12/04/2018
FEDOR LIXO I
Terça-feira, as forças tarefas do Ministério Público Estadual e o Gaeco - Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado - deflagraram uma operação para colher documentos, provas e informações sobre as dúvidas das licitações, contratos regulares e emergenciais e “manobras jurídicas de espichamentos” desses contratos, para coleta de lixo em vários municípios do litoral e do Vale do Itajaí, bem como verificar às supostas vantagens obtidas por empresários, políticos, candidatos e gestores públicos com esta situação que fede e come o dinheiro dos contribuintes. Gaspar está no centro do furacão. E seria novidade se não estivesse. Há anos, os leitores e leitoras desta coluna e praticamente só aqui, sabem disso. E este tema sempre foi uma das razões da ira dos poderosos que pretende vê-la sob relho ou desaparecida.
FEDOR DO LIXO II
Desde o tempo do prefeito Adilson Luiz Schmitt, que foi do MDB, PSB e PPS e hoje sem partido, que o assunto não sai da pauta, sendo inclusive mote para escaramuças partidárias ontem e hoje. É um negócio. O ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, da noite para o dia, “criou”, sem caminhões coletores e expertise, uma empresa para atender à sua administração. Era o tempo de Lovídio Carlos Bertoldi, presidente do Samae. É lá que está esse negócio fedido misturando-se com água tratada e esgotos. Tudo a ver. Bertoldi foi depois secretário de Obras e ex-candidato a prefeito derrotado nas últimas eleições. A Say Muller, com sede em Gaspar, hoje viúva no mercado, é a pivô-fedor dessa investigação. Elas estão sob rigoroso sigilo. E nem precisava no que tange a imprensa daqui. Um fato chama a atenção. É o nome dado à operação: “Reciclagem”. Ela pode remeter à Recicle, a empresa de Brusque que faz a operação de recebimento desses resíduos na região. Um outro detalhe faz tremer os políticos diante do sigilo. Está relacionado à última campanha eleitoral. Nela, um político de Blumenau, ligado à fedentina, passou por aqui oferecendo ajuda para o caixa dos candidatos. Acorda, Gaspar!
“O sujeito vira político, rouba, fica velho, é preso e condenado e aí quer cumprir sua pena em casa porque sua saúde ficou frágil. Não seria melhor só ficar velho sem roubar”? Por Milton Neves, comentarista esportivo, no Twitter.
É isso que dá aos endinheirados como o deputado federal e ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, PP. Usam a máquina de recursos que permite a Justiça. Depois do “trânsito em julgados” da Constituição Federal, num jogo de décadas, eles pedem aos juízes o que não está na lei: humanidade, para deixá-los em casa, em suposta doença, gozando de todos nós.
O deputado Décio Neri - hoje presidente do PT catarinense – e sua mulher Ana Paula de Lima, estavam em São Bernardo do Campo, SP, na resistência-espetáculo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Sindicato dos Metalúrgicos. Até aí, tudo bem. São escolhas.
Mas, nesta semana, ele pediu na Câmara para se chamar oficialmente no painel de votação como Décio Lima Lula. Incrível! Pior: os do DEM querem acrescentar Moro no sobrenome numa alusão ao juiz Sérgio Moro, e outros, de Lava Jato.
Gente doente. Esse é o alto nível de idiotice dos nossos políticos. E nós elegendo e pagando essa gente com os nossos pesados impostos! Tratam-nos como imbecis e entorpecidos num Fla-Flu sem nexo, avalizamos suas irresponsabilidades. Outubro é logo ali. Como escreve o leitor brasiliense assíduo dessa coluna, Miguel José Teixeira: “não perca a peleja; não reeleja”.
E o que falar do gasparense Maicon Oneda, da Margem Esquerda? Na segunda-feira ele telefonou para a PF, em Curitiba. Queria saber se estavam tratando bem o “nosso presidente” e pediu para “transferir” a ligação dele para a cela de Lula para se “certificar” desse tratamento. Ficou indignado quando o policial desligou o telefone na sua cara. Feita a “pegadinha” e que poderá gerar complicações, Maicon espalhou a gravação da façanha entre “companheiros” como troféu. Maicon é o cara das pesquisas falsas a favor de Ideli Salvatti espalhadas de computadores da prefeitura de Gaspar. Tudo a ver.
Samae inundado I. Sem aviso prévio, o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, mandou por portaria, colocar à disposição da secretaria de Obras, o agente de serviços gerais da autarquia, Thiago Schramm, em nome do “premente interesse coletivo”. Uau!
Samae inundado II. Thiago resistiu. Um advogado tenta um mandato de segurança para não se concretizar essa “remoção”. Na secretaria de Obras há dois agentes de serviços gerais cedidos ao Corpo de Bombeiros, ou seja, entende-se que antes, a secretaria deveria pedi-los de volta.
Samae inundado III. Se não bastasse, no Samae há outros 11 agentes de serviços gerais, não se explicitando a razão pela qual a escolha recaiu contra Thiago, sem a comunicação ou negociação prévia.
Samae Inundado IV. O vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, funcionário licenciado do Samae, diz que a situação poderia ser bem pior, se no ano passado tivesse sido aprovado a lei do que ele chamou de “instituto da remoção”, e que previa a realocação de servidores para além das nomeações originais após os concursos.
Os aumentos para os gasparenses deste abril: ônibus que tem uma situação precária, obscura e enrolada. Tem mais: lixo, água e bem como a Taxa de Iluminação Pública, que se aumentou sob polêmica, em 40%.
Aparelhamento. Fernanda Sarita Tribess, filiada ao MDB de Blumenau, é a mais nova integrante da 1ª Jari – Junta Administrativa de Recursos de Infrações de Trânsito - de Gaspar. Ela é membro titular e representa o Executivo daqui. Saiu Daniela Barkhofen.
Depois de amaldiçoarem os internautas nas redes sociais, a voz do povo que os elegeu, os vereadores da minoritária bancada de Kleber Edson Wan Dall, MDB, na Câmara, mudaram de postura quanto aos críticos populares. Estão listando, na falta de algo substancial para marquetear, as pequenas obras. Ufa! Menos mal. Acorda, Gaspar!
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