29/07/2019
Falta de aviso não foi. Falta de evidências e experiência também não. O que faltou de verdade? Encarar o fato como uma crise, um acidente, algo inesperado e que é possível a qualquer governo, empreendimento ou atividades.
E por não tratar o fato como uma crise – separando-a da rotina de governo, com gente especializada ou minimamente preparada para tal na Defesa Civil, na Ditran, no Planejamento, no Obras, na Comunicação e no Gabinete do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB -, é que faltou ou falhou o planejamento, coordenação, ação e liderança para esse caso específico. Sobrou propaganda enganosa e desgastes.
E aí você pensa: é um fato isolado. Mas, não. O governo da cidade é assim. O prefeito está em campanha eleitoral. Está perigosamente exposto. Quem mesmo o orienta?
As vitórias do governo Kleber – e há - estão sendo todas elas engolidas pelos erros e que se transformam rapidamente em derrotas aos olhos da população, das redes sociais, dos aplicativos de mensagens para os quais não possui controle, ou da oposição e dos críticos. E olha que em menos de três anos, Kleber está na quarta equipe de "Comunicação", o que por si só demonstra que algo não vai bem nesta área. Ela finge trabalhar para o governo, mas – e agora mais do que antes - está mais preocupada com a campanha à reeleição do chefe. Detalhe: sem a imagem de realizador que quer vender, diante do que não se realizou até agora, não haverá reeleição.
Vamos destrinchar o óbvio para o caso de uma crise anunciada, mal gerenciada e que é o espelho de tantas outras por todos os cantos da cidade.
Primeiro: o aviso de que aquela área na Rua Nereu Ramos que desmoronou continha problemas foi “anunciada” há mais de um ano, quando a poucos metros dali, na Anfilóquio Nunes Pires, defronte ao Archer, a barranca cedeu para o Rio Itajaí Açú. Isso sem considerar que esse fenômeno não é assunto novo por aqui e deveria ter um programa de monitoramento preventivo constante.
Por displicência, por falta de rotina, ou por economia, o aviso geológico foi ignorado pelos políticos, engenheiros e geólogos os quais não deveriam ter comportamentos de políticos. Deu no que deu: repetiu-se ao que tinha acontecido no Archer. E tende a se repetir mais acima, perto das Malhas Soft, como já relatei e documentei aqui em outra coluna anterior.
Segundo: à tentativa de fazer a simples reposição do material “comido” pelo Rio nas imediações do Archer se mostrou inócua. É um ensinamento, então, mas não aprendido. A engenharia e a geologia tiveram que, emergencialmente, socorrerem-se de uma tal cortina de estacas de concreto – e não prevista no projeto inicial - para “segurar” à movimentação de terras arenosas no local. Mais custos. Mais tempo. Mais dúvidas.
Terceiro. Avisado, mas não remediado como mandava à prudência depois do caso do Archer, a barranca na Nereu Ramos cedeu a 100 metros do Archer. Bingo! Como não só o atual prefeito, mas principalmente os anteriores, nunca levaram a cabo um plano para integrar a cidade à mobilidade naquela área e a deixaram refém da antiga SC 470 e conhecida como Jorge Lacerda, que por Gaspar quando municipalizada passou a se chamar de Aristiliano Ramos, Nereu Ramos e Anfilóquio Nunes Pires do Centro até o Bela Vista, o desbarrancamento da Nereu "surpreendeu" e isolou ambos os lados.
Caos. Um nó no governo Kleber sem plano B para a cidade naquela área que depende da Nereu Ramos e Anfilóquio Nunes Pires.
O acidente da Nereu o retirou do foco em outras obras que já não andam ou estão sob dúvidas. Deixou-o exposto não pelo acidente em si, possível, mas por não ter mitigado nos avisos que recebeu. Refém do improviso e dos comissionados palpiteiros que empregou, inventou a longa, estreita e tortuosa picada das Águas Negras para ultrapassar o trechinho de 50 metros desbarrancado na Nereu.
Um escárnio. Foi enxovalhado. Com luz e rapidez, Kleber e os seus conseguiram um acordo com os proprietários de terras de particulares atrás da Vineplast, na Figueira, para criar um atalho menos perigoso e bem mais curto para se alcançar às Ruas José Casas, Paulo Bailer e Olga Bohn até a Nereu Ramos dos que vinham do Centro para o Bela Vista.
Vencida a batalha, Kleber e sua equipe, todavia, descuidaram-se do novo atalho.
Quarto. Logo aquela via improvisada virou inferno e terra de ninguém. Era proibido por lá passar caminhões acima de quatro toneladas. E ele passaram. A prefeitura desmentia os fatos. Já as fotos e vídeos do mundo digital e instantâneo desmentiam à prefeitura. Faltou sinalização oficial no local; negava-se e as fotos desmentiam outra vez. E quando caminhoneiros tentaram enfrentar à passagem, exatamente por falta de sinalização que não permitiam o impedimento, o guinchamento e a punição, só a polícia deu conta. Faltou gente para orientar.
A Ditran que por um mês não conseguiu nem colocar duas placas oficiais proibitivas – nas entradas e saídas dos desvios -, não possui agentes de trânsito nem para o dia-a-dia em Gaspar, quanto mais para as emergências. Já escrevi sobre isso. Vou escrever novamente.
Há anos a Ditran não faz concursos para seus cargos. Então ela vestiu um santo e despiu outro. “Desativou” a Área Azul no Centro de Gaspar e os seus monitores, fora da lei e da autoridade só conferidas a agentes, foram para lá orientar o trânsito, peitar, multar e dirigir camionetes de emergência sem habilitação, as que sobraram daquelas que estavam nas oficinas.
No trecho atalho improvisado, todo o tipo de desleixo, infração e desorientação. Faltou manutenção. Sobrou poeira, lama, buracos, danos as calçadas, desnivelamento das ruas, comprometimento de pavimentação, calçadas, meio fio e redes de águas pluviais.
Só quando o assunto se tornava uma bomba prestes a estourar na mídia regional e os moradores da José Casas ameaçavam interditar à rua – e exatamente numa quinta-feira chuvosa onde o engarrafamento ultrapassou a oito quilômetros em direção a Blumenau -, é que a prefeitura, imediatamente, foi para lá, prometer soluções, dar manutenção mínima e retirar na sexta-feira de manhã parte do movimento do atalho, colocando-o de volta na rua Nereu Ramos.
Uma semana depois, liberou a Nereu Ramos nos dois sentidos no trecho que foi comido pelo Rio, aliviando todos. Cedo estava lá o prefeito se gabando como herói, fazendo as vezes dos agentes de trânsito que não contrata, de secretário de Obras que não funciona, de gerente de Comunicação que orienta à cidade. Ora, há pouco mais de um ano, o acidente do Archer lhe avisou que esse sufoco poderia acontecer. Os dois do Archer e da curva da Líder, estão avisando que no da Malhas Soft alguma coisa pode acontecer. Tomara que não seja durante a campanha eleitoral. Será o castigo.
E a pergunta que não quer calar: precisava fazer isso sob pressão? Precisava, porque faltou diálogo, cuidado, cronograma, um grupo de crise, transparência, respeito mínimo com quem estava se sacrificando 24 horas por dia por um acidente que foi avisado com meses de antecedência e não ganhou solução. Falhou a Comunicação experimentada, mas em propaganda eleitoral.
Quinto. E a obra em si? Há controvérsias. Engenheiros e geólogos da prefeitura e da Defesa Civil garantem que está tudo dentro do normal e “planejado”. Outros especialistas que olham de fora o problema e o que se fez lá, relatam dúvidas técnicas.
Uma delas é à qualidade do material depositado e que veio em caminhões sem lona pela Anfilóquio como publiquei e sob a complacência da própria Ditran. A outra é a técnica: encheram de barro na base solapada e colocaram pedras na parte superior; alguns entendem que deveria ser o inverso. Finalmente, quem acompanhou o caso Archer, diz que a mesma solução criada à última hora com uma cortina de estacas de concreto deveria ser aplicada na Nereu Ramos. É que os solos e os problemas são iguais e não poderiam ter recebido tratamento diferentes.
Como eu não sou engenheiro ou geólogo e dependo deles para propagar essas verdades técnicas, o jeito é esperar o resultado para ver com quem está a razão e se não será preciso gastar mais, ou ver o que foi feito sob desgastes da imagem da atual gestão se perder novamente. Tudo pago pelos gasparenses.
Finalmente. Na imagem acima e nas aqui abaixo, elas dão conta do retrato desta obra emergencial, mas não só dela, do próprio governo.
Um caminhão atravessa um desvio monitorado, onde teoricamente ele era proibido passar; tomba e o motorista consegue desengatar a cabine e vai embora, deixando para trás a outra parte do caminhão atrapalhando o trânsito, a cidade e os cidadãos; o abandono do poder público da Rua José Casas, Paulo Bailer e Olga Bohn que cederam ao sacrifício para mitigar algo grave e que não tiveram culpa alguma; o caminhão que descarregava pedras sobre o barro tombado na obra; e a sinalização caolha da Ditran, dirigido por curiosos, onde até a placa de orientação ocupa a faixa de pedestre contra a legislação regulamentada do Contran.
A cidade está assim. O governo na propaganda oficial, e onde ele é o repórter de si mesmo, não consegue enxerga-la para consertar naquilo que já viu errado em outros governos, prometeu não repetir ou então mudar. Então, vive se explicando, queixando-se e até se vingando. Acorda, Gaspar!
O vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, está inconformado. Ele acaba de entrar com um recurso no Conselho Superior do Ministério Público catarinense, contra a decisão da promotora titular da Moralidade Pública da Comarca de Gaspar, Andreza Borinelli. Ela mandou arquivar uma notícia de crime que ele fez sobre suposto uso indevido de recursos públicos para se consertar um pontilhão de madeira, numa propriedade rural, na Estrada da Santinha, no bairro Gasparinho Quadro.
Para o vereador, o Ministério Público foi enganado nas informações que a prefeitura ofereceu sobre o caso. E na reconsideração, Cícero leva vai mais argumentos para serem apreciados e com eles, tentar rever o caso.
Não custa lembrar. Foi também o vereador Cícero, que por sua insistência, parou a obra particular, nova, ao lado do Ribeirão Gasparinho, aqui no bairro Sete de Setembro. Ao ser questionada, a prefeitura também informou ao MP da Comarca e que cuida dos atos do Meio Ambiente, que tudo “estava normal” com a movimentação de terras e a construção do prédio autorizadas pela própria prefeitura.
Só depois que o caso foi parar na Ouvidoria do Ministério, em Florianópolis e o MP daqui obrigado a ir atrás novamente do assunto, e questionada novamente a prefeitura, a secretaria de Planejamento Territorial e a superintendência de Meio Ambiente admitiram ter o construtor avançado sobre Área de Preservação Permanente. Ela foi embargada e depois de meses parada, um acordo entre multas e compensações na Justiça permitiu o término da obra, mesmo avançando sobre a APP.
A decisão da promotora – que não foi a mesma no caso ambiental – colabora para a lenda urbana de que a atual administração municipal está de corpo fechado nas instituições que estão obrigadas à fiscalização. Ela apenas está dando crédito as informações oficiais da prefeitura e que Cicero insiste serem elas mentirosas. A não ser que a doutora Andreza criou uma armadilha ao poder público: a suposta boa fé pública dos agentes públicos contra eles próprios se ficar provado que mentiram como declara o vereador.
O QUE RECLAMA CÍCERO NESTE CASO?
A obra foi realizada no dia 30 de janeiro deste ano. O sitio onde está o pontilhão não comercializa produtos agrícolas e por isso não seria beneficiário de serviços de apoio da secretaria de Agricultura e Aquicultura municipal, como ampara uma lei própria para isso.
O serviço de recuperação do pontilhão de madeira foi feito por outra secretaria, a de Obras e Serviços Urbanos, supostamente a pedido da secretaria de Agricultura e Aquicultura, que possui um programa especial, regulamentado, de fomento aos agricultores gasparenses, como a patrulha mecanizada (aração, plantação, colheita, abertura valas ou desassoreamento de ribeirões ou cursos naturais, recuperação de caminhos para escoamento de produtos etc.)
E mesmo quando esse serviço é executado, ele é pago parcialmente pelo agricultor beneficiado. E nada foi ressarcido aos cofres públicos neste caso.
O caso não se enquadrou em nenhum daqueles já regulamentados pelas leis municipais existentes, segundo o vereador E para justificar, a prefeitura alegou à promotora que reconstruiu a pontilhão da propriedade rural, porque ao passar com máquinas sobre ele, para destruí-o parcialmente, obrigou-se por isso, ao reparo dele. Aceitável. Entretanto, o vereador Cicero, amparado em fotos, fatos, legislação e testemunhas diz que a alegação da prefeitura à promotoria foi e é mentirosa, termo que insistiu várias vezes na tribuna da Câmara na semana passada.
E por isso, Cícero reiterou o pedido de condenação do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e do secretário de Obras e Serviços Urbanos, Jean Alexandre dos Santos, autores primários das obras, pela prática de Prevaricação e Improbidade Administrativa.
As contradições começam pelo requerimento 19/2019 do vereador e as respostas dadas pela prefeitura a este documento da Câmara, passam por documentos que ele anexou ao recurso ao Conselho do MP, além da legislação onde há expressos e claros limites para a permissão do uso do maquinário da prefeitura em propriedades rurais produtivas de Gaspar.
Para o vereador, a propriedade não é produtiva. Então ela não está apta a receber o apoio previsto na Lei específica municipal. Se houve dano no pontilhão por equipamentos do município, segundo Cícero não teve causa efetivamente comprovada como determina a Constituição e para complicar, a Lei Orgânica de Gaspar obriga a autorização legislativa para que seja feito o reparo do dano. “E não foi reportado, comprovado e nem pedida esta autorização”, insiste o vereador.
Não há registro. Não há apuração. Não há nexo causal. Não há avaliação. Não há determinação da extensão do suposto estrago. Não há laudos comprovando o estado da ponte. Não há manifestação da Defesa Civil. Não há orçamentos e para complicar, testemunhas afirmam que a limpeza do ribeirão onde está o pontilhão, nem perto dali chegou como fundamenta o documento enviado ao Conselho do MP.
O vereador Cícero também se insurgiu contra à apresentação pela prefeitura ao MP das cópias de Licença Ambiental para dragagem do ribeirão. Para ele, este documento é muito antigo e possui a data de 28 de janeiro de 2014. Não deveria ter validade. A limpeza do ribeirão ocorreu cinco anos depois e não teria, neste caso, sido próximo ao pontilhão supostamente danificado. O memorando 13/2018, está com a data de 23/04/2018, mas os documentos foram enviados para tentar relacionar e justificar uma suposta Obra que ocorreu somente em 30/01/2019. E para complicar, no diário do operador da Máquina PC e do motorista que ajudaram na “reconstrução” do pontilhão, não há assinatura do dono do sítio, o beneficiário do serviço, dando quitação do dano.
Cicero está inconformado com o desfecho, sem que se tenha aberto um inquérito e que a palavra da prefeitura perante o MP tenha sido tomada como definitiva.
Assaltos de Guarulhos e do Quero-Quero possuem obviedades e até possíveis laços operacionais que se fortaleceram diante do impasse jurisdicional e da competência de investigar e de se ir atrás dos bandidos daqui
Esta coluna nos dias em que prenderam os três “pés de chinelos” com R$ 17 mil - Gaspar, Ilhota e Itajaí - que participaram, ou “faziam parte” do bando de profissionais que assaltaram quase R$10 milhões do aeroporto Quero Quero, em Blumenau, afirmou que a PM catarinense fez espetáculo na mídia. E a imprensa caiu no conto.
Na verdade, como pontuei à época, e fui o único, era uma armadilha que os profissionais bandidos e cabeças da ação - que ficaram com o grosso do dinheiro até agora pois arquitetaram e executaram-no - deram como iscas, seus pés de chinelos da organização criminosa. E a PM ir atrás deles, distraindo-se, enquanto os verdadeiros donos do assalto, sem os olhos da polícia, da imprensa, dos informantes, fugiam por outros caminhos. Bingo!
Isso é do planejamento. É da inteligência. É do jogo. Ou seja, bandidos venceram até agora o sofisticado aparelho de segurança do Estado, seja ele de Santa Catarina ou da Polícia Federal que se meteu no caso de Blumenau, porque a Justiça Estadual entendeu ser dela a competência por ter sido o assalto dentro de um “aeroporto”
Semanas mais tarde, inconformada e ao cobrar, a coluna afirmou que as polícias Federal e a Estadual batiam cabeças na Justiça para saber qual delas tinha a tal jurisdição ou competência para ir atrás dos bandidos e conduzir as investigações. E aí, por causa dessa discussão idiota e o tempo perdido com ela, quase tudo parou à espera de uma decisão na jurisdição, sempre morosa, cheia de recursos, “interpretações” e que, vejam só: chegou até parar no STJ. Vergonha.
Enquanto isso, os bandidos comemoravam à burocracia do estado contra os cidadãos roubados e que pagam pesados impostos para terem uma mínima segurança na vida, no patrimônio e uma Justiça que lhe proteja nos seus direitos o mais rápido possível com base nas leis. O STJ disse só há pouco, que o aparelho catarinense – Civil e Militar - pode prosseguir nas investigações enquanto os doutores magistrados, com a lei à mão, estudam o caso.
Dupla vergonha, depois de ter prejudicado o serviço policial, contribuir decisivamente para se perder o foco, as provas, os rastros e de quase tudo estar comprometido pelo tempo, se tiver algum sucesso, a segurança de Santa Catarina ainda vai ter que dividir holofotes. Pobre pagadores de pesados impostos: estão sendo roubados várias vezes.
SEM POLÍCIA UNIFICADA, A INTELIGÊNCIA DOS BANDOS ZOMBOU DA BUROCRACIA
Retomo. Na semana passada, causalmente e quase como uma premonição, revivi o caso do Quero-Quero com esse viés crítico pelo mesmo motivo que já lhes relatei acima. Fiz isso para requentar o assunto e decepcionado como cidadão com a falta de desfecho que já se vai para quatro meses. Silêncio de todos sobre o caso Quero-Quero, onde teve até houve a morte de uma operária que estava longe da cena do crime.
O “silêncio”, alegam-me, ser isso necessário para não “atrapalhar” as investigações. Mas, foi o “silêncio” que pôs tudo a perder até agora nessa briga de bastidores da interpretação da Justiça por quem tem o dever de buscar os bandidos, recuperar o dinheiro e dar segurança aos cidadãos.
Na verdade, ele esconde um vácuo supostamente legal pela competência de apurar o crime. O aparelho policial -seja ele Federal ou Estadual parou para simplesmente evitar afrontar à Justiça na interferência que fez neste caso de Blumenau. O silêncio esconde um problema grave e que é contra a sociedade, o cidadão. O silêncio, neste caso, trabalha apenas a favor dos bandidos. Inacreditável! Pobres de nós!
Coincidência ou não, nem a semana passada terminava e muitos ainda liam o meu artigo quando houve outro espetaculosos assalto, com modus operandi semelhante, só que desta vez no aeroporto paulista concedido à iniciativa privada, em Guarulhos, atrás de uma montanha de ouro – algo como R$ 110 milhões. Ela estava prestes a ser embarcada para os Estados Unidos – a maior parte - e Canadá. Lá, tudo que a polícia do estado pediu para tornar legal o inquérito e as investigações, ganhou. Quanta diferença!
Voltei ao tema e escrevi que os dois assaltos poderiam estar ligados, exatamente pela forma como eles foram realizados.
Não é que a imprensa nacional e a própria polícia, agora, admitem esse possível elo dos profissionais do crime nos dois casos e mais um outro acontecido anteriormente no aeroporto de Campinas – também sem explicações? Uau! Ou seja, a polícia sabe o que está acontecendo e que está atrasada, mais atrasada com a “ajuda” da Justiça que antes quer decidir que tipo de polícia deve ir atrás dos bandidos.
Ora, se esse elo existe e que por enquanto é só uma hipótese diante de tantas coincidências, o caso de Blumenau tem culpa da Justiça, com seus juízes, em ar refrigerado, que travaram as investigações. E podiam ter evitado, ou atrapalhado. Em São Paulo, a mesma lei teve outra interpretação, a favor do cidadão e contra o bandido. Simples assim!
Soltos - e protegidos pela inércia -, vendo que a Justiça lhes favorece - e se são realmente da mesma célula nos dois casos -, foram atrás de outra oportunidade e que possivelmente já estava mapeada faz tempo, como também haverá outras nas listas de prioridades deles para novos assaltos espetaculares sob os olhos atrasados da Polícia.
Afinal, os bandidos são do ramos e possuem na organização seus pés de chinelos pagos para despistar e assumir os seus erros ou vacilos da Polícia e até da Justiça.
E se não são os mesmos assaltantes ou pertencentes à mesma célula de inteligência delitiva? Não importa.
O sinal trocado dado pela PM catarinense ao cair na armadilha dos assaltantes profissionais e deixá-los escapar ficando só com os “pés de chinelos” que eles ofereceram para ela, bem como a incompreensível "briga" na Justiça para saber quem pode caçar bandidos bem-criados, sinalizou a outro bando que ele devia se arriscar. E arriscou. E até agora, quando escrevo esta coluna, os bandidos dos aeroportos de Campinas, Quero-Quero, Guarulhos e tantos outros, estão ganhando o jogo.
Em Guarulhos, todavia, não houve disputa de competência entre a Federal e a estadual. A polícia de São Paulo tomou à frente e já está produzindo alguns resultados.
Por isso mesmo, temo que desta vez o bando – ou os bandos - terá mais dificuldades até pela repercussão da ousadia. Outra. Pelo que se saiba até agora, não haverá a vergonhosa disputa para saber quem é competente nos aparelhos policiais para capturar bandidos. Polícia é polícia. Bandido é bandido. É assim que o povo assaltado e pagador de pesados impostos entende. É difícil para as pessoas – que se rotulam como autoridades – pagas pelos assaltados compreenderem isso? Chega de nhemnhemnhem. Este também não foi o voto da maioria dos brasileiros em outubro passado? A Justiça ainda não entendeu o que se passou nas urnas?
OUTRA COINCIDÊNCIA
Nos dois casos – Blumenau e Guarulhos -, estava envolvida a transportadora de valores Brinks. Nenhum bandido e minimamente inteligente, experiente, vivido nessa arte, assalta sem informações e rotinas checadas exaustivamente para perceber as vulnerabilidades, criar a organização e a logística da operação para se estabelecer numa execução minimamente bem-sucedida. E as transportadoras são alvos deles no estudo das rotinas, cooptação e infiltração de pessoas e esquemas de segurança, bem como os receptores de valores.
E nos casos de Blumenau e Guarulhos, há graus de riscos e complexidade elevados. Apesar disso quase todos os bandidos, até agora, saíram ilesos com a dinheirama e o ouro que levaram.
Mais uma vez, como em tantos outros, este assalto nasceu na transportadora de valores ou na rotina da recepção do dinheiro ou do material (ouro). Em São Paulo, há notícias de que operadores do aeroporto estão detidos porque as histórias deles não se encaixam aos álibis que construíram. Talvez sejam os pés de chinelos de lá.
Voltando. Até parece aquela série da Netflix, a “La Casa de Papel” contra os cofres do Banco Central Espanhol: na primeira parte da série fabricaram dinheiro e levaram bilhões para viver longe da polícia; agora, na segunda parte da série, como não foram pegos, voltaram para transformar e roubar toneladas o ouro.
E para finalizar. Outra comemoração dos bandidos e permitida pela própria Justiça brasileira: o Coaf está amordaçado por Dias Tofolli, presidente do Supremo Tribunal Federal e ninguém pode seguir o dinheiro sujo, roubado, fruto de ilícito, tráfico, sonegação, corrupção... ou seja, na sua transformação de ilegal em legal.
Então cabe à maioria dos brasileiros apenas pagar os pesados impostos duas vezes via os descontos compulsórios nas transações normais ou quando são roubados, assaltados.... Wake up, Brazil!
(texto autalizado às 20.07, de 29.07.2019)
Para não fugir do tema. Só agora em Brasília que o motorista Evânio Prestini, do Jaguar de Guaramirim, que bêbado matou na contramão no dia 23 de fevereiro, duas adolescentes e feriu outras três num Pálio na BR 470, em Gaspar, conseguiu a liberdade provisória.
Em Gaspar e Florianópolis a Justiça foi mais dura e o deixou mofando no presídio de Blumenau, como exemplo a outros riquinhos que não conseguem separar álcool da direção de seus carrões.
Na coluna de sexta-feira, feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota, adiantei que esperava que os paralelepípedos – a maior parte então doados pela antiga Ceval - que serão retirados da Rua Bonifácio Haedchen, devido à sua reurbanização, fossem reaproveitados.
A prefeitura diz que essas pedras já têm destino: a Rua João Theiss. É mesmo? Primeiro, onde está o projeto e a dotação orçamentária? Segundo, ao retirar de um lugar já não deveria as duas obras terem início paralelos? Terceiro, os paralelepípedos que serão retirados têm a extensão de quatro quilômetros. Quanto mesmo é a extensão da João Theiss, que será mais estreita? Então vai sobrar muitas pedras da Bonifácio e enrolação outra vez.
Ou seja, muitas outras ruas do Distrito do Belchior poderiam ser beneficiadas pelos paralelepípedos. Cadê a lista, cadê os projetos, cadê os recursos no orçamento para as obras? O planejamento da atual administração é um desastre. Acorda, Gaspar!
Quem disse que o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, não vem a Blumenau? No final de semana apareceu aqui para o casamento do deputado Ricardo Alba, PSL.
Em Gaspar, o PSL está sendo enfraquecido com o cabide de empregos na prefeitura pelo poder de plantão. O cerco saiu das promessas e está se efetivando na prática.
O que faz esta Duster oficial estacionada sobre o trevo do Corpo de Bombeiros, em Gaspar?
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