Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

04/12/2015

 

O QUE FEDE? I
Sob este mesmo título, na sexta-feira passada, abordei o que se trama em regime de urgência para se aprovar o PL 60/2015 na Câmara de vereadores, com a assinatura do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, hoje declarado improbo por um colégio de juízes. O que deu entrada na Justiça da Comarca recentemente? Uma Ação Civil Pública por Impobridade Administrativa contra o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, hoje sem partido, mas que foi eleito pelo PMDB e passou pelo PSB e PPS, a Recicle, de Brusque e seu sócio Adalberto Silva. E do que se trata? Do fedor do lixo, nos mesmos moldes que se trama agora na Câmara, mas vejam só, foi denunciado à época pelo próprio PT. Agora, ele quer algo assemelhado hoje para Gaspar. Ou fez na época a denúncia com má fé, ou faz a trama agora como a mesma intenção no mar de incoerências e interesses no qual sobrevive, ludibria e cria vantagens para si e os seus no Brasil.


O QUE FEDE? II
A promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, que cuida da Moralidade Pública, é uma paladina. O Pau que bate em Chico, bate em Francisco. É a sua regra. É a sua medida. O que ela arguiu contra Adilson? Sobre “a contratação de empresa [neste caso a Recicle, de Brusque e ela é ré nesta Ação junto ao Adilson e Adalberto] para coleta/transporte/tratamento/destinação final de resíduos sólidos compactáveis e resíduos de saúde no município de Gaspar [ o mesmo modelo que está na Câmara e que não servia ao PT na época, o qual usou como base para criar emergencialmente a Say Muller, agora, pelo visto, descartada]. Aditivos injustificados de prorrogação da vigência contratual e infundado aumento do valor global. Efeito cascata. Patente burla à licitação e negligência do Alcaide quanto aos motivos invocados para majoração dos valores pagos pelos cofres públicos. Atos ímprobos que causaram prejuízo ao erário e atentaram contra os princípios da Administração Pública”.


O QUE FEDE? III
O que o Ministério Público da Moralidade Pública quer? O ressarcimento de R$1.118.892,00 (a diferença ente o contrato original e o alterado por aditivos que está sendo questionado) aos cofres da prefeitura de Gaspar. Alega-se ser este o prejuízo causado por este sistema majoração de preços por decretos. E para isso, pediu a indispobilidade dos bens da Recicle, do seu presidente Adalberto e do ex-prefeito Adilson. Mais: a declaração de todos por improbidade na administração ou na relação com o Poder Público. E este rolo só chega a Justiça depois de oito anos dos fatos. Adilson está inconformado. A Recicle preocupada, mas confiante. E o PT de José Amarildo Rampelotti, Antônio Carlos Dalsochio, Doraci Vans, Mariluci Deschamps Rosa e Pedro Celso Zuchi, comemorando. Mas, o que, se são autores do PL 60 que permite os mesmos vícios?


O QUE FEDE? IV
Ora, o PL 60 que está na Câmara é um cheque em branco para 40 anos, sem mecanismos de controles de repactuação de preços e discussão técnicas, afinal neste tempo todo, 40 anos, a cidade mudará, as administrações mudarão, e até a quantidade e a qualidade do lixo mudarão também. Se em cinco anos, um contrato causou esta confusão toda que obrigou o Ministério Público buscar o ressarcimento (e não é pouco) e punições para administradores públicos e para a empresa ganhadora da licitação, muito de dúvidas estão por vir num contrato fechado de 40 anos.


O QUE FEDE? V
A concorrência pública 126/2005, pelo menor preço teve como vencedora a Recicle no valor global de R$ 2.304.000,00. Menos de dois anos depois, em 18.04.2007, a ela pediu reajuste e acréscimo de valores, “com vistas à adequação financeira do Contrato SAF-211/2005”. Justificou para isso, como sempre, vários aumentos. Dentre eles: mão de obra, insumos, despesas operacionais, manutenção de veículos e do aterro sanitário. Ou seja, isto não vai estar presente em 40 anos se estiveram em menos de dois anos em 2007? Por que isto não está sendo debatido e previsto no PL 60? Por que a urgência? Por que o silêncio?


O QUE FEDE? VI
“Em ato de incomum eficiência da Administração Pública, e inclusive depois de consultas técnicas, apenas nove dias após o referido pedido, ou seja, em 27.04.2007, o prefeito Adilson firmou o Primeiro Termo Aditivo ao contrato entabulado com a empresa Recicle. Por meio deste instrumento: aplicou reajuste inflacionário mensal de 3,69%, a contar de janeiro de 2007; aumentou o valor do preço mensal em 20,08%, a partir de abril de 2007, em decorrência de apontado desequilíbrio econômico-financeiro; e acresceu, ainda, ao contrato o importe mensal de R$ 19.231,90, devido ao respectivo aumento no objeto do contrato, ‘novas ruas atendidas pela coleta de lixo’. Ao fim, o valor global do pacto foi alterado para R$ 2.613.964,07”, apontou a promotora Chimelly na peça que enviou a Justiça. Resumindo, o PT que denunciou e alimentou a dúvida (e não se condena isto), faz agora algo pior e contra os gasparenses com o PL 60. Acorda, Gaspar!


TRAPICHE


O PT de Gaspar ficou muito incomodado com a foto publicada aqui, outras que circularam na rede social junto com um depoimento do senador mineiro, presidente do PSDB, apoiando a vereadora Andreia Symome Zimmermann na intenção dela ser candidata a prefeita por aqui.


A reação do PMDB veio logo. O deputado Rogério Peninha Mendonça, PMDB, apareceu por aqui para emprestar apoio a Kleber Edson Wan Dall, e aproveitou para marcar a conclusão das obras de retificação, infraestrutra e pavimentação de 2,9 quilômetros da Rua Leonardo Pedro Schmitt, que deveria estar pronta esta semana. Agora estará pronta, só às vésperas da camapanha. Coincidência? Esses políticos!


Marcelo de Souza Brick, PSD, espera um milagre e uma indicação divina para ser candidato ou se juntar ao PMDB e PP. Preferiu ir para a Bavária, na Alemanha. Enquanto isso, o deputado federal secretário da Saúde, João Paulo Kleinubing reunia em Florianópolis, todos os pretensos candidatos a prefeito de Blumenau para iniciar as escolhas para uma candidatura solo.


Perguntar não ofende: onde estão os R$5,2 milhões que o dono da administração daqui Décio Neri de Lima e o prefeito Pedro Celso Zuchi anunciaram como liberados para a ponte do Vale? Quando mesmo as obras recomeçam? Acorda, Gaspar!


Termômetro. Um experimentado observador da cena política local, observa. O Raul Schramm, PDT, cunhado do ex-prefeito Luiz Fernando Poli, ex-PFL, e hoje no PDT, a cada eleição se move para estar ao lado do vencedor e garantir uma indicação no serviço público.


Raul Schramm acaba de sair como diretor de Indústrias da secretaria de Turismo, Indústria e Comércio de Gaspar. Está inconformado com as escolhas do PDT local. Então... Este observador está esperando a decisão pelo novo porto para apontar o candidato com mais chances de vencer aqui no ano que vem.


Roberto Procópio de Souza, que está no Procon, por sua vez, quer ser o vice do PT. Por isso, se livrou do caso de nepotismo que pesava contra ele e era uma ameaça séria na promotoria da moralidade pública. O PDT, obediente, tem feito o serviço para o PT de Gaspar contra jornalistas, investidores e candidatos adversários.


Vitório Marquetti, PPS, perdeu a primeira na Justiça Eleitoral ao pretender a cassação de Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, por infelidade partidária devido a sua saída do DEM. Vitório queria de forma liminar, ou seja, imediata. O juiz da causa disse não.


PT e José Hilário Melato, PP, chantageiam e tratam mais uma vez da traição do acordo que fizeram pela presidencia da Câmara no ano que vem.

 

Edição 1727

Comentários

Pernilongo Irritante
07/12/2015 22:08
O PT afirma que impeachment é golpe.
Golpe vão levar quando verem que Dilma vai ser cassada. Esperem pra ver.

A prefeitura de Gaspar vai entrar em férias de 30 dias. Eles estão cansados de não fazer nada.
Mariazinha Beata
07/12/2015 19:56
Seu Herculano;

Leonardo Boff está recolhendo jamegões para um abaixo-assinado contra o impeachment, diz Lauro Jardim e, que Chico Buarque já assinou.

Em homenagem à ambos, eu canto:

O Bando (I)
Estava à toa na vida, o meu amor me chamou
Pra ver o bando roubar, causando caos e terror
A minha gente sofrida, escondeu-se de pavor
Ao ver o bando roubar, causando caos e terror
O homem pobre que estava sem dinheiro, apanhou
O faroleiro que contava vantagem, vazou
A namorada que contava as estrelas,
Correu de pavor daquela bandidagem
A moça triste que vivia calada, fugiu
A loja chic foi toda saqueada e faliu
A meninada toda se assustou
Ao ver o bando roubar, causando caos e terror

O Bando (II)
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço para sair no braço e tombou
A moça feia fico lá na a janela
Com uma tubaína e pão com 'mortadela'
O bando louco se espalhou na avenida e agiu
A lua cheia que a tudo assistia, sumiu
Minha cidade toda se espantou
Ao ver o bando roubar, causando caos e terror
Mas para meu desencanto
O meu país se acabou
Tudo ficou a faltar
Depois que o bando roubou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois do bando roubar
Causando caos e terror.

Bye, bye!
Herculano
07/12/2015 19:40
ENQUANTO ELES GUERREIAM PELO PODER, NOS PAGAMOS A CARA CONTA DO DESASTRE. MANCHETE DOS PORTAIS, NOTICIÁRIOS DAS TEVÊS E RÁDIOS DESTA NOITE E DOS JORNAIS DE AMANHÃ: CUNHA DECIDE ADIAR ELEIÇÃO DE NOMES PARA COMISSÃO DO IMPEACHMENT

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. O texto é de Gustavo Uribe e Ranier Bragon, da sucursal de Brasília. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu adiar para terça-feira (8) a definição dos nomes que irão compor a comissão especial para decidir a abertura ou prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A medida foi tomada em razão da decisão de partidos de oposição e de dissidentes de lançar uma chapa avulsa para a composição do colegiado parlamentar. A estratégia é contrapor a indicações de líderes partidários consideradas governistas em partidos com bancadas rachadas, como o PMDB e o PSD.

O argumento de integrantes da oposição é de que, com uma chapa concorrente, não haveria tempo nesta segunda-feira (7) para preparar as cédulas e promover uma eleição. Na tentativa de esvaziar a chapa dos líderes, partidos de oposição, como o Solidariedade, retiraram nomes indicados anteriormente.

O regimento interno da Câmara dos Deputados determina que a comissão especial para analisar a abertura ou arquivamento do pedido de impeachment deve ser eleita em plenário.

A sessão plenária para composição da comissão especial deve ser realizada às 14h, mesmo horário em que o Conselho de Ética pretende discutir a admissibilidade do pedido de cassação do mandato do presidente da Casa Legislativa, o que pode inviabilizar a votação do processo.

A ideia inicial era que nesta segunda-feira (7) os partidos indicassem os membros da comissão especial e, na terça-feira (8),o colegiado seria instalado oficialmente, quando haveria, também, a escolha de seu presidente e relator. Com o adiamento, a eleição de ambos deve ficar para quarta-feira (9).

"Isso é uma confusão e é inaceitável. Essa comissão especial começará contaminada. Isso arrebenta qualquer possibilidade de relação aqui dentro", criticou o líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC).

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), também criticou a decisão e classificou a iniciativa de lançar uma chapa avulsa como "coisa de perdedor".

Já o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), avisou aos integrantes de seu partido que, caso sejam lançadas duas chapas, ele não participará de nenhuma das duas "por respeito à bancada".

"Não posso estar numa chapa e disputar votos com amigos de partidos que estarão na outra. Como líder, tenho de trabalhar pela integração da bancada", disse.

Na tentativa de agilizar a tramitação, a base aliada iniciou articulação para garantir quorum durante toda a semana na Casa Legislativa, incluindo segunda e sexta.

O regimento interno permite a abertura de sessão ordinária nesses dias quando há um quorum de 51 deputados.

À comissão especial cabe produzir um parecer, que não tem caráter definitivo, independentemente do seu teor -pelo arquivamento ou abertura do processo.

A palavra final precisa ser dada pelo plenário da Câmara dos Deputados, que só poderá abrir o processo de impeachment propriamente dito havendo posição neste sentido de dois terços dos deputados.

O governo federal avalia hoje contar com votos suficientes para arquivar o pedido de afastamento. Por isso, tem atuado por um desfecho rápido antes que o quadro econômico se deteriore, e os movimentos contra a presidente voltem às ruas.
Belchior do Meio
07/12/2015 18:54
Sr. Herculano:

Vai que Michel Temer leia o blog, então vou mandar-lhe um recado:

Temer, declare-se impedido de apoiar Dilma em nome da DEMOCRACIA!
E porque não, em nome do PMDB. Manda Brasa! (isto é do meu tempo de militante).
Mariazinha Beata
07/12/2015 18:38
Seu Herculano;

Lendo Sidnei Luis Reinert às 12:25hs, me lembrei de um PaTeta vermelho chamado José Graziano, foi chefe do Fome Zero (mais um engodo petista).
Quando eLLe recebeu um cheque de 50 mil reais de Gisele Büdchen e, seis meses depois, ainda não tinha conseguido abrir conta em um banco.

PeTralhas incomPeTentes, este dinheiro foi para qualquer lugar, menos para onde foi doado.

Bye, bye!
Erva Daninha
07/12/2015 18:23
Olá, Herculano;

Sobre o comentário das 12:50hs - Pensando bem ...

A onda azul que varreu o vermelho da Argentina e agora Venezuela já chegou ao Brasil.
E não tem mais volta.
Viva o povo argentino!
Viva o povo venezuelano, que botaram os comunistas pra correr.
Herculano
07/12/2015 16:24
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE
Herculano
07/12/2015 14:16
GRUPO DO PMDB ANTI-DILMA CRITICA AÇÃO DO LÍDER, por Josias de Souza

Responsável pela indicação dos oito representantes do PMDB na comissão do impeachment, o líder Leonardo Picciani (RJ) recebe na manhã desta segunda-feira duras críticas da ala do partido que deseja ver Dilma Rousseff pelas costas. "Em vez de reunir a bancada, o Picciani discute os nomes do PMDB no Palácio do Planalto", queixa-se o deputado Lúcio Vieira Lima (BA).

O PMDB terá oito representantes na comissão. Picciani já escolheu cinco, todos contrários ao impeachment. Além de si próprio, o líder peemedebista escalou Hildo Rocha (MA), João Arruda (PR), José Priante (PA) e Washington Reis (RJ). "Como não fez nenhuma reunião, Picciani não pode falar pela bancada, é porta-voz de si mesmo. Não é desse jeito que se constrói a unidade partidária", criticou Lúcio. Ele disputou a liderança com Picciani, em fevereiro. Perdeu pela diferença de um voto.

"Todo mundo sabe que o PMDB é um partido dividido", afirmou Lúcio. "O papel do líder, como intérprete da vontade da bancada, deveria ser o de respeitar a proporcionalidade, incluindo na comissão do impeachment representantes de todos os grupos."

Pelo menos três deputados francamente favoráveis ao impeachment enviaram ofícios a Picciani pedindo para integrar a comissão que analisará o pedido de afastamento de Dilma: o próprio Lúcio Vieira Lima e os gaúchos Osmar Terra e Darcísio Perondi. Por ora, não receberam resposta do líder.
Herculano
07/12/2015 13:25
SOBRE CAPITÃES

Ciro Gomes, agora do PDT, ex-governador do Ceará, ex-deputado, ex-ministro e boca grande, diz que o vice Michel Temer, PMDB, é o capitão do golpe.

Ciro, na política, sempre se pareceu como um capitão do mato. Então...Está no papel que lhe cabe...e bem.
Herculano
07/12/2015 12:50
PENSANDO BEM...

O PT (lulista) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalharam pelo candidato da presidente da Argentina, Cristina Kirchner (kirchnrismo). Perderam.

O PT (lulista) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalharam pelo bolivarianismo de Nicolás Maduro, nas eleições legislativas na Venezuela. Perderam.

O PT (lulista e suas divergências) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estão trabalhando contra o impeachment de Dilma Vana Rousseff, que dizem ser um golpe constitucional apensar de ter pedido para todos os ex-presidente deste a era Fernando Collor de Melo.

Falta o resultado deste ensaio brasileiro. Mas os oráculos das ruas estão sinalizando o que Argentina Venezuela já deram um jeito pelo voto direto, secreto, nas urnas, pode estar a caminho por aqui...
Sidnei Luis Reinert
07/12/2015 12:25
Cunhada de Cristina Kirchner roubou $ 573 milhões de um programa para crianças desnutridas

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Até onde vai a canalhice bolivariana?
A cunhada de Cristina Kirchner, presidente da Argentina, Alícia Kirchner, foi denunciada criminalmente por desviar/roubar $ 573 milhões de pesos argentinos, equivalente a R$ 221 milhões de reais, de um programa social voltado a crianças pobres e desnutridas.
Um menino de 6 anos morreu por falta de comida e remédios, tornando o desvio de verbas mais cabuloso ainda.
O processo está nas mãos do Juiz Federal, Daniel Rafecas, uma espécie de Juiz Moro Argentino, que classificou o descalabro como 'monstruoso e uma aberração'.
Alícia deve deixar o cargo de Secretaria de Seguridade Alimentícia, ligada ao ministério dos direitos humanos da Argentina, em duas semanas, já que Maurício Macri venceu como presidente e deve trocar todo mundo.
Por fim, como se não bastasse, Alícia tenta manobrar o orçamento de outros fundos sociais para cobrir o rombo deixado pelo próprio desvio feito por ela. É mole?
Ela já responde criminalmente e pode ser presa, além de ter que devolver o que subtraiu dos cofres públicos para ajudar a bancar a campanha de Scioli, candidato derrotado do governo Cristina.

E tem canalhas que ainda defenderam esses comunistas
Sidnei Luis Reinert
07/12/2015 12:19
Quem grampeou a ministra Carmem Lúcia?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A ministra Carmem Lúcia, próxima "Presidente" do Supremo Tribunal Federal, está indignada porque foi vítima, recentemente, de interceptações telefônicas ilegais. O fato absurdo e criminoso é investigado, em sigilo, pela inteligência da Polícia Federal, do STF e do Gabinete de Segurança Institucional. Outros ministros da Corte Suprema também foram alvo dos "grampos" - crime muito comum cometido na área do Detrito Federal e adjacências dos poderes federais.

Mais essa ação criminosa das gestapos tupiniquins, invadindo a privacidade até de semideuses do STF, é uma prova do clima de desespero que tende a se agravar com o início do ritual para um processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Quem já está com as barbas de molho porque vai ser o alvo preferencial da ira da petelândia é o vice-Presidente da República. Prestes a anunciar uma espécie de "rompimento branco" com o desgoverno, porém liberando seus aliados próximos para o abandono imediato e explícito do PTitanic, Michel Temer vai ser bombardeado pela máquina de dossiês comandada pela cúpula do Partido dos Trabalhadores. Especula-se que negócios de Temer na área de gás e a aquisição de um imóvel de luxo por sua esposa Marcela podem render dissabores ao maçom inglês adormecido - doido para sentar no troninho da Dilma.

Enquanto os "poderosos" se matam pela hegemonia nos podres poderes, assistimos, nas últimas semanas, nos noticiários de toda a mídia uma situação que expõe de forma avassaladora o grande paradoxo que o Brasil vive atualmente. De um lado, a economia brasileira passa pela maior crise em décadas. A recessão está arrasando empregos, setores inteiros da economia brasileira e trazendo o desespero a milhões de famílias que começam a passar necessidades.

Empresários se veem catatônicos com a falta de perspectivas para seus negócios:
1. A crise já encolheu as encomendas;
2. A inadimplência e os juros altos já devoraram o Capital de Giro;
3. As demissões alimentaram milhões de ações trabalhistas, que podem custar a própria sobrevivência da empresa;
4. Os impostos, taxas e tributos vão devorar o que sobrar.
O ano de 2015 vai se encerrar com o maior encolhimento do PIB que o Brasil já viveu em décadas. Por outro lado, em Brasília, as ditas "autoridades" só debatem temas que interessem a sua própria sobrevivência. Um fenômeno patético. Tudo gerado por uma estrutura podre.
Herculano
07/12/2015 07:10
IMPEACHMENT - DOIS TERÇOS ABREM UM CAMINHO NA SELVA ESCURA E GARANTEM GOVERNABILIDADE A TEMER, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 1

Mas basta um terço para Dilma nos manter mergulhados na escuridão e na ingovernabilidade

As pessoas têm todo o direito de ser contra o impeachment, é claro. Há quem ache sinceramente que é pior para o país porque, diz, não há alternativas à mão ao que está aí. Há quem pense que, embora legal e constitucional, a interrupção de um mandato não é coisa boa para a democracia. Contesto essas opiniões, é claro, mas as considero legítimas. O que não tolero é a mentira, é a empulhação, é a fraude argumentativa. E também a tolice.

E começo por essa. Leio aqui e ali que é até bom que o processo tenha sido deflagrado já porque, se Dilma perder, Michel Temer assume, e o país sai do impasse. Se ela ganhar, aí sai fortalecida e obtém, então, licença para governar, o que o Congresso lhe estaria sonegando.

A primeira assertiva é verdadeira; a segunda é falsa como nota de R$ 3. Se Dilma perder, com efeito, Temer assume, o PMDB se une em torno de seu nome, outros partidos da base farão o mesmo, e a oposição, representada pelo PSDB, pelo DEM e pelo PPS, sabe que terá de dar apoio político ao novo presidente, ainda que não venha a participar do governo ?" mas nem isso deve ser descartado. Havendo esse caminho, cresce a possibilidade de uma chapa PSDB-PMDB em 2018.

Se, no entanto, Dilma vencer, é uma fraude intelectual e lógica afirmar que ela sai fortalecida para governar, podendo, então, vamos dizer assim, impor o seu ritmo. E é fácil demonstrar por quê.
Herculano
07/12/2015 07:10
IMPEACHMENT - DOIS TERÇOS ABREM UM CAMINHO NA SELVA ESCURA E GARANTEM GOVERNABILIDADE A TEMER, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 2

O governo precisa de apenas 171 votos para barrar o impeachment ?" ou, se todos votarem "sim" ou "não", 172. Isso quer dizer que Dilma pode continuar no Palácio do Planalto contando com o apoio de apenas um terço dos deputados. E olhem que um terço contra o impeachment nem mesmo quer dizer, depois, um terço em favor de propostas do governo.

Notem: os dois terços que são necessários na Câmara para Temer assumir ?" 342 votos ?" constituem, por si, uma boa base para garantir a governabilidade; o um terço de que precisa Dilma para barrar o impeachment só pode lhe garantir a continuidade da crise.

Logo, essa história de que uma eventual "vitória" da presidente lhe abre o portal do futuro é fraudulenta. Depende muito do número de votos ?" e olhem lá.

Outra estupidez continuamente repetida é a de que, até agora, o Congresso impediu Dilma de governar porque está a lhe criar dificuldades na área orçamentária. Fazer essa afirmação é expressão da mais clara sem-vergonhice.

Quem fez lambança com o Orçamento também em 2015 foi Dilma Rousseff. O Congresso não tem nada com isso. Quem prometeu um superávit de mais de R$ 50 bilhões no começo do ano e vai produzir um déficit de R$ 120 bilhões foi a dita "presidenta", sozinha. O que o Congresso fez para propiciar tal desastre? Nada!

As derrotas importantes que o Parlamento aplicou a Dilma ?" a exemplo da chamada PEC da Bengala ou da reforma política que o PT queria implementar (parte dela vai ser imposta goela abaixo da sociedade pela OAB, por Roberto Barroso e por parte do STF) ?" não tiveram impacto nas contas públicas de imediato.

À parte a crise política detonada pelo petrolão, o país foi à breca por responsabilidade exclusiva do governo: porque o país passou a aumentar gastos a um ritmo muito superior ao crescimento da receita; porque foi preciso produzir uma recessão brutal para controlar a inflação, que, no entanto, resiste; porque tal recessão fez despencar a arrecadação, o que só fez deteriorar ainda mais a situação fiscal.

Culpa do Congresso? Em quê?

Arremato lembrando que, ainda que Dilma consiga os 171 ou 172 votos que a manteriam no cargo, para aprovar, por exemplo, a CPMF, ela precisa de um pouco mais do que isso: 308.

Em suma: o placar necessário na Câmara para Dilma ficar ou deixar a Presidência indica se vamos encontrar um caminho para sair da crise ou se continuaremos mergulhados nela. Só a maioria de dois terços a tira do Palácio e nos abre uma trilha na selva escura. Basta uma minoria de um terço para que sejamos condenados às trevas
Herculano
07/12/2015 07:04
DILMA: GOL DE MÃO OU TAPETÃO, por Valdo Cruz, da Folha de . Paulo

O grande jogo da final vai começar. Um time, em frangalhos, quer ganhar nem que seja de meio a zero. Se sentir que vai perder, recorrerá ao tapetão. Pode levar a taça, mas vale a pena?

O outro entra em campo com jeito de quem tem a galera do seu lado, exibe um plantel bem mais forte, diz que joga mais bonito, tem chances de ganhar, mas pode vencer com um gol de mão. Vale a pena?

Este é o impasse do Brasil na largada do processo de impeachment contra a presidente Dilma. Como diz um sábio supremo, estamos no ritmo do "não dá para sair, mas também não dá para ficar". Entre um lado e outro, tem o campo da legalidade, que não podemos atropelar.

A equipe de Dilma conta seus votos e busca pelo menos 171 para barrar o processo de afastamento da chefe. Se o placar da Câmara mostrar, no dia derradeiro, oposição 245, governo 173, ela ganha de meio a zero, fica onde está, mas segue fraca.

Do lado do time da oposição, as conspirações seguem frenéticas nos vestiários, mas hoje uma vitória pode vir de um gol de mão em impedimento. Afinal, o argumento das pedaladas fiscais é frágil ou inexistente para afastar um presidente. É o que se ouve até nos corredores do STF. Vale a pena ganhar assim?

A turma de Dilma, por sinal, vai recorrer ao tapetão do STF. Com chances de ganhar. Vencer no Supremo manterá Dilma no Planalto, mas ainda assim fraca. Para virar o jogo, teria de golear no plenário da Câmara. Já não basta comemorar vitória por minoria de votos ou melar legalmente o jogo nos tribunais.

Enfim, Dilma entra em campo sem confiar até nos seus pretensos aliados, pode ser traída a qualquer hora. Quer encerrar o jogo rápido porque o tempo conspira contra ela.

A oposição quer esticar a partida à espera de fatos novos que possam dar legalidade, hoje de certa forma frágil, a uma vitória final. Conta com delações à vista. Nunca um ano vai demorar tanto para terminar.
Herculano
07/12/2015 06:58
OPOSIÇÃO E GRUPO DE TEMER QUEREM QUE IMPEACHMENT SEJA VOTADO APOS AS FÉRIAS, por Josias de Souza

Nos próximos dias, o governo travará com a oposição e com o grupo político do vice-presidente Michel Temer uma queda de braço em torno do calendário do impeachment. Com pressa, o Planalto tenta obter o cancelamento das férias dos parlamentares. Interessados em esticar o calvário de Dilma Rousseff, os adversários da presidente querem manter o recesso que desligará as fornalhas do Congresso entre o final de dezembro e o dia 2 de fevereiro de 2016.

O embate ocorre contra um pano de fundo tisnado pela depressão econômica. O Planalto corre contra o relógio por recear que, com a economia no freezer, o asfalto volte a pegar fogo. E os antagonistas de Dilma pisam no freio justamente para oferecer às ruas mais tempo para programar a combustão.

"Quanto mais se deteriora a economia, maiores são as chances de as ruas voltarem a roncar", diz o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). "O governo quer apreciar o impechment a toque de caixa porque o mês de dezembro, com Natal e Ano Novo, assim como janeiro, com as férias escolares, não são propícios às grandes manifestações."

"O processo de impeachment acaba de ser aberto, tem que deixar as ondas baterem nas pedras para saber como ficará a espuma", ecoa o ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo de Michel Temer e integrante da comissão de frente do bloco pró-impeachment do PMDB. "É preciso dar tempo para que as ruas se manifestem e os partidos se organizem."

O cancelamento do recesso parlamentar depende de decisão conjunta dos presidentes da Câmara e do Senado. Mais: mesmo que Eduardo Cunha e Renan Calheiros cheguem a um consenso, será necessário que a providência seja aprovada pela maioria absoluta das duas Casas ?"41 dos 81 senadores e 257 dos 513 deputados.

Abre parênteses: de certo modo, essa votação serviria para medir o tamanho da infantaria legislativa do Planalto. Quando o impeachment chegar ao plenário da Câmara, Dilma precisará arrastar pelo menos 171 dos 513 votos para sepultar o impeachment. Fecha parênteses.

Ouvido pela oposição, Renan disse não ter tomado ainda uma decisão a respeito do recesso. Curiosamente, ele relatou que Eduardo Cunha, a quem chama de "vizinho", o estaria pressionando para cancelar as férias. Renan reuniu-se com Dilma na quinta-feira da semana passada. E a oposição teme que ele esteja apenas sendo dissimulado, antes de aderir ao ritmo de toque de caixa do governo.

Renan é um tipo peculiar de político. Nas conversas com os colegas, ele por vezes procura não parecer o que é, porque acha que o interlocutor pode não ser o que parece ou, pior, ser e parecer.

Geddel, o aliado de Temer, acha que os defensores do fim das férias não se deram conta de alguns detalhes: "Não concebo que Eduardo Cunha queira endossar o cancelamento do recesso, colocando o Conselho de Ética para funcionar contra ele. Sem recesso, o Congresso terá de colocar na pauta também a votação do parecer do Tribunal de Contas da União que rejeitou as contas do governo Dilma de 2014."

O tema será debatido nesta segunda-feira (7) em reunião do ministro Ricardo Berzoini, coordenador político do Planalto, com líderes de partidos governistas. Afora a questão do calendário, Berzoini quer se certificar de que os aliados do governo indicarão para a comissão do impeachment, a ser instalada no início da noite, apenas deputados cuja fidelidade ao governo seja canina.
Herculano
07/12/2015 06:55
O CERTO, O JUSTO E O IMBECIL, por Gregório Duvivier, do Porta dos Fundos, para o jornal Folha de S. Paulo

Tem uma piada velha que começa assim: o advogado vai ao motel acompanhado da mulher do melhor amigo, também advogado. Chegando lá, encontra a própria mulher acompanhada do melhor amigo. Ao constrangimento inicial segue a dúvida.

?" E agora? O que é que a gente faz?

?" O certo seria a gente destrocar os casais e cada um voltar pra casa acompanhado do respectivo cônjuge.

?" Sim, isso seria o certo. Mas não seria o justo.

?" Por quê?

?" Porque a gente tá chegando, e vocês tão saindo.

Não sabendo se o impeachment de Dilma é certo do ponto de vista jurídico, li a opinião de uns 33 "juristas renomados". O que percebi foi que a Constituição brasileira é tipo o último episódio de "Lost": cada um entendeu uma coisa, e alguns, como eu, não entenderam nada. Ninguém sabe se a tal pedalada fiscal configura crime de responsabilidade, embora todos concordem que, mesmo que houvesse o tal crime, ele recairia sobre o secretário do Tesouro.

Mas vamos supor que o impeachment fosse o certo e os juristas afirmassem que pedaladas justificam o impeachment. Seria justo? No governo FHC, a pedalada era uma tradição de fim de ano tão comum quanto a Simone cantando "Então É Natal". E não só no Brasil. Nunca, em democracia alguma, um presidente caiu por causa de uma pedalada fiscal. Será que o Brasil finalmente chegou à vanguarda?

Tirar a Dilma por uma pedalada do seu secretário é, por si só, uma espécie de pedalada. Sou torcedor do Fluminense mas nem por isso vibrei com os pontos que ele tirou da Portuguesa graças ao recurso de um advogado que descobriu que a Portuguesa tinha escalado aos 48 do segundo tempo um jogador suspenso que sequer tocou na bola.

Um impeachment orquestrado por Eduardo Cunha que beneficia Michel Temer é como um pênalti marcado pelo Eurico Miranda a favor do Vasco. Se não é certo, certamente não é justo, e menos ainda sensato. Se o pecado de Dilma foi ser conivente com roubo, qual é o sentido de trocá-la pelo ladrão? A estrutura da casa está ruindo, mas você não vai fazer uma reforma com o Sérgio Naya.

O país hoje é um avião governado por uma pilota obtusa e despreparada, mas vale lembrar que o copiloto é da Al Qaeda. E a tripulação também. Perdão pela metáfora, Al Qaeda. Não era minha intenção te comparar com o PMDB. Sim, eu sei que vocês têm princípios. Perdão
Herculano
07/12/2015 06:49
DILMA VAI REPETIR A DEFESA QUE FRACASSOU NO TCU, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A estratégia de defesa da presidente Dilma, na comissão processante do impeachment, é repetir o que fracassou no julgamento das pedaladas fiscais no Tribunal de Contas da União: que "todo mundo fez igual". A alegação, que os ministros do TCU consideraram risível, nem sequer leva em conta que entre governos passados e o atual, foi criada uma lei que Dilma costuma ignorar: a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ofensa à inteligência

Os analistas do TCU se ofenderam com as justificativas de Dilma sobre as pedaladas: crime fiscal é crime, independentemente do autor.

TCU condenou

Nas pedaladas, o governo tentou afastar o relator, chamou ministro do TCU de "agente político" etc. Só faltou acusar o TCU de "golpista".

Desqualificar, sempre

No julgamento das pedaladas fiscais, três ministros de Dilma tentaram desqualificar o relator, ministro Augusto Nardes. Foi inútil.

Documento arrasador

O governo chama de "golpe" a denúncia de três dos mais admirados juristas brasileiros: Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaína Paschoal.

COMISSÃO DE ÉTICA É UM MONUMENTO À INUTILIDADE

O governo é devassado pela Lava Jato, Dilma acusada de crimes de responsabilidade, sob processo de impeachment na Câmara, ministros investigados pela gatunagem na Petrobras etc, mas a Comissão de Ética Pública da Presidência da República só se reuniu oito vezes em 2015. Em janeiro, "notificou" o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e em abril, o pilantra, já preso, foi "punido" apenas com "censura ética".

É brincadeira

Ex-diretores Petrobras, Paulo Roberto Costa, ladrão confesso, e Renato Duque, ambos presos, só receberam "pena" de "censura ética".

Catatonia

Habitualmente a Comissão de Ética deve se reunir uma vez por mês, mas em tempos de crise ética, reuniu-se a última vez em agosto.

É só fumaça

A "censura ética" aplicada pela Comissão de Ética não afeta os "condenados", porque não há consequências práticas. Só "fumaça".

Estado islâmico

Para forçar o Congresso a oficializar o rombo fiscal de R$119,9 bilhões, flexibilizando a meta, o governo aterrorizou parlamentares. Nelson Barbosa (Planejamento) mostrou um cenário apocalíptico, ameaçando cortar programas sociais e... emendas parlamentares. Funcionou.

Novo presidente

A euforia do impeachment derrubou dólar, animou bolsa e o astral nacional, e devolveu otimismo ao Comitê Olímpico, onde há torcida para Michel Temer presidir a abertura dos Olimpíadas, em agosto.

Os mercenários

A situação do governo é tão ruim que só os chamados "movimentos sociais", milicianos sustentados por verbas públicas, defendem o governo Dilma, observa o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).

No bolso do governo

Incentivado pelo Planalto, Leonardo Picciani (PMDB-RJ) quer assumir a presidência da Câmara contrariando seu inventor, Eduardo Cunha. Picciani também reluta apoiar o "projeto Michel Temer presidente".

Pedido acatado

A mulher de Beto Mansur (PRB-SP) não gostou do que viu na TV: o marido ao lado de Eduardo Cunha falando de impeachment. Ligou para ele e o mandou tosar a vasta cabeleira. Homem submisso, obedeceu.

Porteira fechada

Ex-ministro da Secretaria de Portos, Edinho Araújo (PMDB-SP) lembra que procurou "fazer um trabalho técnico". Já o seu substituto, Helder Barbalho, chegou e trocou todos os comissionados.

Exterminador do futuro

O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) prepara um balanço do primeiro ano do governo Rodrigo Rollemberg (PSB). Vai pegar pesado: "Ele tem a marca de destruidor de lares de pessoas carentes".

Renovação

O deputado Daniel Coelho (PE) já aparece como principal nome para substituir o atual líder trapalhão do PSDB, Carlos Sampaio (SP), em 2016. A decisão deve sair na próxima semana.

Pensando bem...

...o PMDB agora terá que optar entre "candidatura própria em 2018" ou assumir "candidatura única" de Michel Temer em 2016
Herculano
07/12/2015 06:37
A PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO DESTA SEGUNDA-FEIRA, ESCLARECE O ?"BVIO DE UMA ORGANIZAÇÃO QUE SE FINGE SER UM PARTIDO, DEMOCRÁTICA, ÉTICA, DIALÉTICA E PLURAL.

"DILMA NUNCA CONFIOU EM MIM", DIZ VICE-PRESIDENTE TEMER A ALIADOS

Texto de Valdo Cruz e Gustavo Uribe, da sucursal de Brasília. "Ela nunca confiou em mim." Foi essa a reação, em conversa com amigos neste domingo (6), do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) às declarações da presidente Dilma Rousseff de que espera "integral confiança" do peemedebista durante a tramitação do processo de impeachment contra ela.

Desde a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de aceitar o pedido de afastamento da petista, Temer evitou dar declarações públicas em defesa de Dilma, o que gerou reclamações do governo federal e até desentendimentos entre os dois lados.

No sábado (5), em viagem a Pernambuco, a presidente afirmou: "Espero integral confiança do Michel Temer e tenho certeza que ele a dará. Conheço o Temer como político, como pessoa e como grande constitucionalista".

O comentário foi visto pela equipe do vice-presidente como mais uma cobrança pública de apoio do peemedebista e, principalmente, de condenação aos argumentos jurídicos do processo de impeachment usados pelos partidos de oposição. Na semana passada, ministros petistas trabalharam para constranger o vice a se solidarizar publicamente com a petista.

A desconfiança do peemedebista, de que o governo federal busca constrangê-lo a se engajar na defesa da presidente, é confirmada nas reclamações de bastidores de assessores presidenciais.

No domingo, esses assessores faziam a seguinte avaliação: Temer, como jurista, sabe que juridicamente o pedido de impeachment é insustentável. Ele poderia condená-lo, mas não o faz porque está de olho no lugar da presidente.

O Planalto enxerga pelo menos um lado positivo na postura de Temer e do PMDB. A de que eles, ao "irem com muita sede ao pote", podem gerar uma rede de solidariedade à presidente por parte de outros partidos e até de setores da sociedade. Isso, segundo um assessor, será explorado pelo governo na estratégia de defesa de Dilma.

UNIFICAÇÃO

Na conversa com interlocutores, Temer disse que não cabe a ele fazer oposição à presidente nem liderar movimentos para tirá-la do Palácio do Planalto, mas não demonstrou nenhuma disposição em responder a seus apelos. "Por que agora ela quer minha confiança?", indagou o vice.

Para aliados, Temer não pode nem virar advogado de defesa nem de condenação da presidente, tem de seguir defendendo uma saída que leve à unificação do país.

Em suas conversas neste domingo (7), o vice-presidente afirmou que a presidente deveria assumir esse papel de pacificação nacional, fazer gestos nesse sentido, no que os dois estariam de acordo, mas até aqui ela tem preferido partir para o confronto.

O peemedebista voltou a ser aconselhado a atuar como observador e de voltar a submergir, como fez em setembro depois de afirmar que seria difícil a presidente petista concluir o mandato se seguisse com popularidade tão baixa. O vice está preocupado com as repercussões de seu posicionamento, que estariam passando a imagem de que ele estaria "conspirando".

Um interlocutor diz que Temer não pode impedir que amigos defensores do afastamento da petista façam suas articulações, mas ele pessoalmente não pode, nem vai comandar nenhuma operação neste sentido.

Temer, nesta segunda-feira (7), não participará da reunião de coordenação política com a presidente. Estará em São Paulo, onde vai se encontrar novamente com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), em um evento do Grupo Lide.

Os dois já estiveram juntos no sábado (5), na casa de um amigo comum. Nos bastidores, líderes tucanos admitem que não poderão "se furtar" a apoiar um eventual governo Temer, caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada do cargo.
Paulo Filippus (do Belchior)
06/12/2015 20:04
MANIFESTAÇÃO DE DOMINGO (13) EM GASPAR

Bem lembrado, Herculano.

O silêncio é evidente, por parte dos cabeças e militantes do PSD, PMDB e PP de Gaspar sobre essa manifestação que convocamos para o próximo domingo.

Não é por nada, devem ser mágoas por eu ter tentado na época despartidarizar o movimento para ajuda-los, e ter tido o pedido negado por motivos óbvios. E em seguida, eu ter soltado então a nota de repúdio que clareou aos gasparenses os objetivos escusos destes partidos.

Agora, por motivos/interesses pessoais preferem se abster e deixar a população sangrar. E ainda querem vender o slogan de "MUDANÇA PARA GASPAR" no ano que vem?

É muita inocência mesmo achar que o gasparense vai cair nessa!

Quem pensa apenas em si próprio antes da sua própria população, não fará falta neste dia. Neste dia estarão presentes os gasparenses de verdade, de coragem, que não aguentam mais não apenas o PT, mas todos estes outros partidos que são avalistas deste projeto de poder de Gaspar!
Herculano
06/12/2015 19:38
MICO

Ciro Gomes, o coronel bravateiro do Ceará que perambula por partidos e agora está no PDT, a linha auxiliar de Dilma Vana Rousseff, PT, se lança líder da "rede da legalidade", contra o golpe.

Pior, impossível. Credibilidade só entre os seus
Pernilongo Irritante
06/12/2015 18:40
Acho um exagero do O Antagonista dizer que há um ovo no lugar do cérebro de nossa líder.

De um ovo de mosquito se espera alguma coisa.
Mariazinha Beata
06/12/2015 15:09
Seu Herculano;

Dilma Rousseff, em Recife, sobre o Aedes aegypti, que transmite o zika vírus - do Estadão:

"Ele provoca, além da dengue, a chicungunha e ele tem uma variante que transmite o vírus que se chama vírus da zika por causa de uma floresta. Precisamos nos mobilizar para evitar os processos de reprodução do mosquito, porque o mosquito transmite essa doença porque ele coloca o ovo e esse ovo tem o vírus que vai transmitir a doença."

Mais um discurso científico da Anta Palaciana.
As pessoas que votaram neLLa, não merecem coisa melhor.

O Antagonista diz que:

Dilma tem um ovo de mosquito no lugar do cérebro.
bye, bye!
Belchior do Meio
06/12/2015 14:11
Sr. Herculano:

"Temer repete Itamar na neutralidade ativa e na composição com o PSDB".

Na queda de Fernando Collor, seu vice Itamar Franco manteve a mesma posição que sustenta o vice de Dilma neste momento.

Itamar também preservou-se para a eventualidade de assumir o governo.

E como Itamar, Michel Temer também já procurou o PSDB para compor um possível governo de transição. Se isto acontecer, José Serra será seu ministro da Fazenda.

Nesta sexta, o vice teve conversa reservada com o governador Geraldo Alckmin, um dos três líderes nacionais que controlam nacos do PSDB.
Postado por Polibio Braga.

Esta neutralidade de Michel Temer deve ser a traição apregoada pela petralhada.

Se o PSDB fizer esta composição com o PMDB, como fica Kleber nas eleições municipais?
Vice de Andréia!
Erva Daninha
06/12/2015 13:33
Olá, Herculano;

Além de Israel, União Europeia e Estados Unidos pregam no deserto, apelando à segurança dos Jogos Olímpicos, por que eles não se reúnem e decidem pela não vinda aos jogos no Brasil?

Simples é boicotar.
Pernilongo Irritante
06/12/2015 13:28
"Papai Noel Chega de Helicóptero no Centro de Gaspar", deve ser o Zuchi, o governo dele é uma fantasia.
Herculano
06/12/2015 13:19
da série: comunismo é bom para os outros, o proletariado, os campesinos, os camaradas, mas para os comunistas o bom mesmo é o modelo capitalista dos imperialistas. Em Gaspar, os comunistas que nunca leram nada sobre isto, não são diferente. Eu vejo tudo, inclusive o Veloster, e não morro.

CAMPEÃ DE MILHAS, por Vera Magalhães, de Veja.

A vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão (PCdoB),[o prefeito é Fernando Haddad, PT] fez trinta viagens oficiais desde que assumiu. Em 35 meses, foi a 16 países. Nádia lidera o gasto com passagens na prefeitura: 214 000 reais, mais do que o dobro das despesas do prefeito Fernando Haddad (106 mil reais em 29 viagens).
Herculano
06/12/2015 12:57
A IMPRENSA EM RITMO DE BARBÁRIE: AGORA ALGUNS "JORNALISTAS" DECIDIRAM SER O DOPS DO PT, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Profissionais que jamais quiseram saber quem financia os grupos pró-PT resolveram ser a polícia política do partido e perseguir movimentos pró-impeachment

A imprensa brasileira, há exceções aqui e ali, vive um dos piores momentos de sua história. E não estou me referindo a uma peculiaridade deste período, em que formas novas de financiamento estão surgindo, e outras, tradicionais, estão definhando. Até porque velhos vícios podem perfeitamente bem se adaptar a plataformas modernas. Eu estou me referindo mesmo é à qualidade da mão de obra e ao adernamento ideológico.

Uma pauta começou a frequentar as redações, muitas delas "independentes com um táxi" (Millôr) ou como uma igreja fundamentalista. Que pauta é essa? "Quem financia o Movimento Brasil Livre? Quem financia o Vem Pra Rua? Quem financia os movimentos pró-impeachment? Será que eles têm CNPJ?"

É claro que é uma pauta legítima. É claro que é uma curiosidade legítima. É claro que se pode fazer uma reportagem legítima. Mas o que deslegitima pauta, curiosidade e reportagem? A sem-vergonhice, a má-fé e o trabalho de encomenda. Explico.

Por que esses mesmos repórteres, tomados dessa curiosidade à boca do impeachment, nunca se interessaram em saber quem financia o Movimento Passe Livre? Por que nunca se interessaram em saber quem financia o MST? Por que nunca se interessaram em saber quem financia o MTST? Por que não se dedicaram à tarefa de investigar quem financia a ocupação de quase 200 escolas no Estado de São Paulo ?" ou os recursos para alimentar esses aparelhos surgem por geração espontânea?

Qual é o CNPJ do MTST?
Qual é o CNPJ do MST?

Quanto dinheiro público já foi repassado, direta ou indiretamente, à entidade ?" ou que nome tenha ?" do senhor Guilherme Boulos? E à igreja pagã de João Pedro Stedile?

É evidente que não estou estabelecendo paralelos e semelhanças entre os dois movimentos pró-impeachment que citei e esses agrupamentos de esquerda. Estes vivem pendurados nas tetas públicas; aqueles não. Estes atuam promovendo a desordem e impedindo o bom andamento de políticas públicas. Os grupos que lutam pelo impeachment se financiam na luta, na batalha mesmo, sem tetas oficiais, e são procuradores da ordem democrática.

Os jornalistas dedicados a essa tarefa resolveram atuar como polícia política do petismo, tentando encontrar alguma suposta irregularidade ou alguma estranheza nesses movimentos para tentar desmoralizar a luta pelo impeachment.

Sim, senhores, a esmagadora maioria dos jornalistas acha absolutamente normal que MST e MTST, mesmo sem constituir pessoa jurídica, sejam gestores de milhões em verbas públicas nas ruas respectivas áreas de atuação, privatizando um naco do Orçamento em benefício de seus associados e apaniguados. Por incrível que pareça, isso não lhes parece um roubo.

Pior: parte dos recursos públicos garante, inclusive, a mobilização desses setores em defesa do mandato de Dilma. Vale dizer: os que saem por aí vomitando que o impeachment é golpe o fazem em benefício do governo, com dinheiro público. Os grupos que lutam pela saída de Dilma têm de viver de doações ?" e é claro que não devem mesmo receber capilé oficial. Era só o que faltava. Mas também não deveriam recebê-lo os demais, aqueles do nariz marrom.

Não! Infelizmente não é curiosidade genuína que pauta esses dos quais falo. Ao contrário: estão apenas cumprindo uma tarefa que lhes dita ou uma orientação partidária ou a má consciência tisnada pela ideologia.
Herculano
06/12/2015 12:38
A COISA ESTÁ PRETA, por Ferreira Gullar, escritor, para o jornal Folha de S. Paulo

Se a situação do petismo já estava ruim, nestas últimas semanas piorou, e muito. Para isso contribuíram, sem dúvida alguma, novas prisões ?"culminando com a do líder do governo no Senado, sua aprovação pelos senadores e a reação da direção nacional do PT em face dela.

A prisão de Delcídio do Amaral, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, causou espanto não apenas pelo inesperado da decisão como pelos elementos de prova que a determinaram: as gravações em que ele revela planos de subornar Nestor Cerveró para que não o denuncie em sua delação premiada. Em função disso, com a colaboração do banqueiro André Esteves, oferece-lhe uma mesada de R$ 50 mil e mais R$ 4 milhões, além de meios para deixar clandestinamente o país. Tudo isso foi gravado pelo filho de Cerveró e entregue à Polícia Federal.

Conforme a Constituição, teria o Senado autoridade para revogar aquela decisão do STF. Não obstante, em vez de revogá-la, aprovou-a por 59 votos contra 13. Todos esses fatos ?"que incluíram as prisões de André Esteves, do advogado de Nestor Cerveró e do chefe de gabinete de Delcídio?" ocuparam em tempo integral o noticiário dos jornais e da televisão, sem falar nas redes sociais, que exigiam a punição dos acusados.

A sessão do Senado em que se deliberou a decisão do Supremo foi transmitida pela televisão. O ambiente ali era constrangedor. Senadores que usaram da palavra na ocasião, embora apoiando a decisão do STF, diziam-se constrangidos em ter de aceitar a condenação de um colega, tanto mais que consideravam Delcídio um homem cordial e amigo. Mas os fatos tornavam indiscutível a culpa do senador Delcídio do Amaral na tentativa de impedir a apuração da verdade pela Operação Lava Jato.

Diante disso, qual foi a atitude da Presidência da República, uma vez que o personagem principal deste novo escândalo era seu líder no Senado? Silêncio absoluto, como se nada tivesse a explicar ao país. No entanto, o senador Delcídio era homem de confiança da presidente Dilma e o principal articulador dos interesses do governo no Senado Federal. Enquanto o país se espantava diante do escândalo, o Planalto se fingiu de morto.

Mas aquele silêncio pegava mal, tornava-se intolerável. Foi aí que a direção do PT, em nota assinada por seu presidente, Rui Falcão, sentiu-se forçada a tomar posição diante do escândalo. E o que diz a nota? Embora se trate de um importante membro do partido pela posição mesma que ocupa no Senado, a direção do PT afirmou, na referida nota, que, como Delcídio não estava sendo punido em função de "sua atividade partidária", não merecia a solidariedade do partido.

Tal afirmação provocou reações indignadas ao ser lida na sessão do Senado que discutia a prisão de Delcídio. Com razão, observou-se na imprensa que, quando da prisão de José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Vaccari Neto, o PT prestou-lhes irredutível solidariedade, apesar das falcatruas de que eram acusados e que resultaram em condenações e prisões. Deve-se, então, concluir que, quando usaram o dinheiro público para comprar deputados ou para encher os cofres do partido, desempenhavam legítima "atividade partidária".

Na verdade, o problema é que os petistas ?"de Dilma a Lula, da direção do PT a seus representantes?" já não sabem o que dizer em face de tantos escândalos e do desastre a que conduziram o país. Rui Falcão, em sua nota lamentável, disse o que Lula e Dilma gostariam de dizer: Quem mesmo? Delcídio? Nunca ouvi falar!

O certo é que, a esta altura, o lulo-petismo já não suporta assumir a culpa de mais um de seus membros comprometido com a corrupção. Por isso negou-se a defender Delcídio, como se se tratasse de alguém sem qualquer importância em seu esquema de poder. Sucede que ele, como líder do governo, desempenhava papel decisivo para viabilizar, no Congresso, as propostas do Planalto. Essa é a razão por que, sem ele, criou-se uma situação crítica, que ameaçava levar ao colapso importantes setores da administração federal. Já imaginou se ele decide ir à forra e adere à delação premiada? O PT que se cuide.
Herculano
06/12/2015 12:35
CRIMES DO CAPITAL, por Miriam Leitão para o jornal O Globo

A Odebrecht está com o presidente na cadeia, a Andrade Gutierrez, também, e a Camargo Corrêa. A Galvão Engenharia e a Mendes Júnior têm dirigentes condenados. O BTG viu seu presidente ir para a prisão. A Vale precisa explicar o crime ambiental cometido por uma de suas controladas. A Petrobras tem ex-diretores presos e é o centro de um escândalo político. O capitalismo brasileiro virou caso de polícia?

Não o capital em si, mas muitos dos atos dos dirigentes das empresas são sim, como se vê, um caso de polícia. O pecado original é a relação promíscua com o governo, velho defeito do Brasil, exacerbado ao limite na era petista. Diretrizes de política econômica, o inchaço do Estado, a política industrial seletiva ampliaram o mundo das sombras entre o público e o privado no Brasil.

Essas empresas, e outras que estão às voltas com a Justiça, costumavam encabeçar rankings de maiores, mais lucrativas, e de melhor desempenho do Brasil. Todas elas erraram ao não praticar aquilo que diziam em seus prospectos de propaganda, manuais de conduta, sites oficiais, comunicados aos clientes, fornecedores e investidores. Todas diziam ter boa governança, regras de "compliance". Todas alegam ser sustentáveis, e a maioria afirmou ter aderido a regras internacionais contra a corrupção e de proteção ao meio ambiente. Empreendedores apontados como casos de sucesso, exemplo para os jovens, hoje dormem em celas.

Há tantas empresas com dirigentes investigados, indiciados ou condenados, e são tantos os crimes dos quais as empresas são acusadas, que isso deixou de ser um problema isolado. O que o mundo corporativo deve refletir no Brasil é o que criou a situação. O primeiro suspeito é o velho patrimonialismo, mas não explica o surto recente de negócios escusos entre empresas e o governo. O aumento foi motivado pela sensação de que não haveria punição para os integrantes da elite econômica e do poder político que, juntos, conseguiriam torcer o sistema a seu favor.

O caso do senador Delcídio e do banqueiro André Esteves, se ficar comprovado tudo o que se ouviu no diálogo gravado pelo ator Bernardo Cerveró, é um flagrante do capitalismo de compadrio, ou de laços, como diz o professor Sérgio Lazzarini. Lá estão os elos entre os poderes, e os favores trocados entre quem tem influência política e quem tem poder econômico. Essa rede de relacionamentos que negocia proteção e defesa de interesses corrói a democracia e vicia a economia.

Evidentemente não surgiu agora, mas é inegável que houve um aumento forte nesse tipo de relação entre o público e o privado. O que impressiona é a data da conversa do senador Delcídio. Foi no começo de novembro, com um ano e oito meses da Operação Lava-Jato. O líder do governo ainda se sentia intocável e falava abertamente sobre como dar fuga a um condenado pela Justiça.

Em sua defesa, André Esteves nega que tenha se comprometido com aquilo sobre o qual o senador Delcídio Amaral falava na conversa, mas admitiu que teve cinco encontros no ano com o senador. Nada há de suspeito em um banqueiro e um líder político se encontrarem, mas, a menos que sejam amigos, a frequência é exagerada. Esteves tinha um banco em expansão para cuidar, que acabara de comprar uma instituição na Suíça, e negociava um banco na Itália. Isso sem falar nas inúmeras áreas de interesse do BTG Pactual. Por que mesmo, os empresários brasileiros vão tanto a Brasília? A maioria vai com expectativa de alguma medida do governo que o favoreça.

O caso da Vale faz parte de uma outra frente de erros das empresas brasileiras. A de achar que palavras como "sustentabilidade" são apenas para decorar os sites e prospectos de propaganda. A Samarco é controlada e atua na mesma área central de atividade da Vale. O descuido da mineradora mineira com os rejeitos da sua produção provocou o maior desastre ambiental do Brasil na mineração. E isso será um enorme passivo para as controladoras. Se levassem a sério a proteção ao meio ambiente, o Rio Doce não estaria em coma.

O professor americano Michael Porter ensina que o medo do fracasso move mais as companhias do que a esperança do sucesso. Que as punições e passivos ensinem às empresas brasileiras o que elas devem evitar
Herculano
06/12/2015 12:28
JÁ FOI LONGE DEMAIS, por Percival Puggina para o jonal Zero Hora, da RBS Porto Alegre.

Uma das fotos estampadas em ZH na última quinta-feira mostrava numeroso grupo de parlamentares da base do governo irradiando indizível felicidade. Melhoraram os números da economia? O PIB cresceu? O desemprego diminuiu? Nada disso. Festejava-se a elevação do déficit fiscal para R$ 120 bilhões. Sirvam-se os drinques! O barco afunda, mas o poder é uma festa. Afinal, ele é tudo que importa. Minutos depois, a notícia da abertura do processo de impeachment caía como uma pedra no enorme aparelho digestivo do governo. Não havia sal de fruta suficiente para tamanho mal-estar.

A mentira é o primeiro degrau da corrupção. O sofisma é o segundo. Ambos corrompem a verdade e o resto vem com o tempo e com as ocasiões. Diferentemente do que o governo passou a dizer, a relação de Cunha com o impeachment é funcional e a divergência entre ele e o governo é coisa de família, desentendimento na firma. Não há princípios, nem valores, nem qualquer verdade em jogo. Seus negócios foram descobertos pela mesma Lava-Jato que o PT dizia ser golpista.

Cunha é muito menos dono do impeachment do que eu. Jamais disse palavra a favor. Contra minha vontade (e de dezenas de milhões de brasileiros), sentou-se ele, por meses, sobre trinta e tantos requerimentos. Ou não? Também nisto obsequiou ao PT tanto quanto serviu-lhe, durante anos, na base do governo. Sua prolongada indecisão arrefeceu as mobilizações de rua. Bem como o governo queria. É totalmente fraudulenta, portanto, a tentativa de colocá-lo no papel de dono do impeachment, como se fosse coisa dele e de gente como ele.

Insustentável, também, o xingatório que qualifica como coxinhas, lacerdistas, golpistas e gente da pior espécie os que querem ver o governo pelas costas. Se assim fosse, a Constituição seria "golpista", pois prescreve esse tipo de processo. E mais, Dilma Rousseff, com menos de 10% de apoio um ano após fazer 52% dos votos válidos, teria sido eleita por "gente da pior espécie". Nem o xingamento fica em pé.

O governo já foi longe demais, em tudo. Levou a inépcia aos requintes. Forneceu provas abundantes de que o STF errou ao desconhecer, na ação penal do mensalão, o crime de formação de quadrilha. À vista de seu governo, a gestão do companheiro Collor foi exemplo de austeridade. E de nada vale a presidente dizer que não roubou e não escondeu dinheiro no Exterior porque não é disso que a acusam. Seus crimes foram de responsabilidade fiscal. Ponto e basta. Voltemos às ruas, nós, os donos do impeachment!
Herculano
06/12/2015 12:24
COMO SÃO AS COISAS

Em São Paulo os estudantes secundaristas estão em rota de colisão com o governo tucano do estado (Geraldo Alckmin), que quer uma tal reorganização. Todavia, não foi capaz de explicá-la. Pagou caro pela arrogância. Teve que voltar atrás. Mas, isto não adiantou. Os estudantes ainda mobilizados.

E quem os mobiliza? O sindicato dos professores que sustentou uma greve política sem nexo por seis meses contra o governo do estado, só porque ele é do PSDB. Perdeu, mas pelo jeito não se conformou. Quem também está metido como articulador nesta mobilização dos secundaristas? O Movimento dos Sem Teto Urbano. É isso mesmo.

Então por este e outros atos, poderá se medir à reação do PT e outros ao impeachment. Wake up, Brazil!
Herculano
06/12/2015 12:15
PT DE GASPAR JÁ COMBATEU O INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA QUE DIZ AGORA SER A SALVAÇÃO E O AUMENTO DAS APOSENTADORIAS DOS SERVIDORES MUNICIPAIS, QUE SERÃO PAGAS PELOS PAGADORES DE PESADOS DE IMPOSTOS QUE SE APOSENTAM COM A MIXARIA DO INSS

Ainda vou contar esta história de incoerência, muito normal do PT aqui e em qualquer parte do país. Lidam com a falta de memória e o jornalismo da preguiça ou alinhado por questões financeira e de sobrevivência. Quando o prefeito era Adilson Luiz Schmitt, hoje sem partido, mas eleito pelo PMDB, e depois transitou pela PSB e PPS, queria o tal instituto.

Quem foi contra, bateu o pé para que nada fosse adiante? O PT. Na frente estava a então vereadora Mariluce Deschamps Rosa, sob orientação de Pedro Celso Zuchi em campanha. Hoje, ela é pré-candidata do PT a prefeita. E pelo jeito mudou de ideia e os servidores, a imprensa e alguns políticos estão com a conveniente amnésia. Acorda, Gaspar!
Herculano
06/12/2015 12:01
UMA LUTA POLÍTICA, por Merval Pereira, para O Globo

O debate sobre o impeachment da presidente Dilma está pleno de imprecisões históricas e argumentos políticos que só podem ser aceitos pelos ingênuos ou os de má-fé. Dizer que se trata de um golpe perpetrado pelo PSDB, que não se conforma com a derrota nas urnas em 2014, é aceitável na luta política, mas é inacreditável que alguém de boa-fé acredite nisso. Basta ver que Lula e o PT pediram o impeachment de todos, rigorosamente todos, os presidentes desde a redemocratização, que também haviam derrotado o candidato petista nas urnas.

Lideraram a campanha para destituir Collor, e em seguida pediram o impeachment de Itamar Franco - através do deputado Jacques Wagner -, e de Fernando Henrique Cardoso. Outra falácia é dizer que o país será visto como uma republiqueta ao levar adiante mais um processo de impeachment apenas 23 anos depois do de Collor.

Pois nos Estados Unidos, reconhecidamente o parâmetro democrático ocidental, Richard Nixon teve que renunciar em 1974 para não ser impichado, e 24 anos depois, em 1998, o presidente Bill Clinton sofreu um pedido de impeachment devido ao escândalo com a estagiária Monica Lewinski.

Clinton foi absolvido pelo Senado em 12 de fevereiro de 1999, depois de condenado pela Câmara. Anteriormente, 131 antes, também o presidente Andrew Johnson sofrera um processo de impeachment, tendo sido absolvido pelo Senado por um voto.

Com relação à decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, claramente um ato de vingança política depois de o PT anunciar que votaria contra ele no Conselho de Ética, não é preciso ser um antiético convicto para entender que a motivação de Cunha não tem nada a ver com os argumentos jurídicos em que se basearam Hélio Bicudo, Miguel Reali Junior e Janaina Paschoal, grandes juristas, para o pedido de impeachment.

As motivações que levam às delações premiadas nada têm a ver com os fatos que narram. Precisam apenas serem verdadeiras. Ainda tendo como base o caso Watergate nos Estados Unidos, o principal informante da dupla de repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein ficou durante muito tempo no anonimato, conhecido pela alcunha de Garganta Profunda. Quando, em 2005, revelou-se que ele era William Mark Felt, na época da denúncia vice-presidente do FBI.

Pode-se imaginar que ele era um patriota, que resolveu ajudar os repórteres por conhecer por dentro os segredos da administração Nixon, e não concordar com os métodos utilizados que incluíam invasão de casas e escritórios dos Democratas e grampeamento de conversas telefônicas e também no próprio Oval Office da Casa Branca.

Mas há quem diga que Mark Felt foi mesmo movido pelo instinto de vingança política, pois almejava assumir o posto de presidente do FBI em substituição a Edgard Hoover, que morreu em 1972, e seu braço direito, Clyde Tolson, se aposentou. Nixon o preteriu, e Mark Felt viu no jovem repórter Bob Woodward, que conhecera quando este servira à Marinha, a chance de se vingar.

No artigo que escreveram sobre Mark Felt, depois que ele revelou ser o Garganta Profunda, os repórteres do Washington Post afirmaram que a ação do grupo do presidente Richard Nixon "foi um ataque insolente e ousado ao cerne da democracia americana: a Constituição, nosso sistema de eleições livres, o Estado de direito".

No final do artigo, sustentam que Watergate "foi apenas um vislumbre de algo muito pior. (...) Nixon havia transformado sua Casa Branca em uma empresa criminosa. (...) Seu ódio havia provocado sua queda".

Alguma coisa familiar? Os crimes que estão sendo denunciados pela Operação Lava-Jato, e os bastidores do governo que diversas delações premiadas revelam, mostram que também o Palácio do Planalto na era lulista foi transformado em uma "organização criminosa", como definido pela Polícia Federal desde o mensalão.

Consta que a presidente Dilma, em privado, desabafa dizendo "Eu não sou ladra". Em 1974 Richard Nixon renunciou e, em discurso em cadeia nacional de rádio e televisão, admitiu que pode ter feito alguma coisa errada, mas sempre pensando no bem do país. E desabafou: "I am not a crook" (Não sou um canalha).
Herculano
06/12/2015 11:59
A DEPRESSÃO BRASILEIRA, por Samuel Pessoa, para o jornal Folha de S. Paulo

Recentemente, meu amigo Marcos Lisboa passou a se referir à crise atual como depressão brasileira. Depressão significa recessão profunda e prolongada. Diferencia-se das crises cíclicas que acometem as economias de mercado. Nesses ciclos, a economia oscila, para melhor e para pior, em torno de uma tendência de crescimento de longo prazo relativamente fixa.

A depressão altera a tendência. Significa queda de produto e, em seguida, queda permanente da tendência de crescimento de longo prazo.

Nosso cenário indica que devemos recuar 3,7% em 2015, 3% em 2016 e provavelmente o crescimento será positivo em 1% em 2017. O recuo do produto per capita de 8,6% no quadriênio 2014-2017 será o segundo pior desde 1904, somente superado pelo quadriênio 1981-1984, quando o recuo foi de 9,6%.

Normalmente as grandes depressões das economias de mercado ocorrem quando há forte redução da demanda agregada. A economia por longos anos vivencia juros muito baixos, deflação, desemprego e queda de produto. Essa é a situação da economia norte-americana de 2008 até agora e também nos anos 1930.

No caso brasileiro, tanto no início dos anos 1980 quanto agora, nossa depressão foi fruto de queda permanente da produtividade, que causou perda permanente de produto. Trata-se de fenômeno de oferta, e não de demanda. Hoje, diferentemente dos anos 1980, não temos crise de dívida externa. Nossos problemas são somente internos.

Ao longo de muitos anos, nossa economia se preparou para ser civilizada. Isto é, a economia de uma sociedade que consegue gerir de forma não inflacionária seu conflito distributivo. Negociações no Congresso decidem as receitas e as despesas de forma a não pressionar a inflação.

Boa parte da perda de produto pela qual estamos passando resulta de estarmos retornando para situação de inflação permanente. Estamos voltando a um passado que vivenciamos entre 1950 e 1998, quando a inflação fechava as contas de nossa irresponsabilidade fiscal. A dor que sentimos deriva menos de para onde caminhamos -sabemos sobreviver na bagunça- e mais de onde estamos vindo.

A expansão da última década foi beneficiada pela alta dos preços das commodities e de ganhos de produtividade no agronegócio e no setor de serviços, principalmente serviços financeiros. Em razão da estabilização da economia e de inúmeras reformas microeconômicas -crédito em consignação, nova Lei de Falências, instituto da alienação fiduciária para o crédito imobiliário e de automóveis, diversos instrumentos de crédito com execução extrajudicial, entre outros- que melhoraram muito o funcionamento dessa importante infraestrutura das economias de mercado, o crescimento acelerou.

A volta da inflação e a incapacidade da política em construir um consenso que encaminhe os desequilíbrios fiscais estruturais e, portanto, estabilize a trajetória da dívida pública sinalizam que teremos mais inflação nos próximos anos. Perderemos os ganhos de produto que tivemos com o melhor funcionamento do mercado de crédito.

Em algum momento, mesmo que não resolvamos os problemas fiscais, e quando tivermos destruído os ganhos de eficiência que advieram de nosso sonho de uma noite de verão, a depressão terminará. Quando o pesadelo acabar, acordaremos para a mediocridade permanente, a menos que a política consiga nos surpreender.
Herculano
06/12/2015 08:08
UM PODER MARGINAL, por Jânio de Freitas, para o jornal Folha de S. Paulo

É pouca ?"se houver alguma?" a percepção de que já estamos fora do regime democrático. É a realidade, porém. Está negada a validade do sistema jurídico, essencial no regime democrático, que tem por base o respeito aos direitos fundamentais e aos deveres a que estão sujeitos não só cidadãos em geral, mas também os ocupantes dos poderes constituídos.

A situação da atual Câmara dos Deputados foge aos seus deveres e responsabilidades constitucionais. Estar sujeita à condução de um parlamentar a quem são imputados vários atos criminosos já configura anomalia incompatível com a condição de Poder Legislativo. Assim conduzida, a Câmara dos Deputados sequer consegue que o seu Conselho de Ética opine sobre ser admissível, ou não, uma investigação superficial das acusações de delinquência e crime ao presidente da Casa.

O que se tem passado na Câmara, ao longo de todo este primeiro ano de nova legislatura, não são os meros artifícios com que casas legislativas contornam dificuldades cronológicas, impasses regimentais e acordos problemáticos. São manipulações só possíveis com o uso impróprio do poder funcional, são pressões, são ameaças, punições à resistência e recompensas indevidas. Em grande parte, à sombra do desconhecimento público, pouco e quase sempre mal abastecido, a respeito, pelos meios de comunicação outra vez cedendo espaço do jornalismo a práticas partidárias/ideológicas ?"o que parecia ser passado já distante no serviço noticioso brasileiro.

Foi esta e foram outras tolerâncias interessadas, com muita contribuição de parlamentares destacados, que levaram a Câmara à sua situação atual. Ou seja, expeliram a Câmara dos Deputados para fora dos seus deveres e responsabilidades.

Em paralelo, o Ministério Público cumpre um papel semelhante ao de testemunha indiferente, com a posse inconsequente da documentação que lhe foi presenteada pelo trabalho investigatório de promotores suíços. Talvez o que lhe seja permitido esteja muito aquém do mínimo conveniente, mas se um senador foi preso por palavras que, umas, provaram-se balelas, outras, não foram levadas a fato algum, documentos incriminatórios devem servir para algo mais do que se saber existirem.

O presidente da Câmara é o segundo na linha de sucessão, elevado a presidente se o vice-presidente posto em exercício precisar afastar-se, em intervalo ou em definitivo. Só isso já indica a dimensão do que a atualidade degenerada da Câmara representa, na sua marginalidade.

CORRETO

Se o preço era provocar um ato vingativo, o PT pagou-o. Não podia apoiar alguém como Eduardo Cunha no Conselho de Ética. Para aliar-se a ele é necessária uma qualidade especial: equivaler a ele.

OS ATRASADOS

No noticiário sobre o pedido de impeachment para Dilma, no Rio um jornal informou o aumento imediato da Bolsa. No dia seguinte, o senador Ronaldo Caiado, com a seriedade de representante da bancada ruralista, retomava o aumento como prova do apoio "popular" ao impeachment. Jornalistas e senador esqueceram que, ao ser comunicada por Eduardo Cunha a sua decisão, a Bolsa já estava fechada havia quase três horas.

A história de um golpe tramado no Senado para soltar Delcídio do Amaral não perde para a anterior. O golpe formidável teria falhado porque o ministro Edson Fachin, do Supremo, decidiu por votação aberta dos senadores, sobre soltarem o colega ou não. Mas, na verdade, quando a decisão de Fachin foi comunicada ao Senado, já a maioria dos senadores, muito antes, decidira por votos abertos. Renan Calheiros até gozou o recurso ao STF do excitado senador Randolfe Rodrigues.

Os relógios ficcionistas estão atrasados. Como os donos.

À ESPERA

Impeachment? Tudo indica que será preciso esperar as ações na comissão dos 65 para vislumbrar propensões. Até lá, pode haver opiniões e análises interessantes, opções políticas, e não muito mais. A deslealdade é a norma na Câmara atual. Logo, os números de quem está com quem são inverossímeis.
Herculano
06/12/2015 08:00
PARECIDÍSSIMOS

Quanto mais se conhece das técnicas, táticas, pregação, ações, propaganda, abordagem, aliciamento, fanatismo, barbarismo, o apagar dos fatos históricos, a destruição do modelo de competição e sociedade plural, com alternância de poder, bem como a vingança continuada, além da forma de classificar os adversários ou os diferentes de infiéis, fica quase impossível não comparar o PT de hoje (não o do seu nascedouro que moveu mentes e corações para a esperança) aos Jihadistas do Estado Islâmico. Wake up, Brazil!
Herculano
06/12/2015 07:53
UM SONHO IMPOSSÍVEL, por Carlos Brickmann

Um sonho. Ou pesadelo. Num país imaginário, em que quadrilhas vorazes disputavam o poder, o Grande Mestre Fazedor de Rainhas decidiu enviar ao Frigorífico de Formol a Rainha dos Maus Bofes, que ousara, com palavras incoerentas e gestão incompetenta, colocar em risco os projetos futuros do bando.

Um sábio, o Grande Mestre. Primeiro, declarou-se favorável à Rainha dos Maus Bofes, para que ninguém dele suspeitasse. Seu grupo, religiosamente obediente, duramente controlado, até com expulsão de quem votasse contra a linha justa, passou a mostrar sinais de divisão. A Guerra das Quadrilhas envolvia chantagens mútuas, que mantinham paralisados a Rainha dos Maus Bofes e seu principal adversário, o Coisa Ruim. Pois não é que o grupo do Grande Mestre anunciou que destruiria o Coisa Ruim? Com isso, livrou-o da chantagem - já que não lhe faria diferença ficar quieto ou reagir - e permitiu que ele contra-atacasse em grande estilo, mobilizando sua quadrilha para destruir a Rainha.

Nesse país imaginário, os seguidores do Grande Mestre jamais o desobedeceriam. Se desobedeceram, foi porque ele mandou. E até seu gavião amestrado, o Pequeno Rapinão, capaz de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, para agradar o chefe, agiu contra suas ordens oficiais. Só o faria se recebesse ordens secretas em contrário. E a Rainha dos Maus Bofes tinha certeza de que mandava!

O título Um Sonho Impossível vem do musical O Homem de la Mancha. Aqui, pela fama do pessoal, melhor seria Os Homens e Mulheres de Las Manchas.

CAFÉ FRIO

A ordem para os ativistas petistas da área de comunicação é dizer que o pedido de impeachment perdeu força, pela participação de Eduardo Cunha. Mas a impressão que vem do Governo é outra: o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, normalmente habilidoso, tranquilo e discreto, está tão nervoso que entrou num agressivo bate-boca com o deputado Eduardo Cunha. Contra seus hábitos, revelou em seguida aos jornalistas trechos de conversas particulares com o vice-presidente Michel Temer. E, pior, foi desmentido por Temer.

É grave: Temer pensa duas vezes antes de dizer "bom-dia", pensando nas implicações que a expressão possa ter. Para ele, desmentir alguém é quase inimaginável. Mas Wagner lhe atribuiu uma frase absurda sobre a "falta de lastro" para o pedido de impeachment - Temer, educadíssimo, jamais diria isso do trabalho de colegas como Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr. Temer teve também de desmentir Edinho Silva, que lhe atribuiu a disposição de oferecer assessoria jurídica a Dilma.

Como disse, essa não é a função do vice-presidente da República
Herculano
06/12/2015 07:52
A PRIMEIRA VÍTIMA, por Carlos Brickmann

Na frase eterna do senador americano Hiram Johnson, em tempo de guerra a primeira vítima é a verdade. Mas o ministro Jaques Wagner está exagerando: inventou um abaixo-assinado em favor de Dilma incluindo o nome do governador pernambucano Paulo Câmara, PSB.

Que Paulo Câmara jamais assinou.

CAMINHO DA ROÇA

O processo de erosão do poder de Dilma começou há muito tempo - tanto que o PMDB, especialista em colocar-se nas proximidades de quem tem a caneta das nomeações, foi-se aos poucos afastando dela. Com o impeachment - e especialmente se houver manifestações nas ruas - a tendência é que até os fiéis entre os fiéis prefiram mudar de lado. Até Paulo Paim, que parecia ter PT no nome, está descobrindo insuspeitadas simpatias ecológicas e buscando abrigo com Marina Silva.

O que se comenta é que, dos 171 deputados de que Dilma precisa para não ser afastada durante o julgamento do impeachment, ela tem no máximo 140. Se ela mostrar força, o número cresce. Mas até agora mostrou apenas inabilidade. E a cada uma das delações premiadas a margem de manobra de Dilma se reduz.

ONDE ESTÃO OS GENERAIS?

O chefe supremo do PT é Lula, que tem capacidade de manobra e liderança - restando saber se quer mesmo usá-las. Mas boa parte de seu Estado-Maior está fora de combate, a começar pelo "capitão do time", José Dirceu, ex-presidente do PT, preso em Curitiba. Outro ex-presidente José Genoíno, foi condenado, cumpriu pena e parece afastado da política. Dois tesoureiros do partido foram atingidos: Delúbio Soares e João Vaccari Neto. João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara Federal, está condenado no processo do Mensalão. Delcídio Amaral, próximo de Lula, líder do Governo no Senado, está preso pela Lava Jato.

Delcídio é um risco: abandonado por PT e Lula, pode sentir-se tentado à vingança.

SO ELES?

O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, se licenciou do cargo após ter sido indiciado pela Justiça americana. Seu antecessor, José Maria Marin, está preso nos Estados Unidos. O antecessor de Marin, Ricardo Teixeira, foi indiciado pela Justiça americana. Segundo a secretária de Justiça dos EUA, "por décadas esses acusados usaram seu poder (...) para criar uma rede de corrupção e ganância (...)". Não são só os brasileiros: há também dirigentes esportivos de outros países. A quantia envolvida em pagamentos ilegais supera os US$ 200 milhões.

A dúvida: só os dirigentes da CBF estavam envolvidos? E os clubes, nenhum?
Herculano
06/12/2015 07:48
PERGUNTAR NÃO OFENDE

Quem mesmo está articulando a manifestação do domingo da 13, e Gaspar, contra o desgoverno e a favor do impeachment de Dilma Vana Rousseff, PT, contra inflação alta, a recessão, o desemprego, as duvidas, a mentira, a roubalheira, a corrupção...

Na primeira manifestação e que surpreendentemente reuniu duas mil pessoas, estavam por detrás, por interesses, o PMDB e o PSD.

Na segunda, como não puderam fazer palanque para suas candidaturas no primeiro ato, não deram suporte e infraestrutura, e tudo se reduziu a 200 pessoas.

E agora? Nada se fala, ninguém assume, não há ninguém articulando. PT de Pedro Celso Zuchi, do cunhado Antônio Carlos Dalsochio, do presidente José Amarildo Rampelotti, Décio Neri e Ana Paula Lima, e Doraci Vanz... estão comemorando. Vão enviar um relato aos companheiros Rui Falcão, Dilma, Lula e outros mostrando força deles em calar a cidade, cidadãos e cidadãs... Uma cidade refém do medo e da vingança. Acorda, Gaspar!
Herculano
06/12/2015 07:37
TERÇA-FEIRA É DIA DE COLUNA INÉDITA

Só para relembrar. Na terça-feira, é dia de coluna inédita e apenas para os leitores e leitoras que garantem a liderança de acessos do portal do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado e o de maior credibilidade em Gaspar, Ilhota e adjacências como Blumenau, Florianópolis e Brasília (ou e Munique), onde os políticos que dizem nos representar tremem, praguejam e articulam para desmenti-la.
Herculano
06/12/2015 07:30
PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO DESTE DOMINGO, "STF DEVERÁ DECIDIR A DATA DE DESFECHO DO IMPEACHMENT". COMO O PT E SEUS ALIADOS POR IEOLOGIA E INTERESSES QUEREM LOGO E A FRÁGIL E DIVIDIDA OPOSIÇÃO DESEJA ESTICAR O DEBATE E A SANGRIA, COMO O STF JÁ COMEÇA A TER UMA MAIORIA DE LULISTAS E PETISTAS...

Texto de Ranier Bragon, Marina Dias e Gustavo Uribe, da sucursal de Brasília. A batalha entre o governo federal e os partidos de oposição sobre a data de desfecho da análise do pedido de impeachment de Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados já mobiliza as áreas jurídicas dos dois lados e deve ser decidida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O Palácio do Planalto, que até agora avalia contar com votos suficientes para arquivar o pedido, quer um desfecho o mais rápido possível, ainda em janeiro, baseado na expectativa de que as festas de fim de ano e as férias de verão esvaziem os movimentos de rua anti-Dilma.

Já a oposição e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), trabalham com o diagnóstico de que em fevereiro ou março a esperada deterioração do quadro econômico impulsionará uma nova onda de protestos de rua e provocará dissidências na base dilmista.

Cunha deve apresentar um parecer encomendado à área técnica sustentando que o Congresso Nacional tem que entrar em recesso no próximo dia 23 ?"até 1º de fevereiro de 2016?" mesmo que não haja a aprovação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

Com isso, o trâmite do impeachment será suspenso possivelmente na fase limite para que Dilma apresente sua defesa ?"é impossível precisar a data, já que ela é definida em número de sessões da Câmara, que podem ou não ocorrer em todos os dias úteis.

O governo federal, o PT e técnicos da Câmara, porém, afirmam que a Constituição é clara em dizer que "a sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias".

A polêmica jurídica se dá porque a LDO tem que ser votada no primeiro semestre, sendo que eventuais atrasos sustam normalmente o recesso do meio do ano.

Em 2015, houve um atraso demasiado e a LDO ainda aguarda a convocação de uma sessão do Congresso Nacional para ser votada.

Auxiliares de Dilma e integrantes do PT afirmaram na sexta (4) entender que o Congresso não pode entrar em recesso sem votar a LDO.

Dizem estar cientes da inclinação de Cunha de usar o parecer técnico em sentido contrário para paralisar por 45 dias tanto a tramitação do impeachment quanto a do seu processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara.

Esses auxiliares afirmam que estão estudando os meios jurídicos de contestar essa posição, mas afirmam que o martelo só será batido assim que as cartas forem colocadas na mesa por Cunha.

A intenção do Planalto é que eventual ingresso no Supremo seja feito por parlamentares da base aliada ou pela Executiva nacional do PT.

ATO CONJUNTO

Além da polêmica em torno da LDO, o Congresso pode cancelar o recesso caso seja convocado por um ato conjunto dos presidentes da Câmara e do Senado, a requerimento da maioria dos congressistas ou da própria Dilma.

Porém, em todos esses casos, é preciso aprovação por maioria absoluta pelos plenários da Câmara e do Senado ?"pelo menos 257 dos 513 deputados e 42 dos 81 senadores.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não indicou até agora se apoia ou não a convocação do Congresso em janeiro.

O trâmite do impeachment tem um prazo corrido de cerca de 30 dias. Uma comissão especial a ser instalada na terça-feira (8) e composta por 65 deputados irá dar um parecer favorável ou não à abertura do processo de impedimento.

Cabe ao plenário da Câmara a decisão, em votação aberta e com chamada nominal para que os deputados declarem o voto nos microfones.

Caso ao menos 342 de 512 deputados (Cunha não vota) apoiem o impeachment, Dilma é afastada do cargo e o Senado instaura o processo.
Herculano
06/12/2015 07:17
TEMER SE RECUSA A ARTICULAR CONTRA O IMPEACHMENT E DIZ NÃO SER DESLEAL, por Josias de Souza

A perspectiva de poder tornou o vice-presidente Michel Temer um personagem paradoxal. Ele se recusa a participar de qualquer articulação anti-impeachment. Simultaneamente, assegura: "Nesta situação tensa que existe no momento, não quero praticar deslealdade institucional. Isso eu jamais praticaria."

Beneficiário direto do eventual impedimento de Dilma Rousseff, Temer se esquiva de tomar parte dos esforços para barrar o processo contra a presidente sob duas alegações: 1) esse tipo de atividade não se insere nas atribuições constitucionais do vice-presidente; 2) como o PMDB está dividido sobre a matéria, não poderia, como presidente da legenda, assumir a posição de um dos lados.

Submetido a uma espécie de degredo político, esquecido em seu gabinete no edifício anexo do Planalto, Temer foi subitamente revalorizado. Neste sábado (5), de passagem por Recife, Dilma dirigiu ao número dois do governo uma cobrança disfarçada de afago: "Espero integral confiança do Michel Temer e tenho certeza que ele a dará. Conheço o Temer como político, como pessoa e como grande constitucionalista."

Como político, Temer fareja a possibilidade de encerrar uma carreira de três décadas sentado na poltrona de presidente da República. Como pessoa, Temer se envaidece com a possibilidade de ascensão. E parece nutrir uma preferência por substituir Dilma em vez de ajudá-la. Como constitucionalista, Temer enxerga no impeachment uma ferramenta prevista na Constituição, não um golpe.

Trafegando na contramão do já esgarçado discurso petista do "nós contra eles", Temer enrolou-se na bandeira da "pacificação". Para que não o acusem de oportunismo, o vice-presidente recorda que vem afirmando há três meses que o país precisa de alguém capaz de promover uma reunificação.

"Seja sob o império da presidente Dilma ou de qualquer um que chegue ao poder, é preciso reunificar o país", diz Temer. "Precisamos de uma absoluta pacificação nacional. Todas as mentalidades partidárias deveriam se unir. Seja agora, sob o império da presidente, ou sob qualquer outro império, tem que haver uma coalizão nacional. Até acho que, se a presidente Dilma fizesse essa coalizão nacional, com todos os partidos, o país sairia desse embaraço em que se encontra."

Temer costuma realçar que o impedimento não é o único risco que ronda o Palácio do Planalto. "Tem também os processos do TSE, que podem cassar a chapa", afirma, numa referência às ações que correm no Tribunal Superior Eleitoral, tendo como alvo a chapa de 2014, composta por Dilma e Temer. A cassação da chapa ocorrerá se for acolhida a denúncia do PSDB de que o comitê de campanha da presidente abusou do poder político e econômico, borrifando na caixa registradora da campanha verbas sujas da Petrobras.

Temer costuma realçar que o impedimento não é o único risco que ronda o Palácio do Planalto. "Tem também os processos do TSE, que podem cassar a chapa", afirma, numa referência às ações que correm no Tribunal Superior Eleitoral, tendo como alvo a chapa de 2014, composta por Dilma e Temer. A cassação da chapa ocorrerá se for acolhida a denúncia do PSDB de que o comitê de campanha da presidente abusou do poder político e econômico, borrifando na caixa registradora da campanha verbas sujas da Petrobras.

Temer se equipa para sustentar no TSE a tese jurídica segundo a qual as contas de campanha de Dilma e a sua contabilidade eleitoral deveriam apreciadas separadamente. Alega-se que as verbas provenientes de propinas extraídas de negócios com a Petrobras não chegaram às contas de campanha do vice-presidente.
Herculano
06/12/2015 07:12
A RUA E O MANDATO DE DILMA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Numa conta de hoje, é provável a doutora Dilma tenha os 171 votos de deputados necessários para bloquear sua deposição. Com gente na rua pedindo que ela vá embora, a conta será outra. O sonho de Eduardo Cunha é que milhões de pessoas ocupem as avenidas e se esqueçam dele. Essa hipótese é improvável. Se é para sair de casa, tirar Dilma pode ser pouco. Deveriam ir embora ela, ele e uma lista interminável de maganos arrolados na Lava Jato. Tirá-la para colocar Michel Temer no lugar pode ser um imperativo constitucional, mas está longe de ser uma vontade popular.

A doutora fez uma campanha mentirosa, seu primeiro ano de governo mostrou-se ruinoso e ela se comporta como os dirigentes da crise geriátrica do regime soviético. Sua neutralidade antipática à Lava Jato ("não respeito delator") mostra que não entendeu o país que governa. A economia brasileira travou e vai piorar.

Ao contrário do que sucedeu com Fernando Collor em 1992, Dilma tem gente disposta a ir para a rua em sua defesa. Essa diferença pode levar uma questão constitucional para choques de rua. Má ideia.

Como na peça de Oduvaldo Viana Filho, o brasileiro está numa situação em que "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Em março de 1985, o país ficou numa posição semelhante. Foi dormir esperando a posse de Tancredo Neves e acordou com José Sarney na Presidência. Seu governo, marcado pela sombra da ilegitimidade, foi politicamente tolerante e economicamente ruinoso.

Naqueles dias surgiu uma ideia excêntrica: a convocação imediata pelo Congresso de eleições diretas para a Presidência. Deu em nada e foi considerada golpista. Passaram-se 30 anos e, pelo retrovisor, pode ser reavaliada como peça arqueológica.

Talvez seja o caso de se pensar numa nova excentricidade: Dilma e Temer saem da frente e, de acordo com a Constituição, realizam-se novas eleições no ano que vem. Se eles quiserem, podem se candidatar.
Herculano
06/12/2015 07:11
MÁ NOTÍCIA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

Saiu das cadeias de Curitiba a seguinte informação:

Dois presos da Lava Jato estavam na carceragem da Polícia Federal e foram transferidos para o presídio estadual. Numa noite, vários presos entraram na cela onde eles estavam, urinaram, defecaram e foram-se embora.

Dias depois os prisioneiros ofereceram-se para colaborar com a Justiça.

MICROMEGALOMANIA

Os sete sócios de André Esteves que assumiram o controle do banco BTG Pactual agruparam-se com o nome de Top Seven.

Podiam usar a língua portuguesa, mas já que preferiram o inglês, resta saber em relação a que eles se consideram tops.

O MUNDO DOS JUÍZES

A Justiça decidiu que os planos de saúde precisam pagar aos médicos que fazem partos naturais o triplo do que pagam por cesarianas.

Essa decisão é saudável sob qualquer ângulo que se olhe a questão. Contudo, resta um problema: não compete ao Poder Judiciário fixar o valor das remunerações de profissionais que contratam voluntariamente seus serviços com empresas privadas.

RETRATO DO GOVERNO

O Trem-Bala, delírio da doutora que poderia ficar pronto para a Copa de 2014 ou, a mais tardar, para a Olimpíada de 2016. Felizmente, até as empreiteiras fugiram da maluquice. Apesar disso, o governo criou uma estatal para gerenciar a grande obra.

Não se fala mais em Trem-Bala, mas a estatal, chamada de Empresa de Planejamento e Logística, mudou de propósito e está aí, firme e forte. Funciona em dois andares de um edifício em Brasília e acaba de trocar sua diretoria.

Fazer trem é coisa difícil. Para criar uma estatal, bastam caneta e tinta. Fechá-la, impossível.

BARGANHA

Um pedaço da oposição negociou um mimo com Eduardo Cunha. Acendendo o pavio do processo de impedimento da doutora, ganharia da Comissão de Ética da Câmara uma simples repreensão.

Esse tipo de maledicência só poderá ser conferida quando os votos forem conhecidos.

PRAGAS DO EGITO

As pragas do Egito foram dez. Cinco já chegaram ou estão a caminho do Brasil.

1) Inflação de dois dígitos.

2) Desemprego de dois dígitos.

3) Recessão econômica.

4) O mar de lama da Samarco

5) O virus zika

TRISTE BODOQUENA

Um conhecedor dos poderes nacionais e das terras de Mato Grosso do Sul informa:

A fazenda Bodoquena é uma cápsula da história do Brasil nos últimos 70 anos. Em 1956, o banqueiro Walther Moreira Salles e os irmãos David e Nelson Rockefeller compraram seus 150 mil hectares. Anos depois, venderam-na e ela passou por quatro grupos. Seus novos donos sonharam em transformá-la num oceano de cana-de-açúcar. O projeto do álcool fracassou, e uma parte das terras foi comprada pelo pecuarista José Carlos Bumlai, que, em 2012, vendeu-a ao banqueiro André Esteves.

Estudando-se a Bodoquena de Moreira Salles e dos Rockefeller até se chegar à de Bumlai e André Esteves, entende-se o Brasil.

13 DE DEZEMBRO

Os defensores do impedimento de Dilma Rousseff não são supersticiosos.

Marcaram as próximas manifestações para o dia 13 de dezembro. Nele, poderão comemorar o 47º aniversário da edição do Ato Institucional nº 5, que escancarou a ditadura, suspendeu o habeas corpus e fechou as ruas pelos anos seguintes
Herculano
06/12/2015 07:10
A VALE OFENDEU OS DONOS DE BOTEQUIM, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

A Vale do Rio Doce precisa reunir sua diretoria para decidir como lidará com o desastre de Mariana sem arruinar sua marca. O rompimento da barragem da Samarco matou pelo menos 11 pessoas, provocou o maior desastre ambiental da história do país, devastou uma área de milhares de quilômetros quadrados e abalou a vida no vale que dá nome à empresa.

A Vale é grande acionista da Samarco, mas não parece ser responsável direta pela leviandade da empresa. Apesar disso, falando a jornalistas em Nova York, o doutor Clovis Torres, diretor jurídico da Vale, disse o seguinte:

"A Samarco não é um botequim. Não é uma empresinha qualquer".

Não há notícia de botequim que tenha produzido tamanho estrago. Ademais, o presidente da Samarco, doutor Ricardo Vescovi, acabara de entrar pela porta dos fundos do fórum de Mariana para prestar depoimento ao Ministério Público. Na saída, disse platitudes. Enquanto isso, sua empresa era acusada de irresponsabilidade pela presidente da República durante um discurso em Paris.

Entrar pela porta dos fundos e evitar a imprensa não é coisa de botequineiro. É conduta de quem acha que é o tal. Se a Samarco fosse um botequim, seu dono talvez se comportasse melhor.

A Vale pode passar os próximos 200 anos querendo se livrar do problema criado em Mariana. Com argumentos de mestre-escola, ela mostra que reluta em se tornar parte da solução.

O doutor Clovis precisa conversar com Murilo Ferreira, o presidente da Vale. Ele disse que fará da recuperação da bacia do rio Doce uma "missão da vida". Bola dentro. Ou faz isso ou se torna presidente da Companhia do Falecido Vale do Rio Doce.
Herculano
06/12/2015 06:49
DESEIXO CONTRA TERRORISMO PREOCUPA NA RIO 2016, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasleiros

Autoridades ligadas à organização dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, continuam apavoradas com o pouco caso do governo federal em relação a um trabalho de inteligência coordenado e principalmente com comando, para adotar as providências que afastem o risco de ataques terroristas, por exemplo. O Exército Brasileiro avalia os apelos para ocupar o comando vago desse trabalho de inteligência.

Negligência

Após o recente ataque terrorista em San Bernardino, o governo americano voltou a lembrar precauções ainda negligenciadas no Brasil.

Sem comando

?"rgãos de inteligência do governo não admitem subordinação, um ao outro, por orgulho ou vaidade, e o comando permanece acéfalo.

Tá feia a coisa

Profissionais da Polícia Federal e Abin estão muito preocupados com a segurança dos Jogos: sem informações precisas, nada se pode fazer.

Deserto brasileiro

Além de Israel, a União Europeia também prega no deserto, apelando à segurança dos Jogos Olímpicos, após os ataques terroristas em Paris.

DILMA TEM PRESSA NO IMPEACHMENT PORQUE SANGRA

A estratégia do governo de propor o cancelamento do recesso parlamentar, apressando a tramitação do processo do impeachment, tem a ver com a contabilidade de votos pró-Dilma na Câmara. O tempo joga contra ela: quanto mais a comissão processante demorar para fazer seu trabalho, menos chances a presidente tem de manter-se no cargo. O governo ficará "sangrando" até a definição do impeachment.

Adesões e traições

A expectativa de poder do vice Michel Temer atrai adesões a cada dia, e isso também explica a pressa governista no caso do impeachment.

Vice pop

Crescem a pressão e o número de políticos governistas e de oposição empolgados com a eventual posse de Michel Temer na presidência.

Cunha é passado

Mesmo se Eduardo Cunha for cassado, o processo de impeachment de Dilma ainda tramitará normalmente na Câmara dos Deputados.

Mudança

Deve ir para a Casa Civil a tutela da Agência Brasileira de Inteligência. A alteração decorre da reestruturação ministerial. A Abin era subordinada ao extinto Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Repeteco de lorota

Lula orientou Dilma a percorrer o País espalhando a lorota de que o impeachment é "golpe" da "elite branca" e da "imprensa fascista", para ver se cola. A ideia é evitar o debate sobre os crimes dos quais ela é acusada e que dão substância à denúncia dos juristas.

Lei fraca, autoridade solta

Nem Código de Conduta da Alta Administração Federal, que define padrões de comportamento das maiores autoridades do País, prevê punições para quem lesa os cofres públicos e mente ao eleitorado.

Nem Dilma, nem Cunha

O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) diz que o primeiro passo para superar a crise é cassar Eduardo Cunha. "Primeiro, vamos tirar esse chantagista". E "o governo Dilma não tem mais saída", garante.

Espaço garantido

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), resolveu deixar livre o plenário da CCJ, para instalação da comissão processante do impeachment, no início da semana.

Mantendo a esperança

Eduardo Cunha tem conversado com os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Mendonça Filho (DEM-PE). Acredita que poderá reverter sua situação após deflagrar o impeachment.

Produto de exportação

A fama de pé-frio de Lula se consolida na Argentina, onde ele esteve para fazer campanha em favor do candidato de Cristina Kirchner a presidente, Alberto Sciola. Apanhou feio do opositor Maurício Macri.

Lula, o inimputável

O doleiro Alberto Youssef, delator do petrolão, disse que Lula e Dilma sabiam da existência do caso Lava Jato, o maior esquema de corrupção da história do País. E Lula não é considerado suspeito?

Pensando bem...

...insistir em chamar impeachment de golpe é como chamar Dilma de presidenta: é exótico, é até engraçado, mas não cola.
Herculano
06/12/2015 06:41
SEPARAÇÃO LITIGIOSA, por Bernardo Mello Franco
Separação litigiosa

A barulhenta saída de Eliseu Padilha, no dia seguinte à abertura do processo de impeachment, é um marco na separação litigiosa entre Michel Temer e Dilma Rousseff. O peemedebista era o principal afilhado do vice no governo. Ao entregar o cargo, ele avisou à praça que o padrinho também abandonou a presidente à própria sorte.

Dilma e Temer fizeram um casamento eleitoral de conveniência, arranjado por Lula. Passaram cinco anos sob o mesmo teto, falando pouco e dormindo em camas separadas. Agora ele anunciou o divórcio e deixou claro que deseja ficar com a casa, ou melhor, o palácio.

Ao deixar a Secretaria de Aviação Civil, Padilha troca a gestão dos aeroportos, que nunca o atraiu, pela articulação de bastidores, que jamais abandonou. Sua primeira tarefa será convencer outros ministros do PMDB a sair do governo. Os primeiros alvos são Henrique Eduardo Alves, do Turismo, e Helder Barbalho, da Secretaria de Portos.

Por ora, os dois dizem que ficam onde estão. Não se trata de amor. Mudarão de lado se a hipótese de um governo Temer ficar mais provável do que a permanência de Dilma.

O PMDB será o infiel da balança do impeachment, como definiu o colunista Vinicius Torres Freire. O partido tem a maior bancada da Câmara, com 66 cadeiras. No momento, a ala oposicionista controla um terço do grupo, sob a liderança do deputado Eduardo Cunha.

Ex-articulador do governo, Padilha sai do ministério com uma arma poderosa para barganhar adesões a Temer: uma planilha detalhada com cargos e verbas que cada deputado tem ou deseja ter. É com essa lista que ele fará promessas em troca de votos pelo impeachment.

Dilma, a noiva abandonada, terá que abrir os cofres e aumentar o dote para manter a tropa ao seu lado. Os deputados do PMDB sentarão para negociar com uma garantia confortável. Como costuma acontecer, vão lucrar em qualquer cenário.
Herculano
06/12/2015 06:19
JOGOS CONTRA O CRIME, editorial do jornal Folha d S. Paulo

Depois da delação premiada e dos acordos de leniência, autoridades federais que atuam no combate à corrupção propõem a criação de mecanismos que permitam pagar recompensas a quem denunciar crimes contra os cofres públicos.

A ideia é que informantes recolham de 10% a 20% do valor recuperado ou uma parte da multa aplicada. O denunciante não poderia ser autor nem coautor dos delitos, hipótese em que se enquadraria nas regras da delação premiada.

Normas com esse teor já existem há muito tempo em diversos países, em especial nos de tradição jurídica anglo-saxã. No Brasil, o mecanismo tem sido objeto de polêmicas, mas a lógica científica que o anima é persuasiva.

Verdade que a ciência não tem sido muito gentil com o direito. Achados de psicologia e neurociência relativizam a noção de responsabilidade, por exemplo; a confiabilidade da memória nos testemunhos vem sendo questionada.

Por outro lado, avanços nas ciências forenses, como testes de DNA, câmeras que registram imagens de tudo e técnicas de monitoramento de dados são alguns dos destaques.

Por não envolver tecnologia, a matemática tende a ser menos lembrada, mas a contribuição da teoria dos jogos para a Justiça é das mais relevantes. Ela fundamenta leis que, oferecendo os incentivos certos, são capazes de solapar o princípio por trás da "omertà" ?"o código de honra dos mafiosos.

Não se trata, obviamente, de empreitada sem riscos. Nos Estados Unidos, onde pode ser enorme a diferença entre assumir a culpa, negociando uma pena baixa, e arriscar-se a enfrentar o júri, correndo o risco de amargar sentenças altíssimas, já se convive com o problema das falsas confissões.

Uma legislação equilibrada, que não permita abismos tão gritantes e exija que as denúncias sejam sempre corroboradas por provas materiais, parece o melhor caminho para evitar essa e outras armadilhas.

Os esquemas criminosos de corrupção hoje se estruturam de tal forma que, sem o auxílio de legislação desse tipo, torna-se muito difícil, quando não impossível, chegar aos chefes das quadrilhas.

A resistência a esse instrumento talvez tenha razões naturais: a mesma tendência que leva a maior parte dos seres humanos a repudiar atos de deslealdade e a desconfiar de motivações financeiras faz com que, paradoxalmente, sejam malvistos os incentivos à traição e a busca por recompensas.

Como não cabe ao poder público zelar pela ética entre bandidos, faz todo o sentido pôr a matemática a serviço do combate ao crime.
Gasparense Antenado
05/12/2015 21:30
Herculano e amigos gasparenses vamos deixar de ser idiótas,nós estamos préstes de eleger um novo Prefeito no próximo ano estamos preucupados com o senário nacional Por Quê?Sabemos Tem pessoas e não são poucas que ganham com isto em nosso Municipio Asceres Federais,Munipais,Municipais:PMDB,PP,PSC,PSB,????
Herculano
05/12/2015 20:17
da série: ai tem (1)

ELA NÃO SABE QUE SEU MINISTRO PEDIU DEMISSÃO

Na quinta-feira, Eliseu Padilha, PMDB, fiel do vice Michel Temer, protocolou no Palácio do Planalto, a demissão. Não era atendido pela chefe, presidente Dilma Vana Rousseff, PT, a autoritária, nem para pedir para sair.

No Recife, em Pernambuco, hoje, Dilma diz que desconhece o pedido. Meu Deus!

Nem sabe ela bem o que faz o ministro neste governo de cooptação. Ele foi nomeado para a Aviação Civil. Dilma acha, na entrevista, achava que ele estava na de Portos. Meu Deus!

Este é o retrato acabado de um governo perdido, sofrível, que vive da mentira, bravata, dúvidas e da sujeira para a sobrevivência e o mau uso dos nossos pesados impostos.

Finalmente parecem que Temer e Padilha perceberem. Os brasileiros que pagam a conta, também. A imprensa, parte do Ministério Público e do Judiciário também. O PMDB gigolô de cargos nos governos do PSDB e do PT, o PMDB que não faz mas se aproveita, ainda não. Wake up, Brazil!
Herculano
05/12/2015 20:03
da série: ai tem 2

TEMER É HOMENAGEADO EM ALMOÇO COM ALCKMIN E EMPRESÁRIOS, por Vera Magalhães, de Veja.

Boa vontade de ministros para excluí Temer de ação de impugnação
Agenda cheia

O vice-presidente Michel Temer é o homenageado de almoço oferecido neste sábado pelo empresário Jorge Chammas, do Moinho São Jorge, em São Paulo.

Entre os presentes está o governador Geraldo Alckmin (PSDB), com quem Temer pode ter uma conversa reservada sobre conjuntura política ainda no fim de semana.

O almoço reúne expoentes da comunidade libanesa em São Paulo, muito próxima a Temer, empresários de vários setores e políticos do PMDB.

A movimentação do vice é acompanhada com atenção pelo governo e pela oposição, que esperam sinais mais claros de como ele vai se posicionar sobre o impeachment de Dilma Rousseff.
Herculano
05/12/2015 19:53
EDINHO NÃO SABE O QUE É IMPEACHMENT, NÃO SABE O QUE É RUPTURA INSTITUCIONAL, NÃO SABE O QUE É POLÍTICA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Creio que o país nunca foi comandado por uma safra de políticos tão ruins. São poucas as figuras que estão acima da linha da mais constrangedora mediocridade

Se a presidente Dilma Rousseff tivesse algum juízo, não teria como um de seus porta-vozes e homens-chave do governo um investigado da Operação Lava-Jato. Mas tem. Refiro-me a Edinho Silva, ministro da Comunicação Social. Isso, por si, já é um acinte e um esculacho.

Pior: ele ousa posar de pensador e de articulador político. Não se alça um ex-caixa de campanha a essa condição, por mais competente que seja. Questão de decoro. Mas assim são as coisas.

Edinho concede uma Folha entrevista à Folha e também ele, depois de Jaques Wagner, resolve falar por Michel Temer. Isso é perder a noção do ridículo.

E Edinho, como arremate dos males, diz sandices. Leiam esta pergunta e esta resposta:

O impeachment, além de uma questão jurídica, é também político. Qual vai ser a estratégia da presidente para conquistar apoio político e social com os índices de popularidade do governo tão baixos e base no Congresso fragilizada?

O impeachment é um processo jurídico. Você não pode provocar uma ruptura institucional em um país com uma justificativa política, por conta de uma crise política que você supera com negociação e com construção de uma agenda nacional que unifique o país. A presidente Dilma tem dito que o modelo do Estado brasileiro, que garantiu vitórias sociais e democráticas importantes, precisa ser reformado.

A resposta é de tal sorte absurda que nem errada chega a ser. Trata-se apenas de um apanhado de tolices. Pela ordem:

1: Se o impeachment fosse só um processo jurídico, a corte a decidir a questão seria o Supremo. Como ele é principalmente político, sem deixar de ser jurídico, quem julga é o Senado. Edinho estaria errado se estivesse falando a sério. Mas ele está apenas fazendo política ruim;

2: Impeachment não é ruptura institucional. Edinho não sabe o que diz;

3: Edinho afirma que não se provoca ruptura institucional "com uma justificativa política". Sempre destacando que impeachment não é uma ruptura institucional, as rupturas institucionais, quando acontecem, são sempre políticas. No Brasil e no mundo;

4: O que o modelo do estado brasileiro tem a ver com os crimes de responsabilidade cometidos por Dilma?

5: Dilma cometeu os crimes seguindo as leis do estado ou desrespeitando-as?

Não menosprezem o fator subjetivo na crise que aí está. Creio que o país nunca foi comandado por uma safra de políticos tão ruins. São poucas as figuras que estão acima da linha da mais constrangedora mediocridade.

E produzem coisas como essa entrevista. Que, reitero, jamais poderia estar sendo dada por um investigado da Lava Jato.
Herculano
05/12/2015 16:22
NÃO TENHO CONTA NA SUÍÇA..., por Plácido Fernandes Vieira, para o jornal Correio Braziliense

Pelo senso comum, as pessoas a favor de um mundo mais justo, ético, fraterno e igualitário são classificadas como de esquerda. As demais, de direita. O dicotomismo simplista pegou: o pobre contra o rico, o operário contra o patrão, o nós contra eles, o socialismo contra o capitalismo.

Mesmo que seja apenas da boca pra fora, o político que consegue emplacar de forma eficaz o discurso do bem contra o mal -mesmo que depois o revolucionário se revele um grande pilantra - quase sempre conquista corações e mentes. Principalmente dos jovens que frequentam universidades públicas.

Afinal, os estudantes que não sucumbem à tese dos professores e colegas "cabeças" são ridicularizados, rotulados de reacionários, filhinhos de papai, coxinhas... Nisso, a esquerda é imbatível. Até a igreja que ela tenta destruir adere.

Para resistir à máquina de moer reputações no campus, é preciso ter uma formação política e cultural sólida e diversificada. Saber de verdade o que foram e o que são hoje os regimes comunistas, socialistas e fascistas mundo afora. Ter plena consciência de que foram ou são todos ditaduras. E que essas ditaduras, de esquerda ou de direita, se equivalem: na raiz de cada uma, está o totalitarismo. Mas raros são os adolescentes que chegam à faculdade com uma bagagem dessas.

Enfim, lembro que nos tempos de universidade - Católica e UFPE, no Recife - fui simpatizante (na prática, um militante, mesmo sem filiação) do PCB. Desde aquela época, era incrível observar como no PT não se cumpria acordo. Entre eles mesmos, os petistas, as guerras eram mais fraticidas do que entre integrantes da sigla e gente da extrema-direita.

Logo, quem participou ativamente do movimento estudantil sabe, mesmo sem nunca ter testemunhado uma negociata entre Cunha e o governo, que a possibilidade de o peemedebista estar falando a verdade sobre as barganhas é muito mais verossímil do que qualquer desmentido palaciano.

Quem conhece o PT desde as raízes também sabe que era grande o risco de ser traído caso fizesse acordo com o partido. Conhece a fábula do escorpião e do sapo? A diferença é que, no caso petista, o escorpião crê em salvação, apesar do gesto aparentemente suicida.

Cunha, conta-se, teria descoberto que, ao mesmo tempo em que prometia salvá-lo no Conselho de Ética, em troca do arquivamento do pedido de impeachment de Dilma, o governo petista tramava para levá-lo à prisão. Por isso, quando o PT ordenou que seus deputados não votassem a favor do presidente da Câmara, Cunha não hesitou um segundo em acionar o gatilho do impeachment.

Concluindo: não há mocinhos nesta história, embora muitos espertalhões a soldo e alguns iludidos úteis difundam a tese de que o PT, enfim, estaria se redimindo ao se voltar contra Cunha. Não está nem estava. Nunca, na verdade, existiu esse partido da ética. Mas sempre haverá quem prefira acreditar na versão petista. Senão, sabe, corre o risco de acabar implodido pela patrulha vermelha e virar "reacionário". Ai que medo. Heim, Nelson!
Herculano
05/12/2015 16:15
É A HORA DA SOCIEDADE CIVIL, por Miguel Reale Júnior, jurista e ex-ministro da Justiça, no jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

O Estado Democrático de Direito está gravemente ferido. É necessário reconstruir a democracia, da qual um dos alicerces consiste na confiança da população nos agentes políticos que elege. Hoje, justificadamente, essa confiança inexiste no Brasil.

A democracia destaca-se por viver e conviver com as divergências, a serem superadas pelo diálogo e pela persuasão para a formação de uma maioria parlamentar legítima, respeitada pelas minorias. Todavia o confronto de ideias e de perspectivas, próprio da democracia, desapareceu do cenário político, substituído por entendimentos promovidos graças a arranjos financeiros com dinheiro público subtraído de empresas como Petrobrás, Sete Brasil, BR Distribuidora, Angra 3, Belo Monte.

Não se fez política, nem se praticou a democracia. Apenas se transitou num bazar de venda de apoios por dinheiro vivo ou graças à ocupação de cargos na administração, colocando apaniguados em postos estratégicos para obtenção de vantagens ou para demonstração de prestígio. Instalou-se a desabusada prática de exercer o poder para institucionalizar a ação corrosiva da corrupção como normalidade. A democracia foi corroída por dentro ao se obter uma maioria marrom, enlameada pela compra de consciências e do convencimento.

O poder econômico privado aliou-se a administradores públicos venais, abocanhando serviços superfaturados cujos frutos reverteram em parte para deputados e senadores, bem como para seus partidos, visando a assegurar ao Executivo uma maioria comprada. Os partidos da base governista fizeram caixa para enfrentar, com muitos recursos, as futuras eleições.

Formou-se um círculo pernicioso com o dinheiro público desviado desde o mensalão e consolidado no petrolão, pois esses numerários, em conluio com empresários, saíram dos cofres de órgãos do Executivo, pela ação de diretores, indicados por líderes políticos, e foram usados para manutenção de apoio parlamentar ao próprio Executivo.
Herculano
05/12/2015 16:14
É A HORA DA SOCIEDADE CIVIL, por Miguel Reale Júnior, jurista e ex-ministro da Justiça, no jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Uma organização criminosa passou a dominar o País e suas instituições políticas, levando ao cúmulo de se eliminar a divisão de Poderes e o jogo de contrastes de perspectivas próprio da democracia. Parlamentares e administradores uniram-se na festança da fruição do dinheiro público desviado. A corrupção tornou-se o denominador comum por via do qual se compuseram Executivo e Legislativo visando à apropriação de vantagens indevidas de toda ordem.

Tão grave quanto era o liame tentado entre Presidência da República e presidência da Câmara dos Deputados, com vista a um acordo espúrio para garantia de mútua impunidade: o apoio de deputados do PT à absolvição do presidente da Câmara em troca da rejeição liminar dos pedidos de impeachment. Todavia, ao se recusar o PT a apoiá-lo, Eduardo Cunha acolheu o pedido de impeachment, escrevendo certo por linhas tortas.

A defesa do Estado Democrático de Direito é dever do advogado, como assinala o artigo 2o do novo Código de Ética. Hoje o mais frágil e mais urgente cliente do advogado é o Estado de Democrático de Direito. A sua defesa incumbe a todos nós advogados, bem como às nossas instituições.

Agora não se trata de lutar contra uma ditadura, nem de resistir às afrontas às liberdades civis e políticas, mas, sim, em ir mais a fundo, pois os alicerces, fincados pela Constituição de 1988, apodreceram. É preciso, portanto, reconstruir suas bases. Não é só o governo que está em crise, é o regime democrático que está. Como principais defensores do Estado Democrático de Direito, aos advogados cumpre assumir a dianteira para salvar a democracia, reestruturá-la, não só afirmando a necessidade de punição daqueles que a destroem pelo mal da corrupção, observado o devido processo legal, mas pugnando, mais do que já se fez, por medidas impeditivas da corrosão da democracia.

Os advogados, valendo-se de sua história de lutas, devem exigir, pressionar com força por mudanças de fundo urgentes, para tanto mobilizando novamente a sociedade, já mobilizada pelos diversos movimentos contra a corrupção que levaram milhões às ruas, agora tendo por pauta a reforma estrutural do Estado. Não basta afastar Dilma. É preciso também preparar o futuro.

É hora de nos engajarmos nessa luta pela democracia no Brasil, sem meios-termos, sem receios, conclamando as demais entidades da sociedade civil que congregam administradores de empresas, contadores, engenheiros, médicos, auxiliares de saúde, arquitetos, promotores e juízes, trabalhadores da indústria, comerciários, etc., bem como entidades do terceiro setor e os inúmeros participantes dos movimentos construídos pelas redes sociais, para em uma só voz exigir mudanças no sistema eleitoral, fonte de muitos males, e no regime de governo, com a adoção, pelo menos, de presidencialismo parlamentarizado, visando a facilitar a responsabilização dos governantes.

Cumpre, também, estabelecer eficaz e sério Programa de Integridade, com inamovível e bem qualificado fiscalizador dos demais servidores em cada setor da administração pública, bem como nos partidos políticos, a serem responsabilizados pelos atos de seus membros. A eliminação de dois terços dos cargos em confiança na administração direta e indireta, assim como a aplicação de testes de honestidade e garantia de confidencialidade para informantes de práticas de corrupção são outras propostas positivas.

Além do mais, é importante o fortalecimento dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Ministério Público Eleitoral, para fiscalizar a estrutura de campanha dos candidatos e suas contas durante o processo eleitoral.

Só assim se pode refazer a confiança do povo no processo democrático. Dessa forma, cumpre aos advogados tentar salvar, em conjunto com várias forças sociais, o seu cliente preferencial, o combalido Estado Democrático de Direito. É a hora da sociedade civil!
Herculano
05/12/2015 16:11
A RODA GIROU, Igor Gielow, para o jornal Folha de S. Paulo

Apesar da vantagem teórica na Câmara, o governo iniciou com reveses sua batalha para tentar manter Dilma na Presidência. A começar pela discussão do impeachment em si, dado que evitá-la foi agenda central do Planalto este ano.

Mais grave é o início do desembarque do PMDB de Michel Temer. Rompendo o padrão usual de discrição do vice, o processo começou com a estrondosa saída de Eliseu Padilha.

Mas nem tampouco isso virou um incêndio sem controle: com o PMDB nominalmente governista, o jogo tem sempre sutilezas inconfessáveis.

A roda, contudo, já está a girar. Temer é visto como inimigo no Planalto, e as lealdades congressuais são fluidas. Eduardo Cunha pode estar morto para o mundo exterior, mas da porta para dentro na Câmara ele é uma entidade bem corpórea.

A oposição debate assustada prazos e sonha com uma "rua" que parece bem incerta. Há bem mais do que um burburinho entre os donos do PIB sobre a conveniência de ver acabado o ciclo ruinoso do PT.

Vestais gritam que Cunha conspurcou todo o processo por deflagrá-lo pelos motivos torpes conhecidos, de resto resultado de um dos últimos grandes erros que o Planalto terá cometido sob Dilma se o impedimento prosperar, mas o pedido de impeachment em si é legítimo ?"se o suficiente politicamente para ser aceito, caberá à Câmara decidir.

A tese de "golpe paraguaio" é barata como uísque guarani. Talvez alimente tropas governistas, seja no rede-socialismo ou entre sem-teto e servidores a soldo, mas o apetite de Lula neste particular parece desautorizar os profetas do caos social no tal do "campo progressista".

O grão-petista tem muito a perder, mas também é verdade que ele ainda não resolveu emular pela enésima vez Goebbels no Berlin Sportpalast em 1943 e clamar por uma "guerra total". Se é por exaustão, cálculo cínico ou lição histórica acerca do resultado, é algo a ser determinado.
Herculano
05/12/2015 16:05
É HORA DE VOLTAR ÀS RUAS, por Ronaldo Caiado, médico e senador do DEM Goiano no jornal Folha de S. Paulo.

Democracia não é paz de cemitério. A movimentação política que se segue após o anúncio de abertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff é saudável, republicana e segura diante da fortaleza de nossas instituições. A abertura de uma comissão especial na Câmara deve escancarar os crimes fiscais cometidos pela nossa chefe de Estado e fundamentar as bases para seu afastamento.

Um dia após o anúncio, na Convenção Nacional do Democratas, em Brasília, pudemos divulgar manifesto com uma mensagem bem clara: é hora de sair às ruas novamente pelo impeachment. Já há todas as condições legais e políticas para a conclusão do processo. Se os brasileiros, como um todo, manifestarem sua decisão pela mudança, o Parlamento seguirá sua voz e seu comando.

Lembro-me de que foi por meio do mesmo recurso ?"um manifesto?" que a então Frente Liberal, comandada pelos saudosos Aureliano Chaves e Marco Maciel, apresentou à nação, em 1984, os pilares de uma insurgência que viria a possibilitar o fim do regime militar e a volta da normalidade política ao país. Orgulho-me em afirmar que esse partido tem história, tem referência e tem a honradez de ter se mantido fiel aos princípios democráticos durante toda a sua trajetória. Não poderia ser diferente agora.

No momento dos grandes protestos que mobilizaram milhões em todo o país neste ano, quando muitos se mostraram desiludidos por não verem uma resposta satisfatória do Congresso, tivemos a coragem de solicitar a antecipação das eleições. Eu fui à tribuna defender a renúncia geral do Parlamento como forma de resgatarmos a credibilidade com a população. Estamos agora colhendo os frutos de nossa coerência. A população reconhece todo esse esforço e confia em nossa atuação.

A partir de agora, uma vez instalada a comissão especial na Câmara que deve analisar o pedido, minha agenda e a de todos que querem tirar o Brasil dessa crise deve ser uma só: caminhar por todos os Estados em prol desse objetivo. É mostrar que o Brasil tem solução rápida, basta tirar o PT do poder que a credibilidade e a esperança voltarão a florescer. Esses são os dois maiores fundamentos que faltam ?"e o comportamento positivo do mercado um dia após a abertura já deu essa sinalização. Todos anseiam por mudança.

É preciso rapidez. É desesperador saber que 6.000 pessoas perdem o emprego diariamente no país, gerando um cenário de aumento da miséria e da violência. Prolongar esse problema até 2018 significaria mais três anos de recessão, empobrecimento e inflação. Significaria também contribuir para um processo crescente de desobediência civil. O cidadão já reclama que, mesmo com apoio popular, dentro das regras democráticas, com denúncias embasadas, o impeachment não avança.

Por tudo isso tenho trabalhado para derrubar o recesso parlamentar neste final de ano. Não há como explicar à população que, uma vez diagnosticado o mal maior, vamos interromper por um mês o tratamento recém iniciado. Isso é jogar contra, é prejudicar ainda mais a já combalida imagem do Congresso junto à opinião pública. Vou lutar para uma convocação extraordinária que dê condições para a comissão analisar o processo de impeachment com celeridade e que ainda em dezembro se conclua esse primeiro momento.

Aí sim, uma vez conhecido o seu parecer, que o povo possa acompanhar na Esplanada dos Ministérios, um a um, o voto aberto de cada deputado em plenário e depois o julgamento no Senado. De forma democrática o país vai tirar a crise do gabinete presidencial e vislumbrar um novo país, com as instituições ainda mais fortalecidas.
Herculano
05/12/2015 15:50
O PMDB SE MOVE, por Merval Pereira, de O Globo

A decisão do ministro Eliseu Padilha de se demitir "num gesto político", que pode ser seguido por outros ministros do PMDB ligados ao vice-presidente Michel Temer, abre uma nova trilha na disputa política pelo impeachment da presidente Dilma.

O cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas no Rio, considera que esse é o momento da oposição, e vai ser necessário, mais do que nunca, que o PSDB lidere esse processo. Ele lembra que, de acordo com a literatura sobre impeachment, a consistência e a extensão dos protestos de rua são os aspectos mais importantes para que processos de impeachment sejam bem-sucedidos.

Mas ressalta que outro aspecto também decisivo será apostura do PMDB, pois esse partido também vive um dilema de difícil resolução. Não sabe se deseja continuar jogando o jogo de coadjuvante (do "legislador mediano") ou o jogo de protagonista ("majoritário").

Carlos Pereira acaba de apresentar um trabalho (em coautoria com Samuel Pessoa e Frederico Bertholini) em Tel Aviv, Israel, que exatamente analisa esse dilema. Se, por um lado, o jogo majoritário tem o potencial de gerar os maiores retornos para o PMDB em caso de ser o vencedor, também tem o risco de gerar os maiores custos.

Por outro lado, continuar jogando o jogo coadjuvante do legislador mediano não gera os maiores retornos, mas possibilita retornos suficientes para que as suas principais lideranças continuem sobrevivendo no jogo político.

No momento, o PMDB está dividido, tanto que, na negociação para montar a comissão que vai analisar o pedido de impeachment, ele deve ter quatro deputados favoráveis à saída, e quatro a favor da permanência de Dilma.

Se evoluírem as negociações internas, e outros ministros também saírem do governo, é possível que a maioria da representação do PMDB seja favorável ao impeachment. Segundo o estudo dos especialistas da FGV-Rio, é mais fácil e mais barato para o governo ter um partido forte como o PMDB como coadjuvante na coligação, podendo assim maximizar o apoio político na legislatura com o menor custo possível.

Eles citam estudos recentes que demonstram que aumenta o custo de governar com um Ministério heterogêneo ideologicamente e desproporcional no tamanho, como é o caso do da presidente Dilma, que já teve 39 ministérios, e agora tem 31, abrangendo o largo espectro político que, em teoria, vai da extrema-esquerda à extrema-direita. Se bem que no Brasil não existem partidos extremistas na disputa do poder real, apenas na periferia política, e que surgem na televisão apenas na retórica da propaganda gratuita eleitoral.

No entanto, e é o caso do PMDB, um aliado político de seu tamanho leva o governo ater mais custos reais e políticos. É mais barato comprar um punhado de pequenos partidos do que um dos grandes. Foi esse raciocínio que levou o presidente Lula a montar seu primeiro Ministério sem o PMDB, e, em consequência, aconteceu o mensalão.

No momento, a presidente Dilma está enfrentando um dilema que os analistas da FGV ressaltam em seu estudo: o presidente enfrentará um risco maior sendo muito próximo e muito dependente de um aliado partidário forte.

Mesmo que, como nos governos de Lula e Dilma eles tenham mantido coalizões partidárias bastante amplas para diluir o poder do PMDB, os pequenos partidos, por sua vez, sugam cada vez mais do governo, sabendo que seu papel é importante, tendo quase sempre desproporcionais compensações.

O Executivo pode também se sentir ameaçado por um partido forte que tenha a capacidade de desafiá-lo, mudando de posição e oferecendo um candidato à sucessão presidencial, advertem os estudiosos. A situação do PMDB no momento é mais desafiadora do que essa aventada pelo estudo acadêmico.

Ele não apenas já vem anunciando que terá um candidato à sucessão de Dilma, como, com a perspectiva do impeachment, começa a se mover para se apresentar como uma alternativa real aos problemas que o governo Dilma enfrenta.
papa pagre
05/12/2015 15:28
Herculano o povo dos Baus que confiou na Tatiana Reichert esta muito pocesso com ela, por aqueles entregaram documentos para ela propor uma ação na defesa dos moradores atingidos, serão os únicos que não serão indenizados, porque ela não deu continuidade. Ontem em Luis Alves o pessoal que propós a acao já foi levar os dados para receber uma indenização Agora ela ficou muda de derepente. Isto merece uma matéria de capa do cruzeiro. Dizem que na epoca ela disse que Daniel Bosi ia fazer a ação. Quem perdeu tudo vai ficar sem nada, por causa da Tatiana.
Luiz Orlando Poli - sociólogo
05/12/2015 12:53
Fundamentalmente para que serve uma crise ? Sim ! ela aponta rumos, direções, caminhos, ela nos obriga a mudar, a nos reinventarmos, relativizarmos sobre uma realidade.
Sabemos que temos um sistema de governo presidencialista de coalizão que esta muito mais para o cooptação do que direcionado para um projeto de país. Essa é a nossa grave enfermidade politica, um sistema que não responde aos maiores anseios da sociedade, um sistema que abre as portas para projeto de poder, abre as portas para a prática do assistencialismo, clientelismo, populismo que inviabiliza o desenvolvimento socioeconômico sustentável que todos almejam. Assim como temos enfermidades orgânicas, adoecemos, o sistema politico também pode adoecer, o remédio curativo para essa enfermidade chama-se uma PROFUNDA e MORALIZADORA REFORMA POLÍTICA, com a digital da sociedade , sendo que o sistema representativo fracassou.Se essa reforma não acontecer que impacte a prática política essa crise se repete muito em breve.
Almir ILHOTA
05/12/2015 10:37
AO POVO DOS BAÙS.

Me parece que pelo andar da carruagem, o que o Ex prefeito não fez por conta da tragédia de 2008, que seria abandonar os baús, por uma porteira e transformar tudo em um grande parque o atual prefeito está fazendo. Não me lembro que naqueles dias difíceis, pudesse ter varias faixas maldizendo o prefeito seu vice e os vereadores como vimos hoje em diversos pontos dos baús como muito bem dizia a Tatiana Reichert, E agora já que eles possuem o poder porque não fazem mais do que o anterior fez. É amigos leitores, e eleitores dizer sempre foi muito mais fácil do que fazer. Aonde está aquela empáfia em dizer que era muito fácil governar nossa cidade, aonde estão os 8 km de asfalto por ano, balsa 24 hrs, posto de saúde seria transformado em hospital, e por 24 hrs, obras, obras e mais obras, e o que nós vimos? uma quadrilha governando nossa cidade, mas tudo bem a justiça é divina, e ela acontecerá.
Herculano
05/12/2015 09:04
NOVA FACE DO AUTORITARISMO, por Ronaldo Vainfas, historiador, para o jornal O Globo

Parte 1

Proposta da comissão do MEC para o ensino da História em 2015 é uma aberração. Mutila os processos históricos globais, aposta na sincronia contra a diacronia

Não é de hoje que o Estado brasileiro tenta estropiar o ensino da História no país. No regime militar, a principal tentativa veio com a obrigatoriedade do ensino de Estudos Sociais, fundindo a História e a Geografia em uma mesma disciplina, em detrimento de ambas.

Foi uma decisão do governo Médici, em 1971, no auge da ditadura, restrita ao atual ensino fundamental, antigo primeiro grau. O modelo era o do Social Studies dos EUA, que concebia o estudo da História a partir de círculos concêntricos: família, escola, bairro, cidade, país.

Um modelo limitado, ao mesmo tempo individualista e nacionalista. O combate à História como disciplina se alastrou para o antigo secundário, atual ensino médio, com a imposição das disciplinas Organização Social e Política do Brasil (OSPB) e Educação Moral e Cívica. Tais reformas foram executadas nas gestões dos ministros Jarbas Passarinho e Ney Braga no MEC, ambos militares reformados engajados no golpe de 1964.

A sociedade brasileira reagiu, e a História foi restaurada como disciplina específica, entre 1984 e 1993, em meio ao processo de redemocratização do país. Atualmente, ela integra o currículo mínimo do ensino fundamental e do ensino médio. Os diversos Parâmetros Curriculares Nacionais garantiram a interdisciplinaridade, sem rejeitar a especificidade do conhecimento histórico: a diacronia, as particularidades.

Eis que agora vem à baila a discussão da Base Curricular Comum, urdida pelo Estado desde o primeiro governo lulopetista. Nunca se soube como foram escolhidos os membros da comissão encarregada do trabalho, cujos nomes só agora vêm a público, muito menos as instruções que receberam deste governo cara de pau. O fato é que os trabalhos da comissão foram consolidados em 2014, ano eleitoral, e publicizadas em 2015.

O conceito de Base Curricular Comum é, por si mesmo, discutível, ao presumir uma uniformidade de conhecimentos desejáveis, sobretudo em História, para um país gigantesco e diverso.
Herculano
05/12/2015 09:03
NOVA FACE DO AUTORITARISMO, por Ronaldo Vainfas, historiador, para o jornal O Globo

Parte 2

O mais grave, porém, é a retomada da postura autoritária, ainda que invertendo a chave da ditadura militar. A disciplina História prevista pelo regime lulopetista estabelece para o fundamental I o ensino de sujeitos, grupos sociais, comunidades, lugares de vivências e, por fim, o dos "mundos brasileiros". Conceitos abstratos e anódinos, impossíveis de serem ensinados a crianças, salvo como doutrina. Os primeiros dois anos do fundamental II prosseguem nesta linha abstrata de "processos e sujeitos".

Imagine-se o aluno que ingressar no ensino médio com tais "conhecimentos" incertos. E logo no primeiro ano, terá aulas sobre os "os mundos ameríndios, africanos e afro-brasileiros", matéria aprofundada no ano seguinte, com o estudo dos "mundos americanos", para culminar com os "mundos europeus e asiáticos" no terceiro ano. Nunca houve, na história deste país, parafraseando o "grande líder", um ataque deste jaez ao ensino da História.

O ensino da História do Brasil sempre foi problemático entre nós, brasileiros, sendo ora admitida como disciplina específica, ora inserida na História Geral. Reaparece, na versão lulopetista, de maneira desastrosa. A comissão encarregada de formular o currículo comum não se avexa de escrever que "enfatiza-se a História do Brasil como o alicerce a partir do qual tais conhecimentos serão construídos ao longo da educação básica".

Nem mesmo a reforma do ministro Francisco Campos, em 1931, ou a de Gustavo Capanema, em 1942, ministros de Getúlio Vargas, ousaram perpetrar tal decreto, entronizando o Brasil como o centro do mundo. E o tempo era revolucionário, golpista, ditatorial ?" depende da interpretação.

A proposta da comissão do MEC para o ensino da História em 2015 é, portanto, uma aberração. Mutila os processos históricos globais, aposta na sincronia contra a diacronia, é fanática pelo presentismo. Incentiva ódios raciais e valores terceiro-mundistas superados. Estimula a ignorância, ao colocar a História ocidental como periférica, na realidade como vilã. Combate o eurocentrismo com um brasilcentrismo inconsistente. É uma aposta no obscurantisamo, inspirada por um modelo chavista de política internacional. Que Deus salve o Brasil desta praga ?" só apelando a Deus, et pour cause.
Herculano
05/12/2015 08:56
RECONSTRUÇÃO, Rosiska Darcy de Oliveira, escritora, para o jornal O Globo

parte 1

Uma quadrilha que ocupou o Estado está sendo desbaratada, e esse fato, em si mesmo, já é um recomeço.

Um amigo me diz que o país está acabando. Respondo que não, está recomeçando. Não vou morar em Portugal, como ameaçam fazer tantos desiludidos. Vou ficar no Brasil e espero ver o soerguimento deste país.

O pior já passou, o tempo da impostura, dos falsos heróis, quando o senador petista Delcídio Amaral, que já está preso, presidia a CPI do Mensalão. Quando o deputado petista André Vargas, que já cumpre pena de prisão por roubo, cerrava o punho "revolucionário", afrontando o ministro Joaquim Barbosa, expropriando, em flagrante desrespeito à memória do país, o gesto de resistência dos que lutaram contra a ditadura.

Uma quadrilha que ocupou o Estado está sendo desbaratada, e esse fato, em si mesmo, já é um recomeço. Os tempos duros que estamos vivendo, com a economia destruída, a Petrobras à beira do abismo, as empresas corroídas pela promiscuidade corrupta com o governo, o desemprego e a violência crescendo nas cidades, são o preço que pagamos por ter, uma maioria de brasileiros, acreditado durante anos que o Partido dos Trabalhadores, nascido de nobres ideais, não poderia abrigar uma quadrilha. Caiu a máscara, já não é possível negar essa evidência. O partido que defendia os interesses dos trabalhadores acabou por objetivamente voltar-se contra eles, destruindo a economia e fazendo milhões de desempregados, como resultado da corrupção em que mergulhou e da gestão irresponsável da política econômica. O PT deixa uma legião de órfãos entre pessoas decentes que confiaram nele e foram ludibriadas.

Não podemos continuar sentindo como se a lama que se espalhou pelo país nos corresse nas veias. Para se reconstruir como nação, o Brasil precisa fazer o inventário de seus ativos que sobreviveram à debacle econômica e moral, voltar a acreditar em si mesmo, em sua sociedade, acreditar em suas instituições. Esses ativos existem e são valiosos.
Herculano
05/12/2015 08:55
RECONSTRUÇÃO, Rosiska Darcy de Oliveira, escritora, para o jornal O Globo

parte 2

Uma Justiça que funciona e pune lideranças do mundo político e empresarial é um ativo excepcional de que poucos países podem se orgulhar. Um tentacular sistema de corrupção que o PT, desde a era Lula, instalou como método de governo está sendo desmontado e deslegitimado pela Operação Lava-Jato. O Supremo Tribunal Federal tem confirmado, pela sequência de decisões contrárias às manobras de obstrução da Justiça, o respeito e a confiabilidade que já conquistara no julgamento do mensalão. O STF representa uma segurança contra o arbítrio do poder e do dinheiro.

Temos uma imprensa livre, competente e investigativa, que sempre se insurgiu contra as tentativas de implantação de um "controle social da mídia", nefasto desígnio de calar os jornalistas. A sociedade brasileira sabe muito bem se informar, debate exaustivamente as notícias que recebe e ainda as põe à prova de outras versões que as redes sociais, com a autonomia e diversidade que lhes são próprias, produzem e difundem.

O Brasil tem uma população honesta, esmagadoramente majoritária, que ganha o seu sustento com trabalho e busca um bem merecido horizonte de melhoria de vida. É ela que aponta a corrupção como o maior problema do país, antes da saúde, da educação e da violência, como revela a pesquisa Datafolha. Acerta em cheio, porque é a corrupção que rouba os recursos da saúde e da educação e que alimenta a violência.

Temos uma opinião pública alerta, que está cobrando o fim do escândalo que é um Eduardo Cunha estertorando na presidência da Câmara de Deputados. Que se mobilizou exigindo que o Senado autorizasse a prisão do líder do governo na Casa. Sem a corrente de opinião que se formou nas redes sociais e interpelou o Senado, talvez os senadores não tivessem, quanto mais não seja por autoproteção, ousado autorizar a prisão de um colega, quiçá de um cúmplice. A vitalidade da opinião pública não está deixando o Congresso fazer o que bem entende. A posição da sociedade será decisiva nos desdobramentos do pedido de impeachment da presidente Dilma.

No momento dramático que estamos atravessando, o mais determinante ativo do Brasil, presente em todas as pesquisas de opinião, é imaterial, é a vontade de virar essa página da nossa história. É a indignação, a revolta, um querer coletivo, que cresce a cada dia e que não vai parar. Nesse querer coletivo vai amadurecer e dele emergir uma nova geração de lideranças, cujo denominador comum é a consciência aguda do drama social brasileiro, o amor à liberdade e o respeito inegociável à democracia. Esse é o perfil dos que, apoiando-se em nossos ativos, empreenderão, na política e na sociedade, a reconstrução do país.
Sidnei Luis Reinert
05/12/2015 06:26
Campanha de Dilma recebeu dinheiro da Suíça e a oposição está calada?
Por: Felipe Moura Brasil 21/07/2015 às 13:54
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Dilma Marcelo Raúl
Rindo dos brasileiros: Marcelo Odebrecht, Dilma e o ditador Raúl Castro na inauguração do Porto de Mariel. (Ismael Francisco/Cubadebate)
A campanha de Dilma Rousseff foi financiada com dinheiro roubado da Petrobras, vindo da Suíça.
É o que Marcelo Odebrecht aparentemente admite em e-mail de 9 de janeiro de 2013 que tem como assunto "Pedido específico blindagem JEC".
Para a Polícia Federal, JEC só pode ser o petista José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça (do Foro de São Paulo).
Para tentar se blindar contra as investigações, Marcelo Odebrecht mandou o vice-presidente jurídico da empreiteira, Mauricio Roberto de Carvalho Ferro ("MRF") transmitir sua ameaça a Cardozo e Edinho Silva, mencionando que as campanhas de Dilma e Fernando Haddad foram financiadas com dinheiro de conta suíça.
Diz a mensagem: "Para Edinho visão da conta toda inclusive o gasto com Haddad. MRF: dizer do risco cta suíça chegar campanha dela?"
É um escândalo de potencial avassalador, sob medida para a cassação do mandato de Dilma Rousseff e a convocação de novas eleições.
Mas a oposição, por enquanto, está calada.
As mensagens de Marcelo Odebrecht também citam a sigla "JS" ?" no trecho "adiantar 15 p/ JS" ?" que a PF identificou como sendo o tucano José Serra.
E aí, PSDB? Vai amarelar mais uma vez para blindar um tucano que até outro dia pensava em se candidatar pelo PMDB em 2018?
Aécio Neves, segundo a pesquisa CNT/MDA, derrotaria Lula em eventual segundo turno por 49,6% a 28,5%, de modo que desperdiçar o capital político que a sujeira da campanha de Dilma lhe oferece agora seria muita vontade de jamais derrotar o PT.
Muita vontade de fazer jus ao apelido de Partido Só De Bundões.

http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/cultura/campanha-de-dilma-recebeu-dinheiro-da-suica-e-a-oposicao-esta-calada/
Herculano
05/12/2015 05:13
GOLPE CEGO, por André Singer, ex-portavoz e secretário de imprensa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S Paulo

Em gesto irresponsável, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acabou por considerar admissível o pedido de impeachment contra a presidente da República. Uma peça jurídica artificial, manipulada sem escrúpulos, joga agora o centro das decisões nacionais em guerra estéril. Convém afastar as ilusões: não haverá ganho nesta refrega.

Quanto a Cunha, o destino está traçado. Será cassado pelos pares e, depois, esquecido pela história, que não se ocupa de personagens menores. Mas, como homem-bomba, deixa abacaxi e tanto. Já pequena diante dos desafios da crise econômica e da Lava Jato, a política fica mais perdida na cerração provocada pela admissibilidade do impedimento.

Vozes até aqui sensatas da oposição e do mundo jurídico sabem que não há base consistente para a solicitação de impeachment. Repetidas declarações de personagens insuspeitos como Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin, Carlos Ayres Brito e Joaquim Barbosa atestam a fragilidade da iniciativa. As supostas pedaladas fiscais não passam de operação cotidiana de qualquer Executivo.

Existe, é verdade, em parte da opinião pública, a crença de que este governo carece de condição para seguir e deve ser interrompido, mesmo que para isso seja necessário forçar a mão das leis. Trata-se de um golpismo branco, autojustificado pela expressão moral do "assim não dá mais". Ocorre que, em política, a frase é incabível, pois à política compete sempre indicar caminhos alternativos e não a impossibilidade moral de continuar.

Qual o projeto nacional do senador Aécio Neves, presidente do PSDB, que na quarta (2) saudou a decisão de Cunha? O que ele faria diferente de cortar e cortar gastos, esperando que ao fim do austericídio comece a haver uma recuperação, como agora parece ser o caso, por exemplo, na Espanha? A impopularidade da gestão Aécio seria similar à atual.

Que perspectiva oferece o vice-presidente Michel Temer que, na hora simbólica do pronunciamento presidencial, evitou postar-se ao lado da companheira de chapa? Até FHC considerou a "ponte para o futuro", carta-programa firmada por Temer como garantia aos mercados, liberal demais. Se chegar a acontecer, o mandato do PMDB terminará em isolamento semelhante ao que acomete hoje o Planalto.

Operando no fio da navalha, o PT procura, com enormes dificuldades, reencontrar o prumo. A decisão de apoiar a cassação de Cunha, que precipitou a explosão do deputado carioca, bem como a recusa em defender o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), mostra alguma vida no interior da legenda. Resta ver se haverá força para mudar também a política econômica. Nesse caso, a batalha que se aproxima ganharia algum sentido positivo
Herculano
05/12/2015 05:05
PLANALTO OFERECE MINISTÉRIO À ALA "FIEL" DO PMDB, por Josias de Souza

O Planalto deflagrou nesta sexta-feira (4) uma articulação emergencial para evitar que a saída de Eliseu Padilha da pasta da Aviação Civil se transforme numa debandada dos ministros do PMDB. Ofereceu a vaga de Padilha, um ministro da cota do vice-presidente Michel Temer, à ala governista do PMDB da Câmara, representada pelo líder Leonardo Picciani (RJ).

Fez-se, de resto, a pedido de Dilma, uma rodada de consultas para verificar se algum outro ministro peemedebista cogita seguir os passos de Padilha. Havia especial preocupação com dois: Henrique Alves (Turismo) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia). O primeiro, a exemplo de Padilha, é amigo de Temer. O outro é visto como aliado do presidente da Câmara. Na CPI da Petrobras, já encerrada, Pansera foi chamado pelo doleiro preso Alberto Youssef de "pau mandado do Eduardo Cunha."

Henrique e Pansera sinalizaram a intenção de permanecer no governo. O mesmo ocorreu com os ministros Marcelo Castro (Saúde) e Helder Barbalho (Pesca), filho do senador Jader Barbalho. Ao final de uma sexta-feira tensa, os operadores políticos de Dilma pareciam mais sossegados. Avaliaram que, por ora, está afastada a hipótese de um desembarque coletivo dos ministros do PMDB.

Simultaneamente, o Planalto tenta evitar que o PMDB indique para a comissão que analisará o pedido de impeachment representantes do pedaço "infiel" da legenda, que trabalha para afastar Dilma e acomodar no lugar dela o vice Temer
Herculano
05/12/2015 05:01
OS PROFISSIONAIS, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo para o jornal Folha de S. Paulo

Dilma não está só. À sua volta, operam profissionais do discurso político, que definiram uma estratégia eficaz contra o impeachment. "Agora, é ela contra ele", anunciou o ministro Jaques Wagner, referindo-se a Dilma e Eduardo Cunha. O Planalto e o PT juntaram-se novamente, após os estremecimentos provocados pelo caso Delcídio e pela ensaiada barganha no Conselho de Ética. A estratégia é identificar o pedido de impeachment à figura do presidente da Câmara, conferindo uma falsa sintaxe à polêmica sobre as acusações contra a presidente. A aposta na mentira e no ilusionismo deriva do desespero, mas obedece a um cálculo político preciso.

"Não possuo conta no exterior. Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público." Isso foi escrito por profissionais, não por Dilma. A linha do "ela contra ele" carece de sentido lógico, pois a peça do impeachment acusa a presidente de crimes de responsabilidade, não de desonestidade pessoal. Contudo, o deslizamento discursivo faz sentido político, ao menos no contexto da baixa política em que está imersa a nação. Os profissionais jogam suas fichas no impacto público da admissão do processo de impeachment por uma figura marcada pelo sinete da desonestidade e, ainda, nas espessas camadas de sombra que cobrem a denúncia contra a presidente.

O fim justifica os meios? Dilma tem uma irrefreável atração pela mentira, como se viu tantas vezes, notadamente na campanha eleitoral. "Eu jamais concordaria com quaisquer tipos de barganha, muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas do meu país", disse a presidente, lendo palavras escritas pelos profissionais, logo depois de assistir ao fracasso da barganha articulada com Cunha. A nova mentira seria facilmente desvendada se a oposição não fosse conduzida por amadores e, às vezes, por amadores inescrupulosos. Contudo, depois de um longo ensaio de aliança entre a oposição e Cunha, as águas turvaram-se a ponto de restarem à tona apenas as versões.

No cadafalso, Cunha pratica o esporte do confusionismo. Implicado no escândalo da Lava Jato, provável beneficiário do esquema do "petrolão", o antigo aliado do lulopetismo presta um último (e involuntário) serviço ao enrolar-se na bandeira do impeachment. Cunha contesta Dilma, assegurando que é ela quem mente sobre a barganha frustrada. "Ele contra ela" ?"o ainda presidente da Câmara reforça a chave discursiva selecionada pelos profissionais. O impeachment perde força na proporção direta da difusão da crença de que o conflito opõe uma presidente honesta e incompetente a um facínora corrupto. Tudo seria diferente se, desde o início, a oposição tivesse dito "Fora Dilma! ?"e leva o Cunha junto com você".

As "pedaladas fiscais" são tão graves, para o país, quanto misteriosas, para o grande público. Não se assemelham ao Fiat Elba de Collor, às contas suíças de Cunha ou ao striptease em rede nacional de Delcídio. No tribunal da política, Dilma conserva oportunidades não desprezíveis. As suas chances aumentaram quando, a partir de julho, os grupos organizadores das manifestações pró-impeachment revelaram-se muito mais tolerantes com Cunha que com ela. Os profissionais sabem disso, pois lêem o que está oculto nas fímbrias das sondagens de opinião. Não por acaso, desde anteontem, o PT avançou à linha de frente do "Fora Cunha", ocupando uma trincheira esvaziada pela oposição.

O impeachment não será decidido exclusivamente na arena do discurso. Há uma economia que afunda. Da Lava Jato, esperam-se revelações sobre os vasos comunicantes entre a Petrobras e a campanha eleitoral da presidente. "Ela contra ele" não é uma varinha mágica capaz de dissolver o espectro que ronda o Planalto. Mas é tudo que tem um governo que abandonou o país para cuidar de sua própria salvação.
Herculano
05/12/2015 04:56
PMDB SE MOBILIZA PARA DEIXAR DILMA POR TEMER, por Cláudio Humberto, na coluna que publica hoje nos jornais brasileiros

Após a decisão do ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) de abandonar o governo Dilma na próxima semana, a tendência do seu partido, o PMDB, é seguir o mesmo caminho, segundo confirmou nesta sexta-feira (4) a esta coluna um dos principais dirigentes do partido. O desembarque sinaliza a mal disfarçada intenção do PMDB de tentar viabilizar a posse de Michel Temer na Presidência da República.

Próximo da fila

Além de Padilha, o PMDB ocupa mais seis ministérios. O próximo a cair fora para se juntar a Michel Temer é Henrique Alves (Turismo).

Vendo pelas costas

Petistas que perderam o poder no Ministério da Saúde já davam como certa, nesta sexta-feira, a saída do peemedebista Marcelo Castro.

Carrapato no campo

Por enquanto, só Kátia Abreu (Agricultura), que de adversária ferrenha virou amiga de infância de Dilma, reluta em deixar o cargo.

Mais três

São também ministros do PMDB Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Hélder Barbalho (Portos).

VICE REJEITOU PRESSÃO DE DILMA PARA ATACAR CUNHA

Submetendo Michel Temer ao habitual "gelo" há meses, a presidente Dilma o chamou na quinta (3), dia seguinte à abertura do impeachment, para pressioná-lo a fazer declarações contundentes desqualificando seu correligionário Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Como sempre preferiu o entendimento ao embate, Temer se recusou a fazer isso, irritando Dilma. Ele também se irritou e saiu no meio da reunião de quinta (3).

Sem contundência

Dilma também exigiu de Michel Temer uma declaração "contundente" contra o impeachment. Ele também preferiu não fazer isso.

Fui!

Sem clima com Dilma, Temer pediu desculpas para se ausentar porque prometera ir com sua mulher a uma consulta médica, em São Paulo.

Grito de independência

A decisão de não ceder à pressão de Dilma foi para Michel Temer um "grito de independência" comemorado pelos aliados mais próximos.

Bola do plenário

O regimento interno da Câmara dos Deputados define que a comissão especial formada para analisar o pedido de impeachment contra Dilma não vai definir nada: o plenário julga o relatório proposto pela comissão.

Rastilho de pólvora

Nesta sexta (4), a proposta de um brinde "ao futuro presidente Michel Temer", feita por um cidadão, foi saudada com entusiasmo pelos demais clientes do prestigiado restaurante Dalí, de Brasília.

Pernas curtíssimas

Causou embaraço e abatimento desmentido de Michel Temer de uma lorota de Jaques Wagner. O ministro Casa Civil disse a uma emissora de tevê que o vice havia classificado a abertura do processo de impeachment "uma forçação de barra". Era mentira.


O Estado sou eu

Dilma usou evento oficial, bancado pelo Ministério da Saúde com grana do contribuinte, para fazer campanha contra o impeachment. E pior: era a Conferência Nacional de Saúde, exclusiva para servidores públicos.

Pressão

"Não vejo como Eduardo Cunha se salva no Conselho de Ética, mas a pressão tem sido grande", afirma o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE). O tucano prevê muitas negociações neste fim de semana.

Calendário

A oposição prepara um calendário de manifestações favoráveis ao impeachment, paralelo aos organizados pelos movimentos de rua. O primeiro ato, em discussão entre tucanos, será em 20 de dezembro.

Mobilização nas redes

Expoente da oposição na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE) está impressionando com a repercussão do impeachment nas redes sociais. Em dois dias, seus comentários alcançaram 27 milhões de pessoas.

Ditando o ritmo

A oposição quer separar o impeachment de Dilma da figura de Eduardo Cunha. "É responsabilidade da Câmara. Quem vai ditar o ritmo do processo é a sociedade", diz Roberto Freire (PPS-SP).

Pergunta no cadafalso

A abertura do processo de impeachment foi um presente antecipado de Eduardo Cunha pelo aniversário de 68 anos de Madame, no dia 14?
Herculano
05/12/2015 04:46
NOTÍCIAS SOBRE A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E SUA SENDA CONTINUADA PARA A SUSTENTAÇÃO DE SEU CALIFADO PARA EMPOBRECER UMA NAÇÃO E DESTRUIR A ECONOMIA.PROPINA COMO DOAÇÃO CONTINUARIA NO 2º MANDATO DE DILMA, DIZ EMPREITEIRO

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Márcio Falcão, Rubens Valente, Rainer Bragon, da sucursal de Brasília. O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, disse em sua delação premiada no STF (Supremo Tribunal Federal) que entendeu, ao conversar com o atual ministro da Comunicação Social Edinho Silva sobre recursos para a campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff, em 2014, que o esquema de pagamento de doações para obtenção de obras na Petrobras continuaria em um eventual segundo mandato da presidente.

Nesta quinta-feira (3), pela primeira vez o STF tornou pública a íntegra da delação premiada de Pessoa homologada pelo ministro do STF Teori Zavascki. Ele prestou 29 depoimentos em maio deste ano, mas os termos estavam sob segredo de Justiça.

Pessoa contou que manteve três contatos pessoais com Edinho, então tesoureiro da campanha de Dilma, no período da campanha eleitoral de 2014, duas vezes no comitê central do partido, em Brasília, e uma vez na sede da UTC em São Paulo.

Segundo Pessoa, o contato com Edinho foi feito a pedido do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, "a pretexto de que era necessário contribuir para as eleições de 2014, inclusive para a campanha presidencial".

"Vaccari queria, além da conta corrente que mantinha com Pessoa, mais R$ 10 milhões", contou Pessoa.

O empreiteiro reagiu, dizendo que era muito dinheiro. Ao final das conversas, disse ter sido "persuadido de maneira bastante elegante". Edinho teria dito, segundo o empreiteiro: "Você tem obras na Petrobras e tem aditivos, não pode só contribuir com isto. Tem que contribuir com mais. Eu estou precisando".

Ao final das conversas, houve a decisão da UTC de fazer doações de forma oficial, segundo Pessoa, "o que foi expressamente feito em razão da vinculação feita entre o pedido e os contratos da UTC na Petrobras e os entraves que poderiam ser postos".

Pessoa disse que, em um dos encontros, Edinho afirmou: "O senhor tem obras no governo e na Petrobras, então o senhor tem que contribuir. O senhor quer continuar tendo?". De acordo com o termo de delação, Pessoa não interpretou a frase como uma ameaça, "mas sim como a afirmação de que se a presidente Dilma ganhasse, tudo continuaria como estava, ou seja, o sistema vigente funcionando".

O empreiteiro afirmou que os valores para a campanha de Dilma foram acertados em R$ 10 milhões, mas apenas R$ 7,5 milhões foram pagos a parte restante não foi depositada porque o empresário acabou preso pela Operação Lava Jato em novembro de 2014.
Herculano
05/12/2015 04:46
NOTÍCIAS SOBRE A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E SUA SENDA CONTINUADA PARA A SUSTENTAÇÃO DE SEU CALIFADO PARA EMPOBRECER UMA NAÇÃO E DESTRUIR A ECONOMIA.PROPINA COMO DOAÇÃO CONTINUARIA NO 2º MANDATO DE DILMA, DIZ EMPREITEIRO

Parte 2

O pagamento, disse Pessoa, foi acertado em um restaurante árabe na rua Haddock Lobo, em São Paulo, com Manoel de Araújo Sobrinho, que, na época, era "gerente macro regional da região sudoeste da Presidência da República, Secretaria de Relações Institucionais". Após Edinho passar a ser investigado no STF por suposta ligação com a Lava Jato, Araújo Sobrinho deixou o cargo de chefe de gabinete do ministro.

Procurada, a coordenação jurídica da campanha da presidente Dilma Rousseff afirmou que não iria se manifestar já que não teve acesso à íntegra da delação e destacou que Pessoa teria dito, em depoimento à CPI da Petrobras da Câmara que as doações não eram propina. Na noite de sexta (4), quando a Folha teve acesso à delação, Edinho não foi localizado para comentar.

CACHAÇA

Aos investigadores, o executivo relatou ainda que repassou R$ 2,4 milhões de forma não oficial para a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006. Os recursos foram destinados pelo consórcio Quip, responsável pela obra da Plataforma P53 da Petrobras, e repassados a José Filippi Júnior, que foi tesoureiro da campanha e solicitou que o pagamento fosse feito em espécie.

O empreiteiro afirmou que não tinha certeza se Lula sabia da origem do dinheiro.

O depoimento fala que a verba de caixa dois foi feita por uma conta no exterior por meio do trust Quadrix, empreendimento quando uma pessoa passa a um terceiro a administração de seus bens. A conta foi abastecida por meio de superfaturamento de fornecedores e o recurso era usado para pagar pessoas. Ele não detalhou como o dinheiro chegava.

Ricardo Pessoa revelou ainda que presenteava Lula com cortes de tecidos (custo médio de R$ 2,5 mil) e cachaça da "reserva especial da UTC". O empreiteiro afirmou que não tinha certeza se Lula sabia da origem dos repasses. Os mimos eram enviados para o Palácio do Planalto e depois para o Instituto Lula.

Sobre a relação com o ex-ministro José Dirceu, Ricardo Pessoa disse que o petista foi bastante direto e objetivo com o declarante, dizendo que poderia auxiliá-lo em diversos países, tais como Peru, Colômbia, Equador, Cuba e Espanha, para obras e teriam acertado um contrato de consultoria com pagamentos em 12 parcelas em torno de R$ 100 mil cada.
Herculano
05/12/2015 04:45
NOTÍCIAS SOBRE A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E SUA SENDA CONTINUADA PARA A SUSTENTAÇÃO DE SEU CALIFADO PARA EMPOBRECER UMA NAÇÃO E DESTRUIR A ECONOMIA.PROPINA COMO DOAÇÃO CONTINUARIA NO 2º MANDATO DE DILMA, DIZ EMPREITEIRO

Parte 3

Dirceu teria dito que conhecia os países e o governo destes países, tendo acesso político, mas o empreiteiro optou por começar pelo Peru.

CAMPANHAS

Em sua delação, Pessoa afirma também que, a pedido do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, pagou despesa de R$ 2,6 milhões da campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, em 2012. O empresário afirma ter "descontado" o valor da conta que mantinha com Vaccari. A Folha não conseguiu contato com a assessoria do prefeito no final da noite desta sexta.

Segundo a transcrição de sua delação, Pessoa diz também que os R$ 150 mil em doação eleitoral feita ao deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) tinham o objetivo de evitar sua convocação pela CPI da Petrobras, da qual o parlamentar era integrante. Delgado também não foi localizado na noite desta sexta. O deputado sempre negou ligação com o esquema.

Ricardo Pessoa também contou que estabeleceu o pagamento de uma mesada de R$ 50 mil ao advogado Tiago Cedraz para a prestação de informações oriundas do TCU (Tribunal de Contas da União) de interesse da UTC. Ele é filho do presidente do tribunal Aroldo Cedraz e teria acertado tráfico de influência para entregar informações privilegiadas, bem como exercia influência na área técnica e no plenário da corte. Cedraz também sempre negou as acusações.

Já o deputado Paulinho da Força (SD-SP), teria recebido doação de R$ 150 mil de Pessoa como forma de "garantir acesso ao político". Pessoa disse aos investigadores que a Força Sindical era preponderante na Hidrelétrica São Manoel, construída pela UTC. A doação teria o objetivo de "garantir o andamento da obra". A Folha não conseguiu falar com o deputado no final da noite desta sexta.

Pessoa também relata que na licitação para as obras da usina nuclear de Angra 3 o então diretor geral da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal, teria passou a pleitear um desconto de 10% no valor da obra, mas que as empresas concordaram com 6%.

Por isso, Cardeal teria pedido às empreiteiras que repassassem os 4% na forma de doações eleitorais. "Pelo que Ricardo Pessoa tem conhecimento, Valter Luis Cardeal é pessoa próxima da senhora presidenta da República, Dilma Rousseff", diz a transcrição da delação
Herculano
05/12/2015 04:32
ESTAMOS BEM. DILMA VIRA VILMA PARA GOVERNO ARGENTINO. TAMBÉM ESTA ALTURA, TANTO FAZ

Ao comunicar a imprensa sobre os chefes de Estado que confirmaram presença na posse do presidente eleito, Mauricio Macri, a chancelaria argentina escreveu que "Vilma Rousseff", em vez de "Dilma", comparecerá à cerimônia.

O erro de grafia apareceu em um e-mail do Ministério de Relações Exteriores argentino.

A transmissão do cargo ocorrerá no dia 10, em Buenos Aires. Outros sete presidentes sul-americanos também confirmaram presença.
Herculano
04/12/2015 21:46
JÁ PASSOU DA HORA DE MUDAR, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 1

Do ponto de vista estritamente econômico, até que faz sentido: melhor o governo federal concentrar todo o seu déficit primário neste ano, algo como R$ 120 bilhões, para entrar zerado em 2016. Aí, bastará apenas segurar as despesas dentro das receitas e, pronto, eis de volta o superávit necessário para voltar a reduzir a dívida pública.

Por esse lado, o Congresso deveria mesmo aprovar a mudança da meta fiscal de 2015, dispensando o governo de fazer um superávit de R$ 50 bilhões, como estava na Lei Orçamentária, e autorizando aquele baita déficit.

Mas para que isso de fato faça sentido, é preciso acreditar que o governo Dilma terá um surto de austeridade e gastará menos do que arrecadará em 2016.

Só sendo muito tolerante e bonzinho. Reparem: o governo da presidente Dilma passou todo o ano de 2014 jurando que ia fazer o superávit determinado em lei. Verdade que foi reduzindo a meta ao longo dos meses, mas quando chegou em dezembro, bingo, estava em pleno déficit. Pediu então ao Congresso a mudança da meta, o que conseguiu, jurando que era pela última vez.

Ou seja, em dezembro do ano passado, a presidente estava na iminência de cometer um crime fiscal ?" o não cumprimento da meta de superávit ?" quando o Congresso cancelou o crime, quer dizer, autorizou o déficit. E livrou a cara do então ministro Mantega e da presidente.

Pela explicação oficial, o governo entrou em 2015 com a conta zerada. Correram os meses, e o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a presidente ?" teria sido enganada? ?" descobriram que o déficit de 2014 havia sido bem maior e que algumas contas haviam sido irregularmente passadas para 2015
Herculano
04/12/2015 21:45
JÁ PASSOU DA HORA DE MUDAR, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 2

Para simplificar, e poupar o leitor de muitos números, chegamos a este dezembro numa situação igual à de um ano atrás. A meta de superávit não vai ser cumprida, e há um déficit já contratado. Com uma agravante: o buraco de hoje é muito maior do que há 12 meses. Logo, o crime é mais grave e o criminoso, reincidente.

Dirão: trata-se de um novo governo. Sim, de certo modo, é o segundo mandato da presidente, e o ministro da Fazenda é outro, bem diferente, um profissional realmente comprometido com as ideias de responsabilidade fiscal e austeridade nas contas públicas.

Mas é a mesma presidente Dilma, com a mesma base e sem nenhum sinal de conversão. Aliás, uma presidente extremamente enfraquecida, sem capacidade política de aplicar as reformas necessárias para restabelecer o controle sobre as contas públicas.

Eis onde estávamos ontem: o Congresso estava votando a mudança da meta fiscal de 2015 de superávit para déficit. Em linguagem direta: estava decidindo se perdoaria de novo o criminoso fiscal, o governo Dilma, cancelando pela segunda vez o crime de descumprimento da lei orçamentária.

Economistas mais ou menos neutros concordavam que, efetivada a manobra, seria uma desmoralização do principio de responsabilidade fiscal, tão duramente instalado desde a introdução do real.

Mas acrescentavam que a situação seria pior se não houvesse o perdão, ou seja, se fosse mantida a meta de superávit. Por duas consequências: uma, o governo teria de cortar praticamente todos os gastos, inclusive salários, aposentadorias e pagamentos a parlamentares, juízes e ministros ?" é o que manda a lei quando há déficit ?" e mesmo assim não conseguiria fazer o superávit de lei.

Portanto, seria uma catástrofe total no setor público, e o governo Dilma continuaria cometendo a irresponsabilidade fiscal. Isso tornaria a presidente ainda mais frágil e mais suscetível a processos de impeachment.

Considerando a forte recessão que o país vive, seria acrescentar o desastre político ao desastre econômico.

E a coisa complicou de vez. O Congresso aprovou a nova meta, perdoou o crime fiscal. Quase no mesmo momento, Eduardo Cunha abriu o processo de impeachment, baseado na irresponsabilidade fiscal.

A questão básica é a seguinte: existe alguma chance de o governo melhorar? A economia está se encaminhando para um segundo ano de recessão inédita, com os consumidores sem confiança para gastar (e muitos sem condição por causa do desemprego) e os investidores sem planos de arriscar.

A presidente Dilma não consegue administrar nem seu principal partido, o PT, quanto mais as políticas econômicas e públicas. Chance de reformas é zero. A Lava Jato ronda os gabinetes de Brasília.

Não é melhor para o país acabar logo com isso, já que a crise é inevitável? Já está mais do que na hora de as lideranças políticas nacionais, as sérias, as que tiverem sobrado, dos dois lados, começarem a se mexer para encontrar a saída menos traumática para encerrar um governo sem condições.
Ana Amélia que não é Lemos
04/12/2015 20:26
Sr. Herculano:

Sobre a Anta impinchada, olha só esta:

"É o melhor momento do pior momento, entendeu?"
Louise Caroline - pernambucana, militante do PT.

Só podia ser petista, valha-me Deus!
Herculano
04/12/2015 20:15
SIBÁ NÃO DIZ QUE PREVÊ MILITARES NO PODER OU SUICÍDO DE DILMA... QUANTA DELIQUÊNCIA!, po Reinaldo de Azevedo, de Veja

Sibá não diz se prevê militares no poder ou suicídio de Dilma? Quanta deliquência!

A quantidade de bobagem produzida é assombrosa

Ao ser questionado sobre a saída de Eliseu Padilha do governo, o líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado, resolveu falar do impeachment e comparou o atual momento do governo da presidente Dilma às crises que culminaram no suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e no golpe militar, dez anos depois. "O que está sendo colocado é o pior da história política do Brasil. Aconteceu com Getúlio, com o João Goulart em 1964, deposto pelos militares, e querem repetir com Dilma". Ao final da declaração, ele afirmou que a aliança entre PT e PMDB prossegue e minimizou a saída de Padilha.

Ainda falarei de Padilha. Quanto a Sibá? Ele não disse se acha que haverá golpe ou se pensa que Dilma vai se suicidar
Belchior do Meio
04/12/2015 20:07
Sr. Herculano:

"CNBB sai da zona de conforto da sacristia para a defesa irrefletida de Dilma.

Eis o que escreve hoje o jornalista Reinaldo Azevedo, que é católico, ao analisar a posição da CNBB a favor de Dilma e contra o impeachment:


- Não é mero acaso o óbvio declínio da Igreja Católica no Brasil. Como a gente vê, quando uns não estão fazendo coisas nefandas com crianças na sacristia, outros tantos estão a violar o direito de milhões de ter um governo que respeite as leis. Que estes também vão brincar de "Macaquinhos" e deixem o Brasil em paz, buscando Justiça.


O editor, que é ateu, pensa o mesmo.


A CNBB atrelou-se à esquerdalha há várias décadas e por isto vê seus templos serem consumidos por bolhas cada vez maiores de ausências.
Postado por Polibio Braga".

Por isso não frequento mais a igreja do meu bairro.
Não gosto de comunista, uns porque são canalhas,
outros porque são tão ingênuos que beiram a idiotice.
Herculano
04/12/2015 20:02
SAÍDA DE ELISEU PADILHA LEVA TEMER AO RUBICÃO, por
Josias de Souza

O ministro Eliseu Padilha, da Aviação Civil, pediu demissão. Não é um ministro qualquer. Entre os integrantes da Esplanada, é o mais próximo do vice-presidente Michel Temer. Já se sabia que, deflagrado o processo de impeachment, Temer tornara-se um vice a caminho do Rubicão. A saída de Padilha apressou o processo, acomodando o vice às margens do rio. Mais: indica que Temer não tomou o rumo do Rubicão para pescar. Se alguém ainda tinha dúvidas, fica agora entendido que Dilma não deve esperar do seu vice nenhum engajamento na defesa do mandato presidencial.

Padilha tinha vários pretextos para deixar o cargo. Queixava-se de não ser valorizado. Reclamava de falta de verbas para colocar planos em pé. De resto, indicou um nome para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil ?"Juliano Noman?" que foi barrado pelo Planalto. Mas ele só bateu em retirada depois de participar, na quinta-feira, de uma reunião em que Dilma discutiu com ministros as estratégias do governo para barrar o impeachment. A conversa deixou Padilha desconfortável dentro dos sapatos.

Na noite desta quinta-feira (3), o amigo de Temer procurou o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) para entregar-lhe a carta. Não foi atendido. Decidiu, então, entregar o documento no protocolo do Planalto. Com esse gesto, Padilha como que bateu a porta ao sair. Tudo, naturalmente, combinado com Temer, agora de frente para o Rubicão, à espera do melhor momento para atravessar o rio.
Herculano
04/12/2015 19:58
A DIFERENÇA ENTRE LÁ E CÁ. CÂMARA DE BLUMENAU REPASSA R$2,1 MILHÕES PARA PAVIMENTAÇÃO DE 16 RUAS. O QUE SOBRA DO ORÇAMENTO DA CÂMARA GASPAR VAI PARA TAPAR O BURACO DO ORÇAMENTO DA PREFEITURA DO PT. E AI SE OS VEREADORES DAQUI FIZEREM COISA DIFERENTE. JÁ TENTARAM ATÉ EM FAVOR DO HOSPITAL QUANDO ELE NÃO ERA DO PT, MAS PEDRO CELSO ZUCHI MANDOU BANANAS PARA TODOS

Conteúdo do Jornal de Santa Catarina, da RBS Blumenau. A Câmara de Vereadores de Blumenau vai destinar R$ 2,1 milhões para o Executivo usar como contrapartida em ruas que serão pavimentadas através do programa Pavimenta Ação. Os recursos são referentes a economia feita pelo Legislativo durante o ano. "Nós atendemos um pedido de necessidade da prefeitura e vimos que um pleito importante seria aplicarmos isso nas ruas do mutirão", explicou o presidente da Câmara, Mário Hildebrandt (PSB).

O anúncio foi feito na tarde de quarta-feira (2), durante uma coletiva no Salão Nobre da prefeitura. Participaram do evento autoridades e moradores das vias contempladas. O prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) comemorou o repasse. "A prefeitura tem como uma das suas prioridades esse sistema de pavimentação em parceria com os moradores, que agora é reforçado ainda mais com a participação da Câmara Municipal", afirmou.

O dinheiro vai ser utilizado como contrapartida do município na pavimentação de 16 ruas da cidade, localizadas em 8 bairros. Cinco destas vias já estão com a obra contratada, as outras estão com o processo de licitação em andamento. A secretaria de Obras espera que até o março de 2016 todas as obras estejam em andamento. "A união dos vereadores com o prefeito deu essa alegria para nós. O calçamento da rua é para começar esse ano ainda, se o tempo ajudar, mas nós estamos muito felizes", comemorou Dário Roberto Goeble, morador da rua Fernão Dias, no bairro Salto Weissbach.

Para o vereador Adriano Pereira (PT), o Poder Público tem obrigação de viabilizar a pavimentação destas ruas que já estão com os recursos dos moradores garantidos. "Agora com essa notícia do Poder Legislativo estar colaborando com o repasse das economias, vamos poder avançar em outras vias. Nós queremos que as cerca de 40 ou 50 ruas, que também estão com 100% dos recursos dos moradores garantidos, sejam executadas", complementou.

O vereador Zeca Bombeiro (SD) reconheceu o esforço dos moradores que formam comissões para arrecadar o dinheiro e também buscam que a parceria saia do papel. "Essas pessoas se empenham para realizar o sonho de ver suas ruas pavimentadas ou asfaltadas e realmente merecem esse benefício que vai trazer mais qualidade de vida", completou.

As mais de 2 mil ruas de barro que precisam ser pavimentadas em Blumenau foram citadas pelo vereador Fábio Fiedler (PSD). Segundo o parlamentar, o sistema mutirão é uma oportunidade ágil, célere e transparente de fazer a pavimentação. "A Câmara consegue dar sua contribuição, a Prefeitura deixa de ter que buscar financiamento para fazer a contrapartida. Então, é um fato importante a se comemorar, principalmente porque dá mais sentido ao nosso dia a dia de legislar e ajudar as pessoas", ressaltou.

Para o vereador Jens Mantau (PSDB) a parceria vai garantir qualidade de vida aos moradores. "É o olhar da administração e, principalmente, a economia do Poder Legislativo, chegando nas casas daqueles que fazem que a nossa cidade possa ter o desenvolvimento", enfatizou. Outro vereador que comemorou a decisão foi o suplente Ailton de Souza (PP). "É cada vez mais importante essa parceria do Legislativo com o Executivo para beneficiar a comunidade", concluiu
Mariazinha Beata
04/12/2015 19:28
Seu Herculano;

O Fim de uma Religião - às 06:56hs

Se o Império Romano e o III Reich foram um dia pras cucuias, não será esta seitazinha travestida de partido político que irá se perpetuar no poder.
O tombo um dia acontecerá e este dia está mais perto do que nunca.
Bye, bye!
Papa Bagre
04/12/2015 17:37
Herculano, o Tribunal de Contas de Santa Catarina encontrou recetemente, até porque somente agora o Daniel Bosi enviou as contas para lá, um furo de R$ 600.000,00 nas contas do IlhotaPrev, que é administrado pelo João Roberto que é mais imcopetente que o proprio Bosi, e olha que é muito dificio ser pior que este guri.
Agora João Roberto quer que os vereadores recolheçam só porque ele e Danial dizem que este dinheiro todo foi gasto pagando contribuiçoes. Mas como assim o Ilhotaprev não teve orçamento para o ano de 2014?
Isto ainda vai acabar mau aqui, e se em Gaspar não tiver gente seria e bem intencionada do comando do Instituto de Previdencia tambem não será boa coisa.






Luiz Orlando Poli
04/12/2015 17:20
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR :" O PAÍS SANGRA E PREVALECE O QUE ??? "
Herculano
04/12/2015 14:04
DEU ZIKA

Manchete do portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acessado , e credibilidade: Ministério da Saúde confirma caso de zika vírus em Gaspar.

O que é isto? Reflexo do desleixo das politicas públicas. ó propaganda e quase nada de ações concretas. Só poderia dar zica. E deu. A administração do PT, uma errante em Saúde Pública, já arrumou culpados: os outros.

Agora só falta a notícia de microcefalia, para se igualar ao péssimo exemplo. Acorda, Gaspar!
Charles
04/12/2015 13:37
A previdência dos funcionários públicos é uma ilusão e se o Sintraspug e o Ministério Público não interferirem vai se tornar uma verdadeira injustiça.

Se não houver um estudo detalhado e a criação de um plano de cargos e salários vai falir no seu primeiro ano.
Por quê? Porque do jeito que está não tem fundos, a contribuição máxima se baseia no INSS ou seja em R$ 513,01.

Exemplos disso temos na Prefeitura ex-secretários recebendo entre R$ 5.985,22 e
R$ 9.122,72 e contribuindo com R$ 513,01, sendo respectivamente um professor e uma desenhista.

Esses funcionários não vão quere se aposentar com o teto máximo do INSS que é R$ 4.663,75, caso seja criado a previdência no município, vão querer continuar recebendo R$ 5.985,22 e R$ 9.122,72 respectivamente.

Quem vai pagar a diferença ? quem está trabalhando ou o dinheiro virá dos impostos do município ?
Herculano
04/12/2015 13:37
LEGALIDADE E LEGITIMIDADE DO IMPEACHMENT, editorial do jornal O Globo

Parte 1

Impossível negar o caráter de retaliação do ato de aceitação do pedido de impedimento por Eduardo Cunha, mas agora isto é passado

A aceitação pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de um dos pedidos de impeachment contra a presidente Dilma é o desfecho de um enredo que se desenrola desde que o deputado venceu PT e Planalto na eleição para conduzir a Casa. Já atingido pelo que emanava da Operação Lava-Jato, Cunha, como é do seu estilo, não teria pudor em usar todos os recursos do cargo para se defender, contingência que passaria a ser aproveitada pela oposição para tentar defenestrar Dilma antes de 2018. Um jogo de interesses, sem ética.

Munição não faltaria. A começar pela aguda impopularidade de Dilma, construída na campanha para a reeleição, em que a petista cometeu flagrante estelionato com os eleitores, ao acenar com um segundo governo de leite e mel, quando a crise causada por sua própria política econômica já evoluía. Mas baixa popularidade e incompetência não justificam impeachment. São questões a serem resolvidas pelas urnas.

A alternativa encontrada por Eduardo Cunha, bastante manchado por delações premiadas feitas na Operação Lava-Jato e a comprovação de contas na Suíça não declaradas à Receita, foi usar como arma de defesa e chantagem um pedido de impeachment de Dilma encaminhado pelos juristas Hélio Bicudo, fundador dissidente do PT, Miguel Reale Jr., ministro da Justiça de FH, e Janaína Paschoal, professora da USP. Inicialmente apresentado com base em supostos crimes de responsabilidade cometidos no não cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal no primeiro mandato de Dilma, os autores revisaram o texto, aconselhados pelo próprio Cunha, para embasá-lo em alegadas provas da continuidade desses crimes em 2015, de acordo com o entendimento do corpo técnico do Tribunal de Contas.

Dessa forma, dribla-se o dispositivo constitucional, de antes do estabelecimento da reeleição, de que presidente só pode ser acusado de crimes cometidos enquanto exerce o mandato. Numa interpretação literal, Dilma não poderia ser denunciada por fatos ocorridos até dezembro de 2014. Ou este ponto teria, antes, de ser resolvido pelo Supremo, num certamente demorado debate, enquanto o país se angustia devido à paralisia generalizada
Herculano
04/12/2015 13:34
LEGALIDADE E LEGITIMIDADE DO IMPEACHMENT, editorial do jornal O Globo

Parte 2

Sem considerar o mérito da argumentação do pedido dos juristas, a decisão tomada na tarde de quarta-feira por Eduardo Cunha carrega um sinal reluzente de vingança. Desde que assumiu a presidência da Casa, o deputado se manteve distante do Planalto até se declarar em "oposição" ao governo, em julho, logo depois de o lobista Júlio Camargo denunciá-lo na Lava-Jato por ter recebido propina de uma das negociatas feitas na Petrobras, no bojo do esquema lulopetista do petrolão. Como sempre tem reagido nas revelações sobre sua participação em traficâncias financeiras no submundo da política, Cunha contra-atacou, acusando o Planalto de se mancomunar com o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, contra ele. Mas não rebateu as acusações com provas.

A instalação do processo de impeachment culmina intensas barganhas de Cunha, PT e governo sobre os três votos petistas no Conselho de Ética em torno da acusação de quebra de decoro contra o presidente da Câmara, por ter mentido perante a última CPI da Petrobras, na sua instalação, ao garantir não possuir contas no exterior. E possuía. O presidente da Câmara contava com os votos do PT, garantidos a ele pelo governo. Mas o partido não aceitou o arreglo e, cinco horas após os deputados garantirem os votos contra o presidente da Casa, Cunha anunciou a concordância com o pedido de processo de impeachment, registrando, de maneira sintomática, que não praticava qualquer "ato de vingança". Estava evidente que era vingança, mas agora isto é passado. Há evidências de que o ato do presidente da Câmara carrega sérios desvios de legitimidade. Mesmo Bicudo, um dos autores do pedido, disse que Eduardo Cunha "escreve certo por linhas tortas, porque ele usou o impeachment o tempo todo como instrumento de barganha." No pronunciamento que fez no final da tarde na própria quarta no Planalto, Dilma preferiu atacar a pessoa de Cunha: "Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais".

Mas importa agora é tratar do mérito do pedido do impedimento e zelar pelo cumprimento dos ritos estabelecidos por regimentos, leis e dispositivos constitucionais. Incomoda que o vetor da reclamação contra a presidente seja um parlamentar com folha corrida reprovável, que usa o caso como retaliação ao Planalto. Ministros do Supremo consideravam, também na quarta-feira, que o melhor seria que não estivesse na presidência da Casa alguém como Eduardo Cunha, já denunciado à Corte, devido à Lava-Jato, pela Procuradoria-Geral da República. Alguns deles, porém, registravam que Eduardo Cunha cumpria com prerrogativas do cargo ao dar sinal verde ao processo de impeachment. Reclamações ao STF contra o ato em si do presidente da Câmara não deverão, portanto, prosperar. Além disso, está garantida a não interferência do presidente da Casa, não importa quem ele seja, na tramitação do processo, todo ele conduzido por colegiados.

Importante é que as instituições atuem para garantir a legalidade de toda a tramitação, sem atropelos. Neste sentido, fica prejudicada a clássica denúncia de "golpe" que começou a ser feita por petistas a qualquer crítica mais veemente da oposição. As denúncias aumentavam enquanto a situação da presidente Dilma se fragilizava, à medida que a Lava-Jato entrava principalmente nos meandros do financiamento da campanha à reeleição com recursos desviados da Petrobras para empreiteiras do esquema do petrolão. A Justiça Eleitoral teria sido usada "como lavanderia" de dinheiro da corrupção, assunto a ser julgado pelo TSE.

O país volta a debater um impeachment de presidente 23 anos depois do afastamento de Collor. À época, chegou a haver algum temor com a estabilidade institucional. Nada aconteceu de negativo, e as instituições republicanas, reconstruídas depois da ditadura militar encerrada havia apenas sete anos, resistiram e se fortaleceram. Hoje, o cenário é ainda mais tranquilo. Iniciado o rito do processo, há a esperança de que, independentemente do desfecho, ele consiga romper a preocupante paralisia que tomou conta do país, em função das incertezas. Definir o futuro político do governo Dilma será algo positivo.
Herculano
04/12/2015 13:29
"A ECONOMIA ESTÁ UM BAGAÇO", DIZ ARMÍNIO, por Cláudia Safatle, para o jornal Valor Econômico

Parte 1

Uma das duas grandes incertezas que atormentavam os mercados foi dirimida com a decisão do presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de acatar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A primeira era sobre se haveria ou não um processo de impeachment. Ele começou. A segunda dúvida é sobre se o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanecerá ou não no comando da economia. Ele tem dito a interlocutores que só pretende continuar se o governo fixar a meta de superávit de 0,7% do PIB para 2016. Caso contrário, deixará o cargo.

O recado que os mercados deram ontem foi "ou o governo muda ou muda o governo", na interpretação de fontes da área econômica. A mera permanência de Levy sem um programa fiscal firme e o início do processo de impeachment, no entanto, não resolvem os problemas dramáticos que tornam opaco o futuro do país. Há muito a acontecer nos próximos dias para ficar claro se o pedido de impeachment seguirá seu curso ou se acabará no nascedouro, com decisão do Supremo Tribunal Federal contra a ação de Cunha.

Ontem, o PT protocolou mandado de segurança no Supremo contra a decisão de Cunha, mas desistiu assim que a escolha do relator recaiu sobre o ministro Gilmar Mendes. O ministro, porém, negou o pedido de desistência do PT e a suspensão do processo e tornou-se o relator de eventuais futuros questionamentos.

Os desdobramentos da crise política, que se mistura e se realimenta das investigações da Operação Lava-Jato, ocorrem no momento em que o governo corre contra o tempo. A economia afunda em ritmo acelerado - os dados de retração do PIB divulgados pelo IBGE esta semana são apavorantes. O país caminha para uma depressão jamais vista na história contemporânea e, diferentemente de outras situações em que houve recessão, esta se instala depois de quatro anos de baixo crescimento.

Setores do governo veem a chance de Dilma renascer das cinzas, com renovado poder político, caso o STF aborte o impeachment, ou se ela for vitoriosa na obtenção dos votos necessários para barrar o processo na Câmara. Essa, porém, é uma avaliação que pode não corresponder à realidade de um governo que nasceu fraco e permanecerá assim até os seus últimos dias por várias razões, sobretudo pela inapetência para fazer um ajuste fiscal necessário e inadiável, sem o qual o futuro será sombrio.

É bom que fique claro: não há opção boa sem um ajuste, porque, dentre outras coisas, a dinâmica da dívida para os próximos anos é insustentável. Não existe a escolha entre fazer sacrifícios ou ser feliz, como tenta vender o PT.

"O cardápio que existe hoje é fazer o ajuste e reorganizar a economia (para retomar o crescimento e a prosperidade) ou não reorganizar a economia e ter mais sacrifícios e o caos", resumiu Arminio Fraga a esta coluna. Para o ex-presidente do Banco Central e sócio da Gávea Investimentos, escolhido como ministro da Fazenda do candidato Aécio Neves, derrotado nas eleições de 2014, a questão é clara: "Esgotaram-se as opções. Não há mais band-aid, esparadrapo ou CPMF que resolva. A realidade é outra e temos que encará-la".
Herculano
04/12/2015 13:28
"A ECONOMIA ESTÁ UM BAGAÇO", DIZ ARMÍNIO, por Cláudia Safatle, para o jornal Valor Econômico

Parte 2

Com baixo crescimento e superávit primário das contas públicas insuficiente, a dívida bruta crescerá seis pontos percentuais ao ano e chegará em 2018 próxima a 90% do PIB, indica. Isso pressupondo juros reais constantes, PIB de -3% em 2016 e zero nos dois anos seguintes e déficit primário de 0,7% do PIB no ano que vem e de 0,5% em 2017 e 2018.

"A dinâmica da dívida é absolutamente avassaladora", adverte Armínio. "E da produtividade, também", completa. "A economia está um bagaço. O desemprego está subindo, o investimento cai 20% e a eventual aprovação da CPMF não ajuda coisa alguma. O país precisa dar uma parada, abrir a caixa-preta do Estado e zerar o jogo", sugere ele, que recentemente escreveu uma síntese do que seria um programa econômico compatível com a gravidade da situação.

Pesquisa feita com base na carteira de empréstimos do BNDES para os próximos quatro anos indica uma queda de 20% dos investimentos até 2018. Ou seja, não se trata mais de discutir uma suposta piora no futuro. "O problema já aconteceu e é gravíssimo", alerta Arminio. "É preciso uma coalizão política forte para abrir a caixa-preta do Estado e para fazer as reformas necessárias, de forma bem feita e abrangente. Sem o que, não há opção," Por tudo isso, a abertura do processo de impeachment, ainda que pelas mãos do deputado Eduardo Cunha - que está sob suspeita de corrupção - pode ser o início de uma solução, acredita.

Se o caminho for o vice-presidente Michel Temer assumir a Presidência da República, também não será fácil para ele formar uma coalizão dada a fragmentação partidária com 30 legendas no Congresso. Nesse sentido, o ex-presidente Lula, mesmo exposto a atos de suspeição, é um fator de desequilíbrio na formação de um grande acordo político.

Não há no país um grupo político organizado que tenha preocupação com o longo prazo. Não há, na visão de Arminio, um "dono", entendido como um conjunto de forças hegemônicas com legitimidade suficiente para fazer as reformas necessárias, não para evitar os problemas, pois eles, como reiterou, "já aconteceram e são gravíssimos".

Talvez Temer, se não for candidato em 2018, consiga imprimir avanços nas reformas como está no programa recém-divulgado do PMDB, "Uma Ponte Para o Futuro". O programa, pensado como instrumento de transição, converge ao pensamento dominante dos economistas e tem vasta gama de aspectos que constam também do programa que Arminio escreveu há poucos meses. Coincide, ainda, com a visão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mas não com a de Dilma.

Arminio preconizava como medidas emergenciais a adoção de metas de saldo primário de 1%, 2% e 3% do PIB para os próximos três anos; aprovação da idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres (para gerações futuras) e reaprovação do fator previdenciário; desvinculação do piso da Previdência do salário mínimo; teto para a dívida bruta/PIB, reformas do PIS/Cofins e do ICMS; mudança das regras trabalhistas e aumento da integração do Brasil ao mundo, dentre outras.
Herculano
04/12/2015 13:22
POLITICAGEM, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Parte 1

Mais uma vez o governo tenta manipular a sociedade distorcendo os fatos para se safar do processo de impeachment da residente Dilma. Atribui ao vice-presidente Michel Temer conceitos que não emitiu sobre a improcedência do impeachment, obrigando-o a desmentir o Palácio do Planalto. Entra em um bate-boca com o presidente da Câmara Eduardo Cunha. E, numa manobra marqueteira que tem o cheiro de João Santana, coloca-se a disputa como se ela fosse entre a impoluta presidente Dilma e o corrupto Eduardo Cunha, uma luta vulgar, enfim, entre o bem e o mal.

Mesmo que fosse tão impoluta quanto quer parecer, a presidente Dilma não está sendo acusada de corrupção, pelo menos não ainda. Não há indícios, realmente, de que tenha se locupletado pessoalmente, mas os há aos montes de que foi conivente com a corrupção do PT desde que começou a atuar no governo Lula como ministra das Minas e Energia e presidente do Conselho Administrativo da Petrobras.

Se não tivesse sido conivente, como acreditar que uma centralizadora como Dilma nada sabia do que acontecia na Petrobras e no próprio ministério das Minas e Energia, onde atuou sob sua coordenação o ministro Edson Lobão, investigado pela Operação Lava-Jato?

Ora, ninguém de bom-senso pode se aliar a um político com o histórico de Eduardo Cunha sem sair chamuscado, e é inegável que o pedido de impeachment, embora feito por juristas respeitáveis e com bom embasamento técnico, é prejudicado por ter sido deflagrado por quem foi.
Mas não é uma peça política de Cunha, e ele não tem a menor importância a partir de agora, já que a decisão sairá de um colegiado e, por fim, do plenário da Câmara. Ao se colocar como o contraponto a Cunha, a presidente Dilma viu-se envolvida num bate-boca que revela bem sua fragilidade política.

Acusada por Cunha de ter mentido à sociedade brasileira ao afirmar que não se submetia a barganhas políticas, a presidente deu chances a que se revelasse a extensão das negociações por baixo do pano que desenvolveu com o presidente da Câmara, só interrompidas, ao que tudo indica, pela desconfiança de Cunha de que o PT não cumpriria sua palavra.

Foram evidentes os esforços do Palácio do Planalto para salvar Cunha no Conselho de Ética, enquanto o PT, sob o comando de Lula, chegou à conclusão de que o melhor caminho seria desistir de Cunha e tentar recuperar uma imagem ética que se perdeu pelo caminho nesses últimos 13 anos de poder.

Mesmo que isso significasse o risco de o deputado, em revanche, desencadear o processo de impeachment, o que realmente aconteceu. Nesse jogo político de bastidores, onde todos mentem e ninguém é impoluto, o tempo joga contra o governo. A cada dia a crise econômica mostra-se mais e mais grave, e a tendência é que no próximo ano o desemprego aumente, a inflação continue corroendo o poder de compra dos brasileiros, e a economia continue em depressão.
Herculano
04/12/2015 13:21
POLITICAGEM, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Parte 2

A oposição, antes ávida pelo impeachment a ponto de ser irresponsável em seus acordos com Cunha, agora quer adiar o processo já em andamento acreditando que a piora da situação ajudará a mobilizar os cidadãos a favor do impeachment.
Ora, se 63% são favoráveis a ele, como mostram as pesquisas de opinião, agora que está ao alcance deveria ser a hora para que novas manifestações tornassem concreto o anseio detectado.

Ao contrário, o governo joga com a rapidez do processo para tentar liquidar a fatura neste fim de ano, acreditando que a mesma desmobilização que aflige a oposição é um dado a favor da permanência de Dilma na presidência.
Se a oposição não conseguir transformar em realidade a vontade latente do povo brasileiro, terá sofrido uma derrota política, mas os problemas não serão superados, apenas agravados. Estaríamos diante de uma situação em que o governo tem apenas o apoio de 10% da população, e a oposição não tem capacidade para mobilizar os cidadãos. Ou um futuro governo com Michel Temer não é capaz de empolgá-los.

A Operação Lava-Jato continuará mostrando as entranhas do país, paralisado pela anomia, definida pelo sociólogo francês Emile Durkheim como a perda de referências sociais pelos indivíduos de uma sociedade, onde tudo é permitido e não há limites.
Herculano
04/12/2015 13:13
QUASE TUDO EM RUÍNAS, por Fernando Gabeira, para o jornal O Estado de S. Paulo.

Parte 1

Agora que tudo está em ruínas, exceto algumas instituições que resistem, não me preocupo em parecer pessimista. Quando anexei às listas das crises o grave momento ambiental, algumas pessoas ironizaram: el Niño? Naquele momento falava apenas da seca, da tensão hídrica, das queimadas e enchentes. Depois disso veio o desastre de Mariana, revelando o descaso do governo e das empresas que, não se contentando em levar a montanha, transformam o Doce num rio de lama.

No fim de semana compreendi ainda outra dimensão da crise. O Brasil, segundo especialistas, vive uma situação única no mundo: três epidemias produzidas peloAedes Aegypti (dengue, chikungunya e o zika vírus). O zika está sendo apontado como o responsável pelo crescimento dos casos de microcefalia. Sabe-se relativamente pouco sobre ele. E é preciso aprender com urgência. O dr. Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, considera a situação tão complexa como nos primeiros momentos da epidemia de aids.

Agora que está tudo em ruínas, restam os passos das instituições que funcionam, o prende aqui, prende lá, delata ou não delata, atmosfera de cena final, polícia nos calcanhares. Lembra-me a triste cena final do filme Cinzas e Diamantes, de Andrzej Wajda. A Polônia trocava um invasor, os nazistas, por outro, os comunistas: momento singular. No entanto, há algo de uma tristeza universal naPolonaise desafinada e no passeio do jovem casal por uma cripta semidestruída pelos bombardeios.

Aqui, a cena não é de filme de guerra, ocupação militar, mas de um thriller policial em que a quadrilha descoberta vai sendo presa progressivamente. Enquanto isso, não há governo para responder ao desemprego, empobrecimento, epidemias, mar de lama e ao sofrimento cotidiano dos brasileiros.

As cenas finais são eletrizantes e a ausência de um roteirista tornou o filme político ainda mais atraente. Mas perto da hora de acender a luz os cinemas se preparam, abrem as cortinas e já se pode ver, de dentro, como é sombria a noite lá fora.

Quase todos concordam com a gravidade da crise, nunca antes neste país o governo errou tanto, corrompeu tão disciplinadamente a vida política, corroeu tanto os alicerces da jovem democracia, engrandecida com a luta pelas diretas. Naquele momento, a bandeira das diretas tinha conotação positiva, era a esperança que nos movia. Muitos acham que só ela nos move. Mas diante das circunstâncias ameaçadoras é o instinto de sobrevivência que nos pode mover: o Brasil está se desintegrando.

Hoje a esperança só pode ser construída na luta pela sobrevivência. Chegou a hora de conversarmos por baixo, uma vez que do sistema político não vem resposta. Naturalmente, saindo do pequeno universo, abrindo-se para as diferentes posições no campo dos que querem a mudança. Nada que ver com conversa de ex-presidentes ou com essa história de que oposição e governo têm de se entender.
Herculano
04/12/2015 13:13
QUASE TUDO EM RUÍNAS, por Fernando Gabeira, para o jornal O Estado de S. Paulo.

Parte 2

O governo tem de entender que chegou sua hora, pois é o grande bloqueio no caminho da esperança. Não é possível que, no auge de uma crise econômica, epidemias e desastre ambiental, o País aceite ser governado por uma quadrilha de políticos e empresários.

Às vezes me lembro do tempo do exílio, quando sonhava com um passaporte brasileiro. Agora é como se tivesse perdido o passaporte simbólico e de certa maneira voltasse à margem.

Vivemos momento em que quase tudo está em ruínas, como se fôssemos uma multidão de pessoas sem papel. O foco nas cenas de desmonte policial é importante. O voto direto dos senadores não seria aprovado, no caso Delcídio, não fora a vigilância da sociedade.

No entanto, a gravidade da situação pede muito mais. Há um momento em que você se sente órfão dos políticos do País. Mas logo em seguida percebe que é preciso caminhar sem eles. Hora de conversar na planície.

Não descarto a importância de um núcleo parlamentar que nos ajude a mandar para as Bermudas o triângulo Dilma, Renan, Cunha. Mas as grandes questões continuam: como recuperar a economia, como voltar a crescer de forma sustentável, como reposicionar o Brasil no mundo, distanciando-nos dos atrasados bolivarianos?

Uma das muitas maneiras de ver os limites do crescimento irracional é o próprio desastre em Mariana, a agressão ao Rio Doce. A essência desse crescimento é o depois de nós, o dilúvio. Às vezes o dilúvio se antecipa, como no distrito de Bento Rodrigues, e fica mais fácil compreender a gigantesca armadilha que legamos às novas gerações. É preciso uma conversa geral e irrestrita entre todos os que querem mudar, tirando da frente os obstáculos encalhados em Brasília.

Não se trata de estender o dedo como naquele cartaz do Tio Sam, dizendo: o País precisa de você. Na verdade, o caminho é mostrar que você precisa do País; se ele continuar se enterrando, alguns sonhos e perspectivas individuais se enterram também.

Compreendo as pessoas que temem a derrubada do governo e seus aliados porque não sabem precisamente o que virá adiante. Não sei se isto as conforta, mas o descobrimento do Novo Mundo foi feito com mapas equivocados e imprecisos. A fantasia dos navegantes estava povoada de monstros e prodígios, no entanto, acabaram sendo recompensados por se terem movido.

O desafio de agora é menor do que lançar-se nos mares desconhecidos. Os mapas nascem de um amplo diálogo e, mesmo se não forem cientificamente precisos, podem nos recompensar pela movida.

Desde o princípio, o impeachment era uma solução lógica, mas incômoda. Muita gente preferiu ficar com um governo porque ele foi eleito. Não importa se a campanha usou dinheiro do petrolão, Pasadena, não importam as mentiras, a incapacidade de Dilma. Ela foi eleita. Tem um diploma. E vamos dançar nas ruínas contemplando o luminoso diploma, cultuando sua composição gráfica, a fita colorida.

Muitos povos já se perderam no êxtase religioso como resposta a uma crise profunda. Mas os deuses eram mais fortes, o sol, a fecundidade, a morte. Estamos acorrentados a um diploma.
Herculano
04/12/2015 13:06
FORMA, NÃO CONTEUDO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Confrontado com a abertura do processo de impeachment, o governo Dilma Rousseff (PT), contando com o apoio de congressistas da base aliada, deflagrou uma batalha judicial em torno do caso.

No começo da tarde desta quinta-feira (3), as primeiras ações já haviam sido protocoladas no Supremo Tribunal Federal. Nada mais natural. Qualquer governante que estivesse no lugar de Dilma faria o mesmo ?"em 1992, o então presidente Fernando Collor de Mello também recorreu ao Judiciário.

Em um mandado de segurança, o deputado Rubens Pereira Júnior (PC do B-MA) afirma que, para fazer valer o direito à ampla defesa e ao contraditório, Dilma Rousseff deveria ter sido notificada para se manifestar antes de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolher o pedido de afastamento da petista.

Com outra petição, o PC do B pretende sensibilizar o Supremo para a necessidade de haver uma "verdadeira filtragem constitucional da lei nº 1.079/1950", que define os crimes de responsabilidade e regula o processo de impeachment.

De acordo com a sigla, e não se pode negar-lhe razão nesse ponto, passados mais de 65 anos da edição dessas regras, impõe-se torná-las compatíveis com a legislação hoje em vigor ?"a própria Constituição, como se sabe, data de 1988, e o Código de Processo Penal, ao qual a lei de 1950 faz referência, sofreu diversas reformas nesse período.

Havia, além dessas iniciativas, uma terceira, esta assinada por deputados do PT. Sustentava-se que Eduardo Cunha tomou sua decisão movido pelo espírito de vendeta. Os petistas, no entanto, desistiram da ação depois que viram a peça ser distribuída, por sorteio, ao ministro Gilmar Mendes, de conhecidas opiniões desfavoráveis ao partido.

É possível, ou mesmo provável, que a novela judicial ganhe novos capítulos. Faz parte do jogo democrático que seja assim, e uma questão tão delicada quanto o afastamento de um presidente da República não poderia passar sem a criteriosa supervisão do Supremo.

O tribunal decerto saberá reconhecer seus limites. Sem se imiscuir nos assuntos internos de outro Poder, o STF poderá manter o equilíbrio nessa disputa entre parcela do Legislativo e o Executivo.

Trata-se, basicamente, de interferir somente quando houver violações à Constituição ou aos procedimentos estabelecidos para a análise do impeachment ?"e não quando estiver em discussão o próprio mérito do processo, as credenciais éticas de Eduardo Cunha ou suas motivações inconfessáveis.

Nesse caso, a arena apropriada para travar o debate é o Congresso Nacional. Cabe a este Poder, e não ao Judiciário, concluir um julgamento que, não custa lembrar, é essencialmente político.
Herculano
04/12/2015 11:45
AO VLAD

Você está pedindo demais: coerência aos políticos.

E quando se trata do PT, a incoerência é o que sustenta o seu discurso e dai a preferência deles para analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos jihadistas que tratam os coerentes como infiéis no calfifado que montaram para destruir a memória histórica e a dos que ainda não perderam o juízo. Wake up, Brazil!
Sidnei Luis Reinert
04/12/2015 10:27
Dilma aposta que não cai, Temer fica no resguardo, e será massacrado pelas gestapos da Petelândia


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Senado colorizado de vermelho. Câmara casuisticamente pintada de verde-amarelo. Na verdade, tirando pinturas artificiais, coisa está cada vez mais preta no Congresso Nacional e mais dark ainda no Palácio do Planalto. O risco do impeachement aloprou o desgoverno, sua base aninhada e até os que são oposição (incluindo aqueles que fingem ser). O cenário é de mentiras e porradas para todo lado, no clima de salve-se quem puder.

A Presidenta Dilma Rousseff quer pressa e quer convocação extraordinária de deputados e senadores para a base aliada votar, correndo, a salvação dela. A "oposição" luta pelo recesso parlamentar, na esperança de gerar uma pressão popular que viabilize o plano de detonar Dilma. O vice Michel Temer fica de resguardo, no aguardo de conspirações, para assumir e perpetuar a velha Nova República gerada pelo "golpe militar" de 1985.

Dilma aposta que não cai, embora sinta um frio na espinha. Já Michel Temer já posa como quem já tem construída sua "Ponte para o Futuro" (aquele programinha demagógico de desgoverno que o PMDB veiculou recentemente). As gestapos da petelândia estão mobilizadas para destruí-lo. Ninguém se surpreenda se uma grande denúncia contra ele explodir na mídia amestrada. O nome dele já é citado em delações premiadas da Lava Jato, mas nenhuma denúncia formal se concretizou até agora. A tendência é que o pau cante para Temer, no curto prazo, se o risco do impeachment ficar mais intenso.

A guerra de todos contra todos paralisa o Brasil - em profunda crise estrutural. Os políticos seguem vivendo em outro planeta, enquanto os cidadãos que os elegem (na base da dedada eletrônica suspeita, sem direito a recontagem) vão ficando cada vez mais insatisfeitos, tensos e desesperados com os efeitos perversos das variadas crises: moral, política e econômica. O impeachment da Dilma, para andar, precisa ser aceito por pelo menos 342 deputados. Não será fácil chegar a tal numero em um parlamento que se vende como banana na feira.

Impeachment de Dilma é, claramente, um golpe político. Simplesmente impedi-la não resolve o impasse institucional e nem soluciona a crise estrutural do Estado Capimunista brasileiro. Assim, se eventualmente se conseguir maioria para fazer andar o processo, culminando com uma (ao menos hoje) improvável condenação pelos senadores, o máximo que se vai obter é a troca de Dilma por Michel Temer. É burrice comemorar uma eventual mera tirada do PT do poder. O PMDB, governista permanente, continua lá, e não pretende largar o osso.

Dilma e Cunha, junto com Renan Calheiros e companhia, farão o que for preciso para não caírem. Michel Temer vai conspirar por dentro e por fora. E a petelândia vai partir para o pau contra os aliados. Só um desastre que promova a autodestruição deles, na guerra de todos contra todos, é que pode criar o vácuo institucional que possa ser ocupado por quem tenha capacidade legítima de recolocar ordem nas coisas. Se isto vai acontecer ou não, só o tempo dirá...
vlad
04/12/2015 10:24
Incoerência

1992 PT pede impeachment de collor..
1994 PT pede impeachment de Itamar..
1999 PT pede impeachment de F.H.C..
2015 PT diz que impeachment é golpe
Odir Barni
04/12/2015 10:08

HOJE TEM A FESTA DO SINTRASPUG

Caro Herculano;
Recebi com satisfação o convite para a ¨festa dos servidores¨, através do nosso presidente Jovino Masson.Perguntei se seria em parceria com a Prefeitura, ele me disse que não e não haveria presentes. Gostei e depois de alguns anos, vou me fazer presente. Sempre defendi que o nosso SINTRASPUG fosse uma Instituição com o objetivo de defender os interesses dos servidores e não uma ilha de conflitos ideológicos. Depois que saí, muitos comentários, acusações foram feitas, ficaram os críticos; meus desafetos, além de não conseguirem mais nada de benefícios acabaram com o nosso ¨Fundo de Previdência¨. Vou à festa para confraternizar com os amigos, sem a preocupação de saber quem é quem em Gaspar, o que pensam da atual administração e o que querem para o futuro. Que a festa seja um reencontro com aqueles que defendem uma sociedade mais justa; que defendem o seu município como sua grande empresa que não visa lucros; que distribui em obras e serviços os recursos dos munícipes; que tratem a população com carinho como se fossem seus torcedores; que respeitem o Executivo, cujo período é passageiro e defendam os seus direitos assegurados pela Constituição Brasileira e pelos Estatutos dos Servidores. Salve Gaspar!!!!!
Herculano
04/12/2015 07:52
O PT DE GASPAR ESTÁ INVIABILIZANDO O PROXIMO GOVERNO MUNICIPAL, INCLUSIVE O SEU SE ELE VENCER NO ANO QUE VEM.

O PT de Gaspar parece já estar conformado de não ser governo a partir de 2017. E para isso, trabalha arduamente para inchar a máquina na contratação de concursados que não chamou por anos, aparelhar a prefeitura e autarquias para infernizar a vida do próximo governante, bem como agora, drenar os recursos minguados e que diz não possuir para o tal Instituto de Previdência dos Funcionários Municipais, com a promessa de aposentadorias melhores (e já).

Gaspar já teve o seu instituto. Aos de memória curta pergunte o que aconteceu no governo de ex-prefeito Bernardo Leonardo Spengler (Nadinho e já falecido), PMDB.

Ilhota tinha ou tem o mesmo mecanismo. Pergunte aos políticos de lá e principalmente aos servidores os diretamente beneficiados sobre este assunto

A ideia é boa, mas ...

Esses institutos, feitos por ou sob a manipulação de políticos no poder e para saciá-los vendem sonhos de longo prazo para eles se locupletarem no curto prazo.

Quando chega a vez dos beneficiários, estes institutos estão quebrados, quando antes não quebram as administrações municipais para tampar seus rombos, promessas as vésperas de eleições, má gestão e roubo mesmo de quem deveria cuidar do dinheiro dos servidores.

As histórias são as mesmas e repetidas. E ninguém aprende.

Agora querem implantar a toque caixa, da noite para o dia, um Instituto destes em Gaspar.

Tudo na surdina, sem discussão com a sociedade, a que verdadeiramente vai sustentar com seus pesados impostos este tipo de aventura, dinheiro o que está faltando para os postos de saúde, hospital, escolas, conservação de estradas, abrigos, obras, etc.

Onde está o cálculo atuarial? Ou os servidores desconhecem este assunto sério?

Onde estão as fontes de recursos?

Onde estão as garantias de que os políticos não mexerão no dinheiro do instituto, no conselho e na administração do fundo?

Por que o Sintraspug - Sindicato dos Trabalhadores Púbicos de Gaspar - está fora da discussão?

Por que o PT e Doraci Vans, o chefe de gabinete de Pedro Celso Zuchi, estão fazendo reuniões isoladas, vendendo ilusões e pedindo para os servidores irem lá na Câmara pressionarem os vereadores? Quando é algo que afeta contra a administração eles ameaçam e impedem esta participação dos servidores

Pior, tem gente instruída que acredita na lábia. Pior mesmo é a forma como isto está send tratad, de forma política e unicamente para inviabilizar o próximo governo. PMDB, PSD e PP, com chances de serem governo no próximo ano, estão calados. E o PT agradece. Vão pagar caro.

Tem gente na praça, dizendo que se montado o instituto num dia, no outro teria aposentadoria amentada e uma vida de nababo. Mágica que multiplica dinheiro, só em circo. E o circo está armado.

Ninguém fala que o servidor para ter direto a um complemento, reafirmo, um complemento, precisa contribuir por anos, e só então gozar de direitos.

Mais, terá que torcer por anos afio, para que os políticos não os enganem mais uma vez, e reduzam a pó o dinheiro (que ele e o município colocaram no fundo de previdência) e os sonhos, como já fizeram muitas vezes em muitos institutos municipais de previdência. Acorda, Gaspar!
Herculano
04/12/2015 07:11
DOIS CONTRA UMA, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo.

Esqueça Aécio, Serra e tucanos menos votados. A verdadeira batalha do impeachment vai opor Dilma Rousseff a dois políticos do PMDB: Eduardo Cunha, que deu início ao processo, e Michel Temer, que herdará o cargo se ela for afastada.

Os peemedebistas, que são velhos aliados, começaram a se mexer na fatídica quarta-feira. O presidente da Câmara fez um anúncio espalhafatoso, cercado de microfones e por uma claque chamada para aplaudi-lo.

O vice-presidente da República operou discretamente, ao seu estilo. Poucas horas antes de Cunha detonar a bomba, convidou senadores da oposição para um almoço em sua residência oficial, o Palácio do Jaburu. O prato principal, é claro, foi a possibilidade de ele substituir Dilma.

Segundo participantes do encontro, Temer sinalizou com duas promessas: fazer um governo de "união nacional", o que significa dar cargos à oposição, e não disputar a Presidência em 2018, quando poderia concorrer com a máquina a seu favor.

A guerra entre Dilma e Cunha é aberta. A presidente já declarou que não roubou e não tem conta no exterior. O deputado devolveu o ataque. Em entrevista ao lado de Paulinho da Força e Jair Bolsonaro, disse que a presidente "mentiu à nação".

O embate entre Dilma e Temer será mais discreto, o que não significa menos tenso. Ontem eles se encontraram pela primeira vez após o início do processo na Câmara. O mal-estar ficou evidente nas versões desencontradas sobre o encontro.

O ministro Jaques Wagner declarou que Temer "acha que não há lastro para impeachment". Aliados do vice negaram que ele tenha manifestado esta opinião. Também disseram que ele sugeriu à presidente que evite o embate pessoal com Cunha.

Desde que Temer começou a sonhar alto com a faixa verde-amarela, os petistas descrevem o Jaburu como o "bunker da conspiração". Foi lá que o presidente da Câmara almoçou na segunda-feira, dois dias antes de disparar o torpedo contra o Planalto.
Herculano
04/12/2015 07:05
CHANCES DE MICHEL ANIMAM CONCHAVOS POLÍTICOS, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Tão logo o presidente da Câmara detonou o processo de impeachment, os parlamentares passaram a fazer o que mais gostam: articulação política. Mas as rodas de conchavo no Congresso, curiosamente, não fazem cálculos sobre as chances de Dilma, mas sobre as chances de o vice Michel Temer assumir a presidência. Em conversa reservada, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do governista PP, disse tudo: "Impeachment não é para tirar presidente, é para botar presidente..."

Dilma e Cunha fora

O PMDB está cada vez mais imbuído de uma "missão salvadora" do País, com Michel Temer e sem Dilma Rousseff e Eduardo Cunha.

Governo de coalizão

Políticos da cúpula do PMDB estão certos de que um governo de coalizão nacional, com Michel Temer à frente, tiraria o País do atoleiro.

Pronto para assumir

O PMDB irá "assumir suas responsabilidades", diz um ex-ministro de Dilma próximo a Michel Temer, defensor declarado do impeachment.

PMDB dependente

A manutenção do mandato de Dilma depende novamente do PMDB. E percebe-se no partido uma vontade louca de traí-la.

DILMA SO CONTA COM 124 DOS 171 VOTOS NECESSÁRIOS

Menos de 24 horas após abertura do processo de impeachment, oposição e Planalto já mapeiam a tendência do voto de cada deputado. Enquanto a oposição dá como certos 206 votos favoráveis ao impeachment, os governistas empacaram em 124 votos fiéis ao Palácio do Planalto. Somente o bloco oposicionista composto por DEM, PSC, SD, PHS e PSDB, fechados pelo impeachment, garantem 106 votos.

Ainda é cedo

Cálculos serão prematuros: vão determinar a sorte de Dilma o seu desgaste ou sua recuperação, e principalmente o conchavo do PMDB.

Formou o bonde

A oposição avalia que devem votar contra o governo: PSB (25), PSD (14), PTB (11), PP (15) e até deputados petistas (4) e um do PCdoB.

No prejuízo

O Planalto avalia que, por ora, PT, PCdoB, PSOL, Rede, PMDB, PSB, PDT e PSD rendam 124 votos favoráveis. Vai correr atrás do prejuízo.

Já vai tarde

Na reunião com Dilma sobre o impeachment, ao menos três ministros, alvos constantes do bullying da chefe, "gargalhavam por dentro". Dois deles estão de saída do governo. Contam até os minutos que faltam.

Escafederam

Quem faz a cobertura jornalística da presidente se impressionaram com as salas e corredores vazios do Planalto. Até parece que os 4.567 funcionários já esvaziaram as gavetas e foram embora.

Briga de rua

Jaques Wagner (Casa Civil) transformou em briga de rua a discussão sobre o impeachment. Em resposta a Eduardo Cunha, que acusou Dilma de mentir, ele foi logo devolvendo que "mentiroso é ele".

É grave a denúncia

Jaques Wagner nem se acanha de dizer que "pela primeira vez" abre-se o processo de impeachment "para só depois procurar os motivos". Não deve ter lido a contundente denúncia dos juristas contra Dilma.

Que golpe?

O governo insiste na lorota de que impeachment é "golpe". Para o jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT e um dos autores da denúncia contra Dilma, "impeachment é remédio constitucional".

Pressão das ruas

Repórteres têm sido abordados no Congresso e até nas ruas por pessoas inconformadas com o fato de os veículos de comunicação abrirem espaço apenas a governistas, sem dar chance à defesa do impeachment - o desejo da maioria da população, confirme as pesquisas.

Roinc, roinc

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) entrou no gabinete da liderança do PP na Câmara e deu de cara com um leitão. O bicho, assado, era parte da celebração do aniversário do deputado Ricardo Barros (PP-PR).

Uso indevido

Um computador da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi utilizado para modificar o perfil na Wikipédia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O conteúdo, aliás, bem virulento, já foi apagado.

Performance

Foi digna de aplausos a performance teatral do 1º secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), ao final da leitura do impeachment.
Herculano
04/12/2015 06:56
O FIM DE UMA RELIGIÃO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

A ainda presidente Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade ?"de vários modos, violou a Lei 1.079?" e sabe disso. Se o fez por ignorância ou dolo, essa seria matéria que os tribunais penais levariam em conta na hora de modular a pena.

Ocorre que a Câmara, que autoriza ou não a abertura do processo de impeachment contra ela, e o Senado, que processa e julga, são instâncias políticas, o que não quer dizer "arbitrárias". Afinal, para que atuem, é preciso que crimes ?"de responsabilidade!?" tenham sido cometidos. E foram.

É por isso que a anunciada disposição dos petistas de recorrer ao Supremo contra a decisão de Eduardo Cunha (se é que o farão), alegando que Dilma não estuprou as contas por dolo, é ridícula. Permito-me uma pequena digressão, antes que avance.

Religiões, partidos, grupos e indivíduos são dotados de mitos fundantes, cujas verdades são irredutíveis à ordem dos fatos. Não se pode, por exemplo, ser cristão pondo a redenção dos oprimidos no lugar do dogma do cordeiro imolado, como faz a dita Teologia (Escatologia) da Libertação. O triunfo do Deus crucificado está na renúncia aos dons divinais no ato sacrificial, não na punição exemplar ou didática a seus perseguidores ou no perdão por motivos estratégicos ou pragmáticos. A ascese nunca é deste mundo.

Cada um de nós ?"mesmo sem pertencer a um judaísmo, a um cristianismo, a um islamismo ou a um budismo quaisquer?" ancora a sua pequena lenda pessoal num conjunto de abstrações que cobra dos outros um respeito ritual. Cada um de nós é o sumo sacerdote de um culto porque é também o procurador de uma ortodoxia: só existe amizade, amor, companheirismo onde há respeito a valores.

Os petistas cometem um erro fatal quando vociferam a sua inocência e acusam o complô dos adversários, ignorando todas as óbvias violações do solo sagrado que seus sacerdotes promoveram. No PT, não há espaço para arrependimento. Não há pecado. E, portanto, não pode haver expiação e perdão.

Viveremos, sem dúvida, dias interessantes. O que está se desconstituindo ?"para o bem do país, acho eu?" não é apenas um partido político, mas a crença de que um grupo de pessoas detém o monopólio da justiça, da virtude e das boas intenções. Também a reputação de Lula, o mensageiro da Palavra, se esfarela numa velocidade com a qual não contavam nem seus adversários mais ferozes.

Na quarta (2) à noite, minutos depois da decisão de Eduardo Cunha, as falanges do PT na internet já convocavam os fieis, em número sempre menor, para a guerra santa, tentando emprestar verossimilhança a uma farsa que cotidianamente é desmoralizada pelos fatos.

Chega a ser impressionante que o PT não se dê conta de que aquela gesta que lhe deu corpo, a luta dos bons contra os maus, já não encontra mais eco na realidade. O partido não é vítima de uma narrativa contada por terceiros, como tentam fazer crer alguns pistoleiros morais disfarçados de intelectuais e jornalistas. Não!

Os doutores de sua igreja é que se mostraram maus guardiões dos fundamentos que formavam uma irmandade, que propiciavam aos fiéis a experiência do pertencimento, a despeito das vicissitudes do mundo real.

Melhor que assim seja! Já estava na hora de o Brasil ter, de novo, um governo laico. À sua maneira, os pecadores do PT nos salvaram.

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