02/11/2017
A GREVE I
A greve dos servidores públicos de Gaspar foi assunto de dois longos artigos: um na sexta passada aqui e outro nesta na segunda-feira, no portal do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, acessado e atualizado. Não vou me estender. O que previ aconteceu. Óbvio. Sinceramente? Faltou ao Sintraspug uma boa causa. Mas, finalmente reuniu a torcida. O Sintraspug de hoje paga pelo compadrio e à falta de profissionalismo do de ontem; paga pela falta de orientação adequada na estratégia e na ação jurídica. O Sintraspug de hoje imita o passado, como por exemplo na omissão do debate na Reforma Administrativa. Ela o afeta. Ela retira da Folha, R$ 600 mil por ano para comissionados e funções gratificadas, exatamente quando a prefeitura discursa sobre falta de dinheiro, economia ou “impedir” que as despesas cresçam fora da lei no âmbito dos servidores efetivos. Por que o Sintraspug não se mobilizou contra à Reforma? Ah, não era com ele? Agora é tarde.
GREVE II
Os servidores caíram na armadilha do improviso na aplicação política pelos políticos da legislação manca juridicamente. No caso do “auxilio alimentação”, levou-se de barriga à execução correta desde o governo de Luiz Fernando Poli, PFL, em 1994. Foram pegos no contrapé por quem resolveu não embarrigar mais. Só isso. O Sintraspug teve 23 anos para colocar tudo em pratos limpos. Não fez. Então quem falhou? Agora, está até com medo da judicialização e que é o caminho mais seguro e adequado, antes de qualquer greve. Os sindicalistas e os servidores, por outro lado, fingem não perceberem que a sociedade pagadora de pesados impostos que os sustenta, inclusive quando está desempregada, está cansada de suportar privilégios que ela própria não os possui. Os tempos mudaram. Os sindicatos e os servidores, ainda não neste quesito. Acorda, Gaspar!
GOVERNO EM MINORIA
Wellington Carlos Laurentino, o Lélo Piava, 26 anos, presidente do DEM de Gaspar (entrou no lugar do empresário Luiz Nagel, que é vice), do bairro Santa Terezinha, primeiro suplente da coligação PSDB/DEM, foi empossado vereador na quarta-feira. Fica no cargo por um mês no lugar da representante do Distrito do Belchior, Franciele Daiane Back, PSDB, a mais jovem vereadora eleita aqui. É o tal acordo de rodizio da coligação. Por que esse registro é importante? Em tese, o governo Kleber Edson Wan Dall, PMDB ficará em minoria na Câmara e num ambiente conflagrado onde dois líderes do governo se “ausentaram” do ofício. Então todos os projetos polêmicos que dependam de aprovação onde Franciele era a fiel cega a favor de Kleber, serão postergados. O apoio é dela e não da coligação que teve como candidata à prefeita, a atual presidente do PSDB de Gaspar, Andreia Symone Zimmermann Nagel. Lélo era do PPS e nele aos 21 anos fez 246 votos. Agora, 498.
COERÊNCIAS
Conta-se nos dedos de uma só mão. Trata-se da coerência dos políticos catarinenses na Câmara Federal. Dos 16 deputados, só quatro votaram pela cassação de Eduardo Cunha, PMDB, pelo impeachment da ex-presidente Dilma Vana Rousseff, PT, e duas vezes pela aceitação da denúncia do presidente, Michel Temer: Carmem Zanotto, PPS; Esperidião Amim Helou Filho, PP; Jorginho Mello, PR e Giovânia de Sá, PSDB. Os demais, quebram essa coerência em pelo menos uma votação, incluindo sobre o mesmo tema, como foi o caso de João Paulo Kleinubing, PSD e Mauro Mariani, este presidente do PMDB catarinense e vestido de pré-candidato a governador. Na primeira votação não deram autorização para investigar Temer; na segunda, votaram favor para ter discursos em palanques. Ai, ai, ai. Coerentes também foram os deputados Décio Neri de Lima e Pedro Uczai, ambos do PT. Foram os únicos catarinenses na Câmara que aprovaram o fundo público para as campanhas eleitorais de 2018, quando há explícita falta de dinheiro para a Saúde, Segurança, Educação e Investimentos. No Senado, esta votação foi simbólica, o que implica dizer que os três catarinenses: Dalírio Beber, Paulo Bauer, ambos do PSDB e Dário Berger, PMDB, também concordaram.
Os funcionários do Samae continuam injuriados com a perda da sede da sua Associação Recreativa no morro da Igreja. A prefeitura “tomou” a área, que era dela, registre-se, para construir o novo reservatório do Centro. Nada em troca.
Como no comentário acima sobre a greve dos servidores prevalece o improviso ou obscuro por décadas. Gaspar é mesmo o lugar dos jeitinhos, onde ninguém sabe por exemplo, quem é o dono do Hospital sob intervenção e recebendo milhões da prefeitura, num ralo sem fim.
Se o terreno onde estava a Associação do Samae é municipal, como estão instaladas ali torres de antenas de tevês e telefonia? Foi por licitação, concorrência ou chamada pública? Existe alguma lei que autoriza o repasse de parte do aluguel para a Associação dos Funcionários do Samae?
Do ex-procurador do município, Aurélio Marcos de Souza, sobre o governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, este servidor municipal: “O PMDB e o PP estão fazendo o que o Adilson [Luiz Schmitt e ex-prefeito eleito pelo PMDB em 2004] queria fazer e eles [PMDB e PP em coligação] não deixaram”. Ai, ai, ai. Isso mostra o quanto Gaspar se atrasou por picuinhas dos próprios donos no poder, ou qual será o futuro de Kleber.
Mágico? Uma sindicância quer apurar como um professor lotado na secretaria de Educação de Gaspar pode cumprir a sua jornada a que está contratado aqui e obrigado alhures.
De acordo com os documentos que instruem o processo, ele seria concursado na rede estadual de ensino em Blumenau, na rede municipal em Pomerode e Gaspar, gerando, em tese, incompatibilidade de horários e acumulação indevida de cargos.
Está cada vez mais claro a incompatibilidade, desgaste e a pressão. O vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, funcionário público no Samae de Gaspar, oposicionista, a cada questionamento que faz sobre a administração de Kleber, é cobrado pela situação da sua dupla jornada com vencimentos integrais em ambos e onde um horário avança sobre o outro.
O vereador vai perder autonomia, autoridade e ficar marcado se não resolver esse impasse logo. E é simples. A vida é feita de escolhas. Inclusive as que dão prejuízos financeiros.
Ilhota em chamas I. Continua a operação abafa total no caso do filme pornográfico gay exibido em sala da escola José Elias de Oliveira, no bairro Minas, com o intuito, segundo o professor que projetou, o de “instruir” os seus alunos e alunas na prevenção à Aids.
Ilhota em chamas II. “Eu tenho duas meninas na rede municipal de ensino com nove anos e 11 anos. Acharia, no mínimo estranho, se elas ao chegarem em casa, reclamassem de um filme que as deixassem constrangidas e de certa forma, invadidas nas suas concepções morais”.
Ilhota em chamas III. A observação é do vereador Rogério Flor de Souza, PT, sobre o caso. Ele promete ir mais fundo neste assunto. Mas, todo cuidado é pouco. Progressista, o PT, é um defensor contumaz da ideologia de gênero, inclusive nas escolas, e quanto mais cedo, para ele, melhor.
Ilhota em chamas IV. Com as declarações e posicionamentos, o vereador parece estar advogando à apuração com isenção pedagógica, à luz da legislação e não apenas aos vícios de uma suposta moral. O partido, todavia, como regra e debate nacional, acha esse tipo de “pedagogia” normal.
Ilhota em chamas V. “Sou solidário aos pais que têm filhos na escola das Minas e irei convocar a Secretária de Educação para esclarecer os fatos na Tribuna da Câmara. Espero que a administração já tenha promovido uma investigação minuciosa e se existir culpados que sejam punidos”, arrematou o vereador Rogério Flor. O prefeito Érico Oliveira, PMDB, está quietinho.
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