27/02/2018
Na coluna feita especialmente para edição impressa de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação em Gaspar e Ilhota, mostrei como há duas sessões na Câmara, o médico e o político de primeira viagem – mas que parece ser muito antigo nas práticas dos velhos hábitos, inclusive no gesto que fez para ser presidente da Casa– Silvio Cleffi, PSC, preparava uma emboscada para o seu então amigo, o que o introduziu na política, o evangélico da mesma igreja, o prefeito eleito, Kleber Edson Wan Dall, MDB.
Não deu outra. Na sessão seguinte, a de terça-feira passada, Silvio completou a jogada: tomou a palavra por primeiro. Surpreendeu e propôs na Câmara um “pacto” de sete itens básicos (na ilustração dele próprio na sua rede social) para “salvar” a Saúde Pública de Gaspar.
Estranhamente, foram muitas das “ideias” e interferências do próprio Silvio na área, como médico e na troca para dar a maioria apertada a Kleber na Câmara, que testadas ou praticadas, ajudaram a colocar a Saúde Pública de Gaspar no caos onde está metida hoje.
Mais estranho e se estabelecendo na incoerência, mais uma vez, o “pacto” com sete pontos principais, proposto pelo doutor Silvio é denominado ironicamente “unindo forças”. Só “une” os novos amigos, vereadores da oposição a Kleber? Ai, ai, ai.
Eu poderia terminar esta análise por aqui diante da esperteza evidente, do jogo para a plateia, da enganação para as redes sociais candidatando-se a herói ou secretário paralelo de Saúde, ou do favorecimento e defesa da guilda corporativa.
Mas é preciso ir adiante.
Está clara, a má intenção, a vingança, a chantagem do doutor Silvio ao poder de plantão, ex então seu aliado, e naquilo que o doutor Silvio como médico mais conhece: a dor, o sofrimento, a desassistência para quem está doente, está à procura de esperança, principalmente feita de gente pobre, desinformada e dependente do serviço público onde está o próprio médico (ou político?) Silvio como clínico geral e cardiologista (veja a nota, abaixo, no Trapiche), que é.
Pelo gesto inusitado que tomou unilateralmente, o médico Silvio cedeu ao político Silvio; deixou-se quedar à fraqueza humana de todos nós ao poder e à pequenez, que as vezes, sem querer, nos metemos ao desfraldar bandeiras da salvação.
PACTO MANCO
Vou repetir a frase do político mineiro Tancredo de Almeida Neves, PSD, escrita no artigo de sexta-feira para o doutor Silvio, cuja chamada nas redes sociais era, “Vereador vai para a oposição e renega o discurso quando era governo”: “Quando a esperteza é muita, vira bicho e ela come o dono”.
Mas de que lado você está Herculano? Do governo Kleber que não funcionou até agora ou do doutor Silvio que tem uma proposta salvadora?
Respondo para que não haja dúvidas deste ponto em diante: dos doentes, dos fracos, dos desassistidos, dos que são usados nessa “guerra” que se perde em vaidades de políticos, partidos, grupos de interesses e erros de gente que não usa o Sistema Público de Saúde em Gaspar e em qualquer outro lugar. Ou quando usa, se estabelece em privilégios, furando a fila, como mostrei recentemente aqui.
Vamos por partes.
O que é pacto? É um ajuste, um contrato, uma convenção entre duas ou mais partes ou pessoas. Então o presidente da Câmara, de um poder, que é fiscalizador, propõe um “pacto” com a Saúde pública tocada e de responsabilidade de outro poder, a prefeitura, mas convida só os seus, que concordam com esse teatro? Excluiu a outra parte, a que pertence ao atual governo e seus ex-aliados dentro da própria Câmara?
Como assim? O “pacto” é entre os sete de oposição ou é da Câmara como um todo, a qual o doutor Silvio representa como presidente? É o nós contra eles? E na propaganda que o doutor Silvio monta na sua rede social para se dar bem, ele diz estar “unindo forças”? Hum!
Ora, pacto verdadeiro, por um líder natural, precederia à uma negociação interna no próprio Legislativo; depois, afinados, se estabeleceria à negociação entre a Câmara e a prefeitura.
Ajustados, finalmente, as duas partes - Executivo e Legislativo -, que foram eleitas num processo legítimo - uma para fazer e outra para fiscalizar – anunciariam à cidade, aos cidadãos e cidadãs, que diante da gravidade e da crise, uniram forças e ideias, para livrar a Saúde Pública de Gaspar da UTI onde está metida pelos próprios políticos nos seus erros. E se comprometeriam as prioridades, os objetivos, bem como metas de resultados e transparência. Simples assim. Então qual a razão da polêmica com o sofrimento alheio e dos mais fracos?
Escrevi: “quando a esperteza é muita, vira bicho e ela come o dono”. E não deu outra!
Franciele Daiane Back, PSDB do MDB, foi a primeira a reclamar na tribuna e perguntar que “pacto” é esse que não a incluiu e a surpreendeu. E aí sucederam os demais, menos o suplente José Ademir Moura, do mesmo PSC de Silvio e que está no lugar do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, no fundo, o causador de toda essa confusão quando deixou de assinar a ata de outro “pacto”: o da sucessão da presidência da Câmara.
Até chegar a melhor de todas as intervenções da terça-feira passada. Nela o doutor bem letrado, autor do “pacto” foi posto no bolso pelo vereador de poucas letras, mas inspirado e autêntico na sua simplicidade, Evandro Carlos Andrietti, MDB. Andrietti, vejam só, foi o que há três sessões já havia feito o desafio de “união” dos vereadores pela causa da Saúde.
Ou seja, o doutor Silvio não foi o primeiro na Câmara, não foi original, não foi autêntico e nem sincero na proposta que fez como sendo sua, pois nem unir a Câmara em torno do tema foi capaz. Mas, tem chance de se redimir e pode começar na sessão de hoje.
O “pacto” que o doutor Silvio inventou se baseia em sete pontos: medicamentos, consultas, especialidades, exames, prestação de contas trimestral da secretaria e do hospital, programas de suportes a Atenção Básica e acompanhamento dos Postos de Saúde.
Ou seja, no fundo, tornou a Câmara uma secretaria de Saúde. Se não funcionar do jeito que quer – o mais provável -, joga a culpa no novo secretário da Saúde, no prefeito, na prefeitura. Se funcionar, leva os louros políticos e se esbalda até para suceder o seu criador político, o próprio prefeito de plantão. Ensaio já fez e ganhou na Câmara quando venceu as eleições da mesa diretora.
Uma coisa deve-se reconhecer. No jogo construído pelo doutor Silvio, ele deu um banho de comunicação na comunicação torta e precária da prefeitura, a fazedora de “press release”.
Entretanto, o presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC, está cuidando do cercado dos outros, e descuidando do seu próprio terreiro. Ele foi eleito no dia 20 de dezembro do ano passado. Até terça-feira passada, dois meses depois, portanto, não foi capaz de fazer uma só reunião com a mesa diretora, onde é ele e mais três. Hum!
UM JOGO DE FORÇAS, APENAS
Primeiro: o doutor Cleffi foi às redes sociais se mostrar vítima do problema no qual é parte desde o início do governo Kleber, como mostrei várias vezes aqui neste espaço e fui malhado por isso. Impulsionado nos acessos, foram, nas palavras dele, mais de nove mil visualizações e centenas de interações, o “que o levou a tomar a iniciativa para propor soluções”, como se isso tivesse realmente ao seu alcance ou fosse da sua alçada.
Isso só mostra apenas como o tema Saúde pública na UTI pegou, e que o doutor Silvio foi esperto, apoderou-se do tema. Por outro lado, mostra como o governo Kleber e os seus estão fragilizados, a reboque daquilo que deixaram se avolumar os problemas que os embrulham.
Segundo: Silvio não está mirando numa solução de verdade para a Saúde Pública de Gaspar ou com olhar holístico. Está construindo uma polêmica, estabelecendo-se no embate político e se posicionando em alguns pontos na defesa corporativa médica. Nada mais!
De verdade? O doutor Silvio e a dita oposição majoritária estão calculando a possibilidade de um eventual sucesso do novo secretário de Saúde, o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, bem como a possível contrariedade de alguns interesses seus que poderão estar em jogo com o novo secretário, pois Silvio se bandeou para a oposição para ser presidente da Câmara, quebrando “pactos” com a sua ex-base.
Então, o doutor Silvio fez às pressas uma proposta política e de propaganda pessoal que denominou de “pacto”; obteve a adesão dos seis vereadores da oposição (PT, PDT e PSD) que o elegeram presidente; excluiu ou “esqueceu” do tal “pacto” os ex-vereadores aliados e que em minoria defendem o governo de Kleber e Pereira. Com isso, deixou bem claro a força que estava criando para interferir no Executivo, além do que é permitido regimentalmente pela Câmara. Nem mais, nem menos.
O doutor Silvio está posicionado neste “jogo de xadrez” do poder político. Ninguém duvida disso e boa parte nem é contra isso. Entretanto, usar o sofrimento alheio é algo temerário: ”Quando a esperteza é muita, vira bicho e ela come o dono”.
E se o Kleber e o novo secretário na Saúde não se cuidarem, vão ser engolidos no discurso, atitudes e resultados pelo doutor Silvio e seus novos aliados. Quem criou essa situação onde o presidente da Câmara quer dar as cartas no governo de Kleber se não o próprio governo Kleber pela inércia com o assunto e ao ter dado ouvidos ao próprio doutor Silvio naquilo que não funcionou? Então vai ter que embalá-la. Como escrevi, o vereador Silvio era é um “fiel” perigoso. Continua. E agora, manhoso.
Surpreendidos, perdidos e ainda tentando achar o caminhão da mudança que os levava, os vereadores da base de Kleber e Pereira protocolaram um ofício pedindo a inclusão deles no tal “pacto”, e colocaram pontos que acham importante fiscalizar ou mudar na rotina da Saúde Pública. Está na Ordem do Dia da sessão de hoje.
Pediram para incluir a fiscalização dos médicos no cumprimento dos contratos e horários, bem como a produtividade desses profissionais. É comum se alegar nos postinhos, policlínica e até no pronto atendimento do Hospital, falta de médicos, médicos que não chegam e que chegam atrasados, ou que atendem pouco. E aí teve gente que já se arrepiou. Os vereadores de Kleber pediram para fiscalizar a quantidade de consultas no ambulatório do Hospital, bem como as cirurgias eletivas que foram contratadas e realizadas pelos prestadores contratados.
Como se vê, além dos sete pontos do “pacto” propostos pelo doutor Silvio, os vereadores do governo querem verificar o que consideram vulnerável: a pontualidade, a quantidade e a qualidade da prestação de serviços pelos médicos e clínicas à população. Terá tensão. Essa tentativa de controle com os médicos é coisa que eles não aceitam. E não é de hoje. No tempo do PT até inventou-se horas extras, sem serem feitas, para dar mais rendimentos a eles.
Voltando. E precisava disso, uma emenda ao “pacto” original do doutor Silvio?
Um presidente e líder de um poder, “autor” de uma ideia (já provada não ser o pioneiro, ao menos na tese de união dos vereadores), ao ver os seus opositores surpreendidos, enfraquecidos e até, abatidos com a sua manobra, deveria abrir-se para o gesto de acolhimento e rendição deles, incluindo verdadeiramente de pronto, todas as forças da Câmara. Eliminaria às dúvidas do seu propósito que transpareceu com a apresentação do tal “pacto” marqueteiro.
Ao contrário, o doutor Silvio, ajudado pelos vereadores que o cercam e exigem fidelidade dele, continuou a esticar a corda.
EU TENHO A FORÇA
A certa altura, o presidente da Câmara afirmou que não foi procurado pelos que se queixavam de estarem fora do “pacto”. Reclamou da solidão do seu gabinete. Ora, mas quem está propondo um “pacto” se não o próprio presidente da Câmara? Assim, como ele procurou os seus novos “companheiros” para a adesão da sua ideia, por que não fez o mesmo com os demais? Faltou a grandeza próprio dos líderes ou deliberadamente, como pareceu, fez um ensaio político de poder. Sobrou falta de sensibilidade, transpareceu esperteza, malícia e cartas marcadas. Como dizia Tancredo: Quando a esperteza é muita, vira bicho e ela come o dono”.
Ser presidente da Câmara não significa exigir a submissão de quem não votou no presidente ou ser submisso a quem lhe deu o poder – o PT, PDT e o PSD. Foi essa percepção, aliás, que derrotou Franciele, a marcada por Kleber para ser a presidente da Casa. Quando assumiu, sem campanha de compromissos, Silvio mesmo assim prometeu diálogo, transparência... Mudou?
Duas cenas na sessão da Câmara de terça-feira passada são simbólicas da falta de preparo do presidente e à negação do discurso que fez após a vitória.
A primeira foi a de não conceder aparte a um vereador no seu pronunciamento de apresentação do “pacto”. Aceitável e permitido pelo Regimento Interno.
Entretanto, como presidente, Silvio aparteou informalmente, ou seja, interrompeu, com insistência, sem a autorização de quem fazia o pronunciamento questionando a parcialidade da sua iniciativa; interferiu indevidamente no discurso do vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, na tribuna. Inaceitável e não permitido pelo Regimento Interno. É uma formalidade; e um rito para serem seguidos, obrigatoriamente. É uma questão de exemplo. Simples assim.
A outra, foi a de permitir a manifestação com ares de intimidação de militante, a partir da plateia em discurso de vereador. Um perigoso, precedente. Afinal, Silvio é presidente de um poder, e não de um grupo de “novos” amigos que votou nele.
E para encerrar.
A Saúde Pública de Gaspar está um caos. É pública a todos e constrangedora essa situação para o governo de Kleber. Sempre escrevi isso. Fui ridicularizado. O resultado está aí. Quem vai precisar de votos é quem está ou quer o poder. Mas quem precisa de Saúde e atendimento são as pessoas, os eleitores, os pobres, os mais fracos, os doentes. Eles estão sendo usados, mais uma vez, nessa guerra particular de vaidades e revanchismo partidário e até eleitoral.
Ao invés dessas jogadas rasteiras entre políticos, o melhor seria mesmo um pacto, mas de verdade. Entretanto, até o momento, os nossos políticos parecem não possuírem essa grandeza. Remoem o passado. Arrumam culpados. E são incapazes de olharem o presente e o futuro de seus eleitores e da população.
Ou seja: o problema é de todos e a solução também deveria ser. Em Gaspar, todavia, estamos debatendo sobre uma divisão entre poderes, políticos e partidos. E os doentes? Desassistidos! Vergonha. Aqui, o que já ia mal, piorou, porque o MDB fez as suas escolhas erradas.
Resumindo: ao invés dos políticos se unirem pela população mais empobrecida, divididos, mais uma vez, estão arrumando culpados nos outros, quando todos têm a sua parcela culpa.
Agora, o novo secretário de Saúde está numa sinuca de bico: não entende do assunto e não tem direito de errar. E a corporação médica já deu recados via o presidente da Câmara, o médico, Silvio Cleffi. Que “pacto” é esse?
Concluindo. Gaspar tem na prática três prefeitos: o eleito Kleber Edson Wan Dall, MDB, o de fato Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB e o que quer (e pode diante das circunstâncias) mandar nos dois, Silvio Cleffi, PSC. Já os doentes continuam na fila para serem atendidos e a espera de medicamentos básicos Acorda, Gaspar!
A crise da Saúde é nacional e não é de hoje. Piorou nos governos do PT, da esquerda do atraso como o PCdoB, PDT, PSB e seus sócios gigolôs do poder, incluindo o próprio MDB, PSD, PP, PR, PRB...
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff preferiu estádios superfaturados, até em locais onde não há futebol, mas há miséria de toda sorte. E por que e para que o PT fez essa escolha quando no poder? Para forrar a si e aos seus sócios. É o que mostra a Lava Jato.
Resumindo, os governos do PT no âmbito Federal fizeram uma opção e não foi pelos pobres, doentes, ignorantes, analfabetos e desinformados – seus eleitores prediletos - como bem explica Luiz Carlos Prates, no vídeo acima, retirado de um comentário seu para o SBT SC. O tema é auto-explicativo.
E aqui em Gaspar não foi diferente. Veja o discurso da esclarecida, ex-vice-prefeita Mariluci Deschamps, PT, na terça-feira passada, fazendo coro ao “pacto” que excluía parte da Câmara, num jogo de política barata.
A “nova” aliada de Silvio, repetiu o discurso torto e enganoso de sempre. Para ela, o governo do MDB de Adilson Luiz Schmitt, fechou o Hospital e “nós, o de Pedro Celso Zuchi, PT, reabrimos”. A advertência de “quando a esperteza é muita, vira bicho e ela come o dono”, serve para ela também.
É mentira! Já esclareci várias vezes e farei isso eternamente. Coisa própria do PT. Cria narrativas para se estabelecer num contexto próprio e falso. Lida com a falta de memória e a mansidão fraca dos cidadãos. Neste caso, sou testemunha da própria história. E a versão de Mariluci pegou porque não foi enfrentada pelo próprio MDB que agora paga o preço dessa omissão contra a história e a vingança que fez contra Adilson. Só isso!
Quem fechou o Hospital de Gaspar? Foi o Conselho do Hospital. Ninguém mais! Não havia outra alçada para isso, pois o Hospital era autônomo. Ele não era da prefeitura e nem estava sob intervenção como hoje.
O Hospital como entidade e prédio estavam podres. Não havia dinheiro para quase nada. Os médicos temiam trabalhar nele.
A Acig tocada na época por Samir Buhatem - e eu fazia parte da comissão de reconstrução do Hospital-, a Bunge por meio do seu então presidente, Sérgio Roberto Waldrich, sem dinheiro público, sem partidos, com a comunidade e empresários, sem o aval dos médicos que torciam pelo desastre total, reconstruíram fisicamente o Hospital, enquanto o Conselho gerenciava a grave situação financeira.
Desafio alguém contar uma história diferente.
Na hora de reabri-lo, todos caíram na cilada e lábia do PT, e aí, me separei do grupo da reconstrução pois sabia o que se estava fazendo contra o futuro do Hospital e da comunidade. Nem apareci na inauguração da reforma do prédio. O resultado está aí na cara de todos.
O governo do PT de Pedro Celso Zuchi prometeu a sustentabilidade do Hospital e obteve a liberação dele para a reabertura antecipada – sem a devida sustentabilidade econômica - do grupo da reconstrução e liderado por Waldrich.
Ao invés da sustentabilidade financeira mínima, vieram as propositais desconfianças de roubo dos outros no Hospital. E por que? Porque o PT não tinha comando no Conselho, na gestão, mas tinha a obrigação de repassar recursos da prefeitura para pagar os serviços prestados pelo Hospital ao município.
Veio o golpe. Decretou-se o estado de calamidade na Saúde. Fez-se à intervenção. O PT tomou o Hospital como um negócio e emprego dos seus. Deletou a gestora especializada, a mesma que o MDB de Kleber fez a pedido dos seus entendidos, como do grupo político de apoio que não aparece e diz entender dessa área, bem como dos corporativos, como Silvio Cleffi.
Resumindo: o Hospital, na receita do PT e adotada pelo MDB de Kleber, Pereira e o vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP, sobrinho do médico João Spengler, virou um sumidouro de dinheiro público e escasso dos gasparenses. Esse dinheiro está faltando nos postinhos, policlínica e farmácia e deixa a gestão Kleber na lona neste assunto.
E os “ladrões”? Nunca pegaram e apontaram. Não havia, certamente e se havia, encobriram. Havia, na verdade, discurso e a estatização de algo que não se sabe de quem é. Ou alguém pode responder de quem é o Hospital de Gaspar?
O Hospital de Gaspar é um desmoralizador contumaz de administradores hospitalares afamados na região, exatamente por tirar outros famosos e hoje referência, da UTI devido à má gestão, sem foco, sem vocação ou com problemas estruturais.
Aqui, nada dá certo. O último, Wilson Alberti Santin é afilhado indicado pelo vereador Silvio Cleffi, PSC. A prova da interferência política do vereador na Saúde de Gaspar no governo Kleber, cujo caos ele quer colocar totalmente no colo de outros.
Nos discursos dos vereadores na terça-feira passada ficou claro que há uma penca, e não é pequena, de “doações” de recursos para o Hospital ou a saúde de Gaspar. Tudo patrocinada por deputados estaduais e federais dos quais os vereadores são cabos eleitorais e estarão nas ruas em outubro por eles, exatamente para os não atendidos nos postinhos, policlínica e farmácia básica.
Apesar dessas “doações” rubricadas dos políticos usadas para campanha política e que na verdade são os nossos impostos, a Saúde de Gaspar continua na UTI. O que adianta dezenas de desfibriladores, outros equipamentos, ala nova no Hospital ou até UTI, ambulâncias, construção de postinhos se falta o essencial para a recuperação da saúde de uma pessoa: gente especializada e remédios para atender os doentes?
O Hospital é uma prova viva disso. Foi remodelado, reconstruído, mas só come dinheiro e não atende os doentes. O que está deficiente é a gestão e as prioridades. Nenhum médico está sem receber plantões, sobreaviso, honorários etc. Mas, as queixas de falta de médicos é recorrente. As filas e as esperam não deixam dúvidas quanto a isso. É só percorrer os postinhos, a policlínica, a farmácia básica e a rede social onde o doutor Silvio posa de herói.
Aliás, o PSD que está aliado com o PT, PDT e o presidente Silvio Cleffi, PSC, neste “pacto” do nós contra eles, teve um governador que está saindo para se candidatar a senador, Raimundo Colombo, como o pior exemplo na área da Saúde. Então todos têm culpa e obrigações na solução.
Colombo fez uma contabilidade criativa contra os municípios. Enganou os hospitais filantrópicos, como deveria ser o de Gaspar. Na propaganda aceitou dar mais de 12% para a Saúde. Na hora da verdade, recorreu à Justiça para voltar atrás. Triste!
Realmente, como se demonstra até aqui, é necessário um pacto, e unindo todos pelos mais fracos e doentes. Não do jeito como foi ou está proposto.
Outra. Quantos casos de supostos erros médicos ou reparações aconteceram contra o Hospital depois que ele está sob a intervenção municipal? Quem vai pagar isso? Os gasparenses? E o hospital se chama de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O que é perpétuo, pelo visto, são os problemas.
E a última. O médico Silvio Cleffi, pediu exoneração da obrigação de clinicar especialidade de cardiologista na Policlínica municipal. Sabia que não tinha mais como ir adiante nesse faz de conta. A política está tomando o lugar do médico.
O caso estava fugindo ao controle e poderia parar no Ministério Público. Ficou apenas com o emprego para atender como clínico geral no postinho do Bela Vista. Ali ainda poderá fazer política com o seu reduto eleitoral. Acorda, Gaspar!
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