Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

02/03/2017

SAMAE INUNDADO I
Um executivo de verdade, soluciona. Ampara-se na evidência técnica, nos fatos e na liderança que exerce sobre a equipe. Um político de carreira e afeito ao poder político permanente, enrola, tratando todos como imbecis. O presidente do Samae de Gaspar, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP (seis mandatos seguidos), saiu na imprensa amiga culpando as altas temperaturas do verão – pelos “estouros” dos canos das redes -, bem como à antiguidade deles –e a não substituição -, pela falta de água encanada pontual aos gasparenses. Os fatos conspiram contra as teses do executivo.

SAMAE INUNDADO II
Primeiro: a literatura na engenharia hidráulica é farta e registra que o “estouro” das redes de água por variação brusca de temperaturas é no inverno e não no verão (quando não há essa variação). Segundo: todos os problemas elencados pelo presidente no Samae, não existiam até o dia em que ele assumiu a autarquia, como então puderam aparecer de uma hora para a outra? Terceiro: agora há culpados e admitem-se os problemas? Todavia, quando os relatei aqui enquanto outros silenciavam, foram sistematicamente negados. Hum! Quarto: Melato foi vereador, presidente da Câmara e não fiscalizou prudentemente nem mesmo o que queria para mandar depois da vitória de Kleber? Pior. Hoje, Melato não pode culpar Pedro Celso Zuchi e o PT. Simples: serviu a ambos. O que agora é sua culpa exclusiva, distribui contra funcionários do Samae, à imprensa livre e fiscal, a este colunista, como se algum dia na vida me passou pela cabeça administrar um Samae da vida. Triste!

SAMAE INUNDADO III
Realmente Gaspar possui problemas de abastecimento de água e que foram espertamente “gerenciados” pelo pessoal do PT. O principal está na a produção de água tratada. A população aumentou, mas o tratamento não. No Bela Vista, depois que saíram aqui as queixas de desabastecimento, e negadas, o Samae anunciou a ampliação da Estação de Tratamento, aquela que foi doada pela antiga Ceval no tempo do governo de Francisco Hostins, PDC. Ela, trata 28l/s; é preciso 40l/s...Entretanto, não adianta nada esse aumento se não se construir um reservatório de no mínimo 1.000.000 de litros à meia cota (50 metros de altura), pois o existente está a 110 metros de altura. Hoje se paga energia para bombear aos 110m e se gasta energia na outra ponta com Válvula Reguladora para baixar a pressão e não romper a tubulação. É preciso aumentar o tratamento do Centro. E os problemas de redes como alega na herança maldita deixada para ele, o não fiscal? Que comprometa o abastecimento só adutora do Bela Vista. Todavia se quiser revolver, o faz em menos de dois dias. O resto são pontos isolados. Fáceis e rápidos de serem resolvidos, principalmente a um executivo.

SAMAE INUNDADO IV
E para encerrar: há duas observações de que estão lutando contra fatos, enrolando-os na propaganda enganosa a analfabetos, ignorantes e desinformados. Veja o relatório de rompimento de redes e compare: em janeiro 2015, 67; em janeiro de 2016, 100; em janeiro deste ano 65. Quer mais? Em fevereiro de 2015 foram 74 rompimentos contra 83 de 2016. O relatório de fevereiro 2017 ainda não saiu, mas por que ele fugiria da média histórica? Outra é sobre ser ou não executivo. Lovídio Carlos Bertoldi, PT, quando assumiu o Samae nada entendia de água, rede, canos, estação, mas deu conta do recado. Assim foi com Élcio Carlos de Oliveira, PT, com o ex-vereador Luiz Carlos Spengler, do partido de Melato e pai do atual vice, ou até com Jorge Luiz de Souza, PDC (o que implantou a ETA do Bela Vista e iniciou o sistema de válvulas de pressão nas redes). Então? Ao “executivo” falta é arregaçar as mangas, planejar e ir às ações em favor da cidade e dos cidadãos com sede. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


O PMDB se orgulha se suceder o MDB. Legítimo, mas a suruba de hoje conspira contra a história. O MDB foi a mais vigorosa oposição partidária organizada e legalizada que tivemos na mais recente redemocratização do país, contra a ditadura militar, instalada por um golpe (o verdadeiro).

A ditadura foi a mais recente e reiterada censura contra qualquer livre expressão incluindo as artes (teatro, cinema, televisão, humor...), ensino e literatura. A ditadura foi contra a imprensa livre, plural e investigativa.

Mas, o PMDB de Gaspar, sucessor do MDB, sempre foi diferente. À exceção do governo de Osvaldo Schneider, o Paca (1973/77), o MDB possui uma história de conflito com a imprensa livre. Pior: tende a repeti-la.

Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho (1997/99) ex-vereador, ex-vice de Paca, empresário, foi o único ex-prefeito a não completar o seu mandato em Gaspar por determinação judicial. Ele é um dos exemplos desse conflito.

Apesar de ter a única rádio da cidade na época a favor do seu governo (a rádio Ativa, hoje 89,7FM entrou no ar só em 1999), “montou” um jornal, a “Voz do Vale”, para si. E para que? Para exatamente desmoralizar, desmentir, combater e arruinar o jornal Cruzeiro do Vale.

Não deu certo. O jornal chapa branca não foi adiante; sem credibilidade fez o papel sugar recursos para louvá-lo a si próprio, o partido, os amigos e defender a sua administração. A cidade, os investidores e os poucos leitores dele e os muitos do Cruzeiro do Vale sempre souberam disso. O Cruzeiro ficou mais forte.

Insatisfeito e para intimidar, Nadinho abriu três processos contra o Cruzeiro, seu editor e proprietário, Gilberto Schmitt, e que por ironia, o apoiou na eleição, mas não aceitou encobrir os erros administrativos de Nadinho contra a cidade no seu jornal.

Nadinho perdeu os processos, o cargo e o jornal foi vendido. O PMDB não fez sucessor. Deu chances à primeira eleição do PT e Pedro Celso Zuchi, em 2000.

Os fatos contra a imprensa livre praticamente se repetiram com Adilson Luiz Schmitt (2005/08). A história por ser mais recente, é mais conhecida. Ele conseguiu a proeza da unanimidade de ter a imprensa contra.

Acusou o Cruzeiro do Vale de persegui-lo. Também meteu um processo contra o jornal, o editor e proprietário (retirou depois que deixou o cargo), que sabia tê-lo apoiado nas eleições, mas que isso não significava a rendição do noticiário aos fatos que a cidade sabia e numa época ainda sem as redes sociais de hoje.

Adilson saiu do PMDB, foi ao PSB e PPS até ficar sem partido. Como Nadinho, Adilson herdeiro do velho PMDB, não se reelegeu e entregou o município para mais oito anos de PT e Pedro Celso Zuchi 2009/16), a quem tinha vencido em 2004.

O PMDB que está de volta ao poder com Kleber Edson Wan Dall, pelas mãos dos seus novos e velhos iluminados. Ele tende a imitar Nadinho e Adilson na relação com a imprensa livre e investigativa. Resta saber se o desfecho administrativo e político serão os mesmos. O tempo será senhor da razão. Acorda, Gaspar!

Ilhota em chamas I. Sem ser citado na coluna passada, o dentista Pedro Miranda Cavalcante manda-me dizer por sua porta-voz que sempre está trabalhando no posto do Centro em Ilhota. Menos, quando falta, como nesta sexta-feira.

Ilhota em chamas II. Tem gente que ganhou casa na catástrofe ambiental severa de 2009 e agora está vendendo-a, sem documentação, no site especializado OLX. Isso pode?

 

Edição 1790

Comentários

Sidnei Luis Reinert
06/03/2017 13:42
Profunda reflexão de Bill Whittle indicando um rumo estratégico para uma evolução do movimento conservador: Parte 01:

Tenho dado palestras em escolas e universidades. Todos os dias o número de alunos que se dizem socialistas ou progressistas aumenta. Todo dia o Partido Democrata cresce e o Partido Republicano diminui.

A eleição de Trump não vai parar essa tendência, pelo contrário, vai acelerar. Se vocês pensam que a esquerda vai sentar e aceitar o resultado pensando "bem, isso é a democracia, vida que segue", estão muito enganados!

Vocês vão ver a esquerda contra-atacar com mais força do que nunca, eles vão começar a doutrinar crianças já no Jardim de Infância. Eles não vão desistir. Eles não vão descansar.

Estávamos a caminho do "paraíso dos trabalhadores" quando o povo americano teve a audácia de dizer "não!" e eles vão se vingar. Acredite em mim, vocês não fazem idéia do que virá como reação.

Temos um partido republicano cada vez mais velho e um partido democrata cada vez mais jovem. Como podemos garantir que esta eleição não foi o último suspiro deste grande país?

Vamos ser sinceros, o futuro pertence a eles. Os números estão a favor deles e só melhoram para eles. Temos uma janela de oportunidade, ganhamos tempo, se conseguirmos usar essa chance para mudar essa situação em relação aos jovens poderemos fazer dessa vitória algo permanente.

Temos entre 80 e 90% dos jovens se identificando como socialistas nas escolas e universidades hoje. Como isso aconteceu? Como deixamos isso acontecer? Nossas idéias são melhores, como eles conseguiram?

A esquerda tinha um plano desde os anos 50. Eles tinham um plano, eles investiram bilhões no plano, eles foram fiéis ao plano, e eles conseguiram. Eles sabiam que o foco é o jovem, basta ganhar os jovens e esperar.

Eles se infiltraram nas universidades de jornalismo e começaram a formar radicais de 18 anos de idade. Estes radicais cresceram e foram fazer os jornais e ensinar outros jovens jornalistas a serem também radicais. A grande lição do jornalismo que ensinaram foi: a "verdade" do fato não importa, é uma coisa menor, o que importa é a "verdade" maior, o caminho para o paraíso socialista. E é só isso que importa.

Agora eu quero saber: qual é o nosso plano? Não temos. Nunca tivemos. Reagimos aqui e ali, mas de uma forma descoordenada e aleatória, e depois nos recolhermos. Precisamos de um plano.

A esquerda tinha um plano de 50 anos, eu tenho um plano de 15 anos. Simples e com apenas cinco pontos. Se você não pode esperar duas gerações para conquistar o país, vamos perder. Em todos os anos de Ronald Reagan, quando parecia que tínhamos vencido, eles nunca desistiram, nunca abriram mão do plano. Vamos lá:

1. Conquistar os jovens

Eles precisam entender que a liberdade é boa e é cool.

Eles precisam saber convencer os amigos. Jovens conservadores não precisam saber apenas que estão do lado certo, eles precisam saber como explicar para outros porque o nosso lado é o certo. Eles precisam ver vídeos simples e bons que mostrem a eles o que falar com os amigos. Eles precisam ser surpreendidos com questões que nunca ouviram.

Vocês não têm idéia de como as convicções socialistas dos jovens são frágeis e como muitos são curiosos e abertos a novidades que desafiem o que pensam. Precisamos treinar nossos jovens conservadores com vídeos para que eles conquistem os amigos com a língua deles e estes os moderados. Eu nunca conheci um socialista que eu não convertesse em 15 minutos. Pare de achar que um político vai resolver isso, não vai.

Sidnei Luis Reinert
06/03/2017 13:41
Profunda reflexão de Bill Whittle indicando um rumo estratégico para uma evolução do movimento conservador: Parte 02:

2. Conquistar a cultura pop

A cultura popular não é apenas mais um item entre vários, ela é o mar em que todos os outros temas nadam. Ninguém vai nos seguir se não soubermos falar a língua das pessoas comuns.

Obama foi aos talk-shows, ele comentava sobre minisséries, ele baixava músicas no iPod, ele era conectado com a população. Precisamos fazer bons filmes, musicais, mas com valores conservadores. A cultura pop coloca valores na cabeça das pessoas fazendo filmes bacanas sobre vampiros, guerras espaciais, a política está escondida. Quando se faz um filme e o público consegue sentir o cheiro da agenda política, ele falhou. Tem que ser invisível como a esquerda faz.

3. Vencer a velha imprensa

A imprensa é hoje a instituição moralmente mais corrupta do país e ela não tem salvação.

É a organização mais radical de esquerda dos EUA. É o departamento de publicidade da esquerda americana. O lado bom é que ela está morrendo bem na frente dos nossos olhos.

Os jovens não acompanham mais nenhum desses veículos. Goste ou não, os jovens hoje se informam pelas redes sociais, pelo YouTube, e isso é maravilhoso para nós. Não precisamos arrumar bilhões para montar um canal de TV, agora é ter centenas, milhares de canais no YouTube com jovens falando com outros jovens como é o conservadorismo.

No último 11 de setembro, vimos Hillary desmaiar e ser amparada por seguranças e só soubemos disso porque pessoas físicas gravaram com seus celulares, temos milhões de repórteres nas ruas hoje com seus celulares e eles já estão acabando com a imprensa, ela está morrendo. A CNN nunca mostraria essa cena se não já não estivesse se espalhando pela internet.

4. Criar um novo tipo de político

Temos que encontrar políticos que não vejam a política como carreira mas como um dever, quase como serviço militar, algo que você faz pelo país por um tempo e depois vai embora para casa cuidar da vida.

Eu defendo que a lei mais importante que precisamos hoje é acabar com qualquer tipo de reeleição, todo cargo político tem que ser de apenas um mandato e pronto. Meu ideal de político é quem não quer político, é gente como eu e como você que tem vida, carreira, família.

Precisamos acabar com esse colégio de cardeais que vive em Washington e é tão autocentrado que se acha no direito de dizer a nós como devemos tocar a nossa vida. Quer tirar dinheiro da política? Sem reeleição, grande parte do dinheiro some automaticamente.

Só pessoas de fora da política hoje têm a independência para limpar Washington e sua burocracia.

5. Cuidar de todos

Sei que esse é o ponto mais polêmico, mas ou temos um plano que inclua todos ou não temos um plano.

Aquele cidadão que está protestando na rua e sendo manipulado pela esquerda não pode ser esquecido por nós, precisamos libertar cada um das garras da esquerda que diz que não estamos nem aí para ele. Não podemos fugir de assuntos delicados, se há alguém na rua revoltado é também porque falhamos em mostrar como a liberdade é boa para ele e como a vida dele pode ser melhor se ele abraçar nossas causas e valores.

Precisamos apresentar uma solução para ele. Não temos que fazer programas governamentais, temos que mostrar que a vida deles pode ser melhor com as nossas idéias.

Temos uma pequena janela de oportunidade e precisamos aproveitar. São quarenta anos de destruição da educação e da cultura, eles têm George Soros, Bill Gates, Warren Buffet, e nós temos? nós.

Cada um de nós que prefere liberdade à escravidão pode ajudar a vencer essa batalha. Eu não quero voltar daqui a quatro anos para analisar uma nova derrota. Para ser honesto, eu nunca mais quero passar por essa experiência.

Cansei de ficar na defensiva, quero agora o outro lado com medo. É hora de partir para a ofensiva. O que aconteceu nessa eleição foi um milagre. Um candidato resolveu falar a verdade para o povo deu certo, funciona."

Fonte: Bill Whittle (Nov, 2016)
(David Horowitz Restoration Weekend, Palm Beach, Florida)
Herculano
06/03/2017 07:09
O PRIMEIRO DIA DE UMA SEMANA EXPLOSIVA

Conteúdo de O Antagonista. O ministro Herman Benjamin vai ouvir Alexandrino Alencar, Hilberto Silva e Cláudio Melo Filho às 17 horas.

Enquanto isso, na PGR, deve ser arrematada a nova lista Janot, com seus pedidos de inquérito e desmembramentos.

VAMOS VAZAR

Para evitar vazamentos nos depoimentos de hoje, "advogados, juízes auxiliares, membros do Ministério Público e até mesmo o ministro Herman Benjamin terão que deixar o celular do lado de fora da sala", diz o Estadão.

O Antagonista, que publicou com exclusividade os depoimentos anteriores, considera que é um dever da imprensa furar o bloqueio do TSE.
Herculano
06/03/2017 06:19
QUEM SAI HUMILHADO NA PROPINOCRACIA, por Felipe Moura Brasil, na Veja

Vamos fazer um resumo do relevante ao pitoresco na relação do PT com a empreiteira Odebrecht, com base em informações dispersas na imprensa.

Marcelo Odebrecht disse ao Tribunal Superior Eleitoral que repassou R$ 150 milhões à campanha de Dilma Rousseff, 80% dos quais de modo clandestino, com origem no caixa dois; e que R$ 50 milhões eram parte de uma propina paga para comprar uma medida provisória de 2009 que beneficiou a Braskem, empresa petroquímica controlada pela Odebrecht e pela Petrobras.

Em reunião em 2014, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva (PT), comunicou a Marcelo Odebrecht e ao então diretor de Relações Institucionais da empreiteira, Alexandrino Alencar, que precisava de R$ 35 milhões para garantir a adesão de cinco partidos à chapa da petista.

O objetivo era conquistar preciosos dois minutos e 59 segundos na propaganda eleitoral na TV, decorrentes da aliança com Pros, PCdoB, PRB, PDT e PP.

A informação sobre o acerto, levado a cabo, consta do acordo de delação premiada de Marcelo e Alexandrino, homologado na semana passada pela presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega intermediou pelo menos o pagamento ao PDT, de acordo com depoimentos de três ex-dirigentes da Odebrecht ao TSE.

Dilma foi quem definiu Mantega como o sucessor do ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci na interlocução do governo do PT com Marcelo Odebrecht em questões de arrecadação financeira para campanhas presidenciais, segundo depoimento do próprio Marcelo (o que Dilma negou, claro, porque nunca sabe de nada). Ele também contou ao ministro Herman Benjamin que se reuniu mais de cem vezes com Dilma e Mantega, e que ela sabia de todo o esquema de financiamento ilícito de campanha.

Marcelo Odebrecht então "foi acionado" por Mantega para doar os recursos ao PDT ?" partido ao qual Dilma foi filiada antes de ingressar no PT ?", conforme afirmou ao TSE o ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Reis.

Reis explicou que tinha uma relação com o então tesoureiro do PDT Marcelo Panella e, por isso, fez o acerto.

Ele disse também que o orçamento disponível para a negociação era de R$ 7 milhões, mas que Panella aceitou a primeira oferta, de R$ 4 milhões, pagos em quatro parcelas entre agosto e setembro de 2014.

Ou seja: o PDT saiu baratinho.

Na propinocracia brasileira, só fica a dúvida sobre o que é mais humilhante:

- ser citado por recebimento de propina em troca de apoio político nos moldes do mensalão;

- ou descobrir que podia ter conseguido R$ 3 milhões a mais?
Herculano
06/03/2017 06:16
AMANHÃ É DIA DA COLUNA OLHANDO A MARÉ, EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE.
Herculano
06/03/2017 06:11
A HORA DA LIMPEZA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O prolongamento da recuperação do ministro Eliseu Padilha ?" que não deve retornar aos trabalhos na Casa Civil no dia 6 de março, como era inicialmente previsto, devendo esticar a licença médica por mais duas ou três semanas em razão de uma cirurgia ?" dá ao presidente Michel Temer a oportunidade perfeita para a tão necessária limpeza do quadro de seus colaboradores mais próximos. No momento atual, com o Congresso analisando a reforma da Previdência ?" cujo desfecho terá grandes consequências, positivas ou negativas, para o equilíbrio das contas públicas e para a retomada do crescimento econômico ?", o Palácio do Planalto não pode se dar ao luxo de não ter um ministro da Casa Civil atuante, que ajude a coordenar a base aliada.

Se em algum momento o presidente Michel Temer considerou que a necessidade das reformas aconselhava tolerância em relação a alguns nomes de seu Ministério envolvidos em denúncias e escândalos de corrupção, agora a situação é justamente a inversa. As reformas pedem uma pronta limpeza, sem qualquer indulgência com políticos com o histórico de Padilha.

Não se trata de desprezar o princípio da presunção da inocência, banindo pessoas da vida pública apenas por terem sido citadas em algum documento, delação ou investigação. Todos são inocentes até julgamento em contrário. A questão aqui tratada é mais simples: quem ocupa um cargo público deve estar em condições de exercer a contento as funções para as quais foi designado. E não se encontra nessas condições alguém cujo nome exige diárias explicações sobre sua conduta. Quem tem muito a esclarecer sobre o seu passado ?" como ocorre com alguns dos colaboradores do presidente Michel Temer ?", precisa antes dirimir todas as dúvidas que pairam contra ele e só depois, usufruindo da tranquilidade que provê a cabal transparência, dedicar-se às funções públicas.

O envolvimento de uma pessoa num escândalo de corrupção ou num procedimento de investigação não interfere apenas em sua capacidade pessoal de trabalho, o que já seria motivo suficiente para deixar o governo. O problema principal é que pessoas com currículos sujos ou que demandem alguma explicação embargam o funcionamento de todo o governo. Os danos não ficam restritos a um Ministério e acabam afetando, em última instância, o próprio presidente Michel Temer.

Foi o que se viu na entrevista de José Yunes, ex-assessor e amigo de longa data do presidente Temer. A declaração de Yunes, que a princípio vinha apenas esclarecer um dado, foi ocasião para aproximar o nome de Michel Temer de um episódio que pode envolver a transferência de altas somas. É cada vez mais evidente, portanto, que as consequências dos escândalos não param nas pessoas diretamente envolvidas, tendo efeitos diretos sobre o presidente da República.

A manutenção no governo de pessoas com histórico complicado deixa, portanto, o presidente da República numa situação de vulnerabilidade, exposto a ataques que, além de enfraquecerem sua autoridade ?" nem se fala aqui de sua popularidade ?", demandam tempo e energias.

O momento exige do Palácio do Planalto uma absoluta dedicação às reformas previdenciária, trabalhista e tributária. O destino do País ?" e, por consequência inarredável, do presidente Michel Temer ?" está vinculado à aprovação dessas alterações legislativas estruturantes. Ao mesmo tempo que são necessárias, tais reformas são de difícil aprovação, uma vez que mexem com privilégios, corporativismos e acomodações a que determinados grupos já se ajeitaram. Um governo que precisa, a cada momento, dar explicações sobre a honorabilidade de seus quadros, desarmando uma bomba a cada dia, dificilmente terá energias de sobra para levar a cabo, com sucesso, a sua importante missão. O País precisa de um governo cuja composição seja fonte de tranquilidade, e não o oposto.

Na tramitação das reformas no Congresso, o presidente Michel Temer precisará recorrer à sua conhecida habilidade política para não se tornar refém da oposição. Não há qualquer razão para se tornar, por livre e espontânea vontade, refém de seus colaboradores.
Herculano
06/03/2017 05:59
SENADO TEM 81 MEMBROS, MAS PAGAMOS POR 85, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Além dos 81 senadores no mandato, o Senado tem mais quatro "senadores licenciados". São suplentes que pediram licenças por mais de 120 dias e ainda estavam afastados quando os titulares retornaram. O caso de Gilberto Piselo (RO) chama atenção. Ele assumiu o mandato no lugar de Acir Gurgacz (PDT) por seis dias, recebeu R$ 77,6 mil e gastou outros R$ 3,9 mil com passagens aéreas. E nós pagamos.

A VOLTA DO 14º E 15º
Suplentes, Fernando Ribeiro, Lauro Antonio e Ricardo Franco receberam dois pagamentos de R$ 33,7 mil a título de "ajuda de custo".

BELA EXPERIÊNCIA
Suplente de Jader Barbalho, Ribeiro foi senador de 30 de janeiro a 7 de abril de 2015. Recebeu R$ 149,7 mil além de R$ 33,7 mil do "cotão".

TRANSPARÊNCIA OPACA
O Senado não diz quanto Ricardo Franco recebeu para bancar senador por 10 meses. Só "cotão" e auxílio-moradia nos custaram R$140 mil.

A CONSTITUIÇÃO PROÍBE
Apesar de mencionados como "senadores licenciados" no sistema do Congresso, o Senado informa o óbvio: eles não são senadores.

TEMER: CONSTITUIÇÃO JÁ PREVÊ RESPEITO A ACORDOS
Constitucionalista, o presidente Michel Temer cita de memória a íntegra do art. 7º da Constituição que determina a primazia do acordo firmado entre patrões e empregados, nas relações trabalhistas. Na reforma trabalhista em discussão no Congresso, o respeito ao acordo vai virar lei. Nem precisava, a Constituição já o determina, mas a Justiça do Trabalho tem castigado severamente empregadores que o celebram.

O QUE PREVALECE?
Temer observou, irônico, em conversa com a coluna, que, para valer, uma determinação da Carta Magna precisa de lei infraconstitucional.

COMO BOM PROFESSOR
Apesar de conhecer a Constituição como poucos, Michel Temer conta que conserva o hábito de reler e estudar o texto em vigor desde 1988.

A REGRA É CLARA
Na Constituição, o artigo 7º (inciso XXVI) prevê claramente "o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho".

É VOCÊ QUEM PAGA
O Fundo Partidário pagou R$118 milhões a 35 partidos políticos apenas nos dois primeiros meses de 2017. PT e PMDB receberam R$15,7 milhões e R$12,9 milhões, respectivamente. Para quê mesmo?

OS GASTOS JJ
O PSDB de Aécio Neves levou R$ 13,3 milhões e o DEM de Rodrigo Maia R$ 5,01 milhões do Fundo Partidário em janeiro e fevereiro deste ano. Gastam mais frequentemente em jatinhos e jantares.

ARREPENDIMENTO
O presidente que mais nomeou ministros da Justiça foi o tucano FHC. Foram dez ministros no total, em dois governos. Mas tem dito que seu único arrependimento foi nomear Renan Calheiros para o cargo.

CUSTO/BENEFÍCIO
A Justiça do Trabalho vai custar ao contribuinte quase R$22 bilhões em 2017, segundo o Orçamento Geral da União. Mas estima-se que deve render menos de R$9 bilhões à indústria de indenizações trabalhistas.

O NONO A CAIR
Após substituir oito dos ministros, o presidente Michel Temer poderá substituir Eliseu Padilha (Casa Civil) ?" cuja saída, se confirmada, fará de Moreira Franco o único remanescente do "núcleo duro" original.

TEM BRASIL NO EUROSHOP
O superintendente do Sebrae-DF, Antonio Valdir Oliveira Filho, lidera comitiva de empresários de Brasília no EuroShop, em Dusseldorf, Alemanha, maior evento de varejo da Europa. O objetivo é conhecer tendências do varejo, fechar parcerias e atrair investimentos.

PERSEGUIÇÃO A MALFEITORES
O presidente do PT chama de "perseguição política" ao partido o que não passa de perseguição aos malfeitores que roubaram a Petrobras, a Eletrobrás, o Tesouro e as esperanças de muitos.

ALO, CHANCELER
Diplomatas brasileiros sugerem ao novo chanceler do Itamaraty para esquecer o "sonho infantil" de assento no Conselho de Segurança da ONU e se concentrar na reestruturação de postos, corte de gastos e no desenvolvimento de novas estratégias.

PENSANDO BEM...
... nem tudo dura para sempre, nem mesmo o "esticadão de carnaval" de senadores e deputados.
Herculano
06/03/2017 05:52
DECEPÇÃO COM INFLUENCIADORES É QUESTÃO DE TEMPO, por Ronaldo Lemos, É advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITSrio.org), no jornal Folha de S. Paulo

Converse com qualquer marqueteiro e há grandes chances de você ouvir a palavra "influenciador" em algum momento. Em geral ela se refere a algum tipo de celebridade da internet capaz de modificar a opinião alheia, levando a pessoa a comprar algo, mudar um comportamento ou até sua visão sobre algum assunto. Até o governo federal foi recentemente flagrado contratando o serviço de "influenciadores" no YouTube para elogiarem mudanças promovidas no ensino médio.

Só que a vida de influenciador não é fácil. Celebridades "tradicionais" usualmente são associadas a habilidades específicas, tais como cantar, dançar ou representar. Já influenciadores são reconhecidos por ações mais cotidianas, como ensinar a usar maquiagem ou jogar videogames. Grande parte conquista fãs não por dominar alguma habilidade mas por projetar seu ego na internet.

Isso gera um paradoxo. A ascensão de um influenciador funda-se na sua disponibilidade: o desejo dos fãs de interagir com ele, de serem notados, reconhecidos. É uma via de mão dupla: os fãs não querem apenas assistir, mas interagir.

Isso torna a fama contemporânea na internet altamente instável. Muitos influenciadores são na verdade apaziguadores da solidão alheia. Atuam como elos na multibilionária indústria da carência criada pela internet. Indústria essa que decorre do grande número de pessoas querendo falar e do diminuto grupo de pessoas disposto a ouvir. O influenciador ocupa esse lugar utópico entre a fala e a escuta. É celebridade justamente por aparentar ser "gente como a gente", capaz de ouvir e compreender o outro.

Só que essa é uma situação utópica. Não há condições verdadeiras para a troca, já que a desproporcionalidade é grande demais. A relação entre fãs e influenciadores rapidamente torna-se insatisfatória: frustração e decepção são questão de tempo. O que era empatia converte-se rapidamente em ódio. Não é por acaso que todo influenciador que desponta precisa inventar formas de gerenciar não só os fãs (carentes) como os detratores ("haters"), muitos deles originados na descoberta de que estavam envolvidos em uma relação de troca impossível.

Para reduzir essa disparidade, seria necessário concretizar o desejo do poeta W.H. Auden, quando diz em seu belo poema "The more loving one" que: se "não se pode ter paixões iguais, então que seja eu quem ame mais". Só que esse tipo de grandeza só existe no terreno da poesia. Na internet, o fã frustrado vira rapidamente "the more hating one". É muito mais fácil odiar do que amar sozinho.

Isso denota um ponto cego no fascínio do marketing com o poder dos influenciadores. Esse fascínio desconsidera a permanente instabilidade das celebridades da internet. Ignora também a ausência de bases científicas para a existência do influenciador individual. Do ponto de vista científico, o "influenciador" individual é como um amigo imaginário: conveniente, mas não existe.
Herculano
06/03/2017 05:48
PARA SE SALVAR MICHEL TEMER, TSE TERÁ QUE SE MATAR, por Josias de Souza

Arma-se no Tribunal Superior Eleitoral uma grande encenação. Envolve o processo sobre a reeleição de Dilma Rousseff e Michel Temer. Suas páginas estão apinhadas de provas do uso de recursos ilícitos na campanha vitoriosa de 2014. As evidências tocam fogo na Presidência-tampão de Temer. Para ocultar as manobras que visam salvar o mandato do substituto de Dilma, ninguém grita incêndio dentro do teatro. Mas a inclusão dos depoimentos de delatores da Odebrecht no processo mostra que, às vezes, torna-se inevitável gritar teatro dentro do incêndio.

Nesta segunda-feira, o ministro Herman Benjamin, relator do processo, interrogará mais dois ex-executivos da Odebrecht: Cláudio Melo Filho e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar. Com isso, Benjamin fecha a série de cinco oitivas de colabores da empreiteira. Os depoimentos forneceram dados que complicam a vida da turma do deixa-disso. Agora, quem quiser se fingir de cego para livrar Temer da cassação terá de fechar os olhos para as propinas que ajudaram a reelegê-lo.

Ao julgar o processo, o TSE não decidirá somente contra ou a favor da interrupção do governo Temer ou da inelegibilidade de Dilma. Os ministros votarão para saber de que matéria-prima é feita a Justiça Eleitoral. Prevalecendo o conchavo, os colegas de Benjamin terão de fazer contorcionismo retórico para justificar um incômodo paradoxo: depois de transformar a auditoria nas contas da chapa Dilma?"Temer num marco histórico, o TSE jogará o trabalho no lixo. Em nome da etabilidade da República, manterá a tradição de cassar apenas vereadores, prefeitos e governadores de Estados periféricos.

Inicialmente, tramava-se a separação das contas de Dilma e Temer, sob o pretexto de que apenas as arcas da campanha de madame receberam verbas sujas. Como os votos que o eleitorado deu para Dilma são os mesmos que fizeram de Temer seu substituto constitucional, aceitar a tese da segregação das contas poderia levar à desmoralização. Ficaria claro que, sob o exterior meio idiota de um magistrado disposto a engolir esse lero-lero, se esconde um débil mental completo.

Dentro e fora do TSE, os operadores de Temer agarraram-se a um novo lema: "Nunca deixe para amanhã o que você pode deixar hoje." Trabalha-se agora para enviar o julgamento às calendas. Algo que talvez leve a plateia a se perguntar: para que serve a Justiça Eleitoral? Se o TSE chegar a esse ponto, como parece provável, potencializará a impressão de ter perdido a sua função.

Os partidários do resgate de Temer alegam que o TSE não pode ficar alheio à conjuntura política e econômica. O risco de mergulhar o país numa turbulência que ameaçaria a tímida recuperação da economia justificaria um olhar atenuatório sobre as culpas e as omissões de Temer.

Recorda-se, de resto, que a cassação de Temer desaguaria numa eleição indireta para a escolha do seu substituto. Como prevê a Constituição, caberia ao Congresso, abarrotado de parlamentares enrolados no petrolão, apontar o nome do próximo presidente. Paradoxo supremo: para fugir da lama congressual, finge-se que a podridão da campanha não existiu.

Se a sensibilidade auditiva fosse transportada para o nariz, as pessoas, ao ouvir o burburinho por trás das portas de certos gabinetes brasilienses, sentiria um mau cheiro insuportável. É um odor típico dos processos de decomposição. Para salvar Michel Temer, o Tribunal Superior Eleitoral terá de se matar.
Herculano
06/03/2017 05:38
GOVERNO TEMER É GERINGONÇA DIFÍCIL DE DERRUBAR, por Vinicius Mota, no jornal Folha de S. Paulo

A ansiedade que antecede a divulgação da nova lista de investigados ilustres do procurador Janot agita a República. A torcida ao redor dos defenestrados pelo impeachment aproveita a oportunidade e amplia o coro "Fora, Temer".

Os profissionais da política, contudo, já entenderam a natureza do jogo. A Lava Jato tem baixa probabilidade de dissolver, até o pleito de outubro do ano que vem, o amálgama deste governo de transição.

O foro privilegiado garante uma longa sobrevida aos implicados. Em março de 2015, a primeira lista de Janot foi divulgada pelo Supremo com dezenas de investigados. Dois anos depois, nada de notável aconteceu na corte, a não ser a abertura de processo contra Eduardo Cunha.

Apenas uma feitiçaria do STF, difícil de acontecer, poderia remeter muitos desses inquéritos para a primeira instância federal, que tem se mostrado mais célere.

Resta o julgamento das contas da chapa Dilma-Temer pelo tribunal eleitoral. Prazos regimentais, nomeações de novos juízes pelo presidente da República e o leque de recursos da defesa, que pode fazer o caso chegar até o Supremo, alongam no horizonte a definição desse litígio.

A solução da Carta na hipótese de cassação de Temer, um pleito indireto para mandato tampão, torna-se tanto mais insólita quanto mais se aproxima a eleição direta regular. Os juízes levarão isso em conta ao decidir o processo eleitoral.

A tecnologia para lidar com impactos políticos da Lava Jato está desenvolvida. O Congresso e sua maioria de centro-direita governam através de Temer. Um ministro que cai é logo trocado por outro indicado pelo Legislativo. Se a geringonça funcionar, o vencedor em 18 não precisará adotar medidas tão duras na economia.

Por isso presidenciáveis profissionais, como Lula, não contam com a queda de Temer. Tampouco desgostam de que ele carregue o peso das reformas ingratas.
LEO
05/03/2017 22:12
AS ULTIMAS DO FINAL DE SEMANA,EM REUNIÃO NO FINAL DE SEMANA A ESTADUAL DO PC DO B DECIDIU DEIXAR O GOVERNO DO COLOMBO,TUDO INDICA O NOIVADO DO PSDB X PMDB. O BELCHIOR AGORA TEM UMA VEREADORA ,E UM EX CANDIDATO A PREFEITO QUE É O NOVO MORADO DE LÁ.FICA MAIS PERTO PARA PEDIR UMA TETA NO GOVERNO DO COLOMBO.
Sidnei Luis Reinert
05/03/2017 18:56
A desunião "soviética" do Brasil pode acabar? PARTE 01

A Intervenção Institucional não é um sonho. Mas sim uma necessidade urgentíssima no Brasil sob hegemonia do Crime Institucionalizado, sua corrupção sistêmica e muita estupidez terceiro mundista. Apesar do fantástico potencial econômico, corremos risco de mergulhar em uma convulsão social agravada pelo perigoso processo de desestruturação política. Caminhamos para o caos com a canalhice combinada com o radicalismo ideológico. É altíssimo o risco de rupturas com explosões de violência e desintegração nacional.

Temos de redefinir o Brasil estrategicamente. O brasileiro não merece viver em um País que mais se parece com uma velha União Soviética tropical. Slogan justo e perfeito para nos definir, com tora ironia e precisão: "Somos todos Capimunistas". Combinamos o pior do capitalismo selvagem com a mais violenta intervenção estatal, via regramento excessivo com rigor seletivo. Tudo no ritmo da mais pura canalhice de um discurso socialista-comunista assimilado e repetido pela "zelite". O senso comum foi corrompido pela idiotice.

Na falsa "República Federativa" do Brasil, tem gente que insiste em não acreditar que a Oligarquia Financeira Transnacional manda e desmanda aqui, a partir de nossas oligarquias locais, satélites dos controladores globalitários. De mentalidade rentista, escravocrata e violentamente feudal, nossos "donos do poder" bem que poderiam ser chamados de "Nomenklatura". O Historiador Carlos I. S. Azambuja tem escrito vários artigos sobre este tema neste Alerta Total.

Na definição soviética, Nomenklatura designa a classe dos novos privilegiados. Uma aristocracia vermelha que dispõe de um poder sem precedentes na História. A Nomenklatura se considera o próprio Estado. Atribui a si mesma imensos e inalienáveis privilégios. O aparelhamento do topo da máquina pública é um procedimento "natural". Até porque esta classe dominante não só faz a lei, como interpreta a lei a seu bel prazer, simplesmente porque se acha a própria lei. Não existe debate democrático com a nomenklatura. Manda quem pode. Dança quem não obedece - porque não é dono do judiciário.

A nomenklatura tupiniquim é mais burra ou mais canalha? Difícil definir com precisão... Vírus inoculado no cérebro da maioria dos nossos empresários e até na cabeça-oca dos membros de facções criminosas, o rentismo-escravocrata hegemônico é um reprodutor natural de abusos e violências. Os imbecis nunca enxergam quem é o verdadeiro inimigo do Brasil. Por ignorância, a maioria fica atacando as consequências, em vez de combater as causas.

Livres pensadores de fora tem enxergado o Brasil com perfeição. O cientista político do Departamento de Política da Universidade de Nova York, Steven Brams adverte que o Brasil parece um País socialista no estilo cubano: "O Brasil foi sendo transformado por dentro, as estruturas do Estado foram sendo modificadas de forma lenta e gradual. Hoje praticamente o Estado se encontra totalmente pavimentado e pronto para assumir um papel político totalmente voltado para o socialismo".

Steven Brams escancara: "O sistema político e a estrutura econômica também foram modificadas com a criação de uma carga tributária muito pesada, que serve para sustentar os programas sociais. Desta forma, pode se notar uma forte concentração de toda a renda gerada no país, nas mãos do governo. Há também o controle do Estado sobre a sociedade com a adoção de leis, normas e regimentos. Um exemplo foram as centenas de agências de controle e regulação sobre diversos setores do Estado".

O norte-americano chama atenção para o processo de comunização gradual do Brasil: "A esquerda usa muitos termos para designar o comunismo. Vejamos: A social democracia, o socialismo, o nazismo e o fascismo. No fundo todas estas designações são de origem comunista. Apenas o que difere o comunismo desta designações, é a maneira em que este comunismo é administrado politicamente. A social democracia é um comunismo mais ligth, mais leve, vai sendo introduzido lentamente sem que se perceba e se quem a sociedade sinta seus efeitos. Enquanto isso o Estado vai sendo modificado. No final deste processo o país já estará totalmente modificado, estruturado e a sociedade conformada e totalmente difundida dentro do comunismo".
Sidnei Luis Reinert
05/03/2017 18:55
A desunião "soviética" do Brasil pode acabar? PARTE 02

O professor Steven chama atenção para o fenômeno continuista em nossa "crise": "Os reformistas que adotam a social democracia modificam também a estrutura social. A engenharia social tem um papel importante neste aspecto de mudanças. Principalmente na cultura, na mídia e no dia a dia da sociedade. O afastamento da presidente Dilma Rousseff não significa o fim do sistema político, mas sim sua continuidade, pois nenhuma estrutura do Estado foi modificada".

Steven Brams acertou na mosca: "Apenas na questão econômica pode ser que haja alguma reação no sentido de tirar o país da crise, mas isto não significa que o atual governo fará alguma mudança na política do Estado. O processo foi continuado e nada mudou no que diz respeito ao sistema político. O impeachment é um instrumento constitucional do sistema, e foi usado pelo próprio sistema apenas para afastar um presidente e não eliminar um sistema politico. O Brasil continua sob controle da social democracia".

Steven chama atenção para o problema da desunião da sociedade: "A esquerda brasileira conseguiu com suas doutrinas, por assim dizer, dividir o Brasil em vários segmentos sociais. Isso talvez dificulte uma reação da própria sociedade muito desunida com relação aos problemas do país. Nota-se que há legiões de pessoas que defendem o sistema, talvez acomodadas com a situação, outras defendem os partidos e outras os políticos que as corrompem. Não há uma união no sentido de se pensar na Pátria, na Nação e nos destinos do país. Certamente que isso é um grande problema, pois haverá sempre desunião. Há vários segmentos que não pensam ou não possuem um mesmo objetivo".

Steven Brams vai além: "Há vários segmentos que pensam diferente, com objetivos diferentes. Pelo que eu vejo, há grupos de pessoas que estão sugerindo uma intervenção militar no Brasil. Podemos dizer que este segmento é mais coeso do que os outros, pois se fixam apenas em um único objetivo. Este segmento não defende partidos, políticos e nem o sistema. É mais patriótico e mais coeso do que os demais segmentos. Este grupo de pessoas exige uma mudança radical no sistema, ou sua total destruição. É mais radical e mais coeso neste sentido. Talvez por isso não encontre apoio de políticos e nem da mídia que vive nas beiradas do sistema. Uma intervenção militar com o povo exigindo mudanças, certamente colocaria em risco o atual sistema político brasileiro".

Por fim, o cientista político norte-americano Steven Brams arrisca um conselho aos brasileiros: "Que sejam mais patriotas e coesos em seus objetivos. É preciso que a sociedade se conscientize dos problemas do país e exija mudanças. Se querem mudanças, se unam e cobrem dos políticos bem intencionados. Sempre há políticos bem intencionados que precisam de uma pressão da sociedade para exigir as mudanças. O Brasil não tem um perfil de conscientização. É preciso criar este perfil. É preciso sobretudo pensar no país, pois se não pensarem no país, os corruptos e políticos mau intencionados pensarão e farão o que bem entenderem".

O norte-americano tem razão! Na guerra de todos contra todos os poderes, os segmentos esclarecidos da sociedade precisam promover debates civilizados, inteligentes e objetivos para formular soluções de curto, médio e longo prazo para o Brasil. A estratégia imprescindível: o Brasil precisa ser reinventado, refundado, em bases federativas, distritais, municipais. Não dá mais para suportar o Presidencialismo absolutista de coalizões que geram permanentes colisões.

Precisamos de uma nova Constituição, enxuta, claramente interpretável, sem necessidade de constante emenda ou mediação por um Supremo Tribunal Federal. Temos se nos tornar capitalistas, livres para produzir, com regras claras e burocracia mínima. Necessitamos de um imposto justo que financie um Estado no tamanho certo: o menor possível e menos interventor. O Federalismo de verdade é fundamental.

Tudo isso só vai se viabilizar com muito debate de conceitos corretos e senso de patriotismo sem radicalização e xenofobia. O Brasil ainda tem jeito, mas não pode perder tempo. Se pernanecer na linha Capimunista, rentista e feudalista será o mesmo País de sempre: a velha colônia pós-moderna de exploração mantida artificialmente na miséria, para deleite dos controladores globalitários.
Roberto Sombrio
05/03/2017 08:55
Oi, Herculano.

E a imbecilidade continua.

"PÁTRIA EDUCADORA
O Ministério da Educação gastou R$ 7,3 milhões com propaganda só em dezembro de 2016. Em novembro, o gasto com a área havia sido de R$ 2,2 milhões. Em dezembro de 2015, foram R$ 2,735 milhões."

Quanto daria para melhorar as escolas com esses valores? Principalmente as das regiões norte e nordeste, onde a maioria é um lixo.

O Brasil em educação está no tempo das cavernas. Não podia ser diferente, pois tivemos nos governos anteriores Lula e Dilma, dois assaltantes desde a década de 70.
Mas o Brasil não está salvo. Ainda temos Michel Temer que fez parceria com essa dupla e cujas ideias não são muito diferentes.
Nunca vi um governo do PMDB que prestasse.

A reforma da previdência não trará benefícios aos trabalhadores. A ideia é dificultar a aposentadoria, já que a maioria morre antes de completar o tempo de contribuição e outros tantos que se aposentarão prematuramente pois não terão paciência de esperar uma vida para que isso aconteça.

Porque não caçam os ladrões do INSS? Vai sobrar dinheiro para várias gerações.

Henrique Meireles presidente? DEUS nos acuda. O homem só é sério com o bolso dele. O Brasil começou a se livrar da escravidão em 1888 e agora querem voltar? Pensem bem!
Pior é que brasileiro continua fazendo merda nas urnas e Pelé tinha razão.
Herculano
05/03/2017 07:37
SÉRGIO MORO: O PROBLEMA SÃO OS "PRESOS ILUSTRES" por Josias de Souza

Sergio Moro veio à boca do palco para contestar os críticos que o acusam de cometer abusos na decretação de prisões preventivas. O juiz da Lava Jato reagiu por meio de um artigo veiculado na edição mais recente da revista Veja. Atribuiu as queixas não a fatores como a quantidade de prisões ?"79 desde março de 2014?", mas à presença de "presos ilustres" atrás das grades.

"A questão real - e é necessário ser franco sobre isso - não é a quantidade, a duração ou as colaborações decorrentes, mas a qualidade das prisões, mais propriamente a qualidade dos presos provisórios", escreveu Moro. "O problema não são as 79 prisões ou os atualmente sete presos sem julgamento, mas sim que se trata de presos ilustres."

Sem mencionar-lhes os nomes, Moro deu quatro exemplos de "presos ilustres" da Lava Jato. Três estão hospedados na carceragem de Curitiba. Outro desfruta das facilidades do sistema penitenciário carioca: "?um dirigente de empreiteira [Marcelo Odebrecht], um ex-ministro da Fazenda [Antonio Palocci], um ex-governador [Sergio Cabral] e um ex-presidente da Câmara dos Deputados [Eduardo Cunha]."

Na opinião do magistrado, "as críticas às prisões preventivas refletem, no fundo, o lamentável entendimento de que há pessoas acima da lei." Sinalizam também "que ainda vivemos em uma sociedade de castas, distante de nós a igualdade republicana."

A certa altura, Moro realçou algo que os críticos costumam negligenciar: os resultados da Lava Jato. "Mesmo considerando-se as 79 preventivas e o fato de elas envolverem presos ilustres, é necessário ter presente que a operação revelou, segundo casos já julgados, um esquema de corrupção sistêmica, no qual o pagamento de propinas em contratos públicos consistia na regra do jogo."

Moro acrescentou: "A atividade delitiva durou anos e apresentou caráter repetido e serial, caracterizando, da parte dos envolvidos, natureza profissional. Para interromper o ciclo delitivo, a prisão preventiva foi decretada de modo a proteger a ordem pública, especificamente a sociedade, outros indivíduos e os cofres públicos da prática serial e reiterada desses crimes."

Sem citar a Odebrecht, o juiz mencionou o caso da empreiteira para como um dos que inspiraram críticas que se revelariam injustificadas. "Foi decretada, em junho de 2015, a prisão preventiva de dirigentes de um grande grupo empresarial", anotou Moro. "Os fundamentos foram diversos, mas a garantia da ordem pública estava entre eles. Posteriormente, tais dirigentes foram condenados criminalmente, embora com recursos pendentes."

Moro prosseguiu: "As críticas contra essas prisões foram severas, tanto pelas partes como por interessados ou desinteressados, que apontaram o suposto exagero da medida diante da prisão de 'pessoas conhecidas'. Posteriormente, dirigentes desse grupo empresarial resolveram colaborar com a Justiça e admitiram o pagamento sistemático de propinas não só no Brasil, isso por anos, mas também em diversos países no exterior, bem como a participação em ajustes fraudulentos de licitações da Petrobras."

Os delatores da Odebrecht revelaram "mais do que isso: confirmaram a existência no grupo empresarial de um setor próprio encarregado do pagamento de propina (Departamento de Operações Estruturadas) e que este permaneceu funcionando mesmo durante as investigações da Lava Jato?"

Para Moro, o caso da Odebrecht "é bem ilustrativo do equívoco das críticas, pois o tempo confirmou ainda mais o acerto da prisão. Foi a prisão preventiva, em junho de 2015, que causou o desmantelamento do departamento de propinas do grupo empresarial, interrompendo a continuidade da prática de sérios crimes de corrupção. Assim não fosse, o departamento da propina ainda estaria em plena atividade."

Ao longo do artigo, o magistrado diz o que pensa sobre as prisões preventivas em termos genéricos. "São excepcionais e devem ser longamente justificadas", diz logo no primeiro parágrafo do texto. Depois de discorrer sobre o acerto das ordens de prisão expedidas contra executivos da Odebrecht, Moro ponderou: "Isso não significa que a prisão preventiva pode ser vulgarizada, mas ilustra que, em um quadro de corrupção sistêmica, com a prática serial, reiterada e profissional de crimes sérios, é preciso que a Justiça, na forma do Direito, aja com a firmeza necessária e que, presentes boas provas, imponha a prisão preventiva para interromper o ciclo delitivo, sem importar o poder político ou econômico dos envolvidos."

No encerramento do artigo, Sergio Moro insinua que há entre os seus críticos pessoas movidas por interesses subalternos. "As críticas genéricas às prisões preventivas na Lava Jato não aparentam ser consistentes com os motivos usualmente invocados pelos seus autores", escreveu o juiz, sem dar nomes aos bois. "Admita-se que é possível que, para parte minoritária dos críticos, os motivos reais sejam outros, como a aludida qualidade dos presos ou algum desejo inconfesso de retornar ao status quo de corrupção e impunidade."

Com esse tipo de crítico, arrematou Sergio Moro, "nem sequer é viável debater, pois tais argumentos são incompatíveis com os majestosos princípios da liberdade, da igualdade e da moralidade pública consagrados na Constituição brasileira."
Herculano
05/03/2017 07:29
"FUI CONDENADO POR CHAMAR UMA CORRUPTA DE CORRUPTA", DIZ EX-DEPUTADO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rogério Gentile. "Fui condenado e preso por chamar uma pessoa corrupta de corrupta". O ex-deputado federal Fernando Chiarelli é um homem que tem raiva. Muita raiva.

No dia 2 de agosto do ano passado, momentos antes de ter sua candidatura a prefeito de Ribeirão Preto (SP) oficializada pelo PT do B, Chiarelli foi detido por três agentes da Polícia Federal.

O motivo da prisão era e é incomum, ainda mais em tempos de Lava Jato. O ex-deputado havia sido condenado a um ano e oito meses de detenção pela Justiça Eleitoral (semiaberto) porque, quatro anos antes, chamara a então prefeita da cidade, Dárcy Vera (PSD) de "desonesta", entre outros termos nada lisonjeiros ("ave de mau agouro", "criatura maldita" etc).

Chiarelli foi, então, levado para a penitenciária de Tremembé e lá ficou por 45 dias, até obter um habeas corpus. "Foi constrangedor", diz o ex-parlamentar, que perdeu o direito de concorrer na eleição.

Quase três meses depois, veio a redenção. Chiarelli preparava-se para fazer uma caminhada quando a televisão noticiou a prisão de Dárcy numa operação da PF intitulada "Mamãe Noel".

De acordo com o Ministério Público, a hoje ex-prefeita participou de um esquema de fraudes em contratos da ordem de R$ 203 milhões.

"A investigação indica que [Dárcy] era a chefe, tinha proeminência, atuava na organização dessas fraudes, desses crimes", afirmou, à época, o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio.

Dárcy permaneceu 11 dias na cadeia e, desde então, vive reclusa em sua casa. Seus bens estão bloqueados.

"Eu era chamado de aloprado, de insano. Mas já sabia. Fui levado para a cadeia, como se fosse um bandido, enquanto ela seguia saqueando", diz o ex-deputado.

Procurada pela Folha, a ex-prefeita não atendeu aos pedidos de entrevista. A advogada Maria Cláudia de Seixas, que a representa, disse que Dárcy vai provar sua inocência e que ela nega enfaticamente ter recebido propina ou participado de um conluio para desviar verbas.

Para a advogada, não dá para relacionar o caso do ex-deputado com a situação da ex-prefeita. "Uma coisa não se confunde com a outra."

SEM TRAVAS NA LÍNGUA

Chiarelli é um político que foge ao figurino tradicional. Nacionalista "como o personagem de Lima Barreto" [de "Triste Fim de Policarpo Quaresma", 1915], ele não tem trava alguma na língua.

Em 1995, foi cassado pela Câmara de Ribeirão após ser acusado de chamar um colega de "aleijado". Dárcy Vera entrou no seu lugar.

Catorze anos depois, suplente de deputado federal, assumiu a vaga após a morte de um parlamentar e, num discurso, declarou que o "Judiciário é o poder mais corrupto que existe".

Na tribuna também, "João sem Medo", como se autodenominava, afirmou que um ministro merecia cadeia ?" Wagner Rossi, que posteriormente deixou o cargo para se defender de acusações de irregularidades?", chamou os líderes partidários de "líderes de quadrilha" e disse que a Câmara dos Deputados "funcionava à base da extorsão". Dilma Rousseff, recém eleita para o primeiro mandato, era, nas palavras do orador, "a abobada que acaba de ser eleita presidenta".

No processo em que o juiz Luís Augusto Freire Teotônio o condenou por calúnia, difamação e injúria por ofensas à ex-prefeita de Ribeirão, há outro episódio inusitado.

Segundo o relato do magistrado na sentença condenatória, Chiarelli chegou a desafiar um juiz para um duelo após a concessão de um direito de resposta à sua adversária no programa eleitoral.

"Não se tratava de um duelo físico, como Davi e Golias", diz o ex-deputado. "Eu estava apenas desafiando o juiz a provar que o que eu falei não era verdade", explica. Chiarelli havia dito num debate na TV que "Carminha", como costumava chamar a então prefeita, em referência à vilã da novela "Avenida Brasil", da Globo, havia batido numa empregada doméstica.

"Você colocou o rosto dela no vaso sanitário", afirmou. Algo, aliás, que ele não tem como atestar que ocorreu. "Não houve agressão", contesta a advogada de Dárcy.

Professor de inglês e tradutor, Chiarelli, 55 anos, diz que nasceu pobre e que ainda mora na mesma casa construída pelo seu pai.

Ao falar sobre a temporada que passou na penitenciária, ele se diz muito indignado. "Se tivesse cometido um homicídio. Se tivesse roubado ou cometido peculato. Mas preso por calúnia?"

O ex-deputado corre o risco de voltar para a cadeia. No final do ano, foi novamente condenado (sete meses de detenção em semiaberto) em um outro processo por difamação, pelo mesmo juiz, contra a mesma ex-prefeita
Herculano
05/03/2017 07:23
OH LADROEIRA, POR QUE ESTÁS TÃO TRISTE?, por Carlos Brickmann

A divulgação das delações premiadas dos diretores da Odebrecht tumultuou a estratégia dos políticos já condenados pela Operação Lava Jato, e por três motivos. Primeiro, porque confirma mais uma vez seu envolvimento em práticas sem amparo legal, no financiamento de campanhas, na estruturação do partido e na rápida ascensão das fortunas pessoais. Segundo, porque, embora toque também em dirigentes de outros partidos hoje no poder, deixa brechas para que se alegue que, nesses casos, tudo foi feito dentro da lei (quem levou os principais tiros foram políticos importantes, de alto escalão, mas que podem ser descartados e substituídos ?" o processo de fritura dos amigos, aliás, já começou). Terceiro, porque se esperava que as delações provassem que político é tudo igual, permitindo que se tentasse a libertação dos poucos presos diante da impossibilidade de investigar, julgar, condenar e prender as multidões de suspeitos de iguais crimes.

A estratégia dos condenados e seus aliados não está totalmente errada: suas diferenças morais diante dos demais delatados, se as há, são de gradação, não de comportamento. Mas, para efeito político, a gradação ganha força; e os crimes, digamos, menores, deixam de justificar os maiores. Mesmo assim, não há motivo para a tristeza dos corruptos já julgados. O Supremo não é um tribunal penal; dificilmente terá condições de julgar, em prazo aceitável, todos que caírem em suas malhas. Se a lei for mudada, para que ninguém deixe de ser julgado, os condenados terão boa chance de recorrer. Para eles, talvez amanhã vá ser outro dia.

O BRASIL COMO É

Em seu depoimento, Marcelo Odebrecht diz que a empresa entregou ao PT, nos Governos de Lula e Dilma, um total de R$ 300 milhões. Destes, 150 milhões foram para a campanha de reeleição de Dilma. Mais R$ 50 milhões foram pagos para que o Governo Dilma editasse uma medida provisória modificando o Refis. A medida provisória foi assinada por Dilma e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Marcelo Odebrecht disse que também repassou dinheiro a Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, mas sem esclarecer se a doação foi legal ou para o Caixa 2. Citou um jantar com o vice-presidente Michel Temer, companheiro de chapa de Dilma, mas negou ter tratado de valores para a campanha. Pelo que disse, pode até ter prometido contribuir, mas os detalhes ?" quantia, modo de repasse ?" seriam tratados por outras pessoas. Segundo o advogado José Yunes, amigo de Temer, quem cuidava disso era Eliseu Padilha.

OPINIÃO DE JURISTA

Do portal jurídico Migalhas (www.migalhas.com.br), sobre o depoimento de José Yunes que aparentemente dinamitou o ministro Eliseu Padilha:

"De duas uma : ou alguns comentaristas políticos são ingênuos, ou são venais. Só isso explica a análise que fazem do depoimento espontâneo de José Yunes, aquele que confessou ter recebido o "envelope gorducho" do doleiro. Ninguém duvide, o que aconteceu é que ele teve acesso à delação (ou da Odebrecht, ou de Lucio Funaro, ou, ainda, de ambos) e se antecipou. Ou seja, criou sua versão para os fatos que inexoravelmente vão surgir. E mais, isso foi combinado com todos os partícipes. Fimdepapo."

DE VOLTA...

Um grupo de 400 pessoas, que se apresentam como intelectuais, artistas e ativistas, fez um apelo ao ex-presidente Lula para que lance sua candidatura à Presidência da República em 2018, "porque é preciso incluir muita gente e reincluir aqueles que foram banidos outra vez". Há alguns nomes já esperados ?" Leonardo Boff, Fernando Morais, Chico Buarque, Beth Carvalho; outros, menos militantes, mas tradicionalmente petistas ?" Marieta Severo, Dira Paes, Tássia Camargo. A partir do dia 6, segunda, o manifesto estará aberto a quem quiser aderir.

A razão do lançamento de Lula à Presidência é clara: se ele for preso, parecerá que estão tentando barrar sua candidatura. Mas Lula ainda não se manifestou.

...AO PASSADO

Ah, Chico Buarque! Na opinião deste colunista, divergir das opiniões de Chico Buarque é uma coisa, deixar de admirar um dos maiores letristas que o Brasil já gerou é outra. Mesmo quem ache que Lula é a encarnação do mal absoluto deve evitar que sua repulsa ao político se estenda a seus seguidores; e lembrar que Chico tem obras notáveis no campo da música. Pois muitos anos antes da Lava Jato, em 1990, ele lançou a excelente "Vai Passar" (e foi dessa letra que o ótimo jornalista Augusto Nunes, que não compartilha nem de longe o pensamento político de Chico, foi buscar o "Sanatório Geral", título de uma de suas colunas).

E veja esses versos, escritos no final do século passado, antes que alguém imaginasse que dirigentes partidários e empresários pudessem ir para a cadeia:

"Num tempo/ Página infeliz da nossa história, /
Passagem desbotada na memória,/ das nossas novas gerações./ Dormia/ a nossa pátria mãe tão distraída,/ Sem perceber que era subtraída/ Em tenebrosas transações."

ACABOU PARA VOCÊ

No Congresso, o Carnaval não acabou. A folga só acaba na terça-feira.
Herculano
05/03/2017 06:56
IMPOSIÇÕES DA REALIDADE, editorial do jornal O Globo, em 01.03.

A crise fiscal é tão profunda que impõe medidas contrárias a direitos

É das debacles fiscais o atropelamento de direitos, por uma dramática e simples razão ?" falta absoluta de dinheiro nos cofres públicos, como efeito de alguma crise fora do alcance do governante de turno ou devido a seus próprios erros. Um exemplo é a Grécia, em que a elite política entendeu ser a entrada no bloco do euro uma espécie de passaporte para o paraíso da moeda forte e do descuido com os gastos. O resultado é uma sucessão de anos de ajustes pela metade, baixo crescimento, desemprego.

Há semelhanças com o Rio de Janeiro de Sérgio Cabral, trancafiado em Bangu por corrupção, e de Luiz Fernando Pezão, vice e depois eleito na fase final da farra de gastos imprevidentes que houve no estado. Sem falar da corrupção.

A grande conspiração contra o funcionalismo ativo, aposentados e pensionistas do estado - e, numa visão mais ampla, contra a população mesma - foram apostas erradas na política de gastos do governo, considerando a fonte incerta dos recursos. Era quase suicídio destinar o volume crescente de royalties - em alta puxada pela elevação das cotações externas de petróleo e gás - para gastos engessados por lei e blindados por grupos políticos organizados (salários de servidores, aposentadorias e pensões do funcionalismo).

Como era previsto na imprensa especializada, a entrada em produção, nos Estados Unidos, de áreas de exploração de óleo e gás de rochas ajudou a derrubar o preço dos hidrocarbonetos e com isso pulverizou parte da receita do governo fluminense. A probabilidade de um longo ciclo de petróleo e assemelhados a cotações mais baixas havia levado a Arábia Saudita, sob o comando de nova geração da família Saud, a desenhar um programa de ajuste fiscal e, mais do que isso, de reciclagem estrutural da economia, para depender menos das receitas do petróleo. A notícia, de circulação ampla, deveria ter alertado os governantes fluminenses.

A tempestade perfeita se formou com o efeito catastrófico da política heterodoxa do "novo marco macroeconômico", ensaiada no segundo mandato de Lula e radicalizada com Dilma Rousseff no Planalto, sobre toda a economia brasileira. Vieram daí um ano de estagnação (2014) e os dois seguintes da mais profunda recessão que as estatísticas brasileiras mostram: a subtração de aproximadamente 8% do PIB, causa de mais de 12 milhões de desempregos e decorrentes mazelas sociais.

Há razões profundas e longe do alcance direto do Palácio Guanabara - o que não lhe redime da irresponsabilidade na gestão do estado ?" de boa parcela desta tempestade perfeita. Para isso há leis como a da responsabilidade fiscal, para a cobrança de autoridades. A presidente Dilma perdeu o mandato por atropelar a LRF. Governantes podem e devem ser punidos em que esfera for: administrativa, penal e política. Mas a crise é tão profunda que não será superada na base de liminares, mesmo que sejam pertinentes do ponto de vista jurídico.
Herculano
05/03/2017 06:53
PARA TEMER, MAL QUE O PT FEZ É 'INCALCULÁVEL', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Não há um só dia que deixe de chegar ao presidente Michel Temer algum novo "jabuti em cima de árvore", no governo federal - de privilégios para grupos de servidores, de custo insuportável ao Tesouro Nacional, à aprovação de leis e medidas provisórias para atender ao lobby de empresários amigos. Temer desabafou em conversa com esta coluna: "O mal que os governos do PT fez a este país é incalculável!".

MÃO DE GENTE PETISTA
O adágio popular ensina que jabuti (ou cágado) não sobe em árvore, por isso, se está lá, "é enchente ou mão de gente".

BALCÃO DE NEGOCIOS
Impressionam Michel Temer as revelações sobre a compra e venda de medidas provisórias no balcão de negócios dos governos Lula e Dilma.

MP POR R$50 MILHÕES
Em depoimento esta semana, Marcelo Odebrecht disse ter comprado a MP do Refis por R$ 50 milhões, para beneficiar sua empresa Braskem.

ZELOTES VIU PRIMEIRO
A venda de medidas provisórias para beneficiar empresas do setor automotivo já apareceu na Operação Zelotes, que investiga o Carf.

DITADURA ACABOU. MAS SEU FORO PRIVILEGIADO, NÃO
O foro privilegiado nasceu durante o regime militar para resguardar o direito e a vida de congressistas que faziam oposição à ditadura. Na ocasião, fez sentido. Mas, décadas depois do fim do regime, o foro privilegiado virou instrumento de proteção para autoridades acusadas de crimes de corrupção. O presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais), Roberto Veloso, espera o fim do foro ainda para este ano.

CORTE CRIMINAL
A Ajufe defende o fim da prerrogativa de foro inclusive para juízes. Essa prerrogativa fez do Supremo Tribunal Federal uma corte criminal.

PRIMEIRA INSTÂNCIA
Para Roberto Veloso, "todos devem ter foro na primeira instância a partir da competência dos crimes cometidos".

TODO MUNDO JUNTO
Políticos são contra o fim do foro privilegiado, claro. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) até disse que a "suruba" tem de valer para todos.

PONTO DE VISTA
Enquanto a previsão de crescimento de 0,48% no PIB brasileiro para 2017 é vista por aqui como "tímida recuperação", a Itália comemora a alta de 0,9% em 2016, o maior crescimento desde 2010.

RESULTADO DA LENIÊNCIA
Apesar da Lava Jato, das prisões de seus principais executivos e até da seu ex-presidente, a empreiteira Odebrecht continua faturando, e muito. Levantamento do diário americano Wall Street Journal coloca a empreiteira brasileira como a 6ª maior construtora do mundo.

ROUBOU, LEVOU
O mega-acordo de leniência que livrou a empreiteira Odebrecht de punição mais severa, também permitiu que a empresa voltasse a contratar com o poder público. Basta pagar as multas.

FIGURA CONHECIDA
O desembargador Francisco Cavalcanti, que no STF pede auxílio-moradia mesmo sendo aposentado, ainda na ativa foi acusado de usar carro oficial durante um feriado, na praia de Boa Viagem, Recife.

BOLA DE FERRO NO TORNOZELO
As mais de 3 milhões de ações trabalhistas no Brasil representam 98% de ações do gênero em todo o planeta. É que no Brasil virou um ótimo negócio. E permite aos ativistas promover o "justiçamento" social.

SONHO DISTANTE
Caso consiga emplacar na Casa Civil do governo Michel Temer, Rodrigo Loures será substituído pelo segundo suplente de Osmar Serraglio, Teruo Kato, também do PMDB. Mas isso é improvável.

PÁTRIA EDUCADORA
O Ministério da Educação gastou R$ 7,3 milhões com propaganda só em dezembro de 2016. Em novembro, o gasto com a área havia sido de R$ 2,2 milhões. Em dezembro de 2015, foram R$ 2,735 milhões.

TEMPO INTEGRAL
O secretário de Educação do Acre, Marcos Brandão, pretende implantar ensino em tempo integral em sete escolas de ensino médio. A ideia é que os alunos permaneçam na escola de 7h30 até 17h.

PENSANDO BEM...
... em época de declaração de imposto de renda, os 12,3 milhões de desempregados estão com dificuldade de achar renda para declarar.
Herculano
05/03/2017 06:48
É "VERDADE ALTERNATIVA" FINGIR QUE SO TEMER É INOCENTE NO CASO ODEBRECHT, por Clóvis Rossi, para o jornal Folha de S. Paulo

O então presidente do PMDB, um certo Michel Temer, admite publicamente ter pedido contribuição de campanha a Marcelo Odebrecht, presidente de uma empreiteira atolada no maior esquema de corrupção jamais revelado neste país.

A empreiteira, como era inevitável, aceitou contribuir, conforme vazou, com abundância de detalhes.

Temer defende-se dizendo que a "contribuição" foi legal, devidamente declarada e não parte de um esquema de propina e/ou caixa 2.

Dá para acreditar? Claro que não, se se considerar nota oficial da Odebrecht, em que ela "reconhece que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial. (...) Foi um grande erro, uma violação dos nossos próprios princípios, uma agressão a valores consagrados de honestidade e ética".

Mais: afirma também que o sistema partidário-eleitoral do Brasil é "ilegal e ilegítimo".

Só mesmo o mais rematado tolo acreditaria que, com todos os outros políticos, a empreiteira cometeu uma agressão à honestidade e à ética, mas não com Temer, certo?

No entanto, a maior parte do mundo político e empresarial se finge de tolo rematado, assobia e olha para o lado, em vez de armar o escândalo correspondente à revelação pública de uma inaceitável promiscuidade entre uma autoridade e uma empresa privada que faz negócios com o governo.

Nem mesmo o PT grita com a força com que gritou quando surgiram as primeiras suspeitas a respeito de Fernando Collor de Mello. Não tem moral para se fingir indignado porque lambuzou-se ferozmente com a mesma promiscuidade.

É, de resto, situação idêntica à do PSDB e de um mundo de outros partidos. Afinal, como lembrou a Transparência Brasil para o "The New York Times", 60% dos congressistas brasileiros enfrentam sérias acusações, como suborno, fraude eleitoral, desmatamento ilegal e até sequestro e homicídio.

É inevitável concluir que "o sistema político-partidário está apodrecido", como disse tempos atrás o procurador Carlos Fernando Santos Lima, que é um dos investigadores da Lava Jato.

Era natural, embora lamentável, que surgissem vozes cavernárias pedindo um regime militar, como se na ditadura a corrupção tivesse sido eliminada.

O grande nó da República é que, se a política está podre, a solução sempre estará na política, até que alguém invente algum modelo melhor de intermediação entre Estado e sociedade.

O que é inadmissível é o silêncio sobre as ligações do presidente da República e de todo o seu círculo íntimo com escândalos.

É de um cinismo intolerável o raciocínio que se ouve em certos círculos no sentido de "deixa o Temer p'ra lá, afinal ele mudou as expectativas e está fazendo ou tentando fazer as reformas".

Por enquanto, aliás, as expectativas que mudaram foram as do tal de mercado, assim como "reformas" é a palavra-muleta à qual se recorre sempre quando há uma crise qualquer.

A grande reforma, na verdade, é a do sistema político, que, de resto, está em crise em boa parte do mundo. Essa, convenhamos, ninguém sabe bem como fazer, o que só acrescenta sombras ao nó em que vive a República
Herculano
05/03/2017 06:45
TRANSPOSIÇÃO DE ÁGUAS ESTÁ EM CURSO, FALTA TRANSPOR A INTOLERÂNCIA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Durante o consulado petista, Lula encantou-se com a ideia de transposição das águas do rio São Francisco e transformou-a numa das joias de sua coroa. A obra demorou dez anos e custou o dobro do que se previa, salpicada por mordidas de empreiteiras. Apesar de tudo isso, uma parte do projeto está ficando pronta. As coisas boas também acontecem.

Desde janeiro, as águas do São Francisco saem do lago da barragem de Itaparica, em Pernambuco, percorrem 222 quilômetros pelo chamado Eixo Leste e entram na Paraíba. Na próxima quinta-feira (9), elas chegarão ao açude de Poções, no município de Monteiro, de onde descerão por gravidade para o reservatório de Boqueirão, que abastece Campina Grande e outras 18 cidades.

Ao contrário do que diziam os adversários do projeto, a transposição das águas do São Francisco não foi "a Transamazônica do Lula". A ideia foi vista com um certo preconceito regional e uma greve de fome de um bispo transformou em problema algo que era solução. No capítulo dos grandes projetos petistas, o do trem-bala, que ligaria o Rio a São Paulo apanhou muito menos que o da transposição. Com uma diferença: a velha ideia das águas do São Francisco era boa e deu certo. Felizmente, o trem-bala ficou no papel.

Os quilômetros de canais que atravessam o semiárido estarão para Lula assim como Brasília está para Juscelino Kubitschek. (Também vai para a conta do estilo petista de operar, a transposição de R$ 200 milhões para o bolso de maganos metidos na obra do Eixo Leste.)

Em janeiro passado, quando inaugurou uma estação de bombeamento no município de Floresta, em Pernambuco, o presidente Michel Temer pareceu generoso: "Quero render homenagens aos governos anteriores que tiveram a ideia, desde 15 anos atrás, de fazer a transposição". Deu também uma aula de ciência política: "Aqui no Brasil é assim, quando você faz uma obra o sujeito esquece quem começou".

Temer esqueceu o nome de Lula e fez uma conta astuciosa. O primeiro projeto de transposição de águas do São Francisco para terras do semiárido é de 1847. Há "15 anos" (portanto, em 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso), continuava-se no mundo dos debates e dos projetos centenários. Quem transpôs a ideia para a vida real, arrostando anos de críticas, foi a jararaca petista. Temer tem o mérito de estar concluindo uma obra que estava encalhada no final do governo de Dilma Rousseff. Tendo seu quinhão no êxito, não deve fazer com Lula o que ele fez com Fernando Henrique, jamais reconhecendo o valor da moeda estável que lhe entregou em 2003.

MARCELO ODEBRECHT NUNCA FOI O BOBO QUALQUER; FOI O REI DOS MALANDROS

Ao contrário do que tenta fazer crer, Marcelo Odebrecht nunca foi o bobo da corte, muito menos um otário qualquer.

Bem nascido, bem educado e bem relacionado, ele se deixou coroar como o Rei dos Malandros. Se tivesse vivido alguns meses na velha Lapa de Madame Satã, onde Ismael Silva jantava no Capela e o imenso Boi tomava conta da porta do cabaré Novo México, saberia que o Rei dos Malandros era um otário.

Doutor Marcelo nunca teve a competência do avô, faltou-lhe a discrição do pai e chutou o balde de velhos sócios, julgando-se senhor da Justiça baiana. Misturou caixa um com caixa dois e deu inédito formato empresarial a um departamento de propinas.

Como Rei dos Malandros, Marcelo Odebrecht nunca foi um bobo qualquer. Arruinou sua empresa, tisnou seu sobrenome, está na cadeia, mas continua acreditando que os otários são os outros.

PALÁCIO DA ALVORADA É A CASA ONDE SE PODE IR, MAS NÃO SE DEVE MORAR

O casal Michel e Marcela Temer fugiu do Palácio da Alvorada e fez muito bem. O cartão postal de Oscar Niemeyer é uma daquelas casas onde se pode ir, mas não se deve morar.

Seis dos 13 presidentes condenados a habitar o Alvorada, fugiam de lá sempre que podiam. Houve época em que não se organizavam cerimônias de manhã caso houvesse peixe frito no menu do almoço. A iluminação da sala de jantar era feita com as velhas lâmpadas fluorescentes, daquelas que arruínam a maquiagem das senhoras.

Temer foi gentil ao proteger seu filho de 7 anos apenas com grades no mezanino. Ficou parecendo um galinheiro, mas o acesso àquele prédio devia ser proibido para menores de 10 anos.

PILANTROPIA

O deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da PEC da Reforma da Previdência, anuncia que vai em cima das isenções de entidades ditas filantrópicas, beneficiadas por isenções tributárias que irão a R$ 4,5 bilhões neste ano.

A sorte levou para a sua mesa uma revelação do repórter Reynaldo Turollo Jr.: O doutor Fábio Meirelles, presidente da Federação de Agricultura de São Paulo desde 1975, tem quatro filhos ligados ao orçamento da instituição. Isso para não se falar da copeira da filha, paga pela Federação. Meirelles preside o conselho do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, o SENAR, uma estrela do Sistema S, constelação de entidades do sindicalismo patronal que capta compulsoriamente R$ 15 bilhões anuais da folha de pagamento de empresas. Em 2015, a Faesp recebeu R$ 120 milhões do SENAR.

Nenhum governo conseguiu mexer nessa caixa preta.

PADILHA

O deputado Eliseu Padilha está debaixo de chumbo e algum dia contará se José Yunes o fritou ou se ambos congelaram Michel Temer.

Enquanto ele esteve na Casa Civil, os parlamentares que recorriam a sua ajuda tiveram uma antevisão do paraíso.

Casos banais, que burocratas dos ministérios embaraçavam criando dificuldades para gerar facilidades, eram destravados por Padilha em questão de horas. O deputado falava com ele, o caso era resolvido e o ministro da área gentilmente comunicava o atendimento.

TRUMPISTÃO

A política comercial de Donald Trump levará os Estados Unidos a dezenas de litígios tarifários e seria ilusão achar que o Brasil ficará de fora. Quando o doutor disse ao Congresso que dará preferência ao aço americano em obras públicas, ele pôs suas cartas na mesa.

Duas atitudes poderão custar caro a Pindorama:

1) Fingir que o problema não existe.

2) Continuar com o varejão, no qual cede empresários nacionais que pedem medidas protecionistas para resolver seus problemas de balanço.

Responder a um protecionismo americano com outro, brasileiro, pode ser boa ideia, desde que haja uma ideia por trás da posição.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota e entendeu tudo:

Todos os capilés de empreiteiras dados ao PT eram produto da corrupção, de propinas e da promiscuidade que os comissários mantinham com as empresas.

Todos os capilés dados a políticos de todos os outros partidos que estavam no poder em seus Estados, ou mesmo no governo federal petista, eram legítimas doações de campanha.
Sidnei Luis Reinert
04/03/2017 21:18
De Olavo de Carvalho:

A confissão da Odebrecht, de que dava cem mil dólares por mês para as FARC, é a prova cabal da ligação íntima entre o PT e a guerrilha colombiana, que tantos negavam e chamavam de "teoria da conspiração".

E agora DÉCIO NERI DE LIMA E ANA PAULA LIMA vamos expor estes fatos na próxima reunião?
Herculano
04/03/2017 18:38
O SUPREMO EM XEQUE, por Miguel Reali Júnior, jurista, ex-ministro da Justiça, um dos autores do impeachment contra a ex-presidente Dilma Vana Rousseff, no jornal O Estado de S. Paulo.

Independentemente da discussão sobre o cabimento ou a limitação do foro privilegiado, debatendo-se sua eliminação total ou restrição, há de se ver, com absoluto pragmatismo, a existência de problema extremamente grave para a Justiça brasileira: a tramitação, neste momento, de elevado número de inquéritos policiais e de processos criminais no Supremo Tribunal Federal (STF) tendo por investigados ou réus deputados e senadores.

Recentemente, na Ação Penal 937/ RJ, o ministro Luís Roberto Barroso, em despacho, destacou: "As estatísticas evidenciam o volume espantoso de feitos e a ineficiência do sistema. Tramita atualmente perante o Supremo Tribunal Federal um número próximo a 500 processos contra parlamentares (357 inquéritos e 103 ações penais)".

A demora na instauração da ação penal ou no arquivamento de inquérito policial e, posteriormente, a longa tramitação do julgamento têm conduzido a um descrédito da Justiça. O Supremo em Números, da FGV Direito Rio, mostra que de janeiro de 2011 a março de 2016 apenas 5,8% das decisões em inquéritos no STF foram desfavoráveis aos investigados ?" com a abertura da ação penal. Ainda segundo a pesquisa, o índice de condenação de réus na Corte é inferior a 1%.

Conforme indicam informações do próprio Supremo Tribunal, cerca de 30% dos processos contra parlamentares perduram dez anos sem julgamento e outros 40% estão faz mais de seis anos à espera de ser apreciados.

Grande é o número de feitos que tem extinta a punibilidade pela prescrição. A morosidade se dá não apenas no âmbito do Supremo Tribunal Federal, mas na atuação da Procuradoria-Geral da República e da própria Polícia Federal no exame dos inquéritos policiais e no cumprimento de diligências requeridas. Tal demora denota a ausência de maior entrosamento entre os partícipes da persecução penal no âmbito da instância máxima.

Esse distanciamento entre o Judiciário, a Procuradoria e Polícia Federal pode explicar a falta de agilidade na complementação de inquéritos policiais e na abertura de ações penais ou pedido de arquivamentos em tempo razoável.

Esse quadro conspira contra o Poder Judiciário, fazendo crer na existência de vantagem dos poderosos perante a Justiça Criminal. A evidente não alteração constitucional, em breve, do foro privilegiado exige, portanto, a tomada urgente de medidas emergenciais.
Assim, é imprescindível um esforço conjunto de todos os partícipes da Justiça Criminal da instância superior para enfrentar a avalanche de inquéritos e processos já existentes e os que hão de surgir em vista das delações homologadas e a serem homologadas envolvendo parlamentares e ministros em práticas delituosas.

Para tanto, como sugere em voto apresentado no Instituto dos Advogados de São Paulo, sobre a matéria do foro privilegiado, o conselheiro Luiz Antônio Sampaio Gouveia, cabe o Supremo Tribunal valer-se do permitido pelo artigo 21A do Regimento Interno, segundo o qual, "compete ao relator (no STF) convocar juízes ou desembargadores para a realização do interrogatório e de outros atos da instrução dos inquéritos criminais e ações penais originárias, na sede do tribunal ou no local onde se deva produzir o ato, bem como definir os limites de sua atuação".

O § 1.º diz que "caberá ao magistrado instrutor, convocado na forma do caput: I ?" designar e realizar as audiências de interrogatório, inquirição de testemunhas; II ?" requisitar testemunhas e determinar condução coercitiva; III ?" expedir o cumprimento das cartas de ordem; IV ?" determinar intimações; V ?" decidir questões incidentes; VI ?" requisitar documentos ou informações existentes em bancos de dados; VII ?" prorrogar prazos para a instrução; VIII ?" realizar inspeções judiciais; IX ?" requisitar, junto aos órgãos locais do Poder Judiciário, o apoio de pessoal, equipamentos e instalações; X ?" exercer outras funções delegadas pelo Relator".

Cumpre, então, (e é o mais importante) serem constituídas duas forças-tarefa. A primeira, no âmbito interno do próprio STF, para se empreender esforço no sentido de acelerar a instrução dos feitos em que são réus deputados e senadores. De outra parte, manter a competência do Supremo caso os réus renunciem ou por outro motivo percam os cargos parlamentares. Essa força-tarefa deve contar, nos termos do artigo 21A do Regimento Interno, com o concurso de desembargadores para conduzirem os feitos, sempre sob o controle de ministro do Supremo. Cabe programar a entrada em pauta de julgamento pelas turmas de um processo por semana.

A segunda força-tarefa, formada pelos desembargadores designados, há de ser constituída em conjunto com a Procuradoria da República e a Polícia Federal, visando à efetivação imediata das investigações determinadas em inquéritos sob a égide do Supremo Tribunal.

A Nação reclama uma resposta dos dirigentes da administração da justiça à notícia de cometimento de crimes contra a administração por agentes políticos, seja para iniciar, com dados concretos, os processos criminais, ou, na ausência de elementos de prova, serem arquivadas as delações infundadas.

Sugiro que órgãos como o Instituto dos Advogados de São Paulo, onde esta análise já se iniciou, a OAB, o Movimento de Defesa da Advocacia, a Associação dos Advogados de São Paulo, entidades da magistratura e do Ministério Público, ao lado de movimentos como o Vem Pra Rua, venham, em sintonia com a sociedade, se unir para levar esse pleito ao Supremo, à Procuradoria e à Polícia Federal.

A omissão será cobrada pela população. É, portanto, a hora de pôr mãos à obra e atuar em inquéritos e ações penais contra deputados e senadores com os meios existentes para salvaguardar a credibilidade do próprio Supremo.
Herculano
04/03/2017 18:32
OS PRESOS ILUSTRES DENIGREM A LAVA JATO

Conteúdo de Veja. Em artigo publicado na edição da revista Veja desta semana, o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, diz que as críticas feitas às prisões preventivas da operação não são decorrentes da "quantidade, a duração ou as colaborações decorrentes" delas, mas "à qualidade dos presos provisórios".

"O problema não são as 79 prisões ou os atualmente sete presos sem julgamento, mas sim que se trata de presos ilustres. Por exemplo, um dirigente de empreiteira, um ex-ministro da Fazenda, um ex-gover­nador e um ex-presidente da Câmara dos Deputados", afirma o magistrado.

No texto, ele diz ainda que o número de prisões preventivas fica bem abaixo do verificado em outros casos de investigações rumorosas, como a Operação Mãos Limpas, na Itália ?" cerca de 800 nos três primeiros anos, entre 1992 e 1994, somente em Milão.

Para o juiz, também não procedem as críticas à longa duração das prisões. "Há pessoas presas, é verdade, desde março de 2014, mas nesses casos já houve sentença condenatória e, em alguns deles, até mesmo o julgamento das apelações contra a sentença", escreve.
Belchior
04/03/2017 16:04
AUDIENCIA SOBRE O PRESIDIO

Herculano sou morador do belchior. Tem um comentário no bairro que o prefeito Kleber Wandall não veio na audiencia sobre o assunto do presidio pois estava plantando flores na cidade. Espero que isso não seja verdade porque deixar de ir na audiencia onde nós moradores estamos indignados com a falta de segurança em nosso bairro, para ir plantar flor, é o fim de tudo.
Sidnei Luis Reinert
04/03/2017 12:19
Teve otário que defendeu a construção daquela obra acreditando que seria "apenas para fins energéticos"!

Erenice confirma: governo Lula favoreceu empreiteiras em Belo Monte

Ex-braço direito de Dilma Rousseff na Casa Civil, Erenice Guerra foi ouvida em outubro na PF em Brasília. Ela havia sido acusada na delação premiada de Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, de ter atuado para favorecer a empreiteira na construção de Belo Monte. Questionada sobre o assunto, Erenice surpreendentemente confirmou as declarações de Otávio. Segundo ela, o governo precisaria incluir a Andrade, a Camargo Corrêa e a Odebrecht nas obras: "Pelo porte do empreendimento, seria muito arriscado destinar sua construção apenas às empresas menores que haviam composto o consórcio investidor que vencera o leilão".

Pelas declarações de Erenice, já estava tudo garantido às grandes empreiteiras, justamente as maiores pagadoras de propina. "Mesmo as empresas Camargo Corrêa e Odebrecht tendo desistido de participar do leilão, em clara tentativa de obstar sua realização, o governo federal não poderia abrir mão da participação dessas empresas de maior porte, não só pela capacidade técnica, mas também pela capacidade econômica, no sentido de reunir as garantias financeiras necessárias", afirmou.
Segundo Erenice, a nova configuração do consórcio foi feita por uma "análise técnica" da Eletrobras e obteve o aval do governo federal.

http://istoe.com.br/erenice-confirma-governo-lula-favoreceu-empreiteiras-em-belo-monte/#.WLrKOC0PJns.twitter
Sidnei Luis Reinert
04/03/2017 12:11
Juro menos alto pode eleger Meirelles Presidente?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Enquanto o desemprego segue tão alto quanto o endividamento das famílias, em meio a uma brutal recessão que atrapalha a geração de renda para quem vive do produto do trabalho, o mercado financeiro brasileiro começa a produzir e veicular informações otimistas para a economia brasileira. Na mais espetacular delas, o departamento econômico do Bradesco projeta que a taxa selic (juro básico da economia) vai terminar de 2017 em 8,5% (hoje é de 12,25%). O dólar deve fechar o ano cotado a R$ 3,10. E a inflação em 3,9% - bem abaixo da meta de 4,5%.

A aposta do Bradesco e de outros bancos é que a recessão brutal já está ficando para trás. O Brasil voltará a crescer este ano. A queda nos juros básicos ?" que o Comitê de Política Monetária do Banco Central pode promover em percentual de 0,75% a cada mês ?" deverá impulsionar a atividade econômica. A inflação mais baixa aliviará a renda das famílias. Assim, o ambiente ficará melhor para o consumo voltar a crescer. Resumindo: os deuses do mercado financeiro acreditam que boas notícias confirmarão o quadro de recuperação na economia brasileira.

Persistência e disciplina são os mantras repetidos pela equipe econômica. Ilan Goldfajn, ex-dirigente do Itaú que preside o Banco Central do Brasil, resume bem qual o seu papel, em entrevista ao blog do João Borges: "Banqueiros centrais são pagos para ficar preocupados, não para ficar felizes. Eu diria que estou satisfeito com o andamento até agora, mas fico, por dever do oficio, olhando todos os riscos que tem pela frente também, fazendo novas projeções. Se as novas projeções são melhores, elas são melhores, se são piores, são piores. Todas têm que ser levadas em consideração na política monetária".

A imagem que se deseja consolidar é que a equipe econômica escalada por Michel Temer forma um "dream team", para se contrapor à equipe política que reúne craques do pesadelo. Na prática, Temer é refém da politicagem. No entanto, na economia, quem dá as cartas é o "time dos sonhos" comandado por Henrique Meirelles. A tradução objetiva disto é que o mercado já escalou quem seria o nome ideal para a complexa sucessão presidencial de 2018. O plano é emplacar Henrique Meirelles no Palácio do Planalto. Ele já sonha com isso há muito tempo.

O agravamento da crise política só facilita o plano de Meirelles. Quanto mais ficar queimado o filme dos políticos tradicionais melhor para Meirelles (um personagem com DNA de banqueiro que opera de forma maquiavélica no bastidor da politicagem, como protagonista de "projetos econômicos que dão certo"). Meirelles tem apoio do mercado nacional e transnacional. Esta é o pressuposto para garantir os milhões da campanha que ficarão escassos para os políticos tradicionais, graças ao "Efeito Lava Jato".

Tendo seu "dream team" cuidando da economia, Michel Temer só tem que cuidar da Marcela, do Michelzinho e de mais um detalhe fundamental: que a Lava Jato siga em frente, detonando muitos aliados inconvenientes e inimigos renitentes. Estrategicamente, Michel Temer não tem interesse em sabotar a "República de Curitiba", justamente porque, no final das contas, pode ser um grande beneficiário da guerra aos corruptos. Além disso, Temer não se preocupa porque conta com a blindagem do sistema financeiro.

Michel Temer já tem convicção de que está com os dias contatos a chapa reeleitoral de 2014 (Dilma + ele). A condenação no Tribunal Superior Eleitoral é um risco cada vez mais próximo, em função das delações premiadas da Odebrecht. O que Temer também sabe muito bem é que o processo vai demorar a chegar ao fim ?" provavelmente nada se resolva antes de março do ano eleitoral de 2018. A postura tática de Temer consistirá em ganhar tempo. Ainda em 2017, ele poderá nomear três dos sete ministros do TSE. A contrapartida, com certeza, será o ritmo mais lento no processo.

Temer tem pressa apenas para cumprir a agenda de algumas reformas que aumentarão a sustentação da equipe econômica. A prioridade máxima é criar ambiente seguro para fechar os negócios que interessam ao grupo político hegemônico e ao empresariado financeiro daqui e de fora: as privatizações, concessões, parcerias público privadas (PPPs) e a liberação dos jogos de azar no Brasil.

O resto não tem pressa... Debates polêmicos sobre algumas reformas ?" como a da Previdência ?" deverão servir para desviar a atenção para que os jogo de verdade não seja atrapalhado. É neste cenário que se fabrica, cuidadosamente, a candidatura presidencial de Henrique Meirelles, que deverá ficar conhecido como o homem que melhorou a economia brasileira, que não é "político tradicional" e que "é rico suficiente para não precisar roubar". Se tais argumentos emplacarem, Meirelles se tornará "imbatível". Além disso, será o maior beneficiário de recursos financeiros para campanha...
Herculano
04/03/2017 10:32
COMO SÃO OS POLÍTICOS. COMETEM CRIME, ROUBAM, CORROMPE, ABUSAM DO DINHEIRO DE TODOS NOS, MAS USAM A LEI PARA SE LIMPAREM DESSE ATOLEIRO MARGINAL E AINDA CONTAR VANTAGEM PARA OS ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS.

O jornal O Estado de S. Paulo estampa esta manchete:Temer analisa medidas para anular depoimentos de delatores da Odebrecht. Presidente avalia com defesa solicitar a nulidade das oitivas de ex-executivos da Odebrecht à Justiça Eleitoral, alegando que convocação foi feita com base em 'prova ilícita'.
Herculano
04/03/2017 10:26
OS PARTIDOS E SEUS CORRUPTOS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Muitos políticos enrolados na Justiça ou mesmo já condenados por corrupção encontram em seus partidos o conforto da impunidade. Reportagem do Estado mostrou que 86 integrantes de 10 partidos aparecem como suspeitos, denunciados ou mesmo sentenciados em processos relativos à Operação Lava Jato, e a maioria absoluta deles continua a gozar da confiança de seus correligionários. É como se os partidos, em lugar de representar os interesses dos eleitores, se prestassem a acoitar delinquentes.

Embora a Lei 9.906/95, que normatiza a existência e o funcionamento dos partidos, estabeleça que os acusados "de violação dos deveres partidários" devem ter "amplo direito de defesa" quando seus casos forem avaliados pelo "competente órgão" partidário, o que se observa é que os políticos com contas a acertar com a Justiça dificilmente são cobrados pelos seus pares ou pela direção da legenda. Ou seja, nem precisam exercer o "amplo direito de defesa".

O Solidariedade, por exemplo, chegou a abrir processo de expulsão do ex-deputado Luiz Argôlo (BA), condenado a 11 anos e 11 meses de prisão no petrolão. O ex-parlamentar, preso desde abril de 2015, teve a condenação confirmada em segunda instância, ocasião em que o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região aumentou a pena, para 12 anos e 8 meses de reclusão, pelo fato de que "o réu tinha condições sociais e intelectuais de obedecer à lei e evitar condutas ilícitas, mas optou por praticá-las". No entanto, Argôlo continua a constar do quadro do Solidariedade porque o estatuto do partido determina que o acusado deve estar presente para se defender. Essa sutileza estatutária não existe por acaso ou descuido, é claro.

Muitos outros partidos que têm filiados entre os suspeitos, acusados ou já condenados nem sequer convocaram seus conselhos de ética para debater suas situações desde a deflagração da Lava Jato, há três anos. São eles PP, DEM, PSC, PMDB, PSDB, PSB e PTC. A situação não é muito melhor nos outros partidos envolvidos ?" PT, SD e PTB. As desculpas são as mais variadas. No caso do PMDB, o partido, nas palavras de seu presidente, senador Romero Jucá, ainda não teve "motivação" para punir seus filiados Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, e Eduardo Cunha, deputado cassado, ambos presos por corrupção. "Há um processo de defesa em andamento. Não é hora", disse Jucá, que parece buscar inspiração nas calendas gregas: "Tudo a seu tempo". Ele disse ainda que a questão, no momento, diz respeito apenas ao PMDB do Rio, ao qual Cabral e Cunha pertencem. Ou seja: o PMDB nacional é um, o PMDB do Rio é outro e eles não se misturam ?" a não ser quando lhes convém. Sobre o assunto, o presidente do PMDB fluminense, Jorge Picciani, desconversou: "Esse assunto não está na ordem do dia". Mais um oligarca que não vê televisão, não ouve rádio nem lê jornais e revistas.

Já o PP, partido que tem mais filiados entre os enrolados na Lava Jato ?" o próprio presidente da legenda, senador Ciro Nogueira, puxa a longa fila de 32 investigados ?", informou que nenhum desses casos foi avaliado pela comissão de ética.

Enquanto isso, o PT, partido que se criou e se fez famoso pela defesa da "ética na política", abriu apenas um processo no âmbito da Lava Jato ?" contra o então senador Delcídio Amaral, que acabou se desfiliando. Com vários capas pretas já encarcerados por corrupção, como José Dirceu, Antonio Palocci e João Vaccari Neto, o PT informou que pretende criar um mecanismo para julgar esses filiados "sem a parcialidade da Justiça". A desfaçatez petista é ainda maior que a dos demais partidos. Enquanto estes ainda inventam desculpas para a impunidade de seus filiados, os petistas corruptos são tratados como "heróis do povo brasileiro". O presidente do PT, Rui Falcão, chegou ao cúmulo de comparar os casos de Dirceu, Palocci e Vaccari ao do ex-goleiro Bruno, solto por liminar do STF para recorrer em liberdade da sentença de 22 anos e 3 meses de prisão pelo assassinato de sua amante. Se um condenado por homicídio triplamente qualificado teve esse benefício, disse Falcão, "por que manter presos Vaccari, Dirceu e Palocci, contra os quais só existem delações e nenhuma prova?".

A caradura é tanta que, diante dela, se pode dizer que o "último refúgio dos canalhas", ao qual se referiu o escritor inglês Samuel Johnson, não é bem o patriotismo.
Roberto Sombrio
04/03/2017 08:44
Oi, Herculano.

Continuam as imbecilidades e não vão terminar nunca.

O presidente do SAMAE diz que a rede de água rompe porque dilata.

Vai que os canos são DI LATA e não de aço.

Já no congresso os deputados querem classificar o mel de abelhas como categoria mista e não mais como origem animal. O que significa? Que não será mais necessário o selo SIF (Serviço de Inspeção Federal) do Ministério da Agricultura. Com isso o Brasil não poderá mais exportar mel, que sem esse selo não é aceito no exterior.

Já falei aqui, que depois que vira político não serve mais para nada. E completo. Ganha uma fortuna para fazer cagada.
Herculano
04/03/2017 07:24
SILÊNCIO EM GASPAR. MANCHETE EM SÃO PAULO. QUANTA DIFERENÇA!

"Hoje lançamos o programa 'Nossa Creche', que até março de 2018 vai zerar a fila de 66 mil crianças que aguardam uma vaga na rede municipal"

Palavras do prefeito João Dória Júnior, PSDB, na sua conta do twitter. Já em Gaspar, a fila de apenas 400 crianças...
Herculano
04/03/2017 06:44
FALTA DE APOIO À REFORMA DA PREVIDÊNCIA PODE ESTRESSAR O MERCADO, por Julianna Sofia, no jornal Folha de S. Paulo

O governo do presidente Michel Temer está convencido de que a reforma da Previdência enviada ao Congresso é a ideal. Põe pressão para que o texto seja aprovado na Câmara e no Senado até o final deste semestre. Mobiliza ministros e líderes governistas para exigir, desde já, lealdade da hoste aliada.

Na ata da última reunião, o Copom voltou a cobrar reformas estruturais para que o país possa alcançar taxa de juros civilizada, demonstrando preocupação particular com a aprovação das mudanças no sistema de aposentadorias e pensões.

Sem essas alterações, a regra do teto de gastos públicos vira letra morta. Os desembolsos com a Previdência cresceriam exponencialmente e achatariam as demais despesas. Nos cálculos do Ministério da Fazenda, esses pagamentos consumiriam cerca de 17% do PIB até 2060.

Para a comissão especial que discute a PEC previdenciária, a reforma de Temer é tudo, menos ideal. Dos 36 integrantes do colegiado, 34 acreditam que o texto elaborado pelo Palácio do Planalto precisa ser modificado, segundo enquete realizada por esta Folha. Pelo menos quatro pilares da proposta são atacados pela maioria da comissão e metade do grupo é contra a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres.

Versado no jogo parlamentar, o presidente sabe que precisará negociar muito. E ceder. É jogando que ele diz ser terrorismo afirmar que deputado ou senador não será reeleito se votar pelo endurecimento das aposentadorias. Ele próprio foi relator da reforma da Previdência de Fernando Henrique Cardoso e acabou se reelegendo com mais votos.

No mundo financeiro, já há quem ache útil um outro tipo de terrorismo. Se o placar pró-reforma não ganhar mais partidários com o avanço da tramitação, o mercado pode passar a precificar o risco (improvável) de não aprovação. Volatilidade no câmbio, na Bolsa, nos juros futuros daria munição poderosa para Temer dissuadir sua base infiel.
Herculano
04/03/2017 06:37
O HUMOR DE JOSÉ SIMÃO

E um recado pra Dilma: "Presidenta, a chapa tá quenta". Tá "fervenda"!
Herculano
04/03/2017 06:29
da série: é em Gaspar, Ilhota e em Brasília. Políticos e gestores públicos pegos com a mão na merda culpam a imprensa que divulga, a polícia que investiga, as testemunhas que declaram e confirmam, o Ministério Público que denuncia e a Justiça que julga com morosidade, beneficiado-os claramente numa classe de cidadãos privilegiados.

PSDB AGORA IMITA PT NA JUSTIFICATIVA DO CAIXA 2, por Josias de Souza

Jogado no ventilador da Odebrecht por um ex-executivo da empreiteira, o tucanato reagiu à moda petista: reclamou da imprensa. "O respeito à verdade é a essência da democracia", disse Aécio Neves em vídeo, fazendo pose de vítima da difusão de mentiras. "A imprensa é instrumento fundamental da democracia. Usada por quem não é criterioso presta um mau serviço ao país", ecoou Fernando Henrique Cardoso, insinuando que jornalistas deixaram-se usar por inimigos do ninho. Nesse ritmo, os grão-tucanos logo incorporarão ao seu linguajar uma expressão da cartilha companheira: "Imprensa golpista!" Aos fatos:

Chama-se Benedicto Júnior o responsável pelo desconforto dos tucanos. Trata-se de um ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura. Hoje, dedica-se a suar o dedo como delator da Lava Jato. Em depoimento à Justiça Eleitoral, disse que, a pedido de Aécio Neves, borrifou em campanhas que interessavam ao PSDB em 2014 a cifra de R$ 9 milhões - dinheiro de caixa dois, realçou o depoente.

A verba foi assim distribuída: R$ 6 milhões repartidos entre Antônio Anastasia, candidato do tucanato mineiro ao Senado; Pimenta da Veiga, que disputou o governo de Minas pelo PSDB; e Dimas Fabiano Toledo, que concorreu a uma cadeira na Câmara federal pelo PP mineiro. Os outros R$ 3 milhões, disse Benedito, foram repassados a Paulo Vasconcellos, marqueteiro da campanha presidencial de Aécio.

Pendurado nas manchetes de ponta-cabeça, Aécio afirmou no seu vídeo: "Eu, como dirigente partidário, tinha o dever de tentar ajudar dezenas, centenas de candidatos e sempre da forma correta, da forma legal, da forma lícita. Em nenhum momento, ao contrário do que tentaram disseminar ao longo do dia de hoje, em nenhum momento o senhor Benedito afirma que eu solicitei recursos por caixa dois ou qualquer outro meio."

Em declaração à TV Globo, José Eduardo Alckmin, advogado do PSDB, acrescentou: "Em relação a Benedito Júnior, de forma alguma foi dito que Aécio pediu alguma contribuição de caixa dois. Ele disse que houve um pedido de recurso. Ponto. Se isso foi atendido dessa ou daquela maneira, isso já é uma outra questão. Houve pedido de contribuição de campanha, mas na forma legal, usual, nada fora do que é lícito." Ai, ai, ai..

Admita-se que Aécio fez o seu pedido sem esboçar preocupação com a origem do dinheiro. Isso não elimina o fato de que o amigo Benedito, agora dedicado à deduragem, informa que a verba transitou por baixo da mesa. A questão a ser respondida pelo PSDB é: por que recebeu verba de má origem? Alega-se que todas as doações foram declaradas à Justiça Eleitoral. Sob críticas dos tucanos, o PT diz a mesma coisa quando o acusam de receber dinheiro sujo.

Em sua nota, FHC escreveu a certa altura: "Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção. Divulgações apressadas e equivocadas agridem a verdade, e confundem os dois atos, cuja natureza penal há de ser distinguida pelos tribunais."

FHC talvez não tenha se dado conta. Mas o lero-lero segundo o qual caixa dois é um "erro" menos grave do que o "crime puro e simples de corrupção" vem sendo usado à exaustão pelo petismo desde o julgamento do mensalão. A propósito, recomenda-se ao ex-presidente o desperdício de três minutos do seu tempo para assistir ao vídeo abaixo. Nele, a ministra Cármen Lúcia, hoje presidente do Supremo Tribunal Federal, reage à defesa de Delúbio Soares, que acabara de sustentar que o ex-tesoureiro petista não cometera crimes, apenas manuseara verbas eleitorais não-contabilizadas.

Disse Cármen Lúcia, em português ao alcance das ruas: "Acho estranho e muito, muito grave que alguém diga, com toda tranquilidade: 'ora, houve caixa dois'. Caixa dois é crime. Caixa dois é uma agressão à sociedade brasileira. Caixa dois, mesmo que tivesse sido isso ou só isso, e isto não é só, e isto não é pouco."

Dirigentes partidários que pedem dinheiro sem se preocupar com a origem e depois alegam que caixa dois é um erro próximo do banal não podem se queixar da vida. Políticos assim, quando reclamam da imprensa, comportam-se como um capitão de navio que se queixa da existência do mar.

Resta a você, que ainda tem estômago para acompanhar o noticiário, manter sempre à mão, como um comprimido de Isordil, uma dose de ceticismo. Ninguém está livre do risco de sofrer um infarto. Ou de sentir as dores da decepção ao perceber que está cada vez mais difícil distinguir o que presta do não presta na política brasileira.
Herculano
04/03/2017 06:20
da série: para um extrema esquerdista, tudo que não lhe convém, atende e bajula é abjeto. Igualmente para um extrema direitista.

UM FASCISTA MORA AO LADO, por Vladimir, Safatle, professor de Filosofia da USP, para o jornal Folha de S. Paulo. Há alguns dias, foi publicada a última pesquisa CNT/MDA para a eleição presidencial de 2018. Três fenômenos são dignos de nota: a ascensão de Lula, que venceria hoje em todos os cenários, a queda de todos os candidatos ligados de forma ou outra ao atual desgoverno e a consolidação do sr. Jair Bolsonaro em segundo lugar, em empate técnico com Marina Silva.

Uma leitura mais detalhada da pesquisa revela fatos ainda mais surpreendentes. Bolsonaro é o candidato mais votado dentre aqueles que possuem ensino superior (20,7%) e aparece empatado com Lula na escolha dos que ganham acima de cinco salários mínimos (20,5%).

Já há algum tempo, o termo "fascista" é utilizado no embate político de forma meramente valorativa, e não descritiva. Ou seja, não se trata de descrever algum tipo específico de fenômeno político, mas simplesmente de desqualificar aquele que gostaríamos de retirar do debate político.

No entanto, há sim um uso descritivo do termo, há situações nas quais devemos nomear claramente o que, no final das contas, é a pura e simples adesão a práticas facilmente qualificadas como fascistas. Pois poderíamos dizer que todo fascismo tem ao menos três características fundamentais.

Primeiro, ele é um culto explícito da ordem baseada na violência de Estado e em práticas autoritárias de governo. Segundo, ele permite a circulação desimpedida do desprezo social por grupos vulneráveis e fragilizados. O ocupante desses grupos pode variar de acordo com situações históricas específicas. Já foram os judeus, mas podem também ser os homossexuais, os árabes, os índios, entre tantos outros. Por fim, ele procura constituir coesão social através de um uso paranoico do nacionalismo, da defesa da fronteira, do território e da identidade a eixo fundamental do embate político.

Neste sentido, não seria difícil demonstrar todo o fascismo ordinário do sr. Bolsonaro. Sua adesão à ditadura militar é notória, a ponto de saudar e prestar homenagens a torturadores. Não deixa de ser sintomático que pessoas capazes de se dizerem profundamente indignadas contra a corrupção reinante afirmem votar em alguém que louva um regime criminoso e corrupto como a ditadura militar brasileira (vide casos Capemi, Coroa-Brastel, Paulipetro, Jari, entre tantos outros).

Bem, quem começa tirando selfie com a Polícia Militar em manifestações só poderia terminar abraçando toda forma de violência de Estado.

Por outro lado, sua luta incansável contra a constituição de políticas de direito, reparação e conscientização da violência contra grupos vulneráveis expressa o desprezo que parte da população brasileira sempre cultivou, mas que agora se sente autorizada a expressar.

Por fim, o primarismo de um nacionalismo que expressa o simples culto do direito secular de mando, algo bem expresso no slogan "devolva o meu país", fecha o círculo.

Ora, o fato significativo é que a maioria da classe média brasileira com sua semiformação característica assumiu de forma explícita uma perspectiva simplesmente fascista.

Ela operou um desrecalque, já que até então se permitia representar por candidatos conservadores mais tradicionais. Essa escolha é resultado de uma reação à "desordem" e à abertura produzida pela revolta de 2013.

Todo evento real produz um sujeito reativo, sujeito que, diante das possibilidades abertas por processos impredicados, procura o retorno de alguma forma de ordem segura capaz de colocar todos nos seus devidos lugares. Nesse contexto, a última coisa a fazer é acreditar que devemos "dialogar" com tal setor da população.

Faz parte de um iluminismo pueril a crença de que o outro não pensa como eu porque ele não compreendeu bem a cadeia de argumentos.

Logo, se eu explicar de forma pausada e lenta, você acabará concordando comigo. Bem, nada mais equivocado. O que nos diferencia é a adesão a forma de vida radicalmente diferentes. Quem quer um fascista não fez essa escolha porque compreendeu mal a cadeia de argumentos. Ele o escolheu porque adere a formas de vida e afetos típicos desse horizonte político. Não é argumentando que se modifica algo, mas desativando os afetos que sustentam tais escolhas.

De toda forma, há de se nomear claramente o caminho que parte significativa dos eleitores tomou. Essa radicalização não desaparecerá, mas é embalada pelo espírito do tempo e suas regressões. Na verdade, ela se aprofundará. Contra ela, só existe o combate sem trégua
Herculano
04/03/2017 06:12
PMDB GANHA JUSTIÇA COM SERRAGLIO, MAS NÃO LEVA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Com a posse do novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, seu partido, o PMDB, ganha, mas não leva. O próprio Serraglio decidiu que não promoverá mudanças no Ministério da Justiça e isso significa, na prática, que pessoas ligadas ao PSDB continuarão no comando das áreas mais importantes do ministério. A posse do novo ministro foi marcada para a próxima terça-feira (7), no Palácio do Planalto.

Nº 2 CONTINUA
José Levi será mantido na secretaria-executiva do Ministério da Justiça. Ele é ligado ao PSDB, foi levado pelo ex-ministro Alexandre de Moraes.

SNJ TAMBÉM FICA
Outro ex-auxiliar tucano de Alexandre de Moraes, Gustavo Marrone, vai permanecer à frente da Secretaria Nacional de Justiça.

NADA MUDA
Marcelo Varela, também nomeado pelo antecessor tucano de Serraglio, continuará chefiando a Secretaria de Assuntos Legislativos.

RENDIÇÃO
Osmar Serraglio pretendia formar uma equipe técnica no Ministério da Justiça, até pedia currículos. Acabou desistindo.

'VANTAGENS' DE R$415 MILHÕES ESCAPAM DO TETO
Apesar da crise que gerou 12,3 milhões de desempregados, o governo federal pagou, só em janeiro, R$415,9 milhões em "verba indenizatória" ou "vantagens eventuais" a servidores. Com a adoção da malandragem que não considera esses ganhos para efeito do teto constitucional, só um professor da Universidade Federal de Viçosa pôs no bolso mais de R$ 143 mil, o quádruplo de um ministro do Supremo Tribunal Federal.

TEM PARA TODOS
Foram 555.426 funcionários federais beneficiados com algum tipo de vantagem ou verba. O número equivale a 94,5% do total de servidores.

SALÁRIO EXTRA
Em média, cada um dos servidores do governo federal recebe R$750 a mais, em seus salários, livres de quaisquer descontos.

SACO SEM FUNDOS
O gasto com "vantagens" foi estimado em R$5,4 bilhões em 2017, mais que a soma dos orçamentos do Senado e Supremo Tribunal Federal.

VAI SONHANDO
Suplente do novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, o deputado Rodrigo Rocha Loures pretende ficar poucos dias na Câmara. Ele sonha com o lugar de Eliseu Padilha, na Casa Civil. Sonhar pode.

INDÚSTRIA DO ATRASO
A indústria de ações trabalhistas produziu mais uma, desta vez em Porto Alegre: o Bradesco foi condenado a pagar indenização de R$800 milhões por "dispensa discriminatória" de dois irmãos, funcionários.

MARAJÁS DAS ÁGUAS
Empresa de águas do DF, a Caesb paga um exército de espertos marajás que chegam a ganhar R$ 96 mil em um mês. O presidente da estatal, Maurício Ludovice, ganha R$56 mil mensais, mais que o dobro dos vencimentos do chefe e primo, governador Rodrigo Rollemberg.

E TRANSPARÊNCIA?
Suplente do senador Eduardo Amorim (PSDB-SE), Lauro Antonio não tem salário na transparência do Senado, mas gastou R$ 89,2 mil da cota parlamentar em 2011 e 2012. E ainda levou R$ 67,4 mil para casa.

MAL COMUM
Eliseu Padilha sofre de Hiperplasia Prostática Benigna, comum em homens acima de 50 anos. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, a doença acomete cerca de 14 milhões de brasileiros.

FICO
Ainda circula nas redes sociais e no Whatsapp a falsa notícia de que a gigante francesa Fnac vai deixar o Brasil. Seu presidente já garantiu que as lojas de livros e eletrônicos ficam, e até procura investidores.

DESPERDÍCIO
Alheios ao racionamento de água no DF, funcionários da Câmara que cuidam dos jardins usavam água à vontade, sexta à tarde, e só fecharam a torneira quando cidadãos reclamaram do desperdício.

TANCREDO, 107
Os brasileiros, e mineiros em particular, lembram neste sábado (4) o 107º ano de nascimento de Tancredo Neves, ex-presidente que o destino impediu de consolidar a redemocratização do País.

PERGUNTA NO SÍTIO
Por que objetos valiosos que sumiram do Planalto, que Lula chama de "tralhas", passaram a ter subitamente tanto "valor sentimental"?
Herculano
04/03/2017 06:05
da série: vão sobrar os menos enlameados e que não são os do PT e PMDB, seguramente.Dai o desespero.Mas ele não só é total, porque os adversários também estão manchados e esta é a senha dos mais sujos para se limparem e se salvarem todos

QUEM VAI SOBRAR DEPOIS DA DELAÇÃO DE ODEBRECHT?, por André Singer, assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, no jornal Folha de S. Paulo

Quando o sigilo for levantado, conviria ler o depoimento integral do empresário Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na Quarta-feira de Cinzas juntamente com um bom perfil dos lobistas Jorge e Bruno Luz, presos em pleno sábado de Carnaval.

Somadas, a longa delação do megaempreiteiro e a biografia da família cujo pai é considerado o decano do lobismo no país - atuava desde o governo Figueiredo (1979-1985)-, devem revelar o quadro mais completo de como funcionava o financiamento da grande política nas últimas quatro décadas.

A delação de Odebrecht ?"assim como a teia dos Luz?" distribui culpas de maneira democrática. Dilma, Temer, Aécio, Marina, por exemplo, são envolvidos no recebimento de dinheiro ilegal para as suas últimas campanhas. Os personagens, em uníssono, negam qualquer ilicitude; as contribuições solicitadas seriam oficiais.

O capitalista concede que, nas conversas que manteve com os principais atores, os valores específicos e a forma de pagamento eram deixados de fora. Cabia a "executivos", dos dois lados (pagadores e recebedores), acertar tais detalhes. O expediente, plausível, abre uma válvula de escape jurídica, pois, quem sabe, não seja possível provar que as lideranças tivessem conhecimento do caráter criminoso dos recursos utilizados.

Porém, perante o tribunal da opinião pública, já estão condenados. Tome-se o caso de Temer, hoje o mais poderoso dos acusados. Ao dizer que jantou com o então vice, falou de dinheiro, mas não acertou um valor específico, o empreiteiro enfraquece a acusação de pagamento de propina direta ao presidente. Mas ao confirmar encontro na residência oficial, no qual foi tratado aporte para o grupo do peemedebista, cauciona a convicção de que Temer chefiava esquema doloso.

O elo extralegal do sistema fica reconhecido nas palavras do advogado José Yunes, amigo muito próximo e ex-assessor especial de Temer no Planalto. Cerca de 15 dias atrás, em depoimento espontâneo à Procuradoria-Geral da República, Yunes afirmou ter recebido em 2014 um pacote a pedido do atual ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, embrulho o qual teria sido retirado de seu escritório em seguida. O ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba, dá a entender que o "pacote" continha dinheiro e foi entregue por um doleiro.

Como a confirmar a veracidade da acusação de Cunha, Padilha, hoje o principal articulador do governo, se licenciou em seguida do palácio sem data para voltar. Parece evidente que o "pacote" era forma ilícita de contribuição, acertada genericamente no jantar do Jaburu com Odebrecht. Amparado em detalhes judiciais, Temer poderá até permanecer no cargo, mas quem restará, em qualquer dos partidos importantes, para sucedê-lo em 2019?
Herculano
04/03/2017 05:56
AO LEO

O PSD de Gaspar segue a risca a "ideologia" do partido e de seu criador, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro de Dilma Vana Rousseff, PT e agora, de Michel Temer, PMDB.

Ou seja, segundo ele, o PSD não é um partido de direito, centro ou de esquerda, muito menos de situação ou oposição. Então o que pensar depois dessa clara definição? que é um partido do esquema?

E sobre o ex-vereador e candidato Marcelo de Souza Brick, o que anda desesperadamente atrás de uma teta primeiro para si e os seus, pouco a dizer, afinal o tempo será senhor da razão. Mas, o passado registra que em plena campanha ousou falsear o seu currículo e esconder patrimônio que usava e apresentava como seu, mas estava em nome de terceiros.
Serveró Ilhota
03/03/2017 21:41
Herculano,
A prefeitura de Ilhota no carnê de IPTU está cobrando o serviço de lixo 3 vezes por semana, mas o caminhão passa só 1 vez.
O prefeito não está vendo que isso está errado? Eu não vou pagar isso!
leo
03/03/2017 20:01
O PSD DE GASPAR É UM PARTIDO CONFUSO,DURANTE A ELEIÇÃO O EX CANDIDATO A PREFEITO E SEU PARTIDO O PSD .ERAM ANTI PT E DEVE ATÉ AMEAÇA DE SAÍDA DE CANDIDATOS A VEREADOR, CASO SE JUNTASSE AO PT.NO INICIO DO ANO ,EM 15 DIAS TEVE 2 REUNIÕES COM O PREFEITO .PEDINDO VAGA NO GOVERNO DO PMDB.DEPOIS FEZ O BLOCO DEMOCRÁTICO COM O PDT.MAIS TUDO NA CÂMARA QUE O BLOCO DEMOCRÁTICO FAZ OS VEREADORES DO PT SAI NA FOTO JUNTOS.PODE TER UMA ESTRATÉGIA PARA O FUTURO.O VEREADOR CICERO PSD VIR DE VICE DO LOVIDIO PT NA PROXIMA ELEIÇÃO.PORQUE A ANDREIA E MARCELO BRICK QUE É COMISSIONADO PROFISSIONAL. JÁ SÃO PÁGINA VIRADA NO LIVRO DO ESQUECIMENTO.MAIS UMA MO INICIO DO ANO O PRESIDENTE DO PSD DE GASPAR,ESTAVA NA REUNIÃO COM O PREFEITO ESPERANDO ACHAR UMA VAGA NO GOVERNO.NO DIA 01 DE MARÇO O PRESIDENTE DO PSD DE GASPAR ESTAVA NA REUNIÃO DOS MORADORES DA RUA ARTUR POFFO SOBRE O RETORNO DA PAVIMENTAÇÃO.FEZ FORTES CRÍTICAS AO GOVERNO MUNICIPAL DO PMDB.COMO O HERCULANO FALA O PSD É S?" UM PUXADINHO DO PT.
Sidnei Luis Reinert
03/03/2017 16:11
Herculano,
a tomada do poder em 1964 pelos militares não foi um golpe, golpe, os comunistas queriam dar nos brasileiros na época, tal qual acontece no Brasil de hoje. Também não foi ditadura, pois o brasileiro de bem não tinha o que temer dos militares( meus avôs e meus pais sempre elogiaram o regime e graças a ele estamos aqui hoje),apenas os comunistas tinham medo, pois queriam a tomada do poder no Brasil para implantar a ditadura do proletariado, como fizeram em Cuba.
A censura do regime militar, censurava apenas os comunistas e não as pessoas de bem, tem quem apanhou no regime dos militares e hoje diz que mereceu, por apoiar os comunistas.
No regime militar tínhamos segurança, pois bandido era bandido( o bandido roubava para ficar rico e não para fumar maconha como os de o presente momento),tínhamos infraestrutura(80% do que temos hoje) tínhamos educação( os antigos estudavam até a 4º série e aprendiam muito, hoje 70% dos alunos que chegam à universidade não sabem ler e escrever ou fazer uma conta de adição ou subtração) e só não tinham mais saúde para oferecer à população porque a tecnologia e ciência para tal não existia, estava apenas em desenvolvimento.
Ao final do regime militar o MDB era o maior partido comunista do país o que é o PMDB de hoje.
O PMDB entrou no poder federal com Sarney e de lá pra cá nunca mais saiu. Com a saída de Dilma trocou-se apenas a mosca, o sistema rentista capitunista bolivariano, dominado por parte pelo PMDB, parte globalistas, permanece a manda nas políticas do país.
Hoje, os militares não são os mesmos de 64, pois nossos generais foram escolhidos pelos comunistas e batem continência para um comunista do PCdoB que é ministro da defesa criado por FHC que recebe dinheiro do Globalista e narcotraficante bilionário GEORGE SOROS, que tem seus tentáculos no FORO DE SÃO PAULO... a historia vai longe.
Enfim, a única solução possível para nosso país seria as 200.000.000 de pessoas chutarem o traseiro dos 700 congressistas dos 3 poderes de Brasília e iniciarem uma nova república baseada na constituição dos E.U.A.!
Sidnei Luis Reinert
03/03/2017 15:43
Odebrecht joga Lava Jato nos tucanos, e Temer só torce para crise política-judicial não piorar a econômica


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Depois de arrasar a imagem do PT, e acuar a cúpula do PMDB, a Lava Jato, finalmente, também vai incomodar, de verdade, o ninho tucano. O senador Aécio Neves, presidente do PSDB, saiu queimado do depoimento do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura. Benedito Júnior, o BJ, revelou que a transnacional baiana doou R$ 9 milhões para campanhas tucanas em 2014. Marcelo Bahia Odebrecht já havia revelado, na quarta-feira, que, em 2014, repassou R$ 15 milhões a Aécio, na campanha presidencial de 2014. A ressalva é que o repasse teria sido feito "legalmente".

Ontem, BJ da Odebrecht só não ampliou a revelação sobre dinheiro de caixa dois para Aécio porque o depoimento era específico para o processo no Tribunal Superior Eleitoral que apura se a chapa reeleitoral Dilma Rousseff/Michel Temer foi abastecida com dinheiro de corrupção pela empreiteira. O ministro Herman Banjamin, relator do caso no TSE, preferiu não ouvir mais detalhes de BJ sobre os tucanos, alegando que o foco era a aliança PT-PMDB. A ironia da história é que o processo no TSE foi movido pelo PSDB ?" que agora tende a se transformar em "vidraça".

BJ delatou que a Odebrecht repassou R$ 6 milhões para serem divididos pelas campanhas tucanas de Pimenta da Veiga, Antonio Anastasia e Dimas Fabiano Toledo Júnior. Outros R$ 3 milhões foram para o publicitário Paulo Vasconcelos, responsável pela campanha presidencial de Aécio Neves. Pimenta da Veiga acabou derrotado ao governo de Minas, em 2014. Antonio Anastasia virou senador. Dimas Fabiano (que é filho de Dimas Toledo, ex-diretor de Engenharia de Furnas, acusado de operar um esquema de propina na estatal) foi eleito deputado federal pelo PP mineiro.

Se os tucanos ficaram aloprados, quem segue preocupado é Michel Temer. Será nada fácil ?" aliás, bem complicada ?" a estratégia do Presidente de impedir que questões políticas e judiciais interfiram na prometida agenda de reformas econômicas. Temer só comemora que o depoimento-bomba de Marcelo Odebrecht não lhe causou danos diretos. No entanto, seu fiel-escudeiro Eliseu Padilha foi gravemente atingido pela denúncia de negociar o recebimento de R$ 10 milhões para a campanha do PMDB. Padilha, que pretende voltar ao governo no dia 13 ou 14 de março, tem grande chance de ser mandado para a casa ?" bem longe da Civil da Presidência da República.

A grande preocupação de Temer é com Eduardo Cunha. Preso em Curitiba, o ex-presidente da Câmara formulou 19 perguntas que Temer deverá responder como testemunha de defesa na ação penal que corre na Justiça Federal no Distrito Federal para investigar a liberação de recursos do FI-FGTS via pagamento de propina. Reservadamente, Temer classificou de "baixaria" o fato de Eduardo Cunha tentar envolvê-lo pessoalmente com a falcatrua. Temer vai responder, mas a relação com Cunha foi completamente para o saco...

O Efeito Lava Jato segue assombrando a politicagem tupiniquim. Ainda tem muita denúncia para estourar, sobretudo se o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pedir, e o relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, determinar o fim dos sigilos judiciais das 77 delações da Odebrecht. Janot também será pressionado publicamente para que apure com mais detalhes e denuncie tudo que foi revelado pelo BJ da Odebrecht contra os "primos" do PSDB. A Petelândia, que andava "na muda", acuada e envergonhada, agora voltará com tudo para cima de Temer e dos tucanos que sustentam seu governo.

Todo mundo quer saber, apenas, quem foram os beneficiários, legais ou ilegais, dos R$ 200 milhões que a Odebrecht distribuiu na campanha de 2014... São pelo menos 200 políticos de 24 partidos...

È por essas e pos muitas outras que, no Brasil da Corrupção Sistêmica, é imprescindível uma CPI como a da Previdência, prestes a ser aberta por iniciativa do petista Paulo Paim...

Devagarinho, a Petelândia pode retomar o protagonismo de oposição ?" especialidade daquela turma ruim de gestão... Lula está mortinho da Silva, mas tem sempre o risco de ressuscitar, se a Lava Jato não puder fazer a limpeza necessária e desejável...
Herculano
03/03/2017 15:17
OPERAÇÃO MARQUÊS: ESCRITORIO LIGADO A DIRCEU RECEBEU 1 MILHÃO E 300 MIL EUROS

Conteúdo de O Antagonista.O site português Observador traz uma reportagem sobre o interrogatório de Ricardo Salgado, ex-presidente do Banco Espírito Santo, aos procuradores da Operação Marquês, a Lava Jato portuguesa.

Ricardo Salgado é acusado de ter corrompido o ex-primeiro-ministro José Sócrates, de apropriar-se de milhões de euros da Espírito Santo Enterprises, de tráfico de influência, fraude fiscal e lavagem de capitais. O menu completo.

Lá pelas tantas, os procuradores lhe perguntaram por que o Grupo Espírito Santo pagou 30 mil euros por mês, entre março de 2011 e julho de 2014, ao escritório do advogado João Abrantes Serra, ligado ao de Luís Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu. Os pagamentos totalizaram 1 milhão e 230 mil euros.

Para os procuradores portugueses, segundo o Observador, "não há dúvidas que, analisadas as contas bancárias onde essa avença mensal do GES era depositada, tais pagamentos reverteram em benefício de José Dirceu para alegadamente compensar as suas intervenções junto das autoridades brasileiras a propósito do negócio de compra (pela Portugal Telecom, umbilicalmente ligada ao Espírito Santo) de uma participação de 22% na Oi/Telemar".

O escritório de João Abrantes Serra, de acordo com o Observador, também recebeu 511 mil euros da Portugal Telecom. "O objetivo era o mesmo: assessorar a operadora portuguesa nas negociações com os acionistas brasileiros da Oi e em contatos com as autoridades brasileiras a propósito do mesmo negócio".

Ricardo Salgado, na sua resposta, mostrou-se surpreso com o fato de o dinheiro pago ao escritório de José Abrantes Serra ter ido para José Dirceu. Ele disse que não sabe nada, nadinha sobre a relação de José Dirceu com a Portugal Telecom.
Erva Daninha
03/03/2017 14:20
Oi, Herculano;

SAMAE INUNDADO - E o macaco velho sabe o que é "arregaçar as mangas"?
Herculano
03/03/2017 12:37
IMPRENSA PETISTA EM FESTA

Conteúdo de O Antagonista.A imprensa petista está perdida.

Foi o que O Antagonista publicou ontem, depois do depoimento de Marcelo Odebrecht.

Hoje a imprensa petista conseguiu se encontrar.

Aécio Neves, nas manchetes da Folha de S. Paulo, do Estadão e de O Globo foi malandramente igualado a Dilma Rousseff.

O QUE O BJ DISSE E O QUE O BJ NÃO DISSE

O PT continua a pautar a imprensa.

Folha de S. Paulo, Estadão e O Globo publicaram manchetes acusando Aécio Neves de ter pedido à Odebrecht dinheiro de caixa dois.

Os jornais se basearam, evidentemente, nos relatos dos advogados do PT, que encontraram uma maneira de igualar os 300 milhões de reais da conta corrente da propina petista, administrada por Antonio Palocci e Guido Mantega, aos 9 milhões de reais repassados ao PSDB.

Mas isso é um engodo.

Leia o que diz a Folha de S. Paulo:

"Benedito Júnior, o BJ, disse em depoimento ao TSE que a empreiteira baiana doou R$ 9 milhões em caixa dois para campanhas eleitorais do PSDB.

O pedido de ajuda teria sido feito pelo próprio Aécio Neves, que em 2014 concorria à Presidência da República".

O leitor conclui que Aécio Neves pediu dinheiro de caixa dois para sua campanha presidencial.

Benedicto Júnior, porém, disse que a empreiteira fez repasses para Pimenta da Veiga, Antonio Anastasia, Dimas Toledo e para o marqueteiro Paulo Vasconcelos.

Ele nunca disse que Aécio Neves pediu dinheiro de caixa dois. E ele nunca disse que o dinheiro foi destinado para a campanha presidencial.

Segundo o Estadão, foi o contrário:

"Benedicto Júnior disse que não tinha ciência de doações à campanha nacional, pois cuidava apenas de doações estaduais".

A RELEVÂNCIA HISTORICA DA FOLHA DE S. PAULO

Leia um trecho da reportagem assinada por Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo:

"Benedicto Júnior não pôde detalhar a acusação de caixa dois para Aécio porque foi interrompido pelo ministro Herman Benjamin, relator do processo no TSE. Segundo o ministro, os detalhes da doação a pedido do tucano não são pertinentes ao caso, que investiga apenas a chapa Dilma -Temer, apesar de terem, de acordo com ele, 'relevância histórica'".

Benedicto Júnior não detalhou o caixa dois para Aécio Neves porque ele cuidava apenas das campanhas estaduais.

Quem cuidava das campanhas presidenciais era Marcelo Odebrecht, que negou qualquer repasse clandestino para a campanha de Aécio Neves, como foi obrigada a reconhecer a própria Folha de S. Paulo, na última linha de sua reportagem:

"Na quarta, o herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, já havia declarado, no mesmo processo, que repassou R$ 15 milhões a Aécio na campanha de 2014, mas de maneira oficial".

O JOIO DA IMPRENSA

Os jornais repetem diariamente que é preciso "separar o joio do trigo".

Isto é: separar caixa dois de propina.

Marcelo Odebrecht disse na quarta-feira que o PT recebeu 300 milhões de reais em propinas de sua empreiteira e que uma parte do dinheiro roubado elegeu Dilma Rousseff, em 2014.

Benedicto Júnior disse na quinta-feira que os aliados de Aécio Neves em Minas Gerais receberam 9 milhões de reais no caixa dois para suas campanhas.

Os jornais deram o mesmo destaque ao joio e ao trigo.
Herculano
03/03/2017 12:29
EXISTEM PARTIDOS DE EXTREMA-DIREITA NO BRASIL?, por Adolfo Sachsida, no Instituto Liberal

Este artigo tem um único objetivo: classificar a tendência ideológica dos diferentes partidos políticos brasileiros de acordo com seu estatuto e/ou seus principais representantes. Note ainda que em nosso pais os partidos não costumam ser muito firmes em suas convicções ideológicas. Dessa forma é comum termos políticos de esquerda filiados a partidos de direita, e vice-versa. Devido a seu tamanho e amplo espectro político, o PMDB foi classificado como sendo tanto de centro-direita como de centro-esquerda. Entre parênteses o número de deputados federais eleitos pelo partido em 2014. No caso do PMDB foram alocados 33 deputados federais para centro-direita e outros 32 para centro-esquerda.

Partidos de extrema-esquerda: PCdoB (10), PSTU, PCB, PCO, PSOL (5). Total = 15

Partidos de esquerda: PT (68), PSB (34), PTB (25), PDT (20), PPS (10), PTdoB (2), PTN (4), PPL, SD (15), REDE (formado depois da eleição de 2014). Total = 178

Partidos de centro-esquerda: PMDB (32), PSDB (54), PRP (3), PV (8), PP (38), PHS (5), PSD (36), PEN (2), PROS (11), PMB (formado depois da eleição de 2014). Total = 189

Partidos de centro-direita: PMDB (33), DEM (21), PTC (2), PSC (13), PMN (3), PRB (21), PR (34). Total = 127

Partidos de direita: PRTB (1), PSDC (2), PSL (1), NOVO (formado depois da eleição de 2014). Total = 4

Partidos de extrema-direita: nenhum.

Claro que outras divisões são possíveis, poderíamos por exemplo dividir os partidos entre conservadores, liberais, e progressistas (socialistas). Mas os pontos que quero ilustrar permaneceriam essencialmente os mesmos, quais sejam, a inexistência de um único partido político de extrema-direita, e o amplo domínio dos partidos de centro-esquerda e esquerda.

Como inexistem partidos de extrema-direita no Brasil, os candidatos de direita e centro-direita acabam sendo taxados de radicais e extremistas. Não é raro a imprensa taxar candidatos de direita como sendo ultraconservadores ou radicais de extrema-direita. Isso ocorre em decorrência direta do fato de que nosso espectro político esta muito viesado para a esquerda. Isto é, qualquer um mais a direita do PSDB já é imediatamente rotulado como um radical de extrema-direita. Já na outra ponta, a existência de vários partidos de extrema-esquerda faz com que partidos de esquerda e centro-esquerda pareçam moderados. Daí você nunca ouvir na imprensa o termo radical de esquerda para designar membros do PT ou do PSDB por exemplo.

Uma conta rápida mostra que enquanto os partidos de esquerda detém 382 deputados, sobram apenas 131 deputados representando partidos de direita. Analisando esses números, não causa surpresa o fato de que pautas com apoio majoritário da população (tais como a revogação do estatuto do desarmamento, e a redução da maioridade penal) enfrentem grandes resistências para serem aprovadas no Congresso Nacional onde predominam partidos com pautas de esquerda.

Claro que existem deputados de direita no PSDB, da mesma maneira que existem esquerdistas filiados a partidos de direita. Mas o ponto desse post é ressaltar que a ausência de um partido de extrema-direita no Brasil (para contrabalancear os partidos de extrema esquerda) tem causado um deslocamento do espectro político favorável a esquerda. Notem que são 5 partidos de extrema-esquerda, com 15 deputados federais, contra nem um único partido de extrema-direita. E, pior que isso, apenas 4 deputados de direita. Isto é, a extrema-esquerda possui mais do que o triplo de representantes no Congresso do que os partidos moderados de direita. Além disso, a divisão acima demonstra a grande força e domínio das pautas de esquerda no debate no Congresso Nacional, mesmo quando essas pautas não encontram grande apoio junto a população.
Herculano
03/03/2017 11:59
E A SUPERINTENDÊNCIA DO DISTRITO DO BELCHIOR?

Hoje faz dois meses e dois dias que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB tomou posse. Até agora em que posto esse comentário não nomeou oficialmente o superintendente do recém e único Distrito daqui, o de Belchior - que o PT quis mudar até de nome e o PMDB ficou na moita e deixou os outros espernearem. O ex-vereador Jaime Kirchner, PMDB, entrou no último minuto. O Belchior é onde Gaspar começou.
Na administração de Kleber apenas o diretor de obras de lá, Marco Vinício Reinert, está indicado.

Guardadas as proporções, é a mesma coisa que um município não tivesse prefeito ou representatividade administrativa perante à sua comundidade. O superintendente quando indicado será ligado ao vice-prefeito, Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Mas, o nome que deve ir para lá, a princípio será do PMDB.

Ontem circulou a informação nos arredores do gabinete do prefeito de que o ex-vereador Raul Schiller, PMDB, da região da Figueira, aqui na Margem Direita, seria o indicado.

Foi considerado um balão de ensaio. Foi para sentir a reação. E a reação não foi boa, a julgar pelas conversas de ontem a noite das lideranças do Belchior reunidas na Capela Santa Catarina para discutir o problema da segurança do bairro com a implantação da penitenciária de Blumenau, nas cercanias do Belchior Baixo (veja o comentário abaixo).

Não se questiona à capacidade administrativa, ou não, de Raul, mas o conteúdo político da indicação e à falta de identidade dele com a região. Raul possui planos para voltar a vereança, mas com os votos da Figueira e Bela Vista, as suas praças preferidas, não deu mais. Com o Belchior, a taxa aumenta. O PMDB e ele miram no que fez Rui Deschamps, PT, lá para se eleger vereador em outubro passado.

Lideranças do Belchior já fizeram esta leitura e não gostaram. Então... Acorda, Gaspar!
Herculano
03/03/2017 11:37
O PT E LULA TENTAM SAIR DA TUMBA por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

GRANDES AMIGOS de Lula e do PT dizem que o ex-presidente confirmou a candidatura em 2018, o que vinha ficando evidente desde janeiro, no Congresso da CUT.

Para petistas e companheiros de viagem, a candidatura faz parte de um plano de duas cabeças. Sem Lula 2018, aumentariam as chances de condenação ou até prisão do ex-presidente. Sem a candidatura, não haveria alternativa viável de esquerda, menos ainda para o PT.

Evitar a condenação de Lula seria, pois, o projeto de sobrevivência da esquerda - e vice-versa.

A estratégia também parece óbvia, talvez inevitável para um partido que não vai se dedicar a anos do que seria uma incerta renovação de fundo.

Um projeto de refundação seria ainda mais inviável, dizem petistas e companheiros, porque não seria possível em meio à luta pela sobrevivência. O objetivo do "bloco no poder", de Brasília a Curitiba, seria destruir o PT em termos políticos e legais, até a cassação de seu registro.

Ou seja, o PT não vai mudar.

Ao menos não vai fazê-lo com base em algum acerto de contas com seu passado.

Em fevereiro, Lula convocou a militância a "levantar a cabeça", a "ter orgulho" e a participar das eleições de dirigentes para o 6º Congresso do PT, marcado para junho, que deve renovar a direção do partido.

"2017 deve ser o ano de a gente recuperar a imagem do partido e de a gente defender o legado do partido que mais fez política social neste país", dizia Lula em vídeo de fevereiro.

No final do mês, o movimento queremista, "queremos Lula", tomou a forma de mais um "manifesto de intelectuais" pela candidatura luliana, campanha que vai às ruas a partir da semana que vem.

Há notícias de que o partido teria já elementos de um programa econômico. Na verdade, Lula junta sugestões e ouve gentes variadas a fim de elaborar alguma plataforma mais substantiva, um dos meios de bater no governo de Michel Temer, em especial na reforma da Previdência.

Por ora, não há nada organizado, afora o mote "crescimento", nem mesmo debate econômico além das inanidades insanas que o partido sugeriu a Dilma Rousseff faz um ano, o que, aliás, ajudou a acelerar a ruína do governo.

O partido mesmo está um salseiro, evidente no conflito a respeito do apoio à eleição de Rodrigo Maia a presidente da Câmara. É muito improvável que Lula dirija o PT. Talvez fique em algum cargo honorífico, algo assim, no máximo.

São minoritários os grupos que sugerem uma "autocrítica", da política econômica à corrupção, embora haja críticos "à esquerda" dos anos lulianos de governo, raros, porém.

Amigos de Lula dizem que ele quer "pensar adiante". Estaria cansado mesmo da história do "golpe", "que não vai convencer quase ninguém a votar na gente", diz um petista que afirma ecoar Lula.

Há quem diga, no entanto, que a candidatura é o elemento principal da "resistência democrática" contra o "desmonte social" e o "autoritarismo montante".

"Nunca, nunca, este país precisou tanto do PT como precisa agora", diz Lula na convocação da militância "de corpo e alma", "petista ideológico: "Pode ter igual, mas neste país não tem ninguém melhor do que nós, não tem nenhum partido melhor do que o nosso, e não tem nenhum partido que fez pelo Brasil o que nós já fizemos".
Herculano
03/03/2017 11:31
EMPREITEIRA PAGOU R$4 MILHÕES AO PDT, SEGUNDO EX-DIRETOR.O PDT QUE TEM DONO, PARTIDO ORIGIENL DA EX-PRESIDENTE DILMA VANA ROUSSEFF, E SE DIZIA PURO, É O DESTINO PREFERIDO DE GRANDE PARTE DOS PETISTAS. ESTARÃO NO LUGAR CERTO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Erich Decat e Beatriz Bulla, da sucursal de Brasília, Em depoimento nesta quinta-feira, 2, ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin, o ex-diretor da Odebrecht Ambiental Fernando Cunha Reis afirmou que foram pagos R$ 4 milhões ao PDT para que o partido ingressasse a coligação da chapa presidencial de Dilma Rousseff-Michel Temer de 2014.

A audiência com Cunha Reis foi feita no Rio e faz parte do processo que investiga se houve abuso de poder econômico e político por parte da chapa nas últimas eleições. Nesta quarta-feira, 1.º, foi ouvido na mesma ação o executivo e ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht.

Segundo relatos, Cunha Reis detalhou que o pagamento foi feito em quatro parcelas ?" duas em agosto e o restante em setembro de 2014. O montante teria sido pago em espécie, no escritório do tesoureiro do PDT, Marcelo Panela, localizado no Rio. Panela atuou como chefe de gabinete do presidente da legenda, Carlos Lupi, quando o dirigente comandou o Ministério do Trabalho, no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na primeira gestão de Dilma.

De acordo com Cunha Reis, as negociações para o pagamento da legenda também envolveram o ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Braskem Alexandrino de Salles Ramos de Alencar. A compra de apoio do PDT faria parte de um acordo maior que também envolveria outras legendas, como PRB, PROS, PCdoB e PP.
Apoio. Conforme revelou o Estado em dezembro, ao todo, a Odebrecht colocou cerca de R$ 30 milhões na operação de compra de apoio dos partidos. O acordo é descrito, em diferentes pedaços da história, nas delações de Marcelo Odebrecht, ex-presidente e dono da empreiteira, e dos executivos Fernando Cunha Reis e Alexandrino Alencar.

Procurado pela reportagem, o presidente do PDT, Carlos Lupi, negou que tenha havido pagamento para o ingresso da legenda na coligação presidencial de Dilma.

"Isso é ridículo. O PDT foi o primeiro partido a declarar apoio à candidatura de Dilma. Ele (Cunha Reis) tem de provar o que está falando. Nunca participei de nada disso", ressaltou Lupi ao Estado.

Ponte. Além de Cunha Reis, também prestou depoimento nesta quinta-feira ao TSE o ex-diretor da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Barbosa da Silva Júnior, responsável por fazer a ponte entre a empresa e os políticos.

Na audiência, Benedicto ressaltou que nada sabia a respeito das negociações da Odebrecht com os candidatos à Presidência e que tal função era exercida diretamente por Marcelo Odebrecht. Em depoimento na quarta-feira ao ministro Benjamin, Marcelo disse que cabia a ele fazer a interlocução com os candidatos e que os valores doados em 2014 às campanhas de Dilma, Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede) foram definidos por ele.

Benedicto informou, contudo, que foi avisado por Marcelo Odebrecht sobre a doação de R$ 6 milhões a Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de São Paulo em 2014. O valor fazia parte de um total de R$ 10 milhões que foram negociados com o PMDB. As negociações da doação envolveriam Marcelo Odebrecht, Cláudio Melo Filho (ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht) e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

O acerto, de acordo com Marcelo Odebrecht, foi fechado em jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do então vice-presidente Michel Temer, durante a campanha de 2014.
Miguel José Teixeira
03/03/2017 09:27
Senhores,

E o manifesto a favor da candidatura de lula, hein??? Por aqui, já está sendo chamado de "Manifesto das viúva$ do viúvo". . .
"Vade retro Satana"
Herculano
03/03/2017 06:32
AUDIÊNCIA OU COMÍCIO NO BELCHIOR BAIXO?, reeditado de 02.03.2017 às 22.44

Na quinta-feira à noite, aconteceu a audiência pública da Câmara de Vereadores de Gaspar, no Belchior Baixo, para discutir a insegurança dos moradores locais diante das fugas registradas da penitenciária de Blumenau (que fica nos limites da divisa com Gaspar).

Como se esperava, virou um comício fora de época do PT, que foi apeado recentemente do poder em Gaspar pelo voto. Deu uma aula de demagogia, militância e oposição, o seu melhor papel.

Exagero meu? Então vamos lá? O que prático o que foi definido para dar mais segurança aos moradores do Belchior Baixo? Uma comissão para conversar com autoridades? É pouco. É apenas mais uma aparelho de barulho para novos comícios, discursos, entrevistas sem perguntas e continuar na mídia, sem solução concreta.

Quase todos querem os bandidos nas cadeias, mas ao mesmo tempo não querem dividir os riscos perto das suas casas. Esta é a questão central e matéria para a demagogia dos políticos.

Aliás, muitos deles, até defendem o fim das cadeias e sugerem os bandidos soltos, ou seja, podem estar advogando em causa própria, diante do noticiário que os transfere ultimamente das páginas de política para a de polícia.

Resumindo: bandido preso com risco de fugir não pode, mas eles soltos infernizando na vizinhança, pode. O político ganha voto do bandido oferecendo regalias e das vítimas, às quais permanentemente prometem solução para um dos piores dramas da sociedade pagadora de pesados impostos: a insegurança pública.

Voltemos ao Belchior baixo. Estava lá a deputada estadual Ana Paula Lima, PT, comandando o time que teve até a presença do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, agora representante do marido de Ana Paula, o deputado Décio Neri. Parecia reunião do Orçamento Participativo.

O atual prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, não apareceu. A campanha já acabou e uma reunião numa Igreja Católica - foi na capela Santa Catarina - talvez não seja o mais adequado e segurança não seja um tema municipal, mas de outras esferas, a estadual, onde o seu PMDB é o governo e até a Federal, onde também o seu PMDB é governo.

Entretanto, Kleber, perdeu a oportunidade de dizer que é prefeito e que mesmo os assuntos que por ventura não tenham integral ação municipal, ele deveria estar lá, ao menos solidário, para pelo menos como líder ouvir a comunidade. Kleber está preferindo plantar flores, antes de retirar as ervas daninhas.

Kleber não ouviu o que parte da comunidade disse na audiência: que o município administrado por Kleber, o PMDB e o PP, com apoio do PSC e PSDB não faz a parte dele na segurança das pessoas do bairro. Há falta de iluminação pública em vários trechos de ruas e matagal tomando conta de beira de estrada, como bem relatou o líder do Belchior, Paulo Filippus, DEM

Os políticos que organizaram o comício, todavia,encontraram culpados: o prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, PSDB (onde está a penitenciária por ter escolhido o local), e o governador do estado, Raimundo Colombo, PSD (responsável pela penitenciária e a guarda dos apenados). Solução para os moradores? Nenhuma.

Audiência foi pedida no dia 14 de fevereiro na Câmara pelos vereadores Rui Deschamps, PT, ex-superintendente do Distrito do Belchior, e Roberto Procópio de Souza, PDT, ex-diretor do Procon, no tempo de Zuchi.

Rápido. Em 15 dias foi realizada para "discussão, esclarecimentos e tomada de providências sobre a questão da segurança dos moradores da região, ante os últimos acontecimentos ocorridos na Penitenciária Industrial de Blumenau", segundo justificava o requerimento. Houve discussões e até esclarecimentos. Mas, providências...

E ninguém lembrou aos do PT e PDT, que agora são uma coisa só sob o comando da família Lima (Décio Neri e Ana Paula), que a campanha eleitoral já terminou. E alguém precisa, mais uma vez, avisar ao PMDB e PP que agora eles são governo. Acorda, Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
03/03/2017 05:52
O Procurador da República, Deltan Dallagnol, da Força Tarefa da Lava-Jato, compartilhou e estamos copiando aqui a Análise de José Padilha, colunista de O Globo, sobre o Mecanismo de Exploração da Sociedade Brasileira (aquilo que todos nós já sabemos mas que agora está bem melhor explicado).

"A importância da Lava-Jato
Vinte e sete enunciados sobre a oportunidade de desmontar o mecanismo de exploração da sociedade brasileira

01) Na base do sistema político brasileiro, opera um mecanismo de exploração da sociedade por quadrilhas formadas por fornecedores do Estado e grandes partidos políticos. (Em meu último artigo, intitulado Desobediência Civil, descrevi como este mecanismo exploratório opera. Adiante, me refiro a ele apenas como "o mecanismo".)

02) O mecanismo opera em todas as esferas do setor público: no Legislativo, no Executivo, no governo federal, nos estados e nos municípios.

03) No Executivo, ele opera via superfaturamento de obras e de serviços prestados ao estado e às empresas estatais.

04) No Legislativo, ele opera via a formulação de legislações que dão vantagens indevidas a grupos empresariais dispostos a pagar por elas.

05) O mecanismo existe à revelia da ideologia.

06) O mecanismo viabilizou a eleição de todos os governos brasileiros desde a retomada das eleições diretas, sejam eles de esquerda ou de direita.

07) Foi o mecanismo quem manipulou as massas para eleger: o PMDB, o DEM, o PSDB e o PT. Foi o mecanismo quem elegeu José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.

08) No sistema político brasileiro, a ideologia está limitada pelo mecanismo: ela pode balizar políticas públicas, mas somente quando estas políticas não interferem com o funcionamento do mecanismo.

09) O mecanismo opera uma seleção: políticos que não aderem a ele têm poucos recursos para fazer campanhas eleitorais e raramente são eleitos ou re-eleitos.

10) A seleção operada pelo mecanismo é ética e moral: políticos que têm valores incompatíveis com a corrupção tendem a ser eliminados do sistema político brasileiro pelo mecanismo.

11) O mecanismo impõe uma barreira para a entrada de pessoas inteligentes e honestas na política nacional, posto que as pessoas inteligentes entendem como ele funciona e as pessoas honestas não o aceitam.

12) A grande maioria dos políticos brasileiros tem baixos padrões morais e éticos. (Não se sabe se isto decorre do mecanismo, ou se o mecanismo decorre disto. Sabe-se, todavia, que na vigência do mecanismo este sempre será o caso.)

13) A administração pública brasileira se constitui a partir de acordos relativos a repartição dos recursos desviados pelo mecanismo.

14) Um político que chega ao poder pode fazer mudanças administrativas no país, mas somente quando estas mudanças não colocam em xeque o funcionamento do mecanismo.

15) Um político honesto que porventura chegue ao poder e tente fazer mudanças administrativas e legais que vão contra o mecanismo terá contra ele a maioria dos membros da sua classe.

16) A eficiência e a transparência estão em contradição com o mecanismo.

17) Resulta daí que na vigência do mecanismo o Estado brasileiro jamais poderá ser eficiente no controle dos gastos públicos.

18) As políticas econômicas e as práticas administrativas que levam ao crescimento econômico sustentável são, portanto, incompatíveis com o mecanismo, que tende a gerar um estado cronicamente deficitário.

19) Embora o mecanismo não possa conviver com um Estado eficiente, ele também não pode deixar o Estado falir. Se o Estado falir o mecanismo morre.

20) A combinação destes dois fatores faz com que a economia brasileira tenha períodos de crescimento baixos, seguidos de crise fiscal, seguidos de ajustes que visam conter os gastos públicos, seguidos de novos períodos de crescimento baixo, seguidos de nova crise fiscal?

21) Como as leis são feitas por congressistas corruptos, e os magistrados das cortes superiores são indicados por políticos eleitos pelo mecanismo, é natural que tanto a lei quanto os magistrados das instâncias superiores tendam a ser lenientes com a corrupção. (Pense no foro privilegiado. Pense no fato de que apesar de mais de 500 parlamentares terem sido investigados pelo STF desde 1998, a primeira condenação só tenha ocorrido em 2010.)

22) A operação Lava-Jato só foi possível por causa de uma conjunção improvável de fatores: um governo extremamente incompetente e fragilizado diante da derrocada econômica que causou, uma bobeada do parlamento que não percebeu que a legislação que operacionalizou a delação premiada era incompatível com o mecanismo, e o fato de que uma investigação potencialmente explosiva caiu nas mãos de uma equipe de investigadores, procuradores e de juízes, rígida, competente e com bastante sorte.

23) Não é certo que a Lava-Jato vai promover o desmonte do mecanismo. As forças politicas e jurídicas contrárias são significativas.

24) O Brasil atual está sendo administrado por um grupo de políticos especializados em operar o mecanismo, e que quer mantê-lo funcionando.

25) O desmonte definitivo do mecanismo é mais importante para o Brasil do que a estabilidade econômica de curto prazo.

26) Sem forte mobilização popular, é improvável que a Lava-Jato promova o desmonte do mecanismo.

27) Se o desmonte do mecanismo não decorrer da Lava-Jato, os políticos vão alterar a lei, e o Brasil terá que conviver com o mecanismo por um longo tempo."
Herculano
03/03/2017 05:47
PSDB MIRA EM DILMA E ATIRA NOS PROPRIOS GLÚTEOS, por Josias Souza

Em janeiro de 2015, ao protocolar no Tribunal Superior Eleitoral ações de cassação da chapa Dilma Rousseff?"Michel Temer, o PSDB trombeteava a tese segundo a qual Aécio Neves perdera a disputa presidencial para uma "organização criminosa". Nessa época, o ninho sonhava com uma limpeza que conduzisse à convocação de novas eleições. Dava-se de barato que Aécio estava com um pé no Planalto.

O tempo passou. Hoje, o PT derrete, Dilma Rousseff cuida dos netos, Lula tem pesadelos com Sergio Moro e Michel Temer dá expediente no Planalto. Quanto ao PSDB, num instante em que a legenda começava a se habituar à exposição dos seus pés de barro nas vitrines da Lava Jato, terá de conviver também com a exibição dos seus glúteos no processo aberto por sua iniciativa contra Dilma e Temer.

Provocados pela defesa de Dilma, os delatores da Odebrecht citam em seus depoimentos à Justiça Eleitoral também os podres do tucanato. Um dia depois de Marcelo Odebrecht ter mencionado uma tentativa de Aécio Neves de mordê-lo em R$ 15 milhões, o também delator Benedito Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infra-estrutura, disse que a construtora despejou, a pedido de Aécio, R$ 9 milhões em campanhas tucanas. Tudo no caixa dois. Aécio reconhece que fez o pedido. Mas nega que a verba tenha passado por baixo da mesa.

O tucanato frequenta a conspurcada cena pública brasileira como a principal evidência de que, em política, nada se cria, nada se copia, tudo se corrompe. Não é à toa que as opções presidenciais do tucanato começam a despontar nas pesquisas eleitorais como sub-Bolsonaros.
Herculano
03/03/2017 05:44
DESABAFAR NUM JORNAL CONSIDERADO GOLPISTA NÃO É COISA DE ESCRITOR SÉRIO, por Tati Bernardi, escritora, redatora e roteirista, no jornal Folha de S. Paulo

Ganhei o prêmio Bertha Lutz do Senado Federal e dividi a opinião de amigos. Alguns disseram "vai lá buscar, claro, Senado é do povo" e muitos outros me alertaram "nem pintada de vermelho, são todos uns golpistas, recuse o prêmio". Fui salva por uma reunião da Globo, emissora na qual trabalho, na exata data e horário da cerimônia.

Sim, a Globo. Outra questão sempre muito tensa nas mesas de bar (não que eu vá a muitas mesas de bar, na real não vou a nenhuma, mas me refiro à galera mais festiva-opinativa-intelectual que me cerca). Para eles eu jamais deveria trabalhar para uma empresa golpista cheia de golpistas que só disseminam pelo mundo o ódio a todos que não são golpistas.

Mas escrever sobre isso aqui neste jornal, considerado golpista por tantos amigos, não é um desabafo digno de um escritor sério. E escrever de um Macintosh novo, com tanto PC velho precisando de uma família, deveria encerrar de uma vez por todas a minha carreira. Sim, tenho ar-condicionado: julguem-me.

Moro num bairro que, pela quantidade de gente batendo panela na época que ainda se batia panela, pode ser considerado golpista. Olho da minha janela a faculdade PUC, povoada de garotos golpistas, filhos de pais e mães que trabalham em bancos golpistas, firmas golpistas, hospitais golpistas, escolas golpistas, multinacionais pra lá de golpistas, e me pergunto se hoje vai ter barulho infernal de batuque carnavalesco. Mas pensar isso é ser golpista, querer sossego individualista em um ambiente público chamado cidade é ser golpista.

Enfim, aceitei o prêmio, mas não estarei presente. Muitos amigos acharam que eu não deveria nem aceitar, uma vez que apenas feministas são agraciadas e eu sou apenas uma garota formada em marketing (aff, golpista!), que escreve filmes de grande bilheteria (virge, golpista!), livros falando de si mesma (nuuussa, golpista!) e vendeu sua alma a toda uma mídia diabólica. Mas eu me recusei a recusar.

Primeiro eu pergunto a vocês, pessoas tão maravilhosamente isentas de qualquer contato com golpistas: como pagam as contas? Onde guardam dinheiro? Leem notícias? Nunca se divertem com a TV ou um filme comercial? Respiram? Ou estão nuas em uma praia deserta no Uruguai vivendo de ideais? Depois, desafio você, tão pleno de certezas protegidas pela discrição, a aturar todo santo dia a opinião do amigo internauta te xingando de velha, histérica, vaca, "alguém engravida essa mulher que ela para de falar" e mesmo assim continuar escrevendo todo santo dia. Eu só acredito em militante que trabalha.

Eu admiro você, jamais vendido, jamais golpista, concentrado em seu quinto mestrado em pau-brasil e há 11 anos escrevendo um roteiro sem nenhuma verba ou incentivo ou produtor ou distribuidor ou emissora ou patrocínio (ou história). Roteiro esse que vai viajar o mundo, mas também as comunidades ribeirinhas e vai arrebatar as únicas 47 pessoas que vão tomar conhecimento da sua existência. Me empresta esse avô rico aí e seremos melhores amigos.
Herculano
03/03/2017 05:35
GOVERNO USA JETONS PARA PAGAR MAIS A MINISTROS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

O governo federal pagou em janeiro quase R$2 milhões em jetons a 423 felizes integrantes dos conselhos de administração de empresas públicas como Petrobras, Itaipu Binacional, BNDES e Banco do Brasil. Em 2016 foram gastos mais de R$ 21 milhões. Jetons são usados, como nos governos anteriores, para engordar salários de ministros e assessores. Dyogo Oliveira (Planejamento), por exemplo, recebeu em janeiro R$18 mil do conselho do Senac, além do salário de R$ 30,9 mil.

ANTIGA PRÁTICA
O advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, recebeu R$21,2 mil do conselho do BNDES em setembro, um mês após o impeachment.

RICA BOQUINHA
O conselho de administração da Petrobras é dos mais ambicionados pelos burocratas. Os ex-ministros Dilma e Guido Mantega o presidiram.

MANOBRA MALANDRA
Mais de 40 autoridades participam de mais de um conselho em estatais bem distintas, como forma de triplicar os vencimentos mensais.

CAIXINHA, OBRIGADO
O jeton é mais uma das "vantagens eventuais" que não se sujeitam ao limite do teto constitucional e é depositado, sem descontos, em conta.

NOVO CHANCELER É CRÍTICO DO 'BOLIVARIANISMO'
Aloysio Nunes estava definido desde o primeiro momento, tão logo o presidente Michel Temer soube que José Serra deixaria o cargo. Ex-presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado, Nunes sempre se opôs à submissão do Brasil à baixaria bolivariana. Até foi hostilizado em Caracas por milícias de Nicolás Maduro, um desses "líderes bolivarianos" desqualificados que encantaram governos do PT.

PROTEÇÃO A SABOIA
Aloysio Nunes estendeu a mão ao embaixador Eduardo Saboia, que ajudou a fugir da Bolívia um senador perseguido pelo regime local.

NOVA ATITUDE
O novo ministro das Relações Exteriores terá em Michel Temer um presidente com atitude diferente, em relação à diplomacia brasileira.

ADMIRADOR CONFESSO
Se Dilma tratava diplomatas com grosserias, Michel Temer é o oposto. Ele confessou a esta coluna sua admiração pela Casa de Rio Branco.

O MUNDO NÃO É DOS TOLOS
Ativos da Petrobras Argentina vendidos a amigos de Cristina Kirchner, no apagar das luzes do governo Dilma, com prejuízo de R$ 1 bilhão, devem ser negociados com a Trafigura, empresa citada na Lava Jato.

PREJUÍZO SO AUMENTA
Em 2010, a Petrobras vendeu na Argentina 250 postos e uma refinaria por valor muito baixo do mercado: US$110 milhões. Agora a Justiça do Rio de Janeiro analisa esse negócio considerado muito suspeito.

BUNKER POR NOSSA CONTA
Parece Banco Central, mas não é: a Câmara vai torrar R$23,7 milhões, com segurança armada, para proteger, por exemplo, as residências oficiais de suas excelências os deputados federais.

SEU DINHEIRO
Os brasileiros já pagaram R$400 bilhões de impostos até o dia 1º. Em 2016, essa marca foi registrada em 9 de março. A PEC do Teto de Gastos possibilitou crescimento da receita sem criar novos impostos.

ESPELHO MEU
Os jornalões descobriram ontem o que os leitores da coluna sabem desde 20 de fevereiro: o "esticadão" de Carnaval dos deputados continua. Eles só retornam ao trabalho na próxima terça (7).

RACISMO NA ALEMANHA
Leitor brasileiro viu uma cena do mais abjeto racismo, terça-feira, em Bonn, Alemanha. Sob suspeita de furto, uma negra sofreu revista humilhante de seguranças de uma loja. Nada encontraram. Chamaram a polícia, que a algemou e a revistou outra vez. Nada. Checaram sua "ficha criminal". Limpa. E nenhum canalhas lhe pediu desculpas.

AINDA É POUCO
O número de presos no Brasil deve passar de 800 mil até o fim do ano, apesar da conspiração generalizada para se prender cada vez menos. Ou para tratar presidiários como se fossem hóspedes de resorts.

SUPLENTES
Airton Sandoval (PMDB-SP), suplente do futuro chanceler Aloysio Nunes, será o 14º senador sem-votos a exercer o mandato. Na Câmara, 35 suplentes (com-votos) assumiram o mandato.

PENSANDO BEM...
...Marcelo Odebrecht gastaria muito menos em sua própria campanha a Imperador, por exemplo, do que para reeleger sua amiga Dilma.
Herculano
03/03/2017 05:30
UMA PRESIDENTE HONESTA?, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

"Tiraram uma presidenta honesta". A frase, que se refere ao impeachment de Dilma Rousseff, ainda ecoa nas redes sociais. Mas será que é verdadeira? A resposta, óbvio, depende de como conceituamos o termo "honesta".

Se os vazamentos do depoimento de Marcelo Odebrecht à Justiça Eleitoral são fidedignos e se o empresário ainda não aderiu à moda dos fatos alternativos, a situação de Dilma se complica. Pelo relato de "O Estado de S. Paulo", que me pareceu o mais contundente, Odebrecht disse que 4/5 de um total de R$ 150 milhões que o grupo empresarial destinou à campanha de Dilma e de Temer em 2014 vieram via caixa dois e que a petista tinha a dimensão desses valores.

No aspecto anedótico, não dá mesmo para comparar o caso de Dilma com o de Sérgio Cabral, por exemplo. Não se tem notícia de que a ex-presidente tenha adquirido uma bijuteria com dinheiro sujo, enquanto o ex-governador, a julgar pelo que saiu na imprensa até aqui, usava recursos oriundos de corrupção para manter um estilo de vida nababesco, comprando coleções de joias, ternos italianos, uma privada polonesa (não me perguntem o que ela faz) e, suspeita-se, até um iate de 75 pés.

No Brasil, é frequente traçarmos essa divisão entre políticos que roubam para enriquecer e aqueles que aceitam dinheiro irregular apenas para financiar suas campanhas. Até admito que possa haver uma diferença moral entre os dois tipos, mas me parece problemático considerar desonestos só aqueles que sucumbem às tentações e se convertem na caricatura mesma do político corrupto.

Se vamos qualificar como honestos e éticos políticos que aceitam recursos ilícitos desde que limitados à campanha, chancelamos uma ideia ainda mais perversa, que é a de que dirigentes são livres para escolher quais leis vão respeitar e quais vão descumprir. Fazê-lo significaria negar todo o sistema de freios e contrapesos que caracteriza a democracia
Herculano
02/03/2017 18:53
VERGONHA. O JEITO. AO MENOS 50 ALVOS DA LAVA JATO SEM FORO ESTÃO N O STF

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Beatriz Bulla, da sucursal de Brasília. Pelo menos 50 investigados na Lava Jato detêm, atualmente, foro indireto no Supremo Tribunal Federal (STF). São casos de alvos da operação que não possuem cargo com prerrogativa para serem julgados pela Corte, mas têm seus casos conduzidos no tribunal em razão da ligação das investigações com autoridades.

José Sarney em seu último discurso no Senado, em 2014
O caso mais recente envolvendo foro indireto é o do ex-presidente José Sarney, que teve inquérito mantido no STF por decisão da Segunda Turma da Corte. Os ministros do colegiado justificaram a medida pelo fato de a apuração contra o peemedebista incluir parlamentares detentores de foro especial.

Em situação semelhante estão os também ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Os dois são parte de um inquérito que atinge dois ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ?" Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e Francisco Falcão ?", que atraem para o STF a competência para conduzir o caso. Ainda na mesma investigação estão os ex-ministros de Estado Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo, que não têm mais a prerrogativa.

A lista de investigados com foro indireto perante o STF inclui ainda parentes de políticos ?" casos, por exemplo, do marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-ministro Paulo Bernardo; da mulher do senador Fernando Collor (PTC-AL); e de dois filhos do deputado Nelson Meurer (PP-PR). Empresários suspeitos de atuar na lavagem de dinheiro para parlamentares e ex-congressistas investigados ao lado de políticos com foro também integram o grupo do foro indireto.

Há ainda situações de investigações diferentes na Justiça comum e no STF simultaneamente. É o caso do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, apesar de ter tido as investigações remetidas à Justiça Federal após perder o mandato, ainda é alvo de inquérito no STF ao lado de parlamentares.

Há ainda no rol dos "sem foro" que estão no STF lobistas como Fernando "Baiano" Soares; empreiteiros como Ricardo Pessoa, dono da UTC; e ex-ministros, como Henrique Eduardo Alves, Silas Rondeau, Pedro Paulo Leoni Ramos.

Mensalão. A Procuradoria-Geral da República tenta evitar "maxi-investigações" como o mensalão, quando todos os acusados foram julgados pelos 11 ministros do Supremo. Nesse caso, a minoria dos réus tinha foro. Não é o que ocorre na Lava Jato, mas a extensão das investigações faz com que parte dos casos não possa, na visão de investigadores, ser analisada de forma apartada.

Ao fatiar a maior investigação da Lava Jato em quatro inquéritos, o STF manteve uma investigação com 12 nomes e todos sem foro privilegiado. É a frente que apura a participação do PT numa suposta organização de políticos para operar o esquema de corrupção na Petrobrás. Entre os investigados neste inquérito estão Lula, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e o ex-ministro Antonio Palocci.

Entre investigadores, a justificativa para manter o caso no STF mesmo sem autoridades com foro é de que a apuração sobre a formação de quadrilha é uma só, mas foi dividida em quatro para dar agilidade às diligências. O inquérito, chamado nos bastidores de "quadrilhão", aberto em março de 2015, foi dividido em quatro frentes: a do PT, a do PP, a do PMDB da Câmara e a do PMDB do Senado.

"A apuração das condutas dos não detentores de prerrogativa de foro antes indicados perante o STF é necessária e excepcional, pois suas ações, em tese praticadas e pendentes de apuração mais detalhada, estão de tal forma relacionadas que, nos termos do que já decidido, poderá haver 'prejuízo relevante à prestação jurisdicional'", escreveu o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao pedir a inclusão de nomes na investigação que não possuem foro.

Compartilhamento. Apesar de a manutenção de casos sem foro no STF ser praxe em parte das investigações da Lava Jato, a decisão da Segunda Turma sobre Sarney foi mal recebida entre procuradores da República. A avaliação de investigadores é de que a maioria dos ministros do Supremo tratou o caso como se fosse um desmembramento de investigação quando, na verdade, era apenas um compartilhamento de informações.

Para procuradores ouvidos pelo Estado, estava em jogo somente a autorização para que o juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância, utilizasse as informações relativas à delação de Sérgio Machado que envolvem o ex-presidente. Isso, segundo eles, não significaria que Sarney fosse ser investigado por Moro.
Herculano
02/03/2017 18:41
FORA TEMER, QUEM MAIS OS PETISTAS ODEIAM? por Eduardo Affonso

Todo mundo que participa do seu governo (ilegítimo, inconstitucional, fisiológico, entreguista, feio, bobo, golpista etc).

Compactuo do horror que os petistas têm ao Temer, ao seu governo, aos seus ministros. Com a ressalva de que eu não votei no Temer.Eles, sim.

O Temer me caiu de paraquedas, me foi enfiado goela abaixo.Os petistas, ao contrário, escolheram-no.
E não uma vez só, mas duas.

Aceito o Temer como quem aceita uma injeção de Benzetacil. Não quero, não gosto, é horrível - mas ou é isso ou a infecção generalizada. Respiro fundo, prendo o choro, xingo a mãe do moço da farmácia e toco o barco.

Como os petistas, não suporto olhar para a cara do Edison Lobão, nobre presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.Mas, ao contrário dos petistas, eu também não o suportava quando ele era Ministro de Minas e Energia de Lula e de Dilma.

Compartilho com os petistas uma profunda antipatia pelo Presidente do Senado, Eunício Oliveira. Só que eles o achavam simpaticíssimo quando era Ministro das Comunicações de Lula.

Eliseu Padilha, braço direito do golpista, quem consegue confiar nesse sujeito? Os petistas, certamente - pelo menos enquanto foi Ministro da Aviação Civil da finada Presidenta.

Como não me solidarizar com os petistas no asco pelo Geddel Viera Lima, o do apartamento com vista pro mar em Salvador? Mas o asco deles é recente, só desabrochou depois que ele deixou de ser Ministro da Integração Nacional do viúvo de D. Marisa.

Ah, Romero Jucá, o surubático Romero Jucá...Impossível não ser tomado de ojeriza ao vê-lo, ouvi-lo, imaginá-lo. Exceto os petistas, que surubaram com ele sem pudor algum enquanto era Ministro da Previdência Social do Lula.

E Silas Rondeau, encalacrado na Lava Jato, indiciado por tráfico de influência? Abominável, diriam os petistas - e eu concordo. Mas os petistas só acham isso depois que ele deixou de ser Ministro de Minas e Energia. De quem? Ganha um sítio em Atibaia quem adivinhar.

E tem ainda Moreira Franco, estrategicamente nomeado pelo nefasto Temer apenas para adquirir foro privilegiado. Se bem me lembro, ele teve o mesmo foro como Ministro de Assuntos Estratégicos de Dilma, e ninguém falou nada.

Eu não gosto do Temer, mas desde sempre. Os petistas, esses só começaram a desgostar quando ele se cansou de ser um vice decorativo e resolveu partir para novos desafios e se reposicionar no mercado.

Por isso entendo quando entram transe (e em loop) com seu mantra "Fora, Temer".

É que levaram cinco anos para perceber que ele existia (e que existiam Moreira Franco, Jucá, Eunício, Rondeau, Padilha, Geddel), e só aí começar a ladainha.

Sabe como é, ficha de petista demora um pouco a cair."
Herculano
02/03/2017 18:29
ESCOLA PAULO MALUF, PP. EX-PRESIDENTE DA CÂMARA E EX-MINISTRO, HENRIQUE ALVES, PMDB, DIZ À JUSTIÇA DESCONHECER US$ 833 MIL DEPOSITADOS EM CONTA NA SUÍÇA

Conteúdo da TV Globo Brasília. Texto de Mariana Oliveira, TV Globo, Brasília.Suspeito de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, o ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) afirmou em defesa apresentada à Justiça Federal de Brasília que terceiros depositaram e movimentaram, sem o conhecimento dele, US$ 832.975,98 (correspondente a R$ 2,5 milhões) em uma conta bancária na Suíça.

Alves admite ser o "beneficiário" dessa conta. Segundo o Ministério Público, isso significa que o ex-ministro é o titular da conta.

Segundo as investigações da Lava Jato, o dinheiro foi depositado em três datas, entre outubro e dezembro de 2011.

Alves disse que utilizou um escritório de advocacia do Uruguai para abrir a conta bancária na Suíça em 2008.
Henrique Alves pediu demissão do Ministério do Turismo em junho do ano passado após ser citado no acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado como beneficiário de propina.

O ex-presidente da Câmara foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em razão de conta atribuída a ele na Suíça.

Segundo a PGR, o dinheiro era suborno recebido da Carioca Engenharia com objetivo de que recursos públicos fossem liberados. Depois que Alves perdeu o foro privilegiado, o caso foi encaminhado para Justiça Federal de Brasília.

Os advogados do ex-ministro do Turismo apresentaram defesa por conta da denúncia. De acordo com os defensores, "a utilização indevida da citada conta bancária e os depósitos mencionados jamais foram de conhecimento do acusado".
Herculano
02/03/2017 18:19
UMA EVOLUÇÃO NECESSÁRIA.INTERNAUTAS PRECISAM PROVAR QUE LERAM ANTES DE COMENTAR EM SITE NORUEGUÊS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. A seção de comentários, seja de posts no Facebook, seja de notícias, costuma ser um palco de discussões inflamadas. Blindados pelo anonimato, internautas emitem opiniões raivosas e, muitas vezes, sem nenhuma base nos fatos. 'Quer passar raiva? Leia a seção de comentários.' A frase que já virou sabedoria popular do século XXI, no entanto, pode ter seus dias contados. Pelo menos na Noruega esse é o objetivo.

Panda carente viraliza nas redes sociais; assista
Para tentar diminuir a quantidade de ataques e brigas infundadas entre leitores, a emissora pública de rádio e TV do país, a NRK, decidiu criar uma verificação para provar que o internauta realmente leu a notícia antes de comentar no blog NRKbeta. É preciso responder a três peguntas de múltipla escolha sobre o que estava escrito na matéria para garantir que os leitores terão pelo menos uma base comum dos fatos nos quais a discussão será baseada, explicou Marius Arnesen, editor do blog, ao Nieman Lab.

"Nós achamos que deveríamos fazer a nossa parte para tentar garantir que as pessoas tivessem uma base comum antes de comentar. Se todos concordarem que é isso que o artigo diz, eles têm uma base muito melhor para comentar sobre ele", disse Ståle Grut, jornalista do blog, também ao Nieman Lab. Além disso, a NRK espera que o quiz ajude a manter a discussão focada na matéria em questão, sem desviar para outros tópicos.
Herculano
02/03/2017 18:15
O FANTASMA DO MENSALÃO E DA MORTE DO EX-PREFEITO CELSO DANIEL, PT, DE SANTO ANDRÉ, SÃO RECUPERADOS PELO JUIZ SÉRGIO MORO. DELÚBIO SOARES, RONAN MARIA PINTO E MAIS TRÊS SÃO CONDENADOS POR LAVAGEM DE DINHEIRO NA LAVA JATO

Conteúdo do Paraná Portal. Texto de Fernando Garcel. O juiz federal Sérgio Moro condenou o empresário Ronan Maria Pinto, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e outros três réus da 27ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Carbono 14, na manhã desta quinta-feira (02). O processo cita o esquema de lavagem de dinheiro no valor de R$ 6.028.000,00. Os condenados ainda podem recorrer da decisão.

"Condeno Delúbio Soares de Castro, Enivaldo Quadrado, Luiz Carlos Casante, Natalino Bertin e Ronan Maria Pinto pelo crime de lavagem de dinheiro, consistente, no repasse e recebimento, com ocultação e dissimulação, de produto de crime de gestão fraudulenta de instituição financeira", diz a sentença.

A 27ª fase foi deflagrada em abril do ano passado ano e ainda tinha como réus o ex-secretário geral do PT, Silvio Pereira. Esta etapa investiga os beneficiários do empréstimo de R$ 12 milhões feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao Banco Schahin. De acordo com as investigações, Ronan Maria Pinto, empresário dono do jornal Diário do Grande ABC, recebeu R$ 6 milhões do esquema de corrupção na Petrobras. A quantia, conforme o MPF, foi repassada por meio de um empréstimo de R$ 12 milhões feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao Banco Schahin. Deste total, os outros R$ 6 milhões foram destinados a campanhas eleitorais com apoio do PT. Parte desse valor teria sido repassado a Ronan, que esteve detido no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região de Curitiba, mas que passou a cumprir prisão domiciliar após pagar fiança no valor de R$ 1 milhão.

Na sentença, Moro condenou o Delúbio Soares a cinco anos de reclusão em regime fechado e declarou que o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores tem "maus antecedentes" por já ter sido condenado no processo do Mensalão. "A lavagem, no presente caso, envolveu especial sofisticação, com utilização de duas pessoas interpostas entre a fonte dos recursos e o seu destino final, além da simulação de dois contratos falsos de empréstimo", declarou Moro.

O empresário e dono do "Diário do Grande ABC", Ronan Maria Pinto, também foi condenado a cinco anos de reclusão pelo crime de lavagem de dinheiro. "A lavagem, no presente caso, envolveu especial sofisticação, com utilização de duas pessoas interpostas entre a fonte dos recursos e o seu destino final, além da simulação de dois contratos falsos de empréstimo", definiu o juiz.

Enivaldo Quadrado, também condenado pelo Mensalão, foi sentenciado a cumprir cinco anos em regime fechado. "A lavagem de grande quantidade de dinheiro merece reprovação especial a título de consequências. Considerando três vetoriais negativas, fixo, para o crime de lavagem de dinheiro, pena de cinco anos de reclusão", diz Moro.

O empresário Natalino Bertin também foi condenado por participar do esquema de lavagem de dinheiro. Por não possuir antecedentes criminais, o juiz federal sentenciou pena de quatro anos e seis meses em regime aberto para o início de cumprimento da pena. O mesmo foi aplicado a Luiz Carlos Casante.

Segundo a sentença, o valor mínimo para reparação dos danos causados à Petrobras foi fixado em R$ 61.846.440,07. A quantia deve ser corrigida até o pagamento.

Absolvidos

Na sentença, Moro absolveu Oswaldo Rodrigues Vieira Filho, Marcos Valério Fernandes de Souza, Sandro Tordin e Breno Altman do crime de lavagem de dinheiro por considerar que as provas apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) não são suficientes para a condenação.
Herculano
02/03/2017 17:56
TSE INTIMA PSDB A PRESTAR ESCLARECIMENTO SOBRE DOAÇÃO DA ANDRADE GUTIERREZ

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Rafael Moraes Moura e Breno Pires, da sucursal de Brasília, O PSDB foi intimado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a prestar esclarecimentos sobre as doações feitas pela Andrade Gutierrez à campanha do senador Aécio Neves (MG) para a Presidência da República em 2014.

Advogados de Dilma Rousseff (PT) protocolaram em dezembro do ano passado uma petição na corte eleitoral pedindo que fossem investigadas as doações feitas pela empreiteira à campanha do tucano.

Na petição, a defesa da ex-presidente destaca um depoimento dado por Otávio Azevedo, ex-presidente da empreiteira, no âmbito da ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.

Em um segundo depoimento prestado em novembro, Azevedo negou que a campanha à reeleição de Dilma recebeu da empreiteira dinheiro de propina. Confrontado com documentos que contradiziam o seu depoimento anterior, o executivo apresentou uma nova versão dos fatos e afirmou que a contribuição de R$ 1 milhão feita ao diretório do PMDB foi voluntária, sem nenhuma origem irregular.

Nesse mesmo depoimento, Azevedo afirmou que, ao contrário do que havia dito antes, doou para a campanha de Aécio em 2014 R$ 19 milhões, e não R$ 12,6 milhões, como havia sido registrado antes.

Para o PT, a correção de Azevedo configura um "fato de extrema gravidade que pode, em tese, determinar que as contas de Aécio sejam julgadas irregulares", caso se comprove que o PSDB não declarou a totalidade dos valores recebidos da empreiteira.
Herculano
02/03/2017 17:51
OS POLÍTICOS ESTÃO CADA VEZ MAIS EXPOSTOS, MAS RESISTEM. STF APROXIMA-SE DA MAIORIA E ADIA DECISÃO SOBRE PIMENTAL VIRAR RÉU SEM AUTORIZAÇÃO DA ASSEMBLEIA DE MINAS ONDE ESTAVA TUDO ARMADO PARA LIVRÁ-LO DE IR À JUSTIÇA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Letícia Casado, da sucursal de Brasília. O STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu o julgamento da ação que vai decidir o futuro do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT).

A ação, impetrada pelo DEM, pede que o STF reconheça que não é necessário que a Assembleia de Minas dê aval para que o governador seja processado criminalmente. O partido contesta argumentos da defesa de Pimentel, que alega que o governador só pode virar réu com aval dos deputados - procedimento que prevalece em outros Estados, mas não é previsto na Constituição de Minas Gerais.

Caso vire réu em ação penal, Pimentel correria o risco de ser afastado do governo.

A presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, decidiu que seria adequado esperar que o tribunal estivesse completo para definir a questão.

Assim, o caso será pautado novamente em abril, depois da posse do ministro Alexandre de Moraes, marcada para 22 de março.

PIMENTEL NA ACR?"NIMO

Pimentel foi denunciado duas vezes por corrupção passiva pela PGR (Procuradoria-Geral da República) na Operação Acrônimo.

A denúncia acusa o governador supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, após investigação sobre a relação do petista com o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené.

Segundo a investigação da Polícia Federal, a Caoa pagou R$ 2,1 milhões a duas empresas de Bené, que teria intercedido junto a Pimentel para beneficiar a montadora quando o hoje governador era ministro do Desenvolvimento. O governador nega ter cometido irregularidades.

Quando a denúncia chegou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), foro de governador, os ministros enviaram o caso para a análise da Assembleia de Minas. Os deputados chegaram a iniciar o debate sobre o tema, mas o DEM recorreu ao Supremo e a tramitação foi interrompida. O governo tem ampla maioria na Casa.

O caso tinha voltado à pauta do STF nesta quinta (2). Cinco ministros entenderam que a Assembleia não precisa dar aval para que o governador seja processado. Ou seja, caberia ao STJ decidir se a denúncia deve ou não ser aceita, e não à Assembleia Legislativa de Minas.

Votaram neste sentido o relator Edson Fachin e os ministros Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio, Rosa Weber e Luiz Fux. Os outros ministros ainda não votaram no mérito da questão.

Procurada, a defesa de Pimentel diz que "essa ação é uma clara manipulação da lei" e que o tema não deveria ser julgado em uma ação direta de inconstitucionalidade.

"Registra que o PGR (Procuradoria-Geral da República) e a Advocacia-Geral também foram no sentido de não se conhecer da ação, por reconhecerem a sua inaptidão", diz o advogado Eugênio Pacelli. "Esperamos que a decisão final da Corte seja exatamente nessa direção, seguindo a tradição de Justiça que sempre a orientou."
Herculano
02/03/2017 17:37
ALOYSIO NUNES DARÁ CONTINUIDADE À GESTÃO SERRA, por Josias de Souza

A expectativa de Michel Temer é a de que o novo chanceler Aloysio Nunes dê continuidade à política iniciada por José Serra no Itamaraty. Significa dizer que o governo dará prioridade ao pragmatismo comercial. E manterá em segundo plano as relações com países do chamado eixo bolivariano: Venezuela, Equador, Bolívia e Cuba. Além de ser tucano como Serra, Aloysio é amigo do antecessor.

A ideia de Temer é manter a aliança firmada com Argentina, Paraguai e, posteriormente, Uruguai, para alijar a Venezuela do Mercosul. O Brasil defende que os países-membros do grupo tenham cada vez mais liberdade para negociar acordos de livre comércio com outras nações e blocos comerciais. Serra olhava com especial interesse, por exemplo, para China, Índia, Japão e Alemanha ?"países que visitou antes de sua coluna cervical transformar suas viagens em suplícios.

De resto, o Planalto espera que Aloysio Nunes mantenha o esforço do Itamaraty para estreitar relações com o novo governo dos Estados Unidos -sem perder de vista as oportunidades comerciais que podem se abrir para o Brasil diante da política protecionista adotada pelo presidente norte-americano Donald Trump.

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