03/11/2015
As passarelas e as alças I
Na segunda-feira da semana passada, foi realizada no salão da Capela São Judas Tadeu, na Margem Esquerda, a audiência para a “Discussão sobre a necessidade de instalação de passarelas sobre a BR-470 (duplicada e vai demorar...) e instalação galerias para drenagens pluviais”. A iniciativa foi da Câmara sob pressão da comunidade, diante da inércia do poder público representado pelo prefeito sem iniciativas neste assunto. Para não perder o bonde mais uma vez PT foi em peso para lá, incluindo o prefeito.
As passarelas e as alças II
Sabe Zuchi e sua turma que por corpo mole deles próprios, o ex-petista Francisco Anhaia, agora, no PMDB, ergueu esta bandeira e vem se dando bem com os moradores. Mas Zuchi sabe que tudo isto é só papo. A BR-470, outro presente prometido pelo casal Décio Neri e Ana Paula Lima, que manda no PT daqui, está difícil para sair do papel: faltam padrinhos, consciência, prioridade e principalmente dinheiro. Então: nem passarelas, nem trevos, nem galerias, nem mesmo a duplicação tão cedo. Mas ninguém perder o palanque, nem mesmo que está em dívida com a comunidade, como é o caso da prefeitura
As passarelas e as alças III
A ida de Zuchi e seus asseclas naquela audiência teve outro objetivo: não deixar a Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, - moradora naquela região do município, a Lagoa - tomar conta de mais este assunto abandonado pela administração petista. Foi assim com as alças de acesso à ponte do Vale para que os moradores da Margem Esquerda não fiquem expostos no “trevo” da BR 470. A prefeitura mandou uma banana aos moradores. Diz que faltam recursos, mas não foi atrás e não fez qualquer esforço buscar uma solução. Foi assim quando a vereadora foi a Florianópolis tratar do Anel de Contorno de Gaspar. Outra banana para os gasparenses. Zuchi, preferiu ir a Florianópolis buscar a “tocha olímpica” para ela passear por aqui por meia hora, isto se o trânsito engarrafado do Centro permitir. Acorda, Gaspar!
Ilhota em chamas I
Este assunto já foi publicado aqui com exclusividade e há muito – e ninguém da imprensa se interessou até agora. Vá entender este tipo de jornalismo! Então vou detalhá-lo melhor para que a leitora e o leitor possam compreende-lo na sua essência. Ou seja, não se trata de uma perseguição de uma promotora como quer fazer crer o prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, PSD, para a clara falta de uma sustentável tese de defesa num caso tão escandaloso e cheio de provas. Ele está acostumado a comprar assinaturas de jornais amigos para distribuir na comunidade, desqualificar e amaldiçoar os que não se vendem por migalhas. E o material desta Ação vai rolar por muitos anos na Justiça aqui na Comarca e nos graus de recursos até uma decisão que faça retornar aos cofres públicos o que foi gasto de forma irregular.
Ilhota em chamas II
Mas, olhando a peça da promotora que cuida da moralidade pública e com isso defende o uso correto do dinheiro de todos nós, Chimelly Louise de Resenes Marcon, tudo se aclara e ao mesmo tempo se torna assustados. Volto ao assunto que já publiquei como uma simples nota tempos atrás e acusa de Improbidade Administrativa o prefeito Daniel Christian Bosi, o ex-secretário de educação Airton Correa, o servidor e secretário da saúde, Amarildo Avelino Laureano, o ex-secretário de Transportes e Obras, Antônio Carlos Russi, a procuradora geral Marli Zieker Bento, bem como empresário Luciano VenturinI, dono da também arrolada e enrolada pelos políticos, Venturini Materiais de Construção Ltda.
Ilhota em chamas III
Mas, o que aconteceu afinal para todos serem denunciados pelo Ministério Público em nome da moralidade da sociedade? Rolo. Rolo. Rolo como se o negócio público fosse algo pessoal e não precisasse seguir um rito determinado pela Lei. O procedimento administrativo nº 32/2013, abriu às 13h30min de 5 de abril de 2013 e dispensou de licitação à aquisição de material de construção e material elétrico para manutenção das secretarias municipais. Isto é possível, mas é preciso um rito e se provar a necessidade. Todavia, ele se deu numa rapidez sem tamanho, e adjudicou- tudo mesma data, com a Materiais de Construção Venturini Ltda., mediante pagamento de R$ 83.767,03.
Ilhota em chamas IV
Segundo a promotora pública Chimelly na peça que mandou para o Judiciário, houve “uma série de ilegalidades praticadas pelos gestores públicos na referida contratação direta, materializadas na ausência de qualquer comprovação do caráter emergencial da aquisição visada, o que demandaria a deflagração de certame público; a flagrante e completa inversão de todas as etapas administrativas do procedimento, o qual efetivamente teve início com o fornecimento do material pela sociedade empresária para após ser noticiada a necessidade dos mesmos e recomendada a dispensa de licitação; ou ainda na inexistência formal de qualquer espécie de contrato entre o Poder Público e o particular para compra dos materiais de construção e elétricos”. Uau! E a imprensa não se interessou. E os vereadores, os fiscalizadores onde estavam nesta história toda?
Ilhota em chamas V
E os defeitos e as dúvidas não terminam aí, segundo Chiumelly. “O aparente início – conforme paginação dada pelo próprio Município de Ilhota – com requisições não numeradas e não-datadas de diversos órgãos da administração pública para aquisição de materiais, com exceção da oriunda do Fundo Municipal da Educação que é tão-somente numerada (requisição nº 276/2013). E, neste ponto, já se infere a primeira incoerência do procedimento. Nota-se que o número da requisição formulada pelo Fundo Municipal da Educação (nº 276,) se revela claramente incoerente, não havendo qualquer possibilidade de, nos primeiros doze dias de governo (data do primeiro orçamento apresentado e correspondente à solicitação do fundo municipal), apenas o FME ter encaminhado 276 pedidos ao governo municipal”. Meu Deus. Disfarces grosseiros. Ou é muita incompetência, e vai pagar por isso, ou se fez intencionalmente zombando da prática exigível administrativamente, ou seja, foi pego e vai pagar. E Bosi, não pode reclamar. É advogado. Entende da lei, da exigência e do que acusa a promotora.
Ilhota em chamas VI
Tudo arrumado. No dia nove de fevereiro de 2013, uma reportagem com fotos no Jornal Metas mostrou o conserto do telhado da escola Alberto Schmitt. Esses materiais foram, vejam bem, comprados nesta dispensa de licitação. Agora, prestem a atenção: no dia seis de fevereiro a advogada da prefeitura ofereceu a justificativa de dispensa de licitação sob a alegação dela ser emergencial. Quer mais incoerências e inconsistências anotadas pela promotora Chimelly? “Os pareceres contábeis apócrifos [traduzindo: falsificados] bem como as solicitações de abertura de licitação e as autorizações para abertura de processo administrativo de licitação firmadas por Amarildo Laureano (secretário de saúde), Airton Correa (secretário de educação) e Daniel Christian Bosi, datam 5 de abril de 2013”.
Ilhota em chamas VII
Entende-se o porquê de os políticos praguejarem o Ministério Público e esta coluna, pois este assunto é público, mas querem vê-lo escondido de todos, tanto que até conseguem. E tem mais para este caso? Tem! Infelizmente. “Para aumentar o imbróglio”, escreveu a promotora Chimelly na peça que pediu a indisponibilidade dos bens dos envolvidos para devolver aos cofres da prefeitura o que se desviou na opinião dela. “Ambos os secretários e o Alcaide subscreveram Declaração de Publicação do Processo Licitatório – que inclusive fora dispensado – em 28 de março de 2013, isto é, data anterior à própria solicitação de abertura de licitação! No documento, determina-se que a sessão pública para o recebimento dos envelopes de proposta comercial e de documentação dar-se-á das 13:30 horas do dia 05/04/2013 até às 13:30 horas do dia 05/04/2013 no protocolo desta instituição. Dia e horário equivalentes à abertura do procedimento de dispensa de licitação! ”
Ilhota em chamas VIII
Chimelly na peça didática que mandou para a Justiça não deixa nenhuma dúvida de que a formalidade do processo de compra por dispensa de licitação cheira a grave e grosseira armação. “Na sequência e sem qualquer formalização do contrato de compra e venda, são acostados ao procedimento documentos relativos à habilitação jurídica, regularidade fiscal e trabalhista da pessoa jurídica da Materiais de Construção Venturini Ltda., empresa diretamente contratada. Todavia, infere-se da documentação apresentada que a certidão negativa de débitos trabalhistas e a certidão negativa de débitos relativos a contribuições previdenciárias foram expedidas em 10 e 26 de abril de 2013, respectivamente. O que significa dizer que foram apresentadas ao Poder Público após a adjudicação [traduzindo: a efetiva compra] do objeto que se operou em 5 de abril de 2013, conforme autorizações de fornecimento de bem como após a liquidação e pagamento dos respectivos empenhos”. Meu Deus...
Ilhota em chamas IX
Mas, o que matou o prefeito Daniel Christian Bosi e sua turma de aprendizes neste caso? O depoimento do empresário Luciano. Ele forneceu o que pediram: materiais e documentos. Quando viu, estava todo enrolado pelos políticos e gestores públicos de Ilhota. Foi uma verdadeira delação, mas sem prêmio. “E, neste ponto, o próprio empresário esclarece que o orçamento apresentado retrata fielmente a lista final de mercadorias fornecidas ao Município por um período de dois a três meses, não traduzindo o pedido inicial de materiais formulado. Ora, se o fornecimento dos materiais foi realizado aos poucos (perdurou de dois a três meses, segundo o fornecedor) e conforme as necessidades das obras, por óbvio não se há falar em situação de emergência e, por conseguinte, em dispensa regular de licitação. Ademais, registra-se que, no início de 2013, não foram noticiadas intempéries climáticas de médio ou grande impacto, razão pela qual não houve expedição de ato decretando situação de emergência ou de calamidade pública no Município de Ilhota. Logo, a hipótese de emergência ventilada representou nítido pano de fundo criado pelos gestores públicos para levarem a efeito contratações indiretas no Município de Ilhota”, sinalizou Chimelly.
Ilhota em chamas X
O que o Ministério Público da Comarca e que cuida da moralidade pública quer? A indisponibilidade dos bens dos envolvidos. Ainda não conseguiu. Que julgados, sejam condenados a ressarcir aos ilhotenses e que paguem em dobro a multa do que fizeram errado contra o município, ou seja, num total de R$251.301,09. Chimelly quer mais: que todos pela incompetência e má fé que demonstraram neste caso, pois há mais, sejam eles proibidos de administrarem as coisas públicas, sejam impedidos de fornecerem para o poder público e não sejam candidatos a cargos políticos de três a oito anos. Bosi ainda insiste que isto é coisa da imprensa e de uma promotora que conhece as dificuldades de se administrar uma cidade como Ilhota. Ah, sim!
Pois é. O deputado Décio Neri de Lima, PT, veio aqui ver como estava a administração que ele e sua mulher Ana Paula tutela, a de Pedro Celso Zuchi. Amigo de Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que a verba de R$14,7 milhões para a ponte do Vale seria liberada na semana. Hoje é terça-feira.
Aqui, gasparense honorária Ideli Salvatti, PT, quando poderosa ministra, naquele espetáculo eleitoreiro para a imprensa mansa no Ginásio prefeito João dos Santos, já deixou a caneta dela há três anos como garantia da conclusão da ponte e para calar a boca dos céticos, num recado cifrado para esta coluna. A tinta secou e faz tempo. E coisas deste tipo fazem desta coluna líder de audiência e a desmoralização de políticos como ela, que armam contra a cidade e seu povo. Falta-lhe transparência.
O próprio Zuchi numa das inúmeras idas a Brasília, em abril garantiu em entrevistas sem perguntas e discursos para analfabetos, ignorantes, desinformados, patrulha e gente do aparelho que a liberação da verba que Décio disse que estaria depositada na semana passada estava chegando naquele mês. Em outra ida a Brasília, Zuchi garantiu que as obras da ponte seriam reiniciadas em julho. Estamos em novembro. Ontem foi o dia dos mortos.
Décio está inconformado, como numa cidade pequena o PT não conseguiu por sob a sola dos seus pés todos da imprensa. Está inconformado como deixaram criar a Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Décio até admite perder para o PMDB, PSD e PP, pois entendem que são farinhas do mesmo saco e sempre dará um bom pirão. Nunca para alguém que não come na mesma mesa do PT. Hum!
Está feia a situação financeira na prefeitura de Gaspar. E quem suceder a Pedro Celso Zuchi – seja quem for e mesmo sendo alguém do PT – vai pegar um pepino sem fim. O projeto que dá caros advogados com os impostos dos gasparenses que faltam para os postos de saúde, nas obras, na conservação de ruas e estradas, no hospital, na assistência social, é para se defender deste passivo que foi constituído, alguns deles, feito da vingança contra entidades e pessoas.
Vira e mexe, o PT e o PMDB de Gaspar, principalmente, transformam a professora e vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, em mártir, heroína e forte candidata a prefeita de Gaspar. Agora, foi a vez, de Laércio Pelé Krauss, suplente do DEM – o ex-partido de Andreia - fazer o serviço familiar ao pedir a cabeça e lugar dela na Câmara, por infidelidade por ter ela ido para o ninho tucano. Ao invés de abatê-la, estão dando linha para ser mais conhecida e reconhecida. Aprendizes ou desesperados?
“Infelizmente percebo, que por não aceitarem o meu direito de ir para outro partido, algumas pessoas, por interesses pessoais e políticos partidários, insistem em querer me prejudicar”, afirmou Andreia numa nota que publicou no seu facebook. Choveu solidariedade de gente identificada e conhecida na cidade. E é isto que vem assustando os adversários. Na semana passada a cena foi com a reprodução de uma coluna que assinei aqui sob o título “MEDO”.
E arrematou Andreia na nota que publicou no final desta semana: “Estou trabalhando com afinco nas ações que assumi em campanha e nos compromissos que firmei com a comunidade. Esta ação de requerer o meu mandato tem a intenção de me tirar do foco e desviar a minha atenção do que realmente importa, do que realmente me preocupa que é discutir e propor ações para melhorar a vida da nossa comunidade e não ficar com intrigas políticas e brigas partidárias. É isso que a comunidade espera de nós, agentes públicos: trabalho”.
No fundo, Andreia não inovou nada. Está ganhando espaços por sua determinação, transparência, sinceridade e trabalho. Simples, para o desespero de alguns que sofisticam, inclusive na fofoca, no jogo de cartas marcadas e na mentira.
Ontem foi dia de Finados. Talvez por isso, a pauta da Câmara para hoje esteja tão minguada.
Perguntar não ofende: o que faz o presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP, não colocar até agora na pauta, o projeto 49/2015, que dá advogado com o dinheiro dos gasparenses eternamente para os prefeitos, vices, secretários e vereadores de ontem, hoje e amanhã? Está refém do PT, que acredita que vai reverter a posição do PMDB e PSD sobre este assunto. Será? Quem dos seis vereadores terá coragem de afrontar a orientação dos partidos para se alinharem ao PT?
Uma boa iniciativa. Projeto de Resolução nº 01/2015 de autoria da Mesa Diretora, dá o nome de “Espaço Cultural Vereador Antônio Pedro Schmitt”, o Pepê, ao saguão da Câmara Municipal de Gaspar. Ele merecia mais, principalmente no Poço Grande, onde era líder atuante.
Coisas de aprendizes. Parece que fazem de propósito. O que está na pauta de hoje? Projeto de Lei nº 54/2015, de autoria do Executivo e que revoga os Capítulos V e VI e seus anexos da lei nº 2803 de 10 de outubro de 2006, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Gaspar, à época do prefeito Adilson Luiz Schmitt, hoje sem partido.
Descobriram agora, só agora, vejam só, que o fatiamento que estão fazendo da revisão obrigatória do Plano Diretor, é irregular. Ele já aprovado na Câmara e pronto para ser sancionado. Mas, teve que voltar atrás. É que não se pode ter duas legislações idênticas vigindo. Como a procuradoria geral do município – e a da Câmara também -pode comer uma bola destas? Meu Deus.
Elementar: para vigir uma lei, é preciso antes revogar a outra. O que foi aprovada, está com defeitos e deve gerar problemas se o Ministério Público se interessar pelo assunto. Aconteceu fora dos preceitos do que reza o Estatuto das Cidades, com audiências de araques e entre poucos para cumprir o mínimo da lei. Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).