05/09/2016
ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER I
O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, “surpreendeu”, e na quinta-feira passada anunciou na sua rede social (facebook) que vai votar (e trabalhar) para Kleber Edson Wan Dall, a prefeito e para Ciro André Quintino, a vereador, ambos do PMDB, vencerem no dia dois de outubro. Surpreendeu? Quem conhece Adilson sabe que não! Adilson tinha prometido ficar em silêncio até 2018, já quebrou este silêncio faz tempo. Prometeu não entrar em nenhuma campanha neste ano, já entrou. E no bunker de Kleber, enquanto uns comemoravam este “anúncio” inesperado, outros se engasgaram com a notícia e por vários aspectos.
ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER II
Este fato por si só, deixou exposto o clima do jogo de interesses conflitantes que sempre rodearam o partido com suas feridas internas incuráveis onde Adilson é parte delas. Não é à toa, que se conta na palma de uma só mão, os ditos históricos que ainda estão filiados no partido. O bom sinal é que a campanha está na reta final e pelo andar da carruagem, ela não deve mudar com este fato novo. Essa pelo menos é a avaliação dos que a coordenam. E este foi o melhor sinal percebido por Adilson que não deixou passar a oportunidade de estar com os possíveis vencedores. Mais. Vai querer estar no novo PMDB que se trama para depois das eleições.
ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER III
O ex-prefeito Adilson saiu do PMDB, mas o PMDB nunca saiu dele. Adilson tem uma personalidade forte: não gosta de sombras. E muitas vezes, enxerga-as onde nunca as existiram. O PMDB de Gaspar, como o nacional de Termer, Renan, Jucá, Requião..., é feito de interesses, donos e ciúmes bobos. Eleito prefeito pela repetição e persistência, derrotando o primeiro governo petista de Pedro Celso Zuchi (2000/2004), reunindo o sapo e a cobra num amplo arco conservador da sua coligação, Adilson não conseguiu administrar e conviver exatamente com o seu próprio partido, o PMDB. Ele o encurralou inclusive na Câmara. Então, Adilson pediu o boné do PMDB no meio do mandato para continuar prefeito sem as amarras de quem o fez prefeito. Foi ao PSB e PPS. Eles não existiam aqui. Levou os seus: egressos do PMDB. Receita pronta para o desastre: perdeu a reeleição de 2008. Foi, na verdade, o melhor cabo eleitoral para a volta de Zuchi nos novos oito anos que se findam neste 2016. O seu PMDB foi o algoz ferino. E exatamente com a ala que Adilson não soube administrar: Ivete Mafra Hammes (ex-secretária de saúde), Valter Morello (seu ex-chefe da campanha vencedora e chefe de gabinete), Celso Oliveira e outros. Nunca disfarçaram. Nem se engoliram.
ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER IV
Fora do PMDB, fora do poder, sem emprego (apesar de ser médico veterinário) e ainda brigado com o ex-governador Luiz Henrique da Silveira, PMDB, a quem tinha como espelho político, Adilson que é genro do único prefeito do PMDB (na verdade ex MDB) a completar mandato em Gaspar no partido, Osvaldo Schneider, o Paca, o patrono do atual PMDB e candidatura de Kleber, apostou no escuro e venceu. Ou seja, na turbulência, vira e mexe, Adilson se sai melhor do que entrou para desespero dos seus pares e adversários.
ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER V
Empregou-se no governo estadual em Florianópolis provocando a ira dos peemedebistas gasparenses. Adilson tinha as costas quentes porque armou o jogo diferente do que se armava seus “correligionários” por aqui. Ele foi cabo de gente que não tinha voto por aqui e se saiu bem: do deputado estadual Aldo Schneider (que virou líder do governo), e do federal, Mauro Mariani (hoje presidente do PMDB, na luta para reergue-lo, depois do partido ficar nas mãos de ferro de Luiz Henrique). Resumindo: Adilson possui muitos defeitos e alguns deles são lendas criadas pelo próprio PMDB devido à sua conhecida e reiterada teimosia. E o PMDB cola defeitos para impedi-lo ser um político elegível. E por que? Porque teme que ele forme um grupo próprio e fragilize o que está minimamente organizado no poder. A outra parte dos falsos defeitos foi colocada pelo PT de Gaspar e que o PMDB a avalizou pelo silêncio e deixando-os às feras. Foi a forma que o PT encontrou (e encontra) para ter discurso e esconder as suas mazelas, sem exatamente bater no PMDB onde transita bem. Entretanto, Adilson com o seu jeito bronco é persistente, e às vezes até, inconveniente. E manobra com sorte nos bastidores.
ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER VI
E esta declaração de voto do ex-prefeito Adilson, “sem partido” em Kleber e Ciro, ambos do PMDB, é mais uma de suas manobras, bem como a prova de que o PMDB nunca saiu dele ou então que precisa de uma saída honrosa que ainda não teve. Na verdade, também, o PMDB não tinha muito espaço para refutar e censurar esta oferta de voto. Se correr, pode ter que enxugar lágrimas em dois de outubro. Se ficar e aceitar, terá que consolar as viúvas e assumir o risco. Ou o PMDB aceitava Adilson na sua campanha – depois de fazer acordo com tanta gente estranha para viabilizar Kleber na liderança – ou corria riscos, com o silêncio de Adilson e ele trabalhando por debaixo dos panos para outras candidaturas. Adilson quer voltar ao cenário político competitivo, repito: competitivo. É algo muito difícil, mas...
ADILSON NO GOVERNO KLEBER VII
Com o anúncio da semana passada, Adilson cumpre vários papéis necessários para o novo casamento. Primeiro com o seu sogro Paca, pratica a conciliação e a subserviência familiar. Segundo, estabelece-se com o PMDB de Gaspar, o qual não tem como resistir como já explicado anteriormente. Terceiro, pavimenta de forma diferente o seu futuro para voltar ao cenário político pela porta da frente e num partido grande, que dependendo do que fizer no cenário nacional, vai estar na crista da onda. Quarto: estará retornando ao PMDB por recomendação do próprio presidente do diretório estadual, seu hoje amigo, Mauro Mariani, que foi um dia escanteado pelo diretório de Gaspar por ser apoiado por Adilson. Quinto: é a chance viva de Adilson se empregar na sua cidade, com um papel importante na administração de Kleber Edson Wan Dall, se eleito. Kleber já anunciou a “volta” da secretaria da Agricultura, criada por Adilson, e extinta recentemente por Zuchi. Tudo encaixado no jogo.
ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER VIII
Se este é o jogo, se esta é a lua de mel de Adilson, se é o desejo do PMDB estadual, por que ela não é a lua de mel do PMDB de Gaspar? Kleber, por exemplo, ainda não agradeceu publicamente o apoio. E não se trata de ingratidão, mas de estratégia. Porque gente como o presidente do diretório local e coordenador da campanha, Carlos Roberto Pereira; porque como a vereadora licenciada por problemas médicos e ex-sua secretária de Saúde, Ivete Mafra Hammes; porque como seu ex-chefe de campanha e gabinete, Valter Morello; porque como o seu ex-vereador Celso Oliveira, como tantos outros, perceberam que esse movimento inesperado da volta de Adilson pode lhes tirar o espaço ou, no mínimo, lhes dá a sensação de que estão perdendo espaços a quem prometeram e queriam vê-lo morto e enterrado politicamente, em nome de uma suposta renovação e que Adilson já a representou um dia.
ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER IX
E a renovação do diretório virá. Não com Adilson, mas com Delgio Roncaglio, a quem Ciro André Quintino, desconfia para quem verdadeiramente Adilson esteja trabalhando para ser vereador. Virá com o tempo de Michel Temer, se ele conseguir governar enquadrando gente como o Renan Calheiros, onde Adilson pode ocupar espaços mais “espaçosos” e Paca indicar com a ajuda de Mauro Mariani seus afilhados nas estâncias federais diante da estratégia e caminhos que estão se criando. Ou seja, este sempre foi o PMDB de Gaspar: com donos. O PMDB de Gaspar sempre perdeu para si próprio por fazer uma política muito local. Com o enfraquecimento do PMDB Blumenau – vergonhosamente quase morto depois de ser uma referência estadual -, o PMDB de Gaspar quer ocupar melhores fatias regionalmente. E Adilson manobra para que ele possa ser uma dessas fatias.
O PMDB E A CONSTITUIÇÃOI
O presidente Michel Temer, PMDB, é um político calejado e por isso hábil. Esta habilidade está sendo testada. Primeiro pelo ex-parceiro PT e pelos que gravitavam no aparelho de poder como o Partido Comunista, PDT e outros, bem como os que integram a esquerda como PSOL, PSTU, PCO, REDE, CUT, UNE, MST, MTST e outros. O PMDB é dado como o PT, a mudar as leis para se beneficiar ou criar proteção aos seus. A incrível mudança na Constituição para proteger Dilma Vana Rousseff, PT, feita pelo lambuzado senador na Lava Jato e outras sacnagens, Renan Calheiros, deixou estarrecido brasileiros que ficaram certos de que as leis e a Justiça são feitas para punir pobres, pretos e pobres. Pois para os poderosos e políticos, sempre há um tempo de reescreve-la.
O PMDB E A CONSTITUIÇÃOII
Veja o que um leitor entendido me mandou. Acima, o que está na Constituição. É claro: perda de mandato COM a inabilitação. A este COM não cabe outra interpretação em lugar nenhum do mundo onde se fale e a língua pátria seja o português. Mas, no Brasil, de políticos bandidos, isto é possível. Tudo articulado por dias seguidos, entre paredes, longe da imprensa e da sociedade, com o amparo, vejam só, com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowiski, indicado por Marisa Letícia, mulher do quase analfabeto, mas muito esperto, Luiz Inácio Lula da Silva, PT, o juiz que atenuou sempre as penas do mensalão petista. E o Supremo é a casa que preserva a Constituição. E para reforçar, abaixo outra ilustração de um enunciado, corrigindo uma prova da OAB onde erradamente este COM foi substituído inadvertidamente por um E.
O PMDB E A CONSTITUIÇÃO III
O PMDB que sempre foi gigolô do poder (oito anos com o PSDB e 13 anos com o PT), que tome cuidado. Está na hora de governar ou vai ser engolido pela sua esperteza. As manifestações deste final de semana foram sinais claros de que ali na rua não estavam exatamente os trabalhadores movimentados pelas centrais sindicais a base de sanduíche de mortadela. Havia muita gente branca, professores, servidores públicos e principalmente comissionados, artistas, jornalistas que sabem que vão perder a boquinha que a corrupção do PT, Partido Comunista e outros permitiram a criação de uma elite do ócio, pagas com o dinheiro dos pesados impostos de todos os brasileiros, e que faltam à saúde pública, educação, segurança e obras. O PMDB perdeu o jeito de governar ficando tanto tempo fora da gestão e exercendo a chantagem, que poderá ser surpreendido pelo que se arma por ai. Vai conseguir unir a esquerda encardida, com os conservadores que querem mudanças e o fim do roubo institucionalizado. Wake up, Brazil!
O QUE ELES DIZEM I
No dia 29 de agosto, os quatro candidatos a prefeito de Gaspar foram sabatinados, mais uma vez, pela TV Gaspar – um sistema de vídeo pela internet. Desta vez com a participação da Ampe e da Acig, duas entidades de representação do segmento empresarial de Gaspar. Vale a pena assistir os arquivos de áudio e vídeo que estão disponíveis no site da “emissora”. O primeiro entrevistado foi Marcelo de Souza Brick, PSD, PSB e Partido Comunista do Brasil e PPL. Ele deixou transparecer – mais uma vez -que tudo parece ser fácil demais, uma brincadeira, esse negócio de administrar uma cidade, ainda mais Gaspar, com todos os problemas que ela possui. Tudo superficial. Marcelo possui um discurso pronto para emocionar seus interlocutores. Agora, se perguntar a ele alguma coisa fora desse discurso pronto, é um Deus nos acuda. Marcelo deixa transparecer que até não conhece direito o seu “Plano de Governo”, o que apresentou na Justiça Eleitoral. E assim, tenta disfarçar e levar tudo no aparente bom humor. Beira à irresponsabilidade. A apresentadora Aline Franzoi foi demolidora na primeira pergunta que fez: “como o senhor vai fazer para cumprir a promessa de sair da 59ª posição do IDH em que se encontra o município para o 10º”? Brick enrolou e acabou confessando que isto não é possível, pois o plano, segundo ele, é para mais de quatro anos do seu governo. Vai assentar as bases. E assim foi com a saúde pública onde passa por levar exames às empresas, ou foi sobre a pergunta dos representantes empresarias sobre à atração de novos empreendimentos, cuja solução, segundo Brick está nos cafés da manhã que fará com os empresários todas as semanas. Ou seja, se eleito, tudo vai ser fácil e uma grande festa.
O QUE ELES DIZEM II
Já Kleber Edson Wan Dall, PMDB, PP, PT, PSC, PSDC demonstra conhecer bem o seu Plano de Gestão e a cada resposta tradicional invoca o documento. É firme e convincente. Afinal, é candidato pela segunda vez, foi vereador, tem uma equipe bem paga para orientá-lo. Mas, duas perguntas da entrevistadora Aline Franzoi o deixaram meio sem chão. Mostrou que entre a peça de propaganda feita para gente que não questiona e a realidade, há uma distância muito grande. Ela ludibria eleitores, gera muitas dúvidas. “O senhor escreveu que se eleito vai revisar o Plano de Cargos e Salários dos Funcionários. Como o senhor vai revisar algo que não existe”? Desconsertado, o candidato Kleber falou que o tal Plano existe, mas só para os professores. A outra pegadinha foi mais difícil de responder: “o senhor escreveu que se eleito vai padronizar as calçadas. Como vai fazer isso se as calçadas são de responsabilidade dos proprietários e a prefeitura está impedida de executar obras ou melhorias nos bens de particulares”? Kleber disse que pretende resolver com Projetos de Lei. Ou seja, tudo estará nas mãos dos vereadores para resolverem este delicado assunto e assim estará com as mãos lavadas. Um outro assunto que ficou mal explicado é o tal alvará provisório que quer dar em 24 horas para a abertura de empresas em Gaspar – e que hoje pode demorar vergonhosamente até quatro meses. Como reverter o provisório isso se houver impedimento legais na documentação posterior, não explicou. Assim como não sabe exatamente fazer com o Hospital que antes da intervenção política do PT. Era o seu grupo que o administrava e isso é tido como uma retaliação. O PT quando interviu acusou de se mal administrado, de haver roubos etc e até hoje não conseguiu solução e não apontar os “ladrões”. Já para funcionar melhor os postos de saúde, disse que vai contratar mais profissionais.
O QUE ELES DIZEM III
Aline também colocou uma casca de banana para Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, DEM, escorregar. De longe, ela é a mais articulada e diferente de todos os candidatos. É só conferir a gravação se alguém acha esta afirmação exagerada. Andreia, a professora, escapou do escorregão. A casca foi posta exatamente na área de melhor domínio da candidata: a educação. “A senhora escreveu vai valorizar os profissionais da educação, mas como vai fazer isso se há limites de gastos pela Lei da Responsabilidade Fiscal”. Andreia explicou que não vai ampliar custos financeiros diretos na folha, mas fazer uma gestão dos recursos para melhor resultado, no atendimento à saúde dos profissionais, no reconhecimento e principalmente na capacitação. Nas perguntas dos empresários falou em enxugar a máquina. Faltou explicar que isso só será possível no que tange aos cargos comissionados, pois nos concursados há estabilidade. Outra. Garantiu que por ter a coligação apenas dois partidos, está livre para compor um secretariado técnico e prioritariamente, aproveitando os próprios servidores capacitados em cargos de direção. “A minha prioridade, se eleita, é técnica numa administração transparente e com diálogo com a sociedade”. Numa pergunta do internauta, ela garantiu a implantação de um centro de zoonoses, programas de vacinação e castração de animais para diminuir a população abandonada. A outra novidade, na área de mobilidade urbana defendida pela candidata é a implantação de uma malha cicloviária.
O QUE ELES DIZEM IV
Não é marcação, não. Está lá no site o vídeo e o áudio para serem conferidos por quem tiver paciência, estômago e tempo. O candidato do Lovídio Carlos Bertoldi, PT, PDT, PR, PRB, PPS, foi criado durante quase oito anos para ser candidato do PT. Ele não domina o palco, nem mesmo naquilo que tem autoridade, como ex-presidente do Samae e ex-secretário de Obras e Serviços Urbanos. E quando ele faz contas, como no caso em que foi perguntado sobre as creches, lembra muito a sua guru afastada do poder pelo recente impeachment, Dilma Vana Rousseff: é uma confusão só. Aline Franzoi, como fez com todos os candidatos, também atravessou uma casca de banana logo no início da entrevista. E ele escorregou. É que o plano de governo que Lovídio mandou à Justiça, preguiçosamente, só há a reurbanização da Rua Itajaí para o governo de Lovídio, segundo ela, como melhoria da mobilidade urbana. Refeito do susto, Lovídio preferiu dizer que o verdadeiro plano não foi registrado pelo PT na Justiça (?). Segundo Lovídio, o plano é muito mais completo, será melhorado se eleito e com a participação do povo. Voltou com a ladainha das ruas asfaltadas que agora subiu de 300 e já são 340 no “governo Celso”. Mencionou a ponte do Vale – que não ainda não foi entregue - como um ganho real para a mobilidade urbana, mas que o Contorno será continuação dessa mobilidade, “mas isto será de total responsabilidade do governo do estado”. Ou seja, lavou as mãos.
O QUE ELES DIZEM IV
Definitivamente ser pressionado, entrevistado, sabatinado e participar do debate não é um ambiente de conforto para o candidato petista. E não é de hoje. Perguntado se estava disposto a fazer uma PPP e poderia citar uma intenção de realiza-la, Lovídio preferiu a presepada de que ela não está clara juridicamente no plano nacional e estadual (?). Não deu exemplos de como a usaria por aqui, motivo da pergunta, mas deixou transparecer que seria no saneamento, que não saiu do papel, apesar de “estar tudo assinado”, menos na Caixa, que não tem dinheiro. Sempre ela, a culpada. Em Blumenau, este assunto se resolveu rapidamente com a iniciativa privada, sobre o bombardeio do PT de lá e que manda no daqui. E as contas das creches? O déficit era de 1.100 quando o “prefeito Celso assumiu”. E foi tudo resolvido para crianças de quatro a sete anos, mas faltam umas 500 e 600 vagas de um a quatro anos. Sobre ter creches 12 meses por ano, como pediram os empresários, os que vão pagar esta conta com mais impostos, nada falou. E sobre o Hospital? Não disse exatamente o que fará. Mas garantiu que o PT e o “prefeito Celso” são os que abrem e o outro lado (o PMDB), é o que sempre fecha. Mentiu. Mais uma vez. E nessa mentira sou testemunha dos fatos. Outra. Neste ponto citou o seu vice, o médico Odilon Áscoli, para ajudar a dar solução. Só para lembrar e está gravado, há muitos anos, Odilon foi à rádio e anunciou como representante da Unimed, ela abriria um Hospital Dia aqui e ele poderia substituir em parte o Hospital de Gaspar que estava fechando. O terreno foi vendido e a Unimed desistiu do projeto.
O QUE ELES DIZEM V
Mais duas cascas de bananas que deixaram exposto, afinal deve se dar o desconto: Lovídio é vidraça, carrega três pecados mortais: o primeiro é a sua dificuldade de expressão clara e objetiva diante dos fatos e do inusitado; o segundo é que tem que defender o natural desgaste de oito anos de poder seguido do PT por aqui; e o terceiro, para complicar tudo, o seu partido está nacionalmente metido num ambiente evidente de falta de credibilidade e não pode dar lições aos outros e se mostrar competente. Sobre a revisão Plano Diretor que se arrasta há anos, diz que agora algumas partes vão ser aprovadas na Câmara porque tudo foi discutido com a sociedade. Todos sabem em Gaspar, inclusive a estrela e o vermelho do PT que saiu da propaganda oficial, que foi exatamente por não cumprir o que rege o Estatuto das Cidades, por não se discutir com sociedade previamente, por ter sido a revisão feita em gabinetes, que este trabalho encontra dificuldades para ser homologado. Ou seja, o PT é quem dá chances ao azar e faz imposições. E para fechar: um internauta perguntou se neste momento de crise, se eleito, Lovídio não proporia a diminuição do seu salário. Lovídio foi sincero: “não sou demagogo para prometer tal coisa. Ademais isto dependeria da Câmara”. Entretanto, Lovídio pensa que o salário justo, pois o prefeito é pago para trabalhar 24 horas. (que coisa! Sofrendo por antecipação? Será sacrifício ser prefeito?). Hoje o prefeito de Gaspar é um dos mais altos salários do estado, superando inclusive municípios maiores e mais complexos. O prefeito ganha R$22.127,40 e o vice R$10.212,64.
O candidato Marcelo de Souza Brick, PSD, agora evita declarar o seu estado civil. É apenas pai de um filho. Ele também evita comparar e alardear feitos da administração de Daniel Christian Bosi do seu PSD, de Ilhota. Remete aos feitos do PSD de Rio do Sul e que poucos conhecem por aqui.
Como funciona o aparelhamento do PT nas entidades empresariais de Gaspar (e faz tempo). Na sabatina da TV Gaspar, Ampe e Acig, era impróprio pelas regras, que candidato e assessores acompanhassem em tempo real os adversários. Pois o PT teve o tempo todo o seu advogado - ele assina as peças na Justiça Eleitoral -, Rodrigo Fontes Schramm, constrangendo os candidatos com a sua presença, disfarçado de conselheiro das entidades.
Há candidato a prefeito de Gaspar que não sabe o que significa e não tem a noção do que seja “ao encontro de...” e “de encontro de...”. Pior, troca Câmara (a de vereadores) por câmera (a que o focaliza durante o discurso).
Civilidade. O candidato a prefeito pelo PT, Lovídio Carlos Bertoldi, disse na sabatina da TV Gaspar que os quase oito anos de convivência na administração com o “prefeito Celso”, ensinou-lhe e ele aprendeu “a respeitar mais as pessoas”. Que confissão é essa? Eu, heim!
Em tempos de rede social massificada, de conhecimento e interesses antagônicos, os candidatos pouco claros nos seus programas, ficam expostos. E da semana passada até agora, uma proposta do candidato vereador Marcelo de Souza Brick, da coligação PSD, PSB, PPL e Partido Comunista do Brasil rendeu um fafafá sem fim. Como pipoca pulando na frigideira, sua assessoria da área de educação tenta esclarecer.
E por que “pegou” esse assunto? Não foi pela demagogia e nem pela falta de explicação como isso será possível concretizar com caixa da prefeitura zerado e arrecadação em baixa, fato que impede a contratação de professores, ampliação das vagas e até a realização da promessa. Mas, pela incoerência e displicência técnica.
No seu Plano de Governo, Brick afirma que irá dar creche, desde cedo até tarde da noite os 12 meses do ano, além de período integral da 1ª a 7ª série. E para complicar, a professora que fez este plano para o candidato saiu nas redes em sua defesa. Afirmou se tratar apenas de um erro de digitação ao se compilar a proposta para efeitos de propaganda eleitoral, a proposta original. Acusou adversários de estarem fazendo tempestade em copo d’água. E os adversários foram conferir. O original que está na Justiça Eleitoral promete a mesma coisa. É ruim, heim!
O que “pega”? O desconhecimento técnico e a remediação irresponsável. Educação Infantil, na Lei de Diretrizes Básicas da Educação e onde se inclui as creches, é de zero a cinco anos (de zero a três para as creches e de quatro a cinco anos para a pré-escola).
Da primeira a sétima série é “invencionice” de quem não conhece o que se pratica, o que exige a lei e atende apenas à propaganda para leigos, analfabetos, desinformados e ignorantes. Ou seja, vai governar mal assessorado, ou com plano que não cumpre as exigências básicas. Simples assim.
Os que questionam a proposta do candidato, afora este desalinhamento com o Plano Nacional de Educação e a Lei 11.274, demonstram a complexidade da proposta. Ela seria impossível de se cumprir no curto prazo: seja por falta de recursos (há uma moratória Federal de repasses de dois anos aos municípios), seja na impossibilidade de contratação de mão-de-obra especializada à curto prazo; seja por falta de locais para abrigar essas creches e ensino em tempo integral.
Outra crítica que apareceu muito nas manifestações das redes, é o assistencialismo, transformando a escola, “depósito de crianças”, diminuindo a responsabilidade dos pais na educação, socialização e transmissão de valores para seus filhos no âmbito familiar.
Nunca um assunto, aparentemente sem importância, despertou tanto interesse às vésperas das eleições. Isso mostra que ele não é fácil de ser resolvido e não o será por ideias simplistas ou demagógicas que se trilhará à solução. Uma parte dos críticos nas redes, avaliou que Gaspar antes criar inovações impossíveis de serem atingidas no curto prazo devido às limitações de recursos, devia era melhorar o que não está funcionando nesta área na administração petista.
E esses críticos apontam que Gaspar está entre os piores municípios da região em gestão dos recursos públicos. Até Ilhota fica à frente, para não falar em Brusque e Blumenau. Segundo a publicação da Folha de S. Paulo, neste quesito Gaspar é 3.656º município e Blumenau o 593º (Ilhota é 1.010º). Ou seja, a eficiência de Gaspar é 0,412 nesta medida; já Blumenau 0,532. Hoje em Gaspar 26% das receitas vão para a educação (alto, pois Blumenau é de 23%). Em contrapartida, o índice de servidores é alto em Gaspar. Gasta-se mais, compromete-se mais as receitas: 2,8 por 100 (Blumenau, 2,2 por 100).
Resumindo. Ser candidato a prefeito nos tempos de exigências, escassez, dificuldades e com fiscalização pelas redes sociais é algo muito difícil. O candidato precisa de assessoramento, conhecimento e capacidade de fazer escolhas também difíceis. E em Gaspar, têm candidatos que ainda não perceberam que o mundo exterior ao seu grupo de poder está cobrando aquilo que antes era fácil de se esconder, empurrar com a barriga pela falta de transparência e a ignorância alheia. Acorda, Gaspar!
Só no mural de domingo à noite, a Justiça Eleitoral declarou e publicou oficialmente no seu mural que Andreia Symone Zimermann Nagel, PSDB; Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD, são candidatos a prefeito de Gaspar.
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