Para que serve uma imprensa independente e acreditada naquilo que divulga? Para dar voz à cidade diante da falta de prioridade de seus gestores de plantão - Jornal Cruzeiro do Vale

Para que serve uma imprensa independente e acreditada naquilo que divulga? Para dar voz à cidade diante da falta de prioridade de seus gestores de plantão

26/12/2018

Qual era mesmo a manchete de capa da edição impressa do Jornal Cruzeiro do Vale no dia 16 de novembro? “Buracos na rua Anfilóquio Nunes Pires: desvie, se puder”

O que está na segunda-feira na rede social do repórter-prefeito Kleber – porque a área de comunicação está de férias? A revitalização das ruas Nereu Ramos e Anfilóquio do Centro até o bairro Bela Vista

Texto revisado as 17.31 de 27.12.2018 

Não é coincidência. Mas, a notícia é boa porque rebate a manchete do Cruzeiro com ações em favor da comunidade. O recapeamento também é manchete no Portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acessado e atualizado de Gaspar e Ilhota e que não parou no feriado e onde o prefeito pode se expressar de viva voz como repórter da sua obra. Era uma necessidade urgente. Era uma reclamação antiga dos gasparenses – e não do jornal ou portal. Era dos que moram e passam naquela região que vai do Centro, Coloninha, Figueiras ao Bela Vista e a quem, o jornal e o portal deram voz. Entenderam a importância de um veículo de comunicação independente?

Este é um dos traçados mais usados por visitantes e investidores para chegar a Gaspar por Blumenau – a cidade vizinha é polo. E este trecho também é um cartão de apresentação da cidade, mas nada agradável para todos. Aparenta uma gestão pública descuidada com a cidade.

A obra, segundo o contrato assinado e divulgado, vai custar em torno de R$4,5 milhões.

Os recursos, diferente do que se afirmou no comentário originalmente postado, até esta revisão, serão sim, integrantes dos R$60 milhões vindos do financiamento do programa chamado Finisa e que a prefeitura tomou na Caixa, sob aprovação em tempo recorde na Câmara. O esclarecimento onde ele próprio admite que houve confusão na divulgação oficial é de Jorge Luiz Prucino Pereira, diretor geral de convênios de Gaspar à redação do Cruzeiro e não à coluna

Esta informação que agora a prefeitura chama de "atravessada", percorreu, vejam só e "coincidentemente", todos os demais veículos regionais que deram a notícia da repavimentação da Nereu Ramos e Anfilóquio Nunes Pires pela prefeitura nesta semana. O erro foi originado da propaganda afoita da segunda viagem que Kleber em uma numerosa comitiva fez a Brasília neste dezembro. A área de comunicações da prefeitura de Gaspar está de férias. O plantonista é o repórter de vídeo, Kleber.

Resumindo. A prefeitura assinou um contrato com o Finisa, comemorou e divulgou o fato para transparência e principalmente, uso político. Do nada, foi a Brasília, assinou um convênio, posou para fotos e anunciou como um grande fato novo. Não era. Teve que esclarecer e voltar atrás. Era a mesma coisa.

Nas explicações pelas redes sociais e entrevistas às rádios, informava-se que se havia assinado um convênio de R$60 milhões no Ministério do Turismo para Gaspar e que incluiam programas do "Prodetur + Turismo". Com o esclarecimento do diretor Jorge, sabe-se que não é bem assim. E até agora, a prefeitura de Gaspar não explicitou exatamente quanto dos R$60 milhões estão destacados para o "Prodetur + Turismo". Eles foram até tentados anteriormente com o BNDES - que é o que dá suporte ao "Prodetur + Turismo". O Banco não foi receptivo aos pleitos de Gaspar e tinha taxas mais elevadas, informou Jorge.

Encerrando este também necessário e tardio esclarecimento, a propaganda enganosa da prefeitura em Brasília não durou mais que uma semana. Entenderam para que serve a imprensa independente? Os recursos do "Prodetur" que estão nos R$60 milhões, vão para sinalização e pavimentação de "rotas turísticas". Como só Gaspar e a gaúcha Canela haviam se habilitado a tempo para alcançar esses recursos, o presidente Michel Temer, MDB, liberou-os no apagar das luzes do seu governo, por meio do seu ministro do Turismo, o catarinense, Vinicius Lummertz, que vai ser secretário de Turismo de João Dória, PSDB, em São Paulo.

E aí você leitor e leitora me perguntam, mas Gaspar é um destino turístico? É, relativamente, responderia. Falte quem o estruture e o diferencie de Blumenau, por exemplo. E a Anfilóquio faz ligação com Blumenau, esta sim, um polo de atração turística e com selo para tal. E é ai que entra a nossa sorte. Espera-se que as rotas das águas sejam contempladas como se pediu originalmente, a começar pela enrolada reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen, no distrito do Belchior, a porta e cartão de entrada das cascatas-balneários.

Além do mais, no caso específico da Nereu Ramos e Anfilóquio Nunes Pires, a cidade de Blumenau, possui vivo interesse que os caminhos que levam o turista até ela, sejam, no mínimo, transitável. Sobre Temer e Lummertz liberarem os recursos ao apagar das luzes do governo que se vai, penso que é válido, antes que eles sejam desviados para outra região do país, por questões de aparinhamento político, como sempre acontece e registramos – como foi com os recursos da Ponte do Vale, onde o PT e PP que tinha o Ministério das Cidades, assim permitiram – que venham para Gaspar, o Vale do Itajaí e Santa Catarina.

Estas ruas Nereu Ramos e Anfilóquio Nunes Pires, eram a estadual SC 470, que trocou de numeração para SC 412, mas sempre foi a Rodovia Jorge Lacerda. Ela foi municipalizada quandon Adilson Luiz Schmitt, MDB era prefeito.

O então governador Luiz Henrique da Silveira, MDB, em 2006, fez isso pelo decreto 4.084 de nove de marco e retirou este trecho daqui do centro até a divisa com Blumenau do Mapa Rodoviário Estadual. Esta decisão foi ratificada em 21.12.2011 no decreto 759 depois que ele revitalizou em 2009 toda a Jorge Lacerda – desde o trevo da BR 101 até a Rua Itajaí, próximo ao Sesi, em Blumenau. O tempo e a falta de manutenção depois disso a deixaram em estado deplorável.

Ontem o prefeito Kleber na sua rede social, todavia, lançou dúvidas sobre a qualidade do trabalho. Vem polêmica! Mas, isto é tema para outro comentário. Acorda, Gaspar!

O dinheiro dos pesados impostos do povo é desperdiçado em Gaspar

Você sabe para onde estão indo os “entulhos” do binário da Parolli e outras obras em que se retira materiais das ruas de Gaspar?

Para diversos bota-fora – espaços que recebem aterros de restos de obras. Eles são identificados com autorização da prefeitura (Planejamento e Meio Ambiente) como o que existe na Rua Clara Bittencourt com a Francisco Mastella, no Bairro Sete. Um deles, todavia, fica na Rua Antônio Francisco de Carvalho, por exemplo. Está sem identificação, é um misto de areia, barro, entulhos e muitos paralelepípedos e meios-fios de pedra, que já custaram muito aos cofres públicos.

Numa época em que a ordem é reciclar, que o dinheiro é escasso, qual a razão de tanto desperdício de materiais? Qual a razão para não se leiloar, vender ou doar para serem reutilizados? Aterro!

No fundo, isso é uma demonstração inequívoca de falta de planejamento. Antes de se fazer uma obra, sabe-se o que vai se retirar, e como um produto, como ele pode compor um novo ambiente de negócios, ou relações com a comunidade. Como o planejamento para se fazer a obra e administrar o trânsito já é um ato falho, como se demonstrou ao longo das duas últimas semanas, seria muito, pedir à mitigação para os danos colaterais das sobras das obras públicas. Acorda, Gaspar!

Ilhota em chamas. Contas de 2017 do prefeito Érico de Oliveira, MDB, foram rejeitadas

As falhas nas contas do primeiro ano da administração do prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira, MDB, foram de tamanha gravidade. Diante dela não restou à reprovação pelo Tribunal de Contas do Estado. Novidade?

A recomendação do TCE é para que os vereadores, ao analisarem, também as reprovem. E se isso acontecer, a vida do prefeito Érico à frente da gestão pública de Ilhota pode piorar. Quem acredita na rejeição no foro político daquilo que não se sustenta tecnicamente?

1. Quem é leitor e leitora desta coluna - que mais uma vez está de alma lavada - sempre soube que esse seria o desfecho da desastrada administração municipal. E olha que o prefeito é empresário, ou seja, pressupõe que tenha experiência administrativa. Mas, não pode fazer da gestão pública uma privada.

2. É por causa disso que a coluna Olhando a Maré é condenada sistematicamente pelos políticos no poder, seus puxa-sacos e dependentes ou metidos em dúvidas que se unem num corporativismo que beira ao de uma quadrilha. É por isso também, que ela é a mais lida (no jornal Cruzeiro do Vale), acessada (no portal Cruzeiro do Vale) e acreditada nas comunidades de Gaspar e Ilhota.

3. Érico e os seus se elegeram em cima das dúvidas e desastres administrativos do ex-prefeito Daniel Christian Bosi, PSD. Ele por conta disso, desistiu até da reeleição. Os eleitos e sucessores de Daniel – segundo o TCE - estão muito piores na foto do que ele; e já no primeiro ano.

4. Érico e os seus - irresponsavelmente - comemoraram a prisão de Daniel em junho de 2017, na Operação Terra Prometida (no caso dos loteamentos). Agora, correm riscos sérios para que em algum momento isso, também seja uma possibilidade real aos da atual administração. O roto e o esfrangalhado. Já escrevi sobre isso, com esse título.

5. O Ministério Público Estadual da Comarca e que cuida da Improbidade Administrativa está abarrotado de inquéritos e denúncias contra a administração de Érico de Oliveira. Quando tudo isso for a julgamento, a coisa pode piorar de verdade e drasticamente. Há medo.

6. Na área de meio-ambiente, a coisa também está preta, mas aí...

7. A recomendação do TCE para os vereadores de Ilhota é a reprovação das contas. Como Érico detém a maioria na Câmara e nessa maioria, três dos vereadores da base são seus funcionários, há dúvidas fundadas de que a recomendação terá algum efeito prático. O TCE passou a ficar de olho não apenas no prefeito, mas também nos vereadores.

8. Érico é a cara do novo MDB de Ilhota e de onde o próprio Érico não é originário. Na verdade, por dentro, é velho MDB do ex-prefeito Ademar Feliski, também enrolado na Jurisdição. Resumindo: não há nada de novo, tudo enganação aos analfabetos, ignorantes e desinformados usados pelos políticos nas suas andanças de estragos, sede poder, desqualificação do Ministério Público, da imprensa que não é a amiga, da polícia que faz os inquéritos a pedido do MP, dos técnicos do TCE e até da Justiça que ao final têm a obrigação por ofício, conhecer e sentenciar diante de tantas provas.

9. Érico foi empregador para os desempregados do MDB em outros municípios como Luiz Alves e Balneário Camboriú. E para se fortalecer na defesa, não será surpresa se abrir as portas para os que se desempregam em Florianópolis. É assim que funcionam as tais "novas" gestões. Quem paga tudo isso? O povo chamado a tirar dos seus bolsos, o que lhe falta, e transferir aos políticos nos pesados impostos do dia-a-dia para a farra.

Diretor ouvidor de Gaspar é o exemplo mais recente e acabado da tal “eficiência" do governo Kleber

Cleverson Ferreira dos Santos é o Diretor Geral de Ouvidoria e Atendimento do município de Gaspar.

A primeira marca do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, foi o de ser “eficiente”. Como ainda não deu certo, está preferindo avançar esta parte. A promessa até agora, ficou no emprego de cabos eleitorais e não exatamente, em profissionais para produzir o resultado esperado.

Cleverson é suplente de vereador pelo PP, e até já esteve titular. Foi na condição de político e a de evangélico (irmão de Kleber e outros) que o jovem alçou ao cargo comissionado de direção na Ouvidoria. Resumindo: é um cabo eleitoral da coligação. Nada mais.

Olhando a rede social do moço entende-se bem o grau de conhecimento dele sobre a língua portuguesa e por extensão à sua qualificação para ser um diretor. Não se refere à exposição organizada de ideias ou algo mais complexo do português onde todos nós passamos apertos e até pode ser, algo desculpável. O que pega mesmo é o conhecimento de simples palavras, todas usadas no cotidiano.

Veja este texto do "çabio" respondendo - com ares de valentia, para mostrar falsamente à independência do posto onde está - à uma queixa pública do contribuinte João Feliciano. Pouquíssimas linhas.

"Alvarás são espedidos por proficionais efetivos da prefeitura Municipal, se a irregularidade a culpa é de quem sedeu alvará e deve ser fiscalizado, nao passo a mão na cabeça de ninguem!!"¨

Aliás, uma Ouvidoria séria e para valer, deveria ser ocupada por alguém sem viés político partidário ou outro tipo de proteção, incluindo a divina. Ouvidoria é algo que sugere técnica e independência do empregador. Neste caso, em Gaspar, sabe-se, é mais um cabide de emprego com o dinheiro dos pesados impostos dos gasparenses. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Samae inundado. Depois que, por desespero e falta de planejamento, para se diminuir as queixas dos consumidores, os “çabios” do Samae começaram transportar água do reservatório do Centro para atender o Barracão, Bateias e Óleo Grande, em tanques não devidamente preparados. Para fugir da fiscalização pública, o Samae tomou duas medidas “saneadoras”.

A primeira foi a de desmentir que isso estava acontecendo; ao mesmo tempo em que desarmou o esquema que dava provas à imprensa intrometida do que beirava a um crime contra a saúde dos cidadãos. A segunda, foi contratar gente “especializada” para fazer o transporte.

Especializada? A empresa e seus caminhões não estão identificados exatamente para não serem apanhados no improviso. São caminhões com caixas de água ou tanques amarrados na carroceria. Desperdício e um perigo. Um verdadeiro serviço de executivo.

Lembram daquela informação adicional que sempre dei sobre a fonte ao relatar quando acho algumas das pegadinhas em Ilhota e Gaspar? “No Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet e não tem horário para sair”.

Acessar o DOM na internet e que é patrocinado pela Fecam – Federação Catarinense de Municípios, tocada por prefeitos -, já é mais tão difícil, reconheço. E agora, o DOM tem horário para ser publicado nas edições regulares: às 15 horas. Entenderam o que faz a imprensa livre e a “água mole em pedra dura, tanto até que fura”?

Sem noticioso das rádios por aqui devido aos feriados prolongados, com os jornais impresso voltando a circularem só em janeiro, não restou alternativa ao prefeito Kleber apelar para sites e meios de comunicação de Blumenau, pouco representativos por aqui, para mostrar o que estava fazendo na Rua Nereu Ramos nesta quarta-feira.

Transparência. O prefeito Kleber Wan Dall, MDB, de Gaspar, e o vereador Francisco Solano Anhaia, líder do partido na Câmara, passaram parte do sábado passado no reduto do vereador distribuindo papelinhos. Era a tal prestação de contas da camada de asfalto sobre os paralelepípedos da Rua Pedro Simon, na Margem Esquerda.

Transparência é um bom tema e se ela chegar ao governo Kleber como ele anuncia, poderá resolver aclarar de vez o que a cidade e os cidadãos contam nos aplicativos de mensagens, ou colocar seus assessores no buraco.

Diz um dito popular que “gato escaldado tem medo de água fria”. Os gatos estão desconfiados que andaram soltando cachorros na praça. Os gatos querem saber quem são os donos dos cachorros. Ai, ai, ai.

O gargalo. Gaspar fez o binário da Parolli. Uma solução necessária, óbvia e atrasada na promessa que foi para Natal do ano passado. Lembram? Na outra ponta vai se reurbanizar as ruas Nereu Ramos e Anfilóquio Nunes Pires. Uma solução necessária e óbvia, também.

No miolo delas está a Avenida Duque de Caxias que é um gargalo. Até agora, nada! Nas Linhas Círculo – na saída e entrada dos empregados – está o outro gargalo. Até agora, nada! Então... A fluidez continuará comprometida no Centro de Gaspar, mesmo com todas as desgastantes mudanças que tendem a ficar mais desgastantes se os problemas persistirem. Afinal, há uma promessa explícita de mais mobilidade.

Ausente. Na assinatura do contrato para a repavimentação da Nereu Ramos e da Anfilóquio Nunes Pires, nas fotos, não apareceu o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Jean Alexandre dos Santos.

Batizado. Um veículo Veloster, devido à alta velocidade, e não por defeito de projeto, que “beijou” por primeiro, o canteiro do binário da Parolli. Estranho mesmo, foi como o envolvido retirou rapidamente conseguiu o guincho e tirou o veículo de lá

 

Comentários

Herculano
29/12/2018 22:17
EM INSTANTES, A ÚLTIMA COLUNA OLHANDO MARÉ INÉDITA AOS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE
Herculano
29/12/2018 11:53
GOVERNANDO?

Do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro, PSL, no twitter nesta manhã

Por decreto pretendemos garantir a POSSE de arma de fogo para o cidadão sem antecedentes criminais, bem como tornar seu registo definitivo.
Herculano
29/12/2018 07:14
da série: num mercado livre e competitivo, a tabela é sinal de proteção indevida. A frota própria vai colocar mais caminhões no mercado e aumentar os ociosos, que mesmo com a tabela, não terão fretes disponíveis.

GIGANTES DO AGRO COMPRAM FROTA PRóPRIA PARA FUGIR DO CUSTO DO FRETE

Incertezas surgiram com tabela de fretes, cuja negociação ocorreu na greve dos caminhoneiros

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rodrigo Vargas. As incertezas em relação ao tabelamento do frete rodoviário já começam a levar empresas do agronegócio do Brasil a adotar um plano B para o escoamento da safra de soja em 2019.

A mato-grossense Amaggi, pertencente à família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fechou a compra de uma frota de 300 caminhões. A entrega dos veículos está prevista para janeiro.

"A aquisição destes veículos atende a uma necessidade estratégica na estrutura logística", disse o presidente executivo da empresa, Judiney Carvalho.

A Cargill, multinacional de origem americana, confirmou que fez a cotação de 1.000 unidades, mas condicionou a concretização da medida a um posicionamento definitivo do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto à inconstitucionalidade da tabela.

"Se isto não ocorrer ou se esta decisão alongar-se de forma a dificultar nossas operações no país, estamos preparados para adotar uma alocação de frota própria", afirmou a empresa, em nota.

A Bunge, outra gigante do segmento, disse confiar que o tabelamento será derrubado "o mais rápido possível", mas confirmou que avalia "diversas possibilidades em relação ao frete de seus produtos". "A companhia se manifestará apenas após a decisão judicial e afirma que continuará pautando sua conduta pelo respeito às leis e decisões da Justiça".

Segundo a ADM, a situação provoca um "aumento acentuado" no custo do transporte e "pressiona as margens de comercialização de grãos, que já estão bastante deprimidas". "A ADM espera que o governo encontre uma solução e está avaliando, assim como outras empresas, a adoção de frota própria".

A cooperativa paranaense Coamo, uma das maiores do país, confirmou a compra de 500 caminhões em 2018. O investimento, segundo a assessoria de imprensa, já estava previsto no planos de renovação da frota atual, mas a ideia é que, se for necessário, os veículos antigos continuem a ser utilizados.

"A tendência entre as cooperativas, se mantido esse tabelamento, é a aquisição de frotas próprias. O único impedimento até agora tem sido a capacidade de produção das montadoras, que para 2019 já chegou ao limite", comentou Nelson Costa, superintendente da Ocepar, cooperativa que responde por cerca de 60% da produção agrícola do Paraná.

Maior empresa do setor de carnes no mundo, a JBS comprou, ainda em agosto, 360 caminhões para sua frota.

"A decisão está amparada na estratégia de uma operação sustentável, que garanta a produção e oferta de produtos, reduzindo os impactos de custo causados pela aplicação do tabelamento do frete rodoviário", afirmou a empresa à ocasião, em nota.

O tabelamento de fretes foi resultado de uma longa negociação envolvendo representantes do governo e lideranças dos caminhoneiros.

O aceno à implantação da medida ajudou a encerrar o protesto contra os custos do óleo diesel que, em maio passado, interrompeu por dez dias o tráfego nas principais rodovias do país.

Na ocasião, a Cargill disse, em nota, que os setores de processamento e exportação de produtos agrícolas seriam forçados a "mudar seu modelo de atuação". Em vez de comprar os grãos com retirada nas fazendas ou nos armazéns no interior, diz a nota, "serão forçadas a comprar somente com entrega nas fábricas e nos portos".

O cenário se manteve ao longo de todo o segundo semestre, quando ocorreu o plantio da safra de soja que começa a ser colhida a partir de janeiro.

Com a insegurança em relação aos custos, o mercado futuro entrou em dezembro com pouco mais de 30% de vendas antecipadas da oleaginosa no país - redução de 14 pontos percentuais em relação à média histórica para o período, segundo a consultoria Safras & Mercado.

Para o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, a alternativa encontrada pelas trades não busca substituir por completo a frota terceirizada.

O objetivo das grandes exportadoras, segundo ele, é dispor de uma estrutura para "amortecer as crises".

"O foco dessas companhias não é o transporte. Vejo essas frotas próprias como um sistema de emergência, a ser empregado para garantir a fluidez do escoamento", afirmou Vaz, que é consultor em logística de entidades como a Aprosoja e a AMPA.

Ele criticou a atuação do ministro Luiz Fux, que recentemente determinou a suspensão da cobrança de multa às empresas que descumprirem o tabelamento.

"Desde o princípio ele [Fux] busca uma solução negociada, o que é inviável. O preço do frete é uma expressão do livre mercado. O tabelamento é uma invencionice que tem de ser simplesmente derrubada."

Gilson Baitaca, líder do Movimento dos Transportadores de Grãos de Mato Grosso, disse não acreditar que a adoção de frotas próprias se torne um padrão entre as grandes exportadoras.

"Quem se aventurar neste rumo pode até quebrar a cara, em razão dois custos operacionais e trabalhistas. Se fosse viável, já teriam feito isso há muito tempo", avaliou.

Segundo ele, o diálogo é a única forma de resolver a crise. "As empresas nunca quiseram conversa. Não estamos querendo inviabilizar o negócio de ninguém, apenas assegurar um valor que viabilize o nosso".
Herculano
29/12/2018 06:52
FECHAR O OLHO

De Augusto Franco, no twitter

Honestamente, tenho pena de Moro, que já começa tendo que fechar os olhos para o caso Queiroz. Ele sabe do que se trata. Mas não é mais juiz, não pode se colocar acima das disputas. Tem que comprar e vender a versão oficial. E assim caminhará, vendo tudo e sem poder fazer nada.
Herculano
29/12/2018 06:17
HÁ OS QUE TIRAM PROVEITO

De J.R.Guzzo, de Veja, no twitter

Há gente que sofre de verdade por ver Lula passar o Natal trancado numa cela de Curitiba. Há gente que detesta Lula, mas não sente alegria com a sua prisão. E depois há os tiram proveito do sofrimento do chefe: fazem uma selfie diante da cadeia e vão encher o bucho em outro lugar
Herculano
29/12/2018 05:38
UM GOVERNO DE OFUSCAÇÃO, por Rodrigo Zeidan, economista, professor Professor da New York University Shangai (China) e da Fundação Dom Cabral, no jornal Folha de S. Paulo

A estratégia é bater em coisas irrelevantes, ignorando o que realmente importa

A ciência econômica passa por uma revolução com base em bancos de dados detalhados e técnicas sofisticadas. Um dos exemplos vem de Girija Borker, que estima quanto as mulheres na Índia estariam dispostas a pagar para se livrar de assédio e violência sexuais.

Girija usa o Google Maps, dados obtidos via financiamento coletivo e um robusto modelo teórico e conclui que elas prefeririam estudar numa faculdade abaixo da média, em vez de em uma entre as 20% melhores, só pelo motivo de o caminho ser mais seguro (por um desvio-padrão). As indianas também se disporiam a pagar quase US$ 300 (R$ 1.200) ao ano, o dobro da anuidade média no país, para andar com pouco mais de segurança.

Temos mais fontes para entender o mundo atual. Petra Persson e Maya Rossin-Slater mostram que o impacto do estresse na gravidez sobre os filhos pode ser permanente. Adultos de mães que tiveram uma morte na família durante a gravidez têm mais transtornos que os de famílias cuja morte aconteceu logo depois do nascimento.

Com coautores, Nathaniel Hendren revela que negros têm menor mobilidade social que brancos em 99% das cidades americanas, e Alex Bell evidencia que desigualdade também é norma no quesito invenções.

Analisando patentes de 1,2 milhão de inventores americanos, filhos dos 1% mais ricos têm dez vezes mais chance de obter uma patente que os de famílias de classe média ou abaixo.

Tem coisa boa saindo do forno para melhorar políticas. Minhas contribuições, eu comento na próxima coluna.

***

É época de previsões. O novo governo, com boa vontade, vem sem nenhuma substância. Assim como o de Trump e dos populistas europeus, teremos um governo de ofuscação, em vez de coalizão. A estratégia é simples: bater em coisas irrelevantes, ignorando o que realmente importa.

Nas últimas semanas, o presidente eleito criticou a Lei Rouanet e a vida "insuportável na França" e disse que vai acabar com "caprichos" dos fiscais do Ibama. O total de renúncia fiscal via Lei Rouanet é de 0,02% do PIB, o percentual de estrangeiros no Brasil é de 0,4% da população, e, se os fiscais do Ibama tivessem realmente poder, o desmatamento na Amazônia não teria aumentado 14%, sendo o maior desde 2008.

Pior é que a tática tem dado certo. Victor Orbán esbraveja na sua cruzada fascista, enquanto a popularidade de Trump está em cerca de 50%, mesmo ele paralisando o governo para construir um muro que não terá efeito prático.

Em Terra Papagalis, temos detalhes sobre a reforma da Previdência? Necas. Sobre combate à desigualdade, uma das piores do planeta? Nadica.

Em 2019, a sociedade continuará alvoroçada por declarações cada vez mais contundentes; só que irrelevantes. Pouca coisa vai sair do papel. Pior é não ver saída para isso. Afinal, como evitar fazer eco para os absurdos que vêm da boca do presidente? A imprensa reverbera cada bravata do Trump. Como fazer diferente?

****

"Aja de forma a usar sua humanidade, sua ou dos outros, como fim e não somente como meio." Essa frase do filósofo alemão Immanuel Kant é parte de uma longa tradição da filosofia moral. Se há uma promessa de final de ano que refaço, sempre é essa: nunca tratar as pessoas como meio de conseguir algo.

Kant mantinha uma rotina rigorosa, quase nunca saiu da sua cidadezinha, e sua filosofia era inflexível. Provavelmente era um chato. Mas nos deixou um alicerce de racionalidade intransitiva com o objetivo de melhorar o mundo.
Herculano
29/12/2018 05:22
PT COMUNICA QUE NÃO PARTICIPARÁ DA POSSE DE BOLSONARO, por Felipe Moura Brasil, de O Antagonista.

O PT divulgou em seu site uma nota oficial, assinada por Paulo Pimenta, Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, para comunicar que o partido não participará da cerimônia de posse de Jair Bolsonaro como presidente da República no dia 1º de janeiro, em Brasília.

Os petistas alegam "que a lisura do processo eleitoral de 2018 foi descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad".

Leia este trecho, se tiver estômago:

"O devido respeito à Constituição também torna obrigatórios a denúncia e o protesto contra as ameaças do futuro governo de destruir por completo a ordem democrática e o Estado de Direito no Brasil. Da mesma forma denunciamos o aprofundamento das políticas entreguistas e ultraliberais do atual governo, o desmonte das políticas sociais e a revogação já anunciada de históricos direitos trabalhistas.

O resultado das urnas é fato consumado, mas não representa aval a um governo autoritário, antipopular e antipatriótico, marcado por abertas posições racistas e misóginas, declaradamente vinculado a um programa de retrocessos civilizatórios.

O ódio do presidente eleito contra o PT, os movimentos populares e o ex-presidente Lula é expressão de um projeto que, tomando de assalto as instituições, pretende impor um Estado policial e rasgar as conquistas históricas do povo brasileiro.

Não compactuamos com discursos e ações que estimulam o ódio, a intolerância e a discriminação. E não aceitamos que tais práticas sejam naturalizadas como instrumento da disputa política. Por tudo isso, as bancadas do PT não estarão presentes à cerimônia de posse do novo presidente no Congresso Nacional. (...)"

Ninguém dará falta. É o velho caso da ausência que preenche uma lacuna.
Herculano
29/12/2018 05:18
FALTA O PCC, o PRIMEIRO COMANDO...

De Guilherme Fiuza no twitter:

PT diz que vai boicotar posse de Bolsonaro. PCC ainda não se pronunciou.
Herculano
29/12/2018 05:16
ESSA DE QUEIROZ

A criatividade e humor na internet são imediatos, como reflexo da entrevista "explicativa" do assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz

Portugal tem as obras de ficção do Eça de Queiroz. O Brasil, pra não ficar atrás, agora tem "Essa do Queiroz"....
Herculano
29/12/2018 05:12
PROVA DE FOGO, por Juliana Sofia, secretária de Redação da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Agenda dos cem dias de Bolsonaro inclui revisão de subsídios, mas teste chegará antes do que se imagina

A carta de intenções para os cem primeiros dias do governo Jair Bolsonaro fincou em meio à geleia geral de prioridades vagas a revisão da atual política de subsídios com dinheiro da viúva. O dispêndio é mastodôntico. Estima-se que em 2019 sejam gastos aproximadamente R$ 380 bilhões com benefícios fiscais, ou seja, o equivalente a 20% da arrecadação federal.

O plano é mudar a configuração de grupos que hoje deveriam monitorar essas benesses e, na sequência, meter a faca. Há vantagens tributárias, financeiras e de crédito. Haverá subsídios que perdurarão, uns tantos serão reduzidos e outros, extintos sem dó nem piedade. Ao longo da campanha presidencial, assessores do candidato do PSL especulavam um corte de, no mínimo, R$ 50 bilhões.

Não há como discordar do princípio. Mas o sucesso da medida dependerá dos métodos e do voluntarismo da administração bolsonarista. Paulo Guedes, o superministro da Economia, insiste no mítico projeto de zerar o déficit público de R$ 139 bilhões no primeiro ano do mandato do novo presidente. A sanha reformuladora dos incentivos será usada para alcançar parte do alívio fiscal pretendido, quimérico ou não.

A turma de Guedes já acenou para a indústria com a permanência dos benefícios do programa Brasil Mais Produtivo por ter baixo custo para o Tesouro e bons resultados. Em outro flanco, pretende atacar a caixa-preta do Sistema S - neste caso a revisão não gera ganho fiscal direto, pois se trata de lenitivo para as empresas. Quando lançou o programa de desoneração da folha de pagamento em 2011, Dilma Rousseff também investiu-se da defesa do empresariado e do discurso de geração de emprego. Deu no que deu.

A primeira prova de fogo de Bolsonaro virá de pronto. Michel Temer deve lavar as mãos e não sancionará (nem vetará) o projeto que prorroga e amplia subsídios para empresas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Pendura que pode custar mais de R$ 17 bilhões em cinco anos.
Herculano
29/12/2018 05:04
GOVERNO SE OMITE E PR E PSD FECHAM COM MAIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O PSD de Gilberto Kassab e o PR de Valdemar da Costa Neto fecharam acordo para apoiar a reeleição do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Tanto Kassab quanto Valdemar tentaram fazer chegar a Jair Bolsonaro que estavam dispostos a conversar, mas tiveram o silêncio como resposta. Como o novo governo "não se mexeu", como disseram, eles fecharam com Maia.

CENTRÃO DE SEMPRE
Rodrigo Maia tenta acordo com os partidos do "centrão 2018" para garantir sua reeleição. O problema é a data de validade desse grupo.

PRINCIPAL OPOSITOR
A principal oposição a Maia na Câmara é João Campos (PRB), que tem a boa vontade do novo governo, mas lhe falta apoio no próprio partido.

NEGOCIAÇõES
Rodrigo Maia ofereceu a 1ª vice-presidência em troca da desistência de João Campos, em conversa com o presidente do PRB, Marcos Pereira.

SILÊNCIO DOS PRóPRIOS
O PRB não fechou com Maia, nem dá apoio irrestrito a Campos, que "ainda segue como o nome do partido", segundo Marcos Pereira.

DEPUTADOS REELEITOS GANHAM 14º E 15º COMO 'AJUDA'
Dos 594 parlamentares bancados pelo contribuinte no Congresso, 279 foram reeleitos ou simplesmente mudaram da Câmara para o Senado, mas vão embolsar R$18,84 milhões com "14º e 15º" salários. Trata-se de um extra de R$ 33,7 mil pago a cada um a título de "ajuda de custo" para "mudança" de fim de mandato e mais um para a "mudança" do início do novo mandato, mesmo permanecendo todos em Brasília.

DETALHES
Ao todo foram reeleitos 251 deputados e oito senadores; 16 deputados viraram senadores e outros quatro senadores foram eleitos deputados.

SERÁ MAIOR
Somadas ajudas de custo pagas aos parlamentares não reeleitos e pagas a quem foi eleito pela primeira vez, a conta é de R$40 milhões.

SAI CARO
O custo dos 594 parlamentares é de R$260,7 milhões/ano, sem contar reembolso de despesas e a verba de gabinete para contratar aspones.

A VEZ DE QUEM CHEGA
O Agenda do Governo Bolsonaro, mantendo regalias e mordomias, reproduz uma atitude da turma do PT no primeiro governo Lula. Recusaram-se a acabar mordomias logo quando chegou a vez deles.

'SEACHÃO' NA TV
O ex-ministro Marcos Pereira, que é do tipo engomadinho, saía ontem da sede do governo de transição quando viu as câmeras apontadas para ele. O "seachão" presidente do PRB gritou ordens: "Filma não! Não autorizo filmar porque não fiz a barba!" Foi solenemente ignorado.

PRESIDENTE IGNORADO
Quando ainda estava no CCBB, Marcos Pereira reclamou a integrantes do futuro governo, nesta sexta (28), que nunca havia sido convidado à sede da transição. "Presidente de partido tão grande...", lamentou.

BERTINI NA FUNDAÇÃO
O economista Alberto Bertini deve receber do futuro governo a missão de devolver os ideais de Gilberto Freyre à Fundação Joaquim Nabuco, nos 70 anos dessa entidade concebida pelo "Mestre de Apipucos".

ORELHA A ORELHA
Foi difícil identificar qual sorriso era mais largo no encontro entre Jair Bolsonaro e o premier israelense Benjamin Netanyahu. Com direito a hino no piano e gritos de "mito, mito", após o discurso dos líderes.

DE GRAÇA É CARO
Última distribuidora ainda sob controle da Eletrobras, a Cia. Energética de Alagoas foi vendida a preço camarada, mas é um mico. O novo dono assumiu a dívida de R$1,8 bilhão e investirá mais R$ 1,4 bilhão.

LÍDER DO PSL
O deputado Delegado Waldir (GO) é um dos mais cotados para ser o líder do PSL na Câmara. A deputada eleita Bia Kicis (PSL-DF), uma das preferidas do novo governo, também tem seu nome citado.

TEMPOS DIFÍCEIS
O setor público (União, estados e municípios) registrou saldo negativo de R$15,6 bilhões nas contas em novembro. Em 2016, auge da crise política e financeira, o rombo chegou a R$39,1 bilhões.

PENSANDO BEM...
...já tem ex-presidente da República preso, ex-presidente da Câmara dos Deputados também. Falta só um ex-presidente do Senado.
Herculano
29/12/2018 04:56
OLHO NELES, por Álvaro Costa e Silva

As relações entre poder e imprensa nas ditaduras da Venezuela e da Nicarágua

Ao publicar em 1997 a novela "Asco", o escritor e jornalista hondurenho Horacio Castellanos Moya esteve no centro de um vulcão patriótico. Ameaçado de morte, teve de deixar El Salvador, onde vivia desde os quatro anos. Não era a primeira vez que largava o país: fugindo da guerra civil, havia se exilado no Canadá. Depois morou e trabalhou na Costa Rica, México, Espanha, Alemanha, Japão. Atualmente é professor de literatura na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.

"Asco" é um esgar de raiva: "Fica claro para qualquer pessoa minimamente instruída que os políticos deste país têm a capacidade de leitura muito atrofiada, na hora em que vão falar você nota que há muito tempo eles não exercem sua capacidade de leitura". E: "Não importa se são de direita ou de esquerda, são de vomitar, igualmente corruptos, igualmente ladrões". Tipos bem reconhecíveis, pois não?

Em recente entrevista ao jornal Perfil, da Argentina, Castellanos Moya disse que, hoje, o poder da ficção é inofensivo. Tanto que o alvo mudou: "A repressão está de olho nos jornalistas, para impedir que eles investiguem a maneira pela qual os políticos roubam e matam".

El Confidencial, jornal de oposição ao presidente Daniel Ortega na Nicarágua, teve sua Redação invadida em meados deste mês. Na sexta (21) a ditadura nicaraguense ?"que já matou nas ruas mais de 500 pessoas, entre as quais uma estudante brasileira?" fechou o canal 100% Noticias e prendeu sua diretora, acusada de "terrorismo". Na Venezuela chavista, após 75 anos de circulação, o diário El Nacional deu fim a sua edição impressa. Desde 2013 mais de 115 meios de comunicação fecharam no país de Maduro.

No Brasil a imprensa está na berlinda, sofrendo ataques do presidente eleito. O guru do governo prega nas redes sociais: "O jornalista é o maior inimigo do povo". Stálin não diria melhor, e a turba vai atrás, com milhares de curtidas.
Alaíde Correa
28/12/2018 22:30
Nos dois anos do governo do Kleber apenas um alvará de habite-se foi assinado pelo Secretário de Planejamento, Alexandre Gevaerd, mesmo indeferido pelos fiscais: O da Havan!
PS: o engenheiro responsável pela obra (irmão do prefeito) na epoca não tinha alvará municipal, conforme determina o Art 6º da Lei 1155/1988:
"Art. 6º Somente os profissionais registrados como determinam os artigos 3º e 4º e seus parágrafos, poderão ser responsáveis por projetos, cálculos e memórias apresentados à Prefeitura ou assumir responsabilidade pela execução das obras."
Herculano
28/12/2018 17:40
INTERNACIONAL

Gente gasparense em férias nos Estados Unidos, aparece na área de comentários, em defesa do governo Kleber

Herculano
28/12/2018 16:29
FECHAMENTO DA HAVAN DE GASPAR. FALTOU EXPLICAR. AGORA ESTA EXPLICADO

Só depois de muitas dúvidas, o proprietário da rede de Lojas Havan, veio a público explicar o que está determinando o fechamento de uma das suas 120 lojas espalhadas pelo país. Ele defende a transparência, é um empresário bem sucedido e um hábil comunicador, mas neste ele piscou. Devia ter antecipado.

Estava se espalhando pelo país, devido a sua atuação política ativista em defesa do futuro governo de Jair Bolsonaro e especialmente contra os governos petistas, a informação de que sua rede estava começando a ter problemas e que um desses sinais seira o fechamento da loja de Gaspar.

O caso de Gaspar, no entanto, está ligado ao solo que trabalhou e estava afundando parte da loja. Ele preferiu não interditar a parte afetada e fazer uma recuperação total, que segundo ele próprio, vai durar em torno de 45 dias e custar em torno de R$3 a R$4 milhões, numa loja que custou entre R$20 a R$25 milhões, números variáveis dados pelo próprio Luciano Havan, no contato com a imprensa para esclarecer sobre o assunto.

A loja da Havan em Gaspar está sobre um aterro - para fugir das grandes enchentes - amplamente conhecido às margens da Anfilóquio Nunes Pires, no Bairro do Bela Vista. Um aterro que começou como um bota-fora. Não precisava ser gasparense, ou morar e Gaspar, mas passar por lá para saber disso.

Antes de qualquer construção, a recomendação técnica mínima é a sondagem do solo determina a norma técnica ABNT NBR 6484, e conhecida por qualquer engenheiro, para definir o tipo de fundação. Isto não foi feito.

A obra que teve os projetos com tramitação recorde no início da gestão de Kleber Edson Wan Dall, MDB, ato que foi saudado na pelo próprio Luciano na inauguração, foi de responsabilidade de Nilberto Wan Dall. A decisão do empresário de fechar temporariamente o prédio da Loja, desobriga a prefeitura interditá-la por possível perigo ao público. A área de crédito e recebimento de pagamentos ficará aberta.

Não se falou sobre as responsabilidades sobre o prejuízo. Mas, isso tem sido motivo de intensa discussão nos bastidores entre o empresário, técnicos e os ex-donos do terreno.
LEO
28/12/2018 12:09
OPORTUNIDADE:LOGO APOS A ENCHENTE DE 1984,FOI CRIADO A OKTOBERFEST DE BLUMENAU.EM GASPAR SE PODERIA CRIAR A FILAFEST, A FESTA DA FILA. AONDE AS PESSOAS PODERIAM COMER,BEBER E SE DIVERTIR.EM UMA FILA ENORME DE CARROS.A HAVAN PODERIA CRIAR .A LOJA DA HAVAN M?"VEL PARA PODER VENDER NAS FILAS DE CARROS.
Herculano
28/12/2018 07:54
Roberto Azevedo, na Coluna Making Of, revelou:

Bastidores do não 1

Eduardo Pinho Moreira chegou cansado de uma agenda de trabalho, em meados de junho deste ano, e a mulher, Nicole Torret Moreira, preparou um banho com sais para ele relaxar, na Casa d'Agronômica. Mal sentou-se na banheira de água quente quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, o deputado estadual Valdir Cobalchini (MDB), líder do governo, propôs uma conversa no aeroporto de Florianópolis. Cobalchini estava acompanhado do colega Romildo Titon, também emedebista, e Moreira resolveu deixar a banheira e a gentileza da esposa para se encontrar com os parlamentares.

Bastidores do não 2

Cobalchini e Titon cobravam uma posição sobre a disputa ao governo e Moreira não tinha esta resposta. Veio à memória do governador uma provocação de mulher Nicole, que o questionou sobre os anos de vida útil que ele teria, uns 10 deduzira. Foi quando ela retrucou: "Se você entrar em uma campanha e tiver que governar, esta expectativa cai pela metade!" Nicole não sabia que o marido decidira não concorrer, principalmente porque a situação financeira do governo exigia a dedicação integral e a disputa seria difícil, porém deve ter sido decisiva para o gesto que veio a seguir, o encontro com Mauro Mariani, quando Moreira declinou de qualquer disputa interna e de enfrentar as urnas.
Herculano
28/12/2018 07:39
Noite d Natal em Curitiba, na PF:
Requião: AUSENTE!
Gleisi: AUSENTE!
Haddad: AUSENTE!
Filhos do presidiário: AUSENTES
Manu D'avila: AUSENTE
Lindberger: AUSENTE
Jandirão: AUSENTE
Caetano Veloso: AUSENTE
Chico Buarque: AUSENTE
Governadores do PT, PSOL e PCdoB: AUSENTES
PT de Gaspar: AUSENTE
Herculano
28/12/2018 07:31
EVO MORALES VEM PARA A POSSE

Conteúdo de O Antagonista. A Embaixada da Bolívia no Brasil confirmou a presença de Evo Morales e de seu chanceler na posse de Jair Bolsonaro, informa O Globo.

Morales é o único dos chamados "líderes bolivarianos" da América Latina e um dos poucos dirigentes de esquerda que comparecerão à posse.

O governo eleito cancelou convites que já haviam sido enviados para Venezuela, Cuba e Nicarágua, três ditaduras de esquerda.
Herculano
28/12/2018 07:26
GÊNIO

Do escritor Paulo Coelho, no twitter

Estará Paulo Guedes considerando chamar o Queiroz para sua equipe? O homem é um gênio em economia
Herculano
28/12/2018 07:13
"MELHOROU"

O presidente Michel Temer, MDB, vai terminar o mandato com rejeição em queda. Segundo o Datafolha, o governo é considerado ruim ou péssimo por 62% dos entrevistados, regular para 29% e bom ou ótimo para 7%.
Herculano
28/12/2018 05:38
PERGUNTAR NÃO OFENDE

Você é nomeado neste dezembro no ambiente da gestão pública para cargo comissionado e já tem direito a férias coletivas, além do ponto facultativo (que é aceitável)? Dolce Vita, al mare!
Herculano
28/12/2018 05:36
FALTOU EXPLICAR

O fechamento neste janeiro da filial da Havan, em Gaspar, carece de explicações lógicas.

O prédio é novo, foi inaugurado há pouco mais de um ano (24 de março de 2017); é do mesmo padrão dos demais, bem mais antigos e que não fecharam até agora para reformas (e deste suposto porte); é uma época que em tese, teria passagem aumentada pela loja de turistas que vão a Blumenau (que não queiram acessá-la nos shoppings de lá ou no Castelinho, onde o estacionamento é difícil) pela Anfilóquio Nunes Pires, mas que estará comprometida pelo necessário reasfaltamento.

Alguma coisa não bate. Até porque reformas se fazem em qualquer ambiente, isolando-se a parte que se dá a reforma. O que de tão grave e abrangente vai ser reformado em algo tão novo? Ou o movimento tido como fraco, avaliou-se, será ainda mais comprometido com as obras na rua onde a filial está, e que o menor dos prejuízos seria fechá-la e dar férias coletivas aos empregados?

O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, que colou na inauguração da filial da Havan como se fosse a primeira vitória sua em menos de três meses de governo, agora está providencialmente mudo. Acorda, Gaspar!
Herculano
28/12/2018 05:00
BOLSONARO VAI ENCOLHER BANCOS? por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

PT estatizou crédito; mesmo com Temer, maioria dos empréstimos ainda é estatal

Jamais ficou claro para o cidadão comum que os governos petistas estatizaram a maioria do crédito no Brasil, o que aconteceu no restinho de Lula 2 e sob Dilma Rousseff.

Michel Temer começou a reprivatizar o sistema, mas 51,7% do total do dinheiro emprestado por bancos ainda é crédito de bancos públicos. Dificilmente Jair Bolsonaro conseguirá reverter toda a obra petista, até porque o desmanche não depende apenas dele.

Na prática, é como se Lula e Dilma tivessem criado um banco maior que um Itaú ou um Bradesco (em termos de carteira de crédito). Em novembro de 2008, cerca de 35% do estoque de crédito, do total de dinheiro emprestado, estava nos bancos públicos. No auge, em julho de 2016, a participação dos públicos foi a quase 57%.

Essa estatização começou na virada decisiva da política econômica lulista, depois de crise financeira mundial que explodiu de vez em meados de 2008. O crédito internacional secou, a atividade econômica entrou em colapso, inclusive no Brasil. Houve uma retração violenta no crédito dos bancos privados. O fim do mundo parecia próximo.

Parecia razoável expandir o gasto público e o crédito estatal (embora alguns economistas advogassem que uma alternativa melhor seria o Banco Central baixar rápido a taxa de juros). No entanto, os efeitos agudos da crise logo passaram no Brasil. O estímulo de crédito, não.

Nos anos Lula, o crescimento relativo mais acelerado foi do BNDES. Sob Dilma, dos demais bancos públicos. Depois de uma reanimada de meados de 2010 a 2012, os bancos privados voltaram a jogar na retranca.

Os bancões privados alegavam que não poderiam acompanhar o ritmo estatal: tinham limites de capital e de risco. Os bancos públicos em tese poderiam se aventurar mais (com a retaguarda do governo) e, grosso modo, eram capitalizados à larga com dinheiro público.

Seja qual for o peso desses motivos, o descompasso resultou na estatização. Temer procurou desmontar esse sistema (na verdade um projeto iniciado por Joaquim Levy, ministro da Fazenda no primeiro ano de Dilma 2). O governo pediu de volta dinheiro emprestado ao BNDES e começou a dar cabo do crédito subsidiado do banco.

Depois de mais de três anos em baixa, o estoque de crédito bancário no país voltou a crescer em novembro passado (em termos reais, na comparação anual). Mas o grosso do encolhimento se devia na maior parte ao BNDES (sem o bancão de desenvolvimento, o crédito estaria no azul desde março).

O BNDES oferece em geral empréstimos de longo prazo, muito raros e caros na praça bancária. Fez falta? No balanço geral, parece que não. Empresas levantaram dinheiro no mercado de capitais (debêntures, ações etc.) em volume várias vezes superior ao do decréscimo do crédito do BNDES, mesmo nestes anos conturbados.

O crédito do BNDES vai fazer falta?

Uma dúvida: não se sabe o que pode acontecer quando as taxas básicas de juros subirem.

Pode ser que não: mesmo menos com menos dinheiro, o banco pode mudar sua forma de atuação, dando impulso a operações maiores, em vez de emprestar tudo diretamente.

Pode ser que sim: empresas pequenas ainda têm grande dificuldade de se financiar.

O que vai ser dos demais bancos públicos sob Bolsonaro ainda é mistério. O presidente eleito não quer privatizá-los (aceita vender apenas braços do BB e da CEF). Mas vai diminuir a velocidade do crescimento do crédito estatal, a fim de reprivatizar o sistema?
Herculano
28/12/2018 04:55
DECEPÇÃO: MORDOMIAS E REGALIAS SERÃO MANTIDAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta sexta-feira nos jornais brasileiro

A Agenda de Governo, assinada pelo futuro chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni e divulgada nesta quinta (28), não parece ter passado pelo crivo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Marcado por obviedades, o documento mantém o que já se faz, e preserva mordomias e regalias que o eleitor de Bolsonaro esperava ver extintas. De carro oficial a auxílio-moradia e ajuda de custo de mudanças, tudo fica como está.

JATINHO E CARRO OFICIAL
Em vez de extingui-las, novo governo manterá regalias tipo uso jatos da FAB "em serviço", como é hoje, e a mordomia do carro oficial.

'DIREITO' DE CASTAS
Ministro ganha bem, o suficiente para pagar o próprio aluguel, mas continuarão a ter "direito" a imóvel funcional ou a "auxílio-moradia".

ABUSO VAI CONTINUAR
Continuarão a ter "direito" a carro oficial, além do ministro, todos os que eles nomearem, ou sejam, ocupantes de "cargos de natureza especial.

CARTÃO PERSISTE
Outra aberração preservada é o cartão de crédito corporativo, a mais moderna forma de desperdiçar dinheiro público impunemente.

SUSPEITA É QUE PETISTA DE SP ESCONDE BATTISTI
Fontes policiais desconfiam que o terrorista italiano Cesare Battisti estaria escondido em território nacional, e em São Paulo. Com prisão decretada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o criminoso condenado duas vezes à prisão perpétua em seu país é considerado um foragido. Uma das pistas investigadas dá conta de que importante político do PT paulista estaria escondendo o terrorista.

TURMA DO COMITÊ
O político petista que estaria escondendo o Battisti teria ajudado a criar no Congresso, anos atrás, um comitê de solidariedade ao terrorista.

TUDO ESTAVA ARMADO
A suspeita é que Cesare Battisti já tinha plano de fuga e esconderijo determinado, para o caso de sua prisão ser decretada.

VAZAMENTO CONVENIENTE
Battisti e até mesmo a Polícia Federal souberam da ordem de prisão pela TV, na noite do dia 22. Ao amanhecer ele já havia sumido.

A IDEIA NÃO ERA MUDAR?
A pretexto de regulamentar a mordomia do carro oficial, a decepcionante Agenda do Governo Bolsonaro veda seu uso aos sábados, domingos e feriados. Exatamente como o é há anos.

BOLSONARO SEGUE LULA
Ao detalhar questões administrativas, a agenda do futuro governo trata do Sistema de Concessão de Diárias e Passagens, que nada tem de novo. Na verdade, foi criado no segundo governo Lula.

AVIANCA COM AZUL
O mercado aguarda a incorporação à Azul da empresa aérea Avianca, atualmente em recuperação judicial. O acordo é difícil, mas possível. Os colombianos querem R$180 milhões no bolso para sair do negócio.

EQUIPE Só NO DIA 2
O futuro ministro da Educação, Ricardo Velez Rodriguez, já escolheu quase toda a sua equipe, mas irá anunciá-la apenas no próximo dia 2, após a cerimônia de transmissão de cargo.

REI DA SIMPATIA
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, vem à posse de Bolsonaro e aproveitará para rever familiares que vivem no Brasil. Sua comitiva ocupará trinta apartamentos no Hotel B, em Brasília.

LóGICA DE BANDIDO
Na ânsia de criticar Michel Temer pela "demora" do indulto, a turma dos direitos humanos reclama que presos de bom comportamento podem perder o benefício. Como se bom comportamento não fosse obrigação.

REALIDADE AUMENTADA
O noticiário fez parecer que a bomba desarmada pela Polícia Militar do DF estava no Palácio do Planalto. Na verdade, a bomba foi achada em Brazlândia, a mais de 50km da Esplanada dos Ministérios.

QUE PAÍS É ESTE?
Em outra ideia brilhante, que só aparece por lá, a Câmara analisa projeto proibindo pessoas condenadas por estupro de vulnerável ou pornografia infantil de trabalharem com crianças e adolescentes.

PENSANDO BEM...
...a Agenda do futuro governo, divulgada ontem, mais parece um cardápio de regalias.
Herculano
28/12/2018 04:47
da série: estava na cara de todos

PARA BOLSONAROS, EXPLICAÇÃO VAZIA DE QUEIROZ É PIOR DO QUE O SILÊNCIO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Sem explicar depósitos de funcionários, ex-assessor dá pistas do que quer esconder

Para um amigo da família, Fabrício Queiroz já causou problemas demais para os Bolsonaros.

A entrevista em que o PM se recusou a explicar a movimentação de sua conta bancária é pior do que o silêncio que guardou por quase três semanas. Suas evasivas dão pistas do que ele quer esconder.

O ex-assessor de Flávio pretendia afastar o antigo chefe das suspeitas levantadas pelo relatório do Coaf que registrou transações de R$ 1,2 milhão em um único ano. "Eu sou o problema, não eles", disse ao SBT.

Queiroz não fez muito mais do que isso. O PM decidiu manter segredo sobre os depósitos que recebeu dos servidores do gabinete de Flávio nos mesmos dias em que rodava a folha de pagamento da Assembleia Legislativa do Rio. Disse que só falaria do assunto ao Ministério Público - embora tenha se esquivado de quatro intimações para depor.

Agora, o ex-assessor teria dois caminhos claros para encerrar o caso. O primeiro seria explicar os repasses que recebeu dos colegas: se eram parcelas de carros vendidos, pode listar os negócios e pedir que os funcionários confirmem a compra com os documentos dos veículos.

A outra opção é mais complicada. Caso Queiroz realmente tenha operado uma coleta de caixinha entre os assessores do deputado, a saída seria admitir a cobrança do mensalinho e responder se o parlamentar sabia ou não sabia do esquema.

O amigo dos Bolsonaros está longe dos pontos de partida dessas trilhas. Queiroz se vangloriou de suas atividades ("eu faço dinheiro"), mas não explicou por que, então, teve que pedir R$ 40 mil a Jair. Ele disse que deu dez cheques à mulher do presidente eleito para devolver o empréstimo.

Ao falar dos graves problemas de saúde que o impediram de prestar depoimento, contou ter sido atendido por um famoso doutor Vladimir, mas não soube dizer o sobrenome do médico. Tampouco quis revelar em que hospital ficou internado. Não era memória fraca: Queiroz conseguiu lembrar que a oficial de Justiça que o intimou se chamava Rita.
Herculano
28/12/2018 04:47
da série: estava na cara de todos

PARA BOLSONAROS, EXPLICAÇÃO VAZIA DE QUEIROZ É PIOR DO QUE O SILÊNCIO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Sem explicar depósitos de funcionários, ex-assessor dá pistas do que quer esconder

Para um amigo da família, Fabrício Queiroz já causou problemas demais para os Bolsonaros.

A entrevista em que o PM se recusou a explicar a movimentação de sua conta bancária é pior do que o silêncio que guardou por quase três semanas. Suas evasivas dão pistas do que ele quer esconder.

O ex-assessor de Flávio pretendia afastar o antigo chefe das suspeitas levantadas pelo relatório do Coaf que registrou transações de R$ 1,2 milhão em um único ano. "Eu sou o problema, não eles", disse ao SBT.

Queiroz não fez muito mais do que isso. O PM decidiu manter segredo sobre os depósitos que recebeu dos servidores do gabinete de Flávio nos mesmos dias em que rodava a folha de pagamento da Assembleia Legislativa do Rio. Disse que só falaria do assunto ao Ministério Público - embora tenha se esquivado de quatro intimações para depor.

Agora, o ex-assessor teria dois caminhos claros para encerrar o caso. O primeiro seria explicar os repasses que recebeu dos colegas: se eram parcelas de carros vendidos, pode listar os negócios e pedir que os funcionários confirmem a compra com os documentos dos veículos.

A outra opção é mais complicada. Caso Queiroz realmente tenha operado uma coleta de caixinha entre os assessores do deputado, a saída seria admitir a cobrança do mensalinho e responder se o parlamentar sabia ou não sabia do esquema.

O amigo dos Bolsonaros está longe dos pontos de partida dessas trilhas. Queiroz se vangloriou de suas atividades ("eu faço dinheiro"), mas não explicou por que, então, teve que pedir R$ 40 mil a Jair. Ele disse que deu dez cheques à mulher do presidente eleito para devolver o empréstimo.

Ao falar dos graves problemas de saúde que o impediram de prestar depoimento, contou ter sido atendido por um famoso doutor Vladimir, mas não soube dizer o sobrenome do médico. Tampouco quis revelar em que hospital ficou internado. Não era memória fraca: Queiroz conseguiu lembrar que a oficial de Justiça que o intimou se chamava Rita.
Herculano
28/12/2018 04:41
DIZ BEM

O assíduo leitor Odir Barni, conclui bem na opinião que expressou abaixo. Aguarde dois anos e os incompetentes serão derrotados nas eleições.

Mas lembro. Nem sempre um governo incompetente é derrotado, pois se vale de uma estrutura política competente - e cara, paga com os pesados impostos - para ludibriar os incautos, analfabetos, ignorantes e desinformados.
Odir Barni
27/12/2018 20:16
AO BARROSO;

Gostei de seu comentário, Barroso. Estamos ouvindo nos meus sociais muitas críticas dos pedetistas, parecem mais preocupados com o Lulaladrão do que quando cassaram o saudoso prefeito Nadinho quando eles faziam parte do governo. No início fui simpático ao PDT, fui o único peemedebista que compareceu no Hotel Progresso, do nosso saudoso amigo, Paulo dos Santos (Paulo Rocha), do PDT para receber Leonel Brizola e sua comitiva; muitos me xingaram , perguntando se não tinha vergonha de recepcionar um comunista? Nós do MDB BOM nunca questionamos o ingresso dos pedetistas no governo do PMDB, tiveram toda liberdade para impor suas ideais, os resultados eu não conheço pois não estava mais em Gaspar. Fui , como presidente por 6 anos do Sindicato dos Servidores Públicos de Gaspar defensor da indicação de Sílvio Rangel para ocupar um cargo na Justiça do Trabalho em Blumenau. Para nós servidores nada somou, o Juiz se julgava incompetente para julgar ações trabalhistas de nossos servidores, só perdemos tempo em levar nossos advogados e assinar a lista de presença e voltar sem um resultado. Indignada com a atuação do Dr. Juiz, nossa advogada, Dra. Albaneza Tonet pediu a exclusão do referido Juiz de nossas ações. Os pedetistas são socialistas e usam os bem intencionados para se fazer de vítimas. Celso Pedro Zuchi do PT também foi cordial com o PDT de Gaspar, convidando , Sílvio Rangel Figueiredo para o turismo, não sei qual a contribuição que o PDT , crítico contumaz do MDB, deu para as gestões, Nadinho e Celso Zuchi, ambos derrotados depois de ter como parceiros o PDT. Acredito que o Brasil vai mudar a começar pela a Educação, acabar de vez com esta linguagem socialista/comunista que não pactua com nossa gente do BEM. Deixo bem claro que minhas afirmações são verdadeiras sem o ódio que nos atacam. Aguardem mais 2 anos que tem novas eleições, os incompetentes serão derrotados.
Herculano
27/12/2018 18:09
da série: Santa Catarina vai experimentar o novo ou o vazio? Comandante Moisés ensaia um inusitado e perigoso triplo carpado. Ele dá às costas não para apenas os políticos, mas para quem gera impostos, desenvolvimento e emprego, além de não se saber exatamente qual o seu ativo para governar, além da montanha de votos que recebeu. Se não cuidar, eles vão virar pó.

NEM TUDO SÃO FLORES. AS INSATISFAÇõES COM O ESTILO MOISÉS, por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis.

Há oito anos, o então governador eleito Raimundo Colombo anunciou um secretariado escolhido pela lógica política da época: espaços proporcionais aos votos de cada partido da aliança, critérios regionais na ocupação das vagas e muitos parlamentares convocados para abrir espaço aos suplentes. Com sua equipe quase toda definida, Carlos Moisés da Silva (PSL) se prepara para assumir o governo sem ter atendido nenhum desses antigos pré-requisitos. Era a vontade expressa na urna pelos 71% dos votos que lhe deram uma vitória improvável a bordo das ondas conservadora, antipolítica e de Jair Bolsonaro.

Sem as antigas regras implícitas e neófito como político eleito, Carlos Moisés precisou criar seus próprios padrões na montagem do secretariado. Será cobrado por eles, já que preferiu o isolamento e o alinhamento aos oficiais ?" os colegas de farda do coronel aposentado dos Bombeiros ?" e a uma equipe de transição pinçada na própria máquina do funcionalismo e liderada pelo professor e contabilista Luiz Felipe Ferreira, da UFSC.

À exceção de Lucas Esmeraldino, o ex-vereador tubaronense que liderou o processo de criação do PSL bolsonarista em Santa Catarina e garantiu com isso a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, a maior parte dos nomes escolhidos por Moisés vem da própria máquina estadual. Nomes que ocupavam diretorias ou estavam diretamente vinculados ao secretário político da vez. É um risco calculado para um governo outsider e revela maturidade por parte do governador eleito.

No entanto, Moisés deve saber que será cobrado ao primeiro solavanco. Os recados estão sendo dados. No início da semana noticiei a insatisfação da deputada estadual eleita Ana Caroline Campagnolo (PSL) porque o governador eleito não aceitou sua sugestão para a Secretaria da Educação ?" a única ainda vaga. Essa insatisfação não é isolada.

Há entre os eleitos do PSL a sensação de que a vitória não foi completa por causa desse alijamento das decisões. O estilo do governador eleito também influiu na participação dos pesselistas na formação da mesa diretora da Assembleia Legislativa ?" o partido está fora porque o governo eleito não quis entrar na articulação que resultou na pré-definição de Júlio Garcia (PSD) como futuro presidente.

Há, ainda, insatisfação de suplentes pesselistas que esperavam ascender aos cargos ou participarem do governo. Ninguém foi chamado até agora - nem mesmo o componente regional. Um exemplo é Blumenau, que não elegeu deputados federais em outubro. Policial Civil na cidade, Rui Godinho é o primeiro suplente do PSL, mas não emplacou.

A questão regional traz recados de fora da política partidária também. Em entrevista ao colega Luan Martendal, o presidente da poderosa Associação Empresarial de Joinville (Acij), João Martinelli reclamou da ausência de nomes da maior cidade do Estado no primeiro escalão.
João Barroso
27/12/2018 16:27
Herculano!

Tem um sujeito chato, Pedetista, defensor do Luladrão, fala mal do Bolsonaro todo dia, chamando-o de Bozo e outros adjetivos. Gostaria de perguntar a este PEDETISTA C H A T O, onde ele estava qdo o seu P D T ocupava o Ministério do TRABALHO e vendia Cartas para abrir SINDICATOS. Nunca o vi criticando ou falando mal da sua turma, deveria olhar para o seu rabo primeiro. É por isso que o PDT de Gaspar não sai do lugar.
Leo
27/12/2018 15:46
EM JANEIRO A HAVAN VAI ESTAR FECHADA.TAMBÉM EM GASPAR É S?" FILA NO TRÂNSITO. S?" SE A HAVAN FAZER UMA LOJA M?"VEL PARA VENDER NA FILA DOS CARROS.
Herculano
27/12/2018 15:18
MAL ABRIU, A HAVAM DE GASPAR VAI FECHAR PARA "REFORMAS"? HUM!
Herculano
27/12/2018 14:50
IRONIA DO DESTINO

Uma ironia do destino selou o assassinato do ex-governador do Espírito Santo e ex-senador Gerson Camata, 77 anos, ocorrido ontem (26) na Praia do Canto, em Vitória.

Camata foi o autor do Projeto de Lei do Senado 292/1999, posteriormente aprovado pelo Congresso Federal e transformado na Lei Ordinária 10826/2003, conhecido como Estatuto do Desarmamento.

O autor do homicídio, o ex-assessor de Camata, Marcos Venicio Moreira Andrade, utilizou uma arma de fogo sem registro para matar o político com um disparo no pescoço.

Ou seja, a lei criada por Gerson Camata, responsável por transformar milhões de brasileiros em vítimas indefesas de criminosos, não protegeu o próprio Camata.
Herculano
27/12/2018 14:44
LULA NÃO QUERIA IR A ENTERRO, FOI Só JOGADA POLÍTICA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

Quando tentou autorização para ir ao sepultamento em Brasília do ex-deputado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, de quem se diz amigo, o ex-presidente e presidiário Lula sabia que a pretensão não tinha respaldo legal, mas o objetivo era desgastar a Justiça. Quando em 2013 morreu o velho amigo Jorge Ferreira, dono de bares e restaurantes em Brasília e muito mais ligado a ele que Sigmaringa, Lula ignorou o enterro. Como presidente, não gostava nem mesmo de sobrevoar áreas inundadas. Lula, já presidente e solto, não esteve em 2004 no velório e nem no sepultamento do próprio irmão, João Inácio, que faleceu vítima de câncer. Em janeiro de 2005, Lula também não foi ao enterro de Odair Inácio de Góis, outro irmão, que faleceu após um ataque cardíaco.

CULPA DE MADAME?
Quando era presidente, a assessoria de Lula atribuía a d. Marisa o veto a visitas dele a áreas devastadas por fenômenos como enchentes.

LONGE DE TRAGÉDIAS
Em 2010, com isopor na cabeça, Lula não saiu da praia na Bahia para visitar área de deslizamento no Estado do Rio que matou dezenas.

NEM PARA CONFORTAR
Jato da TAM caiu em Congonhas, matando 199 em 2007. Lula jamais visitou o local e só anos depois receberia familiares das vítimas.

Só ENTERRO QUE DÁ MÍDIA
Lula não foi a velórios senão de figuras que garantiriam visibilidade internacional: como nas mortes de Nelson Mandela e Fidel Castro.

CONSTITUIÇÃO DE 88 ESVAZIOU POSSE PRESIDENCIAL
A ideia de jerico de fixar a posse do presidente da República no dia 1º de janeiro, feriado global, esvaziou a solenidade, por impossibilitar que chefes de Estado e de Governo compareçam. Foi uma presepada coletiva durante edição da Constituição de 1988. A antecipação da antiga data (15 de março) fez com que as posses presidenciais fossem prestigiadas quase que exclusivamente por homólogos sul-americanos.

ÚLTIMO CASO
A posse de Fernando Collor, em 1990, foi realizada em 15 de março devido a disposições transitórias previstas na Constituição.

QUASE MUDOU
Emenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), à reforma política mudava a posse para dia 5 de janeiro, mas foi retirada do texto.

OUTROS EXEMPLOS
EUA, Alemanha, França, Reino Unido, México e até mesmo vizinhos como Argentina, Chile e Uruguai têm posses fora do período de festas.

TODO CUIDADO É POUCO
O assassinato do ex-senador capixaba Gerson Camata, nesta quarta-feira (26), em Vitória, serviu para mostrar que fazem todo o sentido os cuidados de segurança para a posse de Jair Bolsonaro.

GENTILEZA GERA GENTILEZA?
Gerson Camata foi certamente um dos políticos mais gentis que já atuaram no Congresso Nacional. Era do tipo que sabia ser firme nas posições, mas era elegante no relacionamento até com adversários.

NOBRE AMIGO
O vice-presidente eleito Hamilton Mourão é muito apegado ao cavalo Índigo, que monta no Rio. O "nobre amigo", como ele se refere ao animal, embarca nesta quinta (27) para Brasília, onde vai ficar sob cuidados dos Dragões da Independência, regimento do Exército.

ZELADOR DA ALMA PETISTA
Em dezembro de 2011, o abusador João de Deus disse que "cuidava da alma" de Lula, após o diagnóstico de câncer. Pelo sim, pelo não, Lula se submeteu a tratamento no Sírio-Libanês, o melhor do País.

ELES ESTÃO CHEGANDO
O governo americano reservou 80 apartamentos no hotel Goden Tulip, onde se hospedou o então presidente Barack Obama, para a posse de Bolsonaro. O hotel fica a poucos metros do Palácio do Alvorada.

VISITAÇÃO PATÉTICA
Enquanto a Polícia Federal confirmava investigação sobre sua suposta participação na divisão de propina de R$ 8,5 milhões para ajudar a aprovar projeto de interesse da Braskem, Renan Calheiros falava da visita ao presidiário Lula com senadores lulistas derrotados nas urnas.

ARRANJOS POLÍTICOS
As derradeiras articulações para o ministério Bolsonaro tiraram Alfredo Bertini da rota da Cultura. Engajado desde a campanha, sempre foi um nome forte desse setor, até mesmo pelos muitos ideológicos.

MUDANÇA DE PLANOS
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu chega ao Rio para acompanhar a queima de fogos do Réveillon. Ele avalia até acompanhar a posse de Wilson Witzel antes da posse de Bolsonaro.

PENSANDO BEM...
...se o público previsto na posse de Bolsonaro se confirmar, será quase o triplo dos presentes na posse de Lula.
Herculano
27/12/2018 14:36
O CASO QUEIROZ E O INCôMODO DAS MILITÂNCIAS

Conteúdo de O Antagonista. A militância petista fica incomodada na internet com quem cobra também investigação sobre outras movimentações bancárias atípicas, como a de R$ 49,3 milhões de quatro assessores do deputado estadual do PT André Ceciliano.

O argumento mais comum é que o PT não está mais no poder, logo o foco deve ser no gabinete do filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que confirmou ter depositado na conta da mulher 24 mil reais recebidos de Fabrício Queiroz.

É preciso esclarecer alguns pontos básicos aos brasileiros de bem:

- A investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro, obviamente, não deve ter qualquer prioridade, senão a de esclarecer todas as movimentações suspeitas de assessores dos mais de vinte deputados estaduais citados no relatório do Coaf, posto que não se trata de órgão político nem de imprensa.

- A prioridade jornalística do caso Queiroz, ao contrário do que prega uma parcela dos bolsonaristas virtuais, é justificável, sim, porque tem relevância nacional, à medida que envolve, mesmo que indiretamente, a família do presidente eleito.

- A indiferença jornalística aos demais casos citados no mesmo relatório do Coaf é injustificável, especialmente para a imprensa fluminense, em razão da gravidade das suspeitas que pairam sobre deputados e funcionários de uma Assembleia Legislativa de alta relevância como a do estado do Rio de Janeiro e com histórico de corrupção.

- O PT não está mais no poder na esfera nacional, mas, na esfera estadual, está, sim, posto que André Ceciliano é o atual presidente em exercício da Alerj, já que Jorge Picciani foi preso e Wagner Montes vem renovando licença médica. Além disso, o volume de dinheiro movimentado pelos quatro assessores de Ceciliano é o maior da lista do Coaf. Em razão desses dois fatores, seria natural que a segunda prioridade jornalística fosse o seu caso, ainda que não fosse ele de um partido com histórico de corrupção no poder federal.

- Os casos de movimentações suspeitas, tanto de Queiroz quanto de assessores de outros deputados, foram citados no mesmo relatório do Coaf, incorporado a uma investigação do MP-RJ que corre sob sigilo. Então não se trata de miminizar o caso de Queiroz ao citar os outros, como a militância do PT costuma fazer diante das provas confirmadas pela Justiça contra petistas como Lula, citando Aécio Neves e Michel Temer, investigados em casos distintos. Trata-se de cobrar a apuração de suspeitas diversas - ainda não provadas - derivadas de uma mesma operação - a Furna da Onça -, bem como a punição de eventuais culpados nos termos da lei, sejam eles assessores, deputados, presidente eleito ou futura primeira-dama.

Não caiam na histeria de qualquer um dos lados.
Herculano
27/12/2018 14:25
FOGO NA PóLVORA

De Guilherme Fiuza, no twitter

Que tal uma CPI das verbas de gabinete? O Brasil topa mostrar todos os partidos e parlamentares "éticos" q manipulam verbas do mandato - de salário de assessor a passagem aérea? Encobrir o fisiologismo nacional só serve para petistas & cia fingirem q todos são bandidos como eles.
Herculano
27/12/2018 14:23
2019, O ANO DE REDESCOBRIR A INTELIGÊNCIA NATURAL, por Roberto Dias, secretário de Redação do jornal Folha de S. Paulo

Kissinger diz que a humanidade está despreparada para a inteligência artificial

Um dos melhores textos deste ano foi escrito por alguém que não se interessava pelo assunto discutido nele. Henry Kissinger versou sobre inteligência artificial em artigo na revista The Atlantic.

Acabou metralhado por integrantes da comunidade científica, não raro com argumentos do tipo "ele não entende nada disso".

A reação é compreensível, mas vale espiar o que está escrito. Do alto de 95 anos de uma vida que cruzou algumas das grandes decisões do século passado, Kissinger defendeu a tese de que a humanidade está despreparada para a inteligência artificial.

Ele afirma que a chamada IA encerra a era do iluminismo, impulsionada pela imprensa e a propagação do conhecimento.

"O iluminismo procurou submeter verdades tradicionais à razão analítica humana. O propósito da internet é ratificar o conhecimento pela acumulação de uma quantidade crescente de dados", diz. "A cognição humana perde seu caráter pessoal. Internautas raramente interrogam a história ou a filosofia; buscam informação para necessidades práticas. A verdade se torna relativa."

Esse novo mundo não é governado por normas éticas ou filosóficas, escreve ele. A inteligência artificial toma decisões estratégicas sem explicar o que fez ?"o famoso exemplo do carro autônomo que deve escolher quem atropelar encaixa-se aqui.

Esse processo computacional altera o comportamento humano; Kissinger afirma que a reverberação de nichos nas redes sociais encurta a visão dos políticos, premidos a decisões de menor qualidade.

O pior está por vir, diz ele: ao enxergar um processo decisório como uma sequência de operações matemáticas, arriscamos perder nossa capacidade de pensar.

O ano que se encerra foi aquele em que os humanos correram atrás da privacidade perdida, expondo o porão das empresas de tecnologia. Em 2019, podem encontrar problemas ainda maiores escondidos por lá.
Herculano
27/12/2018 14:14
ENFIM, UM BOA NOTÍCIA, por Carlos Brickmann

O dia é bom: a ceia de Natal normalmente é caprichada, os religiosos ou foram à Missa do Galo ou a viram pela TV, houve presentes, famílias se reuniram (claro, com brigas, mas isso faz parte: acaba se incorporando ao folclore da festa). Há boa disposição, portanto. E a boa disposição faz com que a boa notícia possa ser bem recebida, sem o mau humor habitual de quem se habituou a ouvir lorotas.

A notícia: embora a situação econômica seja ainda muito ruim, é bem melhor do que já foi. E indica a possibilidade real de que possamos chegar a um ritmo aceitável de crescimento e acelerar a criação de empregos. O desemprego é de 12%, altíssimo, mas há um ano o número de desempregados era quase 1,5 milhão superior ao atual. O PIB, produto interno bruto, cresce a lentíssimos 1,3% no ano, quase nada diante dos 7% de queda com Dilma. Ainda se gasta muito, mas o déficit público está longe do buraco de 3,7% do PIB na época do impeachment. A inflação, que com Dilma flertava com 10%, está dentro da meta de 4%.

Falta muito: é preciso reduzir despesas, baixar os gastos da Previdência, negociar com o Congresso a aprovação de reformas importantes, verificar se é politicamente possível mexer na estrutura tributária na hora em que os Estados estão sem dinheiro e temem a possibilidade de perder receita. Falta dar impulso à indústria, estudar como outros setores da economia poderão repetir o êxito do agronegócio ?" quase tudo, enfim. Mas se vê que há saída.

A MÁ NOTÍCIA

Há saída, claro, se houver esforço conjunto para conter despesas. Estão os políticos tentando economizar? Não: há dias, o Congresso aprovou verba de R$ 927,7 milhões, em 2019, para o Fundo Partidário. De 1996 para cá, a quantia destinada aos partidos cresceu perto de 500%. O Fundo é formado por recursos do Orçamento, mais multas eleitorais. Seu crescimento explica a febre de criação de partidos políticos no país. Em 1996, segundo levantou O Estado de S. Paulo, havia 19 partidos com acesso ao Fundo Partidário. Hoje, são 30. Ter um partido vale a pena: dá dinheiro. A propósito, o Fundo existe para custear a estrutura dos partidos, mas é usado na eleição.

DIFERENTE, MAS IGUAL

Como agora existe a cláusula de barreira (um número mínimo de votos para que o partido seja representado no Legislativo, e o dinheiro do Fundo só é dado a quem tenha representantes), muitas legendas devem se fundir, para que continuem a receber suas verbas. Reduz-se assim o número de partidos? Talvez - mas há também os partidos a ser fundados. A disputa no PSDB entre cabeças brancas (que querem o partido na oposição, embora não sistemática) e os cabeças pretas (que querem um partido bolsonarista) deve terminar com o atual PSDB nas mãos da facção Doria e a criação de um novo partido por cabeças brancas como Fernando Henrique, Alckmin, Serra, Tasso, Goldman e outros ?" como Paulo Hartung, do Espírito Santo, que quer um partido centrista, desejo também de Fernando Henrique.

E, não esqueçamos, o Partido Novo estreou com sucesso, elegendo até mesmo um governador. Seu exemplo deve estimular a criação de outros partidos.

A BOA IDEIA

O deputado Alceu Moreira, do MDB gaúcho, presidente da FPA, Frente Parlamentar da Agricultura, disse que não foi difícil emplacar a candidata do grupo ao Ministério da Agricultura. Em entrevista a Os Divergentes (https://osdivergentes.com.br), contou que Bolsonaro pediu ao grupo uma lista com três nomes, para que ele fizesse a escolha. A FPA atendeu ao pedido: os três nomes eram 1) Tereza; 2) Cristina; 3) Corrêa da Costa Dias. Era o nome da deputada Tereza Cristina, então presidente do grupo, em três pedaços. Bolsonaro gostou da ideia bem-humorada e nomeou a indicada.

A MÁ IDEIA

Talleyrand, o grande diplomata francês que conseguiu ser ministro no Reinado e na República, com Napoleão e com os inimigos de Napoleão, dizia que a palavra foi dada ao homem para disfarçar seu pensamento. Em boa parte, diplomacia é isto: a troca de confrontos armados por negociações em que as palavras, por definição, não podem transmitir agressividade.

O Brasil age ao contrário, ao retirar o convite para que Cuba, Venezuela e Nicarágua assistam à posse de Bolsonaro, por condenar seus regimes ditatoriais. Tudo bem - e a China, o maior parceiro comercial do Brasil, será uma democracia? Alguém irá "desconvidá-la"? E a Arábia Saudita, o Irã, a Guiné Equatorial, o Sudão, serão por acaso democracias? No fundo, com o sinal trocado, é a mesma posição de Lula ao apoiar abertamente a eleição de Evo Morales na Bolívia, também por motivos ideológicos.

O MUNDO COMO ELE É

O futuro chanceler, Ernesto Araújo, disse que o Governo "terá postura firme e clara na defesa da liberdade". Um belo pensamento, digno de aplauso. Mas de quem é que o Brasil vai comprar petróleo quando precisar?
Herculano
27/12/2018 14:04
ESSA GENTE ACOSTUMADA A VERSõES NAS REDES SOCIAIS NÃO PARA EM PÉ A PERGUNTAS DA IMPRENSA SÉRIA E DO INTERROGATóRIO DO MP E AI FOGE DOS DOIS

Então.

É impressionante assistir a entrevista concedida por Fabrício Queiroz, ex-assessor do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro e do senador fluminense, Flávio Bolsonaro, ambos do PSL.

É impressionante tudo, inclusive a afirmativa que está com um câncer sério no intestino, mas curável, sem ter feito qualquer biópsia, para confirmar tal mal.

Queiroz ganhava uma bolada (cerca de R$10 mil por mês) dos nossos pesados impostos para ser assessor parlamentar dos Bolsonaro.

Ganhava outra bolada (cerca de R$14 mil mês) como PM aposentado precoce. Empregava mais parentes nos gabinetes dos Bolsonaro.

Mas o que ele gostava mesmo é,no horário do serviço, era o de fazer "negócios",ganhar dinheiro com picaretagem com carros usados.Ufa! que trabalheira! Que rolo. E dizem que vão consertar o Brasil? Ai, ai, ai.
Herculano
27/12/2018 13:56
ENTREVISTA AO SBT FOI TENTATIVA DE HUMANIZAR QUEIROZ E LIMPAR A BARRA DOS BOLSONARO

Conteúdo do Jornal GGN - A entrevista exclusiva de Fabrício Queiroz ao SBT - emissora que declinou para o lado de Jair Bolsonaro sem nenhuma cerimônia - soou como uma tentativa de humanizar o assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro com seus problemas de saúde e limpar a barra da família presidencial às vésperas da posse.

Queiroz, que foi relatado pelo Coaf por ter movimentado R$ 1,2 milhão em apenas 1 ano, sem ter patrimônio ou renda para isso, recusou entrar no mérito das suspeitas que vem sendo reveladas pelas imprensa nas últimas semanas.

"Em respeito ao Ministério Público" - que ele vem evitando mesmo após ter sido convocado 4 vezes, e não 2, como acreditava a opinião pública até a entrevista - Queiroz disse que não iria tratar de "dinheiro" com Debora Bergamasco, a enviada do SBT para a missão.

Entre outros deslizes, a jornalista pecou ao não citar na entrevista o principal dado: os R$ 1,2 milhão movimentados por Queiroz.

Queiroz chegou a admitir que ganhava mensalmente cerca de R$ 24 mil. Que tirasse, em 13 meses, R$ 312 livres com o salário de assessor e os redimentos da Polícia Militar. Como chegou a movimentar R$ 1,2 milhão com essa renda? Bergamasco não perguntou.

Ao contrário disso, sempre que citou dinheiro, a jornalista só fez minimizar os números.

Já é de conhecimento público que outros 9 assessores parlamentares depositaram dinheiro na conta gerenciada por Queiroz, e a imprensa, com dados do Coaf, relacionou os depósitos desses funcionários com o dia de pagamento na Assembleia do Rio.

Apesar disso, Bergamasco só citou 3 funcionários e disse que eles depositaram "valores mais baixos" na conta, entre R$ 800 e R$ 4 mil. Passou a impressão de que estão fazendo escândalo na mídia por nada.

A jornalista também aceitou calada a resposta de Queiroz sobre a filha, Nathália, que foi exonerada do gabinete de Jair Bolsonaro no mesmo dia em que Flávio Bolsonaro demitiu o pai dela, levantando a suspeita de que as duas ações foram coordenadas e que a família Bolsonaro já previa vazamento do relatório do Coaf (essa informação, o jornalismo do SBT também ficou devendo ao telespectador).

Queiroz disse que Nathália é "maior de idade e vai responder sozinha" por que depositou mais de R$ 80 mil (quase a totalidade do salário que recebia do gabinete de Bolsonaro) na conta relatada pelo Coaf.

Já sobre a suspeita de que Nathália não trabalhava de fato no gabinete, embora recebesse o salário, Queiroz lançou a história de que (1) o espaço não comporta, (2) nem todo assessor precisava trabalhar in loco e (3) formada em educação física, a filha cuidava era das "mídias do deputado".

Chega a confundir quem assiste com atenção, porque Queiroz responde como se Nathália tivesse lotada com Flávio Bolsonaro a pedido dele [o ex-assesor], mas ela foi exonerada do gabinete de Jair.

O ápice da entrevista ficou para o final, quando a jornalista questiona se Queiroz tinha, além dos salários da Assembleia do Rio e da PM, uma terceira fonte de renda.

Queiroz respondeu que é um "homem de negócios" e que "faz dinheiro" comprando, reformando e revendendo carros. Mais uma vez passiva, Bergamasco não pediu nenhum detalhe a respeito da atividade. Nem esclareceu se ela é a explicação "plausível" que Queiroz só quer esmiuçar somente diante do MP.

A despeito do que boa parte da imprensa saiu manchetando depois, aliás, Queiroz tampouco associou a venda de carros com a movimentação de R$ 1,2 milhão - até porque nem o jornalismo do SBT citou esse montante ao longo de 22 minutos de entrevista (editada).

Ao abrir o bate-papo exclusivo, Bergamasco disse que ali tinha a oportunidade de perguntar a Queiroz tudo o que o Brasil queria saber.

Fica o registro de qual era pauta do SBT:

- Por que foi exonerado? [Para cuidar da saúde e da reforma da Polícia Militar]

- Trabalhava como motorista no gabinete? ["Sou assessor parlamentar e coordenador da segurança"]

- O que faz um assessor parlamentar e coordenador de segurança?

- O Rio de Janeiro requer uma segurança mais especializada?

- Quanto o senhor ganhava no gabinete?

- Esses são todos os rendimentos? Tem o da Polícia Militar também?

- Por mês a sua renda é de quanto? [Cerca de 24 mil reais por mês, somando das duas remunerações]

- Segundo o Coaf, o senhor tem uma conta na qual recebeu depósito de 94 mil reais do senhor mesmo, 84 mil reais de Nathalia Melo e 18 mil de sua esposa. Por que recebeu esses depósitos? [Aqui, Queiroz admitiu que pedia para que as integrantes da família fossem empregadas no gabinete do deputado por "mérito delas", mas sobre "esse mérito de dinheiro", "queria explicar ao MP".]

- Quer aproveitar para defender sua família que foi acusada de trabalhar em vários lugares ao mesmo tempo?

- Há outros funcionários que também trabalharam no gabinete e que faziam depósitos na conta, com valores mais baixos, de 800 reais a 4 mil reais. (Citou 3 funcionários) Por que você recebeu esses depósitos? [Resposta de Queiroz: "Prefiro falar ao MP."]

- Por que você depositou 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. ["O presidente já explicou isso."]

- Por que foi chamado pelo ministério público do rio de janeiro e não compareceu. [Nas duas primeiras vezes, a defesa recomendou não ir sob a justificativa de que o relatório do Coaf não estava completo. Nas outras duas alegou problema de saúde.]

- O que está acontecendo com sua saúde para você ter evitado o MP nas últimas 2 vezes? [Resposta foi a mais longa da entrevista, 6 minutos. Deu para olhar para a câmera para avisar às filhas que não tenham medo, mas um câncer foi detectado nos últimos exames. Ele não lembrou o nome do médico nem do hospital onde ficou internado quando faltou ao depoimento no MP pela quarta vez. "Faltei com justificativa, não fugi. Não estou fugindo. Eu sou homem."]

- Quando pretende ir ao MP prestar depoimento? ["Tão logo, tão breve. Acredito que minhas filhas vão depor dia 8. Eu preciso operar antes."]

- Em algum momento o senhor foi pressionado por alguém, se sentiu ameaçado? [Primeiro negou, depois relatou que foi notificado de um carro suspeito perto de sua casa. "Se me matam, vai cair na conta de quem? (...) Depois que aconteceu essa ameaça, eu me escondi um pouco.]

- O deputado Flávio Bolsonaro disse que o senhor prestou esclarecimentos e ele ficou satisfeito. O que o senhor disse pra ele? ["É o que vou dizer para o MP."]

- O senhor já passou dinheiro para Flávio Bolsonaro? ["É proibido falar de dinheiro no gabinete. (...) É uma covardia rotular o que está acontecendo comigo ao deputado Flávio Bolsonaro. Não sou laranja, sou homem trabalhador com despesa imensa."]

- Já contribuiu alguma vez para campanha do Flávio Bolsonaro? ["Nunca."]

- Tem falado com Flávio? ["Coisa mais triste do mundo, não tenho falado."]

- Por que o senhor decidiu então receber a gente do SBT? ["Eu não estou foragido. Eu conheço seu programa, sua lisura, e me deixou falar. (...) O meu problema é meu problema."]

- Além dessas duas remunerações que o senhor tem, tem mais alguma outra atividade remuneratória que o senhor quer falar? ["Eu sou um cara de negócios. Eu compro e vendo carro."]

- Tem mais algum ponto importante que o senhor queira falar? ["Eu quero pedir desculpas à família Bolsonaro, à Michelle, pessoa maravilhosa. (...) Tirem a imprensa de cima deles e venham em cima de mim. Eu sou o problema, não é eles."]
Herculano
27/12/2018 13:43
A VERSÃO DE QUEIROZ, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro rompe o silêncio depois de 20 dias, mas as explicações para sua movimentação financeira ainda são insatisfatórias

No final da década de 1980, o ilustrador britânico Martin Handford deu início a uma série de livros que se tornou sucesso em diversos países. Nos volumes, voltados para o público infanto-juvenil e intitulados "Onde está Wally?", o leitor é desafiado a localizar o personagem em ilustrações que reúnem um emaranhado de situações e tipos.

A brincadeira ganhou nas últimas semanas uma versão brasileira. A diferença é que a pergunta se referia ao desaparecimento de uma pessoa real, envolvida num episódio com implicações relevantes para a política nacional.

Trata-se do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do deputado estadual e futuro senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito.

Na sexta-feira (21), pela segunda vez, ele deixou de se apresentar para depoimento agendado pelo Ministério Público, com vistas a colher explicações para o fato de ter movimentado em sua conta bancária, ao longo de um ano, R$ 1,2 milhão - quantia aparentemente incompatível com sua renda.


As operações foram identificadas em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) vinculado a um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Entre saques e depósitos em dinheiro, transferências e cheques, Queiroz destinou R$ 24 mil para a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Desde que o caso veio à tona, assistiu-se a um espetáculo de evasivas e explicações pouco convincentes por parte dos Bolsonaros. O presidente eleito disse ter emprestado R$ 40 mil ao ex-assessor, seu amigo e companheiro de pescaria. O filho garante que ouviu do policial uma versão convincente, mas prefere deixar que ele a exponha.

Levantou-se a hipótese de que Queiroz fosse o responsável por recolher parcelas dos salários dos funcionários do gabinete - expediente nada incomum no Legislativo.

Para justificar o sumiço do policial militar, os advogados de defesa afirmaram que ele foi acometido por um grave problema de saúde e precisou ser submetido a um procedimento invasivo, mas não apresentaram provas documentais.

Nesta quarta-feira (26), 20 dias depois de o caso ter sido revelado, foi ao ar na rede de televisão SBT uma entrevista na qual Queiroz declara que suas movimentações devem-se a negócios que sempre costumou fazer, em particular a compra e venda de automóveis. Não se sabe exatamente onde e quando a conversa foi gravada.

Sobre seu estado de saúde, ele disse que foi diagnosticado com um câncer e será submetido em breve a uma cirurgia.

O ex-assessor assegurou na entrevista que pretende contar sua versão ao Ministério Público e explicar todas as transações que foram detectadas pelo Coaf. É de se perguntar por que não o fez até agora.
Espera-se que as autoridades localizem o suspeito e elucidem o quanto antes esse caso.

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