Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

05/01/2018

ILHOTA EM CHAMAS

Este é o carrão do prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira, PMDB. Este é o exemplo que ele dá aos munícipes: estaciona sobre a calçada e desta vez na Rua Modesto Vargas. Não é a primeira vez que isso acontece. Flagrado em outra situação exposta aqui, ele contou lorotas para arranjar desculpas e se sentir livre das cobranças de que a lei é feita para todos. Érico acaba de criar um cabideiro de empregos, a tal Ditran – Diretoria de Trânsito. Pelo jeito, ela só servirá para fiscalizar e punir os outros, os adversários e empregar amigos, correligionários...

AS MINHAS PREVISÕES

Os políticos e os agentes públicos irresponsáveis, de um modo geral, e em especial os de Gaspar, querem-me transformar num homem de sorte, num palpiteiro dos deuses ou um vidente afamado. Como escrevi aqui, com ampla antecedência de que o vereador Silvio Cleffi, PSC, era o plano B, e assim ele foi eleito no dia 19 de dezembro para presidência da Câmara, para a atual legislatura, os políticos malsucedidos nas suas armações, estratégias e promessas, estão a espalhar, que o meu escrito fora apenas uma arriscada jogada premotinória, própria dos charlatães.

Repito.

Fato um: a política não é coisa para novatos.

Fato dois: a política dos iniciantes manipulados por velhas raposas cobra caro e é a derrocada dos teimosos, mentirosos, incompetentes e dissimulados.

Fato três: com charlatanice ou não é que eu acertei e a fantasia dos políticos de Gaspar foi derrotada mais uma vez para a realidade.

Quem lê esta coluna, por anos afio, sabe que raríssimas vezes, antecipei nomeações ou eleitos. E por dois fatos muito simples que a experiência me ensinou: primeiro porque esta coluna não é essencialmente de informações, mas de observações, investigações e opiniões; e segundo porque, é arriscado dar uma informação feita de especulações ou sabidamente fruto dos jogos dos bastidores de interesses, onde você é simplesmente usado, e com isso, pode expor e perder uma fonte confiável, também usada nesse brutal jogo dos poderosos.

Então não houve nem charlatanice, nem premonição, mas uma antecipação de algo que estava em curso que não se conseguiu estancar ou nem se perceber por quem estava seguro da vitória.

Ao informar os meus leitores e leitoras de que Silvio Cleffi poderia, repito, poderia ser o plano B na Câmara, eu o fiz julgando ser até isso difícil e arriscado de acontecer diante das armações, promessas e circunstâncias; escrevi me arriscando, porque tinha fontes confiáveis dentro de quem manipulava o carteado do poder e não na oposição, a quem não consultei; fiz por uma boa razão: o problema, como se alegava, estaria no comportamento da “noiva” da hora, Franciele Daiane Back, PSDB. Ela não conhecia direito o jogo nas cartas que se viravam contra ela. Franciele, de fato, não cuidava do noivo (o poder), suas promessas e dos amigos dele.

Agora, olhando o passado, a informação recebida e que a tornei pública, bem como os fatos se concretizando na realidade, fica claro que: ou se queria assim, ou subestimou-se o movimento em curso, ou o poder de plantão foi incompetente para se reverter o que estava escrito, não se sabe direito há tempos ou que se instalou de última hora. Há muitas controvérsias e dissimulações que se resolverão com o tempo.

O que mais incomoda os que gravitam no poder de plantão em Gaspar e foram engolidos pelos fatos? É serem relembrados que conspiraram, que foram infiéis, que restam dúvidas ou que foram incapazes. Qualquer escolha lhes coloca como culpados.

Então, para eles, fica fácil de colocar a culpa no Correio [o Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação em Gaspar e Ilhota] que trouxe a carta com a má notícia, ou quem a escreveu [eu], e não em quem de fato, verdadeiramente, provocou a má notícia [os do poder de plantão]. Gente esquisita, essa! Preferiram não ouvir os avisos de que isso aconteceria [e de fato aconteceu]; ou não trabalharam para reverter o que se anunciava [e criaram culpados fora do ambiente de culpas].

Resumindo e encerrando. Não tive sorte, não palpitei e nem exerci qualquer ato de mediunidade, pois desconheço completamente esse ofício e tenho justificadas descrenças para quem crê nisso. Agora, se os políticos e o poder de plantão em Gaspar continuarem nessa falta de respeito, posso lhes assegurar que não há boas previsões. Elas são fatídicas. Elas vão repetir o passado, o outro aviso, que tentam escamoteá-lo. Ou não se lembram dos governos de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho e Adilson Luiz Schmitt, este último em parceria com o PP de hoje?

A vingança é o pior ingrediente do sucesso. Desastrosa ainda quando feita por gente nova, mal orientada e com a mão invisível dos velhos. O jogo está trapaceando as cartas desse baralho. E o pior cego é aquele que se nega a enxergar. Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, Carlos Roberto Pereira, PMDB, estão atrás de culpados para serem vingados. Não vai dar certo, mais uma vez! Acorda, Gaspar!

A NORMALIDADE

O mundo que sustenta os políticos com os pesados impostos já está trabalhando duro, faz tempo. Enquanto isso, os políticos estão de férias. Vamos trabalhar até maio para pagar a máquina pública – cheia de privilégios. Ela não funciona, é cara e não retorna em serviços de forma ágil e de qualidade para o cidadão e a cidadã.

A prefeitura de Gaspar está de “plantão”. A vida ao “normal” só na próxima segunda-feira dia 15 de janeiro. A marola começou no dia 21 de dezembro. Antes de prosseguir, devo sublinhar que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, no primeiro ano terminou com os feriadões lastreados pelos pontos facultativos. Teve gente, e graúda, que demorou para se acostumar. Inclusive entre os comissionados.

A Câmara, terá a primeira sessão só no dia seis de fevereiro. Ela está de ressaca desde o dia 19 de dezembro. Neste ano, pelo menos, não haverá as férias de julho na Câmara. Nela, há assessores parlamentares que armam “férias” no recesso do vereador e as pegam de fato em pleno trabalho do vereador. Ou seja, provam que o vereador não precisa de assessor, pois estão de férias quando ele mais precisa. Feitas as contas podem chegar até a quase 80 dias. Nesta semana, apareceram para trabalhar na Câmara apenas dois assessores dos 13 parlamentares: o de Ciro André Quintino e de Francisco Solano Anhaia, PMDB.

Falando em férias. Este, será um ano de feriadões. Será um ano de eleições. Será um ano de surpresas. Mas, não se sabe se será um ano de mudanças. A votação de outubro seria uma oportunidade ímpar para a limpeza de gente que não respeita os pesados impostos pagos pelos gasparenses, ilhotenses e catarinenses, gente que quando no poder aumentou a inflação, criou milhões de desempregados, gerou uma crise econômica sem fim, deixou os brasileiros morrerem na fila do SUS e ser alvo da bandidagem desenfreada devido a um sistema prisional falido sob todos os aspectos.

Deputados e senadores, dizendo-se nossos representantes e agindo em nosso nome, tiraram bilhões de reais da saúde, educação e segurança para colocar nas eleições de outubro. E estão aí, na maior cara de pau, a pedir a reeleição com o nosso dinheiro feito dos pesados impostos que não retornam em obras essenciais como a duplicação da BR 470. Vergonhoso não para eles, mas para nós que os escolhemos e podemos dar mais uma chance se cairmos nas lábias deles.

Deputados e senadores, macacos velhos, pressionados por uma minoria, mas eleitos por uma maioria que traem desavergonhadamente, negam-se à Reforma da Previdência. Sem a Reforma mantém-se os privilégios para servidores públicos e políticos nas aposentadorias precoces (45/50anos) e com salários integrais milionários (R$20, 30,40 e até mais de 100 mil por mês impossível aos outros trabalhadores). É que 63% dos trabalhadores da inciativa privada – os que pela quantidade verdadeiramente elegem os políticos - só conseguem se aposentar em média aos 66 anos de idade e com apenas um salário mínimo.

Políticos e servidores não querem uma aposentadoria igual para todos. Políticos e servidores querem que os trabalhadores percam as suas pequenas aposentadorias para sustentar as suas milionárias.

Os deputados e senadores também estão de férias, mas só para os eleitores aos quais tramam o bote, a enganação. Estão escondidos, armando conchavos com seus cabos eleitorais – vereadores, suplentes de vereadores, prefeitos, vices, secretários municipais, gente empregada em Florianópolis e em Blumenau na famigerada ADR - para se perpetuarem nas boquinhas, anunciando que serão, mais uma vez, nossos representantes.

De vez enquanto você alguns deles dando entrevista nas rádios, aparecendo nos jornais e portais, como provedores do povo, dizendo que trouxeram uma verbinha para o seu cabo eleitoral dar ao hospital, à escola, ao calçamento da rua, à associação... Disfarces. Estes recursos não são dos políticos, mas da sociedade. E não deveria servir de esmola e trocas, mas da ação continua do político com o seu reduto eleitoral. Acorda, Gaspar!

GASPAR CELEIRO DE VOTOS DE FORASTEIROS.

Com a aprovação do Orçamento de Santa Catarina de 2018, conheceu-se também quanto os deputados estaduais ficaram para distribuir neste ano eleitoral. Todos os deputados tiveram direito a 35 emendas com valores mínimos de R$ 100 mil. No total R$ 5,7 milhões foram destinados a eles.

De forma geral, por não haver o voto distrital puro ou misto, os deputados pulverizaram o investimento entre todas as regiões do Estado. É claro, que preferiram às bases eleitorais e, consequentemente, regiões onde são mais ativos. Ana Paula Lima, PT, Jean Jackson Kuhlmann PSD e Ismael dos Santos – o desaparecido -, ambos do PSD, direcionaram a maior parte das emendas para Blumenau e região, enquanto Serafim Venzon PSDB, focou a região de Brusque, e Milton Hobbus, PSD, o Alto Vale do Itajaí.

Agora a boa notícia e que mostra o quanto Gaspar, que não possui ainda candidato a deputado estadual e que nunca elegeu um – o que chegou mais próximo disso foi Pedro Inácio Bornhausen, PP -, é importante em ano de eleição para os políticos forasteiros. Só em ano de eleição! Na soma dos cinco deputados do Vale, Blumenau será a líder em recursos: R$ 2,5 milhões, seguida por Gaspar com R$ 1,2 milhão e Brusque com R$ 750 mil. E este número de Gaspar vai aumentar, porque aqui estão “pousados”, sabidamente, muitos paraquedistas deputados ou candidatos de outras regiões.

O voto distrital puro ou o misto, diminuiria esta distorção. Valorizaria o deputado da região. Obrigaria ele olhar mais para Gaspar, Ilhota mesmo ele sendo de Blumenau, por exemplo, que possivelmente seria o distrito a ser considerado. Além disso, no voto distrital puro, Gaspar melhoraria, em tese, sensivelmente a consciência do eleitor gasparense e as chances do município ter um representante na Assembleia Legislativa para defender os seus interesses, como por exemplo, o Anel de Contorno, o pagamento das obrigações para com o Hospital etc.

AS VERBAS DO GOVERNO TEMER QUE O PT DE GASPAR USA PARA A PROPAGANDA

Na Câmara, a líder do PT, a ex-vice-prefeita por oito anos e tarimbada vereadora Mariluci Deschamps Rosa, queixa-se, com frequência na Tribuna de que o governo “golpista” de Michel Temer, PMDB, está comprando todo mundo com as tais emendas parlamentares.

Já escrevi, e isso está amplamente desmascarado na mídia, que as tais emendas são constitucionais, obrigatórias e criadas pelos próprios parlamentares para uso político deles, independentes de partido e poder. Elas estão no Orçamento da União. E todos os parlamentares, inclusive os da oposição, têm direito, ganham e distribuem aos seus currais eleitorais. Neles, fazem discursos, como se fossem uma conquista pessoal e usufruem na busca de votos. É do jogo jogado.

Dias desses, o deputado Décio Neri de Lima, presidente do PT de Santa Catarina, fez propaganda com uma verba de R$250 mil para o Instituto Federal de Educação ali no Bela Vista, que só está ali, depois de um acordo entre a Acib, do então Ricardo Stodieck que tinha a preferência total por Blumenau com a Acig, do então Samir Buhatem, intermediado pela ex-senadora Ideli Salvatti, PT, que depois tentou esconder essa história e fazer disso um cavalo de batalha para o seu partido para Gaspar.

Para não passar recibo de ingrata, Mariluci, na Câmara, ao ver a presença do atual presidente Acig, Nelson Küstner, na plateia, a contragosto do seu discurso ufanista, meio que tentou dividir a conquista do Instituto para Gaspar com o PT, que tem outros esquecidos: a Associação de Moradores do Bela Vista. Ela doou a área onde está o IFSC. A associação recebeu originariamente essas terras em doação da então Ceval, hoje Bunge.

Primeiro: esses R$250 mil são bem-vindos e ponto final. Não interessa se vai beneficiar jovens e é um ponto de interesse na alavancagem de um suplente de vereador do partido, cria de Zuchi.

Todavia, esse dinheiro é federal para uma instituição federal. Ou seja, Décio desobrigou o governo Federal, que ele chama de golpista, em R$250 mil naquilo que o próprio governo estava obrigado. E por que? Porque o Instituto, feito de jovens, é um local de resistência eleitoral e política da esquerda e especialmente do PT.

Então, as verbas do governo de Michel Temer, PMDB, por emendas parlamentares obrigatórias, as mesmas combatidas pelo PT, PCdoB, PDT, PSOL, PSB para os votos da aprovação do Teto Constitucional, da Reforma Trabalhista, do travamento dos dois impeachments e na improvável Reforma da Previdência, vão exatamente favorecer e são usados explicitamente na campanha da esquerda e do PT. Nem mais, nem menos. O resto é palanque.

Estranho? Contraditório? Incoerente? Bobagem! É mesmo falta de esclarecimento aos analfabetos, ignorantes, desinformados que são maioria e elegem essa gente. Os fanáticos, dirigentes e militantes, disfarçam, mas eles sabem exatamente o que está acontecendo, fazendo e manipulando. É o jogo jogado.

Segundo: o PT, que elegeu Michel Temer como vice e por isso ele se tornou presidente da República, foi à prefeitura de Gaspar em Dezembro com Décio, sua mulher, a deputada estadual Ana Paula Lima, o assessor de Décio e ex-prefeito aqui por 12 anos, Pedro Celso Zuchi, a sua ex-vice, Mariluci e seus vereadores para anunciar ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, o vice- Luiz Carlos Spengler Filho, PP e outros, a destinação de R$450 mil da verba do governo do PMDB de Temer, o golpista, ao Hospital de Gaspar.

O Hospital – que ninguém sabe a quem ele pertence - está sob intervenção desde o governo de Zuchi. Só faltava os petistas negarem essa ajuda. Então a verba, da emenda obrigatória de Décio, bem-vinda. Sensacional. Todos juntinhos. E não apenas por uma causa humanitária comum, mas por uma intervenção criada pelo PT. Detalhe: a foto desse encontrou na sala de Kleber, sumiu do site da prefeitura. Hum! Juntos, mas invisíveis.

RESUMINDO

As emendas parlamentares obrigatórias são majoritariamente para a saúde. Décio, que tem direito a elas como todos os outros parlamentares, por conta disso e de seu futuro, Décio não teria muitas alternativas em não alocá-las, mesmo que minimamente, em Gaspar. Décio não iria correr o risco, em plena campanha dele e dos seus, de ser acusado de não ter atendido, por vingança e pirraça, as suas bases só porque é governada pelo PMDB do “golpista” Temer ou do partido que derrotou o PT por aqui nas últimas eleições. Político que pensa no passado, morre. E o PT só usa o passado. Quando se trata de futuro, faz aliança até com o diabo.

E se Décio não direcionasse o que tem direito aqui, como seu assessor e cabo eleitoral, Zuchi, poderia se inflamar nos discursos e alianças na busca de votos para a reeleição de Décio, da mulher dele Ana Paula e outros do campo da esquerda por aqui? Esta é a mesma verba que esteve disponível por exemplo para o deputado Rogério Peninha Mendonça, PMDB, que o PT e os da esquerda do atraso afirmam elas foram ou são usadas para a compra de votos a favor de Temer e para as reformas que “tiram” direitos dos trabalhadores, os quais o PT prefere desempregados, fracos, mendigos do estado que não funciona, não os atende.

Então, a incoerência dos discursos termina quando os fatos são esclarecidos e principalmente, quando a causa comum não é exatamente à sociedade, mas a reeleição, a permanência dos grupos políticos, oligárquicos e até familiares no poder com os seus vícios e dúvidas, os quais renegam às mudanças e o saneamento. É por isso que estão com medo da eleição de outubro do ano que vem, onde a reeleição é algo temido e temerário. No fundo, estão todos juntinhos. Acorda, Gaspar!

Comentários

Renato Luiz Nicoletti
08/01/2018 15:45
Faltou coerência ao Bolsonaro. Até entendo que não teria lugar no DEM, por exemplo. Mas sendo um liberal como prega, não cola se filiar a um partido socialista.
Herculano
08/01/2018 12:52
AINDA HOJE A COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA. ILHOTA E GASPAR EM PAUTA
Herculano
08/01/2018 07:32
FCH SUGERE UNIÃO APRA EVITAR LULA E BOLSONARO, por Josias de Souza

No primeiro artigo que publicou no ano de 2018 [está abaixo, na íntegra], Fernando Henrique Cardoso sustentou a tese segunda a qual as "forças não extremadas" da política deveriam se unir para "criar consensos em favor do país e do povo." Do contrário, "o pior acontecerá". E o que seria o pior? Para FHC, o mais deletério que poderia ocorrer neste ano eleitoral seria a vitória de Lula ou de Jair Bolsonaro.

"Nas pesquisas brasileiras de opinião, pelo menos até agora, sem o quadro eleitoral formado, despontam um capitão irado de cujas propostas pouco se sabe e um líder populista sobre o qual pesam acusações (e mesmo condenações) que destroem o sonho que outrora representou", anotou FHC.

O ex-presidente tucano enumerou os presidenciáveis que deveriam, na sua opinião, se juntar em torno de consensos mínimos. Citou Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (PSD). Incluiu na lista Joaquim Barbosa, que flerta com a ideia de disputar o Planalto pelo PSB.

Na opinião de FHC, esses personagens "precisam entender que os riscos" do tipo que ele enxerga por trás das pretensões políticas de Lula e Bolsonaro "se transformam em realidade pela inércia, pela covardia ou pela falta de visão dos que poderiam a eles se opor."

As novas manifestações de FHC sobre a disputa presidencial ganharam as páginas poucos dias depois de ele ter declarado que o PSDB poderá apoiar "alguém com capacidade para juntar e que tenha princípios próximos aos nossos", caso Alckmin não consiga atingir três objetivos: aglutinar as forças de centro, convencer o eleitorado e deslanchar como um candidato viável.

O artigo de FHC transmite mais dúvidas do que certezas. A começar pelo título: "Ainda há tempo?" Ele dedicou parte do texto às mazelas que eletrificaram o cenário de 2018 no mundo. Quanto à conjuntura brasileira, FHC só consegue se manifestar com clareza até certo ponto. O ponto de interrogação.

"Já não terá bastado o descalabro econômico-financeiro produzido pelo 'capitalismo de laços' que o lulopetismo patrocinou, envolvendo e beneficiando empresas e partidos políticos, para que aprendamos a lição de que não há atalhos fáceis para o desenvolvimento e que este requer o império da lei?", ele pergunta a certa altura.

"Será que o Bolsa Família (que se originou em governos anteriores e sem tanto alarde) foi suficiente para amortecer a consciência popular e fazer crer que a esperança em dias melhores se contenta com migalhas?", indaga o articulista, como se colocasse em dúvida a capacidade de discernimento do pedaço mais pobre do eleitorado.

FHC se absteve de oferecer respostas ?""É cedo para responder". E ainda destilou pessimismo. Disse que, se não houver uma ação vigorosa dos atores políticos, os horizontes despejarão "novas tempestades" sobre a conjuntura. "Que não se iluda o leitor: o pior pode sempre acontecer. Evitá-lo depende de cada um e de todos nós. Não há fé cega na Razão ou nos bons propósitos que barre o Irracional se não se criarem alternativas que impeçam o pior de prevalecer, pela guerra ou pelo voto.", escreveu. "As consequências, já dizia o conselheiro Acácio do Eça de Queiroz, vêm sempre depois?"

Se alguma certeza pode se extraída do artigo de FHC é a seguinte: o presidente de honra do PSDB não leva a menor fé em Geraldo Alckmin. Se enxergasse viabilidade eleitoral no presidenciável tucano, não estaria propondo a abertura de diálogo com outras forças antes do início do jogo, ainda na fase de aquecimento.
Herculano
08/01/2018 07:29
QUANDO ENTRAR PARA A POLÍTICA É UM BOM INVESTIMENTO, por Vinicius Mota, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

Os Bolsonaros enriqueceram enquanto faziam política, como mostrou esta Folha. O caso específico pode ter uma justificativa plausível, e o que se espera em especial do presidenciável da família é que esclareça cabalmente os motivos da multiplicação patrimonial.

Já quando o conjunto dos representantes eleitos num mesmo território enriquece de modo desproporcional, não deveria haver dúvida quanto ao diagnóstico. Estamos falando, nesse tópico, de corrupção.

Um estudo recente a quantificar o bônus financeiro de entrar para a política numa nação emergente, do economista Ray Fisman (Universidade de Boston) e colegas, enfoca a Índia deste início de século.

Nas assembleias estaduais da gigantesca federação indiana, a evolução anual do patrimônio declarado de um deputado correu de 3% a 5% mais depressa que a do adversário derrotado na eleição distrital, em condições similares de largada. Significa acúmulo adicional de riqueza de 30% a 60%, na média, em dez anos.

Se o deputado chega a ocupar posições no gabinete do governo regional ?"equivalentes a secretarias estaduais aqui?", o bônus salta para 15% ao ano, o que confere ao eleito o quádruplo do patrimônio do adversário ao fim de uma década.

A média, porém, esconde notável variação regional. Nos Estados com maior percepção de corrupção, de acordo com indicadores como os da Transparência Internacional, o prêmio patrimonial pela eleição chega a 10% ao ano. Conforme o escore da corrupção vai ficando mais baixo, o bônus de riqueza diminui e desaparece.

A Assembleia do Rio, onde o filho mais velho de Jair Bolsonaro atua há 15 anos, sobressai no noticiário policial. O presidente, Jorge Picciani, e mais dois deputados estão presos. A percepção da corrupção ali é elevada. A evidência comparada sugere que tornar-se deputado fluminense configure, na média, bom investimento.
Herculano
08/01/2018 07:17
LEI DE PLANOS DE SAÚDE BURLA PROIBIÇÃO DE AUMENTO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os planos de saúde adoram o projeto de lei proposto na Câmara para alterar regras do setor. Após faturarem R$ 178,4 bilhões em 2016 no Brasil, as empresas fazem um lobby no Congresso para aprovar o projeto que é um primor de mau-caratismo. Se aprovada, a nova lei continuaria a permitir que planos aumentem o custo de segurados de 59 anos, em razão da proibição de fazê-lo a partir dos 60 anos. A novidade é que o aumento abusivo poderá ser "diluído" em cinco anos.

MANOBRA CRIMINOSA
De maneira criminosa, o projeto da nova lei dos planos revoga artigo do Estatuto do Idoso que proíbe aumento do seu valor após os 60 anos.

MANOBRA MAROTA
Para burlar o Estatuto do Idoso, planos de saúde aumentam valores aos 59 anos do cliente, autorizados pela "agência reguladora" ANS.

MAU-CARATISMO
O cliente passa a vida pagando plano de saúde quase sem utilizá-lo, mas aos 59 anos os preços são aumentados para empurrá-lo ao SUS.

LóGICA CAPITALISTA
Há deputados que defendem a ideia de que o idoso é problema do SUS. Para eles, planos são para os jovens, que pagam sem utilizá-lo.

CONHEÇA 7 AÇõES POLÊMICAS NO STF EM 2018
Pelo menos sete casos de grande repercussão, e que dependem da palavra final do Supremo Tribunal Federal (STF), ficaram para serem julgados este ano. Alguns foram previstos para as últimas sessões de 2017, mas não houve tempo. A definição de foro privilegiado só para alguns casos (1) é um desses temas. Outro é o direito de candidatura avulsa (2), de interesse do ministro aposentado Joaquim Barbosa.

TRANSEXUAIS
O caso do registro civil para transexuais (3), não menos polêmico, e a doação de sangue por homossexuais (4) também serão julgados.

CIGARRO ZERO SABOR
Ficaram também para 2017 o julgamento da permissão ou proibição do "sabor" de cigarros (5) produzidos no Brasil.

OUTRAS POLÊMICAS
Serão definidos a legalização do consumo de maconha (6) e a redução de 6 para 5 anos da idade para matricular criança no fundamental (7).

FALTA DE VERGONHA
O "dia de fúria" convocado pelo PT para o dia 24 poderia se chamar "dia da falta de vergonha". Afinal, um amontoado de farsantes invadirá Porto Alegre para exigir, que tristeza, impunidade para um corrupto.

FICA A DICA
Proibidos pela justiça de acampar em Porto Alegre durante julgamento do ex-presidente Lula no TRF-4, os sem-terra ameaçam tocar o terror País afora. A luta pela "reforma agrária" virou coisa secundária.

BANCO PESSIMISTA
O banco Santander prega o pessimismo. Em sua análise sobre perspectivas para a América Latina em 2018, diz que o governo Michel Temer "não tem apoio político suficiente para passar a reformar fiscal".

VAI PARAR
As 168 matérias aprovadas pela Câmara dos Deputados em 2017 devem cair ainda mais este ano. A eleição está marcada para 7 de outubro, mas algumas restrições e prazos já valem a partir de janeiro.

JÁ ESTÁ VALENDO
Desde 1º de janeiro os institutos de pesquisas de opinião pública estão obrigados a registrar junto à Justiça Eleitoral qualquer uma das pesquisas relativas às eleições ou aos possíveis candidatos.

TRUMP SE MANTÉM
Nos EUA, parece mais grave do que o fato original a investigação sobre se Donald Trump interferiu na devassa que o FBI fazia sobre suas relações com a Rússia. E ainda há mais acusações de assédio sexual, o tema quente do momento na terra do Tio Sam.

RETOMADA AUTOMOTIVA
A alta de 25% na produção de veículos em 2017, primeira em quatro anos, foi resultado do aumento nas exportações e de tímida melhora no mercado interno. Apesar disso, a ociosidade nas fábricas chega a 75%.

SHOWMÍCIO, NÃO
Entre "Condutas Veladas a Agentes Públicos Federais em Eleições", documento da AGU, está proibido a partir de 7 de julho contratar, com verba pública, shows para inaugurar obras etc. Só até a eleição.

PENSANDO BEM...
...2018 já está na segunda semana e deputados e senadores ainda tem um mês de férias
Herculano
08/01/2018 07:15
E SE NOS ADAPTAMOS A MESCLAR TRABALHO E SACANAGEM DESDE O PALEOLÍTICO? por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

As pautas progressistas têm se revelado um pouco ridículas, não? Não que eu ache que as pautas conservadoras estejam muito melhores (tipo perseguir exposições irrelevantes com gente pelada se chupando).

Temo que a própria oposição "progressista x conservador" tenha chegado ao seu ocaso e, com isso, aqueles que a defendem de forma radical (refiro-me à oposição descrita acima) tendem a se tornar fundamentalistas.

Parafraseando a máxima "a virtude está no meio", eu diria que a "virtude está na ambivalência". E toda ambivalência é insuportável para fundamentalistas. O Sapiens é ambivalente e, quando "exagera no mal", degenera, assim como também quando "exagera no bem". E ambivalência e maturidade são primas irmãs.

A virtude mais rara no debate público contemporâneo é alguma dose mínima de maturidade. E as redes sociais só pioram: em termos de debates de ideias, as redes sociais só pioraram o mundo. O debate nas redes sociais é coisa de gente boba.

Exemplos abundam. Sei que tem gente por ai defendendo que a Terra é chapada (chapados devem ser esses defensores da Terra plana).

Mas as idiotices não param por aí. Adentram o terreno do "debate qualificado e acadêmico". E isso é o pior: a universidade, além de irrelevante, vai se tornando, aos poucos, um celeiro que faria inveja ao fundamentalismo islâmico em termos de ódio e intolerância.

A única saída para a universidade é abandonar a intenção de salvar o mundo. As ciências humanas devem desistir de mudar o mundo. Conhecê-lo já é difícil o suficiente.

Os racistas progressistas (a moçada que defende o apartheid sexual como forma de combate ao racismo... Risadas?) repetem o caminho das feministas radicais no seu ódio ao sexo.

O que está por trás do mimimi sobre "miscigenação é genocídio" é o ódio ao sexo. É o ódio à ideia de que negros podem gozar dentro de brancas, e estas adorarem, ou a ideia de que negras podem ficar molhadinhas e com água na boca sonhando em dar para o colega branco. Ou vice-versa.

É o mesmo ódio que o feminismo radical dedica ao homem heterossexual. "Todo ato (hetero)sexual é uma forma de estupro" não quer dizer outra coisa. A obsessão por assédio sexual acabará com as relações entre homens e mulheres em poucos anos. E entre gays também. O ódio é o afeto hegemônico no mundo contemporâneo.

E essa gente se diz "progressista". E se a espécie estiver adaptada a misturar sobrevivência, gozo, trabalho e sacanagem desde o Paleolítico?

Acho que Freud nunca foi tão atual em seu diagnóstico acerca do medo histérico do sexo. O Freud "insuportável" foi deixado de lado pela esquerda inteligentinha.

A esquerda deveria se manter naquilo que ela fez de melhor até hoje: ficar atenta aos danos que a sociedade de mercado causa nas pessoas. Diagnóstico este sintetizado nos conceitos de mercadoria e instrumentalização ?"e largar mão dessas taras sexuais.

E se o desejo sexual morrer quando se tornar "correto"? Não duvido que seja exatamente a intenção desses raivosos contra o gozo alheio. Querem mesmo é fazer de todos os humanos seres castrados no gozo. Não é muito diferente de quem acha que pessoas que gostam de gozar dentro de pessoas do mesmo sexo sejam doentes.

Mas o ridículo vai mais longe. E quem acha que parando de consumir qualquer "matéria animal" está salvando o mundo? Os jovens mais puritanos, fundamentalistas e intolerantes são os que pensam assim. O veganismo é uma forma de fundamentalismo que carrega rúculas ao invés de bombas.

O horror ao sangue é semelhante ao horror ao sêmen ou à mulher molhadinha de tesão querendo "dar". Um dos piores danos aos jovens está sendo realizado nessas escolas que "educam para a paz". O jovem que abraça árvore hoje é o mesmo que não conseguirá abraçar ninguém amanhã.

As taras sexuais da "esquerda de campus" - a esquerda inventada nos campi universitários americanos que tem horror a sangue, sêmen e mulheres molhadinhas de tesão - terá como grande "ganho" o fortalecimento das correntes reacionárias. O século 21 será um terreno baldio de bobos e raivosos regados a algoritmos
Herculano
08/01/2018 07:12
a qualidade dos cupins que corroem o Brasil travestidos de políticos e eleitos por nós e pagos com os nossos pesados impostos para reinarem numa sociedade carente de tudo, principalmente de ética.

PREVIDÊNCIA: POR QUE FICOU PARA 2018?

Rodrigo Maia culpou, no Canal Livre, da TV Bandeirantes, as denúncias contra Michel Temer - principalmente a segunda - pela não aprovação da reforma da Previdência em 2017.

Sem as denúncias, a proposta seria aprovada em junho na Câmara e em agosto no Senado, disse o deputado.

"O Brasil estaria projetando hoje crescimento de 4%, 4,5%
Herculano
08/01/2018 06:58
O MELHOR RETRATO DA FALÊNCIA DO CARO E LENTO JUDICIÁRIO, DA FALHA - QUANDO EXISTE - INVESTIGAÇÃO POLICIAL,DA CRESCENTE INSEGURANÇA DA SOCIEDADE DIANTE DOS CRIMES QUE AUMENTAM, BANALIZAM E SE BARBARIZAM SOB A COMPLACÊNCIA DOS POLÍTICOS, LEIS E INDULTOS MAROTOS.

NÃO É A TOA QUE CANDIDATO QUE PROMETE FALSAMENTE ACABAR COM ESTE ESTADO DE DORMÊNCIA COLETIVA É UM DOS LÍDERES DA PESQUISA NA CORRIDA À PRESIDÊNCIA

APOIO À PENA DE MORTE BATE RECORDE ENTRE OS BRASILEIROS, APONTA DATA FOLHA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Ângela Boldrini, da sucursal de Brasília. Em nove anos, o apoio da população à aplicação da pena de morte no Brasil cresceu, de acordo com uma recente pesquisa Datafolha. Segundo o levantamento, 57% dos entrevistados se disseram favoráveis à adoção da penalidade capital. Em 2008, data da última pesquisa do instituto sobre o tema, 47% tinham a mesma opinião.

Esse é o recorde numérico desde que a questão passou a ser aplicada pelo Datafolha, em 1991. Mas empata na margem de erro ?"de dois pontos percentuais, para mais ou para menos?" com os percentuais de 1993 e 2007, quando 55% da população se disseram favoráveis à punição.

A pena de morte não é aplicada no país, embora esteja prevista no inciso 47 do artigo 5º da Constituição em período de guerra declarada. A última em que o país entrou foi a Segunda Guerra Mundial.

Em 2015, pela primeira vez em mais de 150 anos, brasileiros foram mortos por terem sido condenados à pena capital. As execuções de Marco Archer, em janeiro, e depois a de Rodrigo Gularte, ambas na Indonésia, foram as primeiras de brasileiros no exterior.

Já no Brasil, a última execução de um homem livre condenado à morte pela Justiça Civil aconteceu em 1861, na província de Santa Luzia, que deu origem à cidade de Luziânia, no entorno do Distrito Federal.

De acordo com o Datafolha, que entrevistou 2.765 brasileiros em 192 municípios nos dias 29 e 30 de novembro passado, 39% da população são contrários à punição. Além disso, 1% se declarou indiferente, e outros 3% não souberam responder.

De acordo com a pesquisa, o apoio à pena de morte é maior entre os brasileiros mais pobres. Entre aqueles com renda mensal de até cinco salários mínimos (ou R$ 4.770), o apoio é de 58%. Ele recua para 51% na faixa dos cinco a dez salários (R$ 9.540) e cai ainda mais entre a parcela mais rica, indo para 42%.

Mulheres tendem a apoiar menos a punição capital, com 54% de apoio, ante 60% dos homens. Já em relação à idade, a faixa etária que mais apoia a execução de condenados é a de 25 a 34 anos, em que 61% se disseram favoráveis à proposta.

Os idosos, acima de 60 anos, são os menos propensos a aceitar a adoção da punição, com 52% de apoio. Os ateus são o grupo que menos apoia a pena de morte. Apenas 46% deles se declararam favoráveis.

Já entre os adeptos das principais religiões brasileiras, são os evangélicos aqueles mais reticentes com relação ao tema: 50% são favoráveis, contra 45% contrários (4% não souberam responder e 1% se disse indiferente). Já os católicos são o que mais defendem a punição: 63% são favoráveis, ante apenas 34% contrários
Herculano
07/01/2018 21:38
FILIAÇÃO AO PSL DEIXA BOLSONARO SEM NEXO, por Josias de Souza

Há no projeto presidencial de Jair Bolsonaro uma insustentável teatralização do novo. A bordo do seu sétimo mandato parlamentar, o candidato apresenta-se como uma fulgurante novidade, única alternativa radical contra os maus costumes. Ajudou a apertar o nó que asfixiou o mandato de Eduardo Cunha. "Com a coerência de sempre", votou duas vezes a favor da abertura de processos criminais contra Michel Temer. A teatralização da ética tornou-se escancarada no instante em que o capitão sentou praça no Partido Social Liberal, o PSL.

Dono de uma bancada nanica, o PSL compôs a milícia parlamentar de Eduardo Cunha. Seus dois deputados, o líder Alfredo Kaefer (PR) e Dâmina Pereira (MG) acompanharam o ex-presidente da Câmara até a beira do abismo. O mandato de Cunha foi interrompido por 450 votos a 10. Alfredo agarrou-se na beirada, optando pela abstenção. Dâmina pulou no precipício, votando a favor de Cunha.

Na apreciação das duas denúncias criminais contra Temer, a bancada do PSL, engordada pela presença do suplente de deputado Luciano Bivar (PE), presidente nacional da legenda, juntou-se à ala dos coveiros da Câmara. Bivar, Alfredo Kaefer e Dâmina Pereira ajudaram a enterrar as acusações, impedindo o Supremo Tribunal Federal de converter Temer em réu, o que levaria ao seu afastamento do cargo.

Na sexta-feira, Bolsonaro e Bivar divulgaram uma nota conjunta. Nela, escreveram: "É com muito orgulho que o PSL recebe o deputado Jair Bolsonaro e sua pré-candidatura à Presidência da República. Outrossim, é com muita honra que o deputado se sente abrigado pela legenda, e muito à vontade em um partido onde existe total comunhão de pensamentos."

Ogulhoso de seu passado militar, Bolsonaro costuma dizer que, eleito, proverá "ordem e progresso" aos brasileiros. Movimenta-se no palco, porém, como administrador de um regresso. Ou informa de onde vem a "comunhão de pensamentos" que o uniu ao PSL ou desfilará pelo palco de 2018 com um discurso desconexo.

Segundo colocado nas pesquisas, o capitão do social-liberalismo faz pose de contraponto extremo do general do PT. Sapateia sobre a derrocada moral de Lula, o favorito, sem olhar para o próprio rastro. Noutros tempos, era o petismo que rodopiava em cena como símbolo da nova moralidade. Em 2005, foi apanhado no mensalão. Em 2014, foi pilhado no petrolão. Ou seja: no Brasil, o novo é uma coisa muito antiga.
Periquito Arrepiado
07/01/2018 14:55
Conheça o alarme que vai trazer a tranquilidade da sua casa e do seu sono.

JAIR MESSIAS BOLSONARO.
Roberto Sombrio
07/01/2018 14:38
Ao Zeca do PP.

Segundo o senhor afirma, o diretor do Samae Hilario Melato vai adquirir máquinas, caminhões, construir 3 novos reservatórios e valorizar os bons funcionários. Seria ele e aqueles que lhe afagam o paletó?
Estão roubando de onde? Se a cidade inteira está sem água os hidrômetros não giram, o dinheiro não entra. Em plena luz do dia estão confirmando que desviam dinheiro de outras áreas para parecerem capazes. Ou o dinheiro para essas obras estava debaixo do colchão e não contaram para ninguém? Estão imitando o PT que jurava ter R$ 20 milhões para a Ponte do Vale e que correspondia a metade da obra? Não precisam imitar o PT, afinal são iguais, da mesma escola.
Estou de saco cheio de ficar sem água e acorde porque o povo deixou de ser burro.
Roberto Sombrio
07/01/2018 14:21
Oi, Herculano.

J.R. Guzzo, na revista Veja.

"Lula tem prometido, por exemplo, virar o país de cabeça para baixo, mas não parece que há muita gente interessada nisso".

Poi é! Lula virou o país de cabeça para baixo e só agora se deram conta. Não estavam interessados nisso.
Sidnei Luis Reinert
07/01/2018 14:18

domingo, 7 de janeiro de 2018
É melhor Lula Jair se acostumando para apoiar Meirelles Presidente com a Marina no fla-flu 2018?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Os deuses do mercado já fazem as apostas em seus cassinos informais: Michel Temer dificilmente termina seu mandato tampão. O vice que derrubou a Dilma terá de focar na saúde e não na Presidência da República. Infelizmente, infecção urinária, com colocação de sonda, é sinal de doença grave e em estágio avançado. Rodrigo Maia já está pronto para assumir.

Quem também está pronto para assumir que é candidato à sucessão de Temer e do Rodrigo é o Henrique Meirelles. A maior dificuldade dele será dissociar sua imagem da impopularidade do desgoverno Temer ?" uma continuidade light da Era PT ?" onde a turma do agora MDB era avalista e parceira (ou comparsa, como preferem alguns).

Aliás, Meirelles é um dos grandes expoentes na Era Lula ?" presidindo o Banco Central ou comandando o Conselho de Administração da holding da dupla delatora Joesley e Wesley, até chegar ao Ministério da Fazenda que hoje ocupa. Meirelles é um candidato que Lula apoiaria (ou melhor, apoiará) de olhos fechados e com o pé nas costas.

Meirelles tentará ser a "terceira via". O companheiro e amigo Lula pode não vir candidato. Se vier, não tem chance. Meirelles é o homem forte do Gilberto Kassab que conta com a sustentação nacional do MDB para alavancar seu PSD. Dinheiro dificilmente faltará na campanha do eterno banqueiro Meirelles.

Ele é o cavalo favorito da Oligarquia Financeira Transnacional para vencer a eleição eletrônica inconfiável de 2018. A maior articulação em andamento, nos bastidores, é uma aliança silenciosa dele com a Marina Silva ?" outra queridinha da Oligarquia Financeira Transnacional. Ideal (para os donos do poder) seria uma aliança direta entre ambos, para fechar uma chapa. Se não for antes, um apóia o outro depois, no segundo turno eleitoral.

O fla-flu eleitoreiro se desenha. O objetivo de Meirelles, Marina & Cia é impedir qualquer chance de Jair Bolsonaro ?" a grande incógnita da eleição. Alguns deuses do mercado flertam com ele? É verdade ou jogo de cena? Na dúvida, alguns tentam o milagre tático de convencer Bolsonaro sobre o fato de que o Brasil precisa ser mais liberal, com menos Estado e mais iniciativa privada. Será possível?

Nossa tragédia se repete como farsa a cada quatro anos. Caminhamos para mais uma eleição sem debate sério sobre os temas nacionais. As tais "prioridades" (Segurança, Saúde e Educação) serão tratadas com a demagogia costumeira. É previsível que todos os candidatos produzam seus "programas" mirabolantes, porém sem consistência estratégica. Quebrar tal maldição é fácil, não...

Lula não será candidato. Se for, será a presidiário ?" e não a Presidente. Temer terá de cuidar da saúde, para que a Marcela não se torna uma bela viúva precoce. Por enquanto, Temer urina bem. O problema são suas "cagadas"...

Meirelles, Marina e Jair correrão atrás do sonho ?" ou do prejuízo temarário. A galera fica doida, na torcida quase nada organizada. O fla-flu come solto... E o Brasil segue do mesmo jeitinho...
Roberto Sombrio
07/01/2018 13:37
Leiam e reflitam.

Para os que têm medo de intervenção militar refletirem... ou alguém que é contra expressar qual a solução alternativa?

Discurso do General Gramoza.

"Liberdade para quê?
Liberdade para quem?
Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, enganar, traficar e viciar?
Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores, para mentirosos, traficantes, viciados e hipócritas?

Falam de uma "noite" que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos para a
baderna, a roubalheira e o desmando que, à luz do dia, já dura 26!

Fala-se muito em liberdade!
Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros fumê!

Mas, afinal, o que se vê?
Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora,
Exército nos morros, negociação com bandidos, violência e muita hipocrisia.

Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros, pedófilos,
professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos "bullying", conivência e mentiras, vemos crianças que matam, crianças drogadas,
crianças famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças assassinadas.

Da janela dos apartamentos e nas telas das televisões vemos arrastões, bloqueios de ruas e estradas, terras invadidas, favelas atacadas,
policiais bandidos e assaltos a mão armada.

Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres, chacinas e
seqüestros. Uma terra em que a família não é valor, onde menores são
explorados e violados por pais, parentes, amigos, patrícios e estrangeiros.

Mas, afinal, onde é que nós vivemos?
Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o criminoso é
conhecido, reconhecido, recompensado, indenizado e transformado em herói! Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si,
organizam "mensalões" e vendem sentenças!

Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas explodidos.

É aqui, na terra da "liberdade", que encontramos a "cracolândia" e a "robauto", "dominadas" e vigiadas pela polícia!

Vivemos no país da censura velada, do "microondas", dos toques de recolher, da lei do silêncio e da convivência pacífica do contraventor com o homem da lei. País onde bandidos comandam o crime e a vida de
dentro das prisões, onde fazendas são invadidas, lavouras destruídas e o gado dizimado, sem contar quando destroem pesquisas cientificas de
anos, irrecuperáveis!

Mas, afinal, de quem é a liberdade que se vê?
Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade ou da bandidagem organizada e institucionalizada que a controla?

Afinal, aqueles da escuridão eram "anos de chumbo" ou anos de paz?
E estes em que vivemos, são anos de liberdade ou de compensação do crime, do desmando e da desordem?

Quanta falsidade, quanta mentira, quanta canalhice ainda teremos que
suportar, sentir e sofrer, até que a indignação nos traga de volta a vergonha, a autoestima e a própria dignidade?

Quando será que nós, homens e mulheres de bem, traremos de volta a nossa
liberdade?"

General da Reserva do Exército Brasileiro.

E eu digo: "Já que o STF não me serve mais... que venha o exército".
Roberto Basei
07/01/2018 13:09
Da para viver, mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mal é só não permitir que a maldade do mundo te pareça normal


Na segurança NAICIONAL
No comando do Exército Brasileiro e à frente de 215 mil homens dos quais é exigido pleno vigor físico, o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, 66, depara-se com dilemas de acessibilidade, precisa de apoio para atividades e pensa todos os dias até quando irá conseguir resistir ao poder da doença degenerativa grave que o acomete.


No Ministério do Trabalho
Escolhida pelo presidente Michel Temer para comandar o Ministério do Trabalho, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) foi condenada em uma ação trabalhista a pagar R$ 60,4 mil a um ex-motorista de sua família que não teve assinada a carteira de trabalho.


No Legislativo
Nelson Nahim (PSD-RJ), que deve assumir a vaga da deputada após ela tomar posse como ministra do Trabalho, foi preso em junho de 2016 sob acusação de participar de uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes
Ele foi preso com outras 12 pessoas, em junho de 2016, numa ação da Polícia Civil e do Ministério Público, sob a acusação de participar de uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes, em Campos de Goytacazes (RJ).


Na Saúde
Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no começo deste ano e tornado público no sistema da Corte nesta sexta-feira (17), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aponta suspeitas de pagamento de propina de R$ 100 mil, em 2014, para a campanha à reeleição do ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), para a Câmara dos Deputados
Ministro da Saúde de Temer é investigado por corrupção, peculato e outros crimes
Ricardo Barros, tesoureiro-geral do PP, sofre ações por sua gestão como prefeito de Maringá (PR). Em sua posse na Saúde, deu indícios de que o programa Mais Médicos poderá estar com dias contados
Herculano
07/01/2018 12:52
Ao "brasiliense" Zeca do PP (IP 179.254.68.233)

Você escreve-me: "Chegou a hora do senhor parar de falar bobagens de nossa administração, especialmente do Melato, o melhor diretor de todos os tempos, vai construir 3 reservatórios, vai comprar caminhões e máquinas e valorizar os bons funcionários do Samae".

Respondo: antes, Melato devia fazer o mínimo e essencial, dar água aos gasparenses, água que não faltava como agora e tudo provocado por erros técnicos e o mau relacionamento entre as equipes feitas de bons funcionários que ele não consegue liderá-los.

Quanto eu ser alguma coisa nas administrações públicas, repito o que já afirmei aqui e em outros, tantas vezes: nunca serei por minha reconhecida incompetência para me juntar a gente que não conseguiu ser relevante fora das tetas dos governos incapazes de cumprir minimamente as promessas e discursos de palanques, sugando sempre os pesados impostos do povo nas tetas fartas para a sobrevivência pessoal e dos grupos de interesses que os rodeiam.

Sugestão: Talvez, seja melhor o Melato pedir ajuda para as aquisições que projeta ao seu mais próximo conselheiro de todos os tempos, o ex-deputado e ex-presidente do PP, João Alberto Pizzolatti Júnior. Ai estará tudo explicado e consertado. Acorda, Gaspar!
Herculano
07/01/2018 12:40
POR OUTRO BANCO DO BRASIL, por Maílson da Nóbrega, economista, ex-ministro da Fazenda, na revista Veja

A privatização será benéfica ao país e aos seus funcionários

O Banco do Brasil é a estatal mais emblemática do país. Nasceu em 1808 como banco privado para emitir moeda, uma necessidade criada pela chegada da família real ao Brasil e pela abertura dos portos.

O primeiro BB quebrou em 1829. Emitiu mais do que o lastro. Segundo Pandiá Calógeras, por erros atribuíveis "quase que exclusivamente ao governo, por causa dos empréstimos dispensáveis que solicitara, ou melhor, impusera".

O segundo BB surgiu em 1853 focado em crédito. Nasceu da fusão do Banco do Brasil ?" criado pelo barão de Mauá em 1851 ?" com o Banco Comercial. Manteve-se sob o controle privado.

O terceiro resultou da fusão do segundo BB com o Banco da República do Brasil, em 1905. Com a Carteira de Redescontos, criada por lei de 1920, descontava seus empréstimos nele mesmo, algo inédito. Começava sua grande ascensão, sob o controle crescente do governo.

A Carteira de Crédito Agrícola e Industrial (lei de 1937) seria sua principal marca. Novas funções, inclusive de banco central, lhe foram atribuídas: o monopólio do câmbio, o controle e o financiamento do comércio exterior, a fiscalização bancária e a de depositário de recursos dos bancos.

Na lei que criou o Banco Central (BC, de 1964), o BB constou como o principal instrumento da política de crédito oficial via Orçamento Monetário, uma estimativa dos balanços anuais do BC e do BB.

Nasceu a "conta de movimento", que supriria automaticamente o BB de recursos pelo BC, permitindo-lhe conceder "empréstimos sem limite". Nos anos 1970, o BB virou o oitavo banco do mundo, mais pela forma de expandir seus empréstimos do que pelo porte da economia.

O BC atuava como banco de desenvolvimento, em esquema similar ao do BB, e geria a dívida pública. Um departamento do BB executava o Orçamento da União.

Nos anos 1980, fortes pressões inflacionárias tornaram a situação insustentável. Entre 1983 e 1984, estudos da Fazenda preconizavam abolir a "conta de movimento", as atividades de desenvolvimento do BC e o Orçamento Monetário. Sugeriam a criação da Secretaria do Tesouro Nacional, para que esta assumisse as funções fiscais do BC e do BB.

As medidas foram aprovadas entre 1986 e 1988. O BB foi autorizado a atuar como qualquer outra instituição financeira. Malograram os temores de que ele não venceria os desafios.

Em 1995, o BB iniciou sua transformação. Diversificou operações, sofisticou a base tecnológica e ganhou eficiência. Arca, ainda, com o ônus de ser estatal. Tem sede em Brasília. Muda frequentemente a administração e a estratégia. Sofre o custo da fiscalização do Tribunal de Contas da União e da subordinação à Lei de Licitações.

A saída é a privatização. O BB está pronto. Poderá premiar funcionários por geração de negócios e produtividade, como ocorre em bancos privados. Livre do jugo do governo, aumentará a competição no mercado bancário e ampliará o papel de apoio ao desenvolvimento do país.

Surgirá um banco mais competitivo. O quarto Banco do Brasil da história será mais forte e promissor.
Herculano
07/01/2018 12:38
CORAGEM NAS ELEIÇõES DE 2018, por Bernardo de Rezende e Marcelo Trindade *, no jornal O Globo

Cumpre aos candidatos a coragem de buscar, pelo debate, a compreensão dos eleitores de que o Estado sequestrado não os beneficia, mas sim à minoria que dele se apoderou

Candidatos às eleições deste ano precisam ter coragem de atacar o sequestro do Estado. É impossível iniciar 2018 sem refletir sobre o que as eleições de outubro reservarão ao país. A nosso ver, isto depende menos de quem serão os candidatos e mais da sua coragem em discutir, com honestidade e clareza, os assuntos urgentes para o Brasil. Porque a situação do país é grave, e somente quem tiver jogado limpo na eleição terá legitimidade para fazer o que é preciso depois da posse. Os demagogos não chegarão ao final dos mandatos ou, pior, nos levarão direto ao fundo do poço.

Entre os assuntos mais delicados, mas que precisam ser enfrentados com coragem, está a reforma do Estado brasileiro. Se o Estado sucumbir, dominado pelas minorias que o agigantaram e o sequestraram, a democracia também pode fraquejar, cedendo lugar a falsas soluções, milagrosas e radicais.

Neste e em outros temas, a alternativa que se apresenta em 2018 é muito melhor. Trata-se de, democraticamente e sem ruptura, livrar o Estado brasileiro dos interesses daqueles poucos que dele se apropriaram, redimensionando-o para os serviços e os destinatários a que realmente precisa dedicar-se, que são a maioria de nossa população.

Haverá, é claro, resistência dos interesses atingidos. Entidades que representam empresários favorecidos com subsídios, empréstimos a taxas módicas, benefícios tributários e relações por vezes promíscuas com empresas estatais e outros entes governamentais, vão reagir. Lideranças sindicais de funcionários públicos que se acostumaram com aposentadorias precoces, salários iniciais superiores aos de mercado, jornadas de trabalho reduzidas e produtividade e eficiência muito abaixo das desejadas também se agarrarão a suas vantagens.

Não há nada de errado em que os interessados defendam seus pontos de vista, desde que o façam às claras e por métodos legítimos. Mas cumpre aos candidatos ter a coragem de buscar, pelo debate, o convencimento dos eleitores, e a compreensão, por estes, de que o Estado sequestrado não os beneficia, mas sim à minoria que dele se apoderou. A demagogia corporativista ou será derrotada pelo voto ou pela falência do Estado. O melhor, para todos, inclusive os que se beneficiam do estado atual de coisas, é que a mudança venha pelo voto.

Este é um dos assuntos em que não pode haver meias palavras na boca de candidatos, porque será preciso agir após a posse, e não vale a pena ganhar e depois fraquejar, pagando o alto preço da omissão. É preciso enfrentar o tema em todas as suas frentes. Às questões mais presentes no debate público ?" como a reforma da Previdência e a privatização de estatais ?" devem somar-se outras, como a extinção de subsídios, a adequada regulação dos serviços públicos concedidos e a prestação de serviços de saúde e educação de qualidade, geridos modernamente, oferecidos gratuitamente a quem não possa por eles pagar e mediante cobrança justa a quem possa.

O funcionalismo público é um caso à parte, e de extrema relevância na demonstração de coragem dos candidatos. É fundamental realizar uma radical alteração de paradigma, reduzindo-se ao mínimo os cargos de confiança, vinculando parte relevante da remuneração a resultados mensuráveis e estabelecendo planos de carreira em que os salários cresçam à medida em que aumente a eficiência e a satisfação de quem usa os serviços públicos ?" inclusive no campo vital da segurança. Um modelo em que a carreira pública volte a ser um plano de vida e de realização dos mais elevados valores da cidadania, e não um objetivo egoísta tido por alcançado com a mera aprovação no concurso.

Haverá muitos custos na transição de um Estado sequestrado para um Estado eficiente, e isto também precisa ser discutido às claras. Propostas que impliquem ruptura não são palatáveis na prática democrática. Os candidatos precisam ser criativos e conceber períodos de transição, de adesão voluntária incentivada aos novos regimes e outros mecanismos que viabilizem as reformas.

Refundar o Estado brasileiro, em todas as suas dimensões, é tarefa árdua, como tantas outras que desafiam o país. Mas se este e outros temas relevantes forem debatidos com coragem nas campanhas de 2018, os compromissos dos eleitos, sejam quem forem, serão irreversíveis, e o Brasil reafirmará a sua vocação democrática.

*Bernardo Rocha de Rezende (Bernardinho) é economista, empresário e treinador bicampeão olímpico de vôlei. Marcelo Trindade é advogado e professor no Departamento de Direito da PUC-Rio.
Herculano
07/01/2018 12:20
É O QUE TEMOS, por J.R. Guzzo, na revista Veja

A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente? (?)
Que famas lhe prometerás?
Que histórias?
Que triunfos? Que palmas?
Que vitórias?
Luís de Camões, Os Lusíadas

O VELHO DO RESTELO, esse homem difícil, pessimista e dado a falar o contrário do que se espera, disparou as perguntas acima a Vasco da Gama e outros peixes graúdos da corte de Portugal no momento em que largavam do cais de Belém, sob as palmas da multidão, para a viagem que os levaria a descobrir o novo Caminho das Índias. Denunciava, nas palavras que Camões tornou imortais em seu poema, a "glória de mandar" e a "vã cobiça" de Gama e de seus parceiros ?" eles juravam estar indo "além da força humana" pelo bem da pátria, mas só estavam interessados mesmo em sua fama, fortuna e ambições pessoais. Se ainda estivesse circulando hoje por aí, o áspero velho bem que poderia perguntar ao e­­x-presidente Lula: "Que promessas farás em tua campanha eleitoral de 2018?". Promessa nunca foi problema para Lula, é verdade. Mas, se for candidato a presidente mais uma vez, ele vai ter de arrumar alguma promessa, qualquer promessa ?" e no seu repertório de hoje não há nada que possa realmente entusiasmar as multidões.

Lula tem prometido, por exemplo, virar o país de cabeça para baixo, mas não parece que há muita gente interessada nisso ?" o que se quer, pelo que dá para entender, é que o país fique com a cabeça onde está e vá em frente. Ele promete, também, mudar tudo na Petrobras. Mudar para quê? É a primeira vez em quase quinze anos que a Petrobras tem uma diretoria que não rouba a empresa. O que Lula está propondo? Criar de novo a situação de ladroeira alucinada que arruinou a companhia durante seus governos e os de Dilma Rousseff? Outra promessa é recuperar "direitos que foram cortados" do povo brasileiro. Quais? O imposto sindical, por exemplo, abolido na reforma trabalhista? Não dá, ao mesmo tempo, para prometer um novo "trem-bala", um segundo "pré-­sal" ou a transposição das águas do São Francisco no sentido contrário.

Até algum tempo atrás, Lula punha muita fé em prometer na campanha uma reforma monumental na economia. Hoje a coisa já parece mais complicada. Fazer o contrário do que está sendo feito pelo governo de Michel Temer significa, por exemplo, aumentar os juros, que chegaram à menor taxa da história. Não dá para prometer um negócio desses. O ex-pr­esidente também não pode prometer que vai aumentar a inflação, que hoje é a mais baixa dos últimos vinte anos. Nem jogar o Brasil de volta à maior recessão jamais vista por aqui ?" obra-prima de sua criatura, que conseguiu fazer a economia recuar mais de 7% em 2015 e 2016.

Sempre existe à mão, naturalmente, a história da "ascensão social", um dos maiores contos do vigário jamais aplicados neste país. Ao final de seu governo, Lula anunciou que a pobreza havia sido extinta por ele no Brasil. Acreditaram nisso, na época, de São José dos Ausentes até a Universidade Harvard ?" e talvez dê para reembalar a mercadoria e passar adiante mais uma vez. Segundo o ex-­presidente, só haviam sobrado aqui e ali uns poucos pobres para ser salvos; segundo ele, não tinha sido possível localizar fisicamente esses coitados, de tão poucos que eram em nosso vasto território. Dilma teria só de fazer o acabamento. Ela foi rápida. Em 2013, proclamou que a miséria tinha sido extinta de uma vez por todas; a partir de então, só havia no Brasil de classe média para cima. O truque aritmético que usaram para fabricar essa nova realidade é conhecido. Um desses órgãos públicos encarregados de fazer estatísticas, que o PT então utilizava como parte do seu departamento de propaganda, decretou que a classe média no Brasil começava em 1?280 reais por mês; com 1?281 o sujeito já não era pobre. Pronto: acabou a pobreza.

O problema com tudo isso é que o IBGE, com dados apurados durante os próprios governos de Lula e Dilma, acaba de divulgar números oficiais em que a verdade aparece. Em 2016, ano em que Dilma foi despachada, em 31 de agosto, 52 milhões de brasileiros viviam abaixo da linha da pobreza ?" o que, pensando um pouco, é gente que não acaba mais. Se Lula e o PT eliminaram a miséria, de onde, então, saiu todo esse povo que sobrevive com 18 reais e alguns centavos por dia? O ex-­presidente e sua corte têm uma explicação: foi Michel Temer, de agosto do ano passado para cá, quem criou sozinho os 52 milhões de pobres que andam por aí. Só mesmo Lula, agora, para salvar a vida deles. É meio duro de engolir. Mas, em matéria de promessa, é o que temos no momento.
Herculano
07/01/2018 12:18
MULTA DA PETROBRÁS REAFIRMA O CRIME DO PETROLÃO, editorial do jornal O Globo

Acusados e condenados costumam continuar a jurar inocência, mas a indenização bilionária que a estatal se propõe a pagar descredencia essas juras

Sempre negar é regra seguida por acusados de crimes. Mesmo que as evidências o desmintam, não importa que já seja um condenado. No mundo do colarinho branco, Paulo Maluf é o símbolo maior deste costume, e deve sair da Papuda sem mudar. No seu caso, de desvio de dinheiro de obras em São Paulo, lavagem e remessa para o exterior, na última passagem pela prefeitura da cidade, há, entre outras, provas documentais (assinaturas etc.). Mas isso não importa.

O mesmo se repetiu no mensalão do PT (também no do PSDB) e ocorre no petrolão, do PT e associados (MDB e PP, os principais). O ex-presidente Lula sempre negou o mensalão, mesmo que várias estrelas mensaleiras de primeira grandeza do partido tenham cumprido penas em prisão (José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares etc.), definidas pelo Supremo Tribunal.

O roteiro é seguido também no petrolão, desbaratado pela Lava-Jato, e hoje com vários processos em andamento e diversas condenações ?" inclusive de Lula, em primeira instância, no caso do tríplex do Guarujá, e prestes a ser julgado em segundo grau. Porém, é necessário continuar a negar, por questões jurídicas e também políticas. Político jamais confessa.

O acordo a que a Petrobras chegou com investidores que aplicaram em papéis da empresa no mercado americano, como indenização por perdas causadas pelos efeitos das falcatruas do lulopetismo na empresa, é outra forte chancela que sacramenta como verdadeiras as acusações contra políticos e diretores da estatal ligados ao PT, MDB e PP, que patrocinaram um assalto bilionário à companhia.

Por que a empresa proporia pagar US$ 2,95 bilhões em multas (cerca de R$ 9,5 bilhões) a participantes de uma ação coletiva instaurada na Justiça americana se não estivesse convencida de que inexiste alternativa? Ou seja, de que é impossível provar que não houve o petrolão. Provas e evidências são graníticas.

Esta proposta da estatal, que ainda precisa ser aceita pela Justiça ?" a mais elevada multa a ser paga no país por uma empresa estrangeira ?" é mais uma comprovação deste crime. Têm o mesmo efeito multas elevadas acertadas no Brasil por empreiteiras sócias do lulopetismo, aliadas no assalto à Petrobras, para financiar o projeto de poder do PT e coligados, assim como elevar o patrimônio de vários políticos e operadores financeiros que fizeram passar centenas de milhões por suas lavanderias.

Esta multa histórica que a Petrobras deve pagar nos Estados Unidos desmente todo aquele que continua a negar o esquema. Vale, é claro, para o ex-presidente Lula com o apartamento tríplex do Guarujá e o sítio em Atibaia, produtos, segundo provas e testemunhos, da corrupção na estatal, motivo que leva a empresa a desembolsar bilhões de reais para escapar de penas mais severas. Depois disso, se já eram, os desmentidos e negativas ficam ainda mais patéticos.
Herculano
07/01/2018 12:17
AINDA HÁ TEMPO?, por Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, ex-senador, ex-ministro da Fazenda que implantou o Plano Real, ex-presidente da República pelo PSDB, no jornal O Estado de S. Paulo

É cedo para responder. O Brasil precisa de bom senso. O pior pode sempre acontecer

Começo de ano. A praxe indica que nestas ocasiões é melhor expressar os desejos de um próximo ano melhor e lastimar o que de ruim houve no anterior, sem deixar de soprar nas brasas de esperança suscetíveis de serem encontradas no meio de desvarios e extravagâncias porventura havidas. Será?

Não sei. Fui formado com a obsessão da dúvida metódica cartesiana. A certa altura, lendo Pascal, percebi que mesmo para os mais crentes o caminho da salvação não se encontrava no cômodo embalar da fé sem pitadas de dúvidas. Melhor tê-las e tentar responder, com a lógica (e a esperança), ao demônio da descrença. Por isso coloco o ponto de interrogação no título deste artigo.

Mantenho a esperança, mas convém reconhecer que 2017 mostrou que não dá para ter certeza de que os riscos da guerra e do irracional não prevaleçam. Já tivemos sonhos de cooperações entre Estados quando os diplomatas se dedicavam ao multilateralismo para resolver problemas ou pelo menos promover convergências de opiniões, mas só vemos confrontações. Quantos atentados terroristas houve? Muitos. E mesmo que um só tivesse havido, matando crianças e adultos que nada têm que ver com as fúrias políticas e religiosas dos fanáticos, já seria suficiente para assustar a Razão. Que dizer do Boko Haram, das mortes provocadas pela Al-Qaeda e pelo Estado Islâmico, dos atentados na Tunísia, no Iêmen ou onde mais seja, que prosseguem no caminho perverso do ataque, já antigo, às torres gêmeas ou ao Bataclan? O mundo parece percorrer um longo ciclo de desrazão que pode muito bem levar a uma guerra mundial.

Quase a cada mês vem nova má notícia. Pior, não são apenas os ditos terroristas que matam a rodo. Nas cidades brasileiras o crime organizado, muitas vezes com fuzis na mão, em conluio com o narcotráfico e o contrabando de armas, mata nas nossas barbas milhares de pessoas por ano. Estamos longe das terras conflagradas da Síria, do Iraque, da Península Arábica ou de onde mais seja, mas nos morros cariocas, nos presídios amazônicos, nas terras desbravadas do oeste ou nas ermas periferias de São Paulo se mata sem piedade, embora com menos repercussão global do que quando ataques terroristas são realizados em capitais europeias.

E que dizer de outro tipo de matança, não apenas moral, mas concreta, quando a corrupção praticada pelos criminosos de colarinho branco, em escala e despudor sem precedentes, além de arrasar moralmente setores ponderáveis das elites dirigentes, deixa ainda mais à míngua os que dependem dos serviços do Estado, sobretudo os pobres?

Diante deste quadro, cujas tintas espessas sublinho para dar nitidez ao olhar, embora sabendo que também se possam ver paisagens menos sombrias, qual tem sido a resposta dos povos? Nos Estados Unidos, Donald Trump elegeu-se, contrariando o establishment, os partidos, boa parte da mídia e de Wall Street. Na Europa Central e do Leste, governos com participação de forças de extrema direita se afirmam na Hungria, na Áustria e na Polônia. Nas pesquisas brasileiras de opinião, pelo menos até agora, sem o quadro eleitoral formado, despontam um capitão irado de cujas propostas pouco se sabe e um líder populista sobre o qual pesam acusações (e mesmo condenações) que destroem o sonho que outrora representou.

Será que, antes de recobrar a Razão, o mundo precisará passar por novas privações e testemunhar o abrir do cogumelo atômico que a irada Coreia do Norte ameaça despejar no Japão, quem sabe saltando sua irmã do Sul pelo temor do contágio, podendo mesmo alcançar os Estados Unidos? Viveremos os horrores de uma guerra globalizada? Há décadas parecia que a confrontação dos Estados Unidos com a antiga potência soviética ou mesmo com a China, sem falar nas fricções entre Índia e Paquistão, ou na potencial reação atômica de Israel ao Irã dominador da técnica nuclear, estava controlada. O que esperar quando Donald Trump decreta Jerusalém capital de Israel, animando um conflito milenar?

E no Brasil? Já não terá bastado o descalabro econômico-financeiro produzido pelo "capitalismo de laços" que o lulopetismo patrocinou, envolvendo e beneficiando empresas e partidos políticos, para que aprendamos a lição de que não há atalhos fáceis para o desenvolvimento e que este requer o império da lei? Será que o Bolsa Família (que se originou em governos anteriores e sem tanto alarde) foi suficiente para amortecer a consciência popular e fazer crer que a esperança em dias melhores se contenta com migalhas?

É cedo para responder. Mas não para agir com convicção e tudo fazer para que tais horizontes não despejem novas tempestades. Que não se iluda o leitor: o pior pode sempre acontecer. Evitá-lo depende de cada um e de todos nós. Não há fé cega na Razão ou nos bons propósitos que barre o Irracional se não se criarem alternativas que impeçam o pior de prevalecer, pela guerra ou pelo voto. As consequências, já dizia o conselheiro Acácio do Eça de Queiroz, vêm sempre depois...

Posta a dúvida, construamos caminhos mais razoáveis. Pelo menos no que está ao alcance da nossa mão. O Brasil precisa, urgentemente, de bom senso. Se as forças não extremadas se engalfinharem para ver quem entre vários será o novo líder e não forem capazes de criar consensos em favor do País e do povo, o pior acontecerá. No afã de juntar, importa diminuir as divergências sobre o que não é essencial. Com esperança, e falo simbolicamente, as forças representadas (ou que os adiante mencionados gostariam de representar) por Alckmin, Marina, Meirelles, Joaquim Barbosa, ou quem mais seja (incluídos os setores ponderados da esquerda) precisam entender que os riscos se transformam em realidade pela inércia, pela covardia ou pela falta de visão dos que poderiam a eles se opor.

Bom 2018!
Zeca do PP
07/01/2018 11:05
Senhor

Chegou a hora do senhor parar de falar bobagens de nossa administração, especialmente do Melato, o melhor diretor de todos os tempos, vai construir 3 reservatórios, vai comprar caminhões e máquinas e valorizar os bons funcionários do Samae.
A gente sabe que o senhor vai tentar diminuir a imagem deKleber e de Melato. Vai cuidar do seu tucanato, o vc tá mais pra PT do que PSDB. A gente entende sua mágoa, sempre quis ser secreto de alguma coisa, o super secretário. Mas não foi desta vez.
Roberto Sombrio
07/01/2018 10:00
Oi, Herculano.

Retirado de artigos da sua coluna e que mostram o lixo que é a atual política que comanda o país. Apesar de os assuntos tratarem de esferas diferentes, os federais também servem muito bem para Gaspar.

O Samae de Gaspar era uma autarquia exemplar. Mas, nunca na sua história foi tão mal administrada e com tantos problemas para a cidade e de relacionamento interno, como agora, tocada pelo mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, PP, e que se autoproclamou ser um executivo, sem nunca ter sido isso na vida e que prova agora, com os resultados no cargo e função de presidente do Samae de Gaspar.
A política de conchavos e irresponsabilidades da coligação que está no poder e comandada pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, o vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP (cujo pai já foi presidente do Samae e se saiu bem, apesar de todas as suas limitações), do presidente do PMDB e prefeito de fato, o secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, bem como o chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP.

A turma no poder deve entregar um governo ainda mais quebrado para o próximo presidente. Michel Temer e seus economistas diziam que fariam "o ajuste". Não rolou.
Quem sabe façam milagres neste 2018, arrochos operísticos para diminuir o tamanho da bomba fiscal de 2019. Mas o troço deu errado até aqui
Em fins de 2019, o "teto" de gastos deve explodir, afora um milagre de crescimento de 4% ao ano até lá, o que remediaria a situação, apenas. Ou o "teto" cai ou despesas serão arrochadas até a morte por asfixia. Ou vem um impostaço.

Somos, isso sim, uma gente impedida de empreender e trabalhar, pois até hoje não conseguimos nos livrar do Estado patrimonialista, essa máquina que nos reduz à impotência a fim de preservar o que alguns chamam de capitalismo de Estado e que eu prefiro chamar de capitalismo de compadrio, de corruptos e de burocratas incompetentes.

Não sei se ainda cabe gritar, SOCOOOORRO!

Herculano
07/01/2018 08:32
SAMAE INUNDADO

O Samae de Gaspar era uma autarquia exemplar. Modernizou-se e se expandiu ao tempo do ex-prefeito Francisco Hostins.

Quase empre foi tocada por gente leita, e em alguns casos até de baixa instrução. Mas, nunca na sua história foi tão mal administrada e com tantos problemas para a cidade e de relacionamento interno, como agora, tocada pelo mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, PP, e que se autoproclamou ser um executivo, sem nunca ter sido isso na vida e que prova agora, com os resultados no cargo e função de presidente do Samae de Gaspar.

Mas, quem é o culpado por isso? A política de conchavos e irresponsabilidades da coligação que está no poder e comandada pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, o vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP (cujo pai já foi presidente do Samae e se saiu bem, apesar de todas as suas limitações), do presidente do PMDB e prefeito de fato, o secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, bem como o chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP.

Melato, com suas ações desastradas, acabou forçando uma quebra de "acordo para a presidência da Câmara, humilhando que prometeu o acordo, o prefeito e permitiu a oposição ficar com a faca e o queijo na mão, diante dos que estão no poder e o colocaram no Samae. Apesar disso tudo, Melato continua lá, firme e forte, sacaneando aos que precisam e pagam água do Samae. Quem vai pagar com a má imagem é o prefeito e logo em ano de eleições.
Herculano
07/01/2018 08:22
COMO NOS TORNAMOS O QUE HOJE SOMOS? por Bolívar Lamounier,sociólogo, na revista Isto É.

Durante a primeira metade do século passado e até algumas décadas atrás, numerosos escritores tentaram compreender o "caráter nacional" brasileiro. Uns o descreviam como otimista, alegre, bondoso e cordial; para outros seríamos justo o contrário: pessimistas, tristes, egoístas, violentos. Prepotentes para uns, subservientes para outros.

Tais tentativas nunca deram bons resultados, pela singela razão de que partiam de uma premissa insustentável: a de que o caráter de um povo seja imutável ao longo do tempo e possa ser retratado por meio de um traço ou de um pequeno conjunto de traços comuns.

Auxiliado por Francisco Almeida e Zander Navarro, o senador Cristovam Buarque retomou a questão mencionada de uma forma instigante e inovadora no livro "Brasil, brasileiros: por que somos assim?" (Editora Verbena, 2017). Na condição de organizadores, os três convidaram dezesseis autores renomados a responder a questão, oferecendo cada um sua definição daquele "assim" do título ?" sua imagem dos brasileiros como povo ?" e tentando explicar como se formaram nossos traços predominantes.

Por que somos como somos: eis a indagação que permeia os dezesseis ensaios. Não vou contar o fim do filme. Vou apenas insistir em minha tese de que todo povo é heterogêneo e mutável. Os traços que o definem mudam ao longo do tempo, em função das circunstâncias. Por exemplo: acho razoável dizer que a maioria dos brasileiros tem um jeito cordial, pacífico, avesso à violência, mas o fato é que, de umas três ou quatro décadas para cá, passamos a viver em redutos fortificados, protegidos por grades de ferro, muito arame farpado e cães que não brincam em serviço. Somos contraditórios; podemos ser ao mesmo tempo bondosos e cruéis.

Na economia, não somos aquele povo preguiçoso e sem iniciativa imortalizado por Mário de Andrade no romance "Macunaíma"; basta ver o pujante agronegócio que construímos no transcurso do último meio século. Somos, isso sim, uma gente impedida de empreender e trabalhar, pois até hoje não conseguimos nos livrar do Estado patrimonialista, essa máquina que nos reduz à impotência a fim de preservar o que alguns chamam de capitalismo de Estado e que eu prefiro chamar de capitalismo de compadrio, de corruptos e de burocratas incompetentes.
Herculano
07/01/2018 08:20
REGRA DE OURO E O NOSSO CONTRATO SOCIAL, por Samuel Pessoal, economista, para o jornal Folha de S. Paulo

O terceiro inciso do artigo 167 da Constituição Federal impede (ou veda) "a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta".

Essa vedação, conhecida por regra de ouro, impede que o governo se endivide para pagar gastos com custeio. Permite-se o endividamento para financiar o investimento em capital produtivo e a rolagem da dívida, isto é, emitir dívida nova para pagar dívidas vincendas.

No período em que a inflação era muito elevada, a regra de ouro não era problema. Com inflação alta, a maturidade da dívida pública era curta. O grosso do gasto público era com a rolagem da dívida pública.

Como argumentei na coluna de 27 de agosto do ano passado, gastos com rolagem da dívida não são, do ponto de vista econômico, efetivamente gastos, apesar de o serem do ponto de vista da contabilidade pública.

Após a estabilização da economia, o contínuo aumento do gasto com custeio -salários, aposentadorias e programas sociais- foi financiado pela elevação da carga tributária.

Desde 2012, quando os impostos passaram a crescer com a economia, mas os gastos continuaram a se expandir bem acima do PIB, o deficit primário tem aumentado.

Dado que o deficit público é causado essencialmente pelo gasto obrigatório de custeio -o investimento já se encontra em nível muito baixo-, o governo tem tido que se endividar para pagar gasto corrente.

Até agora não houve violação da regra de ouro, pois o BNDES tem antecipado o repagamento de empréstimos que o Tesouro Nacional fizera ao banco.

Apesar de esse repagamento, do ponto de vista econômico, não constituir renda do setor público, trata-se de receita do ponto de vista da contabilidade pública, podendo, portanto, ser empregado para gastos de capital.

No entanto, em alguns anos não teremos mais esse expediente. A não satisfação da regra de ouro reflete o impasse de nosso contrato social: o Congresso Nacional nem eleva os impostos nem aprova medidas que cortam o gasto. O Ministério da Fazenda não tem instrumentos para atender a regra de ouro.

Assim, é necessário que haja alguma regulamentação caso a regra de ouro não seja satisfeita. Como ocorre com o teto do gasto, é necessário que o não cumprimento da regra de ouro deflagre automaticamente medidas corretivas.

Por exemplo, impedir aumento nominal de salários de servidores, novos concursos, renovação de incentivo ou qualquer desoneração tributária etc.

Essas válvulas de escape são necessárias para auxiliar nossa sociedade a sair do impasse.

Que fique bem claro: ausência de ajuste fiscal nos recolocará inexoravelmente no abismo inflacionário dos anos 1980.

Basta olhar a dificuldade atual da Argentina para combater a inflação, que era de 30% há um ano e meio, e a tragédia da Venezuela para nos lembrarmos de que qualquer situação sempre pode piorar.

Há colegas que consideram que não há necessidade de nenhum ajuste, visto que o governo pode contornar a regra de ouro por meio de crédito suplementar ou especial.

Créditos dessa natureza são para pequenos ajustes no Orçamento, e não para descumprimento da regra de ouro em mais de uma centena de bilhões de reais.
Herculano
07/01/2018 08:16
A FARRA DA COCAÍNA EM PRESÍDIO DE GOIÁS E A DIRETORA "INJUSTIÇADA"

Conteúdo do O Antagonista. A diretora da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, Edleidy Pereira dos Santos Rodrigues, disse que se sente "injustiçada" por ter sido afastada da função após o vazamento de um vídeo que mostra detentos cheirando cocaína e bebendo em uma "festa" dentro da unidade prisional em Goiânia, informa o G1.

O local é o mesmo onde ocorreram duas das três rebeliões na última semana, deixando nove mortos.

"Culpa é uma palavra que não faz parte do meu vocabulário", disse Edleidy. "A palavra mais acertada, que melhor se encaixaria hoje na situação que vivencio é injustiça. Estou me sentindo injustiçada. Tenho plena convicção que, ao término da investigação, vão se apurar os fatos e vai se chegar ao resultado final onde, de fato, será extraído o que realmente aconteceu, como aconteceu e quais as circunstâncias de como aconteceu."
Herculano
07/01/2018 08:06
TEM QUE MANTER O ROMBO, VIU, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

A turma no poder deve entregar um governo ainda quebrado para o próximo presidente. Michel Temer e seus economistas diziam que fariam "o ajuste". Não rolou.

Em parte, os planos estavam errados. Em parte, o governismo rasgou a fantasia e partiu para o abraço do dinheiro público, em particular depois do grampo de Temer e dos rolos de um governo com tantos restos a pagar na polícia.

"A turma no poder" é a coalizão que tomou o Planalto e Congresso depois de Dilma Rousseff. Seria injusto atribuir o fracasso todo do ajuste aos economistas de Temer.

Afora gastos na Previdência e com servidores, a despesa federal é menor que a de 2013, "valeu o esforço". Mas o investimento está à míngua e, no mais, o plano deu errado. O governo continua falido.

Nessa coalizão, há empresários e executivos de Patópolis, a turma do pato amarelo, inimigos de qualquer aumento de impostos, embora vários sejam amigos de outros dinheiros.

Alguns estão na mira da Lava Jato. Muitos fizeram lobby pesado para arrebentar ainda mais as contas públicas.

Uns arrumaram perdões de dívidas às dezenas de bilhões, via Refis ou em cortesias para ruralistas. Outros ficaram na mumunha dos incentivos para a "indústria nacional", algumas chupando chupeta faz 60 anos.

A coalizão tem ainda empresários que de fato dão apoio ao programa algo fundamentalista dos economistas de Temer, que pelo menos é um programa, goste-se ou não, não uma mutretagem.

No centro da lambança, há o centrão, o MDB e seu agregado DEM, operadores de lobbies das empresas amigas da coalizão e de si próprios. Fazem parte da casta, como o Judiciário dos penduricalhos, os servidores das aposentadorias exorbitantes etc.

Depois do grampo de Temer, quase todo o mundo tirou a máscara. Passou a dizer "tem de manter isso, viu", os favores estatais. O presidente, no bico do corvo, dizia que barganhava votos pela reforma da Previdência. Foram-se os dedos, roubaram os anéis.

Os economistas erraram a previsão de aumento de receita e, como o restante da coalizão, por outros motivos, rechaçam mais impostos. Então, o rombo se impôs.

O programa de privatização e concessões foi no geral um fracasso, não rendendo receita bastante e menos ainda obras. As castas estatais levaram reajustes, cortesia de Temer e de um de seus economistas; o empresário agregado ganhou umas proteções.

Essa gente indizível que é o governismo no Congresso não aprovou nem os remendos para cobrir as vergonhas do Orçamento de 2018.

Em fins de 2019, o "teto" de gastos deve explodir, afora um milagre de crescimento de 4% ao ano até lá, o que remediaria a situação, apenas. Ou o "teto" cai ou despesas serão arrochadas até a morte por asfixia. Ou vem um impostaço.

Se não houver a gambiarra de uma emenda da Constituição, o governo de 2019 ficará paralisado para não descumprir o limite de endividamento novo ("regra de ouro ). A meta de superavit talvez seja cumprida, pois foi tão alargada que nessa cova cabe quase qualquer defunto fiscal.

Quem sabe façam milagres neste 2018, arrochos operísticos para diminuir o tamanho da bomba fiscal de 2019. Mas o troço deu errado até aqui
Herculano
07/01/2018 08:02
PRESIDENTES DAS AÉREAS NEGOCIARAM PRIVILÉGIOS, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os presidentes das companhias aéreas participaram pessoalmente de reuniões a portas fechadas com o Ministério do Planejamento, no governo Dilma, para combinar a exclusão as agências de viagens e a compra direta de passagens aéreas, sem licitação, segundo denúncia da associação das agências de viagem no DF (Abav). As aéreas exigiram pagamento por cartão a fim de evitarem a "inadimplência".

ISSO NÃO PODE
Contrariando o princípio constitucional da impessoalidade, as aéreas são o único setor fornecedor do governo pagos com cartão corporativo.

LISTA DE PRESENÇA
Pelas atas, participaram os presidentes Paulo Kakinoff (Gol), Claudia Sender (TAM), José Efromovich (Avianca) e David Neeleman (Azul).

FILME ANTIGO
O esquema no Ministério do Planejamento para favorecer as empresas aéreas faz lembrar o "clube de empreiteiras" na Lava Jato.

VAI DAR ROLO
Ato administrativo da então ministra Mirian Belchior, considerado ilegal e inconstitucional, dispensou as empresas aéreas de licitação pública.

PT NA CÂMARA ENCOLHEU QUASE À METADE DE 2002
O Partido dos Trabalhadores (PT) jamais conseguiu repetir o sucesso da eleição de 2002, a primeira do ex-presidente Lula, quando foram eleitos 91 deputados federais petistas. Desde então, a bancada vem diminuindo a cada legislatura. Neste ano de 2018, por exemplo, o PT terá 57 deputados, cerca de 10% de toda a Câmara. E quase metade daquela bancada eleita no rastro da primeira eleição de Lula.

É BOM LEMBRAR
O PT tinha 68 deputados, eleitos em 2014, na mesma disputa que reelegeu a ex-presidente Dilma Rouseff.

DEBANDADA
A atual bancada do PT perdeu cerca de 16,2% dos deputados que elegeu, mesmo sem ter enfrentado uma eleição.

CONTÁGIO
O PMDB, que indicou o vice do PT em 2014, perdeu 4 deputados (6,1%). Na eleição de 2010, o PT levou 86 cadeiras e o PMDB, 78.

'MEU NOME É BOLSONARO'
À medida em que se aproxima a disputa presidencial, Jair Bolsonaro se aproxima do encontro com a realidade. A candidatura deve ter menos tempo do que a caricata campanha de Enéas, pelo Prona, em 1989.

A VIDA COMO ELA É
Caso se mude para o PSL ou para o PEN (Patriota), Jair Bolsonaro (PSC-RJ) terá cerca de 0,3 segundo de tempo de TV, nos blocos de 30 segundos. E no máximo 12 segundos nos blocos de 12m30s.

AMONTOADO DE BEóCIOS
O "dia de ódio" ou "dia de fúria" convocado pelo presidiário José Dirceu para Porto Alegre, dia 24, mostra que, para o PT, democracia só vale quando o partido vence e Justiça só é respeitada quando os absolve.

PSDB MENOR
O PSDB de Aécio perdeu menos deputados desde a eleição de 2014, em relação ao PT. Foram 7 defecções, 13%. Em 2018, a Câmara dos Deputados terá a menor bancada tucana (47) desde 1990 (38).

RESULTADO CONVENIENTE
No primeiro sorteio após a "Mega da Virada" que distribuiu mais de R$306 milhões, a Caixa Econômica anunciou que o "bolão acumulou" e pode pagar até R$ 4,5 milhões no fim de semana.

MEDO EM QUEDA
O ano novo começou com mais uma diminuição do medo do brasileiro de perder o emprego. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), revelou queda de 2% no índice durante o mês de dezembro.

CADASTRO POSITIVO
Com as constantes quedas nos juros, o cadastro positivo pode incluir 22 milhões de pessoas no mercado de crédito. "Isso deve injetar R$1,1 trilhão na economia", diz o deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT).

SEM CONFUSÃO
A Advocacia-Geral da União (AGU) publicou a 6ª edição da cartilha "Condutas Veladas aos Agentes Públicos Federais em Eleições". Explica o passo a passo como o setor público deve se comportar.

PENSANDO BEM...
...o livro sobre os bastidores da Casa Branca de Donald Trump mostra que as semelhanças com Dilma não param na cabeleira
Herculano
07/01/2018 07:48
PATRIMôNIO DE JAIR BOLSONARO E FILHOS SE MULTIPLICA NA POLÍTICA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Ranier Bragon e Camila Mattoso, da sucursal de Brasília com Ítalo Nogueira, da sucursal do Rio de Janeiro. O deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e seus três filhos que exercem mandato são donos de 13 imóveis com preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões, a maioria em pontos altamente valorizados do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca.

Levantamento feito pela Folha em cartórios identificou que os principais apartamentos e casas, comprados nos últimos dez anos, registram preço de aquisição bem abaixo da avaliação da Prefeitura do Rio à época.

Em um dos casos, a ex-proprietária vendeu uma casa em condomínio à beira-mar na Barra a Bolsonaro com prejuízo - pelo menos no papel - de R$ 180 mil em relação ao que havia pago quatro meses antes.

O filho mais velho do presidenciável, Flávio, deputado estadual no Rio de Janeiro, negociou 19 imóveis nos últimos 13 anos.

Os bens dos Bolsonaro incluem ainda carros que vão de R$ 45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em um total de R$ 1,7 milhão, como consta na Justiça Eleitoral e em cartórios.

Quando entrou na política, em 1988, Bolsonaro declarava ter apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes de pequeno valor em Resende, no interior no Rio ?"valendo pouco mais de R$ 10 mil em dinheiro atual. Desde então, sua única profissão é a política. Já são sete mandatos como deputado federal.

Bolsonaro, 62, tem duas ex-mulheres (está no terceiro casamento) e cinco filhos. Três são políticos: além de Flávio, Carlos (vereador no Rio desde 2001) e Eduardo (deputado federal desde 2015). Ao todo, os quatro disputaram 19 eleições.

Eles apresentam, como o pai, evolução patrimonial acelerada. Com exceção de uma recente sociedade de Flávio em um loja de chocolates, todos se dedicam agora só à atividade política.

Até 2008, a família declarava à Justiça Eleitoral bens em torno de R$ 1 milhão, o que incluía apenas 3 dos atuais 13 imóveis. As principais aquisições ocorreram nos últimos dez anos.

As duas principais casas do patrimônio de Bolsonaro ficam em um condomínio à beira-mar na Barra, na avenida Lúcio Costa, um dos pontos mais valorizados do Rio.

Segundo documentos oficiais, ele adquiriu uma por R$ 400 mil em 2009 e outra por R$ 500 mil em 2012.

Hoje o preço de mercado das duas juntas é de pelo menos R$ 5 milhões, de acordo com cinco escritórios imobiliários da região consultados pela Folha. Ou seja, teriam tido valorização de pelo menos 450% no período.

À época, a prefeitura já avaliava o preço das casas muito acima, no cálculo para o imposto de transmissão de bem. Para a de R$ 400 mil, R$ 1,06 milhão. Para a de R$ 500 mil, R$ 2,23 milhões.

Sem ser informado do caso específico, o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio, Manoel Maia, afirmou que conhece o condomínio de Bolsonaro e que o preço das casas no local não teve variação significativa nos últimos oito anos. "Talvez não tenha valorizado quase nada."

Já levantamento do Secovi-RJ (sindicato das empresas do ramo imobiliário) aponta que houve valorização, mas muito abaixo de 450% ?"alta de 63% de 2011 até agora.

SUSPEITA

As transações que resultaram na compra da casa em que Bolsonaro vive, na Barra, têm, em tese, indícios de uma operação suspeita de lavagem de dinheiro, segundo os critérios do Coaf (Ministério da Fazenda) e do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci).

A Comunicativa-2003 Eventos, Promoções e Participações adquiriu a casa em setembro de 2008 por R$ 580 mil. A responsável pela empresa, Marta Xavier Maia, disse à Folha que comprou o imóvel num estado ruim, reformou-o e vendeu-o para o deputado quatro meses depois, com redução de 31%.

Ela afirmou que decidiu ter prejuízo porque precisava dos recursos para adquirir outro imóvel.

O Cofeci aponta que configura ter "sérios indícios" de lavagem de dinheiro operação na qual há "aparente aumento ou diminuição injustificada do valor do imóvel" e "cujo valor em contrato se mostre divergente da base de cálculo do ITBI", o imposto cobrado pelas prefeituras. Desde 2014, operações do tipo devem ser comunicadas ao Coaf ?"a unidade que detecta operações irregulares no sistema financeiro.

No mercado, é comum a prática irregular de colocar na escritura valor abaixo do real, com o objetivo de driblar o imposto de lucro imobiliário. Desta forma, registra-se um valor de aquisição menor, com pagamento por fora. Outra intenção da fraude é fazer com que o comprador não oficialize um aumento patrimonial incompatível com seus vencimentos. O Coaf não se pronuncia sobre comunicações recebidas, por questões de sigilo legal.

O presidenciável recebe hoje salário bruto de R$ 33,7 mil como parlamentar (líquido de R$ 24 mil), além de soldo ?"segundo o Exército, um capitão da reserva na situação de Bolsonaro recebe cerca de R$ 5.600 brutos.

O valor real dos imóveis de toda a família ?"cinco em nome de Jair Bolsonaro, três de Carlos, dois de Eduardo e três de Flávio ?"representa cerca do triplo do que a família declarou à Justiça. Não há ilegalidade. A lei exige apenas o informe de bens.

OUTRO LADO

A Folha procurou Bolsonaro e seus três filhos desde a tarde de quinta-feira (4) e encaminhou 32 perguntas para as assessorias dos quatro.

Apenas as de Flávio e Carlos responderam, mas de forma genérica.

Flávio afirmou que estava em viagem ao exterior e que ficaria à disposição quando retornar ao Rio, dia 17.

A assessoria de Carlos disse que seu patrimônio é modesto e igual há vários anos.

A Folha enviou 13 questionamentos a Jair Bolsonaro, entre os quais se ele considera o patrimônio de sua família compatível com os ganhos de quem se dedica exclusivamente à política. O deputado não respondeu.

Em 2015, a Procuradoria-Geral da República recebeu uma denúncia questionando os valores informados por Bolsonaro em relação às suas duas casas da Barra.

Apenas tendo ouvido a defesa do presidenciável, o então procurador-geral, Rodrigo Janot, mandou arquivar o expediente dizendo que valores eram os mesmos do Imposto de Renda. Janot alegou se tratar de denúncia anônima sem "elementos indiciários mínimos" de ilícito.

A advogada Marta Maia, dona da empresa que vendeu com deságio a casa de Bolsonaro, negou irregularidades.

"Foi tudo feito com depósito em conta", disse. Ela afirmou que revendeu o imóvel com prejuízo de R$ 180 mil porque tinha interesse em outro. "Meu negócio é esse. Pegar uma casa em condições ruins, reformar e revender."

*

EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
1988
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Aos 33 anos, o capitão do Exército Jair Bolsonaro é eleito vereador
Patrimônio declarado: uma moto ano 83, um carro Fiat Panorama ano 83 e dois lotes de pequeno valor em Resende (RJ)
1990
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
É eleito deputado federal para o primeiro de seus sete mandatos
1994
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Reeleito para o 2º mandato de deputado federal
1998
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Patrimônio declarado: um apartamento em Brasília, outro na Tijuca (RJ) e um terreno em Angra. Seus carros, uma Pajero ano 95, um Gol ano 92 e uma moto
2000
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
O filho Carlos é eleito vereador no Rio aos 17 anos
Patrimônio declarado: nenhum
2002
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Filho mais velho de Bolsonaro é eleito deputado estadual, no Rio
Patrimônio declarado: um Gol 1.0 ano 2001
2006
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Tenta seu 5º mandato a deputado
Patrimônio declarado: desaparecem de sua declaração de bens todos os imóveis anteriores
2008
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Disputa seu 3º mandato a vereador
Patrimônio declarado: um apartamento na Tijuca e um Peugeot 307 ano 2007
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Faz contratos de compra de cinco salas em um prédio comercial na Barra da Tijuca, antes mesmo do memorial de incorporação ser assinado
2010
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Patrimônio declarado: R$ 826 mil; volta a declarar imóveis não informados em 2006 e omite a compra de uma casa em condomínio fechado à beira-mar, na Barra
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Compra mais sete salas no prédio comercial da Barra. Um mês depois, ele vende todos os imóveis a uma mesma empresa
2012
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Eleito pela 4º vez vereador
Patrimônio declarado: dois imóveis, um carro de quase R$ 100 mil e uma moto de R$ 50 mil
2014
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
É eleito para o seu sétimo mandato
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
3º filho de Bolsonaro a entrar na política, Eduardo é eleito deputado federal
O patrimônio da família declarado ao TSE já acumula: cinco apartamentos, quatro casas, um jet-ski, cinco carros e uma moto

2016
EM ASCENSÃO Evolução do patrimônio dos Bolsonaros acompanha trajetória política da família
Em apenas dois anos, Flávio informa ter dobrado seus bens
Patrimônio declarado: R$ 1,45 milhão
2017
Pesquisa feita pela Folha nos cartórios do Rio e de Brasília mostra que Flávio e Eduardo adquiriram novos imóveis. Ao todo, Jair Bolsonaro e seus três filhos têm 13 imóveis em seus nomes, cujo valor de mercado é de pelo menos R$ 15 milhões
Herculano
07/01/2018 07:39
PF VOLTA A TRATAR COMO UM RELES SUSPEITO, por Josias de Souza

Após bloquear duas denúncias criminais na Câmara, Michel Temer afirma que "a verdade prevaleceu" e acha que merece respeito. Mas a Polícia Federal avalia que o presidente da República, seu superior hierárquico, continua merecendo interrogatório. Nas 50 perguntas que endereçou ao inquilino do Planalto no inquérito que apura a troca de propinas por um decreto sobre setor portuário, o delegado Cleyber Malta Lopes tratou a autoridade máxima do Poder Executivo como um reles suspeito.

Há três meses, no despacho em que autorizou a PF a inquirir Temer, o ministro Luis Roberto Barroso, relator do processo no Supremo Tribunal Federal, anotou: "?Mesmo figurando o senhor presidente na condição de investigado em inquérito policial, seja-lhe facultado indicar data e local onde queira ser ouvido pela autoridade policial, bem como informar se prefere encaminhar por escrito sua manifestação, assegurado, ainda, seu direito constitucional de se manter em silêncio.''

O questionário do delegado, divulgado pela revista Época, é aflitivo e constrangedor. Aflige porque mantém sobre a cabeça do presidente a espada de Dámocles representada pelo risco de ser alvejado por uma terceira denúncia. Constrange porque as indagações associam Temer e seu séquito de amigos, assessores e ex-auxiliares a um tenebroso elenco de crimes.

Resta agora saber se Temer oferecerá respostas ou exercerá a prerrogativa constitucional de se manter calado. A opção pelo silêncio seria tragicamente embaraçosa. Na hipótese de optar pelo fornecimento de explicações, é preciso saber se o presidente ainda reúne condições de reagir à PF como superior hierárquico ou se adotará as tergiversações típicas de um suspeito clássico.

Na pergunta de número 5, o delegado direciona sua mira para as arcas eleitorais de Temer: "Tem conhecimento de uso de recursos não contabilizados, conhecidos como caixa dois eleitoral, em suas campanhas? Se sim, explicar as circunstâncias e motivos." Pelo menos dois delatores da Lava Jato, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o doleito Lúcio Funaro, disseram em depoimentos que borrifaram verbas ilegais nas caixas registradoras de campanhas de Temer.

Na quesito de número 11, o doutor empilha interrogações sobre um dos mais intrigantes mistérios da gestão Temer: "Vossa Excelência teve conhecimento sobre o caso no qual Lúcio Funaro mandou entregar recursos financeiros para José Yunes? Se sim, José Yunes foi orientado por Vossa Excelência para recebimento de tais valores? Qual a origem destes recursos entregues por Lúcio Funaro? Os valores foram utilizados por Vossa Excelência? Se sim, qual a destinação dada a estes valores?"

Amigo de Temer há quatro décadas, o advogado José Yunes bateu em retirada da assessoria pessoal do presidente no final de 2016. Saiu de cena nas pegadas da delação em que Marcelo Odebrecht revelou o seguinte: nas eleições de 2014, a pedido de Temer, o departamento de propinas da Odebrecht repassou R$ 10 milhões a pessoas da confiança do então vice-presidnete da República. Desse total, R$ 6 milhões desceram ao caixa da campanha de Paulo Skaf, então candidato do PMDB ao governo de São Paulo. O restante do pagamento foi feito "via Eliseu Padilha", hoje chefe da Casa Civil de Temer. Parte desse dinheiro foi entregue no escritório de Yunes. Outro delator da Odebrecht, o ex-executivo da empreiteira Cláudio Mello Filho, confirmou o relato em seu depoimento à Procuradoria-Geral da República.

Depois de se demitir da Presidência, Yunes declarou, em entrevista à revista Veja, que foi "mula involuntário" de Padilha. Apresentando-se como um inocente útil a serviço do chefe da Casa Civil, revelou que, em setembro de 2014, recebeu um telefonema: "Padilha me ligou falando: 'Yunes, olha, eu poderia pedir para que uma pessoa deixasse um documento em seu escritório? Depois, outra pessoa vai pegar'. Eu disse que podia, porque tenho uma relação de partido e convivência política com ele."

Na sequência, contou Yunes, sua secretária informou que um tal de Lúcio estava em seu escritório para deixar um documento. Vale a pena ressuscitar o relato do amigão de Temer: "A pessoa se identificou como Lúcio Funaro. Era um sujeito falante e tal. Ele me disse: 'Estamos trabalhando com os deputados. Estamos financiando 140 deputados'. Fiquei até assustado. Aí ele continuou: 'Porque vamos fazer o Eduardo presidente da Casa'. Em seguida, perguntei a ele: 'Que Eduardo?'. Ele me respondeu: 'Eduardo Cunha'. Então, caiu a minha ficha que ele era ligado ao Eduardo Cunha. Eu não sabia. Fui pesquisar no Google quem era Lúcio Funaro e vi a ficha dele".

Na versão de Yunes, o doleiro Funaro, preso na Lava Jato, entre outras razões, por suas atividades como operador dos negócios escusos de Eduardo Cunha, "deixou o documento e foi embora. Não era um pacote grande. Mas não me lembro. Foi tudo tão rápido. Parecia um documento com um pouco mais de espessura. Mas não dava para saber o que tinha ali dentro." Yunes acrescentou: "Depois disso, fui almoçar. Aí, veio a outra pessoa e levou o documento que estava com a minha secretária."

Recordou-se a Yunes que Padilha dissera que a narrativa dos delatores da Odebrecht era fantasiosa. O que o senhor tem a dizer?, indagou-se. E ele: "Cada um com os seus valores. Tenho um apreço até pelo Padilha, porque ele ajuda muito o presidente. Mas não teria problema nenhum ele reconhecer que ligou para mim para entregar um documento, o que é verdade. Vamos ver o que ele vai falar. Estou louco para saber o que ele vai falar. Ele é uma boa figura. Mas, nesse caso, fiquei meio frustrado. Não sei. É tão simplório. É estranho, não é?"

A exemplo do amigo de Temer, o país inteiro "está louco para saber" o que Padilha tem a dizer. Mas o ministro acha que não deve nada a ninguém, muito memos explicações. E Temer parece concordar com ele, pois manteve Padilha no cargo, protegendo-o das investigações com o escudo do foro privilegiado. Em consequência, a versão de Yunes sobrevive no anedotário político como um manto diáfano estendido para proteger o amigo-presidente. Com suas indagações, o delegado Cleyber Lopes oferece a Temer uma nova oportunidade para acomodar a encrenca em pratos asseados.

No item de número 40 do interrogatório, o delegado pergunta a Temer se foi procurado por prepostos do setor de portos para ampliar o prazo das concessões para exploração de terminais localizados em Santos, incluindo as autorizações emitidas antes de 1993. "Vossa Excelência foi procurado por representantes de concessionárias de terminais portuários, em 2017, com demandas sobre o setor e interesse em edição de normativo que buscasse ampliar o prazo das concessões e ainda incluir solução sobre concessões pré-93? Se sim, quais empresários e quais empresas representavam? Qual o encaminhamento que Vossa Excelência deu ao caso?"

No quesito 49, o investigador da PF vai direto ao ponto, deixando claro como água de bica que a suspeita envolve a troca de propinas por um decreto vantajoso para as empresas: "Vossa Excelência recebeu alguma oferta de valor, ainda que em forma de doação de campanha eleitoral, formal ou do tipo caixa 2, para inserir dispositivos no novo decreto dos portos, mais benéficos para empresas concessionárias do setor? Se sim, explicitar as circunstâncias e quais providências tomou."

Na última pergunta, o delegado soou ainda mais explícito: "Solicitou que Rocha Loures [ex-assessor da Presidência], João Baptista Lima Filho [um coronel aposentado que priva da amizade de Temer] ou José Yunes [o 'mula involuntário' de Padilha] recebessem recursos em nome de Vossa Excelência, em retribuição pela edição de normas contidas no novo decreto dos portos, de interesse e mais benéficas para empresas concessionárias de terminais portuários públicos e privados? Se sim, apresentar justificativas e detalhar circunstâncias."

O decreto a que se refere o delegado Cleyber Lopes foi editado por Temer em 10 de maio de 2017. Aumentou o prazo dos contratos de concessão de áreas portuárias de 25 anos para 35 anos. De resto, abriu a possibilidade de prorrogação das concessões por até 70 anos. A voz de Rocha Loures soou em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Nelas, o ex-assessor de Temer atua como lobista dos interesses das empresas portuárias. Num dos diálogos, Loures advoga junto a Gustavo Rocha, personagem ligado a Eduardo Cunha que trabalha como chefe da Assuntos Jurídicos da Casa Civil, em favor da empresa Rodrimar, cujos contratos de concessão em Santos são anteriores a 1993.

A PF enxerga Rocha Loures como intermediário do Planalto na negociação dos termos do decreto com as empresas portuárias. Os grampos revelaram que o ex-assessor de Temer tratava do tema, por exemplo, com Ricardo Mesquita, diretor da Rodrimar. "Vossa Excelência tem conhecimento se Rocha Loures recebeu alguma proposta de valores indevidos, para buscar melhores benefícios, inclusive inclusão de solução para os contratos em concessões pré-93, no novo decreto dos portos?", indaga o delegado na pergunta de número 47.

O Planalto sustenta que a demanda da Rodrimar pela prorrogação dos contratos de concessão anteriores 1993 não foi contemplada no decreto de Temer. Num dos áudios captados pela PF, a voz de Gustavo Rocha, o amigo de Cunha que cuida da área jurídica na Casa Civil, refere-se à encrenca nos seguintes termos: "É uma exposição muito grande para o presidente se a gente colocar isso." Nas suas palavras, as empresas "já conseguiram coisas demais nesse decreto".

O delator Ricardo Saud, do grupo JBS, disse em depoimento que Rocha Loures indicou Ricardo Mesquita, o executivo da Rodrimar, como intermediário para o recebimento de propinas da empresa de Joesley Batista. Essa conversa tóxica ocorreu no mesmo encontro em que o ex-assessor de Temer recebeu a mala contendo propina de R$ 500 mil da JBS. Coisa registrada no célebre vídeo que exibe Rocha Loures saindo de uma pizzaria em São Paulo e executando a corridinha anedótica em direção ao táxi.

"Solicitou que Rocha Loures recebesse recursos de executivos do grupo JBS, destinados a Vossa Excelência?", indaga o delegado no item 17 do interrogatório. "Se sim, justificar e explicitar os motivos, inclusive origem destes recursos e sua finalidade."

Considerando-se o teor das suspeitas embutidas nas indagações da Polícia Federal, o respeito dispensado ao presidente é inversamente proporcional à sua condição penal. As perguntas do delegado são invariavelmente precedidas de um respeitoso tratamento. É Vossa Excelência pra cá, Vossa Excelência pra lá. Acontece que a excelência que está sob escrutínio não é vista pelo investigador como tal. Ao contrário, insinua-se no interrogatório que, dependendo do desfecho do inquérito, a excelência pode ser um personagem inexistente.

Na política, há três tipos de atores: os homens de bem, os homens que se dão bem e os homens que são flagrados com os bens. Temer considera-se um homem de bem. Mas o êxito que obteve no congelamento das duas primeiras denúncias criminais ?"uma por corrupção passiva, outra por obstrução à Justiça e organização criminosa?" fez com que a plateia o enxergasse como um personagem que se deu bem. E o novo inquérito deixa no ar a hipótese do surgimento de uma terceira denúncia protagonizada por um suspeito de tomar posse de bens alheios. O Brasil, eterno país do futuro, merecia um enredo mais qualificado.
Herculano
07/01/2018 07:36
ROBERTO JEFFERSON, O SIMBOLO DE UMA MODERNIDADE, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O ex-deputado Roberto Jefferson, que teve seu clã resgatado (nas suas palavras) com a nomeação da filha Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho, simboliza o anacronismo incrustado na elite iluminada e reformista do país.

Das reformas do collorato, cuja tropa de choque ele comandou com 70 kg a mais, ao reformismo de Michel Temer, Roberto Jefferson é a face parlamentar de um bloco político que vai do Congresso à avenida Paulista. Numa ponta, a da avenida, ele é cosmopolita e tem currículo de grifes. Noutra, a do plenário de Brasília, tem prontuários.

O doutor Jefferson foi condenado a sete anos de cana por corrupção. Passou três anos preso, ganhou o benefício do regime aberto e, em 2016, foi indultado. Sua filha Cristiane estava na equipe da modernidade do Rio de Janeiro ao tempo do prefeito Eduardo Paes, com títulos típicos da época: secretária extraordinária da Terceira Idade e secretária especial do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida.

A ida da senhora para o ministério destinou-se a garantir a fidelidade dos 26 votos do bloco partidário liderado pelo PTB, presidido por seu pai, na votação da reforma da Previdência.

Há uma disfunção entre a natureza ideológica das reformas de Temer e a essência fisiológica de sua base parlamentar. À primeira vista, alguém está enganando alguém, mas cada lado acha que está enganando o outro e ambos acreditam que estão enganando todo mundo.

Não há novidade nisso. Antonio Palocci, o queridinho da banca no primeiro governo Lula, está na cadeia, mas é falta de educação falar nisso. O "Italiano" da Odebrecht não sabia, mas encarnava o paradoxo de Roberto Campos.

Liberal brilhante, em 1982 ele se elegeu senador por Mato Grosso, um Estado com razoável população indígena. No mesmo ano, o Rio de Janeiro, onde só há índios no bloco Cacique de Ramos, elegeu o xavante Mário Juruna para a Câmara dos Deputados. A eleição de Campos entrou para a crônica do caixa dois das eleições nacionais.

FHC DUVIDA QUE CANDIDATURA DE GERALDO ALCKMIM À PRESIDÊNCIA VOE

Uma banda do tucanato eriçou-se porque Fernando Henrique Cardoso disse que, na hipótese de aparecer um candidato a presidente com capacidade de unir o centro, o PSDB deve apoiá-lo, mesmo que não pertença ao partido: "Vai fazer o quê?"

Esse enunciado do óbvio foi entendido como uma joelhada na candidatura do governador Geraldo Alckmin e FHC soltou uma nota explicando-se, sem desmentir-se.

FHC duvida que a candidatura de Alckmin voe. Apesar de existirem diversos tipos de doidos, nunca se soube de alguém que entrasse em avião sabendo que ele ia cair.

Xô, CLINTON

O jornalista Michael Wolff revelou no seu livro "Fire and Fury" que Donald Trump dava por certa a sua derrota na eleição de 2016.

O Trumpistão que se instalou na Casa Branca deriva, em parte, dessa perplexidade. Não foi Trump quem ganhou, foi Hillary Clinton, com sua postura majestática, quem perdeu. Se Deus tiver pena do Partido Democrata, dará um jeito de livrá-lo do casal Clinton na campanha deste ano.

JUDEUS NA PORTELA

Luis Carlos Magalhães, presidente da Portela, lembra que sua escola de samba vai para a Sapucaí com um enredo intitulado "De Repente de Lá pra Cá e Dirrepente de Cá pra Lá...."

Nele contará a história dos judeus que viviam no Recife durante a ocupação holandesa (1630-1654) e foram expulsos depois da restauração. Um grupo de 23 deles bateu na atual Nova York. Eram quatro casais, duas viúvas e 13 crianças. Comeram o pão que Asmodeu amassou, porque o governador holandês não queria judeus na sua terra.

QUEM?

O ministro Henrique Meirelles, com familiares e alguns amigos, começou o ano na festa do terraço do hotel Emiliano, no Rio.

Uma pessoa que estava por perto garante que nenhum garçom sabia quem era aquele careca feliz.

Para candidato a presidente, é um mau começo, pois quem decide eleição é a cozinha.

PROVOCAÇÃO

O prefeito tucano de Porto Alegre, doutor Nelson Marchezan Jr., teve a primeira péssima ideia do ano. Pediu ao presidente Michel Temer que coloque tropas do Exército nas ruas de sua cidade no dia 24, quando o TRF-4 julgará Lula.

Marchezan diz que fez isso "para proteger o cidadão e o patrimônio público". Acredita quem quiser. O Rio Grande é protegido por uma brigada com 18 mil militares.

O nível de inteligência dessa iniciativa pode ser comparada ao dos "generais do povo" que puseram tanques para enfeitar as cercanias do comício da Central no dia 13 de março de 1964.

PORTO ALEGRE

Há no PT uma articulação para transformar o ato de apoio a Lula num espetáculo de ordem. Para isso, haverá um esquema de pacificação, de olho em provocadores.

O comissariado escaldou-se com o que aconteceu em Brasília em abril. Dentro da manifestação petista havia um grupo escolhido para invadir o Congresso. Antes que ele se mexesse, mascarados, saídos sabe-se lá de onde, começaram a quebrar prédios da Esplanada dos Ministérios.

O quebra-quebra levou o governo a botar uma tropa do Exército na rua, dizendo que atendia a um pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o que era falso.

MENSAGEM DO BARÃO DO RIO BRANCO A MICHEL TEMER

Senhor presidente,

Quando vosmecê estava em campanha para depor Dilma Rousseff, anunciou que faria um ministério de notáveis. Não o fez, mas disse que formou uma equipe de jovens. Estou aqui com o visconde do Uruguai e vimos que o senhor fez um ministério de notáveis rebentos.

Sua última escolha foi a senhora Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson. Ela se junta a Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Sarney Filho (Meio Ambiente) e Helder Barbalho (Integração Nacional). Na sua equipe estiveram Geddel Vieira Lima e Henrique Alves, filhos do doutor Anfrísio e do governador Aluizio.

Eu e o visconde do Uruguai não podemos reclamar disso. Sou filho do visconde do Rio Branco e ele é pai do Paulino José de Souza, o irredutível adversário da Lei do Ventre Livre.

ACM Neto descende de Antonio Carlos Magalhães, que sucedeu no governo da Bahia a Luis Viana Filho, cujo pai governou o Estado ao tempo da Guerra de Canudos. O avô de Nelson Jobim governou o Rio Grande do Sul. Ele presidiu o Supremo Tribunal e foi ministro da Justiça.

O que intriga no seu ministério é a taxa de encarceramento. Quatro detentos ou filhos de ex-detentos num só ministério é coisa nunca vista em nossa história, nem na dos outros. Estão na cadeia Henrique Alves e Geddel. Estiveram presos o senador Jader, pai de Helder Barbalho e Jefferson, pai de Cristiane. Nenhum deles foi para a cadeia por crime de opinião.

O Brasil teve uma gloriosa galeria de presos, do Padre Vieira a Tomás Antônio Gonzaga e José Bonifácio de Andrada e Silva. Nenhum deles tocou em dinheiro alheio.

Do seu criado,

José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco
Roberto Sombrio
06/01/2018 20:54
Do blog do Polibio Braga.

Moreira Franco diz que político profissional é igual a prostituta profissional

Esta comparação do ministro Moreira Franco estabelece uma semelhança entre a prostituta escolada e o político profissional:

- Há pessoas que têm mais traquejo, mais presença, mais experiência. Como dizia um amigo meu, está rodando bolsinha na rua há muitos anos e, portanto, tem mais facilidade. Do ponto de vista eleitoral, evidentemente, aqueles que não têm experiência precisam de mais tempo para organizar suas candidaturas.

O ministro estava comentando as chances de cada candidato em eleições proporcionais ou majoritárias.

Moreira Franco é político mais do que experiente e sabe o que fala.

Aí está a prova do que falei antes Marcelo Poffo, do motivo porque eles não se ferram. Um político falando de si mesmo e mostrando o lixo que é isso tudo. São covardes que se escondem atrás de leis criadas por eles e que não lhes desbancam do poder. Uma vergonha que não sei quando vai acabar, pois quando saem de cena na hora da morte tem outro podre que lhes toma o lugar.
Roberto Sombrio
06/01/2018 20:38
Marcelo Poffo. Meu desabafo acabou atingindo você e outros que estão sem folga atendendo a comunidade, mas chega um momento que tudo perde o limite. Verificar toda manhã quanto de água tem na caixa para saber se é possível lavar roupas, louça ou limpar qualquer área. Não se engane no entanto, achando que o diretor do Samae vai se ferrar sozinho. Esses caras não se ferram nunca, estão no topo do jogo sujo e rodeados de moleques que os acobertam e tramam a cada minuto qual o próximo passo para ter mais poder. Quem se ferra são sempre você e eu. Gaspar, assim como outros lugares na política estão rodeados de capangas interesseiros que apoiam pessoas escolhidas a dedo para cargos chave. Não se iluda. São pessoas que não respeitam a si próprios, como esperar que respeitem o próximo?
Gaspar está afundando, o Brasil está afundando e a cada dia tratam de fazer o que é necessário ao país e ao município sempre com menos e mal acabado ou definido e só trabalham para arrancam mais um pedaço.
Sidnei Luis Reinert
06/01/2018 18:43
Alguém pode fazer a Galinha decolar?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Bruzundanga é um hospício muito esquisito. A galinha da economia insiste em não decolar. Os bancos guardam R$ 1 trilhão e 200 bilhões. Ninguém se arrisca a pegar emprestado para investir. A insegurança na conjuntura e a desconfiança política espantam os empreendedores. Até os rentistas vivem ressabiados. O dinheiro aplicado rende menos que nunca. Os megainvestidores de fora pagam para ver, mas também seguram a grana para descarregar na hora certa ?" que demora a chegar. Enfim, melhora econômica só no noticiário de mentirinha e no discurso vazio do Palhasso do Planalto.

O Presidente da República está depauperado. No sentido conotativo, a atuação do ex-parceiro e sucessor da Dilma é politicamente brochante. Não é vantagem ser um pouquinho melhor que a Presidenta de dois neurônios com sinapses defeituosas. No sentido denotativo, a saúde presidencial é temerária. O problema urinário dele parece mais sério do que (não) revelam os médicos. O uso de sonda sinaliza que a coisa é problemática. Já se fala em licença para tratamento. O curioso é que não faz diferença se o Rodrigo Maia vai sentar no trono palaciano. Os deuses do mercado já precificaram qualquer hipótese. O País opera no "tanto-faz".

O governo federal é o retrato da mesmice. As tais reformas essenciais ?" principalmente a da Previdência ?" não passam de faz-de-conta. O que já se reformou pouco benefício econômico gerou. As mudanças trabalhistas não produziram mais empregos, e ainda podem render mais confusão na Justiça trabalhista, muito em breve. A previdenciária, que seria a prioritária, não se torna realidade. Os privilegiados querem que nada mude, e sabotam a velocidade da votação no Congresso Nacional. Candidatos terão coragem de votar medidas amargas na corrida para a reeleição? É difícil...

Aliás, o fla-flu eleitoreiro se antecipou, porém com dúvidas e incertezas. Luiz Inácio Lula da Silva teatraliza ao grande público o desejo de voltar à Presidência. No entanto, não sabe se os donos do poder vão deixar. Ele pode ser condenado e corre risco até de prisão. Já pensou a humilhação de pedir um habeas corpus ao Gilmar? É por isso que a petelânda já admite até patrocinar o "retorno da Dilma". Ou, então, uma candidatura factóide de um Fernando Haddad. O PT está perdidinho da Silva. A única prioridade deles é sabotar a Lava Jato ?" no que conta com amplo apoio dos ex-sócios emedebostas, dos primos tucanalhas e demais comparsas nos 13 anos de putaria federal.

Os donos do poder procuram por um candidato que possa dar seqüência ao maravilhoso trabalho de Michel Temer. O nome que força a barra para entrar na disputa é Henrique Meirelles. A simpatia dele não atrai o eleitorado. Mas não há nada que se resolva com muita grana na campanha... Meirelles é até um exemplo bacana. Em Goiás, em 2002, recém saído da presidência mundial do BankBoston, o fenômeno se elegeu deputado federal pelo PSDB com o recorde de 183 mil votos...

Como está no poder desde 2003, com breve interrupção para cuidar do conselho do grupo J&F, Meirelles é um nome a ser levado a sério em 2018. Dizem que ele sonha todo dia com o Palhasso do Planalto... Lula adora Meirelles... Os tucanos também, embora não possam revelar isso publicamente, para não melindrar o Geraldo Alckmin, que tem uma dor de barriga por segundo com a menção do nome do João Dória. Meirelles está no PSD do Gilberto Kassab, mas já foi filiado ao PMDB e ao PSDB. O cara tem trânsito, e voto a urna eletrônica arranja para ele... Já se especula uma chapa surpreendente dele com a Marina Silva de DNA petista...

O objetivo geral dos donos do poder é sabotar a candidatura do Jair Bolsonaro. Até agora, todas as tentativas falharam. O mito vem crescendo de modo consistente, porque, até agora, é o único que consegue representar a crescente indignação do eleitorado brasileiro. Bolsonaro é muito forte nas redes sociais, onde sua equipe de marketing fez um trabalho inovador. A maior fragilidade dele é a partidária. Só ontem conseguiu fechar com o nanico Livres (ex-PSL), depois de conturbadas negociações e traições com o Patriotas (ex-PTN). Bolsonaro agora precisa de densidade programática. Haja trabalho de planejamento e articulação para o economista Paulo Guedes, um dos principais gurus do "mito"...

Tudo indica que vamos cair, novamente, na armadilha eleitoral em 2018. Campanhas polarizadas ideologicamente são ótimas para inviabilizar debates fundamentais sobre mudanças estruturais para o Brasil. O clima radical, truculento e desleal de disputa entre "torcidas organizadas de time de futebol" transforma a campanha em um espetáculo de estupidez.

Os donos do poder querem exatamente isto. Farão de tudo para evitar o debate fundamental sobre a inevitável Intervenção Institucional ?" a solução concreta para livrar o Brasil do domínio do Crime Institucionalizado. A tendência é que o sistema eleja seu marionete...

O jogo de ilusionismo está em andamento... A galera começa a se ouriçar... Só uma minoria discute projetos estratégicos para o Brasil. A maioria, anestesiada ou enganada, segue na mesmice. Eis a nossa tragicomédia... O negócio é esperar para ver se quem for rir por último realmente rirá melhor...
Marcelo poffo
06/01/2018 17:22
Senhor Roberto Sombrio com certeza tem razao de reclamar que esta sem agua, mas uma coisa eu te digo ninguem quer ferrar com o tal diretor, pq ele se ferra sozinho, nos encanadores temos a responsabilidade sim de cuidar da captacao e toda rede de destribuicao e ramais de agua, mas fos proibidos que chegar se quer perto das bombas, pois existem pessoas muito responsaveis na area, so pro sr ter a informacao eu tive que abrir a bomba do samae na Rua Douglas Alexandre com a picareta, isso mesmo estava de plantao liguei pro Samae e ninguem tinha a chave,abrir com uma picareta pois ela estava pegando fogo, e o chefe e os responsaveis nem se quer apareceram, entao lhe afirmo eles cavam sua propria cova e nos nao temos culpa de nada
Roberto Sombrio
06/01/2018 14:41
Oi, Herculano.

É ou não é coisa de moleque.
O dia inteiro sem água e apesar de ligar para o Samae avisando que a bomba está desligada, ninguém resolve.
Se querem detonar com o diretor Hilario Melato que tomem outra atitude e não as custas do consumidor.
Quando Gaspar terá uma gestão séria? E o prefeito é evangélico, pelo menos é o que dizem. Deve ser Santo do Pau Oco.
Herculano
06/01/2018 12:08
AS 4 RAZÕES QUE FAZEM DO NOSSO SISTEMA ELEITORAL UM SISTEMA PRISIONAL, por Victor Maciel Peixoto de Souza, estudante de economias na Universidade de Coimbra, Portugal, no Instituto Liberal

É muito comum ouvirmos pessoas defendendo a democracia como se fosse algo blindado de críticas. A democracia contém diversos problemas e um deles começa na sua base, o sistema eleitoral, que finge nos dar o poder de escolher diretamente os nossos representantes além de passar a falsa ideia de liberdade de escolha. O atual sistema tem servido de meio para iludir a população e perpetuar no poder aqueles que nada produzem à custa da sociedade. A próxima eleição está perto de acontecer e diversas reformas foram, e ainda estão, colocadas em pauta. Está na hora de pensarmos e mudarmos esse modelo que aprisiona a população por um sistema mais justo e com mais liberdade.

1. Voto Branco não é válido

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o voto branco e o nulo não têm o poder de anular uma eleição. Caso 51% dos votos totais sejam brancos, apenas os 49% serão contabilizados para o resultado final, o que contraria a democracia que tem como o objetivo de ouvir todas as vozes (ouvir ? obedecer). E o fato de a população não ter o poder de anular as eleições através do voto, é a simples razão pelo qual a sociedade não tem liberdade de escolha. Por exemplo, seria liberdade se você tivesse que escolher entre Hitler ou Stalin para governar seu país quando a opção de não escolher nenhum dos dois é inválida? Por mais que não tenhamos, felizmente, um Hitler ou Stalin como candidatos, somos obrigados a aceitar uma eleição onde os candidatos são totalmente despreparados e ou até mesmo possuem históricos de corrupção. Em 2014 não foi diferente, muitos brasileiros tiveram dificuldade de ter que escolher entre uma mulher incompetente de um partido afundado em acusações e condenações, e um candidato de falsa oposição que atualmente é acusado de corrupção passiva e obstrução da justiça. Como Reagan dizia "Nós o povo dizemos o que o governo tem que fazer, não ele nos diz", no mínimo a população deveria ter o direito, validando os votos brancos e nulos, de escolher não ser governado por nenhuma das alternativas oferecidas.

2. "Voto puxado"

Talvez este seja o ponto mais enganador do nosso sistema. Lembro, em um dos museus do Rio de Janeiro, um vídeo de uma mulher lendo a constituição federal e se emocionando ao ler que o povo brasileiro agora possui o direito de votar diretamente em seus representantes. Na teoria é bonito, na prática nem tanto. Acontece que o nosso sistema permite que candidatos com votos insuficientes sejam eleitos pelo que chamamos de voto puxado. Isto funciona da seguinte maneira: os votos para os cargos legislativos funcionam diferente dos votos para o executivo. Enquanto para o executivo basta possuir mais votos, ou seja, maioria simples (sistema majoritário), para o legislativo o voto é proporcional, ou seja, o número de votos válidos é divido pelo número de vagas que o respectivo estado tem, obtendo assim um quociente eleitoral. Por exemplo: um estado obteve 100 mil votos válidos e possui 10 vagas para deputados, então o quociente eleitoral será de 10 mil votos. Se um candidato X de um partido receber 20 mil votos, isso dará o direito ao partido de eleger mais um candidato do mesmo partido ou da coligação, desde que o candidato possua pelo menos 10% do quociente eleitoral**. Assim elegendo candidatos que não convenceram ou satisfizeram os eleitores com suas propostas, ao invés daqueles que receberam mais votos.

Em 2010, tivemos como exemplo o deputado Jean Wyllys que foi eleito deputado federal com menor proporção de votos (0,2%) do país. Naquelas eleições, o deputado virtual recebeu apenas 13 mil votos, enquanto seu parceiro, Chico Alencar, recebeu cerca de 240 mil votos o que lhe dava direito de eleger mais um colega.

O voto puxado, por um lado, faz sentido quando o objetivo é reforçar as ideias defendidas pela população. Por exemplo, se num cenário político um candidato que é contra o aborto recebeu muitos votos, o partido/coligação consegue eleger outro candidato que supostamente também seria contra o aborto e assim aumentando a representatividade das pessoas na política. Porém, o maior problema da "puxação de voto" é que no Brasil muitos partidos não possuem uma ideologia explícita, transformando o partido em apenas um meio de políticos conseguirem se candidatar e se eleger, isto faz com que o seu voto no candidato X possa eleger um candidato Y (do mesmo partido ou coligação), porém com ideias totalmente contrárias ao seu candidato de preferência.

3. Votar não é um direito, é uma obrigação

Erroneamente é dito que o voto é um direito, mas na verdade é uma obrigação. Por exemplo, o ingresso que você compra para ir ao cinema, obviamente, te dá o direito a assistir um filme e caso você não queira mais assistir aquele filme, você terá total liberdade de voltar para a sua casa, dar ou até mesmo rasgar o seu ingresso, e você não sofrerá nenhuma consequência por isso, pois você adquiriu aquele direito e isto lhe dá a liberdade de utilizá-lo ou não. O voto acontece ao contrário, ou seja, caso você não queira usufruir desse "direito" você será punido e uma não quitação da sua situação para com a justiça eleitoral poderá trazer a você consequências como multas e até mesmo o não recebimento de salários de entidades públicas.

Na maioria dos países desenvolvidos como Japão, EUA, Canadá, Portugal (e até mesmo muitos países não desenvolvidos), o voto é facultativo. E a importância de se ter a escolha de votar não só deve-se ao fato de que o indivíduo é livre para fazer o que desejar com sua própria vida, mas também você evita que pessoas que não possuem nenhum interesse ou entendimento por política vote em candidatos despreparados ou corruptos (principalmente naqueles que compram voto).

Apenas uma curiosidade em relação as eleições de 2010: "Eis aqui um sinal do Brasil profundo: 30% dos eleitores brasileiros já se esqueceram o nome do candidato a deputado federal para o qual deram o voto ?" a menos de 20 dias. Os dados são de pesquisa Datafolha realizada em todo o país nos dias 14 e 15 de outubro."

4. Maioria simples

O voto majoritário, na verdade, somando ao primeiro ponto deste texto, não tem nada de maioria. É muito fácil desconsiderar os que não querem nenhum dos candidatos para dizer que o candidato X foi eleito pela maioria. Quando um eleitor vota em Branco ou Nulo, o que ele está dizendo indiretamente é que ele não quer como governante nem o candidato A nem o B, e aqueles que votam no A não querem o B, e vice-versa. Portanto, para o cargo de executivo no mínimo deveriam contabilizar os votos em branco e nulo, e assim, para o candidato A se eleger, ele deveria ter mais votos que a soma dos votos para o candidato B e os votos nulos e branco. Isso ajudaria a eleição ser um pouco mais justa e evitaria, talvez, possíveis conflitos sociais (como manifestações com vandalismo), pois a fatia de eleitos que não conseguiram eleger seu candidato seria menor, ou seja, menos eleitores insatisfeitos com o resultado.

Com mais um concorrente (votos brancos e nulos válidos), os candidatos sentirão mais pressionados em satisfazer o eleitorado, e assim estimularia um debate com menos argumentos ad hominem e mais ideológico, e não somente fazer propaganda atacando o adversário, que indiretamente faz com que as pessoas sigam a atitude (i)lógica de votar no "menos pior".

Conclusão:

Não existe representatividade, maioria e muito menos decência na política brasileira a começar pelas eleições que deveriam no mínimo servir de exemplo de liberdade e democracia para o seu povo. Pelo o contrário, utilizam o povo como meio de manobra para se perpetuar no poder, conquistam pessoas ignorantes a troco de esmolas, escolhem quem eles querem como representantes do povo e ainda nos forçam a participar deste circo e sustentar o espetáculo que durará mais 4 ou 5 anos. Não temos para onde fugir e muito menos dizer não para eles através do voto. E isso tudo só mudará quando todos nós percebermos que não é simplesmente um sistema eleitoral, e sim, prisional.
Herculano
06/01/2018 08:00
UM NOVO COMEÇO, por Rodrigo Constantino, na revista Isto é

Algumas convenções têm um poder mágico, como no caso do Ano Novo. O tempo é um fluxo contínuo, mas dividi-lo dessa forma arbitrária serve para refletirmos sobre o passado e sonharmos com um futuro melhor. O clima do réveillon costuma ser contagiante justamente por conta dessa empolgação, desse otimismo generalizado.

Mas sejamos sinceros: quantos de nós não fazemos todo tipo de promessa para o novo ano que começa, apenas para abandonarmos cada uma delas no caminho? Aquela dieta pode esperar um pouco, serão só mais alguns cigarros, e dessa vez vou atingir minha meta de leitura. Até que a rotina e o hábito nos tragam novamente para a dura realidade.

O que acontece em nível individual também ocorre em nível nacional. Essa época do ano é convidativa para o resgate do "país do futuro", e o papel aceita tudo: o Brasil será finalmente aquele gigante imponente que matará todos de inveja. Um País miscigenado, tolerante, descolado e rico! Dura até o primeiro tiroteio na esquina?

É que mudar hábitos enraizados não é fácil mesmo. Exige muita força de vontade, dedicação, sacrifício. E se é da natureza humana escolher o caminho mais fácil, essa busca por atalhos é quase a marca registrada da nossa cultura. O jeitinho brasileiro é isso, e a malandragem é crer que é possível ter o bônus sem o ônus. É acreditar em ilusões.

2018 é ano de eleições, e de eleições decisivas. Afinal, o projeto lulopetista, responsável pela desgraça de nosso País, será novamente vendido como panaceia aos pobres e ignorantes. Os marqueteiros saberão criar uma narrativa falsa, mas sedutora, que apagará o desastre causado por essa ideologia. Muitos vão lembrar apenas da era da bonança artificial, sem ligar efeito à causa: foi ali que o PT plantou as sementes da enorme crise que jogou 15 milhões de brasileiros no desemprego.

Nesse sentido, teremos uma espécie de plebiscito: o Brasil quer mirar no modelo venezuelano ou vai finalmente amadurecer, romper com o populismo de esquerda, encarar de frente a necessidade de reformas estruturais? A dieta de que o País necessita é cortar gastos públicos, reduzir o escopo do Estado, retirar privilégios e abrir a economia, privatizar, tornar o sistema previdenciário menos insustentável. Teremos coragem de fazer o que é preciso, ou vamos insistir nas ilusões?

Uma boa resposta começa em cada um de nós. De nada adianta sonhar com uma solução mágica e não fazer sequer nossa pequena parte. Cada um deve se informar melhor sobre os candidatos, ajudar a esclarecer os mais leigos, cobrar coerência, evitar idolatrias políticas, exigir respostas sérias sobre os principais problemas.

A alternativa é continuar reclamando: Malditos quilos extras! Vou tentar esquecer isso comendo uns chocolates?
Herculano
06/01/2018 07:57
COM QUE CARA O PSOL DENUNCIA BOLSONARO ENQUANTO CELEBRA A DITADURA CHAVISTA? por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

Pense nas clássicas perguntas eliminatórias. Existem as vitais ("está grávida?", para receitar certas drogas), as pertinentes ("você já tem 18 anos?", para servir bebidas alcoólicas), as burocraticamente tolas ("é ou foi filiado a um partido comunista?", para conceder vistos americanos) e as infames ("define-se como negro?", para aceitar a inscrição do candidato em concursos com reservas "raciais").

Eu sugiro aos jornalistas que escrevam nos seus blocos de notas (ok, jovens repórteres, nos celulares) uma indispensável questão eliminatória a ser formulada em entrevistas com figuras icônicas da esquerda brasileira: "e a Venezuela, camarada?".

Na Folha (29/12/17), Marcelo Freixo, líder do PSOL, passou ileso. A entrevista navegou por Guilherme Boulos ("essa radicalidade é a melhor coisa que pode acontecer pro Brasil"), Lula (que circula "de braços dados com Renan Calheiros"), Sergio Moro ("não dá para achar que os fins justificam os meios") e os direitos humanos ("quem trabalha com direitos humanos não trabalha com zona sul" do Rio), mas nadica de Venezuela. "Quem trabalha com direitos humanos" seleciona ditaduras virtuosas, autorizando-as a violá-los? ?"eis a pergunta, tão óbvia quanto esclarecedora, que nunca foi formulada.

Nicolás Maduro rasgou um véu diáfano em julho de 2017, trocando a Assembleia Nacional eleita democraticamente, de maioria oposicionista, por uma Constituinte chavista. A inauguração ditatorial foi saudada por uma nota do PSOL de "solidariedade à revolução bolivariana". "Não há meio-termo", alertava sinistramente o partido que junta no seu nome as palavras "socialismo" e "liberdade".

Liberdade só para o partido governista, liberdade como privilégio - é essa a liberdade da "esquerda do século 21"? A pergunta ausente definiria o lugar político e filosófico de Freixo - e, ainda, do próprio Boulos, seu candidato presidencial.

A Venezuela converteu-se em Estado falido. Sob o chavismo crepuscular, as carências estendem-se até o universo dos alimentos básicos, dos itens de higiene cotidiana, dos remédios simples e materiais hospitalares rudimentares. O desespero popular, a violência policial e a corrupção pervasiva formam o caldo de uma guerra civil de baixa intensidade.

O "socialismo do século 21" produziu uma crise humanitária comparável à que aflige zonas de guerra no Oriente Médio e na África. Quantos saques de supermercados, quantos emigrantes, quantos mortos em corredores de hospitais depauperados serão necessários para que a Venezuela ingresse no diálogo político brasileiro? Com que cara o PSOL denuncia Bolsonaro e sua corja de saudosos da ditadura brasileira enquanto celebra a ditadura chavista?

Freixo conta que levou Boulos à casa de Paula Lavigne, "para conversar com setores da intelectualidade, do meio artístico". Lá, perguntaram-lhe se "o que vocês fazem é invadir a casa de alguém?". Imagino o sopro de angústia que atravessou a reunião dos com-teto (e que tetos!) do eixo Leblon/Lagoa.

Sei que o Brasil é um país paroquial, absorto, ensimesmado - mas Caetano Veloso pontifica sobre a Palestina. Ninguém perguntou nada sobre a Venezuela? Num ato público, em setembro, ao lado de representantes consulares venezuelanos, Boulos qualificou o regime de Maduro como "o bastião da resistência na América Latina". É esse o teu candidato, Freixo?

A pergunta que a repórter da Folha não fez é sobre o Brasil - mais precisamente, sobre a natureza da esquerda brasileira. Nem todos, nesse campo, estão dispostos a reproduzir o discurso liberticida de Boulos - mas quase todos preferem calar.

A pergunta eliminatória cumpre a função indispensável de fazê-los falar, marcando um divisor de águas. Com Maduro ou contra ele? Os segundos têm um lugar legítimo no nosso debate público. Os primeiros são Bolsonaros, apenas com sinal invertido
Herculano
06/01/2018 07:47
PERILLO NA PRAIA

Conteúdo de O Antagonista. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi flagrado em clima de recesso em uma praia, após a explosão de rebeliões em penitenciárias do estado, que resultaram em nove presos mortos e mais de 100 fugitivos, segundo o Painel da Folha.

"Um aliado confirmou que o governador decidiu sair por três dias com a família, mas disse que ele continuou atendendo às demandas. Perillo falou sobre a crise nas redes sociais e chegou a gravar um vídeo com fundo fictício sobre o assunto. Retorna neste sábado (6)."

Ronaldo Caiado já acordou?
Herculano
06/01/2018 07:45
MÉDICOS SÃO LIBERADOS PARA A VIDA PROFISSIONAL SEM CONTROLE DE QUALIDADE, por Drauzio Varella, médico cancerologista, para o jornal Folha de S. Paulo

Somos vice-campeões mundiais em número de faculdades de medicina. Temos 305.

A Índia é a primeira colocada com cerca de 400 faculdades, para uma população seis vezes maior do que a nossa. Na China há 150 faculdades para 1,3 bilhão de habitantes; nos Estados Unidos, 131 para 300 milhões.

Em 1997, tínhamos 85 escolas médicas. Em 20 anos mais do que triplicamos esse número, graças à explosão das escolas particulares que hoje correspondem a mais de 60% do total, a um custo mensal que varia de R$ 5.000 a R$ 16 mil, por aluno.

Há 13 anos, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) realiza exame teórico, facultativo, para os doutorandos do Estado. Apesar de a prova abranger temas gerais de grau intermediário de dificuldade, são reprovados mais da metade dos alunos.

Não é difícil explicar:

1) No país, não existem professores com formação acadêmica em número suficiente.

2) As instalações e os laboratórios de boa parte das faculdades são inadequados para o ensino das cadeiras básicas.

3) A maior parte das faculdades autorizadas pelo MEC não conta com hospitais-escolas dignos desse nome.

4) A expansão agravou a falta de vagas para a residência médica, que hoje mal atendem metade dos recém-formados.

Alunos com preparo deficiente são reprovados nos concursos para residência, fase essencial para o aprendizado clínico. Vivemos um paradoxo: enquanto os melhores alunos investem mais cinco anos na formação, uma legião de despreparados vai atender gente doente.

A OAB enfrenta o problema com o exame da Ordem, sem o qual o advogado não exerce a profissão. Se a OAB considera esse procedimento essencial, com muito mais razão deveria existir uma lei semelhante para os médicos.

O mercado tem mecanismos para se livrar do advogado incompetente, enquanto os médicos são liberados para a vida profissional sem o menor controle de qualidade. Por acaso, quem vai ao SUS ou sofre um acidente na estrada pode selecionar o médico que vai atendê-lo?

O argumento de que temos profissionais em número insuficiente e que o aumento de vagas servirá para compensar essa falta é infantil: nossos médicos estão mal distribuídos. Senão, vejamos:

1) A julgar pela média do país, não estamos tão mal: 2,1 médicos para cada mil habitantes, contra 2,5 nos Estados Unidos, 2,4 no Canadá e 2,2 no Japão;

2) O problema é que 55% deles trabalham no Sudeste, o triplo da região norte. No Maranhão há apenas 1,3%;

3) Nas 27 capitais estão concentrados 55% dos profissionais. Os demais ficam responsáveis por 5.543 municípios.

A formação médica completa exige seis anos de curso em período integral e mais cinco anos de residência. Depois de investir tanto tempo e recursos financeiros, quantos se interessarão em mudar para cidades pequenas, sem dispor de uma carreira organizada no serviço público (como a dos juízes, por exemplo), recursos técnicos e instalações mínimas para a prática da profissão?

De que cartola tiraram a ideia de que filhos de famílias em condições de pagar em média R$ 6.000 a R$ 7.000 por mês estarão dispostos a abandonar as comodidades da vida urbana, para atender ribeirinhos na Amazônia, lavradores no interior do Maranhão ou conviver com a violência das comunidades periféricas das cidades brasileiras?

O Cremesp propõe que os alunos de medicina sejam submetidos a avaliações a cada dois anos, para que as falhas na formação sejam corrigidas a tempo. Os diplomados fariam um exame nacional obrigatório, por lei. Os reprovados voltariam para cursos de reforço nas faculdades em que estudaram.

Em pouco tempo, escolas com índices altos de reprovação seriam fechadas pelo MEC.

Não conheço um médico que não esteja preocupado com a qualidade dos profissionais que essas escolas medíocres despejam no mercado. Não conheço um que não seja a favor da avaliação obrigatória. Duvido que você, leitor, seja contrário.

Se todos concordam que um exame de suficiência semelhante ao que o Cremesp realiza ajudaria a proteger a sociedade da incompetência de médicos mal formados, quais interesses políticos e financeiros impedem que uma lei com essa exigência seja aprovada?
Herculano
06/01/2018 07:32
ENROLADO NA LAVA JATO AJUDOU ESQUEMA DAS AÉREAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

Ex-secretário de Gestão do Ministério do Planejamento Valter Correia, preso pela Polícia Federal na Operação Custo Brasil, que prendeu também o ex-ministro Paulo Bernardo, é apontado como peça fundamental do esquema montado no governo Dilma Rousseff para compra de passagens, sem licitação, mediante pagamento à vista, por meio de cartão corporativo. Esse privilégio que não é concedido a quaisquer outros fornecedores de bens e serviços do governo federal.

PAI PARA FILHO
Os termos da contratação das empresas aéreas, sem licitação, são únicos. Até dispensa as empresas de retenção de impostos na fonte.

BATOM NA CUECA
Valter Correia foi secretário executivo adjunto do Planejamento com Paulo Bernardo ministro. E preso, como ele, na Operação Custo Brasil.

ROUBO DESCARADO
A Consist cobrava mais do que devia de aposentados e servidores que faziam empréstimo consignado e repassava 70% para políticos do PT.

QUADRO PETISTA
Valter Correia é acusado de receber propina da Consist Ao ser preso, ele era o secretário de Gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

'MEGALONANICO' CONTINUA NO MUNDO DA FANTASIA
O ex-chanceler Celso Amorim, que não por acaso ganhou o apelido de "megalonanico" quando ministro das Relações Exteriores do governo mais corrupto da História, chefiado por Lula, diz que diante do provincianismo de Donald Trump, o Brasil "perdeu protagonismo e liderança mundial nas relações comerciais e na mediação de paz dos conflitos internacionais". Como se essa "liderança" tenha sido exercida em algum momento e, pior, que ele tivesse algo com isso.

VASSALAGEM
Dono de flexível coluna vertebral, Amorim não liderou nem o Itamaraty, prestando vassalagem a um assessor que Lula levou para o Planalto.

ASPONE GARCIA
Durante o período em que o "megalonanico" imaginou que o Brasil exercia "protagonismo", Marco Aurélio Garcia era o chanceler de fato.

ERA UMA BAIXARIA
Sem qualificação em diplomacia, Marco Aurélio ganhou relevância por protagonizar o episódio doméstico que lhe valeu o apelido "Top Top".

FALAM MUITO
Enquanto muito brasileiros usam chip pré-pago e ainda correm atrás de bônus, os deputados torraram mais de R$ 6,5 milhões com os celulares funcionais desde a posse, em 2015. E ainda resta um ano de mandato.

SEM PERIGO DE DAR CERTO
O Ministério da Educação liberou R$ 345 milhões para universidades e institutos federais no final de 2017. Suficientes para formar 500 brasileiros na universidade de Harvard, uma das mais caras do mundo.

BATATINHA 2018
Levy Fidélix disputará sua enésima eleição presidencial. O slogan: "Bigodão é a solução". Nas eleições de 1994 e 1998, nos bastidores do TSE, achavam a maior graça chamando-o de "Batatinha".

LOROTA FOR EXPORT
Tanto Financial Times quanto Wall Street Journal noticiam a resistência brasileira à compra da Embraer pela Boeing. Não é bem assim. Essa é a versão da imprensa brasileira. O governo não tem opinião formada.

RUI BEM NA FOTO
Pesquisas independentes apontam uma dianteira de 11% de Renan Filho (PMDB) em relação a Rui Palmeira (PSDB), na disputa pelo governo de Alagoas. E sem o prefeito ao menos percorrer o interior.

QUEM PAGA AS CONTAS?
Adversários do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) cobram explicações sobre sua ocupação. Intrigam essas pessoas o fato de o político cearense não ter ocupação fixa há anos, sem perder qualidade de vida.

GUILHERME SE RECUPERA
Recupera-se bem de cirurgia, no paraíso da Barra de São Miguel, o ex-governador e ex-ministro do TCU Guilherme Palmeira, também um dos mais admirados ex-senadores da História.

2030 É LOGO ALI
As Nações Unidas comemoraram o "avanço brasileiro em 2017 na implantação da Agenda 2030". Um dos objetivos é alcançar até 2030 o acesso universal e equitativo à água potável para todos.

PENSANDO BEM...
...o auxílio-paletó de R$25 mil, na Assembléia Legislativa do Amapá, é uma maneira de assaltar o cidadão sem precisar apontar um revólver
Herculano
06/01/2018 07:27
da série: esta história é igual ao dos petistas e da esquerda do atraso e defendida por eles quando são personagens. Só não pode, e acertadamente, quando a história é de algum oposicionista.

NOMEAÇÃO MOSTRA O BRASIL DE CRISTIANE, André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no jornal Folha de S. Paulo

O governo Michel Temer passa por má fase, com dificuldade para achar quadros de reposição aos que deixam o navio intempestivamente. Não obstante, sempre encontra um modo de prestar serviços ao país. No caso, o de revelar, cruamente, a que ponto nos trouxe a crise que entra em seu quinto ano.

O prêmio concedido a Roberto Jefferson, presidente do PTB, com a nomeação da filha, Cristiane Brasil, para a pasta do Trabalho, mostra que o sucesso das operações anticorrupção pouco alterou os costumes políticos nacionais. Como se sabe, ao conceder a entrevista que deflagrou o mensalão, em 2005, Jefferson se autoincriminou. Para denunciar José Dirceu e o PT, teve que reconhecer a própria culpa. Passados 13 anos, cumprido um de prisão em regime fechado, lá está ele, impávido, de volta ao poder por meio da descendente.

A própria deputada escolhida aparece na delação da Odebrecht à Lava Jato, além de enrolada com processos trabalhistas (se bem que isso pode trazer conhecimento útil no posto que ocupará). Pai no mensalão; filha na Lava Jato. Nada disso importa. Sob o comando de Jefferson, o PTB deu 14 votos na Câmara pelo impeachment de Dilma, 14 contra o afastamento de Temer e promete outros tantos para a reforma da Previdência. É dando que se recebe.

E se alguém acha que essas agremiações clientelistas estão com os dias contados até a eleição de 2018, deveria ler com atenção o noticiário corrente. Fernando Henrique mandou dizer a Alckmin que ele precisa ser capaz de colar os cacos fisiológicos. Kassab, chefe de um deles, sinaliza que o PSD está disposto a conversar, apesar de ter um pré-candidato, Henrique Meirelles, no seu partido. O ministro Marun, homem de Eduardo Cunha, indica que o MDB também pode apoiar o governador paulista, apesar das mágoas, uma vez que este não se jogou a favor de Temer na hora do aperto, como fez Jefferson.

Enfim, a velha política vai se rearrumando. É possível até que da profusão de novos grupos ?"à direita, ao centro e à esquerda?" saia alguma novidade interessante, mas o Congresso de 2019 não será muito distinto do que está aí. A classe política é o resultado de lenta sedimentação. Não será destruída nem construída do dia para a noite.

Há um erro fundamental em achar que processos espetaculares teriam o condão de substituir a camada atual de legisladores por uma nova em folha. Os políticos profissionais refletem a sociedade da qual emergem. Eles não mudarão enquanto esta não mudar.

PS: de acordo com Fernanda Calgaro, do "G1", o deputado do PSD-RJ que deve assumir com a vacância de Brasil foi condenado "por exploração sexual de menor". O parlamentar diz que a condenação foi política
Herculano
06/01/2018 07:23
da série: os novos donos do poder, relutam em entender o papel da imprensa (de verdade, não a que puxa o saco dos poderosos de plantão por proximidade, minguados, interesses, medo, preguiça ou incompetência) para as suas farras continuadas contra a lei, a ética e a favor dos benefícios e sacanagens para si e para os seus.

CONTA DE ASSESSORA PAGA DÍVIDA DE MINISTRA, por Josias de Souza

Poucos presidentes exercitaram a incompetência administrativa com tanta competência quanto Michel Temer. Tornou-se o primeiro presidente da história a conceder status ministerial a um paradoxo. Acomodou na pasta do Trabalho uma deputada condenada um par de vezes por descumprir a legislação trabalhista. Como nada no atual governo é tão ruim que não possa piorar, descobriu-se que o dinheiro que paga as parcelas de uma dívida da nova ministra Cristiane Brasil com um ex-motorista sai da conta bancária de uma assessora do seu gabinete na Câmara.

Deve-se a nova revelação à repórter Juliana Castro. Em notícia veiculada na edição do Globo neste sábado, ela informa que Leonardo Eugênio de Almeida Moreira, um dos motoristas que acionaram a nova ministra na Justiça do Trabalho, firmou com ela um acordo. Prevê o pagamento de R$ 14 mil em dez parcelas. As prestações começaram a ser liquidadas em maio do ano passado, com verbas saídas da conta de Vera Lúcia Gorgulho Chaves de Azevedo. É filiada ao PTB, partido da ministra. Recebe da Câmara salário mensal de R$ 10,8 mil.

Cristiane Brasil alega que Vera Lúcia, chefe do seu escritório político no Rio de Janeiro, representou-a na audiência em que a encrenca trabalhista foi dissolvida num acordo. Sustenta que, por mera praticidade, cadastrou o pagamento das parcelas do acordo na conta da assessora. A ministra assegura que reembolsa os valores pagos.

Numa segunda ação trabalhista, movida por Fernando Fernandes Dias, outro ex-motorista que trabalhou para Cristiane Brasil sem registro em carteira, a ministra foi condenada a pagar R$ 50 mil. Ela recorre para tentar reduzir a cifra. Decidido a fazer o pior o melhor que pode, Michel Temer já avisou que não lhe passa pela cabeça a ideia de rever a nomeação da filha do ex-presidiário Roberto Jefferson.
Herculano
06/01/2018 07:18
EDITORIAL DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO

A Petrobras concordou em pagar US$ 2,95 bilhões para pôr fim a uma ação coletiva de investidores nos Estados Unidos. O acordo, que ainda será submetido à apreciação da Justiça americana, remove uma grande incerteza patrimonial que ainda pairava sobre a empresa, consequência da corrupção revelada pela ["Operação Lava Jato]":http://arte.folha.uol.com.br/poder/operacao-lava-jato/.

Apesar do montante elevado ?"o quinto maior da história dos EUA e o mais alto envolvendo uma empresa estrangeira?", o mercado considerou a notícia positiva.

Se não fosse interrompido, o caso iria a júri popular, e uma derrota da Petrobras poderia custar ainda mais, segundo especialistas.

Ainda há ações individuais em curso, além de processos no âmbito da SEC (o órgão regulador do mercado de capitais) e na área criminal que podem resultar em mais perdas para a estatal. Mas espera-se que o acordo fechado reduza o risco de novos danos.

Outro aspecto crucial, que pode reduzir o valor de eventual multa por parte da SEC, é a petroleira não ter se declarado culpada pelos desvios de recursos ?"ela mantém a estratégia de se apresentar como vítima da corrupção.

No Brasil, tal posição tem tido boa acolhida. Os esforços do Judiciário e do Ministério Público se concentram em compensar a empresa (e o erário) pelas perdas.

É menor, porém, a preocupação em buscar indenizações para investidores brasileiros. Não se encaminhou ação civil pública, por exemplo, para reparar danos oriundos de atos praticados pelo corpo diretivo contra a economia popular.

Por ora, além de iniciativas individuais de pouca repercussão, há um processo contra a estatal na Câmara de Arbitragem de Mercado da Bolsa de Valores.

A aceitação local da tese de que a estatal é vítima traz vantagens para a empresa, mas não colabora para a apuração de responsabilidades dos dirigentes e do Conselho de Administração.

Apenas no fim de 2017, a Comissão de Valores Mobiliários formalizou acusação contra o ex-presidente José Sergio Gabrielli e outros sete ex-funcionários da Petrobras por irregularidades na contratação de três navios-sonda.

Outros temas merecem debate, como um possível abuso de poder por parte do acionista controlador ?"a União?", que forçou a estatal a realizar negócios ruins, com ou sem o agravante da corrupção.

Em suma, o caso deve servir como exemplo e estímulo para reforçar a proteção dos minoritários e da coletividade. Nessa área, ainda há muito o que avançar
Joquinha Faceiro
06/01/2018 00:33
Herculano!

Começou o desespero da PETEZADA nas redes sociais. Isso significa somente uma coisa, a certeza da condenação e posterior prisão do LULALADRÃO. Estão partindo para a ignorância, ofendendo todo mundo. Isto demonstra somente uma coisa, a certeza da condenação. Não percebem os idiotas que com esta tática de guerrilha só pioram a situação do sapo barbudo. Com esta tática vai doer muito mais. Desse jeito a gozação vai ser maior ainda.
Herculano
05/01/2018 20:07
NEM PATRIOTAS ONDE EMPENHOU A PALAVRA E A JOGOU NO LIXO, NEM AO LIVRES A QUEM NAMORAVA, NEM AO PSC ONDE ESTAVA FILIADO, DEPOIS DE PASSAR POR MEIA DÚZIA DE PARTIDOS. JAIR BOLSONARO FECHOU COM O PSL

PERPLEXIDADE NO PATRIOTAS

Conteúdo de O Antagonista. Adilson Barroso, presidente do Patriota, não quer acreditar que Jair Bolsonaro será candidato pelo PSL.

Ainda sem saber dizer exatamente o que está sentindo, ele mandou a O Antagonista um vídeo do dia em que o deputado assinou uma filiação à sua legenda, em 10 de março de 2017.

"A alegria foi tanta que, após ele dar a palavra e a assinatura, me puxou para dançar a 'dança da vitória de Davi', da Bíblia", recordou Barroso.

Adilson Barroso culpa Gustavo Bebianno, advogado de Jair Bolsonaro, pela ida do deputado para o PSL.

"Homem sem palavra, homem sem palavra?"

LIVRES: "NÃO QUEREMOS SERVIR A UM GRANDE NOME"

O Conselho Nacional do Livres divulgou a seguinte nota a respeito do rompimento com o PSL, após a chegada de Jair Bolsonaro:

"Ao longo de quase dois anos, nos empenhamos na construção de um projeto inédito no Brasil: um novo partido político firmado em ideais de liberdade e integridade institucional.

Conquistamos milhares de filiados em todos os estados do Brasil. Nossas novas lideranças políticas faziam do Livres o segundo partido mais representado no programa RenovaBR. Quadros do nível de Elena Landau desenvolviam um plano de trabalho para fazer da nossa Fundação uma das principais referências em políticas públicas na América Latina.

Havíamos atraído alguns dos melhores parlamentares brasileiros dispostos a compor já no próximo mês uma bancada Livres de qualidade e integridade sem comparação no Congresso Nacional.

Agora, infelizmente, Livres e PSL tomam caminhos separados.

A chegada do deputado Jair Bolsonaro, negociada à revelia dos nossos acordos, é inteiramente incompatível com o projeto do Livres de construir no Brasil uma força partidária moderna, transparente e limpa. Recusamos a reciclagem do passado. Não vamos arrendar nosso projeto à velha política de aluguel. Nosso compromisso não é com a popularidade das pesquisas da semana passada, mas com a população de um país que exige a transformação da política partidária.

Não queremos servir a um grande nome, mas sim à grande massa de batalhadores de nosso Brasil. Se hoje a velha política nos derrota é porque ela não conseguiu nos conquistar.

Continuaremos a lutar por um estado mais enxuto, que concentre os recursos públicos em segurança, saúde e educação. Nós, do Livres, não descansaremos até que se instaure no Brasil um projeto político em que a democracia é uma garantia, as instituições são mais fortes que os interesses dos dirigentes e o valor da liberdade é supremo e verdadeiro."
Periquito Arrepiado
05/01/2018 17:19
O Calinho Bornhausen tá 3 dias sem água e foi ele que indicou o deretor melato pro Samae. Até o padrinho tá tomando na cabeça. ai,ai,ai...ui,ui,ui....KKKKKKKK....
Herculano
05/01/2018 15:32
MAIS UMA FACTóIDE E OS JORNALISTAS CAÍRAM QUE NEM PATINHOS

LUCIANO HANG FAZ PROCLAMAÇÃO POLÍTICA MAS NÃO ANUNCIA CANDIDATURA E FILIAÇÃO, por Moacir Pereira, do Diário Catarinense, da NSC, Florianópolis

O empresário Luciano Hang, fundador e dono do grupo Havan, fez esta manhã uma forte proclamação política em defesa da participação dos empreendedores e da população na política e por mudanças nas eleições de outubro de 2018.

Frustrando as expectativas dos jornalistas e dos meios políticos não anunciou se vai ser candidato este ano, a que cargo e em que partido político vai se filiar. Ele cancelou inscrição no PMDB de Brusque ontem, depois de filiado desde 1986.

Luciano Hang anunciou que em abril e maio ele e os 12 mil empregados da Havan participarão de uma campanha intitulada "Coragem para mudar- o Brasil precisa de nós". Todos vestirão camisetas verde e amarela que objetivam não torcidas pelo Brasil na Copa do Mundo, mas pelas mudanças nas eleições de outubro.

Indagado várias vezes se seria candidato respondeu: "Ainda não!"

Perguntado a que cargo poderia concorrer, repetiu que "ainda não definiu",

Em novo questionamento sobre em qual partido político deverá ser filiar manteve o mistério: "Ainda não está definido".

Neste momento, não tem candidatos preferenciais a presidência da República e ao governo do Estado. Descartou, contudo, de forma contundente, apoio ou voto nos candidatos de partidos de esquerda.

?" Este é o Ano do Fato Novo ?" enfatizou o empresário, para repetir várias vezes o discurso das mudanças, da valorização do mérito, do trabalho, do estudo e da competência.

Crescimento

Luciano Hang proclamou que acredita no Brasil,mas que mudanças são inadiáveis e indispensáveis. Anunciou que o grupo Havan pretende chegar a 200 megalojas em 2022, com 25 mil empregados. Este ano deve atingir a meta de 125 megalojas.
Samae 2
05/01/2018 15:09
Sr. Herculano

Quem diria que sentirmos Saudades de Elcio, sempre chegava cedo e saia tarde, cumprimentava a todos e não mandava recados. Recebia a todos os funcionários em seu gabinete e nunca deixou faltar água por mais de 8 horas, exceto um dia em que funcionário colega nosso e seu opositor feichou de propósito um registro na Pedro Simon onde poderia e sabia que era só ter amarrado com arame ou estrangulador.
Hoje o macaco veio izicutivu não cumprimenta ninguém é pra falar com ele só com hora marcada. Tem os incompetentes ao seu lado, fez lei para beneficiar o sobrinho e deixa faltar água em todos os cantos.
mente dizendo ser seu projeto do reservatório da ETA 1 e não fala que foi o diretor anterior que licitou o projeto e deixou 3 milhões em caixa. Não fala que diretor anterior enterrou mais de 20km de rede nova, substituída ou ampliada. Aqui o Samaria a coisa tá feia, falta comando e competência e sobra arrogância.
Tavares esquecendo, a reforma da ETA 2 do Bela Vista também foi licitada pelo também incompetente diretor, mas verdade seja dita.
Melato seus dias estão contados.
Sidnei Luis Reinert
05/01/2018 15:09

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
Petrobras tem obrigação de revelar nomes de dezenas de ladrões e corruptos que está processando


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Algoz de si mesma ou vítima de uma organização criminosa, a Petrobrás tem a obrigação moral de publicar um fato relevante ao mercado divulgando um resumo dos 59 processos judiciais que a empresa move contra "ladrões" e "corruptos" que a lesaram. Até agora, a estatal de economia mista apenas informou à imprensa que espera receber R$ 41 bilhões nestas ações regressivas. Até agora, com amplo estardalhaço, a Lava Jato só devolveu R$ R$ 1,475 bilhão aos cofres da petrolífera.

A divulgação da indenização de R$ 9,6 bilhões aos investidores estrangeiros, para encerrar apenas uma de vinte e tantas ações na Corte de Nova York, irritou os investidores tupiniquins. Com toda Justiça, eles exigem tratamento idêntico. A Petrobrás enfrenta um processo bilionário de arbitragem movido pelo escritório de Modesto Carvalhosa. O caso, que será julgado pela Câmara de Arbitragem da Bolsa de Valores (B3), tem extrema importância econômica porque conta com o apoio dos maiores fundos de pensão do País, além de investidores de peso.

O escândalo do Petrolão gera uma polêmica jurídica sem fim. Expõe a precária regulação do mercado de capitais no Brasil em relação às 151 empresas de economia mista. A maior contradição básica é: a União Federal (controladora das "estatais") dificilmente será punida administrativa ou judicialmente pela própria máquina do governo federal. A Comissão de Valores Mobiliários não é independente, nem de fato, nem de direito. Apesar da qualificação de seus técnicos, a CVM é uma "SEC de mentirinha" que só aplica multa pagas por seguradoras das estatais.

Como esperar isenção e atuação ofensiva-punitiva de uma CVM que é uma autarquia do Ministério da Fazenda. Nos governos Lula-Dilma, a contradição ficou ainda mais vergonhosa. Ministros da Fazenda, a quem a CVM era subordinada, como Antônio Palocci e Guido Mantega, fizeram parte ou presidiram o Conselho de Administração da Petrobrás. Apenas por coincidência (que não existe), Palocci e Mantega são alvos de processos e condenações na Lava Jato. Só agora, muito tempo depois que o cofre da Petrobras foi arrombado, a CVM ensaia processos (apenas administrativos) contra ex-dirigentes e conselheiros da petrolífera.

Teatrinho de "Processo Sancionador" tardio não resolve o problema, porque não leva o ladrão para a cadeia, e nem o obriga a devolver o que foi afanado dos cofres ou desviado dos negócios da companhia. É mais que evidente a culpa ou dolo dos políticos que ocupavam (ou infestavam) a cúpula da União Federal. Mas como se pode esperar que a própria Advocacia da União entre com ações judiciais regressivas contra seus dirigentes? Melhor esperar sentado... Eis a fratura exposta do regime Capimunista tupiniquim: União e governo, que se confundem, fazem negócios, negociatas, e não são punidos (por eles mesmos).

A mídia amestrada por verbas publicitárias da Petrobras produz "análises" sem-noção sobre o caso Petrobras. O problema mais grave, a contradição e esgotamento do nosso modelo estatal, nunca é enfocado. Por isso, é uma piada de mau gosto e uma afronta à mínima inteligência dos investidores noticiar que "a Petrobras luta para não ser tachada de empresa criminosa". A empresa ainda corre risco de levar uma multa de US$ 1 bilhão imposta pela Securities and Exchange Commission ?" a xerife do mercado de capitais nas terras do Tio Sam...

Na verdade, a Petrobras "teve a boa vontade" (kkk) de negociar um acordo judicial para não impedir os "negócios" que o governo temerário do depauperado Michel Temer deseja fazer com a "estatal", privatizando ativos estratégicos e ainda lucrativos. Ações judiciais ?" aqui ou lá fora -, junto com processos administrativos ?" aqui e acolá ?" atrapalham os futuros negócios. A organização criminosa brasileira agiu, com muita competência, para justificar a dilapidação do patrimônio estatal.

A Petrobras não vai admitir às autoridades judiciais e fiscalizatórias norte-americanas que "cometeu crimes". Até porque, na verdade, quem cometeu o "crime" foi o modelo capimunista do Brasil. Os dirigentes do governo da União - controladora as "estatais" ?" é quem dita as ordens para os negócios estratégicos das empresas de economia mista. O dolo criminoso é do modelo ou dos "bandidos eleitos pelo voto obrigatório"? A culpa criminosa é da estatal e de seus executivos e conselheiros? Independentemente das polêmicas que gerem as respostas, o certo é que o modelo brasileiro é canalha.

Se a Petrobrás fosse uma empresa da Coréia do Norte, talvez a coisa ficasse mais feia... Certamente, algum criativo jurista do Departamento de Justiça dos EUA até poderia sugerir uma inédita ação judicial contra o "Capitalismo Estatal". Já pensou nosso Estado Capimunista tupiniquim sendo processado em uma Corte Transnacional? Por tal "lógica", a Petrobras bem que poderia acionar o "Judasciário" para meter uma ação contra a União (o acionista majoritário que indica os executivos e conselheiros que lesaram a empresa, de forma direta ou indireta, de modo doloso ou culposo...

A Lava Jato daria uma grande contribuição ao debate se partisse para cima da apuração sobre crimes societários no Petrolão. Uem sabe, as investigações descobrissem que os maiores beneficiários das sacanagens na petrolífera foram os maiores bancos do planeta. Eles detêm os títulos da dívida da empresa ?" cujo valor de face reflete um título "junk bond"... É impossível ocorrer um esquema tão volumoso de corrupção sem a participação sistêmica da Oligarquia Financeira Transnacional.

Brincadeiras-sérias à parte, o caso Petrobras escancarou o esgotamento do nosso modelo Capimunista Rentista. Mais uma vez, fica evidente que o Brasil só tem jeito se for passado a limpo por uma inédita Intervenção Institucional que implante um novo modelo estatal, Capitalista de verdade, para que o País mais roubado do mundo se transforme em um País rico que empregue as receitas a favor do desenvolvimento de seu povo ?" o que nunca aconteceu em nossos 500 anos de História mal-contada...
Roberto Sombrio
05/01/2018 12:23
Oi, Herculano.

O caso do SAMAE já não sei se é incompetência ou é coisa de moleque.
Só moleque pouco se importa com a desgraça dos outros. O pior nesses casos que se tornaram corriqueiros é a atitude dos funcionários do SAMAE que de uma hora para a outra não entendem mais sobre como concertar ou ajustar uma bomba.
Hoje na parte da manhã até as 11hs tinha água, agora a rede está seca. Quero ver quanto tempo vai levar até que alguém tire a bunda da cadeira para verificar porque a bomba não está funcionando.
O prefeito Kleber e o diretor Melato com certeza não estão nem aí, pois já tem seus empregos que garantem surrupiar o povo e se precisarem de mais grana é só baixar um decreto ou aumentar impostos como fizeram com a COSIP. Neste país não há lei que dê um basta nesse lixo.
Herculano
05/01/2018 11:59
COMO SE FAZ A CRISE NO SISTEMA DE SEGURANÇA E PRISIONAL

O Delegado Geral da Polícia Civil, amotinada no Rio Grande do Norte, José Correia Francisco Júnior desafiou a Justiça e os cidadãos. Em plena crise disse que a corporação não está em greve. E nem está nem ai para as consequências da greve. Para não ser pressionado e não exigir dos subordinados, ele vai se aposentar aos 47 anos de idade (não de serviço), com o vencimento de no mínimo R$38.416,74 por mês e que ele ganha hoje, ou seja, bem acima do teto constitucional.

Este não é o retrato do Rio Grande do Norte, é do Brasil. É a falência daquilo que não se sustenta para o cidadão que paga os pesados impostos e não possui o retorno do servidor e do serviço público
Herculano
05/01/2018 11:47
VOTOS NULOS E ELEIÇÕES VÁLIDAS, por Antônio Augusto Mayer dos Santos, advogado e professor de direito eleitoral, para o jornal Zero Hora, de Porto Alegre RS

Com tantos esparramos pela República, os ímpetos de uma parcela do eleitorado vêm adquirindo conotações peculiares. Exemplo disso está na requentada falácia da "nova eleição" ante um hipotético predomínio de votos nulos sobre os válidos.

A cada pleito a ladainha se repete. Os adeptos dessa delirante "solução" para as anomalias e mazelas do poder trombeteiam que se mais da metade dos votos for anulada, haverá outro pleito, sendo que os candidatos do primeiro não poderão concorrer novamente. Tolice deslavada.

O ordenamento jurídico, em excelente vernáculo, dispõe que será considerado eleito aquele que obtiver maioria absoluta, desconsiderados os brancos e nulos. Ou seja, vencerá o pleito o candidato que alcançar metade mais um dos votos válidos. Assim, mesmo que os índices de participação sejam escassos e uma enxurrada de votos imprestáveis inunde as urnas, haverá um eleito, em primeiro ou no segundo turno, salvo se o comparecimento às urnas for zero, o que obviamente é incogitável.

Na prática, a propalada "tese" da nulidade de uma eleição para que outra lhe suceda corresponde a uma pregação inútil porque é juridicamente impossível. O sistema não estabeleceu (e, convenhamos, não estabeleceria) regra tão vacilante a ponto de debilitar a democracia que o sustenta. De outra parte, calha recordar que a lei prevê "nova eleição" somente quando a Justiça Eleitoral indeferir o registro, cassar o diploma ou decretar a perda do mandato do eleito, independentemente do número de votos anulados.

Assim, enquanto a manifestação apolítica do eleitor anulando o seu voto expressa um eloquente repúdio aos candidatos, à politicagem ou à obrigatoriedade do sufrágio, a disseminação de fórmulas insensatas em nome de utopias corresponde a um desserviço. Até porque, os defensores da "nova eleição" omitem o essencial: votos nulos não tem serventia alguma porque não são direcionados a nenhum candidato registrado.

Os partidos mantidos pelo Fundo Partidário e a Justiça Eleitoral devem esclarecer a população que o contrário disso não passa de grotesca boataria.
Herculano
05/01/2018 11:42
TRUMP JÁ FEZ MAIS PELA DESREGULAMENTAÇÃO DO QUE QUALQUER PRESIDENTE DA HISTóRIA MODERNA, por João Luiz Mauad, administrador de empresas, no Instituto Liberal


Não sou dos mais empolgados com Donald Trump. Principalmente por causa do tom histriônico e pouco protocolar com que ele vem exercendo a presidência, sem se importar com a liturgia do cargo mais importante do planeta, bem como da sua reiterada aversão ao livre mercado mundial, tenho muitas reservas ao Orange Man.

Uma coisa, porém, não podemos deixar de admitir. Em alguns aspectos, a sua administração tem sido formidável, especialmente no que tange ao desmantelamento do aparato regulatório criado nos EUA, desde o New Deal de Franklin Roosevelt ?" um divisor de águas na história do capitalismo norte americano.

Um artigo, assinado por Mark A. Thiessen e publicado recentemente no Washington Post, resume bem esta verdadeira revolução operada por Trump em seu primeiro ano de mandato.

Trump herdou um estado regulatório que cresceu a níveis sem precedentes sob o presidente Barack Obama. Uma maneira de medir o crescimento nas regulamentações é contando o número de páginas do Federal Register, o livro (uma espécie de diário oficial) onde o governo publica todos os novos regulamentos editados.

Não por acaso, Sete dos oito maiores totais de páginas anuais da história americana ocorreram sob Obama. Antes dele, nenhum presidente havia excedido 80 mil páginas. Em 2016, Obama tornou-se o primeiro presidente a quebrar a marca de 90.000 páginas ?" 96.702, para ser exato ?" e se adicionarmos seus últimos 20 dias no cargo, o total atinge absurdas 103.432 páginas.

Trump cortou esse número quase pela metade. De 23 de janeiro a 19 de dezembro deste ano, ele adicionou apenas 53,550 páginas ao Federal Register . E muitas dessas páginas nem eram regulamentos novos, mas os anúncios de regulamentos que foram cancelados. Seus esforços excederam mesmo aqueles do presidente Ronald Reagan, que reduziu as páginas do Federal Register em mais de um terço, durante seu período no cargo.

Desde que assumiu, nosso Hércules da desregulamentação convenceu o Congresso a revogar 14 grandes regulamentos implementados por Obama, e excluiu ou postergou mais de 1.500 outros por ação executiva. Mais importante ainda, ele emitiu a Ordem Executiva 13771, que obriga agências governamentais a eliminar dois regulamentos existentes para cada novo emitido, a fim de garantir que os custos líquidos de qualquer novo regulamento sejam nulos.

Um estudo recente estimou que "os últimos 50 anos de regulamentos federais reduziram o PIB real em aproximadamente dois pontos percentuais por ano. Em vez de a economia dos EUA crescer pouco mais de 3% ao ano desde a Segunda Guerra Mundial, ela teria crescido mais de 5% ao ano". Dito de outra forma: sem toda essa regulamentação, a economia do americana seria cerca de quatro vezes maior do que é hoje.

O.K. Essas estimativas podem ser muito otimistas, já que, em economia, o tal do "ceteris paribus" costuma ter um peso enorme. Porém, mesmo que se corte a estimativa pela metade, a diferença será ainda enorme.

Os resultados práticos, pelo menos até agora, são promissores. O Federal Reserve de Nova York estima que a economia dos EUA crescerá a uma taxa anual de quase 4% no quarto trimestre de 2017. Isso depois de alcançar o crescimento de 3% no segundo e terceiro trimestres do mesmo ano. O mesmo Fed de Nova York prevê que o bom desempenho continuará, com crescimento acima de 3% no primeiro trimestre de 2018. Para se ter uma ideia do que significam esses números, a última vez que a economia dos EUA teve quatro trimestres consecutivos de crescimento, acima de 3%, foi há 13 anos, no biênio 2004-2005.

Esse tipo de crescimento pode ser sustentado? Muitos economistas são céticos. A aprovação da reforma tributária "pró-crescimento" esta semana, por outro lado, poderá ajudar muito os investimentos necessários para manter a economia em ebulição.

Em resumo, Trump fez mais em 11 meses pela desregulamentação do que qualquer presidente da história moderna. Tomando emprestadas suas próprias palavras, ele está regulando os burocratas, em vez de negócios. Que continue assim, não só pelo bem que fará à economia dos EUA, mas também pelo exemplo que dá ao resto do mundo.
Herculano
05/01/2018 11:38
"QUAL A DIFERENÇA DE 1% PARA 5%? ZERO

Conteúdo de O Antagonista. Por mais espantoso que possa parecer, Rodrigo Maia realmente considera que tem chances de ser eleito em 2018.

Ele disse para a Veja:

"É claro que quando as pessoas lembram o seu nome, e vaidade todo mundo tem um pouco, a gente fica contente. Mas não acho que seja hora de discutir candidatura. A gente precisa primeiro discutir uma agenda para o país e só depois discutir nomes. Como não há, no momento, um nome natural no nosso campo político do centro, todos têm condições de serem candidatos. Qual a diferença de 1% para 5%? Zero. Agora, se não tiver uma convergência de ideias nos partidos, que represente um bom tempo de televisão para discutir e apresentar essas ideias, é uma besteira discutir nomes."
Herculano
05/01/2018 11:28
A MUDANÇA COMEÇA COM NOVOS CONCEITOS E NOVAS ATITUDES, por João Amoêdo, fundador do Partido Novo, engenheiro civil e administrador de empresas, foi sócio do banco BBA e vice-presidente do Unibanco, para o jornal Folha de S. Paulo

Chegou a hora. O Brasil precisa mudar. O Brasil precisa ser um país seguro, simples e livre, onde cada brasileiro possa chegar lá. Precisamos acabar com a miséria e melhorar a qualidade de vida de todo cidadão.

O país precisa crescer e para isso precisamos inovar em conceitos e atitudes.

- Vamos parar de procurar um salvador da pátria e assumir o protagonismo da mudança que queremos. Cada um de nós é o salvador que a pátria precisa.

- Vamos trabalhar para termos uma sociedade próspera, que valorize o sucesso, e não o vitimismo.

- Vamos entender que não precisamos do Estado para ajudar o próximo. Só depende de nós fazer algo por aqueles que mais necessitam.

- Vamos combater a pobreza, e não a desigualdade. O combate à pobreza se faz com a criação de riqueza, e não com a sua distribuição.

- Vamos exigir liberdade com responsabilidade, e não igualdade. Felizmente somos diferentes e isso é muito bom.

- Vamos demandar oportunidades, e não privilégios. Precisamos de uma sociedade simples, livre, onde todos tenham uma educação básica de qualidade e possam, com base no seu esforço e dedicação, se desenvolver e realizar os seus projetos.

- Vamos entender que o Brasil não precisa de um Estado grande porque é pobre, ele é pobre justamente por ter um Estado grande. Estado este que normalmente concentra renda e beneficia "os amigos do rei", sempre às custas da grande maioria. Vamos lutar por um Estado menos intervencionista, com menos impostos e menos burocracia. Com governos que entendam que nós sabemos ?"melhor do que ninguém?" o que fazer com as nossas vidas e com o nosso dinheiro.

- Vamos discutir mais ideias e menos pessoas, especialmente quando se trata do debate político. O embate deve ser sempre no campo dos princípios e valores.

- Vamos avaliar as pessoas, especialmente os políticos, pelo que fizeram ou fazem, e não pelo que dizem.

- Vamos evitar os atalhos. Eles têm um custo elevado, que será cobrado mais à frente. Temos que fazer o certo, sempre, mesmo que pareça mais difícil e mais demorado, mas esse é o melhor caminho. Vamos, assim, dar um novo significado para o "jeitinho brasileiro". Vamos mostrar que ele representa o trabalhador que acorda cedo, que se esforça, que, independente de quanto o Estado atrapalha, tem forças para produzir, para empreender, e para sorrir ao final do dia. O brasileiro que não desiste.

- Vamos participar e dar um novo significado para a política brasileira. Vamos fazer política sem troca de favores, sem venda de votos, sem perguntar para o candidato o que ganharemos. Vamos fazer escolhas conscientes.

Hoje é a última vez que escrevo neste espaço da Folha. Foi uma experiência muito rica e gratificante poder compartilhar com vocês minhas ideias e reflexões.

Agradeço à Folha por esta oportunidade e faço um convite a todos os brasileiros: chegou a nossa hora, a mudança depende de nós, vamos construir um novo país e uma nova política, uma sociedade com ambição do bem, que quer construir um futuro melhor com ética e respeito, que conhece seus direitos, mas especialmente que conhece suas responsabilidades, sonha grande e luta por seus sonhos.
Samae
05/01/2018 10:26
Saudades da água do samae cheia de cloro e metais pesados? Que tal furar um poço semi-artesiano e deixar de ser refém da prefeitura...
Digite 13, delete
05/01/2018 09:13
Oi, Herculano

Se os ratos vermelhos vão armar barracas e radicalizar em frente ao TRF4 em Porto Alegre, não me interessa. O que quero saber é se a Tropa de Elite vai comparecer como de costume em pontos estratégicos.
Mariazinha Beata
05/01/2018 09:00
Seu Herculano;

A incompetência do Seu José Hilário Melato - Diretor do SAMAE Inundado - chegou até a residência do Seu Roberto Sombrio? Bem Feito pro
Seu Hilário! Quem mandou cutucar onça com vara curta.
Bye, bye!
Herculano
05/01/2018 07:19
SAMAE INUNDADO. QUANDO UM óRGÃO TÉCNICO E ESSENCIAL PARA A POPULAÇÃO É DIRIGIDO POR UM POLÍTICO A MODA ANTIGA QUE NADA CONHECE DA AUTARQUIA, GESTÃO DE PESSOAS E SUPERAÇÃO DE CRISES

A culpa disso é do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB e os que mandam de fato nele. José Hilário Melato, PP, acabou de protagonizar a maior exposição política na Câmara com a eleição de Silvio Cleffi, PSC. Há um ano, expõe o governo na gestão do Samae.

Há inúmeros fatos relatados aqui. E começa pela gestão de pessoas, vingança e imposição.

Vamos ao penúltimo. Na quarta-feira, dia três, relatei isso:

SAMAE INUNDADO. MAIS UMA VEZ FALHA A ESCALA TÉCNICA E O óBVIO E O BELCHIOR FICOU SEM ÁGUA

Dia 31 de Dezembro, o Distrito do Belchior ficou sem água. Motivo? Dia 30, à noite não tinha operador na ETA - Estação de Tratamento de Água, do Bela Vista.

Ai, segundo relatos dos que estão no Samae, foi deslocado o operador do Belchior para o Bela Vista. Antes, ele desligou a ETA do Belchior às 17 horas do dia 30 religando somente as 7:30 do dia 31.

O que aconteceu? Secou reservatório. Consequência? Quando a água voltou, veio suja e o "berreiro" foi grande.

Ontem, dia dois, foi o dia da Rua Luiz Franzoi, na Margem Esquerda e toda sua transversais nos pontos mais altos ficarem sem água. Motivo? Problemas no booster(uma bomba de pressão na rede) da Margem Esquerda. Pior arrumaram à meia-boca, no sistema implantado pelo Gaspar Eficiente( seria, deficiente?). E por que? Porque não há bomba reserva, com o improviso ela não funciona no automático, não reconhece a pressão e trava. E ai que não recebe a água são os clientes do Samae que são cobrados mesmo sem a água em casa. Acorda, Gaspar!

Volto. Daria tempo para corrigir.

Ontem, sexta-feira, tarde da noite, o morador de lá e leitor da coluna, Roberto Sombrio, não aguentou e postou esse comentário. É preciso esclarecer mais alguma coisa?

"Quero aqui agradecer ao governo de Kleber Edson Wan dall e ao diretor do SAMAE, Hilario Melato pela incompetência por me deixar por 48hs (até agora) sem água.

Apesar de pagar as contas de água em dia, o retorno ou talvez o presente que recebo deste governo infame em 2018 é esta.

Devem estar na praia se esbaldando feito galinhas no milho sem se preocupar com o que acontece nesse circo que armaram e cujo espetáculo não lhes interessa.

Incompetentes, irresponsáveis a vender ideias de vento e surrupiar o povo".
Herculano
05/01/2018 07:10
LULA, CONDINOME "CLIENTE"

Conteúdo de O Antagonista.Lula era tratado como "Cliente" na Odebrecht.

O novo codinome foi revelado por Marcelo Odebrecht, em depoimento sobre o filme "Lula, o Filho do Brasil".

O empreiteiro entregou à PF uma série de e-mails sobre o projeto cinematográfico lulista.

Em seguida, esclareceu os codinomes usados nas mensagens.

Como revela o Estadão, Lula era chamado de "Cliente", "Nosso Cliente" ou o mais familiar "Amigo".
Herculano
05/01/2018 07:07
QUANDO A REALIDADE BATE À SUA PORTA, por Roberto Freire, deputado Federal e presidente nacional do PPS, para o jornal Folha de S. Paulo

Além de todo o desmantelo moral e da estrondosa incompetência que marcaram os 13 anos de governos lulopetistas, não se pode desprezar o efeito deletério da máquina de propaganda enganosa, da mentira, da manipulação da realidade para a construção de narrativas falaciosas que pretendiam enganar o povo e vender a ideia de que o país avançava como "nunca antes" em sua história.

Os dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS 2017), levantamento divulgado pelo IBGE com base em uma análise estrutural dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, desnudam mais um engodo praticado pelos governos de Lula e Dilma ?"o de que o PT mudou efetivamente a realidade dos brasileiros mais pobres. Nada mais falso.

De acordo com o estudo, o Brasil terminou o ano de 2016 com 25,4% de seus habitantes tecnicamente situados na linha da pobreza ?"ou seja, vivendo com um rendimento médio que não passa dos R$ 387 por mês, ou US$ 5,50 por dia.

Esse contingente totaliza nada menos que 52 milhões de pessoas em situação de pobreza, o equivalente à população da África do Sul. Como se não bastasse tamanho descalabro, são mais de 13,4 milhões de brasileiros (ou 6,5% da população) que vivem na pobreza extrema, com rendimento domiciliar per capita mensal de até R$ 133,72 (ou US$ 1,90 por dia).

Os dados da pesquisa também revelam que o maior índice é verificado na região Nordeste, onde impressionantes 43,5% da população vivem na pobreza, percentual bem acima da média nacional (o Norte tem praticamente o mesmo índice nessa faixa, de 43,1%). As duas regiões são as que mais sofrem com a pobreza extrema (7,9% e 6,2%, respectivamente), ambas também acima da média geral do país (4,2%).

Recordo que fui uma voz quase isolada ?"inclusive dentro do meu próprio partido?" a criticar a falácia de que o Bolsa Família e os demais programas assistencialistas do governo lulopetista seriam capazes de transformar a realidade.

Eu afirmava, na época do auge da popularidade de Lula, que aquilo nada tinha a ver com uma política social verdadeiramente progressista e de esquerda. Ao contrário: o programa reforçava o coronelismo tradicionalmente arraigado em várias regiões do Brasil mais profundo, além de funcionar como escandaloso instrumento eleitoral.

Transferência de renda serve apenas como algo paliativo que, de fato, melhora circunstancialmente as condições de vida das pessoas. Em um momento específico e de forma muito pontual, centenas de famílias deixaram a miséria absoluta.

Mas quando vem uma profunda crise como a que tivemos recentemente por efeito de políticas equivocadas do governo Lula e aprofundadas pela incompetência de Dilma, o resultado é desastroso, e a realidade do país acaba piorando, como se vê.

Sem alternativas concretas, essas famílias foram condenadas à pobreza inescapável, sustentada pela funcionalidade conservadora de um programa que pode até melhorar o presente para, ao fim e ao cabo, deixar tudo rigorosamente igual, comprometendo o futuro.

Os dados apresentados pelo IBGE reforçam o quanto os brasileiros foram enganados por aqueles que tomaram o Estado de assalto para perpetrar seus crimes contra o erário e os estelionatos eleitorais que lhes proporcionaram sucessivas vitórias nas urnas.

Não há mais espaço para a trapaça ou o discurso vazio e populista que tanto mal fez ao país. Depois de tanta mentira, a realidade bateu à porta e destruiu o castelo de cartas erigido por Lula e sustentado por Dilma e pelo PT por alguns anos. A sociedade brasileira não se deixará enganar novamente
Herculano
05/01/2018 06:59
GOVERNO IMPEDIDO DE COMPRAR PASSAGENS AÉREAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

?"rgãos do governo federal estão impedidos desde o dia 1º de utilizar um esquema irregular de compra de passagens aéreas diretamente às empresas de aviação, sem licitação, utilizando inclusive cartões corporativos. O esquema foi montado no governo Dilma, mas a medida provisória expirou no dia 31. O lobby das aéreas pressiona por nova MP mantendo seus privilégios, inclusive o de serem dispensadas da retenção na fonte de 7,05% de custo tributário da Receita Federal.

PEDALANDO DE GRAÇA
Na vigência da PM, as empresas aéreas deixaram de reter na fonte R$40,8 milhões, pedalando com dinheiro público a custo zero.

GOLPE NAS AGÊNCIAS
O objetivo era afastar as agências de viagem, contratadas por licitação (ao contrário das empresas áreas) e sem reduzir preços de passagens.

COMBINANDO 'LICITAÇÃO'
O esquema foi adotado após sucessivas reuniões a portas fechadas do Ministério do Planejamento com presidentes das companhias aéreas.

COMBINAR É CRIME
O Ministério do Planejamento combinou os termos da contratação com empresas a serem contratadas, proibido pela Lei das Licitações.

PROJETO DE MARUN OBRIGA CAIXA DIVULGAR GANHADORES
Projeto do atual ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), que torna obrigatória a divulgação dos ganhadores de loterias, está parado na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Marun considerou "surpreendentes" o número de prêmios acumulados nas loterias da Caixa e, pior, "sob véu do sigilo", têm feito aumentar as suspeitas dos brasileiros sobre a lisura de loterias populares como a Mega Sena.

PUBLICIDADE TOTAL
A proposta obriga a publicação na imprensa oficial dos ganhadores de prêmios acima de dois mil salários mínimos, atualmente R$1,95 milhão.

TRANSPARÊNCIA
Na justificativa, Marun defende que todo apostador, "automaticamente", deve abrir mão do direito ao sigilo, ao adquirir o bilhete nas lotéricas.

DISTINTO RELATOR
Esse projeto e todos os outros envolvendo loterias federais tramitam em conjunto sob a relatoria do deputado Andrés Sanchez (PT-SP).

MATANDO OS VELHOS
Aposentados do Senado têm sofrido muito. Para um deles, infartado, o plano de saúde "CEF" não autorizou um exame de ressonância do cérebro. Dependentes de senadores não enfrentam o mesmo martírio.

PARA ELES, O CÉU
Senador e dependentes mudam os dentes, implantam cabelos (até usando jato da FAB, como no caso de Renan Calheiros), desencrava unha, com despesas ressarcidas rapidamente. Já os servidores...

INTERVENTOR ASSUMIU
Para evitar um colapso no Sesc e no Senac Rio, o interventor Luiz Gastão entrou nesta quinta (4) na sede das entidades no Flamengo, no Rio. Tinha ordem judicial até para usar força policial, "se necessário".

NA DELAÇÃO NÃO ESTÁ
O ex-diretor do Detran-MT Carlos Santana, sócio da Tecnobank, empresa ligada à B3/Cetip no negócio de registro obrigatório de contratos de financiamento de veículos, não é citado na delação do ex-governador Silval Barbosa, como informou a imprensa local.

O TERROR DOS 'VADIOS'
O americano Donald Trump e Kim Jong-un, ditador e lixo atômico da Coréia do Norte, devem ter se descabelado, ontem, com as críticas da ex-senadora Heloisa Helena, que os chamou de "vadios".

CAIU POR TERRA
O aumento de 95% nos investimentos em saúde calou os parlamentares contrários ao teto de gastos. A principal lorota quando se discutia controle dos gastos era "menos dinheiro para Saúde".

DESEMPREGO DIGITAL
Aplicativo da Carteira de Trabalho (CTPS) foi baixado 110 mil vezes em pouco mais de um mês. O problema é que, além de não substituir o documento físico, o app pouco importa para quem está desempregado.

IMPACTO DA DESONESTIDADE
Os R$1,3 bilhão embolsados por 340 mil cadastros com fortes indícios de fraude do Bolsa Família bastariam para contratar 102.669 pessoas e pagar salário mínimo durante todo o ano de 2018, incluindo o 13º.

PENSANDO BEM...
...entre demissões e saídas voluntárias, a reforma ministerial já começou e ninguém percebeu
Herculano
05/01/2018 06:57
PEDIDO PATÉTICO DE PREFEITO POR TROPAS EVIDENCIA O SUCESSO DO LULISMO, por Igor Gielow, no jornal Folha de S. Paulo

Poucas figuras são tão constantes nas relações humanas quanto a do inimigo. De Sun Tzu a Oscar Wilde, de cosmogonias dualistas a letras de rock, o conhecimento do adversário e de seu potencial simbiótico permeia a história.

É fascinante ver como o lulismo logrou manipular em seu favor a figura do antagonista. Até 2002, era o "nós contra eles", interrompido pelo Lulinha paz e amor, só para ser sacado sempre que a vitimização ou demonização se faziam necessárias.

O mais recente exemplo vem de Porto Alegre, onde o prefeito do MBL, digo, do PSDB resolveu pedir que o Exército e a Força Nacional impeçam algo como uma horda sanguinária de saquear a cidade durante o julgamento do recurso de Lula no dia 24, como se estivesse na Bagdá cercada pelos mongóis em 1258.

O prefeito caiu como um pato nas provocações de irresponsáveis apoiadores de Lula, um séquito misto de acólitos e réus, condição que encontra um resumo na presidente do PT.

Além de inconstitucional, o pedido de Marchezan Jr. é patético, ainda mais quando forças federais estão sobrecarregadas pelos fardos da insegurança pública. O circo anunciado pelo PT não parece demandar mais que simples operação policial.

Claro, o lado petista sempre forçou a barra, falando nos "exércitos do Stédile" e do "povo na rua" e outra tolices. O incrível é comprar isso pelo seu valor de face, como o próprio Planalto ameaçou fazer.

As prováveis confirmação de condenação e punição eleitoral do petista causarão alvoroço, mas bem menos do que os seus fiéis vendem.

Como a apatia do pós-impeachment e corte do oxigênio do imposto sindical às antes ameaçadoras "manifestações populares" demonstram, a chance de o Brasil vir abaixo porque "eleição sem Lula é golpe" é algo tão provável quanto o DEM ter candidato viável à Presidência.

Eis mais um legado dos anos Lula: uma oposição primária e reativa, que faz o jogo de seus inimigos
Herculano
05/01/2018 06:55
O CIRCO ESTÁ SENDO ARMADO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

PT pretende radicalizar o confronto a propósito do julgamento do ex-presidente Lula


"Em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato" ?" é a palavra de ordem com a qual o PT pretende manter-se em evidência, radicalizando contra tudo e contra todos o confronto a propósito do julgamento em segunda instância do ex-presidente, no caso relativo ao triplex do Guarujá. Até o dia 24, quando o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) decretará sua sentença em Porto Alegre, a militância petista e "movimentos sociais" manipulados por sectários da esquerda como João Pedro Stédile e Guilherme Boulos estarão mobilizados numa campanha que pretende ter âmbito nacional, com o ambicioso objetivo de promover uma rebelião popular em defesa do "maior líder popular que o Brasil já conheceu" e está sendo vítima de "perseguição" por parte de um "governo golpista" que se tem dedicado a acabar com as "conquistas populares".

Numa democracia ninguém pode ser contra o direito de quem quer que seja de candidatar-se ao que bem entender, principalmente quando se trata de um líder popular ?" melhor dito, populista. Mas não é esta a questão em jogo. O que está em jogo na atual conjuntura é questão institucional da maior relevância: o império da lei e, em particular, das regras da disputa eleitoral que estabelecem, em defesa da legitimidade dos mandatos populares, restrições a políticos com "ficha suja". São regras que cumprem o mesmo objetivo de "moralizar a vida pública" fortemente defendidas pelo PT antes de chegar ao poder.

No dia 24, o TRF-4 não vai decidir se Lula poderá ou não ser candidato à Presidência. Vai limitar-se ao que lhe cabe: confirmar, ou não, a condenação imposta ao ex-presidente em primeira instância pela mesma Justiça que já colocou atrás das grades adversários históricos do PT como Eduardo Cunha e Paulo Maluf e está investigando denúncias contra muitos outros. Se houver condenação em segunda instância ?" ou seja, por um órgão colegiado, como determina a lei ?", a candidatura de Lula estará enquadrada na chamada Lei da Ficha Limpa, o que resultará no impedimento de sua candidatura à Presidência da República.

Nunca é demais lembrar, principalmente quando está envolvido na questão um partido como o PT, que se considera monopolista da defesa dos interesses populares, que a Lei da Ficha Limpa nasceu, em dezembro de 2010, por iniciativa popular. Foi coletado 1,6 milhão de assinaturas ?" 300 mil a mais do que o necessário ?" e o projeto tramitou normalmente no Congresso Nacional, sendo aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal para ser, finalmente, sancionada a lei, em 4 de junho de 2010 pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

A estratégia adotada agora pelo PT, transparente em sua página oficial na internet, é politizar o julgamento do TRF-4 de modo a exacerbar a campanha de vitimização de Lula, na qual estariam empenhadas "forças poderosas" que conspiram contra os interesses do povo brasileiro. Para dramatizar a encenação programada até o dia do julgamento em Porto Alegre, Lula anunciou que pretende estar presente à sessão, tendo reivindicado ao tribunal o direito de se manifestar na ocasião.

Fica difícil entender que esteja em campanha "em defesa da democracia" um partido político que acredita que a lei deve valer para todos, menos para seu líder. Este "democrata", num incontido impulso de revelar suas convicções mais genuínas, recentemente declarou, em mais uma tola e pretensiosa provocação à Justiça, que talvez algum dia ele mesmo decida prender aqueles que hoje querem botá-lo na cadeia. A "defesa da democracia", para os petistas, resume-se no momento à preservação do "direito de Lula ser candidato". O próprio ex-presidente e seu partido se apresentam como vítimas. Mas as vítimas são outras. Lula e o PT legaram essa sofrida condição ao povo brasileiro, como resultado de uma jornada de 13 anos que começou em festa e terminou em tragédia.
Herculano
05/01/2018 06:53
da série: os políticos protegidos por seguranças que tiram das ruas para si, não agem e culpam os outros por sua omissão e insegurança que expõem e matam pessoas.

SETE GOVERNADORES ATRIBUEM A CRISE EM PENITENCIÁRIAS À UNIÃO E PEDEM MAIS VERBAS, por Josias de Souza

Em manifesto datado desta sexta-feira (5), governadores de sete Estados firmaram posições conjuntas sobre a crise crônica do sistema prisional brasileiro. No documento, elaborado nas pegadas de rebelião que produziu nove mortos em presídio de Goiás, os subscritores acusam a União de se omitir: "Os entes federados enfrentam praticamente sozinhos os grandes desafios impostos pelo avanço da criminalidade." Cobram "a tomada de providências urgentes por parte do governo federal. E enumeram cinco sugestões. Quatro delas envolvem a liberação de verbas federais. Uma pede leis mais duras contra a bandidagem.

Assinaram o documento os governadores Marconi Perillo (Goiás), Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal), Pedro Taques (Mato Grosso), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul), Marcelo Miranda (Tocantins), Confúcio Moura (Rondônia) e Flávio Dino (Maranhão). Tomado pelo conteúdo, o manifesto parece ter sido concebido mais com o propósito de transferir culpas do que construir soluções.

No velho jogo de empurra que embala a tragédia da segurança pública, Brasília alega que o flagelo é de uma responsabilidade constitucional dos Estados. De acordo com os signatários do manifesto, a crise que os Estados combatem sozinhos envolve "sobretudo as ações de grupos organizados para o tráfico de drogas e crimes correlatos" - encrencas da alçada federal.

Os governadores enumeram problemas que poderiam ter sido listadas por qualquer líder de oposição interessado em apontar a ineficiências de suas respectivas gestões: "As dificuldades também englobam o sucateamento das estruturas carcerárias, o efetivo das forças de segurança pública insuficiente, rebeliões, mortes e fugas frequentes no sistema prisional, bem como leis inadequadas que incentivam a impunidade'', anotaram os autores do documento.

Considerando-se as soluções apresentadas, o manifesto dos governadores é um programa maravilhoso para ser executado por Alice no país dos espelhos. Partindo do pressuposto de que sobra dinheiro nas arcas do Tesouro Nacional, o texto sugere a criação de um "Fundo Nacional de Segurança Pública." Coisa a ser abastecida "com recursos substanciais". Verbas "não contingenciáveis" pelos operadores de tesouras da equipe econômica. Dinheiro suficiente para "suportar as necessidades apresentadas pelos Estados."

Recomenda-se a criação de um "programa nacional de defesa e repressão qualificada nas fronteiras do país para coibir os crimes relacionados ao tráfico de armas e de drogas." De novo, algo a ser sustentado economicamente pelo governo federal." O mesmo governo que convive com a ameaça de descumprir a meta fiscal que prevê uma cratera de R$ 159 bilhões nas contas de 2018.

Exige-se o "descontingenciamento imediato dos recursos que ainda estão retidos no Fundo Penitenciário Nacional (Funpen)." Alega-se que "eles poderão suprir, em parte, as necessidades emergenciais dos Estados que precisam ampliar o número de vagas em presídios e custear o sistema." Quanto a esse ponto, declarações feitas pelo ministro Torquato Jardim (Justiça) sugerem que os governadores mentem.

Sem entrar no mérito dos cortes orçamentários, o ministro da Justiça tem afirmado que os Estados não utilizam, usam mal ou simplesmente desviam as verbas do fundo penitenciário, repassadas pela pasta da Justiça.

Noutra sugestão que envolve o desembolso de verbas do Tesouro, os governadores pedem a "criação de novos estabelecimentos penais federais". Nessa matéria, Torquato também costuma afirmar que não falta disposição para erguer novos presídios federais. O difícil tem sido encontrar Estados que se habilitem a reservar um pedaço do seu mapa para recepcionar a obra.

Como os governadores falaram de dinheiro sem mencionar cifras, a leitura do manifesto produz a sensação de que o texto foi redigido por gestores públicos que enxergam o orçamento como uma conta que não precisa ser feita, para saber como aplicar um dinheiro que não existe no cofre. Um documento assim serve para muitas coisas, menos para resolver problemas graves como a crise prisional.

No único tópico do texto em que não falam de dinheiro, os governadores defendem a "adoção de uma legislação mais rígida para a penalização de crimes." Desejam rediscutir a "progressão de regime de penas" que permite a suavização gradativa do castigo na proporção direta da evolução do cumprimento das sentenças. Deseja-se "o fim da cultura da impunidade."

Trata-se de extraordinária sugestão, sobretudo se valer também para os políticos corruptos, uma categoria sub-representada nas cadeias nacionais. Pode-se melhorar a corajosa iniciativa dos governadores. Basta incluir na proposta a ideia de soltar os cerca de 225 mil presos provisórios que se encontram atrás das grades sem sentenças condenatórias. Liberando essa gente, em sua maioria negra e pobre, abre-se mais espaço para os corruptos.

Vai abaixo a íntegra do manifesto dos governadores:

Manifesto dos Governadores do Consórcio Brasil Central pela Segurança Pública do Brasil

Nós, governadores do Consórcio Interestadual de desenvolvimento do Brasil Central (BrC), vimos de público manifestar nossa preocupação a propósito do agravamento da crise da segurança pública no país, particularmente no sistema penitenciário, o que exige a tomada de providências urgentes por parte do Governo Federal.

Os entes federados enfrentam praticamente sozinhos os grandes desafios impostos pelo avanço da criminalidade, sobretudo as ações de grupos organizados para o tráfico de drogas e crimes correlatos. As dificuldades também englobam o sucateamento das estruturas carcerárias, o efetivo das forças de segurança pública insuficiente, rebeliões, mortes e fugas frequentes no sistema prisional, bem como leis inadequadas que incentivam a impunidade.

Diante disso, e considerando a falta de efetiva participação do Governo Federal na definição de políticas públicas para a segurança pública e reestruturação do sistema penitenciário brasileiro, propomos:

1º) Criação de um Fundo Nacional de Segurança Pública com recursos substanciáveis, e não contingenciáveis, que possam suportar as necessidades apresentadas pelos estados.

2º) Instituição de um programa nacional de defesa e repressão qualificada nas fronteiras do país para coibir os crimes relacionados ao tráfico de armas e de drogas. O programa envolverá as polícias da União, Federal e Rodoviária Federal, e terá a participação das policiais estaduais dos estados fronteiriços. Esse programa será sustentado economicamente pelo Governo Federal.

3º) Criação de novos estabelecimentos penais federais para receber os presos que requerem vigilância de alta complexidade, deixando os presídios estaduais para detentos de média e de baixa periculosidades.

4º) Descontingenciamento imediato dos recursos que ainda estão retidos no Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). Eles poderão suprir, em parte, as necessidades emergenciais dos estados que precisam ampliar o número de vagas em presídios e custear o sistema.

5º) Adoção de uma legislação mais rígida para a penalização de crimes, com a rediscussão da progressão de regime de penas visando o fim da cultura da impunidade.

Estamos convencidos de que, dessa forma, sobretudo com uma maior participação do Governo Federal na gestão da segurança pública, os estados poderão quebrar paradigmas e avançar na reestruturação do sistema penitenciário. A sociedade brasileira tem urgência na implantação de medidas que colaborem de maneira efetiva no processo de construção de uma cultura de paz."
Herculano
05/01/2018 06:44
O FIASCO DA PRIVATIZAÇÃO DE TEMER, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

O governo diz que o plano de vender a Eletrobras é o fim da linha de novidade em privatizações. Mas mesmo vender o mamute elétrico é uma ambição enorme para quem tem dificuldades de leiloar uma Raspadinha (a Lotex, da Caixa). Alguém se lembra da privatização da Casa da Moeda, prevista para o fim de 2018? Já atrasa.

Há mais retardamentos. Afora linhas de transmissão de eletricidade e alguns aeroportos, e olhe lá, não haverá obras de infraestrutura em novas concessões à iniciativa privada, pois mal haverá concessões.

Em agosto de 2017, o governo lançava o "maior plano de privatizações e concessões em duas décadas", um programa que também requentava projetos antigos, alguns do próprio Temer, de 2016.

A privatização da Lotex, que deveria ter saído no ano passado, encrenca devido a uma disputa com governos estaduais e suas raspadinhas. Por mumunha política no governismo, encrencou a venda da participação da Infraero em quatro aeroportos grandes (Guarulhos, Galeão, Brasília, Confins). Por falar nisso, nem se sabe o que fazer da Infraero.

A privatização de 14 outros aeroportos, Recife inclusive, foi amputada, excluiu Congonhas. A venda dos outros 13 está em "estudos e projetos" e prevista para o quarto trimestre de 2018. Quem entende do assunto no governo diz que não vai dar.

Em tese, deve andar um projeto enorme, novo e importante, a Ferrogrão, ferrovia que levaria a safra de Mato Grosso ao Pará, onde a carga seria distribuída para portos do Norte. Está em audiência pública. Se der tudo muito certo, será licitada na segunda metade do ano.

A encantada e corrupta Norte-Sul, trecho entre São Paulo e Tocantins, também está em audiência, com licitação prevista para meados do ano. Mas há rolos regulatórios, a incompetência habitual nas obras estatais etc. A Fiol, que ligaria a Norte-Sul com o litoral da Bahia, fica para as calendas.

Deve sair a venda de terminais portuários em Paranaguá e Belém, entre outros menores, no Norte, menos da metade do planejado. Nas rodovias, deve sair apenas a concessão de obras prontas, apenas parte menor delas (trechos gaúchos e catarinenses da BR-101 e a BR-364, entre Goiás e Mato Grosso).

O pacotão de privatizações vai parir uns ratos. Em parte, nem se trata de culpa de governo, exatamente. As regras e a reputação de concessões estavam arruinadas. Vender qualquer coisa nesta crise econômica e política é difícil.

Regulações importantes estão paradas no Congresso (agências reguladoras, lei ambiental etc.). Há sempre um rolo jurídico (pois as normas são confusas e velhas) e o grosso do governismo no Congresso é uma gente indizível, que quer vampirizar feudos estatais, caso da Eletrobras.

O fato é que o pacotão é um fiasco, dadas as necessidades do país, de infraestrutura em ruínas e sem dinheiro público para investir em obras.

Entre a publicação de um edital de concessão e o início das construções, vai ano e meio, se não houver contestação judicial no meio do caminho e se aparecer financiamento. Se tudo der certo, pois, vai ter operário trabalhando em algumas dessas concessões lá pelo fim do ano que vem.

É um fracasso

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