11/05/2018
ILHOTA EM CHAMAS I – PARA QUE EDUCAR?
Um empresário ou executivo pode ser um político diferente ou um gestor eficaz quando eleito ou indicado se comparados aos políticos da balaia do atraso, das dúvidas e do poder pelo poder? Pode. Mas, é difícil. Quase sempre, nem o senso de oportunidade, inovação, negociação, pressões, mudanças, reação, planejamento e resultados, vitais para a sobrevivência dos seus negócios onde foi bem-sucedido na iniciativa privada o ajuda. É histórico. O prefeito de Ilhota, Érico Oliveira, MDB, é um pequeno empresário. Na empresa dele, faz o que quer, no tempo e do jeito que deseja. Faz puxadinhos. Põe e tira gente a qualquer momento. Delicia-se com os lucros ou paga com o próprio bolso ou com a falência, quando há prejuízos ou contraria o mercado. Como prefeito ou gestor público, todavia, Érico e nem outro, pode fazer o que lhe dá na telha. Há regras, há o tempo político, há a missão social. Os prejuízos na função pública, em tese, salvo exceções são dos cidadãos, da comunidade e não do prefeito. Quando muito, é punido politicamente no futuro com a falta de votos dos seus eleitores ou administrativamente pelos órgãos de fiscalização ou até, pela demorada e duvidosa Justiça que os grupos políticos se orgulham de tê-la como amiga, não só no grotão, mas em todas as instâncias.
ILHOTA EM CHAMAS II - PARA QUE EDUCAR?
Ilhota é obrigada a investir 30% em educação. É rubrica orçamentária mandatória. É lei. Foi assim porque o ex-prefeito Ademar Feliski, MDB, quis. A Câmara, em nome dos ilhotenses aprovou. Ótima referência regional. A legislação Federal e Estadual obriga ao mínimo de 25%. Um exemplo de dar inveja aos demais. Seria mais que uma ilhota. Estaria, assim, preocupada com o futuro, com as crianças. Mas, não é assim, que pensa o atual prefeito, nascido no PP e hoje no MDB de Feliski. Desde que assumiu, Erico flerta com o corte desse percentual. Pior, sem qualquer discussão com a cidade. E para que? Para além de emburrecer as crianças, buscar dinheiro escasso para aquilo que lhe deu na telha. Planejou mal. Tem que sustentar à superestrutura que montou para empregar, gastar e sabidamente, pelos números e projeções, não terá condições de suportar às exigências econômicas e da Lei de Responsabilidade Fiscal. E esse erro de gestão está deixando Érico exposto perante o Tribunal de Contas. Então ele queria tirar dinheiro na Educação. Incrível!
ILHOTA EM CHAMAS III – PARA QUE EDUCAR?
Érico manobrou o que pode para o objetivo e na surdina. Escondeu esse bote da população, aproveitando-se da falta de imprensa local. Só não contava com as redes sociais, esta coluna, políticos de bom senso e a ação de alguns educadores. Tentou de todas as formas mudar a lei e perdeu. Como mau perdedor, ameaçou deixar à mingua, numa clara compra de votos contra a cidade e os cidadãos e contra a autonomia do Legislativo, os próprios vereadores da sua base. Ofertava obras e remédios. Não se intimidaram e não aprovaram tal desatino. Resultado: o orçamento de Ilhota para a Educação continua intocado nos 30% obrigatórios. Os áudios nas redes sociais entre políticos, registram conversas indecorosas. Fim da história. Mas, ao contrário de Gaspar que mal gerenciou esse tipo de assunto e o prefeito daqui ficou vulnerável na sustentabilidade política, Érico, continua com maioria na Câmara, apenas perdeu uma batalha. Só está inconformado.
ILHOTA EM CHAMAS IV – PARA QUE EDUCAR?
A primeira tentativa de mudar e cortar 5% do orçamento da Educação em Ilhota foi em março de 2017 com o projeto 01/2017. Era uma emenda a LOM. Veja a frágil justificativa do prefeito Erico para o retrocesso: “adequar” (?) à legislação Federal e Estadual. Segundo ele, “não há motivo plausível” (?) para Ilhota ser diferente. Meu Deus! Isso, ele nunca abordou na campanha para os seus eleitores. Érico sentiu cheiro de enxofre na Câmara nesse assunto. Retirou a matéria depois dela já estar tramitando nas comissões. Foi arquivada naquele março. Lembram-se que de eu sempre escrevo aqui, que coisa contra o povo e a favor dos políticos, costumam aparecer em dezembro, em regime de urgência, quando a Câmara está fechando as portas e o povo preocupado com o Natal, final-de-ano, férias entre outras coisas? Pois, bem! O mesmo projeto Érico fez retornar à Câmara como sendo o 02/2017. Foi no dia sete de dezembro do ano passado. Bingo. Por não ter sido votado, teve o seu trâmite autorizado. Mas nem tudo saiu como o combinado. Não tramitou em dezembro como se queria. E o parecer jurídico autorizando o trânsito da matéria só apareceu em janeiro deste ano. Arriscando-se e jogando com o silêncio, o prefeito e os seus foram adiante. Em fevereiro constitui-se a comissão especial para analisar o projeto e nela ficou claro que o assunto teria dificuldades, pois a própria base se dividiu.
TRAPICHE
Ilhota em chamas V – Nem prefeito. Nem empresário. Nem cidadão. O que aconteceu neste assunto em Ilhota, foi uma lição e da qual, não só os políticos e Érico deveriam se colocar à reflexão em pleno século 21, o tempo do conhecimento, da transparência, da educação e da ética. O espaço aqui é pouco explicar tudo isso.
Ilhota em chamas VI – A presidência da comissão especial, no rito especial, ficou com o vereador petista Rogério Flor de Souza, PT, e a relatoria, com Juarez Antônio da Cunha, PSB. Acendeu o sinal amarelo ao prefeito Érico. O segundo, veio da presidência da Casa. Jonatas Oliveira Jacó, PSDB, que ganhou no voto a presidência da Casa do então indicado de Érico, o Almir Aníbal de Souza, MDB. O Joaninha sinalizava que não votaria a favor do prefeito neste assunto.
Ilhota em chamas VII – vulnerabilizado na pretensão, mesmo assim Érico peitou e mandou levar o assunto adiante. Ascendeu o pavio para medrar e testas os temerosos. Ameaçou cortar atendimentos da prefeitura aos interesses dos vereadores da sua base se votassem contra o projeto. Érico precisava de seis votos dos nove. E a arriscada aposta dele se deu diante da deteriorização das contas, as quais não as projetou com assertividade nas estruturas que as criou ou inchou em outras áreas.
Ilhota em chamas VIII – Para encurtar devido ao espaço. No dia 10 de abril o assunto foi a plenário em primeira votação (são necessárias duas votações favoráveis para ser aprovar a emenda à LOM). E contados os votos, Érico perdeu. Um bafafá. Intrigas. Acusações.
Ilhota em chamas IX -Votaram para cortar os cinco por cento da Educação de Ilhota, Almir Aníbal de Souza, MDB; Arnoldo Adriano, MDB; Francisco Domingos, MDB; Juarez Antônio da Cunha,PSB ; e Sidnei Reinert, PSD.
Ilhota em chamas X -Votaram para manter os 30% à Educação de Ilhota como é hoje, Cidney Carlos Tomé, PP; Luiz Gustavo dos Santos Fidel, DEM (da coligação que suporta o prefeito e tem o vice); Rogério Flor de Souza, PT e Jonatas de Oliveira Jacó, PSDB.
Ilhota em chamas XI – Este assunto poderia ter se encerrado aí. Mas, não, enrolou-se mais alguns dias para colocar em segunda votação. Inócua. Se na primeira ela foi derrotada, mesmo que na segunda o resultado fosse diferente, não se alcançaria o que diz a lei: duas votações favoráveis. Um suposto empate, não tem valor algum. Só em Ilhota, mesmo.
Estava devendo aos leitores e leitoras à provocação que fiz aqui e ao próprio parlamentar. O presidente da Assembleia Legislativa, Aldo Schneider, MDB, quando veio a Gaspar há duas segundas-feiras para a homenagem dos 80 anos das Linhas Circulo, e de viva voz a quem perguntou, ele respondeu de que será, sim, candidato à reeleição. “Se Deus permitir”.
Os que o cercam, dizem que ele guarda esta decisão para o último minuto, devido a doença. Se “Deus não permitir”, arma-se o desconhecido chefe de gabinete dele, Jerry Comper. Aí, muitos dizem que só Deus para operar o verdadeiro milagre.
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