02/01/2018
Esta é a primeira coluna de 2018. Aos leitores e leitoras dela, sucesso neste ano. Obrigado pela fidelidade.
Este 2018, promete ser diferente e só o será se houver mudanças nas urnas para que não se repita (ou ao menos se diminua) o que retrata a charge do Amarildo.
O marketing terá menor influência nas eleições e as redes sociais, terão papel importante no novo cenário da transparência, apesar do risco da tal "fake news" predominar, para atender aos interesses de grupos ideológicos, do velho e do suposto novo poder.
E a imprensa tradicional, cobrindo o factual? Será secundária. A imprensa que vai se revigorar, será cada vez mais investigativa, esclarecedora e opinativa.
Enfim , um 2018 de sucesso. Ele só virá com a sua consciência nas urnas.
Foi a maioria que de nós escolheu a inflação e desempregos altos, a crise econômica, a morte na fila do SUS, a falta de creches, a corrupção e o roubo desenfreado dos nossos impostos.
Em outubro, haverá nova oportunidade para as nosssas escolhas. 2018 e outros anos vindouros serão feitos só da nossa consciência para nossas escolhas. Somos os donos dos nossos destinos.
Agradeço também as minhas fontes, de modo muito especial.
Era a senha dos perdedores. E talvez tenha sido, na minha opinião, o melhor recado com conteúdo, daquela tarde de terça-feira. Depois de ouvir o líder do governo na Câmara, Francisco Hostins Júnior, PMDB, citar uma passagem bíblica sobre o não cumprimento de uma "promessa empenhada", o vice-presidente e então recém-eleito presidente da Câmara de Gaspar, Silvio Cleffi, PSC, pediu a palavra para mudar o tom das queixas que poderiam vir da base perdedora à qual ele mesmo pertencia. Inútil.
O discurso de Silvio está abaixo. Então cada um interpreta-o à sua maneira. Vou apenas aos esclarecimentos.
Quem chocou o ovo chamado Silvio na política e no poder? Ele mesmo respondeu: Kleber Edson Wan Dall e o PMDB!
Afinidade dentro da Igreja Assembleia de Deus, um médico cardiologista bem visto no Bela Vista (e cidade), um novato sem as supostas manchas dos políticos, um oportunismo do voto pelo novo poder. Os dois – Kleber e Silvio – fizeram então um pacto de um projeto renovador na política para Gaspar. Eram as faces de uma mesma moeda. Havia uma promessa a ser cumprida pelo prefeito. Então, quem traiu primeiro? Kleber não deve se queixar!
E onde está filiado o dr. Silvio? No PSC, um partido de afinidades evangélicas. Lá quase todos se tratam de irmãos (até na Câmara isso aconteceu, como registrei).
Quem toca o PSC em Gaspar? O ex-assessor parlamentar de Kleber quando era vereador e hoje é seu secretário de Assistência Social, Ernesto Hostin. É uma área completamente desconhecida para seu titular, vital nos dias de hoje, mas omissa e criadora de problemas na cidade. Quem é o tutor político de Silvio? Ernesto! Então, Kleber não deve se queixar!
Quem interferiu numa ação corporativa de médicos, com ajuda explícita da velha guarda do PMDB de Gaspar, pela saída da ex-secretária de Saúde, a técnica Dilene Jahn Mello dos Santos, a que queria priorizar o atendimento ambulatorial nos postinhos, policlínica e farmácias para os pobres em detrimento do Hospital, que ninguém sabe de quem é, que suga todos os recursos desta área no Orçamento municipal? O médico Silvio, o vereador que dava maioria à base, com afinidade religiosa com o prefeito, o irmão. A saída de Dilene não melhorou em nada a saúde pública local como se argumentava. Enquanto os pobres e doentes perdiam, ganharam os míopes, curiosos, guildas corporativas abastadas (as mesmas que manobraram no governo de Pedro Celso Zuchi, PT) e os próximos do atual poder de plantão. Então, Kleber não deve se queixar!
MELATO, NOVAMENTE, O PIVÔ
O político Silvio reclama que um dos vereadores presentes à reunião do dia sete de dezembro, cuja ata já mostrei aos meus leitores e leitoras na coluna do dia 26 de dezembro, até a manhã da sessão de eleição da mesa diretora da Câmara de Gaspar, no dia 19, NÃO havia assinado o documento. Era José Hilário Melato, PP, o mais longevo, o que manipula os jogos de poder nos bastidores para ele, PP, PMDB e PT, licenciado do Legislativo para ser presidente do Samae. Correria. Melato assinou. Kleber fez circular o documento para desmoralizar o vereador Silvio e enganar a imprensa. Já era tarde. Todos sabiam do gesto de Melato. O gesto valia mais, do que a arranjada correção de última hora. O passado não engana mais. Sempre ele! Então, Kleber não deve se queixar!
Silvio no discurso improvisado e sob pressão, mas arquitetado, garantiu que vai governar com Kleber e para Gaspar. Mais uma promessa? Como assim? Ele diz que não é oposição, mas foi eleito presidente com os votos dela. Vem aí mais uma traição? Vai atender a dois senhores? A Bíblia, tão próxima do religioso Silvio, também fala sobre isso. Ai, ai, ai. Qual é o jogo? Afinal Silvio era o Plano B, de quem? Da oposição que comemora, ou da situação que nega o jogo, apesar de quatro dias antes da eleição eu ter escrito isso aqui, com a informação de uma fonte de dentro do próprio PMDB e confirmada por outra do PMDB? Então, Kleber não deve se queixar!
Afinal a claque do poder plantão estava quase toda lá na sessão. Kleber (e estranhamente com a primeira dama, dona Leila), o vice, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, o presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, que gazeteou pela segunda vez neste assunto o local de trabalho na autarquia onde não permitiu que isso acontecesse ao servidor dela e vereador de oposição, Cicero Giovani Amaro, PSD, também evangélico. Estava lá a cúpula do velho PMDB, o que não aparece, mas atua nos bastidores como poucos. Estava a caravana de Franciele. Todas testemunhas de uma tarde anunciada que seria assim. Se não fizeram para ser diferente, agora só devem explicações e alguns, disfarçam distribuindo culpados. Então, Kleber não deve se queixar!
E por que Kleber não tem razão para se queixar? Porque o religioso, o vereador e amigo Silvio garantiu isso no discurso! Porque é Kleber por afinidade quem criou Silvio, antes da aproximação por necessidade com Franciele. Então deve conhece-lo muito bem. Porque se tivesse alguma dúvida disso, Kleber teria evitado esse resultado. Sinais não faltaram. Abundaram, até mesmo aqui um lugar público de debate. Só Franciele não os viu e agiu. Impôs. E em política, o que é imposto, não se conquista, não dura. Assunto para outro artigo. Acorda. Gaspar!
Confira o que Silvio disse:
O católico, lareirista, advogado e vereador Francisco Hostins Júnior, PMDB, na ressaca na suposta derrota do governo, do qual era líder, na escolha do novo presidente da Câmara de Gaspar, foi o primeiro a ocupar a tribuna.
Júnior sabe que possui culpa na suposta derrota pela função que tinha no jogo para se fazer cumprir a promessa à Franciele. Ele sabe que teve um papel menor, mas não assume. E se nada da armação aconteceu como alegam insistentemente, tinha ele que manter publicamente a história da traição. E para encarreirar os discursos dos seus, foi o primeiro a subir na Tribuna.
Demostrando estar surpreendido com o resultado, Júnior atacou o vencedor, o evangélico, o médico, o vice, o eleito presidente, o até então companheiro da base, Silvio Cleffi, PSC. Fez de forma inusitada (mas apropriada às circunstâncias dos personagens, para o recado em ambiente laico, pagão até): com versículos bíblicos, que segundo Hostins, Silvio entenderia, porque a Igreja Assembleia de Deus, à qual pertence também o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, é conhecida pelos estudos da Bíblia.
“Quando você fizer um voto, cumpra-o sem demora, pois os tolos desagradam a Deus; cumpra o seu voto. É melhor não fazer voto do que fazer e não cumprir”. Estão em Eclesiastes, capítulo cinco, versículos quatro e cinco. Hostins foi no ponto final daquela eleição que o derrubou também na pretensão dele ser o vice da mesa: perdeu numa segunda rodada para Roberto Procópio de Souza, PDT. Hostins foi educado e na linguagem comum dos dois: a bíblia que conhecem bem, pois um domina o Direito e o outro a Medicina.
Silvio retrucou. “Esta passagem bíblica se refere à promessa feita à Deus, e não aos homens”. Enrolou-se um pouco, mas não esclareceu totalmente, como você pode ver no vídeo acima. Na verdade, ele se referia ao pacto que tinham feito na reunião do dia sete de dezembro e que o mais longevo dos vereadores, licenciado para ser presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, presente nela, não tinha honrado na assinatura e isso dava a Melato, espertamente, o salvo conduto para não cumprir a parte dele no acordo no futuro, repetindo histórias antigas.
Então, quer dizer que para o vereador Silvio, promessas feitas aos homens não devem ser cumpridas? Ai, ai, ai. Resumindo: as promessas que fez no discurso para governar com Kleber, que não é Deus, estão, pela sua tese, à perigo? Acorda, Gaspar!
A jornalista, panfletária, sexista – ao menos no discurso que fez na Câmara - e vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, foi pega na sua própria falta de experiência, observação e diálogo. Foi tragada pela preguiça e na excessiva confiança que depositou nos outros para fazer o que só ela poderia ter feito: lutar pelo objetivo (e sonho) que queria e lhe prometeram, ou seja, a de ser presidente da Câmara de Gaspar.
Eu exagero? Assista abaixo o discurso dela na derrota para a presidência da Câmara. Foi o último da sessão. Tinha tempo para refletir sobre tudo o que se passou e disseram. Tinha tempo para esconder as razões da sua derrota. E mesmo assim, choveu no molhado. Preferiu errar mais uma vez.
Surpreendente o resultado para alguns; não para esta coluna que antecipou os movimentos que a solapavam e nem para isso, Franciele foi capaz de dar importância.
Confirme você mesmo no discurso da vereadora qual era mesmo a proposta de Franciele para ser presidente da Câmara: fazer história, ser a primeira mulher na função. Silvio, derrotou-a, porque percebeu melhor o ambiente e o que deveria ser feito: conversar com quem lhe pudesse dar a maioria, lhe prometer parte do “céu” até aqui desenhado para quem é da situação como ela; Silvio prometeu ainda respeito e igualdade.
Derrotada, Franciele não aprendeu a lição e chamou os políticos de Gaspar de machistas. Só os da oposição é claro e que tem entre eles, uma mulher também que votou no homem Silvio. Os vereadores da situação, obedientes à sua preguiça para buscar votos para ela na presidência, ficaram livres desta qualificação rasteira de machistas, naturalmente. Inacreditável!
Livre de ser machista na política, por exemplo, na avaliação dela, está o recém-eleito presidente da Câmara de Ilhota, Jonatas de Oliveira Jacó, PSDB, que assistiu à sua derrota. “Lá não houve traição, né, Joninha?” Lá não tem mulher, mas traição houve e dentro do próprio PMDB, tanto que noticiei isso. Aqui, quando Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, egressa do DEM, perdeu, traída no acordo, sabia que ia perder e exatamente pelos planos que tinha para não ficar de joelhos para o PT e ao dono da Câmara, José Hilário Melato, PP – o mais longevo, o jogador, o mesmo que originou a derrota de Franciele - e não por ser mulher.
Desde quando ser mulher ou homem, ou qualquer gênero que se especifique, é um salvo conduto para ocupar a presidência da Câmara de Gaspar nos dias de hoje? Há tantos desafios a serem superados na complexa política que se estabelece nos bastidores. Classificar a Câmara de machista, e só a ala que a derrotou, é muito pouco! Só Franciele não percebeu isso durante um ano como vereadora.E na tribuna arrumou desculpas esfarrapadas para justificar à sua derrota. Faltou inteligência, argumentos e trabalho.
PRESIDENTE DA SITUAÇÃO E NÃO DA CÂMARA
A verdade é esta: se eleita, Franciele seria presidente da situação, do governo Kleber Edson Wan Dall, um instrumento do PMDB, do poder de plantão e não da Câmara. A oposição seria anulada e sabia disso. Tinha uma chance de mudar o que estava escrito desde outubro do ano passado. Silvio percebeu e foi o que “melhor” destampou a chaleira. Traiu, como Franciele o acusou, fazendo coro com os perdedores? Talvez! Mas quem criou a oportunidade? A própria Franciele.
Silvio e os seus deram nos discursos que fizeram na sessão do dia 19, sinais claros dessa possível distensão.
Entre eles o construir um prédio próprio para a Câmara, anseio antigo e que contraria um senhorio do MDB histórico; o de voltar a fazer as sessões a noite e que o voto de Franciele rejeitou essa tentativa em 2017; o de abrir mais espaços com o Executivo etc e tal, com canais de negociações que estavam se fechando cada vez mais (está na ata que publiquei e pode ser relida) e que seriam interrompidos completamente com Franciele. Se isso e muito mais vão dar certo, não se sabe. Entretanto, é uma proposta, uma bandeira, uma oportunidade, uma "promessa", um alívio inclusivo e institucional.
Política é distender, compreender, dialogar, ceder no periférico para preservar o essencial. Franciele radicalizou cegamente. Personalizou o mandato. Ignorou o próprio partido dela. Não trabalhou institucionalmente os apoios e à sua própria eleição. Não poderia dar certo. E não deu!
Franciele ficou só, refém de uma base que não é sua e não a conhece bem na história e no histórico, até pela sua pouca idade. Nem no discurso da derrota, Franciele foi capaz de reconhecer a vitória do então companheiro de bancada situacionista e agora já declarado como adversário. Com todos os defeitos diante dos acordos, a eleição foi feita dentro do processo democrático que Franciele diz defender, mas que ainda não o compreendeu minimamente, nem mesmo dentro do seu próprio partido, o PSDB. O democrático para Franciele, é quando ela é o centro de tudo e todos se curvam ao seu mando.
O CHORO SEM RAZÃO
Franciele chora, mas ela não está com razão. Ela terceirizou a novos amigos à busca da prometida e sonhada presidência da Câmara. Franciele não foi de verdade, ela mesma, em busca desse objetivo e sonho. Faltou distender, compreender, dialogar, ceder no periférico e aproveitar a oportunidade oferecida por Kleber e o PMDB. Nos seus gestos, atitudes e discursos, ela disse em 2017 que não conviveria com a oposição. A sua vitória que não veio seria uma vingança, a separação e o isolamento de uma parcela importante da Câmara no jogo democrático.
A derrota é essencialmente de Franciele. Ela desafiou a lógica do jogo. E as cartas (ou os votos) não vieram. Dificilmente virão neste mandato. A fila andou. O compromisso da eleição de Silvio com a dita oposição é de no mínimo dois anos. A história está no outro lado. Kleber, supostamente, estaria de agora em diante, de mãos amarradas! O tempo será o senhor da razão. Acorda, Gaspar!
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