5 a garrafa de 600ml. Some apartamentos novos, carrões pagos à vista, moradas caras a beira mar, festas, festanças, viagens, tudo nascido do dia para a noite, tudo registrado na vaidade exibicionista das redes sociais e aplicativos. Agora compare com os salários dessa gente que beira em média a R$ 8.000,00. É contra isso que foi o voto do dia sete de outubro. Será contra isso, o voto do dia 28. E muitos dos políticos – velhos e antigos -não entenderam o recado das urnas e continuam na mesma esbórnia. Inacreditável. Se você achar que alguma coisa disso lhe diz em Gaspar e Ilhota, por favor, penso que é mera coincidência, pois se trata de genérica ficção. Os brasileiros estão cansados de serem enganados e roubados nos pesados impostos que pagam. Alguma dúvida?
Expulsar os vendilhões IV
Para os não cristãos ou os que não conhecem a passagem bíblica que inspira os títulos do artigo, reproduzo a passagem bíblica apropriada. “Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. E disse aos que vendiam pombas: ‘Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!’ Jesus conhecia a todos; e não precisava do testemunho de ninguém acerca do ser humano, porque ele conhecia o homem por dentro”. Volto para encerrar. Os eleitores também conheciam os velhos políticos, e agora estão conhecendo os que se dizem novos políticos que se aboletam das repartições públicas; e por dentro. Acorda, Gaspar!
O texto principal da coluna da sexta-feira dia 26, já está pronto desde o dia 12. Não mudarei uma vírgula. Apenas acrescentarei o conteúdo do Trapiche. Quem quiser, pode me pedi-lo.
Aprendizado e planejamento zero. Na terça-feira da semana passada o trânsito de Gaspar literalmente deu um nó no Médio Vale do Itajaí. Era dia de detonação de rochas na BR 470. A Ditran, finalmente foi ao Belchior Baixo organizar e fiscalizar a crise por lá. Lamentavelmente, deixou a cidade a descoberto.
Os mosquitos e borrachudos estão literalmente engolindo as pessoas no Distrito do Belchior.
Gaspar sempre atrasada e com gente errada. A terceira ponte de Gaspar sobre o Rio Itajaí Açú, que seria no Bela Vista, renegada pelo ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, agora está projetada e de forma acertada para onde era o Paraíso dos Pôneis.
A nova ponte foi abraçada pelo candidato a governador Gelson Merísio, PSD. Como dificilmente ele será governador...
Uma pergunta que não quer calar. Com a eleição do Comandante Moisés, onde os pendurados nas tetas de sempre do MDB, PP, PSD e outros vão se agarrar? Nas prefeituras para marcar ainda mais a velha política? Ai, ai, ai
Como há gente oportunista na política. Expertos de sempre. Quem trouxe o PT para Gaspar e deu o aval para tudo no meio conservador, agora pulou fora da barca. Antes, porém, sugou o que pode e tem acara de pau de espinafrar a fonte de negócios. Agora diz que é Bolsonaro e PSL desde criancinha. Meu Deus!
Vá entender cabeça de político. O vereador Francisco Solano Anhaia, líder do MDB na Câmara de Gaspar, por pouco não empregou esta semana Margarete Nielsen. Ela é companheira de Gilmar Pereira, o Taiá, pai do secretário de Saúde e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB.
Não deu certo. É que o presidente da Câmara, desafeto de Pereira e do governo Kleber, Silvio Cleffi, PSC, estava prontinho para apontar o nepotismo cruzado. Alertado, tudo foi desfeito. Anhaia é outro que está trocando eficácia por empreguismo na sua assessoria. Sai uma advogada e entra uma de ensino médio. Eficiência? Hum!
O PP do vice Luiz Carlos Spengler Filho, do chefe de gabinete Pedro Inácio Bornhausen e do mais longevo vereador de Gaspar e presidente do Samae, José Hilário Melato, entre outros, reclama que a coluna deu pouca importância para o feito do partido na eleição do dia sete de outubro.
Falta espelho para essa gente. Agiu igualzinho ao MDB: loteou a cidade entre poucos; mostrou raquitismo político e eleitoral; e ajudou a eleger família que vive da política profissional e gente que nada tem a ver com o Vale do Itajaí, onde está Gaspar.
Para deputado Federal arrumaram 408 votos para Angela Amim (de Florianópolis), menos do que os 410 para Lodegar Tiscoski (de Tubarão e não eleito). Vergonhosa performance. E eu podia parar por aqui, ainda mais para quem se diz governo e com a máquina dele na mão.
Para estadual, o mais votado com 835 votos foi Felipe Colaço que nem era do grupo (Florianópolis e não eleito). José Milton Schaffer, puxado por Melato teve apenas 365 votos (da pequena Sombrio no Sul e eleito).
Outra estrela do grupo do PP de Gaspar foi João Amin, de Florianópolis. Ele conseguiu apenas 143 votos na sua eleição a Alesc. Ele ficou atrás aqui até de Silvio Dreveck 298 votos. Feito o registro. Então, Acorda, Gaspar!
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