09/07/2018
Na campanha eleitoral de outubro de 2016, o PT admitia – a contragosto e contestando a propaganda adversária - que havia aproximadamente 500 crianças nas filas esperando uma vaga nas creches de Gaspar. Os candidatos concorrentes, principalmente os do MDB e os do PSD afirmavam que isso beirava a 800 e provavam com seus levantamentos particulares – e agora parecem furados – que tinham soluções para os pais e os pobres, incluindo a tradicional construção de novos CDIs, como também, paliativamente, à compra de vagas em creches particulares.
Blá, blá, blá!
Quem não se lembra desses discursos e desses números na propaganda eleitoral, nos comícios, nos debates, nos discursos, na indignação, nas prioridades e nos planos de governo dos candidatos?
Pois, é: apaga tudo! Quem manda você dar ouvidos a políticos quando estão no vale tudo da campanha eleitoral.
Passados dois anos, apesar de continuarem desencontrados esses números, não se ter construído uma só creche e criado uma só vaga nova, a fila de espera se reduziu para menos de 400 crianças nas vagas de meio período nas creches de Gaspar.
Incrível! Se não for mágica, se não for falta de controle dos efetivos números no governo petista, pode estar havendo manipulação de números para o discurso da hora, pode estar se encontrando o número certo ou então, Gaspar pode estar diminuindo o número de crianças que precisam de creche, ao invés de crescer e que seria natural.
Daqui a pouco vamos ter que fechar creches? Resumindo: com tantas dúvidas, pode-se tudo.
Provavelmente, houve e há manipulação de números, intenções e realidade. E isso é ruim para qualquer gestor e para o bom planejamento das políticas públicas em Gaspar. Revela o improviso, o amadorismo e valoriza o chutômetro. E é aí que tudo começa e beira à irresponsabilidade. Então vejamos.
Quando ganhou as eleições, descobriu-se que o MDB só tinha discurso para esse assunto e não exatamente soluções. Pior: prefeito, vice, vereadores e comissionados tinham filhos nas creches enquanto os dos trabalhadores e desempregados estavam na tal fila à espera por uma vaga nas creches municipais.
Levou-se tempo para se dar um jeito nesta situação de privilégios para poucos. E só a exposição, cobrança e o desgaste públicos fizeram com que políticos e seus apadrinhados de bons salários se coçarem minimamente e começassem a dar vagas para os eleitores empregados e desempregados.
Zilma Mônica Sansão Benvenutti ao mesmo tempo que assumiu à secretaria de Educação, sumiu do mapa. São frequentes, ainda hoje, as queixas dos professores e dos vereadores sobre à forma como administra a sua secretaria. E lá pelas tantas, cobrado por soluções, o próprio governo de Kleber, do MDB e PP – e há discurso na Câmara - admitiu que a fila de 800 na espera por vagas nas creches daqui, poderia estar subindo para 1.200.
E por que se deixou fluir esse número que se presumia ser correto, pois dava a impressão dele ser oficial e que prejudicava à imagem do próprio governo?
Tudo para justificar a aplicação de uma lei federal. Ela obriga os municípios a darem creche para as crianças apenas em meio período e não em período integral, como se vinha praticando parcialmente em Gaspar.
O anunciado possível caos nessa área, ele tinha como objetivo o de calar a boca da então minoritária oposição integrada pelo PT, PDT e PSD. Esperteza! Anunciou-se uma dificuldade para implantar a facilidade.
A própria berçarista, ex-vice-prefeita e agora novamente vereadora, Mariluci Deschamps Rosa, PT, teve que enfiar a viola no saco na reação que ensaiou de ser contra o meio-período. Além de conhecer bem a lei, o governo de Pedro Celso Zuchi já vinha praticando, seletivamente, esta exigência do meio turno como uma forma de “criar” mais vagas e diminuir as cobranças da sociedade.
NÃO PRECISAMOS DE MAIS CRECHES?
O que aconteceu na semana passada e passou quase batido se não fosse o líder do MDB, Francisco Solano Anhaia, parabenizar a secretária Zilma por supostamente ter “diminuído” a fila de espera de vagas nas creches em Gaspar? É que ela resolveu aparecer na Câmara – fora do expediente, saliente-se - para “prestigiar” à primeira sessão de um parente dela, suplente de vereador do PT.
Anhaia, estava com a memória e os números frescos do dia anterior. Resolveu então tirar uma casquinha com a correligionária emedebista. Ele, presencialmente, havia tomado conhecimento de uma exposição e prestação de contas de Zilma para o MDB sobre o assunto.
Quais foram os números apresentados por Zilma aos que estão no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP? Aquilo que em meados de 2017 para pressão era algo que poderia chegar a 1.200 falta de vagas nas creches de Gaspar, em outubro se tornou apenas, oficialmente, repito, oficialmente, 1009 “intenções” de vagas. E vejam à mágica: depois do recadastramento e das matrículas de 2017 para 2018 viraram, oficialmente, apenas 258 crianças fora das creches em Gaspar. Uau!
Apesar de ser esse um número tão baixo, espetacular, na minha avaliação, todos na administração de Kleber ficaram quietos por sete meses enquanto apanhavam (menos do que na Saúde, é claro). A pergunta que não quer calar é: por quê?
Estes são números oficiais. São os da secretaria Educação, são para gestão e planejamento dela, do governo e da secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa.
E neste julho de 2018 quantas crianças estão fora das creches em Gaspar? Exatamente 384. Elas estão cadastradas e os pais estão esperando as matrículas e vagas para seus filhos. O site da secretaria Educação, para não deixar dúvida alguma, num processo de transparência, exibe a qualquer um o nome dessas crianças e em que creches elas querem ser aceitas.
Melhor: segundo a própria secretaria, dos 14 CDIs de Gaspar, o Irmã Cecília Venturi, o Deputado Francisco Mastella, o Mercedes Melato Beduschi e o Thereza Beduschi, estão com as filas “zeradas” na espera
Na terça-feira à noite, a oposição foi surpreendida pelos números e imediatamente reagiu ao discurso de Anhaia. Entretanto, vai ser difícil desmentir esses números e nomes. E se conseguir a majoritária oposição, e prova-los, será fato grave e desmoralizará o governo, a secretaria e a bancada minoritária governista na Câmara.
E por que relato isso, que mais uma vez passa despercebido da imprensa local, e mostra o quanto falha estrategicamente a comunicação do poder de plantão, o qual prefere empregar curiosos, amigos, parentes nos jogos der interesses para lhes garantir apenas salários e não mede ou cobra resultados – até porque não pode?
Primeiro, mostra como os políticos são irresponsáveis. Eles fabricam números contra a cidade, os cidadãos, à lógica e à verdade. Até mesmo quando estão no poder.
Afinal, como puderam apontar e até admitir que havia falta de vagas para 500, 600, 800 e até 1.200 crianças nas creches em Gaspar, quando um levantamento oficial, feito um ou dois anos depois desses números públicos que permearam embates e discursos, mostrar um relatório oficial de 384?
Se não contestaram é porque não tinham levantamentos confiáveis, não havia controles ou se tinham, faziam jogos e criavam vantagens. Quais? E por que?
Segundo, este novo número baixo mostra que a falta de números reais, sem manipulações políticas, emocionais e partidárias, é danosa a qualquer planejamento sério para a verdadeira solução dos problemas no ambiente público tão carente de recursos de todos os tipos.
Ora, com números reais, é possível saber onde criar novas creches – percebendo uma tendência de procura ou de crescimento ordenado da cidade; onde fechar, onde realocar unidades ou vagas de crianças e pessoas para o cuidado delas etc. E não só no presente, mas principalmente no futuro.
Afinal, qual é o gestor que consegue trabalhar com números falsos, falhos e com uma margem tão ampla entre o que se supõe e à realidade que se constata de fato? A quem interessa essa confusão?
Certamente não é aos pais necessitados desse serviço, às crianças desassistidas e aos pagadores de pesados impostos que sustentam gente tão irresponsável na gestão pública quanto na busca de soluções para a cidade e os cidadãos. Acorda, Gaspar!
Quem leu a edição impressa de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo e o de maior circulação em Gaspar e Ilhota, leu na coluna “Chumbo”, do proprietário e editor do jornal, Gilberto Schmitt, as quatro notas abaixo. Elas são auto-explicativas. Desde que me tornei colunista do jornal, tenho sido intimidado pelo poder de plantão a não expor as mazelas dos políticos ou as minhas opiniões sobre elas. Em algumas delas, sem que me seja pedido o contraditório, elas vão parar na Justiça para julgamento como punição. Passei por mais uma.
“Gabriela Sofia Dalsochio, do PT Jovem de Gaspar, e filha do ex-vereador Antonio Carlos Dalsochio, PT, teve negada na Justiça de Gaspar o pedido de indenização que pediu contra a editora jornal Cruzeiro do Vale e o colunista Herculano Domício, da ‘Olhando a Maré’. Da sentença do juiz Raphael de Oliveira e Silva Borges, da 1ª Vara da Comarca, não cabe mais recursos.
NÃO HOUVE OFENSA II
O caso se refere a um comentário do colunista na republicação que ele fez de uma foto obtida livremente na rede social. Nela, em 2014, Gabriela num cartaz, pedia à presidente da República e então candidata à reeleição, Dilma Vana Rousseff, PT, uma selfie. O comício partidário e público foi em Florianópolis. Gabriela queria ser indenizada pelo comentário e o uso supostamente indevido da foto, em R$20 mil.
NÃO HOUVE OFENSA III
‘Fica evidente nos dizeres da crônica que a crítica ali apontada se refere ao partido político do qual aquela [Gabriela] é filiada e à pessoa por ela prestigiada [Dilma] no ato público do qual participou. Isto porque, tirante a alusão ao cartaz erguido pela reclamante [Gabriela] na foto e da menção aos seus familiares, que também fazem parte da referida agremiação partidária, não há qualquer elemento depreciativo na fala do jornalista que tenha a suplicante como alvo ou a sua família, ou mesmo que traga algum comentário pejorativo a sua honra e a sua imagem’, sublinhou o juiz Raphael na sua sentença. Ela já transitou em julgado.
NÃO HOUVE OFENSA IV
O Cruzeiro mais uma vez foi defendido pelos advogados Maria Salete da Silva Schmitt e Paulo Schmitt. Já Herculano, por Amilton de Souza Filho e Cláudio César Miglioli. Para Herculano, a Ação é a parte orquestrada e intimidatória dos poderosos de plantão contra a imprensa livre e opinativa. ‘Venceu a liberdade responsável de expressão’”.
Sem rato. Ele morreu e não foi encontrado na semana passada. Mas deve ter outros. E tudo se repetirá se não for tomada providências preventivas como a desratização. O mau cheio no térreo do prédio locado pela prefeitura de Gaspar fedia como carniça. Por três dias foi difícil trabalhar lá. Os visitantes ficaram impressionados.
Dois dias depois, de tanta reclamação, Ana Karina Schramm Matuchaki, secretária adjunta da Fazenda e Gestão Administrativa, apareceu para cheirar. Nada se resolveu. Foram afetados os que trabalham na Secretaria do Meio Ambiente, Setor de Cadastro Imobiliário e Habitação, além da Fiscalização.
O que se esconde na prefeitura é revelador e mostra como se falha no mínimo e no básico, na rotina administrativa, apesar de tanta gente efetiva e contratada como comissionada para dar conta do recado, além dos inúmeros e caros softwares de controle disponíveis.
Um carro locado pela prefeitura de Gaspar foi pego na blitz da Polícia Militar. Resultado, o veículo foi guinchado e Raphael de Gaspari Xavier da Silva, diretor da secretaria de Meio Ambiente, a contragosto, teve que voltar a pé para a prefeitura.
A causa? Os carros locados, fruto de uma licitação com a argumentação de economia, não foram licenciados pela prefeitura e não podiam estar circulando. De onde deveria vir o bom exemplo para a cidade e os cidadãos, vem o pior deles. E fica por isso mesmo. Vira até zoação entre todos, como se tudo fosse uma grande brincadeira.
Quando o próprio vice-prefeito, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, que é agente de trânsito, também deixa o seu próprio veículo em situação bem irregular sob a desculpa que é velho, transmite aos demais cidadãos que este procedimento é algo aceitável e até correto. Incrível!
Resultado da blitz e da apreensão do carro locado? Desde quinta-feira nenhum pode sair do pátio até que uma força tarefa se dispôs a regularizá-los. Então vários serviços ficaram prejudicados. Falta controle, falta responsabilidade, falta gestão, falta punição. Acorda, Gaspar!
Silvio Cleffi, PSC, que é médico e pertencia à base do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, - seu padrinho político - mas se bandeou para a oposição (PT, PDT e PSD) para apenas ser presidente da Câmara, está incomodado com os supostos bons resultados dos primeiros relatórios da Horus, a empresa contratada pela prefeitura para administrar o Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar.
Silvio defende a corporação médica. É notório. Enfadonho. Silvio insiste que tudo na área ainda passe por ele e os seus, como nos tempos em que ele era do governo Kleber e mesmo assim, com a sua interferência, a saúde pública permanecia num caos permanente.
Enquanto Silvio insistir em defender o seu jeito médico de governar – o que deu errado, do qual não pode mais pressionar politicamente, e que não está mais sob a sua área de autoridade e “gestão” - Silvio vai ficar cada vez mais exposto e os médicos que ele defende por corporativismo e compromissos, ilesos.
É isso que mostram as redes sociais. O dia em que Silvio focar nos números, nos “negócios” e no mau uso dos recursos – de todos os tipos - na Saúde e no Hospital, Silvio terá mais sorte e vai se surpreender.
Mas, até isso poderá ser perigoso pois nem tudo pode ser feito por políticos e gestores públicos sem a participação de médicos, como foi o caso do diretor Clínico e anestesista do hospital e regulador da Policlínica, José Alberto Dantas, pego trabalhando com uma suspensão do CRM em vigor.
Antes, Silvio precisa entender que perdeu a primeira quebra de braço; que precisa mudar a tática para encontrar os defeitos que realmente existem; que precisa mudar a música do disco que embala os seus discursos e intenções nem sempre claras para os doentes, pobres e desassistidos na área da saúde público, entretanto, clara para a corporação médica. A música que ele toca há semanas na Câmara já saiu do “hit parade”!
Por último, Silvio e os médicos que durante 15 anos não inovaram, mudaram ou deram solução ao fluxo comprometido de atendimento do plantão no Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar, precisam entender que há uma mudança em curso, que se deve esperar um tempo mínimo para se avaliar os resultados de forma concreta em não em suposições.
Isso não impede, todavia, a fiscalização contra os erros e os novos vícios. Mas, o que se vê é que o sistema antigo não quer nem saber em testar o novo sistema. Vai que dá certo... Pior mesmo, é ver que se há avanços como alardeiam na prefeitura e pela Horus, nos números que divulgam, os cidadãos, quando leem a notícia nas redes sociais, não conseguem perceber tal melhoria. E o pau continua grande.
O solta e deixa preso de ontem no Habeas Corpus para o paciente petista Luiz Inácio Lula da Silva, não restou nenhuma dúvida de como o Judiciário está fragilizado para o cidadão comum e aparelhado a favor de ideologias, dos poderosos de todos os tipos bem como para as espertezas processuais.
Tristemente constata-se que a lei pode ser um mero detalhe para justificar os fins. Quando a Justiça falha, falha a cidadania, a democracia e a mínima segurança jurídica à sociedade. A reflexão é necessária e urgente não apenas no Judiciário, mas por todos nós e os que representam no parlamento, onde nascem e se aperfeiçoam as leis.
Do leitor brasiliense da coluna, Miguel José Teixeira: “lembrem-se que petistas não trabalham. Muito menos aos domingos. Os petralhas apenas praticam ilícitos “diuturna e noturnamente...”
Miguel respondia a uma observação que postei no domingo à noite na área de comentários da coluna sobre o solta-prende-solta-prende-solta e finalmente deixa ainda preso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT. “Petista também trabalha aos domingos. É raro, mas foi isso que se constatou na batalha que se trava para retirar na marra o ex-presidente da cadeia”.
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