02/03/2017
SAMAE INUNDADO I
Um executivo de verdade, soluciona. Ampara-se na evidência técnica, nos fatos e na liderança que exerce sobre a equipe. Um político de carreira e afeito ao poder político permanente, enrola, tratando todos como imbecis. O presidente do Samae de Gaspar, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP (seis mandatos seguidos), saiu na imprensa amiga culpando as altas temperaturas do verão – pelos “estouros” dos canos das redes -, bem como à antiguidade deles –e a não substituição -, pela falta de água encanada pontual aos gasparenses. Os fatos conspiram contra as teses do executivo.
SAMAE INUNDADO II
Primeiro: a literatura na engenharia hidráulica é farta e registra que o “estouro” das redes de água por variação brusca de temperaturas é no inverno e não no verão (quando não há essa variação). Segundo: todos os problemas elencados pelo presidente no Samae, não existiam até o dia em que ele assumiu a autarquia, como então puderam aparecer de uma hora para a outra? Terceiro: agora há culpados e admitem-se os problemas? Todavia, quando os relatei aqui enquanto outros silenciavam, foram sistematicamente negados. Hum! Quarto: Melato foi vereador, presidente da Câmara e não fiscalizou prudentemente nem mesmo o que queria para mandar depois da vitória de Kleber? Pior. Hoje, Melato não pode culpar Pedro Celso Zuchi e o PT. Simples: serviu a ambos. O que agora é sua culpa exclusiva, distribui contra funcionários do Samae, à imprensa livre e fiscal, a este colunista, como se algum dia na vida me passou pela cabeça administrar um Samae da vida. Triste!
SAMAE INUNDADO III
Realmente Gaspar possui problemas de abastecimento de água e que foram espertamente “gerenciados” pelo pessoal do PT. O principal está na a produção de água tratada. A população aumentou, mas o tratamento não. No Bela Vista, depois que saíram aqui as queixas de desabastecimento, e negadas, o Samae anunciou a ampliação da Estação de Tratamento, aquela que foi doada pela antiga Ceval no tempo do governo de Francisco Hostins, PDC. Ela, trata 28l/s; é preciso 40l/s...Entretanto, não adianta nada esse aumento se não se construir um reservatório de no mínimo 1.000.000 de litros à meia cota (50 metros de altura), pois o existente está a 110 metros de altura. Hoje se paga energia para bombear aos 110m e se gasta energia na outra ponta com Válvula Reguladora para baixar a pressão e não romper a tubulação. É preciso aumentar o tratamento do Centro. E os problemas de redes como alega na herança maldita deixada para ele, o não fiscal? Que comprometa o abastecimento só adutora do Bela Vista. Todavia se quiser revolver, o faz em menos de dois dias. O resto são pontos isolados. Fáceis e rápidos de serem resolvidos, principalmente a um executivo.
SAMAE INUNDADO IV
E para encerrar: há duas observações de que estão lutando contra fatos, enrolando-os na propaganda enganosa a analfabetos, ignorantes e desinformados. Veja o relatório de rompimento de redes e compare: em janeiro 2015, 67; em janeiro de 2016, 100; em janeiro deste ano 65. Quer mais? Em fevereiro de 2015 foram 74 rompimentos contra 83 de 2016. O relatório de fevereiro 2017 ainda não saiu, mas por que ele fugiria da média histórica? Outra é sobre ser ou não executivo. Lovídio Carlos Bertoldi, PT, quando assumiu o Samae nada entendia de água, rede, canos, estação, mas deu conta do recado. Assim foi com Élcio Carlos de Oliveira, PT, com o ex-vereador Luiz Carlos Spengler, do partido de Melato e pai do atual vice, ou até com Jorge Luiz de Souza, PDC (o que implantou a ETA do Bela Vista e iniciou o sistema de válvulas de pressão nas redes). Então? Ao “executivo” falta é arregaçar as mangas, planejar e ir às ações em favor da cidade e dos cidadãos com sede. Acorda, Gaspar!
O PMDB se orgulha se suceder o MDB. Legítimo, mas a suruba de hoje conspira contra a história. O MDB foi a mais vigorosa oposição partidária organizada e legalizada que tivemos na mais recente redemocratização do país, contra a ditadura militar, instalada por um golpe (o verdadeiro).
A ditadura foi a mais recente e reiterada censura contra qualquer livre expressão incluindo as artes (teatro, cinema, televisão, humor...), ensino e literatura. A ditadura foi contra a imprensa livre, plural e investigativa.
Mas, o PMDB de Gaspar, sucessor do MDB, sempre foi diferente. À exceção do governo de Osvaldo Schneider, o Paca (1973/77), o MDB possui uma história de conflito com a imprensa livre. Pior: tende a repeti-la.
Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho (1997/99) ex-vereador, ex-vice de Paca, empresário, foi o único ex-prefeito a não completar o seu mandato em Gaspar por determinação judicial. Ele é um dos exemplos desse conflito.
Apesar de ter a única rádio da cidade na época a favor do seu governo (a rádio Ativa, hoje 89,7FM entrou no ar só em 1999), “montou” um jornal, a “Voz do Vale”, para si. E para que? Para exatamente desmoralizar, desmentir, combater e arruinar o jornal Cruzeiro do Vale.
Não deu certo. O jornal chapa branca não foi adiante; sem credibilidade fez o papel sugar recursos para louvá-lo a si próprio, o partido, os amigos e defender a sua administração. A cidade, os investidores e os poucos leitores dele e os muitos do Cruzeiro do Vale sempre souberam disso. O Cruzeiro ficou mais forte.
Insatisfeito e para intimidar, Nadinho abriu três processos contra o Cruzeiro, seu editor e proprietário, Gilberto Schmitt, e que por ironia, o apoiou na eleição, mas não aceitou encobrir os erros administrativos de Nadinho contra a cidade no seu jornal.
Nadinho perdeu os processos, o cargo e o jornal foi vendido. O PMDB não fez sucessor. Deu chances à primeira eleição do PT e Pedro Celso Zuchi, em 2000.
Os fatos contra a imprensa livre praticamente se repetiram com Adilson Luiz Schmitt (2005/08). A história por ser mais recente, é mais conhecida. Ele conseguiu a proeza da unanimidade de ter a imprensa contra.
Acusou o Cruzeiro do Vale de persegui-lo. Também meteu um processo contra o jornal, o editor e proprietário (retirou depois que deixou o cargo), que sabia tê-lo apoiado nas eleições, mas que isso não significava a rendição do noticiário aos fatos que a cidade sabia e numa época ainda sem as redes sociais de hoje.
Adilson saiu do PMDB, foi ao PSB e PPS até ficar sem partido. Como Nadinho, Adilson herdeiro do velho PMDB, não se reelegeu e entregou o município para mais oito anos de PT e Pedro Celso Zuchi 2009/16), a quem tinha vencido em 2004.
O PMDB que está de volta ao poder com Kleber Edson Wan Dall, pelas mãos dos seus novos e velhos iluminados. Ele tende a imitar Nadinho e Adilson na relação com a imprensa livre e investigativa. Resta saber se o desfecho administrativo e político serão os mesmos. O tempo será senhor da razão. Acorda, Gaspar!
Ilhota em chamas I. Sem ser citado na coluna passada, o dentista Pedro Miranda Cavalcante manda-me dizer por sua porta-voz que sempre está trabalhando no posto do Centro em Ilhota. Menos, quando falta, como nesta sexta-feira.
Ilhota em chamas II. Tem gente que ganhou casa na catástrofe ambiental severa de 2009 e agora está vendendo-a, sem documentação, no site especializado OLX. Isso pode?
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